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  • 7/22/2019 Administrador o Papel

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    Administrao(Introduo e Teorias)

    Alessandra Linhares Jacobsen

    Joo Benjamim da Cruz Junior

    Luis Moretto Neto

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    Copyright 2006. Todos os direitos desta edio reservados SECRETARIA DE EDUCAO A DISTNCIA (SEAD/UFSC). Nenhumaparte deste material poder ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrnico, por fotocpia e outros, sem a prvia

    autorizao, por escrito, da autora.

    Catalogao na publicao por: Onlia Silva Guimares CRB-14/071

    J17a Jacobsen, Alessandra LinharesAdministrao (Introduo e teorias) / Alessandra Linhares

    Jacobsen, Joo Benjamim da Cruz Junior, Luis Moretto Neto. Florianpolis : SEaD/UFSC, 2006.

    216p. : il.

    Inclui bibliografia

    1. Administrao Histria. 2. Administrador. 3. Funesadministrativas. 4. Comportamento administrativo. I. Cruz Jnior,Joo Benjamim da. II. Moretto Neto, Luis.III. Universidade Federal de Santa Catarina. Secretaria de Educao

    a Distncia. II. Ttulo.

    CDU: 65.01

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    PRESIDENTE DA REPBLICA

    Luiz Incio Lula da Silva

    MINISTRO DA EDUCAO

    Fernando Haddad

    SECRETRIO DE EDUCAO A DISTNCIA

    Ronaldo Mota

    DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE POLTICAS EM EDUCAO A DISTNCIA

    Hlio Chaves Filho

    SISTEMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    REITOR

    Lcio Jos Botelho

    VICE-REITOR

    Ar iova ldo Bo lzan

    PR-REITOR DE ENSINO DE GRADUAO

    Marcos Lafim

    DIRETORA DE EDUCAO A DISTNCIA

    Arac i Hack Ca tapan

    CENTRO SOCIOECONMICO

    DIRETOR

    Maurcio Fernandes Pereira

    VICE-DIRETOR

    Al ta ir Bo rguet

    DEPARTAMENTO DE CINCIAS DA ADMINISTRAO

    CHEFE DO DEPARTAMENTO

    Joo Nilo Linhares

    COORDENADOR DE CURSO

    Alexand re Marino Costa

    COMISSO DE PLANEJAMENTO, ORGANIZAO E FUNCIONAMENTO

    Alexand re Marino Costa

    Gilberto de Oliveira Moritz

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    Joo Nilo Linhares

    Luiz Salgado Klaes

    Marcos Baptista Lopez Dalmau

    Maurcio Fernandes Pereira

    Raimundo Nonato de Oliveira Lima

    FUNDAO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOCIOECONMICOS

    PRESIDENTE

    Guilherme Jlio da Silva

    SECRETARIA DE EDUCAO A DISTNCIA

    SECRETRIO DE EDUCAO A DISTNCIA

    Ccero Ricardo Frana Barbosa

    COORDENAO FINANCEIRA

    Vladimir Arthur Fey

    COORDENAO PEDAGGICA

    Nara Maria Pimentel

    APO IO PED AG GI CO

    Denise Aparecida Bunn

    Juliete Schneider

    Leila Procpia do Nascimento

    SUPERVISO DE CURSO

    Flavia Maria de Oliveira

    SUPERVISO DE INTERNET

    Cludio Fernando Maciel

    DESIGN GRFICO

    Mariana Lorenzetti

    MONITORIA

    Egdio Staroscky

    Dilton Ferreira Junior

    DIAGRAMAO

    Annye Cr is tiny Te ssaro

    REVISO ORTOGRFICA

    Sergio Meira (SOMA)

    ORGANIZAO DO CONTEDO

    Alessan dra Linhares Ja cobsen

    Joo Benjamin da Cruz Junior

    Luis Moretto Neto

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    Sumrio

    UNIDADE 1 A Administrao, o administrador e as organizaes

    Formao do administrador................................................................11

    Caractersticas dos administradores...................................................14

    Conceitos de Administrao...............................................................19

    Efeitos da globalizao sobre as organizaes...................................22

    Resumo............................................................................................25

    Bibliografia.......................................................................................27

    UNIDADE 2 Funes Administrativas

    Planejamento....................................................................................31

    Organizao.....................................................................................37

    Comando..........................................................................................44

    Controle...........................................................................................50

    Coordenao....................................................................................54

    Resumo............................................................................................57

    Bibliografia.......................................................................................59

    UNIDADE 3 reas de atuao da Administrao

    Administ rao gera l: Funes Adminis trativas.. .. .. .. .. .. .. ... .. ... .. ... .. ... .. ..63

    Administ rao gera l: Funes Adminis trativas e est rutu ra

    organizacional...................................................................................67

    Administ rao da produo e si stemas: plane jamento da produo.. .. ..69

    Administ rao da produo e si stemas: engenharia do produto e do

    processo...........................................................................................72

    Administ rao de marketing: o seu papel na organizao....................75

    Administ rao de marketing: o composto de marketing........................78

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    Administ rao financeira e oramentria : vi so sistmica.. ... .. .. .. .. ... .. ..81

    Administ rao financeira e oramentria : as dec ises.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ... ..84

    Administ rao de recursos humanos: o processo.. .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .86

    Administ rao de recursos humanos: pr incipais funes.. .. .. ... .. .. .. .. .. ..89

    Resumo............................................................................................92At iv idades de aprend izagem. .. .. .. ... .. .. .. .. ... .. ... .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ... .. ..92

    Bibliografia.......................................................................................93

    UNIDADE 4 Histria do pensamento administrativo

    A Revo luo Indus tr ia l e a Adminis trao Clssica.. .. .. .. .. .. .. .. ... .. ... .. .. .97

    Reviso crtica da Escola Clssica Teorias Neoclssicas................108

    O homem como centro da anlise.....................................................113

    A Teor ia da Contingncia. .. .. .. .. .. .. .. .. ... .. ... .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ... .. ... .. .124Outras contribuies para o estudo do ambiente...............................130

    Bibliografia......................................................................................135

    UNIDADE 5 A abordagem poltica e a cultura das organizaes

    A abordagem pol ti ca e a cul tura das organizaes. .. .. ... .. ... .. .. .. .. .. .. ..141

    A Cr ise da prtica e do ens ino da Administ rao .. .. .. .. .. ... .. ... .. ... .. ... .. .152

    Novas perspectivas no estudo das organizaes...............................161

    Conseqncias do modelo ps-empresarial......................................167Bibliografia......................................................................................172

    UNIDADE 6 A mudana e a inovao

    Viso Terica..................................................................................177

    Gesto da mudana aspectos prticos...........................................183

    Os novos paradigmas de gesto.......................................................189

    Bibliografia......................................................................................214

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    UNIDADE 1

    A Administrao, oadministrador e as

    organizaes

    Alessandra Linhares Jacobsen

    Objetivo

    Nesta unidade voc vai conhecer os conceitos bsicos da Administrao, algumashabilidades necessrias ao profissional administrador com o objetivo de

    oportunizar uma viso geral do processo administrativo, bem como formar umaconscincia a respeito dos efeitos da globalizao sobre as organizaes e sobreas atuais perspectivas para administr-las.

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    Formao do administrador

    A pro fisso do administ rador carac te ri zada por ser abrangente a

    vrias reas, contemplando uma extensa gama de funes e

    habilidades. Drucker (1998) afirma que ele precisa ser empreendedor e

    capaz de gerar resultados maiores do que a soma das partes (sinergia).

    Lacombe e Heilborn (2003) complementam com a essncia do papel do

    administrador, o que caracteriza-se pela obteno de resultados por

    meio de terceiros e do desempenho da equipe que ele supervisiona e

    coordena.

    O administrador responsvel por fazer as coisas acontecerem

    da forma adequada a f im de gerar resultados posit ivos para a

    organizao. O conhecimento muito importante para sabermos

    o que devemos fazer e para fazermos a coisa certa, mas no

    adianta f icarmos obsessivamente preocupados em aumentar a

    nossa cultura sem a colocarmos a servio das realizaes teis e

    prt icas para a sociedade. Espera-se que o administ rador tenha

    como principal qualidade a iniciativa para conseguir soluespa ra as di fi culdades encont radas e para co loc-las em ao.

    (LACOMBE; HEILBORN, 2003, p.7)

    De acordo com o Min is tr io da Educao, o g raduado em

    Administ rao deve apresentar um perfi l genr ico conforme as

    especificidades relacionadas:

    internalizao de valores de responsabil idade social,

    just ia e tica pro fiss ional ;

    slida formao humanstica e viso global que o habilite a

    compreender o meio social, poltico, econmico e culturalonde est inserido e a tomar decises em um mundodiversificado e interdependente;

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    slida fo rmao tcnica e c ien tfi ca para a tuar na

    administrao das organizaes, alm de desenvolveratividades especficas da prtica profissional;

    competncia para empreender, analisando criticamente as

    organizaes, antecipando e promovendo suastransformaes;

    capacidade de atuar de forma interdisciplinar; e

    capacidade de compreenso da necessidade do contnuo

    aperfeioamento prof issional e do desenvolvimento daautoconfiana.

    A fim de se at ingi r esse perfi l necessr io um currculo

    devidamente estruturado, bem como um corpo docente qualificado capazde desenvolver certas habil idades, l istadas a seguir (MINISTRIO DA

    EDUCAO, 2003):

    comunicao e expresso : estabelecer comunicao

    in terpessoal, de expressar-se corretamente nosdocumentos tcn icos especf icos e de interpretar arealidade;

    raciocnio lgico, crtico e analtico : operar com valores

    e formulaes matemticas, alm de estabelecer relaesformais causais entre fenmenos. O graduando devertambm ser capaz de expressar-se de modo cr tico ecriativo frente aos diferentes contextos organizacionais esociais;

    viso sistmica e estratgica : demonstrar a compreenso

    do todo, de modo integrado e sistmico, bem como suasrelaes com o ambiente externo;

    criatividade e iniciativa : propor e implementar modelos de

    gesto, inovar e demonstrar um esprito empreendedor;

    negociao: demonstrar atitudes flexveis e de adaptao

    a terceiros e a situaes diversas;

    tomada de deciso: ordenar atividades e programas,

    assumir riscos e decidir entre alternativas;

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    liderana : inf luenciar o comportamento do grupo com

    empatia e eqidade visando interesses interpessoais einstitucionais; e

    trabalho em equipe : atuar de forma interativa em prol de

    objetivos comuns e compreender a importnc ia dacomplementaridade das aes coletivas.

    Para saber mais

    Sobre a formao profissional do administrador, consulte www.cfa.org.br

    Sobre atividades, rea de atuao do administrador e legislao sobre aprofisso, consulte www.crasp.com.br

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    Caractersticas dos administradores

    Um administrador precisa ter vrias habilidades. Segundo Bateman

    e Snell (1998), necessrio ter habilidades tcnicas, interpessoais e de

    comunicao, alm das conceituais e de deciso. As habil idades

    tcnicas so os mtodos e processos, normalmente adquiridos atravs

    das informaes passadas em sala de aula. As habilidades interpessoais

    e de comunicao, tambm chamadas humanas, so extremamente

    necessrias na vida de um administrador e podem ser desenvolvidas

    tanto dentro como fora do ambiente acadmico. Por lt imo, as

    habil idades conceituais e de deciso envolvem o reconhecimento de

    questes complexas e dinmicas, o exame de fatores numerosos e

    confl i tantes que influenciam os problemas, bem como a resoluo dos

    mesmos.

    Lacombe e He ilborn (2003) tambm apresentam a mesma

    classificao e afi rmam que uma administrao bem-sucedida deve

    apoiar-se nestas trs habilitaes bsicas:

    habil idade tcnica: compreenso e domnio de

    determinado t ipo de atividade. Envolve conhecimentoespecializado, habilidade analtica dentro da especialidadee facil idade no uso das tcnicas e do instrumental dadisciplina especfica;

    habilidade humana: capacidade de trabalhar com eficcia

    como membro de um grupo e de conseguir esforoscooperativos nesse grupo na d ireo dos objet ivosestabelecidos; e

    habilidade conceitual ou viso sistmica: habi l idadepara visual izar a organizao (insti tuio, empresa ougrupo de empresas) como um conjunto integrado.

    Complementando a sua classificao, eles definem que uma maior

    habi lidade tcnica vi tal no incio da carreira, nos estgios menos

    graduados da organizao. Na maioria dos casos, a tendncia no

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    sentido do aumento gradual da necessidade de habil idade humana e,

    finalmente, nos estgios superiores de direo, h grande necessidade

    de habil idade conceitual ou viso sistmica, tambm conhecida como

    holstica.

    necessrio entender competncias* (GLOSSRIO: *Competncias conjunto de conhecimentos (saberes), habilidades (saber fazer) e atitudes (saber

    ser)) como a capacidade de mobilizar saberes (desenvolvidos ao longo

    da vida social, escolar e laboral) para agir em situaes concretas de

    trabalho, o que confere ao processo de ensino um compromisso com o

    desempenho do aluno e com sua atuao, bem como com a

    transferncia das aprendizagens por ele realizadas.

    Outros conceitos relacionados com a competncia devem ser

    especificados, a fim de se perceber a importncia do seu

    desenvolvimento. O primeiro conceito da empregabil idade, que pode

    ser entendida como a capacidade do indivduo tornar-se empregvel em

    vrias atividades e em um conjunto amplo de empresas, durante sua

    vida ativa de trabalho.

    Deve-se tambm ter clara a idia de polivalente, ou seja, aquele

    capaz de fazer vrias coisas, verst i l . A pol ivalncia no somente

    saber d iversas coisas, mas tambm ter capacidade de resolver

    problemas, de analisar informaes, de julgar, de pesquisar, de

    transferir aprendizagem (DEFFUNE; DEPRESBITERES, 2002).Resgatando os conceitos j explicados, torna-se necessrio formar

    um profiss ional pol ivalente e que apresente empregabi lidade*

    (GLOSSRIO: *empregabilidade representa a facilidade de colocao ou

    recolocao no mercado de trabalho.). Andrade (1997) corrobora com essa

    idia ao afirmar que o trabalho j no pode mais ser pensado a partir da

    perspectiva de um determinado posto, mas de famlias de ocupaes

    que podem e devem ser consolidadas a parti r de um conjunto de

    competncias e habil idades. Para isso, necessrio quali ficar o

    administrador a partir de um conjunto de competncias e habil idades,

    saberes e conhecimentos, e atravs de vrias instncias, tais como

    formao geral (conhecimento cient fico), formao prof issional e

    experincia de trabalho e social.

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    Mercado de trabalho

    De acordo com o Conselho Federal de Administrao, a definio

    de um espao que d ident idade a uma prof isso uma empreitadacomplexa, sobretudo no caso do administrador, to invadido por

    inmeras outras profisses. Ao se conceituar Administrao como a arte

    de liderar pessoas e gerenciar recursos tecnolgicos, materiais, fsicos,

    financeiros, entre outros, visando a busca de resultados superiores para

    a organizao, estabelece-se um espao bem mais amplo, de di f ci l

    caracterizao de limites.

    Como visto, mercado de trabalho um dos espaos mais amplos.

    O profiss ional da Admin is trao pode atuar em Empresas

    Privadas de Capital Nacional e Multinacionais, Empresas de

    Economia Mista, Empresas Pblicas, Autarquias e Fundaes,

    independentemente de seu porte. Desenvolve suas atividades em

    diversas reas funcionais e setores, dentre os quais:

    Admin is trao Geral , Admin ist rao de Cidades , Finanas,

    Relaes Humanas, Vendas e Marketing, Organizao e

    Mtodos, Comrcio Exterior, Gesto de Negcios, Hotelaria,

    Hospi ta lar, Informtica e Compras. E pode tambm ocuparcargos de Assessor, Consultor, Diretor, Empresrio, Gerente,

    Supervisor/Chefe, Tcnico ou ainda trabalhar como Autnomo.

    De acordo com Drucker (apudLACOMBE; HEILBORN, 2003, p. 4),

    o desenvolvimento econmico e social resulta da administrao. Asasp iraes, os valores , e a t a sobrevivnc ia da soc iedadedependero cada vez mais do desempenho, da competncia, e dosvalores dos administradores.

    Pode-se, assim, perceber a importncia dessa prof isso para a

    sociedade em geral.

    Outro fato importante a mudana do trabalho na sociedade atual.

    A reduo dos empregos nas inds tr ias tambm est re lacionada com as

    mudanas organizac ionais . Mui tas empresas esto buscando a

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    terceirizao como forma de reduo de seus custos e para focarem sua

    atividade no produto principal. Com isso, necessrio que o profissional

    tenha uma viso geral da empresa e do ambiente em que esta se situa,

    ou seja, uma viso globalizada para atender a um consumidor cada vez

    mais exigente.Essa mudana leva a uma realidade na qual os administradores

    podem atuar de uma nova maneira. Wick e Len (1997) fazem uma

    comparao entre o administrador do passado e o do futuro:

    Os administradores do passadoOs administradores do terceiro

    milnio

    Aprendiam quando algum lhes ensinava Procuram deliberadamente aprender

    Achavam que o aprendizado ocorria

    principalmente na sala de aula

    Reconhecem o poder do aprendizado

    decorrente da experincia de trabalho

    Responsabilizavam o chefe pela carreiraSentem-se responsveis pela prpria

    carreira

    No eram considerados responsveispelo prprio desenvolvimento

    Assumem a responsabilidade peloprprio desenvolvimento

    Acreditavam que sua educao estavacompleta ou s precisava de pequenas

    reciclagens

    Encaram a educao como umaatividade permanente para a vida toda

    No percebiam a ligao entre o que

    aprendiam e os resultados profissionais

    Percebem como o aprendizado afeta os

    negciosDeixavam o aprendizado a cargo dainstituio

    Decidem intencionalmente o queaprender

    Quadro 1: Anlise comparativa entre os administradores do passado e os administradores

    do terceiro milnio.

    Fonte: Wick e Len (1997).

    possvel perceber a importncia do estudo e da constante

    qualificao no exemplo a seguir:

    Um estudo recente do Banco Mundial revela que 40% das

    companhias brasi le iras esto preocupadas com os nveis de

    qualificao e educao de seus funcionrios o maior ndice entre

    os 53 pases pesquisados. Quando se contabil izam as exigncias

    feitas para o preenchimento de todas as suas vagas, as empresas

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    no Brasil tm procurado contratar pessoas com oito anos de estudo,

    pelo menos. Tra ta -se de uma mdia en tre as ex igncias fe itas para

    a ocupao das vagas disponveis nos nveis mais altos e aquelas

    requeridas nos cargos mais modestos. Acontece que o empregado

    brasileiro tem, em mdia, um grau de escolaridade de apenas

    quatro anos e meio. Observe-se que as empresas mantm em seus

    quadros um perf il de empregado que estudou trs anos e meio

    menos que o desejvel . Os especialistas avisam: a tendncia

    inexorvel uma onda de demisses que ajuste o gap educacional.

    Enquanto o Brasil oferece s empresas uma fora de trabalho com

    formao aqum do mnimo exigido, outros pases acenam com

    estatsticas admirveis. Na Coria do Sul, a fora de trabalho tem

    dez anos de estudo, em mdia; no Japo, 11; e nos Estados Unidos

    e Alemanha, 12. E todos esses pases trabalham com um cenrio

    de 18 anos de escola para seus trabalhadores at 2010. Estamos

    muito abaixo de pases que conseguiram disseminar a educao

    bsica com qualidade, diz o professor Jos Pastore. Fica difci l

    brigar assim..

    Fonte: Revista Exame Procura-se mo-de-obra qualificada, 15.02.2005.

    Com isso , pode-se perceber que o mercado de a tuao do

    administrador muito amplo, mas exige um grande conhecimento e um

    constante aprimoramento atravs dos estudos.

  • 7/22/2019 Administrador o Papel

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    Conceitos de Administrao

    Para internalizar conceitos bsicos da Administrao, a partir de

    uma v iso geral do processo administ ra tivo, devemos par ti r do

    pressuposto de que, na sociedade moderna, no h organizao que

    possa sobreviver sem que seja administrada.

    Surge, ento, a pergunta: mas, afinal, o que administrar? Para

    respondermos, preciso mentalizar todos os elementos que compem

    uma organizao. Voc capaz de fazer isso? Primeiro, entenda o que

    uma organizao. Uma organizao um arranjo sistemtico de duas

    ou mais pessoas que cumprem papis formais e comparti lham de um

    propsito comum (ROBBINS, 2005). Uma organizao, seja ela de

    pequeno, mdio ou grande porte, formada por pessoas, recursos

    fs icos* (GLOSSRIO: *Recursos fsicos so ativos tangveis e imveis da

    organizao, ou mais especificamente a infra-estrutura do ambiente, matria-

    prima, material de escritrio e bens mveis.) e financei ros, tecnologias e pelo

    conjunto de conhecimento e de informaes circulantes.

    Lembre-se, por exemplo, do banco onde voc freqenta ou atua, ou

    da universidade onde voc estuda, ou dos hospitais, dossupermercados, dos restaurantes, das igrejas, das lojas e das fbricas

    que esto ao seu redor. Todos so exemplos de organizaes, algumas

    das quais tm o lucro como finalidade, enquanto outras no.

    Portanto, administraruma organizao corresponde ao processo

    de trabalhar com as pessoas e com os recursos que a integram,

    tornando possvel o alcance dos seus objet ivos. Administrar

    implica em tomar decises e realizar aes.

    Ass im, a fo rma como administrada uma organizao determina o

    quanto ela capaz de uti l izar corretamente seus recursos para atingir

    seus objetivos. Encontramos, a, dois conceitos bsicos, que devem ser

  • 7/22/2019 Administrador o Papel

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    conhecidos logo de incio: o de eficcia e o de eficincia . Voc

    conhece a diferena entre ambos?

    Admin is trar com ef iccia signi fi ca atingir os ob je tivos planejados .

    J, agir com ef icincia impl ica em alcanar os objet ivos dentro dos

    menores custos, no que se refere ao uso dos recursos. Desse modo,podemos compreender que uma ao administrativa de qual idade

    justamente aquela em que se tem, ao mesmo tempo, ef ic inc ia e

    eficcia nos resultados.

    Por outro lado, os profissionais que assumem tais

    responsabilidades administrativas (os administradores) devem, tambm,

    ficar sempre atentos aos fatores ambientais, externos organizao,

    que tm grande poder de influncia sobre seus elementos internos.

    Portanto, administrar uma organizao aproveitar da melhor

    forma as circunstncias externas, usando o mais eficientemente

    poss vel os recursos disponveis para faz -la crescer.

    Na perspectiva atual, a Administrao compreendida como um

    conjunto de processos que se integram e se influenciam mutuamente

    v isando alcanar as metas organ izac iona is . Conhec ida como

    abordagem funcional da administrao , tal perspectiva sugere aexistncia de quatro processos principais inter ligados no mbito

    organizacional, que so: planejamento, organizao, direo e controle,

    conforme ilustrado na figura 1.

    Figura 1: As quatro funes principais do processo administrativo .

    Fonte: adptado de Maximiano (2000).

  • 7/22/2019 Administrador o Papel

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    Esse ponto de vista conduz a um relevante modelo que caracteriza

    as organizaes atuais, chamado de Modelo de Sistemas Abertos*

    (GLOSSRIO: *Modelo de Sistemas Abertos um conjunto de objetos unidos

    por alguma forma de interao ou interdependncia (CHIAVENATO, 1987).)

    (f igura 2), que trata uma organizao como um sistema dinmico quetransforma seus insumos (recursos) em produtos ou servios e que

    inf luencia e inf luenciada pelo seu meio externo. Ao longo desse

    processo de transformao, podemos considerar a ao das quatro

    principais funes administrativas.

    Figura 2: O modelo de sistemas abertos .

    Fonte: adaptado de Dubrin (1998); Montana & Charnov (1998).

    Outro conceito igualmente importante na administrao o de

    produtividade , que traduz a relao entre os resultados obtidos e os

    recursos utilizados para produzi-los, ou seja, quanto maior for o valor de

    mercado de um produto em relao ao valor dos seus insumos, maior

    ser a produtividade da organizao que o produz.

    At aqui voc conheceu os conceitos de Organizao, Administrao,

    Eficincia, Eficcia, Produtividade, Abordagem Funcional da Administrao e

    Modelo de Sistemas Abertos. Caso tenha dvidas, leia novamente e discuta com

    seu tutor.

  • 7/22/2019 Administrador o Papel

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    Efeitos da globalizaosobre as organizaes

    Se o di tado diz que de administrador e de mdico todo mundo

    tm um pouco , por que estudar sobre a Administrao? O importante

    agora compreendermos a Administrao como objeto de estudo

    sistemtico, to relevante para os dias atuais em que as conseqncias

    das aes tm um alcance globalizado.

    Naturalmente, o bom senso e a experincia apresentam grande

    peso nas decises tomadas no ambiente organizacional. Entretanto no

    se pode abrir mo de todo o corpo de conhecimento sobre a cincia

    administrat iva, que dispe de modelos e ferramentas de gesto em

    constan te apr imoramento , an lise e aval iao , para que uma

    organizao possa sobreviver e se tornar mais competitiva do que suas

    concorrentes quanto a locao dos recursos e ao a lcance dos

    resultados pretendidos.

    Mas, o que significa competitividade?

    Para um dos maiores especialistas contemporneos no assunto,

    Michael Porter (1999), na luta pela fat ia do mercado, o estado de

    competio num setor depende especialmente de quatro foras bsicas,sendo que a potncia coletiva dessas foras determina as perspectivas

    de lucro, conforme esquema apresentado na figura 3:

    Figura 3: Foras competitivas que afetam a organizao.

    Fonte: adaptado de Porter (1999).

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    Sejam os clientes, ou os fornecedores, ou as novas empresas que

    entram no mercado, ou at mesmo os produtos substitutos, todos tm

    poder de alterar a relao de competitividade entre uma organizao e

    suas concorrentes, sendo tais foras mais ou menos ostensivas,

    dependendo do setor. Devemos citar, ainda, o poder de influncia dastecnologias d isponve is e dos governos (atravs de normas que

    regulamentam a vida das pessoas e das instituies). Alm disso, h

    outros fatores que compem o macroambiente organizacional: os

    polticos (como: poltica econmica, produto nacional bruto e renda per

    capita, distribuio de renda, inflao e taxa de emprego), os sociais

    (por exemplo: t radies cul turais, valores, ideologias e presses

    sociais), os demogrficos ( ta is como segmentao, densidade e

    crescimento demogrfico de uma regio) e os ecolgicos (relativos ao

    ambiente natural).

    Um exemplo: mesmo no setor financeiro, um banco que desfrute de

    uma posio privi legiada no mercado, poder ter baixos retornos caso

    se defronte com um produto substituto de qualidade superior ou de custo

    mais baixo. Neste caso, estrategicamente falando, o administrador

    dessa instituio financeira deve se concentrar no enfrentamento de tal

    produto substituto.

    Portanto, o objetivo do administrador desenvolver estratgias

    empresariais por meio das quais a sua organizao possa

    encontrar uma posio no mercado em que seja capaz de se

    defender melhor contra tais foras ou de influenci-las a seu

    favor. Naturalmente, devemos considerar que cada setor ou

    organizao apresenta um conjunto prprio de caractersticas

    econmicas e tcnicas fundamentais que os di ferenciam dos

    demais e que do origem s foras competitivas. Neste caso, no

    esforo de pos ic ionar a empresa para melhor enfrentar o

    ambiente setorial ou de influenci-lo a seu favor, o estrategistaprec isa , in icialmente, compreender os fa to res que de terminam as

    suas peculiaridades.

    Como af irma o especial ista, atualmente, poucos so os setores

    remanescentes em que a competio a inda no in te rfe riu na

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    estabilidade e na dominao dos mercados, em decorrncia

    principalmente da globalizao* (GLOSSRIO: *globalizao Esse

    conceito surgiu em meados da dcada de 80, representando a interdependncia

    de todos os povos e pases do nosso planeta (aldeia global). Hoje, as tecnologias

    de informao e de comunicao disponveis, que caracterizam a economiadigital, tornaram possveis o inter-relacionamento e a troca de informaes entre

    indivduos e instituies. Um mesmo produto pode ser encontrado em vrios

    pases, pois a distncia fsica entre os negociadores torna-se cada vez menor com

    o uso de tais tecnologias. Outro sintoma a fuso de empresas, que tambm tem

    como objetivo baixar custos de produo e aumentar a produtividade. ) dos

    mercados: No faz muito tempo, a competio era quase inexistente em

    muitos pases e em vrios setores. Os mercados eram, em geral ,

    protegidos e prevaleciam as posies de dominao (PORTER, 1999, p.

    7).

    Partindo dessa realidade, podemos compreender que administrar

    representa essencialmente gerar vantagem competitiva s organizaes,

    o que signif ica ser melhor do que as concorrentes, especialmente em

    termos de custos, qualidade, inovao, f lexibil idade e velocidade nas

    tomadas de dec iso, que compreendem os princ ipais fatores da

    competit ividade* (GLOSSRIO: *fatores da competitividade uma empresa

    competitiva quando tem alguma vantagem sobre seus concorrentes.).

    At aqu i, voc tomou conhecimento sobre a atua l real idade dasorganizaes diante da globalizao e da economia digital. Vimos que,cada vez mais, o administrador precisa considerar no s fatoresinternos, mas especia lmente caracterst icas do macroambienteorganizacional para delinear as estratgias competitivas. A abordagembaseada no modelo de sistemas abertos , portanto, determinante nadefinio dessas estratgias. Caso tenha dvidas sobre o que viu ataqui, discuta com seus colegas e com seu tutor. fundamental que voctenha compreendido.

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    RESUMO

    Nesta unidade voc conheceu uma pouco mais da profisso

    do administrador, conforme algumas habil idades propostas pelo

    Ministrio da Educao.

    Vistas as habilidades tcnicas, in terpessoais e de

    comunicao, alm das habi lidades conceituais e de deciso,

    vimos tambm que uma maior habilidade tcnica vital no incio

    da carreira, nos estgios menos graduados da organizao. Na

    maioria dos casos, a tendncia no sentido do aumento gradual

    da necessidade de habilidade humana e, finalmente, nos estgiossuperiores de direo, h grande necessidade de habi lidade

    conceitual ou viso sistmica, tambm conhecida como holstica.

    Alm disso, fo ram trabalhados os conceitos de po livalncia e

    empregabilidade.

    Voc percebeu tambm a atuao do administrador no

    mercado de trabalho e a necessidade da constante atualizao de

    seus conhecimentos. Viu tambm, as caractersticas do novoadministrador em comparao com o administrador do passado.

    Voc teve, ainda, a oportunidade de tomar contato com os

    conceitos bsicos da administrao: organizao, administrar,

    ef icincia, eficcia e produtividade, todos essenciais para a

    compreenso dos meandros dessa importante cincia.

    Tambm aprendeu que entender a abordagem funcional da

    Admin is trao permi te a visua lizao do papel que oadministrador deve desempenhar dentro de uma organizao, que

    est principalmente baseado no desempenho das atividades

    relacionadas ao Planejamento, Organizao, Direo e ao

    Controle dos processos. E, no esquea, igualmente importante

    entender a organizao como um sistema aberto, que influencia e

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    influenciada pelo ambiente em que se encontra inserida. Nestes

    termos voc pde compreender melhor a respeito dos efei tos

    causados pela global izao e pela economia digi tal sobre as

    organizaes atuais. Ao mesmo tempo em que as caractersticas

    deste novo cenrio faci l i tam os processos de negociao e de

    troca de dados entre organizaes, derrubando qualquer barreira

    f s ica, tambm podemos perceber a lgumas d ifi cu ldades,

    especialmente aquelas relacionadas ampliao do mbito

    competi ti vo. D iante desse quadro, voc deve se recordar

    constantemente do poder de influncia das foras competit ivas,

    suger idas por Michael Por ter (1999), e da necessidade da

    organizao definir uma posio no mercado em que seja capazde se defender contra tais foras ou de influenci-las a seu favor.

    BIBLIOGRAFIA

    ANDRADE, Ru i Otvio Be rnardes de . Histria e perspectiva dos cursos de

    Administrao do Brasil . ANAIS do II Seminrio Nacional sobre qualidade eavaliao dos cursos de Administrao. Vitria. 27 a 29 de agosto de 1997.

    BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. Administrao : construindovantagem competitiva. So Paulo: Atlas, 1998.

    CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administrao . So Paulo:McGraw-Hill, 1987.

    COSTAS, Ruth; OROSCO, Selma. Procura-se mo-de-obra qualificada.Exame. n. 836. 15 fev. 2005.

    DEFFUNE, Deise; DESPRESBITERIS, Lea. Competncias, habilidades ecurrculos de educao profissional : crnicas e reflexes. 2. ed. So Paulo:SENAC, 2002.

    DEPRESBITERES, Lea. Formao de Formadores. So Paulo: Senac, 1999.

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    DRUCKER, Peter Ferdinand. Inovao e Esprito Empreendedor(intrepreneurship) : prtica e princpios. 2. ed. So Paulo: Pioneira, 1987.

    ______ . A profisso do administrador. So Paulo: Pioneira, 1998.

    DUBRIN, Andrew J. Princpios de administrao . Rio de Janeiro: LTC, 1998.LACOMBE, Francisco J.M.; HEILBORN, Gilberto Luiz J. Administrao :princpios e tendncias. So Paulo: Saraiva, 2003.

    MAXIMIANO, Antnio Csar. Introduo administrao .So Paulo: Atlas, 2000.

    MINISTRIO DA EDUCAO. Disponvel em . Acessadoem: 20 nov. 2003.

    MONTANA, Patrick J.; CHARNOV, Bruce H.. Administrao .So Paulo: Saraiva, 1998.

    PORTER, Michael E. Competio: Estratgias Competitivas Essenciais. Riode Janeiro: Campus, 1999.

    ROBBINS, Stephen P. Administrao : mudanas e perspectivas.So Paulo: Saraiva, 2005.

    WICK, Calhoum W.; LEN, Lu Staton. O desafio do Aprendizado . Comofazer sua empresa estar sempre frente do mercado. So Paulo: Nobel, 1997.

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    UNIDADE 2

    Funes Administrativas

    Luis Moretto Neto

    Objetivo

    Nesta unidade voc vai conhecer as Funes Admin is trat ivas:

    Planejamento, Organizao, Comando, Controle e Coordenao.

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    Planejamento

    No final deste ano pretendo viajar a So Paulo, em frias e preciso

    definir algumas medidas necessrias para concretizar meu objetivo. O

    depoimento captado em conversa de Joo e Joaquim deixa explcito uma

    vontade e, ao mesmo tempo, expressa a necessidade de realizar planos

    e estabelecer meios para alcanar objetivos.

    Para construir uma casa, plantar uma rvore, produzir um prato,

    preparar uma aula, enfim, no cotidiano da vida pessoal ou

    organizacional, a elaborao e execuo de planos fato comum e

    possibilita a otimizao dos recursos produtivos.

    Afina l, o que signif ica o Planejamento?

    Para Drucker (2006), [...] um plano uma direo.

    possvel caminhar sem ter uma direo? Exceto se voc for um

    errante e no tiver um destino. Na literatura infantil, a clssica obra que

    relata Al ice no Pas das Marav ilhas t raz um conf li to existencial e

    vivencial que denota a ausncia de Planejamento e de objet ivos na

    caminhada pessoal. Ao se perder na floresta, Alice pergunta ao Gato em

    qual direo deve seguir e a resposta imediata de que quando noexiste caminho a seguir qualquer alternativa serve.

    No mundo pessoal ou organizacional a def inio de objet ivos

    elemento chave para o caminhar.

    Se um plano uma direo, como que se pode construir planos

    em convergncia com os objetivos da Organizao e em sintonia com as

    aspiraes e desejos do mercado?

    Sim, um dos dilemas centrais da Administrao das organizaes

    de produo planejar em sintonia com as demandas do mercado.

    Planejamento prever com antecipao os objetivos pretendidos,

    independente da rea de atuao e dos meios que sero

    empregados para o alcance desses objetivos.

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    Ao efe tuar um plano pa ra viajar, cons trui r uma casa, plantar uma

    rvore, preparar uma aula ou um prato precisamos ter clareza com

    relao a algumas questes bsicas e apl icadas com freqncia no

    mundo empresarial:

    Questes bsicas do Planejamento:

    O que fazer?

    Para que fazer?

    Como fazer?

    Com que recursos fazer?

    Quando fazer?

    Com quem fazer?

    A respos ta a essas ques tes bsicas ob je tivo cent ral da Funo

    Planejamento, enquanto atividade sistmica-integrada e que precisa

    envolver todas as reas da Organizao.

    O Planejamento, por tanto, enquanto Funo Admin is trativa

    possibilita a definio prvia dos planos-fins e dos planos-meio (figura

    4).

    Figura 4: O objetivo do Planejamento .Fonte: Elaborado pelo autor.

    A Funo Planejamento complexa , na medida em que afeta todas

    as dimenses organizacionais e requer o comprometimento de todos os

    integrantes para o alcance dos objetivos coletivos.

    tambm uma Funo dinmica, pois sua concepo necessita

    estar em sintonia com a dinamicidade dos ambientes interno e externo.

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    As mudanas constantes que ocorrem no ambiente, sejam de

    natureza demogrfica, cultural, poltica, ambiental, social ou tecnolgica,

    vm afetar a rea lidade organizac ional e , consequentemente, o

    Planejamento enquanto processo dinmico.

    Cabe ao gestor da Organizao estar atento ao processo dinmicoque caracteriza o ambiente e avaliar de que forma os planos elaborados

    necessitam ser adaptados. Caso contrrio, a longevidade organizacional

    pode ser ameaada.

    As empresas ex istem para atender aos cl ien tes e o desafio dir io

    do gestor entender o que valor para o cliente (DRUCKER, 2006).

    O Planejamento, portanto, uma atividade sistmica, na medida

    em que envolve todas as reas da Organizao e, ao mesmotempo, dinmica, pois dessa condio depende a capacidade de

    adaptao permanente s mudanas continuadas que ocorrem no

    ambiente.

    A flexib il idade, a dinamic idade e a adaptao continuada s

    mudanas em curso no meio, so condies bsicas para a Funo

    Planejamento enquanto processo que de te rm ina os obje ti vos

    organizacionais.O Planejamento enquanto processo aplicado gesto experimentou

    seu pice durante os anos sessenta e incio da dcada de setenta, do

    sculo passado, perodo em que as empresas buscaram de forma

    incessante a antecipao do futuro atravs da elaborao de planos e

    da definio de mecanismos de conquistas e alcance dos meios.

    Enquanto pensamento apl icado gesto das organizaes de

    produo, o Planejamento recebeu a contribuio de inmeros autores,

    com destaque para as idias de Frederick Taylor, Igor Ansoff e Alfred

    Chandler.Considerando o pai da Administrao Cientfica, Taylor (1856-1915)

    estudou e aplicou os tempos e movimentos do processo produtivo, em

    busca da eficincia operacional e do conseqente incremento da

    rentabilidade organizacional, definindo como funes bsicas da gesto

    o Planejamento e o Controle.

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    Na obra clssica ao estudo da Administrao Princpios de

    Administ rao Cien t fi ca (1911) Taylor d nfase ao processo de

    aplicao de mtodos e tcnicas racionais para obteno de melhores

    resul tados no processo produtivo. Embora estejamos em p lena

    sociedade do conhecimento e no cotidiano das organizaes deproduo ocorra a incorporao progressiva de novas tecnologias de

    produo, muitos dos princpios e fundamentados sistematizados por

    Taylor ainda se fazem presentes. Ao iniciar o estudo da Administrao,

    a leitura desta obra clssica recomendvel. (TAYLOR, 1990)

    Igor Ansoff, contribuiu com o Planejamento atravs da obra clssica

    Estratgia Coorporativa publ icada em 1972. A essncia da obra

    est centrada na anlise do Planejamento estratgico, enquanto

    processo global. Considerada a bblia do pensamento estratgico.

    Al fred Chadler analisou a relao ent re a estratgia e a est rutura e

    conclu iu que a primei ra condiciona a segunda, no processo de

    Planejamento e funcionamento organizacional.

    Para saber mais* Igor Ansoff de nacional idade Russa, com doutorado em Matemt ica e longa

    passagem prof issional junto ao grupo de trabalho da Organizao do Tratado do

    Atl n ti co No rte OTAN.

    *Alfred Chadler historiador americano que desenvolveu estudos de grandesempresas americanas, durante o perodo de 1850 a 1920, para compreender e

    analisar o processo de formao do capitalismo moderno e do estilo de organizao

    produtiva. A grande contribuio de Chandler para o pensamento administrativo est

    no processo de explicao da relao existente entre estratgia e estrutura das

    organizaes de produo, expresso na obra Clssica Estratgia e Estrutura,

    publicada nos Estados Unidos, em 1962.

    No processo de Planejamento aplicado gesto organizacionalocorre a incorporao de inmeras tcnicas e mtodos validados

    no mundo empresarial, para anl ise dos ambientes interno e

    externo das empresas.

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    Na anlise do ambiente interno, inmeras ferramentas e tcnicas

    gerenciais so apl icadas com f reqncia de forma sistemtica ou

    pontual, de acordo com as caractersticas da Organizao, do porte ou

    mesmo dos mercados em que atuam.

    Para anlise do ambiente externo, a tcnica de anlise de cenriosvem adquirindo progressivo espao na agenda executiva dos gestores.

    Na essncia, o Planejamento por cenrios diz respeito a fazer escolhas

    hoje com uma compreenso sobre o que pode acontecer com elas no

    futuro. (SCHWART, 2003, p.15)

    A tcn ica de anl ise baseada em cenrios tem por escopo a

    construo de alternativas mltiplas para encaminhamento das aes

    organizacionais.

    As crt icas a essa tcnica so inmeras e demandam an lise

    apurada do gestor, em face das caractersticas organizacionais e de sua

    realidade frente ao macro ambiente.

    Na anlise do ambiente interno so aplicadas a Matriz de Ansoff, a

    Matriz do Boston Consulting Group-BCG, o Ciclo de Vida do

    Produto , a Anlise das Deficincias, Ameaas, Fortalezas e

    Oportunidades , a Matriz de Planejamento Estratgico de Negcios

    da McKinsey-GE, o Modelo de Porter e o Balanced Scorecard-BSC,

    algumas das ferramentas empregadas no processo de Planejamento.

    A Matriz de Ansoff baseada na anlise do produto frente

    ao mercado, a parti r do estudo das var iveis produtoexistente (penetrao no mercado e desenvolvimento doproduto) e produto novo (desenvolvimento do produto ediversificao).

    A Matriz do Boston Consulting Group-BCG construda

    com base no acompanhamento da taxa de crescimento dosegmento produtivo e do posicionamento proporcional da

    empresa frente ao seu segmento de mercado. A Anlise do Ciclo de Vida do Produto estabelece

    correlao com os seres vivos e destaca que em cadamomento do produto, ou seja, em cada etapa desenvolvimento e introduo no mercado, crescimento,maturao e declnio necessrio o estabelecimento de

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    um processo f lexvel de gesto que permita adaptaocontinuada s mudanas em curso no ambiente.

    A Anlise das Deficincias, Ameaas, Fortalezas e

    Oportunidades DAFO serve como instrumento do

    Planejamento para acompanhar o estgio organizacionalde superao dos obstculos enfrentados.

    A Matriz do McKinsey , construda a partir da anlise de

    duas macro-variavis atratividade do segmento/mercadoe potencialidade do negcio /empresa possib ilitamon itorar o desempenho organizaciona l frente aoPlanejamento elaborado e o estabelecimento de aescorretivas que evitem o prejuzo corporativo.

    O Modelo de Porter (1986), denominado como Estratgias

    Genricas de Competio, aplicado a partir doacompanhamento do desempenho do ramo em que osegmento atua, pela anlise da concorrncia direta, e, apart ir destes elementos, permite conceber e implantarestratgia de atuao.

    O Balanced Scorecard BSC uma fe rramenta

    contempornea do processo de Planejamento empresarialque possibi li ta a anlise integrada e s imul tnea dodesempenho organizacional, a partir do acompanhamentodo desempenho f inanceiro, da sat isfao dos cl ientes edos processos internos.

    Independente do instrumental aplicado, do estgio corporativo ou

    mesmo do porte organizacional, a Funo Planejamento se faz

    presente e demanda recursos produ tivos especiali zados,

    pa rt icularmente, num ambiente de in tensa vo la ti lidade e de

    acirrada competitividade como o que caracteriza a realidade das

    organizaes de produo contemporneas.

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    Organizao

    No conjunto das Funes Administrativas, a Organizao, enquanto

    atividade de gesto e, paralelamente, enquanto unidade de produo-

    ente exige ateno especial e estudo detalhado, na medida em que

    possibil i ta o uso organizado dos meios de produo para alcance de

    objetivos coletivos e individuais.

    Dia desses assisti pela TV ao Grand Prmio de Mnaco de Frmula

    1, um grande espetculo que integra o calendrio anual de corridas

    programadas pela entidade que gerencia essa modalidade esportiva.

    Desde o perodo de preparao da corrida e das etapas de classificao

    dos pilotos, observei que existem inmeras atividades relacionadas ao

    evento, nas reas de segurana, trnsito, pessoal, logstica, sade,

    abastecimento de gua, espaos para transmisso de sinais de TV,

    comunicao para imprensa local, nacional e mundial, espaos para

    assistncia junto a pista, enfim, quanta complexidade e necessidade de

    organizar os mlt iplos meios empregados para que tudo ocorra de

    acordo com o planejado.

    A Copa do Mundo de Fu tebo l de 2006, na Alemanha, acon teceudepois de quatro anos de preparao. Milhares de pessoas estiveram no

    territrio daquele pas para assistir aos jogos e participar de atividades

    festivas derivadas desse espetculo de amplitude mundial.

    Nos dois exemplos esportivos citados, Mundial de Frmula 1 e

    Copa do Mundo de Futebol, a Funo Organizao necessria

    pa ra que os ob je tivos previamente definidos se jam alcanados e

    com resultados satisfatrios.

    Moro em um condomnio, situado no quarteiro central de um bairro

    da cidade, freqento um clube para jogar tnis, utilizo transporte coletivo

    para ir ao trabalho, vou ao banco para pagar minhas contas mensais,

    compro doces na padaria da esquina, enfim, tenho inmeras interfaces,

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    diariamente, com organizaes de produo de bens e servios, nas

    quais a Funo Organizao apl icada para que os objet ivos sejam

    alcanados em prazos e em condies programadas, sempre buscando

    atingir melhores resultados.

    Semanalmente vou ao culto de minha religio e ouo palavras de fproferidas pelo pastor, num ambiente pensado e estruturado sob a forma

    de uma Organizao.

    Sob a tica corporativa, a Organizao se caracteriza como grupo

    de pessoas que se forma de maneira organizada para alcanar objetivos

    em comum. (LACOMBE; HEILBORN, 2003, p.13)

    No processo de gesto a Funo Organizao cumpre relevante

    pape l, na med ida em que poss ibil ita o uso racional dos recursosdisponveis, em busca do alcance de objet ivos de maneira

    eficiente e com eficcia.

    A Funo Administ ra tiva Organ izao pode ser anal isada sob as

    ticas estrutural , dos recursos e do processo operacional.

    Na dimenso estrutural , a Funo Administrativa

    Organizao, est relacionada definio de estrutura

    gerencial a linhada ou convergente com a est ra tgiaorganizacional. Ou seja, determina quais as funes eat ividades que necessitam ser definidas e programadaspara que as at ividades f ins possam ser real izadas e osresultados alcanados sejam satisfatrios, possibilitando amelhor uti l izao dos recursos produtivos alocados noprocesso.

    Na dimenso relacionada aos recursos produtivos , a

    Funo Administrativa Organizao, est relacionada ao

    dimensionamento, contratao, alocao eacompanhamento, avaliao dos capitais humanos operacional , intermedir io, gerencial e diret ivo; doscapitais financeiros prprios e de terceiros; dos recursostecnolgicos de produo mquinas, equipamentos,programas, aplicativos, sistemas de informaes gerenciaise produtivos; dos recursos naturais necessrios ao

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    processo produtivo insumos extrados da terra, fontesenergticas naturais ou no; enfim, a grade de recursosque possibi li tar o funcionamento da Organizao deproduo, de acordo com os objetivos pr-definidos.

    Aps a de fini o da es trutura de produo e dos recursosnecessrios ao seu func ionamento, o gestor deverorganizar o processo operacional, ou seja, agrupar asatividades, div id ir o t rabalho em tarefas, distr ibui r astarefas entre as reas que integram a estrutu ra,observando cri trios de competnc ias e habil idadestcnicas, e atribuir responsabi lidades, prazos, metas eobjet ivos para cada uma das unidades que integram aestrutura organizacional.

    A Organizao da produo uma Funo complexa e que exige

    ateno especial e permanente acompanhamento do gestor, durante a

    execuo do processo.

    As organizaes de produo, a exemplo dos seres vi vos, fo rmam

    entes de grande complexidade e exigem ateno especial, de modo a

    evi tar a ocorrncia de d is funes ou mesmo de anomalias que

    possibi li tem a perda dos recursos produtivos e o no alcance dos

    objetivos estabelecidos.

    Resgatando o exemplo c itado ao in c io de nossa conversa,lembramos que a troca de pneus, durante uma corrida de Frmula 1,

    necessi ta ocorrer dentro de tempos mdios estabelec idos nos

    treinamentos, evitando que o desempenho da equipe seja prejudicado

    por uma eventual falha mecnica ou mesmo humana.

    Da mesma forma, num jogo de futebol, no momento de cobrar uma

    penalidade mxima, o atleta designado para o cumprimento desta tarefa

    j fo i submetido a um longo e exaustivo processo de treinamento,

    buscando o aproveitamento mximo e evitando a possibilidade de perda

    do gol potencial.

    Nas unidades de produo de bens e servios, a Funo

    Organizao tem por objetivo central gerar a convergncia produtiva

    entre os participantes do processo, ou seja, entre todos os envolvidos

    nas unidades de produo, para que faam uso sustentado dos recursos

    disposio e obtenham bons resultados corporativos.

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    Dentre as inmeras atividades que integram a Funo Organizao,

    merece especial ateno a diviso do trabalho, alm da definio prvia

    de critrios de autoridade e responsabilidade entre os componentes da

    estrutura.

    O trabalho, nas organizaes de produo de bens e servios,numa fbrica de calados, agncia bancria, empresa de transporte

    coletivo, loja de convenincia, posto de gasolina, farmcia, padaria, ou

    mesmo em uma escola de ensino bsico de idiomas, exige processo de

    especializao produtiva, ou seja, demandar pessoas e equipamentos

    especializados para cada uma das etapas do processo e resultar em

    sub-divises ou tarefas.

    A divi so do trabalho em tarefas e o agrupamento destas , numa

    Organizao de produo, resultar num processo denominado de

    departamentalizao, observados determinados critrios:

    natureza das atividades desempenhadas;

    convergncia em Funo de um produto;

    convergncia em Funo do processo produtivo;

    convergncia em Funo da rea territorial de atuao da

    Organizao;

    convergncia em Funo dos clientes; e

    combinaes ou mesclas de duas ou mais modal idades

    anteriormente nominadas.

    A Organizao atravs do processo de departamenta li zao pela

    natureza se d quando a estruturao da corporao ocorre a partir de

    funes desempenhadas por reas complementares que integram a

    estrutura comercial , gesto de pessoas, gesto de suprimentos,

    gesto financeira, dentre outras.Quanto a Organizao atravs do processo de departamentalizao

    de produtos, esta visvel em grandes lojas de departamentos, nos

    centros de compras Shopping Centers , ou mesmo em grandes

    mercados de varejo e tm por objet ivo segmentar o t rabalho e dar

    autonomia s unidades que integram o processo produtivo.

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    J a Organizao atravs da departamentalizao por processo,

    apl ica a div iso do t rabalho baseada num t ipo de operaes que

    integram a produo. Numa l inha de montagem de calados, por

    exemplo, ou mesmo de automveis, ou at num grande magazine de

    compras, esta forma de Organizao visvel e permite perceber asvantagens de sua aplicao.

    Um outro t ipo, a Organizao atravs da departamental izao

    territorial, aplicada nas organizaes que atuam em diversas reas

    geogrficas. No estudo tradicional da Administrao esta aplicao era

    citada para organizaes mult inacionais, ou seja, para aquelas que

    atuam alm de seus territrios de origem. Na sociedade contempornea,

    em face da incorporao de inmeros recursos tecnolgicos aos

    processos de produo e vendas, notadamente a rede mundial de

    computadores, a delimitao territorial tradicional cedeu espao para

    uma forma mais flexvel de Organizao.

    A Organizao atravs da departamental izao por cl ien tes

    estruturada nos princp ios da segmentao e da especia li zao

    produtiva, ou seja, os canais de distribuio atacado, varejo ou mesmo

    o processo de atendimento direto ao consumidor so organizados e

    operados para estabelecer relaes diretas entre a empresa e o

    mercado. Uma rede de eletrodomsticos, por exemplo, pode estruturar

    sua Organizao atravs da depar tamental izao por c lientes,estabelecendo unidades ou reas especf icas para montagens de

    cozinhas, salas, dormitrios, escritrios, enfim, as diversas unidades

    que in tegram uma residncia. Um banco estabe lece carte iras

    especficas para atender clientes corporativos e da segmenta os grupos

    de acordo com os volumes mdios de depsitos, de modo a dedicar

    tratamentos distintos para pblicos especficos.

    Finalmente, e no menos importante, cabe relembrar que, em

    algumas organizaes ocorre a combinao de alguns dos critrios

    anteriormente numerados, em face das especificidades terri toriais,

    produtivas, dos segmentos atendidos ou mesmo da complexidade das

    atividades ofertadas por parte da empresa ou Organizao em anlise.

    Alm da de fini o de es trutura, em face das estratgias,

    importante a definio dos estgios de autoridade e de responsabilidade

    entre os integrantes do processo produtivo.

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    A de fini o da autoridade , no mbito organizaciona l, tm por

    objet ivo central estabelecer estgios e graus de conduo e de

    subordinao para o alcance dos objetivos corporativos. Assim, ela

    adquire o carter funcional, ou seja, est limitada ao mbito de atuao

    da Organizao em sintonia com os aspectos jurdicos e institucionaisque regulamentam as relaes de produo e de atuao da rea afim.

    Por exemplo, os trabalhadores que atuam no segmento bancrio

    nac ional, a tuam l imitados a uma jornada d iria de 6 horas, com

    intervalos de repouso intercalados. Ao gestor da unidade bancria, este

    condicionante legal, dentre outros previstos nas leis trabalhistas e em

    acordos pat ronais e s indica is , deve ser observado de manei ra

    sistemtica e serve como fator limitante da sua autoridade.

    No exerccio de atividades funcionais, sejam elas de natureza

    operacional, intermedirias, gerenciais ou diretivas, todo colaborador

    investido de um determinado grau de responsabilidade e ao gestor cabe

    a misso de observar que o exerccio da autoridade esteja em estgio

    equivalente ao da responsabilidade.

    Alm da au toridade e de sua relao dire ta com o princp io da

    responsabil idade, cabe resgatar a relao existente entre aquela e o

    processo de centralizao ou de descentralizao derivado.

    Diz-se que uma Organizao centralizada, quando o processo de

    exerccio da autoridade est restrito a um reduzido nmero de membrosda estrutura. Na ordem inversa, ocorrem manifestaes de aes

    descentral izadas quando os colaboradores dos nveis hierrquicos

    intermedirios e os si tuados na base da pirmide so encorajados a

    encaminhar solues para os problemas corporativos, observados

    critrios e polticas de funcionamento da mesma estrutura.

    A div iso do traba lho, a defin io de estgios de au to ridade e do

    conseqente grau de responsabil idade dos envolvidos no processo de

    tomada de decises de vital importncia para o funcionamento

    organizacional, cabendo ao gestor o acompanhamento constante e a

    observncia de que as linhas de autoridade previamente definidas sejam

    claras e objetivas; que seja dada cincia aos pares acerca dos graus de

    subordinao e de autoridade vigentes na esfera corporativa; que ocorra

    clareza e objet ividade nos processos de def inio de cri trios e de

    publicidade dos atos derivados; que na composio dos grupos e

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    def in io dos graus de subordinao sejam observados os l imites

    organizacionais e pessoais dos envolvidos, para conduo dos grupos e

    estabelecimento de integrao aos objetivos da Organizao; e que

    sejam observados os cri trios de departamental izao vigentes na

    Organizao, evitando o cruzamento de atribuies e o dispndio dosrecursos produtivos. A flexibilidade das estruturas e das pessoas um

    fator chave de sucesso no processo, notadamente, num ambiente de

    constantes mudanas e reflexos acentuados para os entes produtivos.

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    Comando

    O time de futebol perdia por um dilatado placar, para uma equipe

    com plantel de qualidade inferior e os torcedores discutiam: afinal o que

    est ocorrendo conosco?

    Ao final da part ida o treinador concedia ent revis tas a ve culos de

    rdio e afirmava que o capito estava machucado e seu substituto no

    apresentara l iderana situacional necessria para organizar o t ime e

    superar as dificuldades encontradas.

    Liderar, coordenar e conduzir!

    Afina l, qual a impor tncia do Comando no processo produtivo?

    Para Drucker (2006), o gestor deve orientar suas aes a partir do

    encaminhamento de trs questes bsicas:

    Qual o negcio central da Organizao?

    Que aes esto sendo realizadas para alavancar os

    resultados?

    Qual a diferena de minha Organizao em relao as

    demais que esto atuando no mesmo ramo?

    Resgatando depoimentos de empresrios bem sucedidos no

    mercado nacional (REVISTA EXAME, 2006, p. 18-25), em relao ao

    processo de Comando, enquanto Funo Administrat iva possvel

    aprender que:

    Procure resolver problemas grandes, no aceite resolver problemaspequenos. Mrcio U tsch D iretor -Presidente da So Pau lo

    Alp ar ga ta s.

    Ter discipl ina e manter a direo do negcio signif ica saber dizerno a boas idias. Idias tentadoras surgem o tempo todo e, se vocno tomar cuidado, e las podem t i r- lo do rumo. Flv io Rocha Presidente do Riachuelo.

    As empresa s de um homem s no so br evi ve m. Cl vi s Tr amont ina Presidente da Tramontina.

    Qualquer negcio pode ser reinventado, mesmo o mais simples.Alb er to Sa ra iv a Pr esi dente do Hab ibs.

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    O exercc io da Funo Comando demanda a manifestao de

    caracterst icas de l iderana por par te do gestor, podendo esta

    mani festao ser classi fi cada como de na tu reza autocrtica,

    paternalista, carismtica, democrtica, situacional ou mesmo populista.

    (FARIA, 1982)Na l iderana denominada autocrtica, o gestor desconsidera

    completamente a vontade dos comandados ou mesmo as v ises

    distintas que estes possam ter a respeito do processo de conduo das

    atividades produtivas com vistas ao alcance dos objetivos

    organizac ionais . Em sntese, no ocorre consulta ou mesmo a

    discusso integrada do esti lo de gesto. H um ditado popular que

    expressa de forma sinttica e objetiva a maneira clara de atuar do estilo

    de Comando autocrtico: Manda quem pode, obedece quem tem juzo.

    Cabe destacar que, este est ilo de Comando encontra for tes

    resis tnc ias na sociedade con tempornea, notadamente, nos

    agrupamentos sociais em que o grau de informao e de socializao do

    conhecimento mais acentuado.

    A palavra de ordem : faa como eu !

    Ocorre a aplicao da Funo Comando a partir de estilo de gestodenominado de paternalista quando nada realizado ou encaminhado

    sem o consentimento e conhecimento prvio do gestor. A ausncia da

    autonomia remete s pessoas ao estado de imobilismo, passividade e

    inrcia. O Comando, quando exercido a parti r deste est ilo pode

    acarretar srios e insuperveis problemas aos gestores da Organizao,

    na medida em que estimula o comodismo e remete os colaboradores a

    um estado de passividade, sem exerccio da autonomia.

    Num agrupamento produtivo em que inexiste autonomia daspessoas em relao aos processos e aos contatos com os mercados,

    sejam de clientes, fornecedores ou mesmo dos entes governamentais,

    provavelmente inexistir ambiente para manifestaes de criatividade e

    a tendncia que ocorra a preva lncia da mediocr idade e da

    acomodao dos colaboradores, provocando efei tos negat ivos nos

    resultados finais.

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    A palavra de ordem : faa como eu lhe di sse!

    O Comando exercido por um lder com caractersticas carismticas,

    ou seja, a par ti r de manifestaes fortes e marcantes da sua

    personalidade, exper imenta osc ilaes no processo produtivo,

    mot ivadas por alteraes ocorr idas no comportamento de quem o

    comanda as atividades em construo.

    Nos agrupamentos polt icos, empresariais, artsticos e culturais,

    esse t ipo de manifestao freqente e, no raro, apresenta fortes

    conf li tos derivados do personal ismo do condutor e de elementos de

    excentricidade do mesmo que podem gerar atritos e confl i tos entre os

    comandados. A Funo Comando, quando exercida a partir de processo

    de personalismo, exper imenta f ragi li zao, pois nem sempre osobjetivos do lder so totalmente convergentes aos da Organizao de

    produo.

    Alm das poss ib il idades de comandar organizaes de produo a

    partir da aplicao de esti los de l iderana autocrtica, carismtica e

    pate rnali sta , observa-se a gesto pe lo es tilo democrtico ou

    part icipat ivo. A caracterst ica central deste est i lo a de construir o

    processo decisrio com base nas opinies e vises partilhadas entre os

    atores sociais nele envolvidos.

    A grande vantagem da aplicao do esti lo de liderana democr tica,

    no processo de conduo de organizaes de produo ou mesmo de

    grupos de interesses afins, a possibilidade de despertar o interesse e

    o compromisso coletivo.

    A palavra de ordem : faa comigo!

    Inexiste um modelo padro para a Funo Comando e um est i loadequado de liderana aplicvel s inmeras organizaes de produo

    que atuam nos mais distintos segmentos e mltiplos mercados.

    O grande e permanente desaf io aos gestores compreender o

    ambiente em que a Organizao atua e as variveis internas dominantes

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    para exercer a Funo Comando, elegendo o est ilo de l iderana

    adequado e convergente aos objetivos organizacionais.

    A mudana, no mbito das organ izaes imperativa para manter a

    vida corporativa e, neste processo, o gestor tem importante Funo.

    O admin is trador contr ibui mui to para provocar a mudana daOrganizao. Este realiza mudanas quando resolve um problema,apresenta um projeto e o implementa com coragem de mudar ostatus quo, superando obstculos e resistncia humana. (BEHKORapudRBA, 1999)

    A Funo Comando real izada para o alcance dos objetivos

    organizacionais a partir da uti l izao eficiente e eficaz dos recursos

    produtivos disponveis. Ou seja, a cada dia, frente a cada desafio que se

    apresente por parte dos mercados interno e externo, o gestor dever

    comandar a aplicao dos recursos produtivos trabalho, tecnologias,

    capital f inanceiro e recursos materiais sua disposio para, com o

    menor emprego dos insumos, produzir mais, em menor espao de tempo

    e com melhores resultados finais.

    No cot idiano das organizaes de produo, no raro, ocorrem

    problemas de gesto derivados de prticas inadequadas adotadas na

    Funo Comando, com destaques para:

    favorecer colaboradores, em detrimento de outros;

    no def inir prazos e meios para o alcance dos objet ivos

    produtivos;

    alocar colaboradores com capacidade aqum ou alm das

    funes;

    encontrar erros em todas as atividades desempenhadas;

    no valorizar o trabalho do time; e

    falar sobre os membros do time com o grupo.

    No estudo da Administrao a Funo Comando tema freqente

    de anlise e pesquisa, utilizando experincias clssicas e

    contemporneas de sucesso.

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    O pensamento de Sun Tzu, na obra clssica A Ar te da Guerra , 500

    a.C; exemplo de aplicao de liderana para alcance de objetivos pr-

    definidos.

    Na obra Organizao do Futuro (PRAHALAD, 1995), destaca que a

    Funo Comando necess ita ser empreend ida e ba lizada pe lasconstantes mudanas do ambiente produtivo, pela competio acirrada

    entre empresas de segmentos produtivos distintos, pelo

    desaparecimento das fronteiras entre as naes e corporaes e pelas

    relaes diretas entre produtores e consumidores.

    Este quadro denota uma nova ordem de produo em que a

    liderana um processo que requer esforo coletivo.

    O resultado do Comando a expresso do compromisso coletivo

    para o alcance dos objetivos corporativos.

    Juntamente ou co-re lacionados Funo Comando, a lguns

    conceitos gerenciais como auto-gerenciamento, gesto do conhecimento

    e Administ rao por objet ivos ou resul tados, dentre outros, so

    apli cados no cotid iano da gesto, com des taque para o auto -

    gerenciamento de times, caracterstico de pequenos grupos que tm a

    responsabil idade direta pelo processo operacional e seus resultados

    derivados* (GLOSSRIO: *resultados derivados grupos que trabalham

    orientados por objetivos pr-estabelecidos e devidamente mensurveis, como

    equipes de vendas, ou mesmo times que atuam na concepo de novos produtose processos produtivos. No mbito mundial, a MICROSOFT exemplo corrente,

    attulo de estudos ou mesmo de compreenso de novos estilos organizacionais e

    de prticas de comando.), aplicvel ainda quando ocorre a prtica de

    Administ rao por ob je tivos em organ izaes (L INK: Na sociedade

    contempornea, os ativos intangveis, ou seja, o conjunto de trabalhadores e

    colaboradores diretamente envolvidos no processo produtivo, a estrutura interna

    de funcionamento e as redes de relacionamento externos, integram o conjunto do

    patrimnio que definir o grau de diferenciao da organizao. (SVEIBY, 1998))

    altamente especializadas. Nas organizaes do conhecimento, via de

    regra, a estrutura formada por reduzidos nveis hierrquicos, operando

    de maneira horizontal, com intenso processo de delegao do Comando,

    em busca de aproximao direta com os clientes e o mercado.

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    Controle

    Estvamos viajando atravs do Deserto de Atacama, no Chile, e

    junto a um pequeno vi la rejo encont rei uma placa que in formava a

    distncia a que estvamos do destino programado. Anotei o nmero de

    qui lmetros, observei o odmetro do veculo, efetuei os clculos de

    dispndio mdio de combustvel e conclu que estvamos em momento

    chave de abastecimento. Caso contrr io, nossa viagem no ser ia

    concluda at o ponto de chegada programada, em face da

    indisponibi lidade de combustvel necessrio ao deslocamento a ser

    percorrido.

    A cada ms, anotamos nossas despesas em um caderno,

    registramos as datas de vencimento e medida que as receitas so

    recebidas, vamos amort izando as contas a pagar de modo a evi tar a

    cobrana de juros ou mesmo de encargos derivados de atrasos na

    quitao dos dbitos.

    Nas rodovias federa is de p is ta s imples, em todo o terri trio

    nacional, o l imite mximo de velocidade de 80 km/hora, exceto

    naqueles trechos que coincidem com os permetros urbanos, quando avelocidade permitida cai para 40 km/hora. Portanto, quando viajamos,

    cuidamos destes l imites para que nosso deslocamento rodovirio no

    venha a gerar infraes de trnsito que resultem na aplicao de multas

    e pontos negativos em nossa carteira de habilitao.

    Os exemplos do Controle de combustveis, das despesas mensais

    ou mesmo dos limites de velocidade no trnsito podem ser incorporados

    re levncia da Funo Controle para o alcance dos ob je ti vos

    organizacionais nas unidades de produo.

    Numa Organizao de produo em que no ocorra o Controle

    existe r isco do desperdcio dos recursos produtivos e da fuga dos

    objetivos corporativos.

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    Funo Controle integra o conjunto de funes-chave da

    Admin is trao e precedida do Plane jamento, da Organizao ,

    da Coordenao e do Comando, executadas com ef icincia e

    eficcia.

    O Controle possibilita ao gestor, enquanto Funo administrativa,o monitoramento das aes estratgicas e operacionais atravs

    de relatrios s is temticos e regulares acerca das aes

    programadas e das executadas, com a conseqente adoo de

    medidas corre tivas sempre que os ob je tivos e as metas

    organizacionais no estejam sendo atingidos.

    A Funo Controle deve ser exercida duran te todo o processo

    produtivo, caso contrrio perde sua razo de ser.

    O Controle pode ser de natureza quantitativa e qualitativa e est

    diretamente relacionado Funo Planejamento na medida em que,

    durante esta etapa, ocorre a definio de objetivos, metas e prazos a

    serem observados no processo produtivo, sejam de bens ou de servios.

    A definio cla ra e ob je tiva de cri t rios de acompanhamento de

    resultados, seja atravs de instrumentos, seja de processos qualitativos

    e/ou quantitat ivos, possibi li ta ao gestor o redimensionamento dos

    objetivos e dos recursos produtivos.

    Para que a Funo Controle possa ser exercida com eficincia eeficcia importante estabelecer um sistema atual e gil de registro de

    informaes relacionadas ao processo, com alimentao continuada e

    de fcil acesso a todos os envolvidos.

    Na sociedade do conhecimento, com o estabelecimento de sistemas

    de operao e funcionamento, atravs da apl icao de modernas

    tecnologias da informao e de eficazes ferramentas de apoio gesto,

    tais como a intranet, o exerccio da Funo Controle adquiriu maior

    velocidade e agilidade contribuindo de maneira clara e objetiva para que

    o Planejamento organizacional esteja constantemente alinhado com as

    mudanas em curso no ambiente.

    O Controle deve ser uma Funo coletiva, partindo do princpio da

    responsabilidade compartilhada. Em organizaes de maior porte, essa

    Funo ganha contornos na est ru tura, seja atravs de s is temas

    regulares de acompanhamento das atividades em curso ou mesmo de

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    unidades estabelecidas no desenho organizacional, com funes de

    assessoramento e de mitigao de eventuais desvios ocorridos.

    Partindo do princpio da otimizao e da conseqente

    racionalizao dos recursos produtivos, o Controle deve estar centrado

    nas reas estratgicas da Organizao, atravs de mecanismos comofeream agi lidade aos responsveis pelo processo de tomada de

    decises.

    Na sociedade contempornea, aspectos relacionados ao carter

    qual itativo do processo produtivo adquiri ram especial ateno dos

    mercados e o Controle passou a ser direcionado para indicat ivos

    derivados dos consumidores, seja quanto f idelizao nas compras,

    manifestaes de no conformidades ou mesmo retrao no volume de

    operaes realizadas.

    As no conformidades identi fi cadas nos processos de produo e

    de distribuio de bens e servios tm sido um forte elemento norteador

    da Funo Controle para o alcance de objetivos organizacionais.

    Na aviao c iv il , por exemplo, a pontual idade dos pousos e

    decolagens, o tempo mdio de permanncia das aeronaves no solo e o

    volume mdio de passageiros e cargas transportados em determinados

    trechos operados, so alguns dos indicativos utilizados pelos gestores

    para exercitar esse Controle no mbito organizacional.

    No sistema bancrio, o tempo mdio empregado por um operadorde caixa para autenticao de documento padro indicat ivo de

    Controle para aval iar o desempenho funcional ou mesmo o grau de

    comprometimento do colaborador no processo produtivo.

    A Funo Cont ro le , en tretanto , necessi ta ser desempenhada com

    zelo e persp icc ia , seja a travs da observao pessoal e

    pa rt ic ipan te ou mesmo da elaborao de in fo rmes e rela trios

    especficos, sempre construda com flexibilidade e adaptabilidades mudanas em curso no ambiente externo.

    Em algumas organizaes complexas, o sistema de controle adquire

    contornos acentuados na est ru tura, a travs de mecanismos de

    monitoramento nos processos de concepo, implementao e

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    implantao oramentria, sempre em s in tonia com os p lanos,

    programas e projetos em curso.

    Outra importante contribuio dessa Funo para o processo de

    gesto organizacional a adequao dos planos e programas

    aos ind icat ivos de mercado e s rea lidades produtivas da

    Organizao em anlise.

    No cot idiano das organizaes de produo de bens e servios,

    alguns instrumentos do Controle so aplicados para acompanhamento

    dos f luxos f inanceiros Controle de caixa, balancetes e balanos,

    demonstrat ivos de lucros e perdas, Controle de produo e vendas,

    pessoal-produtividade, assiduidade, pontualidade, dentre outros.

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    Coordenao

    Os alunos estavam divididos em pequenos grupos de trabalho, pois

    haviam recebido uma atividade para produzir. O professor os havia

    orientado acerca das etapas principais e recomendado que fossem

    designados um relator e um coordenador com a misso,

    respectivamente, de apresentar os resultados obtidos e de orientar o

    grupo para que o esforo fosse direcionado para o objetivo central.

    Durante uma viagem de ecoturismo ao Pantanal, o guia conduzia os

    visitantes e os orientava acerca de procedimentos recomendados pelo

    IBAMA para o deslocamento em reas de preservao permanente

    evitando a ocorrncia de impactos ambientais.

    No acesso ao campo de futebol, em pleno estdio do Pacaembu, os

    seguranas orientavam os torcedores para que ocupassem os assentos

    marcados em seus ingressos de acesso.

    No espao da sala de aula, na viagem de ecoturismo ao Pantanal

    ou mesmo no acesso ao campo de futebol , a Funo Coordenao

    possibilita o alcance de objetivos corporativos e evita o desperdcio dos

    recursos produtivos.Durante um jogo de futebol, o capito do time orientava aos seus

    pares acerca dos planos e metas estabelecidos pelo treinador, evitando

    que aes isoladas levassem o t ime a perder de vista os objet ivos

    maiores e os meios definidos previamente para alcance dos mesmos.

    Para que a Funo Coordenao atenda aos objetivos finalsticos

    importante que os planos, programas, projetos tenham sido construdos

    com objet ivos, metas, prazos e recursos previamente def in idos e

    adequados realidade da Organizao e, que esta tenha estrutura e

    normas claras, com ampla publicidade entre os seus membros.

    A Coordenao realidade no ambiente organizacional quando

    existe cultura interna de forte art iculao, cooperao e troca

    complementar entre as d iversas unidades que integram a

    estrutura.

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    A palav ra -chave que est relacionada ao ato de coordenar a da

    harmonizao dos interesses colet ivos em detr imento de

    interesses pontuais ou mesmo setoriais que possam causar

    prejuzos Organizao .

    possvel perceber de forma clara a Funo Coordenao numa

    Organizao de produo, quando os resul tados quanti ta tivos

    apresentam convergncia com os qualitativos, ou seja, os ndices de

    reclamao, de devoluo de pedidos ou mesmo de cancelamento de

    contratos apresentam-se abaixo da mdia geral.

    possvel af i rmar que a essa Funo est contribuindo com o

    sucesso organizac ional quando as aes internas apresentam

    express iva s incronia, ou seja, os volumes de estoques es tocompatveis com os pedidos em produo e o grau de desperdcio de

    insumos e de produtos refutados baixo, e quando a cooperao entre

    as reas palavra de ordem.

    A Funo Coordenao est cont ribu indo com o sucesso

    organizacional, quando a competio e a disputa entre setores da

    Organizao cede espao para a cultura da integrao e da cooperao

    continuada.

    A const ruo de cul tura de Coordenao e de ar ti cu lao produt iva

    requer esforo integrado e continuado entre os diversos segmentos daestrutura, seja na definio dos planos, no estabelecimento das metas e

    prazos, bem como nos meios de acompanhamento e nos processos de

    eventuais ajustes necessrios ao realinhamento das aes.

    No raro, nas organizaes ocorre s igni fi cativo d ivrcio ou

    distanciamento entre os processos de Planejamento e de execuo das

    aes programadas, seja em face do envolvimento de atores de setores

    dis tintos ou mesmo da ausncia de cul tura de cooperao e de

    articulao. Nestes casos, a Coordenao cumpre importante papel,estabelecendo e alimentando canais regulares de comunicao entre as

    partes, est imulando a Coordenao voluntria dos membros, em

    convergncia com objetivos dominantes, atravs de processo harmnico

    e cooperativo entre as partes que integram o tecido produtivo.

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    Os alinhamentos ou adequaes aos objetivos f inalsticos podem

    ocorrer atravs de processo de ajuste espontneo, seja atravs de

    sistema de comunicao formal ou informal.

    No processo de a juste, em determinadas s ituaes, rudos

    derivados de m comunicao, ou de processo no fludo de distribuiode informaes no ambiente interno, podem ser elementos de inibio

    da Coordenao e fator complicador no encaminhamento dos objetivos

    finais.

    Existe, inclusive, um ditado popular, atravs do qual colocada a

    diferena existente ent re o fa to e a verso, a lertando que a no

    coinc idncia de ambos remete hegemonia do segundo sobre o

    primeiro, muitas vezes causando enormes e irreparveis prejuzos ao

    processo produtivo.

    Na Coordenao, portanto, a manuteno de canais regulares e

    fludos de comunicao entre as partes envolvidas instrumento

    eficiente e eficaz gesto das organizaes de produo.

    No cotidiano, no raro, nos deparamos com confl i tos e equvocos

    derivados da m comunicao e da ausncia de Coordenao entre os

    envolvidos na comunicao e no processo de produo.Coordenar um desafio a todos os gestores das organizaes de

    produo e envolve todas as partes mobilizadas no processo gerencial,

    diariamente, atravs de canais de comunicao fludos, administrados

    de maneira eficiente.

    A Funo Coordenao envo lve o processo de orientar as pessoas

    em convergncia com os objetivos da Organizao, necessitando estar

    em perfeita harmonia com os processos de mudana interna e de

    adaptao estratgica em curso, identificar as deficincias de pessoal e

    buscar canais e vias para mit ig-las, identi ficar eventuais gargalos

    produtivos e encaminhar suas solues e adequar os recursos

    produtivos aos planos e propostas construdas, sempre revestido do

    esprito da cooperao e da articulao produtiva como elementos

    norteadores das aes.

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    RESUMO

    Nesta unidade voc v iu as Funes Adminis trat ivas :

    Planejamento, Organizao, Comando Controle e Coordenao.

    Resumindo podemos dizer que:

    O Planejamento um processo dinmico que requer

    integrao com as constantes mudanas ocorrentes no

    meio; que, enquanto pensamento aplicado gesto das

    organizaes de produo, recebeu a contribuio de

    inmeros autores, com destaques para as idias de

    Frederick Taylor, Igor Ansoff e Alfred Chandler; e que,dentre outras tcnicas, a Anlise do Ciclo de Vida dos

    Produtos, a Anlise DAFO e a Matriz BCG so tcnicas

    comumente aplicadas na gesto.

    A Organizao, enquanto un idade de produo, est

    presente, seja no espao residencial ou no bairro, seja

    no suprimento de bens de consumo durveis e no

    durveis ou nos estabelecimentos de prestao deservios, ocupando espao importante na vida das

    pessoas . A es truturao e o funcionamento das

    unidades de produo se manifestam em nosso meio e

    demandam a aplicao de princpios relacionados ao

    processo de organizar. Para organizar importante definir

    estruturas, em Funo das estratgias, e adequ-las conforme

    mltiplos critrios.

    Voc estudou o Comando como uma das Funes

    Adminis trativas, e viu como exercida, at ravs dos

    diversos estilos de liderana e internalizou os conceitos

    de employeeship e de empowerment.

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    A Funo Cont role cumpre importante papel para o

    estabelecimento de aproximao entre o Planejamento

    e a execuo das aes p rogramadas no mbito

    organizacional. Para que ela seja desempenhada de

    maneira eficiente e eficaz, o gestor deve acompanhar o

    desempenho das aes-chave da Organizao,

    ident if icar os eventuais desvios e apontar as aes

    corretivas.

    A Coordenao uma Funo para le la s demais

    Funes Administrativas e requer articulao

    continuada entre os diversos componentes da estrutura

    produtiva para que alcance seu objetivo bsico, que a

    conquista da e fi cincia, efi ccia e efe ti vidade

    organizacional.

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