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ADUBAÇÃO NITROGENADA E FOSFATADA NA PRODUÇÃO E QUALIDADE DE Panicum maximum cv. CAPIM TANZÂNIA RONALDO SILVA SOUSA ITAPETINGA BAHIA-BRASIL 2006

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ADUBAÇÃO NITROGENADA E FOSFATADA NA

PRODUÇÃO E QUALIDADE DE Panicum maximum cv.

CAPIM TANZÂNIA

RONALDO SILVA SOUSA

ITAPETINGA

BAHIA-BRASIL 2006

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RONALDO SILVA SOUSA

Adubação Nitrogenada e Fosfatada na Produção e Qualidade de Panicum

maximum cv. Capim Tanzânia

Dissertação apresentada à Universidade Estadual

do Sudoeste da Bahia – UESB/ Campus de

Itapetinga – BA, para obtenção do título de Mestre

em Zootecnia – Área de Concentração: Produção

de Ruminantes.

Orientador: Profº Dr. Sc. Aureliano José Vieira Pires

Co-orientadores: Profº Dr. Sc. Anselmo Elói

Profº Dr. Sc. Fabiano Ferreira da Silva

ITAPETINGA BAHIA-BRASIL

2006

633.2

S718a

Souza, Ronaldo Silva.

Adubação Nitrogenada e Fosfatada na Produção e Qualidade de Panicum maximum cv. Capim Tanzânia./ Ronaldo Silva Souza. – Itapetinga-BA: UESB/Mestrado em Zootecnia, 2006. 65p.

Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB - campus de Itapetinga. Área de concentração em Produção de Ruminantes. Sob a orientação do Profº Dr. Sc. Aureliano José Vieira Pires e dos Co-orientadores: Profº Dr. Sc. Anselmo Elói e Profº Dr. Sc. Fabiano Ferreira da Silva.

Bibliografia da página 60 a 65.

1. Pastagem – Adubação. 2. Capim Tanzânia – Produção – Qualidade 3. Nutrição animal. I. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, campus de Itapetinga. II. Pires, Aureliano José Vieira. III. Eloi, Anselmo. IV. Silva, Fabiano Ferreira da. V. Título.

CDD(21): 633.2

Catalogação na Fonte:

Rogério Pinto de Paula – CRB 1746 - 6ª Região

Diretor da Biblioteca – UESB – Campus de Itapetinga-BA

Índice Sistemático para desdobramentos por Assunto:

1. Pastagem – Adubação nitrogenada – Adubação fosfatada 2. Capim Tanzânia – Produção - Qualidade 3. Nutrição animal – Capim Tanzânia

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

Área de Concentração em Produção de Ruminantes

Campus de Itapetinga –BA.

DECLARAÇÃO DE APROVAÇÃO Título: “Adubação Nitrogenada e Fosfatada na Produção e Qualidade de Panicum maximum cv.

Capim Tanzânia” Autor: Ronaldo Silva Sousa Aprovada como parte das exigências para obtenção do Título de MESTRE EM ZOOTECNIA, ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUÇÃO DE RUMINANTES, pela Banca Examinadora:

__________________________________________ Profº. Dr. Sc. Aureliano José Vieira Pires – UESB

Presidente

__________________________________________ Profª. Drª. Sc. Cristina Mattos Veloso – UESB

__________________________________________ Profº. Dr. Sc. Paulo César Lima Marocos – CEPLAC/UESC

Data de realização: 17 de maio de 2006. UESB – Campus Juvino de Oliveira, Praça Primavera, nº 40 – Telefone: (77) 3261-8628 Fax: (77) 3261-8600 Itapetinga – BA – CEP: 45700-000 E-mail: [email protected]

O homem é do tamanho do seu sonho. (Fernando Pessoa)

À minha esposa Jandira, pela compreensão.

À minha mãe, “in memória”, e meu pai, pela dedicação e apoio.

A meus irmãos pelo imenso incentivo.

AGRADECIMENTOS

A CEPLAC e a EMARC-Itapetinga, pela oportunidade e ajuda na realização deste

trabalho.

À Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e ao Colegiado de Pós-Graduação

pelo Curso Oferecido.

Ao Professor Aureliano José Vieira Pires, pela orientação, confiança, dedicação,

apoio e amizade.

Aos meus Co-Orientadores, Fabiano Ferreira da Silva e Anselmo Elói Viana, pelo

apoio, e aos Professores Paulo Bonomo e Rafael pelas sugestões, que muito contribuíram na

conclusão deste trabalho.

Aos Professores Paulo César Lima Marrocos e Cristina Mattos Veloso, pelas valiosas

sugestões e pela participação na banca examinadora.

À minha esposa Jandira Cunha Sousa, meus filhos Marcelo e Hugo, pelo apoio

constante, minha eterna gratidão.

Aos colegas ceplaqueanos Alberti Magalhães, Geraldo Trindade, George Sodré e

Ronaldo Argôlo, pelo apoio decisivo, pela ajuda e pela amizade fraterna.

A todos os colegas do Mestrado, pelo companheirismo.

Aos amigos do Laboratório de Nutrição Animal, Sandro, Paulo Walter, Luziane pela

importante contribuição neste trabalho.

Aos colegas da Seção de Fisiologia da CEPLAC – SEFIS, Waldemar Barreto, Márcia,

Antonio e Ana (Laboratório de Análises de Solos), pelas análises dos minerais.

Aos colegas da EMARC, pelo incentivo e apoio.

Aos colegas e amigos que ajudaram na implantação, e condução do experimento, Sr.

João, Dai, Jairo, Cícero, Sinvaldo, Juraci, João Carvalho, César Antunes, Givanildo

“Guanambi”, Péricles, Andréia Cesário, Atlas e Gleidson.

Aos Professores da UESB-Itapetinga, pelo apoio e amizade.

O meu muito obrigado.

BIOGRAFIA

Ronaldo Silva Sousa, filho de Hugulino Caetano de Sousa e Alaíde Maria Silva, “in

memória”, nasceu em Tanhaçu-BA, em 08 de fevereiro de 1962.

Em 1979 formou-se em Técnico em Agropecuária pela EMARC-Uruçuca.

Em 1980 foi contratado pela Comissão do Plano da Lavoura Cacaueira – CEPLAC, como

Técnico em Agropecuário, exercendo a função de instrutor de mão-de-obra rural, na Escola

Média de Agropecuária Regional da CEPLAC em Itapetinga, ministrando treinamentos e

cursos nas áreas da cacauicultura e horticultura, no período de 1980 a 1992. Posteriormente se

tornou professor na mesma Escola, onde leciona, atualmente, as disciplinas Suinocultura,

Culturas Forrageiras e Nutrição Animal e Forragem.

Em 1998 graduou-se em Zootecnia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

Foi Vice-Diretor da EMARC-Itapetinga no período de 1999 a 2000.

Diretor no período de 2001 a 2004.

Em 2001 entrou no curso de Especialização em Forragicultura e Pastagens pela

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, concluindo em 2003.

Em março de 2004 ingressou no Programa de Pós-Graduação (Mestrado) em Zootecnia,

área de concentração: Produção de Ruminantes pela Universidade Estadual do Sudoeste da

Bahia.

LISTA DE TABELAS Capítulo 1 Tabela 1 - Teor de matéria seca (%) de capim Tanzânia em três cortes, adubado

com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N)....................

21 Tabela 2 - Teor de proteína bruta (PB), % da MS, de capim Tanzânia, em três

cortes, adubada com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N)..............................................................................................................

23 Tabela 3 - Teor de fibra em detergente neutro (FDN) (% da MS) de capim

Tanzânia, em três cortes, adubada com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N).........................................................................

26 Tabela 4 - Teor de nutrientes digestíveis totais (NDT) (% da MS) de capim

Tanzânia em três cortes, adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N).........................................................................

28 Tabela 5 - Teor de cálcio (Ca), em g/kg, de Panicum maximum em três cortes,

adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N).......

30 Tabela 6 - Teor de fósforo (P), em g/kg, de capim Tanzânia em três cortes,

adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N).......

32 Tabela 7 - Teor de magnésio (Mg), em g/kg, de capim Tanzânia em três cortes,

adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N).......

34 Capítulo 2 Tabela 1 - Produção de matéria verde (MV) (t/ha) de capim Tanzânia em três cortes,

adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio(N)...........

43 Tabela 2 - Produção de matéria seca (MS) em t/ha de capim Tanzânia em três cortes,

adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N)..........

46 Tabela 3 - Relação folha/haste de capim Tanzânia em três cortes, adubado com

diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N)................................

49 Tabela 4 - Produção de proteína bruta (PB) em kg/ha de capim Tanzânia, em três

cortes, adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N).................................................................................................................

50 Tabela 5 - Produção de NDT em kg/ha de capim Tanzânia, em três cortes, adubado

com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N).........................

52 Tabela 6 - Extração de cálcio (Ca), em kg/ha, de capim Tanzânia em três cortes,

adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N)..........

54 Tabela 7 - Extração de fósforo (P), em kg/ha, de capim Tanzânia em três cortes,

adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N)..........

55 Tabela 8 - Extração de magnésio (Mg), em kg/ha, de capim Tanzânia em três cortes,

adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N)..........

57

LISTA DE FIGURAS Capítulo 1 Figura 1 - Precipitação e evaporação acumulada (coluna) e temperatura média

(linha) durante o período de experimental, de janeiro a abril de 2002........

18 Figura 2 - Teor de matéria seca (MS), em %, de capim Tanzânia em três cortes

adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N).........

21 Figura 3 - Teor de proteína bruta (PB), em %, de capim Tanzânia em três cortes

adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N).........

24 Figura 4 - Teor de fibra em detergente neutro (FDN), em %, de capim Tanzânia em

três cortes com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N)......

26 Figura 5 - Teor de nutrientes digestíveis totais (NDT), em %, de capim Tanzânia

em três cortes com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N)................................................................................................................

28 Figura 6 - Teor de cálcio (Ca), g/kg, de capim Tanzânia em três cortes adubado

com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N).......................

30 Figura 7 - Teor de fósforo (P), g/kg, de capim Tanzânia em três cortes adubado

com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N).......................

32 Figura 8 - Teor de magnésio (Mg), g/kg, de capim Tanzânia em três cortes adubado

com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N).......................

34 Capítulo 2 Figura 1 - Precipitação e evaporação acumulada (coluna) e temperatura média

(linha) durante o período de experimental, de janeiro a abril de 2002....

40 Figura 2 - Produção de matéria verde (MV) de capim Tanzânia em três cortes

adubado com doses crescente de nitrogênio (N).....................................

43 Figura 3 - Produção de matéria seca (MS) de capim Tanzânia em três cortes

adubado com doses crescente de nitrogênio (N).....................................

46 Figura 4 - Produção de proteína bruta (PB) de capim Tanzânia em três cortes

adubado com doses crescente de nitrogênio (N).....................................

51 Figura 5 - Produção de NDT de capim Tanzânia em três cortes adubado com

doses crescente de nitrogênio (N)............................................................

52 Figura 6 - Extração de cálcio (Ca), de capim Tanzânia em três cortes adubado

com doses crescente de nitrogênio (N)....................................................

54 Figura 7 - Extração de fósforo (P), de capim Tanzânia em três cortes adubado

com doses crescente de nitrogênio (N)....................................................

56 Figura 8 - Extração de magnésio (Mg) de capim Tanzânia em três cortes adubado

com doses crescente de nitrogênio (N)....................................................

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SUMÁRIO

Capítulo I

Composição Químico-Bromatológica de Capim Tanzânia (Panicum maximum

Jack cv. Tanzânia-1) Adubado com Doses Crescentes de Nitrogênio e Fósforo

1. Introdução.......................................................................................................... 15

2. Material e Métodos............................................................................................ 17

3. Resultados e Discussão...................................................................................... 20

4. Conclusões......................................................................................................... 36

Capítulo II

4 Doses de Nitrogênio e de Fósforo na Produção de Capim Tanzânia (Panicum

maximum Jack cv. Tanzânia-1)

1. Introdução.......................................................................................................... 37

2. Material e Métodos............................................................................................ 39

3. Resultados e Discussão...................................................................................... 42

4. Conclusões......................................................................................................... 59

5. Referências......................................................................................................... 60

RESUMO – CAPÍTULO I

Composição Químico-Bromatológica de Capim Tanzânia (Panicum maximum Jack cv. Tanzânia-1) Adubado com Doses Crescentes de Nitrogênio e Fósforo

Avaliaram-se os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), nutrientes digestíveis totais (NDT), cálcio (Ca), fósforo (P) e magnésio (Mg) na parte aérea do capim Tanzânia (Panicum maximum Jack cv. Tanzânia-1), adubado com diferentes doses de nitrogênio e fósforo durante o período de verão/outono. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, em um esquema fatorial 4 x 3, sendo quatro doses de nitrogênio (N) (0, 100, 200 e 300 kg/ha/ano), e três doses de fósforo (P) (0, 50 e 100 kg/ha/ano), em três repetições, totalizando 36 parcelas. As parcelas mediam 3 x 4 m (12 m2). Foram realizados três cortes a 40 cm do solo, a cada 28 dias. Após cada corte foi realizada adubação, sendo que o P foi aplicado de uma só vez no corte de uniformização e o N parcelado em três vezes. Doses crescentes de nitrogênio não afetaram os teores de magnésio e resultaram em menores teores de matéria seca, cálcio e fósforo. A adubação fosfatada aumentou o teor de fósforo do capim Tanzânia. Os teores de PB, FDN e NDT apresentaram comportamento quadrático à adubação utilizada no capim Tanzânia, cortado a cada 28 dias de crescimento, proporcionando uma forragem de melhor qualidade à medida que se aumentaram as doses dos nutrientes utilizados, principalmente para o nitrogênio. Por isso, é recomendável que o capim seja adubado nos maiores níveis de N e P utilizados neste trabalho, ou seja, 300 kg de N e 100 kg de P2O5/ha/ano. Entretanto, novos estudos devem ser realizados para determinar as reais exigências do cultivar Tanzânia quanto à fertilidade de solo, para propiciar uma produção de forragem de alta qualidade nutritiva.

Palavras-chave: fibra em detergente neutro, forrageira, matéria seca, minerais, proteína bruta.

ABSTRACT

Chemical-Bromatologic Composition of Tanzânia Grass (Panicum maximum Jack cv. Tanzânia I) Submited to Increasing Doses of Nitrogen and Phosphorus

Evaluated it the contents of dry matter (DM), crude protein (CP), neutral detergent fiber (NDF), total digestible nutrients (TDN), calcium (Ca), phosphorus (P) and magnesium (Mg) in the aerial part of the Tanzania grass (Panicum maximum Jack cv. Tanzânia-1), fertilized with different doses of nitrogen and phosphorus during the summer/autumn period. The experimental design utilized was completely randomized, with a arranged factorial 4 x 3, being four doses of nitrogen (N) (0, 100, 200 and 300 kg/ha/year), and three phosphorus doses (P) (0, 50 and 100 kg/ha/year), three repetitions, totaling 36 portions. The portions measured 3 x 4 m (12 m2). Three cuts were accomplished to 40 cm of the soil, every 28 days. After each cut fertilization was accomplished, and P was applied of only one time in the uniformization cut and N parceled in three times. Growing doses of nitrogen didn't affect the contents of magnesium and they resulted in smaller dry matter, calcium and phosphorus contents. The fertilization phosphorus increased the P content of the Tanzania grass. The CP, NDF and TDN contents presented quadratic answers to the fertilization used in Tanzania grass, cut every 28 days of growth, providing a forage of better quality to the measure increased the doses of the used nutrients, mainly for the nitrogen. Therefore, it is advisable that the grass is fertilized in the largest levels of N and P used in this work, in other words, 300 kg of N and 100 kg of P2O5/ha/year. However, new studies should be accomplished to determine the real demands of cultivating Tanzania with relationship to the soil fertility, to propitiate a production of forage of high nutritious quality. Keywords: neutral detergent fiber, roughage, dry matter, minerals, crude protein

RESUMO - CAPÍTULO II

Doses de Nitrogênio e de Fósforo na Produção de Capim Tanzânia (Panicum maximum Jack cv. Tanzânia-1)

O experimento foi conduzido com o objetivo de avaliar a produção da parte aérea do capim Tanzânia (Panicum maximum Jack cv. Tanzânia-1), adubado com diferentes doses de nitrogênio e fósforo durante o período de verão/outono. Utilizou-se um esquema fatorial 4 x 3, sendo quatro doses de nitrogênio (N) (0, 100, 200 e 300 kg de N/ha/ano), e três doses de fósforo (P) (0, 50 e 100 kg de P2O5/ha/ano) no delineamento experimental inteiramente casualizado, com três repetições, totalizando 36 parcelas. As parcelas foram de 3 x 4 m (12 m2 cada). Foram realizados três cortes a 40 cm do solo, a cada 28 dias. Após cada corte foi realizada adubação conforme os tratamentos. Quando da realização do terceiro e último corte, todas as amostras pré-secas, de suas respectivas repetições, foram misturadas e homogeneizadas, de acordo com a produção encontrada em cada corte, originando assim uma amostra composta de cada parcela experimental, nos três cortes. As produções de matéria verde, matéria seca, proteína bruta e nutrientes digestíveis totais, além das extrações de cálcio, fósforo e magnésio, foram influenciadas linearmente (P<0,01) pela adubação nitrogenada e fosfatada. A relação folha/haste não foi afetada pelas doses crescentes de nitrogênio e fósforo utilizadas. É recomendável a adubação nitrogenada e fosfatada do capim Tanzânia nos maiores níveis utilizados neste trabalho, ou seja, 300 kg de N e 100 kg de P2O5/ha/ano. Entretanto, novos estudos devem ser realizados para determinar as exigências de fertilidade de solo e a capacidade produtiva do cultivar estudada. Palavras-chave: adubação, matéria seca, proteína bruta, minerais, NDT

ABSTRACT

Nitrogen and Phosphorus Doses in Tanzânia Grass (Panicum maximum Jack cv.

Tanzânia-1) Production The experiment was conducted with the objective of evaluating the production of the aerial part of Tanzânia grass (Panicum maximum Jack cv. Tanzânia-1) fertilized with different doses of nitrogen and phosphorus during the summer/autumn period. The experimental design utilized was completely randomized, with a arranged factorial 4 x 3, being four doses of nitrogen (N) (0, 100, 200 and 300 kg N/ha/year), and three phosphorus doses (P) (0, 50 and 100 P2O5/ha/year) with three repetitions, totaling 36 portions. The portions were of 3 x 4 m (12 m2 each). Three cutting were accomplished at 40 cm of the soil, every 28 days. After each cutting the fertilization was accomplished according to the treatments. When of the accomplishment of the third and last cut, all the pré-dry samples, of your respective repetitions, were mixed and homogenized, in agreement with the production found in each cut, originating like this a sample composed of each experimental portion, in the three cuts. The productions of green matter, dry matter, crude protein and total digestives nutritious, besides the extractions of calcium, phosphorus and magnesium, were influenced lineally (P<0,01) by the nitrogen and phosphorus fertilization. The relationship leaf stem was not affected by the doses of nitrogen and phosphorus used. It is advisable the nitrogen and phosphorus fertilization of the grass Tanzania in the largest levels used in this work, in other words, 300 kg of N and 100 kg of P2O5/ha/year. However, new studies should be accomplished to determine the demands of soil fertility and the working power of cultivating studied.

Keywords: fertilization, dry matter, crude protein, mineral, TND

CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO

A produtividade média das pastagens brasileiras é bastante baixa, devido

principalmente, ao manejo inadequado e a pouca fertilidade do solo. No entanto, o potencial de

produção das gramíneas tropicais, como o capim-elefante, e dos gêneros Panicum e Brachiaria,

dentre outros, é bastante alto, desde que sejam feitas as devidas correções e adubações do solo.

Dados de pesquisa evidenciam a possibilidade de altas lotações de animais por hectare por ano,

sendo que o desempenho animal em pastagens tropicais bem manejadas pode alcançar níveis de

produção de até 15,0 kg de leite/vaca/dia e ganhos de peso de 1,0 kg/cabeça/dia sem o uso de

alimento concentrado, principalmente em épocas de variáveis climáticas, como precipitação,

temperatura e fotoperíodo, mais favoráveis (Aguiar, 1996). No entanto, isto só pode ser atingido

com o uso de corretivos e fertilizantes, visto que os solos tropicais, de maneira geral, são pobres

em fósforo (P) e possuem baixos níveis de matéria orgânica, além de problemas de acidez.

O processo produtivo das plantas forrageiras, algumas mais e outras menos exigentes

em nutrientes, passa necessariamente pelo suprimento de suas exigências nutricionais nas fases

de formação da pastagem e manutenção da produção, pois torna-se essencial, na exploração

racional da pecuária, que os pastos disponíveis aos animais sejam de alto valor nutritivo

(Almeida Neto, 1992), proporcionando assim uma alimentação quantitativa e qualitativamente

ideal, além de um custo financeiro adequado.

A Região Sudoeste da Bahia foi, durante muitos anos, detentora de solos de média a alta

fertilidade natural, onde predominava o capim colonião (Panicum maximum Jack). No início da

exploração da pecuária regional, a capacidade de suporte das pastagens permitia uma lotação de

até 4,5 UA/ha/ano, sendo que atualmente essa capacidade situa-se em torno de 0,5 UA/ha/ano

(Hassegawa, 1996). Isto ocorreu devido ao mau uso do solo, à redução da cobertura vegetal, à

exposição sistemática às intempéries, à compactação em decorrência do pisoteio excessivo e a

utilização de queimadas sucessivas, práticas essas corriqueiras na maioria das propriedades da

Região. Esta forma de manejo teve reflexos diretos nas condições físicas e químicas do solo,

reduzindo a quantidade de matéria orgânica e a capacidade de infiltração e armazenamento de

água, elevando a taxa de escorrimento de água superficial, acelerando os efeitos da erosão,

reduzindo sua fertilidade natural e, conseqüentemente, sua produtividade.

Pastagens de Panicum maximum apresentam alta capacidade de produção de forragem e

bom valor nutritivo (Corsi & Santos, 1995). Entretanto, é sabido que os capins desta espécie são

mais exigentes quanto à fertilidade do solo, quando comparados com os de outras espécies,

como o Brachiaria decumbens (Euclides, 1995).

Dentre os nutrientes limitantes à produtividade de pastagens com capins do gênero

Panicum, o P e o nitrogênio (N) estão entre os principais. O P é crucial no metabolismo das

plantas, desempenhando papel importante na transferência de energia da célula, na respiração e

na fotossíntese (Grant & Flaten, 2001). A resposta à adubação fosfatada depende, dentre outros

fatores, da disponibilidade de P no solo, da disponibilidade de outros nutrientes, da espécie e

variedade vegetal cultivada e das condições climáticas (Sousa et al., 2004). O N é o principal

nutriente para a manutenção da produtividade das gramíneas forrageiras (Werner, 1994), e como

parte da composição da clorofila, ele participa diretamente da fotossíntese, desempenhando,

ainda, entre outros papéis, o de aumentar o teor de proteína nas plantas (Sousa & Lobato, 2004).

Em condições edafo-climáticas normais, e mediante a não ocorrência de outra limitação,

seguramente o suprimento de N é o fator de maior impacto na produtividade da planta forrageira

bem estabelecida e dos animais que a utilizam. Para Cantarutti et al. (1999b), a adubação

nitrogenada é fundamental para a sustentabilidade das pastagens, desde que seja assegurada

adequada disponibilidade de P.

A cultivar Tanzânia da espécie Panicum maximum Jack. Foi lançada comercialmente

em 1990, pelo Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte (CNPGC) da EMBRAPA. Apesar

de ser bastante difundida em todas as regiões pastoris do Brasil, suas características produtivas

ainda são pouco conhecidas (Santos et al., 1999), principalmente na Região Sudoeste da Bahia,

onde foi implantada mais recentemente, necessitando de estudos para melhor determinar suas

exigências quanto à fertilidade de solo e sua capacidade produtiva nesta Região.

O objetivo foi avaliar a qualidade da parte aérea do capim Tanzânia adubado com

diferentes doses de N e P.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Escola Média de Agropecuária Regional da CEPLAC

– (EMARC), no Laboratório de Forragicultura e Pastagem, da Universidade Estadual do

Sudoeste da Bahia, UESB, Campus de Itapetinga, e no Laboratório da Seção de Fisiologia do

Centro de Pesquisa do Cacau CEPEC/CEPLAC, no município de Ilhéus-Bahia.

Itapetinga é um município da região Centro Sul da Bahia, que se localiza a 150 18’ 14

“de latitude Sul e 400 12’ 10” de longitude, com altitude de 268 m. O clima é do tipo “Cw”

Mesotérmico úmido e sub úmido, quente com inverno seco, pela classificação de Köppen. O

período de verão, que vai de outubro a março, é quente e chuvoso. De abril a setembro

predomina o período seco e frio.

Os dados climáticos referentes à precipitação, à temperatura média e à evaporação do

período experimental, do dia 03 de fevereiro ao dia 27 de abril de 2002, foram fornecidos pela

Estação de Climatologia do Centro de Pesquisa do Cacau, situada a 500 m da área experimental,

e são apresentados na Figura 1.

Em dezembro de 2001 foram coletadas amostras de solo à profundidade de 0 a 20 cm,

conforme recomendação de Cantarutti et al. (1999a), para análises química e física. O solo foi

classificado texturalmente como franco argilo arenoso com as seguintes características

químicas: pH em H2O = 5,8; matéria orgânica = 41 g/dm3; fósforo (mehlich) = 12 mg/dm3;

potássio = 0,26 cmolc/dm3; cálcio = 6,6 cmolc/dm3; magnésio = 1,6 cmolc/dm3; hidrogênio +

alumínio = 3,1 cmolc/dm3; Alumínio = 0,1 cmolc/dm3; capacidade de troca catiônica (CTC) =

11,5 cmolc/dm3; e saturação de bases (V) = 73%. As características físicas apresentaram a

seguinte proporção: 32% de argila, 21% de areia grossa, 31% de areia fina e 16% de silte.

O experimento foi conduzido em uma área de pastagem implantada desde dezembro de

1999 e, de acordo com a análise de solo, não houve necessidade de calagem e nem de

potassagem.

Foi utilizado o esquema fatorial 4 x 3, sendo quatro doses de N (0, 100, 200 e 300 kg

de N/ha/ano) e três doses de P (0, 50 e 100 kg de P2O5/ha/ano), constituindo 12 tratamentos,

distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, com três repetições, totalizando 36

parcelas experimentais. A área de cada parcela foi de 12 m2.

O experimento teve início em 03 de fevereiro de 2002, época em que ocorreu o corte de

uniformização, a 40 cm do solo, em todas as parcelas, sendo o material cortado retirado da área.

Logo após, foi feita a primeira adubação das parcelas. A segunda e terceira adubações foram

realizadas após cada corte respectivo. Os adubos utilizados foram o sulfato de amônio, como

fonte nitrogenada, e o superfosfato simples, como fonte fosfatada.

0

50

100

150

200

250

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Semanas

Pre

cip

itação e

Evapora

ção (

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22,5

23

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pera

tura

(°C

)

Precipitação Evaporação Temperatura

Foram realizados três cortes a 40 cm do solo, a cada 28 dias. Após cada corte foi

realizada adubação, conforme os tratamentos. A área total das parcelas ocupou 774 m2, onde

foram feitos corredores com 0,5 m entre cada parcela.

Após cada corte, o material coletado em cada parcela foi pesado e, em seguida, foram

retiradas amostras representativas da parte aérea, devidamente identificadas e pré-secas em

estufa de ventilação forçada a 60oC por 72 horas. Após a realização do terceiro e último corte,

todas as amostras pré-secas, de suas respectivas repetições, foram homogeneizadas, de acordo

Figura 1 –

Precipitação e evaporação acumulada (coluna) e temperatura média (linha) durante

o período experimental, de janeiro a abril de 2002.

Figure 1 – Accumulated rainfall and evaporation (column) and medium temperature (line) during the

experimental period, from January to April of 2002.

com a produção encontrada em cada corte, originando assim uma amostra composta de cada

parcela experimental.

Foram avaliados os teores de matéria seca (MS), de proteína bruta (PB), fibra em

detergente neutro (FDN), cálcio (Ca), P e magnésio (Mg). As análises foram realizadas

conforme procedimento descrito por Silva & Queiroz (2002).

A estimativa dos teores de NDT das forragens foi calculada a partir da equação de

regressão sugerida por Cappelle et al. (2001), Y = 83,79-0,4171 FDN (R2 =0,82; P<0,01).

As análises de P foram feitas pelo método colorimétrico, segundo Fiske & Subbarow

(1925), e as de Ca e Mg pelo espectrofotômetro de absorção atômica (Fick et al., 1979).

Foram testados modelos de regressão linear múltipla, e escolhido o mais adequado

observando a significância dos parâmetros pelo teste “t” e com base no coeficiente de

determinação, utilizando o programa computacional SAEG – Sistema de Análises Estatísticas e

Genéticas (Ribeiro Júnior, 2001).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Teor de Matéria Seca

Não houve interação (P>0,05) entre N e P para a variável, teor de matéria seca (MS) da

parte aérea do capim Tanzânia, cortado a cada 28 dias. Verificou-se efeito linear decrescente

(P=0,059) de doses de N (Tabela 1 e Figura 2). As médias observadas, quando se usou doses

crescentes de P, foram 25,6, e 25,8% para doses respectivas de 0, 50 e 100 kg de P2O5/ha. Em

relação à adubação nitrogenada, observou-se pequeno declínio nos teores de MS, à medida que

se incrementou a adubação. As médias encontradas foram de 26,2, 25,7, 26,2 e 24,5% de MS

para as doses de 0, 100, 200 e 300 kg N/ha, respectivamente, determinando um teor médio, em

todos os tratamentos, de 25,7% (Tabela 1). Esse resultado está próximo ao encontrado por

Valadares Filho et al. (2002), que, com base em diversos trabalhos de pesquisa realizados no

Brasil, encontraram média de 27,35% de MS, com desvio de 5,02 em forragem verde de

Panicum maximum, Jack, cv. Tanzânia. Valor que está acima dos encontrados por Santos et al.

(2003), que, avaliando o potencial produtivo e a composição química de cinco gramíneas

tropicais, adubadas após cada corte, encontraram, para o capim Tanzânia, a média de 19,16% de

MS, durante o período de setembro a abril. Provavelmente esse teor médio foi encontrado em

função das adubações utilizadas, aliadas à tecnologia da irrigação, utilizada no experimento, que

permitiu maior proporção de folhas (95,97%) em relação à forragem total produzida.

Resultados semelhantes foram encontrados por Gerdes et al. (2000), que, avaliando as

características agronômicas e morfológicas das gramíneas Marandú, Setária e Tanzânia, aos 35

dias de idade de crescimento nas estações do ano, observaram no capim Tanzânia teores de MS

que variaram de 16,94% (outono) a 22,92% (inverno), sendo que no verão o teor médio foi de

19,35%. É importante observar que baixos teores de MS em gramíneas forrageiras é um dos

fatores que limitam o consumo das mesmas pelos animais (Euclides, 1995).

Tabela 1 –

Table 1 –

Teores de matéria seca (%) de capim Tanzânia em três cortes, adubado com

diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N).

Dry matter contents (%) of Tanzânia grass in three cuts, fertilized with different

phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

Dose de N (kg/ha)

Dose of N (kg/ha)

0 100 200 300

Dose de P2O5 (kg/ha)

Dose ofP2O5 (kg/ha)

%

Média

Mean

0 25,8 25,5 26,1 24,9 25,6

50 26,0 26,6 26,0 23,7 25,6

100 26,7 24,8 26,6 24,9 25,8

Média

Mean

26,2 25,7 26,2 24,5

CV (%) 5,9

50,0,*00445731,03267,26ˆ 2=−= RxNY

Figura 2 –

Figure 2 –

Teor de matéria seca (MS), em %, de capim Tanzânia em três cortes, adubado

com diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N).

Dry matter (DM) content, in %, of Tanzania grass in three cuts fertilized with different

phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

Teor de Proteína Bruta

Os resultados encontrados para teor de proteína bruta (PB), em percentagem da parte

aérea do capim Tanzânia, são apresentados na Tabela 2. O teor de PB apresentou

comportamento quadrático (P<0,01) em resposta às doses de N e de P (Figura 3). A partir da

equação encontrada, podem-se estimar teores de 8,56% de PB, quando não se usou a adubação

nitrogenada e fosfatada, e de 12,31%, quando foram utilizadas as doses máximas da adubação.

Esses bons resultados, em parte, estão associados à alta relação folha/haste verificada

no presente experimento, que foi de 3,6, e ao intervalo de corte, de 28 dias, que favorecem a

manutenção de folhas e colmos jovens, e estão semelhantes aos apresentados por Machado et al.

(1998), que, avaliando a composição química e a digestibilidade de vários cultivares e acessos

de Panicum maximum Jacq. sob duas alturas de corte, encontraram teores médios de 11,8 e

12,1% para o cv. Tanzânia, nas alturas de 20 e 40 cm, respectivamente.

Resultados semelhantes foram observados por Gerdes et al. (2000), em estudo

comparativo de algumas características de três espécies forrageiras adubadas com N e K, em

cortes realizados aos 35 dias de crescimento, nas quatro estações do ano, que observaram teores

médios de 10,84% para o capim Tanzânia, durante o verão.

Os resultados obtidos nesse trabalho foram inferiores aos encontrados por Balsalobre et

al. (2003), que, simulando o pastejo de capim Tanzânia, em área irrigada, através de amostras

coletadas ao longo de um ano, observaram teores que apresentaram tendência de aumento ao

longo do ano, variando de 11,29 a 14,61%, provavelmente devido às correções de solo para

garantir saturação por bases de 80%, P de 30 mg/dm3 e K de 5% da CTC, e às adubações

nitrogenada (80 kg de N/ha/pastejo) e potássica (80 kg de K2O/ha/pastejo), realizadas em todos

os ciclos de pastejo durante o período experimental.

Do mesmo modo, também foram inferiores aos verificados por Gerdes et al. (2005),

que, trabalhando com ovinos em pastagem de capim Aruana (Panicum maximum Jacq. cv.

Aruana), em sistema intensivo de produção (irrigação, adubação e lotação rotacionada),

observaram teores médios de 14,9%, no primeiro ano de experimento, e de 13,8%, no segundo

ano, nos tratamentos que prevaleciam o capim Aruana exclusivo.

Por outro lado, os valores obtidos foram superiores aos encontrados por Santos et al.

(2003), que, trabalhando com diversas espécies forrageiras para avaliar o desempenho produtivo

e qualitativo, observou, para o cultivar Tanzânia, cortado aos 35 dias de idade, valores de

7,25%, média de seis cortes.

Tabela 2 –

Table 2 –

Teores de proteína bruta (PB), no capim Tanzânia, em três cortes, adubada com

diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N)

Crude protein(PB) contents, in Tanzânia grass, in three cuts, fertilized with different

phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

Dose de N (kg/ha)

Dose of N (kg/ha)

0 100 200 300

Dose de P2O5 (kg/ha)

Dose of P2O5 (kg/ha)

Teores de PB (%)

Média

Mean

0 9,0 9,0 9,8 11,4 9,8

50 9,0 9,1 10,2 12,2 10,1

100 8,5 9,1 11,1 12,5 10,3

Média

Mean

8,8 9,1 10,3 12,0

CV (%) 4,4

94,0,**00508333,0**0000366667,0*0002,056472,8ˆ 22=++−= RxPxNxNY

Figura 3 –

Figure 3 –

Teor de proteína bruta (PB), em %, de capim Tanzânia em três cortes, adubado

com diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N).

Crude protein (CP) content, in %, of Tanzania grass in three fertilized with different

phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

É importante salientar que todos os tratamentos do presente trabalho apresentaram

teores acima de 7% de PB na MS, considerado como crítico, visto que abaixo do qual ocorreria

restrição ao consumo voluntário, por reduzir a atividade de microrganismos no rúmen e, assim,

a taxa de digestão de celulose, aumentando o tempo de retenção da forragem no rúmen (Van

Soest, 1994).

Teor de Fibra em Detergente Neutro (FDN)

Não houve interação (P>0,05) para a variável, teor de fibra em detergente neutro

(FDN), em função das doses de N e P. O teor de FDN apresentou comportamento quadrático

(P<0,01) em respostas às doses de N e P (Tabela 3 e Figura 4). Os teores médios, em

percentagem, em função das doses de N, foram de 75,9, 74,0, 74,0 e 72,2%, para 0, 100, 200 e

300 kg de N/ha, respectivamente.

Essas médias de FDN encontradas para a parte aérea do capim Tanzânia são

consideradas altas, o que compromete o valor nutritivo da forragem. Segundo Van Soest (1965),

valores de constituintes de parede celular acima de 55 a 60% estão correlacionados

negativamente com o consumo de forragem. Entretanto, esses valores estão dentro das médias

geralmente observadas em trabalhos de pesquisa realizados com forrageiras tropicais, conforme

verificado por Machado et al. (1998), que, avaliando a composição química e a digestibilidade

de vários cultivares e acessos de Panicum maximum Jacq., sob duas alturas de corte,

encontraram teor médio de 74,5% de FDN para o cv. Tanzânia, na altura de 40 cm, no período

chuvoso, com 35 dias de crescimento.

Gerdes et al. (2000), com o objetivo de realizar estudo comparativo de algumas

características de três espécies forrageiras adubadas com N e K, em cortes realizados aos 35 dias

de crescimento, nas quatro estações do ano, observaram teores médios de 78,14% de FDN para

o capim Tanzânia, durante o verão. E Brâncio et al. (2002), avaliando o valor nutritivo da MS

de três cultivares de Panicum maximum Jacq. submetidas ao pastejo rotativo, com inclusão de

adubação nitrogenada, observaram, em todos os cultivares e épocas, valores de FDN nas folhas

e colmos superiores a 75%.

Valadares Filho et al. (2002), catalogando diversos trabalhos de pesquisa realizados no

Brasil, encontraram média de 75,33% de FDN, com desvio de 5,09, em forragem verde de

Panicum maximum, Jack, cv. Tanzânia.

Santos et al. (2003), trabalhando com diversas espécies forrageiras para avaliar o

desempenho produtivo e qualitativo, observaram, para o cultivar Tanzânia, cortado aos 35 dias

de idade, valores de 79,19% de FDN, média de seis cortes; e Gerdes et al. (2005) observaram

teores de 71,3 e 70,7% de FDN, no primeiro e segundo anos de experimento, respectivamente,

trabalhando em pastagem de capim Aruana.

Isso pode ser explicado devido a essas plantas se desenvolverem sob condições de altas

temperaturas e apresentarem valores elevados de constituintes da parede celular (Van Soest,

1994), o que pode comprometer o consumo dessa gramínea, apesar da grande proporção de

folhas e do bom teor protéico verificados no presente trabalho.

Tabela 3 –

Table 3 –

Teores de fibra em detergente neutro (FDN), no capim Tanzânia, em três cortes,

adubada com diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N)

Neutral detergent fiber(NDF) contents, in Tanzânia grass, in three cut, fertilized with

different phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

Dose de N (kg/há)

Dose of N (kg/ha)

0 100 200 300

Dose de P2O5 (kg/ha)

Dose of P2O5 (kg/ha)

Teores de FDN (%)

Média

Mean

0 75,9 73,8 74,5 72,2 74,1

50 76,5 74,1 74,7 73,1 74,6

100 75,4 74,0 72,8 71,3 73,4

Média

Mean

75,9 74,0 74,0 72,2

CV (%) 1,8

86,0,*00034,00266667,0**0111,079,75ˆ 22=−+−= RxPxPxNY

Figura 4 –

Figure 4 -

Teor de fibra em detergente neutro (FDN), em %, de capim Tanzânia em três

cortes, adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N).

Neutral detergent fiber(NDF) content, in %, of Tanzania grass in three cuts fertilized

with different phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

Teor de Nutrientes Digestíveis Totais

Os resultados encontrados para teores de nutrientes digestíveis totais (NDT) da parte

aérea do capim Tanzânia são apresentados na Tabela 4. O teor de NDT apresentou

comportamento quadrático (P<0,05) em respostas às doses de N e P (Figura 5). A partir da

equação encontrada observa-se aumento do conteúdo de NDT, de 52,18% sem adubação, e de

53,87%, para as maiores doses da adubação utilizadas, valores que se aproximam do teor médio

relatado por Valadares Filho et al. (2002), que foi de 53,02% de NDT. Entretanto, são inferiores

aos encontrados por Balsalobre et al. (2003), que, simulando o pastejo de capim Tanzânia, em

área irrigada, observaram teores calculados de NDT que variaram de 55,26 a 59,31%, com os

maiores valores observados nos períodos de primavera e verão, provavelmente devido às

maiores doses de N aplicadas (800 kg de N/ha), à adubação potássica (800 kg de K2O/ha) e às

correções de solo para garantir saturação por bases de 80%, fósforo de 30 mg/dm3 e potássio de

5% da CTC.

Tabela 4 –

Table 4 –

Teores de nutrientes digestíveis totais (NDT), no capim Tanzânia, em três cortes,

adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N)

Total digestible nutrients (TDN) contents, in Tanzania grass, in three cuts, fertilized with

different phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

Dose de N (kg/ha)

Dose of N (kg/ha)

0 100 200 300

Dose de P2O5 (kg/ha)

Dose of P2O5 (kg/ha)

Média

Mean

0 52,1 53,0 52,7 53,7 52,9

50 51,9 52,9 52,6 53,3 52,7

100 52,3 52,9 53,4 54,0 53,2

Média

Mean

52,1 52,9 52,9 53,7

CV (%) 1,0

86,0,*000141814,00111227,0**00462981,0178,52ˆ 22=+−+= RxPxPxNY

Figura 5 –

Figure 5 -

Teor de nutrientes digestíveis totais (NDT), em %, de capim Tanzânia em três

cortes, adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N).

Total digestible nutrients (TDN) content, in %, of Tanzania grass in three cuts fertilized

with different phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

Teor de Cálcio

Observou-se efeito linear decrescente (P>0,01) das doses de N sobre o teor de cálcio

(Ca) da parte aérea do capim Tanzânia, cortado a cada 28 dias (Tabela 5 e Figura 6). Não se

verificou efeito das doses de P sobre a variável estudada. Werner et al. (1996) apresentaram a

faixa do teor adequado de Ca nas plantas de capim colonião (Panicum maximum Jacq. cv.

colonião), entre 3 e 8 g/kg. As médias observadas nesse trabalho atendem esse critério, pois,

observaram-se teores de 4,1 a 4,2 g/kg para doses de 0, 50 e 100 kg de P2O5/ha. Em relação à

adubação nitrogenada, observou-se pequeno declínio nos teores de Ca, à medida que se

incrementou a adubação. As médias encontradas foram de 4,5, 4,3, 3,9 e 4,0 g/kg para as doses

de 0, 100, 200 e 300 kg de N/ha. Isso ocorreu, provavelmente, pelo efeito de diluição, visto que

foram verificados aumentos consideráveis no rendimento forrageiro, quando a gramínea foi

adubada, estando de acordo com Andrade et al. (2000), que avaliando os efeitos das adubações

nitrogenados (de 20 a 380 kg de N /ha) e potássica (de 16 a 304 kg de K/ha) sobre o capim-

elefante observaram aumento na produtividade e declínio nos teores de Ca.

Observações semelhantes foram verificadas por Moreira et al. (2005), que avaliando a

produtividade e a qualidade dos capins braquiária (B. Decumbens) e Jaraguá (Hyparrhenia rufa)

adubados com N (0, 50, 100 e 150 kg/ha) observaram declínio dos teores de Ca nos dois capins

estudados, à medida que se aumentavam as doses de N.

Primavesi, et al. (2004), trabalhando com capim coastcross (Cynodon dactylon), não

observaram efeito dos adubos (nitrato de amônio e uréia) e das doses de N utilizadas (0, 125,

250, 500 e 1.000 kg de N/ha) sobre os teores de Ca. Os valores observados foram de 1, 3,6, 3,7,

3,7 e 3,9 g/kg, para as respectivas doses, quando se utilizou o adubo nitrato de amônio, e de 3,5,

3,6, 3,5, 3,7 e 3,8 g/kg de Ca, quando o adubo utilizado, como fonte nitrogenada, foi à uréia.

Tabela 5 –

Table 5 –

Teores de cálcio (Ca), em g/kg, no capim Tanzânia, em três cortes, adubado com

diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N)

Calcium (Ca) contents, in g/kg, in Tanzânia grasss, in three cuts, fertilized with different

phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

Dose de N (kg/ha)

Dose of N (kg/ha)

0 100 200 300

Dose de P2O5 (kg/ha)

Dose of P2O5 (kg/ha)

Teores de Ca (g/kg)

Média

Mean

0 4,7 4,5 3,6 3,9 4,1

50 4,2 4,3 4,0 3,9 4,1

100 4,6 4,1 4,0 4,1 4,2

Média

Mean

4,5 4,3 3,9 4,0

CV (%) 8,6

76,0,**00205,047111,4ˆ 2=−= RxNY

Figura 6 –

Figure 6 -

Teor de cálcio (Ca), g/kg, de capim Tanzânia em três cortes, adubado com

diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N).

Calcium (Ca) content, g/kg, of Tanzania grass in three cuts fertilized with different

phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

Teor de Fósforo

Não houve interação (P>0,05) para o teor de P, em g/kg, em função das doses de N e P.

O teor de P apresentou comportamento quadrático (P<0,01) em resposta às doses de N e de P

(Figura 7). Os teores médios, em função das doses de N, foram de 3,3, 2,7, 2,4 e 2,2 g/kg, para

0, 100, 200 e 300 kg de N/ha, respectivamente (Tabela 6). Observou-se redução dos teores de P,

com aumento das doses de N, podendo ser explicado pelo efeito da diluição, apesar de se manter

relativamente elevado em todos os tratamentos, quando comparados com o nível adequado

apresentado para o capim colonião (1 a 3 g/kg), segundo Werner et al. (1996).

A redução dos teores de P, em função das doses de N, também foi observada por

Primavesi, et al. (2004), que, trabalhando com capim coastcross, encontraram teores que

variaram de 3,1 a 2,7 g/kg de P, de acordo com os níveis de adubação nitrogenada usados.

Moreira et al. (2005) observaram declínio nos teores de P nas gramíneas estudadas

(braquiária (B. Decumbens) e Jaraguá (Hyparrhenia rufa)) com aumento das doses de N;

também Ribeiro et al. (1999), observaram que os teores de P variaram inversamente com as

doses de N, 3,1 a 2,3 e 4,1 a 2,0 g/kg, em lâminas foliares e colmos de capim-elefante

(Pennisetum purpureum), respectivamente.

Tabela 6 –

Table 6 –

Teores de fósforo (P), em g/kg, no capim Tanzânia, em três cortes, adubado com

diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N)

Phosphorus (P) contents, in g/kg, in Tanzania grass, in three cuts, fertilized with

different phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

Dose de N (kg/ha)

Dose of N (kg/ha)

0 100 200 300

Dose de P2O5 (kg/ha)

Dose of P2O5 (kg/ha)

Teores de P (g/kg)

Média

Mean

0 3,4 2,3 2,2 2,1 2,5

50 3,3 2,7 2,5 2,3 2,7

100 3,3 3,0 2,3 2,2 2,7

Média

Mean

3,3 2,7 2,4 2,2

CV (%) 8,0

91,0,*00190667,0**0000121722,0**00742478,023341,3ˆ 22=++−= RxPxNxNY

Figura 7 –

Figure 7 -

Teor de fósforo (P), g/kg, de capim Tanzânia em três cortes, adubado com

diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N).

Phosphorus (P) content, g/kg, of Tanzania grass in three cuts fertilized with different

phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

Teor de Magnésio

Na Tabela 7 são apresentados os teores, em g/kg, de magnésio (Mg), verificados na

parte aérea do capim Tanzânia adubado com doses crescentes de N e P. Observou-se efeito

quadrático (P>0,05) para as doses de N. As médias observadas quando se usou doses crescentes

de P foram 3,0, 3,1 e 3,1 g/kg de Mg para doses de 0, 50 e 100 kg de P2O5/ha. Em relação às

doses crescentes de N, as médias encontradas foram de 3,1, 3,0, 2,9 e 3,1 g/kg de Mg para as

doses de 0, 100, 200 e 300 kg N/ha. Apesar da diferença estatística observada, os resultados

estão muito próximos. Esses teores estão situados na faixa adequados, apresentados por Werner

et al. (1996), para plantas de capim colonião, que foi de 1 a 5 g/kg de Mg. Primavesi et al.

(2004), trabalhando com capim coastcross, observaram teores que variaram de 1,8 a 2,7 g/kg de

Mg, de acordo com os níveis de adubação nitrogenada usados.

Tabela 7 –

Table 7 –

Teores de magnésio (Mg), em g/kg, no capim Tanzânia em três cortes, adubado

com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N)

Magnesium (Mg) contents, in g/kg, in Tanzania grass, in three cuts, fertilized with

different phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

Dose de N (kg/ha)

Dose of N (kg/ha)

0 100 200 300

Dose de P2O5 (kg/ha)

Dose of P2O5 (kg/ha)

Teores de Mg (g/kg)

Média

Mean

0 3,2 3,0 3,0 2,9 3,0

50 3,2 2,8 3,0 3,3 3,1

100 3,0 3,2 2,9 3,2 3,1

Média

Mean

3,1 3,0 2,9 3,1

CV (%) 7,7

97,0,*10000088611,0*00277056,016072,3ˆ 22=+−= RxNxNY

Figura 8 –

Figure 8 -

Teor de magnésio (Mg), g/kg, de capim Tanzânia em três cortes, adubado com

diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N).

Magnesium (Mg) content, g/kg, of Tanzania grass in three cuts fertilized with different

phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses.

4. CONCLUSÕES

Doses crescentes de nitrogênio não afetaram os teores de magnésio e resultaram em

menores teores de matéria seca, cálcio e fósforo.

A adubação fosfatada aumentou o teor de fósforo do capim Tanzânia.

Os teores de proteína bruta, fibra em detergente neutro e nutrientes digestíveis totais

apresentaram respostas quadráticas à adubação utilizada no cultivar Tanzânia, cortado a cada 28

dias de crescimento, proporcionando uma forragem de melhor qualidade à medida que se

aumentou a dose dos nutrientes utilizados, principalmente do nitrogênio, sendo recomendado,

portanto, que a forrageira seja adubada nos maiores níveis utilizados neste trabalho, ou seja, 300

kg de N e 100 kg de P2O5/ha/ano. Entretanto, novos estudos devem ser realizados para

determinar as reais exigências do cultivar Tanzânia quanto à fertilidade de solo, para propiciar

uma produção de forragem de alta qualidade nutritiva na Região Sudoeste da Bahia.

CAPÍTULO II

1. INTRODUÇÃO

Os solos ocupados por pastagens em geral são marginais quando comparados àqueles

usados pela agricultura de grãos. Existe um conceito formado de que as gramíneas utilizadas na

forma de pastagens são pouco exigentes em fertilidade, podendo ser plantadas em qualquer tipo

de solo. Os solos utilizados normalmente apresentam problemas de fertilidade natural, acidez,

topografia, pedregosidade ou limitações de drenagem. Os solos de melhor aptidão agrícola são

ocupados pelas lavouras anuais de grãos ou as de grande valor industrial, para a produção de

óleo, fibras, resinas, açúcar, etc. Pesquisas dos últimos anos têm mostrado que a utilização de

corretivos e fertilizantes nas pastagens é fundamental para corrigir as limitações químicas dos

solos, elevando sua capacidade de suporte e desacelerando o processo de degradação das

pastagens.

Cantarutti et al. (2002) mostraram que fertilizantes e calcários contribuem para ganhos

de, no mínimo, 50% na produtividade das culturas, cabendo o restante aos outros fatores de

produção, como sementes melhoradas, controle de pragas, doenças e práticas culturais, entre

outros.

Segundo Faquin (1994), de forma geral, as plantas extraem nutrientes minerais na

seguinte ordem de exigências: para os macronutrientes, o nitrogênio (N) é extraído mais que o

potássio (K), que é extraído mais que o fósforo (P), que é extraído igual ao enxofre; para os

micros, o ferro é extraído mais que o manganês, que é extraído mais que o zinco, que é extraído

mais que o boro, que é extraído mais que o cobre e que é extraído mais que o molibdênio.

A adubação das pastagens figura como tecnologia indispensável para a manutenção da

elevada produtividade da planta forrageira (Corsi, 1995). Cantarutti et al. (1999b) afirmam que a

adubação nitrogenada é fundamental para a sustentabilidade das pastagens, desde que seja

assegurada adequada disponibilidade de fósforo. Diversos trabalhos comprovam a importância

das adubações, principalmente fosfatadas e/ou nitrogenadas, por meio de aumentos

significativos na produção de matéria seca (MS) de capins do gênero Panicum, como se pode

verificar em Corrêa & Freitas (1997), que, utilizando doses crescentes de P (0, 50, 100, 200, 400

e 800 kg de P2O5/ha), observaram a influência da adubação fosfatada na produção de MS das

cultivares T21, Vencedor, Mombaça e Tanzânia. Paulino & Costa (1999) observaram que a

adubação fosfatada (20, 100 e 200 mg de P/L) elevou significativamente a produção de MS e os

teores de P no capim colonião. Tamassia et al. (1999), estudando três níveis de nitrogênio (42,

210 e 378 mg de N/L) e de enxofre (32, 48 e 80 mg de S/L) no estabelecimento e perfilhamento

do cultivar Tanzânia, observaram que ocorreu maior perfilhamento e resultou em maior

produção de MS no primeiro corte; Paulino et al. (1998), trabalhando com cultivares de

Panicum, avaliaram os efeitos de doses de N (0, 80 e 160 kg de N/ha) e de P (0 e 200 kg de

P2O5/ha) na produção de forragem e teores de N, observando uma resposta positiva à adubação

nitrogenada em todos os cultivares, intensificada em presença de P; Lugão et al. (2001),

avaliando o efeito da adubação nitrogenada (0, 150, 300 e 450 kg N/ha/ano) na taxa de acúmulo

de matéria seca, na produção total de MS e na eficiência de utilização do N, do acesso BRA-

006998 de Panicum maximum Jack, observaram que houve resposta à adubação nitrogenada,

obtendo-se a máxima produção (32.137 kg de MS/ha/200 dias) com 396 kg de N/ha.

A cultivar Tanzânia da espécie Panicum maximum Jack. foi lançada comercialmente em

1990, pelo Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte (CNPGC) da EMBRAPA. Apesar de

ser bastante difundida em todas as regiões pastoris do Brasil, suas características produtivas

ainda são pouco conhecidas (Santos et al., 1999), necessitando de estudos para melhor

determinar suas exigências quanto à fertilidade de solo e sua capacidade produtiva nas

diferentes regiões.

O objetivo foi avaliar a produção de parte aérea e a extração de nutrientes do capim

Tanzânia (Panicum maximum Jack cv. Tanzânia-1) adubado com diferentes doses de N e P.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Escola Média de Agropecuária Regional da CEPLAC

– (EMARC), no Laboratório de Forragicultura e Pastagem, da Universidade Estadual do

Sudoeste da Bahia, UESB, Campus de Itapetinga, e no Laboratório da Seção de Fisiologia do

Centro de Pesquisa do Cacau CEPEC/CEPLAC no município, de Ilhéus-Bahia.

O município de Itapetinga situado na região Centro Sul da Bahia, está localizado a 150

18’ 14 “de latitude Sul e 400 12’ 10” de longitude, com altitude média de 268 m. O clima é do

tipo “Cw” Mesotérmico úmido e sub úmido, quente com inverno seco, pela classificação de

Köppen, com verão quente e chuvoso, que vai de outubro a março e período seco e frio, com

menores índices pluviométricos, indo de abril a setembro. Os dados meteorológicos referentes à

precipitação, à s temperaturas máxima e mínima, e à evaporação durante o período experimental

foram fornecidos pela Estação de Climatologia do Centro de Pesquisa do Cacau, situada a 500

m da área experimental, e são apresentados na Figura 1.

Em dezembro de 2001 foram coletadas amostras de solo, à profundidade de 0 a 20 cm,

conforme recomendação da Cantarutti et al. (1999a), para análises química e física. O solo do

local é classificado texturalmente como Franco Argilo Arenoso com as seguintes características

químicas: pH em H2O = 5,8; matéria orgânica = 41 g/dm3; fósforo (mehlich) = 12 mg/dm3;

potássio = 0,26 cmolc/dm3; cálcio = 6,6 cmolc/dm3; magnésio = 1,6 cmolc/dm3; hidrogênio +

alumínio = 3,1 cmolc/dm3; alumínio = 0,1 cmolc/dm3; CTC = 11,5 cmolc/dm3; e V = 73%. As

características físicas apresentaram a seguinte proporção: 32% de argila, 21% de areia grossa,

31% de areia fina e 16% de silte.

O experimento foi conduzido em uma área de pastagem já implantada de Panicum

maximum Jack. cv. Tanzânia-1 e, de acordo com a análise de solo, não houve necessidade de

calagem nem de potassagem.

Foi utilizado esquema fatorial 4 x 3, sendo quatro doses de N (0, 100, 200 e 300 kg de

N/ha/ano), na forma de sulfato de amônio, e três doses de P (0, 50 e 100 kg de P2O5/ha/ano), na

forma de superfosfato simples. O experimento foi constituído de 12 tratamentos, distribuídos

em delineamento inteiramente casualizado, com três repetições, totalizando 36 parcelas

experimentais. As parcelas mediam 3 x 4 m (12 m2) . Foram realizados três cortes a 40 cm do

solo, a cada 28 dias. Após cada corte foi realizada adubação conforme os tratamentos. A área

total das parcelas ocupou 774 m2, onde foram feitos corredores com 0,5 m entre cada parcela,

com bordaduras.

Figura 1 –

Precipitação e evaporação acumulada (coluna) e temperatura média (linha)

durante o período de experimental, de janeiro a abril de 2002.

Figure 1 – Accumulated rainfall and evaporation (column) and medium temperature (line) during

the experimental period, from January to April of 2002.

0

50

100

150

200

250

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Semanas

Pre

cip

itação e

Evapora

ção (

mm

)

22,5

23

23,5

24

24,5

25

25,5

26

26,5

27

Tem

pera

tura

(°C

)

Precipitação Evaporação Temperatura

O experimento teve início em 03 de fevereiro de 2002, época em que ocorreu o corte de

uniformização, a 40 cm do solo, em todas as parcelas, sendo o material cortado retirado da área.

Logo após, foi feita a primeira adubação das parcelas. Após 28 dias, realizou-se o primeiro corte

para coleta de material para análise. O último corte realizou-se em 27 de abril de 2002. A

segunda e a terceira adubações foram realizadas após cada corte respectivo.

Após cada corte, todo material coletado de cada parcela foi pesado e, em seguida,

foram retiradas amostras representativas da parte aérea, devidamente identificadas, que foram

levadas para o laboratório, sendo colocadas em estufa de ventilação forçada de ar a 60oC por 72

horas para a realização da pré-secagem. Uma outra amostra foi retirada para realizar a separação

de haste e folha, objetivando a determinação da relação folha/haste. Quando da realização do

terceiro e último corte, todas as amostras pré-secas, de suas respectivas repetições, foram

misturadas e homogeneizadas, de acordo com a produção encontrada em cada corte, originando

assim uma amostra composta de cada parcela experimental, nos três cortes.

Foram avaliadas as produções totais de matéria verde (MV), de matéria seca (MS), de

proteína bruta (PB), de nutrientes digestíveis totais (NDT) da parte aérea, bem como os teores

de cálcio (Ca), fósforo (P) e magnésio (Mg). As análises foram realizadas conforme

procedimento descrito por Silva & Queiroz (2002). A estimativa dos teores de NDT das

forragens, para determinação da produção de NDT, foi calculada a partir da equação de

regressão sugerida por Cappelle et al. (2001), Y = 83,79-0,4171 FDN (R2 =0,82; P<0,01).

As análises de P foram feitas pelo método colorimétrico, segundo Fiske & Subbarow

(1925), e as de Ca e Mg pelo espectrofotômetro de absorção atômica (Fick et al., 1979).

Os dados foram submetidos à Análise de Variância e de Regressão, sendo os modelos

escolhidos com base na significância dos parâmetros pelo teste “t” e o coeficiente de

determinação. Utilizou-se o programa computacional SAEG – Sistema de Análises Estatísticas

e Genéticas (Ribeiro Júnior, 2001).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Produção de Matéria Verde

Na Tabela 1 estão apresentadas às médias de produção de matéria verde (MV), em t/ha,

da parte aérea do capim Tanzânia, para as diferentes doses de N e P.

Não houve interação (P>0,05) entre os fatores N e P. Verificou-se efeito linear positivo

(P<0,01) de doses de N e doses de P, para produção de MV da parte aérea da gramínea (Figura

2).

O efeito das doses de P não foi mais intenso, provavelmente devido à quantidade de P

(12 mg/dm3), aliada ao percentual de argila (32%) e de matéria orgânica (41 g/dm3) presentes no

solo onde foi realizado o experimento. A disponibilidade de P nos solos é afetada pela adsorção,

imobilização e mineralização do P orgânico (Haag, 1985). A mineralização pode ser

considerada como o principal fator no controle da disponibilidade de P para as plantas, devido a

mineralização do P orgânico ser realizada por enzimas (fosfatases), que são produzidas por

plantas e, principalmente, por microrganismos, contribuindo para o aumento da concentração de

P inorgânico disponível às plantas (Raij, 1991).

A produção de MV aumentou com o incremento das doses de P e de N, evidenciando a

resposta da planta forrageira à adubação com estes nutrientes. Verificou-se que, quando foram

usadas doses de P2O5 de 0,50 e 100 kg/ha, as produções foram de 25,6, 26,8 e 28,9 t/ha,

respectivamente. A mesma tendência foi observada com a adubação nitrogenada, verificando-se

também aumento da produção. As médias encontradas foram de 18,4, 24,9, 29,8 e 35,3 t/ha,

com doses de 0, 100, 200 e 300 kg de N/ha, respectivamente, evidenciando diferenças entre as

médias quando foram utilizadas doses crescentes de N, como pode ser verificado pela equação

de regressão. As gramíneas tropicais têm alta capacidade fotossintética, usam água

eficientemente e respondem ao N com altas taxas de crescimento (Fernandes & Rossiello,

1986).

Tabela 1 –

Produção de matéria verde (MV), em t/ha, de capim Tanzânia em três cortes,

adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N)

Table 1 – Green matter (GM) production, in t/ha, of Tanzânia grass in three cuts, fertilized with

different phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses.

Dose de N (kg/ha)

Dose of N (kg/ha)

0 100 200 300

Dose de P2O5 (kg/ha)

Dose of P2O5 (kg/ha)

Produção MV (t/ha)

Média

Mean

0 17,3 23,0 29,2 32,9 25,6

50 18,1 23,1 29,9 36,3 26,8

100 19,9 28,6 30,4 36,7 28,9

Média

Mean

18,4 24,9 29,8 35,3

CV (%) 14,1

97,0,**0330875,0**0555489,01411,17ˆ 2=++= RxPxNY

Figura 2 –

Figure 2 –

Produção de matéria verde (MV) de capim Tanzânia em três cortes, adubado

com diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N).

Green matter (GM) production of Panicum maximum in three cuts, fertilized with

different phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses.

O rendimento máximo de produção de MV observado foi verificado quando se adubou

com as doses máximas de N (300 kg N/ha) e P (100 kg P2O5/ha), obtendo-se 40,4 t de MV/ha

em três cortes. A produção média do experimento foi de 9,03 t de MV/ha, a cada 28 dias. Este

valor de produtividade está abaixo da média encontrada por Santos et al. (2003), que foi de 25,0

t/ha, justificado provavelmente pelo maior intervalo de corte utilizado por esses autores (35

dias), além de utilizar 60 kg de N/ha e 30 kg de P2O5/ha, após cada corte, e a tecnologia de

irrigação, não deixando proporcionar em nenhum momento déficit hídrico, favorecendo assim a

recuperação da planta, após o corte, por meio de uma rebrota vigorosa.

Produção de Matéria Seca

A produção média de matéria seca (MS) do capim Tanzânia, em função das doses de N

e de P, cortado com 28 dias de crescimento, durante o período de verão/outono, são mostradas

na Tabela 2.

Não houve interação (P>0,05) entre os fatores N e P, para a variável produção de (MS)

em t/ha. Verificou-se efeito linear crescente (P<0,01) das doses de N e de P, sobre a produção

de MS da parte aérea da gramínea (Figura 3).

Nas regiões de clima tropical, com condições edafoclimáticas favoráveis, o crescimento

vegetal é bastante intenso e, mesmo em solos ricos em matéria orgânica, a liberação de N é

insuficiente para atender a demanda das gramíneas. De acordo com Werner (1984), o N

influencia a densidade de perfilhos e conseqüentemente na produção de MS (Gomide, 1997).

Por isso, normalmente, as plantas respondem à adubação nitrogenada, proporcionando maiores

produções de forragem.

A produção de MS aumentou com o incremento das doses de P e de N. Verificou-se

que, quando foram usadas doses de P2O5 de 0,50 e 100 kg/ha, as produções foram de 6,5, 6,8 e

7,4 t/ha, respectivamente. Houve aumento de 13,8% da menor para a maior dose de P2O5.

Resultados inferiores aos encontrados por Dias et al. (2005), que, avaliando os efeitos de fontes

de P sobre a qualidade de massa de forragem do capim Mombaça (Panicum maximum Jack. cv.

Mombaça), adubado com 140 kg/ha de P2O5, encontraram produções de massa de forragem

variando de 4,8 a 6,4 t de MS/ha/corte. Provavelmente isso ocorreu por este experimento ser

realizado no início da estação do verão, na qual observa, normalmente, as maiores produções de

forragens durante o ano.

A mesma tendência foi observada com a adubação nitrogenada, verificando-se, também,

aumento da produção. As médias encontradas foram de 4,8, 6,4, 7,8 e 8,6 t/ha, com doses de 0,

100, 200 e 300 kg de N/ha, respectivamente, evidenciando diferenças entre as médias quando

foram utilizadas doses crescentes de N (Figura 3). Esses resultados estão próximos dos obtidos

por Cano et al. (2004), que, trabalhando com pastagens de capim Tanzânia, durante o período de

verão, manejadas em quatro alturas do dossel forrageiro (20, 40, 60 e 80 cm) e adubadas com

250 kg de N/ha, obtiveram produção média de massa de forragem verde (MFV) de 2,98 t/ha, em

cada corte, na altura de 40 cm.

Os resultados médios encontrados por Gerdes et al. (2000) foram inferiores aos deste

trabalho, visto que a produção de MS para o cultivar Tanzânia, adubado com 100 kg de N e 60

kg de K, cortado aos 35 dias de idade e com resíduo de 15 cm, foi de 2,88 e 2,35 t/ha, para as

estações verão e outono, respectivamente. Já os resultados encontrados por Souza et al. (2005)

foram superiores, demonstrando produção média de 3,6 t/ha, em cada corte, no cv. Tanzânia,

cortado com 25 a 30 cm de altura, a cada 30 a 35 dias de crescimento, durante o período de

outubro a março, adubado com 300 kg de N/ha; também os obtidos por Santos et al., (2003),

5,23 t/ha, provavelmente em decorrência de maiores doses de fertilizantes (N e P) e pela

utilização da irrigação durante todo o período experimental; e por Quadros et al. (2002), que

levaram em consideração a produção de MS no nível do solo.

Provavelmente, os resultados de produção de MS do presente trabalho poderiam ser

superiores se as condições climáticas, principalmente a precipitação e a evaporação, fossem

mais favoráveis (Figura 1). Apenas nas quatro primeiras semanas de realização do experimento,

houve saldo positivo de água no solo. No entanto, foi observado um balanço negativo de água

no solo, principalmente no último corte, que veio interferir negativamente na produção de MS

daquele período avaliado.

Tabela 2 –

Table 2 –

Produção de matéria seca (MS), em t/ha, de capim Tanzânia em três cortes,

adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N)

Dry matter (DM) production, in t/ha, of Tanzânia grass in three cuts, fertilized

with different phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

Dose de N (kg/ha)

Dose of N (kg/ha)

0 100 200 300

Dose de P2O5 (kg/ha)

Dose of P2O5 (kg/ha)

Média

Mean

0 4,5 5,8 7,6 8,1 6,5

50 4,7 6,1 7,7 8,6 6,8

100 5,2 7,1 8,1 9,1 7,4

Média

Mean

4,8 6,4 7,8 8,6

CV (%) 12,4

97,0,**0086739,0**0129585,052669,4ˆ 2=++= RxPxNY

Figura 3 –

Figure 3 –

Produção de matéria seca (MS) de capim Tanzânia em três cortes, adubado com

diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N).

Production of dry matter (DM) of Panicum maximum in three cuts, fertilized

with different phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses.

Relação Folha/Haste

Não se observou efeito (P>0,05) das doses de N e de P para a relação folha/haste do

capim Tanzânia, cortado a cada 28 dias. Entretanto, a participação de lâminas foliares aumentou

com o incremento da dose de N, passando a relação de 3,3 (equivalente a 76,7% de folhas), para

a dose de 0 kg de N/ha, para 4,1 (80,4% de folhas), para a dose de 300 kg de N/ha (Tabela 3).

Valores semelhantes foram encontrados por Jank (1995), que, trabalhando no

melhoramento e seleção de variedades do gênero Panicum, relatou que a percentagem de

lâminas foliares do cv. Tanzânia foi de 80%, e por Gerdes et al. (2000), os quais, avaliando

diversas forrageiras, que além da calagem e adubação de plantio e cobertura com NPK,

receberam mais uma adubação nitrogenada (100 kg de N/ha) e potássica (60 kg de K2O/ha),

cortadas aos 35 dias de crescimento, nas quatro estações do ano, observaram, no cv. Tanzânia, o

percentual de 81,67% de lâminas foliares no verão.

Porém foram superiores às médias encontradas por Mattos et al. (2005), que, avaliando

a densidade populacional de perfilhos e a percentagem de lâminas foliares de dois cultivares de

Panicum maximum Jacq. (Aruana e Tanzânia) submetidos a duas doses de N (150 e 300 kg de

N/ha) encontraram um percentual de 62,4 e 60% para os períodos de verão e outono,

respectivamente, provavelmente devido ao corte das forrageiras avaliadas ser realizado a 5 cm

do solo. Também foram superiores aos resultados obtidos por Cano et al. (2004), que,

trabalhando com pastagens de capim Tanzânia, durante o período de verão, manejada em quatro

alturas do dossel forrageiro (20, 40, 60 e 80 cm) e adubada com 250 kg de N/ha, observaram um

percentual de 61,46% de lâminas foliares, na altura de 40 cm, aos 28 dias de crescimento,

concluindo que o manejo desse capim nas alturas de 40 a 60 cm apresenta as melhores respostas

de componentes morfológicos, propiciando produção de forragem com melhor qualidade; por

Santos et al. (1999), que encontraram relação folha/haste para o cv. Tanzânia, durante o período

de setembro a maio, de 1,00 (50,0%) a 1,42 (58,7%), realizando cortes rentes ao chão, com uma

freqüência de pastejo com intervalos de 28 dias e adubado com 400 kg de N/ha/ano, resultados

considerados, pelos autores, como inegavelmente baixos, concluindo que se deve trabalhar com

freqüências de pastejo mais elevadas, a fim de controlar o desenvolvimento das hastes do

cultivar avaliado; e por Quadros et al. (2002), que, avaliando os efeitos de quatro doses

combinadas de NPK (padrão de 145; 21,6 e 180 kg/ha de N, P2O5 e K2O, respectivamente,

decréscimo de 30% e acréscimos de 30 e 60% da dose padrão) sobre os componentes da

produção em pastagens dos cultivares Tanzânia e Mombaça, manejadas com 28 dias de

descanso e com altura média de 30 cm de resíduo, encontraram, na média, 51% de lâminas

foliares para o cv. Tanzânia.

Os resultados observados neste trabalho justificam-se principalmente pela localização

do experimento, permitindo que as condições climáticas, aliadas à reposição de nutrientes,

interferissem no crescimento da planta forrageira, reduzindo a taxa de alongamento de hastes,

aliada à elevada taxa de alongamento de folhas (Santos, 1997), principalmente nos primeiros

dois cortes efetuados ainda na estação do verão. O percentual de folhas não foi maior devido ao

último corte ser realizado no início da estação de outono, coincidindo com o início do

florescimento do capim Tanzânia, tendo como consequência uma menor relação folha/haste.

Mesmo considerando-se os colmos importantes para o rápido crescimento da pastagem (Corsi,

1988), a sua elevada participação pode limitar o consumo, além de as folhas normalmente

apresentarem melhor valor nutritivo do que as hastes, proporcionando uma forragem de melhor

qualidade para os animais ruminantes.

Tabela 3 –

Table3 –

Relação folha/haste de capim Tanzânia em três cortes, adubado com diferentes doses

de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N)

Stem/leaf relation of Tanzânia grass in three cuts, fertilized with different

phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

Dose de N (kg/ha)

Dose of N (kg/ha)

0 100 200 300

Dose de

P2O5 (kg/ha)

Dose of

P2O5

(kg/ha)

Relação F/H

Média

Mean

Equação de

regressão

Regression

equation

0 3,6 3,3 3,9 4,2 3,8

50 3,1 3,6 3,9 3,9 3,6

100 3,1 3,0 3,9 4,1 3,5

Média

Mean

3,3 3,3 3,9 4,1 ns

CV (%) 22,9

Produção de Proteína Bruta

Os resultados encontrados para produção de PB, em kg/ha, da parte aérea do capim

Tanzânia são apresentados na Tabela 4. A variável não apresentou interação (P>0,05) em

função das doses dos nutrientes N e P. Verificou-se efeito linear crescente (P<0,01) para as

doses de N e P na produção de PB (Figura 4). As médias de produção de PB, em função das

doses de N, foram 422, 579, 810 e 1.040 kg/ha, para 0, 100, 200 e 300 kg de N/ha,

respectivamente. As médias de produção em relação à adubação fosfatada foram de 650, 704 e

784 kg de PB/ha, para as doses de 0, 50 e 100 kg/ha de P2O5, respectivamente.

O N é considerado o nutriente que apresenta maior limitação para a produtividade das

gramíneas. Para Werner (1994), é o principal nutriente para manutenção da produtividade das

gramíneas forrageiras, sendo o principal constituinte das proteínas que participam ativamente da

síntese dos compostos orgânicos que formam a estrutura vegetal. As cadeias de aminoácidos das

proteínas são formadas pela conversão do N inorgânico em formas disponíveis para as plantas,

que estão envolvidas na estrutura da clorofila, do ATP, DNA e RNA.

Tabela 4 –

Table 4 –

Produção de proteína bruta (PB), em kg/ha, de capim Tanzânia, em três cortes,

adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N)

Crude protein (CP) production, in kg/ha, of Tanzânia grass, in three cuts, fertilized

with different phosphorus (P2O5) and of nitrogen (N) doses

Dose de N (kg/ha)

Dose of N (kg/ha)

0 100 200 300

Dose de P2O5 (kg/ha)

Dose of

P2O5

(kg/há)

Produção de PB (kg/ha)

Média

Mean

0 402 527 744 927 650

50 415 563 790 1.049 704

100 448 646 897 1.143 784

Média

Mean

422 579 810 1.040

CV (%) 12,6

98,0,**33682,1**08648,2893,332ˆ 2=++= RxPxNY

Figura 4 –

Figure 4 –

Produção de proteína bruta (PB) de capim Tanzânia em três cortes, adubado com

diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N).

Crude protein (CP) production of Panicum maximum in three cuts, fertilized with

different phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses.

Produção de Nutrientes Digestíveis Totais

Não houve interação (P>0,05) para a variável produção de nutrientes digestíveis totais

(NDT), em kg/ha, em função das doses de N e P. A produção de NDT apresentou

comportamento linear positivo (P<0,01) em respostas às doses de N e de P (Figura 5). As

médias de produção, em função das doses de N, foram de 2.497, 3.373, 4.135 e 4.633 kg/ha,

para 0, 100, 200 e 300 kg de N/ha, respectivamente (Tabela 5), proporcionando uma diferença

de 80% entre a média do tratamento não adubado e a daquele que recebeu dose máxima do

adubo nitrogenado.

As médias de produção, em função das doses de P, foram 3.458, 3.583 e 3.939 kg/ha,

para 0, 50 e 100 kg de P2O5/ha, respectivamente.

Tabela 5 – Produção de NDT, em kg/ha, de capim Tanzânia, em três cortes, adubado com

diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N)

Table 5 – TDN production, in kg/ha, of Tanzânia grass, in three cuts, fertilized with different

phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

Dose de N (kg/ha)

Dose of N (kg/ha)

0 100 200 300

Dose de P2O5 (kg/ha)

Dose of P2O5 (kg/ha)

Produção de NDT (kg/ha)

Média

Mean

0 2334 3104 4013 4379 3458

50 2416 3249 4077 4589 3583

100 2741 3766 4316 4932 3939

Média

Mean

2497 3373 4135 4633

CV (%) 12,1

98,0,**81301,4**17139,745,2343ˆ 2=++= RxPxNY

Figura 5 –

Figure 5 –

Produção de NDT, em kg/ha, de capim Tanzânia em três cortes, adubado com

diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N).

TDN production, in kg/ha, of Panicum maximum in three cuts, fertilized with

different phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses.

Extração de Cálcio, Fósforo e Magnésio

As extrações de cálcio (Ca), fósforo (P) e magnésio (Mg), (kg/ha), do capim Tanzânia,

em função das doses de N e de P, cortado com 28 dias de crescimento, durante o período de

verão/outono, podem ser verificadas nas Tabelas 6, 7 e 8, respectivamente.

Não houve interação (P>0,05) para a variável extração de Ca. Verificou-se efeito linear

crescente (P<0,01) das doses de N e de P (Figura 6). As médias de extração de Ca da parte aérea

foram de 21,6, 27,2, 30,1 e 34,5 kg/ha, quando se utilizou as doses de 0, 100, 200 e 300 kg de

N/ha, respectivamente, e médias de 26,6, 27,5 e 30,9 kg/ha, para as doses crescentes de P2O5/ha

(Tabela 6). Esses resultados estão diretamente relacionados com o aumento de produção de

massa de forragem da gramínea, em função das doses de N, incrementadas com a adubação

fosfatada utilizada, e estão de acordo com os resultados verificados por Primavesi et al. (2004),

que, trabalhando com capim coastcross (Cynodon dactylon cv. Coastcross), observaram

extrações crescentes de Ca em função dos adubos (nitrato de amônio e uréia) e das doses de N

utilizadas (0, 125, 250, 500 e 1.000 kg de N/ha). Os valores observados foram de 15, 33, 52, 66

e 73 kg/ha, para as doses respectivas, quando utilizou o adubo nitrato de amônio, e de 15, 27,

38, 54 e 67 kg/ha de Ca, quando o adubo utilizado, como fonte nitrogenada, foi à uréia.

O Ca tem grande importância no desenvolvimento das raízes, na formação da estrutura

da planta e, também, no metabolismo do N (Werner, 1994).

Tabela 6 –

Table 6 –

Extração de cálcio (Ca), em kg/ha, de capim Tanzânia em três cortes, adubado

com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N)

Calcium (Ca) extraction, in kg/ha, of Tanzânia grass, in three cuts, fertilized

with different phosphorus (P2O5) and of nitrogen (N) doses

Dose de N (kg/ha)

Dose of N (kg/ha)

0 100 200 300

Dose de P2O5 (kg/ha)

Dose of P2O5 (kg/ha)

Extração de Ca (kg/ha)

Média

Mean

0 20,7 26,2 27,1 32,2 26,6

50 19,7 26,2 30,7 33,6 27,5

100 24,4 29,1 32,5 37,8 30,9

Média

Mean

21,6 27,2 30,1 34,5

CV (%) 14,2

95,0,**0438361,0**0417525,0893,19ˆ 2=++= RxPxNY

Figura 6 –

Figure 6 –

Extração de cálcio (Ca), em kg/ha, de capim Tanzânia em três cortes, adubado

com diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N).

Calcium (Ca) extraction, in kg/ha, of Tanzânia grass, in three cuts, fertilized

with different phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses.

Em relação ao P, observou-se efeito (P>0,05) das doses de N e P para a extração desse

mineral (Figura 7). A extração aumentou com o incremento de doses de N e P, passando de 15,0

kg/ha, quando não se utilizaram dosagens de N e P2O5, para 22,0 kg/ha quando as dosagens de N

e P2O5 foram de 300 e 100 kg/ha, respectivamente (Tabela 7).

Tabela 7 –

Table 7 –

Extração de fósforo (P), em kg/ha, de capim Tanzânia em três cortes, adubado com

diferentes doses de fósforo (P2O5) e nitrogênio (N)

Phosphorus (P) extraction, in kg/ha, of Tanzânia grass, in three cuts, fertilized

with different phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses

Dose de N (kg/ha)

Dose of N (kg/ha)

0 100 200 300

Dose de P2O5 (kg/ha)

Dose of P2O5 (kg/ha)

Extração de P (kg/ha)

Média

Mean

0 15,0 13,7 16,8 16,9 15,6

50 14,3 16,7 17,8 18,2 16,8

100 17,3 20,3 18,5 22,0 19,6

Média

Mean

15,5 16,9 17,7 19,0

CV (%) 11,2

81,0,**0396373,0**0113268,06243,13ˆ 2=++= RxPxNY

Figura 7 –

Figure 7 –

Extração de fósforo (P), em kg/ha, de capim Tanzânia em três cortes adubado

com doses crescente de nitrogênio (N).

Phosphorus (P) extraction, in kg/ha, of Tanzânia grass, in three cuts fertilized

with different phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses.

Não houve interação (P>0,05) para a variável extração de Mg. Verificou-se efeito linear

crescente (P<0,01) das doses de N e de P (Figura 8). As médias de extração de Mg da parte

aérea foram de 15,2, 19,2, 23,0 e 27,1 kg/ha (Tabela 8), quando se utilizou as doses de 0, 100,

200 e 300 kg de N/ha, respectivamente, e de 19,6, 20,9 e 22,8 kg/ha, para as doses de 0, 50 e

100 kg de P2O5/ha, respectivamente, corroborando o trabalho realizado por Primavesi et al.

(2004), que observaram extração crescente de Mg, em função das doses de N. O Mg tem sua

principal importância como componente da clorofila, a responsável pela fotossíntese, que é o

principal fator no crescimento dos vegetais (Werner, 1994).

Tabela 8 –

Table 8 –

Extração de magnésio (Mg), em kg/ha, de capim Tanzânia em três cortes,

adubado com diferentes doses de fósforo (P2O5) e de nitrogênio (N).

Magnesium (Mg) extraction, in kg/ha, of Tanzânia grass, in three cuts, fertilized

with different phosphorus (P2O5) and of nitrogen (N) doses.

Dose de N (kg/ha)

Dose of N (kg/ha)

0 100 200 300

Dose de P2O5 (kg/ha)

Dose of P2O5 (kg/ha)

Extração de Mg (kg/ha)

Média

Mean

0 14,4 17,5 22,6 23,9 19,6

50 15,1 17,4 23,2 28,0 20,9

100 16,0 22,7 23,1 29,5 22,8

Média

Mean

15,2 19,2 23,0 27,1

CV (%) 16,2

94,0,**0323222,0**0396428,05616,13ˆ 2=++= RxPxNY

Figura 8 –

Figure 8 –

Extração de magnésio (Mg), em kg/ha, de capim Tanzânia em três cortes

adubado com doses crescente de nitrogênio (N).

Magnesium (Mg) extraction, in kg/ha, of Tanzânia grass, in three cuts, fertilized

with different phosphorus (P2O5) and nitrogen (N) doses.

4. CONCLUSÕES

Doses crescentes de nitrogênio e fósforo resultaram em maiores produções de matéria

verde, matéria seca, proteína bruta e nutrientes digestíveis totais, com efeito linear, da parte

aérea do cultivar Tanzânia, cortado aos 28 dias de idade. Porém, comparativamente, o

nitrogênio proporcionou maior incremento dessas características.

A adubação nitrogenada e fosfatada propiciou, de forma linear, maiores extrações de

cálcio, fósforo e magnésio, não interferindo na relação folha/haste.

Em função dos resultados observados, é recomendável a adubação nitrogenada e

fosfatada do capim Tanzânia nos maiores níveis utilizados neste trabalho, ou seja, 300 kg de N e

100 kg de P2O5/ha/ano. Entretanto, novos estudos devem ser realizados para determinar as

exigências quanto à fertilidade de solo, principalmente em relação ao nutriente nitrogênio, e à

capacidade produtiva do cultivar Tanzânia na Região Sudoeste da Bahia.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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