adequação ambiental de propriedades rurais no espírito santo - rev 29

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Adequao Ambiental de Propriedades Rurais no Esprito SantoRealizao SEAG - Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca Produo IPEMA - Instituto de Pesquisas da Mata Atlntica APREMAVI - Associao de Preservao do Meio Ambiente e da Vida Organizao Miriam Prochnow Elizete Sherring Siqueira Apoio Incaper - Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistncia Tcnica e Extenso Rural Idaf - Instituto de Defesa Agropecuria e Florestal do Esprito Santo Iema - Instituto Estadual de Meio Ambiente Seama - Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hdricos Novo Pedeag - Plano Estratgico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba Patrocnio Fibria

1a Edio Vitria - ES 2010

Ficha tcnicaRealizao SEAG Produo IPEMA e APREMAVI Organizao Miriam Prochnow Elizete Sherring Siqueira Textos Adelaide de F. S. da Costa Ana Carolina Callegario Pereira Aureliano Nogueira da Costa Edgar Antonio Formentini Geovanni Ribeiro Loiola Hans Christian Schmidt Jayme Henrique Pacheco Henriques Marcelo Simonelli Marcos Moulin Teixeira Maura Campanili Miriam Prochnow Pedro Carlos Cani Wigold Bertoldo Schaffer Fotografia Celso Maioli Edegold Schaffer Fabio Antnio Ribeiro Matos Ludovic Jean Charles Kollmann Luiz Fernando Silva Magnago Marcelo Simonelli Miriam Prochnow Rosemberg Ferreira Martins Wigold B. Schaffer Mapas Carolina Catia Schaffer Marcos Rosa Projeto Grfico e Diagramao Fbio Pili Ilustraes Skopein Reviso Eliana Jorge Leite Maria Penha Padovan Miguel Angelo Aguiar Pedro Luis Pereira Teixeira de Carvalho

Apresentao

3

Rosemberg Ferreira Martins

Sumrio6 10 20 22 26 32 40 44 50 54 58 60 62 64 66 70 72 74 76 78 80 82 84 85 87 88A Mata Atlntica e Sua Importncia A Mata Atlntica no Esprito Santo A Floresta Primria e as Florestas Secundrias O Que So reas Protegidas? Unidades de Conservao no Esprito Santo Outras Modalidades de reas Protegidas A Lei da Mata Atlntica A Adequao Ambiental da Propriedade Rural Atividades Sustentveis e Tecnologias Amigas do Meio Ambiente I Sistemas Agroflorestais II A Agricultura Orgnica III Pecuria Sustentvel IV Manejo Sustentvel do Caf V Fruticultura VI Quintais Florestais VII Plantio de rvores Nativas com Fins Econmicos VIII Plantio de rvores Exticas IX Turismo Rural e Ecolgico Recuperao e Restaurao Da Mata Atlntica I O Diagnstico Preliminarde reas II A Recuperao de reas De Preservao Permanente, em Especial as Matas Ciliares III Outras Maneiras de Restaurar reas Degradadas IV Enriquecimento Ecolgico de Florestas Secundrias V O Controle de Espcies Invasoras Organizaes e Setores Ligados ao Meio Ambiente e Adequao Ambiental de Propriedades Rurais no Esprito Santo Cadastro de Viveiros de Produo de Mudas de Espcies Nativas Projetos e Entidades Relacionadas Adequao Ambiental de Propriedades Rurais Bibliografia

A Mata Atlntica e Sua ImportnciaMiriam Prochnow

A Mata Atlntica abrange, total ou parcialmente, 17 Estados brasileiros e 3.411 municpios. No Nordeste abrange tambm os encraves florestais e brejos interioranos, no Sudeste alcana parte dos territrios de Gois e Mato Grosso do Sul e no Sul estende-se pelo interior, alcanando inclusive parte dos territrios da Argentina e Paraguai. A Mata Atlntica cobria 15% do territrio brasileiro, uma rea aproximada de 1.300.000 Km2. Um mapeamento recente feito pelo Ministrio do Meio Ambiente (2006) aponta um percentual de 27% de remanescentes, incluindo os vrios estgios de regenerao em todos os remanescentes da Mata Atlntica, sejam: florestas, campos naturais, restingas e manguezais. Entretanto, o percentual de remanescentes bem conservados, gira em torno apenas de 8%, ndice aferido por levantamentos feitos pela Fundao SOS Mata Atlntica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Isso aponta um dado importante, que a capacidade da Mata Atlntica de se regenerar. No entanto, no muda a situao crtica em que se encontram os estgios avanados e primrios da floresta, que so exatamente os mais bem conservados. Os prprios dados recentemente divulgados apontam que o ritmo de desmatamento diminuiu em alguns estados, mas que ele continua existindo em outros, como Santa Catarina e Paran. Mesmo reduzida e muito fragmentada, a Mata Atlntica ainda abriga mais de 20 mil espcies de plantas, das quais 8 mil so endmicas, ou seja, espcies que no existem em nenhum outro lugar do Planeta. a floresta mais rica do mundo em diversidade de rvores. No sul da Bahia foram identificadas 454 espcies distintas em um s hectare.

Estao Biolgica de Santa Lcia, no municpio de Santa Teresa.

Rosemberg Ferreira Martins

Das 849 espcies de aves da Mata Atlntica, 181 so endmicas, ou seja, s existem ali.

Estima-se que na Mata Atlntica existam 1,6 milho de espcies de animais, incluindo os insetos. No caso dos mamferos, por exemplo, esto catalogadas 270 espcies, das quais 73 so endmicas. So 849 espcies de aves, das quais 181 so endmicas, os anfbios somam 370 espcies, sendo 253 endmicas, enquanto os rpteis somam 200 espcies, das quais 60 so endmicas. Igual ao Cerrado, a Mata Atlntica tambm considerada um hotspot, uma rea com extrema biodiversidade, mas ameaada de extino.

Atualmente, mais de 110 milhes de brasileiros se beneficiam das guas que nascem na Mata Atlntica e que formam diversos rios que abastecem as cidades e metrpoles brasileiras. Alm disso, existem milhares de nascentes e pequenos cursos dgua que afloram no interior de seus remanescentes.A Mata Atlntica tambm abriga grande diversidade cultural, constituda por povos indgenas, como os Guaranis, e culturas tradicionais no-indgenas como o caiara, o quilombola, o roceiro e o caboclo ribeirinho. O processo de desenvolvimento desenfreado fez com que muitas dessas populaes fossem expulsas de seus territrios originais. O desmatamento, o crescimento desordenado das cidades, a construo de obras de infraestrutura e o avano das atividades agropecurias e de plantio de exticas sem planejamento, continuam sendo ameaas integridade da Mata Atlntica.Rosemberg Ferreira Martins

A Mata Atlntica abrigo para inmeras espcies de mamferos, como a preguia.7

Rosemberg Ferreira Martins

As Diferentes Vegetaes da Mata AtlnticaApesar de originalmente formar uma floresta contnua, entremeada por ecossistemas associados, como manguezais, restingas e campos de altitude, at recentemente existiam diferentes denominaes para a Mata Atlntica. Essas denominaes eram baseadas em diversos pesquisadores, que agrupavam as formaes florestais e ecossistemas associados de acordo com seus prprios critrios. Quando a Constituio Federal de 1988 conferiu Mata Atlntica o status de Patrimnio Nacional, a definio de quais reas compe o domnio da Mata Atlntica passou a ser preponderante para a poltica de conservao. Um seminrio com pesquisadores e especialistas nos diferentes ecossistemas, organizado em 1990, pela Fundao SOS Mata Atlntica, demonstrou que o domnio era muito maior do que se pensava, pois at ento se considerava Mata Atlntica apenas a floresta ombrfila densa. Como resultado do encontro, foi definido o conceito de Domnio da Mata Atlntica para as reas que originalmente formavam uma cobertura vegetal contnua. Aps algumas reformulaes, essa definio foi reconhecida legalmente pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), em 1992, e incorporado ao Decreto 750, de 1993. Hoje esse conceito reconhecido pela Lei 11.428, sancionada em 22 de dezembro de 2006 e regulamentada pelo Decreto 6660, de 21 de novembro de 2008. O Mapa da rea de Aplicao da Lei no 11.428, de 2006, elaborado pelo IBGE, contempla as configuraes originais das formaes florestais e ecossistemas associados, bem como os encraves florestais e brejos de altitude interioranos que integram a Mata Atlntica: floresta ombrfila densa; floresta ombrfila mista, tambm denominada de mata de araucrias; floresta ombrfila aberta; floresta estacional semidecidual; floresta estacional decidual; campos de altitude; reas das formaes pioneiras, conhecidas como manguezais, restingas, campos salinos e reas aluviais; refgios vegetacionais; reas de tenso ecolgica; brejos de altitude interioranos e encraves florestais, representados por disjunes de floresta ombrfila densa, floresta ombrfila aberta, floresta estacional semidecidual e floresta estacional decidual; reas de estepe, savana e savana-estpica; e vegetao nativa das ilhas costeiras e ocenicas.

Miriam Prochnow

Mapa da Mata Atlntica rea de Aplicao da Lei 11.428, de 2006.

Fonte: Este mapa foi elaborado a partir do Mapa da rea de aplicao da Lei 11.428, de 2006 (IBGE, 2008). Escala 1:5.000.000

A Mata Atlntica no Esprito SantoMarcelo Simonelli

Dentre as florestas tropicais, a Mata Atlntica uma das mais ameaadas do mundo. Devido sua localizao litornea, esse Bioma foi o primeiro a ser colonizado e, atualmente, nele se concentra a maior parte da populao brasileira.

Cinco sculos de ocupao reduziram a Mata Atlntica a pequenas manchas. O extrativismo que teve incio com o pau-brasil expandiu-se para outras madeiras e, posteriormente, a agricultura e a pecuria tiveram um papel fundamental nesse processo de degradao do Bioma.Originalmente, o Esprito Santo era praticamente todo recoberto por florestas ou ecossistemas associados Mata Atlntica, como restingas, brejos, manguezais, campos rupestres e campos de altitude. Segundo o Levantamento da Cobertura Vegetal Nativa do Bioma Mata Atlntica (MMA/Probio), 2006, restam hoje no estado 21,89% de remanescentes de vegetao nativa, incluindo os vrios estgios de regenerao em todas as fisionomias. J o levantamento realizado pela Fundao SOS Mata Atlntica e INPE, 2009, aponta que os ndices de remanescentes em bom estado de conservao bem menor e que, devido ao processo de ocupao do solo, essa cobertura foi reduzida para 11,01%, ou 508.325 ha dos 4.616.591 ha originais, distribudos em: florestas (475.600 ha), restingas (25.677 ha) e manguezais (7.048 ha). Outro fato relevante que, apesar de restar pouco da Mata Atlntica o processo de degradao ainda persiste. O mesmo levantamento da SOS Mata Atlntica e INPE aponta que entre 2005 e 2008 houve o desmatamento de 573 ha em reas de florestas e 18 ha em reas de restinga.

Formaes vegetais originais do Esprito Santo

floresta ombrfila aberta floresta ombrfila densa floresta estacional semidecidual Refgio vegetacional Formaes pioneiras (restingas e manguezais)

0

20

40

80

12 0 km

Fonte de dados: IBGE - MMA Elaborado por Carolina Schaffer

Apesar do processo de degradao citado anteriormente, o Esprito Santo tido por muitos pesquisadores como um estado que detm altos valores de biodiversidade. Isso, em parte, devido s variaes ambientais que so encontradas no estado. Assim, em um espao geogrfico relativamente pequeno possivel serem verificados diferentes tipos de clima, solo e altitude que podem proporcionar diferentes tipos de ambientes que, por sua vez, criam condies para o desenvolvimento de diferentes formas de vida.

Unidades de Conservao e Remanescentes Florestais

UCs - Proteo integral UCs - Uso sustentvel UCs - APAs Lei da Mata Atlntica - Limites Formaes Florestais Campos Naturais Formaes Pioneiras

Fonte de dados e elaborao: MMA / Probio

Aspecto geral da Mata Atlntica no Esprito Santo.Miriam Prochnow

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As diferentes Matas e Paisagens no EstadoNo Esprito Santo so reconhecidas as seguintes formaes vegetais, que compem variados ecossistemas e paisagens:

Floresta Ombrfila DensaTipo de floresta relacionada s reas com chuvas abundantes e bem distribudas durante o ano. Grande parte dos municpios da regio serrana do estado, como Santa Teresa, so ocupados por estes ambientes, que se caracterizam tambm por possuir solos muito rasos onde frequentemente podem ser observados os denominados afloramentos rochosos, sobre os quais cresce a vegetao rupestre.Com a chegada dos imigrantes europeus, as florestas montanhosas do Esprito Santo passaram por um processo de alterao, principalmente devido prtica de plantio de caf. Em algumas reas possvel observar fragmentos de matas remanescentes, isolados em vales e nos topos de morro onde o acesso mais difcil. Atualmente, muitas reas de cafezais abandonados esto se regenerando e se tornando florestas novamente, mas em outras reas so observadas novas formas de ocupao, como o plantio de florestas de rpido crescimento. Nas reas de baixada a floresta ombrfila densa chamada de floresta de tabuleiro. Esse tipo florestal bastante exuberante, principalmente no norte do estado (como nos municpios de Linhares e Sooretama), onde so encontradas a Reserva da Vale do Rio Doce, com aproximadamente 22.000 ha e a Reserva Biolgica de Sooretama, com aproximadamente 24.000 ha. Essas duas reas formam o maior macio florestal do Esprito Santo.

Aspecto de uma rea de floresta ombrfila densa no municpio de Santa Teresa.Marcelo Simonelli

Fabio Antnio Ribeiro Matos

Aspecto da vegetao rupestre sobre afloramento rochoso.

Desde o incio do processo de colonizao do solo esprito-santense, a floresta ombrfila densa de terras baixas sofreu muitos impactos, como a retirada de madeiras nobres (como o jacarand), a agricultura (cana-de-acar, mamo, caf, maracuj, etc.), a silvicultura (plantio de eucalipto) e principalmente a pecuria. Outro aspecto interessante que observado nessas reas o cultivo de cacau sob a floresta: neste tipo de atividade (matas de Cabruca), retiram-se os indivduos de menor porte (sub-bosque) e planta-se o cacau.

rea de plantio de cacau (cabruca) onde podemos observar um remanescente arbreo (Ficus sp.).

Luiz Fernando Silva Magnago

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Interior de uma floresta de tabuleiro, mostrando o porte dos indivduos arbreos.Marcelo Simonelli

Fragmento de mata isolado em topo de morro no municpio de So Roque do Cana.

Marcelo Simonelli

Floresta Ombrfila AbertaDiferencia-se da floresta ombrfila densa por possuir rvores mais espaadas e um perodo seco mais pronunciado (mais de 60 dias). Fica localizada entre os municpios de Venda Nova e Ibatiba e nos arredores de Domingos Martins e Santa Leopoldina. O carter aberto da floresta estabelecido pela palmeira Attalea sp., conhecida localmente por indai-au e, como esta palmeira tambm ocorre na outra floresta, fica difcil distinguir perfeitamente uma da outra.

Floresta Estacional Semidecidual

Ocorre em regies onde os perodos chuvosos e secos so bem demarcados. Esse fator climtico limitante vegetao faz com que parte das rvores (20 a 50% dos indivduos) perca as folhas no perodo seco.A floresta estacional semidecidual representa a segunda mais importante formao vegetacional em termos de rea ocupada no estado do Esprito Santo, concentrando-se nas regies sul e oeste do estado. O histrico de ocupao desse tipo de floresta assemelha-se ao descrito para a floresta ombrfila densa.Detalhe para a caduciflia dos indivduos arbreos devido s condies de pluviosidade em uma floresta estacional semidecidual. No final da estao seca, em outubro de 2008; e na estao chuvosa, em janeiro 2009.

Estao secaLuiz Fernando Silva Magnago

Estao chuvosaLuiz Fernando Silva Magnago

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Formaes PioneirasRestingasrea de dunas em Itanas, Conceio da Barra.Marcelo Simonelli

A restinga se desenvolve na regio litornea sobre terrenos arenosos recentes de origem marinha ou fluviomarinha. No estado do Esprito Santo, a restinga ocorre em quase toda a costa, sendo interrompida em alguns trechos por foz de rios, manguezais ou falsias como se observa no litoral sul, entre as cidades de Guarapar e Maratazes. A restinga formada por ambientes bastante diversificados, assim podem serMarcelo Simonelli

observadas reas de praias, dunas, moitas, brejos e florestas. No Esprito Santo, os principais impactos sobre as restingas so a expanso imobiliria, industrial e porturia, extrao de areia, construo de estradas, turismo indiscriminado e pecuria. Apesar de naturalmente possuir pouca aptido agrcola, principalmente devido ao solo pobre,

arenoso e cido, em alguns pontos podem ser observados plantios de algumas culturas, como abacaxi, no sul do estado, mandioca, coco-da-Bahia e atualmente no norte do estado podem ser observadas algumas experincias envolvendo o plantio de uma espcie nativa, a aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi, conhecida como pimenta-rosa), cujas sementes so utilizadas como condimento.Marcelo Simonelli

Moita de Restinga em Setiba, Guarapari.

Floresta de Restinga.

ManguezaisO manguezal um ecossistema costeiro que ocupa depsitos sedimentares existentes na faixa entremars. Nesse ecossistema podem ser reconhecidas vrias feies, como o lavado, o bosque de franja, o bosque de bacia e o apicum. Os mangues capixabas so representados por quatro espcies vegetais tpicas: Rhizophora mangle L. (mangue-vermelho); Laguncularia racemosa (L.) Gaetern.f. (mangue-branco); Avicennia schaueriana Stapf. & Leech e A. germinans Learn. (mangue-preto). No apicum podem ser encontradas outras espcies associadas, como Acrostichum aureum L. (samambaia do mangue) e Hibiscus pernambucensis Arruda (algodoeiro da praia). Mesmo sendo consideradas reas de Preservao Permanente e sem nenhuma aptido agrcola, alguns manguezais do Esprito Santo sofreram - e ainda sofrem diversos impactos, como eroso/sedimentao, desmatamentos, aterros, invases, disposio de lixo, retirada da casca do mangue-vermelho para extrao do tanino, pesca predatria, despejo de poluentes como petrleo e metais pesados, etc.

Bordo de um bosque de Mangue.Marcelo Simonelli

So reas geralmente isoladas que esto situadas nos pontos mais altos dos planaltos. Caracterizam-se por possuir uma cobertura vegetal herbcea (de pequeno porte) sobre solos muito rasos (frequentemente sobre afloramentos rochosos), cidos e pobres. No Esprito Santo podem ser encontrados em reas acima de 1.500 metros, na Serra do Capara. Nessa regio existe um grande nmero de espcies endmicas (que s ocorrem nestes locais). So consideradas reas de baixa aptido agrcola devido s caractersticas do solo (praticamente inexistente) e por existirem em reas de difcil acesso. O turismo indiscriminado e a ao do fogo so os principais problemas enfrentados nessas reas.

Refgio Ecolgico na Serra do Capara.

Ludovic Jean Charles Kollmann

Refgios Ecolgicos

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A Biodiversidade da Mata Atlntica do Esprito SantoO estado do Esprito Santo um dos recordistas em quantidade de espcies de rvores por hectare. Na Estao Biolgica de Santa Lucia, municpio de Santa Teresa, foram identificadas 443 espcies diferentes de rvores, em uma rea de 1,02 hectares1. A riqueza da biodiversidade e as ameaas que a cercam podem ser confirmadas pela lista vermelha capixaba2 que relaciona 950 espcies de animais e plantas que esto correndo risco de extino. Das 950 espcies da fauna e da flora ameaadas no Esprito Santo, 256 esto criticamente em perigo (85 fauna e 171 flora), 258 esto em perigo (36 fauna e 222 flora) e 436 so consideradas vulnerveis (76 fauna e 360 flora). No estado, o Ministrio do Meio Ambiente identificou a necessidade de intervenes em 1.487.995,23 ha, considerados prioridade para aes como a criao de reas protegidas, incluindo unidades de conservao de proteo integral e uso sustentvel, alm do fomento para o uso sustentvel e educao ambiental, a realizao de inventrios, recuperao e criao de mosaicos e corredores de biodiversidade3. O Estado do Esprito Santo est completamente inserido na Reserva da Biosfera da Mata Atlntica, compondo em conjunto com o sul da Bahia, a zona ncleo do Corredor Central da Mata Atlntica.

reas prioritrias para a conservao, uso sustentvel e repartio de benefcios da biodiversidade no Esprito Santo

Importncia Biolgica Alta Muito Alta Extremamente Alta

Fonte de dados: IBGE - MMA Elaborado por Carolina Schaffer

1 2 3

Museu de Biologia Mello Leito, Universidade Federal do Esprito Santo e Universidade de So Paulo, 1997.

janeiro de 2007.

reas Prioritrias para a Conservao, Uso Sustentvel e Repartio de Benefcios da Biodiversidade Brasileira: Atualizao Portaria MMA n 09, de 23 de

Decreto N 1.499-R, que homologa a Lista de Espcies Ameaadas de Extino no Esprito Santo. Publicado no Dirio Oficial Estadual em 14 de junho de 2005.

A Conservao da Mata AtlnticaO Esprito Santo um estado privilegiado. Considerando que cada uma das fitofisionomias citadas possui tipos diferentes de vegetao, encontra-se uma enormidade de ambientes diferentes. Nas reas de Florestas de Tabuleiro, por exemplo, ocorrem fisionomias como as Muunungas e os campos nativos - estes so frequentemente confundidos, inclusive pelos rgos fiscalizadores, com reas em estgios iniciais de regenerao da Mata Atlntica, sendo, por isso, necessrio um melhor conhecimento dos ecossistemas do estado, alm de ser urgente uma legislao especfica para proteger estas reas singulares. Outro ponto importante a ser considerado que aproximadamente 3% das reas de Mata Atlntica do Esprito Santo esto em Unidades de Conservao. Se considerado o fato de que restam no estado 11,01% de Mata Atlntica, ento aproximadamente 8% dos remanescentes esto fora das Unidades de Conservao, principalmente em reas particulares. Esse fato sugere que a preservao da Mata Atlntica no Esprito Santo passa, necessariamente, pelas mos dos proprietrios rurais durante a adequao de suas reas. Nesse sentido, algumas aes so necessrias e urgentes, dentre as quais podemos citar: 1) Preservao e manejo adequado dos remanescentes ainda existentes; 2) Trabalhos de Educao Ambiental e divulgao visando conscientizao pblica; 3) Prospeco da biodiversidade de forma sustentvel; 4) Recuperao de reas degradadas de forma planejada, levando-se em considerao as particularidades de cada ecossistema; 5) Desenvolvimento de estudos visando a um melhor conhecimento dos ecossistemas; 6) Aumento na rede de reas protegidas, levando-se em considerao critrios tcnicos, como o estudo de anlise de lacunas; 7) Ampliao da conectividade entre os fragmentos existentes, atravs de corredores ecolgicos; 8) Implantao, de fato, das reas de reserva legais, levando-se em considerao critrios tcnicos ligados biologia da conservao; 9) Recuperao e manuteno das reas de Preservao Permanente; 10) Uma melhor aplicao da legislao, visando prtica de mecanismos eficientes de acordo com as realidades regionais. 11) Ampliao da parceria e colaborao com os proprietrios rurais.Rosemberg Ferreira Martins

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A floresta Primria e as Florestas SecundriasMiriam Prochnow

A floresta primria, tambm conhecida como floresta clmax ou mata virgem, a floresta intocada ou aquela em que a ao humana no provocou significativas alteraes das suas caractersticas originais de estrutura e de espcies. A Mata Atlntica primria caracteriza-se pela grande diversidade biolgica, pela presena de rvores altas e grossas, pelo equilbrio entre as espcies pioneiras, secundrias e climticas, pela presena de grande nmero de bromlias, orqudeas, cactos e outras plantas ornamentais em cima das rvores. As florestas secundrias so aquelas resultantes de um processo natural de regenerao da vegetao, em reas onde, no passado, houve corte raso da floresta primria. Nesses casos, quase sempre as terras foram temporariamente usadas para agricultura ou pastagem e a floresta ressurge espontaneamente aps o abandono destas atividades. Tambm podem ser consideradas secundrias as florestas muito descaracterizadas

por explorao madeireira irracional ou por causas naturais, mesmo que nunca tenha havido corte raso e que ainda ocorram rvores remanescentes da vegetao primria. A grande maioria dos remanescentes de Mata Atlntica ainda existente nas pequenas e mdias propriedades composta de florestas secundrias em diferentes estgios de regenerao. importante lembrar que os remanescentes da vegetao dos ecossistemas associados Mata Atlntica: campos de altitude, restingas, manguezais e reas de contato entre estas, tambm so classificados da mesma forma, ou seja, vegetao primria e vegetao secundria nos estgios inicial, mdio ou avanado de regenerao. No entanto, os parmetros tcnicos utilizados na classificao no so os mesmos aplicados s florestas. Para exemplificar, so descritas as principais caractersticas da vegetao secundria de ambientes florestais para o estado do Esprito Santo.

Floresta primria.

Miriam Prochnow

Wigold B. Schaffer

Miriam Prochnow

Estgio inicial de regeneraoEsse estgio surge logo aps o abandono de uma rea agrcola ou de uma pastagem. Geralmente vai at seis anos, podendo em alguns casos durar at dez anos, em funo do grau de degradao do solo ou da escassez de sementes. Geralmente existem grandes quantidades de capins e samambaias de cho. Predominam tambm grandes quantidades de exemplares de rvores pioneiras de poucas espcies. A altura mdia das rvores geralmente no passa dos 7 metros e o dimetro de 13 centmetros. As espcies vegetais que caracterizam esse estgio sucessional so, principalmente: embaba (Cecropia sp.), jacar (Piptadenia communis), goiabeira (Psidium guajava), assa-peixe (Vernonia polyanthes), pindava-vermelha (Xylopia seriacea), camar (Moquina polymorpha), ip-felpudo (Zeyhera tuberculosa), aroeira (Schinus terebenthifolius), alecrim (Rosmarinus officinalis), fedegoso (Cassia spp.), ara (Psidium cattleyanum), oitizeiro (Licania tomentosa), corindiba (Trema micranta), pindaba (Xylopia emarginata), cavina (Dalbergia villosa).

Estgio mdio de regeneraoA vegetao em regenerao natural geralmente alcana o estgio mdio depois dos seis anos de idade, durante at os 15 anos. Nesse estgio, as rvores atingem altura mdia de 5 a 13 metros e dimetro de 10 a 20 centmetros. No estgio mdio a diversidade biolgica aumenta, mas ainda h predominncia de espcies de rvores pioneiras, como ings e aroeiras. A presena de capins e samambaias diminui, mas em muitos casos resta grande presena de cips e taquaras. As espcies vegetais que caracterizam esse estgio sucessional so, principalmente: cinco-folhas (Sparattosperma vernicosum), boleira (Joanesia princeps), pau-dalho (Gallesia gorazema), goiabeira (Psidium guajava), jacar (Piptadenia communis), quaresmeira-roxa (Tibouchina grandiflora), ip-felpudo (Zeyhera tuberculosa), ararib (Centrolobium sp.), caixeta (Tabebuia spp.), jenipapo (Genipa americana), guapuruvu (Schizolobium parahyba), cajueiro (Anacardium sp.), oitizeiro (Licania tomentosa), quaresma (Annona cacans), ip-roxo (Tecoma heptaphila).

Estgio avanado de regeneraoInicia-se geralmente depois dos 15 anos de regenerao natural da vegetao, podendo levar de 60 a 200 anos para alcanar novamente as caractersticas semelhantes floresta primria. A diversidade biolgica aumenta gradualmente medida que o tempo passa, e desde que existam remanescentes primrios para fornecer sementes. A altura mdia das rvores superior a 10 metros e o dimetro mdio superior a 18 centmetros. Nesse estgio os capins e samambaias de cho no so mais caractersticos. Comeam a emergir espcies de rvores nobres, como cedros, sapucaias e leos. Nas regies abaixo de 600 metros do nvel do mar os palmiteiros aparecem com frequncia. Os cips e taquaras passam a crescer em equilbrio com as rvores. As espcies vegetais que caracterizam esse estgio sucessional so, principalmente: guapuruvu (Schizolobium parahyba), cinco-folhas (Sparattosperma vernicosum), boleira (Joanesia princeps), pau-dalho (Gallesia gorazema), jacar (Piptadenia communis), quaresmeira-roxa (Tibouchina grandiflora), cedro (Cedrela fissilis), farinha-seca (Pterigota brasiliensis), ip-roxo (Tecoma heptaphilla), pau-ferro (Caesalpinia ferrea), leo-de-copaba (Copaifera langsdorffii), ararib-vermelho (Centrolobium robustum), sapucaia-vermelha (Lecythis pisonis), pau-sangue (Pterocarpus violaceus), cavina (Dalbergia villosa).

Miriam Prochnow

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O que so reas Protegidas?Miriam ProchnowAs reas Protegidas so criadas para garantir a sobrevivncia de todas as espcies de animais e plantas, a chamada biodiversidade, e tambm para proteger locais de grande beleza cnica, como montanhas, serras, cachoeiras, cnions, rios ou lagos. Alm de permitir a sobrevivncia dos animais e plantas, essas reas contribuem para regular o clima, abastecer os mananciais de gua proporcionando qualidade de vida s populaes humanas. No Brasil, existem dois tipos de reas protegidas: as pblicas e as privadas ou particulares. Existem reas protegidas particulares devido impossibilidade de criao de reservas pblicas em todos os lugares e tambm porque existem certas reas que devem sempre ser protegidas, independentemente de sua localizao, como, por exemplo, as margens de rios, nascentes e topos de morros. Nesse sentido, os dois tipos de reas protegidas so complementares.

Bromlia em rea de restinga.

Phyllomedusa Rodei Criar e implantar Unidades de Conservao fundamental para garantir a sobrevivncia das espcies animais e vegetais.

Rosemberg Ferreira Martins

Wigold B. Schaffer

Unidades de ConservaoUnidades de Conservao, como o Parque Nacional do Capara e a Reserva Biolgica de Duas Bocas, so reas protegidas pblicas. As Unidades de Conservao so divididas em diferentes categorias, de acordo com seus objetivos. As categorias e os objetivos esto definidos na Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC).

Entre os objetivos das Unidades de Conservao, destacam-se:

Manuteno da diversidade biolgica e dos recursos genticos Proteo das espcies ameaadas de extino Preservao e restaurao da diversidade de ecossistemas naturais e degradados Promoo do desenvolvimento sustentvel a partir dos recursos naturais Valorizao econmica e social da diversidade cnica Proteo e recuperao dos recursos hdricos Promoo da educao sos naturais necessrios sobrevivncia das populaes tradicionais.Pico da Bandeira. Parque Nacional do Capara.Wigold B. Schaffer

biolgica Proteo de paisagens naturais pouco alteradas e de notvel beleza ambiental e do ecoturismo Incentivo pesquisa cientfica Proteo dos recur-

Rosemberg Ferreira Martins

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O SNUC instituiu duas categorias de unidades de conservao:

Unidades de Proteo IntegralEntende-se por proteo integral a manuteno dos ecossistemas livres de alteraes causadas por interferncia humana, admitindo apenas o uso indireto dos seus atributos naturais. Nesse grupo incluem-se as Estaes Ecolgicas (ESEC), Reservas Biolgicas (REBIO), Parques Nacionais (PARNA), Refgios de Vida Silvestre (RVS) e Monumentos Naturais.

Apesar de no estar inserida no Sistema oficial de Unidades de Conservao, a Estao Biolgica de Santa Lcia uma importante unidade de pesquisa e conservao, com 440 ha, aos cuidados do Museu de Biologia Prof. Mello Leito.

Unidades de Uso SustentvelEntende-se como uso sustentvel a explorao do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renovveis e dos processos ecolgicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecolgicos, de forma socialmente justa e economicamente vivel. Nesse grupo esto as reas de Proteo Ambiental (APA), reas de Relevante Interesse Ecolgico (ARIE), Florestas Nacionais (FLONA), Reservas Extrativistas (RESEX), Reservas de Desenvolvimento Sustentvel (RDS), Reservas de Fauna e Reservas Particulares do Patrimnio Natural (RPPNs). A criao de unidades de conservao uma ferramenta muito importante para a conservao da biodiversidade, em especial a conservao in situ, ou seja, no local onde as espcies esto. O Brasil tem como meta da Conveno Internacional da Biodiversidade criar Unidades de Conservao em pelo menos 10% da rea de cada Bioma. Apesar da existncia dessa meta, um percentual ainda muito pequeno da Mata Atlntica est sob essa proteo e fundamental que cada vez mais sejam bem cuidadas as unidades j existentes e que novas sejam criadas.

Rosemberg Ferreira Martins

Em resumo, as Unidades de Conservao servem para proteger a diversidade biolgica, mas elas tambm contribuem especialmente para os seres humanos com os seguintes servios ambientais:

Regulao da quantidade e qualidade de gua para consumo Fertilidade dos solos e estabilidade das encostas Equilbrio climtico e manuteno da qualidade do ar Alimentos saudveis e diversificados Base para produo de medicamentos para doenas reas verdes para lazer, educao, cultura e religio.Outro aspecto importantssimo das Unidades de Conservao o fato de que elas promovem a gerao de renda e estimulam o desenvolvimento regional e local, apoiando programas de ecoturismo, criao de cooperativas de ecoprodutos, entre outros, alm de incentivarem atividades de pesquisa cientfica e processos educativos. Ou seja, as Unidades de Conservao trazem benefcios para muito alm das suas fronteiras, e preciso que o poder pblico e a sociedade tenham clareza de que ecossistemas saudveis so vitais para a existncia de pessoas sadias, empresas sustentveis e economias slidas.

Rosemberg Ferreira Martins

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Unidades de Conservao no Esprito SantoGeovanni Ribeiro LoiolaA maior parte dos remanescentes florestais no Esprito Santo encontra-se em propriedades privadas, principalmente em propriedades com pequena extenso. Levando em conta que menos de 2% do territrio esprito-santense est protegido sob a forma de Unidades de Conservao de Proteo Integral e que menos de 1,5% do territrio estadual consiste em Unidades de Uso Sustentvel, a responsabilidade dos proprietrios como parceiros na preservao e recuperao do meio ambiente torna-se de fundamental importncia. O estado do Esprito Santo possui uma rea de 46.077,5 km2 e 51 reas protegidas, totalizando uma rea de conservao de 1.523,05 km2 ou 152.305,29 hectares. As Unidades de Conservao compem o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza (SNUC), que se divide em dois grupos com caractersticas diferenciadas: o primeiro grupo visa preservao da natureza, admitindo apenas o uso indireto dos recursos naturais, e denominado Unidades de Proteo Integral; o segundo tem por funo a conservao da natureza permitindo o uso sustentvel de parte de seus recursos naturais, sendo denominado de Unidades de Uso Sustentvel. As duas categorias podem apresentar representantes federais, estaduais ou municipais. Apesar da criao legal de reas protegidas, cada proprietrio rural responsvel pela manuteno da Reserva Legal em sua propriedade, alm das reas de Preservao Permanente, podendo inclusive optar pela criao de Reservas Particulares do Patrimnio Natural (RPPNs).

Somente cerca de 3% do territrio do ES encontra-se protegido em Unidades de Conservao.

Rosemberg Ferreira Martins

Unidades de Conservao Federais do Estado do Esprito SantoAs Unidades de Conservao Federais representam 48,55% dos territrios protegidos no estado, divididas em 10 Unidades de Proteo Integral sob a responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade (ICMBio). A categoria de Reserva Biolgica a de maior representatividade estadual.

Unidades de Conservao Federais (N=10) Floresta Nacional de Goytacazes Floresta Nacional de Pacotuba Floresta Nacional do Rio Preto Monumento Natural dos Pontes Capixabas Parque Nacional do Capara d

Criao 2002 2002 1990 2006 1961

Municpio Linhares Cachoeiro de Itapemirim Conceio da Barra guia Branca e Pancas Divino de So Loureno, Dores do Rio Preto, Ina, Irup e Ibitirama Santa Teresa Linhares Linhares e Jaguar Pinheiros Conceio da Barra

rea (ha) 1.350 450 2.830,64 17.496 18.200

(%) a 0,88 0,29 1,85 11,48 11,94

Grupo b Responsvel c US US US PI PI ICMBio ICMBio ICMBio ICMBio ICMBio

Reserva Biolgica Augusto Ruschi Reserva Biolgica de Comboios Reserva Biolgica de Sooretama Reserva Biolgica do Crrego do Veado Reserva Biolgica do Crrego GrandeMiriam Prochnow

1982 1984 1949 1982 1989

4.733,75 836,39 24.250 2.392 1.504,81

3,1 0,54 15,92 1,57 0,98

PI PI PI PI PI

ICMBio ICMBio ICMBio ICMBio ICMBio

a. Porcentagem sobre a rea total de 152.305,29 hectares que integram as Unidades de Conservao do estado do Esprito Santo. b. Grupo de Unidades de Conservao de Proteo Integral (PI) e de Uso Sustentvel (US), de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza (SNUC). c. ICMBio = Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade. d. A rea total do Parque Nacional do Capara corresponde a 31.853 hectares, sendo que 18.200 hectares integram o estado do Esprito Santo e os 13.653 hectares restantes pertencem ao estado de Minas Gerais.

Pico do Cristal, no Parque Nacional do Capara.27

Unidades de Conservao EstaduaisAs Unidades de Conservao Estaduais representam 48,92% de extenso das reas protegidas, distribudas em 26 territrios delimitados pelo Estado, contando com um gerenciamento diversificado. As seguintes entidades so responsveis pela gesto dessas diferentes reas: Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hdricos (IEMA), com a gesto de 17 reas; Instituto de Defesa Agropecuria e Florestal do Esprito Santo (IDAF), responsvel por uma rea; diversas prefeituras, com a gesto de sete reas, alm da empresa Vale, responsvel pela gesto de uma rea. A categoria de Unidade de Conservao Estadual com maior representatividade consiste na rea de Proteo Ambiental.

Unidades de Conservao Estaduais (N=26) rea de Proteo Ambiental de Conceio da Barra rea de Proteo Ambiental de Goiapaba-Au rea de Proteo Ambiental de Guanandy rea de Proteo Ambiental de Mestre lvaro rea de Proteo Ambiental de Praia Mole rea de Proteo Ambiental do Macio Central rea de Proteo Ambiental do Monte Mochuara rea de Proteo Ambiental Ilha do Frade rea de Proteo Ambiental Paulo Csar Vinha rea de Proteo Ambiental Pedra do Elefante rea de Relevante Interesse Ecolgico Morro da Vargem Estao Ecolgica Ilha do Lameiro Monumento Natural do Itabira Monumento Natural O Frade e a Freira Parque Estadual da Cachoeira da Fumaa Parque Estadual da Fonte Grande Parque Estadual da Pedra Azul Parque Estadual de Itanas Parque Estadual de Mata das Flores Parque Estadual do Forno Grande Parque Estadual Paulo Csar Vinha Reserva Biolgica de Duas Bocas Reserva de Desenvolvimento Sustentvel Concha DOstra Reserva Ecolgica de Jacarenema Reserva Ecolgica Municipal das Ilhas Ocenicas de Trindade e Arquiplago de Martim Vaz Reserva Natural Valed

Criao 1998 1994 1994 1976 1994 1992 2007 1994 1994 2001 2005 1986 2008 2007 1984 1986 1991 1991 1986 1960 1990 1965 2007 1989 1989 1951

Municpio Conceio da Barra Fundo Pima, Itapemirim e Maratazes Serra Serra Vitria Cariacica Vitria Guarapari Nova Vencia Ibirau Vitria Cachoeiro de Itapemirim Itapemirim Alegre Vitria Domingos Martins Conceio da Barra Castelo Castelo Guarapari Cariacica Guarapari Vila Velha Vitria Linhares

rea (ha) 7.728 3.740 5.242 2.461 400 666,55 2.600 35,32 11.460 2.562,31 573 871,92 158 861,4 24,2 218 1.240 3.650 800 730 1.500 2.910 1.036 247,36 1.178 21.787

(%) a Grupo b 5,07 2,45 3,44 1,61 0,26 0,43 1,7 0,02 7,52 1,68 0,37 0,57 0,1 0,56 0,01 0,14 0,81 2,39 0,52 0,47 0,98 1,91 0,68 0,16 0,77 14,31 US US US US US US US US US US US PI PI PI PI PI PI PI PI PI PI PI US PI PI US

Responsvel c IEMA IEMA IEMA IDAF IEMA Prefeitura Prefeitura Prefeitura IEMA IEMA IEMA Prefeitura Prefeitura IEMA IEMA Prefeitura IEMA IEMA IEMA IEMA IEMA IEMA IEMA IEMA Prefeitura Vale

O Parque Estadual Paulo Csar Vinha, que preserva uma grande rea de restingas, e o Parque Estadual da Pedra Azul, com uma bela paisagem, so importantes Unidades de Conservao criadas pelo governo do estado do Esprito Santo.

a. Porcentagem sobre a rea total de 152.305,29 hectares que integram as Unidades de Conservao do estado do Esprito Santo. b. Grupo de Unidades de Conservao de Proteo Integral (PI) e de Uso Sustentvel (US) de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza (SNUC). c. IDAF = Instituto de Defesa Agropecuria e Florestal do Esprito Santo e IEMA = Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hdricos. d. A rea delimitada pelo Parque Estadual Paulo Csar Vinha correspondente a 1.500 hectares e encontra-se localizada no interior do territrio delimitado pela rea de Proteo Ambiental Paulo Csar Vinha, com 11.460 hectares. A integrao dessas duas Unidades de Conservao corresponde a um territrio de 12.960 hectares.Miriam Prochnow

Wigold B. Schaffer

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Reservas Particulares do Patrimnio Natural (RPPNs)As Reservas Particulares do Patrimnio Natural (RPPNs) so Unidades de Conservao privadas e criadas em terrenos particulares por iniciativa do proprietrio, mediante o reconhecimento do rgo governamental de meio ambiente, e tem por objetivo auxiliar na conservao da diversidade biolgica, paisagstica e dos demais recursos naturais. A iniciativa de criao deve ser solicitada pelo proprietrio ao rgo ambiental, que poder reconhecer o imvel ou parte dele como uma RPPN. A RPPN perptua e tambm deve ser averbada no cartrio, margem do registro do imvel. Diferente da Reserva Legal, onde pode ser feito o uso sustentvel dos recursos naturais, na RPPN s podem ser desenvolvidas atividades de pesquisa cientfica, ecoturismo, recreao e educao ambiental. Ao transformar sua propriedade ou parte dela em RPPN, o produtor passa a ter algumas vantagens, tais como a iseno do Imposto Territorial Rural (ITR), conforme dispe a Lei n 9.393, de 19 de dezembro de 1996; conta com a proteo contra incndios e invaso por parte da sociedade e do Estado e conta com a preferncia na obteno de crditos rurais e na mecanizao agrcola. O proprietrio pode inclusive solicitar o auxlio do poder pblico para a elaborao de um plano de manejo, proteo e gesto da rea. O estado do Esprito Santo apresenta cerca de 2,35% de sua rea protegida composta por RPPNs, que so criadas sob orientao das diferentes esferas do poder pblico.

Unidades de Conservao (N=15) RPPN Cafund RPPN Fazenda Santa Cristina RPPN Fazenda Sayonara RPPN Mutum Preto RPPN Oiutrem RPPN Recanto das Antas RPPN Restinga de Aracruz RPPN Trs Pontes RPPN Florindo Vidas RPPN Cachoeira Alta RPPN Crrego da Floresta RPPN Mata da Serra RPPN guas do Capara RPPN Linda Las RPPN Alimercino Gomes de Carvalho

Criao 1998 2001 2001 2007 2006 2007 2007 2004 2008 2008 2008 2008 2008 2009 2009

Municpio Cachoeiro de Itapemirim Montanha Conceio da Barra Linhares Alfredo chaves Linhares Aracruz Afonso Cludio Ina Divino de So Loureno Afonso Cludio Vargem Alta Dores do Rio Preto Santa Teresa Guau

rea (ha) 517 28 29,22 379 58,1 2.202 296 12 1,08 10,55 23,86 14,54 0,8 3,48 6,01

(%) a 0,33 0,01 0,01 0,24 0,03 1,44 0,19