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1 ACORDO DE GESTÃO CONJUNTA DO PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA Entre, O GOVERNO DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, REPRESENTADO PELO MINISTÉRIO DO TURISMO E A GREGORY C. CARR FOUNDATION

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1

ACORDO DE GESTÃO CONJUNTA DO PARQUE NACIONAL DA

GORONGOSA

Entre,

O GOVERNO DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE,

REPRESENTADO PELO MINISTÉRIO DO TURISMO

E

A GREGORY C. CARR FOUNDATION

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ÍNDICE

Considerandos 4

1. Interpretação 5

2. Objecto do Acordo 15

3. Duração 15

4. Estrutura e Processos de Gestão 17

5. Conservação e Gestão Ecológica 22

6. Fiscalização 33

7. Desenvolvimento Turístico 34

8. Relação com as Comunidades 37

9. Educação e Formação 41

10. Gestão dos Recursos Humanos 43

11. Tecnologias de Informação e de Comunicação 47

12. Desenvolvimento das Infra estruturas do Parque 48

13. Gestão Financeira e de Operações 51

14. Seguros 56

15. Responsabilidades 57

16. Indemnizações 57

17. Direitos e Obrigações Gerais das Partes 59

18. Força Maior 62

19. Terminação 63

20. Devolução 67

21. Disposições Diversas 68

22. Resolução de Disputas 70

23. Comunicações e Notificações 70

24. Lei Aplicável e Jurisdição 72

25. Arbitragem 72

26. Anti-corrupção 73

27. Protocolos Administrativos de Gestão 74

28. Custos 74

29. Assinatura do Acordo 75

30. Anexos:

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a. Anexo A – Lista dos Bens do Parque por Organização 76

b. Anexo B – Novos Edifícios e Infra estruturas – Fase Inicial de

Desenvolvimento 79

c. Anexo C – Lista das Concessões Existentes 82

d. Anexo D – Manual de Gestão Financeira 84

e. Anexo E – Plano de Maneio 118

f. Anexo F – Mapas dos Limites do Parque Error! Bookmark not defined.

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CONSIDERANDOS:

O Ministério do Turismo é o órgão do governo com o mandato para a implementação da Política

Nacional do Turismo na República de Moçambique, e para desenvolver a estratégia da sua

implementação.

A Gregory C. Carr Foundation é uma instituição com fins não lucrativos, fundada em Fevereiro

de 1998, e dedicada à educação na área dos direitos humanos, ao meio ambiente e às artes, com

sede no Estado de Massachusetts, nos Estados Unidos da América. De entre outras actividades, a

Gregory C. Carr Foundation participou na fundação do Museu de Idaho no ano de 2000, cuja

instituição providencia educação nas áreas de história natural e cultural, participou, ainda, na

criação do Anne Frank Memorial em Boise, Idaho, promovendo o entendimento intercultural e o

respeito por todas as raças, providencia apoio a longo prazo a promotores e técnicos dedicados à

protecção dos direitos humanos e, bem assim, ao American Repertory Theater e é membro da

Synergos, the Global Philantropist Circle.

O Ministério do Turismo e a Gregory C. Carr Fundation pretendem desenvolver, em parceria, a

administração conjunta do Parque Nacional da Gorongosa, por forma a garantir a preservação do

ecossistema e garantir o estabelecimento de uma indústria turística sustentável.

A reabilitação do Parque Nacional da Gorongosa constitui actualmente uma das maiores

oportunidades de conservação do mundo.

O Ministério do Turismo reconhece que a Gregory C. Carr Foundation usa de uma abordagem

baseada na ciência no que concerne a gestão de ecossistemas, e promove os princípios do

desenvolvimento sustentável.

O Ministério do Turismo e a Gregory C. Carr Foundation acordam em treinar, fortalecer, e

manter o pessoal afecto ao projecto em Moçambique ao mais elevado nível técnico profissional.

O Ministério do Turismo promove a conservação da Natureza e o desenvolvimento de um eco-

turismo sustentável, e encoraja o estabelecimento da representação da Gregory C. Carr

Foundation em Moçambique, bem como a gestão das suas actividades no Parque Nacional da

Gorongosa.

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NESTE CONTÊXTO, AS PARTES ACORDAM O SEGUINTE:

1. INTERPRETAÇÃO:

1.1 No presente Acordo e nos seus anexos, os cabeçalhos das cláusulas subscritas são usados

apenas por mera conveniência e não para serem usados na interpretação das mesmas.

1.2 uma expressão que indique:

1.2.1 qualquer género inclui o outro género;

1.2.2 uma pessoa humana inclui uma pessoa jurídica e vice-versa;

1.2.3 o singular inclui o plural e vice-versa.

1.3 No presente Acordo, a não ser que o contexto indique o contrário, as seguintes palavras e

expressões sustentam os significados a elas atribuídas e quaisquer expressões cognitivas

sustentarão significados correspondentes:

1.3.1 “Acordo” significa o presente Acordo de Gestão Conjunta do Parque Nacional da

Gorongosa e os seus anexos que são parte integrante do mesmo;

1.3.2 “Ano Fiscal” significa um período ininterrupto de 12 (doze) meses, que tem início

no dia 1 de Janeiro e termina no dia 31 de Dezembro do mesmo ano;

1.3.3 “Auditor Externo Financeiro Internacional” significa uma empresa ou firma de

auditoria com reputação internacional e que esteja devidamente licenciada para

operar em Moçambique e que se irá responsabilizar pela verificação dos resultados

financeiros anuais do Parque. O Auditor Externo Financeiro Internacional será

seleccionado pela Administração do Parque e as suas despesas serão pagas dos

fundos da Conta do Parque;

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1.3.4 “Autoridade Competente” significa o departamento, autoridade, agência, entidade

governamental ou qualquer outra autoridade, órgão ou pessoa competente, com poder

ou autoridade jurídica para conceder o licenciamento ou autorização a ser obtida de

tempos em tempos para o desenvolvimento da actividade de acordo com as Leis da

República de Moçambique;

1.3.5 “Autoridade de Desenvolvimento do Parque” significa uma ou várias entidades

estabelecidas para facilitar a implementação e financiamento de uma ou mais

expansões de capital ou programas de melhorias;

1.3.5.1 “Autoridade (s) de Desenvolvimento Habitacional” significa uma autoridade

de financiamento estabelecida para fornecer requisitos de capital para a

construção de novas residências para habitação para o pessoal dentro do Parque;

1.3.5.2 “Autoridade (s) de Desenvolvimento Turístico” significa uma autoridade de

financiamento estabelecida para fornecer requisitos de capital para a construção

de novas infra estruturas turísticas e para as operar conforme descrito na cláusula

7 abaixo;

1.3.6 “Auto Sustentabilidade Financeira” significa a condição atingida, através da qual

as receitas líquidas do Parque, à exclusão de quaisquer contribuições do MITUR ou

da Carr Foundation são suficientes para suportar todos os seguintes custos:

1.3.6.1 Custos operativos correntes do Parque, incluindo de edifícios e infra estruturas; e

1.3.6.2 Manutenção e implementação do Plano de Maneio.

1.3.7 “Bens” significa todos os bens do Parque Nacional da Gorongosa, conforme listados

no Anexo A;

1.3.8 “Centro de Pesquisa da Gorongosa” significa o centro de pesquisa a ser construído,

gerido e mantido pelo Departamento de Serviços Científicos, com o apoio da Equipa

de Gestão do Parque, com vista a assegurar a saúde máxima do ecossistema do

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Parque e a fornecer conselhos de gestão científica acerca do mesmo a todos os

Departamentos e a órgãos regionais de conservação;

1.3.9 “Comité de Supervisão” significa um órgão composto por um representante

delegado pelo Ministro do Turismo e um representante delegado pelo Presidente da

Carr Foundation e que deverá prestar governação, orientação e direcção diariamente

à Equipa de Gestão do Parque;

1.3.10 “Comunidades” significa todas as comunidades localizadas dentro das fronteiras do

Parque e/ou na Zona Tampão, que à data do presente Acordo têm uma residência fixa

a longo prazo, conforme detalhado na secção das Comunidades do Plano de Maneio

do Parque;

1.3.11 “Conselho de Ministros” significa o Governo da República de Moçambique;

1.3.12 “Data da Assinatura” significa a data da assinatura do presente Acordo pela Parte

que for a última a assinar;

1.3.13 “Data de Devolução” significa a data em que a gestão conjunta do Parque é

devolvida ao Ministério do Turismo, como resultado do término do presente Acordo,

data essa em que todos os direitos e obrigações de cada uma das Partes deixarão de

existir;

1.3.14 “Data de Início” significa a data em que o presente Acordo entra em vigor, e que

será a data na qual as condições do presente Acordo forem aprovadas pelo Tribunal

Administrativo;

1.3.15 “Data de Terminação” significa a data à qual o presente Acordo é terminado de

acordo com as disposições do mesmo;

1.3.16 “Departamentos” significa cada um dos Departamentos criados no Parque, e que

compõem a Estrutura de Gestão do Parque, e que incluirão o Departamento de

Serviços de Conservação, o Departamento de Desenvolvimento Turístico, o

Departamento de Serviços Científicos, o Departamento de Relação com as

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Comunidades, O Departamento de Operações e Infra estruturas e o Departamento de

Educação e Formação;

1.3.17 “Dia” significa um dia útil, que não seja Sábado, Domingo nem feriado nacional na

República de Moçambique;

1.3.18 “Director do Departamento de Desenvolvimento Turístico” significa a pessoa

responsável por dirigir o Departamento de Desenvolvimento Turístico;

1.3.19 “Director do Departamento de Operações e Infra estruturas” significa a pessoa

responsável por dirigir o Departamento de Operações e Infra estruturas;

1.3.20 “Director do Departamento de Relação com as Comunidades” significa a pessoa

responsável pela gestão do Departamento de Relação com as Comunidades;

1.3.21 “Director do Departamento de Serviços Científicos” significa a pessoa

responsável por dirigir o Departamento de Serviços Científicos;

1.3.22 “Director do Departamento de Serviços de Conservação” significa a pessoa

responsável por dirigir o Departamento de Serviços de Conservação;

1.3.23 “Direitos de Propriedade Intelectual” significa patentes de marcas, marcas

registadas, marcas de serviço, nomes comerciais, direitos em desígnios (incluindo

escritas e desenhos), marcas registadas (incluindo direitos de softwares informáticos

e direitos morais), direitos de conhecimentos, direitos de descobertas, informação

confidencial e todo o tipo de propriedade quer intelectual ou industrial, incluindo

fotografias e imagens de ecossistemas, descobertas biológicas, quer estejam

registadas ou não, ou capazes de serem registadas, incluindo pedidos de registo do

acima disposto e todos os direitos ou formas de protecção que tenham um efeito

equivalente ou semelhante ao acima disposto ou que possam subsistir em qualquer

parte do mundo junto a qualquer boa vontade relacionada ou anexa que será pertença

das Partes por tempo indeterminado, sempre que for aplicável, e com autorização

para ambas as Partes, ficando desta forma todos os benefícios a favor do Parque;

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1.3.24 “Ecossistema da Grande Gorongosa” significa o Parque e todas as porções de terra

circunvizinhas que estão ligadas ao mesmo, em particular no que concerne recursos

hidrológicos, corredores de fauna bravia, a sua actividade económica e afinidades

social e cultural e estruturas das Comunidades;

1.3.25 “Equipa de Gestão do Parque” significa o órgão composto pelo Director do

Departamento dos Serviços de Conservação, o Director do Departamento de

Desenvolvimento Turístico, o Director do Departamento de Relação com as

Comunidades, o Director do Departamento de Operações e Infra estruturas, o Gestor

do Departamento de Educação e Formação, e o Director do Departamento de

Serviços Científicos;

1.3.26 “Escola (s) de Formação para a Gestão do Parque” significa um ou mais

estabelecimentos que serão construídos dentro do Parque com o objectivo de

providenciar aos trabalhadores do Parque, contratados, membros das Comunidades

locais e aos operadores do sector privado, oportunidades de aprendizagem e

conhecimentos necessários para a boa gestão e operacionalidade de todos os

departamentos e sectores do Parque;

1.3.27 “Estruturas Públicas do Parque” significa as estruturas e sistemas do Parque para

água, saneamento e energia, que terão que ser construídas e/ou mantidas pelo

Departamento de Operações e Infra estruturas do Parque incluindo, de forma não

limitativa, o Centro dos Visitantes, os portões de acesso ao Parque, os edifícios para a

Administração do Parque, o Complexo das Infra estruturas, todas as infra estruturas

turísticas incluindo restaurantes e snack bar, escolas e estruturas de formação, o

Centro de Pesquisa da Gorongosa, o centro cultural e/ou museu, os edifícios de

observação dos animais, e a frota de veículos necessária para apoiar as actividades do

Parque;

1.3.28 “Fase Inicial de Desenvolvimento” significa o período inicial de desenvolvimento

do Parque, que irá corresponder aos primeiros 5 (cinco) anos de vigência do presente

Acordo;

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1.3.29 “Força Maior” significa qualquer evento de Força Maior de acordo com o definido

na Cláusula 18 do presente Acordo;

1.3.30 “Gestor do Departamento de Educação e Formação” significa a pessoa

responsável por dirigir o Departamento de Educação e Formação;

1.3.31 “Gestor dos Sistemas de Informação Geográfica” significa a pessoa responsável

pelo estabelecimento e gestão de uma base de dados compreensiva de informação

geográfica que cubra o Parque e a Zona Tampão, e que reporta directamente ao

Director do Departamento de Serviços Científicos;

1.3.32 “Gregory C. Carr Foundation” e/ou “Carr Foundation” significa uma instituição

sem fins lucrativos, com sede no Estado de Massachusetts nos Estados Unidos da

América, registada em Moçambique como uma Organização Não Governamental sob

despacho do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação datado de 10 de

Junho de 2005;

1.3.33 “Intervenientes no Parque” significa todas as entidades nacionais e internacionais,

interessadas em participar e/ou em contribuir para as actividades desenvolvidas no

Parque, incluindo, de forma não limitativa, órgãos governamentais, entidades

privadas, organizações não governamentais e universidades, e as Comunidades;

1.3.34 “Legislação Moçambicana ou Lei” significa todas as leis nacionais ou locais,

normas, regulamentos, regulamentos estatutários, convenções internacionais

ratificadas, ordens reguladoras estatutárias, ordens executivas, decretos, decisões

judiciais, ordenamentos, notificações, procedimentos aplicados e aplicáveis ou

quaisquer outras normas directivas semelhantes ou padrões feitos em conformidade

com a sua obrigatoriedade em Moçambique, e tudo de igual que poderá ser alterado

ou de alguma forma modificado de tempos em tempos;

1.3.35 “MITUR” significa o Ministério do Turismo da República de Moçambique, que age

em representação do Governo com jurisdição sobre o Parque Nacional da Gorongosa,

e/ou os seus órgãos subordinados. Qualquer referência ao MITUR ao abrigo do

presente Acordo será considerada vinculativa sobre outras Autoridades Competentes,

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imediatamente após a aprovação do presente Acordo por Decreto do Conselho de

Ministros;

1.3.36 “Modelo Empresarial Sustentável” significa um plano de negócio pro forma criado

pela Equipa de Gestão do Parque dentro do período máximo de dois anos a partir da

Data de Assinatura do presente Acordo. O Modelo Empresarial Sustentável deverá

apresentar uma fórmula económica e de enquadramento em que as Receitas do

Parque geradas pelo Parque são suficientes para financiar na totalidade os objectivos

da Declaração de Missão do Parque;

1.3.37 “Novas Instalações do Parque” significa as novas infra-estruturas a serem

construídas no Parque durante a Fase Inicial de Desenvolvimento, com finalidade de

facilitar e orientar a administração do Parque;

1.3.38 “Novas Instalações Turísticas” significa as novas instalações turísticas de

acampamento que serão construídas durante a Fase Inicial de Desenvolvimento do

Parque;

1.3.39 “Organização Não Governamental” significa quaisquer Organizações Não-

Governamentais Nacionais e Internacionais;

1.3.40 “Parque Nacional da Gorongosa” significa o Parque Nacional da Gorongosa,

conforme definido no Diploma Legal nº 2750 de 6 de Maio de 1967;

1.3.41 “Partes” significa as partes do presente Acordo, nomeadamente o Ministério do

Turismo e a Gregory C. Carr Foundation;

1.3.42 “Plano de Gestão Ecológica” significa uma das quatro componentes que compõe o

Plano de Maneio, e deverá ser um plano completo e integrado para a gestão ecológica

do Ecossistema da Grande Gorongosa;

1.3.43 “Plano de Maneio” significa o documento conforme definido pela Lei nº 10/99 de 7

de Julho, que deverá ser preparado pela Equipa de Gestão do Parque, criado para a

gestão geral de todo o Parque e Zona Tampão e que deverá consistir em quatro

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componentes, nomeadamente: uma Declaração de Visão e uma Declaração de

Missão, um Modelo Empresarial Sustentável, Planos de Zoneamento e um Plano de

Gestão Ecológica, e que deverá ser aprovado pelo Ministro do Turismo, conforme

disposto pela Lei nº 10/99 de 7 de Julho;

1.3.44 “Plano de Zoneamento do Ecossistema da Grande Gorongosa” significa outra das

quatro componentes que constituem o Plano de Maneio, e é o sistema de

parcelamento da zona criado com o objectivo de identificar e classificar as zonas de

terra e de água no Parque e na Zona Tampão, e bem assim determinar os usos

permitidos e restritos dos recursos localizados nas referidas áreas identificadas, que

constitui o Plano de Zoneamento Ecológico. Em acréscimo, o Plano de Zoneamento

do Ecossistema da Grande Gorongosa inclui ainda um Plano de Zoneamento

Turístico que descreve as localizações físicas autorizadas para todas as actividades

relacionadas com o turismo;

1.3.45 “Plano de Zoneamento Turístico (PZT)” significa o instrumento que define as

oportunidades turísticas dentro das áreas de desenvolvimento do Parque e da Zona

Tampão, que será parte do Plano de Zoneamento do Ecossistema da Grande

Gorongosa;

1.3.46 “Procedimentos de Devolução” significa os procedimentos a serem observados

pelas Partes no processo de devolução do Parque, de acordo o preceituado na

cláusula 20;

1.3.47 “Receitas do Parque” significa, de forma não limitativa: todas as taxas de admissão

e autorizações de entrada para o Parque; taxas pagas pelo sector privado para a

obtenção do direito de operar o turismo e outros negócios no Parque (acomodação,

alimentação e outras actividades); todas as multas, taxas contratuais, royalties, taxas

de exploração científica, e/ou outras fontes que sejam desenvolvidas durante a

vigência do presente Acordo. São excluídas todas as receitas brutas que resultem da

operação de empreendimentos turísticos pelo Parque ou outros elementos

operacionais;

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1.3.48 “Resolução do Conselho de Ministros” significa o Diploma que aprova os termos

do presente Acordo;

1.3.49 “Trabalhadores Seleccionados” significa os trabalhadores que após o processo de

integração de todos os trabalhadores efectivos no Parque à Data de Assinatura quer

em regime de funcionários públicos ou fora do referido regime conforme o disposto

no Artigo 34º do Estatuto Geral dos Funcionários do Estado, e melhor descrito no

artigo 10 abaixo, sejam avaliados pelo MITUR e pela Carr Foundation e

considerados aptos para a criação da força de trabalho dos Departamentos do Parque;

1.3.50 “Visitante” significa qualquer visitante ou usuário das instalações do Parque que não

esteja abrangido pela política da Equipa de Gestão do Parque como “Turista”;

1.3.51 “Turista” significa qualquer visitante que passe pelo menos uma noite no Parque,

não sendo este a sua residência habitual, e desde que não seja para fins de emprego

ou actividade remunerada;

1.3.52 “Zona Tampão” significa a zona tampão circunvizinha do Parque conforme definida

na Lei nº 10/99 de 7 de Julho, e incluirá a porção da área circunvizinha do Parque

conforme definido no Plano de Maneio que constitui o Anexo E ao presente Acordo;

1.3.53 “Zonas de Gestão do Parque” significa as cinco zonas de gestão que não se

sobrepõem, identificadas e reconhecidas dentro do Parque, que em conjunto

totalizam toda a área do Parque, e que terão a seguinte designação: Zona Bravia

(Zona 1), Zona de Recreação Turística (Zona 2), Zona de Acomodação Turística

(Zona 3), Zona de Administração de Parque (Zona 4) e Zona de Uso Sustentável de

Recursos Naturais (Zona 5);

1.3.54 “Zona de Protecção de Captação” significa a área que cobre toda a zona

hidrológica do Lago Urema, incluindo toda a água que desagua nos Rios Nhandugue,

Vunduzi, Mucoza, Mapuaze e Púngue, e bem assim as águas locais que percorrem

directamente para o Lago Urema e o seu canal fluvial, e todas as porções de terra

dentro de um raio de 10 (dez) quilómetros a partir da fronteira do Parque.

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1.4 Qualquer dispositivo substantivo que confira direitos ou que imponha obrigações a qualquer

das Partes na cláusula de interpretação terá efeitos tal como se fosse um dispositivo

substantivo contido no texto do presente Acordo.

1.5 O presente Acordo será lido e interpretado como um todo, sem que nenhum único dispositivo

ou conjunto de dispositivos possa ser retirado do contexto geral do presente Acordo.

1.6 Quaisquer palavras ou expressões definidas em qualquer cláusula deverão, a não ser que a sua

aplicação seja especificamente limitada a essa cláusula, ter o mesmo significado atribuído a

tal palavra ou expressão por todo o presente Acordo.

1.7 A alusão a Dias, meses ou anos será interpretada como sendo dias, meses ou anos de

calendário, a não ser que o contexto exija o contrário.

1.8 Nenhum dispositivo do presente Acordo será interpretado em prejuízo de qualquer das Partes

do presente Acordo por razões que se prendam ao facto de ter sido tal Parte a estruturar ou

redigir o referido dispositivo.

1.9 Sempre que um determinado termo ou expressão for seguido pela palavra "incluindo", e que é

então seguida por exemplos específicos, tais exemplos não deverão ser interpretados de forma

a limitar o significado desse mesmo termo ou expressão.

1.10 A não ser que o contrário esteja expressamente disposto, qualquer número de Dias prescrito

será determinado excluindo o primeiro e incluindo o último Dia ou, se o último dia calhar

num Sábado, Domingo ou feriado nacional, o Dia seguinte.

1.11 Qualquer referência a um estatuto deverá ser entendida como uma referência ao mesmo à

data da sua assinatura e às alterações e emendas efectuadas ao mesmo de tempos em tempos.

1.12 O presente Acordo incorpora os anexos abaixo listados, anexos esses que terão o mesmo

efeito legal e efeitos como se fossem parte integrante do texto do presente Acordo. No

presente Acordo, a palavra “acordo” refere-se ao presente Acordo e as palavras “cláusula” ou

“cláusulas” e “anexo” ou “anexos” referem-se às cláusulas e aos anexos do presente Acordo.

Os anexos ao presente Acordo são os seguintes:

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1.12.1 Anexo A – Lista de Bens do Parque Nacional da Gorongosa por Organização;

1.12.2 Anexo B – Novos Edifícios e Infra estruturas – Fase Inicial de Desenvolvimento;

1.12.3 Anexo C – Lista das Concessões Existentes;

1.12.4 Anexo D – Manual de Gestão Financeira;

1.12.5 Anexo E – Plano de Maneio;

1.12.6 Anexo F – Mapas dos Limites do Parque.

1.13 Todos os montantes referidos no presente Acordo incluem o imposto sobre o valor

acrescentado (IVA) e outras imposições fiscais semelhantes, salvo menção especial do

contrário.

1.14 A não ser que o contrário esteja expressamente disposto, todo o financiamento e/ou

contribuições da Carr Foundation deverá ser aplicado dentro do Parque e nas actividades

desenvolvidas no mesmo, e não serão cobradas pelo MITUR à Carr Foundation ou ao Parque

quaisquer taxas de avaliação durante o período de vigência do presente Acordo.

2. OBJECTO DO ACORDO:

Nos termos do presente Acordo, as Partes acordam em administrar e gerir, em parceria, o Parque

Nacional da Gorongosa pelo período de duração do presente Acordo, e estabelecem os termos,

regras, procedimentos e condições nos termos dos quais tal administração e gestão conjunta serão

efectuadas.

3. DURAÇÃO:

3.1 A não ser que seja terminado de acordo com o disposto nas cláusulas 3.2 e/ou 19, o presente

Acordo, terá a duração inicial de um período de 20 (vinte) anos, a partir da Data de Início,

após o qual será feita uma avaliação pelas Partes.

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3.1.1 Na eventualidade de ser concluído pelas Partes, como resultado da referida

avaliação, que os objectivos estipulados nos termos do presente Acordo,

nomeadamente a Auto-Sustentabilidade Financeira do Parque foram atingidos, a

Carr Foundation deverá devolver a administração do Parque ao MITUR,

aplicando-se as disposições da cláusula 20 e o processo de devolução será

imediatamente iniciado.

3.1.2 Na eventualidade de ser concluído pelas Partes como resultado da referida

avaliação, que os objectivos estipulados nos termos do presente Acordo,

nomeadamente a Auto-Sustentabilidade Financeira do Parque não foram

atingidos, o presente Acordo poderá ser renovado por um período adicional a ser

estabelecido pelo Governo da República de Moçambique.

3.2. Sem prejuízo do disposto na cláusula 3.1 acima, na eventualidade de os objectivos

estipulados pelas Partes nos termos do presente Acordo, designadamente a Auto –

Sustentabilidade Financeira do Parque, sejam atingidos antes da terminação do período inicial

referido no mesmo ponto, a Carr Foundation poderá optar por devolver a administração do

Parque ao MITUR antes da caducidade do presente Acordo, nos termos das disposições da

cláusula 20.

3.3. Não obstante o exposto no presente Acordo, qualquer uma das Partes poderá a qualquer

momento abordar a outra Parte para discutir ou propor qualquer alteração dos termos e

condições inicialmente acordados no presente Acordo, caso a referida Parte considere que as

alterações em causa poderão beneficiar o alcance do presente Acordo ou a gestão e

operacionalidade do Parque.

3.4. Caso ambas as Partes concordem em qualquer alteração ao presente Acordo, deverão registar

por escrito e assinar a referida alteração, e o Acordo será então alterado no âmbito da mesma.

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17

4. ESTRUTURA E PROCESSOS DE GESTÃO:

4.1. Estabelecimento e composição:

4.1.1. A estrutura e os processos de gestão do Parque foram criados de forma a permitir a

participação tanto do MITUR como da Carr Foundation na procura dos seus

interesses comuns, ao mesmo tempo em que facultam o compromisso de outros

intervenientes e salvaguardam a soberania e os interesses nacionais.

4.1.2. A meta da estrutura de gestão acima referida é de facilitar o alcance de todos os

objectivos do Parque: pela definição de responsabilidades; pela definição de âmbito

do controlo das funções; e pelo fornecimento de mecanismos de supervisão para

todas as actividades. As melhores práticas do mundo de negócios do sector privado,

assim como o ambiente não lucrativo, serão empregues pela Equipa de Gestão do

Parque para se obter resultados rápidos e de alta qualidade. Será necessário modificar

as estruturas de gestão históricas do Parque de forma a alcançar os objectivos

ambiciosos do projecto de restauração do Parque Nacional da Gorongosa.

4.1.3. A estrutura de gestão (a Equipa de Gestão do Parque) será constituída por:

4.1.3.1. O Departamento de Serviços de Conservação, o qual será implementado e

manterá os programas de conservação do Parque. Estas responsabilidades

incluem a gestão e a colocação dos guardas e fiscais do Parque e todas as

actividades relacionadas com a fiscalização e aplicação da Lei, incluindo mas não

se limitando a actividades contra a caça e pesca furtivas. Estas responsabilidades

incluirão também o desenvolvimento e a gestão do santuário de fauna bravia,

programas de reintrodução de animais e reprodução de animais, programas de

veterinária, e programas de controlo de queimadas.

4.1.3.2. O Departamento de Desenvolvimento Turístico, o qual terá a responsabilidade

de implementar o plano de desenvolvimento do turismo. Estas responsabilidades

incluirão a gestão das acomodações turísticas do Parque e de instalações

relacionadas, durante a Fase Inicial de Desenvolvimento. Estas responsabilidades

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incluirão também o desenvolvimento do Plano de Zoneamento Turístico (“PZT”)

e a promoção da marca comercial do Parque numa base mundial.

4.1.3.3. O Departamento de Relação com as Comunidades, o qual representará o Parque

no seu relacionamento com as comunidades tradicionais localizadas próximo do

mesmo. Estas responsabilidades incluirão o estabelecimento de órgãos

representativos das Comunidades e o estabelecimento de Acordos com cada uma

das Comunidades. O Departamento de Relação com as Comunidades também

será responsável por aconselhar as Comunidades acerca da utilização dos fundos

partilhados das Receitas do Parque e por participar com as Administrações

Distritais nos seus planos de desenvolvimento distritais.

4.1.3.4. O Departamento de Educação e Formação, o qual será responsável pelo

desenvolvimento e implementação de programas de educação sobre conservação

junto das Comunidades. Este Departamento será também responsável pelo

desenvolvimento de programas de ensino e pela implementação de programas de

educação e formação para o desenvolvimento da capacidade dos trabalhadores,

em todos os Departamentos do Parque.

4.1.3.5. O Departamento de Serviços Científicos, o qual terá a responsabilidade de

desenvolver e manter o Plano de Gestão Ecológica do Parque e o plano da Zona

Tampão. O Departamento de Serviços Científicos deverá monitorar o

ecossistema através da utilização de recursos altamente formados e de recursos

técnicos competentes. O Departamento recolherá e avaliará dados, e

desenvolverá relacionamentos com instituições académicas de nível mundial, e

outras instituições de ciências. O Departamento de Serviços Científicos

aconselhará o Departamento de Serviços de Conservação.

4.1.3.6. O Departamento de Operações e Infra-estruturas, o qual facultará serviços

comerciais a todos os outros Departamentos, assim como às suas próprias

unidades. Estes serviços incluirão contabilidade, aprovisionamento/contratos, e

apoio aos recursos humanos. Será também da responsabilidade do Departamento

de Operações e Infra-estruturas o desenvolvimento e a implementação de um

programa de cuidados de saúde para o Parque. O Departamento de Operações e

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Infra-estruturas administrará o relacionamento entre o Parque e as empresas de

arquitectura, construção, de seguros e bancos. Este Departamento planeará novas

instalações e administrará o programa de manutenção e infra-estruturas do

Parque. Este Departamento estabelecerá uma ligação entre o Parque e os recursos

do MITUR localizados em Maputo.

4.2. A Equipa de Gestão do Parque receberá liderança, orientações e instruções sempre que for

necessário do Comité de Supervisão. O Comité de Supervisão consistirá num representante

nomeado pelo Ministério do Turismo e um representante nomeado pelo Presidente da Carr

Foundation, e reunir-se-á com a Equipa de Gestão do Parque, numa base trimestral, para

rever as actividades do Parque.

4.3. O Comité de Supervisão deverá efectuar as nomeações de direcção para os Departamentos.

Reportará ao Ministro do Turismo uma vez por ano numa base formal, e irá, de entre outras

obrigações, reportar sobre o orçamento anual e o plano anual.

4.4. O Ministro do Turismo delega ao seu representante no Comité de Supervisão a

responsabilidade pela nomeação do Director do Departamento dos Serviços de Conservação,

assim como pelas nomeações do Director do Departamento de Relação com as Comunidades,

e do Gestor do Departamento de Educação e Formação, após consultas com o representante

do Presidente da Carr Foundation no Comité de Supervisão. Os indivíduos nomeados para

estes cargos de direcção, caso sejam contratados pelo Governo como funcionários públicos,

serão destacados à Carr Foundation no mesmo regime descrito nas cláusulas 10.5 e 10.6

abaixo.

4.5. O Presidente da Carr Foundation será responsável pelas nomeações do Director do

Departamento de Desenvolvimento Turístico, do Director do Departamento de Operações e

Infra-estruturas e do Director do Departamento de Serviços Científicos, após consultas com o

Ministro do Turismo.

4.6. Quaisquer novas nomeações para cargos de direcção, comparáveis aos que se faz referência

acima, serão levadas a cabo apenas após a aprovação do Comité de Supervisão.

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4.7. Os Directores, colectivamente referidos como a Equipa de Gestão do Parque, serão

obrigados a desenvolver uma tal capacidade de gestão e força de trabalho para que, assim que

as capacidades sejam demonstradas, todos os cargos no Parque sejam preenchidos por

cidadãos moçambicanos.

4.8. A Carr Foundation poderá estabelecer e manter certas capacidades técnicas e de apoio ao

projecto dentro das suas operações baseadas nos Estados Unidos da América. Estas poderão

incluir o desenvolvimento e apoio da página de Internet, relações públicas, e actividades de

ligação com a conservação mundial, instituições educacionais e organizações doadoras. Os

custos destas actividades serão suportados somente pela Carr Foundation, e não serão

incluídos na obrigação da contribuição anual estipulada nos termos do presente Acordo.

4.9. Deveres e Responsabilidades:

4.9.1. A Equipa de Gestão do Parque terá a responsabilidade individual e colectiva sobre a

manutenção diária do Parque, e a responsabilidade completa pela administração do

Parque. Esta Equipa deverá reunir-se pelo menos uma vez por mês para rever o

processo dos objectivos anuais do Parque, para discutir as soluções para as questões

que requerem a atenção da Equipa e para facilitar a cooperação entre os

Departamentos.

4.9.2. Na eventualidade de a Equipa de Gestão do Parque se reunir na ausência de ambos os

membros do Comité de Supervisão, a sessão em causa será dirigida pelo Director do

Departamento de Serviços de Conservação, e na sua ausência pelo Director do

Departamento de Operações e Infra estruturas. As decisões resultantes dos encontros

referidos no ponto 4.9.1 acima deverão ser registadas apropriadamente num livro de

actas e divulgadas ao Comité de Supervisão e a todos os Directores que constituem a

Equipa de Gestão do Parque.

4.9.3. A Equipa de Gestão do Parque colaborará em conjunto na criação de um relatório

trimestral, cujo desenvolvimento será coordenado pelo Director do Departamento de

Operações e Infra-estruturas. Este relatório será submetido para apreciação do

Comité de Supervisão.

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4.9.4. A Equipa de Gestão do Parque disponibilizará o relatório anual do Parque ao (s)

grupo (s) apropriado (s) de Intervenientes, e poderá solicitar informações retroactivas

e comentários aos mesmos.

4.9.5. No trimestre final de cada ano, o Director do Departamento de Operações e Infra-

estruturas, em colaboração com a Equipa de Gestão do Parque, coordenará o

processo de orçamentação e o plano de actividades a ser conduzido no ano de

calendário seguinte, de acordo com as obrigações delineadas no presente Acordo.

4.9.6. A Equipa de Gestão do Parque assegurará a publicação, no primeiro trimestre de cada

ano, do relatório anual do Parque – os elementos financeiros, os quais serão

verificados por um Auditor Externo Financeiro Internacional. Estes relatórios anuais

serão também disponibilizados às autoridades responsáveis pela inspecção e controlo

das finanças públicas, ao Tribunal Administrativo e ao Comité de Supervisão.

4.9.7. Em acréscimo às responsabilidades descritas acima, a Equipa de Gestão do Parque

deverá também:

4.9.7.1. Estabelecer a política de entrada no Parque, incluindo, mas não se limitando a,

entradas do Parque para os funcionários (incluindo amigos e familiares dos

mesmos), formadores e formandos externos ao Parque, turistas e fornecedores de

produtos e serviços turísticos, visitantes estudantes, convidados VIP, e

Organizações Não-Governamentais (ONGs), eventos de herança cultural das

Comunidades, e viaturas para a entrega de mercadoria, entre outros.

4.9.7.2. Supervisionar quaisquer Autoridades de Desenvolvimento do Parque.

4.9.7.3. Supervisionar o processo de selecção dos operadores do sector privado e

provedores de serviços no Parque, o processo de contratação, o qual será

executado pelo Departamento de Operações e Infra-estruturas.

4.9.7.4. Ser responsável por todo o apoio contínuo às estruturas gerais do Parque, tais

como a manutenção das estradas, gestão dos veículos e armazenamento e

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distribuição do combustível. Todos os sistemas e manutenção das infra-estruturas

serão administrados pelo Departamento de Operações e Infra-estruturas.

4.9.7.5. Desenvolver o conteúdo e os procedimentos das propostas para concursos

públicos. O Departamento de Operações e Infra-estruturas supervisionará os

processos de concurso em conformidade com a Lei Moçambicana.

5. GESTÃO ECOLÓGICA E DA CONSERVAÇÃO

5.1. Considerando que:

5.1.1. Os programas de gestão ecológica e de conservação adequados e efectivos são a

base da restauração do Parque; e

5.1.2. A implementação dos referidos programas depende de pesquisa, monitoria,

avaliação, e gestão adaptativa coordenadas. O Departamento de Serviços de

Conservação e o Departamento de Serviços Científicos serão conjuntamente

responsáveis por conduzir e levar a cabo a gestão ecológica e da conservação do

Parque, designadamente:

5.1.2.1. O Plano de Gestão Ecológica para o Ecossistema da Grande Gorongosa;

5.1.2.2. Monitoria, avaliação e gestão adaptativa;

5.1.2.3. Reintrodução de fauna bravia;

5.1.2.4. Limites do Parque e subdivisão em zonas de gestão;

5.1.2.5. Demarcação e gestão da Zona Tampão;

5.2. Departamento dos Serviços de Conservação:

5.2.1. A missão do Departamento dos Serviços de Conservação será de implementar e

monitorar o Plano de Gestão Ecológica para o Ecossistema da Grande Gorongosa, e

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as acções diárias associadas à gestão ecológica e da conservação, necessárias para

suster e restaurar o Parque. Estas acções incluirão:

5.2.1.1. Fiscalização e aplicação da lei, e actividades relacionadas;

5.2.1.2. Realização de programas educativos com as Comunidades, em colaboração

com o Departamento de Relação com as Comunidades;

5.2.1.3. Treino, avaliação, promoção e disciplina do pessoal, em colaboração com os

outros Departamentos relevantes;

5.2.1.4. Demarcação e manutenção dos limites legais do Parque;

5.2.1.5. Aplicação dos regulamentos e restrições contidas no presente Acordo da

utilização das terras nas Zonas de Gestão do Parque e Zona Tampão;

5.2.1.6. Actividades de gestão dos recursos naturais deverão incluir, de forma não

limitativa:

5.2.1.6.1. A avaliação do estado da fauna bravia, incluindo a contagem regular

dos animais e o impacto da remoção e exploração ilegal dos animais;

5.2.1.6.2. Levar a cabo serviços de veterinária, incluindo a monitoria das doenças

dos animais;

5.2.1.6.3. Gerir e monitorar a translocação das espécies de fauna bravia para o

Parque;

5.2.1.6.4. Monitorar e controlar as espécies animais problemáticas;

5.2.1.6.5. Implementar um programa de gestão de queimadas;

5.2.1.6.6. Monitorar e controlar o efeito dos fogos e pastagem sobre as

comunidades de vegetação e heterogeneidade ecológica;

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5.2.1.6.7. Gerir e monitorar as pescas;

5.2.1.6.8. Gerir e monitorar a vegetação, incluindo a madeira para combustível

(lenha), a pastagem de gado, capins, plantas medicinais, vinho de palma,

e outros recursos;

5.2.1.6.9. Monitorar e controlar espécies vegetais não indígenas ou agressivas;

5.2.1.6.10. Monitorar a erosão do solo, qualidade da água, e quantidade de água;

5.2.1.7. A capacitação de oficiais responsáveis, guardas e fiscais para levarem a cabo

as tarefas de fiscalização e aplicação da lei e os deveres de gestão dos

recursos, de forma adequada e efectiva.

5.2.2. O Director do Departamento dos Serviços de Conservação representará o Parque

em eventos públicos em todo o país e, sempre que for necessário, junto da

comunidade Internacional de conservação.

5.3. O Departamento de Serviços Científicos:

5.3.1. A missão do Departamento de Serviços Científicos será de facilitar a concepção,

monitoria, avaliação, e gestão adaptativa de programas inovadores e integrados,

para a conservação da biodiversidade e gestão sustentável do Ecossistema da

Grande Gorongosa, com ênfase no seguinte:

5.3.1.1. Capacitar os pesquisadores, gestores, e técnicos Moçambicanos na pesquisa e

monitoria ecológicas, biologia de conservação, desenvolvimento sustentável,

gestão adaptativa, e especialidades relacionadas;

5.3.1.2. Melhorar a gestão ecológica do Ecossistema da Grande Gorongosa,

incluindo, de forma não limitativa:

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5.3.1.2.1. A condução de pesquisas para a compreensão das componentes

essenciais biofísicas e sócio-económicas e os processos que sustêm a

diversidade e função do ecossistema;

5.3.1.2.2. Estabelecimento de limites de potenciais preocupações (LPPs) para a

monitoria e gestão adaptativa do ecossistema;

5.3.1.2.3. Priorizar as necessidades de pesquisa para a gestão ecológica;

5.3.1.3. Avaliação dos efeitos que as pessoas têm sobre o Parque, incluindo, de forma

não limitativa:

5.3.1.3.1. A avaliação dos requisitos económicos e sócio-culturais dos agregados

familiares e instituições;

5.3.1.3.2. A avaliação dos impactos resultantes dos referidos requisitos sobre a

gestão ecológica e da conservação.

5.3.1.4. Avaliação dos efeitos do Parque sobre as pessoas, incluindo, de forma não

limitativa:

5.3.1.4.1. A quantificação dos impactos negativos do Parque sobre os agregados

familiares locais (por exemplo, perdas de gado, destruição de

plantações, ferimentos humanos, danos a infra-estruturas);

5.3.1.4.2. A quantificação dos custos de oportunidade da protecção do Parque

sobre as Comunidades em termos de restrições na utilização das terras,

água, florestas e outros recursos;

5.3.1.4.3. A quantificação dos benefícios prestados pelo ecossistema do Parque

aos agregados familiares.

5.3.1.5. Criação de um sistema de medição dos impactos positivos da conservação

sob o ponto de vista social e económico, incluindo, de forma não limitativa:

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5.3.1.5.1. A monitoria e avaliação da partilha das Receitas do Parque, eco

turismo, geração de empregos, e outros benefícios da gestão do Parque

que resultem numa mudança positiva de comportamento, para a

manutenção do Ecossistema da Grande Gorongosa;

5.3.1.5.2. A avaliação das melhorias dos meios de subsistência das Comunidades

e, bem assim, suas aspirações ao longo do tempo;

5.3.1.5.3. A avaliação do grau em que a reabilitação do Parque serve como um

impulsionador económico provincial e nacional.

5.3.1.6. A gestão do conhecimento para a tomada adequada de decisões, incluindo, de

forma não limitativa:

5.3.1.6.1. A geração de conhecimento através de pesquisas, monitoria e

conhecimento tradicional;

5.3.1.6.2. Compilação do conhecimento em bases de dados de gestão, análise e

produção;

5.3.1.6.3. Disseminação de conhecimento entre os pesquisadores, gestores,

Comunidades e outros Intervenientes no Parque;

5.3.1.6.4. Assegurar a disseminação do conhecimento pelas pessoas e/ou

entidades responsáveis por tomar as decisões.

5.3.2. O Departamento de Serviços Científicos terá a tarefa adicional de apoiar o

Departamento dos Serviços de Conservação na formação de oficiais responsáveis,

guardas e fiscais para levarem a cabo actividades de monitoria no Parque e na Zona

Tampão.

5.3.3. O Departamento de Serviços Científicos integrará um laboratório moderno de

sistema de informação geográfica, gerido a tempo inteiro por um Gestor de

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Sistemas de Informação Geográfica e técnicos de laboratório, para facilitar a análise

integrada de pesquisa espacial e temporal, os dados de monitoria e de gestão

adaptativa.

5.3.4. O Director do Departamento de Serviços Científicos terá:

5.3.4.1. A autoridade exclusiva para emitir autorizações de pesquisa para estudos

científicos dentro dos limites do Parque, desde que se assegure que qualquer

pessoa ou pessoas a favor de quem será emitida a respectiva autorização

celebrem contratos com o Parque que estabeleçam, de forma não limitativa, as

regras e condições nas quais a referida pesquisa deva ser conduzida, a

remoção do Parque de espécimes científicos e, bem assim, a obrigação de

partilhar com o Parque todos os dados, informação e artigos obtidos ou

publicados como resultado da referida pesquisa.

5.3.4.1.1. Para efeitos do disposto na cláusula 5.3.4.1 acima, será necessário

garantir que o pesquisador cite o Parque Nacional da Gorongosa em

quaisquer publicações ou relatórios resultantes do projecto de pesquisa e

que submeta 3 (três) cópias de quaisquer publicações ou relatórios

resultantes do projecto de pesquisa em causa ao Departamento de

Serviços Científicos.

5.3.4.2. A obrigação e a autoridade para atrair visitantes de ciências a curto e longo

prazo para o Departamento e para emitir licenças de visitante para estes

indivíduos que irão apoiar os cientistas na sua pesquisa, e ajudar a financiar a

referida pesquisa. Estes visitantes serão educados acerca dos princípios da

biologia de conservação, a qual cumpre com os objectivos de educação do

público do presente Acordo;

5.3.4.3. Terá a autoridade conjuntamente com o Director do Departamento dos

Serviços de Conservação, para autorizar, nos termos do regulamento do

Parque, a remoção do Parque de espécimes científicos, incluindo espécimes

biológicos, paleontológicos, e geológicos, entre outros, por um período

máximo de dois anos para propósitos de pesquisa e análise. Os espécimes

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serão devolvidos ao Parque no final deste período e serão cuidados,

armazenados e conservados no Departamento de Serviços Científicos, e são, a

todo o momento, propriedade da República de Moçambique.

5.3.4.4. Todos os dados não processados e meta-dados associados com a pesquisa

conduzida no Parque, serão facultados pelo Gestor dos Sistemas de

Informação Geográfica e integrados na base de dados dos mesmos, para uso

dos pesquisadores e pessoal do Parque. Contudo, não poderão ser submetidas

quaisquer publicações ou relatórios, que utilizem os dados adquiridos, sem o

consentimento por escrito do investigador principal responsável pela recolha

de dados.

5.4. Plano de Gestão Ecológica:

5.4.1. O Plano de Gestão Ecológica será criado em conjunto pelo Departamento dos

Serviços de Conservação e pelo Departamento de Serviços Científicos e, em

particular:

5.4.1.1. O Departamento de Serviços Científicos será responsável pela coordenação

dos estudos biofísicos e sócio-económicos que facultam a base científica para

o Plano de Gestão Ecológica, incluindo, mas não se limitando, à hidrologia,

geologia, pedologia, ecologia da fauna bravia, biologia de conservação,

ecologia aquática, ciência da pesca, ecologia pastoril, ecologia florestal,

economia dos recursos naturais, antropologia cultural, paleontologia, e

ecologia paisagística; e

5.4.2. O Plano de Gestão Ecológica facultará uma estratégia holística, integrada, para a

gestão ecológica do Ecossistema da Grande Gorongosa, incluindo, de forma não

limitativa:

5.4.2.1. Descrição da visão, missão, condições alvo, e modelo conceptual para a

gestão do Parque e da Zona Tampão;

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5.4.2.2. Produção de metas de gestão, objectivos estratégicos, e acções para

implementação do Plano de Gestão Ecológica;

5.4.2.3. Institucionalização da pesquisa, monitoria, e mecanismos adaptativos de

retorno de informação;

5.4.2.4. Identificação dos constrangimentos, desafios, e oportunidades e dar

prioridade a acções ligadas a questões de gestão.

5.4.3. A implementação do Plano de Gestão Ecológica será levada a cabo pelo

Departamento de Serviços de Conservação com participação do Departamento de

Serviços Científicos, os quais terão adicionalmente as tarefas de implementar um

sistema de gestão adaptativa para rever e melhorar o Plano de Gestão Ecológica,

incluindo, de forma não limitativa as seguintes actividades:

5.4.3.1. Identificação dos indicadores ecológicos para os componentes e processos

chave que sustentam o Ecossistema da Grande Gorongosa;

5.4.3.2. Identificação dos maiores vectores de mudanças nesses indicadores

ecológicos;

5.4.3.3. Estabelecimento de LPPs como níveis superior e inferior de mudanças

aceitáveis nos indicadores ecológicos seleccionados;

5.4.3.4. Implementação de um sistema robusto de monitoria utilizando tecnologias de

detecção através de controlos remotos e recolha de dados de campo por

oficiais responsáveis, guardas e fiscais, membros das Comunidade, e

pesquisadores para detectar as mudanças nos indicadores ecológicos em

relação aos LPPs;

5.4.3.5. Realização de acções específicas de gestão adaptativa para ampliar ou

mitigar as alterações nos indicadores ecológicos quando os LPPs são

ultrapassados, para que os componentes e processos do ecossistema sejam

mantidos de acordo com os objectivos da gestão.

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5.5. Princípios para a reintrodução da fauna bravia no Parque:

5.5.1. O Departamento de Serviços de Conservação e o Departamento de Serviços

Científicos serão responsáveis em conjunto pela criação e implementação de uma

estratégia para a reintrodução da fauna bravia no Parque.

5.5.2. A Equipa de Gestão do Parque será obrigada a construir, prover de pessoal,

administrar e manter um ou mais santuários de fauna bravia no Parque para a

reintrodução de fauna bravia, incluindo, de forma não limitativa:

5.5.2.1. O restabelecimento de populações viáveis de espécies que eram

historicamente proeminentes no Parque, incluindo especialmente o búfalo

grande da cafraria, zebra e boi-cavalo azul, numa zona sem predadores, antes

da sua reintrodução completa no Parque;

5.5.2.2. A reintrodução e monitoria rigorosa das espécies raras e ameaçadas do

Parque, incluindo o rinoceronte preto, rinoceronte branco, pala–pala,

menzanze, e chita;

5.5.2.3. Oportunidades melhoradas de observação de animais selvagens para os

turistas;

5.5.2.4. Oportunidades para formação em biologia, gestão de fauna bravia e áreas

afins;

5.5.3. A composição das espécies e a bio massa total da fauna bravia introduzida nos

santuários de fauna bravia será cientificamente determinada com base numa

avaliação pormenorizada da aptidão do habitat e da capacidade de carga, por

consultores profissionais qualificados.

5.5.4. A fauna bravia pode ser translocada para os santuários das áreas dentro do Parque,

a partir de outros locais em Moçambique ou de outros países vizinhos, dependendo

da especificidade de cada caso, e dependendo das licenças adequadas,

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disponibilidade das espécies, saúde do animal, custo da compra e captura do

animal, distância do transporte, e outras considerações.

5.5.5. A Equipa de Gestão do Parque assegurará que um ou mais veterinários sejam

contratados a tempo inteiro para o Parque com o propósito de monitorar a saúde da

fauna bravia dentro dos santuários, em adição a outras tarefas que possam ser

requeridas no âmbito da competência técnica dos veterinários.

5.5.6. A fauna bravia introduzida nos santuários será libertada para as outras

áreas do Parque numa altura considerada apropriada pela equipa de direcção do

Departamento dos Serviços de Conservação e pela equipa de direcção do

Departamento de Serviços Científicos.

5.5.7. A Equipa de Gestão do Parque trabalhará em estreita ligação com qualquer projecto

de desenvolvimento de fazendas de bravio adjacente ao Parque, ou na Zona

Tampão do Parque para garantir que qualquer operação de exploração de caça seja

totalmente compatível com a fauna bravia no Parque, no que diz respeito às

espécies apropriadas, doenças, práticas de gestão, e outras considerações.

5.6. Os limites do Parque e a Subdivisão em Zonas de Gestão:

5.6.1. Serão reconhecidas cinco Zonas de Gestão do Parque, não sobrepostas, dentro do

Parque, constituindo, colectivamente, a área total do mesmo. Estas Zonas de Gestão

do Parque serão:

5.6.1.1. A Zona Bravia;

5.6.1.2. A Zona de Recreação Turística;

5.6.1.3. A Zona de Acomodação Turística;

5.6.1.4. A Zona de Administração do Parque; e

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5.6.1.5. A de Uso Sustentável de Recursos Naturais;

melhor identificadas no Plano de Maneio.

5.6.2. Os direitos de utilização das terras e as políticas de restrições e de gestão de

recursos para as Zonas de Gestão do Parque serão os que foram definidos no Plano

de Zoneamento do Ecossistema da Grande Gorongosa.

5.7. Demarcação e gestão da Zona Tampão e zona de captações hidrológicas:

5.7.1. Considerando que:

5.7.1.1. As leis aplicáveis prevêem que cada parque nacional deva ser rodeado por

uma área adjacente ao parque nacional, que forma uma área de transição entre

o parque nacional e áreas de utilização múltiplas, cuja área de transição será

designada por Zona Tampão;

5.7.1.2. A referida Zona Tampão serve para controlar e reduzir o impacto resultante

da actividade humana na respectiva área protegida;

5.7.2. A Zona Tampão do Parque deverá ser a definida na Lei nº 10/99 de 7 de Julho, e

incluirá a porção da área circunvizinha do Parque conforme definido no Plano de

Maneio que constitui o Anexo E ao presente Acordo.

5.7.3. A concessão de quaisquer direitos sobre as terras e a concessão de licenças e/ou

autorizações, para que sejam levadas a cabo quaisquer actividades por qualquer

Autoridade Competente na Zona Tampão, dependerão das disposições aplicáveis do

presente Acordo e dos seus Anexos, e bem assim do Plano de Maneio.

5.7.4. Não obstante as disposições da cláusula 5.7.5, é expressamente determinado que a

autorização para a utilização da terra para qualquer actividade, independentemente

da sua natureza, a desenvolver nas áreas circunvizinhas do Parque dependerá

sempre do parecer favorável e prévio do Comité de Supervisão.

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5.7.5. Para efeitos do disposto no número anterior, não será concedido qualquer direito

e/ou autorização sobre as terras pelas Autoridades Competentes na Zona Tampão,

sem o parecer favorável e prévio do Comité de Supervisão.

6. FISCALIZAÇÃO

6.1. A Equipa de Gestão do Parque, em particular, o Departamento dos Serviços de

Conservação, deverá conduzir programas efectivos e rigorosos para fiscalização das

actividades no Parque e na Zona Tampão, conforme prescrito por Lei.

6.2. A fiscalização das actividades na Zona Tampão do Parque é da responsabilidade do

Departamento dos Serviços de Conservação, através do seu Director, oficiais

responsáveis, guardas e fiscais, nos termos do presente Acordo, do regulamento do

Parque e da legislação relevantes.

6.3. À Data da Assinatura do presente Acordo, o regulamento do Parque aplicável será o

aprovado pelo Diploma Legislativo nº 27/53 de 27 de Maio de 1967..

6.4. O Director do Departamento dos Serviços de Conservação em coordenação e consulta

com os outros Departamentos do Parque será responsável pela preparação de um novo

regulamento para o Parque a ser submetido ao Comité de Supervisão para aprovação e

posterior homologação através de Diploma Ministerial do Ministro do Turismo.

6.5. A proposta de contratação de oficiais responsáveis, guardas e fiscais encarregues da

fiscalização é da responsabilidade do Departamento dos Serviços de Conservação, que

terá, ainda, a responsabilidade e autoridade sobre todo o pessoal referido, quer este tenha

sido contratado após a Data da Assinatura ou tenha passado para a Carr Foundation nos

termos da cláusula 10.

6.6. O Departamento dos Serviços de Conservação deverá cooperar, assistir e participar da

melhor maneira possível nos procedimentos de prossecução dos presumíveis infractores,

incluindo, de forma não limitativa, na entrega dos presumíveis infractores e das

respectivas provas à polícia ou aos órgãos de jurisdição competentes.

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6.7. O Director do Departamento dos Serviços de Conservação terá a prerrogativa de

interditar, de forma temporária ou permanente, a entrada no Parque de qualquer pessoa

que tenha qualquer registo de ter praticado quaisquer ofensas no Parque ou em qualquer

outra área de conservação em Moçambique ou no estrangeiro.

6.8. O Director do Departamento dos Serviços de Conservação poderá, após consulta com o

Director do Departamento de Relação com as Comunidades e com a Autoridade

Administrativa Local, estabelecer e/ou restringir o acesso das Comunidades a certas

áreas específicas do Parque e poderá aplicar sanções a qualquer membro da Comunidade

que não cumpra com as referidas restrições.

6.9. Todos os bens confiscados, apreendidos e abandonados, incluindo, de forma não

limitativa, veículos, armas de fogo e outras armas convencionais ou tradicionais, dentro

do Parque e/ou na Zona Tampão serão alienados através de um leilão público conforme

prescrito por Lei.

7. DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO

7.1. Considerando que:

7.1.1. A Politica e Estratégia Nacional do Turismo da República de Moçambique

promovem a maximização de forma sustentável dos benefícios sociais e

económicos dos recursos turísticos para toda a nação;

7.1.2. As Partes irão desenvolver no Parque e suas áreas circunvizinhas uma indústria

turística sustentável dedicada à manutenção da integridade ecológica, que estimule

o crescimento económico da Província de Sofala e de Moçambique.

7.2. Com base no acima exposto, o Departamento de Desenvolvimento Turístico criará e

implementará, como objectivo principal, uma estratégia mestre de turismo para o Parque

e todas as áreas circunvizinhas do mesmo e levará a cabo o desenvolvimento de uma

indústria de turismo sustentável.

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7.3. O Departamento de Desenvolvimento Turístico deverá, dentro das suas competências,

criar um ambiente permissivo para o investimento de terceiros no Parque, criando

actividades comerciais tanto de alojamento como turísticas.

7.4. O Departamento de Desenvolvimento Turístico deverá ainda criar um Modelo

Empresarial Sustentável para o Parque e para a Zona Tampão, que deve ser divulgado

por todos os Intervenientes no Parque. O Plano de Zoneamento Turístico do Parque e as

políticas turísticas do mesmo devem ser criadas por este Departamento de forma a

assegurar o alcance dos objectivos contidos na presente cláusula 7 e no presente Acordo

como um todo.

7.5. Não obstante o contido na cláusula 7.3, acima, o Departamento de Desenvolvimento

Turístico, deverá, durante a Fase Inicial de Desenvolvimento directamente ou através da

Autoridade de Desenvolvimento Turística, conceber e iniciar um certo número destes

negócios e deverá ainda operá-los até à data em que os investidores qualificados do

sector privado forem considerados aptos para assumir o controlo, e contando que se

tencione conceder participação e consideração especial a investidores nacionais privados

e às Comunidades tradicionais na Zona Tampão do Parque.

7.6. A transferência da gestão das instalações para os investidores privados será operada, sem

prejuízo de quaisquer outras condições de transferência contidas nas normas e regras

para concursos públicos, através de um regime de operação e de transferência que deverá

incluir, de forma não limitativa, a transferência de todas as responsabilidades e

trabalhadores relacionados com a instalação. Quando a referida instalação for operada

por uma Autoridade de Desenvolvimento do Parque, conforme estabelecido na cláusula

7.5, acima, a transferência deverá ser operada através de um controlo de transferência e

propriedade da Autoridade de Desenvolvimento do Parque para os investidores privados,

e todos os imóveis que constituam a instalação serão transferidos num regime de

operação e de transferência.

7.7. O Departamento de Desenvolvimento Turístico em conjunto com o Departamento de

Relação com as Comunidades e nos termos da cláusula 8.10 deste Acordo deverá

assegurar que as Comunidades que preencherem os critérios contidos na referida

cláusula 8.10 deste Acordo tenham acesso às oportunidades de turismo no Parque.

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7.8. O Departamento de Desenvolvimento Turístico deverá assistir o Departamento de

Relação com as Comunidades no processo de capacitação e na gestão de projectos

turísticos às Comunidades que demonstrem interesse em participar nas oportunidades

turísticas disponíveis. O Departamento de Desenvolvimento Turístico deverá, em

coordenação com o Departamento de Relação com as Comunidades, assistir as mesmas

na sua participação nas oportunidades turísticas disponíveis dentro do Parque.

7.9. Por forma a assegurar a participação das Comunidades nas oportunidades turísticas no

Parque e na Zona Tampão, o Departamento de Desenvolvimento Turístico deverá

assegurar que dentro do Plano de Zoneamento Turístico, algumas áreas seleccionadas

são reservadas exclusivamente para o turismo comunitário.

7.10. Os processos de concurso público para a participação dos investidores do sector

privado devem ser conduzidos de acordo com as normas contidas no Manual de Gestão

Financeira e com o Plano de Zoneamento Turístico.

7.11. Além das suas atribuições, competências e obrigações contidas acima, o Departamento

de Desenvolvimento Turístico e/ou a Autoridade de Desenvolvimento Turístico, sendo o

que for o mais apropriado para a função em causa, será ainda responsável pelas

seguintes tarefas:

7.11.1. O desenvolvimento de uma relação estreita entre o Parque e os Distritos de

Gorongosa, Nhamatanda, Cheringoma, Muanza e Dondo com o objectivo de

coordenar o processo de planeamento distrital com as actividades do Parque. A

Autoridade de Desenvolvimento Turístico fornecerá também a ligação entre o

Parque e o Governo da Província de Sofala;

7.11.2. A consciencialização a nível mundial e o reconhecimento da marca do Parque

através dos meios de comunicação electrónicos e imprensa e participação em

convenções de viagem. O Departamento de Desenvolvimento Turístico deverá

desenvolver um mecanismo através do qual os fornecedores de serviços turísticos

do sector privado no Parque possam apoiar colectivamente este empenho

promocional;

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7.11.3. A venda de produtos de consumo com a marca do Parque (tanto quanto possível,

o Departamento deverá procurar estes produtos de fornecedores em Sofala), seja

dentro do Parque ou na Internet como parte da consciencialização da marca do

Parque, e como método de geração adicional de lucros para o orçamento do Parque;

7.11.4. A criação de escritórios turísticos no Parque e, conforme apropriado, em

Moçambique e a nível mundial;

7.11.5. A gestão do balcão de registo do Parque dentro do Centro de Visitantes;

7.11.6. Trabalhar com o Departamento de Educação e Formação do Parque, para o

desenvolvimento de programas para formar trabalhadores para o desempenho de

todas as funções relacionadas com a hospitalidade no Parque;

7.11.7. O fornecimento de relatórios trimestrais apresentados atempadamente ao Comité

de Supervisão relativamente às actividades turísticas do trimestre anterior. Os

relatórios deverão ainda incluir uma previsão do semestre seguinte relativo às

actividades turísticas previstas e suas receitas.

8. RELAÇÃO COM AS COMUNIDADES:

8.1. Um objectivo importante do presente Acordo é o de beneficiar as Comunidades

localizadas perto do Parque, e de uma forma mais ampla, os cidadãos da Província de

Sofala, através do desenvolvimento do Parque. Por consequência, deverá ser criado um

Departamento de Relação com as Comunidades, o qual será responsável pela gestão da

relação com as Comunidades e com as autoridades provinciais.

8.2. O Departamento de Relação com as Comunidades será responsável pelo

estabelecimento de mecanismos de comunicação com as Comunidades, e pela promoção

da criação de órgãos representativos de cada uma das Comunidades e pelo registo dos

seus membros, em coordenação com a Administração Distrital dos distritos onde cada

uma das Comunidades residir.

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8.3. O Departamento de Relação com as Comunidades deverá estabelecer acordos por

escrito entre o Parque e cada uma das Comunidades. Quando se considerar apropriado,

este Departamento poderá também estabelecer acordos por escrito com as Comunidades

que não partilhem fronteira com o Parque mas que residam nas Zonas Tampão do

mesmo. Os referidos acordos serão denominados Acordos de Conservação das

Comunidades e Cooperação Turística (“Acordos das Comunidades”).

8.4. O Departamento dos Serviços de Conservação e o Departamento de Serviços

Científicos deverão assistir o Departamento de Relação com as Comunidades na

avaliação dos projectos de desenvolvimento sustentável das Comunidades,

implementados com os fundos das Receitas do Parque destinados para a partilha com as

Comunidades. As Comunidades que apoiarem a Equipa de Gestão do Parque na

prossecução dos objectivos de conservação serão consideradas com prioridade na

atribuição dos referidos fundos. Os referidos fundos deverão corresponder ou exceder os

montantes estipulados por lei para atribuição às Comunidades e deverão ser canalizados

directamente aos órgãos representativos das Comunidades pela Equipa de Gestão do

Parque.

8.5. O apoio financeiro às Comunidades referido acima deverá ser canalizado directamente

do Parque aos órgãos representativos das Comunidades. Os órgãos representativos terão

a responsabilidade de apresentar projectos proposta que beneficiem toda a Comunidade,

ao invés de intervenientes individuais.

8.6. Toda a gestão financeira dos fundos destinados às Comunidades será executada de

acordo com os princípios estipulados e em concordância com o Manual de Gestão

Financeira.

8.7. O Departamento de Relação com as Comunidades deverá apoiar os órgãos

representativos das Comunidades na abertura de contas bancárias designadas como

contas bancárias da comunidade local, nas quais será depositado o dinheiro proveniente

da partilha das Receitas do Parque, para cada uma das Comunidades respectivas.

8.8. O Departamento de Relação com as Comunidades deverá garantir que cada órgão

representativo apresente publicamente um relatório anual, que deverá incluir relatórios

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financeiros, e bem assim, relatórios acerca da situação de conservação e das actividades

de capacitação.

8.9. Um representante do Departamento de Relação com as Comunidades deverá participar

nas reuniões dos órgãos representativos das Comunidades, e reportará regularmente à

Equipa de Gestão do Parque, e trimestralmente, numa base formal, ao Comité de

Supervisão, acerca das seguintes questões:

8.9.1. o montante de fundos disponíveis no Fundo de Partilha das Receitas do Parque;

8.9.2. a atribuição planeada de fundos das Comunidades para o período seguinte;

8.9.3. a situação do programa de capacitação;

8.9.4. questões que requeiram atenção para além do âmbito da missão do Departamento; e

8.9.5. a situação geral e actividade relacionadas com cada um dos Acordos das

Comunidades.

8.10. Considerando a existência de um compromisso forte relativamente à capacitação local,

uma porção das oportunidades comerciais turísticas do Parque será disponibilizada

apenas para as Comunidades. A referida participação deverá aderir aos critérios de

qualificação contidos no Anexo D ao presente Acordo. O Departamento de Relação com

as Comunidades, em colaboração com o Departamento de Desenvolvimento Turístico,

será obrigado a capacitar e assistir as Comunidades que demonstrem interesse em

participar na gestão das actividades comerciais de turismo.

8.11. A Equipa de Gestão do Parque será responsável por assegurar que as Comunidades

tenham acesso às áreas de património cultural dentro das fronteiras do Parque e da sua

Zona Tampão, de acordo com a política de acesso da Equipa de Gestão do Parque. As

Comunidades que tenham terras ancestrais no Parque terão prioridade de acesso às áreas

religiosas e culturais no Parque, mas não deverão celebrar acordos com terceiros para o

desenvolvimento de actividades dentro do Parque sem o consentimento da Equipa de

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Gestão do Parque, de acordo com o Plano de Zoneamento do Ecossistema da Grande

Gorongosa

8.12. O Departamento de Relação com as Comunidades deverá criar oportunidades para a

educação das Comunidades em questões relacionadas com o meio ambiente, e deverá

organizar, para os estudantes pertencentes às Comunidades, visitas de estudo e de

conhecimento ao Parque. A referida actividade será gerida e financiada pelo

Departamento de Educação e Formação do Parque, e será coordenada com os órgãos

representativos das Comunidades.

8.13. O Departamento de Relação com as Comunidades deverá apoiar os membros das

Comunidades nos concursos a oportunidades de emprego no Parque, e auxiliar os

mesmos no desenvolvimento de qualificações para esses empregos.

8.14. O Departamento de Relação com as Comunidades deverá colaborar com as

Organizações Não Governamentais nacionais e internacionais (ONGs) que trabalhem

com as Comunidades.

8.15. Por forma a garantir um esforço coordenado para a obtenção de um desenvolvimento

sustentável entre as Comunidades que assinarem os Acordos das Comunidades com o

Parque, as ONGs que trabalham com estas Comunidades serão encorajadas a registar-se

no Departamento de Relações com as Comunidades e a adaptarem os seus projectos aos

projectos de desenvolvimento sustentável do Parque. As Autoridades Competentes

ajudarão o MITUR e a Carr Foundation no alcance deste objectivo.

8.16. A avaliação dos pedidos pelas ONGs que desejem operar dentro das fronteiras do

Parque, e a concessão de acesso aprovado quando as actividades das ONGs forem

compatíveis com os objectivos do Parque, serão da responsabilidade do Departamento

de Relação com as Comunidades após consulta à Equipa de Gestão do Parque.

8.17. O Departamento de Relação com as Comunidades, com o envolvimento do

Departamento de Serviços de Conservação, poderá, em qualquer altura futura, formar

um comité consultivo da Província de Sofala para o Parque, e criar uma carta que

especifique a associação e o papel do mesmo, e as questões a serem abordadas em cada

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reunião. O referido comité consultivo, assim como outros comités consultivos que

possam ser criados para o Parque, deverá ser criado com o consentimento do Comité de

Supervisão.

8.18. Durante o período de vigência do presente Acordo, serão envidados esforços

substanciais para minimizar o reassentamento das pessoas que vivem no Parque e na

Zona Tampão.

9. EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

9.1. Será criado um Departamento de Educação e Formação o qual terá a obrigação de, por

um lado, gerir o Centro de Formação Profissional da Gorongosa e, por outro,

desenvolver cursos de formação nas áreas de conservação e gestão dos recursos naturais

e, bem assim cursos técnicos e profissionais, para os funcionários e trabalhadores das

áreas de conservação, a serem administrados no referido Centro de Formação

Profissional.

9.2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, sempre que assim se ache adequado, o

Departamento de Educação e Formação poderá, ainda, administrar cursos de formação

nas áreas de conservação e gestão dos recursos naturais para quaisquer pessoas e/ou

entidades ligadas com estas áreas.

9.3. No desenvolvimento e preparação dos cursos de formação nas áreas de conservação e

gestão dos recursos naturais, o Departamento de Educação e Formação deverá consultar

os outros Departamentos do Parque e, bem assim, sempre que possível, o MITUR, para

se inteirar das suas necessidades em termos de educação e formação.

9.4. A gestão do Centro de Formação Profissional da Gorongosa deverá ser coordenada de

tal forma a, em primeiro lugar, acomodar cursos de formação de funcionários e pessoal

do Parque e, em segundo lugar, cursos de formação a nível nacional de funcionários e

pessoal das áreas de conservação.

9.5. Sempre que seja administrado um curso de formação para funcionários e/ou pessoal de

outras áreas de conservação e/ou de outras entidades interessadas, os custos do referido

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curso, incluindo de deslocação e estadia do pessoal que irá participar no curso serão

suportados pela respectiva área de conservação ou por qualquer outra entidade

financiadora do respectivo curso.

9.6. Para além das obrigações referidas nos números anteriores, o Departamento de Educação

e Formação deverá, ainda, trabalhar em estreita relação com o Departamento de Relação

com as Comunidades para a criação de programas de educação sobre conservação e

capacitação para as Comunidades a serem administrados/implementados, sempre que

possível, através do Centro de Formação Profissional da Gorongosa ou junto das

próprias Comunidades. O Comité de Supervisão deverá assegurar que seja alcançada a

máxima cooperação entre estes dois Departamentos e deverá aprovar quaisquer

alterações organizacionais nestes dois Departamentos ou quaisquer outros

Departamentos, caso sejam necessárias para garantir uma colaboração eficiente.

9.7. O Departamento de Educação e Formação deverá desenvolver e manter relacionamentos

com todas as agências governamentais relevantes. O Departamento deverá consultar as

autoridades governamentais apropriadas para a obtenção de certificação e acreditação

pelas suas contribuições.

9.8. O Departamento de Educação e Formação deverá colaborar com o Departamento

Recursos Humanos do MITUR e/ou com a Direcção Provincial do Turismo.

9.9. O Departamento de Educação e Formação estará autorizado a procurar financiamento de

doadores externos para suplementar ou acelerar o âmbito do seu programa e suas

actividades. O Departamento estará ligado às ONGs e quaisquer outras instituições

públicas e/ou privadas que ofereçam programas de educação e formação e que utilizarem

os mesmos recursos, sempre que se considerar apropriado.

9.10. O Departamento de Educação e Formação facultará relatórios trimestrais acerca das

suas actividades e deverá medir os seus resultados. A referida revisão será uma

componente dos relatórios trimestrais da Equipa de Gestão do Parque ao Comité de

Supervisão.

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9.11. O Departamento de Educação e Formação estará autorizado a criar comités consultivos

com as partes regionais interessadas se esta actividade for considerada proveitosa para a

missão do Departamento.

10. GESTÃO DOS RECURSOS HUMANOS

10.1. É acordado que, sujeito aos termos da presente cláusula, o objectivo das Partes é de

envidar esforços, em boa fé, para manter a totalidade da actual força de trabalho no

Parque, respeitando todos os direitos laborais adquiridos antes da Data de Início, através

da criação de oportunidades de emprego adequadas à capacidade da referida força de

trabalho.

10.2. Até à Data de Assinatura do presente Acordo, o MITUR e a Carr Foundation

conduziam um processo de integração de todos os trabalhadores que se encontravam

vinculados ao Parque antes dessa data. No âmbito do referido processo, o MITUR

integrou, no quadro de funcionários do Estado, todos os trabalhadores contratados

anteriormente ao ano de 1998.

10.3. Não obstante o processo de integração acima referido, as Partes reconhecem a

necessidade da tomada imediata de medidas correctivas em relação aos trabalhadores e

às práticas de contratação no Parque, e, em particular no pessoal responsável pela

fiscalização. As seguintes são identificadas como algumas das políticas que deverão ser

implementadas:

10.3.1. O estabelecimento de critérios claros de recrutamento, incluindo uma avaliação

da aptidão física, e bem assim do nível de formação;

10.3.2. Contratos de trabalho adequados entre o indivíduo e a parte contratante;

10.3.3. O estabelecimento de incentivos para indivíduos, tais como fiscais e outros

oficiais responsáveis pela fiscalização e aplicação da Lei, que se dediquem a

actividades de alto risco.

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10.4. Para efeitos do disposto no número 10.3, após a Data de Início, o MITUR e a Carr

Foundation deverão avaliar todos os trabalhadores integrados de forma a definir as suas

reais capacidades e, bem assim, de proceder à sua recolocação nas diversas

oportunidades no Parque sempre que tal se mostre necessário ou conveniente.

10.5. Todos os trabalhadores integrados conforme descrito na cláusula 10.2 serão destacados

à Carr Foundation de acordo com os termos do Artigo 83º do Estatuto Geral dos

Funcionários do Estado para o período de duração do presente Acordo, devendo obter

termos e condições de trabalho iguais ou mais favoráveis às que possuíam anteriormente

ao referido destacamento.

10.6. O pagamento dos salários e benefícios dos trabalhadores destacados será efectuado

conforme descrito no Manual de Gestão Financeira, e financiado através das Receitas do

Parque e/ou das contribuições de ambas as Partes.

10.7. Caso os trabalhadores destacados não sejam suficientemente qualificados ou em

número suficiente para cumprir com todas as tarefas requeridas, as Partes estarão livres

para, sem restrições, recrutar trabalhadores adicionais de outras fontes, sujeita a

conformidade com as Leis de Moçambique.

10.8. Será efectuada uma avaliação formal anual de todos os trabalhadores do Parque,

aplicando-se critérios formais, por forma a determinar o estado de cada trabalhador.

10.9. Para uma gestão eficiente do Parque, as Políticas e Procedimentos de Recursos

Humanos deverão ser elaboradas pelo Departamento de Operações e Infra-estruturas, e

revistas e aprovadas pela Equipa de Gestão do Parque.

10.10. Não obstante o acima referido, as Políticas e Procedimentos de Recursos Humanos

relacionadas com questões disciplinares serão submetidas ao Comité de Supervisão para

sua aprovação.

10.11. Após a aprovação das Políticas e Procedimentos de Recursos Humanos pelo Comité

de Supervisão, referentes a questões disciplinares, as Partes acordam que todos os

trabalhadores do Parque serão governados pelas referidas políticas e procedimentos, e

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45

que a aplicação de quaisquer acções disciplinares necessárias devam ser efectuadas pela

Equipa de Gestão do Parque nos termos da Lei.

10.12. Serão oferecidos programas de formação e educação opcionais aos trabalhadores

interessados, como um método para melhorar o seu nível de trabalho e as suas carreiras e

no interesse de aumentar a capacidade da força de trabalho no país.

10.13. Serão também desenvolvidos programas de formação obrigatórios, os quais serão

facultados a todos os trabalhadores. Será requerido que os trabalhadores preencham uma

certificação de aptidão aplicável às suas respectivas descrições de funções.

10.14. Sem prejuízo da estrutura organizacional prevista no presente Acordo, deverá ficar

assegurado que a gestão diária dos recursos humanos seja feita por um ou mais

especialista(s) na área de recursos humanos, cujo especialista(s) deverá(ão) possuir, pelo

menos, as seguintes habilitações:

10.14.1. Ter domínio de toda a legislação que regula as relações com os trabalhadores do

Parque, designadamente do Estatuto Geral dos Funcionários do Estado e da Lei do

Trabalho;

10.14.2. Apresentar capacidade de trabalho em grupo e de gestão de relações com

trabalhadores a todos os níveis, incluindo com os trabalhadores provenientes das

comunidades locais;

10.14.3. Estar familiarizado com as regras e normas de ética e deontologia profissional

aplicáveis aos funcionários de Estado e, em geral, aplicáveis a todos os

trabalhadores.

10.15. A Carr Foundation concorda em aceitar o destacamento do pessoal do MITUR que

ocupe os cargos de Director do Departamento de Serviços de Conservação, Director do

Departamento de Relação com as Comunidades, e Gestor do Departamento de Educação

e Formação.

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10.16. O MITUR assegurará que os trabalhadores destacados sejam instruídos acerca das

suas funções e obrigações para com o Parque e para com o Gestor sénior do

Departamento do Parque ao qual o funcionário foi colocado.

10.17. Aos trabalhadores que se encontrem envolvidos em trabalhos de risco elevado, tais

como os fiscais, e que cumpram com os padrões de incentivos, serão facultados

benefícios melhorados.

10.18. O MITUR será inteiramente responsável pelas obrigações contratuais de todos os

seus trabalhadores que resultem de data anterior à Data de Assinatura do presente

Acordo. O MITUR deverá compensar a Carr Foundation contra quaisquer e todas custos

que possam vir resultar de acções dos trabalhadores sobre direitos anteriores à Data de

Assinatura. Cada uma das Partes deverá assumir a responsabilidade por todas as

responsabilidades contratuais dos seus trabalhadores após a Data de Início do presente

Acordo.

10.19. As Partes estarão livres para contratar trabalhadores para a execução de tarefas

específicas e não duradouras, de forma a satisfazer as alterações na quantidade de

trabalho e necessidades especiais do Parque, trabalhadores esses que serão contratados

em conformidade com a legislação aplicável.

10.20. Em acréscimo, a Carr Foundation poderá variar a composição total da força de

trabalho de tempos em tempos, pela duração do presente Acordo, em harmonia com as

exigências do negócio, com novas práticas laborais e com o melhoramento da

produtividade e com a legislação laboral vigente.

10.21. A Carr Foundation concorda em envidar os seus maiores esforços para a contratação

de cidadãos moçambicanos, assim como de empresas moçambicanas para satisfazer as

necessidades do Parque, desde que estejam disponíveis em Moçambique as proficiências

necessárias e que os serviços oferecidos sejam competitivos em termos de qualidade,

serviço, conhecimentos, fornecimento e preço.

10.22. Caso as proficiências necessárias não estejam disponíveis em número suficiente em

Moçambique, a Carr Foundation terá o direito de recrutar trabalhadores estrangeiros,

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desde que cumpra com o disposto na Lei do Trabalho e demais legislação específica em

vigor na República de Moçambique.

10.23. De acordo com as disposições das Leis de Moçambique, o MITUR envidará todos os

seus esforços no apoio à Carr Foundation para que as Autoridades Competentes

concedam prontamente aos trabalhadores da Carr Foundation, vistos, autorizações de

trabalho, e/ou autorizações de residência, conforme seja necessário, para indivíduos

envolvidos na administração do Parque.

11. TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÕES

11.1. As Partes reconhecem a importância da aplicação de sistemas de informação e

tecnologias de comunicação que melhorem a gestão e monitoria do Parque. Assim, é

encorajada a adopção de novos sistemas de informação e tecnologias de comunicação.

Não obstante, é essencial que todas as tecnologias recentemente introduzidas sejam

compatíveis com a estratégia nacional de conservação.

11.2. A Carr Foundation envidará os seus melhores esforços (sujeitos aos constrangimentos

legais existentes e/ou restrições contratuais impostas pelos proprietários dos direitos

intelectuais), para disponibilizar todos os seus sistemas, aplicações e tecnologias

empregues no Parque (incluindo tecnologias de Internet) a todas as reservas naturais e

áreas protegidas em Moçambique, e bem assim, ao Ministério do Turismo. Em

acréscimo, a Carr Foundation envidará os seus melhores esforços para facultar

assistência técnica de forma a permitir que os sistemas, aplicações e tecnologias sejam

adoptados.

11.3. Não obstante a implementação dos sistemas de informação e tecnologias de

comunicação no Parque e/ou no sistema dos parques nacionais, as Partes acordam que

todos os direitos intelectuais, patentes, direitos de propriedade industrial, marcas

registadas e outras capacidades de desenvolvimento permanecerão como propriedade da

entidade que detenha os referidos direitos, e nem a Carr Foundation nem o MITUR terão

qualquer direito de propriedade sobre os referidos direitos em Moçambique,

independentemente de os direitos terem sido registados em Moçambique, salvo quando

os direitos de propriedade intelectual pertençam a, ou foram adquiridos pela Carr

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Foundation, e, nesse caso a Carr Foundation poderá, à sua inteira discrição, transferir os

direitos para o MITUR, na altura da terminação do presente Acordo.

11.4. Caso o MITUR adquira quaisquer sistemas de informação e tecnologias de

comunicação, que sejam considerados úteis para a administração do Parque, o MITUR

deverá informar o Comité de Supervisão acerca da disponibilidade dos referidos

sistemas. Caso a Equipa de Gestão do Parque deseje implementar a referida tecnologia,

o MITUR envidará os seus melhores esforços para a disponibilização da mesma.

11.5. Por forma a maximizar o funcionamento eficiente e harmonioso do Parque (incluindo

as suas actividades relacionadas com a conservação, turismo, desenvolvimento das

Comunidades, educação, ciência e gestão), facilidades de comunicação tais como o

acesso à Internet de banda larga, encontrar-se-ão disponíveis no Parque.

11.6. Sistemas para entrada no Parque, controlo dos visitantes, localização de animais

selvagens, monitoria da conservação, capacidades GIS, ciência e registo de dados, e

administração do Parque, conforme apropriado, serão também implementados no

Parque.

11.7. Sujeito às disposições da cláusula 11.3 acima, todos os sistemas e tecnologias serão

documentados de forma a facilitar a sua utilização por outras áreas protegidas

interessadas em Moçambique.

12. DESENVOLVIMENTO DAS INFRA ESTRUTURAS DO PARQUE NA FASE INCIAL

DE DESENVOLVIMENTO

12.1. As Partes reconhecem que os planos, concepção e desenvolvimento de infra estruturas

no Parque descritos na presente cláusula 12 representam apenas as necessidades que

foram identificadas até à Data de Assinatura. As Partes reconhecem, ainda, que nos

termos do presente Acordo deverá ser elaborado um Modelo Empresarial Sustentável e,

bem assim, o Plano de Maneio do Parque, documentos que deverão definir, em ultima

instância, as políticas de desenvolvimento de infra-estruturas do Parque para todo o

período de vigência do presente Acordo.

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12.2. A concepção e construção de todas as novas infra estruturas no Parque deverão ter em

consideração a protecção da integridade ecológica do meio ambiente e deverão aderir

aos princípios de desenvolvimento sustentável e outros requisitos aplicáveis nos termos

da Lei.

12.3. É reconhecida a necessidade da criação de uma área segura para fauna bravia ameaçada

e reprodução das espécies, e bem assim da disponibilização de uma área para acomodar

e gerir animais translocados. Por forma a preencher a referida necessidade, um santuário

de fauna bravia (“o Santuário”) de um tamanho de aproximadamente 6000 hectares foi

construído como parte da realização do plano de desenvolvimento das infra estruturas do

Parque.

12.4. O Santuário terá uma protecção especial por forma a assegurar a multiplicação dos

efectivos faunísticos para o repovoamento do Parque.

12.5. O plano de desenvolvimento das infra estruturas do Parque constitui o Anexo B, e

inclui várias infra estruturas a serem construídas na Fase Inicial de Desenvolvimento que

são necessárias para a gestão da conservação, o desenvolvimento do turismo, e o apoio

às infra estruturas operacionais do Parque. As referidas infra estruturas novas, e bem

assim as que forem construídas em fases futuras têm como objectivo permitir que o

Parque se torne eventualmente auto sustentável a longo prazo.

12.6. O plano de desenvolvimento das infra estruturas do Parque inclui um Centro de

Visitantes novo localizado com acesso à estrada principal. Esta nova infra-estrutura

deverá fornecer aos turistas, potenciais turistas futuros, e residentes das Comunidades,

uma orientação educativa dos ecossistemas do Parque e acomodações turísticas.

12.7. O plano de desenvolvimento das infra estruturas do Parque deverá incluir sistemas

favoráveis ao meio ambiente, tais como energia solar, aquecimento da água através de

energia solar, recolha e armazenagem de água da chuva, e reciclagem de sistemas de

composto.

12.8. Qualquer Autoridade de Desenvolvimento do Parque para infra estruturas deverá ser

suportada pela Carr Foundation e por outros doadores, e deverá pagar os empréstimos

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com base nas Receitas do Parque, donativos/penhoras e/ou contribuições anuais das

Partes por forma a criar um modelo sustentável para o Parque.

12.9. Seguros adequados para incidentes deverão ser activados no início do processo de

construção das infra estruturas e deverão ser mantidos durante o período de vigência do

presente Acordo, incluindo, conforme aplicável a qualquer iniciativa de projecto de

qualquer Autoridade de Desenvolvimento de Infra Estruturas, de acordo com o descrito

no Manual de Gestão Financeira, que constitui o Anexo D ao presente Acordo. Seguros

sobre bens que sejam propriedade do Estado no Parque serão financiados como parte das

despesas operacionais do Parque.

12.10. Para efeitos da construção relacionada com o desenvolvimento das infra estruturas no

Parque, fica expressamente acordado que a decisão final pertence ao Comité de

Supervisão cabendo ao MITUR a responsabilidade de, no prazo máximo de 30 (trinta)

Dias, obter todas as licenças, aprovações ou autorizações adicionais de quaisquer

Autoridades Competentes.

12.11. É expressamente acordado que as infra estruturas localizadas em Chitengo são

destinadas somente para actividades de turismo e educação, e actividades de gestão

sénior do Parque. Como consequência, os Bens actualmente encontrados em Chitengo

poderão ser utilizados somente para os efeitos acima identificados.

12.12. Quaisquer Bens móveis que se encontrem actualmente em Chitengo que sejam

adequados a usos alternativos, ou seja, a usos que não sejam o turismo e a educação de

conservação das Comunidades, e/ou actividades de gestão sénior do Parque deverão ser

apropriadamente removidos e colocados num sítio adequado.

12.13. As Partes reconhecem que será dada preferência em cumprimento com as normas

estabelecidas no Manual de Gestão Financeira, sempre que possível na prática, à procura

de bens, serviços e materiais de Moçambique, por forma a aumentar os benefícios para a

economia nacional e apoiar o desenvolvimento das capacidades locais.

12.14. Não obstante o disposto nos números acima, a Carr Foundation irá beneficiar de

isenção dos direitos e demais imposições aduaneiras aplicáveis sobre a importação de

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bens necessários para a construção, e fornecimento dos elementos para os planos de

desenvolvimento e construção aprovados para o Parque, nos termos da Lei.

13. GESTÃO FINANCEIRA E DE OPERAÇÕES

13.1. As áreas de conservação são de domínio público, e a responsabilidade de permitir que

ocorram processos ecológicos pertence ao Estado, sendo portanto, da responsabilidade

do Estado, através do Orçamento do Estado, suportar os custos de investimento e

funcionamento destas áreas. Portanto, o MITUR deverá fornecer à Equipa de Gestão do

Parque, anualmente, o nível de financiamento atribuído para o ano seguinte, e terá a

responsabilidade de assegurar a disponibilidade dos fundos em consonância com o

nível submetido.

13.2. Por forma a reduzir o peso da participação do Orçamento do Estado, é importante

mobilizar apoio financeiro externo a longo prazo, como é o exemplo da participação da

Carr Foundation no esforço para a reestruturação do Parque Nacional da Gorongosa.

13.3. Para criar incentivos para a participação de contribuintes de apoio financeiro externo,

todas as Receitas do Parque, enquanto fundos do Estado, deverão ser cobradas pelo

Parque e entregues à Direcção da Área Fiscal respectiva, até ao dia 10 do mês seguinte

ao da sua cobrança, devendo ser consignadas ao Parque, na sua totalidade, pela

entidade competente para o efeito, transferindo-as para a Conta de Retenção das

Receitas do Parque, com a celeridade adequada a possibilitar a sua aplicação às

iniciativas acordadas.

13.4. Por forma a enfatizar a transparência de todas as questões financeiras relativas às

Receitas e despesas do Parque, serão efectuadas auditorias completas regulares e

formais a serem conduzidas por uma empresa pública de auditoria de reconhecimento

internacional, contratada pelo Departamento de Operações e Infra estruturas após

aprovação do Comité de Supervisão.

13.5. Quaisquer contribuições ou donativos em dinheiro e/ou doações de valor em espécie,

efectuadas por terceiros que não sejam participantes no âmbito do presente Acordo, e

que sejam destinadas a ser aplicadas a elementos específicos das iniciativas do Parque,

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deverão ser aplicadas ao projecto identificado consistente com a intenção do doador e

não serão consideradas ou incluídas nas Receitas do Parque. Estas iniciativas de

contribuição deverão ser revistas pela Equipa de Gestão do Parque anteriormente à sua

aceitação formal, por forma a garantir o cumprimento com as iniciativas acordadas para

o Parque para o ano em causa.

13.6. O Director do Departamento de Operações e Infra estruturas será responsável pela

coordenação e desenvolvimento do orçamento anual do Parque/plano anual, e pela

apresentação do mesmo para a sua aprovação atempada, ao Comité de Supervisão,

anteriormente ao início do Ano Fiscal seguinte.

13.7. O Director do Departamento de Operações e Infra estruturas deverá ainda ter a

responsabilidade de manter um Manual de Gestão Financeira actual, que deverá

descrever detalhadamente todas as questões ligadas à gestão diária de receitas, controle

fiscal e regimes de auditoria, a atribuição e controle das autorizações para despesas, e o

estabelecimento e gestão das contas bancárias do Parque.

13.8. O Manual de Gestão Financeira deverá conter o seguinte:

13.8.1. Objectivos;

13.8.2. Políticas e procedimentos para a gestão financeira geral;

13.8.3. Política de reconhecimento de receitas e políticas relacionadas;

13.8.4. Fontes de financiamento e respectivos procedimentos;

13.8.5. Tratamento de contribuições de terceiros;

13.8.6. Responsabilidades de cada departamento na gestão do orçamento;

13.8.7. Gestão e relatórios de investimentos de capital;

13.8.8. Procedimentos e rotinas de folhas de balanço;

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13.8.9. Plano de contas aprovado;

13.8.10. Estrutura das contas bancárias e controles relacionados com a mesma;

13.8.11. Procedimentos relacionados com transacções financeiras incluindo autoridade

para emissão de cheques e níveis de autorização;

13.8.12. Procedimentos de procurement para bens e serviços;

13.8.13. Procedimentos para concurso público;

13.8.14. Análises financeiras necessárias para efeitos de relatórios;

13.8.15. Procedimentos de segurança relacionados com o controle e transporte de dinheiro

vivo;

13.8.16. Auditorias internas e independentes incluindo procedimentos acerca de

irregularidades;

13.8.17. Relatórios de irregularidades;

13.8.18. Política de privacidade do Parque;

13.8.19. Seguros para bens do Parque;

13.9. Por forma a cumprir com as suas obrigações no âmbito do presente Acordo, a Carr

Foundation irá comprometer um mínimo de USD 1.200.000, 00 (um milhão e duzentos

mil Dólares Americanos) anualmente durante todo o período de vigência do presente

Acordo, para financiar as actividades acordadas no apoio do projecto de restauração do

Parque Nacional da Gorongosa.

13.10. Os fundos objecto do compromisso da Carr Foundation referidos no ponto 13.9

acima não serão reembolsáveis.

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13.11. Os fundos da Carr Foundation deverão ser atribuídos por todo o período de duração

do presente Acordo a actividades relacionadas com a melhoria dos programas ecológicos

e de conservação do Parque, programas para as Comunidades, programas educativos e

de capacitação, melhoria das infra estruturas, no estabelecimento do Centro de Pesquisa

da Gorongosa e no desenvolvimento do Turismo.

13.12. A contribuição anual da Carr Foundation de USD 1.200.000, 00 (um milhão e

duzentos mil Dólares Americanos) será cumulativa, de tal forma a que os donativos que

a excedam sejam creditados nas contribuições dos anos seguintes. As contribuições

acumuladas para todos os anos da duração do presente Acordo não deverão ser, em

média, menores do que o valor comprometido de USD 1.200.000, 00 (um milhão e

duzentos mil Dólares Americanos) por ano assumidos pela Carr Foundation no âmbito

do presente Acordo.

13.13. Os fundos dispendidos pela Carr Foundation deverão ser gastos de acordo com as

políticas e procedimentos devidamente aprovados, emitidos pelo Departamento de

Operações e Infra estruturas, e bem assim, os reflectidos no Manual de Gestão

Financeira.

13.14. O MITUR será responsável pela contribuição de um montante anual definido igual ao

orçamento operacional de 2005 para o Parque, conforme reflectido no Orçamento Geral

do Estado. O referido montante é de USD 158.000, 00 (cento e cinquenta e oito mil

Dólares Americanos) e poderá diminuir gradualmente, tendo início em 2007, sendo que

o último ano de contribuição obrigatória por parte do MITUR será o de 2014.

13.15. O Director do Departamento de Operações e Infra estruturas, ao abrigo das

disposições do Manual de Gestão Financeira, é responsável pela atribuição das Receitas

do Parque de acordo com a seguinte estrutura:

13.15.1. Categoria A: 80% (oitenta por cento) destinados à gestão do Parque incluindo o

financiamento da Equipa de Gestão do Parque e do seu pessoal, e de todo o capital

relevante e despesas operacionais, que deverão incluir, de forma não limitativa: a

operação de acomodação turística e alimentação durante a Fase Inicial de

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Desenvolvimento; todas as iniciativas de conservação tais como o apoio aos

programas dos fiscais, zonas de santuário, manutenção da fauna e flora do Parque;

operação de todos os edifícios e infra estruturas do Parque; a (s) Escola (s) de

Formação; programas de capacitação e serviços educativos para as Comunidades;

13.15.2. Categoria B: 20% (vinte por cento) destinados a ser canalizados para as

Comunidades de acordo com o que se encontra prescrito por Lei.

13.16. A Equipa de Gestão do Parque, com orientação e apoio em serviços financeiros do

Director do Departamento de Operações e Infra estruturas, deverão acordar em conjunto

acerca da atribuição exacta dos fundos relativos à Categoria A;

13.17. O órgão de representação das Comunidades, com orientação do Director do

Departamento de Relação com as Comunidades e o Comité de Supervisão, deverão

acordar quanto ao financiamento da Categoria B.

13.18. A atribuição anual dos fundos em cada um dos Departamentos deverá ser da

responsabilidade dos Directores de cada um dos seus respectivos Departamentos, que

deverão criar os orçamentos para os seus respectivos Departamentos e coordenar os seus

planos orçamentais com o Director do Departamento de Operações e Infra estruturas,

que deverá produzir um orçamento consolidado a ser avaliado e aprovado pelo Comité

de Supervisão.

13.19. A Equipa de Gestão do Parque deverá preparar declarações e relatórios financeiros

trimestrais detalhados a serem submetidos atempadamente ao Comité de Supervisão. Os

referidos relatórios deverão enfatizar o estado actual dos resultados comparados com as

expectativas do plano orçamental/anual, os padrões das receitas e despesas, os

investimentos de capital significativos durante o período relevante, e quaisquer

irregularidades ou preocupações. Todos os relatórios financeiros serão sujeitos a uma

auditoria formal efectuada pelo Auditor Externo Financeiro Internacional, e as referidas

auditorias deverão ser efectuadas pelo menos uma vez por ano.

13.20. As Partes acordam que todas as Receitas do Parque deverão ser dispendidas para o

benefício do Parque e das Comunidades do Parque e da sua Zona Tampão.

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13.21. O MITUR deverá fornecer trimestralmente à Equipa de Gestão do Parque uma

actualização das contribuições financeiras do MITUR no âmbito do presente Acordo.

14. SEGUROS

14.1. A partir da Data de Início do presente Acordo, até à Data de Terminação e, sujeita à

disponibilidade do mercado, as Partes deverão fazer todos os esforços razoáveis no

sentido de obter e manter seguros necessários para a cobertura de Bens e questões

relacionadas com o Parque, incluindo, de forma não limitativa, todos os seguros

obrigatórios por Lei, desde que todos os seguros relativos a Bens que sejam propriedade

do Estado sejam financiados como sendo parte das despesas operacionais do Parque.

14.2. Caso as Partes cheguem à conclusão de que certos riscos são incapazes de ser

assegurados, as Partes ficarão isentas de obter seguros para os mesmos. No caso de tal

eventualidade, as Partes deverão reunir-se e discutir as modalidades e meios nos termos

dos quais o seguro deverá ser administrado (incluindo considerar-se a criação de um

seguro próprio por qualquer das Partes) e, a partir da data em que o risco se torna

incapaz de ser assegurado, as Partes deverão reunir-se de seis em seis meses para

determinar se tal risco permanece incapaz de ser assegurado, e no caso de a situação se

manter, a presente cláusula continuará em vigor.

14.3. “Incapaz de ser assegurado” significa, um risco que não é capaz de ser coberto por

seguro, devido às acções das Partes relativamente a um risco para o qual:

14.3.1. o seguro não se encontra disponível para as Partes em relação ao Parque no

mercado de seguros Africano com seguradoras de reputação boa e reconhecida a

respeito do referido tipo de risco;

14.3.2. o prémio do seguro a ser pago para assegurar tal risco encontra-se a um nível de

tal forma elevado, que o risco não é no geral assegurado no mercado Africano de

seguros por seguradoras de reputação boa e reconhecida; ou

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14.3.3. As Partes declaram por sua opção que o risco em causa se tornou incapaz de ser

assegurado.

15. RESPONSABILIDADES

15.1. Salvo onde o presente Acordo expressamente assim o preveja, nenhuma das Partes será

responsável perante a outra por força de um acordo, delito, garantia, responsabilidade

restrita, ou qualquer outra teoria legal por quaisquer danos indirectos, consequentes,

incidentes, punitivos ou exemplares, nem será qualquer das Partes responsável perante a

outra por quaisquer multas ou penalizações sofridas pela outra Parte.

15.2. Nenhuma das Partes deverá ser responsabilizada perante a outra Parte, salvo onde o

presente Acordo expressamente assim o prevê, tendo em consideração, no entanto, que a

presente cláusula não constitui uma forma de renúncia de quaisquer direitos de uma das

Partes perante a outra relativamente a questões que não estão relacionadas com o

presente Acordo ou a actividades que não se encontram contempladas no mesmo.

15.3. Na eventualidade da descoberta de qualquer responsabilidade ambiental anterior que,

na opinião da Carr Foundation necessite de um aumento nos custos, pagamentos ou

despesas ou que afecte a Carr Foundation no desempenho das suas obrigações, a Carr

Foundation deverá comunicar por escrito a situação ao MITUR com toda a informação

detalhada e comprovativa da situação. O MITUR deverá compensar a Carr Foundation,

no valor correspondente aos custos, pagamentos, despesas e desembolsos efectuados a

respeito das responsabilidades ambientais existentes anteriormente.

15.4. As Partes não serão responsáveis por quaisquer reclamações, danos, custos ou despesas

ocorridas no Parque como resultado directo ou indirecto de um evento considerado

normalmente como sendo um caso de Força Maior.

16. INDEMNIZAÇÕES

16.1. Devidas pelo MITUR:

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16.1.1. O MITUR compromete-se a defender e a indemnizar a Carr Foundation, e os

seus gestores, oficiais e trabalhadores, e a ilibar a Carr Foundation, e os seus

gestores, oficiais e trabalhadores, em todas as alturas a contar da Data de Início, de

quaisquer perdas incorridas, sofridas, sustentadas ou que necessitem ser

compensadas, directa ou indirectamente, sempre que tal não resulte de um acto ou

omissão por negligência ou intencional por parte da Carr Foundation, e dos seus

gestores, oficiais e trabalhadores a respeito de qualquer aspecto relacionado com o

presente Acordo.

16.2. Devidas pela Carr Foundation:

16.2.1. A Carr Foundation compromete-se a indemnizar o MITUR, e os quadros e

trabalhadores, e a ilibar o MITUR, e os seus quadros e trabalhadores, em todas as

alturas a contar da Data de Início, de quaisquer perdas incorridas, sofridas,

sustentadas ou que necessitem ser compensadas, directa ou indirectamente, sempre

que tal não resulte de um acto ou omissão por negligência ou intencional por parte

do MITUR, e dos seus quadros e trabalhadores a respeito de qualquer aspecto

relacionado com o presente Acordo.

16.3. Por Negligência conjunta das Partes:

16.3.1. Na eventualidade de que qualquer dano ou perda ocorra por negligência conjunta

ou actos ou omissões intencionais das Partes, cada uma das Partes será responsável,

sujeita às disposições do presente Acordo, pela indemnização na proporção da sua

culpa.

16.3.2. Na eventualidade que qualquer das Partes receba uma queixa ou reclamação de

uma terceira parte resultante de danos causados por negligência conjunta das Partes,

as seguintes medidas deverão ser aplicadas:

16.3.2.1. Ao receber um pedido de indemnização da parte de terceiros por danos

sofridos, que tenham sido causados por negligência conjunta das Partes, a

Parte que receber tal pedido de indemnização deverá comunicar

imediatamente à outra Parte qualquer perda ou procedimento a respeito dos

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59

quais terá direito a indemnização, de acordo com o disposto na presente

cláusula 16. Tal comunicação deverá ser feita à outra Parte o mais cedo

possível após a Parte em causa ter tomado conhecimento da referida perda ou

procedimento.

16.3.2.2. Não obstante o anteriormente citado, a Parte que receber tal reclamação de

uma terceira parte deverá, na eventualidade de a outra Parte se encontrar

indisponível perante tentativa comprovada de contacto, por sua opção e

despesa, e com a assessoria legal de sua escolha, assumir e controlar o

processo de defesa da reclamação, acção, processo legal ou procedimento em

causa, a respeito, ou resultante de qualquer questão pela qual haja a obrigação

de indemnizar quaisquer terceiros.

16.3.2.3. No caso de a Parte que receber o pedido de indemnização ser condenada a

indemnizar uma terceira parte, a outra Parte terá a obrigação de indemnizar

e reembolsar a outra Parte na proporção da sua culpa.

16.4. No caso de uma Parte ter o direito de ser indemnizada ao abrigo da presente cláusula

16, a mesma não deverá chegar a acordo ou assumir compromissos relativamente à

reclamação, acção, processo legal ou procedimento em causa sem o consentimento

prévio da outra Parte, consentimento esse que não deverá ser negado sem razão.

Exceptuando nos casos em que o referido consentimento seja negado sem razão, se uma

das Partes chegar a acordo ou assumir um compromisso relativamente a qualquer

reclamação, acção, processo legal ou procedimento, sem o consentimento prévio da

outra Parte, e a respeito da qual teria o direito de ser indemnizada pela outra Parte, a

outra Parte estará isenta de qualquer obrigação de indemnizar a Parte que tenha chegado

a acordo ou assumido o compromisso.

17. DIREITOS E OBRIGAÇÕES GERAIS DAS PARTES:

17.1. As Partes deverão observar e cumprir sempre com as Leis Moçambicanas no exercício

das suas obrigações ao abrigo do presente Acordo. Considerar-se-á sempre que as Partes

têm conhecimento pleno das Leis Moçambicanas.

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60

17.2. No cumprimento das suas obrigações ao abrigo do presente Acordo, as Partes serão

obrigadas a cumprir com o preceituado nas Leis de Moçambique no que respeita à

protecção do meio ambiente no Parque e em redor do Parque em relação a todos os tipos

de poluição que resultem das suas actividades.

17.3. As Partes deverão certificar-se que as suas actividades no Parque estão em consonância

com os padrões de segurança e de saúde estabelecidos pelas Leis Moçambicanas. Caso

algum padrão de segurança e de saúde não tenha sido observado antes da Data de Início

do presente Acordo, a Carr Foundation não deverá ser considerada como estando em

violação do presente ponto, desde que as suas actividades cumpram com os padrões de

segurança e de saúde dentro do período máximo de 24 (vinte e quatro) meses após a

Data de Início do presente Acordo.

17.4. A Carr Foundation e os seus parceiros comprometem-se a envidar todos os esforços no

sentido de incorporar a maior quantidade possível de material, equipamento e

fornecimentos de produção local na reabilitação e restauração do Parque, tendo em

consideração os requisitos, intenções e obrigações da Carr Foundation. Contudo, durante

o período de duração do presente Acordo, a Carr Foundation e seus parceiros poderão,

de acordo com as Leis Moçambicanas relevantes, importar certos materiais necessários

para a gestão, reabilitação, administração e manutenção do Parque.

17.5. A Carr Foundation e os seus parceiros terão, para a finalidade de investigação dentro e

fora do País, o direito de reimportar e reexportar máquinas e equipamento de natureza

científica, durante o período de vigência do presente Acordo de acordo com as regras

impostas pela legislação fiscal.

17.6. O MITUR e as Autoridades Competentes relevantes deverão garantir que todo os bens

importados para aplicação no Parque e que se enquadrem dentro da classe K da Pauta

Aduaneira (ou outros bens que venham a beneficiar de isenção no âmbito de outra

legislação que venha a ser aprovada após a Data de Assinatura) serão importados com o

benefício de isenção de direitos de importação e outras imposições aduaneiras. Os

direitos e outras imposições aduaneiras decorrentes da importação de qualquer outro

bem que não se enquadre dentro da classe K da Pauta Aduaneira serão suportados pelo

Orçamento do Estado. As disposições da presente cláusula não se aplicam às empresas

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privadas que poderão vir a prestar serviços ao Parque na área de exploração turística e

noutras actividades.

17.7. As Partes reconhecem que a Carr Foundation, ao executar o presente Acordo, baseia-se

em certas concessões relativamente à Lei Moçambicana, e o MITUR deverá, dentro dos

limites da sua capacidade de acesso às novas Leis, informar a Carr Foundation da

existência de qualquer alteração em Leis que possam materialmente afectar a

implementação do presente Acordo, assim que da mesma tomar conhecimento.

17.8. Na eventualidade de uma alteração da Lei, a Carr Foundation fará o razoável por forma

a cumprir, na extensão de tempo estabelecido pela nova Lei, com as suas obrigações ao

abrigo do presente Acordo, que poderão ser afectadas pela referida alteração da Lei,

deverá considerar as circunstâncias em causa. Na eventualidade de o período entre a

promulgação da referida Lei e a sua entrada em vigor não ser suficiente para a Carr

Foundation adequar as suas obrigações ao abrigo do presente Acordo, a mesma terá a

extensão de tempo considerada razoável por forma a cumprir com as suas obrigações ao

abrigo do mesmo.

17.9. As Partes poderão, mediante um acordo por escrito, de tempos em tempos, variar,

acrescentar, ou eliminar o âmbito das operações a ser conduzidas pela Carr Foundation

ao abrigo do presente Acordo. Qualquer variação, acréscimo ou eliminação não se

limitará às questões referidas na presente cláusula. É também acordado que caso as

operações sejam afectadas por uma alteração da legislação ou regulamentos aplicáveis

por consequência de um Decreto do Governo, poderá ser necessário chegar-se a acordo

quanto à alteração ou variação do disposto no presente Acordo, por forma a alcançar os

objectivos do mesmo.

17.10. Com excepção das concessões existentes listadas no Anexo C ao presente Acordo, o

MITUR garante que não existem outras concessões dentro do Parque ou na sua Zona

Tampão, e garante que nenhuma outra concessão será concedida na referida área, seja na

área de turismo ou outras, sem o conhecimento prévio e acordo por escrito autorizando

uma concessão específica por parte da Carr Foundation.

17.11. O MITUR deverá assegurar-se, e as Autoridades Competentes comprometem-se a

respeitar o facto de que nenhuma concessão, e/ou outro direito semelhante, serão

concedidos na Zona Tampão, sob o risco de terem um impacto negativo nas actividades

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dentro do Parque, e em particular no Plano de Maneio do Parque. Para efeitos da

presente cláusula, o MITUR e as Autoridades Competentes deverão consultar a Carr

Foundation antes de autorizar qualquer actividade dentro da Zona Tampão, e no caso de

a Carr Foundation manifestar a opinião de que a actividade que se tenciona implementar

terá um efeito negativo nas actividades do Parque e/ou entre em conflito com o Plano de

Maneio do Parque, a referida autorização não será concedida.

17.12. É acordado e confirmado pelas Partes que os assinantes em representação das Partes

não terão qualquer responsabilidade pessoal com relação ao presente Acordo.

18. FORÇA MAIOR:

18.1. Poderão consubstanciar casos de Força Maior, todos os que estiverem assim prescritos

por Lei na República de Moçambique, e que incluem os seguintes eventos:

18.1.1. Quaisquer actos de guerra, declarada ou não, ou hostilidades ou beligerância,

bloqueio ou revolução;

18.1.2. Explosões, incêndios, abalos sísmicos, cheias excessivas e extraordinárias,

erupção vulcânica; e

18.1.3. Poluição, quando a mesma não for causada por um acto ou omissão causado pela

Parte que invoca o referido motivo de Força Maior, e quando a mesma não puder

ser remediada dentro de um prazo adequado.

18.2. A falta, por qualquer das Partes de cumprimento de quaisquer obrigações não será

considerada como sendo incumprimento do presente Acordo, quando a impossibilidade

do cumprimento for devida a um caso de Força Maior.

18.3. Caso qualquer das Partes sofra uma ocorrência de um evento de Força Maior, essa

mesma Parte deverá imediatamente notificar por escrito a outra Parte, notificação essa

que deverá incluir informação acerca das circunstâncias, a sua duração provável, (se

possível, a dimensão do impedimento da Parte afectada de cumprir com as suas

obrigações ao abrigo do presente Acordo) e uma declaração de medidas necessárias para

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remediar a referida ocorrência, e deverá fornecer à outra parte meios suficientes para

examinar as referidas circunstâncias, incluindo a possibilidade de acesso a um

representante da outra Parte aos locais de construção, por risco e conta dessa outra Parte.

18.4. As Partes deverão consultar-se na eventualidade de ocorrer algum caso considerado

como sendo de Força Maior e deverão tomar todas as providências possíveis para

minimizar as perdas que para cada uma delas resultem do referido caso. No caso em que

as circunstâncias de Força Maior se mantenham continuamente por um período de 6

(seis) meses as Partes deverão imediatamente reunir-se e, de boa fé, concordar numa

solução equitativa.

18.5. Se os casos de Força Maior tiverem cessado, as Partes deverão, a não ser que o presente

Acordo seja terminado nos termos do número 19.1.2, retomar o cumprimento do

presente Acordo logo que seja possível.

19. TERMINAÇÃO

19.1. O presente Acordo poderá terminar por iniciativa de qualquer das Partes quando se

verifique a ocorrência de uma das seguintes situações:

19.1.1. Ao fim do período de Duração, de acordo com as disposições da cláusula 3

acima;

19.1.2. Força Maior: Em observância da cláusula 18 acima, aquando da ocorrência de

um evento de Força Maior, e na eventualidade do referido evento se verificar

presente por um período superior a 6 (seis) meses e na eventualidade de as Partes

não chegarem a acordo quanto a solução equitativa de acordo com o disposto no

ponto 18.3 acima, cada uma das Partes poderá terminar o presente Acordo por

notificação por escrito à outra Parte, e os procedimentos da cláusula 20 deverão ter

início de imediato;

19.1.3. Incumprimento: No caso de uma das Partes cometer qualquer incumprimento do

presente Acordo (“a Parte em Falta”) a outra Parte (“a Parte Afectada”) terá o

direito de terminar o presente Acordo somente se o referido incumprimento for um

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incumprimento significativo. Um incumprimento não será considerado como sendo

significativo se:

19.1.3.1. Puder ser rectificado e for efectivamente rectificado dentro de 60

(sessenta) Dias após a recepção de notificação da Parte Afectada contendo

detalhes razoáveis acerca do incumprimento e exigindo a rectificação do

mesmo;

19.1.3.2. Se for incapaz de ser rectificado ou não for rectificado dentro do período

estipulado no ponto 19.1.3.1 acima, mas se o referido incumprimento puder

ser compensado através de pagamento em dinheiro e o referido pagamento for

efectuado dentro de 60 (sessenta) Dias após recepção da notificação da Parte

Afectada exigindo o pagamento;

19.1.3.3. Se o incumprimento ocorrer devido a (i) um evento de Força Maior (ii)

ou uma alteração da Lei.

19.1.4. Terminação devido a uma Alteração de Circunstâncias: Uma Alteração de

Circunstâncias significa qualquer alteração que venha a ocorrer após a Data de

Início e que:

19.1.4.1. Esteja fora do controle de qualquer da Partes;

19.1.4.2. Não constitua um evento de Força Maior; e

19.1.4.3. Altere substancialmente a essência dos respectivos direitos e obrigações

das Partes.

19.2. Procedimentos para a denúncia no caso de Incumprimento:

19.2.1. Na eventualidade de ocorrência de incumprimento por parte de qualquer das

Partes, a Parte Afectada poderá dar início ao procedimento para a denúncia do

presente Acordo através da entrega de uma notificação (uma “Notificação de

Intenção de Terminar”) à Parte em Falta declarando a sua intenção de denunciar o

presente Acordo. A Notificação de Intenção de Terminar deverá especificar com

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detalhe suficiente o evento de incumprimento que deu origem à referida

notificação;

19.2.2. A seguir à entrega da Notificação de Intenção de Terminar, as Partes deverão

consultar-se durante um período máximo de 45 (quarenta e cinco) Dias (ou um

período mais longo se assim for acordado mutuamente pelas Partes), acerca dos

passos a ser tomados com o propósito de mitigar as consequências do referido

evento de incumprimento, considerando todas as circunstâncias. Durante o período

a seguir à entrega da Notificação de Intenção de Terminar, a Parte em Falta poderá

continuar a envidar esforços para rectificar o incumprimento (se for capaz de ser

rectificado), e se o incumprimento for rectificado em qualquer altura anterior à data

de entrega de uma Notificação de Intenção de Terminar de acordo com o disposto

no ponto 19.2.1 acima, a Parte Afectada não terá o direito de terminar o presente

Acordo com base no referido incumprimento rectificado.

19.2.3. Caso as Partes, durante o período de consulta referido no ponto 19.2.2 acima,

sejam incapazes de chegar a acordo sobre se efectivamente terá ou não ocorrido um

evento de incumprimento, qualquer das Partes poderá remeter a questão para

resolução de acordo com o disposto na cláusula 22 dentro de um período adicional

de 45 (quarenta e cinco) Dias (ou um período mais longo se assim for acordado

mutuamente pelas Partes), e caso seja determinado que não ocorreu qualquer

incumprimento, nenhuma das Partes terá o direito de terminar o presente Acordo

com base no referido evento.

19.2.4. Tendo em consideração o disposto nos pontos 19.2.1 e 19.2.2acima, aquando da

terminação do período de consulta descrito no ponto 19.2.3 acima, e a não ser que

as Partes acordem o contrário, ou no caso de o evento de incumprimento que tenha

dado origem a uma Notificação de Intenção de Terminar ter sido rectificado, a Parte

que entregar a Notificação de Intenção de Terminação à outra Parte poderá terminar

o presente Acordo através da entrega de uma Notificação de Terminação à outra

Parte, de acordo com o qual o presente Acordo será imediatamente terminado e a

cláusula 20 será aplicável.

19.3. O exercício do direito de uma das Partes de terminar o presente Acordo, conforme aqui

contido, não impede que a Parte ponha em prática outras rectificações aqui previstas. As

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rectificações são cumulativas e o exercício ou não de uma ou mais rectificações por uma

das Partes não deverá limitar ou impedir o exercício, ou constituir a renúncia, de

quaisquer outras rectificações pela Parte em questão, e nenhuma das Partes terá o direito

de terminar o presente Acordo a não ser que o mesmo seja efectuado de acordo com as

cláusulas expressamente previstas no presente Acordo.

19.4. Na eventualidade de qualquer das Partes terminar o presente Acordo em conformidade

com o disposto na cláusula 19.1.3 resultante de um evento de incumprimento pela outra

Parte, a Parte em Falta deverá pagar à Parte Afectada uma indemnização pelos danos

causados pelo referido incumprimento.

19.5. Aquando da caducidade ou terminação antecipada do presente Acordo, as Partes não

terão quaisquer outras obrigações ou responsabilidades no âmbito do mesmo, com

excepção das obrigações ou responsabilidades que existiam antes ou que surjam na

altura da referida caducidade ou terminação do presente Acordo. Tendo em consideração

que sem prejuízo das disposições seguintes da presente cláusula, na eventualidade de o

MITUR ter o direito ou tencionar assumir todas ou quaisquer responsabilidades ou

obrigações da Carr Foundation de qualquer forma a seguir à emissão de uma Notificação

de Terminação por qualquer das Partes, a Carr Foundation não terá qualquer

responsabilidade adicional em relação à mesma e o MITUR deverá indemnizar a Carr

Foundation e mantê-la compensada de acordo com as disposições do presente Acordo.

19.6. Na eventualidade de Terminação do presente Acordo, como resultado de quaisquer das

situações descritas nos pontos 19.1.1 a 19.1.4 acima, a referida Terminação não afectará

quaisquer direitos conferidos a terceiros e quaisquer compromissos contratuais que

possam ter sido celebrados a favor de operadores turísticos do sector privado,

instituições científicas e ONGs.

19.7. Todos os montantes a pagar por qualquer das Partes de acordo com as disposições da

presente cláusula 19 deverão ser pagos pela referida Parte dentro de um período máximo

de 60 (sessenta) Dias a seguir à entrega de uma Notificação de Terminação de acordo

com o disposto no ponto 19.2.4.

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67

20. DEVOLUÇÃO:

20.1. A partir da Data de Devolução, e sujeito ao disposto no ponto 19.6, a administração das

áreas e dos departamentos sob o uso e controle da Carr Foundation será devolvida pela

Carr Foundation ao MITUR como um estabelecimento comercial em condição que

permita a gestão e operação contínua do Parque por forma a manter o Parque durante um

período não inferior a 6 (seis) meses a seguir à Data de Devolução, assumindo que o

Parque será gerido e mantido a um nível não inferior ao nível aplicável no âmbito do

presente Acordo durante o referido período de 6 (seis) meses.

20.2. O processo de Devolução deverá ocorrer da seguinte forma:

20.2.1. Num período de tempo não superior a 60 (sessenta) Dias antes da Data de

Devolução prevista, as Partes deverão reunir-se e chegar a acordo acerca do

Procedimento para a Devolução, que deverá incluir:

20.2.1.1. O trabalho que deverá ser feito por forma a assegurar que o Parque será

gerido e mantido a um nível não inferior ao nível aplicável no âmbito do

presente Acordo durante o período de tempo dos 6 (seis) meses seguintes;

20.2.1.2. Os contratos a ser mantidos, determinando se estes deverão ser

terminados ou cedidos ao MITUR;

20.2.1.3. Contratação, transferência ou reintegração de trabalhadores;

20.2.1.3.1. As Partes deverão assegurar-se que os registos, competências,

condições de serviço e benefícios dos seus trabalhadores se encontram

disponíveis;

20.2.1.3.2. O MITUR deverá identificar quais os trabalhadores da Carr

Foundation, que pretenderá transferir para si, bem como o procedimento

para o efectuar.

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20.2.1.4. O cumprimento de quaisquer das necessidades de treino do pessoal

necessário para assegurar uma gestão eficiente e segura do Parque durante o

período de tempo de 6 (seis) meses anteriores à Data de Devolução prevista;

20.2.1.5. As Partes deverão assumir a responsabilidade de providenciar a leitura

dos registos, a repartição das contas de telefone, etc., e acordar quanto ao

cálculo dos custos a ser pagos à Carr Foundation até à Data de Devolução;

20.2.1.6. Todos os custos periódicos e despesas correntes do Parque, incluindo, de

forma não limitativa, electricidade, água, custos de telefone, taxas sobre

licenças, prémios sobre seguros e todas as responsabilidades a respeito dos

trabalhadores da Carr Foundation que forem transferidos para o MITUR,

deverão ser repartidos com base num período de tempo para que a respectiva

parte dos relevantes custos a ser atribuídos ao período que termina na Data de

Devolução deverá ser da responsabilidade da Carr Foundation, e a respectiva

parte dos relevantes custos a ser atribuídos ao período a ter início no Dia a

seguir à Data de Devolução deverá ser da responsabilidade do MITUR;

20.2.1.7. Todas as rendas, taxas sobre licenças, pagamentos pelos serviços do

Parque e outras somas semelhantes a ser recebidas a respeito do Parque

deverão ser repartidas pelas Partes de forma semelhante à descrita acima no

ponto 20.2.1.6;

20.2.1.8. Acordar quanto ao tempo e método de repartição dos custos e receitas

devidas, cujo tempo deverá, na medida do possível, coincidir com a Data de

Devolução.

20.3. A partir da Data de Devolução, todos os direitos e obrigações das Partes no âmbito do

presente Acordo serão extintos com excepção dos direitos e obrigações que deverão

expressamente manter-se após a terminação do Acordo.

21. DISPOSIÇÕES DIVERSAS

21.1. O presente Acordo poderá ser alterado a qualquer altura por acordo por escrito entre as

Partes, tendo em conta que nenhuma variação, adição, eliminação, ou cancelamento

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acordado acerca do presente Acordo terá qualquer efeito senão for efectuado por escrito

e assinado por ou em representação das Partes, e devidamente aprovado pelo Conselho

de Ministros, salvo se a referida alteração não for considerada uma alteração

significativa, situação em que a aprovação do Conselho de Ministros não será necessária.

21.2. As Partes reconhecem que o presente Acordo poderá estar sujeito às leis

administrativas de Moçambique, e portanto, caso seja necessário, comprometem-se a

obter a aprovação necessária por parte do Tribunal Administrativo de Moçambique.

21.3. Nada contido no presente Acordo relativamente à prerrogativa de fiscalização das

actividades do Parque, atribuída ao Departamento dos Serviços de Conservação,

prejudicará o exercício da actividade de inspecção e fiscalização pela Inspecção do

Trabalho e outros serviços estatais com competência legal.

21.4. O presente Acordo constitui o conteúdo do acordo até aqui estabelecido entre as Partes

relativo aos assuntos negociados no mesmo, e, salvo os casos omissos, nenhum

empreendimento, representação, termo ou condição relativa ao assunto do presente

Acordo não incorporados neste texto será obrigatório para qualquer das Partes, a não ser

que resulte expressamente da Lei.

21.5. Nenhuma renúncia de qualquer dos termos e condições do presente Acordo será

obrigatória ou válida para qualquer propósito a menos que seja efectuada por escrito e

assinada por ou em representação da Parte que a faz. Qualquer renúncia só será válida no

foro específico e para o propósito indicado. Nenhum incumprimento ou demora por

parte de qualquer Parte incluída no presente Acordo no exercício de qualquer direito,

poder ou privilégio sob os termos do mesmo, constituirá ou será tido como uma

renúncia, nem irá qualquer exercício singular ou parcial de qualquer direito, poder ou

privilégio impossibilitar o exercício de qualquer outro direito, poder ou privilégio.

21.6. Nem o presente Acordo e nem qualquer parte, comparticipação ou interesse no presente

Acordo, e nenhum direito ou obrigações transmitidos sob os termos do mesmo poderão

ser cedidos, designados, ou de outra forma transferidos sem o prévio consentimento por

escrito da outra Parte.

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21.7. Qualquer consentimento ou aprovação que deva ser dada por qualquer das Partes nos

termos do presente Acordo não deverá, a menos que o contrário esteja especificamente

mencionado, ser insensatamente impedido.

21.8. As Partes deverão executar todos os documentos e efectuar todos os actos necessários

para o cumprimento total do presente Acordo, que estejam ao alcance e no âmbito do seu

poder.

21.9. As disposições do presente Acordo serão autónomas e independentes umas das outras.

Na eventualidade de que parte ou partes do presente Acordo sejam, declaradas por

mútuo acordo entre as Partes, ou declaradas por qualquer tribunal competente como

sendo inválidas, as partes remanescentes permanecerão válidas e vinculativas.

22. RESOLUÇÃO DE DISPUTAS

Na eventualidade de que surjam entre as Partes quaisquer disputas, diferenças, controvérsias ou

reclamações resultantes de, ou relacionadas com, a interpretação ou implementação do presente

Acordo, ou a violação, terminação ou validade do presente Acordo (“Disputa”), a Parte que

desejar declarar a Disputa deverá entregar à outra Parte uma notificação por escrito a identificar a

questão em disputa. No prazo máximo de 5 (cinco) Dias a partir da entrega de uma notificação de

uma Disputa, as Partes deverão tentar amigavelmente e de boa fé resolver a referida Disputa

através de discussões entre os representantes de cada uma das Partes com a devida autoridade

para tomar decisões. Na eventualidade de que os indivíduos referidos não consigam chegar a um

acordo no prazo máximo de 10 (dez) Dias, ou qualquer período mais longo que poderá ser

acordado por escrito, qualquer das Partes poderá referir a questão ao Tribunal Administrativo e

requerer a constituição de tribunal arbitral nos termos do Artigo 188º da Lei nº 9/2001, e

comunicar por escrito este facto à outra Parte, para ser resolvida por arbitragem de acordo com o

disposto na cláusula 25.

23. NOTIFICAÇÕES E DOMICÍLIO

23.1. As Partes escolhem como respectivo domicílio do fórum judicial, com a finalidade de

procedimentos legais e com a finalidade de dar ou enviar qualquer notificação emitida

ou necessária de acordo com os termos do presente Acordo, os seguintes endereços:

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MITUR

Av. 25 de Setembro 1018, Rés do chão

Números de Telefone: + 258 21 303616 ou + 258 21 310755

Número de Fax:

Maputo

Moçambique

Ao cuidado de: Director Nacional das Áreas de Conservação

Carr Foundation

Av. Zedequias Manganhela, n.º 267, 4º Andar, Prédio JAT IV

Números de Telefone: + 251 21 31617/8

Número de Fax: + 258 21 316316

Maputo

Moçambique

Ao cuidado de: Director do Departamento de Operações e Infra-estruturas.

23.2. Contando que qualquer das Partes pode alterar o seu endereço de domicílio, endereço

postal ou fax, quando necessário, para qualquer local com outro endereço dentro da

República de Moçambique, através de uma notificação por escrito à outra Parte para o

mesmo efeito, tal mudança de endereço será efectiva 7 (sete) Dias após a recepção da

notificação da mudança de domicílio.

23.3. Todas as notificações a serem efectuadas nos termos do presente Acordo serão

efectuadas por escrito e serão consideradas como tendo sido entregues nas seguintes

circunstâncias:

23.3.1. se entregues em mão durante as horas normais de expediente, à data da entrega;

23.3.2. se enviadas por correio registado pré-pago dentro da República de Moçambique

dentro de 7 (sete) Dias úteis após o envio pelo correio;

23.3.3. se enviadas através de fax antes das 15h30 num Dia útil, à data da transmissão

bem sucedida do fax. Qualquer fax enviado depois das 15h30 num Dia que não seja

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Dia útil será refutávelmente presumido como tendo sido recebido no Dia útil

seguinte.

23.4. Não obstante o disposto nos números anteriores, qualquer notificação recebida de facto

pela Parte a quem a notificação é endereçada será considerada como tendo sido

correctamente entregue e recebida, embora tal notificação não tenha sido enviada

conforme as disposições da presente cláusula 23.

24. LEI APLICÁVEL E JURISDIÇÃO

Em todos os aspectos, o presente Acordo será regido e interpretado segundo as Leis em vigor na

República de Moçambique.

25. ARBITRAGEM

25.1. Todas as Disputas referidas para arbitragem deverão ser resolvidas finalmente sob as

Regras de Conciliação e Arbitragem da Lei do Processo Administrativo Contencioso nº

9/2001, de 7 de Julho.

25.2. O foro de arbitragem deverá ser em Maputo, Moçambique e o processo de arbitragem

deverá ser conduzido na língua Portuguesa.

25.3. Uma decisão de um árbitro ou árbitros deverá ser final e vinculativa para ambas as

Partes e deverá ser sujeita a cumprimento em quaisquer tribunais que tenham jurisdição

sobre qualquer das Partes. A sentença arbitral tem a mesma força executiva que a

sentença da primeira Secção do Tribunal Administrativo.

25.4. O painel de arbitragem poderá ser constituído por três ou mais árbitros desde que seja

em número ímpar, a serem nomeados de acordo com as disposições da Lei nº 9/2001, de

7 de Julho. Os árbitros devem ser cidadãos Moçambicanos plenamente capazes; e o

Presidente do tribunal de arbitragem deverá ser um juiz conselheiro do Tribunal

Administrativo.

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26. ANTI – CORRUPÇÃO

26.1. Para efeitos da Lei nº 6/2004 de 17 de Junho, cada uma das Partes concorda em agir

segundo uma política que requer que os seus directores, funcionários e outros

trabalhadores evitem qualquer conflito entre os seus próprios interesses e os interesses

das Partes quando lidarem com fornecedores, clientes e outras organizações ou

indivíduos que pretendam efectuar negócios com as Partes no âmbito do presente

Acordo. Esta obrigação aplicar-se-á às actividades dos trabalhadores e agentes de cada

uma das Partes nas suas relações com as famílias da outra Parte, seus representantes e

terceiros.

26.2. O cumprimento de cada uma das Partes deverá incluir o estabelecimento de precauções

que impeçam que os seus trabalhadores ou agentes ofereçam, recebam ou forneçam

presentes materiais, entretenimento, pagamentos, empréstimos ou outra consideração

que tenha como objectivo influenciar os recipientes da mesma em agir em contradição

com os interesses da sua entidade empregadora ao abrigo do presente Acordo.

26.3. Sem prejuízo do disposto no presente Acordo para efeitos contrários, nenhum

dispositivo deverá ser interpretado ou aplicado de forma a requerer que qualquer das

Partes cometa, ou se abstenha de cometer, qualquer acto que possa constituir uma

violação de uma Lei e/ou regulamento. Cada uma das Partes acorda, respectivamente:

26.3.1. que não irá, directa ou indirectamente, no âmbito do presente Acordo e da

actividade que resulta do mesmo, oferecer, prometer pagar, ou autorizar que se dê

dinheiro ou qualquer outra coisa de valor a um oficial do governo (incluindo, mas

não limitado aos instrumentos propriedade de trabalhadores do Estado), a qualquer

oficial ou trabalhador de uma organização internacional pública, a qualquer partido

político ou oficial do mesmo ou a qualquer candidato a um cargo político;

26.3.2. que não irá, directa ou indirectamente, no âmbito do presente Acordo e da

actividade que resulta do mesmo, oferecer, prometer pagar, ou autorizar que se dê

dinheiro a qualquer outra pessoa, consciente da elevada probabilidade de que todo

ou uma porção do referido dinheiro, objecto, ou valor será oferecido, dado,

prometido, directa ou indirectamente a um oficial do governo, ou a um oficial ou

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74

trabalhador de uma organização internacional, a qualquer partido político ou oficial

do mesmo, ou a qualquer candidato a um cargo político.

26.4. O MITUR irá emitir cartões de identificação para todos os trabalhadores da Carr

Foundation a serviço em Moçambique, onde deverá constar que o referido trabalhador se

encontra obrigado por força da presente cláusula e pelas obrigações gerais contidas nas

leis anti-corrupção em vigor em Moçambique. O MITUR compromete-se ainda a apoiar

a Carr Foundation na prossecução de quaisquer acções que a última pretender instituir

contra qualquer pessoa devido ao incumprimento das obrigações de anti-corrupção

contidas na presente cláusula e/ou na Lei vigente em Moçambique.

27. PROTOCOLOS ADMINISTRATIVOS DE GESTÃO

27.1. Será a intenção da Equipa de Gestão do Parque de evitar a aparição de quaisquer

relações comerciais comprometedoras e portanto esta deverá tentar minimizar ou evitar a

ocorrência de condições em que trabalhadores de gestão ou profissionais do Parque e/ou

as suas famílias imediatas se envolvam directa ou indirectamente numa relação

comercial com as actividades do Parque.

27.2. Será prática da Equipa de Gestão do Parque de não recrutar pessoal que se encontre

presentemente empregado pelo MITUR sem consulta e aprovação prévia da

administração competente do MITUR.

28. CUSTOS

Qualquer das Partes em falta no pagamento de qualquer montante devido no âmbito do presente

Acordo deverá pagar juros sobre o mesmo calculado aos 15% (quinze por cento) por ano sobre a

unidade monetária devida do referido pagamento. Os referidos juros deverão ser contabilizados

diariamente (com base num ano de 365 Dias) a partir de, e incluindo, o Dia a seguir à data limite

do pagamento, até, e excluindo a data em que o referido montante acrescido dos juros devidos for

pago pela Parte em falta.

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75

29. ASSINATURA DO ACORDO

29.1. As Partes acordam que o presente Acordo será executado em duas versões, uma em

Português e outra em Inglês, ambas com o mesmo conteúdo e significado.

29.2. As Partes acordam que na eventualidade de um conflito entre as versões em Português

e em Inglês, a versão em Português prevalecerá.

ASSINADO em _________ no dia ___ de ______ de 2007

Por Sua Excelência O Ministro do Turismo

_____________________________

ASSINADO em _________ no dia ___ de ______ de 2007

Por ______e em representação da GREGORY C. CARR FOUNDATION

_____________________________

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A.

ANEXO A

LISTA DOS BENS DO PARQUE POR ORGANIZAÇÃO

LISTA DOS BENS DA CARR FOUNDATION

Item Quantidade Referência Valor em

USD

Toyota Land Cruiser 1 MMJ-64-23 36.500

Toyota Land Cruiser 1 MMJ-93-13 36.500

Toyota Land Cruiser 1 MMJ-50-65 36.500

Toyota Hilux D/C 1 MMJ-61-49 40.700

Toyota Land Cruiser 1 MMJ-90-50 40.800

Toyota Hilux D/C 1 MMJ-90-55 45.100

Toyota Hilux D/C 1 MMF-81-73 22.800

Toyota Hilux D/C 1 MMF-80-03 22.800

Fotocopiadora/Fax/Scanner 1 3547019953 2.500

Apple iBook Lap Top 1 3902P001

HP Pavillion zd8000 LapTop 1 CN F545255N 2.961

HP Pavillion zd8000 LapTop 1 CN F54525 KB 2.961

HP Pavillion zd8000 LapTop 1 CN F5480 TQR 2.961

HP Pavillion zd8000 LapTop 1 CN F5425 PK 2.961

HP Pavillion zd8000 LapTop 1 CN F54526 PN 2.961

HP Pavillion zd8000 LapTop 1 CN F6050 JHD 2.961

HP Pavillion dv5000 LapTop 1 CND6180J2C 3.000

HP Pavillion zd8000 LapTop 1 CN F6060 JCS 2.961

Servidor da Impressora LinkSys 1 WPS 54GU2 296

Teclado Logitech 4 EX 110 452

USB Flash drive 4 1 GB A-DATA 361

Router LinkSys 1 WRT54G 211

Escritório em madeira 1 4.212

Acessórios de veículos 6.695

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Bicicletas 1.119

Tendas 29.355

Geradores 4.631

Equipamento de comunicação 13.764

Equipamento de veterinária (coleiras de

localização de animais)

6 3 x rádio e 3 x

satélite

19.956

Equipamento de campismo 11.703

Outro equipamento de escritório 954

Mobiliário de escritório Variados Itens da

Waltons

13.261

Total USD 411.934

LISTA DOS BENS DO MITUR

VIATURAS

Nr Designação Tipo Estado Localização Uso Actual Observações Tractor MF 360 0 Operacional Chitengo Tractor MF 290 0 Operacional Chitengo Unimog 0 Operacional Chitengo Unimog 0 Avariado Chitengo Camião 7 tons 0 Operacional Chitengo Camião 7 tons 0 Avariado Chitengo Atrelado 0 Operacional Chitengo Tanque de água 2000L 0 Operacional Chitengo Nissan Cabine dupla 0 Avariado Chitengo Nissan Cabine dupla 0 Avariado Chitengo Land Rover 1001 0 Avariado Chitengo Land Rover 1001 0 Avariado Chitengo Land Rover 1001 0 Avariado Chitengo Land Rover 1001 0 Avariado Chitengo Land Rover 1001 0 Avariado Chitengo Gerador 50KVa 0 Operacional Chitengo Bomba de água Lister 0 Avariado Chitengo

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Bomba de água Lister 0 Operacional Chitengo Mota Honda 125 0 Operacional Mota Honda 125 0 Avariado Mota Honda 125 0 Avariado Cortador de relva Avariado Cortador de relva Operacional

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B.

ANEXO B

NOVOS EDIFÍCIOS E INFRAESTRUTURAS – FASE DE DESENVOLVIMENTO INICIAL

1. É acordado que:

1.1 Um programa de concepção e construção deverá ser conduzido durante a Fase

Inicial de Desenvolvimento do presente Acordo. Os elementos iniciais deste

esforço tiveram lugar ao abrigo do Memorando de Entendimento e suas

relevantes Adendas. O programa da Fase Inicial de Desenvolvimento prevê o

estabelecimento de um Santuário de fauna bravia de aproximadamente 6000 (seis

mil) hectares, um centro de visitantes novo, infra estruturas administrativas para

o Parque, casas residenciais para a Equipa de Gestão do Parque e algum do

pessoal, um centro de pesquisa, várias infra estruturas turísticas novas, e um

complexo extenso de edifícios de apoio. Em acréscimo, será efectuado trabalho

de estradas, eléctrico e de telecomunicações, e outras capacidades tradicionais

planeadas para a melhoria ou nova construção de edifícios. Antecipa-se que o

programa de concepção e construção para toda a Fase Inicial de

Desenvolvimento irá custar acima de USD 3.000.000, 00 (três milhões de

Dólares Americanos); e que

1.2 A seguir ao programa para a Fase Inicial de Desenvolvimento haverá um

desenvolvimento adicional de infra estruturas relacionado particularmente com a

expansão das infra estruturas de apoio e para a acomodação turística.

1.3 É expressamente acordado que dentro de qualquer área do Parque que seja

designada para actividades turísticas, não serão desenvolvidas quaisquer

estruturas e/ou actividades que não estejam relacionadas com o turismo sem o

consentimento expresso por escrito da Equipa de Gestão do Parque. O Parque

não será obrigado a pagar a terceiros para reassumir a utilização de quaisquer das

infra estruturas actualmente utilizadas por terceiros que não tenham um acordo

válido assinado pelo Ministro do Turismo ou por este autorizado.

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80

1.4 Dentro do plano para as novas infra estruturas encontram-se serviços eléctricos

adequados, água potável, e capacidades de sanitários. Haverá uma melhoria na

sinalização e mapas do Parque e bem assim a reabilitação das casas dos

Hipopótamos e dos Leões, sendo que a última tem um valor histórico especial

para o Parque.

2 Complexo de Infra estruturas:

2.1 O Parque for apresenta neste momento infra estruturas e edifícios inadequados,

razão pela qual será construído um novo complexo de infra estruturas localizado

em área a definir de acordo com estudos a realizar por forma a estabelecer a

localização mais adequada para o referido complexo de infra estruturas.

2.2 Existem cinco categorias diferentes de edifícios e infra estruturas que serão

estabelecidas dentro do complexo de infra estruturas. Estas categorias são as

seguintes: casas para o pessoal, formação, saúde e segurança, manutenção e

apoio, e vários outros edifícios de apoio ao Parque.

2.3 As casas para o pessoal serão limitadas e construídas de forma a permitir que o

pessoal essencial do Parque tenha acomodação para passar a noite. A localização

proposta para as casas para o pessoal é dentro de uma área cercada, e perto da

clínica de saúde e outras infra estruturas ligadas a segurança. Estas infra

estruturas relacionadas com segurança deverão incluir uma estação de combate a

incêndios e capacidade elevada de armazenagem de água.

2.4 O centro de formação do Parque encontrar-se-á localizado no complexo das infra

estruturas.

2.5 Os edifícios de apoio e manutenção deverão incluir capacidades para serviços de

electricidade, canalização, carpintaria e manutenção de veículos, incluindo partes

sobressalentes e armazenagem de produtos. Planeia-se ainda que esta área

incluirá as operações de manutenção da área e das estradas.

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81

2.6 O complexo de infra estruturas deverá ainda incluir edifícios de apoio a uma

lavandaria central de capacidade elevada, capacidade alta de armazenagem de

combustível, centro de reciclagem, e um armazém para guardar materiais

volumosos.

2.7 As infra estruturas relacionadas com a segurança e com a saúde deverão incluir

uma estação de combate a incêndios, uma clínica diária de saúde para os

trabalhadores, e uma estação de fiscalização e aplicação da Lei.

2.8 É lógico que o complexo de infra estruturas se encontre localizado próximo da

EN1, o que permitirá o acesso conveniente ao trabalho das casas dos

trabalhadores, o que por sua vez reduz a necessidade de os trabalhadores viverem

nas casas do Parque e longe das suas famílias. Em acréscimo, esta localização irá

permitir um acesso fácil aos prestadores externos de serviços tais como veículos

de entrega de combustível e irá minimizar os encontros entre estes veículos de

serviço e os veículos dos turistas.

3 No interesse da segurança tanto dos visitantes como dos turistas, é urgente que a estrada que

se estende da estrada EN1 ao acampamento de Chitengo e até à fronteira Este do Parque, e

bem assim as pontes na mesma estrada, sejam melhoradas. Portanto, o Departamento de

Operações e Infra estruturas assume a responsabilidade pela manutenção da porção da estrada

que se estende da EN1 até ao acampamento de Chitengo e até à fronteira Este do Parque, a

reabilitação da qual deverá começar imediatamente após a assinatura do presente Acordo.

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82

C.

ANEXO C

LISTA DE CONCESSÕES, DIREITOS DE ACESSO, PRIVILÉGIOS DE OPERAÇÃO

EXISTENTES

1. As Partes reconhecem a seguinte concessão existente no Parque anteriormente à

assinatura do presente Acordo, de acordo com o Despacho com a Referência nº

347/DNAC/BS/mjj/2006 emitido pelo Departamento da Direcção Nacional de

Conservação do MITUR a 12 de Junho de 2006:

1.1 Empresa de Cimentos de Moçambique, SARL, consistindo de 2,946 hectares,

que foi concedida para a exploração da mina de calcário e se encontra

actualmente em exercício de actividade.

2 As Partes não reconhecem quaisquer direitos ou privilégios adicionais alegadamente

conferidos a terceiros, anteriormente à assinatura do presente Acordo por qualquer

autoridade, à excepção da concessão acima identificada.

3 Relativamente às outras duas possíveis concessões identificadas pelo MITUR no

Despacho acima referido, emitido pelo mesmo, tendo as Partes, após pesquisa junto das

Autoridades Competentes, verificado que os pedidos para as concessões em causa foram

submetidos em Setembro de 2004, mas que não foi iniciada qualquer actividade até à

presente data, não tendo encontrado qualquer prova na forma de registos, e portanto

estabelecido que não foram concedidos quaisquer direitos a respeito destas ou outras

actividades tanto no Parque como na sua Zona Tampão à data da assinatura do presente

Acordo. Os dois pedidos de concessões são nomeadamente:

3.1 Empresa A. Comercial Manica Lda., consistindo de 10, 000 hectares; e

3.2 Empresa Atica Moçambique, consistindo de 10, 000 hectares.

4 Por conseguinte, as Partes não reconhecem quaisquer documentos relativos à submissão de

pedidos de concessão de direitos ou privilégios que possam futuramente ser apresentados

como prova de que o requerente tenha obtido a concessão dos referidos direitos ou

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privilégios, uma vez que os referidos pedidos não foram até a esta altura processados, não

tendo sido quaisquer dos direitos ou privilégios em acréscimo à concessão identificada acima

conferidos ou atribuídos.

5 As Partes declaram não terem sido iniciadas quaisquer actividades até à presente data a

respeito de possíveis pedidos para a concessão de direitos ou privilégios que possam

encontrar-se pendentes, e que possam posteriormente ser utilizados como fundamento para a

reclamação de direitos ou privilégios no Parque ou na sua Zona Tampão.

6 As Partes declaram ainda que a concessão de quaisquer direitos de uso e aproveitamento de

terra e/ou privilégios, licenças e/ou autorizações a respeito de quaisquer actividades a serem

desenvolvidas no Parque ou na sua Zona Tampão deverão estar em cumprimento rigoroso

com o Plano de Maneio e a suas quatro componentes, em particular o Plano de Zoneamento

Turístico e o Plano Ecológico, e com o Plano de Maneio do Parque, e que todos os

concessionários tem a obrigação de pagar as taxas de concessão relevantes.

7 O Plano de Maneio deverá incluir um sistema de zoneamento para o Parque e para a Zona

Tampão, plano esse que incluirá uma classificação de áreas de terra e de água e a designação

da utilização de recursos permitida e restrita, e que deverá ser criado e submetido ao MITUR

para aprovação. Não poderão ser concedidos por qualquer Autoridade Competente quaisquer

direitos de uso e aproveitamento de terra e licenças e/ou autorizações para a realização de

qualquer actividade até à data da aprovação e adopção do referido sistema de zoneamento.

8 É importante que no processo de avaliação e atribuição de direitos e privilégios dentro do

Parque e da Zona Tampão, a intenção expressa das Partes de conceder preferência às

Comunidades a respeito das oportunidades turísticas seja considerada.

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84

D.

ANEXO D

MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA

1. Introdução:

O Manual da Gestão Financeira (FMM) faculta as definições, políticas e procedimentos

detalhados, a operação mecânica, o controlo das provisões, e as responsabilidades

organizacionais atribuídas, para todas as questões relacionadas com dinheiro e gestão das

Receitas do Parque, bancos, controlo das despesas, e reportagem dos aspectos financeiros do

Acordo.

2. Índice:

O presente FFM é composto pelas seguintes secções:

• Objectivos

• Políticas e procedimentos da gestão financeira geral

• Política de Reconhecimento das Receitas

• Fontes de financiamento e respectivos procedimentos

• Tratamento das doações provenientes de terceiros

• Responsabilidade do Departamento sobre a gestão do orçamento

• Gestão e reportagem sobre o investimento de capital

• Procedimentos e rotinas do balanço financeiro

• Plano de contas aprovado

• Estrutura da conta bancária e controlos relacionados

• Procedimentos de preenchimento dos cheques e outros pagamentos ou

distribuições de dinheiro

• Procedimentos inerentes às acções de aprovisionamento de bens e serviços

• Procedimentos para concursos

• Mandatos de reportagem financeira

• Procedimentos de segurança relacionados com o transporte e controlo de dinheiro

• Auditoria interna e externa internacional independente

• Reportagem sobre irregularidades

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• Política de privacidade do Parque

• Seguros para os bens do Parque

3. Definições:

3.1. No presente FMM:

3.1.1. “Acordo” significa o Acordo para a Administração a Longo Prazo do Parque

Nacional da Gorongosa do qual este FMM constitui o Anexo D;

3.1.2. “Auto Sustentabilidade Financeira” significa a condição alcançada na qual os

rendimentos líquidos do Parque, sem quaisquer contribuições do MITUR ou da

Carr Foundation, são suficientes para suportar todos os:

3.1.2.1. Custos de operação incorporáveis do Parque, incluindo instalações e

infra-estruturas normais, e

3.1.2.2. Manutenção e implementação do Plano de Maneio.

3.1.3. Todos os dispositivos e definições contidos na cláusula 1 do Acordo conterão o

mesmo significado, conforme estipulado pela referida cláusula 1;

4. Objectivos:

4.1. É um objectivo das Partes que o Parque:

4.1.1. Seja administrado em todas as questões financeiras com o objectivo de se

alcançar, no mais curto período de tempo possível, uma Auto Sustentabilidade

Financeira a longo prazo, facultando uma transparência contínua e integral em

todos os assuntos financeiros do Parque, enquanto se opera em conformidade com

os princípios contabilísticos geralmente aceites internacionalmente, e de acordo

com a Lei moçambicana.

4.1.2. Implemente tais Políticas e Procedimentos definitivos, assim como controlos de

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apoio para que todos os que estão envolvidos na gestão e operação do Parque

estejam completamente informados, instruídos e cumpram com as práticas aceites

indicadas.

4.1.3. Implemente controlos de acesso e de acomodação rígidos e absolutos, para que

todos os turistas, hóspedes e empregados externos ao Parque, incluindo os da Carr

Foundation, MITUR, e de outras agências governamentais, paguem os honorários

estipulados e taxas de serviço. Serão concedidas excepções somente aos

participantes dos cursos de formação das Comunidades, participantes temporários

que facultem ao Parque os bens e serviços solicitados e/ou indivíduos que precisam

de ter acesso ao Parque, e que estejam associados com a promoção da conservação

e programas de turismo do Parque.

4.1.3.1. É reconhecido que existe a necessidade de estabelecer excepções aos

procedimentos contidos na cláusula 4.1.3 acima, por forma a acomodar os

trabalhadores e/ou oficiais representantes do Governo de Moçambique

devidamente autorizados que possam estar envolvidos na condução de

actividades comerciais oficiais no Parque. Só a Equipa de Gestão do Parque

está autorizada a aprovar as referidas excepções.

4.1.3.2. É reconhecido ainda que no interesse do Parque, interesses tais como

representantes da média internacional, escritores para revistas ou jornais,

operadores turísticos internacionais, etc., poderão selectivamente ser

excluídos dos procedimentos contidos na cláusula 4.1.3 acima. Só a Equipa

de Gestão do Parque está autorizada a aprovar os pedidos de excepção

submetidos.

4.1.4. Empregue métodos e sistemas e tecnologias que tenham provado serem efectivos

no sector comercial privado, para se obter certos objectivos específicos.

4.1.5. Se guie pelo Modelo Empresarial Sustentável que, quando realizado, permitirá

ao Parque gerar receitas suficientes para sustentar as suas operações. A equipa de

Gestão do Parque estabelecerá planos comerciais anuais que levem à

implementação integral do Modelo Empresarial Sustentável. A primeira versão do

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plano comercial será divulgada um ano após a assinatura do presente Acordo.

4.1.6. Maximize os benefícios para o Parque das contribuições disponíveis do MITUR,

da Carr Foundation, de terceiros e das Receitas do Parque, solicitando ao MITUR e

às Autoridades Competentes que concedam uma exclusão alargada e máxima dos

direitos e impostos relacionados com a importação de bens para Moçambique, os

quais servirão para consumo ou utilização pelo Parque.

5. Políticas e Procedimentos da gestão financeira geral:

5.1. Será a política de gestão a de justificar todas as questões financeiras do Parque

(receitas e despesas) utilizando o método contabilístico baseado em dinheiro (o

método contabilístico de acumulação poderá ser considerado mais apropriado para

utilização pelas autoridades do Parque).

5.2. O MITUR fará contribuições financeiras anuais para o apoio operacional ao Parque

durante os anos iniciais do Acordo. Estes fundos serão transferidos para a Conta

Operacional do Parque de acordo com os montantes e restrições enumeradas nas

cláusulas que se seguem até que a obrigação termine.

5.3. O MITUR contribuirá anualmente com USD 158.000,00 (cento e cinquenta e oito mil

Dólares Americanos), ou o equivalente em Meticais, no ano de 2006, e reduzirá o

montante a 15% (quinze por cento) composto por ano a partir de 2007 e terminando em

2014 quando o valor da obrigação anual for inferior a USD 50.000, 00 (cinquenta mil

Dólares Americanos) ou o equivalente em Meticais, por ano.

5.4. O MITUR prestará financiamento mensal para a Conta Operacional do Parque, durante

os anos fiscais em que permanecer obrigado, sob a forma de contribuições mensais que

reflictam a retenção histórica de 10% para contingências até ao mês de Dezembro. No

mês de Dezembro o MITUR liberará quaisquer fundos de contingência não gastos para

o Parque, em conjunto com a distribuição mensal pro rata desse mês.

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5.5. A contabilidade do Departamento de Operações e Infra-estruturas elaborará uma análise

até ao mês de Junho de cada ano indicando a contribuição esperada do MITUR para o

ano seguinte, reflectindo a redução anual de 15% (quinze por cento), e facultará a

análise às pessoas apropriadas do MITUR de forma a facilitar a inclusão no ciclo de

orçamento anual do mesmo.

5.6. A contabilidade do Departamento de Operações e Infra-estruturas elaborará um nível

orçamental projectado para o Parque até ao mês de Julho de cada ano para o ano fiscal

seguinte, e facultará o valor às pessoas apropriadas do MITUR de forma a facilitar a

inclusão no ciclo de orçamento anual do Estado.

5.7. O Parque utilizará os fundos facultados pelo MITUR, consistentes com as necessidades

definidas através do processo anual de orçamento do Parque e os requisitos que existirem

nessa altura.

5.8. A Carr Foundation fará contribuições anuais, até atingir a sua obrigação cumulativa, para

apoio operacional ao Parque em cada ano, durante os trinta anos de duração do Acordo.

5.9. A contribuição anual da Carr Foundation será no mínimo USD 1,200,000 (um milhão e

duzentos mil Dólares Americanos) por ano, e fluirá de acordo com as necessidades

mensais do orçamento para administração do Parque, conforme aprovadas pelo Comité

de Supervisão.

5.10. A Carr Foundation poderá, à sua inteira discrição, contribuir com um valor superior aos

USD 1.200.000, 00 (um milhão e duzentos mil Dólares Americanos) a que é obrigada,

por ano. À extensão na qual a Carr Foundation doar fundos adicionais, o montante

incremental será transportado cumulativamente e poderá ser aplicado para reduzir a

obrigação mínima de qualquer ano e/ou será aplicado nas obrigações de financiamento

dos anos posteriores.

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5.11. A Carr Foundation reterá a propriedade de todos os dinheiros, incluindo os das

contas bancárias da Carr Foundation em Moçambique, até à altura em que forem

devidamente libertos/transferidos para o Parque pelo Departamento de Operações e

Infra-estruturas.

5.12. As actividades da Carr Foundation baseadas no estrangeiro, incluindo as de natureza

financeira, devem ser consideradas independentes e separadas do seu envolvimento e

obrigações inerentes ao Acordo, e não devem ser comprometidas em qualquer

administração, supervisão governamental, ou actividades de auditoria contabilística que

não estejam especificamente relacionadas com a execução do Acordo.

5.13. Todas as Receitas do Parque serão retidas e administradas pelo Parque, para o Parque.

5.14. A recolha e administração de dinheiros, para todos os elementos de todas as categorias

de Receitas do Parque, serão levadas a cabo pelo número mínimo possível de indivíduos

e funções participantes. Serão necessárias as transferências atempadas de dinheiros para

as contas bancárias estabelecidas, e a reconciliação diária da actividade transaccional.

5.15. O Parque manterá uma política de prerrogativas processáveis por quaisquer

infracções e irregularidades graves que envolvam questões financeiras. Esta Política

será integralmente suportada pela Carr Foundation, MITUR, e todas as outras

Autoridades Competentes.

5.16. A política de transparência total de todas as questões financeiras do Parque será

melhorada através da contratação de um Auditor Externo Financeiro Internacional,

contanto que, a partir da Data de Assinatura do presente Acordo, existem quatro (4)

empresas que satisfaçam o padrão requerido: Ernst & Young; Deloitte & Touche;

Pricewaterhouse Coopers; e KPMG.

6. Política de Reconhecimento das Receitas:

6.1. As Receitas do Parque serão reconhecidas quando estiverem disponíveis para (recolhidas

pelo) Parque em numerário ou equivalente a numerário; via transferência de banco ou de

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outra instituição financeira, para uma conta bancária do Parque; ou por cobrança

mediante um cartão de crédito, devidamente autorizada pelo Parque.

6.2. O Parque não reconhecerá receitas de notas promissórias; obrigações não realizadas que

sejam:

6.2.1. reconhecidas como legítimas e válidas mas que não sejam cobradas; ou

6.2.2. qualquer forma de negócio futuro que seja de uma natureza de “reservas”.

6.3. somente os depósitos não reembolsáveis, numa forma que seja consistente com a

definição das Receitas do Parque, serão reconhecidos como receitas.

6.4. as contribuições anuais, tanto do MITUR como da Carr Foundation, são expressamente

excluídas das Receitas do Parque, e serão tratadas como contribuições directas para os

custos anuais de operações do Parque.

7. Fontes de financiamento e respectivos procedimentos:

7.1. Conforme estipulado na sub – cláusula 6.4 acima, as contribuições anuais tanto do

MITUR como da Carr Foundation serão aplicadas nos custos de operação da

administração e actividades do Parque, e para financiar programas de expansão das

infra-estruturas.

7.2. As doações, tipicamente sob a forma de financiamentos ou subvenções discretos para

projectos ou instalações, tais como os provenientes da William Price Foundation ou

Sociedade de Preservação das Zebras, serão orientadas para o projecto ou construção de

instalações designados, ou para o propósito definido, e não serão tratados como Receitas

do Parque, ou como uma contribuição recorrente para utilização como compensação dos

custos de operação reflectidos no orçamento. Qualquer financiamento adicional recebido

após a submissão ao MITUR dos níveis de orçamento identificados na cláusula 5.6

acima será formalmente comunicado ao pessoal do MITUR apropriado.

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7.3. As Receitas do Parque serão aplicadas nos custos de operação conforme estipulado no

orçamento anual, e para financiar programas de expansão das infra-estruturas.

7.4. Os dinheiros da Autoridade de Desenvolvimento do Parque serão orientados para o

propósito específico da respectiva Autoridade.

7.5. Os patrocínios que representem outra fonte potencial de financiamento, serão também

tratados como projecto ou programa específico, o que significa que os dinheiros serão

aplicados para uso no projecto ou programa designado para o termo que o fundo

permitir, desde que seja possível que um patrocínio específico possa permitir alguns

custos que normalmente estariam contidos no orçamento anual e, assim, dentro dos

custos de operação contínuos do Parque, a serem reduzidos no período em que os

patrocínios estiverem disponíveis.

7.6. Os fundos do MITUR, Carr Foundation e as Receitas do Parque serão planeados para

utilização nos processos de orçamentação anual e período de contabilização.

7.7. Se uma entidade se juntar às Partes com um compromisso, de um mínimo de dez anos,

de contribuição recorrente consecutiva, estes novos fundos serão utilizados da mesma

forma que os das Partes.

7.8. O financiamento pela Autoridade de Desenvolvimento do Parque será gerido de acordo

com um sistema de contabilidade de projecto, separado e modificado. Este sistema será

estruturado para satisfazer as necessidades da instituição financeira de crédito e reflectirá

tipicamente uma provisão para os pagamentos e retenções do progresso do empreiteiro.

8. Tratamento das doações provenientes de terceiros:

8.1. As doações, patrocínios e subvenções serão administrados financeiramente através do

uso de sistemas e metodologias de contabilização do projecto, que dizem respeito às

políticas e procedimentos do Parque. Esta técnica de contabilização capturará os actuais

gastos em cada período de actividade financiada de forma discreta, permitindo assim à

Equipa de Gestão do Parque a capacidade de reportar ao doador as despesas reais

aplicadas a partir da sua contribuição obrigatória para esse período.

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8.2. Uma doação, patrocínio, e/ou subvenção serão considerados extraordinários a não ser

que exista um acordo formal aprovado pela organização ou entidade financiadora e as

Partes, e que o novo acordo estabelecido se prolongue por um período não inferior a dez

anos consecutivos dentro do termo do Acordo.

8.3. As doações, patrocínios e/ou subvenções estarão sujeitos à aceitação baseada na revisão

e aprovação formal pela Equipa de Gestão do Parque e do Comité de Supervisão, desde

que o propósito alvo esteja dentro dos objectivos do Parque, nessa altura.

8.4. Quaisquer questões de conflito enfrentadas pela Equipa de Gestão do Parque na

disposição de uma oferta de financiamento serão referidas ao Comité de Supervisão.

8.5. As doações, patrocínios e/ou subvenções aceites serão depositados na conta bancária

geral, a não ser que o Departamento de Operações e Infra-estruturas determine que

sejam depositados numa conta bancária aberta para um propósito específico.

8.6. Os dinheiros provenientes das contas de exploração e de outras fontes de financiamento

não poderão ser utilizados numa doação, patrocínio e/ou subvenção de um projecto

orientado, em substituição de ou em antecipação à recepção futura do fluxo de fundos.

Todos esses projectos e programas serão auto financiados, o que significa que a fase de

financiamento precederá sempre a fase de despesa.

9. Responsabilidades do Departamento sobre a gestão do orçamento:

9.1. Até Julho do ano anterior, a Equipa de Gestão do Parque ter-se-á reunido para

preparar uma estratégia global para o ano seguinte, para ser utilizada na formulação

do orçamento a ser submetido obrigatoriamente ao MITUR em Julho, e que será a

base para a estratégia detalhada final e refinada por actividade e por Departamento a

ser completa até Novembro.

9.2. O resultado desta actividade servirá como base para o processo de Orçamento.

9.3. Os Departamentos são individualmente responsáveis pela preparação do orçamento

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anual, preparado mensalmente para os 12 meses, e utilizando números de contas que

sejam relevantes para cada Departamento.

9.4. A versão final do orçamento de cada Departamento deverá ser submetida até ao final

de Novembro à contabilidade do Departamento de Operações e Infra-estruturas, para

revisão em termos de consistência, razoabilidade e exactidão.

9.5. Após a revisão, o Director do Departamento de Operações e Infra-estruturas, até ao

início de Dezembro, enviará as propostas de orçamentos finais por Departamento, e

um Orçamento consolidado da Equipa de Gestão do Parque, para aprovação pelo

Comité de Supervisão.

9.6. Após a Aprovação pelo Comité de Supervisão, os Orçamentos serão submetidos ao

Ministro do Turismo para a sua apreciação.

9.7. Todas as funções do Departamento de Operações e Infra-estruturas facultarão apoio

a cada Departamento para a compilação dos seus orçamentos individuais.

9.8. De acordo com o parágrafo 5.5 do presente manual, a contabilidade do

Departamento de Operações e Infra-estruturas, em ligação com os outros

Departamentos relevantes enviará, até ao final de cada mês de Junho, ao Comité de

Supervisão para aprovação, a proposta do Orçamento em relação à qual se espera

que o MITUR contribua para o Orçamento global do Parque.

9.9. O MITUR facultará à contabilidade do Departamento de Operações e Infra-

estruturas o orçamento aprovado para o ano seguinte, até ao dia 15 de Dezembro de

cada ano.

9.10. Num prazo de cinco (5) Dias úteis após o final de cada mês, a contabilidade do

Departamento de Operações e Infra-estruturas facultará a cada Departamento um

relatório de gestão financeira com as despesas correntes comparadas ao orçamento.

Uma versão resumida destes relatórios mensais será submetida ao MITUR para

apreciação.

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9.11. Até ao final da terceira semana após cada trimestre, o Director do Departamento de

Operações e Infra-estruturas facultará ao Comité de Supervisão e ao pessoal

relevante do MITUR, um relatório de gestão sobre as actividades desempenhadas por

Departamento, assim como os relatórios financeiros do trimestre anterior.

10. Gestão e reportagem sobre o investimento de capital:

10.1. Considerando que os métodos contabilísticos utilizarão os procedimentos

contabilísticos com base em dinheiro, todas as despesas dentro das actividades de

gastos do Parque serão normalmente tratadas como despesas do período e reflectir-

se-ão integralmente no período em que os dinheiros forem despendidos. Como tal,

não haverá tipicamente qualquer contabilização “de activos fixos” tradicional onde

as calendarizações de desvalorização serão aplicadas e (somente) uma divisão

proporcional do investimento total estará reflectida nos demonstrativos de despesas

do período.

10.2. No caso das actividades relacionadas com o património, nas quais o património

criado se torna um elemento permanente da infra-estrutura do Parque (tal como uma

construção, vedação, estrada, ou outra instalação permanente), o custo respectivo

desse património será totalizado, e será efectuada uma transacção que transfira

formalmente o valor desse património para a contabilidade das imobilizações do

Estado. Estas transacções serão levadas a cabo como parte de cada fecho de contas, e

representarão somente projectos que estejam 100% (cem por cento) concluídos no

exercício contabilístico correspondente.

10.3. No caso dos bens que não sejam elementos permanentes das infra-estruturas do

Parque (tais como veículos, sistemas informáticos, equipamento científico de

laboratório, mobiliário e acessórios), e/ou que se encontrem localizados fora dos

limites do Parque, o custo de qualquer bem respectivo, que possua um custo inicial

em excesso de 1000 USD (mil Dólares Americanos), será totalizado, e será levada a

cabo uma transacção que transfira formalmente o valor do bem para a contabilidade

das imobilizações da Carr Foundation. Estas transacções serão levadas a cabo como

parte de cada fecho de contas e representarão somente gastos em que as despesas

tenham sido realizadas a 100%.

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10.4. Qualquer bem que não seja uma instalação ou estrutura permanente (de acordo com

as sub – cláusulas 10.2 e 10.3, acima) e para o qual tenha sido facultada uma doação,

patrocínio e/ou subvenção, será tratado de acordo com os mesmos termos que os

estabelecidos na sub – cláusula 10.3 acima.

10.5. Na ocasião da Devolução, será levada a cabo uma contabilização das contribuições

totais da Carr Foundation durante o termo completo do Acordo. Esta contabilização

representará todas as contribuições da Carr Foundation aplicáveis contra a obrigação

de USD 1,200,000.00 (um milhão e duzentos mil Dólares Americanos) por ano. À

extensão em que o montante cumulativo da contribuição efectiva excede a obrigação

cumulativa total, a Carr Foundation poderá, à sua própria discrição, optar por reter a

propriedade de bens seleccionados listados na contabilidade das imobilizações da

Carr Foundation.

10.6. Quaisquer bens não reivindicados pela Carr Foundation, de acordo com a cláusula

10.5 acima, tornar-se-ão património do Estado, e então o valor contabilístico que

possuírem nessa altura será transferido da contabilidade das imobilizações da Carr

Foundation para o Estado, como parte do processo de Devolução.

10.7. A Carr Foundation poderá, como parte de um processo de concurso, optar por

transferir ou vender os bens que tiverem sido administrados ou operados pelo

Departamento de Desenvolvimento Turístico.

10.8. Listas actualizadas e correntes dos bens do Estado e da Carr Foundation serão

anexadas aos relatórios anuais submetidos pela Equipa de Gestão do Parque, para

apreciação.

11. Procedimentos e rotinas do balanço financeiro:

11.1. Um balanço financeiro, em conformidade com os padrões internacionais de

contabilidade conforme definidos pelo IAF, será facultado com cada relatório

trimestral e anual submetido pela Equipa de Gestão do Parque.

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11.2. Em cada balanço financeiro submetido haverá inclusões que ilustram e enumeram

os saldos das contas bancárias do Parque e das Comunidades, referentes ao final do

último período; quaisquer despesas previamente pagas tais como prémios de seguros;

e quaisquer despesas a pagar.

11.3. Será preparado um balanço financeiro separado para cada Autoridade de

Desenvolvimento do Parque. Estes balanços financeiros ilustrarão os montantes

principais originais; os montantes pagos no período; os juros pagos no período; e o

remanescente principal em dívida e obrigatório.

11.4. A contabilidade e os registos das imobilizações, conforme definidos na cláusula 10

acima, serão anexados e submetidos como um apêndice ao balanço financeiro de

cada período.

12. Plano de contas aprovado:

Moz GL (Itens Múltiplos)

Tipo de Conta (Itens Múltiplos)

PNG GL Código de Acesso

11015270600 0600 – Valores monetários irrisórios

11015290602 0602 – Cartão de Crédito Visa Master

11015300603 0603 – Cartão de Crédito AMEX

12015310610 0610 – Dinheiro no Banco

18012230570 0570 – Reclamações de Seguros Pendentes

18012240575 0575 – Depósitos

18012250585 0585 – Juros a ser Recebidos

18012260595 0595 – Devedores

19012220510 0510 – Pré pagamentos

27010160460 0460 - Stock de Consumíveis

27010170470 0470 – Stock de Material

27010180475 0475 – Stock de Sobressalentes de Engenharia

27010190480 0480 – Stock de Sobressalentes de Combustível

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27010200490 0490 - Stock de Combustível

27010210499 0499 - Sobressalentes & Cons Obs Prov

32001000070 0070 - Plantas & Máquinas – Custo

32001040080 0080 – Equipamento Mobiliário & Fitt – Custo

32001080090 0090 – Sistemas Electrónicos. – Custo

32001100100 0100 – Veículos – Custo

34001140150 0150 – Trabalho Capital em Progresso

38001150200 0200 - Trabalho Capital em Progresso – Equipamento

39201020075 0075 - Plantas & Máquinas – Departamento de Cont

39201060085 0085 - Equipamento Mobiliário & Fitt – Departamento de Cont

39201090095 0095 – Sistemas Electrónicos. - Departamento de Cont

39201120105 0105 – Veículos – Departamento de Cont

43020350700 0700 - Cred Comercial Controle Local

43020360705 0705 - Cred Comercial Controle Estrangeiro

43020370725 0725 – Credores Capex

49020380800 0800 – Acumulações

49022460935 0935 – Prov Custos Fixos

56030471220 1220 – Fundos de Capital – Restritos

56030481225 1225 – Fundos de Capital – Não restritos

57030531260 1260 – Reservas – Outros

61250581800 1800 – Custos Padrão de Vendas

61250591855 1855 – Aberturas de Armazém – Produto

61255602625 2625 – Outros Variáveis

62060613040 3040 - Salários Tempo Normal

62060623045 3045 - Salários Tempo Extra

62060633120 3120 - Salários Custos de Segurança Social

62060643280 3280 – Impostos Salariais

62060673550 3550 – Entretenimento

62060683560 3560 – Despesas de Recrutamento

62060693680 3680 – Despesas de Acomodação do Pessoal

62060703720 3720 – Uniformes do Pessoal

62060713800 3800 – Despesas Médicas

62060723820 3820 – Ameaças à Vida e de Doenças

62060733830 3830 – Recuperação de Custos Médicos

62060743840 3840 – Comida para o Pessoal

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62060753920 3920 – Desporto e Recreação

62060763960 3960 – Prémios aos Trabalhadores

62060774000 4000 – Despesas de Funeral

630601006400 6400 – Electricidade

630601016440 6440 – Água

630601026520 6520 – Translocação de Animais

630601078000 8000 – MTCE – Edifícios Comm & Localização

630601088020 8020 – MTCE – Outros Edifícios

630601098040 8040 – MTCE – P& M Mecânico

630601108060 8060 – MTCE – P& M Eléctrico

630601118160 8160 – MTCE – Veículos de Passageiros

630601128320 8320 – MTCE – Hardware

630601138360 8360 – MTCE – Software

630601148400 8400 – MTCE – Mobiliário & Equipamento

630601158560 8560 – MTCE – Materiais

630601168600 8600 – MTCE – Contratos de Serviço

63060785000 5000 - Impressão & Equipamento

63060855320 5320 - MIS – Linhas de Dados Comm

63060865360 5360 - MIS – Cons & Equipamento

63060875400 5400 - MIS – Consultoria

63060885440 5440 - MIS – Taxas de Licenciamento

63060895480 5480 - MIS – Alugueres

63060936080 6080 – Custos de Operação de Veículos

63060946160 6160 – Custos de Operação Comm Veículos

640601219750 9750 – Taxas de Auditoria

640601229755 9755 – Taxas de Auditoria – Impostos

64060653520 3520 - Viagens – Local

64060663530 3530 - Viagens – Estrangeiro

64060805080 5080 – Despesas Telefónicas

64060815120 5120 – Despesas de Telefone Móvel

64060825160 5160 – Despesas de Correios & Courier

64060835200 5200 – Despesas Legais

64060906000 6000 - Cons & Materiais de Limpeza

64060916010 6010 – Equipamento de diagnóstico

64060926020 6020 – Medicamentos e drogas

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64060956200 6200 – Taxas de Consultoria

64060976280 6280 – Manutenção de Local e Jardins

64060986320 6320 – Serviços de Segurança

64060996360 6360 – Contratos para Outros Serviços

640651259826 9826 – Outros Não Controláveis

65060845280 5280 – Custos Bancários

650801289852 9852 - Int Banco Pago – Empréstimos ST

660601036600 6600 - Índices & Taxas

66060795040 5040 - Periódicos, Livros & Subs

660651249824 9824 – Taxas de Propriedade

670651239802 9802 - Depreciação – P, M & Equipamento

680601047000 7000 – Seguros

680601179000 9000 – Treino – Custos

68060966240 6240 – Alugueres

71440541500 1500 – Vendas

750801309868 9868 – Int Recebido

860701269830 9830 – Receitas na Venda de Bens

860701279832 9832 – Valor dos Bens Vendidos

860801299860 9860 – Int Pago – Custos Financeiros

860801319880 9880 – Forex (Ganho)

860801329885 9885 – Forex Perda

64065009896 9896 – Taxa de Retenção

13. Estrutura da conta bancária e controlos relacionados:

13.1. As contribuições obrigatórias anuais da Carr Foundation serão transferidas pelo

Departamento de Operações e Infra-estruturas, para a conta bancária apropriada do

Parque, em incrementos mensais ou quinzenais ao longo do exercício fiscal,

conforme requerido para suportar as despesas de operação do período.

13.2. Deverão ser estabelecidas um mínimo de quatro (4) contas bancárias do Parque:

13.2.1. Será aberta uma conta bancária, designada por Conta Operacional do Parque,

para receber e reter as transferências de fundos provenientes das Partes. Esta

conta servirá para pagar as despesas de operação permanente conforme

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100

estipulado e atribuído no orçamento anual aprovado, e bem assim outras

despesas que possam ser incorridas, de tempos em tempos, relativas à

construção de infra-estruturas ou ao aprovisionamento das necessidades de um

Departamento, para que esse Departamento satisfaça os seus objectivos,

conforme definido no plano anual.

13.2.2. Será aberta uma conta bancária a qual será designada por Conta Bancária das

Comunidades. Esta conta reterá os fundos alocados como 20% das Receitas do

Parque.

13.2.3. Será aberta uma conta bancária para reter temporariamente as Receitas diárias

do Parque. Esta conta será designada por Conta de Retenção das Receitas do

Parque. Os dinheiros recebidos de todas as fontes identificadas na definição de

Receitas do Parque serão retidos nesta conta e entregues à Direcção da Área

Fiscal respectiva, até ao dia 10 do mês seguinte ao da sua cobrança. O valor

total destes montantes será transferido para esta mesma conta pela entidade

competente para o efeito. Na altura da consignação destes montantes pela

entidade competente, 80% (oitenta por cento) serão enviados para a Conta

Operacional do Parque, e 20% (vinte por cento) serão enviados para a Conta

Bancária das Comunidades.

13.2.4. Será aberta uma conta bancária somente para uso da Autoridade de

Desenvolvimento Turístico, para que esta possa gerir os pagamentos das

despesas diárias inerentes aos aprovisionamentos necessários para o Parque.

Esta conta será designada por Conta da Autoridade de Desenvolvimento

Turístico. O financiamento desta conta será feito a partir dos recebimentos

brutos provenientes do alojamento, alimentação, e outras actividades.

13.3. A Conta Operacional do Parque; a Conta Bancária das Comunidades; e a Conta da

Autoridade de Desenvolvimento Turístico serão contas correntes abertas em bancos

estabelecidos em Moçambique, de boa reputação e capacidade de serviço. O

Departamento de Operações e Infra-estruturas será responsável pela abertura destas

três contas bancárias, e reterá e controlará as políticas e procedimentos respectivos

da escritura de cheques.

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101

13.3.1. A Conta de Receitas do Parque será criada pelo Departamento de Operações

e Infra-estruturas, em colaboração com o Departamento de Desenvolvimento

Turístico. Esta conta não será do tipo conta corrente. A mesma permitirá

depósitos a vários representantes de Departamentos designados e aprovados

previamente, enquanto preserva a transferência do controlo de fundos ao

Departamento de Operações e Infra-estruturas. A conta será utilizada para

recolher os ingressos no Parque e outras Receitas do Parque que não estejam

relacionadas com a hospitalidade.

13.3.2. Quaisquer contas bancárias da Autoridade de Desenvolvimento do Parque

serão abertas quando for necessário, e serão controladas pelo Departamento de

Operações e Infra-estruturas. Os financiamentos de qualquer conta bancária da

Autoridade de Desenvolvimento do Parque provirão de qualquer uma das

Partes, de uma instituição de crédito, e/ou de uma doação, patrocínio, e/ou

subvenção. Os pagamentos provirão das cobranças de receitas brutas, como no

caso das actividades relacionadas com a hospitalidade do Departamento de

Desenvolvimento Turístico, ou da Conta Operacional do Parque, como no caso

de uma Autoridade de Desenvolvimento Habitacional.

13.3.3. Os pagamentos de rendas e de quaisquer outros honorários relacionados com

alojamento serão efectuados directamente na conta da Autoridade de

Desenvolvimento Habitacional e não serão considerados como Receitas do

Parque.

13.3.4. O numerário, incluindo quaisquer instrumentos negociáveis, será depositado

quer na Conta da Autoridade de Desenvolvimento Turístico, quer na Conta de

Receitas do Parque, dependendo da fonte dos dinheiros cobrados. Os depósitos

serão efectuados numa base diária. Os recibos inerentes a todas as transacções

de depósitos diárias, assim como os documentos de registo das actividades,

serão imediatamente enviados ao Departamento de Desenvolvimento Turístico,

assim como à contabilidade do Departamento de Operações e Infra-estruturas.

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102

13.3.5. As transacções por cartões de crédito e as transferências de fundos

provenientes de entidades tais como os operadores turísticos, serão depositadas

na Conta da Autoridade de Desenvolvimento Turístico. No futuro, quando for

alcançada uma condição positiva em termos de lucros pela Autoridade de

Desenvolvimento Turístico, os lucros líquidos serão transferidos mensalmente

para a Conta de Exploração do Parque. Esta conta incluirá os depósitos assim

como actividades pagas na totalidade.

13.3.6. Somente cartões de débito serão emitidos, e numa base restritiva para os

empregados chave do Parque, para uso na gestão de despesas não planeadas e

variadas. O limite máximo permitido em cada cartão de débito emitido será de

USD 300,00 (trezentos Dólares Americanos). Será necessária uma

contabilização completa das despesas, de acordo com a política e procedimentos

do Parque para a reportagem de despesas. O Departamento de Operações e

Infra-estruturas abrirá uma conta corrente separada com um saldo de

financiamento máximo de USD 5000,00 (cinco mil Dólares Americanos) para

facilitar qualquer programa de cartão de débito estabelecido.

14. Procedimentos de preenchimento dos cheques e outros pagamentos ou distribuições

de dinheiro:

14.1. Somente o Departamento de Operações e Infra-estruturas será autorizado a passar e

a emitir cheques relacionados com as despesas relacionadas com a hospitalidade não

turística. As contas e/ou pagamentos de facturas serão feitos uma vez em cada duas

semanas (15 e 30 de cada mês).

14.2. O Director da Autoridade de Desenvolvimento Turístico ou um único nomeado

estabelecido, será autorizado a passar e a emitir cheques que estejam relacionados

com a operação diária do alojamento e alimentação e outras actividades do Parque.

Todos os cheques serão emitidos mediante as facturas submetidas, essas facturas

representam a totalidade dos bens e serviços facultados durante o período. Os

cheques passados para pagamento à Autoridade de Desenvolvimento Turístico que

contenham valores superiores a USD 2.500, 00 (dois mil e quinhentos Dólares

Americanos) requerem a assinatura adicional do Departamento de Operações e Infra-

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estruturas ou seu representante nomeado.

14.3. O gestor financeiro prepara os cheques e submete ao Director do Departamento de

Operações e Infra-estruturas, para aprovação, uma lista detalhada (documentação

comprovativa) de todos os cheques, onde o Director assina, os cheques são então

assinados e entregues ao beneficiário.

14.4. Todos os cheques das principais contas bancárias, incluindo da Conta de Receitas

designada do Parque, e a autorização para proceder a pagamentos ou transferências

bancárias via Internet requerem duas assinaturas. O Director do Departamento de

Operações e Infra-estruturas autoriza, e o gestor financeiro executa e dá a segunda

autorização.

14.5. Devem ser feitas provisões de forma a facilitar um cheque passado e retirado da

Conta Operacional do Parque pelo Director dos Serviços de Conservação até ao

montante de USD 500,00 (quinhentos Dólares Americanos), e qualquer montante

acima desse valor deve ser autorizado, por escrito, tanto pelo Director do

Departamento de Operações e Infra-estruturas como pelo gestor financeiro.

14.6. A folha de salários deve ser submetida pelo Director do Departamento de Recursos

Humanos ao gestor financeiro para ser efectuada a transferência de fundos para o

sistema de pagamento de salários. O Director do Departamento de Operações e

Infra-estruturas autoriza a transferência. Estas transferências devem ser efectuadas

até ao dia 25 de cada mês.

14.7. Quaisquer cheques requeridos para satisfazer necessidades não planeadas serão

emitidos pelo gestor financeiro até ao montante de USD 500,00 (quinhentos Dólares

Americanos), e qualquer montante acima desse valor carecerá da autorização do

Director Departamento de Operações e Infra-estruturas.

14.8. Na emissão e assinatura de cheques e as Transferências Electrónica de Fundos

(TEF), os cheques devem ser escritos ou a TEF efectuada nos montantes necessários,

e apresentados aos indivíduos autorizados a assinar os mesmos, em conjunto com os

documentos comprovativos apropriados (demonstrativos e facturas) como prova dos

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montantes devidos para pagamento. Os signatários devem rubricar ou marcar os

documentos como pagos.

14.9. Pagamentos feitos através do fundo de maneio: o fluxo de caixa é mantido para os

pagamentos em numerário de pequenos montantes até USD 200,00 (duzentos

Dólares Americanos) (5,000Mtn), após o preenchimento do Formulário do Fundo de

Maneio (PCV 1). Refira-se à Política do Fundo de Maneio 03Eng para mais detalhes.

14.10. Não obstante os procedimentos descritos nas cláusulas 14.5, 14.7 e 14.9 acima, o

gestor financeiro dentro do Departamento de Operações e Infra estruturas irá

implementar controles que respondam à utilização proibida através de acções

repetitivas que causem que somas acumuladas excedam os níveis respectivos

definidos nas cláusulas referidas acima e na presente cláusula 14.10.

14.11. O cheque ou transferência TEF do salário, em que o empregado é pago através de

um cheque, será preparado e impresso pelo sistema de folha de salários, e inserido

num envelope junto com o comprovativo de pagamento do trabalhador, e entregue

ao mesmo. Se o pagamento for feito por meio de uma TEF, este facto deve ser

indicado no comprovativo de pagamento do trabalhador, indicando o banco e

número de conta bancária na qual o montante foi depositado.

14.12. Se os pagamentos de salários forem efectuados em numerário, então serão

levados a cabo pelo director do Departamento relevante, acompanhado, sempre que

possível, pelo Director do Departamento de Gestão de Recursos Humanos. Será

mantido um registo detalhado das distribuições em numerário, o qual será

imediatamente enviado ao gestor financeiro.

14.13. No futuro, espera-se que seja instalada uma Caixa Automática de Pagamento

(ATM) no Parque, e serão disponibilizadas facilidades que permitam aos

trabalhadores, que assim o escolham, levantarem os seus fundos do salário a partir da

ATM.

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15. Procedimentos inerentes às acções de aprovisionamento de bens e serviços:

15.1. A autoridade para compras deve ser investida em pessoas específicas e as

transacções de compras devem ser iniciadas somente após autorização apropriada

(do Director do Departamento respectivo).

15.2. A Requisição de Compras (RC), que se trata de um pedido interno inicial dos

departamentos ao gestor de aprovisionamento para se iniciar uma compra de

mercadorias, serviços ou bens. A requisição pode ser feita sob a forma de um

documento impresso ou e-mail.

15.3. A Ordem de Compra (OC), que se trata de uma autorização formal por escrito do

Director do Departamento de Operações e Infra-estruturas aos fornecedores,

especifica o fornecedor, mercadorias /serviços/bens a serem fornecidos /prestados, os

preços a serem cobrados e os descontos e termos de pagamento, e endereço para

entrega. O gestor de aprovisionamento capturará a OC previamente numerada no

sistema, a qual será impressa e uma cópia será enviada ao fornecedor. Nalguns casos,

a autorização poderá derivar de um contrato escrito formal e.g. aluguer de

instalações, provedor de serviços de telemóvel, electricidade (nestes casos não será

preparada uma OC).

15.4. Nota de Entrega (NE) do fornecedor: o fornecedor geralmente envia a sua própria

NE ou uma NE escrita e previamente numerada com detalhes das mercadorias/bens

entregues e requererá que a pessoa que requisitou originalmente os bens e/ou

serviços assine a mesma como estando concluída e em ordem.

15.5. Nota de Recepção de Mercadorias (NRM) trata-se de um documento interno

previamente numerado com detalhes do fornecedor, número da OC, quantidade e

descrição da mercadoria/bens recebidos. Uma cópia da NRM deve ser enviada ao

gestor de aprovisionamento e a outra, junto com a NE do fornecedor deve ser

enviada ao gestor financeiro. Os pagamentos aos fornecedores não serão efectuados

sem prova de entrega da NRM.

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15.6. Factura do Fornecedor, este documento indica a facturação ou encargos do

fornecedor pelas mercadorias fornecidas ou serviços prestados, e detalha os itens

fornecidos/prestados.

16. Procedimentos para Concursos:

16.1. Os procedimentos para concursos para a aquisição de bens e serviços e bem assim

para a concessão de quaisquer direitos de uso de recursos do Parque, incluindo, de

forma não limitativa, a concessão de direitos para a realização de actividades

turísticas por terceiros, deverá seguir os passos aqui contidos que cumprem com os

requisitos processuais que constam das Leis e regulamentos relevantes.

16.2. Os concursos serão de três tipos:

16.2.1. Concurso Restrito – que consiste num concurso a ser lançado de acordo com

o disposto na presente cláusula 16 nos termos do qual entidades específicas

seleccionadas são convidadas a candidatar-se. Qualquer concurso restrito deverá

cumprir integralmente com o teste da transparência ética e financeira;

16.2.2. Concurso Público Nacional – que consiste num concurso a ser lançado de

acordo com o disposto na presente cláusula 16 nos termos do qual só entidades

nacionais registadas se podem candidatar;

16.2.3. Concurso Público Internacional – que consiste num concurso a ser lançado de

acordo com o disposto na presente cláusula 16 nos termos do qual se podem

candidatar tanto entidades nacionais como internacionais.

16.3. Um concurso público, sem prejuízo de quaisquer outras fases que as partes

organizadoras entendam adequadas deverá consistir nas seguintes fases:

16.3.1. Preparação dos documentos do concurso;

16.3.1.1. A preparação de todos os documentos do concurso público será da

responsabilidade do Departamento de Operações e Infra estruturas em

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coordenação com o Departamento do Parque responsável pela área para a

qual os bens e serviços serão adquiridos ou serão conferidos direitos.

16.3.2. Lançamento do concurso:

16.3.2.1. Uma vez preparados os documentos necessários para o concurso, o

Departamento de Operações e Infra estruturas deverá:

16.3.2.1.1. Para concursos públicos, publicar as notificações do concurso

através das publicações relevantes na Imprensa e através da página

de Internet do Parque. Sempre que se considerar aplicável, as

publicações mais recentes mencionadas deverão alcançar as

audiências internacionais de interesse;

16.3.2.1.2. Para concursos restritos, emitir cartas endereçadas a cada uma

das partes seleccionadas convidando-as a participar.

16.3.3. Apresentação e abertura pública das propostas dos concursos:

16.3.3.1. Na altura e hora designadas, as ofertas para o concurso deverão ser

abertas na presença de todos os proponentes presentes e do Director do

Departamento de Operações e Infra estruturas, o gestor de

aprovisionamento, e o Director do Departamento que é responsável pela

área a respeito da qual os bens e serviços serão adquiridos ou serão

conferidos direitos (“as Partes da Avaliação”). As Partes da Avaliação

deverão consistir de um mínimo de 3 (três) e um máximo de 6 (seis)

membros.

16.3.3.2. Todas as propostas de concurso que não cumpram com os requisitos do

concurso deverão ser imediatamente recusadas e os proponentes

relevantes notificados do incumprimento das suas propostas. Todas as

propostas que cumpram serão aceites e passarão à fase de avaliação

seguinte.

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16.3.4. Avaliação das propostas de concurso e documentos de qualificação:

16.3.4.1. A avaliação das propostas de concurso aceites será conduzida pelas

Partes de Avaliação.

16.3.4.2. A avaliação das propostas de concurso aceites será conduzida de

acordo com os critérios estabelecidos nos documentos da proposta.

16.3.5. Classificação das propostas de concurso:

16.3.5.1. Aquando da avaliação das propostas de concurso conforme descrito na

cláusula 16.3 acima, as Partes de Avaliação deverão qualificar cada uma

das propostas da mais alta (melhor adequada) à mais baixa (pior

adequada) de acordo com os critérios de avaliação definidos nos

documentos da proposta utilizando uma graduação aritmética e sistema de

peso;

16.3.5.2. Na qualificação das propostas não será concedida vantagem que não

esteja especificamente prevista e explicada nos documentos do concurso;

16.3.5.3. A qualificação das propostas deverá ser justificada por escrito pelas

Partes de Avaliação.

16.3.6. Recomendação para selecção pelas Partes de Avaliação:

16.3.6.1. Uma vez completa a qualificação, as Partes de Avaliação deverão

preparar um relatório de avaliação e uma recomendação para a selecção de

uma das partes proponentes a ser avaliada pela Equipa de Gestão do

Parque para a decisão e selecção de um proponente vencedor.

16.3.7. Selecção da proposta para concurso vencedora:

16.3.7.1. A selecção da proposta de concurso vencedora deverá ser efectuada

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109

pela Equipa de Gestão do Parque, após:

16.3.7.1.1. Ter confirmado que todas as acções em termos dos documentos

da proposta e das Leis relevantes foram seguidas. Caso os termos

dos documentos da proposta e/ou das Leis relevantes não tenham

sido rigorosamente seguidos pelas Partes de Avaliação, a Equipa de

Gestão do Parque deverá anular o concurso e instruir que seja

lançado um novo concurso.

16.3.7.1.2. Ter confirmado que todas as recomendações contidas no relatório

das Partes de Avaliação se encontram correctos e reflectem

verdadeiramente a proposta de concurso melhor qualificada.

16.3.7.2. Tendo cumprido com as cláusulas 16.3.7.1.1 e 16.3.7.1.2 acima, a

Equipa de Gestão do Parque deverá adjudicar ao proponente vencedor do

concurso e deverá nomear uma ou mais pessoas para negociar um contrato

a ser assinado com o proponente vencedor.

16.4. Sem prejuízo para as fases descritas e quando, devido à complexidade do objecto

do concurso, poderá talvez ser necessário pré-seleccionar entidades como

proponentes qualificados. Portanto o processo de concurso poderá incluir uma fase

de pré-selecção nos termos da qual uma selecção preliminar dos proponentes é

efectuada por forma a assegurar só os proponentes com a qualidade e capacidade

necessárias para a provisão dos bens e serviços ou para a concessão de direitos.

16.5. Não obstante os processos de concurso descritos acima, a Equipa de Gestão do

Parque poderá, após estudo e avaliação cuidadosos, optar por contratar uma

adjudicação directa a uma certa entidade, caso:

16.5.1. Só uma entidade se mostre verdadeiramente capaz de fornecer os serviços ou

bens ou quando a referida entidade já tiver sido seleccionada noutro processo de

concurso e for claramente aconselhável por razões de custos e gestão manter a

uniformidade dos serviços ou bens fornecidos;

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16.5.2. Numa situação de emergência em que o seguimento dos procedimentos para

o concurso poderá causar danos financeiros ou de capacidade de operação ao

Parque;

16.5.3. Todas as reclamações e recursos de uma decisão de um concurso serão

resolvidos pelo Comité de Supervisão. Os documentos do concurso deverão

descrever os procedimentos e alturas disponíveis para que os proponentes

apresentem as suas reclamações e recursos em cada processo de concurso

respectivo.

17. Mandatos de Reportagem Financeira:

17.1. O Departamento de Operações e Infra-estruturas preparará relatórios financeiros

trimestrais detalhados e submetê-los-á, após revisão pela Equipa de Gestão do

Parque, ao Comité de Supervisão para apreciação e revisão.

17.2. Cada relatório submetido conterá:

17.2.1. Os detalhes sobre as receitas efectivas realizadas durante o trimestre anterior;

17.2.2. Uma comparação das receitas orçamentadas e variações aplicáveis;

17.2.3. Comentários sobre as causas da variação de receitas incorridas, caso existam;

17.2.4. Despesas efectivas incorridas por uma família de conta principal;

17.2.5. Comparação do orçamento para cada família de conta principal;

17.2.6. Comentários sobre as causas de qualquer variação das despesas incorridas;

17.2.7. Montante dos fundos contribuídos pelo MITUR no trimestre;

17.2.8. Montante dos fundos contribuídos pela Carr Foundation no trimestre;

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17.2.9. Quaisquer doações de terceiros em excesso de USD 5000,00 (cinco mil

Dólares Americanos) durante o período.

17.3. O Departamento de Operações e Infra-estruturas preparará um relatório financeiro

anual, consistente com o conteúdo e a estrutura delineados no parágrafo 15.1 acima,

e entregará o relatório ao Auditor Externo Financeiro Internacional para revisão e

concordância. Após certificação pelo mesmo, o relatório da auditoria, em conjunto

com uma cópia do orçamento anual aprovado, será entregue ao Comité de

Supervisão para revisão e aprovação.

17.4. Os relatórios trimestrais serão submetidos ao Comité de Supervisão até 20 (vinte)

dias após o final de cada período fiscal. O quarto relatório trimestral será submetido

sem estar auditado, aguardando a conclusão da auditoria pelo Auditor Externo

Financeiro Internacional.

17.5. O relatório financeiro anual será submetido à empresa do Auditor Externo

Financeiro Internacional até 20 (vinte) dias após o final do ano fiscal.

17.6. Todos os relatórios financeiros trimestrais e anuais serão assinados e datados e

devidamente arquivados.

18. Procedimentos de segurança relacionados com o transporte e controlo de dinheiro:

18.1. A guarda e o transporte do dinheiro recebido e usado nas actividades diárias pelo

Parque estarão em conformidade com medidas estritas de controlo.

18.2. Todos os recibos em numerário serão registados adequadamente e o dinheiro será

imediatamente colocado em local seguro, tal como um cofre aprovado. Não será

permitido que o dinheiro seja acumulado para além dos limites que foram

estabelecidos pelas políticas e procedimentos emitidos pelo Departamento de

Operações e Infra-estruturas.

18.3. O dinheiro será depositado numa conta bancária apropriadamente designada, numa

base diária. O manuseamento e o transporte destes depósitos serão executado

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112

somente por indivíduos designados e autorizados, em conformidade com as políticas

e procedimentos mencionados no parágrafo 18.2 acima.

18.4. O dinheiro administrado pelos operadores turísticos e outros terceiros que operam

como é o caso dos provedores de serviços ao Parque será da responsabilidade dessas

entidades respectivas, e o Parque não terá qualquer responsabilidade em

salvaguardar ou manusear estas actividades relacionadas com dinheiro.

18.5. Será responsabilidade do Departamento de Operações e Infra-estruturas estipular

um acordo para uma facilidade de ATM no Parque, tanto para depósito como para

levantamento de dinheiro. A ATM estará localizada ou no centro dos visitantes ou

dentro do Complexo de Infra-estrutura, conforme for acordado como mais adequado

com o banco provedor deste serviço.

18.6. Um dos objectivos será o de estabelecer um sistema de distribuição de salários que

maximize a utilização de uma ATM e minimize a necessidade de distribuir

directamente o dinheiro aos trabalhadores do Parque. Sempre que for viável, os

cheques devem ser uma alternativa secundária, e as distribuições em numerário, a

última ou a menos desejável dos três métodos de distribuição alternativos discutidos.

18.7. Não será dada nenhuma autorização para o transporte de montantes em numerário

em excesso de USD 500, 00 (quinhentos Dólares Americanos).

18.8. Todos os trabalhadores do Parque que estejam autorizados a manusear dinheiro

(noutra capacidade que não seja a de beneficiário de uma distribuição de salários),

assinarão como prova que leram ou que lhes foi lida uma cópia das políticas e

procedimentos do Parque inerentes ao controlo de dinheiro conforme o parágrafo

18.2 acima, e aceitam a obrigação da conformidade com as mesmas, incluindo as

consequências disciplinares associadas a qualquer violação ou irregularidade.

19. Auditoria interna e internacional independente:

19.1. Deverão ser levadas a cabo actividades de auditoria para todos os processos

financeiros numa base regular. Estas actividades de auditoria serão calendarizadas ou

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não, e conduzidas por recursos financeiros internos assim como por empresas

externas independentes, incluindo, pelo menos anualmente, uma auditoria financeira

completa das actividades do ano anterior por um Auditor Externo Financeiro

Internacional.

19.2. Todas as actividades relacionadas com transacções monetárias serão auditadas, pelo

menos uma vez por mês, durante um período não inferior a dois dias consecutivos de

actividade.

19.3. Serão levados a cabo processos de auditoria administrados internamente, em

conformidade com as políticas e procedimentos aplicáveis existentes para a

actividade a ser auditada. As auditorias concentrar-se-ão em assegurar que, ao longo

do tempo, a actividade foi suficientemente monitorada para garantir razoavelmente

que os procedimentos adequados estejam a ser aplicados e que os níveis de

actividades reportados sejam exactos e representativos. Isto significa que uma

auditoria poderá ou não rever todo um conjunto de actividades, em vez de se

concentrar numa ou duas áreas particulares.

19.4. Os resultados de auditoria serão sempre documentados formalmente, e quando as

conclusões forem aceitáveis, serão arquivados num arquivo seguro. As conclusões

insatisfatórias das auditorias resultarão numa das acções de um conjunto definitivo,

dependendo da seriedade da deficiência:

19.4.1. Manutenção inexacta ou descuidada dos registos – Os resultados serão

documentados e enviados ao respectivo Director de Departamento, solicitando,

uma resposta da medida correctiva, no espaço de uma semana.

19.4.2. Perda de receita ou de bens – Os resultados serão documentados e enviados

ao respectivo Director de Departamento e ao Director do Departamento de

Gestão de Recursos Humanos. O Director de Departamento deverá dar entrada

a um relatório sobre a medida correctiva no espaço de uma semana, a não ser

que seja concedida uma extensão acordada, por forma a concluir-se uma

investigação adequada.

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19.4.3. Irregularidade aparente ou confirmada – O auditor notificará imediatamente o

Director do respectivo Departamento, o Director de Operações e Infra-

estruturas, e o Director do Departamento de Gestão de Recursos Humanos. O

Director de Departamento respectivo levará a cabo uma acção imediata para

remover todos os empregados envolvidos nas actividades relacionadas com a

actividade auditada e conduzirá uma investigação completa. Um relatório

detalhado sobre as conclusões será facultado aos outros indivíduos notificados,

conforme acima referido.

19.5. O Auditor Externo Financeiro Internacional será contratado por um mínimo de 2

(dois) anos e um máximo de 3 (três) anos pelo Comité de Supervisão, com base nas

recomendações do Departamento de Operações e Infra-estruturas. A selecção final

será feita com base nas capacidades do Auditor em Moçambique, no preço, e na

capacidade de respeitar o calendário requerido de auditoria do Parque.

19.6. O Comité de Supervisão deverá avaliar a efectividade do Auditor Externo

Financeiro Internacional ao fim de cada auditoria anual e determinar se o contrato

deverá ser continuado, terminado e/ou renovado.

19.7. A auditoria interna será efectuada pelo menos anualmente.

19.8. O Auditor Externo Financeiro Internacional concluirá um relatório completo pelo

menos numa base anual de acordo com os padrões internacionais de auditoria

conforme definidos pelo IAF. O enfoque será garantir que as receitas e as despesas

se encontram reflectidas adequadamente na reportagem financeira do Parque e que

existe uma conformidade apropriada em todos os controlos estabelecidos, conforme

contemplado nas políticas e procedimentos do Parque.

20. Reportagem sobre irregularidades:

20.1. Uma irregularidade é qualquer condição onde as questões financeiras são

manuseadas e/ou administradas de forma inadequada, e quando existem provas de

fraude ou roubo. As pessoas envolvidas podem ser um empregado ou um indivíduo

não empregado pelo Parque, ou ambos.

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20.2. Todas as irregularidades serão tratadas como violações sérias da política do Parque

e reportadas imediatamente ao Director do Departamento de Operações e Infra-

estruturas, o qual informará imediatamente o Comité de Supervisão e qualquer

Director de Departamento relevante.

20.3. Em situações que justifiquem uma investigação, o Director de Operações e Infra-

estruturas será notificado e iniciará uma revisão para estabelecer os factos completos

dessa irregularidade. Após a conclusão da revisão ou investigação, o Director

notificará então o Comité de Supervisão e qualquer Director de Departamento

relevante.

20.4. Todas as irregularidades que envolvam fraude resultarão no despedimento imediato

de qualquer empregado envolvido e a separação de qualquer relacionamento

comercial nos casos que envolvam fornecedores. O Parque processará os autores de

infracções para recuperar dinheiros ou mercadorias ganhos ilicitamente.

20.5. Os chamados subornos; falsificação de cheques; roubo de dinheiros ou

mercadorias; presentes recebidos em troca de tratamento especial ou pagamentos;

receber comissões sobre actividades de aprovisionamento do Parque; manipulação

da folha de salários; e outras práticas fraudulentas serão tratadas como

irregularidades em harmonia com a política do Parque e ilegais à luz das Leis

Moçambicanas.

21. Política de privacidade do Parque:

21.1. Todos os trabalhadores do Parque que lidem com informação médica e/ou

financeira pessoal deverão ler e assinar as políticas e procedimentos de privacidade

aplicáveis do Parque.

21.2. As políticas e procedimentos do Parque requerem que os registos e a informação de

saúde pessoais sejam somente divulgados a outras pessoas e/ou organizações quando

tal for concordado pelo indivíduo a que fazem referência, ou seu nomeado

devidamente constituído.

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116

21.3. As políticas e procedimentos requerem que seja tomado um cuidado especial

quando a informação financeira pessoal de uma pessoa for facultada ao Parque para

evitar que a informação seja vista por ou esteja disponível a um terceiro. Esta

informação será tipicamente um cartão de crédito ou débito, mas pode ser outra

informação financeira privada.

21.4. O Parque estabelecerá como parte das suas políticas e procedimentos de

privacidade, sistemas e rotinas que minimizem a exposição da informação sobre

saúde e finanças a outros indivíduos que não sejam a pessoa a que fazem referência,

e aos trabalhadores do Parque devidamente autorizados. O armazenamento e a

retenção dos registos devem ser geridos em conformidade com a intenção e espírito

das políticas e procedimentos de privacidade.

22. Seguros para os Bens do Parque:

22.1. As Partes deverão garantir uma cobertura, em termos do seguro de responsabilidade

e de acidentes e riscos diversos, que seja suficiente para permitir a sua substituição

integral se esse bem for roubado, destruído ou danificado de tal forma que não possa

ser reparado.

22.2. Durante as fases de construção dos projectos, o Parque e/ou a Autoridade de

Desenvolvimento do Parque aplicável, reterão um seguro de responsabilidade e de

acidentes e riscos diversos. Uma vez que forem entregues e estiverem reflectidos nas

listas:

22.2.1. de bens do MITUR, os custos de cobertura do seguro serão tratados como

uma despesa operacional do Parque; e

22.2.2. da Carr Foundation, esta organização será responsável por manter a cobertura

por seguro adequada sobre os seus bens.

22.3. No caso de projectos financiados por terceiros o Parque manterá um seguro durante

a fase de construção, até a propriedade ser oficialmente transferida para a

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117

contabilidade das imobilizações do Estado.

22.4. Poderá ser solicitada uma prova da cobertura por seguro pelo Auditor Externo

Financeiro Internacional, e os resultados serão reflectidos no seu relatório.

22.5. Os custos da cobertura por seguro, que estiverem relacionados com as actividades

do Parque, poderão ser deduzidos das contribuições anuais obrigatórias de cada uma

das Partes, se estas forem pagas directamente a partir da Conta Operacional do

Parque.

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118

E.

ANEXO E

PLANO DE MANEIO

1. A Equipa de Gestão do Parque deverá elaborar um Plano de Maneio para o Parque, e

actualizar o mesmo a cada dois anos, dai por diante. O Plano de Maneio deverá cobrir todo o

Ecossistema da Grande Gorongosa, em particular no que diz respeito ao seguinte:

1.1. Recursos hídricos (especialmente nas zonas de captação do Parque);

1.2. Corredores de fauna bravia (com ligação a outras áreas protegidas);

1.3. Actividade económica (no que concerne à gama de recursos familiares utilizados);

1.4. Afinidades sócio culturais e estruturas das Comunidade.

2. Quando elaborar o Plano de Maneio do Parque, a Equipa de Gestão do Parque usará como

directrizes o seguinte:

2.1. O Plano de Maneio consistirá em quatro componentes:

2.1.1. a Declaração da Visão e a Declaração da Missão;

2.1.2. o Modelo Empresarial Sustentável (Plano Empresarial);

2.1.3. o Plano de Zoneamento do Ecossistema da Grande Gorongosa:

2.1.3.1. o Plano de Zoneamento Ecológico;

2.1.3.2. o Plano de Zoneamento Turístico; e

2.1.4. o Plano da Gestão Ecológica.

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119

2.2. Cada uma destas componentes é descrita mais abaixo, com ênfase nos processos de

planeamento estratégico que serão usados para agregar o input obtido da Equipa de

Gestão do Parque e a participação apropriada dos depositários adaptados no Plano de

Maneio.

3. Declaração da Visão e Declaração da Missão:

3.1 A Declaração da Visão será descritiva e cheia de valor, ilustrando um ponto de vista

optimista do aspecto do Parque e do Ecossistema da Grande Gorongosa daqui a 30

(trinta) anos. Esta será ambiciosa e uma fonte de inspiração, por forma a encorajar as

audiências internas e externas. Será arrojada e desafiadora, mas alcançável com esforço,

sabedoria e boa sorte.

3.2 A Declaração da Missão definirá de forma concisa os objectivos duplos de gestão do

Parque: i) a protecção e restauração da biodiversidade e dos processos naturais do

ecossistema e ii) o alívio da pobreza regional através do estabelecimento de negócios

ligados ao turismo ecológico e através de outras influências benéficas do Parque. A

Declaração da Missão estabelecerá o âmbito destes objectivos de gestão e identificará

estratégias alargadas.

4. Modelo Empresarial Sustentável:

4.1 A Equipa de Gestão do Parque deverá criar um Modelo Empresarial Sustentável que,

quando estiver completamente realizado, permitirá ao Parque gerar receitas suficientes

para suster as suas operações. A Equipa de Gestão do Parque criará planos de negócio

anuais que levarão à implementação global do Modelo Empresarial Sustentável. O

primeiro plano de negócio será criado num prazo de um ano após a assinatura do presente

Acordo. O Modelo Empresarial Sustentável e cada plano anual de negócio também

deverão aderir às Declarações da Visão e da Missão do Parque.

4.2 A seguir encontra-se um guia que a Equipa de Gestão do Parque utilizará quando criar o

Modelo Empresarial Sustentável:

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120

1. Sumário Executivo

1.1 Objectivos

1.2 Missão

1.3 Chaves para o Sucesso

2. Análise do Mercado

2.1 Segmentação do Mercado

2.2 Análise da Competitividade

3 Produtos e Serviços

3.1 Serviços

3.2 Produtos

3.3 Promoção

4. Componentes do Modelo de Operação

4.1 Turismo

4.1.1 Autoridade de Desenvolvimento Turístico

4.1.2 Negócios de Turismo da Comunidade

4.1.3 Operadores do Sector Privado

4.2 Gestão do Ecossistema

4.2.1 Serviços de Conservação

4.2.2 Centro de Pesquisa da Gorongosa

4.2.3 Acordos com as Comunidades

4.3 Operações, Infra-estruturas, Autoridades de Desenvolvimento do Parque

4.4 Centro de Educação da Gorongosa

5. Gestão e Organização

5.1 Estrutura Organizacional

5.2 Hierarquia Organizativa por Departamento

5.2.1 Posições de Gestão

5.2.1.1 Directores

5.2.1.2 Gestores dos níveis 8, 9 e 10

5.2.1.3 Profissionais dos níveis 1 a 7

6. Plano Financeiro

6.1 Hipóteses e Indicadores Financeiros

6.2 Análises das operações nulas

6.2.1 Custos Anuais Fixos para a Operação do Parque

6.2.2 Rendimento Médio por Unidade (por Produto Turístico)

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121

6.2.3 Custo Médio Variável por Unidade

6.3 Declaração Pró-forma da Posição Financeira

6.4 Declaração Pró-forma das Actividades Financeiras e Fluxo de Caixa

5. Plano de Zoneamento do Ecossistema da Grande Gorongosa:

5.1 A Equipa de Gestão do Parque criará um sistema de zoneamento para o Ecossistema da

Grande Gorongosa, cujo plano incluirá uma classificação das áreas de terras e de água e

uma indicação da utilização ou restrição da utilização de recursos.

5.2 As directrizes para se formar este plano encontram-se delineadas mais abaixo:

5.2.1 Fronteiras legais do Parque:

5.2.2.1 As fronteiras do Parque serão as definidas no Diploma Legal nº 2750 de 6 de

Maio de 1967.

5.2.2 Zonas de Gestão:

5.2.2.1 Existirão cinco zonas de gestão, não sobrepostas, as quais serão identificadas

e reconhecidas dentro do Parque, constituindo, colectivamente, a área total do

mesmo. As restrições e políticas da utilização dos recursos nas zonas de gestão

serão integralmente detalhadas no Plano de Maneio. As zonas 2 e 3 (e bem assim

o Plano de Zoneamento Turístico da Zona Tampão) serão intituladas em conjunto

por Plano Mestre de Zoneamento Turístico, e as políticas para estas zonas serão

desenvolvidas pelo Departamento de Desenvolvimento Turístico. As zonas de

gestão incluirão:

5.2.2.2 Zona Bravia (Zona 1):

5.2.2.2.1 Nas áreas da Zona 1, a preservação da paisagem é a consideração mais

importante. De um ponto de vista ecológico, as grandes áreas relativamente

não modificadas apoiam os processos naturais e facultam os padrões de

estrutura natural. Estas zonas de natureza protegida são áreas substanciais

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122

para a reprodução da fauna bravia, e são críticas para a protecção de áreas

sensíveis do Parque que ficam inundadas na época chuvosa. O objectivo é a

perpetuação dos ecossistemas com uma intervenção humana mínima.

5.2.2.2.2 A Zona 1 será subdividida ainda em duas categorias:

5.2.2.2.2.1. Áreas da Zona 1A serão designadas para áreas

particularmente frágeis ou ecologicamente sensíveis do Parque. Não são

permitidos turistas nas áreas da Zona 1A. Só à gestão do Parque e ao

pessoal de pesquisa é permitido o acesso às áreas Zona 1A, com

autorização prévia.

5.2.2.2.2.2 Áreas da Zona 1B também não permitem o acesso motorizado

por turistas nem acomodações nocturnas permanentes. Contudo, o acesso

por visitantes será permitido como parte de safaris guiados a pé, e serão

aprovados acampamentos temporários de tendas para estas excursões.

5.2.2.3 Zona de Recreação Turística (Zona 2):

5.2.2.3.1 As áreas da Zona 2 oferecem oportunidades aos visitantes para usufruírem

de uma variedade de actividades nos ecossistemas do Parque. As actividades

turísticas permitidas na Zona 2 poderão incluir observação da caça ao estilo

de safari, safaris a pé, ciclismo de montanha, passeios em balões de ar

quente, passeios de barco, pesca, excursões para observação de pássaros,

exploração de grutas e outras. Os únicos desenvolvimentos humanos

pretendidos nestas áreas serão uma rede de estradas e algumas instalações

rudimentares (lavatórios e estruturas para observação). Não existirão

acomodações nocturnas permanentes na Zona 2, mas, tal como na Zona 1,

serão permitidos acampamentos temporários de tendas. As autorizações para

operar estes negócios turísticos serão concedidas numa base transparente e

competitiva. Uma parte das autorizações dos operadores turísticos será

apenas posta à disposição das comunidades confinantes ao Parque.

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123

5.2.2.4 Zona de Acomodação Turística (Zona 3):

5.2.2.4.1 As áreas da Zona 3 permitirão acomodações nocturnas permanentes para

turistas.

5.2.2.4.2 Assim, serão permitidas estruturas tais como restaurantes, piscinas, e

lavandarias.

5.2.2.4.3 A Zona 3 será ainda dividida em duas categorias:

5.2.2.4.3.1 Áreas da Zona 3A serão reservadas para Acomodações Públicas,

acessíveis a qualquer visitante do Parque pela rede de estradas do

Parque. Estas instalações estarão disponíveis através do método de

“primeiro a chegar primeiro a ser servido”.

5.2.2.4.3.2 Áreas da Zona 3B serão reservadas para Acomodações Privadas.

Estas áreas serão geridas pelo concorrente que ganhar um processo de

concurso competitivo e transparente. Estas acomodações serão postas à

disposição dos clientes privados destes proprietários de negócios. Os

operadores dos negócios turísticos nas áreas da Zona 3B pagarão taxas

negociadas na conta de Receitas do Parque para beneficiarem desta

exclusividade.

5.2.2.5 Zona de Administração do Parque (Zona 4):

5.2.2.5.1 As áreas da Zona 4 serão utilizadas pela Equipa de Gestão do Parque e seu

pessoal e serão disponibilizadas para edifícios de administração do Parque,

pistas de aterragem, Centro de Educação da Gorongosa, Museu de História

da Gorongosa e centros turísticos interpretativos, centros de visitantes,

Centro de Pesquisa da Gorongosa, instalações do santuário de fauna bravia e

dos serviços de conservação, oficinas mecânicas, complexo da

administração, etc.

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124

5.2.2.6 de Uso Sustentável de Recursos Naturais (Zona 5):

5.2.2.6.1 As áreas da Zona 5 incluirão as comunidades tradicionais e as actividades

associadas de utilização de terras que ocorrem no Parque ou nas zonas

adjacentes ao mesmo, e são distintas das áreas de acomodação e

administrativas, onde o pessoal do Parque possa residir.

5.2.2.6.2 A Zona 5 poderá ainda ser dividida em duas subzonas para distinguir entre

os povoamentos na fronteira do Parque que são contíguos com outros

povoamentos fora do Parque (Zona 5A) e os povoamentos que estão

isolados dentro do Parque, para reflectir as restrições divergentes do uso de

recursos para estas duas áreas (Zona 5B).

5.3 Zona Tampão do Parque:

5.3.1 A criação desta Zona Tampão está prevista no Artigo 10 da Lei nº 10/99, de 7 de

Julho, de acordo com o qual a sua criação é da exclusiva competência do Conselho

de Ministros, em concordância com o que for estipulado no Plano de Maneio do

Parque.

5.3.2 Os direitos, restrições e políticas do uso dos recursos para a Zona Tampão serão

definidos no Plano de Maneio, mas poderão incluir o seguinte:

5.3.2.1 Caça de subsistência para consumo do agregado familiar;

5.3.2.2 Caça baseada nas Comunidades;

5.3.2.3 Controlo das espécies problemáticas de animais (pelos Departamento dos

Serviços de Conservação);

5.3.2.4 A exploração de caça deve ser consistente com os objectivos de

reintrodução da fauna bravia do Parque;

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125

5.3.2.5 Recolha de madeira para combustível (lenha), para consumo do agregado

familiar;

5.3.2.6 Apicultura e recolha de outros produtos não florestais tais como plantas

medicinais para consumo do agregado familiar;

5.3.2.1.7 Actividades controladas de turismo ecológico, tais como acampamentos

feitos com materiais locais, trajectos pedestres turísticos, e outras

actividades ecologicamente conciliáveis, melhor descritas no Sistema

de Zoneamento da Zona Tampão do Plano de Maneio;

5.3.2.8 Somente desenvolvimento sustentável de infra-estrutura social;

5.3.2.9 Somente projectos sustentáveis de agricultura;

5.3.2.10 Nenhuma mineração;

5.3.2.11 Somente exploração sustentável das florestas;

5.3.2.12 Nenhum impacto adverso sobre a qualidade e quantidade de água;

5.3.2.13 Sistemas rigorosos contra incêndios;

5.3.2.14 Controlo de espécies vegetais não indígenas ou agressivas;

5.3.2.15 Nenhum desenvolvimento em grande escala dos recursos hídricos ou

projectos de extracção que resultem numa diminuição significativa da quantidade

de afluências para o Parque;

5.3.2.16 Nenhumas práticas de utilização das terras que resultem numa redução

significativa da qualidade de afluências para o Parque;

5.3.2.17 Nenhum desenvolvimento agrícola e povoamento numa faixa tampão de

50m ao longo dos rios e riachos que afluem para o Parque, conforme

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126

determinado pela Lei de Florestas e Fauna Bravia, Lei nº 10/99, de 22 de

Dezembro; e

5.3.2.18 Nenhuma outra actividade que possa resultar numa alteração com

impacto negativo na qualidade ou quantidade de afluências para o Parque.

6. Plano da Gestão Ecológica:

6.1 A quarta componente do Plano de Maneio é o Plano da Gestão Ecológica. A Equipa de

Gestão do Parque, em consultas com as Comunidades, agências doadoras, ONGs,

especialistas, e outros depositários, desenvolverá um plano holístico integrado para a

gestão ecológica do Ecossistema da Grande Gorongosa. O processo de planeamento

determinará uma visão, missão e condições de alvo (estados ou processos ecológicos)

comuns, e um modelo conceptual para a gestão do Parque, definirá objectivos de gestão,

objectivos e sub-objectivos estratégicos, e acções para a implementação do plano,

institucionalizará a pesquisa, monitoria, e mecanismos adaptativos de informação

retroactiva para rever e melhorar o plano, e identificar constrangimentos, desafios, e

oportunidades, e dar prioridade a preocupações de gestão para acção.

6.2 O plano será coordenado pelo Departamento de Serviços Científicos e pelo Departamento

dos Serviços de Conservação, em consultas com o comité consultivo científico, e usado

como base para estipular propósitos que possam ser analisados para avaliar a gestão do

Parque e a da Zona Tampão.

6.3 Os valores e a Declaração da Missão do Plano da Gestão Ecológica serão consistentes

com os valores e a Declaração da Missão do Plano Director e com o Modelo Empresarial

Sustentável.

6.4 Metas do Plano da Gestão Ecológica:

6.4.1 Metas definidas facultarão o primeiro nível no qual conjuntos de actividades,

estratégias ou competências são essenciais, ao nível mais amplificado, para se

alcançar a visão e a missão do Plano da Gestão Ecológica. As metas devem ser

visionárias (inspiradoras em delinear o estado desejável em direcção ao qual a

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127

gestão está a trabalhar), relativamente generalizadas (definidas de forma alargada

para cobrir todas as actividades do projecto), concisas, e grandemente mensuráveis

(assim definidas para que as alterações nas condições alvo nas quais a meta é

baseada possam ser avaliadas meticulosamente). Um exemplo de uma meta para o

Plano da Gestão Ecológica poderia ser: “Proteger, conservar, e utilizar os recursos

naturais do GNP de uma forma sustentável para assegurar benefícios económicos,

ecológicos, e sociais a todos os depositários”.

6.5 Objectivos e sub-objectivos para se alcançar a (s) meta (s) do Plano da Gestão Ecológica:

6.5.1 Os objectivos e sub-objectivos serão normas específicas que detalhem as execuções

desejadas ou os resultados da gestão. Se o processo de gestão for bem concebido e

projectado, a realização dos objectivos de gestão levará à observância das metas de

gestão. Os objectivos e sub-objectivos serão orientados em termos de impacto

(representando as mudanças desejadas em factores críticos de ameaça que afectem

a meta do projecto), mensuráveis (relativo determinável a alguma escala padrão),

delimitados em termos de tempo (alcançáveis dentro de um período específico),

específicos (claramente definidos para que todos os envolvidos tenham o mesmo

entendimento), e práticos (alcançáveis e apropriados para o local). Um exemplo de

um objectivo para se alcançar a meta acima descrita poderá ser: “Ecossistemas,

biodiversidade, e os patrimónios histórico e cultural do Ecossistema da Grande

Gorongosa conservados;”

6.5.2 Exemplos de sub-objectivos que correspondam a este objectivo:

6.5.2.1 “A conservação do pool genético das espécies”;

6.5.2.2 “A integridade, viabilidade das espécies e fauna bravia e habitat endémicos

mantidos”;

6.5.2.3 “A conservação da qualidade estética do ar, água, e recursos cénicos”;

6.5.2.4 “O controlo da presença e da introdução de espécies exóticas”;

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6.5.2.5 “A protecção da paisagem, captação de água, locais de significado histórico e

cultural”;

6.5.2.6 “Envolver as comunidades locais na monitoria e partilha dos benefícios”;

6.5.2.7 “A minimização da ocorrência de incêndios provocados pelo homem”;

6.5.2.8 “O aumento da sensibilização das comunidades locais em relação à

conservação”.

6.5.3 As actividades para se alcançar cada um dos objectivos e sub-objectivos são:

6.5.3.1 As actividades serão determinadas através de um processo de

planeamento estratégico. As actividades consistirão em acções

específicas ou tarefas levadas a cabo pelo pessoal para se alcançar cada

um dos objectivos de gestão. As actividades são ligadas (directamente

relacionadas para se alcançar um objectivo específico), concentradas

(delineiam objectivos específicos que precisam de ser levados a cabo),

viáveis (concretizáveis dentro dos recursos e constrangimentos

existentes), e apropriadas (aceitáveis e ajustáveis dentro das normas

culturais, sociais e biológicas específicas do local).

6.5.3.2 Os objectivos, sub-objectivos, e actividades serão organizados em

correspondência às metas específicas do Plano da Gestão Ecológica.

6.5.4 Modelo conceptual do Plano da Gestão Ecológica:

6.5.4.1 O modelo conceptual identificará os factores que influenciam as

condições/processos alvo, e as ligações causais assumidas, entre os factores e as

condições/processos alvo num formato de diagrama. A Gestão incluirá três

categorias de factores:

6.5.4.1.1ameaças directas (factores que afectam prontamente as condições ou

processos alvo);

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6.5.4.1.2 ameaças indirectas (factores que se subordinam ou levam às ameaças

directas); e

6.5.4.1.3 factores contribuintes (factores que não são ameaças directas ou

indirectas, mas que afectam as condições/processos alvo, tais como as

condições climatéricas ou valores sócio-culturais).

6.5.4.2 Uma vez que o modelo conceptual inicial seja desenvolvido,

apresentaremos em diagrama a forma como as actividades dos diferentes

projectos fazem parte do modelo para influenciar os diferentes factores e

ameaças que afectem as condições ou processos alvo. O modelo

conceptual resultante é um mapa de como se espera que as diferentes

actividades de gestão quebrem as ligações causais assumidas entre os

factores negativos e as condições/processos alvo.

6.5.4.3 O modelo conceptual também nos ajudará a avaliar a melhor forma de

aperfeiçoar o sucesso do projecto. Se o modelo conceptual demonstrar

verdadeiramente como é que as actividades de gestão influenciarão as

condições alvo, então a implementação das actividades de gestão

conduzirá aos efeitos desejados. Contudo, se as actividades de gestão

forem bem conduzidas mas o nosso modelo conceptual for incorrecto,

então as nossas actividades de gestão não levarão provavelmente aos

resultados desejados. Será necessário um planeamento estratégico

adicional para melhorar a gestão ecológica do Ecossistema da Grande

Gorongosa. Alternativamente, se o modelo conceptual for exacto, mas a

implementação das actividades de gestão for levada a cabo de uma forma

inadequada, então as actividades de gestão provavelmente não levarão

aos resultados desejáveis. Neste caso, as práticas de gestão melhoradas

ou a formação do pessoal poderão ser mais adequadas para aperfeiçoar

os resultados.

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130

6.5.5 Pesquisa, monitoria, e gestão adaptativa:

6.5.5.1 Em acréscimo ao estabelecimento de metas, objectivos, e actividades

específicos para orientar a gestão ecológica do Ecossistema da Grande

Gorongosa, é essencial implementar um sistema efectivo para pesquisa,

monitoria, e avaliação que é inserido num sistema de gestão adaptativa

institucionalizada. A pesquisa, monitoria, avaliação e processos e

procedimentos de gestão adaptativa são vitais para todos os aspectos da

gestão ecológica do Ecossistema da Grande Gorongosa.

6.5.5.2 O sistema de gestão adaptativa para o Ecossistema da Grande Gorongosa

será baseado na integração de ciência (pesquisa acumulada e contínua

para compreensão do sistema), monitoria (medições modernas do

desempenho do sistema), e gestão (acção directa para modificar ou

manter o sistema). Dois elementos chave do sistema de gestão adaptativa

serão uma hierarquia bem desenvolvida dos objectivos correspondentes

às metas do projecto e metas de monitoria fortemente articuladas

(chamados Limites de Potencial Preocupação ou LPPs).

6.5.5.3 Conforme descrito nas secções acima, a Equipa de Gestão do Parque

estabelecerá uma hierarquia clara das metas, objectivos, sub-objectivos, e

actividades para a gestão ecológica do Ecossistema da Grande

Gorongosa. Em associação com cada objectivo e sub-objectivo, o pessoal

de pesquisa determinará as necessidades (indicadores) de informação

específicas, quantificáveis que devem ser abordadas de forma a avaliar se

a gestão está a tomar consciência sobre as suas metas. Os LPPs facultam

níveis superiores e inferiores ao longo de uma mudança contínua dos

indicadores seleccionados. Os LPPs poderão ser estabelecidos para

cobrirem uma grande (tolerante ao risco) ou pequena (adversa ao risco)

variedade de mudanças nas condições ou padrões. Na sua aplicação mais

alargada, os LPPs facultam um conjunto de metas operacionais que

definem colectivamente as condições de heterogeneidade espaço-

temporal, em termos de composição, estrutura e função do ecossistema,

para o qual o Ecossistema da Grande Gorongosa deve ser administrado.

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131

6.5.5.4 O processo de gestão adaptativa funciona da seguinte forma: primeiro, as

actividades de pesquisa multidisciplinares e integradas, coordenadas pelo

Centro de Pesquisa da Gorongosa elucidam as componentes biofísicas

essenciais e os processos que sustêm o Ecossistema da Grande

Gorongosa, e identificam os agentes de mudança (ameaças) à

composição, estrutura e função do ecossistema. Os LPPs adequados são

definidos a partir desta pesquisa para os objectivos de gestão

correspondentes. É implementado um programa de monitoria para seguir

o desempenho da população e ecossistema relativos aos LPPs, levados a

cabo pelo pessoal do Departamento dos Serviços de Conservação (para

monitoria dentro do Parque), do Departamento de Relações Comunitárias

(para monitoria nas Zonas Tampão), e o Centro de Pesquisa da

Gorongosa (para pesquisas de campo e detecção remota).

6.5.5.5 Quando um nível de LPP é transposto (ou quando o modelo prevê que o

nível vai ser alcançado), activa um processo de avaliação para determinar

as causas do âmbito da mudança. É feita uma submissão formal pela

equipa de monitoria ao órgão de decisão da gestão adaptativa, composto

pelo pessoal relevante do Departamento de Serviços Científicos, do

Departamento dos Serviços de Conservação, e do Departamento de

Relação com as Comunidades. A avaliação, por seu lado, faculta a base

para se decidir se a acção da gestão no terreno é necessária para moderar

a mudança, ou se o LPP precisa de re-calibragem através de uma

pesquisa suplementar.

6.5.5.6 Se forem tomadas medidas de gestão, a equipa de pesquisa e gestão

determina se as metas e objectivos do Ecossistema da Grande Gorongosa

estão a enfrentar acções de gestão. Se assim for, o processo de monitoria

do LPP continua como parte do vínculo de gestão adaptativa. Se assim

não for, torna-se necessário o planeamento estratégico adicional para

rever as metas ou objectivos, são estipulados novos LPPs, e é

implementada a monitoria.

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132

6.5.5.7 Os LPPs, como indicadores de monitoria, devem ser mensuráveis

(registados e analisados em termos quantitativos e qualitativos), precisos

(definidos da mesma forma por pessoas diferentes), consistentes (não se

alteram ao longo do tempo, para que meçam sempre a mesma coisa), e

sensíveis (mudam proporcionalmente em resposta a mudanças reais na

condição ou processo a ser medido). Os LPPs devem ser biológica e

ecologicamente significativos; estatisticamente definíveis, robustos, e

defensíveis; lógicos e concisos, inequivocamente formulados em detalhes

exactos; conceptualmente compreensíveis e suficientemente intuitivos

para serem de fácil utilização em termos de gestão; e técnica e

financeiramente viáveis para desenvolver, implementar, monitorar, e

manter.

6.5.5.8 Alguns exemplos de componentes e processos de ecossistemas no

Ecossistema da Grande Gorongosa para os quais os LPPs possam ser

estabelecidos incluem:

6.5.5.8.1 Herbívoros raros: níveis mínimos viáveis de população;

6.5.5.8.2 Elefantes: níveis máximos sustentáveis de população (ou,

alternativamente, percentagem mínima de cobertura florestal nos habitats

dos elefantes);

6.5.5.8.3 Grandes carnívoros: níveis mínimos e máximos viáveis de população;

6.5.5.8.4 Comunidades de população: área total mínima, ou tamanho da área de

habitats de espécies críticas;

6.5.5.8.5 Lago Urema: extensão mínima de inundação, turvação máxima;

6.5.5.8.6 Rio Vunduzi: percentagem de mudança nos índices de integridade

biológica, caudal mínimo de água num período de sete dias, descarga

sólida;

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133

6.5.5.8.7 Espécies invasoras: presença; excede a percentagem da cobertura total;

excede a percentagem de mudança na cobertura;

6.5.5.8.8 Incêndio antropogénico: limiares para a extensão, regulação de tempo, e

frequência;

6.5.5.8.9 Pássaros raros e ameaçados: populações mínimas viáveis (ou

indicadores mínimos adequados de habitat para a área, fragmentação,

proximidade às povoações, etc.);

6.5.5.8.10 Tipo de floresta da Montanha da Gorongosa e da escarpa de

Cheringoma: número e tamanho da área, percentagem de cobertura;

6.5.5.8.11.Povoações dentro do Parque: número de agregados, e percentagem de

mudança;

6.5.5.8.12 Conflitos humanos – fauna bravia: ocorrência, danos às culturas

plurianuais; e

6.5.5.8.13 Limiares de recolhida para os grandes mamíferos, pequenos

mamíferos, pássaros, peixes, répteis, anfíbios, gramíneas, madeira para

combustível (lenha), plantas medicinais, vinho de palma, e outros

recursos provenientes do Parque e da Zona Tampão.

6.5.6 Questões chave no Planeamento da Gestão Ecológica:

6.5.6.1 Constrangimentos, desafios, e oportunidades:

6.5.6.1.1 Nesta secção, identificaremos alguns dos constrangimentos principais,

desafios, e oportunidades que a Equipa de Gestão do Parque enfrentará

na tentativa de alcançar a missão, metas, e objectivos para a gestão

ecológica do Ecossistema da Grande Gorongosa. Estes

constrangimentos, desafios, e oportunidades serão definidos durante o

processo de planeamento estratégico.

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134

6.5.6.1.2 Exemplos dos constrangimentos incluem:

6.5.6.1.2.1 Acessibilidade rodoviária má ou insegura para as vastas

regiões do Parque;

6.5.6.1.2.2 Povoações e desenvolvimento agrícola dentro do Parque:

perturbação dos movimentos da fauna bravia, degradação

das terras, uso descontrolado dos recursos; e

6.5.6.1.2.3 Falta de pessoal formado que seja suficiente para os Serviços

de Conservação, Relação com as Comunidades,

Desenvolvimento Turístico, e outros requisitos da Equipa de

Gestão do Parque.

6.5.6.1.3 Os exemplos de desafios incluem:

6.5.6.1.3.1 Captura, transporte, e reintrodução bem sucedida de fauna

bravia suficiente para formar populações viáveis;

6.5.6.1.3.2 Envolvimento das Comunidades locais e do sector privado no

desenvolvimento e gestão de turismo; e

6.5.6.1.3.3 Implementação de sistemas efectivos de monitoria e gestão

adaptativa efectivos.

6.5.6.1.4 Os exemplos de oportunidades incluem:

6.5.6.1.4.1 Santuário de fauna bravia de 6000 hectares recentemente

construído;

6.5.6.1.4.2 Investimento e interesse substancial dos doadores a longo

prazo; e

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135

6.5.6.1.4.3. História rica da Gorongosa e consciencialização vasta do seu

estatuto como antigo Parque mundialmente reconhecido.

6.5.6.2 Preocupações críticas da gestão ecológica:

6.5.6.2.1 O Plano da Gestão Ecológica deve abordar particularmente

estratégias e calendários para resolver questões urgentes de gestão,

por exemplo:

6.5.6.2.1.1Gestão das povoações dentro do Parque;

6.5.6.2.1.2 Reintrodução da fauna bravia e gestão do santuário;

6.5.6.2.1.3 Gestão dos conflitos humanos – fauna bravia;

6.5.6.2.1.4 Retenção da degradação e promoção do repovoamento florestal

da Montanha da Gorongosa;

6.5.2.1.5 Redução e gestão dos incêndios florestais dentro do Parque;

6.5.2.1.6 Regulação da utilização dos recursos naturais por pessoas no

Parque;

6.5.2.1.7 Estabelecimento e gestão dos direitos e restrições da utilização de

recursos na Zona Tampão;

6.5.2.1.8 Controlo das espécies invasoras;

6.5.2.1.9 Compreensão sobre a dinâmica da comunidade vegetal e

prioridades de gestão; e

6.5.2.1.10 Avaliação dos impactos económicos e culturais do

desenvolvimento turístico proposto.

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F.

ANEXO F

MAPAS DOS LIMITES DO PARQUE