adequaÇÃo do projeto polÍtico pedagÓgico da … · novas práticas ancoradas nas possibilidades...
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ADEQUAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA EDUCAÇÃO BÁSICA COM INCORPORAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E DA ECOLOGIA
Lucrecia Cristina Pamplona de Souza1 Maria do Carmo Duarte Freitas2
RESUMO
A realidade das escolas públicas, em especial, as incluídas no Programa Superação, no Estado do Paraná, conduz os envolvidos nos processos educativos a buscarem novas práticas ancoradas nas possibilidades oferecidas pelas Tecnologias de Informação e Comunicação - TICs, renovando a cultura escolar e trazendo a ressignificação do seu contexto, tornando-o mais próximo da realidade que a acelerada renovação tecnológica impõe, bem como contemplando a questão ambiental, uma necessidade primeira dada às mudanças climáticas já em curso diante do aquecimento global. O Projeto Político Pedagógico – PPP das instituições de ensino necessita sofrer adequação para que contemple o uso pedagógico das TICs e a Ecologia como forma de propor inovações às práticas pedagógicas e ampliar o nível de consciência individual e coletiva para instituir ações que permeiem toda e qualquer atividade tanto na comunidade escolar quanto na sociedade em seu entorno, permitindo dessa forma um envolvimento no enfrentamento dos problemas ambientais locais e a inovação das práticas pedagógicas, ressignificando o espaço escolar. A análise dos PPP trouxe a necessidade dessa adequação para melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem, bem como a sustentabilidade das ações individuais com repercussão para a qualidade de vida futura no planeta. Palavras-chave: Projeto Político Pedagógico. Tecnologias de Informação e Comunicação. Ecologia. Qualidade de Ensino. Sustentabilidade.
ABSTRACT
The reality of public schools, in particular, those included in Parana State’s Overcoming Program, leads to all those involved in educational process to look for new practices anchored in the possibilities offered by Information Technology and Communication – ITC, renewing the school culture and bringing the reframing of its context, making it closer to the reality that the accelerated technological renovation imposes, as well contemplating the environmental issue, a first necessity because of 1 Secretaria de Estado da Educação. Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE. Área Gestão
Escolar. 2 Departamento de Ciência e Gestão da Informação – UFPR. Doutorado em Engenharia da Produção
(2003) - UFSC
2 the climate change caused by global warming. The Pedagogical Political Project – PPP of Education Institutes need to suffer an adequacy to contemplate the ITC’s pedagogical use and the Ecology as a way to propose innovations to the pedagogical practices and increase the level of both individual and collective consciousness to institute actions that permeate any and all activity in both school community and the society around them, thus allowing an involvement in the combat of the local ambient issues and the innovation of pedagogic practices, giving a new meaning to the scholar role. The analysis of the PPP has brought the necessity of this adequacy to the improvement of teaching and learning quality, as well the sustainability of individual actions with repercussion for the future quality of life on the planet.
Keywords: Pedagogical Political Project. Information Technology and Communication. Ecology. Quality Education. Sustainability.
1 INTRODUÇÃO
O trabalho educativo deve garantir formação da cidadania e propiciar o
acesso aos conhecimentos científicos convertidos em saber escolar através da
transposição didática que, segundo Forquim (1993), é o meio pelo qual converte - se
o conhecimento produto histórico-cultural em conteúdo/saber escolar, objeto da
formação dos alunos, utilizando critérios como, por exemplo, o da adequação às
condições de aprendizagem, a atribuição de sentido, etc...
Para Severino (1998), para que “a prática educativa real seja uma práxis
(atividade humana orientada a um fim), é preciso que ela se dê no âmbito de um
projeto. A escola é o lugar institucional de um projeto educacional.”
A construção coletiva de um projeto educativo que estabeleça ações que
visem à efetivação do processo ensino e aprendizagem, e a busca da promoção do
desenvolvimento pleno do cidadão, materializa-se na construção coletiva do Projeto
Político-Pedagógico - PPP é por meio dele que se fará a opção pelo tipo de cidadão
que se quer formar de acordo com a concepção de sociedade assumida. Ao Projeto
Político Pedagógico da escola cabe incluirmos a palavra Eco, portanto ao fazer
referência a este documento, utilizaremos à sigla PEPP – Projeto Eco Político
Pedagógico.
Segundo Padilha (2009), o PEPP deve oferecer subsídios a um trabalho
coletivo buscando uma intencionalidade definida tanto pedagógica, quanto
politicamente, oferecendo a oportunidade de estabelecer-se uma prática menos
3 excludente. É uma possibilidade de aliar teoria e prática, uma ponte entre as
grandes finalidades da educação e as ações cotidianas.
A urgência em abordar, tratar e efetivar práticas em torno da inserção das
TIC como inovação nas práticas pedagógicas, bem como de planejar e executar
ações no sentido de garantir qualidade ambiental às futuras gerações é, pois o
objetivo que se desenvolve este artigo.
2 CONCEITO E FUNÇÃO DE UM PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
O Projeto Político Pedagógico - PPP das instituições deve expressar sua
identidade, bem como adequar-se às mudanças ocorridas na sociedade em função
do avanço tecnológico e o potencial uso das mídias para a inovação nas práticas
pedagógicas e processos de ensino e aprendizagem.
Para Veiga (1995) apud Gadotti:
Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar – se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores.
Segundo a autora, o projeto deve superar um simples agrupamento de
planos e atividades diversas, buscando um rumo, uma direção. Constitui – se em
uma ação intencional, com um sentido explícito, e um compromisso definido
coletivamente, daí a articulação político pedagógica, visto que o PPP precisa estar
comprometido com a formação política do cidadão para um tipo de sociedade
(VEIGA, 1995).
O PPP tem como função primeira a articulação de ações e intenções na
escola para que “esta não perca em atividades rotineiras e fragmentadas a
intencionalidade político pedagógica de um projeto emancipador” (SOUZA, 2005).
Nesta perspectiva, o PPP construído coletivamente é elemento fundamental
na organização das atividades, mediador das decisões e condução das ações da
escola, permitindo a análise dos seus resultados e impactos. Ainda segundo o autor
4 o PPP “se constitui num retrato da memória histórica construída, num registro que
permite a escola rever sua intencionalidade e sua história” (SOUZA, 2005).
2.1 SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E TECNOLOGIAS INOVADORAS PARA
EDUCAÇÃO
Sobre a Sociedade do Conhecimento, Hargreaves (2004) afirma:
Vivemos em uma economia do conhecimento, em uma sociedade do conhecimento. As economias do conhecimento são estimuladas e movidas pela criatividade e pela inventividade, as escolas dessa sociedade precisam gerar essas qualidades.
O autor afirma que o professor deve ser a alavanca desse processo, criando
comunidades de aprendizagem, ampliando as potencialidades para a inovação, a
flexibilidade e as possibilidades para a mudança, específicas desta sociedade, que
tem no conhecimento “um recurso flexível, fluido, em processo de expansão e
mudança incessante”. (HARGREAVES, 2004)
Outro aspecto abordado pelo autor, diz respeito a um ensino com ênfase nas
habilidades de raciocínio, metacognição (a reflexão sobre o pensamento),
aprendizagens significativas com abordagens construtivistas, utilizando a
cooperação, as inteligências múltiplas e diferentes “hábitos da mente”. Para tanto,
“utilizaria uma ampla gama de técnicas de avaliação e a informática e outras
tecnologias de informação que capacitem os alunos para acessá-las de forma
independente”. (HARGREAVES, 2004)
Estas observações implicam em um diferencial na forma de ensinar e
aprender na sociedade do conhecimento, exigindo compromisso e aprimoramento
constante em relação à própria aprendizagem profissional dos professores e seu
envolvimento em comunidades de aprendizagem tanto presenciais, quanto virtuais,
desenvolvendo pesquisas e realizando análise coletiva sobre dados do desempenho
dos alunos, para que haja mudanças que possam beneficiá-los.
Vivencia-se neste início de século uma acelerada renovação tecnológica que
traz transformações sociais e mudanças na forma como se constrói o conhecimento.
Neste contexto o uso das tecnologias educacionais permite amplas possibilidades
5 de interação entre o currículo e os sujeitos que o movimentam. (TEXTO CGE/
SEED,2008)
Para Almeida (2008), as tecnologias são instrumentos culturais do mundo
atual e trabalham com as linguagens adotadas pelos estudantes em suas práticas
sociais, promovendo a articulação dos conhecimentos sistematizados através de
contextos e estratégias que transitam entre as diferentes linguagens multimídia
(som, imagem, texto, animação, vídeo).
A escola não pode desconsiderar este movimento referente ao
desenvolvimento tecnológico, diante do qual surgem novas possibilidades de
interação e inovações nas práticas pedagógicas. (TEXTO CGE/SEED, 2008)
Almeida e Alonso (2007), consideram o gestor como elemento fundamental
e facilitador no trabalho com as novas tecnologias, depende de suas ações o
processo de estímulo ao uso das tecnologias pelos professores em suas práticas,
cabendo, de outro lado ao professor dar o impulso inicial para que os estudantes
explorem esses recursos, tornando o ensino e a aprendizagem mais próximos da
vivência dele.
O sistema de avaliação externa a que se submetem os alunos e a própria escola, vem contribuindo para evidenciar que a responsabilidade pelos resultados da aprendizagem dos alunos não é apenas dos professores, como também dos gestores e de todos os envolvidos no trabalho escolar. (ALMEIDA e ALONSO, 2007).
Para as autoras, o conceito de gestão democrática é ampliado promovendo
novas formas de relacionamento no espaço escolar, desenvolvendo a autonomia e o
trabalho de equipe.
Neste sentido, o líder deve levar a articulação do trabalho em equipe,
possuir visão global do processo pedagógico orientado pelo PPP que deve refletir a
necessidade da inovação, proporcionando novas formas de ensinar e aprender.
A utilização das TICs como possibilidade de envolver os sujeitos da ação
educativa em um processo de interação para além da sala de aula deve encontrar
no gestor o elo para sua efetivação.
É necessário que a escola esteja atenta às transformações sociais e aos
avanços tecnológicos “a fim de se beneficiar deles, trazendo para si novas propostas
de ação que favoreçam o desenvolvimento do professor e a aprendizagem do
aluno.” (ALMEIDA E ALONSO, 2007).
6 Estas acrescentam a possibilidade de um ensino e uma aprendizagem mais
próxima à realidade vivenciada pelos educandos, mediada pelos recursos
tecnológicos, aberta para um mundo de ambientes interativos.
2.1.1 Ensino
Silva (2003) considera a educação como o processo de apropriação das
práticas culturais, onde os indivíduos tornam - se parte da sociedade em que vivem,
identificando-se com ela e, ao mesmo tempo, diferenciando-se, tornando-se
propriamente indivíduo.
Face ao entendimento da educação como a apropriação do saber
historicamente produzido e os resultados apresentados nos índices de avaliações
nacionais, principalmente, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica –
IDEB, pelos estudantes das escolas públicas, todos os envolvidos nos processos de
gestão, em todos os níveis, são levados a buscar novas possibilidades, que tornem
as práticas pedagógicas mais significativas visando transformar essa realidade.
Almeida (2008) afirma que as tecnologias potencializam o ensino à medida
que utilizam a linguagem dos estudantes vivenciadas em suas práticas sociais.
Segundo Moran (2009), para conhecer é preciso haver interação,
comunicação, ter contato com a informação é o primeiro passo para conhecer.
Conhecer é estabelecer relações, integrar, contextualizar, internalizar. Conhecer é
saber, descobrir, é ir além da superfície, do previsível, daquilo que está fora,
apropriar-se. O processo de interação externa e interna leva ao conhecimento,
aprofundando-se através da comunicação aberta e confiante.
O autor salienta que o educando precisa ser estimulado a buscar várias
fontes de informação tornando-se co-autor do processo de aquisição do
conhecimento e de sua escolarização, superando a passividade e levando a um
processo de formação pessoal baseado na interatividade.
E prossegue afirmando que é possível mudar a forma de ensinar e de
aprender, onde o ensino se torna mais compartilhado. “Orientado, coordenado pelo
professor, mas com profunda participação dos alunos, individual e grupalmente,
onde as tecnologias nos ajudarão muito, principalmente as telemáticas”. (MORAN,
2009)
7 Cabe à escola proporcionar condições para que as aprendizagens tornem-se
significativas, possibilitando ao indivíduo desenvolver-se com o apoio das TICs. Um
PPP articulado com as demandas da sociedade da informação precisa garantir estas
condições a todos aqueles que estão nesse processo de aquisição do
conhecimento.
“Assumir a função primordial da escola: educar, ensinar / aprender, e
dinamizar os conteúdos curriculares de maneira a provocar a participação do aluno”.
(VEIGA, 1998).
2.1.2 Aprendizagem
Para Souza (2005) todas as ações desenvolvidas na escola devem estar
voltadas a um mesmo objetivo que é a formação do aluno. Desta forma, mesmo que
desenvolvidas individualmente, as práticas pedagógicas possuem uma natureza
sempre coletiva. A formação do educando acontece a partir da apropriação de
valores, idéias, saberes que são trabalhados por cada professor. O trabalho pedagógico norteado por um projeto educativo deve visar à
superação de práticas fragmentadas, que ocorrem como reflexo da divisão do
trabalho na sociedade, visando atingir a finalidade educativa, com intencionalidade
clara expressa no PPP.
O panorama da educação brasileira, segundo dados do Instituto Nacional de
Pesquisas Educacionais - INEP – 2007 apresenta das 4.349 cidades avaliadas de 1ª
a 4ª série – Ensino Fundamental: 94,5% com Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica - Ideb<5 e de 2.453 cidades avaliadas de 5ª a 8ª série – 99,4%
com Ideb<5. O índice é formado pela conjunção de dados da Prova Brasil -
avaliação feita com todos os alunos das escolas públicas de 4ª e 8ª séries do ensino
fundamental - e resultados de evasão escolar e de aprovação. O conceito vai de 1 a
10, sendo que 6 - nota que os países desenvolvidos, em conjunto, já alcançam em
exames internacionais.
Estes dados traduzem-se em um desafio emergente, “garantir o ingresso do
aluno na idade adequada, sua permanência na escola e criar condições para que ele
aprenda”. (ALMEIDA, 2008).
8 O uso das TICs apresenta-se como alternativa a uma aprendizagem mais
significativa, pois segundo Almeida permite o atendimento a distintas necessidades
de aprendizagem, a exploração da interatividade, a participação de qualquer lugar a
qualquer tempo, a expansão das atividades cognitivas, a mediação tecnológica, o
exercício de co-autoria e o desenvolvimento do currículo.
A avaliação, como parte constitutiva do processo de ensino e aprendizagem,
na concepção progressista de educação, deve se constituir em uma prática
emancipadora, tendo uma função diagnóstica, que é permanente e contínua, um
meio de obter informações sobre a prática pedagógica para que se realizem as
intervenções e/ou modificações desta prática e dos processos de aprendizagem.
Nesta concepção, a avaliação pressupõe tomada de decisão. O estudante
deve tomar conhecimento dos resultados de sua aprendizagem e agir em prol das
mudanças necessárias à melhoria do seu rendimento escolar, quando este se
apresentar insuficiente. (TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS, 2009)
2.2 A INSERÇÃO DA ECOLOGIA NO PPP
O tema do Projeto Fera Com Ciência 2009 “Cultura e Tecnologia na
Preservação Ambiental” (PORTAL DIA A DIA, 2009), traz em sua fundamentação
teórica: a tecnologia é parte da cultura, sendo este produto da construção histórica
humana, bem como o caminho para a reflexão sobre as condições do homem como
sujeito do meio em que vive, tendo a capacidade de intervir nesse meio, primando
pela sua preservação.
Considera, que “tudo o que vivemos e produzimos é cultura... o homem
produz a cultura e esta pode promover o desenvolvimento da sociedade ou causar
sua degradação por meio do uso das tecnologias.” (PORTAL DIA A DIA, 2009).
E prossegue, afirmando que as práticas pedagógicas investigativas
contribuem para que se reflita sobre as condições humanas em seu ambiente e sua
cultura.
Acredita-se que a inclusão da ecologia no PPP está de acordo com estas
concepções de cultura e tecnologia ancoradas na sustentabilidade para a
preservação ambiental.
9 Padilha (2007) apresenta um breve conceito sobre a inclusão da ecologia no
PPP, que passa a denominar - se Projeto Eco Político Pedagógico - PEPP “processo
de mudança, com base nas experiências do passado e nas vivências do presente
visando ao futuro sustentável das atividades educacionais, portanto locais. Estas
que, por sua vez, influenciam o futuro sustentável do planeta”. Ainda segundo o
autor os principais eixos do PEPP são os princípios de:
a) convivência, que irão definir as formas de relacionamento no espaço
escolar, com o ambiente e entre os membros da comunidade escolar;
b) gestão democrática estabelece a decisão coletiva sobre as prioridades
na escola;
c) leitura de mundo, pressupõe conhecer a realidade para, a partir daí
propor mudanças;
d) avaliação dialógica, tanto das aprendizagens, quanto institucional;
e) currículo, isto é, o conjunto de ações, relações e aprendizagens
realizadas na unidade educacional.
A elaboração do PEPP precisa envolver todos os segmentos escolares,
devendo haver unicidade e integração ativa das ações, para que seja legítimo,
enquanto representação das propostas de ações da escola. Segundo o documento
“Construindo a Agenda Escolar 21”, em sua versão preliminar:
A escola, tendo como um de seus objetivos, a formação humana, também tem papel fundamental em proporcionar aos seus componentes a compreensão da realidade. Por abranger grande parte de uma área geográfica, possibilita uma nova forma de entender a relação humana entre si e com o ambiente natural. Entre os componentes da escola temos um grande público de crianças e jovens que poderão transportar, para suas famílias, os resultados obtidos, conseguindo a participação dos mesmos nas ações da escola.
Observa-se fragilidade nas ações conjuntas dos estabelecimentos escolares,
pois a abrangência das ações são limitadas no que se refere aos princípios
estabelecidos no PEPP, sejam estas por falta de interesse, tempo, ou liderança ativa
realmente preocupada e envolvida em tratar os assuntos emergenciais referentes ao
meio ambiente, diante dessas circunstâncias a construção do PEPP é fator decisivo
para o enfrentamento da realidade posta em relação ao meio ambiente.
Zitzke (2002) situa a educação ambiental enquanto “educação política e
prática da cidadania”, neste sentido, de acordo com o autor, apud Reigota (1994)
10 “reivindica e prepara os cidadãos para exigir justiça social, cidadania nacional e
planetária, autogestão e ética nas relações nas relações sociais e com a natureza”.
Anos 60 - Contexto do Pós 2ª Guerra; bombas atômicas de 1945 no Japão.
- Início da reflexão mundial sobre o futuro do planeta teve como marco o lançamento do livro Silenciosa Primavera, de Rachel Carson (1962), que alertava sobre o impacto do homem sobre a natureza. - A sociedade passa a refletir sobre o impacto das atividades humanas no meio ambiente, gerando uma série de discussões e debates entre os estudiosos.
Anos 70 - Metas e estratégias para consolidar a Educação Ambiental. - A UNESCO realiza, no ano de 1970, a Reunião Internacional Sobre Educação Ambiental nos Currículos Escolares, em Paris. - Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano em Estocolmo, Suécia (1972). A Educação Ambiental passa a ter importância no combate ao depredamento do meio ambiente, mostrando ao ser humano a sua fatia de responsabilidade. - Carta de Belgrado (1975) pela UNESCO: nova ética mundial. - 1ª Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental de Tsibili (1977), onde foram determinados objetivos e as estratégias para legitimar a Educação Ambiental, que continuam em vigência até hoje.
Anos 80
- Consolidação da Educação Ambiental e expansão da conscientização. - Congresso Internacional de Educação e Formação Ambiental (1977) em Moscou: discussão do desenvolvimento sustentável na formação de profissionais.
Anos 90 - Respeito às particularidades de cada país, para que todos possam utilizar os recursos conforme suas características sócio-econômicas. - Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente no Rio de Janeiro (1992), que foi de fundamental importância para a educação ambiental brasileira. Criação da Agenda 21, Tratado das ONGs e a Carta da Terra.
QUADRO 1 – TRAJETÓRIA MUNDIAL DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL FONTE: Caderno Temático da Educação Ambiental. Portal Dia a Dia Educação.
No Brasil, a partir da ECO-92 são encaminhadas ações que buscam ampliar
as práticas da Educação Ambiental.
Em 1996 é sancionada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que
“evidencia a dimensão ambiental na amplitude dos processos formativos do cidadão
e na integração de novos temas, considerando as inter – relações decorrentes dos
processos sociais, culturais e ambientais...” (PORTAL DIA A DIA EDUCAÇÃO,
2009).
O mesmo documento traça a trajetória da Educação Ambiental Nacional,
reforçando a formação de sujeitos políticos, capazes de pensar e agir criticamente
na sociedade, baseado nas vias de emancipação e transformação social.
Pode-se acrescentar a necessidade de adequação dos projetos educativos
das instituições para a efetivação das práticas de Educação Ambiental,
contemplando as peculiaridades de cada região.
11 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia de aplicação seguiu os passos modelo instrucional 5E de
aprendizagem que se desenvolve em cinco etapas.
O termo 5E foi cunhado a partir das iniciais em inglês, de cada etapa que
são: Engage (Envolvimento); Explore (Exploração); Explain (Explicação); Elaborate
(Elaboração ou aprofundamento) e Evaluate (Avaliação somativa).
O Documento “Diálogos com a Prática – SESI” (2008), assim descreve o
modelo 5E de Aprendizagem:
A etapa de envolvimento tem o objetivo de estimular os alunos a
interessarem-se pelo tema despertando sua motivação. Os objetivos a serem
cumpridos são estabelecidos a partir desta etapa, que tem na avaliação diagnóstica
a identificação e análise do que o estudante possui de conceito precedente ao tema
abordado.
Na exploração, a atividade em equipe é estimulada e há a manifestação das
representações individuais para o compartilhamento, levando a ampliação das
idéias. O trabalho coletivo deve buscar a investigação, coleta e registro de dados, a
organização das informações e tomada de decisões. Nesta etapa a avaliação é
formativa, coletando dados a respeito do progresso e das dificuldades de
aprendizagem apresentadas, é válida a utilização da auto-avaliação e o trabalho
discursivo, como registro escrito do estudante.
Na explicação o professor terá como apoio as observações anteriores,
levando a ressignificação das informações já obtidas. Os assuntos trabalhados nos
estágios anteriores terão uma abordagem mais ampla e pertinente à atualidade, ou
seja, a contextualização do assunto. A avaliação nesta fase do trabalho também é
formativa, com todas as possibilidades já apresentadas.
A elaboração ou aprofundamento é a etapa onde acontece a ampliação dos
conhecimentos através da interdisciplinaridade. Os objetivos propostos para o tema
devem prever esta interligação com as outras disciplinas, bem como a avaliação que
será realizada em conjunto pelas diferentes disciplinas, incluindo todas as
possibilidades da etapa anterior, buscando, porém, exigir respostas mais elaboradas
pelos estudantes.
A avaliação somativa encerra a atividade e busca traçar o alcance dos
objetivos estabelecidos no planejamento do ciclo. Para esta avaliação, deve-se
12 estabelecer critérios claros que tragam as melhores condições de interpretar as
informações obtidas, bem como quais instrumentos de avaliação possibilitarão essa
interpretação.
Os resultados obtidos servirão de base para a tomada de decisões em
relação ao processo ensino-aprendizagem, o que permite um constante
aperfeiçoamento.
4 APLICAÇÃO DO MODELO INSTRUCIONAL 5 E DE APRENDIZAGEM NO COLÉGIO ROMÁRIO MARTINS
Apresenta-se a descrição das etapas trabalhadas no Projeto de Intervenção
Pedagógica aplicado no Colégio Romário Martins do município de Piraquara
pertencente ao Núcleo Regional Área Metropolitana Norte, que conta com 1.377
alunos das séries finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
A instituição de ensino base para a pesquisa, Colégio Romário Martins, fica
situado no município de Piraquara, região metropolitana de Curitiba. Inúmeras
nascentes do Rio Iguaçu estão localizadas nesta cidade, que é responsável por 50%
da água que abastece Curitiba e região e tem seu território em áreas de preservação
ambiental. (TESSEROLI, 2008)
A região de localização da escola impulsionou a busca de efetivar o PEPP,
pois não fazia referência quanto à Educação Ambiental em seu projeto educativo.
Em relação ao desempenho dos estudantes, a escola está incluída no
Programa Superação da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED, pois
apresenta altos índices de evasão e repetência e IDEB 3,2 considerado baixo, diante
da média projetada que é igual a 6,0.
Adequar o PPP desta escola, reforçando a intencionalidade educativa e
incluindo as TICs como possibilidade de inovação e potencialização da
aprendizagem foram os desafios que se apresentaram para o desenvolvimento da
pesquisa.
Como primeiras investigações, foram analisados os PPP das escolas
incluídas no Programa Superação no município de Piraquara, sendo cinco no total,
com o objetivo de pesquisar àquelas que faziam referências ao uso pedagógico das
TICs no documento.
13 Aos gestores aplicaram – se questões abertas sobre o principal entrave para
a utilização das TICs e os fatores que influenciariam mudanças na realidade escolar
sendo a escola participante do Programa Superação da SEED.
Para a coleta de dados aplicou – se como instrumento de pesquisa um
questionário tanto aos professores, como aos estudantes que formam o Conselho de
Representantes de Turmas – CRT.
O instrumento de pesquisa foi elaborado a partir de dois tipos de questões:
as questões de resposta aberta, onde o respondente pode expressar suas idéias
sobre as questões propostas e as questões de resposta fechada, onde o
respondente apenas seleciona a opção dentre as apresentadas, a que mais se
adéqua à sua opinião.
As questões de respostas fechadas foram montadas com base na escala de
Likert, que é usada que é usada quando há a intenção de se coletar os sentidos,
opiniões e atitudes dos entrevistados.
“Ao responderem a um questionário baseado nesta escala, os entrevistados
especificam seu nível de concordância com uma afirmação”. (WIKIPEDIA, 2009)
4.1 ENVOLVIMENTO
Em reunião com a equipe de Direção, Coordenação Pedagógica e a
Secretária do Colégio Romário Martins do município de Piraquara pertencente ao
Núcleo Regional Área Metropolitana Norte, procedeu – se a apresentação pessoal
com ingresso no Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE na área de
Gestão Escolar. A seguir, a apresentação de pôster onde constam os itens principais
do trabalho: tema, justificativa, objetivos propostos em consonância com a
abrangência do trabalho do professor PDE: a melhoria da qualidade da educação
pública paranaense.
Houve a abertura a questionamentos, sugestões e possibilidades de
integração do trabalho na escola, com registro preliminar dos posicionamentos
apresentados sobre o uso pedagógico das TICs.
14 4.2 EXPLORAÇÃO
Esta fase teve o envolvimento de toda a equipe gestora do Estabelecimento
de Ensino (diretores e equipe pedagógica) e alguns professores e alunos que
formam o Conselho de Representantes de Turmas -, CRT, ou seja, os professores
representantes de turma e os alunos que as representam, e também a secretária e
alguns auxiliares técnico-administrativos, onde se fez a explanação sobre os
objetivos do trabalho a partir da apresentação do pôster. Em seguida os participantes realizaram visita ao laboratório de informática e
as salas de aula que possuem TV multimídia, onde responderam ao questionário
sobre a utilização dos recursos tecnológicos.
4.3 EXPLICAÇÃO
Aconteceu em momento específico de reflexão (Formação Continuada)
envolvendo todos os segmentos da instituição, educadores, profissionais da
educação docentes e não docentes, pedagogos, administrativos e de apoio ao
trabalho escolar, com o objetivo de:
a) repensar sobre a função social da escola, a intencionalidade educativa e
os desafios educacionais contemporâneos.
b) explorar o significado de a escola ter um Projeto Político Pedagógico que
traga sua identidade, a concepção de sociedade os objetivos da escola e
todas as ações desenvolvidas nesta.
c) refletir como os currículos se desdobram a partir dos posicionamentos
frente aos desafios cotidianos, sem perder sua essência que é a
organização dos saberes da disciplina e como cada educador deve
compreender o conteúdo proposto em sua totalidade numa concepção
dialética em consonância com a intencionalidade da escola e a formação
crítica de seus sujeitos.
A partir desta abordagem, inseriu-se o tema referente ao uso das
tecnologias educacionais por todos aqueles que movimentam o currículo, sem
desvincular a ação pedagógica intencional. Apresentando os resultados preliminares
obtidos nas etapas anteriores. Como estratégia foram utilizados recursos multimídia
15 para potencializar a explicação do trabalho desenvolvido na escola e a importância
da participação de todos para que haja realmente inovações no espaço escolar, no
trabalho coletivo e colaborativo de inovação pedagógica.
4.4 ELABORAÇÃO OU APROFUNDAMENTO
Etapa realizada com a direção, equipe pedagógica e professores, tendo
como referencial teórico o Texto da Coordenação de Gestão Escolar - CGE que
subsidiou os estudos da Semana Pedagógica de julho de 2008. A busca por uma ressignificação da função social da escola transparecendo
em ações que busquem investigar os currículos a partir dos educandos, sendo estes
reconhecidos como sujeitos da ação educativa. Os profissionais que exercem a
prática pedagógica cotidiana não podem negar a influência da acelerada renovação
tecnológica na educação.
As TICs na escola conduzem a um repensar sobre as formas de organizar
os espaços de aprendizagem. Estas ferramentas por si só não revolucionam o
ensino se as utilizamos reproduzindo metodologias instrucionistas numa nova
roupagem. Precisa-se desenvolver de forma colaborativa uma constante
ressignificação de metodologias, com vistas a atender as necessidades dos
educandos, para que este seja co-autor de sua aprendizagem, os espaços
educativos não sejam limitados, a pesquisa, reelaboração e interação façam parte
desta cultura mediada pela tecnologia. A pesquisa envolveu os sujeitos da ação educativa em um trabalho
colaborativo com uma intencionalidade definida: A adequação do Projeto Político
Pedagógico (PPP) referenciando as TICs como ferramentas para busca da
construção e apropriação dos conhecimentos.
Essas concepções – de conhecimento escolar da seleção cultural que forma
o currículo e vem a construir a Proposta Pedagógica Curricular terá reflexo na
adequação do PPP.
Utilizando-se das ferramentas tecnológicas a fundamentação teórica
subsidiou a inserção dos temas contemporâneos no PPP, com ênfase na Gestão
das Tecnologias de Informação e Comunicação adequando – o nesta perspectiva
16
Segundo Gioppo (2006):
Ao aprofundar conhecimentos sobre o objeto de estudo têm-se a possibilidade de desconstruir conceitos e idéias que parecem terem sido estabelecidas desde sempre, mostrando possíveis embates ou confluências entre diferentes perspectivas, na busca de explicações que possam desvelar a tessitura de tais noções.
Nesta etapa houve a formação de grupos de estudo com aprofundamento
teórico utilizando a interatividade de criação. Estes aconteceram de forma presencial
na escola, e virtual como Grupo de Trabalho em Rede - GTR, formalizado nas
políticas públicas da SEED, e serviram de apoio ao trabalho desenvolvido.
A análise do projeto e do material didático – pedagógico, contribuíram para o
aperfeiçoamento dos mesmos. As sugestões dos professores da escola foram
incluídas no PPP, passando a fazer parte do fazer pedagógico do Estabelecimento.
Portanto, os grupos de estudos foram etapas significativas do trabalho.
4.5 AVALIAÇÃO
A avaliação do processo de adequação do PPP com enfoque nas TICs,
tendo na função social da escola seu objetivo primordial ocorreu constantemente por
todos os envolvidos, com a retomada de seus objetivos sempre que se fazia
necessário.
O PPP da instituição deve expressar sua identidade, e se adequar às
mudanças ocorridas na sociedade em função do avanço tecnológico e o potencial
uso das mídias para a inovação nas práticas pedagógicas e processos de ensino e
aprendizagem.
A ecologia como eixo articulador de todas as ações propostas no PEPP,
deve ser apropriada por todos os envolvidos nas ações educativas, em todas as
instâncias da Gestão Escolar Democrática, tornando-se desta forma elemento chave
de um projeto educativo sustentável e norteador de práticas pedagógicas
emancipadoras em busca do desenvolvimento pleno do cidadão responsável, crítico
e criativo a que se propõe.
Os aspectos envolvidos no processo avaliativo segundo Veiga (1995)
dividem-se:
a) problematização da realidade escolar frente ao seu contexto imediato;
17
b) compreensão crítica desta realidade problematizada;
c) proposição de alternativas de ação.
Diante do exposto e da análise da realidade surge à necessidade de ampliar
as ações educativas em prol da questão ambiental, bem como estabelecer práticas
pedagógicas alicerçadas no potencial inovador das TICs para alavancar resultados e
reduzir os índices de evasão e repetência na escola analisada.
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
A população de amostra reuniu a equipe gestora do Estabelecimento de
Ensino, (diretores, pedagogos), professores, a secretária da escola, alguns
funcionários técnico - administrativos e alunos representantes de turma, que formam
o CRT, sendo estes estudantes do Ensino Médio da escola.
O objetivo da pesquisa foi traçar o perfil dos professores, seu nível de
conhecimento do Projeto Político Pedagógico da escola, bem como sua importância
como forma de cumprir a intencionalidade educativa. O uso pedagógico das TICs e
os principais entraves quanto à sua utilização no cotidiano escolar.
Ao CRT e funcionários técnico-administrativos foi aplicado questionário
sobre a utilização das mídias em sala de aula.
A seguir o tratamento da análise do PPP e dos dados coletados em campo.
5.1 ANÁLISE DO PPP
Em análise sobre o PPP das escolas incluídas no Programa Superação da
SEED, que faziam referência ao uso das TICs, percebeu – se que: das cinco escolas
apenas uma citava que “o êxito da escola, depende das inovações técnicas e da
qualificação do processo ensino e aprendizagem.” As demais sem referências.
5.2 PESQUISA COM OS GESTORES
Em relação à questão aberta aplicada aos gestores na escola sobre os
principais entraves para a utilização das TICs obteve-se:
18
a) falta capacitação técnica (3);
b) a formação inicial e continuada dos professores, não contempla o uso
pedagógico das TICs (3);
c) ausência de trabalho coletivo com clareza da intencionalidade educativa
(2);
d) falta de um articulador técnico no Laboratório de Informática (2);
e) excessivo nº de alunos por turma (2);
f) o aluno não tem acesso às tecnologias (1);
g) precisam ocorrer mudanças na cultura escolar (1).
Conclui-se que os principais entraves referem-se à capacitação, ou seja,
domínio sobre o uso das ferramentas tecnológicas.
A segunda parte da questão buscou o levantamento de fatores que
influenciariam mudanças na realidade escolar, efetivando as transformações
almejadas pela sociedade e pelos educadores.
Obteve-se como principal fator, citado pelos cinco respondentes: a
instrumentalização quanto às TICs, como forma de proporcionar segurança na sua
utilização (5); seguido do compromisso por parte dos educadores garantido pelo
ingresso por concurso, plano de carreira e salários (4); políticas educacionais
voltadas a uma melhor qualificação profissional (3); a cultura escolar, rotina com
muitas aulas, turmas lotadas (3); medo do novo de se arriscar, acomodação (3);
planejamento e trabalho coletivo, uma ação integrada com intencionalidade definida
(2).
Nesta análise percebe-se a relação entre as mudanças na realidade escolar
e o domínio do uso das TICs como possibilidade de transformar o cenário descrito
na escola pesquisada.
5.3 PESQUISA COM DOCENTES
A amostra total é composta de 30 professores, seu perfil se caracteriza da
seguinte maneira:
a) Faixa etária: 76,66% entre 31 e 50 anos.
b) A formação: 76,66% Especialização.
c) O tempo de atuação: 50% entre 0-15 anos; 43,33% entre 16-30 anos.
19 A figura 1 mostra a investigação sobre o fazer pedagógico na escola de
atuação:
35%
45%
3%
17%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Q 10
Conhece e participou daelaboraçãoConhece
Conhece Parcialmente
Desconhece
FIGURA 1 – CONHECIMENTO DO PPP NA ESCOLA DE ATUAÇÃO FONTE: Colégio Estadual Romário Martins
Na figura 1 percebe-se que há conhecimento do PPP pelos professores,
variando entre os que participaram da elaboração, apenas conhecem e com maior
incidência, aqueles que conhecem parcialmente, sendo que apenas um dos
pesquisados desconhece o documento.
2º O item de resposta aberta sobre: A importância do trabalho pedagógico a
partir das concepções expressas no PPP encontrou as seguintes citações:
a) elemento norteador do processo ensino – aprendizagem (9);
b) cumprimento da função social da escola (6);
c) melhor planejamento escolar das aulas e melhoria da qualidade na
aprendizagem (4).
Conclui-se nesta análise, que os professores reconhecem o PPP como
elemento norteador das ações educativas desenvolvidas na escola, bem como, a
partir deste documento o cumprimento de sua função social, com um melhor
planejamento das aulas e a melhoria da qualidade da aprendizagem.
Questões elaboradas com base na escala de Likert:
A figura 2 apresenta a investigação sobre a construção coletiva do PPP
como elemento fundamental para o cumprimento da função social da escola.
20
74%
23%
3% 0 00%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Q 12
Concordo TotalmenteConcordoNão concordo nem discordoDiscordoDiscordo Totalmente
FIGURA 2 – A CONSTRUÇÃO COLETIVA DO PPP COMO ELEMENTO FUNDAMENTAL
PARA QUE A ESCOLA CUMPRA SUA FUNÇÃO SOCIAL FONTE: Colégio Estadual Romário Martins
Diante da questão analisada, observa-e que 74% dos participantes
concordam com a construção coletiva do PPP para que se efetive a função social da
escola.
A figura 3 apresenta os dados sobre a investigação de que o uso das TICs
proporcionam a potencialização da aprendizagem.
60%
37%
0 3% 00%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Q 13
Concordo Totalmente
Concordo
Não concordo nem discordo
Discordo
Discordo Totalmente
FIGURA 3 – A POTENCIALIZAÇÃO DA APRENDIZAGEM ATRAVÉS DO USO DAS TICS FONTE: Colégio Estadual Romário Martins
Os resultados desta análise evidenciam que há concordância dos docentes,
sobre a contribuição das TICs na aprendizagem, potencializando resultados.
21
A figura 4 traz a investigação acerca da influência das TICs sobre a cultura
escolar.
44%53%
3% 0 00%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Q 14
Concordo Totalmente
Concordo
Não concordo nem discordo
Discordo
Discordo Totalmente
FIGURA 4 – A INFLUÊNCIA DAS TICS SOBRE A CULTURA ESCOLAR
FONTE: Colégio Estadual Romário Martins
Em relação a influência das TICs sobre a cultura escolar, há alto grau de
concordância dos pesquisados de que as tecnologias estão provocando mudanças,
havendo pouca variação entre o grau de concordância total e apenas concordo, com
pequeno índice de indiferença.
A figura 5 demonstra como o uso pedagógico das TICs, fazendo parte do
PPP amplia as possibilidades do cumprimento da função social da escola.
60%
37%
0 3% 00%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Q 15
Concordo Totalmente
Concordo
Não concordo nem discordo
Discordo
Discordo Totalmente
FIGURA 5 - INCLUSÃO DO USO PEDAGÓGICO DAS TICS NO PPP COMO AMPLIAÇÃO DAS
POSSIBILIDADES DE QUE A ESCOLA CUMPRA SUA FUNÇÃO SOCIAL DE FORMAÇÃO HUMANA E APROPRIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS
FONTE: Colégio Estadual Romário Martins
22
Nesta análise pode-se perceber que a maioria dos docentes pesquisados
concordam com a questão avaliada, sendo que 60% concordam totalmente e 37%
apenas concordam que a inclusão do uso pedagógico das TICs no PPP ampliam as
possibilidades do cumprimento da função social da escola, corroborando o trabalho
desenvolvido nesta instituição de ensino.
A figura 6 demonstra como os entraves ao uso das TICs são percebidos
pelos professores.
37%30%
7% 13% 13%
20% 30%
34%13%
3%
3%
10%
10%34%
43%
17%
23%
30% 10%20%
23%
7%20%
30%20%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Elev
ado
nº d
eal
unos
por
turm
as
Ausê
ncia
de
umar
ticul
ador
técn
ico n
o ap
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Carê
ncia
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mud
ança
s na
cultu
ra e
scol
arco
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arez
a de
inte
ncio
nalid
ade,
5º4º3º2º1º
FIGURA 6 – ENTRAVES PARA UTILIZAÇÃO DAS TICS NO COTIDIANO ESCOLAR FONTE: Colégio Estadual Romário Martins
Observa-se que um dos maiores entraves citados pelos professores é o
elevado nº de alunos por turma, sendo que a ausência de um articulador técnico e
cursos para os professores aparecem, bem como as mudanças na cultura escolar,
em segundo e terceiro lugares como dificuldades à inovação.
No grupo de estudos solicitou-se a elaboração de propostas de situações em
que a utilização das TIC viessem a influenciar positivamente as metodologias
adotadas nas práticas escolares, convergindo para a busca da melhoria da
qualidade na educação. A seguir as sugestões de atividades a serem desenvolvidas:
1) Projeto interdisciplinar envolvendo funcionários técnico- administrativos,
equipe pedagógica e direção para que os estudantes aprendam a utilizar
o Laboratório de Informática com orientação do professor.
23
2) Estratégia: Agendar as turmas, e com o envolvimento dos profissionais
citados, treinar o uso da informática básica, para posterior utilização pelo
professor em suas aulas. Seria um primeiro contato da turma com a sala
de informática;
3) Adequação do espaço do Laboratório de Informática (está dividido em
duas salas), dificultando o trabalho do professor com as turmas;
4) Equipe técnica: Proceder à manutenção dos computadores e dinamizar o
agendamento das turmas, auxiliando os professores;
5) Direção: Buscar a implementação de ferramentas de interação para
utilização pelos professores em suas aulas, entre estas o sistema
MOODLE, um software livre de apoio à aprendizagem, executado num
ambiente virtual. “Sistema de administração de atividades educacionais
destinado à criação de comunidades online, em ambientes virtuais,
voltados para a aprendizagem colaborativa”. (WIKIPEDIA, 2009).
5.4 PESQUISA COM ESTUDANTES E FUNCIONÁRIOS TÉCNICO-ADMINISTRA-
TIVOS
A figura 7 apresenta a investigação sobre a exploração das TICs de maneira
satisfatória nas aulas.
0%
24% 24%31%
21%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Q1
Concordo TotalmenteConcordoNão concordo nem discordoDiscordoDiscordo Totalmente
FIGURA 7 - EXPLORAÇÃO DAS TICS DE MANEIRA SATISFATÓRIA NAS AULAS FONTE: Colégio Estadual Romário Martins
24
Nesta análise evidencia-se maior o grau de discordância, com 31% dos
entrevistados porém, a concordância e indiferença aparecem igualmente, com 24%,
enquanto a discordância total é menor 21%. Estes dados apontam para a
necessidade de uma melhor utilização das TICs nas aulas.
O resultado da investigação acerca de as aulas tornarem-se mais dinâmicas
com o uso das TICs despertando o interesse e melhorando a aprendizagem é
demonstrado na figura 8.
21%
34% 31%
11%3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Q2
Concordo TotalmenteConcordoNão concordo nem discordoDiscordoDiscordo Totalmente
FIGURA 8 - DINAMICIDADE DAS AULAS COM A UTILIZAÇÃO DAS TICS DESPERTANDO O
INTERESSE E MELHORANDO A APRENDIZAGEM FONTE: Colégio Estadual Romário Martins
O segundo item pesquisado junto aos estudantes, apresenta 34% de
concordância e 21% de concordância total ainda com um percentual de 31% de
indiferentes, e índice de 11% dos que discordam e 3% discordância total. Estes
dados apontam que há influência das TICs sobre o nível de interesse nas aulas, por
se tornarem mais dinâmicas, melhorando as condições de aprendizagem.
25 6 CONCLUSÃO
O PPP é o ponto de partida para a efetivação de ações voltadas para o bom
desempenho da aprendizagem dos estudantes. A inserção da ecologia no projeto
educativo faz-se necessária para a sensibilização da comunidade escolar, a fim de
que se adotem práticas pedagógicas que colaborem para a manutenção da
qualidade de vida no planeta, tornando-se PEPP. Para tanto sua (re) elaboração coletiva é fundamental por todos aqueles que
desenvolvem o trabalho educativo, buscando inovar constantemente a práxis
coletiva. Aliar tecnologia e sustentabilidade a chave para a qualidade de vida no
futuro.
Aos gestores escolares cabe reorganizar o tempo e o espaço escolar de
forma a promover a interdependência entre o administrativo e o pedagógico,
planejando ações coletivas de modo a provocar mudanças na cultura escolar,
efetivando a utilização das TICs e a Educação Ambiental.
As pesquisas demonstraram que 97% dos docentes pesquisados,
reconhecem a importância do uso das TICs para melhorar os índices de
aprendizagem e, também sua influência na cultura escolar. A inclusão do uso
pedagógico das TICs no PPP como ampliação das possibilidades do cumprimento
da função social da escola também obteve 97% de concordância entre os docentes.
Os estudantes e funcionários técnico-administrativos discordam que as TICs
estejam sendo utilizadas de maneira satisfatória, porém concordam que, quando da
sua utilização dinamizam as aulas, despertando o interesse e melhorando a
aprendizagem, o que denota a necessidade de adequação do PPP e ações em prol
da utilização das TICs.
Este trabalho demonstrou a necessidade de adequação do PEPP das
instituições de ensino, para que contemplem o uso pedagógico das TICs e se
obtenham melhoria dos processos de aprendizagem, e também a ecologia, como
forma de desenvolver a consciência de que todos são responsáveis em praticar
ações que promovam a preservação ambiental.
26 REFERÊNCIAS
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27 curriculares. SEMINÁRIO “Elementos norteadores da discussão curricular”. SEED/PR, 2003. SOUZA, Ângelo Ricardo de et al. Projeto político pedagógico. Universidade Federal do Paraná; Pró Reitoria de Graduação e Ensino Profissionalizante – Centro Interdisciplinar de Formação Continuada de Professores – Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica – Curitiba: Ed. da UFPR, 2005. TESSEROLLI, Ana Elizabete Mazon de Souza. Diagnóstico socioambiental e desenvolvimento do turismo no Município de Piraquara. Aplicação do Projeto. Disponível em: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/. Acesso em: 22/11/2009. VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.). Projeto político pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas, SP: Papirus, 1995. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico). Vários autores. _____. Inovações e projeto político pedagógico: uma relação regulatória ou emancipatória? Disponível em: <htpp://www.cedes.unicamp.br> Acesso em: 08/08/2008 _____. Perspectivas para reflexão em torno do projeto político pedagógico. In: VEIGA, I. P. A. e RESENDE, L. M.G. de (Orgs). Escola: espaço do projeto político pedagógico. Campinas, SP, 1998, p. 9-32. WIKIPEDIA. A enciclopédia livre. Disponível em: <htpp://pt.wikipedia.org/wiki/ Moodle > Acesso em: 08/08/2009. _____. A enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_ Likert> Acesso em: 08/08/2009. ZITZKE, Valdir Aquino. Educação Ambiental e Eco desenvolvimento. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, jul.-dez. 2002, v. 9. Disponível em: <www.remea.furg.br/>.