acústica

8
Importância da afinação temperada A afinação temperada divide a 8ª em 12 partes iguais. É um sistema de medida que utiliza o cent como unidade, dando para medir o tamanho dos intervalos musicais. Como a 8ª é dividida em 12 meios-tons e cada meio-tom corresponde a 100cents, então, uma 8ª corresponde a 1200 cents. O sistema de afinação por 5as usadas pela afinação pitagórica causa uma certa desafinação. Esta discrepância é igualmente dividida na afinação temperada. Esta afinação permitiu que instrumentos de tonalidades diferentes e de afinação fixe (piano) possam tocar em conjunto. O sistema temperado surgiu para solucionar os problemas dos sistemas anteriores que não comportavam a afinação. Esses problemas eram a possibilidade de haver transposição e modelação no decorrer da execução da peça. Sendo assim a afinação temperada acabou por resolver o problema de desafinação causada pelo distanciamento da tonalidade, tornando possível a execução em 12 tonalidades diferentes e possibilitar a modelação.

Upload: marianarodrigues

Post on 25-Dec-2015

213 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Importância da afinação temperadaClassificação de Hornbostel e SachsDisposição da orquestraAcústica de abertos e tubos fechadosAcústica de uma corda musicalAfinação do piano

TRANSCRIPT

Page 1: Acústica

Importância da afinação temperada A afinação temperada divide a 8ª em 12 partes iguais. É um sistema de medida que utiliza o

cent como unidade, dando para medir o tamanho dos intervalos musicais.

Como a 8ª é dividida em 12 meios-tons e cada meio-tom corresponde a 100cents, então, uma

8ª corresponde a 1200 cents.

O sistema de afinação por 5as usadas pela afinação pitagórica causa uma certa desafinação.

Esta discrepância é igualmente dividida na afinação temperada.

Esta afinação permitiu que instrumentos de tonalidades diferentes e de afinação fixe (piano)

possam tocar em conjunto.

O sistema temperado surgiu para solucionar os problemas dos sistemas anteriores que não

comportavam a afinação. Esses problemas eram a possibilidade de haver transposição e

modelação no decorrer da execução da peça. Sendo assim a afinação temperada acabou por

resolver o problema de desafinação causada pelo distanciamento da tonalidade, tornando

possível a execução em 12 tonalidades diferentes e possibilitar a modelação.

Page 2: Acústica

Classificação de Hornbostel e Sachs Classificações dos instrumentos – Hornbostel e Sachs

Princípios orientadores: baseia-se no sistema proposto em 1914 por Erich von Hornbostel

e Curt Sachs. Os instrumentos são classificados com base num principio acústico: qual o

elemento vibratório que produz o som.

Grupos e subgrupos:

o Idiofones: instrumentos em que o som é produzido pela vibração de corpos sólidos

sem precisarem de estar submetidos a tensão, ou seja, instrumentos de percussão

sem membrana.

Idiofones Excitados – (cistros, mirtilão, guisos)

Idiofones percutidos – (caixa) – instrumentos que se batem neles

Idiofones percussivos – (diapasão) – batem na superfície

Idiofones concussão – (clavas, pratos, castanholas) – batem um no outro

o Membranofones: instrumentos em que o som é produzido por uma membrana

tensa.

Unimembranofones – (tímpanos, congas, bongós)

Bimembranofones – (bombo, tarola)

Membranofones de fricção – (sarronca, zurra-burros)

Membranofones percutidos

o Cordofones: instrumentos em que o som é produzido por uma corda tensa.

Cordofones dedilhados – (guitarra/harpa)

Cordofones percutidos – (piano)

Cordofones beliscados – (cravo)

Cordofones friccionados – (violino - arco)

o Aerofones: instrumentos em que o som é produzido pela vibração do ar.

Aerofones de palheta simples

Aerofones de palheta dupla – (acordeão, fagote, oboé)

Aerofones de aresta – (flauta de bisel, órgão de tubos)

Aerofones de bocal

o Eletrofones: instrumentos em que o som é produzido a partir da variação da

intensidade de um campo eletromagnético. A radiação do som é feita por um

altifalante que converte sinais elétricos previamente amplificados em ondas

acústicas

Page 3: Acústica

Disposição da orquestra Disposição dos instrumentos na orquestra sinfónica

A disposição dos músicos na orquestra pode variar bastante e depende de diversos fatores: do número de músicos, do tamanho e forma do palco, do reportório. A escolha de uma solução está sempre, direta ou indiretamente relacionada com aspetos estéticos e acústicos. A mudança da posição dos músicos altera necessariamente o resultado sonoro devido a vários fatores entre os quais um muito importante: as características direcionais de radiação dos instrumentos.

o Alemã ou Europeia: Os dois naipes de violinos encontram-se em posições opostas: primeiros à esquerda e segundos à direita. Os violoncelos ficam praticamente em frente ao maestro, ao lado dos primeiros violinos, as violas ficam entre os segundos violinos e os violoncelos e os contrabaixos do lado esquerdo atrás dos primeiros violinos. Esta disposição surge inicialmente da Orquestra de Mannhiem (século 18), mas só se generaliza na segunda metade do século 19 (Meyers, 1978).

o Americana: O maestro inglês Henry Joseph Wood (1869-1944), surgiu no principio deste século o reordenamento da posição das cordas na orquestra. Da esquerda para a direita: primeiros violinos, segundos violinos, violas, violoncelos e constrabaixos correspondendo a um ordenamento de frequências do agudo ao grave. Nesta posição os chefes de naipe ficam numa posição semelhante à de um quarteto de cordas. Os defensores desta configuração, conhecida como a disposição americana, argumentavam que a proximidade dos primeiros e segundos violinos, violas e violoncelos é a mais adequada à maioria da escrita para orquestra. Esta era a disposição preferida para gravações estereofónicas de grandes orquestras, porque permitia definir melhor a separação de frequências: agudas à esquerda e graves à direita.

Acústica de tubos abertos e tubos fechados

Page 4: Acústica

Aerofones – madeiras:

Sistema ressoador (colunas de ar)/amplificador: o som que o tubo emite é tanto mais grave quanto mais longo for. No caso dos tubos aplicam-se as leis de Bernoulli (permite calcular a altura do som para um dado tubo) – estão associadas às frequências de vibração de uma coluna de ar. Estas leis baseiam-se na forma como as ondas de compressão viajam ao longo do tubo.

o Tubo aberto: são precisas 4 viagens, ou seja, 4 comprimentos de um tubo para completar um ciclo. O comprimento de onda é igual a 4 vezes o comprimento do tubo. No tubo aberto a compressão tenta obter um equilíbrio. Tem também atrás da compressão uma rarefação pois a compressão tem tendência a sair, completando-se também um ciclo. Neste caso são necessárias apenas 2 viagens ou dois comprimentos de tubo para que se complete o ciclo.

F=C (velocidadedo som)

2L(comprimento do tubo)

o Tubo fechado: quando temos tubos fechados há uma compressão que vai viajar até à extremidade fechada. Esta compressão é por sua vez refletida. Quando chega à outra extremidade aberta esta compressão transforma-se em refração, pois tem tendência a equilibrar com a pressão atmosférica exterior que é normal. Ao equilibrar sai e causa uma rarefação, que vai ser propagada ao longo do tubo. Esta rarefação, ao voltar para trás completa o ciclo. É destas interferências contínuas de compressões e rarefações, que estão a viajar ao longo do tubo, que se vão criar as ondas estacionárias. o clarinete comporta-se como tubo fechado, porque a palheta do clarinete ao vibrar, abre e fecha o orifício por onde entra o jato de ar e ela ao vibrar completa ciclos completos.

F=C(velocidade dosom)

4 L(comprimentodo tubo )

Todos os instrumentos em que a embocadura é de palheta (simples, dupla ou labial) funcionam acusticamente como tubos fechado-aberto, enquanto que os instrumentos de embocadura de aresta se comportam acusticamente como tubos abertos.

Acústica de uma corda musical

Page 5: Acústica

Cordas vibram:

Longitudinalmente – Cada ponto da corda efetua um movimento paralelo à corda.Rigidez do cavalete e elasticidade da corda. Tem a ver com o timbre do som e acontece quando se dedilha ou fricciona.

Transversal – Cada ponto da corda efetua um movimento perpendicular ao eixo da corda. Tem a ver com a elasticidade da corda, intensidade do som e o timbre. Isto acontece quando nós dedilhamos.

Lei de Taylor: as frequências dos modos de vibração transversal de uma corda tensa deduzem-se da lei de Taylor. Esta formula é completamente válida para coras ideias, sem rigidez, ou seja, perfeitas.

Torcional – Movimento de retorção da corda sobre si mesma em torno do seu eixo.

Tem a ver com o timbre e elasticidade da corda. Acontece quando friccionamos a corda (violino).

Vibração de oitava – É uma vibração dos pontos que constituem os limites de comprimento vibrante da corda.

Afinação do piano

Page 6: Acústica

O processo de afinação inicia-se numa 8ª central do teclado, normalmente a 8ª de fa2

a fa3. Partindo de uma nota cuja frequência bem determinada é dada por exemplo por

um diapasão, a afinação dos intervalos e o seu temperamento é feito através do

controle dos batimentos de 4ªs e 5ªs, muitas vezes utilizando 3ªs e 6ªs maiores para

certificação. Quando a 8 inicial se “fechar”, isto é, partindo de uma nota se atingiu a

sua oitava rigorosamente a afinação avança para os extremos do teclado por oitavas

dos sons já afinados. O controle da afinação é feito pelos batimentos. Ao afinar todas

as cordas da mesma nota, elas são levadas quase a uníssono com a primeira. Um

piano bem afinado, está em rigor desafinado.