adequação ambiental da reserva biológica e das propriedades … · 2018-11-13 · § 1º a...

Adequação Ambiental

da Reserva Biológica

e das Propriedades Rurais às

Margens do Lago Descoberto

AGOSTO DE 2009

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento

....................Adequação Ambiental da Rebio e das Propriedades Rurais às Margens do Lago Descoberto

EQUIPE TÉCNICA

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL ADASA Diógenes Mortari, Geólogo Marcos Alberto dos Santos Cardoso, Engenheiro de Alimentos Roger Henrique de Oliveira Souza, Geólogo

CAESB Fábio Bakker Isaías, Engenheiro Florestal

Marcio Niemeyer Borges, Engenheiro Florestal Maria Cristina S. Karas, Engenheiro Florestal Vladimir de A. Puntel Ferreira, Engenheiro Florestal

EMATER Blaiton Carvalho da Silva, Engenheiro Agrônomo Luciana Umbelino Tiemann, Engenheira Agrônoma Marcelo Pereira, Engenheiro Agrônomo e Florestal

Marcos de Lara Maia, Engenheiro Agrônomo Roberto Guimarães Carneiro, Engenheiro Agrônomo Sérgio Dias Orsi, Médico Veterinário Sumar Magalhães Ganem, Engenheiro Agrônomo

IBRAM Eliana Fortis Silveira Anjos, Engenheira Agrônoma e Florestal Frederico Augusto F. Mármore, Engenheiro Agrônomo Lúcia Helena F. Moura, Arquiteta Paulo César M. Fonseca, Engenheiro Florestal

SEAPA Alba Evangelista Ramos, Bióloga Germana Maria Cavalcanti Lemos Reis, Engenheiro Florestal Gilberto Cotta de Figueiredo, Engenheiro Mecânico Júlio Otávio Costa Moretti, Engenheiro Agrônomo GOVERNO FEDERAL ICMBio Júlio Falcomer, Geógrafo Lídio José dos Santos, Economista MMA Cláudio Rodrigues dos Santos, Engenheiro Agrônomo


SUMÁRIO

1. CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................... 5

2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO GRUPO DE TRABALHO .............................. 10

3. APRESENTAÇÃO ..................................................................................... 11

4. ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO PROJETO ............................................... 12

5. PROPOSTA DE AÇÃO DO PROJETO ..................................................... 13

6. CADASTRAMENTO E REGULARIZAÇÃO DE OUTORGAS ................... 17

7. METODOLOGIA ....................................................................................... 18

8. CUSTO TOTAL ESTIMADO ..................................................................... 19

9. CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO .................................................... 21

10. SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA DO PROJETO................................ 22

11. GESTÃO DO PROJETO ........................................................................... 25

12. RECOMENDAÇÕES ................................................................................. 27

13. AÇÕES DE CONTINUIDADE ................................................................... 28

14. ANEXOS .................................................................................................... 30

15. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 85


SIGLAS E ABREVIATURAS

ADASA Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal

APA Área de Proteção Ambiental

APP Área de Preservação Permanente

CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

EMATER - DF Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal

GEF Global Environmental Fund

GTZ Empresa Alemã de Cooperação Técnica

IBRAM Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal

ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

IN Instrução Normativa

MPDFT Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

MMA Ministério do Meio Ambiente

RA Região Administrativa

SEAPA Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento

SEDUMA Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente

SEPLAG Secretaria de Planejamento e Gestão

TERRACAP Companhia Imobiliária de Brasília

WWF World Wildlife Fund


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1. CONTEXTUALIZAÇÃO

O Sistema Integrado do Rio Descoberto, com disponibilidade hídrica de 6.614

l/s e uma vazão média de água tratada em 2006 de 4.009 l/s, abastece cerca de

66% da população atendida do Distrito Federal (DF). A captação do Rio

Descoberto, maior manancial de abastecimento do DF, contribui com 99% da

produção do Sistema Descoberto.

O lago é formado por um reservatório de 102,3 hm³ de capacidade e possui

uma barragem de concreto com as seguintes dimensões: 265 m de

comprimento e 33 m de altura. A água captada no referido lago é bombeada

através de duas linhas de 1,2 m de diâmetro e cerca de 14 km de extensão

para a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Rio Descoberto, com

capacidade de tratamento de 6.000 l/s. A Barragem do Rio Descoberto foi

inaugurada no ano de 1974 e hoje é responsável pelo abastecimento das

cidades de Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Recanto das

Emas, Santa Maria, Gama, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Guará,

Cruzeiro e também reforçando o suprimento para Brasília.

Em 07 de novembro de 1983, foi sancionado pelo Governo Federal o Decreto

88.940, criando a Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio

Descoberto. O Decreto buscava implementar um mecanismo legal destinado à

promoção do bem-estar futuro das populações do Distrito Federal e de parte do

Estado de Goiás, bem como, assegurar condições ecológicas satisfatórias às

represas da região. A APA tem por finalidade maior a proteção da Bacia do Rio

Descoberto e de sua represa que abastece cerca de 65% da população do DF.

A APA do Rio Descoberto abrange as Regiões Administrativas (RA) de

Taguatinga (RA III), Brazlândia (RA IV) Ceilândia (RA IX) e o município de

Águas Lindas – Goiás, perfazendo uma área de 35.588 ha, dos quais 28.000 ha

encontram-se no território do Distrito Federal.

O Decreto de criação da APA estabeleceu como medida prioritária o

zoneamento ambiental relacionando as atividades a serem encorajadas ou

incentivadas, e aquelas que deveriam ser limitadas, restringidas ou até


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proibidas. Também ficou definida a adoção de uma “faixa verde” em torno do

lago, onde somente atividades de florestamento e reflorestamento, com

características de proteção e conservação de mananciais, seriam permitidos.

Entretanto, desde sua criação, a APA do Descoberto é alvo de problemas

relativos a processos de ocupação desordenada do solo que afetam o

manancial mais importante do DF. Com vistas à recuperação e proteção da

APA do Rio Descoberto, em cumprimento ao disposto no item I, do artigo 3º, do

Decreto nº 88.940, de 07 de novembro de 1983, foi expedida a Instrução

Normativa (IN) nº 01/88.

A IN 01/88 estabelece normas de implantação da Área de Proteção Ambiental

da Bacia do Rio Descoberto compatibilizando a utilização dos recursos naturais

com a preservação da qualidade do meio ambiente e o equilíbrio ecológico. A

Instrução Normativa delimita a APA em oito zonas especificando as atividades

que ali deverão ser encorajadas ou incentivadas, bem como as que deverão ser

limitadas, restringidas ou até proibidas, de acordo com a legislação aplicável,

respeitados os princípios constitucionais que regem o Direito de Propriedade.

Dentro desse zoneamento foi criada uma faixa de proteção de 125 metros de

largura nas margens do Lago Descoberto, a partir da cota 1.032 m, denominada

Zona de Preservação e Recuperação (ZPR).

De acordo com a IN 01/88:

“Será exclusivamente permitida e até estimulada, na Zona de

Preservação e Recuperação – ZPR, a silvicultura com espécies nativas,

para fins de proteção e recuperação nas seguintes faixas:

� 125 m (cento e vinte e cinco metros) às margens do Lago

Descoberto;

� 50 m (cinqüenta metros) às margens dos tributários”.

A “Faixa Verde” ou “Faixa de Proteção de 125 m” prevista para o entorno do

Lago, sobrepõe a Área de Preservação Permanente (APP), apresentando áreas


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reflorestadas, áreas agrícolas e áreas de pastagem, ainda não urbanizadas de

maneira efetiva.

As pressões socioambientais, tais como especulação imobiliária, invasões,

presença de animais, despejo de lixo, erosões, desmatamentos e destruição

das cercas de proteção existentes, geram um impacto direto sobre o Lago,

evidenciando a necessidade de sua proteção e a finalização da implantação da

Faixa de Proteção de 125 m.

Apesar da existência de mecanismos legais de proteção e de disciplinamento

do uso, as unidades operacionais da ETA Rio Descoberto têm registrado o

aumento do grau de degradação da bacia. A qualidade da água captada vem

caindo continuamente demonstrando um aumento constante da degradação

ambiental com aumento no percentual de lodo e da turbidez da água.

Os principais problemas ambientais detectados na bacia do Rio Descoberto

podem ser resumidos em: processos erosivos generalizados,

impermeabilização do solo nas áreas urbanas, desmatamentos nas áreas de

entorno, invasões das margens dos recursos hídricos por atividades agrícolas,

e finalmente, pela expansão desenfreada da cidade de Águas Lindas.

É importante destacar que até o presente momento, não foi possível

implementar a faixa verde em toda a extensão das margens do Lago

Descoberto devido às pendências judiciais a serem resolvidas, principalmente

na parte do território do DF. Apenas a área que se encontra no território de

Goiás foi implementada, tendo sido realizado cercamento e plantio de mudas de

espécies nativas do Cerrado.

Em 1995, a Caesb lançou o 1º Edital de licitação para realizar o plantio de

30.000 mil mudas no lado de Goiás e em junho de 1996, lançou o 2º Edital com

o objetivo de realizar serviços de reflorestamento na faixa de proteção do Lago

Descoberto com mudas de espécies nativas, ocupando definitivamente a área e

implementando o Projeto de Proteção do Descoberto. O quantitativo de área

recuperada para este 2º Edital era de 240 ha num total de 120.000 mudas.


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A maior justificativa da implantação da recomposição florística prevista nesse

projeto, baseava-se na necessidade de garantir o retorno de parte da vegetação

nativa primária, além da formação de dossel vegetacional de maior porte, que

serviria de proteção ao Lago e efetiva ocupação da faixa desapropriada. No

somatório dos editais foi estimado o plantio de 150.000 mudas para a Faixa de

Proteção de 125 m.

Entretanto, por problemas de ordem fundiária resultando em pendências

jurídicas, o processo de ocupação das margens não pôde ser efetivado por

completo, ocorrendo o plantio de apenas 45.000 mudas, sendo o restante das

mudas plantado em locais diversos à Faixa de Proteção de 125 m.

Em julho de 2004, a Caesb elaborou proposta de criação de uma unidade de

conservação de proteção integral no entorno do Lago do Descoberto com

objetivo de contenção da expansão urbana de Águas Lindas em direção ao

espelho d’água do Lago e a efetiva consolidação da faixa de 125 metros de

proteção, posicionando o vetor desta expansão para outra direção. A criação da

referida unidade possibilitaria a manutenção das áreas que ainda permanecem

preservadas. Essas áreas passariam a funcionar efetivamente como zonas de

amortecimento dos impactos advindos das áreas urbanas e o afastamento do

uso agrícola das margens do Lago já ocupadas, contribuindo de forma mais

eficaz à conservação da qualidade e quantidade da água necessária ao

abastecimento público de expressiva parcela da população do Distrito Federal.

Em 05 de julho de 2005, o Governo do Distrito Federal (GDF) publicou o

Decreto de criação da Reserva Biológica do Rio Descoberto, cujos limites

abrangem toda a faixa de 125 m.

Segundo o Art. 10 da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que estabelece o

Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) :

“A Reserva Biológica tem como objetivo a preservação integral da biota e

demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência

humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas

de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo

necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade


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biológica e os processos ecológicos naturais.

§ 1º A Reserva Biológica é de posse e domínio públicos, sendo que as

áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de

acordo com o que dispõe a lei.

§ 2º É proibida a visitação pública, exceto aquela com objetivo

educacional, de acordo com regulamento específico.

§ 3º A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão

responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e

restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em

regulamento.”

O advento da criação da Reserva Biológica do Lago Descoberto implica,

obviamente, em restrições específicas para os trechos de APP antes

pertencentes às chácaras. A forma de consolidação dessa nova situação será

facilitada por ações do presente projeto.

É oportuno mencionar outro ponto da mesma lei que necessita de

considerações dentro do projeto, a saber:

“Art. 25. As unidades de conservação, exceto Área de Proteção

Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, devem possuir

uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores

ecológicos.

§ 1º O órgão responsável pela administração da unidade estabelecerá

normas específicas regulamentando a ocupação e o uso dos recursos da

zona de amortecimento e dos corredores ecológicos de uma unidade de

conservação.

§ 2º Os limites da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos e

as respectivas normas de que trata o § 1º poderão ser definidas no ato

de criação da unidade ou posteriormente.”


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2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO GRUPO DE TRABALHO

Em 10 de março de 2009 foi realizada reunião no Ministério Público do Distrito

Federal e Territórios (MPDFT), com a participação de representantes da Adasa,

Caesb, Emater-DF, Incra, Terracap, para tratar de questões referentes à Área

de Proteção Ambiental do Descoberto.

Dentre os assuntos tratados, foi ressaltada a importância de proceder o

reflorestamento da faixa de proteção do Lago Descoberto, dando-se ênfase ao

engajamento dos proprietários rurais nos serviços de revegetação da área.

Assim, em 12 de março de 2009, o Ministério Público encaminhou à Caesb, o

Ofício nº 190/2009 – 3ª Prodema, solicitando a elaboração de Projeto Piloto

para dar início ao reflorestamento da faixa de proteção do Lago Descoberto,

dando-se prazo de 60 (sessenta) dias para a consecução do trabalho.

Desde então, a Caesb mobilizou órgãos do GDF e do Governo Federal para a

elaboração do presente Projeto. O grupo formado contém representantes das

seguintes instituições: Governo Federal: Ministério do Meio Ambiente e dos

Recursos Hídricos (MMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade (ICMBio); Governo do Distrito Federal: Secretaria de Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (SEAPA), Empresa de Assistência Técnica e

Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), Agência Reguladora de Águas,

Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa), Instituto de Meio Ambiente e dos

Recursos Hídricos do DF Brasília Ambiental (Ibram), Companhia de

Saneamento Ambiental de Brasília (Caesb).

O arranjo institucional que constitui essa parceria viabiliza a iniciativa de

promover a recuperação, a proteção e a consolidação da faixa de proteção de

125 m do Lago Descoberto, a reabilitação ambiental das propriedades rurais na

orla do Lago, a formação de agentes multiplicadores e o apoio à gestão dos

recursos hídricos e florestais na bacia hidrográfica do Lago Descoberto.


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3. APRESENTAÇÃO

O projeto “Adequação Ambiental da Reserva Biológica e das Propriedades

Rurais às Margens do Lago Descoberto” tem por objeto a implantação definitiva

da faixa de proteção de 125 m do Lago do Descoberto e da faixa de reserva

legal. A implantação da reserva legal se dará em área contígua à de

preservação permanente, ampliando, dessa forma, a faixa vegetada de

proteção do Lago.

Entende-se, doravante, que a chamada Faixa de Proteção de 125 m do Lago

Descoberto, corresponderá à Reserva Biológica – Rebio do Rio Descoberto,

uma vez que há sobreposição dos limites das duas áreas.

A adequação ambiental da área de entorno do Lago Descoberto se dará como

conseqüência de um programa integrado que viabilize o trabalho de

sensibilização e educação da comunidade do entorno, integrando-a aos

esforços de outros parceiros para a proteção e conservação dos recursos

hídricos. O esforço governamental para viabilizar plantios de essências nativas

do cerrado aliado a um programa robusto de educação ambiental, capacitação

e de comunicação serão ações motivadoras à reversão do desmatamento, do

processo erosivo e de sedimentação do Lago. Como conseqüência, espera-se

o uso racional dos recursos hídricos e florestais pelas propriedades situadas na

orla do Lago Descoberto, contribuindo para a preservação da qualidade e da

quantidade de água do principal manancial de abastecimento de água do DF.


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4. ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO PROJETO

O Projeto abrangerá, inicialmente, a Reserva Biológica do Lago Descoberto e

cerca de 70 propriedades rurais, situadas em sua orla no território do Distrito

Federal (ANEXO 5).

A área total de atuação deste Projeto compreende 1.317,98 ha, dos quais,

434,59 ha compõem a Reserva Biológica do Lago Descoberto e 883,39 ha se

referem às propriedades adjacentes à Rebio.

As ações do Projeto serão diferenciadas entre as distintas áreas de acordo

com o diagnóstico a ser realizado.

Estima-se que 211,39 ha da Rebio são passíveis de revegetação e 176,68 ha

localizados nas propriedades rurais deverão ser averbados como área de

Reserva Legal, onde poderão ser implantados os projetos específicos.

Quanto à delimitação física das áreas acima mencionadas, estima-se a

necessidade de cercamento de um perímetro de 50 Km.

Quanto à execução de serviços de conservação de solo nas propriedades

rurais, constituídos principalmente pela construção de terraços, baciões,

manutenção de estradas e recuperação de áreas degradadas, estima-se que

será necessária a intervenção em uma superfície de 1.317,98 hectares, cuja

área final de trabalho será detalhada durante a elaboração do diagnóstico.


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5. PROPOSTA DE AÇÃO DO PROJETO

O Projeto de Adequação Ambiental da Reserva Biológica e das Propriedades Rurais

às Margens do Lago Descoberto prevê, para sua execução, a realização de 4 etapas

abaixo discriminadas e sua representação está ilustrada na figura 1.

Figura 1 – Esquema de revegetação (sem escala). Rebio do Lago do Descoberto e da Reserva legal da propriedade Alexandre Gusmão (PICAG)

a. Diagnóstico da situação dos lotes na Rebio do Lago do Descoberto e da Reserva Legal

A área de entorno do Lago do Descoberto necessita de recomendação diferenciada

de ações visando à revegetação, justificando, portanto, a realização de um

diagnóstico da situação inicial com um mapeamento correto da cobertura vegetal

existente, identificação dos remanescentes vegetais presentes e das características

do substrato que vai receber o plantio de mudas. As informações coletadas


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orientarão a definição dos plantios, bem como, constituirão marco inicial do

monitoramento que deverá ser feito pelo menos, anualmente. O monitoramento dos

plantios permitirá a identificação da necessidade de reposição de mudas e de tratos

culturais mais específicos. Será também importante para aferir o grau de

comprometimento dos proprietários signatários dos Termos de Compromisso (TC).

b. Mobilização social e educação ambiental

Serão desenvolvidas atividades de sensibilização e mobilização com vistas ao

empoderamento dos atores locais objetivando a mudança de atitudes em relação à

proteção e conservação dos recursos naturais para o uso sustentável.

O processo de sensibilização a ser desenvolvido estimulará a inclusão dos

proprietários rurais presentes na orla do Lago Descoberto de forma espontânea e

participativa. Para isso, será desenvolvido um Plano de Comunicação e Divulgação

que garanta a participação dos produtores rurais e de suas representações, como

forma de propagação de idéias e informações.

Neste Plano, estarão estabelecidas as estratégias para divulgação e comunicação

tanto interinstitucional, quanto no âmbito da sociedade civil, de forma clara e

objetiva, quanto à especificidade, justificativa e abrangência do Projeto ora proposto.

Como estratégia de empoderamento da comunidade alvo e fortalecimento do

processo de mobilização social, deverá ser elaborado um Plano de Educação

Ambiental. O Plano deverá conter programa de oficinas com temáticas que visem

harmonizar as atividades antrópicas de interesse da população rural da orla do Lago

Descoberto e a preservação e conservação dos recursos hídricos da bacia. As

oficinas deverão buscar capacitar os proprietários rurais para desempenhar suas

atividades agrícolas de modo responsável para com o meio ambiente, utilizando-se

de modelos baseados nos princípios da agroecologia e da gestão participativa.

Citando Paulo Freire, “...o educador, a pessoa, grupo ou instituição empoderada é

aquela que realiza, por si mesma, as mudanças e ações que levam a evoluir e se

fortalecer.” Dessa forma, o Plano de Educação a ser implementado deverá

proporcionar à comunidade alvo, o empoderamento, o que “...implica,


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essencialmente, a obtenção de informações adequadas, um processo de reflexão e

tomada de consciência quanto a sua condição atual, uma clara formulação das

mudanças desejadas e da condição a ser construída”.

O processo de mobilização deverá culminar com os interessados firmando Termo de

Compromisso, comprometendo-se com o cumprimento da legislação ambiental, bem

como, contribuir para a realização do plantio e com a manutenção das áreas

recuperadas em suas propriedades.

c. Revegetação da Rebio do Lago Descoberto

Analisando a composição de uma floresta, verifica-se que existem espécies com

papéis diferenciados. Há aquelas que chegam primeiro, denominadas de pioneiras,

que germinam, se estabelecem, crescem e ocupam o ambiente mais rapidamente

recobrindo o solo rapidamente, inibindo o crescimento de plantas invasoras e

sombreando outras espécies (chamadas de secundárias e clímaxes) com menor

demanda de luz e que possuem um desenvolvimento mais lento enriquecendo os

processos ecológicos da floresta ao longo do tempo. Em uma área degradada, o

conhecimento do tipo de vegetação que existia e a avaliação das espécies

remanescentes, servirão para orientar a metodologia a ser empregada na

recuperação dessa área.

De um modo geral, as técnicas usadas para a revegetação de áreas degradadas

são:

� Favorecimento da Regeneração Natural, por meio do isolamento da

área por um período de 6 a 12 meses, depois desse período observar

a presença de mudas e plantas jovens, arbustos e arvoretas. Para isso

acontecer, a área deve ser protegida contra o fogo, pastoreio e cultivo

agrícola. A vizinhança com fragmentos de vegetação nativa pode

favorecer a regeneração, pois fornecem sementes das árvores que

formarão a nova floresta. O enriquecimento em área alterada,

fragmentos de capoeira, formada por espécies de primeira colonização

como as embaúbas, é feito utilizando-se espécies da floresta madura


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que necessitam de sombreamento para se desenvolverem. O

enriquecimento pode ser feito com o plantio de mudas ou a semeadura

direta. Para a formação mais rápida da floresta, recomenda-se o

plantio de mudas.

� Adensamento, quando há vegetação remanescente, porém raleada

pelo corte seletivo e com baixa riqueza específica. Recomenda-se o

plantio de um número maior de árvores das mesmas espécies já

presentes na floresta, aproveitando-se as clareiras para o plantio por

semeadura ou mudas. Ao longo do tempo introduzir espécies da

vegetação madura.

� Implantação total, quando a vegetação foi totalmente removida e não

há possibilidade de regeneração porque não existe vegetação próxima

para fornecer sementes. Para facilitar o recobrimento da área, reduzir o

tempo de manutenção das mudas e recuperar as condições naturais

da floresta recomenda-se realizar o plantio das mudas em arranjos

obedecendo aos conceitos de sucessão ecológica e com diversidade

de espécies.

d. Implantação de Sistemas Agroflorestais – SAFs nas Reservas Legais das propriedades na orla do Lago Descoberto

A implantação de sistemas agroflorestais como estratégia de formação das

Reservas Legais busca diminuir os conflitos entre as normas ambientais vigentes e

proporcionar a viabilidade socioeconômica da pequena agricultura familiar.

Construídos a partir do envolvimento social, os sistemas sustentáveis de produção

agroflorestal deverão ter como base a agroecologia e os sistemas de adubação

verde, tecnologias compatíveis às características ambientais do local e ao uso do

recurso hídrico para o abastecimento público. As tecnologias empregadas na

implantação dos SAFs deverão ser desenvolvidas, divulgadas e transferidas para os

pequenos produtores da bacia de forma a reverterem-se em práticas voltadas à

recuperação de áreas degradadas da bacia mantendo-se a qualidade da água no

Lago Descoberto.


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O planejamento da paisagem da região da orla do Lago Descoberto pretende

estimular a efetiva regularização das reservas legais e áreas de preservação

permanente.

O detalhamento das atividades previstas neste item consta do Anexo 4 do presente

projeto.

6. CADASTRAMENTO E REGULARIZAÇÃO DE OUTORGAS


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A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal

(Adasa), tem como missão institucional a regulação dos usos de água e serviços

públicos. Nesse sentido o intuito para a região da orla do Lago Descoberto é

propiciar o uso racional da água através da aplicação dos instrumentos legais de

gestão de recursos hídricos.

A partir da definição das etapas de aplicação do projeto em questão, será realizado

primeiramente o cadastramento dos usuários e os usos da água com posterior

regularização dos identificados.

No intuito de verificar a disponibilidade de água, em padrões de qualidade e

quantidade adequados aos respectivos usos, a atuação da Adasa terá ação continua

ao projeto de recuperação ambiental, abrangendo toda a bacia hidrográfica do Rio

Descoberto.

7. METODOLOGIA


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A implantação do projeto “Adequação Ambiental da Reserva Biológica e das

Propriedades Rurais às margens do Lago Descoberto” será detalhada nos anexos

que compõem o presente documento, a saber:

Anexo 1 – Diagnóstico das paisagens na Rebio e nas propriedades rurais às

margens do Lago Descoberto.

Anexo 2 – Plano de Mobilização e Educação Ambiental na Rebio do Lago

Descoberto e Reservas Legais.

Anexo 3 – Plano de Recuperação Florestal e de Reabilitação Ambiental,

revegetação da Rebio do Lago Descoberto e reabilitação ambiental das

propriedades rurais.

Anexo 4 – Implantação de Sistemas Agroflorestais – SAFs nas Reservas Legais das

Propriedades.

8. CUSTO TOTAL ESTIMADO


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O custo total do projeto está estimado em R$ 7.012.630,11 (sete milhões e doze mil

e seiscentos e trinta reais e onze centavos), conforme resumo a seguir e planilhas

de preços unitários em anexo:

UNIT. TOTAL

aDiagnóstico da situação dos lotes na Rebio do Lago do Descoberto

70 lote 686,29 48.040,00

bPlano de Mobilização e EducaçãoAmbiental, Rebio e Reservas Legais

- - - 255.740,00

cPlano de Recuperação Florestal e de Reabilitação Ambiental

211,39 ha 14.937,57 3.157.652,27

dImplantação de sistemas agroflorestais – SAF nas Reservas Legais

176,68 ha 20.099,60 3.551.197,84

- - - 7.012.630,11

VALOR ESTIMADO (R$)

TOTAL

ETAPA DESCRIÇÃO QUANT. UNID.


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9. CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO

VALOR

(R$)

7.012.630,11

1.052.550,76 1.052.550,76 526.275,38

cPlano de Recuperação Florestal e de

Reabilitação Ambiental 3.157.652,27

526.275,38

31.967,50 63.935,00 63.935,00 63.935,00 31.967,50

dImplantação de sistemas agroflorestais –

SAF nas Reservas Legais3.551.197,84

473.493,04 946.986,09 946.986,09 946.986,09 236.746,52

2.063.471,85 2.063.471,85 1.537.196,47 268.714,02DESEMBOLSO FINANCEIRO

ETAPA DESCRIÇÃO2009 2010

ANO

48.040,00

1.079.775,92

aDiagnóstico da situação dos lotes na Rebio

do Lago Descoberto

20132011 2012

48.040,00

bPlano de Mobilização e Educação

Ambiental, Rebio e Reservas Legais255.740,00


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10. SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA DO PROJETO

a) COMPENSAÇÕES FLORESTAIS

As Compensações Florestais consideradas pelo Decreto 14.783, de 17 de

junho de 1993, permitem garantir a reposição florestal prevista no projeto em

questão, por meio da destinação de parte do número de espécies nativas

presentes no Licenciamento Ambiental de diversos empreendimentos do

Distrito Federal.

Ainda assim, em conformidade com o Termo de Ajuste de Conduta – TAC/nº.

002/2007, cláusula quinta, as Secretarias de Estado e demais entes públicos

se comprometem na execução do projeto de implantação dos corredores

ecológicos e de recuperação de Áreas de Preservação Permanente, de áreas

degradadas e reservas legais, nas quais serão depositadas as compensações

ambientais oriundas da regularização dos parcelamentos do solo. Sugere-se

que tais compensações sejam direcionadas, prioritariamente, à reconstituição

vegetal da Reserva Biológica do Rio Descoberto.

Nesse sentido e em função do limitado número de parcelamentos

regularizados, sugere-se a aplicação da compensação florestal como uma das

fontes de sustentabilidade econômica do projeto.

b) ATENDIMENTO DAS COMPENSAÇÕES FLORESTAIS REALIZADAS PELA CAESB

As condicionantes ambientais contidas no licenciamento ambiental dos

empreendimentos da Caesb geralmente apresentam um grande número de

mudas nativas a ser plantado com vistas às compensações florestais previstas.


23

Nesse sentido, sugere-se que parte das compensações florestais a serem

realizadas pela Caesb sejam executadas na Reserva Biológica do Rio

Descoberto.

Ressalte-se, a título de exemplo, que a Caesb realizou do período de 2005 a

2009 o plantio de 150.000 mudas nativas em diversas áreas do Distrito

Federal.

c) ALOCAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS DAS

INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS NA IMPLANTAÇÃO E EXECUÇÃO DO PROJETO

As instituições partícipes do Projeto detêm número significativo de profissionais

com atuação multidisciplinar ligados à área ambiental que permitem agregar

conhecimento, experiência e técnica na implantação do projeto.

d) OUTRAS FONTES DE FINANCIAMENTO

Existem, no âmbito do Governo Federal, diversas fontes de financiamento para

projetos similares, por intermédio do Tesouro Nacional ou recursos

internacionais. Caberá ao Comitê Gestor do Projeto (CGP) identificar os

parceiros financiadores com vistas à viabilização do projeto.

Como exemplos, na esfera federal, pode-se citar: Ministério do Meio Ambiente,

Ministério da Integração Nacional, Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento, Casa Civil da Presidência da República (Gestor do Programa

de Aceleração do Crescimento – PAC), assim como empresas e bancos

(Petrobrás, Banco do Brasil, Fundação Banco do Brasil, dentre outros).

Na esfera internacional, pode-se buscar apoio financeiro do Banco Mundial, por

meio do Global Environmental Fund (GEF), Banco Interamericano de

Desenvolvimento (BID), World Wildlife Fund (WWF), Empresa Alemã de

Cooperação Técnica (GTZ), Conservation International, The Nature

Conservancy (TNC), dentre outros.


24

e) ALOCAÇÃO DE RECURSOS ORIUNDOS DA CENTRAL DE MEDIDAS ALTERNATIVAS DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO DF E TERRITÓRIOS.

A atuação do Ministério Público do DF e Território poderá ser expandida no

âmbito deste projeto caso seja viabilizada a alocação de recursos oriundos da

Central de Medidas Alternativas na sua implantação e execução.


25

11. GESTÃO DO PROJETO

A gestão técnica e administrativa do presente projeto será exercida pelo

Comitê Gestor do Projeto (CGP), composta por membros em igual número de

cada partícipe, sendo no mínimo um titular e um suplente, indicados pelos

respectivos representantes legais, mediante Acordo de Cooperação Técnica

(ACT), cabendo-lhes as seguintes atribuições:

a) Acompanhar as ações do Projeto de Adequação Ambiental da Rebio e

das Propriedades Rurais às Margens do Lago Descoberto;

b) Desenvolver um plano de continuidade para as ações previstas no

Programa;

c) Apoiar a consolidação de políticas públicas que estimulem ações

socioambientais;

d) Apoiar e promover a integração de órgãos e entidades regionais na

gestão dos recursos naturais na bacia hidrográfica Lago do

Descoberto;

e) Aprovar seu mecanismo de atuação e decidir sobre os casos omissos,

normatizando-os, quando necessário;

f) Elaborar e aprovar seu regimento interno.

Cada partícipe arcará com suas respectivas despesas e os seus

coordenadores dimensionarão seus recursos humanos e financeiros

necessários para amplo atendimento do ACT.

O Cronograma de Trabalho e as Atividades Específicas, a serem elaborados

pelo CGP, deverão ser revistos e atualizados periodicamente, em prazo

definido pelo CGP, ou em qualquer época.

As decisões do CGP, necessariamente, requererão, para aprovação, quorum

mínimo a ser definido pelo CGP, e deverão constar em atas que assinadas


26

passem a integrar o presente Acordo. Caso haja divergência a questão será

decidida pelos Partícipes.

A gestão se dará considerando a hierarquização hidrográfica e sua correlação

com a estrutura político-administrativa do Distrito Federal. No âmbito da

hierarquização hidrográfica, a área de intervenção imediata do projeto será

direcionada para a Rebio e as propriedades rurais às margens do Lago

Descoberto.

A execução deste Projeto constituir-se-á no ponto de partida para a gestão

integrada da bacia hidrográfica do Rio Descoberto dentro de uma visão

sistêmica de manejo da bacia.

A proposta de gestão está representada esquematicamente na Figura 2.

ICMBIO

SEAPA

SOCIEDADE CIVIL

ORGANIZADA

CAESB

MMA

EMATER-DF

INCRA

ADASA

IBRAM

MPDFT

PRODUTORES

RURAIS

CGP

Figura 2: Comitê Gestor do Projeto


27

12. RECOMENDAÇÕES

a. A constituição das Reservas Legais das Propriedades às

margens do Lago Descoberto em áreas adjacentes à Reserva

Biológica do Lago Descoberto deverá ser priorizado pelo IBRAM;

b. Assegurar apoio aos proprietários rurais com vistas à demarcação

das reservas legais das propriedades;

c. Fomentar a implantação das Reservas Legais das propriedades

rurais por intermédio da utilização do Fundo de Desenvolvimento

Rural;

d. Promover a criação de viveiros florestais em propriedades rurais

por meio da transferência de recursos institucionais aos

agricultores visando apoiar a geração de renda e disponibilidade

de mudas nativas para o projeto;

e. Fomentar a instalação de Comitê Gestor da Bacia Hidrográfica do

Rio Descoberto;

f. Assegurar a continuidade do projeto por intermédio de

instrumento legal de forma a ampliar as ações para as demais

bacias hidrográficas a montante do Lago Descoberto;

g. Elaborar Plano de Manejo para a Reserva Biológica do Lago

Descoberto;

h. Promover estudos para finalizar o Rezoneamento e Plano de

Manejo da APA do Descoberto;

i. Destinar recursos do Fundo de Desenvolvimento Rural para

atender projetos do Programa de Recuperação e Manejo de

Microbacias Hidrográficas no âmbito do Pró-rural (Lei n. 2.499 de

7 de dezembro de 1999).


28

13. AÇÕES DE CONTINUIDADE

a. PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS – PROGRAMA

PRODUTOR DE ÁGUA

Compreende-se por SERVIÇOS AMBIENTAIS funções prestadas pelos

recursos naturais e que são essenciais para a vida na Terra (Daily, 1997), ou

por atividade humana que contribui para manter ou aumentar a provisão de

benefícios por meio do ambiente (Chomitz et al., 1999). O pagamento por

serviços ambientais tem recebido uma atenção crescente nos últimos anos,

sendo encarado como um incentivo para a gestão sustentável dos recursos

naturais, como uma forma de apoiar o funcionamento das áreas protegidas, e

uma via de melhorar o nível de vida das populações que nelas habitam.

A elaboração de políticas públicas para esses pagamentos deve passar por

quatro etapas: determinar quais serviços ambientais são passíveis de

contrapartida, as pessoas que receberiam o pagamento, a quantia a ser paga e

o mecanismo de repasse.

A Agencia Nacional de Águas (ANA) desenvolveu o programa Produtor de

Água (ANA, 2004), com o objetivo de melhorar a qualidade da água através do

incentivo à adoção de práticas que promovam o abatimento da sedimentação;

o aumento da oferta de água e sua garantia para usuários situados à jusante

de áreas rurais e conscientiza os produtores e consumidores de água da

importância da gestão integrada de bacias hidrográficas.

Os pagamentos são efetuados pelos agentes participantes aos produtores

rurais que, por meio de práticas e manejos conservacionistas, venham a

contribuir para o abatimento efetivo da erosão e da sedimentação, e para o

aumento da infiltração de água, segundo o conceito provedor-recebedor cujo

conceito consiste em uma transação voluntária na qual um serviço ambiental

bem definido ou uma forma de uso da terra que possa assegurar este serviço é

comprado por pelo menos um comprador de pelo menos um provedor sob a

condição de que o provedor garanta a provisão deste serviço. (Wunder, 2005).


29

b. PROLEGAL – DF

O Programa de Revisão, Regularização e Monitoramento das Áreas de

Reservas Legais e de Preservação Permanente (PROLEGAL) é uma iniciativa

do Ibama/GO, desenvolvido em parceria com instituições públicas e privadas,

especialmente: Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, The Nature

Conservancy (TNC) e Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).

Ele tem como objetivo promover, prioritariamente, a revisão, regularização e

monitoramento das Reservas Legais (RL) e Áreas de Preservação Permanente

(APP) das propriedades rurais localizadas no entorno das Unidades de

Conservação Federais, Rios Federais, Terras Indígenas e Assentamentos

Rurais geridos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

(Incra).

Dessa forma, a implantação do Programa PROLEGAL no DF é uma medida

oportuna e desejável face às exigências ambientais vigentes, cabendo ao

órgão ambiental oficial local – Ibram – discutir a viabilidade de seu

desenvolvimento. O presente projeto poderá servir como base para a

implantação do Programa PROLEGAL no DF.

O PROLEGAL - DF se apresentará como uma ação conjunta entre os órgãos

federais e estaduais que tem como missão a proteção e/ou manejo do meio

ambiente, especialmente aqueles responsáveis pela proteção e instituições da

sociedade civil.

O PROLEGAL - DF terá foco principal na manutenção e ampliação da

cobertura vegetal nativa do Distrito Federal, devendo a ele estarem associados

Projetos e Sub-projetos com objetivos amplos ou específicos e, que tenham

como base de sua sustentação a integridade ambiental da vegetação nativa e

dos cursos d’água.


30

14. ANEXOS

ANEXO 1 – DIAGNÓSTICO ANEXO 2 – PLANO DE MOBILIZAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

ANEXO 3 – PLANO DE RECUPERAÇÃO FLORESTAL E REABILITAÇÃO

AMBIENTAL

ANEXO 4 - IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS – SAFs, NAS

RESERVAS LEGAIS

ANEXO 5 – MAPA

ANEXO 6 – PLANILHAS DE CUSTOS ESTIMADOS

ANEXO 7 - IMAGENS


31

ANEXO 1

DIAGNÓSTICO

Rebio e Propriedades Rurais às Margens do Lago Descoberto


32

O diagnóstico será feito por meio do levantamento de informações existentes,

análise de imagens de satélite, elaboração automática de mapa de uso do solo

com posterior confirmação em campo. Também será feita pesquisa junto à

comunidade rural por meio da aplicação de questionários elaborados visando à

obtenção de informações complementares que subsidiarão a elaboração do

Plano de Recuperação Florestal e do Termo de Compromisso a ser assinado

entre os parceiros e os proprietários dos lotes rurais. Para fins de

monitoramento da execução do Projeto, avaliações periódicas deverão ser

realizadas anualmente, durante os três primeiros anos.

Ressalte-se que as instituições participantes do presente projeto dispõem de

diagnósticos prévios das áreas a serem contempladas pelos serviços e

atividades, com informações referentes à situação atual, abaixo apresentados:

� Caesb

A CAESB realiza o monitoramento sistemático da Bacia Hidrográfica do Lago

Descoberto por meio de vistorias de rotina. Para otimizar o monitoramento, a

Bacia foi subdividida em 10 áreas, Descoberto-Águas Lindas; Descoberto-

Olaria/Chapadinha; Descoberto Rodeador; Descoberto-Rocinha; Descoberto-

Rio Descoberto Baixo; Descoberto-Rio Descoberto Alto; Descoberto-

Jatobazinho; Descoberto-Águas Lindas/Cachoeira; Descoberto-Faixa 125m e

Descoberto-Capão Comprido.

Em junho de 2007, foi elaborado um Informe Técnico nº. 003/2007 –

PHIPB/PHIP/PHI - DP contendo o levantamento preliminar do Uso e Ocupação

do Solo da Faixa de Proteção do Lago Descoberto (instituída pela Instrução

Normativa SEMA/SEC/CAP/Nº 001/88), no trecho localizado entre os córregos

Olaria e Rocinha.

Cabe ressaltar, que a faixa de proteção do lago Descoberto, compreende uma

faixa de 125m (cento e vinte e cinco metros) de largura, medidos na horizontal,

a partir da linha de água máxima (cota 1.032) e englobada pelos limites da

Reserva Biológica do Rio Descoberto, estabelecida pelo Decreto Nº 26.007, de

05/07/2005, que em seu parágrafo único especifica uma área total de 434,5 ha.


33

� Emater

A EMATER-DF, desde 1978, desenvolve serviços de assistência técnica e

extensão rural para os produtores rurais localizados na Área de Proteção

Ambiental (APA) do Descoberto no âmbito do Distrito Federal, por meio das

unidades locais de Alexandre de Gusmão, Brazlândia e Ceilândia, com equipes

de técnicos agrícolas, engenheiros agrônomos, médicos veterinários e

técnicas/economistas domésticas.

Dentre os trabalhos desenvolvidos destaca-se o fomento à produção

agroecológica na região, com algumas propriedades certificadas por entidades

credenciadas e outras, com grande potencial de crescimento nesta atividade.

Também existem produtores de flores e plantas ornamentais cujos cultivos

poderão ser estimulados nas áreas a serem implantadas nos Sistemas

Agroflorestais (SAFs).

Diversas ações ligadas ao meio ambiente têm sido realizadas na região,

destacando-se a distribuição de mudas de espécies florestais nativas para a

recuperação de áreas degradadas, a capacitação de produtores e

trabalhadores rurais para o uso correto de agrotóxicos e destinação adequada

das embalagens vazias, a organização dos produtores para outorga dos canais

de irrigação e averbação das reservas legais das propriedades, saúde e

higiene nas propriedades onde são cultivadas hortaliças folhosas (Programa

Pró-Folhosas), dentre outras.

� Ibram

Dentre as 70 propriedades rurais adjacentes à Reserva Biológica do Lago

Descoberto apenas duas tiveram suas Reservas Legais averbadas, duas

aguardam a definição da averbação e sete encontram-se em processo de

vistoria, o que demonstra a importância da implantação deste projeto.

Nesses processos, o Ibram prioriza a localização das Reservas Legais em

áreas contíguas à Rebio do Lago Descoberto de forma a ampliar a área de

proteção do Lago Descoberto.


34

ANEXO 2

PLANO DE MOBILIZAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

REBIO DO LAGO DESCOBERTO E RESERVAS LEGAIS


35

ATIVIDADES DE SENSIBILIZAÇÃO, MOBILIZAÇÃO E

EMPODERAMENTO DOS ATORES LOCAIS

Visando à mudança de atitudes em relação à proteção e conservação dos

recursos naturais para o uso sustentável e a adesão e continuidade do projeto

“Adequação Ambiental da Reserva Biológica e das Propriedades Rurais às

Margens do Lago Descoberto”, deverão utilizar as seguintes estratégias de

ação

1. Desenvolver Plano de Comunicação Social e Divulgação com base

na realidade local e nos recursos de comunicação disponíveis ou

viáveis.

2. Realizar ações de sensibilização da comunidade rural para a

problemática em questão viabilizando a gestão participativa.

3. Capacitar a comunidade rural situada na orla do Lago com vista na

Educação Ambiental, com base na idéia de “Conhecer para

Preservar”.

4. Estimular as diversas etapas do processo de mobilização, do

empoderamento, a motivação, o engajamento, a construção

conjunto de soluções e a gestão social do projeto.

5. Realizar reuniões periódicas de gestão social e de avaliação.

AS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO

A comunicação adequada sobre o projeto de Reabilitação da Rebio do Lago

Descoberto constitui um objetivo de primordial importância, e a sua realização

passa pela execução de ações eficazes de comunicação e transmissão de

informações esclarecedoras.

O esforço das ações de comunicação deve contemplar o oferecimento de

informações concretas e esclarecedoras sobre as ações do projeto e sobre os

benefícios advindos de sua execução. O sucesso a ser perseguido é a adesão

de todos os proprietários ao projeto, por meio da assinatura do Termo de

Compromisso.


36

DA DIVULGAÇÃO DO PROJETO

A interatividade com os beneficiários será o alvo de todo o trabalho de

comunicação externa. Todos os meios tenderão a ser elaborados de acordo

com os pontos de interesse dos proprietários e das Instituições Parceiras.

Em todos os contatos o proprietário rural perceberá sua importância e das

instituições participantes do Projeto.

OBJETIVO DO PLANO DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO

Para que o projeto ora proposto seja bem sucedido, a comunicação deve se

concentrar sobre os seguintes objetivos específicos:

� Comunicar de forma estratégica as instituições envolvidas (parceiros);

� Comunicar e informar o público em geral e não somente os potenciais

beneficiários, mas todo o público localizado na bacia do Lago

Descoberto.

� Motivar os proprietários rurais para adesão ao Plano de Recuperação

Florestal e Reabilitação Ambiental por meio da assinatura de Termo de

Compromisso.

METODOLOGIA DE TRABALHO

Para atingir a meta com maior velocidade e eficiência, o sistema de trabalho

está dividido em 5 etapas:

� Coleta de Informações

� Definição da Estratégia de Comunicação

� Posicionamento Publicitário/Desenvolvimento das Peças

� Acompanhamento

� Plano de Mobilização Social e Educação Ambiental

Ações a serem implementadas de acordo com a etapa de coleta de

informações realizada, referente aos veículos de comunicação mais utilizados e

viáveis para a realidade local, visando a alcançar o público alvo:


37

� Desenvolver atividades que possibilitem a comunicação sucinta, de

alta credibilidade junto aos proprietários rurais ao longo da Rebiodo

Lago. Exemplos de ações para alcançar o público alvo:

o Disponibilizar profissionais conhecedores do projeto que

possam, eventualmente, atender à imprensa, presidentes

de associações, empresários, enfim, público interessado

em maior informação;

o Elaborar Banner eletrônico para homepage dos

integrantes do Grupo de Trabalho;

o Elaborar informativo eletrônico para divulgação por e-mail;

o Elaborar cartilha contendo informações sobre o projeto,

contemplando dados sobre a região, o local de

recuperação florestal e informações de caráter educativo

para sensibilização quanto aos cuidados com os recursos

hídricos;

o Desenvolver campanhas publicitárias utilizando-se mídia

escrita, televisada e falada para divulgação do projeto no

âmbito do DF;

o Desenvolver peças/mensagens publicitárias esporádicas

(murais, informativos, e-mails marketing, banner

eletrônico), uma vez que o Projeto não é temporário, mas

sim uma construção física para ser usada ao longo do

tempo;

o Cartazes;

o Folders;

o Banners impressos;

o Revistinha em quadrinhos voltada para o público infantil,

importante vetor de informações no núcleo familiar e

agente de grande influência familiar;

o Brindes para os beneficiários diretos (boné, broche,

camiseta etc.), lembranças que mostram que as

Instituições que compõem o Grupo de Trabalho valorizam

a adesão do proprietário ao programa e almejam a


38

transformação deste em agente multiplicador das boas

práticas implantadas.

o Elaborar sítio eletrônico do projeto com o título:

Descoberto Legal.

ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO

Definir a estratégia de comunicação é fundamental para orientar o caminho a

ser seguido. Cada ação estratégica vai contar com planejamento, execução,

controle, avaliação e mensuração periódicas dos resultados em função das

metas a serem alcançadas.

� Os preparativos para o lançamento do projeto consolidado pela

comunidade alvo devem começar pela sensibilização da equipe

envolvida no projeto;

� O público alvo por sua vez terá necessidades específicas em matéria de

informação, cuja satisfação somente será atendida quando em contato

real, pessoal ou telefone. Explicações sobre o local, acesso e atividades

disponíveis, via telefone ou pessoalmente são muito mais convincentes

e transmitem muito mais segurança;

� As ações estratégicas de comunicação deverão ser adaptadas de

acordo com a evolução das necessidades. Todas essas ações serão

regularmente analisadas e avaliadas a fim de detectar e corrigir

eventuais insuficiências ao longo do tempo. Reestruturações do projeto,

saída e entrada de novos funcionários-chave, ocorrências importantes

no local de execução do projeto, acontecimentos relevantes nas

comunidades próximas ao Lago, são fatores que podem, em diferentes

momentos, criar novas demandas e exigir nova postura nas ações de

comunicação.


39

AÇÕES POSTERIORES E PERIÓDICAS – AVALIAÇÃO E

AJUSTES DO PLANO DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO

CONHECER O GRAU DE SATISFAÇÃO: Para conhecer o grau de satisfação

do beneficiário quanto aos veículos de comunicação e material editorial

elaborados, serão realizadas pesquisas junto aos envolvidos.

� Disponibilizar nas Associações e escritórios da Emater-DF na bacia

folhetos para avaliação da forma e conteúdo da informação recebida por

parte do beneficiário.

� No sítio eletrônico do projeto, disponibilizar questionário rápido, com

interface amigável, para o usuário responder questões que servirão

para avaliar o andamento do Projeto.


40

ANEXO 3

PLANO DE RECUPERAÇÃO FLORESTAL E REABILITAÇÃO

AMBIENTAL

REVEGETAÇÃO DA REBIODE 125M DO LAGO DESCOBERTO E REABILITAÇÃO AMBIENTAL DAS

PROPRIEDADES RURAIS


41

PLANO DE RECUPERAÇÃO FLORESTAL E REABILITAÇÃO

AMBIENTAL

Visa mobilizar a comunidade rural da orla do Lago Descoberto capacitando o

proprietário rural para o conhecimento ambiental da bacia possibilitando a

construção de forma participativa de um Plano de Recuperação Florestal e a de

Reabilitação Ambiental de suas propriedades por meio de uma adesão

espontânea às ações de recuperação e proteção nele estabelecidas.

Revegetação da Rebio do Lago Descoberto

A realização do plantio de essências nativas do cerrado, em atendimento ao

Plano de Recuperação Florestal e de Reabilitação Ambiental estabelecido, visa

atender àqueles que espontaneamente aderirem ao projeto com assinatura do

Termo de Compromisso, prevendo as seguintes etapas:

� Aquisição de mudas;

� Preparo do solo;

� Transporte de mudas e acondicionamento em

viveiros de espera;

� Plantio e replantio de mudas;

� Realização de tratos culturais e manutenção das

áreas recuperadas;

� Cercamento da área plantada.

A avaliação do grau de perturbação, indicando as áreas degradadas - onde

foram eliminados a vegetação e seus meios naturais de regeneração, e as

áreas perturbadas - os locais em que a vegetação sofreu distúrbios, mas

manteve seu potencial de regeneração, aliada ao conhecimento da vegetação

atual e características da vegetação original serão fundamentais para se definir

as ações de recuperação ou restauração ecológica, pois os métodos a serem

utilizados diferem de acordo com a fisionomia a ser restaurada (Fonseca et.

al., 2001; Felfili et. al. 2008; Parron et al., 2008).


42

Será adotado o sistema misto sugerido por Felfili et. al. (2008) e Parron et al.

(2008), que associa a regeneração natural nos locais perturbados ao sistema

de regeneração artificial nas áreas degradadas, pelo plantio de mudas de

espécies de diferentes grupos ecológicos.

A regeneração natural consiste em isolar a área e deixar que os processos da

natureza, como germinação de sementes e brotação de sóboles e raízes se

estabeleçam.

No plantio de mudas, deve-se respeitar algumas premissas como a densidade

da vegetação original, seleção de espécies nativas do bioma Cerrado,

prioridade para espécies atrativas à fauna silvestre, controle de espécies

exóticas, eliminação de fatores de degradação.

A seleção das espécies deve ser feita considerando avaliações florísticas e

ecológicas da vegetação remanescente nas proximidades, em informações de

estudos realizados anteriormente na área em questão e em outras áreas

próximas, considerando, também, a disponibilidade de espécies nos viveiros

locais.

Felfili et. al.(2008) sugerem, ainda, utilizar na composição florística dez

espécies em maior densidade e no mínimo outras trinta em menor quantidade,

procurando não ultrapassar 150 mudas da mesma espécie por hectare.

A Tabela 1 apresenta as espécies que devem ser priorizadas em programas de

recuperação de áreas degradadas em matas de galeria no DF (Silva Júnior, et

al., 2001). Os autores basearam-se na freqüência das espécies selecionadas

em 21 estudos florísticos realizados nas matas de galeria do Distrito Federal.


43

Tabela 1: Espécies prioritárias para programas de recuperação de áreas degradadas em matas de galeria no DF, de acordo com Silva Júnior et al. (2001).

Espécie Nome-comum Família botânica

Tapirira guianensis Aubl. Pau-pombo Anacardiaceae

Copaifera langsdorffii Desf. Copaíba Fabaceae (Caesalpinoideae)

Cupania vernalis Cambess. Camboatá Sapindaceae

Tapura amazonica Poepp. Tapura Dichapetalaceae

Cheiloclinium cognatum (Miers) A.C. Sm. Bacupari-da-mata Hippocrateaceae

Emmotum nitens (Benth.) Miers Sobre Icacinaceae

Virola sebifera Aubl. Virola Myristicaceae

Matayba guianensis Aubl. Mataíba Sapindaceae

Xylopia emarginata Mart. Pindaíba-do-brejo Annonaceae

Hymenaea courbaril var. stilbocarpa Hayne Jatobá-da-mata Fabaceae (Caesalpinoideae)

Pseudolmedia guaranitica Hassl. Larga-galho Moraceae

Myrcia rostrata DC. Guamirim-da-folha-fina Myrtaceae

Aspidosperma subincanum Mart. Peroba Apocynaceae

Licania apetala (E. Mey.) Fritsch Oiti-da-mata Chrysobalanaceae

Calophyllum brasiliense Cambess. Landim Clusiaceae

Siphoneugena densiflora O. Berg Goiaba-do-brejo Myrtaceae

Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. & Frodin Mandiocão-da-mata Araliaceae

Cordia sellowiana Cham. Cordia Boraginaceae

Lamanonia ternata Vell. Cangalheiro Cunoniaceae

Maprounea guianensis Aubl. Cascudo Euphorbiaceae

Sclerolobium paniculatum var. rubiginosum (Mart. ex Tul.) Benth. Carvoeiro-da-mata Fabaceae

(Caesalpinoideae)

Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. Goiaba-da-mata Myrtaceae

Guettarda viburnoides Cham. & Schltdl. Angélica Rubiaceae

Ouratea castaneifolia (DC.) Engl. Folha-de-castanha Ochnaceae

Callisthene major Mart. Cascudinho Vochysiaceae


44

A Tabela 2 mostra as espécies recomendadas para a restauração ecológica da

vegetação do Bioma Cerrado citadas por Parron et. al.(2008).

Tabela 2: Espécies recomendadas para a restauração ecológica no Bioma Cerrado,

de acordo com Parron et al.(2008).

Nome científico Nome popular Formação florestal Formação savânica

Acacia polyphylla Angico monjolo X X

Anadenanthera macrocarpa Angico-preto X X

Astronium fraxinifolium Gonçalo-alves X

Cabralea canjerana Canjerana X

Calophyllum brasiliense Landim X

Cecropia pachystachya Embaúba X

Copaifera langsdorffii Copaíba X X

Croton floribundus Capixingui X

Croton urucurana Sangra d'água X

Cryptocaria aschersoniana Louro-precioso X X

Dimorphandra mollis Faveira X

Dypterix alata Baru X

Enterolobium contortisiliqum Tamboril-da-mata X

Hancornia speciosa Mangaba X

Hymenaea courbaril Jatobá-da-mata X

Hymenaea stigonocarpa Jatobá-do-cerrado X

Inga cylindrica Ingá X

Mauritia flexuosa Buriti X

Myracroduon urundeuva Aroeira X

Ormosia fastigiata Tento X

Piptocarpha macropoda Coração-de-negro X

Pseudobombax longiflorum Embiruçu X

Rapanea guianensis Caparoca-branca X

Sclerolobium paniculatum Carvoeiro X

Simaruba amara Mata-cachorro X

Solanum lycocarpum Lobeira X

Tabebuia carayba Ipê X

Tapirira guianensis Pau-pombo X X

Tibouchina stenostachya Quaresmeira X X

Xylopia aromatica Pimenta-de-macaco X


45

As mudas, nativas do bioma Cerrado, deverão estar com altura entre 30 e 90

cm e apresentar boas condições fisiológicas e fitossanitárias não apresentando

enovelamento do sistema radicular ou deficiência nutricional.

Os plantios devem ter composição mista, com as diversas espécies agrupadas,

dispostas em linhas de espécies pioneiras alternadas com linhas de espécies

secundárias e clímaxes, criando, dessa forma, linhas de sombremento e linhas

de diversidade, reproduzindo um modelo de sucessão ecológica de facilitação,

obedecendo às curvas de nível e serem feitos no período chuvoso.

As técnicas de preparo do solo dependem das características de cada local.

Áreas com predominância de gramíneas devem ser roçadas antes do plantio. A

biomassa roçada deve permanecer no local para decomposição e proteção do

solo. Deve-se promover um rigoroso controle de formigas antes do plantio.

O espaçamento recomendado é de 3 m x 3 m, ou seja, 1.111 mudas por

hectare, densidade próxima a de espécies arbóreas adultas encontradas nas

formações florestais e no Cerrado Sentido Restrito.

O tamanho recomendado para as covas é de 30 cm a 40 cm de diâmetro e 40

cm a 60 cm de profundidade. Devem ser colocados tutores de 1,30 a 1,50 m ao

lado das mudas a fim de identificá-las à distância e guiar o crescimento das

mudas.

As covas deverão ser adubadas com 200 gramas de calcário dolomítico, 150

gramas de termofosfato, 150 gramas de NPK 10-10-10 e 18 litros de esterco de

gado curtido. A aplicação de calcário deverá ser realizada preferencialmente

um mês antes do plantio.

A adubação verde consiste em plantar espécies vegetais que, após atingir seu

pleno desenvolvimento vegetativo, serão cortadas ou acamadas, e a massa

gerada é deixada sobre a superfície ou incorporada ao solo. A adubação verde

tem como finalidade manter ou aumentar o conteúdo de matéria orgânica,

sendo capaz de melhorar as qualidades físicas, químicas e biológicas do solo,

favorecendo o crescimento e rendimento das culturas em sucessão (Souza e

Pires, 2007).


46

Dentre as plantas utilizadas para a adubação verde, as leguminosas são as

mais difundidas, por apresentarem, em geral, um sistema radicular profundo e

ramificado, com capacidade de fixar nitrogênio atmosférico, mediante a

simbiose com bactérias do gênero Rhizobium. (Dourado, Silva e Bolonhezi,

2001).

Atualmente, entre as diversas leguminosas promissoras para adubação verde

na região dos cerrados, destacam-se: guandu (Cajanus cajan), crotalárias

(Crotalaria juncea, Crotalaria spectabilis, Crotalaria ochroleuca e Crotalaria

paulina), feijão-de-porco (Canavalia ensiformis).

As espécies de adubação verde deverão ser plantadas em linhas com

espaçamento de 0,5 m, entre as linhas de árvores, por meio de coquetel de

sementes de modo a utilizar simultaneamente os diversos benefícios das

culturas, conforme ilustrado na Figura 3. As sementes devem ser plantadas na

seguinte densidade: guandu – 60 kg/ha, crotalárias – 30 kg/ha.

Figura 3 - Croqui da disposição das espécies na área de plantio, P= pioneiras, S= secundárias, C= clímaxes, ---------- = Adubação verde.

Os plantios devem circundar os locais com vegetação remanescente, evitando-

se introduzir espécies nesses locais não perturbados a fim de evitar

interferências no processo natural de sucessão.


47

É necessário realizar o controle de espécies invasoras. É comum observar em

áreas perturbadas a presença de vegetação invasora, principalmente o capim

braquiária (Brachyaria sp.). Para que não haja supressão de mudas, resultante

da competição por luz e nutrientes, faz-se necessária a realização de

coroamento com um metro de diâmetro a fim de eliminar essa competição e

auxiliar no estabelecimento da muda. O coroamento deverá ser feito

manualmente com capina.

O uso de leguminosas forrageiras perenes e nativas do Bioma Cerrado, como o

estilosantes (Stylosanthes sp.) e o amendoim–forrageiro (Arachis pintoi) pode

auxiliar no combate às espécies exóticas, como gramíneas e outras plantas, e

na melhoria da fertilidade e da conservação do solo (Parron et. al. 2008).

Ambas devem ser plantadas por sementes, no coquetel de adubos verdes na

seguinte densidade: amendoim-forrageiro – 25 kg/ha, estilosantes – 7,5 kg/ha.

Assim como o coroamento, deverá ser realizada roçagem das áreas duas

vezes por ano a fim de evitar a competição e diminuir o risco de incêndio.

Com relação ao controle de insetos, que são grande causa de insucesso de

povoamentos florestais, em especial as formigas cortadeiras (gênero Atta e

Acromyrmex) e cupins deverão ser controlados. Para este fim, existem diversas

opções de controle ecológico que já vêm sendo testadas e utilizadas pelos

agricultores que praticam agricultura de base ecológica

Estes controles envolvem barreiras físicas, extratos vegetais e plantas

repelentes como mamona, gergelim, coentro, angico, nim e seus preparados,

perturbação de colônias, uso de preparados à base de sal, cinza, vinagre, cal

virgem, enxofre, preparados homeopáticos e agentes de controle biológico

representados por insetos predadores, parasitóides ou por microrganismos

entomopatogênicos, os quais vêm sendo utilizados com sucesso.

Além destes controles diretos, as populações de formigas cortadeiras poderão

ser mantidas em baixos níveis populacionais e sem riscos econômicos pela

realização de adequado manejo do solo e aumento da biodiversidade do

sistema. O aumento planejado da biodiversidade ocorrerá na reserva biológica,


48

estimulado pela ausência de perturbação humana, pelo plantio de espécies

nativas e dos adubos verdes, que são espécies vegetais herbáceas ou

arbustivas que cobrirão rapidamente o solo, fertilizando-o, tendo também a

função de proteger as espécies nativas, que têm crescimento mais lento.

O aumento da biodiversidade proporcionará natural equilíbrio entre as

populações de insetos e animais em geral, mantendo um nível de infestação

baixo. Com um adequado manejo do solo, aumentarão as dificuldades para a

instalação de formigueiros, pois as formigas preferem áreas limpas, sem

cobertura ou cobertura orgânica, sem vegetação rasteira, o que facilita a

construção e aquecimento das panelas. Deve-se trabalhar sempre para ter um

solo cheio de vida e rico em matéria orgânica. A resistência das plantas às

pragas (inclusive às formigas), melhora com o manejo orgânico do solo.

Para o manejo de outras pragas ou doenças que possam surgir, inúmeras

alternativas ecológicas de controle podem ser aplicadas, incluindo os agentes

de controle biológico. Diversas caldas de bioestimulantes, biofertilizantes e

indutores de resistência também poderão ser utilizadas quando necessário,

sem riscos ambientais.

Em último caso, poderá se lançar mão de alguns princípios ativos menos

tóxicos ao ser humano e de menor risco ambiental, autorizados pelo Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a fim de controlar a população de

insetos, respeitando-se as prescrições fornecidas pelo fabricante.

MANUTENÇÃO DOS PLANTIOS

O plantio deverá ser acompanhado por um período de 36 meses a fim de

garantir o pleno estabelecimento das mudas. Mudas mortas neste período

deverão ser substituídas. Durante esse período deve-se fazer a inspeção

quanto à presença de pragas e doenças, e quando necessário, utilizar

controles alternativos naturais, que não comprometam a qualidade de água do

Lago Descoberto. A roçagem deverá ser realizada duas vezes por ano, junto

com o coroamento, durante o período de monitoramento.


49

A manutenção dos plantios realizados na Rebio do Lago Descoberto inseridos

na Rebio do Rio Descoberto será coordenada pela Caesb, a qual deverá

realizar ações de vigilância e fiscalização com o objetivo de reverter situações

que por ventura comprometam a recuperação das áreas. Após esse período,

esse monitoramento será incorporado à rotina de fiscalização dessa Empresa.

Quanto à reabilitação ambiental das propriedades rurais, essa atividade refere-

se às ações de demarcação e revegetação da reserva legal, recuperação de

áreas de preservação permanente, técnicas de uso e conservação do solo,

práticas de contenção e controle de erosão, adequação das estradas de terras

internas (estruturações de peitos de pombo, bigodes e baciões) e prevenção e

combate aos incêndios florestais.

Estratégias de Ação

Validação do projeto “Adequação Ambiental da Reserva Biológica e das

Propriedades Rurais às Margens do Lago Descoberto” em parceria com a

comunidade rural.

Definir, em conjunto com a comunidade, os critérios de priorização das

propriedades a serem beneficiadas, iniciando por aquelas que assinaram

Termo de Compromisso.

Implantar o projeto “Adequação Ambiental da Reserva Biológica e das

Propriedades Rurais às Margens do Lago Descoberto”.

Realizar reuniões com os proprietários selecionados e a equipe técnica para

apresentação do projeto “Adequação Ambiental da Reserva Biológica e das

Propriedades Rurais às Margens do Lago Descoberto” a ser executado em

suas propriedades.

Realizar evento de divulgação do projeto “Adequação Ambiental da Reserva

Biológica e das Propriedades Rurais às Margens do Lago Descoberto” com a

presença de autoridades e beneficiários como marco inicial das atividades.


50

Realizar plantio de essências nativas do cerrado, em atendimento ao projeto

“Adequação Ambiental da Reserva Biológica e das Propriedades Rurais às

Margens do Lago Descoberto”, nas áreas degradadas e/ou perturbadas.

Realizar as atividades de reabilitação ambiental nas propriedades rurais

conforme diagnóstico realizado.

Promover o cercamento da Reserva Biológica do Lago Descoberto.

Realizar o monitoramento por meio da repetição do diagnóstico executado

visando ajustes e estabelecimento de estratégia de continuidade do projeto em

parceria com a comunidade e demais órgãos governamentais.


51

ANEXO 4

IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS

SAFs


52

INTRODUÇÃO

A implantação de sistemas agroflorestais (SAF) como estratégia de formação

das Reservas Legais busca diminuir os conflitos entre as normas ambientais

vigentes e proporcionar a viabilidade socioeconômica da pequena agricultura

familiar.

Construídos a partir do envolvimento social, os sistemas sustentáveis de

produção agroflorestal, deverão ter como base a agroecologia e os sistemas de

adubação verde, tecnologias compatíveis às características ambientais do local

e ao uso do recurso hídrico da bacia para o abastecimento público. As

tecnologias empregadas na implantação dos SAFs deverão ser desenvolvidas,

divulgadas e transferidas para os pequenos produtores da bacia de forma a

reverterem-se em práticas voltadas à recuperação de áreas degradadas da

bacia mantendo-se a qualidade da água no Lago Descoberto.

Numa seqüência de ações, após a implantação dos SAF e visando à

viabilidade socioeconômica da pequena agricultura familiar, o projeto deverá

buscar junto aos parceiros a orientação para estabelecimento de planos de

ação para incremento da renda familiar e dos tipos de produção. Avaliar a sua

representatividade sociocultural e econômica no DF, a tecnologia de mercado

aplicada, além das formas de inserção no mercado local, conforme

desenvolvimento dos modelos agroflorestais estabelecidos.

Os SAF se apresentam como forma de restauração das reservas legais das

propriedades por meio da sensibilização do pequeno proprietário rural

ocupante da bacia hidrográfica do Lago Descoberto para mudança de atitude

sobre a proteção e conservação das águas e das florestas. Representa uma

maneira de diminuir os conflitos entre as normas ambientais vigentes e a

necessidade de viabilizar socioeconomicamente os agricultores familiares e

pequenos produtores patronais presentes nesta bacia.

Sistemas agroflorestais ou agroflorestas são combinações de elementos

arbóreos com herbáceos e/ou animais organizados no espaço e no tempo.

Este conceito contempla a maioria dos desenhos de sistemas agroflorestais.


53

Porém, ainda podemos separar os sistemas agroflorestais em SAF simples

também chamados de consórcios agroflorestais e SAF complexos também

chamados de sucessionais biodiversos.

As agroflorestas são sistemas de produção muito diferentes dos sistemas

convencionais baseados na monocultura, dependência externa, principalmente

de agroquímicos, praticados por grande parte dos agricultores da bacia do

Descoberto. Devido a isto, para permitir uma harmoniosa abordagem com os

agricultores, devem-se utilizar metodologias de extensão rural com forte

alicerce construtivista, de participação, elevada valorização dos saberes e

cultura local num processo de soma, enriquecimento e não de absoluta

desconstrução.

Construídos a partir do envolvimento social e dos princípios agroecológicos, os

sistemas sustentáveis de produção agroflorestal deverão ter como base a

produção de alimentos integrada com o plantio de espécies arbóreas e

arbustivas, a cobertura do solo proveniente dos adubos verdes, palhadas,

galhos, gravetos e restos de podas em geral, a sucessão vegetativa e o

aumento da biodiversidade. Essa base tem como finalidade garantir um

processo com elevado grau de auto-suficiência em termos de fertilidade do

solo, equilíbrio de populações de artrópodes garantindo a independência em

relação ao uso de agrotóxicos.

Os sistemas agroflorestais podem trazer grandes benefícios do ponto de vista

econômico, ambiental e social para a região do Rio Descoberto tais como:

diversidade de alimentos produzidos, , plantas medicinais e ornamentais, além

de serviços como sombra, quebra-ventos, embelezamento da paisagem, abrigo

e fonte de alimentos para a fauna, constituição dos corredores ecológicos,

conservação das espécies vegetais e animais nativas do cerrado, conservação

da qualidade e aumento da quantidade de água do Lago do Descoberto,

estímulo às atividades de educação ambiental, dentre outros. As tecnologias

empregadas na implantação dos SAF deverão ser construídas e divulgadas

para a maior parte dos pequenos produtores da bacia de forma a motivar a

adoção de práticas voltadas à recuperação de áreas degradadas e constituição


54

das reservas legais da bacia mantendo-se a qualidade da água no Lago

Descoberto.

Numa seqüência de ações, após a implantação dos sistemas e visando à

viabilidade socioeconômica da agricultura familiar, o projeto deverá buscar

junto a outros parceiros a orientação para estabelecimento de planos de ação

para incremento da renda familiar e dos tipos de produção. Será necessário

considerar as atividades já em andamento nas propriedades a serem

trabalhadas já que a implementação de SAF requer nos primeiros dois anos de

implantação uma maior dedicação e destinação de mão-de-obra por parte dos

agricultores.

Esta harmonização das atividades atuais dos agricultores, principalmente a

produção de frutas, flores e hortaliças com as novas atividades a serem

propostas para a constituição das áreas de reserva legal terá que acontecer a

partir de um diagnóstico individual e detalhado que proporcionará o referencial

para intensificação ou complexificação de tais atividades.

Desenho de sistemas agroflorestais – São inúmeras as maneiras de se

desenhar sistemas agroflorestais. O desenho de cada SAF depende de fatores

tais como: vocação e base de conhecimento dos agricultores, intensidade e

qualidade da capacitação a ser proporcionada, seus interesses econômicos,

condições edafo-climáticas, exigências legais, nível de degradação ambiental,

dentre outras. Desta maneira, podem-se desenhar sistemas mais simples ou

mais complexos, mais ricos em espécies nativas ou em espécies exóticas ou

em determinada frutífera de interesse comercial, espécies madeireiras, dentre

várias combinações.

De qualquer maneira, a consorciação de diferentes espécies vegetais em um

mesmo agroecossistema exige um cuidadoso planejamento da distribuição

espacial das plantas e sua evolução no tempo. Este planejamento leva em

conta a necessidade de luz, o porte, a forma do sistema radicular e o

comportamento de cada espécie de acordo com as condições edafo-climáticas

locais. São descritas a seguir as possibilidades para implantar sistemas

agroflorestais.


55

Sistemas agroflorestais simples ou consórcios agroflorestais – Neste tipo

de sistema, as espécies nativas e/ou exóticas são plantadas em consórcio de 3

a 10 espécies vegetais com espaçamentos semelhantes aos considerados

para sistemas de monocultivo, embora contenham, em menor grau, elementos

e princípios ecológicos que orientem sua implantação como a cooperação e

sucessão vegetativa. Podem ser propostos para situações de início de

transição agroecológica em que o agricultor tenha dificuldades de incorporar

em sua prática os novos conceitos de ecologia de comunidades de plantas ou

mesmo dificuldades operacionais. Embora mais simples, podem ser bastante

úteis para trabalhos de reabilitação ambiental e constituição de reserva legal.

Devem ser planejados para que haja cooperação entre as espécies, melhor

aproveitamento da irrigação, da adubação, da mão-de-obra e dos espaços

disponíveis. Os cultivos agrícolas e as árvores implantadas se sucedem no

tempo. No primeiro ano são realizados plantios de culturas anuais (milho,

feijão, mandioca, hortaliças) intercaladas com mudas de banana, mamão,

árvores (abacate, manga, graviola, nativas) e adubos verdes.

O plantio das árvores pode ser feito por sementes. No segundo e terceiro anos

faz-se uma rotação de culturas agrícolas anuais e adubos verdes, realizam-se

colheitas e venda de produtos para gerar receita enquanto as árvores crescem.

A partir do 3° ano, com a formação de um bosque jovem, o agricultor pode

plantar outras espécies de árvores que crescem bem na sombra, realizar podas

abrindo espaço para maior incidência de luz no sistema e plantar outras

espécies, sem prejuízo da preservação das espécies de interesse no sistema

(as espécies nativas, por exemplo) ou apenas aguardar o crescimento das

árvores. Nas figuras 4, 5 e 6 pode ser visualizado por ângulos externos e

interno um sistema agroflorestal simples implantado há 18 meses composto de

4 espécies de interesse comercial (banana prata, café, inhame, mandioca).

Na sombra destas espécies de interesse comercial foram plantadas mudas de

ipê e poderiam ter sido plantadas inúmeras espécies nativas de interesse para

reabilitação ambiental, que sob proteção das primeiras, se desenvolveriam

confortavelmente e com vigor. Em trabalhos de pesquisa e extensão rural

constatou-se maior pegamento de mudas e sementes, melhor desenvolvimento


56

e longevidade das espécies nativas com a técnica do agroflorestamento

quando comparada aos plantios realizados a pleno sol sem usar plantas de

cobertura e sem proteção de espécies vegetais chamadas de “criadoras”.

Figura 4 Figura 5 Figura 6

Sistemas Agroflorestais complexos ou sucessionais biodiversos – São

sistemas agroflorestais cultivados com elevado número de espécies vegetais,

normalmente mais de 50 num mesmo módulo, contendo espécies nativas e

exóticas, arbóreas, arbustivas e rasteiras compondo a biodiversidade produtiva

e funcional, plantadas em alta densidade de sementes, estacas e mudas.

Neste caso, há um maior e intensivo aproveitamento das interações ecológicas

entre os seres vivos presentes no sistema.

O manejo da vegetação, com destaque às podas regulares, é apontado como

responsável por uma condição sucessional mais avançada com maior

diversidade e quantidade de vida, maior ciclagem dos nutrientes e mais rápido

desenvolvimento natural da fertilidade do solo com elevação dos níveis de

fósforo, saturação de bases, e matéria orgânica (Peneireiro, 1999). O sistema

se destaca também pelo elevado potencial de produção de biomassa,

alimentos e renda (Santos, 2005).

As agroflorestas ou sistemas agroflorestais sucessionais biodiversos são

inspirados na dinâmica das florestas, onde a biodiversidade e a sucessão

vegetativa possibilitam o maior aproveitamento dos recursos naturais (luz, solo,

água e nutrientes) em função da presença de diferentes espécies de plantas

dentro de uma determinada área com a máxima manutenção e conservação

possível destes recursos. Este planejamento leva em conta a necessidade de


57

luz, o porte, a forma do sistema radicular e o comportamento de cada espécie

de acordo com as condições edafo-climáticas locais. Envolve também

conhecimento sobre a intensidade de cooperação e efeitos de espécies-chave

em relação às demais espécies que comporão o sistema.

No desenho do sistema, o espaço físico é planejado tanto horizontalmente,

considerando a distância entre as linhas de plantas e a quantidade de

sementes ou mudas por metro linear de plantio, quanto verticalmente,

considerando o estrato ou altura potencial que cada espécie pode ocupar

mesmo crescendo lado a lado.

Portanto, uma boa implantação e manejo de sistemas agroflorestais

demandam conhecimento de ecologia, incluindo a sucessão ecológica,

fitossociologia e fenologia e biologia reprodutiva das espécies de interesse, o

que pode ser construído a partir da referência de inúmeras experiências

exitosas envolvendo agricultores familiares (Souza, 2006) e da soma de

conhecimento dos agricultores tradicionais participantes do projeto, dos

pesquisadores e extensionistas com experiência no tema.

Apesar da relativa complexidade que envolve sua implantação e manejo, é

crescente o número de agricultores que adotam este modelo de sistema

agroflorestal em todo o Brasil e no Distrito Federal, graças à compreensão

crescente sobre sua sustentabilidade, longevidade, independência em relação

a insumos externos.

No DF, temos diversas experiências deste tipo de sistema, as quais variam de

1 a 9 anos de funcionamento, tendo demonstrado sua utilidade para a

conservação ambiental em harmonia com a produção de alimentos, bem como

sua vocação como atividade econômica (Figuras 7, 8 e 9).


58


Na região do Lago do Descoberto são muito comuns os pomares comerciais.

Para estes casos, os SAF têm se apresentado como importante opção de

enriquecimento do espaço entre as linhas de plantio das espécies frutíferas,

propiciando aumento e diversificação da produção de alimentos numa mesma

área, maior grau de conservação e fertilização natural do solo, fixação de

carbono, dentre outras vantagens ambientais, econômicas e sociais. As figuras

10, 11 e 12 mostram um sistema agroflorestal em formação em meio às

entrelinhas de pomares de tangerina Ponkan.


O desenho do sistema agroflorestal a ser implantado em cada propriedade

dependerá de fatores diversos, podendo ser construído a partir do diagnóstico

inicial e de forma dialogada com cada agricultor. Apenas como referência, a

figura 13 mostra o desenho de uma agrofloresta implantada em Brasília-DF

(Armando et. al., 2003).


59

Estratégias

Implantar SAF nas reservas legais das propriedades que aderiram ao projeto

mediante assinatura do Termo de Compromisso e conforme diagnóstico

realizado.

Promover o cercamento das Áreas de Reserva Legal das propriedades rurais

na orla do Lago Descoberto.

Realizar o monitoramento por meio da repetição do diagnóstico executado

inicialmente visando aos ajustes e ao estabelecimento de estratégia de

continuidade do projeto em parceria com a comunidade rural e demais órgãos

governamentais.

Figura 13 – Adaptado de Armando et. al. 2003


60

ANEXO 5

MAPA

RESERVA BIOLÓGICA DO RIO DESCOBERTO E CHÁCARAS DO PICAG


61

ANEXO 6

PLANILHAS DE CUSTOS ESTIMADOS


62

ETAPA/ ITEM

DESCRIÇÃO QUANT UNID. VALOR ESTIMADO (R$)

UNIT. TOTAL

a Diagnóstico da situação dos lotes na Rebio do Lago Descoberto 70 lotes 686,29 48.040,00

1.1 Questionário/adequação - - - 11.040,00

1.1.1 Capacitação entrevistadores (5 dias x 8h) 40 h 50,00 2.000,00

1.1.2 Auxílio financeiro/curso para 20 agentes de desenvolvimento

20 agente 100,00 2.000,00

1.1.3 Material instrucional 22 kit 65,00 1.430,00

1.1.4 Alimentação/lanche 125 unid 12,00 1.500,00

1.1.5 Vale transporte para curso 220 unid 3,00 660,00

1.1.6 Aplicação questionário 70 unid 20,00 1.400,00

1.1.7 Validação do questionário 1 d/h 100,00 100,00

1.1.8 Digitação e tabulação de dados/adequação 15 d/h 60,00 900,00

1.1.9 Análise dados/relatório parcial 7 d/h 150,00 1.050,00

1.2 Levantamento da cobertura vegetal e uso do solo

- - - 35.800,00

1.2.1 Aquisição de imagens de satélite 4 cena 7.000,00 28.000,00

1.2.2 Análise e classificação de imagens 2 d/h 150,00 300,00

1.2.3 Trabalho de campo/georreferenciamento/documentação fotográfica

30 d/h 150,00 4.500,00

1.2.4 Locação de veículos e combustível 20 dia 150,00 3.000,00

1.3 Relatório final (15 exemplares x 80 pág.) 1200 cópia 1,00 1.200,00


63

ETAPA/ ITEM DESCRIÇÃO QUANT UNID.

VALOR ESTIMADO (R$)

UNIT. TOTAL

b Plano de Mobilização e Educação Ambiental, Rebio e Reservas Legais

255.740,00

2.1 Elaboração de Plano de Comunicação e Divulgação 70 vb 500,00 35.000,00

2.2 Sensibilização dos Proprietários Rurais e Comunidades Envolvidas - Marco Legal

- - - 17.550,00

2.2.1 Realização de Reuniões de Sensibilização (3 assoc.x30 pessoas) 90 pessoas 27,00 2.430,00

2.2.2 Oficinas de Capacitação em Educação Ambiental 56 oficina 270,00 15.120,00

2.3 Realização de Reuniões de Problematização (112 oficinas, 1120 pessoas, R$27/pessoa)

112 oficina 270,00 30.240,00

2.4 Oficinas de Hierarquização de Necessidades (3 assoc. x 50 pessoas) 3 oficina 13.050,00 39.150,00

2.5 Plano de Ação Interinstitucional (Comitê gestor - 20 pessoas/oficina) 2 oficina 1.740,00 3.480,00

2.6 Gestão Socioambiental (1 reunião c/ 20 pessoas/mêsx4anos) 48 oficina 640,00 30.720,00

2.7 Moderadores/facilitadores das oficinas incluindo material (3 por oficina) 498 facilitador 200,00 99.600,00


64


VALOR ESTIMADO (R$)

UNIT. TOTAL

c Plano de Recuperação Florestal e de Reabilitação Ambiental 211,39 ha 14.937,57 3.157.652,27

3.1 Revegetação da Rebio 211,39 ha 13.896,60 2.937.602,27

3.1.1 Mudas de árvores nativas (espaçam. 3 x 3 m - 1.111/ha + 20%) 281.783 unid. 6,00 1.690.697,22

3.1.2 Corretivo (calcário dolomítico - 0,2 Kg/cova) 52,8475 ton 66,00 3.487,94

3.1.3 Fertilizante químico: termofosfato (0,15Kg/cova) 42,278 ton 1.500,00 63.417,00

3.1.4 Adubo orgânico (esterco de gado curtido - 9 Kg/cova x 2 anos) 5072,0917 ton 50,00 253.604,58

3.1.5 Isca para combate à formigas (4 Kg/ha x 2 anos) 1691,12 Kg 7,80 13.190,74

3.1.6 Marcação das covas 211,39 d/h 40,00 8.455,60

3.1.7 Abertura de covas (Trator c/ broca 40 cm x 60 cm profund. - 50covas/h) 4650,58 h/m 80,00 372.046,40

3.1.8 Covas - preparo acabamento/preparo substrato/enchimento 1479,73 d/h 40,00 59.189,20

3.1.9 Adubo (distribuição manual) 422,78 d/h 40,00 16.911,20

3.1.10 Plantio e replantio 422,78 d/h 40,00 16.911,20

3.1.11 Capina manual (7 dias/hax3x2 anos) 8878,38 d/h 40,00 355.135,20

3.1.12 Combate às formigas (5 visitas/ha x 2 anos) 2113,9 d/h 40,00 84.556,00

3.1.13 Adubação Verde 211,39 ha 925,00 195.535,75

3.2 Cercamento da Rebio 25 Km 8.802,00 220.050,00

3.2.1 Poste de eucalipto tratado d=15-17 cm x 2,5m (piquete) 525 unid. 39,00 20.475,00

3.2.2 Poste de eucalipto tratado d=10-13 cm x 2,2 m c/ 2,5m 9500 unid. 10,50 99.750,00

3.2.3 Arame de aço liso n. 10, rolo com 1000 m 150 unid. 330,00 49.500,00

3.2.4 Grampo de cerca 50 Kg 6,50 325,00

3.2.5 Espaçadores c/1,25 m 20000 unid. 2,00 40.000,00

3.2.6 Bob para arame liso 5000 unid. 2,00 10.000,00


65


VALOR ESTIMADO (R$)

UNIT. TOTAL

d Implantação de sistemas agroflorestais – SAF nas Reservas Legais

176,68 ha 20.099,60 3.551.197,84

4.1 Implantação SAF 176,68 ha 16.088,00 2.842.427,84

4.1.1 Fornecimento de sementes e mudas 176,68 ha 8.143,00 1.438.705,24

4.1.2 Implantação de sistemas agroflorestais - SAF (mão-de-obra) 176,68 ha 3.570,00 630.747,60

4.1.3 Manutenção dos SAF 176,68 ha 4.375,00 772.975,00

4.2 Construção de terraços em nível 200 ha 1.997,40 399.480,00

4.2.1 Terraceamento em nível 200 ha 590,00 118.000,00

4.2.2 Marcação de terraços em nível 50 d/h 100,00 5.000,00

4.2.3 Abertura e fechamento de cerca 200 d/h 40,00 8.000,00

4.2.4 Motoniveladora 600 h/m 150,00 90.000,00

4.3 Recuperação de áreas degradadas

20 ha 4.462,00 89.240,00

4.3.1 Sementes para plantio à lanço 600 Kg 2,00 1.200,00

4.3.2 Corretivo (calcário dolomítico - 2 ton/ha) 40 ton 66,00 2.640,00

4.3.3 Adubo orgânico (esterco de gado curtido - 10 ton/ha) 200 ton 50,00 10.000,00

4.3.4 Sistematização da área com trator de esteiras - 4h/ha. 80 h/m 120,00 9.600,00

4.3.5 Terraceamento com motoniveladora - 3 h/ha 60 h/m 150,00 9.000,00

4.3.6 Gradagem - trator de rodas/grade - 2h/ha 40 h/m 80,00 3.200,00

4.3.7 Transporte de terra (100 m³-20 viagens-60 Km= 1200 Km/ha 24000 Km 1,80 43.200,00

4.3.8 Pá carregadeira - 3 h/ha 60 h/m 120,00 7.200,00

4.3.9 Adubo (distribuição manual) - 4 d/h/ha 80 d/h 40,00 3.200,00

4.4 Cercamento das Reservas Legais 25 Km 8.802,00 220.050,00

4.4.1 Poste de eucalipto tratado d=15-17 cm x 2,5m (piquete) 525 unid. 39,00 20.475,00

4.4.2 Poste de eucalipto tratado d=10-13 cm x 2,2 m c/ 2,5m 9500 unid. 10,50 99.750,00

4.4.3 Arame de aço liso n. 10, rolo com 1000 m 150 unid. 330,00 49.500,00

4.4.4 Grampo de cerca 50 Kg 6,50 325,00

4.4.5 Espaçadores c/1,25 m 20000 unid. 2,00 40.000,00

4.4.6 Bob para arame liso 5000 unid. 2,00 10.000,00


66

ANEXO 7

IMAGENS

CHÁCARAS DO PICAG ÀS MARGENS DO LAGO DESCOBERTO


67

Chácara nº 278

Chácaras nº 279 e nº 280


68

Chácara nº 281

Chácaras nº 282, 283 e 284


69


Chácaras nº 288 e 289


70

Chácaras nº 290A e 290



71

Chácaras nº 294, 295, 296 e 297



72


Chácara nº 306


73




74

Chácara nº 318

Chácara nº 319


75




76


Chácaras nº 420, e 421


77




78




79


Chácara nº 436


80




81

Chácara nº 441



82

Chácara nº 480

Chácara nº 481


83

Chácara nº 482

Chácara nº 483


84

Chácara nº 484


85

15. BIBLIOGRAFIA

ARMANDO, M.S.; BUENO, Y.M.; ALVES, E.R. da S.; CAVALCALTE, C.H.

Agrofloresta para agricultura familiar. Brasília: Embrapa-Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2003. 11p. (Circular técnica, 16).

DAILY, G (org.) Nature's services: societal dependence on natural

ecosystems. Washington: Island Press, 1997. DOURADO, M.C.; SILVA, T.R.B.; BOLONHEZI, A.C. Matéria seca e produção

de grãos de crotalária juncea L. submetida à poda e adubação fosfatada. Scientia agrícola, v.58, n.2, p.287-293, abr/jun. 2001.

FELFILI, J. M.; Fagg, C. W. & Pinto, J. R. R. Recuperação de área degradadas.

In: Conservação da Natureza e Recuperação de Áreas Degradadas na Bacia do São Francisco: treinamento e sensibilização / Organizadores: Jeanine Maria Felfili, Júlio César Sampaio, Carmem Regina Mendes de Araújo Correia. Brasília,DF. Centro de Referência em Conservação da Natureza e Recuperação de Áreas Degradadas (CRAD). 2008.

FONSECA, C. E. L. da; Ribeiro, J.F.; Souza, C. C. de; Rezende, R. P. &

Balbino, V. K. Recuperação da vegetação de matas de galeria: estudos de caso no Distrito Federal e Entorno. In: Cerrado: caracterização e recuperação de matas de galeria / Editores José Felipe Ribeiro, Carlos Eduardo Lazarini da -Fonseca, José Carlos Sousa-Silva. – Planaltina, DF. Embrapa Cerrados, 2001.p.815-870.

PARRON, L.M.; Coser, T. R. & Aquino, F. de G. Restauração ecológica da

vegetação no Bioma Cerrado. In: Cerrado: desafios e oportunidades para o desenvolvimento sustentável / Editores:. Lucilia Maria Parron, Ludmilla Moura de Souza Aguiar, Eny Duboc, Eduardo Cyrino Oliveira-Filhgo, Amabilio Jossé Aires de Camargo , Fabiana de Góis Aquino. Planaltina, DF. Embrapa Cerrados, 2008. p.345-378.

PENEIREIRO, F.M. Sistemas Agroflorestais dirigidos pela sucessão

natural: um estudo de caso. Tese de Mestrado. ESALQ/USP, Piracicaba. 1999. 138p.

SANTOS, F. C. B. Aspectos da ecologia e da extração de folhas da

palmeira Ubim (Geonoma deversa (Poit.) Kunth. Arecaceae) na Reserva Extrativista Chico Mendes, Estado do Acre. 77 p. Monografia (Graduação em Engenharia Agronômica) – Universidade Federal do Acre, 2005.

SILVA JÚNIOR, M.C. et al. Análise da flora arbórea de Matas de Galeria no

Distrito Federal: 21 levantamentos. In: RIBEIRO, J.F.; FONSECA, C.E.L.; SOUSA-SILVA, J.C. Cerrado: caracterização e recuperação de Matas de Galeria. Planaltina, DF: EMBRAPA Cerrados, 2001. p. 142-191.


86

SOUZA, H. N. Sistematização da experiência participativa com sistemas agroflorestais: rumo à sustentabilidade da agricultura familiar na Zona da Mata mineira. Viçosa, 2006.127 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Viçosa.

SOUZA, J.B.; PIRES, F.R. Adubação Verde e Rotação de Culturas. Caderno Didático – Ciências Agrárias - UFV, Viçosa, 2007. 72p.

WUNDER, Sven; THE, Bui Dung: IBARRA, Enrique. (2005). Payment is good, control is better: why payments for environmental services in Vietnan have so far remained incipient. Bogor (Indonesia): CIFOR.

adequação ambiental da reserva biológica e das propriedades … · 2018-11-13 · § 1º a...

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