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AGES FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS BACHARELADO EM ADMINISTRACÃO JOSE GINALDO OLIVEIRA SANTOS ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS: Avaliação da qualidade dos serviços prestados por Bares e Lanchonetes do município de Simão Dias/SE Paripiranga 2013

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O crescimento do setor de serviço tem evidenciado a importância das empresas dedicarem maior atenção à qualidade com que seus serviços são prestados. As atividades de prestação de serviço ao cliente a cada dia adquirem mais complexidade. De um lado o consumidor final fica mais exigente e no outro extremo as empresas se empenham para a conquista da vantagem competitiva, principalmente como se contextualizar o setor de serviços em que apresenta maior dinamicidade inerente as suas características peculiares. No que diz respeito às empresas de serviços de alimentação, ainda pode-se falar em adaptabilidade com as tendências atuais referentes à qualidade, bem difundida por todos os meios de comunicação, bem como aos serviços agregados que geram valor à empresa. Atualmente, garantir a competitividade é uma busca necessária e deve ser constante, em face de tantas falências, a fim de garantir a sobrevivência dos empreendimentos, principalmente em um ramo tão concorrido como este. Os bares e lanchonetes da cidade de Simão Dias/SE foram objeto de estudo nesta pesquisa, objetivada a conhecer e analisar o nível da qualidade dos serviços prestados, buscando opiniões de empreendedores e de clientes para fazer um paralelo e determinar o grau de consonância entre os julgamentos de cada lado da moeda (cliente/empresa). Este paralelo foi feito através das respostas obtidas nos questionários aplicados aos clientes, no total de 25, e aos empreendedores, no total de 5, na proporção de 5 clientes por estabelecimento pesquisado. Por parte dos clientes, foi descoberto o nível de exigência destes quanto a cada critério de avaliação da qualidade dos serviços. Por parte dos empreendedores, foi mostrado o grau de conhecimento destes sobre seu público-alvo. A pesquisa indicou as discrepâncias existentes entre os “modos de enxergar” dos clientes e empreendedores quanto à forma que se deve prestar um serviço de boa qualidade.

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AGES

FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS

BACHARELADO EM ADMINISTRACÃO

JOSE GINALDO OLIVEIRA SANTOS

ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS:

Avaliação da qualidade dos serviços prestados por Bares e

Lanchonetes do município de Simão Dias/SE

Paripiranga

2013

2

JOSE GINALDO OLIVEIRA SANTOS

ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS:

Avaliação da qualidade dos serviços prestados por Bares e

Lanchonetes do município de Simão Dias/SE

Monografia apresentada no curso de graduação da

Faculdade AGES como um dos pré-requisitos para

obtenção do título de bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Esp. Thales Brandão Ferreira

Paripiranga

2013

3

JOSE GINALDO OLIVEIRA SANTOS

ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS:

Avaliação da qualidade dos serviços prestados por Bares e Lanchonetes do

município de Simão Dias/SE

Monografia apresentada como exigência parcial para

obtenção do título de bacharel em Administração, à

Comissão Julgadora designada pelo Colegiado do

Curso de Graduação da AGES - Faculdade de Ciências

Humanas e Sociais.

Paripiranga, 01 de agosto de 2013.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Thales Brandão Ferreira

Faculdade AGES

Prof. José Reginaldo Andrade

Faculdade AGES

Prof. Rusel Marcos Batista Barroso

Faculdade AGES

4

A meu pai, pela paciência e pelo investimento e por me

permitir acreditar em um futuro melhor.

A minhas irmãs Tatiane, Dulcicleia, Edjan e

Thais, pela superação da vida árdua e dos momentos

difíceis que vivenciamos.

5

AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida e por ter me concedido saúde, coragem e determinação

no decorrer dessa jornada da minha vida.

À Faculdade AGES, por nos proporcionar conforto, aprendizagem e

conhecimento, base do meu crescimento pessoal e profissional. Ao professor José Wilson,

pela confiança, oportunidade e por acreditar em meu potencial. Ao professor Rusel Barroso,

pela sapiência e disponibilidade.

Ao orientador, professor Thales Brandão, pela competência, dedicação e

conhecimento, indicando os melhores caminhos a seguir para realização de mais um projeto

de vida e por não medir esforços em acrescentar saberes ao longo do curso.

À coordenadora, professora Sílvia Manoela, pela atenção, responsabilidade e

disponibilidade em compartilhar os conhecimentos necessários para o meu avanço

profissional diante desse mercado competitivo.

Aos professores, pelas inquestionáveis contribuições tão importantes para

construção pessoal e profissional, sobretudo aos professores Augusto, Fabiano, Edmar,

Jailson, Carlos Eduardo, Maria Aparecida, Ivânia Leal, Jackson Ricardo e Ângela.

À minha família, pelos momentos de alegria que compartilhamos e pelas tristezas

que superamos, em especial a minha mãe, Josefa Pereira (in memoriam) e à meu pai, Osvaldo

Vicente, que mesmo sem condições favoráveis não mediram esforços para oferecer o melhor

de si, a fim de promoverem o meu sucesso.

À minha namorada, Ionara, pelo amor, compreensão e apoio dedicados,

fundamentais em boa parte do curso e para realização deste trabalho. Que Deus me possibilite

retribuir sua afeição.

Aos colaboradores, amigos e colegas de trabalho, Ueslei, Gilberto, Fátima,

Michel, Diego Vinicius, Jonathas, Janisson, Jossivalter, Evandro, Edilson, pela competência,

paciência e dedicação em dividir conhecimentos, possibilitando-me especial.

Aos demais colegas de trabalho e amigos, Amanda, Jamile, Paula Mariana, Luana

Reis, Risonaldo, Adelmo, Jeane, Lucas, Jane, Rosielma, Rosivaldo, Renilson, e o saudoso

Leandro Reis pelo companheirismo e apoio psicológico e emocional ao longo do curso.

A todos os colegas de turma, que comigo compartilharam conquistas, angústias,

alegrias, tristezas e conhecimento, o meu abraço fraterno.

6

Aos amigos, Edvaldo, Fabio Junior, Gelson, Domingo, Franciele, Geyse e os

demais por todas as situações vivenciadas ao longo desses anos e pela compreensão às minhas

ausências.

A todos que, de modo particular, contribuíram para a vitória de mais uma etapa na

minha trajetória acadêmica, que Deus possa me permitir a retribuição dessa imensa amizade.

7

A História tem demonstrado que os mais notáveis

vencedores normalmente encontraram obstáculos

dolorosos antes de triunfarem. Eles venceram

porque se recusaram a se tornarem

desencorajados por suas derrotas.

B. C. Forbes

8

RESUMO

O crescimento do setor de serviço tem evidenciado a importância das empresas dedicarem

maior atenção à qualidade com que seus serviços são prestados. As atividades de prestação de

serviço ao cliente a cada dia adquirem mais complexidade. De um lado o consumidor final

fica mais exigente e no outro extremo as empresas se empenham para a conquista da

vantagem competitiva, principalmente como se contextualizar o setor de serviços em que

apresenta maior dinamicidade inerente as suas características peculiares. No que diz respeito

às empresas de serviços de alimentação, ainda pode-se falar em adaptabilidade com as

tendências atuais referentes à qualidade, bem difundida por todos os meios de comunicação,

bem como aos serviços agregados que geram valor à empresa. Atualmente, garantir a

competitividade é uma busca necessária e deve ser constante, em face de tantas falências, a

fim de garantir a sobrevivência dos empreendimentos, principalmente em um ramo tão

concorrido como este. Os bares e lanchonetes da cidade de Simão Dias/SE foram objeto de

estudo nesta pesquisa, objetivada a conhecer e analisar o nível da qualidade dos serviços

prestados, buscando opiniões de empreendedores e de clientes para fazer um paralelo e

determinar o grau de consonância entre os julgamentos de cada lado da moeda

(cliente/empresa). Este paralelo foi feito através das respostas obtidas nos questionários

aplicados aos clientes, no total de 25, e aos empreendedores, no total de 5, na proporção de 5

clientes por estabelecimento pesquisado. Por parte dos clientes, foi descoberto o nível de

exigência destes quanto a cada critério de avaliação da qualidade dos serviços. Por parte dos

empreendedores, foi mostrado o grau de conhecimento destes sobre seu público-alvo. A

pesquisa indicou as discrepâncias existentes entre os “modos de enxergar” dos clientes e

empreendedores quanto à forma que se deve prestar um serviço de boa qualidade.

PALAVRAS-CHAVE: setor de serviços, qualidade em serviços, comportamento do

consumidor, cerviços de alimentação, competitividade.

9

ABSTRACT

The constant growing in the customer service sector has led companies to face the importance

of the quality of this service offered to the customer. The customer service activities are more

complex nowadays. The customer demands more from the supplier; on the other hand,

companies are trying to conquer the competitive advantage, especially as it contextualizes the

service sector that has greater dynamism inherent in their peculiar characteristics. With regard

to food service companies, you can still talk about adaptability with current trends regarding

the quality and broadcast by all media, as well as bundled services that generate value to the

company. Currently, ensure competitiveness is a quest required and must be constant in the

face of so many failures, to ensure the survival of the enterprises, especially in an industry as

competitive as this. The bars and cafes of the city of Simão Dias/SE have been studied in this

research, objectified to know and analyze the level of quality of services, seeking opinions of

entrepreneurs and customers to make a comparison and determine the degree of agreement

between judgments on each side of the coin (client/company). This parallel was made through

the responses from the questionnaire to customers, totaling 25, and entrepreneurs, with 5 at

the rate of 5 customers per establishment researched. By customers, it was discovered the

requirement in respect of each of these criteria for assessing the quality of services. For most

entrepreneurs, was shown the degree of knowledge about your target audience. The survey

showed discrepancies between the "ways of seeing" clients and entrepreneurs as to who

should provide a good quality service.

KEYWORDS: service industries, quality services, consumer behavior, food services,

competitiveness.

10

LISTAS DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Proporção de clientes segundo o sexo.................................................................... 64

Gráfico 2 - Proporção de clientes segundo a idade .................................................................. 64

Gráfico 3.1 - Proporção a opinião dos lientes segundo a localização do estabelecimento....... 65

Gráfico 3.2 - Proporção da opinião dos clientes segundo a aparência do estabelecimento. .... 66

Gráfico 3.3 - Proporção da opinião dos clientes segundo o atendimento................................. 66

Gráfico 3.4 - Proporção da opinião dos clientes segundo a aparência dos funcionários. ......... 67

Gráfico 3.5 - Proporção da opinião dos clientes segundo o produto ........................................ 68

Gráfico 3.6 - Proporção da opinião dos clientes segundo o preço ........................................... 68

Gráfico 3.7 - Proporção da opinião dos clientes segundo o cardápio....................................... 69

Gráfico 3.8 - Proporção da opinião dos clientes segundo os atrativos. .................................... 70

Gráfico 3.9 - Proporção da opinião dos clientes segundo as opções de pagamentos ............... 70

Gráfico 3.10 - Proporção da opinião dos clientes segundo a rapidez ....................................... 71

Gráfico 3.11 - Proporção da opinião dos clientes segundo a limpeza. ..................................... 72

Gráfico 3.12 - Proporção da opinião dos clientes segundo o conforto ..................................... 72

Gráfico 3.13 - Proporção da opinião dos clientes segundo a segurança .................................. 73

Gráfico 3.14 - Proporção da opinião dos clientes segundo a competência dos funcionários.. 74

Gráfico 3.15 - Proporção da opinião dos clientes segundo o horário de funcionamento ......... 74

Gráfico 3.16 - Proporção da opinião dos clientes segundo a clareza das informações ............ 75

Gráfico 3.17 - Proporção da opinião dos clientes segundo o espaço físico ............................. 76

Gráfico 4 - Proporção de emprededores segundo o sexo. ........................................................ 77

Gráfico 5 - Proporção de emprededores segundo a idade ........................................................ 77

Gráfico 6 -Proporção de emprededores segundo a escolaridade .............................................. 78

Gráfico 7 - Proporção de emprededores segundo o tempo de atuação na cidade. ................... 79

Gráfico 8 - Proporção de empreendimentos segundo a utilização de ajuda de um profissional

especializado na sua abertura. .................................................................................................. 79

Gráfico 9 - Proporção de empreendimentos segundo a infraestrutura. .................................... 80

Gráfico 10 - Proporção de empreendimentos segundo a rapidez do atnedimento ................... 80

Gráfico 11 - Proporção de empreendimentos segundo o uniforme padrão para os funcionários

.................................................................................................................................................. 81

Gráfico 12 - Proporção de empreendimentos segundo o incentivo de capacitação dos

funcionários .............................................................................................................................. 82

11

Gráfico 13 - Proporção de empreendimentos segundo a contratação de funcionários extras em

período de aumento de demanda. ............................................................................................. 83

Gráfico 14 - Proporção de empreendimentos segundo as opções de pagamento ..................... 83

Gráfico 15 - Proporção de empreendimentos segundo os dias de funcionamento ................... 84

Gráfico 16 - Proporção de empreendimentos segundo os horários de funcionamento. ........... 84

Gráfico 17 - proporção de empreendimentos segundo o fator mais importante do mix de

marketing .................................................................................................................................. 85

Gráfico 18 - Proporção de empreendimentos segundo a utilização de código de ética

profissional ............................................................................................................................... 86

Gráfico 19 - Proporção de empreendimentos segundo a realização de pesquisa de satisfação

do grau de qualidade do serviço prestado ................................................................................. 86

Gráfico 20 - Proporção de empreendimentos segundo o resultado conclusivo da pesquisa

realiza........................................................................................................................................ 87

12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14

2 A EVOLUÇÃO DO SETOR DE SERVIÇOS NO BRASIL ............................................ 17

2.1 Definição de serviços .................................................................................................. 19

2.2 Características gerais dos serviços .............................................................................. 21

2.2.1 Intangibilidade ..................................................................................................... 22

2.2.2 Inseparabilidade (Simultaneidade) ...................................................................... 22

2.2.3 Heterogeneidade .................................................................................................. 24

2.2.4 Perecibilidade ...................................................................................................... 24

2.3 Classificação dos Serviços .......................................................................................... 25

2.4 Encontros de Serviço ................................................................................................... 27

2.5 Marketing Mix ampliado para o setor de serviços ...................................................... 29

2.5.1 Produto ................................................................................................................. 30

2.5.2 Preço .................................................................................................................... 31

2.5.3 Lugar (Praça) e Hora ........................................................................................... 32

2.5.4 Promoção (Comunicação) ................................................................................... 33

2.5.5 Processo ............................................................................................................... 34

2.5.6 Ambiente Físico ................................................................................................... 35

2.5.7 Pessoas ................................................................................................................. 35

2.6 Qualidade em serviços................................................................................................. 36

2.6.1 Dimensões da Qualidade ..................................................................................... 38

2.6.2 Percepção da qualidade ........................................................................................ 40

2.7 Comportamentos do consumidor em um contexto de serviços ................................... 41

2.7.1 Fase de Pré-Compra ............................................................................................. 42

2.7.2 Fase de encontro de serviço ................................................................................. 43

2.7.3 Fase de pós-encontro ........................................................................................... 44

2.8 Tecnologia em serviços ............................................................................................... 45

2.8.1 Automação em serviços ....................................................................................... 46

2.8.2 Serviços na Internet e E-commerce ..................................................................... 47

2.9 Gerenciamento das operações de serviços: Capacidade e Demanda........................... 49

13

2.10 Serviços de bares e lanchonetes ................................................................................ 54

2.10.1 Postura profissional ........................................................................................... 54

2.10.2 Comunicação ..................................................................................................... 55

2.10.3 Infraestrutura ...................................................................................................... 56

2.10.4 Higiene ............................................................................................................... 57

2.10.5 Preços, descontos e promoções .......................................................................... 58

2.10.6 Opções de pagamento ........................................................................................ 59

2.10.7 Código de Conduta para Bares e Restaurantes _ ABRASEL ......................... 60

3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 61

3.1 Descrição da pesquisa.................................................................................................. 61

3.2 População e amostra .................................................................................................... 61

3.3 Instrumento e coleta de dados ..................................................................................... 62

3.4 Análise e tratamento de dados ..................................................................................... 62

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................ 63

4.1 Resultado dos questionários aplicados aos clientes..................................................... 63

4.2 Resultado do questionário aplicado aos empreendedores ........................................... 76

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 88

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 90

APÊNDICE ............................................................................................................................. 94

14

1 INTRODUÇÃO

Atualmente vivemos em uma economia de serviços. As estatísticas demonstram o

quanto o setor de serviços vem crescendo, acompanhando as maiores economias e a própria

revolução do conhecimento, que multiplica os serviços que agregam valor à experiência

humana. De modo geral, maior parte de toda a riqueza mundial é atribuída ao setor de

serviços.O desenvolvimento desse setor é constante. No Brasil não seria diferente. Do ponto

de vista do emprego, o panorama dos serviços é bastante favorável. Há trabalho em serviços

para, praticamente, todas as faixas de escolaridade e renda. Custa significativamente menos a

criação de um emprego em serviços do que a criação de um emprego na indústria.

Enquanto a indústria tende à automação, à especialização do trabalho, reduzindo a

participação humana, o setor de serviços não consegue facilmente prescindir do elemento

humano. Na verdade, para grande parte das empresas de serviço, o único ativo disponível são

as pessoas que compõem a empresa, seus quadros, sua inteligência e conhecimento.

Outra questão que favorece para o crescimento da economia de serviços é a

própria comoditização dos produtos. Isto é, a dificuldade cada vez maior que um produto tem

para se diferenciar de outro, tanto do ponto de vista técnico quanto do ponto de vista de

utilidade. Os produtos estão cada vez mais parecidos, similares, e a profusão de marcas e

fabricantes acabam comprimindo as margens de lucro.

O crescimento da economia brasileira, nos últimos anos, fez crescer,

consideravelmente, a quantidade de pessoas que investem mais no lazer e boa alimentação,

evidenciando o aumento da procura por estabelecimentos de serviços de alimentação fora do

lar. O crescimento econômico vem acompanhado pela explosão da Era da Informação, que

viabilizou a conscientização das pessoas em relação à qualidade dos serviços de alimentação.

Os consumidores tornaram-se conscientes, criteriosos e exigentes, portanto, escolhem as

organizações que satisfaçam melhor as suas necessidades e que disponham de um mixde

serviços e produtos que agreguem valor àquilo que se é oferecido. O conceito de necessidade

para esses clientes já não se resume ao desejo primário dos serviços, mas sim, um sistema

amplo, envolvendo todo o ambiente organizacional.

As empresas do setor de serviços de alimentação estão pressionadas a manter uma

visão holística dos vários fatores influenciadores relacionados com a satisfação dos clientes. A

qualidade dos serviços desse segmento envolve um leque de tópicos dos quais só trarão a

15

satisfação total quando montados de forma harmônica, como um sistema, que vai determinar

se a organização é eficiente quanto à qualidade dos seus serviços ou se deixa a desejar em

alguns ou em vários os aspectos.

O setor de serviços, apesar de já ter atentado para a importância da qualidade,

apresenta muitas dificuldades para obter e manter níveis que satisfaçam o consumidor,

especialmente devido às características inerentes apresentadas pelos serviços.

Na cidade de Simão Dias/Sergipe, as microempresas do setor de serviços de alimentação

ainda trabalham às cegas quanto à qualidade dos serviços, confiantes na suposta vivência

empresarial e empreendedora dos donos do negócio que, na maioria dos casos, são os

responsáveis diretos pela gerência da organização. Essa confiança traz a indiferença quanto à

busca de conhecimento nas formas racionais de tratar a qualidade, obtidas por estudiosos do

assunto.

Dessa forma surge o questionamento: Qual a situação atual da qualidade dos

serviços prestados por Bares e Lanchonetes no município de Simão Dias/SE? Levando em

consideração a abrangência dos problemas enfrentados, atividades realizadas e profissionais

envolvidos entre outros aspectos, a pesquisa será avaliada levando em consideração o ponto

de vista dos clientes e dos empreendedores.

Com o crescente desenvolvimento de empresas prestadoras de serviços no Brasil,

cresce a necessidade da busca constante da qualidade dos serviços, na proporção em que o

consumidor se coloca cada vez mais exigente no mercado. Dessa forma o objetivo principal

deste estudo é fazer uma análise do segmento de Bares e Lanchonetes no município de Simão

Dias/SE, a fim de verificar como a qualidade está sendo entregue do ponto de vista do

empreendedor e como está sendo percebida pelos clientes.

A administração de serviços se caracteriza por ser um processo dinâmico e

complexo devido às diversas variáveis que permeiam o gerenciamento de uma organização,

principalmente como se apresenta o mercado atual altamente competitivo no qual têm exigido

bastante flexibilidade da empresa no que diz respeito ao desenvolvimento de planejamentos e

estratégias que venha a torná-la competitiva para superar constantes obstáculos. Assim,

verifica-se a necessidade de perceber que a qualidade de valor agregado nos serviços propõe

às organizações diferenciais que possibilita oferecer plena satisfação aos consumidores e,

consequentemente, o desenvolvimento sólido das empresas.

Dessa forma, o projeto se justifica pela necessidade de analisar a dinâmica da

Administração com uma abordagem voltada para o contexto das empresas prestadoras de

serviços, especificamente Bares e Lanchonetes, no município de Simão Dias/SE, com o

16

intuito de investigar como estão sendo prestados os seus serviços, bem como são

desenvolvidos seus processos e como estes impactam na qualidade final dos serviços

prestados, já que os clientes estão se tornando cada vez mais críticos em relação aos serviços,

formulando maiores expectativas de qualidade.

Este estudo buscará também demonstrar a capacidade competitiva dos

estabelecimentos do segmento de serviços de alimentação da cidade de Simão Dias/SE,

pontos fortes e fracos relativos à qualidade dos serviços, os quais nunca foram cientificamente

estudados, com o intuito de apresentar possíveis falhas que podem afetar a competitividade a

curto, médio ou longo prazo.Será de grande importância a apresentação deste trabalho aos

empreendedores deste setor da cidade em foco, pois esta investigação busca a verdade quanto

ao que realmente importa aos clientes dos seus estabelecimentos, permitindo melhor alocação

de recursos, investimentos e/ou simples melhoramento de ações nos serviços que

apresentarem deficiências.

No intuito de situar o leitor acerca da temática e do objeto de estudo, com

coerência e precisão, esta monografia está estruturada em cinco partes distintas e relacionadas

entre si. Na primeira parte apresenta uma abordagem introdutória a respeito da evolução e

impacto do setor de serviços no contexto do momento revolucionário em que viveu

economicamente falando. Ainda traz a problemática levantada neste trabalho, bem como o

objetivo e justificativa que norteia a pesquisa a ser desenvolvida.

Na segunda parte são apresentadas as teorizações que incumbem de fundamentar

as indagações aqui levantadas. Sendo assim, foi feita uma breve abordagem a respeito da

importância do setor de serviços e seu impacto no contexto da economia atual, bem como

definições ecaracterísticas gerais dos serviços; classificações dos serviços, mix marketing

ampliado para atender as particularidades dos serviços, qualidade em serviços,

comportamento do consumidor no contexto de serviços, tecnologia em serviços,

gerenciamento das operações de serviços e por fim, faz uma abordagem sobre a área de bares

e lanchonetes foco de estudo deste projeto.

A terceira parte apresenta a metodologia utilizada no trabalho, definição da

pesquisa, população e amostra estudada, instrumento e coleta de dados, bem como análise e

tratamento dos dados levantados.Na quarta parte é definida a análise e discussões dos

resultados, tanto do questionário aplicado aos clientes, quanto do aplicado aos

empreendedores, bem como sua correlação. Na quinta e última, são apresentadas as

considerações finais deste trabalho.

17

2 A EVOLUÇÃO DO SETOR DE SERVIÇOS NO BRASIL

Com a evolução da sociedade pós-industrial, a administração de serviços ganhou

atenção dasempresas por se apresentar como um grande diferencial competitivo. Em tempos

de qualidadetotal e eficiência operacional, nota-se uma semelhança muito grande entre os

produtos, todoscom certificado de qualidade padronizado. Se os produtos são tão semelhantes,

onde estará avantagem competitiva de uma empresa? A resposta para essa dúvida está na

administração deserviços.

A relevância das atividades de serviços pode ser demonstrada, ou pela

participação no Produto Interno Bruto, ou na geração de empregos, segundo dados do IBGE, a

última pesquisa PAS (Pesquisa Anual de Serviços) apontou que mais de 69% do PIB em 2012

foi proveniente do setor de serviços.

Lovelock e Wright (2001, p.6) ao pesquisarem a distribuição da mão-de-obra

empregada entre os diversos setores econômicos, concluíram que, à medida em que uma

economia nacional se desenvolve, a relação da participação do emprego entre a agricultura, a

indústria e os serviços mudam drasticamente. No entendimento desses autores, causa surpresa

à maioria das pessoas, descobrir que o domínio do setor de serviços não se limita às nações

altamente desenvolvidas, pois o setor de serviços responde por mais da metade da riqueza dos

países e emprega também mais da metade da mão-de-obra em muitas nações da América

Latina.

Gianesi e Corrêa (1996, p.17) demonstram que o setor de serviços evoluiu devido

aos seguintes acontecimentos:

a) Desejo de melhor qualidade de vida.

b) Mais tempo de lazer.

c) A urbanização tornando necessários alguns serviços como, por exemplo,

segurança.

d) Mudanças demográficas que aumentaram a qualidade de crianças e idosos, os

quais consomem maior variedade de serviços.

e) Mudanças socioeconômicas como o aumento da participação da mulher no

mercado remunerado e pressões sobre o tempo pessoal.

f) Aumento da sofisticação dos consumidores, levando a necessidades mais amplas

de serviços.

g) Mudanças tecnológicas como o avanço dos computadores e das telecomunicações

que tem aumentado a qualidade dos serviços, ou ainda criado serviços

completamente novos.

18

Churchill e Peter (2000, p.292) declaram que o setor de serviço cresceu por duas

razões. A primeira, em virtude do aumento da demanda pelo mercado e a segunda, pela

disponibilidade das novas tecnologias. Os autores observam que a necessidade de contratação

de especialistas é impulsionada pela maior complexidade dos negócios modernos, ou seja, o

ritmo rápido das mudanças tecnológicas faz com que muitas organizações procurem

especialistas como consultores, sistemas de informações, internet e outros serviços.

Figura1 – Evolução do Produto Interno Bruto a custo de fatores por ramo de atividade econômica

Fonte: IBGE (1989-1991) e Gianesi e Corrêa (1996, p. 18)

A cada ano o setor de serviços tem se tornando a mola mestra que sustenta e

alavanca as principais economias do mundo. Lovelock e Wright apresentam que:

Os serviços constituem o grosso da economia de hoje, não só no Brasil, onde

respondem por 56,7% do Produto Interno Bruto (PIB), mas também no mundo. Nos

Estados Unidos e no Canadá, respondem respectivamente por 75, 2% e 73,4% do

Produto Nacional Bruto (PNB). Em 2000, 64% da riqueza mundial foram gerados

pelas instituições financeiras operadoras de telefonia, provedores de internet e todas

as formas de comércio, entre outras atividades que fazem parte da categoria de

serviços. O setor de serviços responde pela maior parte do crescimento dos novos

empregos – no Brasil, são mais de 34 milhões de pessoas empregadas.( 2006, p. 5).

Segundo Chiavenato (2002, p.69) o setor de serviços tem hoje uma importante

representação para a economia brasileira. Seu crescimento é visto como umapromessa para o

desenvolvimento do país.

Como citado anteriormente o setor de serviços já detém a maior participação no

PIB dos países desenvolvidos e em muitos dos países em desenvolvimento. Além disso, é o

setor que, atualmente, mais emprega mão de obra. Os serviços, hoje, no Brasil, representam

maior parte da economia brasileira, ou seja, mais da metade da produção e dos empregos

brasileiros provém de serviços.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

1950 1960 1970 1980 1989

Serviços

Industria

Outros

Agricultur

a

19

2.1 Definição de Serviços

O termo serviçopossui diversos conceitos e significados, dependendo da

situação,perspectiva e objeto de cada autor, porém não é fácil conceitua-lo. Para Clark e

Johnston (2002) o conceito de serviços na perspectiva organizacional é “o modo como a

organização gostaria de ter seus serviços percebidos por seus clientes, funcionários, acionistas

e financiadores”, ou seja, é a proposição do negócio. Na perspectiva do cliente é “o modo pelo

qual o cliente percebe os serviços da organização” (CLARK; JOHNSTON, 2002, p. 65).

De acordo com Kotler (1998, p.412),serviço é qualquer ato ou desempenho que

uma parte pode oferecer a outra e queseja essencialmente intangível e não resulte na

propriedade de nada. Sua produçãopode ou não está vinculada a um produto físico.

Já na visão de Lovelock e Gummesson (2011):

Serviços são atividades econômicas que uma parte oferece a outra. Geralmente

baseadas no tempo, seu desempenho traz a seus destinatários os resultados, objetivos

ou outros ativos pelos quais os compradores têm responsabilidade. Em troca de

dinheiro, tempo e esforço. Os consumidores de serviços esperam receber o valor do

acesso a bens, Mao de obra, habilidades profissionais, instalações, redes, e sistemas,

mas eles não costumam deter a propriedade de qualquer um dos elementos físicos

envolvidos. (p.21)

De acordo com Las Casas (2007, p. 202) o serviço é qualquer atividade ou

benefício que uma parte possa oferecer a outra, que seja essencialmente intangível e não

resulte na propriedade de qualquer coisa. Peter (2000, p.290) menciona que segundo a

American Marketing Association, “serviços são produtos, como empréstimos bancários ou

seguros residenciais, que são intangíveis, ou pelo menos intangível em sua maior parte”.

Dias (2003, p.106) tem a seguinte definição para serviço:

Serviço é um bem intangível, podendo ser entendido como uma ação ou um

desempenho que cria valor por meio de uma mudança desejada no cliente ou em seu

benefício. Os atributos de um serviço são seus componentes tangíveis e intangíveis,

avaliados ou assumidos pelo cliente.São três os tipos de atributos do serviço: aquele

que pode ser pesquisado e avaliado antes da compra, aquele que pode ser avaliado

durante a realização do serviço e o atributo que não pode ser avaliado nem mesmo

após a realização do serviço.

Afirma Kotler (2010, p. 203) que “não importa em qual setor você atue, será

sempre no setor de serviços”. O mesmo ainda acrescenta:

20

As empresas de serviços não se limitam a hotéis e restaurante. Em qualquer setor

que atue você precisa ter sempre o espírito de querer servir ao cliente. O serviço

precisa se tornar um chamado ao fornecedor de serviços, nunca devendo ser

considerado um dever. Sirva ao seu cliente de coração, seja solidário com ele, pois

assim ele certamente terá excelentes memórias da experiência. As empresas

precisam entender que seus valores corporativos, expressos por meio dos produtos e

serviços, devem ter impacto positivo na vida das pessoas.( 2010, p. 203)

Na visão de Lovelock e Wright (2001, p.5) hádistinção entre “serviço” e

“serviços”. No entendimento dos autores, serviço é um ato ou desempenho oferecido por uma

parte à outra. Embora o processo possa estar ligado a um produto físico, o desempenho é

essencialmente intangível e normalmente não resulta na posse ou propriedade de nenhum dos

fatores deprodução. Já serviços são atividades econômicas quecriam valor e fornecem

benefícios para clientes em tempos e lugares específicos, como decorrência da realização de

uma mudança desejada ou em nome do destinatário do serviço.

Um aspecto que merece atenção é que como todo produto, o serviço também tem

um ciclo de vida. Para Lima (2007) o ciclo tem dois momentos importantes: o início e o fim

do ciclo. Segundo Carlzon (2005 apud LIMA, 2007) “durante o relacionamento do cliente

com a organização há toda uma sucessão de momentos, que merecem muito cuidados e

atenção por que são eles que constroem a imagem do serviço”.

Tais como:

a) O serviço humano é um "bem" invisível, imprimindo aos serviços um caráter

intangível;

b) O armazenamento ou reprodução não pode ser assegurado;

c) Medidas próprias adequadas a cada situação são requeridas como base;

d) Produção, consumo e uso são feitos ao mesmo tempo e espaço. É a simultaneidade

dos serviços;

e) A avaliação dos resultados é feita diretamente, no momento da prestação de

serviços;

f) Estando assim, muito expostos aos clientes, sem a possibilidade de checar os

resultados previamente e corrigir eventuais falhas. Por outro lado, o feedback do

cliente é simultâneo, permitindo ação imediata no processo;

g) O serviço é altamente dependente do caráter pessoal. Com isto, a cultura, as

habilidades técnicas, aptidões, conhecimentos, disposição, humor e até o nível

educacional dos prestadores de serviços podem afetar a qualidade do serviço

prestado.

Dentre as definições apresentadas, parece haver uma noção crescente entre os

pesquisadores, de que é difícil chegar a um consenso entre as definições de serviço. Dentre os

autores citados, Dias foi o único a definir serviços como forma de criar valor para os clientes

através de uma mudança desejada pelo cliente ou através de beneficio. Percebe-se que o

serviço pode ser agregado ou não a um produto e ser prestado por esforços humanos ou

máquinas. Esses aspectos relacionados são fundamentais para a classificação dos serviços.

21

2.2 Características Gerais dos Serviços

O ambiente de serviços é suficientemente singular para permitir o questionamento

das aplicações diretas de técnicas tradicionais baseadas na indústria manufatureira em

serviços sem a realização de modificações, apesar de muitas abordagens serem equivalentes.

Ignorar as diferenças entre as necessidades dos setores de manufatura e de serviços levará a

falhas, mas o mais importante é o fato de que o conhecimento das características especiais

proporcionará percepções para um gerenciamento esclarecido e inovador. Não podem ocorrer

avanços na administração de serviços sem uma análise do processo de fornecimento de

serviços, que cria experiências para o cliente.

É difícil determinar a diferença entre um produto e um serviço, pois a compra de

um produto é acompanhada de algum serviço de apoio (por exemplo, instalação) e a compra

de um serviço muitas vezes inclui mercadorias (por exemplo, alimentos em um restaurante),

ou seja, cada compra inclui um conjunto de bens e serviços (FITZSIMMONS E

FITZSIMMONS, 2010, p.41).

Em serviços, deve-se fazer uma distinção entre insumos e recursos. Para serviços,

os insumos são os próprios consumidores, e os recursos são os bens facilitadores, a Mão de

obra dos funcionários e o capital sob o comando do gestor. Assim, para funcionar, o sistema

de serviços deve interagir com os clientes no papel de participantes do processo do serviço.

Como a chegada de clientes ocorre de acordo com sua vontade e com a demanda únicas

quanto ao sistema de serviços, combinar a capacidade do serviço com a demanda é um

desafio.

Os Serviços podem ser baseados em máquinas e equipamentos (máquinas de

venda,lava-jatos, digitação de trabalhos), onde esses instrumentos tangíveis levam a execução

doserviço em si e em pessoas que podem ser inexperientes ou profissionais

especializados.Nesse último aspecto, os serviços se mostram em seu pleno caráter intangível,

pois, ashabilidades das pessoas envolvidas é que fará o serviço se efetivar. Para Hoffman e

Bateson (2003, p. 29) “as diferenças específicas entre bem e serviço estão baseadas em quatro

características”: intangibilidade, inseparabilidade, heterogeneidade e perecibilidade.

22

2.2.1 Intangibilidade

São as intangibilidades, que farão com que o fornecedor tente tornar tangível a

abstração em que já se consiste o serviço. “[...] mãe de todas as diferenças – a característica

peculiar dos serviços é que ostorna incapazes de serem tocados ou sentidos da mesma maneira

que os bens físicos” (HOFFMAN; BATESON, 2003, p. 29). Em razão disso, ele busca tornar

mais visível aocliente sua qualidade, atribuindo-lhe segundo Kotler, características bastante

concretas como:

Localização: Se o prestador de serviço pretende relacionar a empresa com a

agilidade, por exemplo, o espaço físico deverá corresponder com vias livres de passagem, isto

é, um layout planejado para a melhor circulação de pessoas ou materiais.

Funcionários: Tal qual o espaço físico, estes também deverão ser eficientes sendo

o mais velozes possível e na quantidade certa dentro da empresa.

Equipamentos: Os mais ágeis e modernos materiais de comunicação tecidos e

fotos,comunicação visual e sugestiva, indicando movimento e velocidade.

Símbolos: Que assumam formas ou personagens que expressem qualidade.

A Qualidade de Procura é uma característica bastante ligada aos produtos, pois

seus diversos aspectos podem ser avaliados antes da compr. Os serviços, entretanto, possuem

a Qualidade de Experiência, onde o consumidor poderá avaliá-lo somente após a compra e,

ainda, Qualidades Credenciais, onde até mesmo depois de utilizar o serviço encontram

dificuldades em avaliar.

Nesse sentido, o que se diz a respeito ou qual o conceito deste serviço na opinião

de consumidores que já o utilizou, parece determinante. No momento de optar por este ou

aquele serviço verifica-se, então, sua credibilidade na praça.

2.2.2 Inseparabilidade (Simultaneidade)

A simultaneidade dos serviços nos diz que produção e consumo ocorrem ao

mesmo tempo e, sendo assim, será necessário sempre considerar o momento de contato com a

clientela como fator principal de qualquer esforço mercadológico. “[...] refere-se à conexão

física de quem está promovendo os serviços, com o serviço prestado, o envolvimento do

23

cliente no processo de produção do serviço, e o envolvimento de outros fornecedores”

(HOFFMAN; BATESON, 2003, p. 29).

Os serviços são criados e consumidos simultaneamente e, portanto, não podem ser

estocados, o que constitui uma característica fundamental para a administração de serviços.

Essa impossibilidade de estocar serviços impede o uso da estratégia da manufatura tradicional

de confiar nos estoques como um amortecedor para absorver flutuações na demanda. Um

estoque de produtos acabados funciona como um conveniente sistema de limites para o

fabricante, separando as operações internas de planejamentos e controle do meio ambiente

externo. Assim, as instalações de manufaturas podem ser operadas no nível de produção

constante que for mais eficiente. A fabrica é operada como um sistema fechado, em que os

estoques desvinculam o sistema produtivo das demandas dos clientes. Os serviços, entretanto,

operam como sistemas abertos, com todo o impacto das variações da demanda sendo

transmitido ao sistema.

Os estoques também podem ser utilizados para desvincular em um processo de

manufatura. No caso dos serviços, isso é obtido por meio da espera do cliente. O controle de

estoques é uma das principais questões nas operações de manufatura, enquanto, em serviços,

o problema correspondente é a espera do cliente, ou seja, as filas. Os problemas de definição

da capacidade do serviço, da utilização das instalações e do uso do tempo ocioso são todos

balanceados a partir do tempo de espera do cliente.

Segundo Fitzsimmons (2010, p.42) o fato de, nos serviços, a produção e o

consumo serem simultâneos também elimina muitas oportunidades de intervenção no controle

de qualidade. Um produto pode ser inspecionado antes da entrega, mas os serviços precisam

confiar em outros indicadores para assegurar a qualidade da entrega.

Nos serviços não existe um processo longo de elaboração do resultado final, como

nocaso dos produtos. O fornecedor de serviços e o cliente estão inseridos no processo onde

esteúltimo obtém um benefício que lhe é ofertado pelo primeiro. Ao contrário da formação de

um bem físico, nos serviços seus funcionários estão frente a frente com o cliente, a produção e

o consumo são realizados simultaneamente. Isso faz com que o aspecto do controle

daqualidade de serviços, seja de difícil avaliação, pois não há um intervalo entre o prestador e

ocliente para ser analisados e corrigidas quaisquer falhas. Por isso elas devem,

fundamentalmente, ser prevenidas.

24

2.2.3 Heterogeneidade

“[...] característica peculiar dos serviços que reflete a variação de consistência

deuma transação de serviço para a seguinte” (HOFFMAN; BATESON, 2003, p. 29).Assim os

são definidos por dependerem de pessoas para realizá-los, sendo que estas mudam de acordo

com as circunstâncias internas e externas a elas.

Para minimizar estesefeitos e garantir a qualidade, os prestadores de serviço

devem investir substancialmente emtreinamento e seleção de pessoal, para

que,consequentemente, seja verificada a padronização em qualquer unidade daquela empresa,

conquistando a clientela. Bom atendimento sempre em todo lugar.

Uma das diferenças mais frequentes entre bens e serviços é a falta de

capacidadepara controlar a qualidade do serviço antes que ele chegue ao cliente. Por

exemplo,se em uma pizzaria alguma coisa sair errada, como a pizza vir queimada, com

menosrecheio ou, para complicar mais, o cliente ser pessimamente atendido pelo garçom,

oproprietário do estabelecimento não pode simplesmente pedir que o cliente saia da pizzaria e

entre novamente, começando tudo outra vez.

A heterogeneidade demonstra que não apenas a consistência do serviço variade

uma empresa para outra e entre pessoas dentro de uma mesma empresa, como também

quando há interação do cliente com o mesmo fornecedor. Por exemplo, ao abastecer seu carro

em um posto de combustível com bandeira de determinada distribuidora de combustível, o

cliente poderá encontrar cordialidade dos frentistas em determinados postos e, em outros da

mesma bandeira, ser mal atendido.

2.2.4 Perecibilidade

Um serviço é uma mercadoria perecível. “[...] refere-se ao fato de que serviços

não podem ser estocados” (HOFFMAN;BATESON, 2003, p. 29).Como o serviço não pode

ser estocado, se não for usado está perdido para sempre.

A utilização total da capacidade de serviços torna-se um desafio gerencial na

medida em que as demandas dos clientes dos serviços sofrem variações consideráveis, não

existindo a opção de criar estoques para absorver essas frustrações.

25

Exemplificou Kotler 1998, p.72:

“Alguns médicos cobram de seus pacientes o horário quando eles não comparecem à

consulta marcada, porque o valor do serviço existiu apenas naquele momento”. Não

se pode “guardar a lavagem de um carro”, se o cliente não tiver a necessidade e ir

até o lava-jato, o serviço simplesmente nunca existiu.

As demandas dos clientes por serviços apresentam um comportamento bastante

recorrente, com períodos curtos e variações consideráveis entre picos e baixos. Vejamos,

como exemplo, o costume de almoçar entre meio dia e 13 horas que faz com que os

estabelecimentos encontrem grande dificuldade para a acomodação das pessoas nesse horário

de pico.

De acordo com Fitzsimmons (2010, p. 43), diante da demanda variável e da

pereceblidade dos serviços, os gerentes têm três opções básicas:

1. Suavizar a demanda:

a. Usando reservas ou agendamentos de entrevistas ou consultorias;

b. Usando incentivos nos preços (por exemplo, dando desconto para telefônicas à noite e

em finais de semanas);

c. Desestimulando a demanda em períodos de pico (por exemplo, alertando os clientes

para realizarem suas compras mais cedo a fim de evitarem a correria de natal).

2. Ajustar a capacidade dos serviços:

a. Utilizando funcionários extras durante o horário de pico;

b. Programando os turnos de trabalho de modo a variar a capacidade de acordo com a

demanda (por exemplo, quantidade de telefonistas variando de acordo com a demanda);

c. Incrementando o autoatendimento do serviço.

3. Permitir que os clientes esperem.

O mesmo alerta que a última opção pode ser vista com uma contribuição passiva

ao processo, que carrega o risco da perda de um cliente insatisfeito para o concorrente.

Mediante a espera, o cliente propicia uma maior utilização da capacidade do serviço. As

empresas aéreas reconhecem explicitamente esse fato, oferecendo um preço reduzido nas

passagens aos clientes em lista de espera.

2.3 Classificação dos Serviços

A princípio, o que há em comum entre serviços de hospitais, bancos, seguros,

hotéis, linhas aéreas e mais uma infinidade deles? É o fato de constatar nessas empresas,

conforme Lovelock (1983), um enfoque dado predominantemente às operações, que

26

necessariamente não são as mesmas entre si. Porém, o que pode vir a ser interessante, é que

grupos de serviços possam possuir características comuns de grande relevância e propor

situações de intercâmbio envolvendo conceitos e estratégias desse setor.

Os diversos setores de serviços constituem, certamente, a parte da economia

dasnações que mais se desenvolve atualmente no mundo, atuando em segmentos tradicionais,

como segurança e limpeza, e em segmentos que cresceram recentemente, como turismo,

envolvendo empresas aéreas, de receptivo, hotéis e estruturas de lazer, desenvolvimento de

softwares, corretoras de títulos e valores mobiliários, serviços bancários, assistência médica e

outros.

Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) analisam os serviços de acordo com grau de

intensidade de trabalho e com o grau de interação e customização, classificando-os em quatro

tipos:

Indústria de serviços: prestam serviços padronizados, com alto investimento de

capital em relação aos custos de mão-de-obra. Ex.: Companhias aéreas;

Estabelecimentos de serviços: personalizam, porém são estabelecimentos com alto

investimento de capital em relação à sua mão-de-obra. Ex.: hospitais, bares e

restaurantes;

Serviços de massa: não é tão personalizado, mas a força de trabalho é intensa. Ex.:

escolas.

Serviços profissionais: a atenção é voltada para o cliente, alta personalização e

trabalho intenso de especialistas. Ex. clínica de exames médicos.

Dias (2003, p.107) observa que os serviços podem ser diferenciados e

classificados de acordo com algumas características como a tangibilidade, receptor direto do

beneficio, customização do processo, relacionamento com o cliente e previsibilidade da

demanda.

Na análise de Gianesi e Corrêa (1996, p.44) os serviços são classificados

correlacionando as seguintes dimensões: foco em pessoas ou equipamentos, grau de contato

com o cliente, grau de personalização do serviço, grau de julgamento pessoal dos

funcionários, foco no produto ou no processo e“front office” ou “backroom”. Gianesi&

Corrêa cruzam estas seis dimensões e criam três categorias de prestação de serviços, a saber:

a) Serviços profissionais: existe um alto grau de contato com o cliente e, geralmente,

o ciclo da prestação de serviço é longo. Exemplo: serviços médicos.

b) Loja de serviços: pode ser gerado tanto na linha de frente do atendimento quanto

na retaguarda. Exemplos:- restaurante e lavanderia.

c) Serviço de massa: pouco, ou quase nada, personalizados, com alto grau de

padronização das operações. Exemplo:- transportes urbanos

27

Entre muitas classificações possíveis, Las Casas (2002, p.19) considera o esforço

do consumidor na obtenção do serviço e neste sentido classifica os serviços da seguinte

forma:

a) Serviços de Consumo - são serviços prestados diretamente ao consumidor e

subdividem-se em conveniência, escolha e especialidade.

b) Serviços Industriais - são aqueles prestados a organizações industriais, comerciais

ou institucionais e subdividem-se em equipamentos, facilidade e consultoria.

Fitzsimmons (2000, p.43) observa que uma classificação dos serviços pode ajudar

na organização sobre administração de serviços e quebrar barreiras da indústria com a troca

de conhecimentos. Os conceitos de administração de serviços deveriam ser aplicáveis a todas

as organizações de serviços.

De acordo com os conceitos apresentados, observa-se que para Gianesi e Corrêa

os serviços são classificados correlacionando dimensões entre equipamentos, pessoas e

contato com o cliente. Eles classificam os serviços em três áreas, e é importante ressaltar que

a ênfase no relacionamento com o cliente determina essa classificação. Por exemplo, os

serviços profissionais possuem um alto grau de contato com o cliente e são prestados através

de pessoas tornando mais complexa sua execução. Já nos serviços de massa o grau de contato

com o cliente é relativamente baixo e a ênfase na prestação de serviços é através de

equipamento. Como exemplo desse tipo de serviço está o transporte urbano e no caso anterior,

ou seja, serviços profissionais, um serviço de consulta médica.

2.4 Encontros de Serviço

Em empresas preocupadas com a qualidade de seus serviços, as pessoas da

organização desempenham um papel importante. Os fornecedores de serviços com qualidade

são companhias orientadas para as pessoas e que consideram seus provedores de serviços

como embaixadores da empresa e responsáveis pelo marketing direto. Essas organizações

reconhecem que a qualidade dos serviços depende fundamentalmente da qualidade das

pessoas. No setor de serviços, mais do que no setor manufatureiro, pessoas amigáveis e

atenciosas é um recurso muito mais importante que alta tecnologia já que os serviços são

gerados por elas e não produzidos por máquinas.

28

O cliente passa a fazer parte na produção de um serviço. De acordo com Lovelock

(2003, p.18) muitas vezes, os clientes são ativamente envolvidos em ajudar a criar o produto

do serviço ou pela cooperação como o pessoal de serviço em contextos como barbearias,

hotéis ou hospitais. Assim, as empresas terão muita a ganhar, pois capacitam seus clientes a

ajudarem nas suas atividades.

O encontro de serviço é usado para indicar a interação face a face entre cliente e

prestador de serviço dentro do cenário de serviços como afirmam Salomon (1985, p.178). Nas

ofertas mistas produto/serviço, a importância do encontro, ou o que se destaca nas interações

de prestadores de serviço e consumidores, é dominada pela evidência dos atributos do produto

mais tangível e por uma interação mais duradoura do consumidor com o próprio produto. Já

nas transações de serviços relativamente puros, em que não há troca de objetos tangíveis, e o

desempenho do serviço torna-se difícil de ser medido, a garantia do retorno do cliente é, em

boa parte, sustentada pela qualidade do encontro pessoal.

Essa preocupação com a interação prestador/cliente é particularmente importante,

mais para os serviços baseados em pessoas, como jurídicos e médicos entre outros, do que

para equipamentos, tais como caixas automáticos e seguro. Evidentemente, pode-se estender

tal conceituação para qualquer situação em que a interação pessoal se torne um elemento

importante na oferta total.

Salomon (1985) apresenta duas citações de administradores de marketing

publicadas em "advertising age", que enfatizam a importância em termos gerenciais, dos

encontros de serviço:

numa empresa de serviços, você está tratando com algo que é, em princípio,

entregue por pessoas - a pessoas. seu pessoal significa tanto do seu produto, na

mente do consumidor, quanto qualquer outro atributo do serviço. a atuação do

pessoal no dia a dia, flutua para cima e para baixo. Portanto, o nível de estabilidade

com que você pode contar e que pode ser passado ao cliente é uma coisa incerta.

o intangível real é o elemento humano que, ainda que com a maior boa vontade do

mundo, a maioria de nós não pode controlar no mesmo grau em que um gerente de

produção controla a fórmula de um sabonete de beleza, por exemplo.

O processo de comunicação entre prestador de serviço e cliente deve ser recíproco

e não em uma única via. Muitas vezes os prestadores de serviço se comportam como se

agissem sobre um cliente estático, e não pensando em interagir com o cliente. As instalações

de uma empresa podem ser impecáveis e os prazos de execução do serviço concluídos a

contento, mas se o cliente partir com uma impressão negativa da atitude do empregado, os

outros esforços podem ficar esquecidos.

29

2.5 Marketing Mix Ampliado para o Setor de Serviços

Marketing de serviços é, antes de qualquer coisa, marketing. Assim, vale para

uma empresa de serviços o mesmo que para outras empresas, no que se refere à administração

de marketing e ao composto de marketing. A teoria é a mesma, apenas deve-se procurar

inseri-la em um contexto profundamente dinâmico e crítico como o de serviços para que

possa enfatizar as consequências muito particulares da aplicação do marketing no setor de

serviços.

O composto de marketing, conhecido também como mix de marketing, é um

conjunto de conceitos de marketing que a empresa utiliza para perseguir seus objetivos

mercadológicos frente ao mercado-alvo (KOTLER, 1998).

Quando discutem estratégias de marketing de bens manufaturados, profissionais

de marketing geralmente abordam quatro conjuntos de elementos estratégicos básicos:

produto, preço, praça (ou distribuição), e promoção (comunicação). Juntos, esses quatros

elementos são conhecidos como os 4Ps do composto de marketing.

Como os serviços normalmente são produzidos e consumidos simultaneamente,

muitas vezes os clientes estão presentes na unidade de produção da empresa, interagindo

diretamente com o pessoal da empresa e constituindo-se, efetivamente, parte do processo de

produção do serviço. Além disso, como os serviços são intangíveis, os clientes estarão todo o

tempo procurando algum indicador tangível que possa auxiliá-los a entender a natureza da

experiência do serviço.

O reconhecimento da importância dessas variáveis adicionais de comunicação

levou os profissionais de marketing de serviços a adotarem o conceito de um composto de

marketing expandido para serviços, onde, além dos 4P’s tradicionais, o composto de

marketing de serviços inclui pessoas, evidência física e processo (ZEITHAML e BITNER,

2003).

Dessa forma, os tradicionais 4Ps, da forma como foram desenvolvidos para bens,

não são adequados para lidar com as questões decorrentes do marketing de serviços e devem

ser adaptados e ampliados.

Sendo assim, Lovelock, 2011, afirma que:

Em consequências, precisamos ampliar o composto, acrescentando três novos

elementos à entrega de serviços: processos, ambiente físico e pessoas. Passamos

então a considerar sete elementos que, denominados coletivamente como 7Ps do

30

composto de marketing de serviço, englobam o conjunto de variáveis que

representam as decisões gerenciais de marketing necessárias para criar estratégias

viáveis, voltadas ao atendimento das necessidades dos clientes de modo lucrativo em

um mercado competitivo (LOVELOCK, 2011, p. 28).

O autor ainda define que se pode pensar nesses elementos como as sete alavancas

do marketing de serviços. Cada uma delas deve ser alinhada adequadamente para que sejam

atingidos os objetivos estratégicos de marketing da empresa.

2.5.1 Produto

Os serviços estão no centro da estratégia de marketing de uma empresa. Se um

produto for mal projetado, não criará valor significativo aos clientes, mesmo que o restante

dos 7Ps sejam bem executado. O produto significa a combinação de bens ou serviços que a

empresa oferece aos mercados alvo, com o objetivo de satisfazer as necessidades destes

(KOTLER; HAYES e BLOOM, 2002).

Na verdade produtos e serviços têm a mesma finalidade, isto é, satisfazem um

desejo ou necessidade dos consumidores, gerando satisfação e valor. No caso de serviços há

fortemente demarcado, claro, o componente intangível. Assim, os serviços são experiências

que geram valor, podendo ser maiores ou menores seus componentes tangíveis.

Um aspecto do serviço chama a atenção: o fato de que, na maior parte dos casos, o

produto de um serviço é composto do mix de processos e pessoas. Se os processos não estão

bem conduzidos, se as pessoas não são as adequadas ou mesmo quando ocorre a substituição

de determinadas pessoas, a qualidade do serviço pode estar comprometida.

Considerando que as pessoas e processos são a parte mais importante de um

serviço, isto nos ensina que devemos ter e manter as melhores pessoas, mas ao mesmo tempo

ser capazes de constituir os melhores processos. Desta forma, caso a pessoa falhe, o processo

poderá, talvez, minimamente, dar continuidade ao serviço. Nesse sentido, o marketing de

serviços enfatiza os processos de marketing interno e marketing interativo, valorizando a

relação com o cliente. No marketing interno, especialmente, recrutamento, seleção,

treinamento e gestão de pessoas são aspectos fundamentais que impactam diretamente na

qualidade do serviço prestado.

31

2.5.2 Preço

São grandes as diferenças de percepção de preço entre produto e serviço. Em

primeiro lugar, em serviço existe uma incidência maior de custos fixos que de custos

variáveis. Grande parte dos serviços, portanto, possui custos invisíveis para o cliente. O

cliente não consegue entender, por exemplo, por que uma escola custa x reais, pois os custos,

em geral, são custos fixos diluídos em unidades de prestação de serviços.

O preço consiste na soma em dinheiro que o cliente terá de pagar para receber o

produto, em conjunto com quaisquer custos não financeiros, como tempo, negociação e

conveniência, além de outros (KOTLER; HAYES e BLOOM, 2002).

Hoffman e Bateson (2003) complementam afirmando que a determinação de

preço bem sucedida depende de reconhecer o valor que o cliente dá a um serviço e estabelecer

o preço desse serviço de acordo com isso. As percepções de valor do cliente representam um

equilíbrio entre os benefícios com a compra do produto e o sacrifício percebido em termos de

custos a ser pago. Os custos totais para o cliente se estendem para além dos custos monetários

e incluem tempo, energia e custos psíquicos. De modo semelhante, o valor total do cliente se

estende para além do valor do produto e inclui serviço, pessoal e imagem.

Mas, sem dúvida, a grande diferença entre preços de produtos e serviços é aquilo

que chamamos capacidade de comparação. Preços de produtos são mais comparáveis do que

preços de serviços. Mais ainda: é possível guardar uma memória de preços em produtos,

quando é difícil guardar uma memória de preços em serviços.

O preço em serviços sempre é variável e sempre dependente de uma série de

questões. Pode-se comparar os elementos tangíveis de um computador com outro, mas é

difícil comparar os serviços que as empresas oferecem. Assim, como consequência, serviços

tendem a permitir uma maior margem de lucro, enquanto produtos mais facilmente

comparáveis tendem a comprimir margens. Uma observação importante em serviços é que o

cliente de serviços deve acreditar no preço, visto que o cliente não entende muito bem a lógica

dos preços. Com isso, podemos dizer que o preço é a parte objetiva na geração de expectativa

dos clientes, como trata Corrêa e Caon (2006, p. 96):

Preço é um aspecto do serviço que pode ser objetivamente avaliado, ranqueado e

comparado. Talvez por esse motivo o cliente tenda, em algumas situações, a

ranquear em suas expectativas a “qualidade esperada” de acordo com a sequência de

ranqueamento de preço, como que assumindo que um serviço caro “deve ser bom”.

32

Outro ponto importante na precificação de serviços é que, por mais barato que

seja o serviço, por mais baixo que seja o preço, o serviço precisará apresentar uma qualidade

mínima aceitável pelo cliente, sem a qual o serviço não é válido. No caso de um produto, a

qualidade deste possui uma evidente correlação com o preço. No caso de um serviço, o cliente

só poderá avaliar a validade deste após seu uso. Assim, o serviço poderá sercaro ou barato, de

acordo com as expectativas de cada cliente.

2.5.3 Lugar (Praça) e Hora

A distribuição de serviços implica, quase sempre, a distribuição de custos fixos.

Distribuir serviços requer a disponibilidade dos mesmos no momento em que o cliente

precisa, visto que serviços não são estocáveis. A distribuição inclui tudo que a organização

faz para colocar seus serviços à disposição do cliente-alvo (KOTLER, HAYES e BLOOM,

2002).

Urdan e Urdan (2006) afirmam que o desempenho de um canal de distribuição,

em sentido macro, abrange três dimensões: eficácia (fatores operacionais), eficiência (fatores

financeiros) e equidade (fatores sociais). Eficácia é a competência de o canal entregar, no

curto e no longo prazo, os serviços esperados pelos usuários finais. Eficiência do canal

consiste no modo como os recursos (físicos ou financeiros) são convertidos em resultados

específicos (físicos ou financeiros). Equidade do canal é o grau em que todos os clientes

potenciais têm a mesma oportunidade de usá-lo e capacidade para acessá-lo.

Além disso, distribuir serviços requer muitas vezes a distribuição da cultura do

serviço, o que não é fácil de ser reproduzido. Ou seja, a decisão de distribuição de serviços é

complexa, exige custos e planejamento apurados e costuma não ser uma distribuição

pulverizada, mas concentrada. Distribuir um produto é o equivalente a vendê-lo, mas no setor

de serviços é preciso primeiro construir uma estrutura para atender a uma possível demanda.

Uma mudança importante nesse aspecto da distribuição de serviços tem sido o

crescimento dos canais eletrônicos, notadamente os call centers e a internet, que permitem a

pulverização do contato, mantendo o controle e o custo em uma mesma plataforma. Não é

sem razão que os bancos investem nesses canais que reduzem seus custos de investimento e

de operação, agregando valor ao cliente pelo aumento da disponibilidade, como apresenta

Lovelock, 2011.

33

A distribuição de um serviço pode envolver canais físicos e eletrônicos, ou ambos,

dependendo da natureza do serviço fornecido. Atualmente, por exemplo, os bancos

oferecem aos clientes opções de canais de distribuição, como ir a uma agência, usar

a rede de caixas eletrônicos, fazer negócios por telefone ou realizar transações

bancárias pela Internet (LOVELOCK, 2011, p. 30).

Muitos serviços baseados em informações podem ser entregues quase

instantaneamente a qualquer lugar do mundo que tenha acesso à Internet. Além disso, as

empresas podem entregar serviços aos clientes diretamente ou por meio de organizações

intermediárias, como lojas de varejo, que recebem uma comissão ou uma porcentagem sobre

o preço de venda para realizar certas tarefas associadas a vendas, serviços e contato com

clientes. Para entregar os elementos de um serviço aos clientes, decisões precisam ser tomadas

sobre onde e quando, bem como sobre os métodos e canais utilizados.

Agilidade e conveniências de lugar e hora tornaram-se fatores determinantes para

uma eficaz distribuição e entrega de serviços, além de gerar muitas oportunidades para novos

negócios, se você achar maneiras de economizar o tempo de outras pessoas. Muitos serviços

são entregues em tempo real, na presença dos clientes. Os consumidores de hoje são os mais

sensíveis ao tempo de toda a história, estão sempre com pressa e consideram o desperdício de

tempo que deve ser evitado.

2.5.4 Promoção (Comunicação)

As comunicações em serviços costumam ser pessoais e interativas, com o alto

predomínio da indicação, do boca-a-boca e da venda pessoal. Mesmo nos casos de

comunicação de massa, tem-se uma forte presença de pessoas, em testemunhais ou em

situações de serviço, procurando demonstrar a promessado serviço. Diz-se mesmo que a

comunicação tem o papel de tangibilizar o serviço, o que pode ser feito de diversas formas. A

comunicação refere-se às atividades que comunicam os méritos do serviço e convencem os

mercados-alvo a adquiri-los (KOTLER; HAYES e BLOOM, 2002).

As comunicações do serviço sempre irão procurar remeter ao real do serviço, à

situação do serviço, e dificilmente será possível associar imagens abstratas a um serviço. A

forte presença das pessoas na comunicação deve então ser explorada para maximizar o boca-

a-boca, seja por meio de campanhas de indicação, seja por meio da geração de notícias

34

favoráveis ou até mesmo pela fidelização dos clientes como principal função do marketing

numa empresa de serviços.

Segundo Lovelock (2011, p. 202) As comunicações devem ser vistas de modo

mais amplo do que a mera utilização de propaganda em mídia paga, relações públicas e

vendedores profissionais. Há muitos outros meios pelos quais uma organização moderna pode

se comunicar com seus clientes atuais e potenciais.

2.5.5 Processo

O processo de prestação do serviço muitas vezes é tão importante quanto o

próprio serviço. Entradas e saídas operacionais podem variar amplamente, devido à falta de

inventário e de interação em tempo real dos envolvidos. No entanto, a variabilidade pode ser

reduzida através de um projeto cuidadoso do processo de atendimento ao cliente, a adoção de

procedimentos padronizados, implementando uma gestão rigorosa da qualidade do serviço,

elevados padrões de formação e de automação. A variável processo abrange os

procedimentos, mecanismos e o roteiro efetivo de atividades através dos quais o serviço é

executado – os sistemas de execução e de operação dos serviços (ZEITHAML e BITNER,

2003).

Os processos se referem às maneiras de uma organização fazer negócios. Os

processos podem ser simples ou bastante complicados, muito coerentes ou extremamente

diversificados (KOTLER; HAYES e BLOOM, 2002)

Lovelock (2011, p. 33) descreve que gerentes inteligentes sabem que, quando se

tratade serviços, comouma empresa faz as coisas – os processos subjacentes –, em geral, é tão

importante quanto o queela faz. Dessa forma, criar e entregar elementos de produto a clientes

requer a elaboração, o planejamento e a implementação de processos eficazes. Processos mal

elaborados quase sempre levam a uma entrega de serviço lento, burocrático e ineficaz, ao

desperdício de tempo e a uma experiência frustrante.

35

2.5.6 Ambiente Físico

O ambiente físico (do “P” physicalenvironment) inclui as construções, o

paisagismo, veículos, mobiliário interior, equipamentos, uniformes, sinalização, materiais

impressos e outros sinais visíveis, que fornecem evidências de qualidade de serviço, e podem

impactar profundamente a satisfação do hóspede.A variável evidência física abrange o

ambiente no qual o serviço é executado e onde a empresa interage com o cliente, assim como

qualquer componente tangível que facilite o desempenho ou a comunicação do serviço

(ZEITHAML e BITNER, 2003).

Hoffman e Bateson (2003) afirmam que a administração eficaz do ambiente físico

é particularmente importante para empresas de serviços, por causa da intangibilidade dos

serviços. Os clientes não têm fontes objetivas de informações ao fazer avaliações, para isso,

muitas vezes eles examinam a evidência física que cerca o serviço.

Um negócio que requer que os clientes entrem na fábrica de serviços, também terá

de dedicar tempo para pensar no projeto de ambiente físico ou servicescape. A aparência de

edifícios, paisagismo, veículos, mobiliário, equipamento, uniforme do pessoal, sinalização,

material impresso e outros elementos visuais proporcionam evidencias tangíveis da qualidade

de serviço de uma empresa, facilitam sua entrega e orientam os clientes por seu processo. A

experiência de serviço para o consumidor pode começar quando ele sai de casa, e não apenas

quando entra na fabrica de serviços. A localização pode ter um significado associado aos

frequentadores da região, que reforçam ou contradizem seu posicionamento. A facilidade de

acesso e de estacionamento, o cuidado do manobrista, a fachada ou vitrine, a atenção da

recepcionista e dos seguranças, os outros clientes que frequentam o ponto: tudo é importante.

Empresas de serviço precisam gerenciar o servicescape com cuidado, uma vez que cria

impacto sobre a satisfação dos clientes e a produtividade dos serviços.

2.5.7 Pessoas

Referem-se ao capital humano da empresa, ou seja, os empregados. Essas pessoas

devem possuir as competências técnicas necessárias, habilidades interpessoais e atitudes

positivas, as quais se tornarão uma importante vantagem competitiva para a empresa.

36

A variável pessoasabrange todos os agentes humanos que desempenham um papel

no processo de execução de um serviço e, nesse sentido, influenciam as percepções do

comprador; nominalmente, os funcionários da empresa, o cliente e outros clientes no

ambiente de serviços (ZEITHAML e BITNER, 2003).

Hoffman e Bateson (2003) explicam que a satisfação do funcionário de uma

empresa de serviços e do cliente está claramente relacionada, ou seja, se uma empresa de

serviços quer tornar seus clientes satisfeitos, a satisfação dos funcionários deve ser levada em

consideração, pois a imagem pública de uma empresa de serviços é o seu pessoal de contato.

Apesar dos avanços tecnológicos, muitos serviços dependem da interação direta

entre os clientes e os profissionais de uma empresa. O próprio conceito de serviços baseia-se

na ideia de que, cada vez mais, as soluções para as necessidades das pessoas são

desenvolvidas com base na oferta de competências pessoais aplicadas na coprodução com

clientes, ou seja, pessoas interagindo com outras para criar soluções. Isso tem profunda

influência na qualidade final do serviço. Você deve ter notado diversas vezes como a

diferença entre um prestador de serviço e outro reside nas atitudes e habilidades de seus

funcionários.

Essas empresas precisam trabalhar em proximidade com o departamento de

recursos humanos (RH) e dedicar atenção especial à seleção, treinamento e à motivação de

sua equipe de atendimento. Além de possuir as habilidades técnicas requeridas pela função,

esses indivíduos também necessitam ter boas habilidades interpessoais e atitudes positivas. Os

gerentes de RH que pensam estrategicamente reconhecem que funcionários leais, talentosos e

motivados, capazes de trabalhar de modo independente ou em equipes, representam uma

vantagem competitiva essencial.

2.6 Qualidade em Serviços

Seguramente já nos deparamos com inúmeras definições de qualidade. Em síntese

todas convergem para a valorização do cliente, através de sua satisfação com o produto ou

serviço que utilizar e que estes, para isso, devam constituir-se de todas as

característicasdesejáveis por esse cliente, características essas por sua vez, capazes de serem

instituídas pela empresa.

37

Descobriu-se que a qualidade pode fazer a diferença, conquistar o cliente,

garantirlucros e permanência no mercado. De tal sorte a qualidade, da maneira como a

conhecemos,aliada aos serviços constitui-se numa ferramenta capaz de, realmente, fazer a

empresa se destacar em seu mercado de atuação.

Figura 2 – Modelo da qualidade de serviços

Fonte: Parasuramanet al. (1985, p.49)

A qualidade em serviços segundo Corrêa e Gianesi, pode ser definida como o grau

em que as expectativas docliente são atendidas, excedidas por sua percepção do serviço

prestado. (CORRÊA e GIANESI. 1994).

AfirmaChiavenato (2003) que “a qualidade deve ter como objetivo as

necessidades do usuário, presentes e futuras”. Planejar-se para atender e perceber essas

necessidades é primordial em todos os setores da empresa para obter o desempenho

organizacional pretendido

38

Kotler (2000, p. 78) afirma que:

Um dos maiores valores que os clientes esperam de fornecedores é alta qualidade de

produtos e serviços... Se as empresas quiserem continuar no páreo, e apresentando

lucros, terão de adotar a Gestão da Qualidade total. (TQM é uma abordagem para a

organização que busca a melhoria continua de todos os seus processos, produtos e

serviços).

Kotler (2000, p. 79) define qualidade como: “totalidade dos atributos e

características de um produto ou serviço que afetam sua capacidade de satisfazer necessidades

declaradas ou implícitas”. Essa definição de qualidade está voltada ao cliente. Uma empresa

fornece um produto ou serviço com qualidade sempre que consegue satisfazer a maioria das

necessidades de seus clientes durante a maior parte do tempo, de acordo com Kotler (2000),

tornando-se uma empresa de qualidade.

Lovelock e Wright (2001, p.22) afirmam que a qualidade do serviço é essencial

para aumentar a fidelidade do cliente. As organizações conseguirão ser realmente

competitivas e destacar-se no mercado, quando todas as interações que ela mantiver com o

cliente forem gerenciadas e controladas de maneira eficiente, mantendo-se um diagnóstico

atualizado deexpectativas de clientes, utilizando-se de índices de satisfação do consumidor e

de desempenho de qualidade. Keegan e Green (2000, p.4) enfatizam que qualquer empresa do

mundo para superar os concorrentes precisa criar valor visível para os consumidores. É

preciso agregar valor às atividades que influenciem nas expectativas dos clientes, satisfazendo

ao mesmo tempo as expectativas dos acionistas e projetando o crescimento da organização e a

fidelizaçãodos clientes

Para Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000), a maioria das empresas de serviços

compete em um ambiente em geral composto por grande número de pequenas e médias

empresas. Para eles, é necessário um entendimento completo das dimensões competitivas e

das limitações das atividades antes que uma empresa comece a formular estratégias de

serviços.

2.6.1 Dimensões da Qualidade

De acordo com Castelli (1996), para cada tipo de produto ou serviço, tendo em

vista os requisitos dos clientes, pode ser composto por várias dimensões. Ter conhecimento

39

sobre determinadas dimensões é importante para o empreendedor determinar os segmentos de

mercado que o empreendimento deseja atingir. Tais dimensões consistem em: desempenho,

características, confiabilidade, conformidade, durabilidade, estética e qualidade percebida.

Figura 3 – Dimensões da qualidade. Fonte: Castelli (1996, p. 26.)

Qualidade em serviço é um tema complexo, o que pode ser percebido na

necessidade de uma definição com cinco dimensões: confiabilidade, receptividade, segurança,

empatia e aspectos tangíveis. Utilizando essas dimensões, apresentamos o conceito de falha

na qualidade em serviços. Essa falha baseia-se na diferença entre a expectativa de um cliente

em relação ao serviço e as percepções de como ele é prestado.

A qualidade, no âmbito empresarial, mostra-se em dois pólos: o do produtor do

bem ou serviço e o do cliente. Na visão do produtor, a qualidade é a sua produção adequada à

expectativa da demanda e, na visão do cliente, é a real utilidade e o valor agregado que o

produto ou serviço possui, ou seja, a qualidade é determinada pela resolução dos problemas

do cliente, elaborados antes da compra e avaliados na pós-compra. Paladini (2006, p. 71) diz

que qualidade é “o ajuste do produto à demanda que pretende satisfazer”.

40

2.6.2 Percepção da qualidade

O produto final de um serviço é sempre um sentimento. Os clientes ficam

satisfeitos ou não conforme suas expectativas. Portanto, a qualidade do serviço é variável de

acordo com o tipo de pessoa. Segundo Albrech (1992) apoud Las Casas (2008, p.254)

qualidade em serviços é a capacidade que uma experiência ou qualquer outro fator tenha para

satisfazer uma necessidade, resolver um problema ou fornecer benéficos a alguém. Em outras

palavras, serviços com qualidade é aquele que tem a capacidade de proporcionar satisfação.

A diferença entre resultados e expectativas é que vai fazer você ter um sentimento

de satisfação ou insatisfação com o que consumiu. Se os serviços igualarem ou

superarem as expectativas haverá satisfação. Se forem inferiores, haverá

insatisfação. Quando o resultado supera a expectativa, diz-se que a empresa atingiu a

excelência em serviços. Hoje não basta agradar os consumidores. É necessário

encanta-los, superando suas expectativas. E este deve ser o objetivo perseguido

pelas empresas em busca da excelência em serviços. Superar as expectativas na

satisfação de necessidades, na resolução de problemas ou no fornecimento de

benefícios a alguém. (LAS CASAS, 2008. p.6)

Kotler (1995, p.6) indica que a satisfação é a função do desempenho percebido e

das expectativas: se o desempenho atender (ou exceder) ás expectativas, o consumidor ficará

satisfeito (ou altamente satisfeito), e se ficar aquém das expectativas, o mesmo ficará

insatisfeito.

É importante observar que serviços possuem dois componentes de qualidade que

devem ser considerados: o serviço propriamente dito e a forma como é percebido pelo cliente.

A qualidade em serviços pode serdefinida como o grau em que as expectativas do cliente são

atendidas, excedidas por sua percepção do serviço prestado. A qualidade percebida está

relacionada com nível de satisfação do cliente, logo a satisfação do consumidor é função do

desempenho percebido e das expectativas (KOTLER, 1998, p. 117).

A necessidade de busca constante da qualidade, segundo Mezomo (2002), tem

como norte três fundamentos que formam a Filosofia da Qualidade, a saber: respeito à

dignidade do consumidor; responsabilidade social da empresa, que não permite repassar

produtos e serviços sem qualidade; e a responsabilidade profissional dos fabricantes e

prestadores de serviços. Esses princípios, como todo principio em qualquer área de atuação,

devem servir de alicerce para se produzir bens e serviços de qualidade.

41

2.7 Comportamentos do Consumidor em um Contexto de Serviços

Compreender como se comportam os consumidores está no coração do marketing.

É satisfazendo as necessidades de pessoas e empresas e respeitando os interesses da sociedade

e do meio ambiente que construímos negócios financeiramente sustentáveis. Precisamos

entender como as pessoas tomam decisões de compra e do uso de um serviço, bem como o

que determina sua satisfação após o consumo. Sem isso, nenhuma empresa pode esperar criar

e entregar serviços que resultem em clientes satisfeitos e em sua fidelização

(LOVELOLOCK, 2011, p. 47).

O consumidor é influenciado em seu comportamento de compra. Pode-se destacar

como consumidor, todo indivíduo que procura algum produto ou serviço para satisfazer suas

necessidades, revendê-lo, ou, todavia compram bens ou serviços para outras pessoas.

Conforme destaca Vale (2003, p.44) “o sucesso nos negócios, não é determinado pelo

produtor, mas pelo consumidor”.

O processo de compra do consumidor se finda na satisfação das suas

necessidades, que são levadas pelo seu lado emocional ou pelo seu lado racional, que se

deriva muitas vezes de sensações internas como a fome, cansaço, sede ou apelo emocional. O

processo de compra pode ser oriundo de estímulos externos, como a influência exercida por

uma propaganda para aquisição de determinado produto, o convite para um casamento ou

aniversário.

O consumo de serviços, de forma geral, se desenvolve por meio de processos

complexos que podem ser divididos em três fases principais: pré-compra, encontro de

serviços e pós-encontro.

Solomon (2002, p.210) afirma que os passos natomada de decisão são seguidos

pelos consumidores em algumas compras; tal processo não é uma imagem precisa de muitas

decisões de compra e que simplesmente os consumidores não passam por todas as etapas em

suas decisões. Segundo Solomon se o fizessem, passariam a vida inteira tomando essas

decisões, o que lhes deixariam pouco tempo para apreciar o que finalmente decidiriam

comprar.

42

Figura 4 -Processo de compra dos serviços

Fonte: Solomon (2002, p. 209)

2.7.1 Fase de Pré-Compra

A decisão de compra e uso de um serviço é feita na fase de pré-compra. As

necessidades e expectativas individuais são, aqui muito importantes, porque influenciam as

alternativas que os clientes irão considerar. Fase de pré-compra se inicia com o despertar da

necessidade – a conscientização de uma necessidade por parte do consumidor em potencial –

e continua com a busca de informações e avaliação das alternativas para que se decida pela

compra ou não de um serviço em particular.

Segundo Churchill e Peter (2003) a percepção de uma necessidade e o impulso

para atendê-la é chamado de motivação. Para Rocha e Christensen (1999) motivação é um

motivo e uma necessidade, que cada indivíduo possui, num conjunto que precisam ser

atendidas quando as mesmas não são satisfeitas. Instaura-se nele um estado de tensão, e ele

utiliza-se de impulso, ou seja, da motivação para a satisfação dessas necessidades.

Em alguns casos, os clientes podem ser rápidos a seleccionar um fornecedor

específico de um produto, particularmente se a compra for rotineira e envolver pouco risco.

43

Contudo, se se trata de uma 1ª compra, envolvente, ou arriscada, os clientes poderão iniciar

uma intensa procura de informação.

O elemento do risco percebido é especialmente relevante para os serviços. Os

utilizadores principiantes experimentam especialmente a incerteza na compra. As percepções

de risco são baseadas nos julgamentos dos clientes da possível ocorrência de resultados

negativos. Quando os clientes se sentem desconfortáveis com o risco, podem usar uma

variedade de métodos para reduzi-lo na etapa de pré-compra, tais como:

Procurar informação a partir de fontes credíveis;

Confiar na reputação da empresa;

Procurar garantias;

Procurar oportunidades para experimentar o serviço antes da compra;

Procurar informações junto de colaboradores bem informados sobre os serviços;

Examinar os elementos tangíveis ou outras evidências físicas;

Utilizar a internet para comparar ofertas de serviços.

2.7.2 Fase de Encontro de Serviço

Depois da decisão para a compra de um serviço específico, os clientes

experimentam um ou mais encontros com os fornecedores escolhidos dos serviços. Estes

encontros de serviços geralmente começam por um pedido ou reserva. Podem tomar a forma

de intercâmbios pessoais entre clientes e fornecedores, ou interacções impessoais com

máquinas ou computadores. Em serviços de alto contacto (como restaurantes, hotéis…) os

clientes podem experimentar uma variedade de encontros de serviços durante a sua entrega.

De acordo com Churchill e Peter (2003) depois que o consumidor identifique qual

é sua necessidade, o mesmo vai atrás das informações pertinentes de como satisfazê-la. A

busca dar-se-á através das fontes internas, dos dados existentes em sua memória, que o façam

lembrar de situações semelhantes, ele também pode recorrer às fontes de grupos, aos seus

amigos onde estará compartilhando informações que moldurem sua decisão de compra,

também pode utilizar-se das fontes de marketing através de todos os tipos de propagandas

existentes, como também as fontes públicas mesmo sendo consideradas fontes onde exigi-se

mais busca do consumidor para obtenção dessa informação, caracteriza-se como uma fonte

44

fidedigna pois, são classificações feitas por organizações independentes como o IDEC

(Instituto de Defesa do Consumidor), o consumidor pode ainda recorrer as fontes de

experimentações onde o mesmo experimenta, manuseia ou cheira determinado produto para

ver se gosta.

A avaliação da qualidade do serviço é baseada em fatores como, a natureza do

ambiente do serviço, o contato pessoal-cliente, serviços de suporte e outros clientes.

O ambiente do serviço inclui todas as características tangíveis do local onde os

serviços são prestados;

Pessoal em contato – este é o fator mais importante nos serviços de alto contato, pois

tem interações diretas com os clientes, mas podem igualmente ter influência na entrega

do serviço em situações de baixo contacto;

Serviços de suporte são todos os materiais, equipamentos e processos do backstage

que permitem aos colaboradores do front-office desempenhar bem o seu trabalho;

Outros clientes – quando os clientes compram serviços onde existe um alto contato,

podem ter contatos diretos com outros clientes.

Segundo Cobra (1997, p.38) o meio-ambiente como o ambiente físico, o lugar, as

pessoas, as coisas, o clima os costumes, as tecnologias das inovações ao obsoleto, as

economias o fator crédito, inflação, as políticas e as áreas legais, as normas, leis, proibições e

as culturas influenciam de forma contrastante na decisão de compra dos consumidores.

2.7.3 Fase de Pós-encontro

Durante esta etapa, os clientes continuam o processo que iniciaram no encontro de

serviço, avaliando a qualidade do serviço e a sua satisfação/insatisfação com a experiência. O

resultado deste processo irá afetar as suas intenções futuras, tal como permanecer ou não fiel

ao fornecedor do serviço ou dar informações positivas ou negativas a amigos e familiares.

Salienta Las Casas (2001) que o consumidor está cada dia mais exigente, e que as

empresas necessitam estar atentas aos aspectos humanos e culturais, saber cada vez mais

sobre o consumidor, o que o valoriza, o que ele quer. Somente desta forma, conhecendo o seu

público, é que as empresas sobreviverão no mercado que anda cada vez mais competitivo.

45

Os clientes avaliam a qualidade do serviço comparando as suas expectativas com

aquilo que receberam. Se as suas expectativas foram satisfeitas ou até ultrapassadas, eles

consideram a alta qualidade do serviço. Estes clientes satisfeitos serão, mais facilmente,

clientes fiéis. Caso contrário, podem diminuir ou interromper a compra.

Em uma sociedade onde as mudanças são constantes e a concorrência cada vez

mais acirrada, fica claro que quem dita as regras nesse novo contexto é o consumidor não o

produtor. Sendo assim, é de fundamental importância que todas as pessoas envolvidas no

contexto administrativo entendam as necessidades do consumidor, como transcorre o seu

processo de compra, e com ele é influenciado pelo contexto social em que está inserido. É

essencial ter claro que classe social “alvo” deseja-se atingir, e como está constituída hoje a

distribuição da população por classes sociais, qual é o interesse de consumo e as perspectivas

de cada classe.

2.8 Tecnologia em Serviços

Novas tecnologias vão sempre provocar mudanças no ambiente social

daorganização e é difícil imaginar alguma inovação tecnológica que pudesseser introduzida na

empresa sem provocar algum efeito. Além de presente em todas as formas de organização a

tecnologia étambém uma potente força, em especial a (TI) Tecnologia da Informação. Ela

pode estender as capacitações humanas. Arevolução industrial utilizou tecnologia para

estender a capacidade física de o homem realizar trabalho. A revolução da informática está

estendendo a nossa capacidade de realizar trabalho mental e redistribuindo o tempo que

dedicamos à realização das nossas diversas atividades (GONÇALVES, 1993, p. 37).

De acordo com Laurindo (2002), o conceito de TI é mais abrangente do que os de

processamento de dados, sistemas de informação, engenharia de software, informática ou o

conjunto de hardware e software, pois também envolve aspectos humanos, administrativos e

organizacionais.

Pode-se, então, definir Tecnologia da Informação como recurso estratégico das

organizações para obtenção de vantagem competitiva, através da utilização de informações

em todas as suas formas, envolvendo aspectos humanos, administrativos e organizacionais.

46

Os avanços nas comunicações e na tecnologia de informação estão tendo um

profundo efeito sobre as interfaces entre clientes e fornecedores de serviços. Vejamos o

exemplo apresentado por Fitzsimmons e Fitzsimmons (2010):

Por exemplo, a internet e os balcões de aeroportos mudaram as expectativas e o

comportamento dos passageiros de linhas aéreas. Os clientes não precisam mais

esperar para fazerem uma reserva com um funcionário, nem ficar no balcão da

companhia aérea para receber o cartão de embarque. Essas interações pessoais

comuns deram lugar à tecnologia(FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2010,

p.119).

Com a evolução tecnológica surgiram novos canais de comunicações que tem

facilitado os processos na prestação de serviços. As Redes Sociais são uma evolução natural

da Web e que se especializaram nas tecnologias das mídias para ajudar a atingir um

determinado público alvo, gerarem as receitas necessárias e criarem uma imagem positiva (ou

negativa) para um negócio.

Costumava ser uma tarefa longa e trabalhosa a construção de uma rede com

ligações de qualidade. Para, além disso, a publicidade com impressão e a publicidade na

internet eram muito caras para marcar a sua marca. Hoje em dia, as Redes Sociais são

gratuitas, atingem mais pessoas em mais lugares e certamente num nível muito mais profundo

e pessoal do que nunca.

2.8.1Automação em Serviços

Uma das dimensões da qualidade dos serviços já discutidas anteriormente é a

tangibilidade, que engloba, entre outras coisas, as instalações e equipamentos da organização.

A importância dada a esta dimensão da qualidade depende do cliente e do tipo do serviço

procurado. Em um hospital ou em um restaurante, por exemplo, as instalações limpas e

organizadas são mais importantes do que em uma oficina mecânica. De qualquer forma, as

instalações são uma espécie de cartão de visitas da organização, pois é a primeira coisa que o

cliente observa.

No que diz respeito aos equipamentos, percebe-se que no setor de serviços a

interação do cliente com o funcionário de linha de frente é mais importante do que

equipamentos de alta tecnologia. No entanto, como coloca Denton (1990, p. 93), a utilização

47

inteligente da tecnologia melhora a consistência, responsabilidade e contabilidade do serviço

prestado.

Não se pode ignorar a evolução da informática, que proporciona hardwares e

softwares cada vez mais úteis para o processo de tomada de decisão, para o armazenamento

de dados e a agilização dos serviços. Muitas empresas já estão oferecendo serviços

complemente automatizados, como no caso de bancos com seus equipamentos de consulta e

saque rápido. Neste caso, o próprio cliente toma parte na execução do serviço. No entanto,

estes equipamentos não substituíram os funcionários de atendimento nos caixas de bancos,

pois nem todos os clientes aceitam este tipo de serviço preferindo o atendimento

personalizado. Para Porter (1999), a transformação tecnológica está expandindo os limites das

possibilidades das empresas, substituindo o esforço humano por máquinas.

Costumes ou tradições da cultura de um povo podem ser obstáculos importantes a

superar na adoção de novos produtos e serviços de base tecnológica. A tecnologia

proporciona ganho de tempo e conveniência para o dia-a-dia das pessoas. Segundo Mick e

Fournier (1998), as reações emocionais dos clientes diante da tecnologia é determinada

principalmente pela inserção desta no seu no seu dia-a-dia, mas a intromissão das máquinas

na vida dos cidadãos nem sempre é bem-vinda

Nesse sentido torna-se necessária uma análise sobre os efeitos que o

autoatendimento exerce na satisfação do cliente, tendo em vista que o atendimento humano é

personalizado, e mudá-lo de forma drástica trará repercussões que necessitam ser analisadas.

O atendimento pessoal gera confiança nos clientes, pois o contato frequente com o

funcionário acaba por torná-lo amigo e confidente. Costa Filho; Plonski e Sbragia (1999, p,

11) enfatizam que:

A automação despersonaliza atendimento, reduz contato humano, gera resistência

e fobias por parte dos clientes. O atendimento personalizado prestigia o relacionamento com o

cliente, transmite segurança pessoal e psicológica. Entretanto, é bem mais caro que

automação, além de apresentar problemas de padronização, pois é realizado por pessoas.

Para Egner (1991), a evolução dos processos tecnológicos e a aceitação por certos

consumidores, em sintonia com essa evolução, representam uma grande oportunidade para a

crescente aceitação dos serviços automatizados, apesar da resistência de alguns clientes. A

automação deve ser compatível com as formas que o comportamento do consumidor vem

assumindo, buscando a sua participação ativa como condição para o sucesso do

relacionamento homem x máquina.

48

É necessário mostrar para o cliente que o caminho para a otimização e melhoria

da qualidade dos serviços com o autoatendimento é inevitável além de eficiente, para que se

possa transmitir confiança neste tipo de serviço precisa-se, também, disponibilizar todas as

informações necessárias sobre o funcionamento das máquinas.

A tecnologia deve estar sempre aliada a uma grande dose de sensibilidade, ou

seja, ao trabalho de um funcionário que possa avaliar e satisfazer todas as necessidades dos

clientes. Os computadores podem ser grandes aliados dos funcionários, aumentando sua

capacidade de conhecimento, através de um banco de dados, melhorando a qualidade e

disponibilizando informações, com um aumento de produtividade e possível redução de

custos.

2.8.2 Serviços na Internet e E-commerce

Nos últimos anos, a Internettem evoluído exponencialmente. Tanto no

crescimento da quantidade de usuários e sites, quanto em serviços oferecidos para os

internautas. O que antes erarestrito a compartilhamento de informações, envio de e-mails,

bate-papo por parte dos usuários, hoje há uma gama de serviços disponíveis, que vão desde

serviços bancários, passandopor redes sociais, compras coletivas, chegando até aos sites que

oferecem reservas de mesas dediversos restaurantes ao redor do planeta.

A Internet deixou de ser um aglomerado de sites que forneciam somente

informações, para se tornar uma plataforma de serviços, onde agora existem softwares online

que rodam na Internet, oferecendo serviços para seususuários, como por exemplo, sites de

bancos onde os usuários podem consultar saldo, realizar transferências e etc. (SEBRAE,

2013).

Tim Berners-Lee em seu artigo intitulado “The Future ofthe Web”, submetido

aosrepresentantes do Comitê de Energia e Comércio e Subcomitê de Telecomunicação e

Internetdos Estados Unidos em 2007 já classificava a W3 como uma plataforma de serviços.

A Web não foi apenas um espaço para a livre troca de ideias, mas também tem sido

uma plataforma para a criação de uma grande e inesperada variedade de novos ser-

viços. Aplicações comerciais, incluindo o eBay, Google, Yahoo e Amazon.com são

apenas alguns exemplos da extraordinária evolução que é possível por causa dos

padrões abertos e da tecnologia livre de royalty que compõe a web (BERNERS-

LEE, 2007).

49

Segundo Limeira (2003), loja virtual é o modelo de negócios das empresas que

realizam vendas pela internet para um segmento de clientes, oferecendo produtos, serviços e

informações tanto no mercado business-to-business (mercado organizacional) quanto no

business-to-consumer (mercado ao consumidor).

Segundo Costa e Silva (2006), para que um site seja considerado uma loja virtual

é necessário que o comprador consiga navegar pelas categorias de produtos, visualizar as

descrições e fotos e adicioná-los a um carrinho de compras, a semelhança do que ocorre em

um supermercado. Além disso, o cliente deve poder escolher a forma e a condição de

pagamento e ter a garantia de entrega no local informado, por meio de um sistema de

acompanhamento do pedido e entrega de produtos.

Segundo Limeira (2003), dentre as alternativas de modelos de negócios para uma

loja virtual na Internet podem definir a de serviços como:

Loja virtual prestadoras de serviços: a Internet é também um espaço virtual de

distribuição, em que se realiza a entrega eletrônica e a customização de produtos que

podem ser digitalizados, como livros, jornais, revistas, fotografias, serviços

financeiros, de consultoria, aconselhamento, treinamento, ensino, entre outros.

Assim, diversas prestadoras de serviços já estão usando a Internet para vender e

realizar serviços. As empresas pioneiras que mais oferecem serviços pela Internet

são os bancos, com suas soluções de Internet Banking, as empresas desenvolvedoras

de softwares, as escolas e universidades, as companhias áreas, os hotéis e as

agências de viagem(LIMEIRA, 2003, p. 207).

A inovação tecnológica, como se observou, pode ser vista dentrode um quadro

evolutivo que vai do melhoramento gerencial, economia de custos, racionalização, passando

pela simplificação dos procedimentos até chegar ao estágio em que novos serviços, novas

facilidades são oferecidas ao cliente.

2.9 Gerenciamento das Operações de Serviços: Capacidade e Demanda

A flutuação da demanda é um desafio que atinge as empresas que prestam

serviços a clientes individuais ou empresariais. Assim como outros elementos importantes da

organização, o planejamento e a gestão da capacidade produtiva implicam em definições e

decisões de âmbito estratégico, necessitando, portanto, de acompanhamento e controle

frequentes por parte dos gestores de operações.

50

Conceituados autores especializados na área administrativa revelam a crescente

importância e participação da prestação de serviços na economia mundial e brasileira nas

últimas décadas, a forte participação na formação do PIB dos países, a absorção da mão-de-

obra excedente das indústrias de produtos, agregação de maior valor aos produtos, entre

outros.

Porém, o setor de prestação de serviços apresenta um grande desafio aos seus

gestores: administrar sua capacidade produtiva de serviços. A empresa precisa ter capacidade

suficiente para atender a uma determinada demanda. Os recursos de que o sistema dispõe para

desempenhar as suas atividades irão determinar a sua capacidade. Segundo Schmenner (1999,

p.149):

A empresa de serviços frequentemente precisa estimar qual será a demanda e depois

definir a sua capacidade, dentro de limites relativamente pequenos, para atender

àquela demanda. Se a demanda não atingir o nível projetado, a empresa terá que

assumir as consequências do excessivo investimento em capacitar (por exemplo,

instalações, equipamentos ou estoque). Se a demanda superar as previsões, a

empresa incorre naquilo que pode significar excessivos custos de oportunidades

(isto é, perda de receita).

A gestão entre a oferta e a demanda será determinante para a empresa ser lucrativa

ou não. Isso se dá pela característica dos serviços, que é produzido e consumo simultâneo,

fazendo com que a capacidade seja perecível e não podendo ser estocada.

Uma das atribuições dos profissionais de marketing e o gerenciamento da

demanda, através de técnicas que estimulam o consumo, Kotler (2000, p. 27) afirma que:

“Gerentes de marketing procuram influenciar o nível, a velocidade e a composição da

demanda para alcançar os objetivos da organização”.

51

Figura 5 - Estratégias para equilibrar o fornecimento e a demanda por serviços.

Fonte: Fitzsimmons; Fitzsimmons 2005, p. 252.

O conhecimento do cliente e de suas necessidades permite a organização

identificar e separar as diferentes demandas por diferentes tipos de serviços oferecidos.

Muitos clientes podem preferir utilizar o serviço padrão de uma determinada prestadora e

nunca os seus serviços especiais. Isso pode significar que os recursos de capacidade alocados

para um serviço podem ser completamente diferentes de outro.

Para atender a uma determinada demanda, o prestador de serviços precisa ter

capacidade, que pode ser definida como o potencial produtivo de um processo, representado

por uma interação complexa entre elementos tais como espaço físico, equipamentos, taxa de

produção, recursos humanos, capacitações do sistema, políticas da empresa e taxas de

confiança dos fornecedores/ clientes (HAYES, 2008).

Gerenciar a

capacidade de

serviços

Gerenciar a

demanda

Gerenciar a

capacidade de

oferta

Desenvolver

serviços

complementares

Desenvolver

sistemas de

reservas

Dividir a

demanda

Oferecer

incentivos de

preços

Promover a

demanda fora da

alta estação

Compartilhar a

capacidade

Treinar

empregados

multifuncionai

s

Aumentar a

participação dos

clientes

Programar turnos

de trabalho

Criar uma

capacidade

ajustável

Utilizar

empregados em

meio turno

Gerenciar a

rentabilidade

52

Por outro lado, quando a empresa não possui a capacidade produtiva suficiente

para atender a demanda, possivelmente perderá negócios para os concorrentes, ou ocasionará

transtornos aos clientes. Como afirma Lovelock (2003, p.46):

Quando a demanda por serviço excede sua oferta, podem-se perder negócios demais.

Se alguém não consegue lugar em um voo. Outra empresa obtém o negócio ou a

viagem é cancelada. Em outras situações, os clientes podem ser obrigados a esperar

em fila até que haja capacidade produtiva suficiente para atendê-los.

ParaFitzsimmons (2012, P. 445), a capacidade é a aptidão de prestar um serviço

em um determinado período de tempo. Para os serviços, o horizonte no tempo pode variar de

décadas (por exemplo, a decisão de construir um hotel do tipo resort) a horas (por exemplo, a

composição da equipe de funcionários em uma lanchonete durante a hora do almoço). A

capacidade é determinada pelos recursos disponíveis para a organização na forma de

instalações, equipamentos e mão de obra. O planejamento da capacidade é o processo de

definição dos tipos e montantes de recursos exigidos para implementar um plano estratégico

de negócios de uma organização. O objetivo do planejamento estratégico da capacidade é

determinar o nível adequado da capacidade serviço especificando o mix apropriado de

instalações, bem como o equipamento e a mão de obra necessários para atender à demanda

prevista.

Outra definição para capacidade produtiva é proposta por Slack et al. (1998) apud

Johnston (2002, p. 253), que a define como “o nível máximo de atividade de valor agregado

em determinado período de tempo que o processo do serviço pode atingir consistentemente

sob condições operacionais normais”.

Na maioria dos casos, a capacidade produtiva de um prestador de serviços é

limitada, mesmo que seja nos momentos de sazonalidade. Portanto, o sucesso financeiro,

muitas vezes, é de responsabilidade do gestor da empresa prestadora de serviços, que buscará

atingir alto grau de eficiência e lucratividade. De acordo com Lovelock (2003, p. 356), “Em

uma operação de serviço bem concebida e gerenciada, a capacidade de instalação,

equipamento de apoio e pessoal de atendimento devem estar em equilíbrio”. Ou seja, projetar

as operações para minimizar o risco de gargalos durante o processo de prestação de serviços.

ConformeLovelock (2003) existem cinco métodos básicos para administrar a

demanda. Na tabela a seguir os cinco métodos estão ligados ao excesso de demanda e excesso

da capacidade.

53

Método Utilizado

para Administrar a

Demanda

SITUACÃO DA CAPACIDADE EM RELACÃO À DEMANDA

Capacidade Insuficiente

(Excesso de Demanda)

Excesso de Capacidade

(Demanda Insuficiente)

Não tomar medida

alguma

O resultado são filas

desorganizadas (podem irritar os

clientes e desencorajar o uso

futuros)

A capacidade é desperdiçada (os

clientes podem passar por uma

experiência decepcionante em

serviços como teatro)

Reduzir a demanda

Preços mais altos aumentarão os

lucros; a comunicação pode

encorajar o uso em outros

momentos ociosos (essa

campanha pode concentrar-se

em segmentos menos lucrativos

e desejáveis?)

Não tomar medida alguma (mas

veja descrição acima)

Aumentar a demanda

Não tomar medida alguma, a

menos que existam

oportunidades para estimular (e

dar prioridade a) segmentos

mais lucrativos.

Reduzir seletivamente os preços

(tentar evitar canibalizar a

atividade existente; garantir que

todos os custos relevantes sejam

cobertos); utilizar as

comunicações e a variação nos

produtos e na distribuição (mas

reconhecer custos extras, se

existirem, e certificar-se de fazer

as devidas compensações entre

lucratividade e níveis de

utilização).

Estocar a demanda

por sistema de

reservas

Considerar sistemas de

prioridade para segmentos mais

desejáveis; fazer com que os

outros clientes passem para

períodos fora do pico ou para

pico futuros.

Esclarecer que se dispõe de

espaço e que não são necessárias

reservas.

Estocar a demanda

por filas

formalizadas

Considerar prioridade para

segmentos mais desejáveis;

tentar manter ocupados e

confortáveis clientes que

esperam; tentar prever com

precisão o tempo de espera.

Não se aplica

Tabela 1– Estratégias alternativas de administração da demanda para diferentes situações de capacidade

Fonte: LOVELOCK, (2003. p. 358)

54

2.10 Serviços em Bares e Lanchonetes

A cada ano os bares e restaurantes tornam-se cada vez mais sofisticados. A

adoção de alguns métodos passa confiança e traz agilidade aos serviços. A atitude de alguns

empreendedores, como a motivação aos funcionários e a boa relação mantida entre estes,

também traz melhorias ao estabelecimento, assim como a apresentação de uma boa

infraestrutura para o bom atendimento, além de acessibilidade aos preços, e qualidade do

produto apresentado ao cliente.

De acordo com o Programa Qualidade na Mesa, desenvolvido pela ABRASEL

(Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, 2009), podem se citar pontos importantes

relativos para que haja qualidade durante a prestação dos serviços.

2.10.1 Postura Profissional

Não há nada mais satisfatório para o cliente como a boa recepção e o respeito que

lhe é atribuído pelos funcionários de um bar ou restaurante. A postura do profissional é muito

importante para que haja uma boa visão sobre o empreendimento. Um bom profissional deve

preocupar-se principalmente com a sua aparência, afinal, não existe uma segunda

oportunidade de causar boa impressão.

Quando tratamos de serviços do ramo alimentício, os cuidados devem ser

dobrados, aspectos como a higiene e aparência do profissional são importantes, pois, mostra

higiene e dá ao cliente segurança com relação ao empreendimento. Relacionados à higiene

pessoal podemos citar o asseio, que deve ser realizado diariamente antes do trabalho como

escovar os dentes, banhar-se, usar desodorantes anti-transpirante e lavar a cabeça

frequentemente. Do asseio também faz parte lavar as mãos cuidadosamente sempre no início

dos expedientes, depois de espirros e principalmente após utilizar o banheiro. Com relação à

aparência, cuidados devem ser mantidos diariamente, como manter as unhas limpas e curtas,

usar uniforme limpo e bem passado, crachá de identificação e sapatos limpos, ter cuidado com

cabelos, usar pouco ou nenhum perfume, barbear-se, e usar maquiagem de forma natural e

discreta.

55

Outro ponto importante com relação à postura profissional é o comportamento.

Devem ser excluídos alguns hábitos durante o expediente, como assobiar, cantarolar, mascar

chicletes ou balas, pois são considerados desrespeitosos ao cliente. O equilíbrio emocional

também deve ser mantido quando trabalhamos com pessoas. Por mais errado que o cliente

esteja, lembre-se: ele tem sempre razão.

Portanto, deve-se controlar a situação, explicando de forma clara, calma e

educada, evitando alterações e impedindo que os outros clientes percebam o problema. Todos

os aspectos devem ser considerados pelo profissional quando se trata do bem-estar e

satisfação do cliente. A aparência, a ética, o comportamento e o equilíbrio emocional. Pois um

atendimento de qualidade não só cativa o cliente, como o faz dar boas referências

relacionadas ao empreendimento.

2.10.2 Comunicação

Um bom empreendedor deve preocupar-se com as palavras e a forma de

comunicação utilizada por seus funcionários durante o atendimento aos seus clientes.

Dependendo do uso e percepção, podem causar boas ou más impressões. Alguns cuidados

devem ser tomados com relação à comunicação. Primeiramente, é fundamental que todos os

funcionários sejam informados sobre os serviços oferecidos no estabelecimento, como, por

exemplo, as formas de pagamento disponíveis. Este tipo de informação evita constrangimento

aos clientes na hora do pagamento. Outro ponto importante é a clareza ao repassar

informações.

Não há necessidade do uso de palavras ou termos difíceis, o vocabulário simples

evita erros gramaticais além de ser acessível a todas as classes e idades. Deve-se falar de

forma tranquila e em tons moderados, assim, o cliente compreenderá toda a informação

repassada. O uso de gírias deve ser evitado, pois algumas palavras ou expressões variam em

regiões, podendo ser mal interpretadas. Tão importante como repassar informações é ouvir

com atenção o que o cliente tem a dizer. Mesmo que use tons grosseiros em um momento

crítico ou de insatisfação, deve-se ouvi-lo com atenção, e ao final explicar-se, ou de repente

oferecer uma cortesia a fim de remediar o mau atendimento ou interpretação.

Atualmente, outro ponto importante está sendo alvo de investimento na

comunicação. Os empreendedores estão buscando profissionais que tenham conhecimentos

56

em línguas estrangeiras, como inglês e/ou espanhol, com o objetivo de atender a turistas

internacionais. Não se deve esquecer que estes clientes possuem diferentes formas de

comportamento, como aspectos culturais, portanto, deve haver discrição dos funcionários e

compreensão diante de uma situação inesperada.

2.10.3 Infraestrutura

Um ponto importante a ser considerado quando se visa satisfação do cliente é a

infraestrutura que o empreendimento oferece. A primeira visão do cliente deve ser atrativa, e

disso depende uma boa arquitetura, limpeza e organização. O empresário deve preocupar-se

em oferecer assentos e mesas confortáveis, com boa aparência, utilizar bons utensílios e

oferecer música de boa qualidade. Além disso, deve manter-se informado sobre inovações que

o mercado oferece para o ramo de bares e restaurantes, pois, alguns diferenciais acabam

atraindo mais clientes ao empreendimento.

Para Oliveira(2010), outros pontos que fazem parte da infraestrutura também são

importantes além do conjunto arquitetônico e higiene, como por exemplo, o cardápio

oferecido. Para ele o sucesso do restaurante está no seu cardápio, pois desperta interesse no

cliente. Foi o que fez Alexandre Di Bernadi, por exemplo, em seu empreendimento de origem

italiana. Ele adicionou ao seu cardápio a pizza sem glúten, com o objetivo de atender aos

celíacos. A inovação foi sucesso para o proprietário, uma vez que estes clientes são fiéis por

terem alimentação privada e só podem comer em casa ou em poucos lugares. (REVISTA

BARES E RESTAURANTES, 2009. p. 14).

Outra inovação adotada por alguns empresários é a cozinha show, que se trata de

uma cozinha aberta, onde os clientes podem acompanhar todas as etapas do preparo do seu

pedido. A nutricionista Marina Bueno explica que, além da curiosidade,o consumidor está

atuando como um fiscal dos restaurantes, observando questões de higiene, reclamando do

local, fazendo propaganda negativa para os amigos e conhecidos e até mesmo levando

denúncia aos órgãos responsáveis. (Revista Bares e Restaurantes, 2009. p. 14)

57

2.10.4 Higiene

Limpeza e organizaçãosempre foram fatores primordiais para a manutenção de

estabelecimentos do ramo alimentício. Nos bares e lanchonetes estes aspectos devem ser

considerados a fim de passar segurança aos clientes. De acordo com a revista Bares e

Restaurantes (2009), deve-se considerar importante a higiene pessoal, antes citada, realizada

pelos funcionários a fim de evitar a contaminação alimentar; e a limpeza ambiental

relacionada à estrutura física do local, como utensílios, bancadas, piso, etc.

Alguns procedimentos são muito importantes e não devem ser desconsiderados,

por exemplo, os utensílios usados na limpeza dos banheiros não devem ser os mesmos usados

na cozinha. Outro ponto importante é o manejo de resíduos. O lixo deve ser recolhido

diariamente e as lixeiras limpas com água e detergente. O quadro abaixo indica a frequência

da higienização. Deve ser de conhecimento de todos os empreendedores de bares e

lanchonetes:

SUPERFÍCIE PERIODICIDADE

Piso e ralos Diária

Paredes, portas e janelas Semanal

Teto ou forro Conforme necessidade

Telas Mensal

Luminárias, interruptores e tomadas Mensal

Maçanetas Diária

Pias Diária

Cadeiras e mesas (refeitório) Diária

Sanitários Diária

Saboneteiras Conforme uso

Prateleiras Diária (cozinha) e semanal

(armários)

Bancadas para manipulação No início do dia / após cada atividade

Chapa e fogão Diária

Fritadeira Semanal / na troca do óleo

SUPERFÍCIE PERIODICIDADE

Liquidificador, batedeira, extrator de

suco

Após cada atividade

Balança Diária / após cada atividade

Coifa Semanal (área externa e partes

móveis) e mensal

Câmaras frigoríficas (dutos)

Câmaras refrigeradas Mensal ou conforme necessidade

Geladeiras Quinzenal ou conforme necessidade

58

Freezers Diária / semanal

Panelas e utensílios (talheres e facas

de cozinha)

Semanal ou conforme necessidade

Estrados Quinzenal

Placas e pratos Após cada atividade

Monoblocos ou caixas plásticas Diária / semanal

Lixeiras Diária

Caixa de gordura Conforme necessidade

Reservatório de água Semestral

Tabela 2 – Periodicidade de limpeza ou higienização de superfícies.

Fonte: Revista Bares e Restaurantes (2009, n. 68, ano 12, p. 43)

2.10.5 Preços, Descontos e Promoções

A qualidade dos produtos e os preços a eles atribuídos são importantes fatores

geradores de concorrência. Através deles, de forma involuntária, os clientes selecionarão os

empreendimentos que permanecem no mercado. O produto deve ter boa apresentação à visão

do cliente e, o mais importante, deve estar de acordo com o seu bolso. Já para os

empreendedores, decidir o preço do produto parece bem mais complexo. De acordo com Dias

(2009),para quem vê de fora, ganhar dinheiro no comércio pode parecer fácil: basta comprar o

produto por um preço X, acrescentar X% em cima e colocar o resultado na etiqueta. Pronto: a

diferença é o lucro. Quem dera fosse tão fácil. Definir o preço de uma mercadoria no varejo é

uma equação complexa, cheia de variáveis e uma sempre importante incógnita: a reação do

consumidor.

O primeiro passo é contabilizar exatamente o custo de produção e as despesas

necessárias para chegar ao produto final. Os preços de aluguel, folha de pagamento, telefones

e propaganda não devem ser esquecidos na hora de calcular o produto, além dos valores para

a manutenção deste até chegar às mãos do cliente. Após calcular todos os gastos é que o

empreendedor deve incluir o adicional de lucro.

É muito importante calcular o ciclo de venda dos produtos para não correr o risco

de cometer o erro de tentar cobrir todos os custos de produção e investimentos no primeiro

cliente. Definindo o preço final, os empreendedores devem iniciar sua jornada para tornar seu

preço viável ao bolso dos clientes, pesquisando o preço dos concorrentes. Uma estratégia é

negociar os preços com os fornecedores da matéria-prima, assim, o empreendedor poderá

59

surpreender os clientes com bons descontos de acordo com as formas de pagamento. Um

empreendedor poderá estabelecer um preço maior do que os concorrentes, desde que os

clientes valorizem os motivos da diferença de preços, por exemplo, a aparência do produto é

muito importante, com certeza os clientes não reclamarão se houver um adicional por uma

embalagem personalizada.

É importante que, antes de abrir o empreendimento, seja realizada uma pesquisa

de aceitação do produto no mercado e o preço que os clientes estarão dispostos a pagar por

ele, e que depois haja a preocupação em consultar os clientes, se estão satisfeitos com o

produto e se os preços estão compatíveis. Afinal, não adianta você ter um produto

extraordinário se os seus clientes não estiverem dispostos a pagar por ele.

2.10.6 Opções de Pagamento

A moeda teve origem há cerca de seis mil anos, quando era usada precariamente.

Na Grécia e durante o Império Romano, ela ganhou mais importância. Milhares de anos antes,

o Homo sapiens andava sobre dois pés, vivia em grupos e praticava o escambo, ou seja, a

troca de coisas. Era uma forma embrionária de comércio. (Revista Bares e Restaurantes, 2009.

p. 20)Pode-se notar que a troca, seja de mercadorias ou serviços, já era realizada há muito

tempo, porém, com o passar dos anos, as formas de pagamento oferecidas aos clientes

tornaram-se variadas.

Os empreendedores devem se familiarizar com todas as formas disponíveis no

mercado para que seus clientes sintam-se satisfeitos, principalmente na hora de realizar o

pagamento. Além do pagamento à vista, com dinheiro em espécie, ou o mais comum e

utilizado por qualquer empreendedor, outros podem ser considerados como os cheques,

cartões de crédito ou a permuta.

Para Miragem (2010) quem possui maior vantagem mediante as variadas formas

de pagamento são os empreendedores, pois facilita a vida do cliente além de reduzir os riscos

de inadimplência. No caso dos cartões de crédito, o pagamento por intermédio é feito por uma

terceira pessoa – a administradora de cartões ou uma instituição financeira comprometendo-se

com o pagamento ajustado.

As formas de pagamento atualmente disponíveis no mercado devem ser

consideradas pelos empreendedores, pois, muitas vezes, quando o dinheiro se encontra

60

escasso, o cliente possui outras formas de crédito para o consumo, mesmo que tenham que

pagar uma taxa a mais para ter disponibilidade do crédito. Sem esse crédito, a frequência em

bares e restaurantes diminuiria em determinados períodos do mês ou ano.

2.10.7 Código de Conduta para Bares e Restaurantes – ABRASEL

A ABRASEL (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), com o apoio do

Sebrae e do Ministério do Turismo, criou o Código de Conduta para Bares e Restaurantes,

que pode ser ampliado para qualquer outra empresa do ramo de serviços alimentícios, como

as lanchonetes. Tem como principal finalidade “disseminar orientações sobre práticas éticas

de conduta na gestão e operação das empresas de alimentação fora do lar” (ABRASEL, 2006,

p. 5).

Esse código tem como base os princípios constitucionais que abrangem o valor do

ser humano em qualquer situação. Coloca em pauta valores relacionados à: sustentabilidade

ambiental; responsabilidade social; respeito às diferenças; valorização cultural; respeito ao

cliente; qualidade de vida; profissionalismo; associativismo; transparência; saudabilidade;

honestidade e democracia. É salientado nele que a adesão às suas orientações fica facultada

aos donos dos empreendimentos e que é apenas um documento formal que serve de bússola

para práticas corretas a serem observadas no setor.

61

3 METODOLOGIA

3.1 Descrição da Pesquisa

Na busca constante de explicar os acontecimentos, é que são realizados estudos

caracterizados pela utilização de métodos científicos, que contribuem para descrever e validar

um conhecimento. Assim, sobre metodologia, Severino (2000, p.18) relata:

São instrumentos operacionais, sejam eles técnicos ou lógicos, mediante os quais os

estudantes podem conseguir maior aprofundamento na ciência, nas artes ou na

filosofia, o que, afinal, é o objetivo intrínseco do ensino e da aprendizagem

universitária.

Para tanto fica claro que metodologia é um estudo voltado para as etapas de um

determinado processo, onde serão explicados de maneira exata, todos os métodos e ações de

uma pesquisa, assim como seus tipos, cronogramas, pesquisados e instrumentos.

3.2 Descrição da População e Amostra

Do universo de 38.702habitantes (IBGE, 2010) e 421 estabelecimentos existentes

atualmente na cidade de Simão Dias Sergipe, entre bares e lanchonetes, foi escolhida a

amostra de 25 pessoas dentre o público consumidor e 5 empreendimentos para realização da

pesquisa, numa proporção de 5 clientes pesquisados para cada empreendimento.

O tipo de amostragem classifica-se como não probabilística por acessibilidade,

haja vista que não se faz necessária fundamentação matemática ou estatística e o universo da

amostra fora escolhido de acordo com a possibilidade de acesso do pesquisador. Sobre esse

tipo de amostragem, Gil (2010, p. 94) coloca que “o pesquisador seleciona os elementos a que

tem acesso, admitindo que estes possam, de alguma forma, representar o universo”.

A amostragem por acessibilidade é comumente utilizada em estudos exploratórios

e/ou qualitativos onde não é necessário um alto grau de exatidão.

62

3.3 Instrumento e Coleta de Dados

A coleta de dados foi feita por meio de questionários com perguntas de múltipla

escolha, sendo que as direcionadas aos empreendedores são perguntas com mostruário e as

direcionadas aos clientes, são perguntas de avaliação.

Segundo Lakatos (2007), a utilização de questionários é vantajosa por economizar

tempo, atingir maior número de pessoas, há menor risco e maior segurança; além das questões

de avaliação, onde se poderia marcar apenas uma resposta, foram apresentadas perguntas de

múltipla escolha com mostruário, possibilitando que o pesquisado assinalasse uma ou mais

respostas, o que tornou a avaliação mais precisa.

Os colaboradores foram informados quanto à natureza da pesquisa, a opção de

livre participação e do anonimato.

3.4 Análise e Tratamento de Dados

A análise foi feita de acordo com as respostas obtidas por meio dos questionários

aplicados, sendo comparadas e avaliadas em consonância com a teoria que diz respeito à

Qualidade de Serviços.

De acordo com Santos (2007, p. 119), “o que se tem ao final da coleta é um

conjunto de informações/ideias anotadas/pensadas, que apresentam/descrevem

informações/ideias, julgadas pertinentes ao desenvolvimento do raciocínio previsto no

objetivo”.

No tratamento dos dados foi utilizada a ferramenta Google Docs (Drive)para

tabulação e criação dos gráficos, facilitando a avaliação do grau de concordância dos

pesquisados em relação a determinados aspectos questionados. É preciso ressaltar que na

geração dos gráficos, o Google Docs tem a fonte Arial como padrão, dessa forma cabe a

observação que a fonte utilizada neste trabalho foi Times New Roman definida pelo manual de

monografia orientado pela Faculdade AGES.

63

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Esta pesquisa, realizada na cidade de Simão Dias Sergipe (SE), em maio de 2013,

objetivou coletar dados junto aos empreendedores de bares e lanchonetes e aos seus

respectivos clientes, a fim de obter informações necessárias para entender a dinâmica da

administração dos serviços com análise da qualidade dos serviços prestados por esse

segmento na cidade.

Abaixo, estão apresentados os resultados obtidos com a referida pesquisa de

campo, bem como a sua análise unida a gráficos, para melhor compreensão do estudo em

questão.

4.1 Resultado dos Questionários Aplicados aos Clientes

Como abordado durante este trabalho, um serviço de qualidade é aquele que

satisfaz o cliente, ou seja, aquele que, na visão do consumidor, está em conformidade com as

expectativas. Surge dessa concepção a importância da busca da opinião dos clientes quanto

aos variados serviços prestados pelos empreendimentos da cidade em foco.

O questionário aplicado aos clientes era composto de 03 (três) questões, sendo as

duas primeiras uma análise do perfil dos clientes (sexo e idade) e a última uma análise de 17

(dezoito) critérios de avaliação da qualidade do serviço, a saber: localização, aparência do

empreendimento, atendimento, aparência dos funcionários e uniforme, produto, preços,

cardápio, atrativos (TV, música, etc.), opções de pagamento, Rapidez, limpeza, conforto,

segurança, competência dos funcionários, horário de atendimento, clareza nas informações e

espaço físico.

Foram aplicados 25 questionários no total, 5 (cinco) questionários para 5 (cinco)

clientes de cada um dos 5 (dez) estabelecimentos estudados.

A pesquisa junto aos clientes obteve os seguintes resultados listados abaixo:

64

PERFIL DO CLIENTE

Através da análise do gráfico 1, pode-se constatar a predominância do público

masculino na referida pesquisa, com 76% dos entrevistados, que supera o público feminino

em mais de 200%.

Sexo

__________________________________________________________________________________________

Gráfico 1 - Proporção de clientes segundo o sexo. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

No que diz respeito à faixa etária, representado pelo gráfico 2, há diferença

relativamente pequena entre os grupos de idade “até 25 anos” e “entre 26 e 50 anos”, com

44% e 56% dos entrevistados, respectivamente. Já o grupo de idade “acima de 51 anos”

representou 0% dos entrevistados.

Idade

__________________________________________________________________________________________

Gráfico 2 - Proporção de clientes segundo a idade.

Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

65

OPINIÃO DOS CLIENTES QUANTO AOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA

QUALIDADE DO SERVIÇO

A pesquisa buscou conhecer a opinião dos clientes quanto a alguns critérios de avaliação

da qualidade do serviço. O cliente pôde opinar sobre os pontos em questão classificando-os,

individualmente, como ruim, regular, bom ou excelente.

A primeira questão se referia à localização do estabelecimento na cidade,

representado pelo gráfico 3.1.

Localização

__________________________________________________________________________________________

Gráfico 3.1 - Proporção da opinião dos clientes segundo a localização do estabelecimento. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Se as opções “ruim” e “regular” forem colocadas como uma avaliação negativa e

as opções “bom” e “excelente” como positiva para os critérios estudados, pode-se perceber a

elevada aceitação dos clientes quanto à localização dos estabelecimentos, somando 80% os

clientes que avaliam como positivo, 44% opinaram como bom e 36% como excelente. As

avaliações negativas foram de 20%, número obtido com respostas na opção “regular”, pois

nenhum dos entrevistados considerou a localização como ruim. Grande parte dos

consumidores da cidade acredita que uma boa localização se refere a uma rua ou avenida em

que há grande movimentação de pessoas, mesmo que estas não se encontrem no próprio

estabelecimento, já a outra parte considera que um bom local é onde há tranquilidade e pouco

movimento.

Referindo-se à aparência do estabelecimento (fachada, organização, pintura,

iluminação, etc.), o gráfico 3.2 mostra que 52% dos clientes classificaram os estabelecimentos

positivamente, com 44% das opiniões assinaladas como bom e 8% como excelente. A minoria

de 48 % assinalou negativamente, nenhum dos entrevistados considera ruim e sendo 48%

consideram regular.

66

Aparência

__________________________________________________________________________________________

Gráfico 3.2 - Proporção da opinião dos clientes segundo a aparência do estabelecimento.

Fonte: pesquisa de campo, 2013.

Pode-se constatar que a aparência dos estabelecimentos, no geral, foi considerada

mediana, pois a soma das porcentagens das opções “regular” e “bom” foi de 92% e suas

respectivas porcentagens não são muito discrepantes, sendo que as opções extremistas (ruim e

excelente) obtiveram porcentagens relativamente baixas. Esta constatação mostra a diferença

de preferência dos clientes quanto aos aspectos físicos que os estabelecimentos possuem. A

idade, neste quesito, pode ter sido o diferencial na preferência dos consumidores, sendo que

alguns preferem algo mais ao estilo caseiro ou campestre, e outros um estilo mais sofisticado,

urbano.

O atendimento, que na revisão teórica abordada neste trabalho se refere ao auxílio

dado ao cliente pelo funcionário, unido à cortesia e simpatia deste, foi considerado na

pesquisa (gráfico 3.3) como negativo, somando 52% os que consideram o atendimento

“regular” e 4% os que consideram “ruim”. A porcentagem dos clientes que optaram pela

opção “bom” foi de 36% e a dos que optaram pela opção “excelente” foi de 8%.

Atendimento

__________________________________________________________________________________________

Gráfico 3.3 - Proporção da opinião dos clientes segundo o atendimento. Fonte: pesquisa aplica de campo, 2013.

67

Apesar de a maioria dos entrevistados considerarem negativo o atendimento, uma

porcentagem significativa considera de bom à excelente. Mas, como o atendimento é um dos

principais quesitos influenciadores da atração e retenção de clientes, os empreendedores

devem ficar atentos e começarem a pensar com certa urgência na possibilidade de investir em

qualificação dos garçons para melhor atenderem os consumidores.

Os clientes consideram como aparência dos funcionários e uniformização fatores

como: modo de se portar, higiene pessoal (unhas limpas, cabelo lavado e bem penteado), etc..

O gráfico 3.4 mostra que 92% o classificaram negativamente, 72% consideram regular e 20%

consideram ruim. Dentre os critérios estudados, foi o que obteve a maior rejeição.As opções

“bom” e “excelente” perceberam 8% e 0%, respectivamente.

Aparência dos funcionários e uniformes

___________________________________________________________________________

Gráfico 3.4 -Proporção da opinião dos clientes segundo a aparência dos funcionários.

Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

O uso de uniforme pelos funcionários é importante para que o cliente conheça

visualmente quem trabalha no estabelecimento e também evita que os funcionários usem

roupas inadequadas ao serviço, como no caso dos serviços alimentícios, que necessitam de

maior cuidado quanto ao manuseio de seus objetos de negócios. Quanto a este aspecto, os

empreendedores devem investir, pois a pesquisa mostrou a percepção negativa dos clientes. É

um investimento relativamente baixo e que não apresenta alta rotatividade.

Relacionado à qualidade dos produtos oferecidos nos estabelecimentos estudados

(gráfico 3.5), os clientes classificaram de forma positiva, levando em consideração que 72%

deles escolheram a opção “bom” e 8% a opção “excelente”. 20% dos entrevistados

consideram regular a qualidade dos produtos e 0 % optou por “ruim”.

68

Produto

___________________________________________________________________________

Gráfico 3.5 - Proporção da opinião dos clientes segundo o produto.

Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Ainda que nenhum dos entrevistados tenha considerado o produto ruim, e apenas

20% de optantes por “regular” configura um dado significante, pois este quesito é o

protagonista dos negócios das empresas, e considerar esta porcentagem como normal é aceitar

a perda de praticamente um quinto dos clientes. O ideal seria os empreendedores começarem

a rever seus critérios de produção e/ou compra, a fim de garantirem a saudabilidade e

legitimidade daquilo que repassam para seus clientes.

Referente aos preços praticados pelos estabelecimentos, o gráfico 3.6 aponta que

os clientes satisfeitos somam 72%, sendo que 64% dos entrevistados consideram bom e 8%

considera excelente. A porcentagem de clientes que classificam de forma negativa somam

28%, 20% destes optaram por “regular” e 8% por “ruim”.

Preço

___________________________________________________________________________

Gráfico 3.6 - Proporção da opinião dos clientes segundo o preço.

Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Os clientes agregam à sua expectativa o valor financeiro que um produto/serviço

possui, fazendo um paralelo entre a qualidade do produto e o preço que terá que pagar por

este. Esta é a influencia do preço na escolha do estabelecimento feita pelo consumidor. O que

69

se pode ver é que apesar de a maioria absoluta dos clientes afirmarem que os preços

praticados estão de acordo com a qualidade, percebe-se ainda que uma parcela significativa

não concorda que a qualidade dos produtos equivale ao seu preço. Isto mostra a necessidade

dos empreendedores reverem seus custos ou se não estão praticando preços abusivos que

podem diminuir a lucratividade, com perda significativa de clientes, ao invés de aumentá-la.

Ao fazer uma análise do cardápio (gráfico 3.7), ou seja, quanto à variedade de

opções, organização, facilidade de leitura, etc., 80% dos entrevistados trataram positivamente,

60% optaram por “bom” e 20% optaram “excelente”. 20% afirmaram estarem insatisfeitos

quanto a esse quesito, com 20% dos clientes optando por “regular bom” e 0% por “ruim”.

Cardápio

___________________________________________________________________________

Gráfico 3.7 - Proporção da opinião dos clientes segundo o cardápio.

Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Essa aprovação da maioria dos entrevistados quanto ao cardápio mostra a

percepção dos clientes em aspectos antes considerados irrelevantes, portanto, investir em um

mostruário dos produtos tem-se relevância no mercado atual da cidade em foco.

No que diz respeito aos atrativos (música, TV, som ambiente, internet, etc.), é

mostrado pela pesquisa, representada pelo gráfico 3.8, que 60% dos clientes não estão

satisfeitos com os atrativos, pois 44% optaram por “regular” e 16% por “ruim”. Os que

classificaram de forma positiva somam 40%, sendo 36% optantes por “bom” e 4% por

“excelente”.

É um critério que pode evitar que o cliente perceba até algumas falhas de serviço

ou então nem se importe com as tais, como, por exemplo, a demora no atendimento e a

demora na entrega do produto, pois os mantém entretidos. Essas porcentagens relativamente

equilibradas entre positivo e negativo podem ter sido determinadas pela faixa etária dos

respondentes, pelo fato de os atrativos serem um critério fortemente relacionado à idade.

70

Atrativos

___________________________________________________________________________

Gráfico 3.8 - Proporção da opinião dos clientes segundo os atrativos.

Fonte: Pesquisa de campo, 2012.

As opções de pagamento também foi um critério colocado para a avaliação dos

clientes (gráfico 3.9), pois na cidade em que foi realizada a pesquisa há a predominância do

pagamento à vista (gráfico 14), havendo assim a necessidade da opinião dos clientes quanto à

flexibilidade do estabelecimento neste quesito.

Opções de pagamento

___________________________________________________________________________

Gráfico 3.9 - Proporção da opinião dos clientes segundo as opções de pagamentos.

Fonte: Pesquisa de campo, 2012.

De acordo com o gráfico acima, há um desequilíbrio de opinião: 20% consideram

bom, 48% consideram regular e 16% opinaram por “ruim”, estando a opção “excelente” com

também 16% das opiniões. Ou seja, se forem somadas as porcentagens das opções “ruim” e

“regular”, chega-se ao número de 64% os clientes que classificaram esse quesito como

negativo. Constata-se, então, a insatisfação da maioria dos clientes com o modo de pagamento

arcaico, em que é aceito apenas o dinheiro em espécie, e o desprezo dos empreendedores

quanto às tendências de mercado, em que se usa cada vez mais o dinheiro de plástico.

71

Quanto à rapidez (no atendimento, na entrega do produto, etc.), apenas 28% dos

clientes classificaram como positivo, levando em consideração que 28% destes optaram por

“bom” e 0% por “excelente”. Classificaram, na sua maioria, de forma negativa 72% dos

entrevistados, sendo que 60% opinaram como regular e 12% como ruim. Porcentagens

observadas no gráfico 3.10.

Rapidez

___________________________________________________________________________

Gráfico 3.10 - Proporção da opinião dos clientes segundo a rapidez.

Fonte: Pesquisa de campo, 2012.

Muitos clientes agregam o fator rapidez ao fator atendimento, considerando que

aquele quesito é um “subitem” deste. Não estão equivocados. Foram separados nesta pesquisa

porque o quesito rapidez é tão mais significativo perante os outros critérios do atendimento

que merece um tratamento diferenciado. Pode-se fazer algumas proposições quanto a este

equilibro de opiniões mostrado pelo gráfico. Primeiro, os empreendimentos que receberam

qualificação positiva ou são realmente velozes ou possuem bons atrativos que os dispensam

de serem tão rápidos. Segundo, os que receberam qualificação negativa ou são realmente

morosos e não possuem bons atrativos ou possuem estes, porém a morosidade é tamanha que

sua percepção torna-se inevitável. Às vezes, uma simples reunião com os funcionários

tratando deste assunto pode fazer grande diferença, assim como no atendimento.

Questionados sobre a limpeza dos estabelecimentos, de acordo com o gráfico

3.11, apenas 36% dos clientes consideraram positiva, já 64% opinaram como negativo, sendo

estes referentes ao quesito regular e bom respectivamente, Já que as opções dos extremos

“excelente e “ruim” não foi pontuada na avaliação pelo cliente.

72

Limpeza

___________________________________________________________________________

Gráfico 3.11 - Proporção da opinião dos clientes segundo a limpeza.

Fonte: Pesquisa de campo, 2012.

Em uma visão geral, os clientes consideram a limpeza como mediana, pois as

opções “regular” e “bom” obtiveram um equilíbrio, somando 100% das opiniões.A limpeza,

principalmente quando se fala em serviços de alimentação, é um critério preponderante.

Sabendo que a maioria dos clientes rejeita a forma como os estabelecimentos tratam este

quesito, os empreendedores devem buscar práticas diárias e eficazes de limpeza, pois a falta

desta afeta a saudabilidade dos produtos e consequentemente dos clientes.

Quanto ao conforto do estabelecimento (cadeiras, mesas, espaço entre mesas,

etc.), é mostrado no gráfico 3.12 que a rejeição foi de 60%, com 56% dos clientes optando por

“regular” e 4% por “ruim”. Este critério obteve a aprovação de 36% dos entrevistados, sendo

que 40% classificaram como bom e 0% como excelente.

Conforto

___________________________________________________________________________

Gráfico 3.12 - Proporção da opinião dos clientes segundo o conforto.

Fonte: Pesquisa de campo, 2012.

O conforto, sem dúvida, é um dos fatores determinantes da permanência dos

clientes no estabelecimento e consequentemente do aumento do seu consumo, bem como do

73

retorno do cliente ao local. Como apresentado nos dados acima e também no gráfico citado, o

conforto dos estabelecimentos não satisfaz grande parcela dos consumidores, o que mostra a

indiferença dos empreendedores quanto a este quesito, ou mesmo desconhecimento da

importância que isto tem na qualidade do estabelecimento. Investir em assentos e mesas

confortáveis é muito interessante, ainda pelo fato de serem bens duráveis e recondicionáveis.

O critério segurança considerou o sentimento de estar seguro dos clientes desde

sua chegada, o tempo de permanência e sua saída do estabelecimento, tanto a segurança

pessoal quanto a de seus bens. Após a análise do gráfico 3.13, verificou-se que 68% dos

entrevistados rejeitaram a forma como os empreendedores tratam a segurança dos seus

estabelecimentos, considerando que 52% optaram por “regular” e 16% por “ruim”, mostrando

que a minoria, 32%, aprovam, sendo que 32% optaram por “bom” 0% por “excelente”.

Foi levada também em consideração pelos clientes da cidade pesquisada a

segurança pública promovida pela Polícia Militar, pelo fato de a maioria dos estabelecimentos

serem a “céu aberto” e não possuírem seguranças particulares (considerados inviáveis pelos

empreendedores). Pode ter partido do fato da pouca presença policial rodeando estes

estabelecimentos que este quesito recebeu tanta rejeição.

Segurança

___________________________________________________________________________

Gráfico 3.13 - Proporção da opinião dos clientes segundo a segurança.

Fonte: Pesquisa de campo, 2012.

O gráfico 3.14 é referente à competência dos funcionários que, de acordo com a

revisão teórica deste trabalho equivale à capacidade técnica que todos os membros da

organização têm de prestar o serviço.

74

Competência dos funcionários

___________________________________________________________________________

Gráfico 3.14 - Proporção da opinião dos clientes segundo a competência dos funcionários.

Fonte: Pesquisa de campo, 2012.

Assim com o item limpeza, este critério obteve 64% de rejeição, levando em

conta que na totalidade 64% dos clientes o classificaram como bom e 0% como excelente. A

parte que avalia como positivo este critério soma a porcentagem de 36%, sendo toda a

porcentagem dos entrevistados que classificaram como regular, já que 0% dos entrevistados

das e classificaram como ruim.

Percebe-se na rejeição da maioria, que este quesito obteve resultados alarmantes,

pois denota-se que grande fatia de clientes considera insuficiente a capacidade dos

funcionários em prestar os serviços designados. Surge desta contestação a necessidade dos

empreendedores buscarem investir no capital humano, qualificando-o tecnicamente.

A opinião dos clientes sobre o horário de atendimento (manhã, tarde e noite)

também foi objeto de estudo deste trabalho, representado pelo gráfico 3.15.

Horário de atendimento

___________________________________________________________________________

Gráfico 3.15 - Proporção da opinião dos clientes segundo o horário de funcionamento.

Fonte: Pesquisa de campo, 2012.

75

Como representado acima, os clientes que classificaram positivamente somaram

76%, 60% optaram por “bom” e 16% por “excelente”. Os entrevistados que classificaram

negativamente somaram apenas 24%, 16% que classificaram como regular e 8% como ruim,

mostrando assim grande vantagem de opiniões da aceitação em relação rejeição deste critério.

Como no caso dos atrativos, sempre haverá opiniões discrepantes, pois este é um critério

muito agregado ao perfil do cliente. O empreendimento é que determina seu público-alvo.

O gráfico 3.16 relata a proporção de opiniões quanto à clareza das informações

prestadas pelos funcionários do estabelecimento.

De acordo com o referido gráfico, este critério obteve aprovação de 52% dos

entrevistados, considerando que 48% destes optaram por “bom” e 4% por “excelente”. A

rejeição foi representada por 48% dos clientes, sendo que 48% classificaram como regular e

0% como ruim. De modo geral, há um equilíbrio de opiniões quanto a esse critério.

Clareza das informações

___________________________________________________________________________

Gráfico 3.16 - Proporção da opinião dos clientes segundo a clareza das informações.

Fonte: Pesquisa de campo, 2012.

De acordo com a teoria abordada neste trabalho, a clareza das informações é a

forma adequada do prestador do serviço comunicar-se com o cliente, de modo que seja

transmitido tudo aquilo que o consumidor necessite para esclarecimento do serviço a ser

prestado. Aproximadamente metade dos clientes pesquisados considera insuficiente o meio de

comunicação que a empresa utiliza ou a forma como esta reage ao ter a informação solicitada.

Grande parte deste problema pode ser resolvida na boa utilização do cardápio (pesquisa

representada pelo gráfico 3.7), pois é um modo de clarificar as informações mais buscadas

pelos consumidores.

No que diz respeito à pesquisa sobre o espaço físico (gráfico 3.17), as opiniões se

apresentaram bem variadas quanto às quatro opções.

76

Os clientes que consideram o espaço físico excelente somam 12%, os que

consideram bom somam 40%, seguidos daqueles que classificam como regular e ruim, com

40% e 8%, respectivamente.

Espaço físico

________________________________________________________________________________________

Gráfico 3.17 - Proporção da opinião dos clientes segundo o espaço físico. Fonte: Pesquisa de campo, 2012.

Apesar da maioria dos clientes que consideram o quesito como positivo. Aparcela

que considera este quesito como de má qualidade ou de qualidade mediana atinge

considerável alta porcentagem. Assim, os empreendedores ou devem buscar a mudança para

um estabelecimento maior ou, na impossibilidade financeira para tal, buscar otimizar seu

espaço, revendo seu layout, ou seja, mudança na disposição dos móveis no estabelecimento

ou algunsincrementos na construção que podem resolver este problema e, melhor, com

investimento quase nulo.

4.2 Resultado do Questionário Aplicado aos Empreendedores

Este trabalho também objetivou conhecer o perfil dos empreendedores, bem como

sua opinião quanto aos seus próprios empreendimentos. Ao todo, foram pesquisados 10 (dez)

estabelecimentos através de questionários, um questionário para cada empreendimento,

respondidos pelos próprios donos do negócio.

O questionário era composto por 16 (dezesseis) questões, sendo que as 3 (três)

primeiras analisavam o empreendedor e as demais analisavam o empreendimento. A pesquisa

é mostrada a seguir.

77

PERFIL DOS EMPREENDEDORES

Quanto ao sexo do público empreendedor, o gráfico 4 mostra a predominância de

empreendedores do sexo masculino, com 100% dos entrevistados, e nenhuma feminina,

evidenciando a pequena parcela de mulheres que entram nesse ramo na cidade.

Sexo

__________________________________________________________________________________________

Gráfico 4 - Proporção de empreendedores segundo o sexo. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

No que diz respeito à idade dos empreendedores entrevistados, foi relatado no

gráfico 5 a ausência dos jovens nesse ramo, pois consta que nenhum dos entrevistados tinha

menos de 26 anos. Todos os entrevistados estavam na faixa etária entre 26 e 50 anos,

somando assim 100% do quesito.

Idade

___________________________________________________________________________

Gráfico 5 - Proporção de empreendedores segundo a idade. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

. O nível de escolaridade também foi pesquisado, representado pelo gráfico 6.

As 4 (quatro) opções de respostas (analfabeto, fundamental, médio e superior) considerava

que podia ser completo ou incompleto, em relação ao tempo de estudo e sua conclusão.

78

Escolaridade

___________________________________________________________________________

Gráfico 6 - Proporção de empreendedores segundo a escolaridade. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

O que se percebe ao analisar o gráfico acima é que apenas 20% dos

empreendedores ingressaram no nível superior ou o concluíram, mostrando um pouco de

indiferença por parte dos empreendedores quanto à necessidade de formação acadêmica para

o sucesso de seu negócio. Maior parte 60% dos empreendedores entrevistados possuem o

ensino médio, lembrando que há a possibilidade de nem tê-lo concluído. Nessa mesma

perspectiva, 20% dos entrevistados possuem o ensino fundamental, concluído ou em

andamento.

PERFIL DOS EMPREENDIMENTOS E OPINIÃO DOS EMPREENDEDORES

QUANTO AOS SEUS ESTABELECIMENTOS.

Quanto ao tempo em que o empreendimento atua no mercado local, constatou-se

que a 40% dos empreendimentos ultrapassam os 20 anos de atuação, e apenas 20% estão entre

10 e 20 anos e que outros 40% estão, no máximo, há 10 anos no mercado (gráfico 7).

79

Tempo de atuação na cidade

___________________________________________________________________________

Gráfico 7 - Proporção de empreendimentos segundo o tempo de atuação na cidade. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Quando se deseja empreender, conhecer o ramo em que pretende inserir-se é

imprescindível para o sucesso do negócio. São tantas informações que precisam ser buscadas

que, às vezes, fica difícil englobar todo o conhecimento necessário para o que se almeja.

Partindo dessa concepção, buscar a ajuda de um profissional especializado quando da abertura

de um negócio pode ser uma ótima alternativa.

Questionados sobre este quesito (gráfico 8), maior dos empreendedores

pesquisados afirmaram que não buscaram a referida ajuda por variados motivos,sendo que

apenas 20% disseram que sim e os outros 80% afirmaram que não a utilizaram, mesmo que

considerando necessária.

Utilização da ajuda de um profissional especializado quando da abertura do negócio

___________________________________________________________________________

Gráfico 8 - Proporção de empreendimentos segundo a utilização de ajuda de um profissional especializado na

sua abertura. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Foi buscada também a opinião dos empreendedores sobre a infraestrutura dos seus

respectivos estabelecimentos, representada pelo gráfico 9. 40% dos entrevistados afirmaram

80

que sempre investem neste quesito quando o financeiro permite, 40% confessam que os

clientes reclamam, porém os estabelecimentos possuem espaço limitado, 0% acreditam que

pode ser melhorado, mas não tratam isso como prioridade e 20% dos entrevistados acreditam

que a infraestrutura de seus estabelecimentos está perfeita e que qualquer reclamação por

parte dos clientes será equivocada.

Infraestrutura

São de perfeita qualidade e meu cliente não tem do que reclamar

1 20%

Acredito que posso melhorar, mas não prioridade. 0 0%

Procuro melhorar sempre que possuo capital suficiente. 2 40%

Meus clientes costumam reclamar, mas meu espaço é limitado. 2 40%

Gráfico 9 - Proporção de empreendimentos segundo a infraestrutura. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Equivocados ou não, esses 20% de empreendedores devem entender que quem

define a qualidade são os clientes. Os consumidores entrevistados nesta pesquisa foram

questionados sobre a infraestrutura em quatro oportunidades: aparência do estabelecimento

(gráfico 3.2), atrativos (gráfico 3.8), conforto (gráfico 3.12) e espaço físico (gráfico 3.17).

Fazendo um paralelo entre os resultados obtidos com a pesquisa feita com o

cliente e com o empreendedor, pode-se perceber que quem está equivocado são os

empreendedores que acreditam que sua infraestrutura está perfeita, pois em todos os critérios

avaliativos citados acima, a maioria dos clientes classificou estes quesitos negativamente.

Quanto à rapidez do atendimento (gráfico 10), nenhum dos empreendedores que a

consideram de perfeita qualidade, os que acreditam que pode ser melhorada, mas não é

prioridade, somam 40%, seguidos dos que confessam que seus clientes reclamam, mas não

possuem capital para contratar mais funcionários, que somam 60%.

Rapidez do atendimento

São de perfeita qualidade e meu cliente não tem do que reclamar

0 0%

Acredito que posso melhorar, mas não prioridade. 2 40%

Meus clientes costumam reclamar, mas meu capital não permite que eu

contrate mais funcionários.

3 60%

Gráfico 10 - Proporção de empreendimentos segundo a rapidez do atedimendo. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

81

Nesta pesquisa, pode-se considerar que os clientes tiveram a oportunidade de

opinar sobre o atendimento em tempo hábil em duas questões: atendimento (gráfico 3.3) e

rapidez (gráfico 3.10). Observando os resultados, percebe-se que 40% dos empreendedores,

aqueles que avaliam sua velocidade de rapidez como precisa melhorar, possuem opiniões que

vão, ainda de forma tímida, de encontro com a opinião de 56% de clientes que não

consideram o atendimento como de boa qualidade e com 72% de clientes que não estão

satisfeitos quanto ao quesito velocidade.

Perguntados sobre a utilização de uniformes pelos seus funcionários, 40% dos

empreendedores afirmaram que sim, disponibilizavam e exigiam ou apenas disponibilizavam

fardamentos. A maioria dos empreendedores, 60%, não exigia ou não disponibilizava

uniformes, porém nenhum destes considerou este acessório desnecessário (gráfico 11).

Uniforme padrão para os funcionários

___________________________________________________________________________

Gráfico 11 - Proporção de empreendimentos segundo o uniforme padrão para os funcionários. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Observando o resultado obtido sobre a opinião dos clientes quanto a aparência

euniforme, representado pelo gráfico 3.4, pode-se perceber que a insatisfação dos clientes é

comprovada pela dispensa do uso de fardamento feita por 60% dos empreendedores, o que

mostra que os clientes observam este quesito atrelando-o a qualidade dos serviços, pois

conhecer visualmente quem trabalha no estabelecimento é de interesse do cliente.

Oincentivo de capacitação dos funcionários feita pelo empreendedor para garantir

melhor prestação no serviço também foi objeto de pesquisa (gráfico 12). De acordo com este

estudo, 80% dos empreendedores afirmam que incentiva que seus funcionários se qualifiquem

para se adequarem ao trabalho e 20% afirmam que não fazem tal incentivo, mesmo

considerando necessário.

82

A impossibilidade financeira dos empreendimentos em pagar qualificação para

seus funcionários e a falta de mão-de-obra tecnicamente qualificada no mercado faz essa

grande porcentagem de empreendedores optarem por não exigirem uma qualificação mais

eficiente, pois nenhum dos entrevistados considerou desnecessário. Mas, o que se pode

perceber nessa pesquisa é que uma significativaporcentagem dos clientes que opinaram

diretamente sobre o quesito capacitação, gráfico 3.3 (atendimento) e gráfico 3.13

(competência dos funcionários), não está satisfeita, considerando que 56% dos entrevistados

não consideram o atendimento de boa qualidade e 64% classificam negativamente o quesito

“competência dos funcionários”. Lembrando que a capacitação dos funcionários pode afetar

vários critérios de avaliação colocados em estudo neste trabalho. Nem sempre a boa

capacitação de funcionários necessita de alto investimento, pois o próprio empreendedor pode

repassar técnicas aprendidas para seu pessoal.

Incentivo de capacitação dos funcionários

___________________________________________________________________________

Gráfico 12 - Proporção de empreendimentos segundo o incentivo de capacitação dos funcionários. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Em alguns períodosdo ano, na cidade foco da pesquisa, como em tantas outras, faz

crescer a demanda por estabelecimentos de serviços alimentícios, porém, por ser um período

relativamente curto, não é viável manter o contrato de um alto contingente de funcionários

durante todo o ano, por ter como base a procura que se tem nestes períodos. Daí parte a

alternativa de contratação de funcionários temporários. O gráfico 13 representa a atitude dos

empreendedores nesta situação.

Como podem ser analisados, 100% dos empreendimentos contam com a ajuda de

funcionários extras para períodos de pico.

83

Contratação de funcionários extras em período de aumento da demanda

___________________________________________________________________________

Gráfico 13 - Proporção de empreendimentos segundo a contratação de funcionários extras em período de

aumento de demanda. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Questionados sobre as opções de pagamento que são disponibilizadas aos clientes,

todos os empreendedores pesquisados confirmam que aceitam dinheiro em espécie como

forma de pagamento, e destes, 17% aceitam cartões de créditos (vide gráfico 14).

Opções de pagamentos

___________________________________________________________________________

Gráfico 14 - Proporção de empreendimentos segundo as opções de pagamento. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Esses estabelecimentos não estão acompanhando a tendência de flexibilidade na

forma de pagamento realizo pelo cliente, que tem no dinheiro de plástico um crescente uso. Se

for feito um paralelo com a opinião dos clientes,relacionado com o resultado representado

pelo gráfico 3.8, pode-se perceber que os empreendedores desconhecem que os clientes deste

mercado querem fazer seus pagamentos de outra forma. Um pequeno investimento neste

quesito já daria um grande diferencial de competividade.

Quanto aos dias da semana em que os estabelecimentos são abertos ao público

consumidor, a pesquisa mostrou (gráfico 15) que 67% dos estabelecimentos funcionavam

todos os dias da semana, 33% apenas nos finais de semana e nenhum dos estabelecimentos

84

eram resguardados nas segundas-feiras, mesmo os empreendedores respondentes desta opção

considerarem este dia como o ideal para o descanso após um final de semana de alta demanda.

Dias de funcionamento

___________________________________________________________________

Gráfico 15 - Proporção de empreendimentos segundo os dias de funcionamento. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

No que diz respeito ao horário de funcionamento, a pesquisa, representada pelo

gráfico 16, apontou que 20% dos estabelecimentos funcionam pela manhã, 60% à tarde e

100% à noite, um dado já esperado, pois foi constatado que todos os estabelecimentos

funcionam no período da noite, que é um horário normalmente associado para esse ramo de

atividade.

Horário de funcionamento

___________________________________________________________________________

Gráfico 16 - Proporção de empreendimentos segundo os horários de funcionamento. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

De acordo com o gráfico 3.15, que questiona os clientes sobre o horário de

atendimento, 24% dos consumidores classificam negativamente este quesito. O ideal é que os

empreendedores busquem perceber os horários que possuem um bom movimento e analisar se

eles não estão fechando as portas ou praticamente “expulsando” (termo utilizado por alguns

clientes) em horários que podem estender o atendimento um pouco mais.

Todos os dias da semana 4 67%

Todos os dias da semana,

Exceto na segunda-feira. 0 0%

Somente finais de semana 2 33%

Manhã 1 20%

Tarde 3 60%

Noite 5 100%

85

Na pesquisa também foi questionado aos empreendedores sobre qual fator dentre

o mix de marketing: produto, preço, ponto e promoção eram mais importantes em seu

empreendimento. O resultado foi apresentado no gráfico 17.

Fator mais importante do mix de marketing

___________________________________________________________________________

Gráfico 17 - Proporção de empreendimentos segundo o fator mais importante do mix de marketing. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Na avaliação desse quesito 60% dos empreendedores disseram que o fator mais

importante é o ponto, 20% afirmaram que é o seu produto e outros 20% apontaram a

promoção como ponto chave do seu negócio. Vale ressaltar que no contexto de serviços o

mixde marketing é ampliado para atender a dinâmica das diversas variáveis que o forma.

Então, como foi abordado na teorização deste projeto, além dos4Ps tradicionais são

adicionados: Processos, ambiente físico e pessoas.

Por fim, a pesquisa buscou saber se os empreendedores já tinham feito algum tipo

de pesquisa para saber a grau de satisfação de seus clientes em relação à qualidade dos

serviços prestados. Quanto a este quesito, apenas 20% dos entrevistados afirmaram que se

realizaram alguns de pesquisa, e os outros 80% nunca realizou tal fato, mas também não

consideram uma ferramenta desnecessária.

A pesquisa também buscou saber se os empreendedores disponibilizavam um

código de ética profissional para os seus funcionários, metodicamente escrito ou verbal

(gráfico 18). Quanto a este quesito, 20% dos entrevistados afirmaram que se utilizava de um

código de ética para gerir seu pessoal, 80% afirmaram que não, mesmo achando que seria

uma ferramenta necessária.

Um código de ética profissional serve para dar um norte aos colaboradores de

como prestar os serviços em consonância com a moral e os bons costumes praticados na

localidade onde se encontra o empreendimento. Por mais que os empreendedores não

86

disponibilizem o código de forma impressa, deve-se buscar deixar claro aos funcionários o

modo correto de proceder no momento da entrega do serviço ao cliente.

Código de ética profissional

___________________________________________________________________________

Gráfico 18 - Proporção de empreendimentos segundo a utilização de código de ética profissional.

Fonte: pesquisa aplicada pelo autor (2012).

Por fim, a pesquisa buscou saber se os empreendedores já tinham feito algum tipo

de pesquisa para saber a grau de satisfação de seus clientes em relação à qualidade dos

serviços prestados. Quanto a este quesito, apenas 20% dos entrevistados afirmaram que se

realizaram alguns de pesquisa, e os outros 80% nunca realizou tal fato, mas também não

consideram uma ferramenta desnecessária.

Já realizou uma pesquisa de satisfação

___________________________________________________________________________

Gráfico 19 - Proporção de empreendimentos segundo a realização de pesquisa de satisfação do grau de qualidade

do serviço prestado. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Para os 20% dos empreendedores que afirmaram ter realizado pesquisa

questionada no item anterior, foi perguntada qual o resultado obtido, 100% apresentou o

quesito clientes satisfeitos. Demonstração abaixo (gráfico 19).

87

Resultado conclusivo da pesquisa

___________________________________________________________________________

Gráfico 20 - Proporção de empreendimentos segundo o resultado conclusivo da pesquisa realiza. Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

88

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em busca do objetivo geral desta pesquisa foi realizada a verificação da

importância que a gestão da qualidade tem para a garantia da satisfação dos clientes,

consequentemente, sua atração e retenção. Pois a sobrevivência das empresas com fins

lucrativos, obviamente, depende do lucro. Não do lucro momentâneo, passageiro, e sim do

lucro constante, perpetuado, este conseguido apenas com serviços de qualidade que atingem

ou superam as expectativas dos consumidores.

Tendo como base os objetivos específicos traçados no pré-projeto deste trabalho

científico, esta pesquisa mostrou conceitos gerais e específicos do que é a qualidade de

serviços no setor de serviços de alimentação, precisamente, de bares e lanchonetes, para servir

de alicerce à efetiva avaliação dos serviços oferecidos pelos estabelecimentos da cidade de

Simão Dias/SE.

Com a realização deste trabalho, constatou-se que os serviços prestados pelos

estabelecimentos estudados não condiziam efetivamente à correta gestão da qualidade

avaliada pelos renomados autores do assunto.

Pôde-se observar que há conflito de opiniões entre clientes e empreendedores em

vários quesitos determinantes da qualidade, mostrando o desconhecimento por parte dos

donos dos negócios quanto ao mercado em que seu estabelecimento foi inserido, como

também o descaso de alguns destes, mesmo quando consideram necessárias modificações,

consentindo, assim, com a má gestão da qualidade feita por eles.

Os clientes tiveram a oportunidade de apontar as falhas dos serviços prestados

pelos empreendimentos, até então feito apenas de forma verbal, pois este setor nunca fora

objeto de estudo com base metodológica. Não só as falhas, mas também os serviços que

satisfazem boa parte dos consumidores, o que serve também de norte para os empreendedores,

pois esta pesquisa conseguiu mostrar os pontos fortes e fracos dos estabelecimentos deste

ramo da cidade e, consequentemente, propiciou a mudança de visão, o que torna possível o

melhoramento dos serviços de forma consciente.

A presente pesquisa configura-se como de caráter exploratório, pois tratou de um

tema desconhecido em relação ao mercado e aos empreendedores do referido ramo na cidade

em foco. Como toda pesquisa exploratória, esta teve como objetivo familiarizar o pesquisador

com o assunto tratado, aliado ao desenvolvimento de hipóteses, deixando um legado para uma

89

possível pesquisa futura, que poderá tratar melhor deste tema, de forma exaustiva, e buscar

aplicar o estudo diretamente nos estabelecimentos, como também apresentar o possível

melhoramento através de uma pesquisa do mercado posterior à aplicação da resolução de

problemas, principalmente incluindo outras temáticas que não foram abordadas nesse projeto

como, por exemplo: Princípios da Gestão da Qualidade (ISO 9000), Desenvolvimentos de

Novos Serviços e Produtos Saudáveis ofertados por restaurantes e lanchonetes.

90

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94

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DO CLIENTE

AGES

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

Graduação em Administração – TCC (Trabalho de Conclusão de Curso)

Jose Ginaldo Oliveira Santos

Marque sua opção com um “X”.

01. Sexo:

( ) Feminino ( ) masculino

02. Idade:

( ) Até 25 anos ( ) Entre 26 e 50 anos ( ) Acima de 51 anos

03. Classifique, de acordo com sua opinião, os serviços prestados por este estabelecimento.

SERVIÇOS RUIM REGULAR BOM EXCELENTE

Localização

Aparência do estabelecimento (fachada,

organização, pintura, iluminação, etc.).

Atendimento

Aparência dos funcionários

Uniforme

Produto

Preços

Cardápio (variedade de opções,

organização, facilidade de leitura).

Atrativos (TV, música, som ambiente,

internet, etc.).

Opções de pagamento

Rapidez

Limpeza

Conforto

Segurança (incluindo a segurança

pública)

Competência dos funcionários

Horário de atendimento

Clareza nas informações

Espaço físico

Prezado (a) Cliente (a),

O presente questionário constitui-se de um instrumento de coleta de dados. Segue a proposta

de buscar informações sobre as empresas prestadora de serviços, do ramo de Bares e

Lanchonetes, do município de Simão Dias/SE, como atividade principal do trabalho de

conclusão de curso, no intuito de avaliar a qualidade dos serviços prestados por estas

empresas. O questionário é constituído de questões diretas.

Grato pela colaboração!

QUESTIONÁRIO DO CLIENTE

95

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DO EMPREENDEDOR

AGES

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

Graduação em Administração – TCC (Trabalho de Conclusão de Curso)

Jose Ginaldo Oliveira Santos

Prezado (a) empreendedor (a),

O presente questionário constitui-se de um instrumento de coleta de dados. Segue a proposta

de buscar informações sobre as empresas prestadora de serviços, do ramo de Bares e

Lanchonetes, do município de Simão Dias/SE, como atividade principal do trabalho de

conclusão de curso, no intuito de avaliar a qualidade dos serviços prestados por estas

empresas. O questionário é constituído de questões diretas.

Grato pela colaboração!

QUESTIONÁRIO DO EMPREENDEDOR

Marque sua opção com um “X”.

01. Sexo:

( ) feminino ( ) masculino

02. Idade:

( ) Até 25 anos ( ) Entre 26 e 50 anos ( ) Acima de 51 anos

03. Escolaridade

( ) Fundamental (completo ou incompleto) ( ) Ensino Médio (completo ou incompleto)

( ) Superior (completo ou incompleto)

04. Tempo que o empreendimento atua na sociedade?

( ) Menos de 10 anos ( ) Entre 10 e 20 anos ( ) Mais de 20 anos

05. Ao abrir o empreendimento, recorreu a algum tipo de assessoria ou auxílio profissional?

( ) Sim ( ) Não ( ) Considero desnecessário

06. Sobre a infraestrutura (mesas e cadeiras suficientes e confortáveis, banheiros, limpeza e

iluminação):

( ) São de perfeita qualidade e meu cliente não tem o que reclamar

( ) Acredito que posso melhorar, mas não é prioridade

( ) Procuro melhorar sempre que possuo capital suficiente

( ) Meus clientes costumam reclamar, mas meu espaço é limitado

07. Sobre o atendimento em tempo hábil:

96

( ) São de perfeita qualidade e meu cliente não tem o que reclamar

( ) Acredito que posso melhorar, mas não é prioridade

( ) Meus clientes costumam reclamar, mas meu capital não permite que eu contrate mais

funcionários.

08. Seus funcionários possuem uniforme padrão?

() Sim ( ) Não ( ) Considero desnecessário

09. Você incentiva que seus funcionários participem de capacitação?

() Sim ( ) Não ( ) Considero desnecessário

10. Em período de aumento de demanda você contrata funcionários extras para que o

atendimento seja mais rápido?

( ) Sim ( ) Não ( ) Considero desnecessário

11. Sobre as opções de pagamento, podem ser (poderá marcar mais de uma opção):

( ) À vista ( ) Cartões de crédito ( ) Outras formas

12. Dias de funcionamento do empreendimento:

( ) Todos os dias da semana

( ) Todos os dias da semana, exceto na segunda-feira

() Somente aos finais de semana

13. Horários de funcionamento do empreendimento (poderá marcar mais de uma opção):

( ) Manhã ( ) Tarde ( ) Noite

14. Qual o fator mais forte que você considera na empresa?

( ) Preço

( ) Produto

( ) Ponto (localização)

( ) Promoção (Divulgação)

15. A empresa disponibiliza de um código ético organizacional?

( ) Sim ( ) Não ( ) Considero desnecessário

16. Você já realizou uma pesquisa de satisfação para avaliar o grau de qualidade do serviço

prestado? Se sim, responda a próxima pergunta.

( ) Sim ( ) Não ( ) Considero desnecessário

17. Qual o resultado conclusivo da pesquisa?

( ) clientes satisfeitos ( ) poucos satisfeitos ( ) insatisfeitos.