acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. várias iniciativas...

84
GUIA PARA EQUIPAS DE TERRENO DA HANDICAP INTERNATIONAL E ACTORES DOS SERVIÇOS SOCIAIS Dezembro 2009 Acompanhamento social personalizado: Reflexões, método e ferramentas de uma abordagem em trabalho social de proximidade

Upload: others

Post on 17-Jun-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

GUIA PARA EQUIPAS DE TERRENO DA HANDICAP INTERNATIONAL E ACTORES DOS SERVIÇOS SOCIAIS

Dezembro 2009

Acompanhamento social personalizado:Reflexões, método e ferramentas de uma abordagem em trabalho social de proximidade

Page 2: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

Autores: AudreyRelandeau,NathalieCherubini,ClaudieDidierSeveteAnnieLafreniere;produzidopelaSecçãoServiçosSociais,EconómicoseEducação,DirecçãodeRecursosTécnicos,HandicapInternational

Contributos: HervéBernard,PhilippeChervin,EricDelorme,ResponsáveispelosProgramas,DominiqueGranjon,EricPlantier-Royon,CéciledeRyckel,MathieuDewerse,daHandicapInternational,PamelaTrevithick,EmmanuelleSix,

EquipasdaHandicapInternationaleparceirosdosnossosprogramasnaArgélia,Balcãs,Camboja,Indonésia,Madagáscar,Marrocos,Moçambique,Nepal,Rússia,Senegal.

Apoio técnico e edição:HandicapInternational–PóloPublicaçõesProfissionais,CatherineDixon

Tradução:GilGonçalvesCosta

Criação gráfica:CatherineArtiglia

Paginação:FrédéricEscoffier

Contactos: AnnieLafrenière,ReferenteTécnicadeInserçãoSocial,HandicapInternational [email protected] HervéBernard,ResponsáveldeDomínio,HandicapInternational [email protected]

Crédito fotografia da capa:©PriscilleGeiser/HandicapInternational

Esteguiapodeserutilizadooureproduzidosobreservademencionarafonteeunicamenteparaumautilizaçãonãocomercial.

ISBN:

Page 3: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

3

Índice

Prefácio página04

Par te 1

Par te 2Par te 3

Princípiosereferências página07/ Trabalho social e desenvolvimento página08/ Acompanhamento social personalizado: generalidades página16/ O acompanhamento social personalizado de pessoas com deficiência página25

Guiaprático página29/ Guia prático do interveniente social página30/ Guia prático do chefe de projecto página47

Caixadeferramentas página53/ Etapa 1: Estabelecimento de contactos página54/ Etapa 2: Diagnóstico social página55/ Etapa 3 e 4: Negociação do projecto e plano de acçãopágina página69/ Etapa 5: Contratualização página71/ Etapa 6: Arranque e seguimento do projecto página73/ Etapa 7: Avaliação / balanço intermediário página74/ Etapa 8: Finalização do acompanhamento página75

Bibliografiaereferências página78

Prin

cípi

ose

refe

rênc

ias

Guia

prá

tico

Caix

ade

ferr

amen

tas

Page 4: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

4

Apresenteobraéumguiametodológicosobreoacompanhamento social personalizado.

Aoproporelementosdecompreensão,dereflexãoedepráticasobreessaabordagemdotrabalhosocial, dirige-se aos intervenientes de terreno da Handicap International e aos referentes deserviçospúblicosouassociativosencarreguesdoacolhimento,dainformação,daorientaçãoedoacompanhamentodepessoascomdeficiênciaeoutrospúblicosvulneráveis.

Já há vários anos que a Handicap International intervém no campo do acompanhamento,nomeadamente no âmbito de políticas e estratégias implementadas para o desenvolvimento deserviçosdesaúdeedeinserçãosocialemsituaçãodedeficiência.

Albânia…Formaçãodetrabalhadoressociais; Afeganistão…Centrodereabilitaçãocomunitária;Algéria…Espaçosdesocializaçãoeimplementaçãodoarranquedeumprojectopersonalizadonasestruturasdeacolhimentodecriançasprivadasdefamília;Balcãs…Projectodeacompanhamentopsicossocial;Brasil…Experiênciadeprojectossociais;Camboja…Acompanhamentosocialdepacientesdocentroparatetraplégico;Indonésia…Projectodeinserçãopós-tsunami;Madagáscar…Gabinetedeacçãosocialnosprojectosdedesenvolvimentolocal;Marrocos…Projectodeparticipaçãosocial;Mali…Rededeintercâmbiodeconhecimentos;Uzbequistão…Centrosderecursoseredesocial;Roménia…ProjectoAurora ; Rússia…Acompanhamentofamiliareestabelecimentodeumarededeactoresde intervenção precoce; Ruanda… Projecto de inserção; Senegal… Sistema comunitário de identificação e deacompanhamentodepessoascomdeficiênciaemCasamansa;Serra Leoa…Promoçãodosdireitosedainserçãosocialdepessoascomdeficiência…

Paralelamente,ocampodotrabalhosocialdesenvolveu-seeestruturou-semuitonestesúltimosanosnospaísesocidentais.Parece-nosinteressanteepertinentedifundirosmétodoseasferramentasno terreno, em resposta às necessidades e expectativas expressas em termos de compreensãodo trabalho social e da sua correlação com os princípios e conceitos fundadores da HandicapInternational,decoerênciadeintervençãoe,sobretudo,deapoiometodológicoetécnicoàspráticasdeterreno.

Este guia participa igualmente na reflexão levada a cabo pela Handicap International sobre oprocessoglobaldeinserçãodepessoascomdeficiênciaearticula-se,entreoutros,comomodelodecompreensãoqueéoProcessodeProduçãodaDeficiência(PPD),osdireitosdaspessoasdeficientesesobreaestratégiadedesenvolvimentocomunitárioparticipativaeinclusivaqueéaReadaptaçãoàBaseComunitária(RBC),modelosepráticasjáamplamenteutilizadosnosnossosprogramas.Poroutrolado,esteguiainscreve-senotrabalhodecapitalizaçãosobreaabordagemRBClevadaacabopelaHandicapInternationaledáseguimentoaossemináriosinternacionaisorganizadosemPequimeemBujumbura,em2009.

Este guia de acompanhamento social personalizado pode ser utilizado:•Numprojectoespecíficodeinserçãosocial,atravésdaimplementaçãodeumdispositivo

territorialdeacompanhamentosocialparaaspessoascomdeficiênciaedevulnerabilidade,permitindo-lhesoacessoaserviçosearealizaçãodeprojectospersonalizados;

Prefácio

Page 5: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

5

•Comosuportedeacompanhamentodapessoanosprojectosdedesenvolvimentoedeur-gênciadaHandicapInternational:Saúde,reeducação,readaptação,vidafamiliaresocial,educação,vidaprofissional,cidadeedeficiência,desportoselazer,etc.

•Comosuportedesensibilizaçãoedeformaçãoparaoreforçodascompetênciasepráticasdosprofissionais,actoreseparceiroslocaisquetrabalhamemproximidadecompessoascomdeficiênciaevulnerabilidade,paraaconsciencializaçãodanoçãodeacompanhamen-tosocialpersonalizado.

Nãotemvocaçãoparaserumaferramentasuplementarparaaplicarautoridadenoterreno,masvisafornecerelementosdecompreensãoeconselhosmetodológicosparaaimplementaçãoe/oumelho-riadepráticasjáexistentes.Oseuconteúdopropõeumenquadramentoparaoacompanhamentosocialpersonalizadoevisa fornecer ferramentasconcretase realistas,mas igualmenteflexíveiseadaptáveis,pararesponderàsnecessidadesdosintervenientesdeterrenoqueacompanhamaspes-soascomdeficiência.

O guia está organizado em três partes:

/ Primeiro,umasecçãode“Princípios e referências”,queapresentaelementosteóricossobreotrabalhosocial,odesenvolvimentoeacompanhamentosocialpersonalizado.

/ Estasecçãoéseguidadeum“Guia prático”destinadoaostrabalhadoressociais,intervenientesou referentes sociais responsáveis pelo acompanhamento, que aborda em pormenor aimplementação do acompanhamento social personalizado, propondo diversas técnicas deintervençãoeferramentaspráticas.Este“Guiaprático”propõeigualmenteumavertentequesedestinaaoschefesdeprojecto,oucoordenadoresdedispositivossociais,ondesãopropostasreferênciasparaodesenvolvimentoeoseguimentodeumserviçodeacompanhamento.

/ Aterceiraparteéuma“Caixa de ferramentas”compostamaioritariamenteporferramentasprovenientesdeprogramasdaHandicapInternational.

Comonãofoipossívelapresentarnumaobraempapeltodasasferramentasdisponíveis,anexou-seumCD-Romaesteguiaparaproporumapercepçãobastanteexaustivadasferramentasexistentesquepoderãoseradaptadassegundooscontextoseoslocais.Porfim,éimportantenotarqueesteguiaseinscrevenumprocessodeaprendizagemsobreoacompanhamentosocialpersonalizadoequeseaconselha,porestaordemdeideias,completaressaaprendizagematravésdemanuaisdeformação,deexperiênciasdecolocaçãoempráticaeoutrasferramentasrelacionadascomotraba-lhosocialeodesenvolvimento.

Váriasiniciativasalimentaramaconstruçãodesteguia:pesquisasdocumentais,trocasdeexperiên-ciaseencontroscomprofissionaisdaHandicapInternationalnasedeesobreosprogramas,inter-câmbioscomprofissionaisdaacçãosocialecomactoresdedesenvolvimentolocaleinternacional.Asreflexõesforammuitoenriquecidaspelaparticipaçãodasequipasdeterreno,pelaspráticasde-senvolvidas,asquestõeslevantadaseasnecessidadesexpressas,queseconsolidaram,entreou-tros,aquandodeumsemináriosobreoacompanhamentosocialpersonalizadoorganizadoemLyon,emDezembrode2008.

Desejamosqueesteguiasejaumfactorprincipalparamelhorarainserçãosocialdepessoascomdeficiência, reconhecendoopapelcrescentedesempenhadopelos intervenientessociais,o lugarcentraleascapacidadesdapessoaemsituaçãodedeficiênciae,porfim,aimportânciadaabordagemedotempoquedeveseracordadoemqualquersituaçãodemudança.

Page 6: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

6

Page 7: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

7

/ 1. Trabalho social e desenvolvimento - - - - - - - - - - PAGE 08

Trabalho social: definições e contextos de intervenção- - - - PAGE 09

Zoom sobre três campos de interacção - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 11

/ 2. Acompanhamento social personalizado: generalidades - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 16

Definição e objectivos do acompanhamento social personalizado - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 17

Vantagens do acompanhamento social personalizado - - - - PAGE 19

A abordagem sistémica - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 20

/ 3. O acompanhamento social personalizado de pessoas com deficiência - - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 25

Princípios e referênciasParte 1

7

Page 8: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

8

Baseados nos fundamentos humanistas, os mundos dodesenvolvimento e do trabalho social estão interligados. Têm emcomum o desejo do reconhecimento e do acesso aos direitos daspessoas em dificuldades e desenvolvem acções para melhorar assuascondiçõesdevidaefacilitarumamelhorparticipaçãocívicaporpartedecadaum.

O trabalho social defronta-se, desde há cerca de vinte anos, comnumerosos desafios locais, nacionais e internacionais. O impactodosacordosinternacionaisquefavorecemaliberaçãodosmercadoseadas instituiçõesdaeducação,da saúdeedos serviços sociaisconduziuasassociaçõesinternacionaisquerepresentamaprofissão,designadamenteaFederaçãoInternacionaldosTrabalhadoresSociais(FITS)1eaAssociaçãoInternacionaldasEscolasdeTrabalhoSocial(AIETS)2,àdefiniçãoderegraseacordosentreospaíses,emfunçãodecontextoshistóricosepolíticosespecíficos.

Aomesmotempo,a implementaçãodeprogramasnocampodotrabalhosocial foiconfiadaaosgovernos,àsONGeaoutrasorganizaçõesinternacionais.

Afimdecompreendermelhorestainteracção,éinteressanterealçaralgunsfundamentoseobjectivoscomunsàspolíticasdedesenvolvimentoedaacçãosocial.

Os objectivos visados:

- Acapacidadedeemancipaçãodaspessoas;- Amobilizaçãodosindivíduos,famílias,organizações,comunidades,tendoemvistaamel-

horiadassuascondiçõesdevida;- Areduçãodasdesigualdadesedasinjustiçaspelainserçãodosgruposmarginalizados,

vulneráveis,excluídosouemsituaçãoderisco;- Amudançasocial(aplicaçãodasleis,influêncianaspolíticassociais).

Os diferentes níveis de impactos:

- Individual- Familiar- Comunitário- Social

Parte 11. Trabalho social e desenvolvimento

1. FederaçãoInternacionaldosTrabalhadoresSociais:www.ifsw.org

2. AssociaçãoInternacionaldasEscolasdeTrabalhoSocial:www.iassw-aiets.org

©F

.Poe

lche

r/

Han

dic

apIn

tern

atio

nal

Page 9: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

9

Prin

cípi

ose

refe

rênc

ias

Os valores de referência:

- Ovalorintrínsecodecadaserhumano(igualdadeentretodos)- Osdireitoshumanoseajustiçasocial- Aabordagemdodesenvolvimentohumano- Avalorizaçãodopotencialedadiversidade- Acapacidadedoindivíduoparaseractordoseudesenvolvimentopessoaleparapoder

fazerescolhas- Orespeitomútuoeasolidariedadecolectiva

Os meios utilizados:- Asteorias/conceitosdocomportamentohumano3

- Asteoriasdodesenvolvimentopsicológicohumano4

- Asteoriasdecomunicaçãohumana5

- Aanálisedossistemassociais- Osmétodosdeavaliaçãoedeintervenção

/  TraBaLHO sOciaL: definições e cOnTexTOs de inTervençãO

3. cf.asteoriasbehavioristas(PavloveWatson)ecognitivas(LewineFestinger)

4. cf.asteoriasdeVygosky,Freud,Piaget…

5. cf.“Ensaiosdelinguísticageral”,RomanJakobson,EditionsdeMinuit,Paris,1973,p.209-248

©M

aksi

mS

eth

pou

rH

and

icap

Inte

rnat

iona

l

Definições

SegundoasNaçõesUnidas(1959):“OTrabalhoSocialéumaactividadequevisaajudaraadaptaçãorecíprocadosindivíduosedoseumeiosocial,esteobjectivoéatingidoatravésdautilizaçãodetécnicasemétodosdestinados a permitir aos indivíduos, aos grupos, às colectividades enfrentarem as suasnecessidades,resolveremosproblemasqueasuaadaptaçãocolocaaumasociedadeemevolução,graçasaumaacçãocooperativa,melhoraremascondiçõeseconómicasesociais.”

EmJulhode2001,oAIETSeaFITSentraramemacordoquantoaumadefiniçãointernacionaldotrabalhosocial.“O trabalho social enquanto profissão visa promover a mudança social e a solução deproblemasnasrelaçõeshumanas,aomesmotempoqueajudaaspessoasaterempoderelibertarem-separaobteremummaiorbem-estar.Baseando-senasteoriasdasciênciashumanasedos sistemas sociais, o trabalho social intervémnocampodas interacçõesentreaspessoaseoseuambiente.Osdireitosdapessoaeajustiçasocialsãoprincípiosfundamentaisdaacçãoemtrabalhosocial.”

Page 10: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

10

Histórico e contextos

ApráticadotrabalhosocialnomundoevoluiubastanteapartirdasegundametadedoséculoXX, numa primeira fase, por causa da problemática dos refugiados que fugiam dos conflitosarmadosoudafome.Amobilidadecrescentedaspopulações,amultiplicaçãodosconflitosnomundoeasculturascadavezmaisheterogéneaslevaramaqueseencarasseotrabalhosocialnumadimensãointernacional.AcriaçãodaFederaçãoInternacionaldosTrabalhadoresSociais,em1950,ilustraessavontade.

Assim, o campo do trabalho social, mais desenvolvido e estruturado nos países do Norte,procurachamaraatençãodasociedadeciviledospoderespúblicosparaproblemastaiscomoapobreza,asituaçãodepopulaçõesvulneráveis(pessoasidosas,pessoascomdeficiencia,órfãos,refugiados,etc.),asdoenças,onãoacessoàeducação,oanalfabetismo,asrepercussõesdasguerrasedascatástrofesnaturais,etc.

Nofinaldosanos90,LionelH.Groulx,sócio-antropólogoquebequense6identificou,nospaíseseuropeus,noQuebequeenosEstadosUnidos,trêsconfiguraçõesprincipaisdaacçãosocial:

•  O modelo sócio-institucional:desenvolvidoantesdacriseeconómica,postulaquesóoestadotemlegitimidadeparadarumarespostainstitucionaleuniversalàsnecessidadessociais;

•  O modelo neoliberal:aajudaestataldeve-selimitaraosmaisdesfavorecidos.Esteesque-madeixaasleisdomercadoencontrararespostaàsnecessidadessociais;

• O modelo sócio-comunitário:tendeigualmenteparaadesvinculaçãodoEstado,masemproveitodascomunidades,afimdesolidarizarodinamismodascolectividadesedesen-volverredesnaturaisdeajudamútua.

Desde há cerca de vinte anos que a evolução dos contextos sociais e económicos, doscomportamentos, das referências e dos valores obriga os profissionais, os formadores eos investigadores em trabalho social a acentuar as trocas internacionais com o objectivo deestabelecerpistasdereflexãocomunsenovastécnicasdeintervenção.

Hojeemdia,nospaísesdesenvolvidos,“otrabalhosocialnestefimdeséculoconfronta-secomtrêsmudançasprincipais.Emprimeirolugar,adensidadedosproblemassociaisnãoéamesmadehá20ou30anos:apobrezatornou-senaexclusãosocial,eoempregooprincipalvectordaintegraçãosocial.Istosignificaqueotrabalhosocialsevêmaisdirectamenteimplicadocomoquesepassanomundodotrabalho,mundoessedesconhecidoparaotrabalhosocialtradicional,tendoaeconomiaexistidodurantemuitotempocomoum“não-pensamento”dessaprofissão.Em segundo lugar, o Estado social alterou substancialmente a sua trajectória de intervençãode forma que o trabalho social – todas as categorias incluídas – já não se pode identificarapenascomoserviçopúblicoapesardesera fontedassuasprincipais referênciasdesdeosanos60.Comoconsequência,ainterfacecomasorganizaçõescomunitáriasé,doravante,umdado incontornável: compreendemo-las melhor, toleramo-las, mas elas são objectivamenteorganizações“concorrentes”dasdoserviçopúblico.Emterceirolugar,surgiramnovaspráticas–àsquaisotrabalhosocialestáassociadoounão–noseiodasociedadeciviledoespaçopúblicocomumemtornodetrêsreferenciais:odainserção,ododesenvolvimentolocaleodaeconomiasocial.Estesreferenciaisconjugam-seempartecomaterritorializaçãoeadescentralizaçãodeváriaspolíticaspúblicas.Esteéoutrodadodesconhecidodotrabalhosocialtradicionalquesefoiespecializandoesectorizandocadavezmais,comopassardosanos,(saúdemental,protecção

6. «Actionsocialeetluttepopulaire:uneanalysedecas»-Canadianjournalofsociology-1981

Page 11: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

11

da juventude, intervenção juntodasfamílias, intervenção juntodos idosos,etc.)noâmbitodeumEstado-providênciacentralizadoequeexerciaumquasemonopóliodaproduçãodeserviçocolectivos.”7

Estasquestões repercutem-se,emparte,napráticado trabalhosocialnamaioriadospaíseschamados“doSul”,mesmoqueaspolíticaseosdispositivosdeacçãosocialsejamgeralmentesubexplorados,quaseinexistentesemdeterminadoscasos.Quandoexisteumtrabalhosocial,asuagestãoeosseusmeiossãocentralizadosanívelnacional,ostrabalhadoressociaissãopouconumerososetêmumamargemdemanobramuitasvezesrestrita.Noentanto,noâmbitodosObjectivosdeDesenvolvimentodoMilénio(ODM),porexemplo,acomunidadeinternacionalempenha-secadavezmaisemprogramaslocaisdedesenvolvimentonospaísesdoSul,ondeos intervenientesdo trabalhosocialdesempenhamumpapelessencial.Apráticado trabalhosocial,atravésdoseucampodeintervenção(oindivíduo,acomunidadeeoseuambiente)edasuametodologia(autodeterminaçãoeparticipação),faztodoosentidoactualmenteemlocaisdediferentesprogramasdedesenvolvimento.NospaísesdoSul,estaspráticassãooreflexodosdesafiosdotrabalhosocial,taiscomovistosanteriormente,ancorando-senumterritórionovo,muitasvezesbemlongedosconstrangimentosinstitucionaisdospaísesdesenvolvidos,ehoje,talvez,umterrenofértilparaexperiências/inovaçõeserenovação.AFederaçãoInternacionaldasEscolasdoTrabalhoSocialvisaapromoçãododesenvolvimentodaformaçãoemtrabalhosocial,adifusãoeaformalizaçãodestaspráticasnomundointeiro.Noentanto,nota-sequeaindahojeaspráticasdotrabalhosocialestãopoucopresentesnospaísesdoSul,sãopoucoconhecidaspelosagentesdedesenvolvimento,pelosprofissionaisdocamposocialepelosEstados.

/  ZOOM sOBre TrÊs caMPOs de inTeracçãO

• Trabalho Social e Direitos das Pessoas com Deficiência Aentradaemvigor,emMaiode2008,daConvençãosobreosDireitosdasPessoascomDefici-ência8,ouCDPD,marcou,anívelinternacional,oreconhecimentopolíticoejurídicodeumamelhorcompreensãodadeficiência,nasequênciadosdebatesque,nosanosanteriores,tinhamlevadoaumamudançadeatitudeperanteaspessoascomdeficiência.Estassão,doravante,consideradasdeformaplenaeprioritáriacomopessoas,sujeitosdedireitos,capazesdeosreivindicar,detomardeci-sõesparaasuaprópriavida,porumacordolivreeconsciente,eseremmembrosactivosdasocieda-de;jánãosãovistasunicamenteatravésdassuasdeficiências,comoalguém,objectodeassistência.

AConvençãoéuminstrumentodosDireitosHumanosquecomportaumadimensãodedesenvolvi-mentosocialexplícito.ElareafirmaquequalquerpessoaqueapresenteincapacidadespodeusufruirdosDireitosHumanosedasliberdadesfundamentaisdamesmaformaqueoutrapessoa.

Ora,umdosfundamentoshistóricosdotrabalhosocialéodadefesaedoacessoaosdireitosfunda-mentaisparatodos.Épeloacessoàcidadania,pelodesenvolvimento,pelaautonomiaepelasacçõesdepromoçãodepopulaçõesqueotrabalhosocialassumetodaasuadimensão.Comomencionadomaisadiantenoguia,“umadasprincipaismissõesdoacompanhamentosocialpersonalizadoéper-mitirqueaspessoasvulneráveis/comdificuldadestenhamacesso,comocidadãos,aoconjuntodosseusdireitos.”9Trata-sedecaminharparaumasociedadeondecadaumdesfruteplenamentedoseulugar,tornandoosindivíduosactoresdoseuprópriodesenvolvimentopessoal.

Prin

cípi

ose

refe

rênc

ias

6. “Acçãosocialelutapopular:umaanálisedecaso”–Canadianjournalofsociology-1981

7. “OtrabalhosocialnoQuebeque(1960-2000):40anosdetransformaçãodeumaprofissão»,LouisFavreau,NovasPráticasSociais,vol.13,n.º1,2000,p.27-47

8. ConvençãosobreosDireitosdasPessoascomDeficiência:http://www.un.org/disabilities/default.asp?navid=13&pid=150

9. “Oacompanhamentosocialemquestão”,relatóriodosconselheirostécnicosemTrabalhoSocialdaDRASS,Fevereirode2003

Page 12: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

12

Otrabalhodointervenientesocialinscreve-se,porconseguinte,nosdiferentesâmbitosjurídicosexis-tentes:ointervenientequeacompanha,porexemplo,umacriançacujoprojectopersonalizadoestáligadoàinserçãoescolar,basear-se-ánosquadrosexistentesanívellocal,nacionaleinternacional,emmatériadaeducaçãoparatodos.ACDPDrepresentahojeaúnicareferênciajurídicacoercivaes-pecíficaaosdireitosdaspessoascomdeficiência;elanãocrianovosdireitos,masreúnedisposiçõesresultantesdosDireitosHumanosedodireitohumanitário,evisaassegurarqueaspessoasdeficien-tespossamusufruirplenamentedetodososDireitosdoHomem.

Emassociaçãocomestesenquadramentos,o intervenientesocial terácomopapel identificar lo-calmenteosactoresresponsáveispela implementaçãodaspolíticassociaisevercomoéqueospúblicosvulneráveisaderem.Noâmbitodeprojectosdedesenvolvimento,ointervenientesocialnãoterácomomissãodenunciareculpabilizarosactoreslocais,masantesacompanhá-losatéaoreco-nhecimentodessepúblicoeàaplicaçãodassuasobrigaçõesdeserviçosprestadosaessaspessoasexcluidas.

Poroutro lado,oacompanhamentosocialpersonalizadocontribuiparaaautonomizaçãodaspessoasnarealizaçãodoseuprojectodevida,reforçandoassimasuaautodeterminação:

- Noplanoindividual,trata-sedaformacomooindivíduoaumentaassuasaptidõeseoseupoderdedecisãoaodesenvolveraconfiançaemsimesmo,aauto-estima,ainiciativaeocontrolosobreasuaexistência.

- Noplanocolectivo,aautodeterminaçãoéoresultadodaparticipaçãoemacçõespolíticasecolectivaserequeraparticipaçãoactivadaspessoasparaumaredistribuiçãodosrecur-sosfavorávelaogrupo.

“A autodeterminação comporta quatro componentes essenciais: a  participação,  a competência,  a autoestima e a consciência crítica (consciência individual, colectiva,social epolítica).Quandoestesquatrocomponentesestãoem interacção, inicia-seumprocessodeautodeterminação.Esteprocessopróactivoestámaiscentradonospontosfortes,nosdireitosenasaptidõesdos indivíduosedacomunidadedoquenospontosfracosenasnecessidades.”(Anderson,1996).

Esteprocesso,tornadorealidadeatravésdeumarelaçãodeacompanhamentodeproximidade,requeraparticipaçãoactivadaspessoasacompanhadasemtodasasetapasdoacompanha-mento:dodiagnósticodasituação,àelaboraçãoeà implementaçãodoprojectopersonaliza-do,atéàsaídadodispositivo.Paraisso,ointervenientesocialdeverásaberdirigir-seaosmaisvulneráveisedesenvolvermétodosapropriadosaolongodoacompanhamentoparareforçaroimpactonestaspessoasesquecidaspelosserviçossociais.

Page 13: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

13

Baseadonomodelododesenvolvimentohumanouniversal,porconseguinte,aplicávelatodooserhumano,oProcessodeProduçãodaDeficiência(PPD)éummodelosocialdaDeficiência.

Estemodeloleva-nosaperceberadeficiênciacomo:• umestadonãoestáticomassimevolutivo;• umasituaçãoquevariaemfunçãodocontextoedoambiente;• umestadoquepodesermodificadoatravésdareduçãodasdeficiênciase/oudodesen-

volvimentodeaptidõese/oudaadaptaçãodoambiente.

Segundo o PPD, a “situação de impedimento” é o resultado das interacções entre os factorespessoais11eosfactoresambientais12comvistaaumhábitodevida.A“situaçãodeimpedimento”é,assim,entendidacomoumalimitaçãonarealizaçãodessehábitodevida.Pelocontrário,oPPDfala da plena participação social quando o conjunto dos hábitos pode ser realizado. Uma plenaparticipaçãosocialcorrespondeaumaplenarealizaçãodoshábitosdevida.Cadaumdestesfactoreséanalisadoemfunçãodeumaescalademediçãoquevaidaintegridadeàdeficiência,dacapacidadeàincapacidade,defactoresfacilitadoresaosobstáculosefinalmentedaparticipaçãosocialàsituaçãodeimpedimento.

NocontextodoPPD,alistadoshábitosdevidapodeserutilizadacomoumaferramentademediçãodaparticipaçãosocial.Umhábitodevidaéumaactividadequotidiana(ouum“papelsocial”)valorizadapelapessoaoupeloseucontextosociocultural,easseguraasobrevivênciaeodesenvolvimentodoindivíduoaolongodasuavidanasuacomunidade.

Prin

cípi

ose

refe

rênc

ias

factores de risco

factores pessoaisfactores ambientais

causa

sistemasorgânicos aptidões

Hábitos de vidaParticipaçãosocialsituaçãodeimpedimento

interacção

• Trabalho Social e Processo de Produção da Deficiência10

10. “OProcessodeProduçãodaDeficiência,modeloindividual,socialesistémicododeficiente”,PatrickFougeyrollas,Outubrode2006

11. Cf.caixadeferramentas,listadefactorespessoaisnoâmbitodasferramentasparaestabelecerodiagnósticosocial

12. Cf.caixadeferramentas,listadefactoresambientaisnoâmbitodasferramentasparaestabelecerodiagnósticosocial

©R

IPP

H/S

CC

IDIH

199

8

Integridadedeficiência CapacitadeIncapacitade FacilitadorObstáculo

Page 14: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

14

Damesmaforma,asferramentasdotrabalhosocial,nassuasdefiniçõesteóricasenassuasaplicaçõespráticas,analisamarelaçãoentreoindivíduo,oseumeioeoseugraudeparticipaçãoedeimplicaçãonessemeio.Elasajudamigualmenteadeterminaroqueédaresponsabilidadeindividualeoqueédaresponsabilidadesocial.

Nestecontexto,enomeadamentenoâmbitodeumacompanhamentosocialpersonalizado,alistadoshábitosdevidapodeservirdereferênciaparaaelaboraçãodeumprojectodevidapersonalizado,queincluiaavaliaçãodasolicitaçãodapessoa,adefiniçãodassuasnecessidadeseosobjectivosaatingir.

Pode-seconstruirumprojectopersonalizado,porexemplo,emfunçãododesejodemelhoriadoshábitosdevidaemcursoouatravésdeumtrabalhoemtornodehábitosdevidaqueaindanãoforamrealizados.

• Trabalho Social e Readaptação à Base Comunitária (RBC)

rBc e deficiênciaDefinição da OMS, da OIT e da Unesco em 1994«ARBC(ReadaptaçãoàBaseComunitária)éumaestratégiaquese inscrevenoâmbitododesenvolvimentocomunitárioparaa readaptação,a igualdadedeoportunidadeseaintegraçãosocialdetodasaspessoascomdeficiência.Asuaimplementaçãoapelaaosesforçosconjugadosdasprópriaspessoascomdeficiência,dassuasfamíliasedassuascomunidades,dosserviçossociais,desaúde,deeducaçãoedeformação.“

OsobjectivosdaRBCsão:

1- Assegurarqueaspessoascomdeficiênciaevulnerabilidadepossammaximizarassuasaptidõesfísicasementais,acederaosserviçoseàsoportunidadesoferecidosatodaapopulaçãoetornar-secontribuintesactivosnavidadacomunidadeedasociedadenoseutodo.

2- DinamizarascomunidadesparaqueestaspromovameprotejamosDireitosHumanosdaspessoascomdeficiênciaatravésdereformasqueconsistem,porexemplo,emeliminarosobstáculosàparticipaçãosocial.

Enquantoelementodeumapolíticasocial,aRBCprivilegiaodireitodaspessoascomdeficiênciaavivernoseiodasuacomunidade,ausufruirdobem-estaredeumaboasaúde,enfim,apartici-parplenamentenasactividadeseducativas,sociais,culturais,religiosas,económicasepolíticas.ARBCexigedosgovernosquedeleguemasresponsabilidadeseosrecursosnecessáriosàscomunidadesparaqueestasasseguremabasedareadaptação.

OtrabalhosocialpodeserfeitonumaabordagemRBCsobdiferentesformas.Emprimeirolugar,numcontextoemqueosrecursosexistemmasnãoestãoacessíveis,épossívelcriarserviçosondeaspessoasquetêmnecessidadesdefinidaspossamireobterainformaçãopretendida.Estaactividadeque podemos chamar de “informação/orientação” implica que o interveniente social pratique aescutaactivaeumrecenseamentoconstantedosserviçosdisponíveiseadaptadosnumdeterminadoterritório.Deseguida,quandoaspopulaçõesestãoisoladasecomdificuldadesquantoàidentificação

Page 15: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

15

dassuasnecessidades,umserviçodeinformação/orientaçãopoderárevelar-seinsuficienteedevesercompletadocomumdispositivodeacompanhamentosocialpersonalizado.Porfim,nocasoemqueosserviçossãoinexistentesoumuitopoucodesenvolvidos,ointervenientesocialteráquetercompetênciasdebaseemreadaptaçãofísica,inserçãoprofissional,educaçãoououtra,afimdedarumarespostamínimaparaaimplementaçãodeprojectospersonalizados.

Ointervenientesocial,quepodemosqualificarcomosendoumagenteRBC,encontra,nestecontextodepráticascomunitárias,asuafunçãode“criadordelaços”ede“mediador”entreaspopulações,osactoresquecompõemosistemarelacional(família,amigos,patrões,representantesdeinstituições,parceirosassociativos,outrosprofissionais,etc.)eosserviçosdisponibilizados.Aspráticasdotrabalhosocialligamdoisespaçosdevida:aesferapessoaleaesferacolectiva.Estasesferasvisamconciliarascaracterísticas individuaiseascaracterísticascolectivase/oucomunitáriasdeum territórionointeriordoqualaspopulaçõesemsituaçãodedeficiênciaevoluem.

Prin

cípi

ose

refe

rênc

ias

Page 16: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

16

Dopontodevistaetimológico,otermo«acompanhamento”éumaextensãodapalavra“companheiro”.Nasuaorigem,“companheiro”vemdolatimcompanioquesignifica“aquelecomquempartilhamosopão”,que,maistarde,daráorigemàpalavra“companha”,apartirdaqualseformará,emportuguêsmoderno,apalavra“companheiro”.

Hojeemdia,éumapalavraqueestánamoda,umapalavra“chavemestra”,umapalavrapolissémicaque pode assumir várias formas: acompanhamento escolar, acompanhamento pedagógico,acompanhamentodefimdevida,acompanhamentonasaúdeecuidados,acompanhamentosocial,etc.

Oacompanhamentosocialéconsideradocomosendodiferentedasformasantigasdeseguimento,umavezquenãosecentraapenasnapessoa,masinclui o trabalho de articulação com a oferta, a procura de respostas bem como a sua adaptação à situação de cada utente, e posteriormente a preparação de uma disponibilidade para os receber.

Oacompanhamentosocialpersonalizadoresultadaevoluçãodecorrentessociaisedautilizaçãodenovasmetodologiasdeintervençãoemtrabalhosocialimplementadasnofinaldosanos80.OrigináriodosEstadosUnidoseresultadodeumareflexãosobrepráticaspsicoterapêuticasesistémicas,favoreceumaabordagemglobaldapessoaenaltecendoummodelopersonalizado.

Contrariamente às práticas tradicionais em trabalho social, baseadas no esquema de umprofissionalencarreguedeumamissãoedeumutentealvo,a iniciativadeacompanhamentosocial personalizado baseia-se na ética de um compromisso recíproco entre as pessoas (noçãodeumpercursocomum).

Porquê “personalizado”?Anoçãodeindivíduo(etimologicamente,“aquiloquenãopodeserdividido”)exprimeumaideiadeunidade,enquantoade“pessoa”(dolatimpersona,“máscara”eporextensão,“carácter”,“papel”)dácontadeumasingularidade,deumafigura.Comoconsequência,apersonalizaçãonãoexprimedetodoamesmaideiaqueaindividualização,ouseja,aacçãodereduziraumaunidadeindivisível;elaconsisteemidentificar-secomumapessoa,emamparar-sedasuasingularidade.Assim,“personalizar”nãoquerdizerapenasindividualizar,mastambémestabelecerasmissõeseaspossibilidadesderespostadeumserviçooudeumdispositivoparacadaindivíduoeemfunçãodassuasprópriaspotencialidades.

Parte 12. acompanhamento social    personalizado: generalidades

Page 17: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

17

/  definiçãO e OBjecTivOs dO acOMPanHaMenTO sOciaL PersOnaLiZadO

O acompanhamento social:Oconceitodeacompanhamentosocialcomportatrêsdimensões:

- Uma dimensão relacional (estarcom):éaqualidadedarelação(conhecimentoerespeitomútuo)quedeterminará,emgrandeparte,oêxitodeumaacção.

- Uma dimensão de mudança e de deslocação para uma situação nova (e melhor). Oacompanhanteestá:

.Àfrente,paraimpulsionar,masnãodemasiadopois,muitasvezes,aspessoas“correm”atrásdosintervenientessociais;

.Aolado,parapartilhar,co-construirenegociar;

.Atrás,paradeixarapessoaseguiroseucaminhomas tambémapoiare«levantar”ouempurrar”emcasodefiascoefadiga.

- Uma dimensão temporária: oacompanhamento social tem umprincípio e um fim que devem serdeterminados de acordo com apessoa. Deve respeitar o âmbitode intervenção (duração doprograma), mas também o ritmofixadopelapessoa.Osobjectivosaalcançarearespectivaplanificaçãoajudarão a organizar o tempo. Umacompanhamento nunca deverádurardemasiadotempo,eleé,pois,osinalda interdependênciaentreointervenienteeapessoaajudada.

segundo o conselho superior de Trabalho social:

“Oacompanhamentosocialpersonalizadopodeserdefinidocomoumainiciativavoluntáriae interactivaqueutilizamétodosparticipativoscomapessoaquepedeouaceitaajuda,comoobjectivodemelhorarasuasituação,assuasrelaçõescomomeio, transformá-losaté. (...)Oacompanhamentosocialdeumapessoabaseia-senorespeitoenovalorintrínsecodecadaindivíduo,enquantoactoresujeitodedireitosedeveres.”

©J

-P.P

orch

erp

our

Han

dic

apIn

tern

atio

nal

Prin

cípi

ose

refe

rênc

ias

Pratos individualizados Pratos personalizados

Exemplo=umarefeiçãoindividualizadaéumarefeiçãoondecadaporçãocorrespondeaumindivíduo,enquantoumarefeiçãopersonalizadaestáadaptadaespecificamenteaosdesejosdecadapessoaservida.

Page 18: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

18

Trata-sedeummétododeintervençãoqueimplicaatriangulaçãodetrêsfactorespresentes:- umbeneficiário(outente);- umdispositivodeacçãonumdeterminadoambiente(umprojecto,umserviço);- uminterveniente(trabalhadorsocialoureferentesocial).

Oobjectivodoacompanhamentosocialpersonalizado,pelaanáliseglobaldopercursodevidadeumindivíduo,éencorajarasuaautonomização,permitindo-lheexprimir e organizar da mel-hor forma o estudo e a realização de um projecto (personalizado).

Os intervenientes no terreno exprimem-se…•Associação parceira de Inter Aide sobre um projecto de acompanhamento em Bombaim (Índia) “Oobjectivodoacompanhamentosocialdepessoasédar-lhesconfiançanelasprópriaspara

quesepossamtornarautónomas.Oníveldeautonomiamede-sepelacapacidadedapessoaemresolverosseusproblemas,asuacapacidadeparafazerprojectoseasuacapacidadeparaajudarosoutros.”

•Federação Argelina dos Deficientes Motores (FADM), ArgéliaOacompanhante:-É um facilitador,umpassador:Elevaiapoiarapessoaparaqueela,sozinha,encontreasso-

luçõesmaispertinenteseconformesaoseucontexto.- “Caminha com”:eleestáaoladodaspessoas,nãofaznemdecidenadanolugardelas.Ci-

tamosoexemplodaraparigaquenãoquisamáquinadecosturaqueoagentesociallhelevou,poisdesenvolverumaactividadedecosturairiafazercomqueelasefechasseemcasa,nasuaaldeia,enquantooqueelaqueriaeraumaactividadequelhepermitissesairdaquelaexclusão.

-Ouve e acolhe as emoções eossentimentosdaspessoas.Porexemplo,quandoumapessoapassouporinúmerosfracassos,ser-lhe-ádifícilvoltaraentrarnumadinâmicadeprojectosenãoconseguirsercompreendidanoseumedodofuturo,nasuafaltadeconfiançaemsimes-ma,porvezes,nasuacólerapornãoseraceite.Passarpelaexpressãodasemoçõespermiteposteriormenteabrirumimagináriosobreoqueseriapossível.

-Assegura-se de que as necessidades elementares são colmatadas.Nãonospodemosprojectarnofuturoseomínimovital(comer,terumacasa,nãoarriscaravidaemdeslocações)nãoforrespeitado.

-Refere-se a outros profissionais:Oagentedeinserçãonãotrabalhasozinho,fazpartedeumaequipaetrabalhaemcomplementaridadecomoutraspessoas,aindaquecontinueaseroreferentedapessoaqueoacompanha.

-Tem em consideração o ambiente da pessoa.Afamíliatantopodeserumamais-valiacomoumobstáculoparaamudança.Assim,éprecisoassociarafamíliaaoprojecto,permitindo-lheverointeressedomesmo.Aprópriapessoapodesersolicitadaparaajudarasuafamíliaamudar:“Achasqueatuafamíliapoderáaceitarquefaçasestaformação?Natuafamília,queméquepoderáseroteualiadoparaconvenceroteupai(ouatuamãe)quepareceopor-seaisso?”Ésemprepreferívelquesejaaprópriapessoaoactordasmudançasnoseuambientedoqueoagentedeinserção.Porumlado,porqueestainiciativareforçaosentimentodecon-fiançaqueapessoatemdesimesmae,poroutrolado,porqueelaémelhoraceitepelafamília,quenemsempreapreciaas“intervençõesexteriores”nasuaorganização.

-“Junta o puzzle”:Muitofrequentemente,oagentedeinserçãovaiacompanharapessoaparaqueelapossavoltaradarumsentidoàsuavida,“reunificando-a”atravésdeumprojecto,enãoemprojectosimpetuososeirrealistas.

-Dá “cor”:Oagentedeinserção,pelasuavisãodapessoa“emdesenvolvimento”,nãoareduzàsuadeficiênciaouaosseusproblemas.Elevênapessoaaquiloemqueelasepoderátornar(comassuaspossibilidadeseosseuspotenciais)enãosecingeapenasàssuasdificuldades.

Page 19: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

19

O acompanhamento personalizado permite à pessoa: • Aprofundarosseuscamposdeinteresse;• Definirassuasnecessidades;• Desenvolveroumantercapacidades,atitudesoucomportamentosquepoderãoserúteis;• Encontrarosmeiosparavencerosobstáculosdopercursopessoal,socialeprofissional.

Sendocadaindivíduoúnico,eleevocaaadaptaçãodeumametodologiaparticular.

Os intervenientes no terreno exprimem-se…•Emmanuelle Six, assistente social, Responsável de Programa na Inter Aide “Oacompanhamentosocialconsisteemorientaraspessoasquesofremdeumafaltade

recursosquotidianos(materiais,psicológicos,relacionais,culturais…)paralevaracaboumprojecto(quesejaodelas),adaptadoàssuascapacidadeseaoseumeio,tendoemcontaasnormaseavidasocial (reconhecidapelaopiniãopúblicaepelasautoridadeslegais).“

/  vanTagens dO acOMPanHaMenTO sOciaL PersOnaLiZadO

Oserviçodeacompanhamentosocialpersonalizado,ferramentapertinenteparaainserçãosocial,autonomizaçãoeautodeterminação,apresentanumerosasvantagenspois interligaasforçaseosactorespresentesnumlocalenumtempodefinidos.Temumimpacto/efeitoindiscutívelnomeio.

as suas finalidades

• Participarnumamelhorinserçãosocialdoutente/participante/beneficiário,atravésdeumaabordagemglobalepersonalizadadasuasituação;

• Desenvolveraparticipaçãodaspessoasnasuaprópriamudançaatravésdeumamelhorgestãodainteracçãocomoambiente,encorajandoaautonomizaçãoeaautodetermina-ção;

• Ajudaraumamelhorconstruçãodaimagemdesimesmo,reforçandoaautoconfiançaeaconsciênciadassuascapacidades.

a sua acção sobre o meio

• Análisedastransversalidadesecomplementaridadesdosbenseserviçosquetrabalhamparaainserçãosocialdeumpúblico;

• Participaçãonoestabelecimentodacoerênciadeprojectosedispositivosterritoriais;• Interacçãodossistemasempresença(médicos,sociais,profissionais,económicos,delazer…);• Incitaçãoaotrabalhodegrupoederede,reforçodapluridisciplinaridade.

Os seus métodos e as suas ferramentas

• Escuta,empatiaevalorização;• Abordagempositiva:“aquiloquepodeserfeito”enão“aquiloquenãopode/jánãopode

serfeito”,quesebaseianasforçaspresentes;• Adaptaçãoàsespecificidadesdosterrenoseaosdiferentescontextos;• Modelosdepráticasdeintervençãobaseadanascaracterísticasculturais,religiosas,his-

tóricas;• Princípioderealidade,tendoemcontaaspossibilidadesdapessoaedosrecursosdomeio.

Prin

cípi

ose

refe

rênc

ias

Page 20: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

20

a sua função de observatório

• Identificação,apreciaçãoesíntesedostiposdenecessidadesedesolicitaçõesnumterri-tório(conhecimentoeanálisedosactoresterritoriais,dopúblico-alvoedassuassolicita-ções,etc.)

Os seus efeitos conexos

• Interrogadirectamenteolugardomeiofamiliar,relacionalesocialnodesenvolvimentodapessoa;

• Tendeamodificaravisãoqueosprofissionais,osparticipanteseacomunidadetêmdasdiferenças.

/  a aBOrdageM sisTÉMica

Apessoaevoluiemdiversasdimensões,simultaneamentefísica,psicológica,socialeespiritual.Estasdimensõescoincidemcomosdiferentesaspectosdasuaexistência(oseucorpo,asuaformadepensar,osseusvaloreseassuascrenças),asuarelaçãocomosoutroseomundo(relaçãocomasuafamília,comomeio,etc.)easuamotivaçãoexistencial (lugarepapelqueelase atribui neste mundo). Estabelecer relações ecomunicarcomosoutros,estarnumaabordagemdeacompanhamento,implicaaconsideraçãoglo-baldapessoa,afimdeaconhecerecompreen-dermelhor.

Ocontextonoqualumapessoaevoluiumapessoatem em conta os valores da sociedade em queviveedogrupoaoqualpertence.Assim,écrucialter em consideração o contexto e distinguir asnormas sociais colectivas, nacionais ou internacionais (saúde, educação, Direitos Humanos) dasrepresentações subjectivas de cada um. A tomada em consideração dos valores locais e da descodificação de sistemas de valores própriosdeumterritóriosão,porconseguinte,importantesegarantemosresultadosdeumaabordagemdeacompanhamentocoerenteeeficaz.

Emtrabalhosocial,nomeadamentenoâmbitodosdispositivosdeacompanhamentosocialper-sonalizado,certosintervenientesbaseiamassuasacçõesnaabordagemsistémica.Estaabor-dagem,resultantedereflexõesempsicossociologiaeemcomunicação,nasceunosanos40,nosEstadosUnidos.Consideraquecadaserhumanocoexisteno interiordeváriossistemasequeessessistemasseinfluenciamunsaosoutros.Numdeterminadocontexto,umindivíduoestásempreeminter-relaçãocomoambienteecomosoutrosmembrosdogrupoaoqualelepertence.Ocomportamentodecadaumdosmembrosdeumgrupoestárelacionadocomoscomportamentosdetodososoutrosedependedelesdirectamente.

Alémdisso,aabordagemsistémicaconsideraqueoquecriaproblemasnumasituaçãonãoéosintomadeummal-estaroudeumadisfunção,massimocontextonoqualseinscreve.

No âmbito do acompanhamento social, a abordagem sistémica permite organizar da melhorformapossívelumprojectopersonalizado,encontrarumequilíbrioenãoesquecernenhumdosmembrosquecompõemcadaumdossistemasnadefiniçãodeumplanodeacção.Poroutrolado,estaabordagempermite identificar e compreender o lugar e a função de cada um a nível individual, e por extensão, a nível colectivo e comunitário.

©C

.Bill

et/

Ham

saP

ress

pou

rH

and

icap

Inte

rnat

iona

l

Page 21: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

21

La personnePersonnalité

CultureHistoireIdentitéValeursGoûts

Sa place dans la société

Avecsesdifférentslieuxdevie

Son écoleEtseslieuxde

formation

Son travailEtsonentreprise

Ses lieux d’appartenanceSocioculturelleet

religieuse

Son logementEtsonquartier

Ses associationsSportives,

humanitairesouautres

Aabordagemsistémicadestacaigualmenteumcertonúmerodeelementoscomunsacadaumdossistemaspresenteseapartirdosquaissepodeconstruirodiagnósticodasituaçãoglobaldeumindivíduo,ou,porexemplo,odeumafamília,deumacomunidade,deumaempresa.

O objectivo:Porqueéquetalgrupooutalcomunidadeexistem?Oqueéqueelesper-mitem? (sentimentodepertença,processode identificaçãAsalianças:Quem formaasalianças,comquefins(poder,coligação…)?Comoéqueelassãomodificadas?

O espaço:Qualéoespaçofísicoerelacional?Quemestápróximodequem?Quemestálonge?Quemestáisolado?

as forças gravitacionais:Quaissãoaspessoasnasquaissepodeapoiar?Aquemre-correremcasodenecessidade?Quaissãoascaracterísticasdessaspessoas?

Os limites e as fronteiras:Cadapessoatemumaprópriafronteiraquelhepermiteserautónomaaomesmotempoquepartilhaespaçoscolectivos.Omesmosepassacomasfronteirasentregerações.

as funções:Quemcontribuiparaasnecessidadesdogrupo?Quemgereasfinanças?Quemimpõelimites?Quemautoriza?Quemproíbe?Quemsofre?Quemévalorizado?Queméolíder/herói?Queméobodeexpiatório?

as posições:Cadapessoatemumaposiçãoquelhepermiteserreconhecidapelosou-tros,terumaauto-estimaepoderevoluir.(Qualéaposiçãodascrianças?Qualéaposi-çãodosadultos?Quaissãoasfronteiraseosmodosdecomunicaçãoentreeles?)

as regras:Quaissãoasregrascomuns?Asregrasimplícitas?Quemgovernaasacçõeseasreacçõesemrelaçãoàsregrasestabelecidas?

Os valores:Quaissãoas representaçõesmentaiseemocionais?Osvaloresculturais,religiosos?Oqueéqueestábem?Oqueéqueestámal?

as crenças:Quaissãoascrençasfamiliares,comunitárias?Qualéavisãocomumsobredeterminadoassuntodesociedade,sobretalmitooutalrealidade?

Prin

cípi

ose

refe

rênc

ias

Page 22: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

22

Algumas referências A abordagem sistémica convida-nos a analisar uma situação na sua globalidade e a nosinteressarmospelaspossibilidadesdaspessoasmaisdoquepelassuascarências.Apessoanãopodeserreduzidaaosseusproblemasouàsuadeficiência.Paratanto,osprincípiossãoosseguintes:

- Qualquer sistema (pessoa, família, grupo, comunidade, etc.) traz consigo as soluções para os problemas que ele coloca.

Emmomentosdecriseoudemudançanecessária,seosistemanãoencontrarsoluções,ossinaisdesofrimentodeumouváriosdosseusmembrosirãoatrairaatençãodo«ajudante”.Assim,numasituaçãoqueapresenteumproblema,assoluçõesdeverãosersempre,prioritariamente,procuradasnocontexto.Assoluçõesquevêmdoexterior,nãoadaptadasaocontexto,raramentesãoduradourase significativas para as famílias/comunidades, levando frequentemente a dificuldades e a umadestabilizaçãodosistemaimplementado.

- Qualquer sistema (pessoa, família, grupo, comunidade, etc.), mesmo em situação de grande vulnerabilidade, possui capacidades e recursos que podem ser mobilizados.

Piaget,umpedagogo,diziaque,decadavezqueumapessoadáasoluçãoaumacriançaouaqualqueroutroindivíduo,ousefazascoisasporela/ele,estáaprivá-ladepassarpelaexperiênciade, ela própria, procurar e encontrar a forma de o fazer. É essa experiência que constrói a suaautoconfiançaeauto-estima.Porém,convémrelembrarquenoâmbitodotrabalhosocial(urgênciaedesenvolvimento),podeacontecerquecertaspessoasestejamtãocarenciadasqueéprecisodar-lhesosmeiosparasatisfazerassuasnecessidadesbásicas.É,porconseguinte,umaetapanecessáriaeindispensávelantesdamobilizaçãodecapacidades.

- Qualquer sistema tem a sua própria evolução. As mesmas situações não produzem forçosamente os mesmos efeitos e existem vários caminhos para chegar à mudan-ça.

Istosignificaduascoisas:a)Nãovamosficaràesperapara“atacar”.Porexemplo,umacriançaaquemospaisbatemnãosetornaráforçosamentenumpaiviolento,noentanto,seestivermosconvencidosdetal,arriscamo-nosacolocarempráticaocontexto(receio,controlo)quefavoreceráessaatitude.b)Nãoexisteapenasumaformadechegaraumamudança,hásempreváriassoluçõespossíveis.Assim,noacompanhamentodeumapessoa,nãohásoluçãoidealaencontrareaplicar.

- Um sistema humano é um sistema vivo, com ciclos de vida.Certosperíodosestãomarcadospelaconstrução(docasalconjugal,parental,porexemplo),outrosestãoemevolução.Parasetransformar,qualquersistemapassaportemposdecrise(otempodamudança)quecorrespondemàpassagemdeumestadoparaooutro.Porexemplo,umcasaljovematravessaummomentodedesequilíbrioparareceberoprimeirofilhoeencontrarasuacondiçãodepais.Omesmoacontececomosfilhos,nomomentodapartidadospais,damorte,dadoençaoudodesenvolvimentodeumadeficiêncianumdosmembrosdafamília.

- Os sistemas são influenciados pelos sistemas circundantes que eles influenciam por sua vez (ecossistema)

Assim,umafamíliaestáeminteracçãocomossistemasescolares,profissionaisedeamizades,mastambémcomossistemaspolíticos,ossistemasdevaloresculturaisereligiosos,etc.Quantomaisabertoestáosistema,maisimportantessãoasinteracções.Numsistematotalitário,asinteracçõessãopobreseasinfluênciassãounilaterais.Numsistemamaisdemocrático,asfamíliascompoucainteracção(poucasolidariedade,poucaaberturaparaoexterior)têmfrequentementedificuldadeemsetransformareascrisesqueatravessampodemserprolongadasedestrutivas.

Page 23: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

23

Namaiorpartedotempo,ossistemasencontramacapacidadeparasetransformar.Quandoas“influências”externassãomuitofortesoumuitoviolentas(cataclismos,guerra,etc.),énecessáriaumaajudaexterior,masestatambéméútilquandoosistemanãoconseguepassardeumestadoparaooutro.Porexemplo,certasfamíliasnãoaceitamqueoseufilhoemsituaçãodedeficiênciasaiadecasapoisoconjuntodafamíliaconstruiu-seemtornodadeficiência.Cadaumencontrouumafunçãoeumpapelnessasituação,eninguémdesejaperder issoantesdeseimaginaraviverdeoutraforma.

• A abordagem ecossistémicaa iniciativa: “É preciso uma aldeia inteira para criar uma criança”

Ainiciativaadoptadaresidenainteracçãodoindivíduocomoconjuntodosseusambientes13,osquaissãoindependenteseinfluenciamoseucomportamento,oseudesenvolvimentoeasuaqualidadedevida.Assim,determinadosambientesactuamdirectamentenacriança(família,escola,locaisdeacolhimento),outrosmaisindirectamente,taiscomoasleiseoshábitosculturaisdopaísoudaregiãoondeelavive.

Sãodefinidoscinconíveissistémicos:• O autossistema:característicasdoindivíduo:idade,sexo,capacidades,deficiência.• O microssistema:ambientespróximos:afamília,olocaldetrabalho,ocentrodeacolhimento,

etc.• O exossistema: ambientes onde a pessoa não está directamente implicada mas que

influenciam o seu ambiente directo: local de trabalho dos pais, infra-estruturas de umacomunidade,dispositivosdeapoioedeacompanhamentodefamílias.

• O macrossistema:conjuntodevalores,decrenças,deideologias,bemcomodeorientaçõespolíticaspresentesnumasociedade.

• O mesossistema:constituídopelasinteracçõesentreosdiferentessistemas.Asinteracçõesentreossistemasouoselementossãoespaçosrelacionaisquenosdãoinformaçõesquenospermitemavaliarosrecursosdeumsistemaeanteciparasacçõesarealizar.Reforçaresteslaçosatravésdeumamelhorcoordenaçãopode,porexemplo, favorecerascondiçõesdeinserçãodaspessoas.

13.Definimosoambientecomoumconjuntodeestruturas,deorganizaçõessociaisehumanas,deregulamentosedispositivosouderegrasqueseencaixamunsnosoutrosequeseinfluenciamreciprocamente.

©J

.Cla

rkp

our

Han

dic

apIn

tern

atio

nal

Prin

cípi

ose

refe

rênc

ias

Page 24: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

24

inserçãO sOciaL

autossistemaIdadeSexoCapacidadesDeficiência

MicrossistemaFamíliaEscolaCentrodeformaçãoCentrosdeacolhimentoPares

MacrossistemaValoresculturaisCenças,tradiçõesOrientaçõespolíticasLegislaçõesnacionaleinternacional

MesOssisTeMa

MesOssisTeMa

Perspectiva ecossistémica

MesOssisTeMa MesOssisTeMa

exossistemaONG/redesMinistériosDIVASEntidadesdefinanciamentoSistemasdeAlertaPrecoce

Page 25: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

25

Noiníciodestasecção,pretendemoscomeçarporprecisaraescolhadaterminologiautilizadanestedocumento.Osignificadodapalavra”deficiência”evoluiuaolongodosanose,actualmente,utiliza-sediversasterminologias:“pessoacomdeficiência”,“pessoadeficiente”,“pessoacomincapacidades”,etc.Estas terminologiaspodemestar ligadasamodelosouabordagensdadeficiência,massãotambém bastante influenciadas pelo contexto sociocultural onde uma pessoa se encontra, bemcomoafactoreslinguísticos.Escolhemosutilizarumaterminologianestedocumento:“pessoacomdeficiência”,parasublinharoaspectosituacionalenãoimutáveldadeficiência,epararespeitaraterminologiadaconvençãointernacionaldosdireitosdaspessoascomdeficiência.

Os profissionais da acção social exprimem-se…•Jean-René Loubat, psicossociólogo francês “Oacompanhamentopersonalizado,métododeorigemanglo-saxónica,éperfeitamente

aplicávelàspessoascomdeficiênciaporserdoâmbitodaacçãomédico-socialousani-tária.Trata-se,aomesmotempo,deaconselhar,estimular,encorajar,visarumareabilita-çãomoraldapessoa,bemcomodefornecerajudaspráticasàgestãodeumasituaçãoglobal.“

•Erik Jaubertie�, director de um instituto médico-profissional “Oacompanhamentosocialvisaainserçãoeaintegraçãodepessoascomdeficiência.A

organizaçãodoseuprojectodevidavalorizaavisãoquetêmdasociedade(doseufun-cionamento,dassuasregrasedosseusvalores)eoslimitesqueseimpõemapartirdasuaeducaçãoedasuahistória.”

Éessencialsublinharqueoacompanhamentosocialpersonalizadodepessoascomdeficiêncianãodiferenosseusconceitoseprincípiosdoacompanhamentosocialpersonalizadodeoutropúblicovulnerável.Porém,distingue-sepelanecessáriatomadaemconsideraçãodoimpactodadeficiêncianavidadapessoa,peloconhecimentodasrepresentaçõessociais(amaiorpartedasvezesdiscriminatórias)e,sobretudo,pelaspossíveisadaptaçõesdosmétodoseferramentasdoacompanhamentosocialaosdiferentestiposdedeficiênciasedecapacidades.

Decidimosnãoentrar nopormenordasdeficiênciasedas suasparticularidadesdeacompa-

Parte 13. O acompanhamento social   personalizado de pessoas com deficiência

Prin

cípi

ose

refe

rênc

ias

Page 26: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

26

nhamento.A trocade ideias entreointervenientesocialeaspessoasdocorpomédicoe/ouparamédicoé fortementeencorajadae favoreceumamelhorcompreensãodos impactosdasdeficiênciasnoquotidianodeumapessoaefacilitaráaelaboraçãodoprojectopersonalizado.Oacompanhamentosocialdeumapessoacomdeficiênciapodemobilizarinúmerosintervenientesdiferentes (médicos,paramédicos,sociais, familiares…).Então,émuito importanteque,nesteenquadramento,ointervenientesocialdesempenheoseupapeldecoordenadoredemediadorparasecertificardequetodaagenteparticipaplenamenteeemconjuntoparaamelhoriadascondiçõesdevidadapessoaacompanhada,equeclarifiqueassuasprópriasmissõesecompe-tênciasafimdenão“invadir”asdosoutrosecomprometerapertinênciadasuaacção.

Sejaqualforadeficiência,éimportantesublinharqueapessoaquevivecomumadeficiênciatevedeconstruiroureconstruiraimagemquetemdesiprópria,fazendo“olutopeloseucorposão”.Estetrabalhode“luto”émorosoepodefragilizarmuitoapessoa,emparticularnasuarelaçãocomo“outro”noqualjánãoseconseguereconhecer.Ointervenientesocialqueacom-panhapessoasquesofremdeumadeficiênciadeverá,pois,estarextremamenteatentoàhistóriapessoaldapessoaedarotempoeoespaçonecessáriosaesse«luto»,seesteaindanãotiverocorrido.

©C

.Gie

sch

Sha

kya

/H

and

icap

Inte

rnat

iona

l

Page 27: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

27

Sementraremdetalhessobreos tiposdedeficiências,é importante realçaraparticularidadedadeficiênciaintelectual.Comefeito,oacompanhamentosocialdeumapessoacomumadeficiênciaintelectual implica,namaiorpartedasvezes,apresençadeuma terceirapessoa:o responsável(legaloufamiliar)dapessoacomdeficiênciaintelectual.Ointervenientesocialdevepreocupar-seemmanterumarelaçãoprivilegiadacomaprópriapessoa,quedevepermanecerlíderdoseuprojectopersonalizado,apoiando-senapessoaresponsávelparaoêxitodesseprojecto.Tambéméimportantequeointervenientesocialpossafazeradiferençaentreoqueédesejodapessoaacompanhadaeoqueédesejodapessoaresponsável,oquenemsempreéevidente.AsdiferentesexperiênciasqueaHandicap International tevenoacompanhamentosocialdepessoascomdeficiência intelectualdemonstramque,muitasvezes,oacompanhamentosocial alterabastanteas relações familiaresexistentes,equeosprojectospersonalizadosnegociadostêmtendênciaaassemelhar-seaprojectospersonalizados negociados para as famílias mais do que para a própria pessoa com deficiênciaintelectual, oque, forçosamente, nãodeve ser rejeitado,maso interveniente social devemantersempreemmentequeoseu“beneficiáriodirecto”éecontinuaaseraprópriapessoaacompanhada.

Prin

cípi

ose

refe

rênc

ias

conselhos práticos: • Recomenda-se que o interveniente social domine o conceito do PPD, bem como as ferramentas, a MAHVIE e a MQE, ferramentasdeanálisedoníveldeautonomiadapessoacomdeficiênciaedos impactosdefactoresambientaissobreasuasituaçãodeimpedimento.

•Ointervenientesocialdeveestabelecerrelaçõesregularescomosprofissionaismédicoseparamédicosqueseguemareeducaçãoeareadaptaçãodapessoaacompanhada.Aconstru-çãodoprojectopersonalizadodeumapessoacomdeficiênciadeveráteremcontaoconjuntodospareceresmédicoseparamédicosnecessáriosparaorealismoeaviabilidadedoprojectopersonalizado.Esteprojectopersonalizadopermitefixarobjectivoseconstituiumafontedemotivaçãoparaamelhoriadascapacidadesdapessoaaquandodasuaeventualreeducação.Senãohouvernenhumprofissionaldareadaptaçãonazonadeintervenção,oreferentesocialdeveráestaraindamaisatentoparaconstruirumprojectopersonalizadorealista,valorizandoeapoiando-senascapacidadespresentesdapessoacomdeficiência.

Page 28: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

28

Page 29: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

29

Guia PráticoParte 2

29

/ 1. Guia prático do interveniente social - - - - - - - - PAGE 30

Implementação do acompanhamento social personalizado - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 30

Esquema e etapas pormenorizadas do acompanhamento social personalizado - - - - - - - - - - - - PAGE 31

Papel e postura do referente social na abordagem de acompanhamento - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 44

/ 2. Guia prático do chefe de projecto - - - - - - - - - - PAGE 47

Os preliminares do desenvolvimento de um serviço de acompanhamento - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 47

Implementação do dispositivo: conselhos práticos para o terreno - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PAGE 48

Perfil e seguimento do interveniente social - - - - - - - - - - - - PAGE 50

Page 30: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

30

/  iMPLeMenTaçãO dO acOMPanHaMenTO sOciaL PersOnaLiZadO

Parte 21. guia prático do interveniente social

environnement

referente social

Pessoa acompanhada

famíliaamigos / vizinhos

actores institucionais 

Outros actores

serviços de saúde

Parceiros associativos

actores económicos

serviços sociais 

Antesdemais,éimportanteprecisaraescolhadaterminologiautilizadanestedocumento.Porquea sua qualificação, a sua experiência, o seu estatuto e os contextos profissionais nos quaisevolui sãodiferentes,o “referentesocial”podeserchamadode“agentesocial”, “trabalhadorsocial”,“responsáveldeinserção”,“agenteRBC”,“acompanhante”,“trabalhadorcomunitário”,“intermediário social”, acompanhante social”, “agente de proximidade”, “intervenientesocial”, etc. Escolhemos aqui os termos de “referente social” e “interveniente social” poispodemreagruparsimultaneamenteprofissionaisdo trabalhosocial (responsáveisde inserção,animadores,educadores,assistentessociais)enãoprofissionaisdestecampo(outroprofissionalcom formação em acompanhamento social, voluntários, agentes de terreno, trabalhadorescomunitários)quesãolevadosaexercerassuasmissõessegundoaabordagemquedetalhamosnesteguia.Todavia,encorajamos,namedidadopossível,arealizaçãodestasmissõesporumprofissionaldotrabalhosocial.

Damesma forma,paradesignarapessoaencarreguedoacompanhamento,nãoutilizaremosostermos“beneficiário”ou“cliente” (termosmaisassociadosàterminologiadaprestaçãodeserviçoscomerciais),masantesode“pessoaacompanhada”,de“participante”noâmbitodeumprojectocomunitáriooude“utente”noâmbitodeumserviço.

Page 31: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

31

Guia

prá

tico

/Recolhadeinformaçõesjuntodapessoa em questão;/Tratamentodessasinformaçõescomoobjectivodeestabelecerumponto

dasituaçãodasnecessidadeseexpectativas.

/Entrevistacoma família,terceiros,eventualmente,comumrepresentantelegalecomprofissionaisassociadosaodiagnóstico;

/Tratamentodessasinformaçõescomoobjectivodefazerumpontodasituaçãogeral.

/  esQUeMa e eTaPas deTaLHadas dO acOMPanHaMenTO sOciaL PersOnaLiZadO 

• As grandes etapas do acompanhamento:

Definir as necessidades da pessoa acompanhada

Elaboraçãodeumplanodeacçãoquedeterminaráasrespostasàsnecessidadesnoâmbitodecadaumadasactividadesarealizar.

contratualização

Retornodeinformaçõesjuntodapessoaem

questão

Juntodapessoaemquestão JuntodosparceirosJuntodafamíliaoudo

representantelégal

Retornodeinformaçõesjuntodafamília,

deterceirosoudorepresentantelegal

Propor respostas possíveis

Manter informado e negociar

Coordenar e seguir o projecto

•a pessoaa relação de acompanhamento (a relação dual acompanhante/acompanhado)Trata-sedeumarelaçãoquevisareconheceracapacidadedeumapessoadeser,deexercerumpoderdedecisãoeestabelecerrelaçõesdeconfiançacomoutraspessoas.Estarelaçãoéumtipodeapoio,talcomoosãoosapoiosmateriaisehumanosquepodemserprestadospararesolverumproblemademobilidade,deacessibilidadeouocustodeumanecessidadeespecífica.

•O seu ambiente  Oambiente no qual essa relação evolui (o contexto)Oreferentesocialdeveráfavorecerasrelaçõescomoambiente,instaurandoourestaurandoolaçosocial,orespeitopelasdiferençaseofomentodeinstituiçõesdesolidariedadelocais.Eledesempenhaumpapeldesensibilizadoremediador,participanaconsciencializaçãoenamudançadecomportamentos,convidaosparceirosamobilizarem-se,desenvolvendoaparceriaetrabalhoemproldacoesãosocialdosserviçosprestadosaosutentes.

Trata-se de trabalhar sobre os dois níveis presentes:

Page 32: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

32

• esquema do acompanhamento:

Oprocessodeacompanhamentosocialpersonalizadofoidivididoemoitoetapas,indodoprimeirocontactoatéàsaídadodispositivo.Estasetapasencontram-seilustradasabaixoeserãoaprofundadasnasecçãoseguinte.

saída do dispositivo, 

autonomização da pessoa

diagnóstico dasituação 

Primeiro contactoe/ou consideração

de solicitação

esquema geral do acompanhamento social personalizado

finalização do acompanhamento Balanços 

intermédios

Pessoa comdeficiência

definição e negociação do 

projecto personalizado

arranque e seguimento do projeto

definição doplano de acção

contratualização

etapa 1: Primeiro contacto e/ou consideração da solicitação

etapa 2: Diagnóstico da situação

etapa 3: Definição e negociação do projecto

etapa 4: Definição do plano de acção

etapa 5: Contratualização

etapa 6: Arranque e seguimento do projecto

etapa 7: Os balanços intermédios

etapa 8: A finalização do acompanhamento

       realização do projecto e autonomização da pessoa

Page 33: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

33

Guia

prá

tico

eTaPa 1: PriMeirO cOnTacTO e/OU cOnsideraçãO da sOLiciTaçãO

Porquê? Para tomar contacto, ganhar confiança e analisar globalmente a adequação entre asolicitaçãoeosserviçospropostosnoâmbitodoacompanhamentosocial.

como?• Escutaeatençãodoprofissional;• Intercâmbiolivre;• Compreensãodasolicitaçãoeadequaçãocomoserviçodeacompanhamentosocial;• Resumodoquadroedos“serviços”propostosnoacompanhamentosocial

conselhos práticos:•Ascondiçõesmateriaisdoencontronãodevemsernegligenciadas.Estaprimeiratrocadeideias,deve,namedidadopossível,ocorrernumambienteneutroparaapessoa,emparticularforadesuacasa.Noâmbitodeumserviçodeacompanhamentosocial,éprecisoarranjarumlocalcomumgabineteecadeiras,umespaçoindependente,paragarantiraconfidencialidadedastrocasdeideias.Senãohouverumaestruturadeacolhimento,deveserescolhidoumlocalpúblicoondenenhumdosprotagonistassesintaconfrontado(exemplo:umcafé,umparquepúblico,umapraça…),nosentidodeproporcionarumtempodetroca livreparaoconheci-mento.• Durante a troca, é importante apresentar-se e recordar o enquadramento e os objectivosdessatroca(travarconhecimento,recolheraexpressãodeumasolicitaçãooudeumprojecto,reunirinformaçõesparaumamelhorcompreensãodasituação…).Éigualmentenecessáriore-cordaroprincípiodeconfidencialidade(oseventuaiselementostransmitidosaterceirosdevemcontribuirdirectamenteparaarealizaçãodoprojectopersonalizadoeprecisamdaautorizaçãodointeressadoantesdadifusão).•Seaadequaçãoentreasolicitaçãoe/ouanecessidadeexpressae“osserviços”propostosforvalidada,oreferentesocialpropõeumareuniãoformalizada(emcasadapessoa,insitu),paraapróximaetapadaentrevistadediagnóstico.•Naprimeiraentrevista,épossívelqueumapessoaexprimaumanecessidadeúnicadeinfor-mação/orientação,paraumprojectopersonalizadojáemmãos.Comefeito,nestecaso,épre-cisoverificarseapessoarequerverdadeiramenteum“serviço”deacompanhamentosocialper-sonalizado,ouseumaajudapontualdeinformação/orientaçãoserámaisadequada.Seforesseocaso,apósesteprimeirocontacto,aabordagemdeacompanhamentonãodeveráseriniciada.

eTaPa 2: diagnósTicO da siTUaçãO

Porquê? Paraavaliarasituaçãodevidadapessoa.Apoiando-se nessa primeira entrevista (idealmenteem casa da pessoa), o referente social recolhe asinformações junto da pessoa e dos seus entespróximos,permitindoumaanáliseglobaldasituação.Em relação às informações recolhidas, o referentesocialpodeserlevadoaconsultaroutrosprofissionais(médicos, patrões, outros trabalhadores sociais…), afimdecompletararecolhadedados.Ocruzamentoeaanálisedestasinformaçõespermitirãomedir,emrelaçãoàsnecessidades identificadas,os factorespessoaiseambientaisqueserãoconsideradosnaelaboraçãodoprojectopersonalizado.

©J

-C.B

etra

ncou

rtp

our

Han

dic

apIn

tern

atio

nal

Page 34: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

34

como? • Recolhadeinformaçõessobreasesferaspessoaiseambientaisdapessoa,emrelaçãoàs

suasactividadesdavidaquotidiana.• Identificaçãodesituaçõesdedeficiência.• Avaliaçãodasolicitaçãoedasnecessidadesidentificadaspelapessoaepelosseusentes

próximoscomosendoprioritárias.• Actualização,conclusãodarecolhadedados,emrelaçãoàsnecessidadesidentificadas.• Se for requeridoepossível, avaliaçõespluridisciplinares (médica,de readaptação,psi-

cológica,educativa,social,profissional…)afimdecompletararecolhadedados.• Análisedosdadoscomdefiniçãodefacilitadores,obstáculos,capacidadese incapaci-

dadesdapessoa.

conselhos práticos •Oporquêdasentrevistas,aduraçãofixadaeospontosqueserãoabordadosdeverãoserestabelecidosantesdoiníciodasentrevistas.•Umguiãodeentrevistapodeajudaroreferentesocialaconstruirasuaentrevistaparanão“esquecer”certostemasaabordar,masodesafiodaprimeiraentrevistaéfavorecerumatrocaoral,insitu.•Oprocessodeavaliaçãobaseia-senarecolhadedadosenaanálisedessesdados.Éumaetapaimportantedaabordagemdeacompanhamento,maséigualmenteumapráticasensívelpoisrequer,dapartedoacompanhante,umaescutaactivaeumaanáliseapurada.•Odiagnósticosocialrequerumarecolhadeinformação“global”,ouseja,quetratediferentesesferasdevidadapessoa.Noentanto,édenotarquenãoénecessáriorecolhertodasasinfor-maçõescomomesmoníveldepormenores.Istopodeoriginarumdiagnósticocomaduraçãodeváriassemanas,comumaincompreensãopelapessoadoprocesso.Estaduraçãotambémpodelevar,porvezes,aumarespostaàsnecessidadesantesmesmodeoretratoglobaldasituaçãoterminar,semteremcontaesemdarprioridadeàsreaisnecessidadesdapessoa.En-tão,épreferívelfazerumretratoglobal,massucintodasituaçãodapessoa,edepoiscompletararecolhadedadoseaanálisedasdificuldadesenecessidadesassinaladaspelapessoa,peloseuambienteepelointervenientesocial.•Aavaliaçãopodeserfeitaemváriasetapaseemtemposdiferentes.Nãofazpartedafunçãodoreferentesocialcontribuircomumaespecializaçãotécnicaemesferasprecisas(balançosmusculares,capacidadesdeaprendizagem,etc.),masantesfavorecerumdiagnósticosocialcompleto.Paraisso,segundoasnecessidadesassinaladas,seráprivilegiadaumaabordagempluridisciplinaraquandodarecolhadedados.•Umadasdificuldadesdoexercícioparaoreferentesocialétomarconsciênciadasuaprópriasubjectividadeeconseguirouvi-laeouvirasubjectividadedooutro.Pois,nofinal,éamaneiracomoapessoavivesubjectivamenteasuasituaçãoqueéprecisomelhorarenãoaquiloqueoreferentesocialjulgaserarealidadeouaquiloquedeveriasermelhorparaoparticipante.

15. CfCaixadeferramentas

16. CfCaixadeferramentas

Page 35: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

35

O diagnóstico social(“Apráticadotrabalhosocialcomgrupos”,HélèneMassa)“O estabelecimento do diagnóstico social é uma etapa central do trabalho social. Aocontráriododiagnósticomédico,queprecedeo tratamento,odiagnóstico social reúnesimultaneamente factos, analisa-os e utiliza-os de forma rigorosa para compreender apessoa,asuasituaçãoeoseuambientenosseus relatóriosaoserviçoproposto.Age,depois,paraimplementarumprojectodetrabalhosocial[…].Apalavra“diagnóstico”,quesignifica“conhecimento”emgrego,abrangeaidentificaçãodeumadoençaapósosseussintomas.Nocasodeumdiagnósticosocial,osignificadodo termo é mais amplo. Apresenta duas faces: uma pesquisa atenta dos factos quedeterminaanaturezadascoisaseadecisãoouaopiniãoresultantedesseexameoudessainvestigação.Otermosocialindicaasuanatureza,ouseja,quedizrespeitoaumapessoanasuasituação.Váriosautorespreferemotermoavaliação,queimplicaapenasaavaliaçãopreliminarenãoacompreensãodanaturezadasituação.Ora,estaconstituioelementoprincipaldodiagnósticosocial.Em trabalhosocial,oesquemadediagnósticoutilizaoconceitode interacçãoentreaspessoaseoseuambiente.Odiagnósticosocialconstitui tantoumprocessocomoumaetapa.Apartirdosfactos,otrabalhadorsocialprocura,então,compreenderosistemadapessoaeformularumaopiniãosobreanaturezadossubsistemasqueconstituemoseuambiente.Istoéexaminadonoâmbitodaabordagemsistémica.[…]Umaspectoimportantedodiagnósticoemtrabalhosocial[…]consisteemavaliaracontribuiçãopossíveldapessoanotrabalhodogrupo,tantoquantoobenefícioquedeletirarãoaquelesquevãopartilhá-locomelaela.Odiagnósticosocialéofrutonãosódeumtrabalhorigoroso,mastambémdacomunicaçãocomaspessoas,osgrupos,asinstituiçõeseoambientesocial.Seasuaparticipaçãonodiagnósticonãoforefectiva,nãosetratadeumdiagnósticosocial,masapenasdoestudodeumfenómeno.

A prática da entrevista

Aentrevistapodeserumaferramentadeavaliação.Incidesobrepessoasousobresituaçõesefuncionaadoisníveis:arecolhadeinformaçãoearegulação.

recolha de informação regulação

Esta dimensão corresponde à massadeelementosinformativosquevãoser-virparaalimentaradescodificaçãoeaanálisedasituação.

Visaassegurarobomdesenvolvimentodaentrevista,baseando-senasatitudespresentes(comunicaçãonãoverbal,comportamentos,emoções)epermitetrabalharparaajustaracondutaaseguiredareformulaçãodasintençõesdooutro.

a entrevista baseia-se na escuta e na observação.

Aescuta, técnicadecomunicação interpessoal,baseia-senasnoçõesderespeito,empatiaeconfiança;necessitadeumaatençãoparticularaoqueéditoeàcompreensãoquesetemdoqueédito.Seforbemdominada,permiteapreenderosfacilitadoreseosobstáculosexperimentadosnavidaquotidianadapessoa,osseusdesejos,oseusofrimentoeosseusprojectos.Noâmbitodeumaentrevista,aescutaénecessáriaparaumaboacomunicaçãoeparaumaboacompreensãodasituaçãoegarante,porconseguinte,respostasapropriadas.

Guia

prá

tico

Page 36: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

36

Distingue-seglobalmentetrêstécnicasdeentrevista:• A entrevista livreéutilizadaparaaprofundarosconhecimentosdeumasituaçãoglobal,a

pessoaouvidaélivredefalarcomodeseja,asquestõesformuladassãorarasemuitoabertas,situamo-nosassimnomododaconversação.

• A entrevista semi-directivaéestruturadaemfunçãodetemasprecisosqueoentrevistadordesejaaprofundar.Utilizaumguiãodeentrevistaondeastemáticasaabordarsãoregistadaseclassificadas,incluindocertasquestõesespecíficas.Aatençãoémaisfocalizadanapessoaedependedaatitudedecompreensão.Asquestõessão,amaiorpartedasvezes,questõesabertas(respostadesimounão).

• A entrevista directiva éutilizadaparaevocarumatemáticaprecisasobaformadeinquérito.Baseia-semuitasvezesnumasériedequestõesfechadasemformainterrogativa,sendoaatençãomaisfocalizadanatemáticaestudadadoquenapessoa.

Noâmbitodoacompanhamentopersonalizado,aentrevistalivrepareceseromaisadaptadomasexigeumdomíniorealdastécnicasdeentrevista.Senãoforesseocaso,aconselha-sevivamentea entrevista semi-directiva. Com efeito, favorece a livre expressão, elemento essencial para umaentrevistadequalidade,auxiliandoaomesmotempoaconduziraentrevistadoreferenteatravésdeumquadroflexíveledeumpossívelguiãodeentrevista.

Porém,éimportantesublinharqueotipodeentrevistadeveserescolhidoprincipalmenteemfunçãodocontextoculturaledoquadrodereferêncianoqualsedeverealizar.Cabeaoreferentequestionar-sesobreamaneiradeestabeleceruma relaçãocomoacompanhado,em função,portanto,doshábitosdevidaedassuas“preferênciasdecomunicação”.Desta forma,o referentemostraqueaceitaaformadefuncionardooutro,aindaquetenhadearetrabalharduranteoacompanhamento.

alguns conselhos para favorecer uma boa comunicação:– Cumprimentarapessoamostrando-sereceptivoedisponível;– Falarcomeladecoisaspessoais,valorizadoras;– Perguntarpelafamília,pelaspessoasmaischegadas;– Partirdevivênciascomuns;– Sublinharosseuspontosforteseoselementosvalorizadoresdoseupercurso;– Colocarquestõessimpleseclaras,praticarareformulaçãosetiveraimpressãoquefoi

malentendido;– Estaratentoàcomunicaçãonão-verbal:olhares,gestos,emoções(cólera,medo,ansie-

dade);– Garantirumbomambiente;– Mostrarasuadeterminação,oseucompromisso,asuacrença,asuavontadedemelhorar

asituação.

alguns conselhos técnicos:– Dissociaraescuta,astrocaseareformulaçãodasafirmações;– Permaneceratentoaoqueéobservado(vistoeouvido)semtentarinterpretaroquepercebeu;– Sintetizarasafirmaçõesàmedidaqueaconversasedesenrolando;– Evitarasquestõesorientadasqueinduzemasrespostas;– Privilegiarasquestõesabertas(Porquerazão…?Dequemaneira…?);– Praticarorelançamentodasafirmações:Retomaroqueacaboudeserditodeoutraforma

permiteaointerlocutoraprofundaroseupensamento,asuaexperiência(Sebementen-di…?Então,depois,você…);

– Seapessoanãoestiverdeacordocomumareformulação,daráprecisões,oquerelan-çaráatroca.

Page 37: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

37

A prática da avaliação da situação

Noâmbitodeumainiciativadeacompanhamento,aconstruçãodoprojectopersonalizadobaseia-senumaavaliação.Trata-sedeumaetapaimportanteanãonegligenciar.Écrucialdissociarbemoqueédaordemdasolicitação,dosdesejosedasexpectativasdoindivíduodaquiloqueédaordemdasnecessidadesidentificadasedosmeiosnecessáriosàsuarealização.

Aavaliaçãodasituaçãoéumaetapasensível.Temcomoobjectivosalientarasubjectividadedasituaçãovividapelapessoa.Oreferentedeveprocuraravaliarosobstáculosvividospelapessoa,dissociando-osdassuasprópriasrepresentaçõesdarealidadeesemformarumjuízo.

Oquadroabaixorelembraasdiferentesarticulaçõesdoprocessodeavaliaçãoealgunsconselhosaseguirparaacolocaçãoemprática,comaparticipaçãocentraldaprópriapessoa.

informar-se (recolherdados)

avaliar (analisaressesdados)

Propor (fazerrecomendações)

junto  de  quem? Da pessoaem questão, da sua família,doseuambiente,dosoutrosprofissionais que conhecema pessoa (médicos, anima-dores, membro associativo,etc.).

Quando? Na fase de acolhi-mentoeaquandodaprimeiraentrevista, depois em todasasentrevistasfuturas,aolon-godoacompanhamento.

como? Com a ajuda de umguiadeentrevista.

junto  de  quem? Junto dos seus colegasdetrabalho,deavaliaçõespluridisciplinares,mas também, e sobretudo, da pessoa emquestão.

Quando? Desde o primeiro contacto e aolongodoacompanhamento.

como? Fazendo cruzamentos entre os di-ferentespontosdevista,identificandoopa-peleoestatutodecadaumnoseiodasuafamília edasociedade, ficandoalertaparaaquiloquebloqueiamastambémparaaqui-loquefavorece,comparandoascaracterís-ticasdeumindivíduocomoperfildeoutraspessoasqueevoluemnomesmocontextoecomparandoessaanálisecomumasituaçãoanterior.

junto de quem?Dapessoaemquestãoedepoisdosou-trosprofissionaisenvolvidos

Quando?Depoisdaprimeiraentrevista, dos balanços in-termédios,eaquandodafina-lizaçãodoacompanhamento.

como? Baseando-se nasanálises e nas discussões,permanecendo alerta para acoerência entre aquilo que éproposto, o desejo e as ne-cessidades da pessoa e osobjectivosaatingir.

OesquemadoPPD17virgempodeserutilizadocomoesquemadesíntesedaavaliaçãodasituação,poisretomaamaioriadoselementospessoaisecontextuaisnecessáriosparaodiagnóstico.Poderáigualmentedestacarasesferasquedevemsercriadasprimeiro,pararealizarumaboaanálisedasituação.

17.Cf.Caixadeferramentas

eTaPa 3: definiçãO e negOciaçãO dO PrOjecTO

Quandofalamosdeprojecto,evocamosacapacidadesparaseprojectar,ouseja,paraavançar,paraseanteciparaofuturo.Projectar-seassentanumaconcepçãofilosóficadohomemquevaiagirnoseuambienteafimdealcançarobjectivosequeseráactordasuaevoluçãopessoaloudamudançadoseuambiente.Estaposiçãodistancia-nosdeumaconcepçãofatalista(éodestinoquedecide)eprecisatambémdeumambientesuficientementeestávelparapoderimaginarofuturo.Constatamosquesetornamuitodifícilfazerprojectosemcasodedoença,conflitosoudeguerra.

Desenvolver uma abordagem a partir do projecto personalizado numa estrutura que acolhe, porexemplo,crianças,modificatotalmenteaconcepçãodaajuda:Jánãoéacriançaquesevaiadaptaraosistemainstitucional,maséantesainstituiçãoquevaidisponibilizaràcriançameioseactividadesparafavoreceroseudesenvolvimento.Assim,implementarumainiciativadeprojectopersonalizado

Guia

prá

tico

Page 38: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

38

numaestruturaoriginaumquestionamentosobreoprojectoinstitucionale,muitasvezes,éinteressantepoderconduzirumeoutrosimultaneamente.

Noções de base sobre o projecto em geral: ciclo de projectoOciclodeprojectoéumconceitocomumaosactoresdaintervençãosocial(ouhumanitária)edaajudaaodesenvolvimento.Aprimeirafaseapósaconstataçãodasituaçãoéaavaliaçãoinicial.Asacçõesseguemocicloparavoltaraopontodepartida.Quandosechegaaessafase,aavaliaçãoinicialtorna-sesinónimodeseguimento.

avaliação inicial

Mise en œuvre

suivi

Évaluer

analyse 

vévifier les suppositions

Planifier, concevoir

Nouvelle conception

Processus itératif

Le Ciclo de Projecto

situation donnée

Avaliação inicialAfasedaavaliaçãoinicialcorrespondeàrecolhadeinformaçõessobreumasituação.Podeocorreraqualquermomento(situaçãodecriseounão)epermiteumavisãodasituação.Asavaliaçõesiniciaisproduzemuma“fotografiainstantânea”deumasituaçãoparticular,numdeterminadomomento.

Análise Aavaliaçãoinicial,semaanálise,nãotemqualquersentido.Aanáliseatribuiumsignificadoaosdadosrecolhidos.Seforbemfeita,ofereceàquelesqueconduzemasacçõesferramentasdecompreensãodasituaçãonasuacomplexidadeafimdeajudaratomardecisõespertinenteseadaptadas.

Concepção de projectosOs dados da avaliação inicial são utilizados para preparar uma análise objectiva dos problemasqueaspopulaçõesemquestãoenfrentam.Umavezidentificadososproblemas,pode-seentrarnaplanificaçãodeprojectoseprogramasquevisamresolvê-los.

Seguimento e avaliaçãoOseguimentoeaavaliaçãopermitemumarecolhadeinformaçõesafimdemelhorarosprojectosemcurso.Estetipodeactividadeinscreve-senumprocessocontínuodereavaliaçãodasnecessidadeseproporcionaaoportunidadede responderasituaçõesdecrise.Oseguimento,asseguradopelopessoaldoprojecto,procuradeterminarseotrabalhoqueconsisteemajudaraspessoasestábemfeito,permiteoestudodeactividades,docontextoedoimpactodoprojecto.Noquedizrespeitoàavaliação,éumaactividadedoprojectoquenãoéasseguradaapenaspelopessoaldoprojecto.Podeocorrerameiodoprojectoounofim,oualgunsanosapósofinaldoprojecto.Tentadeterminarseotrabalhorealizadocorrespondeaoqueeranecessário.Tantooseguimentocomoaavaliaçãosãoactividadesimportantesparasaberseosobjectivossãopertinentes,realistas/realizáveiseseosmeioseasactividadesimplementadasestãoadaptados.

Annie,je n’arrive pas à lire la

trad portugaise dans le fichier word.

Page 39: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

39

Porquê um projecto? Paradefinirumobjectivocomumaatingir.Baseando-senalistadenecessidades,naanáliseglobalepluridisciplinardasituação,bemcomona(s)solicitação(ões)doutente,oreferentesocialpropõeeixosdetrabalhoeconstróiasbasesdeumprojectopersonalizadoqueeleaprofundaeajustacomapessoa.Asrespostasdevempermanecerassociadasàsexpectativasenecessidadesdapessoaeserformuladasemobjectivosprecisoserealizáveis.

como fazer um projecto?• Resumodasnecessidadeseexpectativasdapessoaeexpressãodasrespostaspossíveis

nocontexto;• Definiçãodasetapasdoprojectopersonalizadoedosmeiosnecessáriosparaasuareali-

zação;• Identificaçãodosparceirosenvolvidos;• Validaçãodoquadrodoacompanhamento.

Nãosetratadeconsideraroacompanhamentosocialpersonalizadocomoummeiodedefinirobjectivosexaustivosparaarealizaçãodeumprojectopersonalizado,masantesevidenciarconvergênciaseacordosquantoàsorientaçõesadarparaumobjectivogeral.Um objectivo de projecto personalizado deve ser preciso (sem ambiguidade e com uma únicafinalidade),mensurável (baseadoem factosconcretosquedêem indicaçõessobreadistânciaapercorrer);deveserrealistaeaplicável.Nãosepodefalar,porexemplo,deprojectosdeformaçãosenãoexistirnoterritórioondenosencontramosestruturascapacitadasparaaformaçãoprofissionalousenãoimplementarmososmeiosnecessáriosaoacessoaesseserviço.Oobjectivodeveestarassociado ànoção de tempo, ouseja,devepoderserrealizávelemfunçãodosprazosestabelecidos.Porfim,devezelarpelorespeitodosindivíduosenãoosatacar,enãodeveevidentementereprovarumamoraloudarazoasofrimento.Emfunçãodastemáticasescolhidas,pode-seconstruirfamíliasdeobjectivos.Paraasaúde,pode-semencionaroacessoàreeducação,aequipamentosouàimplementaçãodeconsultasdepsicologia.Para a inserção profissional, registaremos, por exemplo, a realização de um curriculum vitae, apreparaçãoparaumaformaçãoouaindaparaumaentrevistacomumempregador.Osobjectivosestabelecidossãodefinidospormeiodocruzamentoentreasanálisesdafasedeavaliação(daetapadediagnóstico/avaliaçãoglobal)eosmeiosidentificadosparaosalcançar.

conselhos práticos•Umprojectopersonalizadoinscreve-senoprojectodevidadeumapessoa.Seráseguidoporoutrosprojectospersonalizados,queexigirãoounãoumacompanhamentosocial.•Éimportantecomeçarpordefinirumobjectivoprincipal,paradeterminaradistânciaentreopontodepartidaeaquelequequeremosatingir.•Ébomterambiçõesmodestaseassegurar-sedequeoparticipanteinformaregularmenteasuafamília,aspessoasdassuasrelaçõeseosoutrosparceirosdasituação.•Énessafasedeconstruçãodoprojectopersonalizadoqueadimensãocontextualadquiretodooseusentido.Examinarjuntamentecomapessoaasforçaseosactoresempresençafacilitaadefiniçãodasacçõesarealizareosrecursosnecessáriosparaessaabordagem.•Trabalharemredeeparceriasvaipermitirrecordaropapelearesponsabilidadedecadaumnoprojectopersonalizado.•Duranteanegociação,oreferentesocialdeveteremmenteoseuquadrodetrabalho,aquiloquepodefazereaquiloquenãopodefazer(os“serviços”propostoseosseusrespectivoslimites).•Umacompanhamentopersonalizadopropostoparaumaduraçãodeseismesesfocaliza-seemgeralnumatemáticaouemduas,nomáximo.

Guia

prá

tico

Page 40: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

40

•Éimportantepermanecernumprincípioderealidade,ouseja,encontrarumequilíbrioentredesejoenecessidade,realistaeutópico,eteremcontaasexigênciasdocontextoeasconse-quênciasdosactosquesepretendelevaracabo.

Os intervenientes no terreno exprimem-se…•Cécile de Ryckel, psicóloga, Secção Prevenção e Saúde, Handicap International

“Falarcomdelicadezae,sobretudo,trabalharcomapessoapoisessaaplicaçãodoquadroédelicadaparaosdoisactores:oacompanhadoquesearriscaasentir-sedesapontado,mani-festaragressividade,eointervenientequedevegerirasmanifestaçõesemocionaisdapessoaecorreroriscodeserrejeitadoedesvalorizadoaosolhosdapessoaqueeleacompanha.Arelaçãodeconfiançaentreasduaspessoasdependeráempartedestaúltimaaplicaçãodoquadro.”

eTaPa 4: definiçãO dO PLanO de acçãO

Porquê? Paraplanearasactividadesdoprojectopersonalizado.Paracadaumadaspossibilidadesderespostasnegociadascomointeressado,trata-seagoradedeterminaroobjectivoespecíficovisado,otempoeosmeiosparaoalcançar.

como?• Listadasetapas,acçõesemeios• Programaçãodasactividadesarealizar• Definiçãodaduraçãodoacompanhamento

Cadaobjectivoespecíficodeveserdivididoemacçõeseactividadescorrespondentes.Eisoexemplodeumplanodeacçãonoâmbitodeumprojectopersonalizadodeumacriançaquedesejafazerdesporto:

Objectivo específico acções actividades

Realizarumplanoindividualdereadap-

tação

•Mandarfazerumdiagnósticomédico

•Participaremsessõesdereadaptação

•Definirosdesportospraticáveis(entredesejoecapa-cidades)

Praticar um  desporto

Escolherodesporto

•Encontrarasequipasexistentes

•Trocarideiassobreasituaçãodeimpedimentopara“desdramatizar”

•Participaremtreinos

Verificarascondiçõesdeparticipação

•Avaliaroscustosealogísticanecessários

•Identificar,comasuafamília,asdeslocaçõesparaolocalondevaiserpraticado

Page 41: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

41

conselhos práticos•Amaiorpartedasacçõeseactividadesdevemserrealizáveispelaprópriapessoa,comoapoiodoseumeio,doreferentesocialoudosprofissionaisenvolvidos,senecessário.Apessoaédonaesenhoradoseuprojectopersonalizado.•Cadaactividadedeveráterumplanodeacção,mesmotendoqueoreavaliar,senecessário.Oparticipantetemnecessidadedepontosdereferênciatemporaisparasemotivar,avançareavaliarasmudançase,sobretudo,paranãosesentir“abandonado”nofinaldoacompanha-mento.

conselhos práticos•Acompanharpressupõe,evidentemente,oacordodapessoa.Ocontratoéamanifestaçãodessaadesão.Avontadedemonstradapeloindivíduoimplicaasuarealparticipação.•Ocontratoinstauraumadimensãodeigualdade,evitando,porconseguinte,cairnodomíniodaprotecção/caridade.“Seguimososdoisomesmocaminho.”•Ocontratonãodeveráserumtravãoàparticipaçãodapessoa.Aformadestecontratodeve,pois,adaptar-seaocontextonoqualéproposto.Podeservalidadooralmenteseaculturadaoralidadeformaisdesenvolvidadoqueadaescritaouseaescrita“assustar”.Oessencialéqueessacontratualizaçãoserealizenum espaço e num tempo formalizado.

eTaPa 5: cOnTraTUaLiZaçãO

Porquê? Paraformalizarumcompromissorecíprocopelavalidaçãodeumcontratooralouescrito.

como?• Denominaçãodaspessoasevolvidas;• Objectodocontrato,âmbitonoqualseinscreveeduração;• Pormenoresdosobjectivos,dasacçõesedasactividades;• Direitosedeveresdecadaum;• Possíveiscondiçõesdecessação.

eTaPa 6: arranQUe e segUiMenTO dO PrOjecTO

Porquê? Paraapoiarapessoanarealizaçãodoseuprojectopersonalizado.

Como?• Aconselhamentoeapoioàpessoanassuasactividades.• Intercâmbiodeideiascomosparceirosenvolvidos(social,médico,educativo,administra-

tivo,outrosprofissionais…)edinamizaçãodessarede.

Oreferentesocialexerceumafunçãodecoordenaçãoedeseguimentodasdiferentesetapasdoprojecto,registaaevoluçãodapessoanassuasiniciativas,ajuda-aafazerosreajustesnecessários,forneceexplicações,fazobservações.Tememconsideraçãoasopiniõesdafamíliaedoambiente,consultaregularmenteosoutrosprofissionaiseactoresenvolvidosnoprojecto.Deformamaisgeral,

Guia

prá

tico

Page 42: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

42

quando a pessoa não se pode exprimir directamente, é o “ajuda-voz” (e não o “porta-voz”) da pessoa, o representante dos seus interesses. Porfim,mantém-sealertaperanteacçõesirrealistas,repercussõesnefastasoudesequilíbriosgerados.

Paraisso,podeproporreuniõescomosparceiros,porexemplo,comummédicoseforumaquestãodesaúde,comumprofessorouumempregadorsesetratardadimensãoescolarouprofissional.

conselhos práticos•Énessaalturaqueaposturadoreferentesocial18adquiretodooseusentidoeparticipanaautonomizaçãoenarealizaçãodoprojectopersonalizado.É,porconseguinte,primordial,en-quantoreferentesocial,questionar-seregularmentesobreasuaprática,afimdeassegurarumacompanhamentodequalidadeealcançarosobjectivosimplícitos,maspermanentes,dorefe-rentesocial(capacidadeparaencorajareacompanharaemancipaçãosocialdoparticipante).•Atençãoparanãogerarumadependênciadapessoaaoreferentesociale/ouaoacompan-hamento.•Aautonomiadapessoapassatambémpelacapacidadedoreferentesocialemabrirarela-çãoaterceiros,concebendo,assim,oacompanhamentodeformacolectiva.Nãosetrataderenunciaraoencontrodual,massimre-situá-lonumcontextomaisamploqueconfiraumlugarlegítimoaosparceirospararespondermelhoràsnecessidades,àspossibilidadeseàsrespon-sabilidadesdecadaum,profissionaisounão.

eTaPa 7: Os BaLançOs inTerMÉdiOs

Porquê? Paraverificarapertinênciadoprojectopersonalizado.

Como?

• Mediçãoregulardasdisparidadesentreosobjectivosdepartidaeosobjectivosalcança-dos.

• Reajustamentodoplanodeacçãoparaarealizaçãodoprojectopersonalizadoemcurso.• Revisãodaviabilidadedoprojectoemcursopodendoconduziràsuacessaçãoouàne-

gociaçãodeumnovoprojecto.

Avaliarregulareprogressivamenteodesenrolardoacompanhamentosocialpersonalizadoeoseuconteúdopermiteàpessoaemquestãoeaoreferentesocialfazeropontodasituaçãodastemáticastratadas,adistânciapercorrida,ascapacidadesmelhoradas,ascompetênciasdesenvolvidaseoslimites identificadosqueprecisamdeumarevisãodasituação.Estaavaliação intermédiaé feita, idealmente, uma vez por mês,porvezesumavezemcadadoismeses.Realiza-secombasenumaouváriasentrevistasnodecorrerdasquaisocontratodeobjectivosérelidoecomentadopelosdois,emfunçãodasacçõesidentificadasedasdiferentesactividadesquelhesestãoassociadas.

Oreferentesocialpodedesenvolverumdossiê personalizadoqueregistaráasdatasdasentrevistas,os seus conteúdos, as recomendações e compromissos de cada um. O conjunto fará parte dodocumentodesíntesedoacompanhamento.

18. Cf.anexos“Ferramentasparaafinalizaçãodoacompanhamento”

Page 43: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

43

conselhos práticos•Aavaliaçãointermédiadosresultadosdeveráserfeitaemfunçãodoselementosdeevoluçãoconcretos(incluindoigualmenteasevoluçõesdecomportamento)enãoemfunçãodeumob-jectivogeralaatingir(umainserçãoefectiva,porexemplo).•Trata-se,porconseguinte,deavaliarasacçõesrealizadaspelapessoaemfunçãodassuasnecessidadesedaquiloqueelaécapazderesolver,maisdoqueemfunçãodosproblemasqueelaencontra.• É razoável aconselhar a pessoa a ter um “diário de bordo” onde poderá anotar os seuscomentários,assuasobservaçõesereflexões.Estediáriopodesermantidoporumapessoapróximaoupelopróprioreferenteseapessoanãoconseguirescrever.•Quantomaisapessoaavançarnoseuprojectoenasuaautonomização,menosoreferentesocialteránecessidadedeestarpresente.Ostemposdeintercâmbioentreestesdoisprota-gonistaspoderiamresumir-seaostemposdeavaliaçãointercalar,sendooconjuntodasacti-vidadesdoprojectopersonalizadorealizadodeformaautónomapelaprópriapessoa,semapresençadoreferente.

conselhos práticos•Émuitoimportantequeapessoaacompanhadapossateremsuaposseumasíntesedetodooseupercursoedasactividadesrealizadas.Estasínteseé,frequentemente,oúnicodocumentoquetestemunhaoinvestimentoeaevoluçãodapessoanoseuprojecto.Deveráretomaroconjuntodosdocumentoseelementosdiscutidosaquandodoacompanhamento(diagnósticos,planodeacção,contrato,avaliaçõesintermédias….).Éumaóptimaferramentadereconhecimentopessoal,mesmoseoconjuntodoselementoscontidosnessedocumentonãoforemtodospositivos.Deveráapre-sentarosêxitoseasdificuldades,emconjuntocomapessoaacompanhada19.•Recordarregularmenteadata-limite,sempressão,paravalorizarocaminhopercorridoeoquefaltapercorrernestedeterminadoperíododetempo(que,claro,poderáserreavaliadonomeada-mentesemotivosalheiosàpessoaoimpuserem).•Identificar,omaiscedopossível,osparceirosparaosquaissepoderáeventualmenteorientarapessoaou,apedidodoparticipante,transferirascompetênciasnofinaldoprojectopersonalizado.•Aavaliaçãodoimpactoatrêsouseismeses(consoanteasrealidadesdoterreno)énecessáriaparamedir aqualidadedoprojecto realizado,maselanãodeve ser contabilizadano tempodoacompanhamentosocialpersonalizado,deverá,comefeito,serefectuadanofinaldoprocessodoacompanhamento.

eTaPa 8: a finaLiZaçãO dO acOMPanHaMenTO

Porquê? Paraprocederaobalançodoacompanhamentoeproporumseguimentoadar,sefornecessário.

Como?• Mediçãoentreosobjectivosfixadoseosresultadosobtidos.• Avaliaçãodosefeitosdoacompanhamentonapessoaenoseuambiente.• Negociaçãodeumprojectodesaídaatravésdeorientaçõeseseguimentospossíveis,senecessário.• Avaliaçãodoimpactodarealizaçãodoprojectopersonalizado(cercadeseismeses).

Otempodoacompanhamentoinscreve-senumaduraçãolimitadaquedeveserespecificadadesdeapartidaetambémrelembradaasvezesnecessárias.Sefornecessário,pode-senegociarumnovoprojectomasesteseráavaliadocasoacaso,emfunçãodosresultadosobtidosedasuapertinência.

19. Cfannexes«outilspourlafinalisationdel’accompagnement»

Guia

prá

tico

Page 44: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

44

/  PaPeL e POsTUra dO referenTe sOciaL na aBOrdageM de acOMPanHaMenTO

Missões do referente socialOreferentesocialésimultaneamenteumconselheiro,uminformador,umcoordenador,umgestoreummedidor.Elerecolheinformações,avalianecessidades,negocia,informa,sensibilizaeorientaapessoaacompanhada,tendoemcontaaopiniãodasuafamíliaedoseuambiente,evigiandoosseuscomportamentos.Semprequenecessário,elepedeaopiniãoaosseuscolegasdetrabalho,aprofissionaiseparceirosexternosimplicadosousimplesmenteenvolvidosnoprojectoemfunçãodasdiferentestemáticasdoacompanhamento(médico,reeducador,conselheiroprofissional,outrotrabalhadorsocial,empregador,directordeescola,etc.).Participanamanutençãoenodesenvolvimentodasrelaçõessociais,associaosníveisindividuais,colectivosecomunitários,iniciaredescomoutrosprofissionaispotencialmenteparceirosouparticipanelas.

Parareforçaroquefoiditonocapítuloanteriorsobreascaracterísticasespecíficaseametodologiadeintervençãoaplicadasacadaumadasetapasdoacompanhamentosocialpersonalizado,eisumesquema,inspiradonotrabalhode Jean-RenéLoubat20,que registaasprincipaismissõesdoreferentesocial,emrelaçãoàsetapasapresentadasmaisacima:

1.Recolhadeinformaçõessobreasituaçãoeasnecessidadesdointeressado

2.Tratamentodessasinformações(utilizá-laseorganizá-las)

4.Difusãodainformaçãojuntodapessoaemquestão,dasuafamíliaedeoutrosparceiros,recolhadasuaopinião,definiçãoenegociaçãodeumprojecto

personalizado

3.Apresentaçãodasnecessidadesregistadasaosoutrosprofissionaisquepodemcontribuircomasuaespecialização(médica,social,profissional…)epropor

soluçõespossíveis

5.Seguimentodaimplementaçãodoprojectopersonalizado(estaratento,estaràdisposiçãodapessoaemquestãoeemcontactoregularcomosdiferentesactores)

Entrevistacomapessoaemquestão

Entrevistacomosoutrosprofissionaise

comosparceiros

Entrevistacomafamília,comterceiros,eventualmentecomo

representantelegal

20.Opapeldecoordenadordeprojectos”-Jean-RenéLoubat–Fevereirode2006

Page 45: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

45

A postura do referente socialAcompanhar alguém significa dar-lhe meios para fazer sozinho e, sobretudo, não fazer por ele.Estaposturana relaçãodeapoio repõeapessoaacompanhadanocentrodaacçãoecolocaoacompanhamentosocialpersonalizadocomoummovimento.

Oacompanhamentodeveráestaraoserviçodapessoaenãotornar-seoobjectivoaalcançar,masantesserummeiopossívelparaaevoluçãooumelhoriadeumasituação.

Nointeriordesteintercâmbio,trata-sedeumarelaçãohumana,repletadeemoções,demomentosfortes, de relações interpessoais com tudo aquilo que isso comporta de dinâmico e desafiante(reconhecimento,confiança,poder,dependência,etc.).

Estabelecerumarelaçãodeacompanhamentosocialimplicaaconsciencializaçãoeacompreensãode fenómenos comunicacionais e comportamentais e de reacções psicológicas que devem seridentificadaseanalisadasparaevitarumarelaçãodedependênciacomumaconotaçãoafectiva.

Os intervenientes no terreno exprimem-se…•Handicap International, Secção Prevenção e Saúde, Referente técnico de Saúde Mental“Oacompanhamentobaseia-senumarelaçãodeempatiaenãodesimpatia.Aempatiaéa

atitudementalqueconsisteemcompreenderasvivênciasdeoutrapessoacomoelaacom-preende–massemseidentificarcomoseusofrimento.Asimpatiaresidenessaidentifica-ção.“

Aolongodoacompanhamentosocialpersonalizado,oreferentesocialdevesempreteremmenteoobjectivogeral a atingir e verificar regularmenteaquiloque, na relaçãocomoparticipante,representaumobstáculoàrealizaçãodesseobjectivo.Eleéoúnicoapoderfazerosreajustamentosnecessáriosemcasodenecessidade.

O reajustamento profissional corresponde à análise e à evolução da prática. Diz respeitoà formacomoo referente social estabelece relaçõescomosoutros, conduzasentrevistaseavaliaçõessociais,ecomosãodefinidososobjectivos.Istodizigualmenterespeitoàsuaformadeapreenderosofrimentoeasdificuldadesdooutro,peranteassuasprópriasvivênciaseassuasdificuldades.Estaanáliseeosajustesquedela resultampermitemmanterumaposturaprofissionalenãocairnocampoafectivoecaridosoqueimpedeodistanciamentonecessárioparaumacompanhamentoeficaz.

Guia

prá

tico

Page 46: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

46

Idealmente,ostrabalhadoressociaisdospaísesdoNortereivindicamanecessidadedepoderbeneficiardeumasupervisão.Geralmenteorientadaporumpsicólogo,a supervisão21 éotempopropostoàsequipasdeacompanhamentosocial quelhespermitediscutirlivrementeassuasdificuldadesperanteassuasmissõesdeacompanhamento.Comefeito,apráticadoacompanhamentosocialpodesermuitoansiógenaparaoreferentesocialquesepoderásentirisolado,atéimpotenteemcertoscasos,nãopodendomanterasuaposturaprofissionalcorrectamente.Ostemposdesupervisãodestinam-se,assim,aacompanharo referentesocialnasuaprática.Podem-se realizar individualmenteouemgrupo.Nestesegundocaso,trata-sedesebasearnasexperiênciasdecadaumparaanimarodebate.Éderealçarqueestestemposdevempermanecerconfidenciaisparanãohaverefeitosoperacionaisdirectos.

21.Cf.“AsupervisãodeequipasemTrabalhoSocial”,JosephRouzel,Dunod,2007

©C

oren

tinT

heve

net

por

Han

dic

apIn

tern

atio

nal

Page 47: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

47

/  Os PrÉ-reQUisiTOs dO desenvOLviMenTO de UM serviçO de acOMPanHaMenTO

Aidentificaçãodestespré-requisitospermiteexporasfinalidadesaatingireosvaloresnosquaisnosbaseamosparaprovocaramudança.Éigualmenteeapenasapósestaprimeirafasequeosserviços,osprogramaseasinstituiçõespodemdefinirdeformaprecisaosseuscamposdeacçãoeassuasmodalidadesdeintervenção.

Questões que nos devemos colocar antes de desenvolvermos um serviço de acom-panhamentoPorquê um dispositivo de acompanhamento? Com que fim? O que é que se pretende modificar, transformar?Estasquestõesrelembramolugareopapeldecadaum(doreferentesocialedoparticipante)equestionamquantoaosentidoeàposturadarelaçãoestabelecida.

Quem faz o quê? como? com quem e onde?- Esclarecerasinstâncias(composição,objectivos,responsabilidadesdecadaum);- Definirosterritóriosgeográficosdasintervenções;- Nomear“referentes”ecertificar-sedoseuperfil(competências,“saberfazer”,limites…);- Formalizartemposdeconcertação(noarranque,duranteosbalançosepertodofinaldo

acompanhamento);- Coordenarosdiferentesintervenientesemtornodoutente(partilhadodiagnóstico,defini-

çãodepapéis).

Qual é o resultado e o impacto? O que é que isso altera? O que é que se pretende avaliar no final do acompanhamento e/ou do projecto?

- Impactonaautonomiaenoacessoaosdireitosdosparticipantes/utentes;- Impactonarealizaçãodeumprojectopersonalizado;- Impactonasofertasdeinserção/serviçosdisponíveislocalmente- Impactonaspráticas,nascolaborações,nasmudançasderepresentações.

nota: para a implementação de um acompanhamento social personalizado, é necessário ter conhecimentos prévios sobre:

- Alegislaçãolocalemmatériadeacçãosocial(nacional,desconcentradaoudescentrali-zada)eosmodosdeintervençãodosserviçospúblicosrelativamenteaestatemática;

- Oterritóriodeintervenção;- Asestruturaseosserviços,privadose/ouassociativosqueoperamnocampodosocial,o

seuposicionamentoeasacçõesconcretasquedesenvolvemanívellocal,departamental,regionalenacional;

- Oconjuntodosactoresempresençanoterritórioemquestão;- O conhecimento e as representações sociais destes actores perante as pessoas defi-

cientes.

Parte 22. guia prático do chefe de projecto

Guia

prá

tico

Page 48: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

48

Ospré-requisitosdaimplementaçãodequalquerprojectodeacompanhamentodizemigualmenterespeito, quando existem, à identificação e às parcerias possíveis com os colectivos, reagrupamentos, federações, instituições, estabelecimentos e serviços públicos, associativos ou privados.São, então, consideradoscomoparceirospotenciaisparaa realizaçãodoprojectopersonalizadooudeespaçospluridisciplinaresparaosquaissepodeorientaroutransferircertascompetênciasouresponsabilidades.

/  iMPLeMenTaçãO dO disPOsiTivO: cOnseLHOs PráTicOs Para O TerrenO

Umavezfeitaaidentificaçãodopúblico-alvoedosactores,ocontextoapreendidoeasinter-relaçõesdescodificadas, é possível considerar a implementação do dispositivo social. A natureza destedispositivodependerádoníveldedesenvolvimentodeserviçosexistentesnazonadeintervenção,damobilizaçãodaspopulações,doacessoàinformaçãoedasnecessidadesexpressas.Quandováriosrecursosexistem,masaspopulaçõesnãoosconhecem,podeserutilizadoumdispositivo“deescuta,informaçãoeorientação”.Estetipodedispositivosórespondeaumanecessidadepontualexpressaporumapessoa.Emcontrapartida,quandoaspessoassolicitamumacompanhamentosocialpersonalizado,seránecessárioumdispositivoespecífico,quepoderáeventualmenteintegrarumserviçodeinformação/orientação.

No âmbito de um dispositivo de acompanhamento social personalizado, quanto mais serviços/actores existirem, mais projectos personalizados poderão ser adaptados às necessidades e aosdesejosdapessoaacompanhada.Seexistiremmuitopoucosserviços/actores,osobjectivosdoprojectopersonalizadocentrar-se-ãomaisnaparticipaçãodapessoavulnerável,emparticularparaaspessoasdeficientes,nasuafamíliaecomunidade.

Desenvolveruma base de dados e/ou um repertório/anuário dosactoresterritoriaisfavoreceorealismoeapertinênciadoprojectopersonalizadonoterritóriodadoepermitetrabalharatravésdasredesdestesactores22.

22.Cf.“GuiapráticoparaapoioàimplementaçãodeumCentroLocaldeInformaçãoeOrientação”(CLIO):ModelizaçãodeumaexperiênciadeCLIOemSalé(Marrocos),EricPlantier-Royon,RT“CidadeeDeficiência”,HandicapInternational,2007

Page 49: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

49

exemplo de uma base de dados “serviços” (cf. guia cLiO)

conselho prático:•ApresençadeumCLIO(CentroLocaldeInformaçãoeOrientação)favorecefortementeaim-plementaçãoeficazdeumserviço/dispositivodeacompanhamento,permitindoterumconhe-cimentodosactoresnoterrenoedopúblico-alvo.

Quandoumnovoserviçoé implementado,é importanteconsiderardeque formaaspessoasserão informadasecomo terãoacessoaele.Pretende-sequeoacompanhamentosejaumainiciativa participativa, que preconiza a pro-actividade, a motivação e o empenho recíprocodo acompanhante, mas também, e sobretudo, da pessoa acompanhada. Neste sentido,é, por conseguinte, possível favorecer a pessoa na pesquisa de informação e ir ela própriaao encontro do dispositivo de acompanhamento, como pré-requisito da abordagem deacompanhamento. Paralelamente ao dispositivo, poderão ser implementadas sessões deinformaçãoeretransmissões/gabinetesdeproximidadequefacilitarãooacessoaodispositivodeacompanhamento.Consoanteocontexto,umainiciativadessetipopoderáfuncionarmuitobemparaaspessoascomnecessidadede“informação/orientação”,masnãonecessariamenteparaasmaisvulneráveis,comumanecessidaderealdeacompanhamentosocial.Nestecaso,é,portanto,possívelcontemplarapresençadeagentescomunitários,oferecendo informação(identificação)deproximidadeàspessoasmaisisoladaseguiando-asemdirecçãoaodispositivodeacompanhamento.Porfim,quandoaspercepçõeslocaisdadeficiêncianãosãofavoráveisàiniciativadeautonomização,éessencialrealizarconjuntamentesessõesdesensibilizaçãoparaasituaçãodaspessoascomdeficiênciaaníveldascomunidades,afimde responsabilizaroconjuntodosactoreslocaisepromoverumamudançarealperanteadeficiência.

Guia

prá

tico

EscolaPrimáriaAbdelMoumenElMouahidi

EscolaPrimáriaAbdelMoumenElMouahidi

HayKarima

062.03.54.87

Integraçãoescolardascriançasdeficientes

Organizaçãodasactividadesparaescolares:visitastemáticas

ResponsávelouPessoadecontacto:

Serviços:

Regime:Capacidadedeacolhimento:

Classeintegrada

Sr.Chadi

Externo14crianças

Dos6aos14anos

Todos

Deficiênciaauditiva

Professores.Professordoensinoespecial.Auxiliaresdaacçãoeducativa.

Professordoensinoespecial.

Acessogratuito.«Despesasdeescolaridade»

Atestadomédico

Das08h30às16h30

identificação

Nomedaestrutura

Endereço

Tel./Fax/E-mail/SítioWeb

Missãoeobjectivodaestrutura

Público-alvo 

Idade:

Sexo:

Tipodedeficiência:

recursos humanos  

Tipodeprofissionais:

Especialidadesedomíniosdecompetência

acesso aos serviços

Condiçõesdeacesso:

Tarifaçãoemodalidades:

Horários:

actividades/serviços 

Actividades

Page 50: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

50

Éimportantemedir,nãosóaquandodaplanificação,mastambémaolongodaimplementaçãodeumdispositivo,osseguintescritériosdeavaliação:

Critérios relacionados com os actores locais:

• Estruturaslocaisestataise/ouassociativase/ouprivadaspresentesnoterritório;análisedosactores23;comparaçãodestaanáliseamontantedoprojecto(comopreliminar)comarealizadaajusante;

• Evoluçãodascapacidadesdosactoresparaacolheraspessoascomdeficiência;• Sensibilizaçãodosprofissionaisenvolvidosnoacompanhamentosocialpersonalizado;• Meiosetempodemobilização;• Papel/amplitudedainserçãosocialdaspessoascomdeficiêncianoterritório;• Existênciadereferentessociaisoudepessoasquedesempenhamessafunção;• Existênciaanívellocaldeespaçosdeintercâmbio,dereflexãooudetomadadedecisão

relativamenteàtemáticadadeficiênciaedainserção.

Critérios relativos ao utente:

• Númerodeprojectospersonalizadosrealizados;• Inquéritodesatisfação:opiniãodosutentes;• Iniciativaparticipativa:pessoaassociadaàsetapasdoacompanhamento.

Critérios relativos aos parceiros exteriores:

• Parceirosimplicadosouassociadosaosprojectospersonalizadosexistentes;• Frequênciadosencontrosentreeles;• Funçãododispositivonessesencontros;• Mecanismosdecoordenação,deligaçãoentreosparceiros.

/  PerfiL e segUiMenTO dO inTervenienTe sOciaL

Asmissõesdointervenientesocialbaseiam-senumconjuntodecaracterísticasde“saberser”(competências/aptidõeshumanaserelacionais)ede“saberfazer”(competênciastécnicas).Eisumexemplodeperfildepostoquepodefacilitarorecrutamentodosintervenientesoureferentessociais.

23.Cf.“Reforçodascapacidadeserelaçãodeparceria:desafios,modalistas,ferramentas”,StefanieZiegler,RT“Parceria”,HandicapInternational,2007

©N

.Moi

ndro

t/

Han

dic

apIn

tern

atio

nal

Page 51: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

51

24.Cf.encartep.46

PERFIL DE POSTO DO INTERVENIENTE SOCIAL

definiçãO dO POsTO de TraBaLHO O intervenientesocialasseguraaprevençãoeo tratamentodeproblemas individuaisecomuni-

tários,pessoaisoucolectivospormeiodeacçõesdeescuta,deajuda,deseguimentoedeaconsel-hamentoaos indivíduosegrupos.Noâmbitodoseupapel social, eleestabeleceasmediaçõesnecessáriasentreaspessoaseosgruposeoseuambientepessoal,bemcomocomasinstituiçõesouparceirosenvolvidos.

acTividades essenciais• Informarsobreosdispositivos,direitoseserviçosexistentes;• Encontraraspessoasparaanalisaremconjuntocomelasasuasituação,estabelecerumbalanço

geraldasuasituaçãosocial,pessoaleprofissional;• Procuraratravésdetodososmeiosadaptados(individuaise/oucolectivos)oselementosdesolu-

çãoparaasquestões/problemascolocados;• Realizaracçõesdeseguimentojuntodaspessoaseavaliarcomelasaevoluçãodasuasituação;• Encorajaraautonomizaçãodapessoa;• Animar/participaremacçõesdesensibilizaçãooude formaçãonasproblemáticassociais indivi-

duaise/oucomunitárias;• Asseguraramediaçãocomoambiente(famílias,comunidades,outrosserviços…).

cOMPeTÊncias TÉcnicas e “saBer faZer” (ser capaz de)• Conduzirentrevistasatítuloindividuale/oucolectivo(domíniodastécnicasdeentrevista);• Identificarasdisparidades,asdisfunçõeseosobstáculos;• Realizarumdiagnósticosocial;• Co-construirumprojectopersonalizado,baseadonaprocuraenarealizaçãododiagnósticodasi-

tuação;• Criarumarelaçãoprofissionaldeconfiançaederesponsabilizaçãoindividual;• Coordenaretrabalharemequipaparaumprojectoemcomum;• Animarreuniõeseassegurararealizaçãodasacções.

saBer ser (aptidões)• Toleranteerespeitador;• Discreto;• Saberouviratentamente;• Abordagemmaisempáticadoquesimpática24;• Rigoroso/flexível:socialmenteadaptável/adaptado;• Disponível;• Terumaabordagemhumanista;• Racional,basear-senumprincípioderealidade.

cOnHeciMenTOs assOciadOs• Conhecimentosempsicologiaesociologia(funcionamentopsicológicohumano,relaçõesentregru-

possociais…);• Conhecimentoantropológicodopaísegrupo-alvo(história,cultura,tradições,crenças…);• Conhecimentodasparticularidadesdopúblico-alvo(ParaHI,conhecimentodasferramentasadap-

tadasàspessoascomdeficiência…);• Conhecimentodosdiferentesdispositivosdeajudaederesponsabilizaçãodopúblico-alvo;• Conhecimentodosactoreseserviçosterritoriaisenacionais(quem?oquê?como?onde?);• Conhecimentodalegislaçãonacionaleinternacional,adaptadaaopúblico-alvo.

Guia

prá

tico

Page 52: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

52

conselhos práticos: •ApósdiversasmissõesdeapoioàsequipasdeintervenientessociaisdaHandicapInterna-tional,éevidentequeestestêmfaltadetempoparaintercâmbiodeideiase“descompressão”,que,muitasvezes,sósãopropostasapóscrisespontuais.Éimportante,paraummelhorpo-sicionamentoprofissionalepessoal,considerartemposdesupervisãodesdeoiníciodopro-jecto/serviçodeacompanhamentosocial.•Estaactividadeéidealmenteorientadaporumpsicólogoexternoaoprojecto/serviço,ou,nasuafalta,peloresponsáveldeequipa.Nestecaso,falamosantesdetemposdeintercâmbiodepráticas.•Verificaraformação26eascompetênciasdosreferentessociais,emrelaçãocomopúblico-alvo,ecompletá-lapormeiodeintercâmbiosdepráticasedesupervisão,sobaformade,porexemplo,estudosdecasospráticos.

De realçar que as competências técnicas e relacionais mencionadas não são exaustivas e queseadquiremeaperfeiçoamcomo tempoeaexperiência.Elassãoo frutodaaprendizagemdointervenientesocial,construídapelasuapráticadeterrenoeporreajustamentos25constantementefeitosemfunçãodassituações,doscontextosedasparticularidadesdecadahistóriadevida,decadaindivíduo.

25.LanotionderéajustementprofessionnelestdétailléedansleGuiapráticodel’intervenantsocial,souslarubrique«Rôleetposturedel’inter-venantsocial»

26.Nousavonsfaitlechoixdenepastraiterendétailicilaquestiondelaformationdesréférentssociaux,pourtantcentrale,afindenepasalour-dirledocument.Unmodulesurlaformationderéférentssociaux,basésurceguide,seradisponibleen2010

Page 53: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

53

/ Etapa 1: Estabelecimento de contactos - - - - - - - PáGINA 54

/ Etapa 2: Diagnóstico social - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PáGINA 55

/ Etapa 3 e 4: Negociação do projecto e plano de acção - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PáGINA 69

/ Etapa 5: Contratualização - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - PáGINA 71

/ Etapa 6: Arranque e seguimento do projecto - - PáGINA 73

/ Etapa 7: Avaliação / balanço intermédio - - - - - - - PáGINA 74

/ Etapa 8: Finalização do acompanhamento - - - - PáGINA 75

As ferramentas apresentadas provêm, na sua maioria, de projectos desenvolvidos pe-las equipas da Handicap International e respectivos parceiros em numerosos países. Apresentamos aqui um número reduzido de ferramentas para ilustrar as diferentes etapas do acompanhamento social personalizado.

As ferramentas apresentadas foram desenvolvidas em função de contextos particu-lares. Devem, por conseguinte, estar adaptadas às necessidades e às realidades do seu terreno, tendo em consideração as suas especificidades culturais, políticas, so-ciais e económicas.

Por fim, queira consultar o CD-Rom que acompanha este guia para uma panorâmica exaustiva das ferramentas produzidas pelas diferentes equipas da Handicap Interna-tional.

Conjunto de ferramentasParte 3

53

Page 54: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

54

Parte 3etapa 1: estabelecimento de contactos

ficha de acolhimento (exemplo Hi, programa frança, icOM)

Data: Recebidopor:Fotografia

acolhimento do participante

IDENTIDADE

Nomepróprio:_____________________________________________________________________

Apelidos:__________________________________________________________________________

Morada:___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Telefone:____________________________

Datadenascimento:_____________________

Localderesidência:FamíliaLarApartamentoautónomoOutro:____________

Localdeactividadededia:__________________________________________________________

Nomedorepresentante(responsável)legal:___________________________________________

Pais(especificarograudeparentescosenãoforopaiouamãeTutoresEstabelecimentos

Morada:___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Objectodopedido:_________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Page 55: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

55

O“ProcessodeProduçãodaDeficiência»apresentadonesteguiaéummodeloquepropõeaanálisedesituaçõesdeparticipaçãooudeexclusãosocial.Estemodelopodeseradaptadoàsituaçãodecadaindivíduoelaborandoumquestionárioquepermitaarecolhaeanálisedeinformaçõessobreoshábitosdevida,osfactorespessoaiseambientais.

Parte 3

Caix

ade

ferr

amen

tas

etapa 2: diagnóstico social

Hábitos de vida identificados pelo PPd

Hábitos de vida Pormenoresnutrição Regimealimentar,confecçãodosalimentos,realizaçãodasrefeiçõescondição corporal Descanso,condiçãofísica,condiçãomentalcuidados pessoais Cuidadoscorporais,higieneexcretória,vestuário,cuidadosdesaúdecomunicação Comunicaçãooralecorporal,comunicaçãoescrita,telecomunicação,sinalizaçãoHabitação Escolha e adaptação da residência, manutenção da casa, utilização de mobiliário e outros

equipamentosdomésticosdeslocações Deslocaçõescondicionadas,transportes

responsabilidades Responsabilidadesfinanceiras,responsabilidadescivis,responsabilidadesfamiliaresrelações interpessoais Relaçõessexuais,afectivasesociaisvida comunitária Vidaassociativa,vidaespiritualereligiosaeducação Educaçãopré-escolar,escolar,profissional,outrasaprendizagensTrabalho Orientaçãoprofissional,procuradeumemprego,ocupaçãoremunerada,ocupaçãonãoremuneradaLazer Desportosejogos,artesecultura,actividadessócio-recreativasOutros hábitos Osquenãopodemserclassificadosnascategoriasanteriores

factores pessoais

factores ambientais

O sistema orgânico as aptidões1-Sistemanervoso 1-Aptidõesrelacionadascomactividadesintelectuais2-Sistemaauditivo 2-Aptidõesrelacionadascomalinguagem3-Sistemaocular 3-Aptidõesrelacionadascomoscomportamentos4-Sistemadigestivo 4-Aptidõesrelacionadascomossentidoseapercepção5-Sistemarespiratório 5-Aptidõesrelacionadascomactividadesmotoras6-Sistemacardiovascular 6-Aptidõesrelacionadascomarespiração7-Sistemahematopoiéticoeimunitário 7-Aptidõesrelacionadascomadigestão8-Sistemaurinário 8-Aptidõesrelacionadascomaexcreção9-Sistemaendócrino 9-Aptidõesrelacionadascomareprodução10-Sistemareprodutor 10-Aptidõesrelacionadascomaprotecçãoeassistência11-Sistemacutâneo12-Sistemamuscular13-Sistemaesquelético14-Morfologia

factores sociais factores físicosFactorespolítico-económicos(exemplo:rendimentofamiliar,protecçãosocial,etc.)

Natureza(exemplo:lojasdobairro,etc.)

Factoressocioculturais(exemplo:auxiliarnatural,atitudedacomunidadeperanteadeficiência,etc.)

Adaptações(exemplo:acessibilidadedeinfra-estruturas,etc.)

Page 56: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

56

exemplo 1, recolha de dados / análise, segundo o modelo do PPd(exemplo retirado de uma formação organizada pelo giffOcH)

Oesquemaapresentadoabaixopodeservirparaumarecolhadeinformaçõessobreoconjuntodefactoresehábitosdevidadeumapessoa,apósoestabelecimentodecontactosecomoobjectivodeestabelecerumretrato global aquando de um questionário inicial.Tambémpodeserutilizadaaquandodoprocessorelativoaumhábito de vida queseinscrevenoprojectopersonalizadodapessoa,afimdepermitirumaanálisemaisespecíficadosfactoresassociados.

Factorespessoais

Factoresambientaisenvironnementaux

Hábito(s)devida/actividadedavidaquotidiana

Causa/riscos

Nãoesquecerdeanexar informaçõessobrea identifidadedapessoaesobreocontextoondeelaseinsere:

Nomepróprio:__________________________ Apelidos: ________________________________

Coordenadas: _________________________ Idade:___________________________________

Situaçãofamiliar:_______________________ Númerodefilhosacargo:_________________

Profissão:______________________________ Educação:_______________________________

Rendimentosprofissionais: ______________ Outrosrendimentos: ______________________

Page 57: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

57

Eis outro exemplo de recolha de dados baseada no modelo do Processo de Produção doimpedimento:

exemplo 2, ficha individual / recolha de dados inicial (exemplo Hi, programa indonésia)

DATA:____________________________

Nomedoagentecomunitáriodeficiência/agentesocial:_______________________________

LOCALDAENTREVISTA:emcasanoCentroSocial____________________________outro _________________________________________________

DADOS PESSOAIS

NOMEPRÓPRIO:_________________________APELIDOS:_____________________________

IDADE:_______________________

SEXO:____________________

NOMEDOSPAIS(seformenorde16anos):__________________________________________

ESTADOCIVIL(casado,viúvo,solteiro):______________________________________________

MORADA:________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

CONTACTO(telefoneououtro):_____________________________________________________

SAÚDE

Historialmédico(hospitalizações,complicaçõesànascença,acidente,fracturas,tratamentos,problemasdesaúdepassadosepresentes,etc.):_____________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Deficiênciafísica SIM NÃO

Descrição(deformaçãocongénitadapernaesquerda,etc.):___________________________

Deficiênciasensorial SIM NÃO

Descrição(surdez,deficiênciavisual,etc.):__________________________________________ _________________________________________________________________________________

Deficiênciaintelectual SIM NÃO

Descrição: ______________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

PerturbaçãopsiquiátricaSIM NÃO

Descrição: ______________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

Caix

ade

ferr

amen

tas

Page 58: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

58

AMBIENTEsOciaL

Pessoasquevivemnacasa(irmãos,pais,outros)eparentesco:________________________

__________________________________________________________________________________

Principalauxiliarnatural(especifique):_______________________________________________

__________________________________________________________________________________

Relaçõescomvizinhos/amigos/membrosdacomunidade:___________________________

ecOnóMicO

Principalfontederendimentos(quemequeactividade):_______________________________

__________________________________________________________________________________

Acessoaumsistemadeprotecçãosocial:SIMNÃO

Outro: ___________________________________________________________________________

Estatutoeconómico:PobrezaModeradoConfortável

fÍsicO

Descriçãodolocalondevive(casasobreestacas,etc.): _______________________________

__________________________________________________________________________________

Acessodacomunidadeaolocalondevive(caminhodecimento,ponteembambu,etc.):____________________________________________________________________________________

Presençadeescadas/degrausnointerioreexteriordomeiodevida:

SIM;onde?________________________________NÃO

Materialdosoalho:________________________________________________________________

Localizaçãodolocalondeviveemrelaçãoàaldeia,àcomunidade:_____________________

Proximidadedeserviçoseespaçospúblicos(centrodesaúde,escola,mesquita,centrodelazer,etc.):________________________________________________________________________

OCUPAÇÃOedUcaçãO

Níveldeeducação,estudos/formaçõesemcurso:_____________________________________

Apessoafrequentaaescola? SIM NÃO

Pormenores:(nomedaescola,nível,razãopelaqualnãofrequenta,etc.):

cULTUra, desPOrTO, LaZer 

Descriçãodasactividadesrecreativasesociaisdapessoa: ____________________________

Apessoaestásatisfeitacomestasactividades? SIM NÃO

Pormenores:______________________________________________________________________

Page 59: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

59

acTividades PrOfissiOnaL e ecOnóMica

Apessoatrabalha? SIM NÃO

Pormenores:______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Históricodeemprego:_____________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Apessoafrequentoucursos? SIM NÃO

Outrasaptidões:__________________________________________________________________

Interesses:________________________________________________________________________

ACTIVIDADES DA VIDA QUOTIDIANAMOBiLidade

•Deslocar-senointerior Autónomo Comajuda Ajudatotal

Pormenores:______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Senãoconseguecaminhar:transportado utilizaajudatécnica poroutrapessoa Rampaououtro

•Iràcasa-de-banho Autónomo Comajuda Ajudatotal

Pormenores:______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

•Iràcozinha Autónomo Comajuda Ajudatotal

Pormenores:______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

•ràsala Autónomo Comajuda Ajudatotal

Pormenores:______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

•Irparaoquarto Autónomo Comajuda Ajudatotal

Pormenores:______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

•Deslocar-senoexterior Autónomo Comajuda Ajudatotal

Pormenores:______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Seincapazdecaminharr:transportado utilizaajudatécnicaRampaououtro poroutrapessoa

Meiodetransporte: _______________________________________________________________

Locaisnacomunidadequenãolhesãoacessíveis:____________________________________

__________________________________________________________________________________

Pedido:__________________________________________________________________________

Caix

ade

ferr

amen

tas

Page 60: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

60

cUidadOs PessOais

•utilizaracasa-de-banho Autónomo Comajuda Ajudatotal

Pormenores:______________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________

•lavar-se Autónomo Comajuda Ajudatotal

Pormenores:______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

•vestir-se Autónomo Comajuda Ajudatotal

Pormenores:______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

•comer/beber Autónomo Comajuda Ajudatotal

Pormenores:______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Tarefas dOMÉsTicas

•preparaçãoderefeições Autónomo Comajuda Ajudatotal

Pormenores:______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

•Manutençãodacasa Autónomo Comajuda Ajudatotal

Pormenores:______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

•Lavagemdaroupa Autónomo Comajuda Ajudatotal

Pormenores:______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

•Lavagemdaloiça Autónomo Comajuda Ajudatotal

Pormenores:______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

***

Expectativas/objectivosdapessoa:________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Outroscomentários/observações:__________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Page 61: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

61

Outrostiposdequestionáriospermitemprojectar,desdearecolhadedados,estratégiasquepodemservirparaaelaboraçãodoprojectopersonalizado,conformeilustraoseguinteextracto:

exemplo 3, ficha individual / recolha de dados inicial(exemplo Hi, programa nepal, extracto de questionário)

Nomedaorganização:__________________Nomedointervenientesocial:_______________________

Distrito:________________________Datadeavaliação:________________________________________

Proveniênciadapessoa/referências: ______________________________________________________

1. Informação geral  ________________________________________________________________________________________

1.1.Nomedapessoa:____________________________Idade:________Sexo:FM

1.2.Estadocivil:asadosolteironúmerodefilhos:

1.3.Nomedopai/mãe/responsável:_____________RelaçãocomaPD:_______Ocupação: ________

1.4.Nomedoauxiliarprincipal:_____________RelaçãocomaPD:_______Ocupação:____________

1.5.Morada:______________________________________________________________________________Distrito:________________________Localidade:_______________________________________________Rua:________________________Número:__________________Telefone/contacto:_______________

2. Histórico da pessoa   ________________________________________________________________________________________

2.1. identificação das dificuldades principais

2.1.1.Qualé(são)a(s)sua(s)principal(ais)dificuldade(s)?______________________________________

_________________________________________________________________________________________

2.2. identificação das causas possíveis de deficiência

2.2.1.Quandoéqueapareceramassuasdificuldades?

nascençaSesim,problemaduranteagravidezduranteoparto

doença,especifiqueporfavor:_______________________________________data:_______________

acidente,especifiqueporfavor:_______________________________________data: ______________

subnutrição/faltadevitaminaArelacionadocomumconflito,especifiqueporfavor:_______

outro,especifiqueporfavor:______________________________________________________________

2.2.2.Evoluçãoda(s)dificuldade(s)notempo:estávelmelhoriadeterioração,especifique,porfavor_____________

2.2.3.Outrosmembrosdafamíliadeficientes?nãosim,especifique,porfavor:______________

2.3. Tipo de apoio esperado / contemplado: 

2.3.1.Comprometeu-se/levouacaboalgumainiciativaparadiminuirassuasdificuldades?

Não,porquê:medo/hesitaçãonãosabequemcontactarfinanças serviço/ajudanãodisponívelnãoprioritário outro,especifiqueporfavor:_______________________________________________

Sim,onde: curandeiroCentrodeSaúdehospitalorganizaçãolocal outro,especifiqueporfavor:______________________________________________

Caix

ade

ferr

amen

tas

Page 62: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

62

3. Plano de acção de inclusão   _________________________________________________________________________________________

3.1 social

esTaTUTO visãO / OBjecTivO acçãO

Talentos pessoais, educação e capacidades no trabalho(aptidões,capacidadespessoais)Quaissãoosseuspontosfortes(talentos/capacidades)?Oqueéqueapreciamemsi(personalidade,aptidões)?

Queaptidõesdesejamelhorar?

Investigar as relações possíveis na comunidade, isto é, se interesse por artes, estabelecer uma ligação com uma pessoa da aldeia que tenha os mesmos interesses, se tem vontade e aptidão para uma actividade, ver possibilidade de emprego/estágio, etc. Encorajar as relações sociais para melhorar a autoconfiança, as possibilidades de interacções, de intercâmbio de ideias, etc.

Participação na vida familiar Comoéqueparticipanasactividadesdasuafamília? cumprirpapéisfamiliares participarnasactividadesdomésticas participaçãonasdecisões/discussões nenhumaparticipaçãoAsuafamíliaencorajaasuaparticipação? não________Sesim-quetipodeapoio:________________________________________________

Desejaparticiparnoutrastarefas?APDpretendeparticiparmaisnavidadasuafamília?Ondeecomoéqueelasepodeenvolvermais?Eventuaisobstáculos?Comocontorná-los?

Escutar, acompanhar a família para aumentar as oportunidades de participação, de modelização, etc.

Participação na vida social comunitáriagrupos comunitáriosFazpartedegruposcomunitários? sim___ OrganizaçãodePD cooperativa grupodejovens/crianças Grupoambiental grupofeminista outro,especificar: não iniciou,masparou.Razão:Sesim,qualéoseuníveldeparticipação? presençafísica participaçãoemactividades,discussões envolvimentonaorganização,decisões_______________________Estásatisfeitocomesseníveldeparticipação? sim,dequeéquegosta? não,porquê?

Oqueéquegostariadefazer(naescola,nacomunidade,etc.)?Sevaiàescola/trabalho,oufazpartedeumgrupocomunitário,dequeformaesperaqueasuaparticipaçãoaumente?

Fazer a ligação com as estruturas locais (escolas, OPH, etc.), identificar as possibilidades de actividades culturais, desportivas e de lazer, de grupos de apoio ou outros, investigar a existência de oportunidades de voluntariado.

comunicaçãoaptidões de comunicaçãoComoéquecomunica? Linguagemoral Linguagemdesinais Linguagemgestual ajudavisualQueméqueocompreendeequeméquenãoocompreende?___________________________________________________________________________Comqueméquesesentemelhorcompreendidoemaisà-vontadeparacomunicar?____________Sente-sefrustrado/zangadoquandoquercomunicarenãopode? sim não

Quandoeondeéquegostariadecomunicar?

Oqueéqueconstituiumobstáculoàcomunicação?

Porqueéqueafunçãoéperturbada? Física Social Intelectual Acessoàlinguagem/àcomunicaçãoExplique como, isto é,. AVC, falta de confiança em si, nenhum acesso à aprendizagem da linguagem dos sinais, vocabulário limitado, etc. Como é que se pode prestar assistência à família para melhorar a comunicação? Ajudas visuais, gestos, linguagem dos sinais, frases simples, etc. Referência a serviços especializados ou APD para o desenvolvimento da linguagem dos sinais, de ajudas técnicas à comunicação, de terapia da fala, de ajudas auditivas, etc. Reforçar as relações com PD, famílias e outros, para troca de ideias e modelos de êxito.

comunicação com a família:Comoéquecomunicacomosmembrosdasuafamília?(Questõesparaafamília)Interagem/discutemcomapessoa? tantocomocomosoutrosmembrosdafamília commaisfrequência commenosfrequênciaCompreendemoqueapessoavosdiz? _______ nunca àsvezes muitasvezes sempreApessoacompreende-vos? nunca àsvezes muitasvezes sempreExistemobstáculosparaumaboacomunicaçãonavossafamília?____________________________

Quaissãoastrêsmensagensquegostariadetransmitiràsuafamília?

Comoéquesepoderiamelhorarasuacomunicaçãocomasuafamília?

Quaissãoastrêsmensagensquegostariadetransmitiraoseufilho/irmão/familiar?

Page 63: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

63

comunicação com a comunidade(Questõesparaapessoa/paraafamília)Estãosatisfeitoscomoníveldecomunicaçãoentrevocêseavossacomunidade? nunca àsvezes muitasvezes sempre

Comoéqueavossaco-municaçãocomacomuni-dadepoderiamelhorar?

Quemodosdecomunica-çãopodemserdesenvol-vidos/facilitados?

atitude e percepçãoPercepção de si mesmo(estima,imagemcorpo-ral,aceitaçãodasuapessoa)Estáfelizcomasuavida? não nãoestáfelizcomalgunsaspectos correcto feliz muitofelizSente-seà-vontadeparacomunicaraosoutrosassuasnecessidades/ideias/sentimentos? sim_____________________________ senão,porquê?____________________________________Fazcoisasporiniciativaprópria? sim nãoSente-sefrustrado/zangadocomcoisasquegostariadefazer,masnãopode? sim,quais? não

Quepercepçãogosta-riadeterdesimesmo?Comopoderiasentir-semaisfeliz/confiante?

Como é que se pode melhorar a imagem e a autoestima das pessoas deficientes?

Estabelecer relações com outros, grupos de pares, APD, redes de intercâmbio de ideias e de apoio…

atitude da família perante a pessoa(Aosolhosdapessoa)Sente-seimportanteparaasuafamília? sim não,porquê?______________________________Asuafamíliapedeasuaopinião? sim àsvezes não,porquê?______________________________(Questõesparaafamília)ComoéquesereferemàPD/designaçãoes-pecífica?___________________________________Achamqueapessoaéconsiderada,incluídaeapreciadapelosmembrosdafamília?______________________________________________________

Comoéquegostaria(m)deservisto(s)etratado(s)pelasua(vossa)família?

Comoéqueavossarelaçãocomasuafamíliapoderiamelhorar?

Ondeéqueimaginaqueestaráoseufilho/irmão/familiardaquia5a10anos?

Estabelecer relações com outras famílias, grupos de apoiom OPD, modelos, melho-rar as redes de apoio, fornecer um apoio específico.

atitude da comunidade(Questõesparaapessoa)Qualéoseulugarnacomunidade?_______________________________________________________Sente-sevalorizadopelasuacomunidade? sim não,porquê?_____________________Temamigos? sim não,porquê?_____________________________________________________(Questãoparaafamília)Comoéqueoseufilho/irmão/familiarétratadopelacomunidade? __________________________

Comoéquegostariaqueacomunidadeovisse/tratasse?

O que é que podemos fazer para facilitar os contactos / relações e o respeito entre os membros da comunidade?

Apoiar as relações com os membros-chave da comunidade, dos grupos, identificar onde é que a comunicação social poderá contri-buir para uma mudança de atitude.

Caix

ade

ferr

amen

tas

Page 64: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

64

exemplo 4, ficha individual / recolha de dados inicial (exemplo Hi, programa Marrocos)

i/ infOrMações adMinisTraTivas (relativas ao utente)NOME:

Nascido(a)a:____________________________em:

Nacionalidade:________________Morada:

N.°deSegurançaSocial:__________________________________________________________________

OutroSeguro:simnão

Sesim,coordenadasdacompanhiadeseguros:______________________________________________________________________________________________________________________________________

ii/ siTUaçãO faMiLiar*Casado Viúvo Solteiro Divorciado Uniãodefacto

Desde________ Desde________ Desde________ Desde________

Temfilhos?Sesim,quantos?______________________________________________________________

Queidadetêm?__________________________________________________________________________

Temacustódiadeles?____________________________________________________________________

Temlaçosfamiliaresouafectivoscompais–cônjuge–filho(s)–amigo(s)?

(*Riscaroquenãointeressa)

iii/ infOrMações reLaTivas À faMÍLia

Emsuma,podemserdesenvolvidasoutrasferramentasconsoanteocontextododispositivodeacompanhamento,emrelaçãoàspopulaçõeseaosrecursosutilizados.

MÃE PAI

Nomepróprio

Apelidos

Datadenascimento

Situação familiar

-Casado(a)

-Divorciado(a)

-Separado(a)

-Viúvo(a)

Situação profissional

-Activo

-Reformado

-Àprocuradeemprego

-Outro

Seactivo,especifique:

Irmãos(nomes,datasdenascimento):_______________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

Page 65: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

65

*Situaçãoparticuliar

-famíliareconstituida

-existênciadeoutrosdeficientesentreosirmãos:

Estaadmissãoérequeridapeloutente: simnão

Estaadmissãoédesejadaporumaterceirapessoa: simnão

Estaadmissãoédesejadapelafamília: simnão

iv/ infOrMações reLaTivas À deficiÊncia

Tipo de deficiência:-deficiênciamotora

-deficiênciamental

-deficiênciasensorial

-perturbaçõesassociadas

Esclarecimentoseventuais:_______________________________________________________________

________________________________________________________________________________________

Origem da deficiência:-Perinatal

-Natal

-Pós-natal

-Outras:

Esclarecimentoseventuais:_______________________________________________________________

se se tratar de um acidente, por favor, especifique:Acidentedetrabalho(foradotrajecto)______________________________________________________

Acidentedeviação ______________________________________________________________________

Práticadesportiva_______________________________________________________________________

Tentativadesuicídio_____________________________________________________________________

Acidentedoméstico______________________________________________________________________

Agressão_______________________________________________________________________________

Acidenteduranteotrajectoprofissional ____________________________________________________

Outros,especifiqueporfavor______________________________________________________________

se se tratar de uma doença:Doençaevolutiva

Doençanãoevolutiva

Especifique,porfavor: ___________________________________________________________________

Médicoassistente Médicosespecialistasquegarantemougarantiramum acompanhamento(incluindopsiquiatra)

NOME:____________________________ NOME:_____________________________________________

Morada:___________________________ Morada:____________________________________________

Tel.:_______________________________ Tel.:________________________________________________

Fax.:______________________________ Fax.:_______________________________________________

Caix

ade

ferr

amen

tas

Page 66: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

66

vaccinaTiOn

-Hépatite ouinonDate:_____________________________________-BCG ouinonDate:_____________________________________-DTP ouinonDate:_____________________________________

dePendances 

Tabac,drogue ouinon

Préciser:

Allergies ouinonPréciser:_________________________________

Difficultésrespiratoires ouinon

Diabète ouinon

Épilepsie ouinonType:____________________________________

Fréquence:_______________________________

Maladiecardio-vasculaire ouinon

Interventionchirurgicale ouinonNatureetdate(s):__________________________

Contre-indicationsàcertainespostures ouinon

Énurésie ouinon

Encoprésie ouinon

Traitement ouinon

Est-ilgéréparl’usager? ouinon

Sioui,comment?________________________________________________________________________

v/ vie sOciaLeHistoriquedessituationsdepriseenchargeet/oud’accompagnement(préciserl’âgeàchaqueétape):

_________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________

vi/ aUTOnOMia

Por favor, especifique o seu grau de autonomia

Ajudaparaselevantaredeitar? SIM NÃO

Ajudaduranteanoite? SIM NÃO

Ajudanacasa-de-banho? SIM NÃO

Consegueutilizarumabanheira? SIM NÃO

Ajudaparautilizarochuveiro? SIM NÃO

Temumchuveiroadaptado? SIM NÃO

Acasa-de-banhoestáadaptada? SIM NÃO

Ajudaparasevestir? SIM NÃO

Ajudaparacozinhar?Especifiqueseéajudaparcialoutotal SIM NÃO

Ajudaparacomer? SIM NÃO

Ajudanastarefasadministrativas? SIM NÃO

Page 67: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

67

vii/ escOLaridade – esTaBeLeciMenTOs esPeciaLiZadOsNíveldeestudos: ___________________________________________________________________________

Datas:_____________________________________________________________________________________

Coordenadasdoestabelecimento:____________________________________________________________

Estabelecimentos(s)frequentado(s):

___________________________________________________________________Datas:______________________________________________________________________________________Datas:______________________________________________________________________________________Datas:___________________

viii/ nÍveL de cOnHeciMenTOsSabe?

Ler sim não Escrever sim nãoContar sim não Verashoras sim nãoFazercontas sim não Telefonar sim não

ix/ PrOfissãO exercidaActualmente:_______________________________________________________________________________

Antesdadeficiência: ________________________________________________________________________

Ajudanaprevençãodeescaras? SIM NÃO

Ajudanasnecessidadesfisiológicas? SIM NÃO

Ajudaparaseinstalarnacadeira? SIM NÃO

Segueumregimealimentar?Sesim,qual? SIM NÃO

Ajudanascompras? SIM NÃO

Acompanhamentoduranteassaídasparaoexterior? SIM NÃO

Ajudanostransportes? SIM NÃO

Ajudanapreparaçãodemedicamentos? SIM NÃO

Ajudanatomademedicamentos? SIM NÃO

Consegueutilizarotelefone? SIM NÃO

Sozinho? SIM NÃO

Comdificuldadesdemanipulação? SIM NÃO

Utilizaçãoimpossívelsemajudadeoutrapessoa? SIM NÃO

Consegueabrir/fecharsozinhoasportasdecasa? SIM NÃO

Consegue andar sozinho?

Apé SIM NÃO

Decomboio SIM NÃO

Deautocarro SIM NÃO

Temummeiodetransportemotorizado? SIM NÃO

Por favor, especifique o seu grau de autonomia

Caix

ade

ferr

amen

tas

Page 68: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

68

xi/ LaZer e desLOcações

Conseguepassarumdiadelazersozinho(a)?_________Especificar:_____________________________

Lazereactividadespreferidas:_______________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________

xii/ cOMPOrTaMenTO

Calmo sim nãoInibido sim nãoExpansivo sim nãoViolento sim nãoSesim,especificar:_________________________________________________________________________

Outroscomportamentosdesviantes sim nãoSesim,especificar:_________________________________________________________________________

xiii/ sOciaBiLidade

Noseiodafamília sim nãoNoexterior sim nãoComoscolegas(senumestabelecimento) sim nãoComoenquadramento(senumestabelecimentot)sim não

necessidades dO UTenTeEXPECTATIVASCONFORMEEXPRESSASPELOUTILIZADOR:

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Profissionalquecontactououtente:

Nome:_____________________________________________Função:____________________________________________Data:______________________________________________Assinatura

Capacidadeparatrabalhardepé SIM NÃO

Tolerânciaàfadiga SIM NÃO

Tolerânciaaoruído SIM NÃO

Tolerânciaaotrabalhorepetitivo SIM NÃO

Ritmodetrabalhocontínuo SIM NÃO

Ritmodetrabalhodescontínuo SIM NÃO

Destrezamanual SIM NÃO

Precisãodegestos SIM NÃO

Resistênciaaoesforço SIM NÃO

Compreensãodeinstruções SIM NÃO

Aplicação SIM NÃO

Tomadadeiniciativa SIM NÃO

Capacidadedeorganização SIM NÃO

Potencialdesportivo SIM NÃO

x/ acTividades

Page 69: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

69

Após o diagnóstico social, estas etapas retomam as necessidades expressas pela pessoa, oselementosrecolhidosanívelpessoaleambiental.Estasetapassãocruciaisequerem-separticipativasnaelaboraçãodeobjectivosedemeiosprecisos,facilitandoocompromissoeoseguimentopelaspartesenvolvidas.Aferramentaapresentadaincluiigualmenteaetapaseguinte,adacontratualização.

Parte 3eTaPa 3 e 4: negociação  do projecto e plano de acção

negociação do projecto personalizado / plano de acção (exemplo Hi, programa Marrocos)

Programa de acompanhamento na participação socialPLanO de acçãO individUaLiZadO

DatadoencontroparaelaboraçãodoProjectodeVida:_______________________________Participantes:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

IDENTIFICAÇÃO DO UTENTE

Nomepróprio:_____________________________ Apelidos: _____________________________

Dataelugardenascimento: ______________________

Sexo:feminino masculino

Moradaactual:___________________________________________________________________

IDENTIFICAÇÃO DO PROFISSIONAL REFERENTE

Nome:____________________________________ Apelido:_______________________________

Função:_________________________________________________________________________

Datadaimplementaçãodoprojectodevida:_________________________________________

EXPECTATIVASCONFORMEEXPRESSASPELOUTILIZADOR:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

ANÁLISE:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Caix

ade

ferr

amen

tas

Page 70: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

70

ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DAS ACÇÕES

PLanificaçãO dOs OBjecTivOs

Porordemdeprioridade,identificarosobjectivosaatingirqueestãoassociadosàsnecessidadesdapessoaedasuafamíliaedosserviçosrequeridos.

Objectivos a atingir Meios a utilizar estabelecimento ou organismo responsável

data prevista de realização

PLanificaçãO das Medidas aLTernaTivas QUandO Os serviçOs e Os recUrsOs nãO esTãO disPOnÍveis

Determinarporobjectivoasmedidasalternativasrequeridas,asuafrequência,otipodeorganismoouserviçodedispensabemcomoasdatasprevistasderealização.

Motivo de recurso a uma medida 

alternativa

Medida alternativa tomada

Tipo de organismos ou de estabelecimento dispensador

decisões TOMadas nO fiM da reUniãO

serviço oferecido

estabelecimento ou organismo 

responsável

diligência prévia requerida

data do início da dispensação

data de colocação em  

espera

Declarotertomadoconhecimentodoconteúdodomeuplanodeacçãoindividualizadoeautorizoaprestaçãodeserviçosquemesãopropostos,conformeacordadoentreaspartes.

Assinadoem ______________________

Nodia_____________________________

Page 71: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

71

Parte 3

contrato de acompanhamento (exemplo retirado do centro jacques arnaud, Bouffémont, frança)

Objecto do contrato: Opresentecontratotemporobjectofixarascondiçõesdodispositivodeacompanhamentosocialpersonalizado,oqualtemlugarnoâmbitodosistemadeidentificação,orientaçãoeacompanhamentodaspessoasemsituaçãodedeficiência,afimdeoptimizarasuaparticipaçãoeasuainserçãosocial.

Esteacompanhamentosocialéconfiadoa_____________________Função_______________________Objectivos da intervenção:

Oobjectivoéapoiarapessoaemsituaçãodedeficiêncianassuasiniciativasapartirdasuaentradanodispositivodeacompanhamento.

Paratanto,épropostoumacompanhamentosocialpersonalizadoporumreferenteque,depoisdeentraremacordoconsigo,estabeleceráasetapasindispensáveis:

-àcompreensãoeanálisedasuasituação;-ànegociaçãodeumplanodeacçãopersonalizado;-aoacompanhamentoeosconselhosnassuasiniciativas;-aosbalançosregularesrelativosàrealizaçãodosobjectivos;-àsperspectivasquepreparamasaídadodispositivo.

Esteacompanhamentorealiza-seatravésdecontactosregulares:-pelomenos,umavezpormês-posteriormente,semprequefornecessário

Osobjectivosfixados,assuasdenominações,assuasdeclinaçõeseosseusmeiosdeimplementaçãosãoespecificadosabaixo:1._______________________________________________________________________________________:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2._______________________________________________________________________________________:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3._______________________________________________________________________________________:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

eTaPa 5: contratualização

Caix

ade

ferr

amen

tas

Page 72: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

72

compromissos recíprocos:Sr./Sra.________________________________________compromete(m)-seaaceitaroacompanhamentosocialpropostoeautilizartodososmeios,afimdeatingirosobjectivosconformedefinidosnoprojecto:

-respeitarasreuniõesestipuladaseavisaremcasodeimpedimento;-aceitarreceberoreferenteemcasa;-efectuarasdiligênciasnecessáriasàrealizaçãodosobjectivos.

Aassociação___________________compromete-seaimplementarasprestaçõespropostasnoâmbitodoacompanhamentosocialconformeocadernodeencargosaplicadonoâmbitodoprojecto.

Paratal,oreferentecompromete-sea:-efectuarvisitasasuacasa;-recebê-lo(a)nasinstalaçõesdaassociação;-tercontactosregularescomosparceiros;-assegurararelaçãocomosdiferentesserviçosimplicados(serviçossociais,organismode

formação,deorientaçãoouinserção…);-forneceravaliaçõesregulares.

duração do contrato:Opresentecontratoproduzefeitosapartirde_______________porumperíododetrêsmeses,notérminodoqualseráefectuadoumbalançocomapessoaemsituaçãodedeficiênciaparagarantirapertinênciadareconduçãooudasaídadodispositivo.

condições de rescisão do contrato:Onãocumprimentodopresentecontratopoderáimplicaracessaçãoantecipadadoacompanhamentosocial.OSr./Sra.__________________pode(m)pediracessaçãoantecipadadoacompanhamentosocialaqualquermomento,informandooreferentecomadevidaantecedência.Seráelaboradoeenviadoaobeneficiárioeaosserviçosimplicadosumbalançodefimdeacompanhamento

Elaboradoemdoisexemplaresem____________________,nodia________________

sr. / sra.(Nome,Assinatura)_____________________

Pela associação(Nome,função,assinatura)_____________________

Page 73: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

73

Parte 3eTaPa 6: arranque e seguimento do projecto

visita date activi-dade

Plano / objectivos / actividades para visita de seguimento

Observações, alterações  (se houver)

apoio específico fornecido

comentários, recomendações

ficha de seguimento (exemplo Handicap international, programa nepal)

Nomepróprio:___________________________________Apelidos: ________________________________

Referente/agentesocial:

Outrasobservações/comentários/iniciativasemcurso:

Assinaturaedata:_________________________________________________________________________

Caix

ade

ferr

amen

tas

Page 74: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

74

Ficha de síntese / balanço intermédio (adaptação ficha Hi, programa senegal)

Nomepróprio:_____________________Apelidos:_____________________Projecto:_______________

/resumo do projecto Títulodoprojecto:_________________________________________________________________

Períododeduração:de_____/_____/_____a_____/_____/_____

Objectivosiniciais:

1-__________________________________________________________________________

2-__________________________________________________________________________

3-__________________________________________________________________________

/Trabalho realizado

/ObservaçõesDifficuldadesencontradas:

Pelapessoa___________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________

Peloreferente/agentesocial____________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________

/recomendações futuras: _____________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________

Preenchidoa____________________em_________________________por________________________

Parte 3eTaPa 7: avaliação / balanço intermédio

Temáticas em curso feito falta fazer

Page 75: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

75

Parte 3eTaPa 8: finalização  do acompanhamento

síntese de acompanhamento(exemplo adaptado do centro jacques arnaud, frança, para a Hi, programa argélia)

dadOs PessOais

Nomepróprio:___________________________________Encaminhadopor:_______________________

Apelidos:_______________________________________

Morada:_________________________________________________________________________________

N.°Cartãodapessoacomdeficiência(senecessário):________________________________________

Telefone:_______________________________________

Dataelugardenascimento: _______________________________________________________________

Situaçãofamiliar:_________________________________________________________________________

Meiodetransporte/cartadecondução: ____________________________________________________

fase de POsiciOnaMenTO

Projectonoiníciodaacção:________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

BALANÇOPESSOAL

Anívelpessoal:

Descreve-secomo:_________________________________________________________________

Habilitações:

Ensinoprimário: ____________________________________________________________________

Ensinosecundário:__________________________________________________________________

Línguasestudadas:_________________________________________________________________

Ensinoprofissional:__________________________________________________________________

Caix

ade

ferr

amen

tas

Page 76: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

76

Experiênciaprofissional:

Estágiosrealizados:_________________________________________________________________

Empregos:_________________________________________________________________________

Actividadesextra-profissionais:_____________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________

Condiçõesdetrabalho:____________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________

Motivaçõesecentrosdeinteresses: ________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________

EXAMEMÉDICO

+ ficha individual / registo de informações

FASEDEMATURAÇÃO

=Relações/evoluçõesdoparticipantenoacompanhamento.Pontosintermédios.

Actividade1:_____________________________________________________________________________

Datasdaactividade:de_____/_____/_____a_____/_____/_____

Responsávelpelaactividade:______________________________________________________________

Referente:_______________________________________________________________________________

Objectivo:_______________________________________________________________________________

Tarefas confiadas ferramentas utilizadas

Tarefas não confiadas Motivos

Page 77: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

77

Balanço actividade 1:

cOncLUsãO / PrOPOsTa da eQUiPa e dO ParTiciPanTe__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

decisãO dO ParTiciPanTe__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

Nodia______________________________em______________________________

Assinaturas:

Participante:________________________________________________________________

Referente/agentesocial:__________________________________________________________

Coordenador/chefedeequipa/chefedeprojecto:_______________________________________

referente ou parceiro Participante

Pontos fortes

dificultdades encontradas

aspectos a melhorar

conclusão

Caix

ade

ferr

amen

tas

actividades 2, 3, etc.

Page 78: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

78

• FONDEMENTDELAPRATIQUEDEL’APPROCHESYSTEMIQUEENTRAVAILSOCIALMASSA,Hélène

Lescahiersdel’actifn.º308/309,www.actif-online.com

/Trabalho Social e Deficiência

• L’EVALUATIONDELAPARTICIPATIONSOCIALEETDELASITUATIONDEHANDICAPENTRAVAILSOCIAL

WBEBER,Philippe;NOREAU,Luc;FOUGEYROLLAS,Patrick In“Handicap,revuedescienceshumainesetsociales” PublicaçãodoCTNERHI–n.º103–Julhode2004

• INSERTIONSOCIALEDESPERSONNESHANDICAPEES:Méthodologiesd’évaluation RAVAUD,Jean-François;FARDEAU,Michel PublicaçõesdoCTNERHI–Julhode1994

• SUPPORTINGCHILDRENWITHDISABILITY:APARENTANDFAMILYINFORMATIONKIT InclusãoInternacionaldaregiãoÁsia-Pacífico

/Trabalho Social e Desenvolvimento

• TRAVAILSOCIALETHUMANITAIRE LAPAW,Régis Ed.L’Harmattan–Abrilde2005

• ASIANTSUNAMIANDSOCIALWORKPRACTICE–Recoveryandrebuilding TIONG,ROWLANDSandYUEN TheHaworthPress,Inc.-2006

• REPORTONTHEWORLDSOCIALSITUATION Assembleia-GeraldasNaçõesUnidas,Julhode2005

/Contextos, Métodos e Ferramentas

• COMMUNICATINGSOCIALSUPPORT:ADVANCESINPERSONALRELATIONSHIPS GOLDSMITH,DaenaJ. CambridgeUniversityPress-2004

• SOCIALSUPPORT:THEORY,RESEARCHANDINTERVENTION VAUX,Alan PublicaçãoPraeger-1988

Bibliografia e referências

Page 79: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

79

• SOCIALWORKER’SDESKREFERENCE ROBERTS,AlbertR. OxfordUniversityPress-2009

• ELABORERSONPROJETD’ETABLISSEMENTSOCIALETMEDICO-SOCIAL, CONTEXTE,METHODES,OUTILS LOUBAT,Jean-René Ed.Dunod–Setembrode2000

• LAPRATIQUEDUTRAVAILSOCIALAVECLESGROUPES MASSA,Hélène EdiçãoASH,colecçãoASH-profissionnels-2006

• ACTIONSOCIALEETLUTTEPOPULAIRE GROULX,Lionel CanadianJournalofSociology–Vol.6–1981

• LASUPERVISIOND’EQUIPESENTRAVAILSOCIAL ROUZEL,Joseph Ed.Dunod,collectionActionSociale,2007

/Trabalho Social Internacional

• GLOBALSOCIALWORKCONGRESSREPORT CentrodeConvençõesdeAdelaide(Austrália),Outubrode2004 www.icms.com.au/ifsw

• INTERNATIONALSOCIALWORK-SOCIALPROBLEMS,CULTURALISSUESANDSOCIALWORKEDUCATION

BORRMANN,STEPHAN,KLASSENeSPATSCHECK BarbaraBudrichpublishers–Abrilde2007

• JOURNALOFINTERNATIONALSOCIALWORK FederaçãoInternacionaldeAssistentesSociais

• INTERNATIONALNORMSFORQUALITYEDUCATIONANDTRAININGINSOCIALWORK AssociaçãoInternacionaldasEscolasdeTrabalhoSocial

/Trabalho Social e Ético

• ETHICSINSOCIALWORK,STATEMENTOFPRINCIPLES InternationalSocialWorkfederation,2004

• L’ACCOMPAGNEMENTSOCIALENQUESTION RelatóriodeconselheirostécnicosemTrabalhoSocialdaDRASS,Fevereirode2003

Page 80: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

80

/Documentos elaborados pela Handicap International

• INTEGRATION:FIRSTSTEPSTOWARDSANINDEPENDENTLIFE SOKOLOVA,Marina;CABOURG,Laurent HandicapInternationalMoscou,2004

• GUIDE PRATIQUE POUR L’AIDE A LA MISE EN PLACE D`UN CENTRE LOCALD`INFORMATIONETD`ORIENTATION(CLIO) :MODELISATIOND`UNEEXPERIENCEDECLIOASALE(MAROC)

EricPlantier-Royon,referente“CidadeeDeficiência,SecçãoInserção,2007

• CAPACITYDEVELOPMENTANDPARTNERSHIP:OVERVIEWANDMETHODOLOGY StefanieZiegler,referente“Parceria”,PólodeMetodologia-2008 http://www.handicap-international.de/fileadmin/redaktion/pdf/renf_cap_eng.pdf

• CAHIERSTHEMATIQUES Salé:HandicapInternational,2005-2008-8números N.°1:Lepland’interventionindividualiseinterdisciplinaire(Março2005); N°2 :Leprojetdevivrechezsoid’unepersonneensituationdehandicapauMaghreb

(Outubro2005); N°3:Lesgroupesdeparole(Setembro2006); N°4:LafonctiondecadredeproximitéenréadaptationauMaghreb(Novembro2006); N°5:Leprojetd’établissementdesstructuresàcaractèremédicalisé,éducatifet/ousocial

delarégionMaghreb(Março2007); N°6:UnenouvelleoffredeserviceauMaroc:l’unitéderéadaptationduCentreNoorde

Bouskoura(Julho2007); N°7 :Dixansd’expériencedesdispositifsmobilesdedépistageetde réadaptationen

Tunisie(Julho2007); N°8:Rendrepossiblelaparticipationsocialedespersonnesensituationdehandicapen

Algérie:lesespacesdesocialisation(EDS)(Julho2008); http://www.handicapinternational-maroc.org/puplication.htm

• BEYOND DE-INSTITUTIONALISATION: THE UNSTEADY TRANSITION TOWARDS ANENABLINGSYSTEMINSOUTHEASTEUROPE

ADAMSLisa,GRANIERPascal,AXELSSONCharlotte,2004 http://www.disabilitymonitor-see.org/indexe.htm

Page 81: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

81

/Sites web

• IFSW–InternationalFederationofSocialWorkers(FederaçãoInternacionaldoTrabalhadoresSociais)

http://www.ifsw.org

• CASW–CanadianAssociationofSocialWorkers(AssociaçãoCanadianadeTrabalhadoresSociais)

http://www.casw-acts.ca

• InclusionInternational http://www.inclusion-international.org

• CTNERHI–CentreTechniqueNationald’EtudesetdeRecherchessurlesHandicapsetlesInadaptations(CentroTécnicoNacionaldeEstudoseInvestigaçãodeDeficiênciaseInadaptações)

http://www.ctnerhi.com.fr

• IASSW–InternationalAssociationofSchoolsofSocialWork(AssociaçãoInternacionaldeEscolasdeTrabalhoSocial)

http://www.iassw-aiets.org

Page 82: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

82

Page 83: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

83

editeur : HandicapInternational,14,avenueBerthelot,69361Lyoncedex07

imprimeur :VasselGraphique,BoulevarddesDroitsdel’Homme-alléedesSorbiers-69672BronCedex

Achevéd’imprimerenmai2010

ISBN:978-2-909064-34-5

dépôt légal :mai2010

Page 84: Acompanhamento social personalizado · lho social e o desenvolvimento. Várias iniciativas alimentaram a construção deste guia: pesquisas documentais, trocas de experiên-cias e

HANDICAPINTERNATIONAL14,avenueBerthelot69361LyonCedex07Tél.:+33(0)478697979Fax:+33(0)478697994E-mail:[email protected]

ISBN:978-2-909064-34-5

Publiéaveclesupportde