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o menor pone e menor número de folhas de L. esculentum certamente foi devido ao dano causado aos ponteiros pelas larvas da traça-do-tomateiro, que impediram o completo crescimento da planta. Já os dados apresentados por L. pennellii devem-se exclusi- vamente às características fenológicas da espécie. Os resultados alcançados permitem afirmar que a seleção de plantas resistentes à traça-do-tomateiro baseada em caracterís- ticas morfológicas e fisiológicas de L. pennellii, e que estejam pre- sentes em progênies de L. esculentum x L. pennellii é tecnicamente viável e permite a obtenção de plantas mais resistentes do que L. esculentum. Entretanto, a exposicão das plantas escolhidas com base em características rnorfológicas e fisiológicas à população da traça-do-tomateiro é aconselhável, porque permitirá melhorar significativamente a qualidade da avaliação inicial e a obtenção de plantas com níveis de resistência muito mais elevados. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem às valiosas sugestões apresentadas pelos membros do Comitê de Publicações do CNP Hortaliças, e ao CNPq - PIEP, pela concessão de bolsa de trabalho. LITERATURA CITADA BARBOSA, V. & NETO, J.M.S. Controle químico de Scropipalpu- Ia absoluta (Meyrick) em tomateiro destinado ao processa- mento industrial em São Paulo. IfI: Congresso Brasileiro de Entomologia, 8., Brasília, 1984. Resumos. Brasilia, SEB. 1983. p. 125. FRANÇA, F.H. Considerações sobre um programa de manejo in- tegrado de pragas de hortaliças no Brasil./n: Congresso Brasi- leiro de Olericultura, 24., Jaboticabal, 1984. Palestras. Jaboti- cabal, SOB, 1984. p. 104-128. FRANÇA, F.H.; MAlUF, W.R.; ROSSI, P.E.F.; MIRANDA, 1.E.C. & COELHO, M.C.F. Avaliação e seleção em tomate vi- sando resistência à traça-do-tomateiro. l n: Congresso Brasi- leiro de Olericultura, 24., Jabot icabal, 1984. Resumos.Jaboti- cabal, SOB, 1984. p. 143. GENTllE, A.C.; WEBB, R.E. & STONER, A.R. Resistance in Ly- coperstcon and Solanum to greenhouse whiteflies Trialeurodes \'aporarium.1. Econ. Entomol. 61:1355-1357,1968. lUVIK, 1.A.; BERLlNGER, M.J.; BEN-DAVID, T. & RUDlCH, J. Resistance among accessions of the genera Lycopersicon and Solanum to ofthe main insect oftomato in Israel. Phytopa- rasitica 10(3): 135-156, 1982. LOURENÇÃO, A.L.; NAGAI, H. & ZULLO, M.A.T. Fontes de resistência a Scrobipolpulo absoluta (Meyrick, 1917) em toma- teiro. Bragantia 43(2):569-577, 1984. SOTIRO\A, G.V. Resistunce of wild tornare spccies to the glass- house whitefly (Trialeurodes vaporarium Westw). Genet. Plant Breed .. 11(213):214-217, 1978. SOUZA, 1.C.; REIS, PR.; NACIF, A. de P.; GOMES, 1.M. & SALGADO, L.O. Traça-do-tomateiro: histórico, reconheci- mento, biologia, prejuízos e controle: Belo Horizonte, EPA- MIG, 1983. 14p. (EPAMIG. Boletim Técnico, 2). STONER, A.K. Breeding for insect resistance in vegetables. Hor.Science. 5:76-79, 1970. Marina Castelo Branco Félix H. França Célia M.T. Cordeiro Wilson R. Maluf Ana M. Resende Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças/EMBRAPA Cx. Postal, 07.0218 70.359 Brasília, DF ADAPTAÇÕES D~ UMA COLHEDORA DE CEREAIS PARA COLHEITA MECANICA DE ERVILHA RESUMO Devido a dificuldades detectadas na colheita mecânica da ervilha com colhedoras convencionais, procurou-se desenvolver algumas adaptações com a finalidade de reduzir as perdas de se- mentes na colheita. Conseguiu-se uma redução de até 85% com relação à perda anteriormente avaliada. Foram adaptadas a uma colhedora Penha CLC 500, uma peça seccionadora de plantas e garfos levantadores de plantas. ABSTRACT Adaptations of a cereal harvester to mechanical harvest of peas. Due to difticulties in the mechanical harvesting ofpeas with conventional cereal harvesters, some adaptations were developcd in order to improve their performance by reducing harvesting los- ses. Reductions in losses up to 85% wcre obtained in relation to the previously estimated losses. The following parts were adapted to a Penha harvester machine-Cl.C 500: lateral pea cutter and pick-up fingers. (Aceito para publicação em 29/10/86) A ervilha (Pisum sativum L.) é uma leguminosa que atualmen- te vem sendo cultivada em diversas regiões do Brasil. Uma das dificuldades enfrentadas para a expansão dessa cultura é a ausência de máquinas adequadas para a colheita mecânica. De um modo geral, os modelos comerciais de colhedoras necessi- tam de complementações para se ajustarem melhor às con- dições desfavoráveis que ocasionam a perda de grãos durante a co- lheita, tais como: deiscência das vagens, altura de inserção da I:' vagem, tombamento das plantas, baixo stand de plantas, mal pre- paro do solo e topografia desuniforme do terreno. A colheita de ervilha normalmente é feita quando os grãos atingem 13% de umidade (base úmida), tanto para grãos reidratá- veis como para semente. Diversas máquinas e métodos de colheita têm sido testa- dos tais, como o uso de cegadoras operando juntamente com re- 32 colhedoras batedoras; colhedoras sem i-arrasto e autornotrizes. Essas máquinas, encontradas no mercado, podem ser facilmen- te adaptadas e reguladas para a colheita de ervilha seca. DESCRIÇÃO E FUNCIONAMENTO Foram desenvolvidas no Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças adaptações, as quais foram testadas na colhedora Pe- nha, Modelo ClC 500. Estas peças também são adaptáveis em ou- tros modelos de colhedoras. Na Figura I podem ser observados detalhes do seccionador e separador de plantas acarnadas, o qual trabalha cortando e sepa- rando-as em faixa. Essa peca complementar evita o ernbuchamen- to de plantas na base de sustentação da plataforma de corte, bem Hort. bras. 5( I), maio 1987

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o menor pone e menor número de folhas de L. esculentumcertamente foi devido ao dano causado aos ponteiros pelas larvasda traça-do-tomateiro, que impediram o completo crescimento daplanta. Já os dados apresentados por L. pennellii devem-se exclusi-vamente às características fenológicas da espécie.

Os resultados alcançados permitem afirmar que a seleçãode plantas resistentes à traça-do-tomateiro baseada em caracterís-ticas morfológicas e fisiológicas de L. pennellii, e que estejam pre-sentes em progênies de L. esculentum x L. pennellii é tecnicamenteviável e permite a obtenção de plantas mais resistentes do que L.esculentum. Entretanto, a exposicão das plantas escolhidas combase em características rnorfológicas e fisiológicas à população datraça-do-tomateiro é aconselhável, porque permitirá melhorarsignificativamente a qualidade da avaliação inicial e a obtenção deplantas com níveis de resistência muito mais elevados.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem às valiosas sugestões apresentadaspelos membros do Comitê de Publicações do CNP Hortaliças, eao CNPq - PIEP, pela concessão de bolsa de trabalho.

LITERATURA CITADA

BARBOSA, V. & NETO, J.M.S. Controle químico de Scropipalpu-Ia absoluta (Meyrick) em tomateiro destinado ao processa-mento industrial em São Paulo. IfI: Congresso Brasileiro deEntomologia, 8., Brasília, 1984. Resumos. Brasilia, SEB. 1983.p. 125.

FRANÇA, F.H. Considerações sobre um programa de manejo in-tegrado de pragas de hortaliças no Brasil./n: Congresso Brasi-leiro de Olericultura, 24., Jaboticabal, 1984. Palestras. Jaboti-cabal, SOB, 1984. p. 104-128.

FRANÇA, F.H.; MAlUF, W.R.; ROSSI, P.E.F.; MIRANDA,1.E.C. & COELHO, M.C.F. Avaliação e seleção em tomate vi-sando resistência à traça-do-tomateiro. ln: Congresso Brasi-leiro de Olericultura, 24., Jabot icabal, 1984. Resumos.Jaboti-cabal, SOB, 1984. p. 143.

GENTllE, A.C.; WEBB, R.E. & STONER, A.R. Resistance in Ly-coperstcon and Solanum to greenhouse whiteflies Trialeurodes\'aporarium.1. Econ. Entomol. 61:1355-1357,1968.

lUVIK, 1.A.; BERLlNGER, M.J.; BEN-DAVID, T. & RUDlCH,J. Resistance among accessions of the genera Lycopersiconand Solanum to ofthe main insect oftomato in Israel. Phytopa-rasitica 10(3): 135-156, 1982.

LOURENÇÃO, A.L.; NAGAI, H. & ZULLO, M.A.T. Fontes deresistência a Scrobipolpulo absoluta (Meyrick, 1917) em toma-teiro. Bragantia 43(2):569-577, 1984.

SOTIRO\A, G.V. Resistunce of wild tornare spccies to the glass-house whitefly (Trialeurodes vaporarium Westw). Genet. PlantBreed .. 11(213):214-217, 1978.

SOUZA, 1.C.; REIS, PR.; NACIF, A. de P.; GOMES, 1.M. &SALGADO, L.O. Traça-do-tomateiro: histórico, reconheci-mento, biologia, prejuízos e controle: Belo Horizonte, EPA-MIG, 1983. 14p. (EPAMIG. Boletim Técnico, 2).

STONER, A.K. Breeding for insect resistance in vegetables.Hor.Science. 5:76-79, 1970.

Marina Castelo BrancoFélix H. FrançaCélia M.T. CordeiroWilson R. MalufAna M. ResendeCentro Nacional de Pesquisa de Hortaliças/EMBRAPACx. Postal, 07.021870.359 Brasília, DF

ADAPTAÇÕES D~ UMA COLHEDORA DE CEREAIS PARACOLHEITA MECANICA DE ERVILHA

RESUMO

Devido a dificuldades detectadas na colheita mecânica daervilha com colhedoras convencionais, procurou-se desenvolveralgumas adaptações com a finalidade de reduzir as perdas de se-mentes na colheita. Conseguiu-se uma redução de até 85% comrelação à perda anteriormente avaliada. Foram adaptadas a umacolhedora Penha CLC 500, uma peça seccionadora de plantas egarfos levantadores de plantas.

ABSTRACT

Adaptations of a cereal harvester to mechanical harvestof peas.

Due to difticulties in the mechanical harvesting ofpeas withconventional cereal harvesters, some adaptations were developcdin order to improve their performance by reducing harvesting los-ses. Reductions in losses up to 85% wcre obtained in relation tothe previously estimated losses. The following parts were adaptedto a Penha harvester machine-Cl.C 500: lateral pea cutter andpick-up fingers.

(Aceito para publicação em 29/10/86)

A ervilha (Pisum sativum L.) é uma leguminosa que atualmen-te vem sendo cultivada em diversas regiões do Brasil. Umadas dificuldades enfrentadas para a expansão dessa cultura

é a ausência de máquinas adequadas para a colheita mecânica.De um modo geral, os modelos comerciais de colhedoras necessi-tam de complementações para se ajustarem melhor às con-dições desfavoráveis que ocasionam a perda de grãos durante a co-lheita, tais como: deiscência das vagens, altura de inserção da I:'vagem, tombamento das plantas, baixo stand de plantas, mal pre-paro do solo e topografia desuniforme do terreno.

A colheita de ervilha normalmente é feita quando os grãosatingem 13% de umidade (base úmida), tanto para grãos reidratá-veis como para semente.

Diversas máquinas e métodos de colheita têm sido testa-dos tais, como o uso de cegadoras operando juntamente com re-

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colhedoras batedoras; colhedoras sem i-arrasto e autornotrizes.Essas máquinas, encontradas no mercado, podem ser facilmen-te adaptadas e reguladas para a colheita de ervilha seca.

DESCRIÇÃO E FUNCIONAMENTO

Foram desenvolvidas no Centro Nacional de Pesquisa deHortaliças adaptações, as quais foram testadas na colhedora Pe-nha, Modelo ClC 500. Estas peças também são adaptáveis em ou-tros modelos de colhedoras.

Na Figura I podem ser observados detalhes do seccionadore separador de plantas acarnadas, o qual trabalha cortando e sepa-rando-as em faixa. Essa peca complementar evita o ernbuchamen-to de plantas na base de sustentação da plataforma de corte, bem

Hort. bras. 5( I), maio 1987

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Fig. 13 - Vista Frontal

I - Suportes de su-reru.«, 1 IVr: galhãn IIsoL2 Segmentos me állí:r ...;3 Di ...co de corte-t - Barra de ferro tfertc chato):.;;- Mancaf6 Mol<l,7 Eixo fixo:8 Porcas c arruelas:9 Telescópio esquerdo J,-! plataforma de corte;

10 Suporte flexível.

Fig. lb - Vista Lateral (direita)

FIGURA 1 - Seccionador e separador de plantas acamadas, acoplado à lateral esquerda da plataforma de corte da colhedora Penha Cl.C 500.

Fig. Ic - Vista Lateral (esquerda)

como a perda de grãos. Esse conjunto é afixado ao telescópio es-querdo da plataforma de corte (9).

O seccionador é constituído por um disco com diâmetro de330 rnrn, tendo em seu centro um mancal (5) acoplado a um supor-te flexível na parte inferior da peça (10). O disco atua sob pressãopor intermédio de uma mola (6), posicionada na parte frontal dodispositivo, envolvendo um eixo fixo com diâmetro ele 13 mm e530 mm de comprimento (7), possibilitando assim o deslocamen-to do disco sob pressão. A regulagem da pressão é feita através daintrodução ele porcas ou arruelas (8) na parte superior do eixo elesustentacão da mola.

O separador é composto por 6 segmentos metálicos (2), dis-postos de maneira a formar ramificacões. sendo que três dessas ra-mificações são voltadas para a direità e três voltadas para a esquer-da, de modo a possibilitar a separação elas plantas. Esses segmen-tos são fixados em um ferro chato com 29 mm de comprimento.

L----- __

Fig. 2a - Vista superior

FIGURA 2 - Garfo levantador de plantas acamadas, adaptado à plataforma de corte da Cl.C 500.

33Hort. bras. 5(1), maio 1987

25 rnrn de largura e 5 mm de espessura (4), paralelo ao disco e coma parte frontal cortada em biseI. Esta peca de ferro é montada200 rnrn abaixo do suporte flexível inferio~ (10) e fixada por doissuportes de vergalhão com 10 mm de espessura (I).

A Figura 2 mostra o garfo levantador, que tem como finali-dade suspender as plantas acamadas. Esses garfos são acopladosaos dedos simples ou duplos da barra ele corte e são distribuídosde 4 em 4 dedos. Construidos de barra de ferro (ferro chato) com400 mm de comprimento, 25 mm de largura e 4 mm de espessura.A barra é preparada de moelo que a parte central receba uma de-formação tipo lombar, que deverá ser reforçada com um suportede ferro chato com 150 mm de comprimento (J4) e a pequena cur-vatura servirá para ajustar e fixar um encaixe metálico (J I). O en-caixe é confeccionaelo de chapa preta n" 16, com o formato da par-te posterior do dedo e deve ser soldado ao aclive anterior ela peça,de modo a oferecer uma adequada inclinação para o trabalho. O

I - Encaixe metálico do garfo:2 - Furo de fixação do garfo à plataforma;3 - Peça superior do garfo (vergalhão liso);4 - Peça inferior do garfo (ferro chato);5 - Parafuso de fixação do garfo à plataforma.

"x

0' '31",/

(2)

r+.

Fig. 2b - Corte longitudinal

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garfo levantador é fixado pela parte anterior da barra de ferro, pormeio de um furo com 10 mm de diâmetro (12), o qual deverá rece-ber o mesmo parafuso que suporta o garfo da barra de corte (15).

A parte superior do garfo levantado r é composta por umapeca de vergalhão liso com 50 mm de comprimento e 10 mm dediâmetro (13), fixada de maneira a formar um ângulo de 45° emrelação à base (barra de ferro).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

o rendimento da colhedora Penha Mod. CLC 500 e a perdade grãos foram afetados sensivelmente com o acréscimo das adap-tações.• considerando o deslocamento da colhedeira no mesmo sentido

do acamamento, a perda de grãos foi de 200 kg/ha, sem as adap-tações, e 30 kg/ha após as adaptações realizadas;

• considerando o deslocamento da colhedeira no sentido contrá-rio ao acamamento, as perdas de grãos secos de ervilha foram150 kg/ha e 15 kg/ha, respectivamente.

A perda é sempre maior a favor do acamamento do que con-tra o acamamento das plantas, isto porque, uma plataforma decorte que não possua o sistema de barra de corte flexível torna-sedifícil mantê-Ia rente ao nível do solo de maneira a acompanhar osdesníveis do terreno, sem que ocorra entrada de solo e constantesembuchamentos. Com a introdução dessas adaptações é possívelreduzir sensivelmente a perda de grão, e permitir a plataforma decorte trabalhar mais distante do solo, conseqüentemente, aumen-tando a capacidade efetiva de trabalho da colhedora.

Francisco E.c. RochaLeonardo B. GiordanoCentro Nacional de Pesquisa de HortalicasCx. Postal 07.0218 '70359 - Brasília, DF

PRODUÇÃO D~ SEMENTES DE CllLTIVARES DE ERVILHADESTINADAS A INDUSTRIALIZAÇAO

RESUMO

Foram testadas seis cultivares de ervilha próprias para a in-dústria de reidratação e dez cultivares apropriadas à indústria deenlatamento ou congelamento de grãos verdes. Os ensaios foraminstalados em Brasília-DF, Anápolis-GO e Coromandel-MG, sen-do os plantios realizados no período compreendido entre 03/05 e04/06 de 1985. Dentre os materiais destinados à indústria de rei-dratação, maiores produtividades de sementes foram obtidas comas cultivares Triofin, XPC-88, Caprice e XPC-143, em Brasília. EmAnápolis destacaram-se as cultivares Triofin, Mikado e Kriter. Nogrupo das cultivares destinadas à colheita de grãos verdes, desta-caram-se as produções de sementes obtidas com as cultivaresTrolly, Klos, Bolero e Bonnaire.

ABSTRACT

Pea seed production of some cuItivars used in theprocessing industry.

A total ofsix pea cultivars for rehydration industry and tenfor green pea production were tested in Brasília-DF, A nápolis-GOand Coromandel-MG. Sowings were done between May 51h

,

and June 41h, in 1985. In Brasília better seed productions were

obtained with "Triofin", "XPC-88", "Capr ice". and "XPC-143"among those cultivars used for the rehydration industry. In Aná-polis, greater seed production was obtained with Triofin, Mikadoand Kriter. For green pea production, cultivars Trolly, Klos, Bole-ro and Bonnaire produced better seed yields.

(Aceito para publicação em 03111/86)

A cultura da ervilha (Pisum sativum L.) vem sendo bastante di-fundida no Distrito Federal e nos Estados de Minas Gerais,Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo (Giordano, 1983). O

aumento da área de plantio de ervilha seca vem sendo bastante rá-pido, pois em 1980 foram plantados apenas 15 ha e em 1986 esti-ma-se o plantio de 10.000 ha.

Além do plantio de cultivares destinadas à produção degrãos secos para a indústria de reidratação, o plantio de materiaisusados no enlatamento e no congelamento de grãos verdes vemdespertando interesse.

O Brasil Central apresenta condições climáticas ideais paraa produção de sementes de ervilha em virtude da ocorrência de in-

vemo seco. Conseqüentemente, existe grande interesse em se testara produção de sementes das principais cultivares utilizadas pelasindústrias de processamento.

Foram testadas seis cultivares destinadas à indústria de rei-dratação ("Triofin", "Kriter", "Caprice", "XPC-143", "XPC-88" e"Mikado") e dez indicadas para processamento de grãos verdes("Klos", "Trolly", "Spring", "Trend", "Bolero", "Bonnaire", "Ral-ly", "Anoka", "Early Perfection" e "Pacemaker").

Dados referentes ao ensaio instalado em Brasília-DF, visan-do o estudo da produção de sementes das cultivares destinadas à.reidratação encontram-se na Tabela I. Das cultivares testadas,"XPC-88", "Caprice", e "XPC-143" foram as mais produtivas, com

TABELA 1 - Produção de sementes de ervilha para indústria de reidratação - Brasília/198S3/.

'11Ir'" Prodotivi- N7de Peso JOoOlí-t' Sementesdade I( vagem 11 se

Kriíer e21 7:9 b 4,1Caprice b 5,8 c 4,4 aXPC-143 2076 b 5,3 c 4,1 abXPC-88 2768 a 6,3 c 4,3 a cMikado 1456 c 10,2 a 3,8 b c

-';',*,

CV (%) '14,63 11,36 7,74 2D,42 12:02 8,04

11 Média de cinco repetições.2/ Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si, DMRT 5%.3/ Data de Plantio: 04.06.85.

34 Hort. bras. 5(1), maio 1987