adubação nitrogenada, potássica e orgânica sobre o...
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Universidade Federal da Paraíba
Centro de Ciências Agrárias
Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Adubação nitrogenada, potássica e orgânica sobre o crescimento e nutrição do
figo Roxo de Valinhos na Paraíba
João Paulo da Silva Macêdo
Areia – PB
2008
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JOÃO PAULO DA SILVA MACÊDO
Adubação nitrogenada, potássica e orgânica sobre o crescimento e nutrição do
figo Roxo de Valinhos na Paraíba
iii
Adubação nitrogenada, potássica e orgânica sobre o crescimento e nutrição do
figo Roxo de Valinhos na Paraíba
JOÃO PAULO DA SILVA MACÊDO
Profa. Dra. REJANE MARIA NUNES MENDONÇA
- Orientadora -
Dissertação apresentado ao Programa de
Pós-graduação em Agronomia do Centro de
Ciências Agrárias, Campus II da
Universidade Federal da Paraíba, como
parte integrante dos requisitos para obtenção
do título de Mestre em Agronomia.
Areia – PB
2008
Ficha Catalográfica Elaborada na Seção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial de Areia-PB, CCA/UFPB. Bibliotecária: Elisabete Sirino da Silva CRB. 4/905
M141a Macêdo, João Paulo da Silva
Adubação nitrogenada, potássica e orgânica sobre o crescimento e nutrição do figo Roxo de Valinhos na Paraíba./ João Paulo da Silva Macêdo – Areia- PB: UFPB/CCA, 2008.
55f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Federal da Paraíba-Centro de Ciências Agrárias, Areia, 2008.
Bibliografia Orientadora: Rejane Maria Nunes Mendonça
1. Figo roxo- adubação nitrogenada. 2. Figo roxo-adubação potássica.3. Figo roxo-crescimento- nutrição. 4. Figo roxo-adubação orgânica. 5. Ficus carica L. I. Rejane Maria Nunes Mendonça (Orientadora) II. Título.
CDU: 634.37:631.82
v
Adubação nitrogenada, potássica e orgânica sobre o crescimento e nutrição do
figo Roxo de Valinhos na Paraíba
JOÃO PAULO DA SILVA MACÊDO
Aprovada em: 30 de junho de 2008
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Profa. Dra. Rejane Maria Nunes Mendonça
DF/CCA/UFPB Orientadora
_________________________________________
Profa. Dra. Vilma Marques Ferreira
CECA/UFAL Examinadora
_________________________________________
Prof. Dr. Lourival Ferreira Cavalcante
DSER/CCA/UFPB Examinador
vi
“Quanto mais aumenta o nosso conhecimento,
Mais evidente fica nossa ignorância”.
“Cada pessoa em sua existência pode ter duas atitudes: construir ou plantar. Os
construtores podem demorar anos em suas tarefas, mas um dia terminam aquilo
que começaram. Então param e ficam limitados por suas próprias paredes. A vida
perde o sentido quando a construção acaba.
Mas existem os que plantam. Estes às vezes sofrem com as tempestades, com as
intempéries e, raramente descansam. Mas ao contrário de um edifício, o jardim
jamais para de crescer. E ao mesmo tempo em que exige a atenção do jardineiro,
permite que, para ele, a vida seja um grande desafio”.
John F. Kennedy.
Sucesso...
O sucesso é algo que não se ganha, ele é conquistado quando a sinceridade, humildade e perseverança mora dentro de nós.
Regiane Moura Mendonça.
Leva tempo para se ter sucesso porque o sucesso é meramente a recompensa natural de se usar o tempo para se fazer bem qualquer coisa.
Joseph Ross
vii
OFEREÇO
Aos meus pais:
GENIVAL MEDEIROS DE MACÊDO e MARIA CÂNDIDA DA SILVA MACÊDO,
por terem me concebido a vinda ao mundo, pelos ensinamentos, responsabilidade, dedicação,
amor e carinho que depuseram em mim.
Aos meus segundos pais:
ELSON MARTINS DE FARIAS e NEUSA DE SOUTO FARIAS, por tudo que fizeram
e que fazem por mim.
Aos meus irmãos de convivência:
Elcilene de Souto Farias, Evandro de Souto Farias e Jerry Adriano de Souto Farias.
E ao meu sobrimho e a todas minhas sobrinhas.
Em especial:
Aos meus avôs, Francisco Pedro da Silva (in memoriam) e Luis Pedro da Silva (in
memoriam), e minhas avós, Basilia da Silva Macêdo e Josefa Antônia da Silva (in memoriam),
ao qual, em nome destes ofereço a todos os demais familiares.
E a todos que de forma direta ou indireta acreditaram, confiaram e contribuíram para que
esse sonho, com sacrifício e suor, fosse se concretizar.
DEDICO
A DEUS, por estar presente em todos os momentos, dando-me força para encarar e
vencer os obstáculos da vida, muito obrigado!
viii
AGRADECIMENTOS
Louvo a DEUS, por me conceder forças de chegar ao fim de mais uma caminhada árdua, mas
de conquista.
À professora Dra. Rejane Maria Nunes Mendonça pela Orientação e compreensão nos
momentos mais difíceis.
À professora Ph.D Silvanda de Melo Silva, pelo acolhimento, dedicação nos trabalhos
desenvolvidos e nas Orientações.
Ao professor Dr. Adaílson Pereira de Souza, pelo auxilio nas análises estatísticas deste
trabalho, dedicação e compreensão nas horas que o procurei.
Ao professor Dr. Walter Esfrain Perreira, pela pessoa de alto estima, dedicada e acessível a
todos os momentos que fora solicitada a sua ajuda.
Ao Mestre dos Mestres, professor Lourival Ferreira Cavalcante, pelas orientações científicas,
e amizade construída nesta longa caminhada.
À professora Vilma Marques Ferreira (UFAL), pela contribuição na correção deste trabalho.
À Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias, Campus II, professores e
funcionários, pelo acolhimento e contribuição do meu crescimento, muito obrigado.
Ao CNPq, pela concessão de bolsa de pesquisa/estudo, ao qual proporcionou
desenvolvimento de vários trabalhos científicos e suporte sócio-econômico ao longo do tempo de
Pós-graduação.
Ao Centro de Ciências Agrárias/UFPB, a EMEPA de Lagoa Seca-PB e a Escola Agrícola de
Sumé, os meus agradecimentos pela disponibilidade da área, material e auxilio de mão-de-obra
para o desenvolvimento deste trabalho. E a todos que de forma direta ou indireta contribuíram
para o desenvolvimento desta pesquisa, muito obrigado!
Aos amigos que contribuíram de forma direta, em especial Eliziete Pereira, Leonardo Elias,
Silvaney dos Santos, Mácio Moura, Cícero de Souza e Antônia Babosa, e a todos que de forma
indireta deram a sua contribuição, obrigado!
Aos colegas de Convivência da Casa do Mestrado/UFPB:
Anchieta Araújo, Carlos Jobson, Erlles Eder, Fabiano Moura, Geandson Viana, Jandiê
Araujo, Joel Maravilha, Mácio Moura, Nelson Vieira, Vinícius Campos.
A todos os colegas do CCA/UFPB/Areia, de Graduação e Pós-graduação, Professores e
funcionários, ao qual não vou citar para não cometer a falha de esquecer algum, valeu por
tudo!!!
ix
ÍNDICE
LISTA DE TABELAS ............................................................ Erro! Indicador não definido.xi
CAPÍTULO II ...................................................................................................................... .xi
CAPÍTULO III ..................................................................................................................... xii
LISTA DE FIGURAS......................................................................................................... xii
CAPÍTULO II ...................................................................................................................... .xi
CAPÍTULO III .................................................................................................................... .xii
CAPITULO I ............................................................................................................................ 1
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................. 2
1.1. Importância econômica da figueira......................................................................................2
1.2. Origem e distribuição geográfica.........................................................................................3
1.3. Características botânicas......................................................................................................4
1.4. Manejo da figueira...............................................................................................................4
1.4.1. Propagação.................................................................................................................4
1.4.2. Poda de formação e condução...................................................................................5
1.5. Nutrição de figueiras............................................................................................................7
1.5.1. Nitrogênio..................................................................................................................7
1.5.2. Potássio......................................................................................................................9
1.5.3. Estudo da relação N/K.............................................................................................10
1.5.4. Matéria Orgânico.....................................................................................................10
1.5.5. Diagnose foliar.........................................................................................................11
2. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 13
CAPITULO II......................................................................................................................... 18
RESUMO................................................................................................................................ 19
ABSTRACT............................................................................................................................ 20
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 21
2. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................ 22
2.1. Localização.................................................................................................................... 22
2.2. Plantio ........................................................................................................................... 22
2.3. Adubação....................................................................................................................... 23
2.4. Delineamento experimental............................................................................................ 23
x
2.5. Condução do experimento.............................................................................................. 24
2.6. Variáveis analisadas nas plantas..................................................................................... 25
2.7. Análise Estatística.......................................................................................................... 25
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 26
3.1. Diâmetro do caule.......................................................................................................... 26
3.2. Diâmetro do ramo secundário .................................................................................... 3026
3.3. Comprimento do ramo secundário......................................................................................28
3.4. Diâmetro do ramo terciário.................................................................................................30
5. CONCLUSÕES .................................................................................................................. 32
6. LITERATURA CITADA ................................................................................................... 33
CAPITULO III ....................................................................................................................... 35
RESUMO................................................................................................................................ 36
ABSTRACT............................................................................................................................ 37
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 38
2. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................ 40
2.1. Localização.................................................................................................................... 40
2.2. Delineamento experimental............................................................................................ 40
2.3. Plantio ........................................................................................................................... 41
2.4. Adubação....................................................................................................................... 42
2.5. Condução do experimento.............................................................................................. 42
2.6. Variáveis analisadas....................................................................................................... 43
2.6.1. No solo ....................................................................................................................... 43
2.6.1. 1. Fertilidade do solo................................................................................................... 44
2.6.2. Nas plantas.................................................................................................................. 44
2.6.2.1. Composição mineral................................................................................................. 44
2.7. Análise Estatística.......................................................................................................... 44
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 45
3.1. Fertilidade do solo ......................................................................................................... 45
3.2. Nutrição das Plantas....................................................................................................... 48
4. CONCLUSÕES .................................................................................................................. 52
5. LITERATURA CITADA ................................................................................................... 53
ANEXO................................................................................................................................... 16
xi
LISTA DE TABELAS
CAPITULO II Tabela 1. Dosagens de N e K2O utilizadas no experimento, em g planta-1 e equivalência em m-3
ha-1, parcelado em 6 vezes, para uma população de 1666 plantas ha-1........................ 24
CAPITULO III Tabela 1. Dosagens de N e K2O utilizadas no experimento, em g planta-1 e equivalência em m-3
ha-1, parcelado em 3 vezes, para uma população de 1666 plantas ha-1.................. ......41 Tabela 2. Atributos químicos do solo à profundidade de 0 – 20 cm, nas regiões de implantação
da figueira, e do composto orgânico antes da instalação dos experimentos.. .............. 43
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO II Figura 1. Crescimento do diâmetro do caule de plantas de figueira a partir da poda do ramo
principal durante 360 dias, adubado com composto orgânico (●__ __C.O), com 90 de N (■____N 90), com 150 g de N (▲-----N 150) e a testemunha (ж......Test.), nos municípios de Areia (A), Lagoa Seca (B) e Sumé (C), PB. ■; *; e ** significativo ao nível de 10; 5; e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F.....................................................................................................................................27
Figura 2. Crescimento do diâmetro do ramo secundário das plantas de figueira tratadas com 90
(____N90) e 150 g de N planta-1 (- - - - N150), com composto orgânico (90 dm-3 planta-1) e a testemunha, em função do período de desenvolvimento após a poda do ramo secundário, durante os 330 dias de avaliação nas três localidades. ■; *; e ** significativo ao nível de 10; 5; e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F................................................................................................................................... 28
Figura 3. Crescimento em comprimento secundário do ramo da figueira em função dos dias após
a poda do ramo principal durante 150 dias, no município de Areia (■___), Lagoa Seca (▲----) e de Sumé (●......), PB. ** significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F. ...................................................................................................................... 29
Figura 4. Comprimento do ramo da figueira em função das doses de K (30, 75, 120, 180, 225,
270 g planta-1), na presença de N (90 e 150 g planta-1) e para os tratamentos com composto orgânico (C.O.) e testemunha (Test.), implantados no estado da Paraíba. Não significativo para regressões; letras iguais nas colunas é não significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste t....................................................................................30
Figura 5. Crescimento do diâmetro dos ramos secundários 1 (A), 2 (B) e 3 (C) das plantas de
figueira em função da adubação potássica e do período de avaliação da poda do ramo principal durante 330 dias, após o cultivo da figueira, no estado da Paraíba. ** = significativo ao nível de 1% de probabilidade, pelo teste F...........................................31
xii
CAPÍTULO III Figura 1. pH (A) e hidrogênio mais alumínio (B), cálcio (C), magnésio (D) e cálcio mais
magnésio (E) no solo sob diferentes níveis de K (15, 38, 60, 90, 113 e 135 g planta-1) nas doses de N (▪ 45 e ▲----75 g planta-1), o composto orgânico (45 dm-3) e a testemunha, na Paraíba. Letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste t, ao nível de 5% de probabilidade..................................................................................... 46
Figura 2. Teores de matéria orgânica (A), fósforo (B) e potássio (C) nos solos da Paraíba sob
aplicação das doses de N (▪ 45 e ▲----75 g planta-1), doses de K (15, 38, 60, 90, 113 e 135 g planta-1) e de composto orgânico (45 dm-3), na cultura da figueira. * = significativo ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste F. Letras iguais na coluna não difere estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste t.. ........................ 47
Figura 3. Teores de N (A), de P (B) e de K (C) na matéria seca foliar de figueira sob diferentes
níveis de K (15, 38, 60, 90, 113 e 135 g planta-1) nas doses de N (▪ 45 e ▲----75 g planta-1) e de composto orgânico (45 dm-3), na Paraíba. ** = significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; letras iguais na coluna não diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade pelo teste t.. ............................................................ 49
Figura 4. Relação N/K na matéria seca foliar de figueira sob diferentes níveis de K (15, 38, 60,
90, 113 e 135 g planta-1) nas doses de N (▪ 45 e ▲----75 g planta-1) e de composto orgânico (45 dm-3), nos municípios de Areia (A), Lagoa Seca (B) e Sumé, PB (C). *= significativo ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste F; letras iguais não diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste t.......................................51
CAPITULO I
Adubação nitrogenada, potássica e orgânica sobre o crescimento e nutrição do
figo Roxo de Valinhos na Paraíba
2
1. REVISÃO DE LITERATURA
1.1. Importância econômica da figueira
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas frescas. O figo está entre as vinte
principais frutas exportadas pelo país e vem mantendo a terceira posição no ranking de volume
comercializado, entre as frutas de clima temperado. Os maiores importadores do figo brasileiro
são Holanda, França, Alemanha, Reino Unido, Bélgica, Suíça e Espanha (AMARO &
HARDER, 1999; FRANCISCO et al., 2005; IBRAF, 2007).
No ano de 2005, a área colhida de figo no Brasil foi de 3.007 ha com uma produção de
26.476 t, obtendo um rendimento médio de 8.804 kg ha-1, no qual o município de Valinhos-SP
responde por 24,32% da produção. Dentre os estados da federação, o Rio Grande do Sul, São
Paulo, Minas Gerais, Paraná, Ceará, Santa Carina, Rio de Janeiro e Goiás, participam com 37,7;
36,2; 19,6; 5,8; 0,3; 0,1; 0,1 e 0,1 % da produção, respectivamente (IBGE, 2006).
A exportação da produção de figo é vantajosa aos produtores brasileiros, não só pelas
melhores cotações obtidas, mas porque ocorre num período de excedente de oferta do produto no
mercado interno. Ao mesmo tempo, a colheita brasileira ocorre num período de entressafra da
produção de fruta fresca no mercado do hemisfério norte, e coincide com as festas natalinas,
época de maior consumo de frutas. Este fato permite atender bem aos exigentes consumidores
europeus, devido à oferta de frutos frescos (AMARO, 1997; PEREZ et al., 2003; IBRAF, 2007).
A produção do figo pode ser destinada tanto para a comercialização in natura quanto para
a industrialização. Para a indústria, o fruto meio maduro destina-se à produção do doce de figo,
figo seco e caramelado, tipo rami; o figo de vez, pode ser usado para o preparo de compotas e
figadas, enquanto os figos verdes são empregados para a produção de compotas e doces
cristalizados (FRANCISCO et al., 2005).
Uma das limitações à expansão do cultivo para o mercado in natura é a alta perecibilidade
da fruta no campo, devido às chuvas, e na pós-colheita, por podridões e desidratação, exigindo
mercado garantido e de comercialização rápida. A produção em ambiente protegido
correspondendo a 41 e 43 t ha-1, em plantas no segundo e terceiro anos de cultivo,
respectivamente, conduzidas com 8 a 12 ramos no espaçamento de 1,50 x 1,90 m, representa o
acréscimo médio de 40% em relação aos máximos rendimentos obtidos em cultivo a céu aberto,
no Brasil, além de evitar as podridões e rachaduras nos frutos (NIENOW et al., 2006). Portanto,
a introdução desta cultura em regiões do Nordeste, pode ser uma alternativa a um período
3
produtivo prolongado e frutos com melhor qualidade, sem a necessidade de estruturas
complexas.
Uma característica dessa cultura é a utilização da mão-de-obra familiar, média de 6
pessoas por unidade produtiva agrícola, bem como trabalhadores permanentes, em média 5
pessoas por unidade de produção agrícola. Cerca de 76% das unidades de produção agrícola que
cultivam figo se encontram em imóveis do tamanho de 2 a 20 ha. Verifica-se que 60% dessa área
encontram-se em pomares de tamanho até 5 ha (CATI, 2003; FRANCISCO et al., 2005).
1.2. Origem e distribuição geográfica
A figueira (Ficus carica L.) é oriunda da África (Sul da Arábia), de onde foi difundida
para a Europa e, posteriormente, para a América, sendo uma das mais antigas fruteira cultivadas.
A cultura foi introduzida no Brasil a partir de 1532, mas somente a partir do século XX, com a
introdução de grande número de variedades, esta frutífera começou a se expandir, sendo que sua
importância econômica no Estado de São Paulo se deu nos últimos sessenta anos (AMARO,
1972).
Atualmente a figueira é cultivada em grande escala, do Ceará ao Rio Grande do Sul,
principalmente nos Estados do Rio Grande Sul, São Paulo, Minas Gerais, Paraná (IBGE, 2006).
Essa frutífera é cultivada nas regiões subtropicais temperadas, mas tem grande capacidade de
adaptação climática (CRUZ, 1982). Com base na seleção de localidade e técnicas de manejo
adequadas, há possibilidades de cultivar a figueira no Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas e Sergipe (GOMES, 1989).
Segundo Pereira (1981), Antunes et al. (1997) e Chalfun et al. (1998), a figueira exige
clima quente e alta luminosidade no período vegetativo para se obter altos rendimentos. Nienow
et al. (2006) constataram que a fase de maior crescimento vegetativo e emissão de frutos ocorre
em dias mais longos e quentes, favorecendo a atividade fotossintética e a frutificação. De acordo
com o clima e o sistema de cultivo, a planta produz, anualmente, uma a duas safras (CAETANO
et al., 2006).
No litoral do Sudeste e do Nordeste e Norte, quente e chuvoso, a figueira é muito
susceptível a broca. Suporta bem e produz nas regiões semi-úmidas, sub-úmida e semi-árido
(GOMES, 1989). De acordo com Resende et al. (1994), a região semi-árida com irrigação é
favorável ao cultivo da figueira, tendo em vista que a frutificação ocorre de forma escalonada,
em talhões diferentes, o ano inteiro produzindo frutos na entressafra.
4
1.3. Características botânicas
O gênero Ficus pertence à família Moraceae e abrange aproximadamente 1.000 espécies,
originária da região Arábica Mediterrânea, apresenta folhas caducas que caem no outono-
inverno. Esta se desenvolve melhor nas regiões subtropicais temperadas, mas é de
comportamento cosmopolita, com grande capacidade de adaptação climática (PIO et al., 2007).
O sistema radicular das plantas é superficial, com cerca de 50% das raízes sendo distribuídas
nos primeiros 0,15 m de profundidade do solo (VENEGA & CORRÊA, 1998) e o mesmo percentual
de raízes encontra-se até 0,15 m de distância do caule. O sistema radicular, fibroso, tem grande
desenvolvimento onde o solo o permite, mas é superficial, podendo variar de acordo com as
condições edafoclimáticas. As folhas são alternadas, pecioladas, rugosas, com 5 a 7 lobos. O
fruto, que surge na interseção das folhas, é um sincarpo em forma de urna, constituída pelo
receptáculo de um capitulo carnoso, em cujo interior encontra-se os frutos propriamente ditos, na
forma de pequenos aquênios (GOMES, 1989).
O caule apresenta ramos robustos e sem pelos, bastante frágeis e quebradiços. No caule e
em outras partes da planta, há células lactíferas, as quais produzem um látex rico em fissiona,
uma enzima proteolítica que, em contato com a pele, causa irritação, o que requer cuidado,
especialmente quando na realização das desbrotas e colheitas dos frutos (SBRT, 2006).
Conforme as características florais e os hábitos e frutificação distinguem-se quatro tipos
gerais de Ficus carica: Caprifigo (Ficus carica silvestris), Smirna (Ficus carica smirnioca),
Comum (Ficus carica hortensis) e São Pedro Branco (Ficus carica intermedia), sendo que as
variedades mais cultivadas em todo o mundo pertencem ao tipo Comum. No Brasil, a variedade
Roxo de Valinhos, do tipo comum, é a mais cultivada comercialmente devido à sua alta
produtividade, precocidade, vigor, rusticidade e excelente qualidade dos frutos, com boa
aceitação tanto pela indústria quanto pelo consumidor na forma “in natura”, fazendo da figueira
uma cultura lucrativa e de grande interesse (ABRAHÃO et al., 1997; CAETANO et al., 2002).
1.4. Manejo da figueira
1.4.1. Propagação
A figueira é uma frutífera que, em geral, é propagada por via assexuada. A propagação
sexuada é utilizada sob condições especiais, quando se trabalha com melhoramento genético
(CHALFUN & HOFFMANN, 1997), sendo a estaquia o principal processo de propagação dessa
5
frutífera, devido à facilidade de obtenção de estacas e por sua viabilidade econômica
(CHALFUN et al., 2002).
As estacas podem ser enraizadas previamente em viveiros ou plantadas diretamente no
campo, sendo esta última forma a mais utilizada. O plantio da estaca na cova é feito no sentido
vertical, deixando-se 1 a 2 gemas acima do nível do solo, realizando após, uma amontoa que a
cobrirá totalmente com terra solta (PIO & CHAGAS, 2007).
Alguns autores afirmam que devem ser enterrados 2/3 do comprimento das estacas no
recipiente, para assim propiciarem mudas de melhor qualidade. No entanto, Pio et al. (2007)
relatam que estacas totalmente imersas no recipiente proporcionam melhores resultados de
enraizamento, independente do ambiente. O substrato é um fator que afeta o enraizamento e
desempenha importância fundamental. Sendo considerado como substrato ideal aquele que retém
um teor de água suficiente para evitar a dessecação da base da estaca e que proporciona um
adequado enraizamento e desenvolvimento da planta (WEDLING et al., 2002).
A utilização de estacas de figueira obtidas de plantas sem frutos e conduzidas sem
folhas permite a obtenção de maior percentual de enraizamento (NOGUEIRA et al., 2007). A
utilização de estacas lenhosas, por sua vez, é justificada por permitir o uso do material
descartado por ocasião da poda hibernal, preferencialmente ramos de um ano de idade, e o
enraizamento sem estruturas especiais de nebulização (CHALFUN et al., 2002).
1.4.2. Poda de formação e condução
A poda engloba todos os tipos de intervenções que são efetuados na planta, com o
propósito de condicioná-la para uma boa formação de copa, acelerar o processo de produção,
aumentar a produtividade e escalonamento ou padronização da produção (SANTOS et al., 2001).
A poda pode ser executada durante o inverno (poda hibernal ou em seco) e durante o período de
crescimento vegetativo (poda em verde) (PIO & CHAGAS, 2007).
A figueira é uma planta de clima temperado que requer poda hibernal. A poda de inverno
ou de frutificação da figueira, no Brasil, normalmente ocorre nos meses de julho e agosto,
próximo à época da brotação. A produção é obtida nos ramos novos, ou do ano, emitidos no
mesmo ciclo. Assim, promove-se a eliminação quase total da copa formada no ciclo anterior,
quando os ramos são reduzidos a 5–10 cm, de forma a ficarem com pelo menos duas gemas em
suas extremidades, voltadas para fora da planta, para a formação da nova copa (CHALFUN et
al., 1998).
6
Após o plantio das estacas de figueira, no início da brotação, quando atingirem 5-10 cm
de comprimento, deve-se selecionar o melhor broto, através de desbrotas das demais brotações.
A muda deve ser conduzida em haste única, até atingir 40-50 cm de comprimento, sendo então
despontada. Surgirão brotações laterais que constituirão a base ou esqueleto da planta. Essas
brotações devem ser selecionadas, podadas de 5-10 cm de comprimento, permanecendo apenas
três ramos, bem localizados, vigorosos e distribuídos, de modo a formar entre si um ângulo de
120°, denominados pernadas. Em geral, a vida útil produtiva da planta está em torno de 30 anos,
variando conforme o manejo empregado. Nos primeiros 3 anos após o plantio, busca-se formar
uma estrutura adequada para inserção dos ramos produtivos. Esta técnica denomina-se poda de
formação. Porém, mesmo durante este período inicial, a figueira já produz frutos, de modo que
se torna difícil distinguir a poda de formação da de frutificação (GONÇALVES et al., 2006; PIO
& CHAGAS, 2007).
A primeira poda de inverno, um ano após o plantio, consistirá no corte dos três ramos, ou
pernadas, a 10 cm de seu ponto de inserção da base. Ao iniciar-se a brotação nas pernadas, é
realizada uma desbrota permanecendo apenas dois brotos bem localizados e distribuídos em cada
uma das pernadas. Nesta fase, a planta terá no total seis ramos crescendo, continuando as
desbrotas das possíveis brotações que surgirem. No período de inverno do próximo ano, estes
seis ramos devem ser podados a 5-10 cm cada, ficando uma estrutura formada por uma haste
principal e três pernadas, dotadas de duas hastes cada, constituindo assim a base da planta
(CAETANO, 2004; GONÇALVES et al., 2006; PIO & CHAGAS, 2007).
Plantas podadas em março apresentam maior produção em relação às podadas em
dezembro, e propiciam produção na entressafra da cultura (junho a novembro). Mudança na
época de poda e do sistema de condução não afeta a qualidade dos frutos verdes de figueira
produzidos no norte de Minas Gerais, permitindo que fossem utilizados sistemas de condução
sem desponte e com desponte na produção de figos verdes (GONÇALVES et al., 2006).
Para obter produção de frutos na entressafra, em regiões tradicionalmente produtoras de
figo, os fruticultores têm antecipado a execução da poda, com objetivo de adiantar o ciclo de
crescimento e a época de colheita. Porém, nessas regiões, existe um sério inconveniente em
praticar a poda antecipada, uma vez que figueiras em brotação são bastante susceptíveis à
queima pelas geadas, que costumam ocorrer nessa época (RIGITANO, 1964). Ao contrário, em
regiões de inverno ameno e livre de geadas, as podas antecipadas apresentam bons resultados de
produção (SANTOS et al., 2001). Segundo Pinheiro (1979), o crescimento dos ramos em
comprimento diminui com o aumento do número de ramos. Plantas despontadas apresentaram
maior crescimento total de ramos e níveis similares de produção (GONÇALVES et al., 2006).
7
De acordo com Caetano et al. (2005) o aumento do número de ramos por planta não
eleva a produtividade de figos verdes de forma crescente, pois o auto-sombreamento
proporcionado por uma estrutura de copa com mais ramos diminuiu o número frutos formados.
No entanto, a área foliar total da planta e o incremento de área foliar aumentam com o número de
ramos produtivos conduzidos, porém ocasiona sombreamento dentro da copa.
Atualmente são recomendados 24 ramos por planta para uma maior produtividade (11,9 t
ha-1) de figos verdes (CAETANO et al., 2005). Pereira (1981) recomenda que, para a produção
de figos de mesa (maduros), as plantas sejam formadas com 12 ramos e para a produção
exclusiva de figos verdes para a indústria, as plantas podem ser conduzidas com 20 a 30 ramos
planta-1. Os valores máximos de comprimento e diâmetro de ramos foram 110 e 1,25 cm com
adubação nitrogenada de 140 e 175 g de N planta-1, respectivamente (CAETANO, 2004).
1.5. Nutrição de figueiras
Devido ao cultivo da figueira em regiões diferenciadas, com características climáticas e
edáficas distintas, há ocorrência e necessidade de particularizações nas práticas de manejo da
cultura, entre essas, a fertilização e a nutrição da planta. De acordo com Brizola et al. (2005b), as
recomendações de adubação, têm como base as exigências da espécie e a capacidade do solo em
suprir essa necessidade.
1.5.1. Nitrogênio
O nitrogênio é o nutriente mineral mais importante para o crescimento da figueira,
sendo o mais extraído pela planta, apresentando, assim, os maiores teores na matéria seca da
parte vegetativa e nos frutos (FERNADES & BUZETTI, 1999). Contudo, tem sido constatado
que o excesso de adubação nitrogenada, apesar de provocar desenvolvimento vigoroso das
plantas e frutos maiores, retarda a maturação dos figos (SIMÃO, 1971; FACHINELLO et al.,
1979).
Nas plantas, o nitrogênio é constituinte de compostos, tais como: aminoácidos, enzimas,
ácidos nucléicos e clorofila (MARSCHNER, 1995). De acordo com Bataglia et al. (2005), a
adubação nitrogenada pode exercer uma importante função não somente por causa da
concentração de metabólitos nitrogenados, mas também pela sua importância na incorporação de
assimilados através do aumento da capacidade fotossintética das plantas.
8
No solo, o nitrogênio é encontrado tanto na forma orgânica quanto mineral, havendo um
predomínio da orgânica sobre a mineral, sendo que a forma orgânica não é prontamente
absorvida pelas plantas. Em condições de deficiência de nitrogênio, a planta apresenta
crescimento lento, com redução do porte; ramos finos e em menor número e com tendência ao
crescimento vertical; folhas em menor número, com redução da área foliar; clorose generalizada
e queda prematura das folhas (MALAVOLTA et al., 1997).
Caetano et al. (2002) estudaram a adubação nitrogenada para maximizar produção de
figos verdes, da variedade Roxo de Valinhos, em pomar irrigado na região de Campos dos
Goytacazes-RJ. Foram testadas cinco doses de adubação nitrogenada (0, 64, 128, 192 e 256 g N
planta-1) tendo como fonte a uréia, parceladas em oito adubações com intervalos mensais. Estes
verificaram que a produtividade máxima de figo verde foi de 9.282 kg ha-1 com a aplicação de
161 g de N planta-1, sendo o diâmetro e o número de frutos verdes influenciados pela adubação
nitrogenada.
A adubação nitrogenada na cultura da figueira provoca desenvolvimento vigoroso das
plantas e frutos maiores, porém, retarda a maturação dos figos (SIMÃO, 1971; FACHINELLO et
al., 1979). Assim, Caetano et al. (2003) afirmam que a prática de adubação nitrogenada pode ser
importante quando o objetivo é a produção de figos verdes para a indústria.
Campo-Dall’Orto et al. (1996) recomendam a aplicação de 100 g de N planta-1 para
produtividade abaixo de 10 t ha-1, no entanto, Pereira (1981) recomenda adubação entre 125 e
187 g de N planta-1. Hernandez et al. (1994) verificaram que os níveis de nitrogênio também
proporcionaram efeito positivo sobre a produtividade de frutos maduros, apresentando como
dose de máxima produtividade 365 g de N planta-1, e efeito negativo no comprimento de ramos.
Como recomendação geral, na adubação de cobertura, a partir do início da brotação das
mudas, aplicar ao redor da planta 60 g de N em quatro parcelas de 15 g, de dois em dois meses.
Na adubação de formação, para plantios sob espaçamento básico (3,5 x 2,0 m), aplicar 20, 40 e
60 g planta-1ano-1 de N, P2O5 e K2O, respectivamente. De forma geral, a aplicação de N deve ser
em quatro parcelas, de dois em dois meses, a partir do início da brotação (BARBOSA, 1998).
Almeida & Silveira (1997) recomendam que as adubações de cobertura devem ser
iniciadas quando mais de 60% das plantas estiverem com um número superior a três pares de
folhas e repetidas a intervalos de cerca de 30 dias. Primeira e segunda adubação – 6 a 10 g de N;
terceira adubação – 10 a 15 g de N e 15 g de K2O; quarta adubação – 15 g de N e 15 g de K2O.
Recomenda-se aplicar também 15 kg de esterco bovino curtido, ou 5 kg de esterco de galinha, ou
2 kg de torta de mamona, mais aplicação de P2O5 no início do período produtivo.
9
O balanço do nitrogênio no sistema solo-planta-atmosfera é dado entre ganhos e perdas
no sistema; os ganhos são provenientes das adubações nitrogenadas, mineralização da matéria
orgânica, fixação biológica e chuvas; as perdas são ocasionadas por extração pelas culturas,
volatilização, desnitrificação, lixiviação, erosão e imobilização biológica (MALAVOLTA et al.,
1997).
1.5.2. Potássio
O Brasil é caracterizado por solos contendo, em sua grande maioria, baixos teores de K,
os quais não atendem ás demandas das principais plantas cultivadas. Portanto, a adubação
potássica nos solos tropicais é de grande importância em função da grande extração deste
nutriente pela maioria das culturas e de suas baixas reservas nos solos intemperizados
(OLIVEIRA et al., 2005).
A absorção do K pelas plantas dá-se na forma iônica (K+) através das raízes (ou folhas),
tendo como mecanismo de contato íon/raiz pelos processos de difusão, fluxo de massa e
intercepção radicular. Na planta, dentro da célula, o K exerce muitas funções, sem as quais as
plantas não sobrevivem: abertura e fechamento dos estômatos, fotossíntese, transporte de
carboidratos, síntese de amido e proteínas, transpiração e ativação enzimática (CRESTE, 2005).
O K não é constituinte da matéria orgânica das plantas, mas desempenha importante
papel na fisiologia vegetal na forma iônica. O íon K+ tem intensa mobilidade no xilema e no
floema, o que possibilita a planta regular o balanço interno deste nutriente, desde que sua
absorção total tenha sido suficiente. A demanda de K pelas plantas é elevada, podendo variar de
1 a 6% da matéria seca das folhas. Quando sua disponibilidade é baixa, o crescimento da planta é
retardado e a retranslocação líquida ou a remobilização deste nutriente das folhas maduras e
caule é aumentada (BATAGLIA, 2005).
A elevada disponibilidade de K promove o consumo de luxo, que merece atenção por
causa da interferência com a absorção de outros nutrientes, como o Ca+ e Mg+ (BATAGLIA,
2005). A adição de K no solo, geralmente, implica na diminuição dos teores de Ca+ e Mg+ na
planta. Muitos desses efeitos podem ser explicados simplesmente considerando-se o efeito de
diluição, em que a planta bem nutrida em K se desenvolve melhor (ROSOLEM, 2005).
Na adubação de formação da figueira, Van Raij et al. (1996) recomendam aplicação de
60 g de K2O planta-1 para um bom estabelecimento da planta. Leonel et al. (2002) estudando
diferentes níveis de adubação potássica (0, 30, 60, 90, 120 e 150 g K2O planta-1) via solo em
plantas de figueira aos dez meses de idade, verificaram que os teores de K na matéria seca foliar
10
aumentaram com a dose aplicada, no entanto, doses de 90 g planta-1 de K2O apresentaram
melhores resultados no crescimento e estabelecimento das mudas da figueira.
Em regiões escassas de informações sobre adubação de plantio pode se aplicar, por cova,
2 kg de esterco de galinha ou 10 kg de esterco de curral, 1,0 kg de calcário magnesiano, 200 g de
P2O5 e 60 g de K2O, pelo menos 30 dias antes do plantio (BARBOSA, 1998). No entanto,
devem-se verificar as características edafoclimáticas de cada região.
1.5.3. Estudo da relação N/K
Aspectos relacionados à nutrição mineral equilibrada e satisfatória durante a fase de
formação de plantas garantem boas safras na fase produtiva das mesmas (PENTEADO, 1986;
LEONEL & DAMATTO JÚNIOR, 2007).
A resposta de uma cultura ao K depende, em parte, do nível em que se encontra a
nutrição nitrogenada. Geralmente, plantas bem supridas em N, respondem ao aumento da
adubação potássica. Outro aspecto é que com o aumento da nutrição potássica, os teores de N na
planta ficam menores, provavelmente em função do fenômeno de diluição (ROSELEM, 2005).
Portanto a relação N/K é um parâmetro muito importante para avaliação da qualidade e
produtividade. Para a cultura de citrus a relação N/K varia de 2,4 a 3,0 para obtenção de maiores
produtividades, no entanto, as relações N/K variando de 1,6 a 2,2 contribui para obtenção de
frutos de maior tamanho (CRESTE, 2005).
1.5.4. Matéria orgânica
De acordo com Campo-Dall’orto et al. (1996), a matéria orgânica é um dos
principais indicadores de qualidade do solo, solos com teores satisfatórios de matéria orgânica
são mais aptos para o cultivo de plantas, devido às melhores características físicas, químicas e
biológicas. A aplicação de matéria orgânica no solo é considerada uma pratica importante não
somente na melhoria das características físico-químicas do solo, mas também para o aumento da
produtividade de plantas cultivadas, entre as quais a figueira.
As pesquisas sobre nutrição em figueira são incipientes. Na região Nordeste, onde a
cultura foi introduzida recentemente, as recomendações utilizadas têm por base as
recomendações destinadas aos Estados de São Paulo e Minas Gerais, havendo necessidade de
estudos sob o desenvolvimento e nutrição das plantas nas condições edafoclimáticas da Paraíba.
11
O conhecimento correto do manejo do pomar, apropriado à região produtora, bem como
aspectos de adubação e nutrição mineral figuram como informações relevantes de sucesso, não
apenas nas áreas novas de cultivo, como também nas já existentes (LEONEL & DAMATTO
JÚNIOR, 2007).
É necessária a conscientização de que o solo é um recurso vital para a produção de
alimentos e para o funcionamento dos ecossistemas (XAVIER et al., 2004). Neste sentido, Doran
& Parkin (1994) definem a qualidade do solo como sendo a busca das condições ideais de suas
propriedades físicas, químicas e biológicas capazes de manter ou aumentar a qualidade ambiental
e promover a saúde das plantas.
O acúmulo de resíduos orgânicos no solo sob cultivo orgânico tem ocasionado o aumento
da proporção dos componentes de maior peso molecular, sugerindo que, nas áreas de cultivo
orgânico, o manejo tem contribuído com o aumento da reserva orgânica do solo. Nos solos
arenosos, a matéria orgânica apresenta-se como uma opção para recuperação e manutenção da
qualidade do solo e da sustentabilidade agrícola (XAVIER et al., 2004).
As exigências nutricionais para a cultura da figueira são pouco conhecidas, sendo que os
relatos disponíveis versam sobre o uso da adubação orgânica como prática favorável, tanto no
desenvolvimento, como na produção (CAETANO & CARVALHO, 2006). Leonel & Damatto
Junior (2007) afirmam que a adição de matéria orgânica ao solo melhora a distribuição do
sistema radicular de plantas de figueira em formação, sendo as doses de 60, 120 e 180 g de N
planta-1, respectivamente, para 1º, 2º e 3º ano do pomar, que proporciona maior massa de raiz
quando combinado com as doses de 4,8; 4,9 e 11,4 kg de esterco de curral.
Segundo Campo-Dall’Orto et al. (1996), o principal efeito da adubação orgânica é na
melhoria das propriedades físicas e biológicas do solo, permitindo melhor aeração, retenção de
umidade e atividade microbiana, além do fornecimento de elementos minerais ao solo. Segundo
Almeida & Silveira (1997), solos areno-argilosos, bem drenados e com bom teor de matéria
orgânica são os que apresentam melhores características agronômicas para o bom
desenvolvimento da figueira.
1.5.5. Diagnose foliar
A análise foliar tem se constituído numa importante ferramenta no processo de
determinação do aspecto nutricional da figueira, podendo estimar a disponibilidade de nutrientes
no solo e a capacidade que a planta possui para absorvê-los (PEDROTTI et al., 1983). Para
Brizola et al. (2005a) e Caetano (2004) é o método mais eficiente, mesmo que as concentrações
12
nas folhas possam variar com a cultivar, idade da planta e da folha e sob condições adversas
diferentes, como fatores climáticos e de fertilidade do solo.
A diagnose foliar permite distinguir deficiências de nutrientes que, muitas vezes,
provocam sintomas semelhantes e pode auxiliar nas recomendações de adubação e fertilização
do pomar. A interpretação das análises foliares pressupõe a necessidade de comparações entre os
teores encontrados nas amostras com aqueles valores de referência para condições de nutrição
equilibrada para a cultura. Esses valores geralmente estão dispostos em faixas de concentração
considerados adequados para o desenvolvimento da cultura, onde são influenciados pelas
condições climáticas, características da planta e interações solo/planta, sendo, portanto,
necessária sua adaptação às condições regionais e de manejo da cultura (HERNANDEZ et al.,
1994; BRIZOLA et al., 2005b).
Os teores foliares dos nutrientes N e P são mais elevados durante a fase de intenso
crescimento vegetativo, decrescendo no final do ciclo produtivo da figueira. Os teores foliares de
K são maiores no período de maior produção de frutos (CAETANO, 2004). Segundo Hernandez
et al. (1994), os nutrientes extraídos em maiores quantidades pelas plantas de figueira são o N e
o K, tanto para frutos maduros como verdes, e N, K e Ca, quando se consideram os ramos das
plantas retirados pela poda e a extração total da planta. Hiroce et al. (1979) estimaram a
exportação de nutrientes para a produção de 22 t de figos frescos por hectare em 69,1 kg de
nitrogênio, 10,4 kg de fósforo e 87,2 kg de potássio.
Estudos conduzidos por Haag at al. (1979), em ambiente controlado, mostraram que
plantas de figueira bem supridas em nutrientes apresentavam, na terceira folha a partir do ápice,
teores de N, P, K, de 33,8, 2,0, 28,3 g kg-1 respectivamente. Segundo Caetano (2004), os teores
foliares dos nutrientes são influenciados pela época de amostragem. Verificando que, para
máxima produtividade, os teores foliares dos macronutrientes (g kg-1) variaram de: N = 27,2 a
33,3; P = 1,90 a 2,47 g kg-1; K = 21,0 a 23,8; Ca = 15,9 a 26,1; Mg = 3,3 a 4,27; S = 2,0 a 2,5.
Para os micronutrientes (mg kg-1) os teores variaram de: Fe = 190 a 325; Cu = 15,0 a 64; Zn = 30
a 30,5; Mn = 43,7 a 77,5; B = 59,7 a 121,4. Desta forma, Brizola et al. (2005a) verificaram que a
ordem de exportação de macronutrientes pelos frutos e ramos da figueira é de N > K > Ca > Mg
> P > S, respectivamente.
13
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18
CAPITULO II
Crescimento vegetativo da figueira cultivada em diferentes
microrregiões Paraibanas
19
MACÊDO, J.P.S. Crescimento vegetativo da figueira cultivada em diferentes microrregiões
Paraibanas. 2008. 18-34fl. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Universidade Federal da
Paraíba, Centro de Ciências Agrárias, Areia*.
RESUMO
O cultivo da figueira (Fícus carica L.) em regiões com características edafoclimáticas
distintas, requer adoção de técnicas de manejo e exigências nutricionais diferenciadas, para um
bom desempenho da cultura. Objetivou-se com este trabalho estudar o comportamento
vegetativo da figueira em função da aplicação de N, K e composto orgânico, em diferentes
microrregiões paraibanas. Os experimentos foram desenvolvidos no período de maio/2006 a
fevereiro/2008, nos municípios de Areia, Lagoa Seca e Sumé, PB. As adubações foram
realizadas em 6 aplicações, a cada 60 dias, de acordo com os tratamentos adotados. O
delineamento utilizado foi em blocos casualizados, com 4 repetições, disposto em esquema
fatorial 3x2x6+2, correspondente a 3 localidades (Areia, Lagoa Seca e Sumé, PB ), 2 doses de N
(90 e 150 g de N planta-1), 6 doses de K (30, 75, 120, 180, 225 e 270 g de K2O planta-1) e
composto orgânico (90 dm-3 planta-1) e a testemunha absoluta. Após a poda do ramo principal foi
avaliado o diâmetro do caule (durante 360 dias), o diâmetro do ramo secundário (durante 330
dias) e o comprimento do ramo secundário (durante 150 dias). A evolução do crescimento em
diâmetro do caule e ramo secundário apresentou maior desempenho da figueira no município de
Sumé. Nas condições em que o experimento foi realizado, as adubações nitrogenadas e
potássicas não exerceram efeitos significativos. A adubação com composto orgânico
proporcionou maior desenvolvimento às plantas. Os municípios de Areia, Lagoa Seca e Sumé se
apresentaram viáveis para o cultivo da figueira.
Palavras-chave: Ficus carica L., crescimento, manejo da figueira, adubação
*Orientadora: Prof. Rejane Maria Nunes Mendonça, D. Sc.
20
MACÊDO, J.P.S. Vegetative growth of fig trees cultivated in different Paraíba State micro-
regions, Brazil. 2008. 18-34fl. Dissertation (Agronomy Master’s Degree) – Universidade
Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias, Areia-PB.
ABSTRACT
The culture of fig tree (Ficus carica L.) in regions with distinct soil climatic
characteristics, requires the adoption of management techniques and the differentiated nutritional
exigencies for a good performance of the culture. The present experiment aimed to study the fig
tree vegetative behavior as a function of the application of nitrogen (N), potassium (K), and
organic composite in different microregions paraibanas. The experiments were developed from
May 2006 until February 2008 in the municipalities of Areia, Lagoa Seca and Sumé, all located
in the Paraíba State. The fertilization process was divided in six applications, each 60 days,
according to the adopted treatments. The experimental design applied was of randomized blocks,
with four replications, disposed on a factorial scheme 3x2x6+2. That corresponded to three
locality (Areia, Lagoa Seca, end Sumé, PB), two doses of N (90 and 150 g of N plant-1), six
doses of K (30, 75, 120, 180, 225 and 270 g of K plant-1), and organic composite (90 kg plant-1)
and the absolute witness. Followed the pruning of the main branch, it was evaluated the stalk
diameter (during 360 days), the secondary branch diameter (during 330 days), and the secondary
branch length (during 150 days). The growth evolution of the stalk diameter and the secondary
branch presented a higher performance of the fig tree grown at Sumé municipality. The potassic
fertilizations did not present significant effects due to the conditions in which the experiments
were developed. The fertilization with organic compound provided the greater development of
the plants. The municipalities of Areia, Lagoa Seca, and Sumé seems to be viable for fig
production.
Key-words: Ficus carica L., growth, fig tree management, fertilization
*Advisor: Prof. Rejane Maria Nunes Mendonça, D. Sc.
21
1. INTRODUÇÃO
A figueira (Ficus carica L.) é uma frutífera de expressão econômica para o Brasil, sendo
cultivada em várias regiões do país. Esta espécie em geral, é propagada por estaquia e nos
primeiros anos busca-se formar uma estrutura adequada para inserção dos ramos produtivos. Sua
produção é obtida nos ramos novos emitidos no mesmo ciclo, por isto, necessita de manejo de
poda e fertilização do pomar, de acordo com o sistema adotado, para manutenção de 12 ou 24
ramos por planta, destinados à produção para consumo ‘in natura’ ou para processamento
(CAETANO et al., 2005; GIACOBBO et al., 2007).
Devido ao cultivo da figueira em regiões diferenciadas, com características climáticas e
edáficas distintas, há necessidade de adoção de manejo da cultura, na avaliação sistemática das
exigências nutricionais. A adubação nitrogenada provoca desenvolvimento vigoroso das plantas
e frutos maiores, porém, retarda a maturação dos figos, podendo ser importante quando o
objetivo é a produção de frutos verdes para a indústria (FACHINELLO et al., 1979; CAETANO
et al., 2002). Leonel et al. (2002), verificaram que o aumento de níveis de K no solo aumenta os
teores de K na planta, apresentando melhores resultados com a dose de 90 g planta-1, no
crescimento e estabelecimento da figueira.
Segundo Hernandez et al. (1994), fatores nutricionais e hídricos são de estrema
significância no sucesso do estabelecimento de novas áreas de cultivo. De acordo com Resende
et al. (1994), a região semi-árida com irrigação é favorável ao cultivo da figueira, tendo em vista
que a frutificação ocorre de forma escalonada, em talhões diferentes, o ano inteiro, permitindo a
produção de frutos na entressafra.
A adubação do solo para exploração da figueira no Nordeste assegura a introdução da
cultura na região e permite a sua expansão. A introdução desta cultura na Paraíba possibilitará
nova perspectiva de exploração comercial de um fruto com elevado valor econômico
(SAMPAIO et al., 2002; SEAGRI, 2005; BRIZOLA et al., 2003).
Neste sentido, pesquisas devem ser estimuladas para definir a prática de adubação
eficiente às condições edafoclimáticas locais, proporcionando um adequado estabelecimento do
pomar e conseqüentemente respostas positivas na produção. Diante do exposto, objetivou-se com
este trabalho monitorar o comportamento vegetativo da figueira em função da aplicação de
nitrogênio, potássio e composto orgânico, nas microrregiões paraibanas de Areia, Lagoa Seca e
Sumé.
22
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. Localização
Os experimentos foram conduzidos em três municípios do estado da Paraíba: Areia,
Lagoa Seca e Sumé.
a) Em Areia (mesorregião do Agreste e microrregião do brejo paraibano, S
06º58’09.3” e W 35º42’96.7”), com temperaturas que podem atingir 8°C no período chuvoso e,
30°C durante a aridez, com altitude de 630 m. Na época de condução do experimento a
precipitação acumulada foi de 1054 mm em 2006 e 1465 mm em 2007, com distribuição
irregular (AESA, 2008). A área do experimento apresenta solo do tipo Argissolo Vermelho-
Amarelo eutrófico (SANTOS et al., 2006).
b) No município de Lagoa Seca (mesorregião do Agreste e microrregião de Campina
Grande, S 07º10’15” e O 35º51’14”), clima tropical úmido, com temperatura média anual em
torno de 22 °C, sendo a mínima de 18 °C e a máxima de 33 °C, com uma altitude de 634 m. Na
época de condução do experimento a precipitação acumulada foi de 719 mm em 2006 e 878 mm
em 2007, com distribuição irregular (AESA, 2008). O solo da área experimental é Neossolo
regolítico (SANTOS et al., 2006).
c) No município de Sumé (mesorregião da Borborema, microrregião do Cariri
Ocidental, S 07º39’651” e O 36º26’551”), clima seco com temperatura acima dos 25 °C, com
altitude de 549 m. Na época de condução do experimento a precipitação acumulada foi de 528
mm em 2006 e 384 mm em 2007, com distribuição irregular (AESA, 2008). O solo da área é
Neossolo litólico (SANTOS et al., 2006).
2.2. Plantio
O plantio foi realizado no segundo semestre de 2005 com mudas de figueira (Ficus
carica L. cv. Roxo de Valinhos) propagadas assexuadamente, em sacos de polietileno com
capacidade para 3 kg, com substrato constituído de 70% de composto vegetal e 30% de areia, em
ambiente protegido. As estacas lenhosas foram provenientes da CATI (Coordenadoria de
Assistência Técnica Integral), localizada em Campinas-SP, para os municípios de Areia e Sumé,
PB. As plantas do município de Lagoa Seca-PB foram propagadas por estacas oriundas de
23
plantas do convento Ipuarana de Lagoa Seca-PB, na época da instalação do experimento, estas se
encontravam com um ano de idade, porém sem a realização do manejo de poda de condução.
As covas foram abertas nas dimensões de 40 x 40 x 40 cm totalizando um volume de
0,064 m3. As mudas foram levadas ao campo quando atingiram 60 cm de altura. O espaçamento
utilizado foi de 3 m entre fileiras e 2 m entre plantas.
2.3. Adubação
Antes do transplantio foi realizada uma adubação fosfatada com base na análise de solo,
utilizando-se como fonte o superfosfato simples, juntamente com 15 kg de composto vegetal por
cova, em fundação, para todos os tratamentos.
As adubações nitrogenada e potássica foram realizadas a cada dois meses após o plantio,
parceladas em seis vezes, distribuídas em circunferência na projeção da copa da planta. As fontes
utilizadas foram: o cloreto de potássio para o suprimento em potássio e a uréia para o suprimento
em nitrogênio.
2.4. Delineamento experimental
O delineamento experimental utilizado, para as três localidades, foi em blocos
casualizados, com quatro repetições, com os tratamentos dispostos em um esquema de parcela
subdividida no tempo, onde os tratamentos de adubação ficaram nas parcelas e as épocas de
leitura na subparcela.
Os tratamentos aplicados às parcelas foram dispostos em esquema fatorial, em que os
fatores foram: duas doses de nitrogênio (90 e 150 g planta-1); seis doses de potássio (30; 75; 120;
180; 225; e 270 g planta-1), com duas testemunhas. Na testemunha absoluta foi colocado apenas
à adubação de fundação, com composto orgânico e fósforo; e na testemunha relativa foi realizada
a adubação com composto orgânico (15 dm-3 planta-1, correspondente a 150 dm-3 ha-1) a cada 2
meses, parcelado em seis aplicações (Tabela 1).
24
Tabela 1. Dosagens de N e K2O utilizadas no experimento, em g planta-1 e equivalência em m-3
ha-1, parcelado em 6 vezes, para uma população de 1666 plantas ha-1
N K2O N K2O
TRAT. -------g planta-1------ ------kg ha-1------- N1 K1 90 30 150 50 N1 K2 90 75 150 125 N1 K3 90 120 150 200 N1 K4 90 180 150 300 N1 K5 90 225 150 375 N1 K6 90 270 150 450 N2 K1 150 30 250 50 N2 K2 150 75 250 125 N2 K3 150 120 250 200 N2 K4 150 180 250 300 N2 K5 150 225 250 375 N2 K6 150 270 250 450 C.O. 90 dm-3 planta-1 150 m-3 ha-1 Test. 0 0
N: nitrogênio; K: potássio; C.O: composto orgânico; Test.: testemunha absoluta.
2.5. Condução do experimento
Após o plantio das mudas de figueira, com o desenvolvimento das plantas, foram
realizadas podas de desbrota de ramos laterais para condução em haste única. A poda do ramo
principal foi realizada, um ano após o plantio, para as plantas de Lagoa Seca, e 90 dias após o
plantio das mudas, para as plantas do município de Areia e Sumé, a 60 cm do solo, para emissão
dos 3 ramos vigorosos e eqüidistantes para formar as pernadas, e após cinco meses, podados a 20
cm para emissão de 2 ramos laterais que formam os braços, totalizando 12 ramos produtivos por
planta (CAETANO et al., 2005).
As plantas foram irrigadas manualmente nos períodos críticos de estiagem, nos
experimentos de Areia e Lagoa Seca. No município de Sumé a irrigação foi localizada pelo
método micro-aspersão. Foram realizadas capinas manuais para controle das plantas daninhas e
cobertura morta com restos culturais. Também foram realizadas pulverizações com calda
bordaleza de acordo a necessidade do pomar, como recomendado por Santos et al. (2004).
25
2.6. Variáveis analisadas nas plantas
Foram avaliadas a evolução do diâmetro do caule das plantas durante 12 meses, o
diâmetro dos ramos secundários por um período de 11 meses e o comprimento dos ramos
secundários das plantas de figueira, por um período de cinco meses.
a) Diâmetro do caule
A evolução do diâmetro do caule das plantas de figueira foi medido a 20 cm da superfície
do solo, com a utilização de um paquímetro, com leituras realizadas a cada 30 dias durante 12
meses de avaliação do desempenho da cultura.
b) Ramos secundário
A partir da primeira poda de condução, aos 30 dias após, foram selecionadas as três
brotações do ápice mais vigorosas e distribuídas eqüidistantes, formando entre si um ângulo de
aproximadamente 120°, para formação das pernadas da planta. Estas foram avaliadas quanto a
evolução do diâmetro durante 11 meses, iniciando-se 30 dias após a poda, com o auxilio de um
paquímetro. As mensurações foram feitas sempre no mesmo local do ramo (1º internódio) para
minimizar os erros das leituras.
Para avaliação do comprimento dos ramos secundários, as leituras foram realizadas com
uma trena graduada em cm, 30 dias após a poda do ramo principal, durante um período de cinco
meses, com leituras realizadas mensalmente. Após este período os ramos foram podados a 20 cm
para emissão de ramos produtivos.
2.7. Análise Estatística
Os dados foram submetidos à análise conjunta, quando a relação entre a maior e menor
variância dos experimentos de cada localidade não foi superior a 7. Para aqueles experimentos
cuja relação foi superior a 7, os dados foram analisados por cada localidade. Os dados
quantitativos foram analisados através de regressão polinomial. Os tratamentos testemunha e
composto orgânico foram comparados utilizando o teste de Tukey, adotando-se 5% de
probabilidade, utilizando-se o Software estatístico SAEG (SAEG, 2007).
26
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Diâmetro do caule
Verifica-se que houve diferença (p<0,05) na evolução do diâmetro do caule,
independente da localidade de implantação da cultura. No entanto, o tratamento no qual se
utilizou composto orgânico sobressaiu sobre os demais (Figura 1), com os maiores valores em
diâmetro do caule da figueira, sobretudo para os municípios de Areia e Sumé. Para o município
de Sumé, a evolução do diâmetro do caule foi 40% superior aos 360 dias de avaliação,
comparados ao diâmetro das plantas dos municípios de Areia e Lagoa Seca, PB.
O diâmetro do caule para figueiras implantadas em Areia, no entanto apresentou um
comportamento quadrático ascendente para todos os tratamentos aplicados, com destaque para a
adubação orgânica, seguido da dose de 150 g de N planta-1.
Para as figueiras implantadas no município de Lagoa Seca, houve comportamento
quadrático ascendente mais discreto, durante os 360 dias de avaliação. No entanto, a melhor
resposta aos tratamentos foi observada na região de Sumé, cujas plantas apresentaram diâmetro
do caule superior ao das plantas das demais localidades aos 210 dias após o plantio.
Como o diâmetro do caule é uma das formas de avaliação que expressa o comportamento
vegetativo (TAIZ & ZEIGER, 2004), verifica-se (Figura 1), que na fase inicial de cultivo todas
as localidades apresentam potencial de cultivo da figueira, conforme reportado por Resende et al.
(1994) e Caetano et al. (2004), que afirmam que a região semi-árida com manejo de irrigação e
adubação equilibrado é viável ao cultivo da figueira.
27
Figura 1. Crescimento do diâmetro do caule de plantas de figueira a partir da poda do ramo
principal durante 360 dias, adubado com composto orgânico (●__ __C.O), com 90 de N (■____N 90), com 150 g de N (▲-----N 150) e a testemunha (ж......Test.), nos municípios de Areia (A), Lagoa Seca (B) e Sumé (C), PB. ■; *; e ** significativo ao nível de 10; 5; e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F
28
3.2. Diâmetro do ramo secundário
O diâmetro dos ramos secundários que formam a base (esqueleto) da figueira comportou-
se de maneira linear para o tratamento com composto orgânico e quadrático para as doses de 90 e
150 g planta-1 e para testemunha (Figura 2). Verifica-se que houve um aumento médio, para
ambos os tratamentos, de 7,4 mm para 20,7 mm, dos 30 aos 330 dias de avaliação, que
corresponde a um incremento de 280%. Não sendo observado efeito significativo quanto ao
diâmetro do ramo secundário com relação aos tratamentos com aplicação do K.
Figura 2. Crescimento do diâmetro do ramo secundário das plantas de figueira tratadas com 90 (____N90) e 150 g de N planta-1 (- - - - N150), com composto orgânico (90 dm-3 planta-1) e a testemunha, em função do período de desenvolvimento após a poda do ramo secundário, durante os 330 dias de avaliação nas três localidades. ■; *; e ** significativo ao nível de 10; 5; e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F
3.3. Comprimento do ramo secundário
O comprimento dos ramos secundários também expressa o vigor da planta,
principalmente na fase vegetativa. Os ramos secundários cresceram linearmente nas três
localidades estudadas (Figura 3), em função do período de avaliação, da poda do ramo principal
até a época de poda do ramo secundário (150 dias). No entanto, este comportamento vegetativo
do comprimento do ramo diferiu entre as localidades de implantação, apresentando uma
velocidade de crescimento até os 150 dias após a poda do ramo principal, de 0,116 cm dia-1 em
Areia, de 0,284 cm dia-1 em Lagoa Seca e de 0,811 cm dia-1 em Sumé, respectivamente (Figura
29
3). Provavelmente, a superioridade das plantas de Sumé, seja em função dos fatores climáticos e
edáficos em relação às distintas localidades.
Verifica-se que houve variação entre as localidades para evolução do comprimento do
ramo secundário da figueira nas condições estudadas, no entanto, esse comportamento é
compatível com os resultados apresentados por Caetano et al. (2005), ao estudarem o número de
ramos por planta com seis anos de idade, em Campo dos Goytacazes-RJ, durante 180 dias após a
poda dos ramos secundários, os quais constataram velocidade de crescimento no comprimento de
0,55 cm dia-1, portanto verifica-se superioridade no comportamento vegetativo, com relação ao
crescimento, para a região Semí-árida (Figura 3). Pode-se verificar, também, que o
comportamento do comprimento dos ramos foi semelhante a plantas cultivadas no Rio Grande
do Sul, na fase final do ciclo vegetativo, com comprimento de ramo atingindo 1,20 m, conforme
relatado por Giacobbo et al. (2007).
Figura 3. Crescimento em comprimento secundário do ramo da figueira em função dos dias
após a poda do ramo principal durante 150 dias, no município de Areia (■___), Lagoa Seca (▲----) e de Sumé (●......), PB. ** significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F
Para a variável comprimento de ramos não foi constatado diferença significativa para as
doses de K2O, sendo constatado maior crescimento (44,1 cm) quando utilizou-se composto
orgânico ou 150 g de N planta-1. Brizola et al. (2003), verificaram que a adubação potássica que
proporcionou melhor resultado para figueira correspondeu ao nível de 90 g de K2O planta-1.
30
aa
____N 90 = ŷ = m = 36,5
------ N 150 = ŷ = m = 44,1
0
10
20
30
40
50
60
30 75 120 180 225 270 C.O. Test.Co
mpr
imen
to d
o ra
mo
(cm
)Dose de K (g planta-1)
Figura 4. Comprimento do ramo da figueira em função das doses de K (30, 75, 120, 180, 225, 270 g planta-1), na presença de N (90 e 150 g planta-1) e para os tratamentos com composto orgânico (C.O.) e testemunha (Test.), implantados no estado da Paraíba. Não significativo para regressões; letras iguais nas colunas é não significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste t
3.4. Diâmetro do ramo secundário
Pela evolução do diâmetro dos ramos secundários das plantas de figueira (Figura 5) não
se verificou diferença significativa entre as doses de K aplicadas. No entanto, verificou-se efeito
linear para o crescimento em função da idade e do tipo de ramo, de modo que o Ramo 1
apresentou maior incremento.
Os ramos são as partes que formam o esqueleto da planta, ficando distanciados com um
ângulo de aproximadamente 120º entre si, estes após 330 dias de avaliação apresentaram
diâmetro de 20,3; 19,5; e 18,9 mm para o ramo 1 (Figura 5A), ramo 2 (Figura 5B) e ramo 3
(Figura 5C), respectivamente, com o incremento de 239, 255, e 269 % do início ao final das
avaliações.
Durante a época de avaliação, o ramo 1 apresentou maior diâmetro (Figura 5A), esse
comportamento, provavelmente, está ocasionado à demanda meristemática da posição do ramo,
o qual quando na posição apical pode ser favorecido pela circulação de seiva translocada em
decorrência das maiores atividades fisiológicas, as quais favorecem um desenvolvimento
vigoroso (TAIZ & AIGER, 2004).
31
3090
150210270
30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330
ŷ = 7,3278 + 0,0393**DiasRAMO 1A
30
90150
210270
0
5
10
15
20
25
30
30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330
RAMO 2
ŷ = 6,4711 + 0,0396 **Dias
B
30
90150
210270
0
5
10
15
20
25
30
30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330
ŷ = 5,8421 + 0,0396**Dias
RAMO 3C
Figura 5. Crescimento do diâmetro dos ramos secundários 1 (A), 2 (B) e 3 (C) das plantas de
figueira em função da adubação potássica e do período de avaliação da poda do ramo principal durante 330 dias, após o cultivo da figueira, no estado da Paraíba. ** = significativo ao nível de 1% de probabilidade, pelo teste F
32
4. CONCLUSÕES
1. O crescimento vegetativo das plantas, medido pelo diâmetro do caule, diâmetro de ramos e comprimento dos ramos foi maior no município de Sumé-PB;
2. A adubação com composto orgânico proporcionou maior crescimento da plantas em relação às adubações químicas com N e K2O;
3. Os municípios paraibanos de Areia, Lagoa Seca e Sumé apresentam viabilidade técnica para o cultivo da figueira.
33
5. LITERATURA CITADA AESA. Agência Executiva de gestão das águas do Estado da Paraíba. Monitoramento. 2008. Disponível em: <http://site2.aesa.pb.gov.br/aesa/monitoramentoPluviometria.do?metodo=listarMesesChuvasMensais>.
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35
CAPITULO III
Avaliação da fertilidade do solo e NPK em figueiras desenvolvidas
em diferentes microrregiões paraibanas
36
MACÊDO, J.P.S. Avaliação da fertilidade do solo e NPK em figueiras desenvolvidas em
diferentes microrregiões paraibanas 2008. 35-55fl. Dissertação (Mestrado em Agronomia) –
Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias, Areia*.
RESUMO
A figueira (Fícus carica L.) desenvolve-se nas regiões subtropicais temperadas, mas
apresenta grande capacidade de adaptação climática sendo necessário o diagnóstico da
necessidade da cultura e da disponibilidade de nutrientes no solo, para um bom estabelecimento
do pomar. Portanto, objetivou-se com este trabalho avaliar a fertilidade do solo e o estado
nutricional da figueira, aos seis meses de condução, nas diferentes microrregiões da Paraíba e a
relação N/K que proporcione melhor eficiência nutricional, em função da adubação com doses
de N, K e composto orgânico. Os experimentos foram desenvolvidos no período de maio/2006 a
fevereiro/2008, nos municípios de Areia, Lagoa Seca e Sumé, PB. As adubações foram
parceladas em 3 aplicações, a cada 60 dias, de acordo com os tratamentos adotados. O
delineamento utilizado foi em blocos casualizados, com 4 repetições, disposto em esquema
fatorial 3x2x6+2, correspondente a 3 localidades (Areia, Lagoa Seca e Sumé), 2 doses de N (45 e
75 g de N planta-1), 3 doses de K (15, 38, 60, 90, 113 e 135 g de K planta-1) e composto orgânico
(45 dm-3 planta-1) e a testemunha absoluta. Para avaliação da fertilidade do solo foram
determinados os teores de H++Al+2, Ca+2, Mg+2, P, K. M.O. e pH. Para o diagnóstico do estado
nutricional da figueira foram determinados os teores, na massa seca foliar, de NPK e a relação
N/K. O composto orgânico aplicado ao solo influenciou nos níveis de Ca+2, Mg+2, P e K. Os
níveis de K no solo foram afetados pelos níveis de adubações potássicas aplicados, quando o
conteúdo de N adicionado foi de 45 g planta-1. A relação N/K apresentou valores elevados para
localidade de Areia.
Palavras-chave: Ficus carica L., Fertilidade do solo, Nutrição mineral, Paraíba
*Orientadora: Prof. Rejane Maria Nunes Mendonça, D. Sc.
37
MACÊDO, J.P.S. Evaluation of the fertility in the soil and NPK in fig trees developed in
different Paraíba State micro-regions, Brazil. 2008. 35-55fl. Dissertation (Agronomy
Master’s degree) – Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias, Areia-PB*.
ABSTRACT
The fig tree (Ficus carica L.) grows in temperate subtropical regions, but it presents a
great climatic adaptation capacity. Therefore, it is necessary to diagnose the fig tree needs and
the availability of nutrients in the soil to a good fixation of the orchard. Based on that, the
present experiment aimed to evaluate the fertility of the soil and the fig tree nutritional status
during six months of conduction, in different micro-regions of Paraiba State, Brazil, and the ratio
N/K that provided better nutritional efficiency, as a function of the fertilization with doses of N,
K, and organic composite. The experiments were developed from May 2006 until February
2008, in Areia, Lagoa Seca and Sumé municipalities, Paraíba State, Brazil. The fertilization was
divided in three applications, every 60 days, according to the adopted treatments.
Theexperimental design applied was of randomized blocks, with four repetitions, disposed in a
factorial scheme 3x2x6+2. That corresponded to three locality (Areia, Lagoa Seca, and Sumé),
two doses of N (45 and 75 g of N plant-1), 6 doses of K (15, 38, 60, 90, 113 e 135 g of K plant-1),
and organic composite (45 dm-3 plant-1) and the control. The H+ + Al+2, Ca+2, Mg+2, P, K, M.O.
contents, and pH were determined to evaluate the fertility of soil. Furthermore, to diagnose the
fig tree nutritional status, the NPK contents and the ratio N/K were evaluated in the foliar dry
matter. The organic composite that was applied in the soil influenced the Ca+2, Mg+2, P, and K
levels. The levels of K in soil were affected by the levels of applied potassic fertilization, when
the added N content was 45 g plant-1. The ratio N/K presented higher levels in the soil of fig tree
orchard located in Areia municipality.
Key-words: Ficus carica L.; Soil fertility; Mineral nutrition; Paraíba
*Advisor: Prof. Rejane Maria Nunes Mendonça, D. Sc.
38
1. INTRODUÇÃO
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas frescas, no qual o figo, dentre as frutas
de clima subtropical, está entre as vinte mais exportadas. A exportação se revela bastante
promissora aos produtores brasileiros, não apenas pelas melhores cotações de mercado, mas
porque ocorre em período de excedente de oferta do fruto no mercado interno. Ao mesmo tempo,
em que a colheita brasileira ocorre num período de entressafra da produção de fruta fresca no
mercado do hemisfério norte, caracterizando período de maior consumo (AMARO, 1997;
CAETANO, 2004).
A figueira (Ficus carica L.) se desenvolve bem nas regiões subtropicais temperadas, mas
apresenta grande capacidade de adaptação climática. No Brasil, esta cultura vem sendo cultivada
tanto no estado do Rio Grande do Sul, em região de clima frio, como nas regiões serranas do
Estado de Ceará, em área semi-árida caracteristicamente de clima quente e seco do país
(GOMES, 1989; SEAGRI, 2005).
Fatores nutricionais e hídricos são de estrema significância ao sucesso do estabelecimento
de novas áreas de cultivo da figueira. Como os nutrientes exercem funções específicas na planta,
a carência ou o excesso de apenas um deles pode resultar em alterações metabólicas,
morfológicas ou anatômicas específicas, que se traduzem em sinais externos. Estes sintomas,
juntamente com as análises de solo e folhas, completam o diagnóstico da disponibilidade dos
nutrientes no solo, o que é fundamental no estabelecimento dos programas de adubação
(HERNANDEZ et al., 1994; CAETANO et al., 2002).
O diagnóstico adequado das necessidades das plantas em K, aliado a uma recomendação
precisa de adubo potássico, são fatores importantes para o aumento da qualidade e da
produtividade das culturas, sendo a relação N/K um parâmetro importante para avaliação da
qualidade e produtividade. A resposta de uma cultura ao K depende, em parte, do nível em que
se encontra a nutrição nitrogenada. Geralmente, quanto maior o suprimento de N, maior o
aumento da produtividade em resposta a disponibilidade adequada de K (ROSOLEM, 2005;
BRIZOLA et al., 2005b).
O planejamento de um programa de adubação deve ser baseado na avaliação do estado
nutricional do pomar, no vigor e na produtividade esperada das plantas e também no
conhecimento das condições climáticas e edáficas sob as quais é cultivado (MALAVOLTA et
al., 1997; BRIZOLA et al., 2005a).
A adubação nitrogenada na cultura da figueira provoca crescimento vigoroso das plantas
e frutos maiores, sendo importante quando o objetivo é a produção de figos verdes para indústria.
39
Níveis adequados de nitrogênio proporcionam efeito positivo no diâmetro, número de frutos e
também na produtividade de frutos maduros (BARBOSA, 1998).
As pesquisas sobre nutrição em figueira na região Nordeste, onde a cultura foi
introduzida recentemente são incipientes, sendo que as recomendações de adubação utilizadas
têm por base as sugestões utilizadas para os estados de São Paulo e Minas Gerais (ALVAREZ V.
at al., 1999), necessitando de estudos sobre desenvolvimento e nutrição nas condições
edafoclimáticas locais. Nesse sentido, novas pesquisas devem ser estimuladas para que a prática
da adubação resulte em maior rentabilidade econômica para a cultura.
Diante do exposto há necessidade da realização de pesquisas sobre a avaliação nutricional
de plantios comerciais de figo nas várias regiões produtoras, assim como recomendações de
adubações especificas de acordo com o local de cultivo. Caetano (2004) afirma que a realização
de pesquisas regionalizadas de nutrição e adubação da cultura trará mais precisão às
recomendações agronômicas e permitir desenvolvimento mais compatível com o incremento de
produtividade das lavouras, inclusive da figueira.
Objetivou-se com este trabalho avaliar o estado nutricional de plantas de figueira e a
fertilidade do solo, em diferentes microrregiões paraibanas, em função da aplicação de doses de
N, K e composto orgânico.
40
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. Localização
Os experimentos foram conduzidos em três municípios do estado da Paraíba: Areia,
Lagoa Seca e Sumé.
a) Em Areia (mesorregião do Agreste e microrregião do brejo paraibano, S
06º58’09.3” e W 35º42’96.7”), com temperaturas que podem atingir 8°C no período chuvoso e,
30°C durante a aridez, com atitude de 630 m. Na época de condução do experimento a
precipitação acumulada foi de 1054 mm em 2006 e 1465 mm em 2007, com distribuição
irregular (AESA, 2008). A área do experimento apresenta solo do tipo Argissolo Vermelho-
Amarelo eutrófico (SANTOS et al., 2006).
b) No município de Lagoa Seca (mesorregião do Agreste e microrregião de Campina
Grande, S 07º10’15” e O 35º51’14”), clima tropical úmido, com temperatura média anual em
torno de 22 °C, sendo a mínima de 18 °C e a máxima de 33 °C, com uma altitude de 634 m. Na
época de condução do experimento a precipitação acumulada foi de 719 mm em 2006 e 878 mm
em 2007, com distribuição irregular (AESA, 2008). O solo da área experimental é Neossolo
regolítico (SANTOS et al., 2006).
c) No município de Sumé (mesorregião da Borborema, microrregião do Cariri
Ocidental, S 07º39’651” e O 36º26’551”), clima seco com temperatura acima dos 25 °C, com
altitude de 549 m. Na época de condução do experimento a precipitação acumulada foi de 528
mm em 2006 e 384 mm em 2007, com distribuição irregular (AESA, 2008). O solo da área é
Neossolo litólico (SANTOS et al., 2006).
2.2. Delineamento experimental
O delineamento experimental utilizado, para as três localidades, foi em blocos
casualizados, com quatro repetições, com os tratamentos dispostos em um esquema de parcela
subdividida no tempo, em que a adubação corresponderam as parcelas e as épocas de leituras, as
subparcelas.
Os tratamentos aplicados às parcelas foram dispostos em esquema fatorial, em que os
fatores foram: duas doses de nitrogênio (45 e 75 g de N planta-1); seis doses de potássio (15, 38,
60, 90, 113 e 135 g de K planta-1), com duas testemunhas. Na testemunha absoluta foi realizada
41
apenas à adubação de fundação, com matéria orgânica e fósforo, e na testemunha relativa foi
realizada a adubação orgânica (45 dm-3 planta-1) a cada 2 meses, parcelado em 3 aplicações, para
variáveis de solo e de planta, pois foram avaliadas aos seis meses de condução do experimento
(Tabela 1).
Tabela 1. Dosagens de N e K2O utilizadas no experimento, em g planta-1 e equivalência em m-3
ha-1, parcelado em 3 vezes, para uma população de 1666 plantas ha-1
N/K N/K
TRAT. -------g planta-1------ ------kg ha-1------- N1 K1 45 15,0 75 25,0 N1 K2 45 37,5 75 62,5 N1 K3 45 60,0 75 100,0 N1 K4 45 90,0 75 150,0 N1 K5 45 112,5 75 187,5 N1 K6 45 135,0 75 225,0 N2 K1 75 15,0 125 25,0 N2 K2 75 37,5 125 62,5 N2 K3 75 60,0 125 100,0 N2 K4 75 90,0 125 150,0 N2 K5 75 112,5 125 187,5 N2 K6 75 135,0 125 225,0 C.O. 45 dm-3 planta-1 75 m-3 ha-1 Test. 0 0
N: nitrogênio; K: potássio; C.O: composto orgânico; Test.: testemunha absoluta.
2.3. Plantio
O transplantio foi realizado, no espaçamento de 3 m entre fileiras e 2 m entre plantas, em
covas com dimensões de 40 x 40 x 40 cm totalizando um volume de 0,064 m3 com mudas de
figueira (Ficus carica L. cv. Roxo de Valinhos) propagadas assexuadamente, em sacos de
polietileno, com substrato constituído de 70% de composto vegetal e 30% areia, em ambiente
protegido.
As estacas lenhosas foram provenientes da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica
Integral), localizada em Campinas-SP, para os municípios de Areia e Sumé, PB. As plantas do
município de Lagoa Seca-PB foram propagadas por estacas oriunda de plantas do convento
Ipuarana de Lagoa Seca-PB, na época da instalação do experimento, estas se encontravam com
42
um ano de idade, porém sem a realização do manejo de poda de condução. As plantas foram
levadas ao campo quando atingiram 60 cm de altura.
2.4. Adubação
Na adubação de fundação, para todos os tratamentos foram utilizados 15 dm-3 de
composto orgânico cova-1, também foi realizado uma adubação fosfatada com superfosfato
simples, baseado na análise de solo.
O composto orgânico utilizado nas adubações foi proveniente de composteiras feitas com
resíduos vegetais e esterco bovino fresco. As adubações do tratamento com composto orgânico
foram realizadas a cada 60 dias, em três parcelas, com 15 dm-3 de composto orgânico planta-1,
distribuído de forma circular num raio de 0,5 m, na projeção da copa da planta e incorporado de
forma superficial.
As adubações nitrogenada e potássica, na forma de uréia e cloreto de potássio,
respectivamente, foram realizadas a cada 60 dias, parceladas em três vezes, distribuídas em
circunferência na projeção da copa da planta.
2.5. Condução do experimento
Antes da instalação dos experimentos foram coletados amostras de solo, na profundidade
de 0 - 20 cm, para avaliação do potencial de fertilidade dos municípios paraibanos de Areia,
Lagoa Seca e Sumé. Também foram feitas análises do composto orgânico para avaliação do
potencial de fertilidade (Tabela 2).
43
Tabela 2. Atributos químicos do solo à profundidade de 0 – 20 cm, nas regiões de implantação
da figueira, e do composto orgânico antes da instalação dos experimentos
Locais dos experimentos . Elementos Unidade Areia Lagoa Seca Sumé *C.O. pH em água (1:2,5) 5,50 B 6,12 M 8,40 A 7,44 A P – fósforo mg dm-3 26,50 A 9,52 M 35,40A 1015,50A K – potássio mg dm-3 89,87 M 67,39 M 132,40A 1089,30A Ca2+ - cálcio cmolc dm-3 1,95 M 2,10 M 8,95 A 6,15 A Mg2+ - magnésio cmolc dm-3 0,90 M 1,80 A 3,05 A 7,15 A Ca2+ - Mg2+ - Cálcio + magnésio cmolc dm-3 2,85 M 3,90 A 12,00 A 13,3 A H+ + Al3+ - hidrogênio + alumínio cmolc dm-3 2,64 M 2,31 B 0,00 B 3,01 M MO - matéria orgânica g kg-1 8,90 B 17,55 B 8,90 B 109,00 A Na - Sódio cmolc dm-3 0,66 B 0,44 B 1,40 M 2,53 A S - soma de bases cmolc dm-3 3,74 A 4,51 A 13,77 A 18,11 A CTC - capacidade de troca de cátions cmolc dm-3 6,38 M 6,82 M 13,74 A 21,12 A V - percentagem de saturação por base % 58,62 M 66,13 B 100 A 85,75 A
*C.O.= composto orgânico; S = (Ca2+ + Mg2+ + Na+ + K+); CTC = [S + (Al3+ + H+)]; V = 100 S/CTC. B, M e A, respectivamente valores Baixo, Médio e Alto (ALVAREZ V. et al., 1999; RICHARDS et al., 1954).
Após o plantio das mudas de figueira, com o desenvolvimento das plantas, foram
realizadas podas de desbrota de ramos laterais para condução em haste única e poda de
formação, para condução de 12 ramos por planta.
As plantas foram irrigadas manualmente nos períodos de estiagem. As capinas foram
realizadas de forma manual para evitar a concorrência das plantas daninhas e combater as pragas
e doenças da área experimental. Também foram realizadas pulverizações mensais com calda
bordaleza de acordo com a recomendação de Santos et al. (2004), para controle da ferrugem
(Cerotelium fici (Cast) Arth).
Seis meses após as adubações foram coletadas amostras simples de solo nos quatro
quadrantes de projeção da copa das plantas por tratamento, homogeneizadas e feitas uma
amostra composta para determinação da fertilidade do solo.
2.6. Variáveis analisadas
2.6.1. No solo
44
2.6.1. 1. Fertilidade do solo
No mesmo período da coleta de amostras de folhas, foram obtidas amostras de solo nos
quatro quadrantes na projeção da copa das plantas para avaliação da fertilidade do solo. As
amostras simples foram homogeneizadas e retiradas amostras compostas, levadas ao Laboratório
de Solos e tecido vegetal do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. O
solo foi seco a sombra ao ar livre (TFSA), passado em peneirada de 20 mesh, e determinado os
componentes da fertilidade de acordo com a recomendação da Embrapa (1997).
2.6.2. Nas plantas
2.6.2.1. Composição mineral
No mesmo período da coleta de amostras de solo, foram coletadas amostras de folhas sem
pecíolo, aos seis meses após o plantio para diagnóstico do estado nutricional da cultura. As
folhas foram coletadas nos quatro quadrantes da planta (MALAVOLTA et al., 1997), totalizando
6 folhas por planta. Elegeu-se a quarta folha a partir do ápice, na qual estivessem ausentes os
danos físicos e fitossanitários. Estas foram acondicionadas em sacos de papel e conduzidas até o
Laboratório de Análise de Tecido Vegetal do Centro de Ciências Agrárias/UFPB, lavadas e posta
a secarem a 65 °C por 48 horas, e moídas no moinho do tipo Miller. As determinações dos teores
de nitrogênio, fósforo e potássio foram realizadas de acordo com metodologia descrita por
Tedesco et al. (1995).
2.7. Análise Estatística
Os dados quantitativos foram analisados através de regressão polinomial e a comparação
entre as testemunhas foi realizada pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade (FERREIRA,
2000), utilizando-se o Software estatístico SAEG (SAEG, 2007).
45
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Fertilidade do solo
A interação nitrogênio x potássio x localidade não apresentou efeito significativo (p >
0,05) sobre os componentes da fertilidade do solo. A adição das doses de K ao solo, em função
do nitrogênio, não apresentou diferença significativa, quando avaliada de forma conjunta, para os
valores de pH, H+ + Al+2, Ca+2, Mg+2 e Ca+2+Mg+2. Essas variáveis também não foram afetadas
pelas doses de N ou pelo composto orgânico aplicado no solo, exceto para Ca+2+Mg+2 que
diferiu apenas para o composto orgânico (Figura 1).
Esses resultados podem indicar que, o solo no momento da amostragem apresentava
valores adequados para os respectivos componentes da fertilidade (MALAVOLTA et al., 1997).
O tratamento com composto orgânico, quando comparado com a testemunha, diferiu
estatisticamente para Ca+2+Mg+2, verificando que a adição do composto proporcionou
incremento para os respectivos elementos (Figura 1).
46
a
a
6,0
6,4
6,8
7,2
7,6
8,0
15 38 60 90 113 135 C.O. Test.
pH d
o so
lo
Dose de K (g planta-1)
____ Ŷ45 = m = 6,64
- - - - ŷ75 = m = 6,61
A
a a
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
15 38 60 90 113 135 C.O. Test.H+ +
Al+2
no s
olo
(cm
olcdm
-3)
Dose de K (g planta-1)
_____ ŷ45 = m = 4,11
- - - - - ŷ75 = m = 3,91
B
a
a
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
15 38 60 90 113 135 C.O. Test.
Ca+2
no s
olo
(cm
olcdm
-3)
Dose de K (g planta-1)
____ ŷ45 = m = 3,88
- - - - ŷ75 = m = 4,09
C
aa
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
15 38 60 90 113 135 C.O. Test.
Mg+2
no s
olo
(cm
olcdm
-3)
Dose de K (g planta-1)
_____ ŷ45 = m = 2,19
- - - - - ŷ75 = m = 2,26
D
ab
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
15 38 60 90 113 135 C.O. Test.
Ca2
++
Mg2
+no
sol
o (m
g kg
-1)
Dose de K (g planta-1)
_____ ŷ45 = m = 6,07
- - - - - ŷ75 = m = 6,37
E
Figura 1. pH (A) e hidrogênio mais alumínio (B), cálcio (C), magnésio (D) e cálcio mais
magnésio (E) no solo sob diferentes níveis de K (15, 38, 60, 90, 113 e 135 g planta-1) nas doses de N (▪ 45 e ▲----75 g planta-1), o composto orgânico (45 dm-3) e a testemunha, na Paraíba. Letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste t, ao nível de 5% de probabilidade
Na Figura 2A e 2B, pode-se verificar que o teor de matéria orgânica e de P não foram
influenciados significativamente pela adição de K e N, por outro lado, o conteúdo de P foi
influenciado pela adição de composto orgânico ao solo, provavelmente devido ao elevado
47
conteúdo de P presente no composto orgânico, de acordo com interpretação de ALVAREZ et al.
(1999). No entanto, os solos de Areia e Sumé, antes da instalação do experimento encontrava-se
com teor elevado de P (Tabela 2).
aa
0
10
20
30
40
15 38 60 90 113 135 C.O. Test.
M.O
. no
so
lo (g
kg-
1 )
Deses de K (g planta-1)
___ ŷ45 = m = 17,7
----- ŷ75 = m = 19,1
A
a
b
0
50
100
150
200
250
300
15 38 60 90 113 135 C.O. Test.
P d
o so
lo (m
g kg
-1)
Dose de K (g planta-1)
____ ŷ45 = m = 156,0
------ŷ75 = m = 157,0
B
a
b
___ ŷ45 = 235,2 + 22,58*x R² = 0,504
0
100
200
300
400
500
600
15 38 60 90 113 135 C.O. Test.
K n
o so
lo (m
g kg
-1)
Dose de K (g planta-1)
----- ŷ75 = m = 308,0
C
Figura 2. Teores de matéria orgânica (A), fósforo (B) e potássio (C) nos solos da Paraíba sob
aplicação das doses de N (▪ 45 e ▲----75 g planta-1), doses de K (15, 38, 60, 90, 113 e 135 g planta-1) e de composto orgânico (45 dm-3), na cultura da figueira. * = significativo ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste F. Letras iguais na coluna não difere estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste t
O K do solo foi influenciado de forma positiva com a dose crescente de K2O quando a
doses de N aplicada foi de 45 g planta-1 de N (Figura 2C). A diferença estatística do tratamento
com composto orgânico é justificado pelo teor de K no composto adicionado (Tabela 2).
Verifica-se que a aplicação de composto orgânico não influenciou significativamente,
quando comparado à testemunha, no entanto, a adubação orgânica do solo é amplamente
recomendada para o cultivo da figueira (CAETANO & CARVALHO, 2006; LEONEL &
DAMATTO JÚNIOR, 2007). Possivelmente, o tempo entre a adição e a avaliação da resposta
48
tenha sido curto para que algum efeito fosse detectado, bem como, a elevada variabilidade dos
dados.
Secundo Campo-Dall’orto et al. (1996) dos benefícios da utilização da adubação orgânica
na cultura da figueira, a melhoria das propriedades físicas do solo, o fornecimento de nutrientes e
o aumento da população de organismos nematófagos do solo podem ser considerados os mais
importantes. Segundo Leonel & Damatto Júnior (2007), a adição de matéria orgânica ao solo
melhora a distribuição do sistema radicular de plantas de figueira em formação. Para Franchini et
al. (1999) e Mello & Vitti (2002), o aumento do teor de matéria orgânica no solo causa, entre
outros efeitos, o aumento do pH e da saturação por bases, assim como a complexação e a
precipitação do alumínio da solução do solo (FRANCHINI et al., 1999, MELLO & VITTI,
2002).
3.2. Nutrição das Plantas
O acumulo de nitrogênio na matéria seca foliar da figueira não foi influenciado pelos
tratamentos entre os três municípios estudados. Os valores médios foram 40,2 e 41,0 g kg-1 nos
tratamentos em relação às doses de potássio aplicadas (Figura 3A).
As localidades em que os experimentos foram instalados não influenciaram (p >0,05) nas
quantidades de N e P presentes na matéria seca foliar, em relação as doses de K colocadas.
Quanto ao conteúdo de K, embora esse tenha sido influenciado pelo conteúdo de composto
orgânico, este aumentou com relação a dose de 45 g de N planta-1 (Figura 3A). No entanto, os
resultados encontrados são bem superiores aos encontrados por Brizola et al. (2005b) ao estudar
doses crescentes de K.
O teor de P na matéria seca foliar da figueira (Figura 3B) não diferiu significativamente
em função dos tratamentos aplicados. No entanto, na ocasião da análise foliar as plantas
encontravam-se adequadamente supridas em fósforo com valores médios superiores aos
constatados por Brizola et al. (2005a), de 2,0 g kg-1 de P. Provavelmente, o teor do P do solo
(Tabela 2) tenha suprido a necessidade da cultura. Estes resultados discordam dos encontrados
por Brizola et al. (2005b) que verificaram ser os teores de fósforo nas folhas influenciados com o
aumento das doses de potássio aplicadas.
O conteúdo de K na massa seca foliar aumentou linearmente com aplicação de 45 g de N
planta-1, em relação à aplicação das doses de K2O ao solo. A utilização de 75 g plana-1 não
49
resultou em elevação do conteúdo foliar deste nutriente. Estes resultados são compatíveis com os
constatados por Brizola et al. (2005b) (Figura 3C).
Não houve diferença significativa nos teores de N, P e K presentes na massa foliar das
plantas que não sofreram adubação (testemunha) em comparação aquelas em que foi aplicado o
composto orgânico (Figura 3). A não diferença, provavelmente, esteja relacionado com a
adubação de fundação e com a própria riqueza do solo que tenha suprido a demanda nutricional
da cultura. A ausência de diferença entre os tratamentos pode ser resposta da adubação de
fundação antes do plantio, realizada para todos os tratamentos. Quanto a comparação das
adubações com o composto orgânico, não foi observado efeito significativo nas plantas, pois o
composto apresentava elevados valores de nutrientes, juntamente com a riqueza natural do solo
tenha contribuído para suprir a demanda nutricional da cultura (Tabela 2).
a a
■____ ŷ45 = m = 41,0
▲- - - - ŷ75 = m = 40,2
20
30
40
50
60
15 38 60 90 113 135 C.O. Test.
N na
MS
folia
r (g
gk-1
)
Dose de K (g planta-1)
A
aa
■____ŷ45 = m= 2,94
▲- - - - ŷ75 = m = 2,88
2,5
2,7
2,9
3,1
3,3
3,5
15 38 60 90 113 135 C.O. Test.
P na
MS
folia
r (g
kg-1
)
Doses de K (g planta-1)
B
a a
■____ŷ45 = 20,72 + 0,030* *x R² = 0,485
▲- - - - ŷ75 = m = 21,6
10
15
20
25
30
15 38 60 90 113 135 C.O. Test.
K na
MS
folia
r (g
kg-1
)
Dose de K (g planta-1)
C
Figura 3. Teores de N (A), de P (B) e de K (C) na matéria seca foliar de figueira sob diferentes
níveis de K (15, 38, 60, 90, 113 e 135 g planta-1) nas doses de N (▪ 45 e ▲----75 g planta-1) e de composto orgânico (45 dm-3), na Paraíba. ** = significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; letras iguais na coluna não diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade pelo teste t
50
Esses resultados evidenciam também que quantitativamente, segundo as expectativas
nutricionais, as plantas por ocasião da amostragem foliar, encontravam-se adequadamente
supridas nos respectivos macronutrientes. Nesse sentido, constatou-se que aos seis meses após a
aplicação dos tratamentos as plantas das três localidades encontravam-se adequadamente
supridas em N, P e K (BRIZOLA et al., 2005; LQARS, 2006; ROSOLEM, 2005).
O efeito de interação tratamento x localidade foi significativo sobre a relação N/K como
indicado na Figura 4. A aplicação de 75 g de N apresentou comportamento quadrático com
maior valores da relação N/K de 3,3 na dose de 69,0 g de K2O planta-1 para o município de
Areia-PB (Figura 4A). Nas plantas de Lagoa Seca a variação média foi de 1,79 e 1,81 (Figura
4B) e de 1,42 e 1,53 (Figura 4C) para as doses de 45 e 75 g planta-1 de N adicionada ao solo.
A relação N/K é um parâmetro importante para a avaliação da qualidade e produtividade
(MAVALOTA et al., 1997). Embora para citrus a relação N/K varie de 2,4 a 3,0 para obtenção
de produtividades elevadas, para a obtenção de maior tamanho de frutos ela pode variar de 1,6 a
2,2 (CRESTE, 2005). Para a figueira não foi encontrada trabalhos que evidenciem a contribuição
desta relação.
A aplicação do composto orgânico não elevou significativamente a relação N/K na massa
foliar, em relação à testemunha. Provavelmente, os teores destes elementos presentes no solo
tenham sido suficientes para atender a demanda da cultura da figueira, de forma que a adição do
composto não exerceu efeito significativo na nutrição mineral (Tabela 2). Para Leonel &
Damatto Júnior (2007) a adição de matéria orgânica ao solo melhora a distribuição do sistema
radicular de plantas de figueira em formação. Possivelmente, melhora também a absorção de
nutrientes que responde no seu desenvolvimento.
51
aa
■____ŷ45 = m = 2,79
▲- - - - ŷ75 = 2,555 + 0,429x - 0,065*x2
R² = 0,736
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
15 38 60 90 113 135 C.O. Test.
N/K
na M
S fo
liar
Dose de K (g planta-1)
Areia - PB A
a a
■____ŷ45 = m= 1,81
▲- - - - ŷ75 = m = 1,79
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
15 38 60 90 113 135 C.O. Test.
N/K
na M
S fo
liar
Dose de K (g planta-1)
Lagoa Seca - PB B
a a
▲- - - - ŷ75 = m = 1,42
■____ŷ45 = m = 1,53
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
15 38 60 90 113 135 C.O. Test.
N/K
na M
S fo
liar
Dose de K (g planta-1)
Sumé - PB C
Figura 4. Relação N/K na matéria seca foliar de figueira sob diferentes níveis de K (15, 38, 60,
90, 113 e 135 g planta-1) nas doses de N (▪ 45 e ▲----75 g planta-1) e de composto orgânico (45 dm-3), nos municípios de Areia (A), Lagoa Seca (B) e Sumé, PB (C). *= significativo ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste F; letras iguais não diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste t
52
4. CONCLUSÕES
1. O conteúdo de composto orgânico aplicado ao solo estimulou nos níveis de Ca+2, Mg+2, P
e K do solo;
2. O teor de K no solo foi afetado pelas doses da adubação potássica aplicados, quando o
conteúdo de N adicionado foi de 45 g planta-1, não sendo influenciado por doses
superiores de N;
3. As localidades em que os experimentos foram instalados não influenciaram no estado
nutricional das plantas de figueiras implantadas no estado da Paraíba, exceto para a
relação N/K, na qual figueiras implantadas em Areia apresentaram valores mais elevados;
4. No período de realização da amostragem foliar as plantas encontravam-se adequadamente
supridas em N, P e K.
53
5. LITERATURA CITADA AESA. Agência Executiva de gestão das águas do Estado da Paraíba. 2008. Monitoramento. Disponível em: <http://site2.aesa.pb.gov.br/aesa/monitoramentoPluviometria.do?metodo=listarMesesChuvasMensais>.
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SAEG. Sistema de análise estatística: versão 7.1. Viçosa, MG: Fundação Arthur Bernardes, 1997. CD-ROM.
SANTOS, H.G.; JACOMINE, P.K.T.; ANJOS, L.H.C.; OLIVEIRA, V.A.; OLIVEIRA, J.B.; COELHO, M.R.; LUMBRERAS, J.F.; CUNHA, T.J.F.; Sistema brasileiro de classificação de solos. 2 ed. – Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006. 306p.
SANTOS, J.M.F.; NOGUEIRA, E.M.C.; PENTEADO, S.R.; MAIORANO, J.A.; PINHEIRO, F.F. Efeito comparativo de calda bordalesa e calda viçosa em figo usando um novo tipo de ponteira de pulverização para o controle da ferrugem. Arquivo do Instituto Biológico, São Paulo, v.71, (supl.), p.1-749, 2004.
55
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TEDESCO, M.J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C.A.; BOHNEN, H.; VOLKWQEISS, S.J. Análise de solo, planta e outros materiais. Porto Alegre: Departamento de Solos/UFRGS, 2. Ed. 1995. (Boletim Técnico, 5).
ANEXO
Figura 1. Manejo de formação na figueira em haste única (PIO & CHAGAS, 2007)
Figura 2. Poda de formação e condução da estrutura principal da figueira (PIO & CHAGAS,
2007)
03060
90120150180210240
270300
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Ano / 2006 Ano / 2007
Prec
ipita
ção
(mm
)Areia Lagoa Seca Sumé
Figura 3. Precipitação pluviométrica do município de Areia (microrregião do brejo paraibano),
Lagoa Seca (microrregião de Campina Grande) e Sumé (microrregião do Cariri Ocidental), na Paraíba, do ano de 2006 e 2007, período de condução dos experimentos. Areia, 2008
Ano 2006 1048 mm 720 mm 528 mm Ano 2007 1453 mm 914 mm 383 mm
Tabela 1. Quadrado médio das variáveis do solo em função da adubação com nitrogênio, potássio e matéria orgânica nas diferentes
microrregiões paraibanas (Areia, Lagoa Seca e Sumé, PB)
Fontes de Variação G.L. pH P K Na Ca+Mg Ca Mg Al H+Al M.O. Bloco 3 0,085ns 34041,4* 45498,1ns 1,38ns 2,370ns 0,924ns 4,533** 0,0010ns 0,21ns 183,1ns Local 2 143,435** 774132,1** 1355454,0ns 17,38** 1374,949** 375,240** 313,824** 0,1005** 900,68** 638,0* Tratamentos 13 0,721** 33553,1** 68482,3** 1,24** 5,477** 2,404ns 0,739ns 0,0029ns 1,46ns 243,5ns N 1 0,051ns 4672,2ns 1305,4ns 2,15* 2,838ns 1,542ns 0,196ns 0,0001ns 1,44ns 66,7ns K 5 0,140ns 42762,9* 71321,3** 1,43** 2,249ns 1,337ns 0,167ns 0,0012ns 0,87ns 38,5ns N x K 5 0,038ns 8797,1ns 11324,9ns 0,87** 0,797ns 0,522ns 0,165ns 0,0031ns 1,50ns 19,3ns K d/ N90 5 0,134ns 8797,1ns 25784,1ns 2,08** 1,323ns 0,889ns 0,071ns 0,0037ns 1,46ns 28,9ns Linear 1 0,462ns 20242,8ns 99088,6ns 9,18** 0,592ns 0,442ns 0,011ns 0,0001ns 0,21ns 23,8ns Quadrática 1 0,064ns 21058,3ns 3162,8ns 0,62ns 1,599ns 0,537ns 0,283ns 0,0119ns 0,40ns 70,6ns Cúbica 1 0,130ns 10666,5ns 7450,1ns 0,18ns 0,289ns 0,215ns 0,542ns 0,0000ns 4,40* 16,0ns Quártico 1 0,013ns 50114,0ns 666,3ns 0,38ns 0,002ns 0,000ns 0,005ns 0,0066ns 1,37ns 2,8ns Desvio da Regressão 1 0,001ns 7315,2ns 18552,5ns 0,66ns 4,133ns 3,250ns 0,003ns 0,0000ns 0,91ns 31,1ns K d/ N150 5 0,045ns 12060,1ns 56862,1ns 0,22ns 1,723ns 0,970ns 0,053ns 0,0006ns 0,91ns 28,9ns Linear 1 0,143ns 31317,1ns 124575,8* 0,37ns 1,696ns 0,263ns 0,261ns 0,0004ns 0,49ns 8,1ns Quadrática 1 0,020ns 1687,4ns 84825,6ns 0,59ns 0,893ns 0,244ns 0,622ns 0,0010ns 0,51ns 104,4ns Cúbica 1 0,000ns 45659,8ns 64652,5ns 0,13ns 2,166ns 2,155ns 0,203ns 0,0008ns 2,63ns 25,6ns Quártico 1 0,058ns 61131,7* 10035,5ns 0,43ns 1,718ns 1,589ns 0,000ns 0,0001ns 0,01ns 4,8ns Desvio da Regressão 1 0,002ns 9200,8ns 221,1ns 0,15ns 2,142ns 0,600ns 0,003ns 0,0005ns 0,93ns 1,8ns Testemunha 1 1,022ns 38905,8ns 451851,3** 2,31* 13,900** 6,236ns 0,475ns 0,0001ns 0,43ns 45,7ns Testemunha vs Fatorial 1 7,407** 140454,5** 23882,6ns 0,59ns 39,227** 14,183** 1,517ns 0,0157* 5,21* 2763,6** Local vs Tratamento 26 0,269ns 33264,0ns 29582,3ns 0,65ns 2,423ns 1,884ns 6,236** 0,0024ns 0,96ns 119,9ns Resíduo 123 0,269 13863,1 29582,3 0,37 1,735 1,884ns 0,431 0,0035 1,04035 143,9 C.V. (%) 4,75 70,3 39,6 70,90 20,54 22,90 28,47 174,22 25,88 59,8
Tabela 2. Quadrado médio das variáveis do solo em função da adubação com nitrogênio, potássio e matéria orgânica nas diferentes microrregiões paraibanas (Areia, Lagoa Seca e Sumé, PB).
QUADRADO MÉDIO Fontes de Variação G.L. N P K
Bloco 3 263,8953** 0,287212ns 17,18131ns Local 2 2410,6720** 32,10743ns 3221,723** Tratamentos 13 19,7500ns 0,147965ns 34,6637ns N 1 21,0930ns 0,153847ns 76,28882* K 5 14,7633ns 0,173064ns 40,0305ns N x K 5 24,1592ns 0,149153ns 27,3424ns K d/ N90 5 13,8228ns 0,28216ns 48,37077** Linear 1 0,1902ns 0,659722ns 117,5207** Quadrática 1 4,9563ns 0,13953ns 2,91583ns Cúbica 1 0,3255ns 0,02505ns 109,7826** Quártico 1 53,3852ns 0,200393ns 0,241843ns Desvio da Regressão 1 10,2552ns 0,38605ns 11,38654ns K d/ N150 5 25,0997ns 0,040063ns 19,00216ns Linear 1 105,7209ns 0,040403ns 23,28921ns Quadrática 1 4,2803ns 0,060001ns 13,97606ns Cúbica 1 6,1507ns 0,046885ns 1,208529ns Quártico 1 3,9430ns 0,210163ns 56,44897* Desvio da Regressão 1 5,4025ns 0,032007ns 0,088013ns Testemunha 1 6,7340ns 0,109428ns 0,720817ns Testemunha vs Fatorial 1 34,3104ns 0,049155ns 36,75404ns Local vs Tratamento 26 36,8183ns 0,197026ns 21,93917ns Resíduo 123 35,8626 0,226273 14,26159 C.V. (%) 14,68 16,38 9,1
Foto 1. Experimento com Ficus Carica L. em Areia – PB (CCA/UFPB), em diferentes fases de
desenvolvimento: planta na fase inicial (A), plantas com poda de condução (B), planta com poda das pernadas (C), fase inicial das pernadas (D), planta na fase vegetativa (E) e planta na fase de produção (F)
A B
C D
E F
Foto 2. Experimento com Ficus Carica L. em Lagoa Seca – PB (EMEPA), em diferentes fases
de desenvolvimento: planta com poda das pernadas (A), fase inicial das pernadas (B), plantas no período vegetativo com pernadas no ponto de poda (C e E), adubação na fase inicial (D) e planta na fase de intenso crescimento vegetativo (F)
A B
C D
E F
Foto 3. Experimento com Ficus Carica L. em Sumé – PB (Escola Agrícola de Sumé), em
diferentes fases de desenvolvimento: fase inicial de muda (A), plantas com poda das pernadas iniciais com cobertura morta do solo (B), plantas em fase de crescimento vegetativo (C e D), planta na fase de frutificação (E) e plantas com copa formada (F)
A B
C D
E F
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