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ACUMULAÇÃO FLEXÍVEL E OS EFEITOS SOBRE A PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO:
o caso de Pedra Branca do Amapari
Rodson William Barroso Juarez1
1 INTRODUÇÃO
A necessidade do homem em alcançar um nível de satisfação cada vez mais
elevado o impulsionou a buscar novos utensílios, métodos, e organizações
(HUBERMAN, 1986). Cada aspiração em sua determinada época, de acordo com as
tecnologias do período, e o nível já alcançado de bem-estar social, produzindo novas
realidades e transformando cenários até então conhecidos. Tal comportamento continua
na sociedade contemporânea, com implicações diversas na construção de cenários e
alterações nos mesmos.
Com essa devida precaução que devemos considerar a realidade local na
Amazônia, sob uma ótica racional, consideração que nos remete ao historicismo alemão,
que analisa a dinâmica de cada momento para a proposição de uma explicação ou
compreensão do fato histórico. Caio Prado Junior (2000) alia sua análise com a
proposta epistemológica de Max Weber, analisada por Freund (2006), quando persegue
a explicação do fenômeno social através da compreensão do fato. Essas proposições não
dissociam a multipolaridade das intervenções na dinâmica social, que passam a produzir
“pressões” para que essa ou aquela ação ocorra.
Nesse contexto que o trabalho se justifica, no sentindo de perceber e levantar
questionamentos e constatações sobre a produção espacial, como significado de um
efeito, tendo como causa principal as relações horizontais e verticais estabelecidas para
ocorrência do modo de produção. Tal efeito espacial incide diretamente na configuração
dos centros urbanos relacionados à produção e o modelo no qual se insere, demandando
1 Economista pelo Centro de Ensino Superior do Amapá (CEAP) em 2006, aluno do Mestrado
em Desenvolvimento Regional, da Universidade Federal do Amapá (Unifap).
planejamento urbano para a mitigação dos efeitos negativos e potencialização dos
efeitos positivos.
Tais externalidades do modo de produção capitalista podem ser observadas de
modos diferenciados, levando em consideração a as características mutantes de cada
modo de produção, em seu determinado tempo, com seus respectivos efeitos. Sob um
paradigma fordista, os efeitos podem ser mensurados de uma forma mais concreta, ao
passo que a flexibilização do capital traz uma nova forma de buscar a identidade dos
efeitos e das causas, com a produção de uma espacialidade e de uma rede (CASTELLS,
1999) de poder e contatos mais cheia de tramas, com seus nós e linhas mais diversos e
mais extensos.
O município de Pedra Branca do Amaparí foi criado pela Lei nº 0008, em 01 de
maio de 1992 e está localizado ao sul do estado, na mesorregião sul, a 180 km da
Capital Macapá. Faz limites com os municípios de Laranjal do Jari, Mazagão, Porto
Grande, Serra do Navio, Oiapoque e Ferreira Gomes; o principal acesso rodoviário fica
pela rodovia Perimetral Norte, a BR-210 e abordagem mais aprofundada, apresentando
aspectos geográficos mais detalhados, será realizada em subitem específico.
No período compreendido entre 2000 e 2014, houve grandes alterações na
localidade problema de pesquisa, conforme transformações na modalidade de
relacionamento do capital de produção e a dinâmica da política em Pedra Branca do
Amapari, como alteração na escolha estratégica de que minério explorar. Com a
paralisação da extração do minério de manganês, no fim da década de 1990 no
município vizinho de Serra do Navio, o minério de ouro passou a significar o foco das
intenções chegando a figurar como a operação de maior contagem para o Amapá, mas
perdendo a relevância participativa para o minério de ferro em período determinado.
Para satisfazer, tanto o tipo ideal proposto por Weber na obra de Freund (2006)
quanto à segmentação sistêmica de Prado Junior (2000), pela aproximação filosófica de
tais compreensões, será realizada uma análise econômica dos fatos e do cenário
histórico que levaram possibilidade de construção do cenário para localidade eleita,
restringindo tal análise econômica aos conceitos e análise das variações de indicadores,
mesmo considerando seus desdobramentos transdisciplinares, mas, para efeito de
produção de conhecimento científico, direcionando as análises para esse tipo ideal
proposto nesta abordagem.
2 OBJETIVOS
Com a finalidade de construir uma análise sistêmica para a produção da
dinâmica da construção do espaço urbano de Pedra Branca do Amaparí, comparando-a
com a produção da espacialidade urbana pelo Fordismo em município vizinho, Serra do
Navio, em fase áurea da exploração mineral, partindo da concepção da flexibilização do
capital expostas por David Harvey (1992) em seus tratados no texto Condição Pós-
moderna, quando expõe sobre e ocorrência de mutação no modo de produção
capitalista, passando de um modelo centralizador, o Fordismo, para um modelo mais
flexível, principalmente em suas relações de produção.
Faz-se necessária a conceituação de espaço pelo geógrafo Milton Santos (1996),
para que seja utilizado um ponto de partida conceitual, como sendo “um conjunto
indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações”, o que passa a significar uma
categoria de análise para a repartição do estudo proposto. Considerando o espaço
produzido um componente do espaço selecionado como objeto, ficando evidente a
compreensão desses modelos e seus respectivos efeitos para a produção da
espacialidade urbana na sede do município de Pedra Branca do Amapari.
3 METODOLOGIAS
Para analisar a atividade de exploração mineral em Pedra Branca do Amaparí e
entender a sua relação com o desenvolvimento econômico local e regional, a meta-
análise, através da análise de estudos oficiais para o município, corresponde às
expectativas do estudo. Considerando as variáveis: financeiras (operação com minérios,
arrecadação pública, PIB municipal, e PIB per capta municipal); e sociais (índice de
Desenvolvimento Humano - IDH), como variáveis de estudo da evolução da qualidade
de vida da comunidade no município. Tal análise propõe, então um viés qualitativo e
quantitativo (quali-quanti).
Visitas de campo e aplicação de entrevistas completam o trabalho, esboçando
um quadro de apreensões advindas de agentes participantes da dinâmica atual e da
observação do espaço já produzido no município, buscando evidências da aplicação de
dinâmicas sociais e de acumulação flexível na qual se enquadra o modelo de produção
atual. Buscado satisfazer as expectativas sobre compreensão das dinâmicas sócias que
compõem a rede local e sobre a qual os interesses verticais exercem pressões e
impactam a construção espacial.
Ainda, a questão conceitual e a produção de referencial teórico estão no sentido
da construção de um caminho para o entendimento do que se passa em Pedra Branca do
Amapri, podendo propor um quadro teórico e analítico para o município, mesmo que
não signifique um “modelo explicativo” a ser absorvido por realidades diversas e
localidades diferentes, mas passa a absorver conceitos teóricos que podem ser
aproveitados para análises em outras localidades e composições de cenário. Serão
consideradas, ainda, contribuições da banca do Programa de Mestrado em
Desenvolvimento Regional da Universidade Federal do Amapá (Unifap), mas algumas
das apreensões parciais já constroem um perfil daquilo que se almeja.
4 RESULTADOS PRELIMINARES
Em visita de campo realizada no mês de fevereiro de 2014, os entrevistados,
representado segmentos do comércio de Pedra Branca do Amapari, movimentos sociais
e ambientais, órgão do executivo municipal, do Ministério Público, e de empresa
exploradora, dão conta da importância da mineração para a “boa” continuação da
dinâmica atual desenvolvida no município, construído, de fato, uma representação
espacial na urbanidade local, considerando a sede municipal.
Os números oficiais apontam para uma retomada da participação da operação do
minério de ouro nas operações minerais totais, alcançando os valores das operações com
minério de ferro, que passam por problemas de infraestrutura para escoamento da
extração já realizada, demonstrando, em parte, a fragilidade da mutação do modo de
produção sob o conceito de acumulação flexível. A pesquisa se encontra em produção,
tendo sido realizada uma, das três visitas programadas para a produção da dissertação de
mestrado em Desenvolvimento Regional.
4.1 Comparações: Produto Interno Bruto de Pedra Branca do Amapari
O Gráfico 01 mostra a evolução do Produto Interno Bruto (PIB), a preços
correntes, entre o ano de 2003 e 2010, período com disponibilidade pelo IBGE. A linhas
apontam para um crescimento gradativo e contínuo para o município de Pedra Branca
do Amapari, ao passo que o indicar demonstra arrefecimento da economia de Serra do
Navio, município vizinho ao selecionado para estudo.
Oiapoque foi selecionado para significar município controle para indicar seu
PIB, mesmo não sendo município com grande relevância na negociação de minérios,
sempre figurando dentre os últimos no ranking estadual no quesito “faturamento com a
venda de minério”. Mas por apresentar valores absolutos equivalentes para comparação
em relação ao PIB, pode servir de parâmetro, mesmo iniciando e terminando a série
com valores maiores que os valores dos municípios mineiros.
Gráfico 1 Produto Interno Bruto – PIB – Municipal, a preços correntes (2003-2010)
Fonte: IBGE2 Org.: Rodson Juarez
2 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Oiapoque 87 119 142 170 198 215 230 236
Pedra Branca do Amapari 24 32 41 54 79 93 104 116
Serra do Navio 23 23 62 106 125 145 153 129
Vitória do Jari 43 49 57 71 77 81 99 116
50 000100 000150 000200 000250 000
x R
$ 1.
000,
00
Mesmo a constatação de que o município de Serra do navio tenha aferido PIB
maior que o indicador Pedra Branca do Amapari desde de 2005, a tendência da curva
para o município serrano aponta para queda na produção de bens e serviços municipais,
sendo aferido em 2010 uma desaceleração real para Serra do Navio, fechando o PIB em
pouco mais de R$ 129 milhões, uma queda de pouco mais de 16% em relação ao ano
anterior, que fechou uma contribuição para o PIB do Amapá na ordem de R$ 153,7
milhões.
Considerando a soma, em valores correntes de toda a produção de bens e
produtos (PIB) nos municípios listados, dividindo pela população residente em cada
município, pode-se chegar ao PI per capita, que traça um viés para a compreensão da
evolução da produção com o tamanho da população. Com essa fórmula, pode-se inferir
o movimento migratório ocorrido em Serra do Navio, que observou um crescimento
nesse indicador, mesmo observando estagnação e queda no PIB entre os anos de 2008 e
2010. Mesmo com tal ocorrência, houve aumento no PIB per capita na ordem de
373,2% entre os anos de 2003 e 2010, um crescimento muito acima da média do
Amapá, que foi de 98,7% para o mesmo período.
Mostra a ocorrência de um fenômeno social diferenciado dos demais municípios.
Mesmo considerando que o Estado do Amapá tenha crescido próximo à média nacional
para o período, ainda reforça a evidência de ocorrência de fenômeno com potencial
impacto para a configuração do município em estudo. Enquanto que o município
controle, Oiapoque observou crescimento no indicador na ordem de 97, 86% para o
mesmo período, Pedra Branca do Amapari cresceu 124,75%. Tal indicador reflete que
mesmo um crescimento populacional acima da média brasileira, nortista e amapaense,
PBA ainda conseguiu compensar melhor com sua produção de bens e serviços.
Gráfico 2 PIB Municipal per capita (2003, 2006 e 2010)
Fonte: IBGE Org.: Rodson Juarez
O outro município com bom nível negocial mineral, Vitória do Jari, observou
crescimento de 120,65% no PIB pe
no período, o que traça perspectiva de melhoria continuada na relação produção de bens
e produtos e população, caso mantidas as proporções. Mas que pelo distanciamento da
anomalia migratória (Serra do Navi
continuação do indicador.
A similaridade entre os municípios de pedra Branca do Amapari e Vitória do Jarí
se encerram na constituição dos valores do PIB, fechando no ano de 2010 com uma
equivalência evidente, com uma diferença de menos de R$ 400 mil para o indicador.
Mas quando consideramos faturamento com a operação de venda de minério, Pedra
Branca do Amapari apresenta valores absolutos bem mais elevados, com tendências que
podem ser explicadas pela ocorrênc
que acabou por diminuir consideravelmente as negociações do minério de ferro oriundo
das minas de PBA, que acabou fechando o ano com uma queda nas vendas.
4.2 O Índice de Desenvolvimento Humano de Pedra
Ainda, faz-se necessária uma avaliação considerando as variações do Índice de
Desenvolvimento Humano
demais indicadores já abordados até aqui. Tal indicador é produzido com metodologia
10 000
20 000
30 000
Oiapoque
2003 5 846
2006 10 115
(R$)
O outro município com bom nível negocial mineral, Vitória do Jari, observou
crescimento de 120,65% no PIB per capita, representando um ganho mais que positivo
no período, o que traça perspectiva de melhoria continuada na relação produção de bens
e produtos e população, caso mantidas as proporções. Mas que pelo distanciamento da
anomalia migratória (Serra do Navio), corre menos risco de interferência para a
continuação do indicador.
A similaridade entre os municípios de pedra Branca do Amapari e Vitória do Jarí
se encerram na constituição dos valores do PIB, fechando no ano de 2010 com uma
com uma diferença de menos de R$ 400 mil para o indicador.
Mas quando consideramos faturamento com a operação de venda de minério, Pedra
Branca do Amapari apresenta valores absolutos bem mais elevados, com tendências que
podem ser explicadas pela ocorrência de acidente portuário no início do ano de 2013, o
que acabou por diminuir consideravelmente as negociações do minério de ferro oriundo
das minas de PBA, que acabou fechando o ano com uma queda nas vendas.
4.2 O Índice de Desenvolvimento Humano de Pedra Banca do Amapari
se necessária uma avaliação considerando as variações do Índice de
Desenvolvimento Humano – IDH, compreendendo sua interação temporal com os
demais indicadores já abordados até aqui. Tal indicador é produzido com metodologia
Oiapoque Pedra Branca do Amapari
Serra do Navio
Vitória do Jari
5 846 4 804 6 183 4 248
10 115 9 225 24 724 6 184
O outro município com bom nível negocial mineral, Vitória do Jari, observou
r capita, representando um ganho mais que positivo
no período, o que traça perspectiva de melhoria continuada na relação produção de bens
e produtos e população, caso mantidas as proporções. Mas que pelo distanciamento da
o), corre menos risco de interferência para a
A similaridade entre os municípios de pedra Branca do Amapari e Vitória do Jarí
se encerram na constituição dos valores do PIB, fechando no ano de 2010 com uma
com uma diferença de menos de R$ 400 mil para o indicador.
Mas quando consideramos faturamento com a operação de venda de minério, Pedra
Branca do Amapari apresenta valores absolutos bem mais elevados, com tendências que
ia de acidente portuário no início do ano de 2013, o
que acabou por diminuir consideravelmente as negociações do minério de ferro oriundo
das minas de PBA, que acabou fechando o ano com uma queda nas vendas.
Banca do Amapari
se necessária uma avaliação considerando as variações do Índice de
IDH, compreendendo sua interação temporal com os
demais indicadores já abordados até aqui. Tal indicador é produzido com metodologia
Vitória do
do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
desenvolvimento humano como “um processo de ampliação das escolhas das pessoas
para que elas tenham capacidades e oportunidades para serem aquilo que desejam ser”
(PNUD, 2013).
Buscando a compreensão da representatividade do IDH municipal, entende
que a condição de qualidade de vida em pedra Branca do Amapari esta abaixo da média
do Amapá, com variações de 166,38% para o período avaliado (1991 a 2010), enquanto
que o Amapá observou uma variação positiva na ordem de 50% no mesmo período, o
que induz ao entendimento de que as condições de qualidade de vida melhoraram
proporcionalmente mais em pedra Branca do Amapari que no restante do Estado.
Gráfico 3 Índice de Desenvolvimento
Fonte: PNUD3 Org.: Rodson Juarez
Tal observação corrobora com a análise feita em relação ao PIB per capita de
Pedra Branca do Amapari, para o período de 2003 a 2010. Como a periodicidade de
tomada das informações
compreende a análise do PIB per capita é menor, nos resta identificar as variáveis
sociais que construíram tal desenho.
3 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
00,10,20,30,40,50,60,70,8
Pedra Branca do Amapari (AP)
1991 0,235
2000 0,442
2010 0,626
o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, sob o conceito de
desenvolvimento humano como “um processo de ampliação das escolhas das pessoas
para que elas tenham capacidades e oportunidades para serem aquilo que desejam ser”
uscando a compreensão da representatividade do IDH municipal, entende
que a condição de qualidade de vida em pedra Branca do Amapari esta abaixo da média
do Amapá, com variações de 166,38% para o período avaliado (1991 a 2010), enquanto
rvou uma variação positiva na ordem de 50% no mesmo período, o
que induz ao entendimento de que as condições de qualidade de vida melhoraram
proporcionalmente mais em pedra Branca do Amapari que no restante do Estado.
Gráfico 3 Índice de Desenvolvimento Humano – Municipal (1991, 2000 e 2010)
Tal observação corrobora com a análise feita em relação ao PIB per capita de
Pedra Branca do Amapari, para o período de 2003 a 2010. Como a periodicidade de
tomada das informações sobre o IDH municipal é de 10 anos, e o período que
compreende a análise do PIB per capita é menor, nos resta identificar as variáveis
sociais que construíram tal desenho.
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
Pedra Branca do Amapari (AP)
Serra do Navio (AP)
Macapá (AP) Amapá
0,416 0,525 0,472
0,569 0,622 0,577
0,709 0,733 0,708
PNUD, sob o conceito de
desenvolvimento humano como “um processo de ampliação das escolhas das pessoas
para que elas tenham capacidades e oportunidades para serem aquilo que desejam ser”
uscando a compreensão da representatividade do IDH municipal, entende-se
que a condição de qualidade de vida em pedra Branca do Amapari esta abaixo da média
do Amapá, com variações de 166,38% para o período avaliado (1991 a 2010), enquanto
rvou uma variação positiva na ordem de 50% no mesmo período, o
que induz ao entendimento de que as condições de qualidade de vida melhoraram
proporcionalmente mais em pedra Branca do Amapari que no restante do Estado.
Municipal (1991, 2000 e 2010)
Tal observação corrobora com a análise feita em relação ao PIB per capita de
Pedra Branca do Amapari, para o período de 2003 a 2010. Como a periodicidade de
sobre o IDH municipal é de 10 anos, e o período que
compreende a análise do PIB per capita é menor, nos resta identificar as variáveis
Amapá
0,472
0,577
0,708
No caso específico do IDH de Pedra Branca do Amapari, o primeiro registro,
ocorrido em 1991, foi muito abaixo dos registros das demais localidades no Amapá,
chegando a interferir muito negativamente na composição do índice para o Estado. O
Gráfico 06 demonstra o IDH do município em 0,235, enquanto que o IDH da capital
apontava 0,525. Serra do Navio, em atividade mineira na época, apontava um IDH
abaixo da média (0,416), mas equivalia quase que ao dobro do índice de Pedra Branca
do Amapari.
Como a composição do IDH considera índices de longevidade, educação e
renda, pode inferir que o IDH baixo representa ausência de aparelhos técnicos
urbanísticos para o provimento do bem-estar social. A melhoria do IDH, representa,
então, a melhoria da disponibilidade de tais instrumentos, aumentando os fixos e
possibilitando maior agilidade aos fluxos. Daí, a produção do espaço ser uma silhueta
consequente do planejamento ou da falta do planejamento urbano.
4.3 Questão Mineral
O que se pode observar é que no ano de 2013, a negociação do minério de ferro,
especificamente, oriundo das minas de PBA, sofreu uma queda substancial, sendo que
em 2012 fora responsável por todo o faturamento mineral do município, já que o
minério de ouro não figurou na pauta de controle e fiscalização do Departamento
Nacional de Produção Mineral – DNPM* naquele ano, sendo observado no Gráfico 04 a
evolução do faturamento das transações minerais (em reais) dos três municípios
selecionados, com forte ocorrência de extração mineral.
Gráfico 4 Faturamento da Mineração, em R$ (2004-2013)
Fonte: DNPM4 Org.: Rodson Juarez
A pauta mineral de 2012 foi reduzida á participação de apenas um tipo de
minério, o de ferro, que faturou mais de R$ 1 bilhão. A ocorrência do incidente no
terminal portuário, onde era embarcado minério de ferro oriundo de Pedra Branca do
Amapari, é tido por comerciantes e representantes comunitários do município como um
dos motivos dos atrasos nas obras estatais por parte da prefeitura, bem como pelo
arrefecimento momentâneo do mercado na sede municipal.
Nos anos de 2006 e 2007, Pedra Branca do Amapari só operou minério de ouro,
somando, respectivamente R$ 108.378.832,99 e R$ 132.753.869,03, quase alcançando
as operações da bauxita do município de Vitória do Jari, que ainda superava as
transações da ascenção do ouro de PBA. Mas a aprtir do ano de 2008, com o reforço da
participação do minério de ferro, PBA alcançou, em volume de transações a bauxita do
sul do Amapá, com o montante de R$ 212.557.225,64, com participação de pouco mais
de 60% desse valor por conta do ouro, demonstrando a pujança da exploração desse
mineral.
Já no ano de 2009, as transações minerais de PBA somaram R$ 307.538.328,94,
dos quais somente cerca de 24% foram provenientes de operações com minério de ouro,
demonstrando uma redução da participação e uma diminuição absoluta em cerca de
40% em relação ao ano anterior. O mesmo ano foi marcado pelo ganho em valores de
4 Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)
0,00
200.000.000,00
400.000.000,00
600.000.000,00
800.000.000,00
1.000.000.000,00
1.200.000.000,00
1.400.000.000,00
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
VITÓRIA DO JARI - AP
PEDRA BRANCA DO AMAPARI - AP
SERRA DO NAVIO - AP
operações com minério de ferro. Era a vez do minério de ferro e as relações próprias de
uma empresa de maiores necessidades em tamanho de planta de mineração. Tal período
aqueceu ainda mais o município, que passou a receber ainda mais migrantes e absorver
demandas por aparelho urbano.
Gráfico 05 Composição da Pauta Mineral de PBA (2013)
Fonte: DNPMOrg.: Rodson Juarez
Em 2013, o ouro voltou a se fazer presente nas transações com minéri
comando R$ 246.803.263,18 aos R$ 418.575.507,59 juntados pela mineração do ferro,
que passou, no segundo trimestre do mesmo ano por uma paralisação nas operações,
devido ao desabamento de parte do estrutura portuária responsável pelo embarque do
minério. A mina não paralisou suas atividades durante todo o ano de 2013, o que
significou aumento no estoque de ferro e diminuição nas operações, que apontam para
uma recuperação no momento em que o porto estiver condições de operação.
O controle do DNPM
momento do cálculo para recolhimento da Compensação Financeira pela Exploração de
Recursos Minerais – CEFEM, estabelecida pela Constituição de 1988, em seu Art. 20, §
1o, e é devida aos Estados, ao Di
administração da União, como contraprestação pela utilização econômica dos recursos
minerais em seus respectivos territórios. Compete ao DNPM baixar normas e exercer
fiscalização sobre a arrecadação da CFEM (
MINÉRIO DE
FERRO
63%
Minérios Negociados em PBA (2013)
operações com minério de ferro. Era a vez do minério de ferro e as relações próprias de
uma empresa de maiores necessidades em tamanho de planta de mineração. Tal período
ais o município, que passou a receber ainda mais migrantes e absorver
demandas por aparelho urbano.
Gráfico 05 Composição da Pauta Mineral de PBA (2013)
Fonte: DNPM Org.: Rodson Juarez
Em 2013, o ouro voltou a se fazer presente nas transações com minéri
comando R$ 246.803.263,18 aos R$ 418.575.507,59 juntados pela mineração do ferro,
que passou, no segundo trimestre do mesmo ano por uma paralisação nas operações,
devido ao desabamento de parte do estrutura portuária responsável pelo embarque do
minério. A mina não paralisou suas atividades durante todo o ano de 2013, o que
significou aumento no estoque de ferro e diminuição nas operações, que apontam para
uma recuperação no momento em que o porto estiver condições de operação.
O controle do DNPM sobre o faturamento das empresas mineradoras ocorre no
momento do cálculo para recolhimento da Compensação Financeira pela Exploração de
CEFEM, estabelecida pela Constituição de 1988, em seu Art. 20, §
1o, e é devida aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, e aos órgãos da
administração da União, como contraprestação pela utilização econômica dos recursos
minerais em seus respectivos territórios. Compete ao DNPM baixar normas e exercer
fiscalização sobre a arrecadação da CFEM (Lei Nº 8.876/94, art. 3º - inciso IX).
MINÉRIO DE
OURO
37%
Minérios Negociados em PBA (2013)
operações com minério de ferro. Era a vez do minério de ferro e as relações próprias de
uma empresa de maiores necessidades em tamanho de planta de mineração. Tal período
ais o município, que passou a receber ainda mais migrantes e absorver
Gráfico 05 Composição da Pauta Mineral de PBA (2013)
Em 2013, o ouro voltou a se fazer presente nas transações com minério de PBA,
comando R$ 246.803.263,18 aos R$ 418.575.507,59 juntados pela mineração do ferro,
que passou, no segundo trimestre do mesmo ano por uma paralisação nas operações,
devido ao desabamento de parte do estrutura portuária responsável pelo embarque do
minério. A mina não paralisou suas atividades durante todo o ano de 2013, o que
significou aumento no estoque de ferro e diminuição nas operações, que apontam para
uma recuperação no momento em que o porto estiver condições de operação.
sobre o faturamento das empresas mineradoras ocorre no
momento do cálculo para recolhimento da Compensação Financeira pela Exploração de
CEFEM, estabelecida pela Constituição de 1988, em seu Art. 20, §
strito Federal, aos Municípios, e aos órgãos da
administração da União, como contraprestação pela utilização econômica dos recursos
minerais em seus respectivos territórios. Compete ao DNPM baixar normas e exercer
inciso IX).
5 CONSIDERAÇÕES
A produção da pesquisa ainda pretende cruzar as informações dos dados
expostos com a apreensão dos locais, aqueles que compõem ativa ou passivamente o
cenário de Pedra branca do Amapari. O que apontam os resultados preliminares é que,
apesar do imaginário coletivo que permeia a composição da rede local, Pedra Branca do
Amapri, apesar de aquecida pela mineração, não aponta desenvolvimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ATLAS do desenvolvimento humano no Brasil 2013. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Disponível em: <http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/o_atlas/ desenvolvimento_huma-no/>. Acesso em: 28 fev. 2014. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999 FREUND, Julien. Sociologia de Max Weber. – 5. ed. – Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006. HARVEY, David. Condição pós-moderna. São Paulo: Edições Loyola, 1992. 349 p. SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.