acessibilidade da preparação alcoólica para higiene das

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO CÁTIA HELENA DAMANDO SALOMÃO Acessibilidade da preparação alcoólica para higiene das mãos: um desafio institucional Ribeirão Preto 2011

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UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRAtildeO PRETO

CAacuteTIA HELENA DAMANDO SALOMAtildeO

Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional

Ribeiratildeo Preto 2011

CAacuteTIA HELENA DAMANDO SALOMAtildeO

Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes - Graduaccedilatildeo em Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre Aacuterea de Concentraccedilatildeo Enfermagem

Linha de pesquisa ldquoDoenccedilas infecciosas problemaacutetica e estrateacutegias de enfrentamentordquo

Orientadora Prof(a)Dr(a)Denise de Andrade

Ribeiratildeo Preto 2011

Autorizo a reproduccedilatildeo e divulgaccedilatildeo total ou parcial deste trabalho por qualquer meio convencional ou eletrocircnico para fins de estudo e pesquisa desde que citada agrave fonte

Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo Serviccedilo de documentaccedilatildeo de Enfermagem Escola de Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo

FICHA CATALOGRAacuteFICA

Salomatildeo Caacutetia Helena Damando Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das

matildeos um desafio institucional Ribeiratildeo Preto 2011 90 p il Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto ndash USP Aacuterea de concentraccedilatildeo Enfermagem

Orientadora Andrade Denise de

1antissepsia 2lavagem de matildeos 3equipe de enfermagem 4infecccedilatildeo hospitalar 5comportamento

FOLHA DE APROVACcedilAtildeO SALOMAtildeO Caacutetia Helena Damando Tiacutetulo Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo

do Tiacutetulo de Mestre em Enfermagem

Aacuterea de Concentraccedilatildeo Enfermagem

Fundamental

Aprovado em _______________

Banca Examinadora

ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________

Julgamento________________________ Assinatura _______________________

ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________

Julgamento________________________ Assinatura _______________________

ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________

Julgamento________________________ Assinatura _______________________

DEDICATOacuteRIA

A minha querida matildee Iracema

Responsaacutevel por todas as minhas conquistas um exemplo de

carinho amor e compreensatildeo

Ao meu esposo Rogeacuterio

Com amor admiraccedilatildeo e gratidatildeo pela compreensatildeo carinho e

apoio de minha ausecircncia ao longo deste trabalho

A minha filha Thamires

Que traz tanta luz e gosto para minha vida um amor especial e

incondicional

Ao meu irmatildeo Wanderlei

Que sempre me falou com seu ldquosaber da sabedoriardquo que a ldquoroda do

tempo natildeo volta para trazrdquo ensinando-me a coragem de

prosseguir

AGRADECIMENTO ESPECIAL

ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos

de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que

parecia impossiacutevelrdquo

Charles Chaplin

Agrave Profa Dra Denise de Andrade

Na qualidade de amiga e orientadora os inesqueciacuteveis diaacutelogos

sou inteiramente grata por essa orientaccedilatildeo que ultrapassa essa

dissertaccedilatildeo bem como o carinho em todos os momentos

AGRADECIMENTOS

A Deus por sempre guiar e iluminar meus caminhos

Aos meus irmatildeos por suas mensagens de amor e confianccedila

Aos colegas PrDr Evandro Watanabe Camila Megumi Naka

Shimura Gustavo Faria de Oliveira pelo apoio na elaboraccedilatildeo do

banco de dados

Ao Prof Dr Vanderlei Joseacute Haas que contribuiu imensamente na

anaacutelise estatiacutestica

A Profa Dra Helena Megumi Sonobe agradeccedilo as ricas sugestotildees

desde o iniacutecio desta caminhada

A querida ProfaDra Izabel Yoko Ito saudosa memoacuteria os mais

profundos agradecimentos por suas saacutebias liccedilotildees

A minha amiga Fabiana Murad Rossin Molina pelo seu carinho e

presenccedila em todos os momentos dividindo as anguacutestias e

alegrias

A coordenadora de enfermagem Leila Aparecida de Castro

Pereira pelo carinho e reconhecimento e em especial pelo seu

companheirismo

A todos os colegas do Centro de Sauacutede Escola da Faculdade de

Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash USP pela colaboraccedilatildeo nas vaacuterias

etapas deste trabalho

A todos aqueles que de alguma forma contribuiacuteram para a

realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo

Muito obrigada

ldquoA percepccedilatildeo do desconhecido eacute a mais fascinante das

experiecircncias O homem que natildeo tem os olhos abertos para o

misterioso passaraacute pela vida sem ver nadardquo

Albert Einstein

RESUMO

SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-

estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento

ABSTRACT

SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo

Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation

in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior

RESUMEN

SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar

CDC

Center for Disease Control

CIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo

HM

Higiene das Matildeos

IH

Infecccedilatildeo Hospitalar

IRAS

Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede

MRSA

Methicillin resistant Staphylococcus aureus

OMS

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

RDC

Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado

SPSS

Statistical Package of Social Science

TCLE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFC

Unidade Formadora de Colocircnia

UTI

Unidade de Tratamento Intensivo

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo

40

Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede

41

Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas

42

Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas

42

Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada

42

Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada

43

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa

43

Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa

44

Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios

44

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios

45

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)

45

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)

46

Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo

46

Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos

47

Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS

47

Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem

48

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede

48

Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem

49

Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)

50

Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)

52

Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede

53

Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede

54

Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos

55

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21

2 OBJETIVOS 29

21 Geral 29

22 Especiacuteficos 29

3 MATERIAL E MEacuteTODO 30

31 Delineamento metodoloacutegico 30

32 Local e populaccedilatildeo 30

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30

322 Variaacuteveis do estudo 31

33 Fase Conceitual 31

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36

35 Instrumento de coleta dos dados 37

36 Procedimento de coleta dos dados 37

37 Anaacutelise dos dados 38

38 Aspectos eacuteticos 38

4 RESULTADOS 39

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41

43 Treinamento de HM 46

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54

5 DISCUSSAtildeO 56

6 CONCLUSOtildeES 68

REFEREcircNCIAS 71

APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83

ANEXOS 85

ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85

ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88

ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89

ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90

Introduccedilatildeo | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os

avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm

uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de

assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o

deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores

externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo

Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila

especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de

morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento

da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de

se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros

para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001

HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000

OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)

No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela

adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou

apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos

hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)

A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da

relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do

hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de

pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos

invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido

Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente

procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida

pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das

IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir

da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas

as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o

paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena

Introduccedilatildeo | 17

durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas

IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode

interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia

eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das

matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos

equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de

assepsia

O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe

de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de

prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos

fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas

assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo

Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes

precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo

de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores

epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees

sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus

membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)

Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade

sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de

fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da

comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar

juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade

de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da

equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede

A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS

torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade

Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009

MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)

Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma

especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON

Introduccedilatildeo | 18

2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009

THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)

Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico

nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o

comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo

e controle da infecccedilatildeo

Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o

marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de

atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de

monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que

liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos

esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em

maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma

alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial

Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes

do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede

ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas

seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em

Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a

Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)

O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da

Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento

de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das

injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O

toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a

infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das

principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados

Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na

assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia

Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e

autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e

recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave

Introduccedilatildeo | 19

assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das

Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede

Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais

Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em

decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios

enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar

tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias

comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes

cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves

mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores

em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no

controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar

os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de

comportamento

Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a

base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido

uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada

realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de

desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional

aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo

aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades

soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas

quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira

populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da

incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem

de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os

hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam

o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da

recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a

inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)

Introduccedilatildeo | 20

O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura

nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez

a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas

infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a

higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX

MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET

2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)

Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor

adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem

como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009

ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os

estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante

com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al

2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso

de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et

al 2009 TENIacuteAS et al 2009)

Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema

que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional

Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas

devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de

prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados

estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a

dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa

urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001

FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al

2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999

OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005

ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)

Introduccedilatildeo | 21

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias

cientiacuteficas

A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser

delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na

historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)

Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-

1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros

Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no

percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da

penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em

consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na

utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas

onerando inclusive os custos da assistecircncia

Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip

Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a

compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as

parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e

epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos

meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia

para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas

infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando

obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes

de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no

reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo

da febre puerperal (CELINE 1998)

A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das

IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-

los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por

meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota

normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial

para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota

residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo

Introduccedilatildeo | 22

frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando

colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as

defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os

Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de

Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias

possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes

quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor

alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e

eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas

podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis

A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na

superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os

extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram

negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de

esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de

accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo

eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que

compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais

prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O

meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota

temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE

2001)

Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores

que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os

microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites

infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER

1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de

transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes

tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do

processo infeccioso

Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais

importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute

mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade

Introduccedilatildeo | 23

constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de

questionamentos em acircmbito mundial

Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da

metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e

109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi

detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na

deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado

Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das

indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas

Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias

acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos

nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de

controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM

foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees

Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON

1999)

A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo

governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da

Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle

de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes

(BRASIL 1998)

Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a

principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede

Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o

ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos

autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET

BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante

da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em

se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos

de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida

importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada

(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)

A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem

etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma

Introduccedilatildeo | 24

combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como

agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde

1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo

predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas

bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no

metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da

interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo

geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida

entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre

60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as

proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002

LARSON 2004)

Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo

tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele

ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo

de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em

atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)

As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem

visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais

Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente

publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente

pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol

reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou

associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)

Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a

necessidade de lavar as matildeos

Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo

(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de

microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o

descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta

ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como

lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e

suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees

Introduccedilatildeo | 25

alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de

objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos

Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da

higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio

Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute

concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de

higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees

bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM

preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de

implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais

modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em

vilas com escassos recursos

Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica

nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de

sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de

higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)

Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para

a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do

Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de

Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional

de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee

sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo

alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)

Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto

deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo

recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento

dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento

unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades

de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de

atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos

invasivos (BRASIL 2010)

Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser

disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os

Introduccedilatildeo | 26

profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento

para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso

Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for

Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de

Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995

(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos

protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas

disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes

esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais

raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter

sustentado a atividade sobre a pele

A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos

como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou

recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)

Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por

profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de

infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda

muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)

O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo

satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS

WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )

Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50

Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em

aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva

(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)

Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras

et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o

exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como

Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)

Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis

Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de

determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes

e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de

Introduccedilatildeo | 27

infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e

opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso

contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio

onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que

as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a

natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos

adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos

programas educativos e motivacionais

Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na

modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso

de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas

consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de

diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o

qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica

Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico

pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica

Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e

Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada

As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico

condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a

importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM

Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o

comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal

num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um

questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento

evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais

forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de

integrar uma abordagem psicoeducacional

Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na

promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo

comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio

Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas

fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica

com alta resolutividade

Introduccedilatildeo | 28

Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns

questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas

Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-

reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos

organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do

conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de

atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis

Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM

com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A

perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de

cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a

mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo

microbiana da infecccedilatildeo cruzada

Objetivos | 29

2 OBJETIVOS

21 Geral

Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica

na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades

eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as

funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A

Bandura

22 Especiacuteficos

Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo

acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM

Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel

bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem

de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede

Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em

fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo

alcooacutelica

Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a

praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica

Material e Meacutetodo | 30

3 MATERIAL E MEacuteTODO

31 Delineamento metodoloacutegico

Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas

em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL

et al 2002)

32 Local e populaccedilatildeo

Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se

por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica

do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede

Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais

de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas

instituiccedilotildees

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes

Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades

Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja

aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da

pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho

Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que

aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no

periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os

Material e Meacutetodo | 31

profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como

natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a

participar do estudo

322 Variaacuteveis do estudo

Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo

local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do

conhecimento e treinamento

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo

33 Fase Conceitual

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo

gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os

microrganismos

- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida

preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave

aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se

que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e

outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com

Material e Meacutetodo | 32

atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de

suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos

Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o

ressecamento da pele

Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local

onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou

tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a

preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente

acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se

os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar

acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento

Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para

a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)

Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas

para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou

preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou

perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma

bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade

tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)

Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao

desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime

de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios

(BRASIL 2010)

Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute

sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam

assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou

diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de

assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a

disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado

de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a

Material e Meacutetodo | 33

execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na

habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM

Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as

accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais

e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo

que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo

domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em

suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos

Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa

faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera

mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA

1977 1981 1997 2008)

Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para

a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas

tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que

frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da

infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada

neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do

desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior

do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo

convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos

estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos

ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos

assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de

Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas

realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)

Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que

levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer

as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos

Material e Meacutetodo | 34

cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os

processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-

eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento

O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de

atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de

comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas

habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam

poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a

seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o

desempenho pessoal

Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de

auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees

afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA

1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir

situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS

1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados

essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo

(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a

intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no

enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa

de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho

A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento

resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de

domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos

sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)

A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como

a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar

na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do

desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo

pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo

para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo

de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se

esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)

Material e Meacutetodo | 35

As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e

modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar

em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o

sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se

concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram

sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem

aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias

potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se

reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no

desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que

fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)

A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros

sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas

persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade

proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais

sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito

principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido

(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o

julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor

depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e

fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)

A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e

generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade

ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com

sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando

seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo

quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado

A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o

comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham

certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos

adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis

A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e

ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras

situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel

Material e Meacutetodo | 36

que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou

no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando

mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido

Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida

diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis

relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo

deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o

comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-

reguladoras

A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas

como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que

contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos

serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar

os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo

envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-

regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias

autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias

internas que governam a conduta

O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras

O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de

padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios

internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por

preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos

e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas

(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de

comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas

extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo

exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos

em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as

Material e Meacutetodo | 37

pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais

contra os quais possam avaliar o seu comportamento

35 Instrumento de coleta dos dados

Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na

experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA

Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com

preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e

internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura

A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo

com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As

sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta

de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais

e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca

da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento

estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)

36 Procedimento de coleta dos dados

A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de

entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam

devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de

2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o

enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e

convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-

preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os

profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das

informaccedilotildees recebidas

Material e Meacutetodo | 38

37 Anaacutelise dos dados

Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante

dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia

absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS

(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas

dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em

ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os

valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma

amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares

38 Aspectos eacuteticos

O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres

humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)

Resultados | 39

4 RESULTADOS

A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a

acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede

seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

43 Treinamento em HM (HM)

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Assim segue-se

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318

participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo

de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho

Resultados | 40

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011

Variaacuteveis n ()

Sexo

Masculino 72 (226)

Feminino 246 (774)

Idade

18 a 25 anos 61 (192)

26 a 35 anos 127 (399)

36 a 45 anos 64 (201)

46 a 60 anos ou mais 66 (208)

Profissional

Auxiliar de enfermagem 118 (371)

Teacutecnico de enfermagem 34 (107)

Enfermeiro 99 (311)

Meacutedico 55 (172)

Odontoacutelogo 08 (26)

Fisioterapeuta 04 (13)

Tempo de formaccedilatildeo

Menos de 2 anos 55 (173)

3 a 10 anos 132 (415)

11 a 20 anos 63 (198)

21 a 26 anos ou mais 68 (214)

Tempo de atuaccedilatildeo

Menos de 2 anos 51 (16)

3 a 10 anos 124 (39)

11 a 20 anos 62 (195)

20 a 26 anos ou mais 81(255)

Turno de trabalho

Manhatilde 60 (189)

Tarde 33 (104)

Vespertino 09 (27)

Noturno 18 (57)

Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)

Resultados | 41

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do

conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes

Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Atualizaccedilatildeo n()

Jornais e Revistas

Sim 93 (292)

Natildeo 225 (708)

Pesquisa informatizada

Nunca 09 (28)

Agraves vezes 142 (447)

Sempre 167 (525)

Grupos e pesquisa

Sim 126 (396)

Natildeo 192 (604)

CursoCongressoSimpoacutesio

Sim 246 (774)

Natildeo 72 (226)

Treinamento HM

Uacuteltimos 6 meses 138 (434)

Ultimo ano 69 (217)

Uacuteltimos 2 anos 57 (179)

Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)

Realizado pela instituiccedilatildeo

Sim 193 (607)

Natildeo 125 (393)

No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os

entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo

do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)

receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem

Resultados | 42

Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)

Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)

Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos

referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede

Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)

TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)

E 34 (343) 65 (657) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este

conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento

Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)

Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)

Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)

Resultados | 43

A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza

pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763

Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)

TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)

E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)

Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada

458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de

consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes

as realizam

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

Categoria Profissional

Sim Natildeo Total n () n () n ()

Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)

Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)

Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo

ou pesquisa

Resultados | 44

Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)

TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)

E 64 (646) 35 (354) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se

envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa

participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de

enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para

refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o

conhecimento produzido

Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)

Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)

Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)

Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos

profissionais meacutedicos

Resultados | 45

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)

TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)

E 87 (879) 12 (121) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=

Enfermeiro

A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios

estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem

(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Categoria

Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)

Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)

Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo

recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes

informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em

que atuam sendo que 74(233) negaram

Resultados | 46

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento de HM nos uacuteltimos

PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)

TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)

E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem

receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses

43 Treinamento de HM

Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do

treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela

OMS

Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Cinco

momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu

n () n () n () n ()

Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)

Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)

Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)

Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)

Resultados | 47

Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede

foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Cinco momentos para HM

Treinamento HM

uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)

Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)

Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)

Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA

525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz

Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria

profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM

Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Abordagem cinco momentos HM

Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)

Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)

Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da

equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela

OMS

Resultados | 48

Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Abordagem cinco momentos HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)

TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)

E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre

o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que

o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes

realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)

Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)

Resultados | 49

Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)

TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)

E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi

baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de

sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a

disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM

Resultados | 50

Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Infra-estrutura HM n ()

Disponibilidade de aacutelcool

Nunca 12 (38)

Raramente 18 (57)

Agraves vezes 43 (135)

Frequentemente 56 (176)

Sempre 189 (594)

Tipo de dispensadores

Individual 19 (60)

Coletivo 193 (607)

Ambos 102 (321)

Natildeo tem 04 (12)

Acessibilidade

Sim 271(852)

Natildeo 47 (148)

Reabastecimento

Sim 231 (726)

Natildeo 68 (214)

Desconheccedilo 19 (60)

Limpeza

Sim 167(525)

Natildeo 136(428)

Desconheccedilo 15(47)

Cartazes

Sim 133 (418)

Natildeo 185 (582)

Recomendaccedilotildees

Sim 156 (491)

Natildeo 120 (377)

Desconheccedilo 42 (132)

Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do

produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores

Resultados | 51

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees

envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21

Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)

Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)

Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)

Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees

dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)

Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)

TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)

E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529

Resultados | 52

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22

Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total

n () n () n () n ()

Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)

Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)

Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)

Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)

Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)

PE= Profissional de enfermagem

A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou

de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo

apresentadas na Tabela 23

Resultados | 53

Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Queixas Enfermagem Meacutedico Outros

n () n() n () p

Ressecamento

Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506

Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)

Viscosidade

Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638

Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)

Odor

Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044

Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)

Velocidade de secagem

Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001

Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)

Teacutecnica de aplicaccedilatildeo

Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467

Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)

Textura

Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930

Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)

Ausecircncia

Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009

Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)

Tempo

Sim 03 (12) 0 0 0668

Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)

Sem queixas

Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418

Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)

Outras queixas

Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109

Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)

Test t student independente (plt005)

Resultados | 54

Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso

da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como

principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem

(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos

entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)

Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Sim Natildeo

Valor p

Postura 374 374 00998

Vigilacircncia 374 417 0260

Treinamento 41 421 0788

Conhecimento 42 367 0135

Qualidade 445 388 0008

Cartazes 445 452 0847

Disponibilidade 533 538 0890

Legislaccedilatildeo 632 688 0114

Test t student independente (plt005)

De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior

representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute

mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo

considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a

meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida

Resultados | 55

Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros

Postura 362 392 448

Vigilacircncia 383 408 336

Treinamento 405 457 380

Conhecimento 417 389 408

Qualidade 439 416 432

Cartazes 437 432 528

Disponibilidade 547 514 464

Legislaccedilatildeo 639 657 633

Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para

promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de

profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)

meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)

Discussatildeo | 56

5 DISCUSSAtildeO

O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede

quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem

como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o

perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os

aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

para HM

Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no

sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a

predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe

de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de

enfermagem (107) e enfermeiro (311)

De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo

(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria

profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de

enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na

cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no

cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o

investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo

Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por

trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao

trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo

(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o

trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e

todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir

do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de

trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os

moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998

PITTA 1991)

Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da

praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e

supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua

Discussatildeo | 57

vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O

ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva

carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e

os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno

que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de

duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da

sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de

uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute

danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006

MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)

Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um

viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses

trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a

caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego

sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram

para outros empregos

E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio

nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees

durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades

de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de

enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras

atividades

Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos

enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante

no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na

inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de

cursos de niacutevel superior no paiacutes

A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas

informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram

itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas

informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro

Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no

mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A

incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da

Discussatildeo | 58

roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais

modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na

organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito

mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a

pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e

eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as

pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um

grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero

cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas

em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave

disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias

estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de

censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados

prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo

de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia

do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com

selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr

disserta99kellercap3htm)

O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e

humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados

para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional

recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas

para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia

Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos

dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco

momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos

entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras

palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco

momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar

mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente

acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)

Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para

HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando

Discussatildeo | 59

questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e

apenas 283 concordaram com o referido monitoramento

Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento

claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente

direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos

de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e

higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)

Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente

(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados

Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as

ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na

(ANVISA 2010)

A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e

aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de

infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates

treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de

dados de vigilancia

Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas

para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-

nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso

a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns

apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo

estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham

diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados

por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento

passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem

padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e

ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes

atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)

Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num

momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo

habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional

Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem

conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se

Discussatildeo | 60

que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos

auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se

verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de

promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas

curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de

higiene

O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as

praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em

alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta

abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas

algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em

relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas

quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute

maior risco de transmissatildeo de microrganismos

Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual

demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro

de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a

disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos

(BRASIL 2010)

Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na

presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou

tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio

de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de

insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de

lavatoacuteriospias

Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos

dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do

produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores

devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No

caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-

se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e

secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por

semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado

Discussatildeo | 61

antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos

natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos

responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da

soluccedilatildeo (BRASIL 2007)

Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo

e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta

perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados

coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas

governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e

intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos

(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a

resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com

enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de

controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional

destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de

prevenccedilatildeo e controle)

Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios

e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das

infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores

impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na

perspectiva do controle das infecccedilotildees

Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos

humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle

de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto

requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento

O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos

buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais

proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura

organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima

competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo

Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional

de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade

Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e

reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto

Discussatildeo | 62

mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em

assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da

infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e

controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem

como envolver aspectos culturais

Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e

controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo

integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos

diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo

Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer

organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um

programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave

promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas

consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres

para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo

explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover

informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas

No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a

existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais

profissionais de sauacutede

Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo

mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de

antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor

acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho

de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)

No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo

aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada

para a melhoria da adesatildeo

O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os

dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o

acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou

dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou

direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da

viscosidade do produto

Discussatildeo | 63

A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido

documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou

ressecamento como principal queixa

No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees

alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos

profissionais de sauacutede WIDMER (2007)

Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia

a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco

de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de

microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na

microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia

e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988

LARSON et al 2000)

Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais

da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o

risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos

profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e

loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA

ARMOND 2005)

Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns

na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo

conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e

categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um

grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se

correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi

correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p

lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)

(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)

Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos

adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os

profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da

higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos

produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites

Discussatildeo | 64

por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de

produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos

riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a

exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo

aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete

imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites

Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o

ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de

produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas

A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de

sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia

entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura

positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a

qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os

aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado

obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura

positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na

promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia

a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)

Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos

tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional

qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os

participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o

conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e

legislaccedilatildeo

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso

mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a

motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de

modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas

administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede

tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de

seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila

Discussatildeo | 65

niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem

reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas

Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de

motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da

transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees

cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem

como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a

ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias

dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo

sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado

para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)

Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de

prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-

se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia

do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico

Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de

algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de

comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas

de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a

higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo

Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os

iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma

mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo

depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional

Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a

seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo

continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua

interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede

com modelos de cuidados mais seguros

O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando

como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem

a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH

transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees

complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante

Discussatildeo | 66

transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico

requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo

de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado

prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)

Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram

fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao

desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e

indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania

O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia

multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta

estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o

gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e

pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico

Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave

higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto

no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo

Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos

em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um

questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre

as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a

consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os

colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e

a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e

facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM

O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o

suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM

aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos

torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET

MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)

A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al

(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo

diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo

mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A

praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes

Discussatildeo | 67

Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de

higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo

nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem

relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico

apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais

O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente

incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002

Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a

introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais

Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal

entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo

pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino

Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias

incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback

de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)

Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou

sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para

higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para

cada 1000 pacientes-dia

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico

preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-

estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um

processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas

em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de

educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo

mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do

ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais

Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute

influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas

experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de

desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo

relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a

praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento

da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)

Conclusotildees | 68

6 CONCLUSOtildeES

O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede

Perfil dos profissionais de sauacutede

bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e

a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida

(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais

bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram

compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema

rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)

Atualizaccedilatildeo do conhecimento

bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada

foram os recursos mais utilizados

bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis

meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem

sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os

meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela

OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em

suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos

seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos

profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a

importacircncia da HM

Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Conclusotildees | 69

bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em

meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais

evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)

bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a

existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve

meacutedia de (525)

bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM

estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)

Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das

medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM

bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as

menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do

produto (p=0009) e odor (p= 0044)

bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos

quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia

(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o

enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)

bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave

postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)

representou o conhecimento do profissional e outros profissionais

(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes

Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas

especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM

considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute

uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes

Conclusotildees | 70

Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo

dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual

coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante

papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia

criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um

trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de

vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos

(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de

infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias

cientificas

No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-

ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos

com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que

foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de

caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo

as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de

auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo

apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez

que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem

passivos diante do problema

Referecircncias | 71

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Apecircndice | 83

APEcircNDICE

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta dos dados

N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo

Apecircndice | 84

16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo

17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre

18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras

Anexos | 85

ANEXOS

ANEXO A

CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo

Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt

Anexos | 86

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 87

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 88

ANEXO B

Handwashing Assessment Inventory O`Boyle

Anexos | 89

ANEXO C

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP

Anexos | 90

ANEXO D

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D

CAacuteTIA HELENA DAMANDO SALOMAtildeO

Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes - Graduaccedilatildeo em Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre Aacuterea de Concentraccedilatildeo Enfermagem

Linha de pesquisa ldquoDoenccedilas infecciosas problemaacutetica e estrateacutegias de enfrentamentordquo

Orientadora Prof(a)Dr(a)Denise de Andrade

Ribeiratildeo Preto 2011

Autorizo a reproduccedilatildeo e divulgaccedilatildeo total ou parcial deste trabalho por qualquer meio convencional ou eletrocircnico para fins de estudo e pesquisa desde que citada agrave fonte

Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo Serviccedilo de documentaccedilatildeo de Enfermagem Escola de Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo

FICHA CATALOGRAacuteFICA

Salomatildeo Caacutetia Helena Damando Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das

matildeos um desafio institucional Ribeiratildeo Preto 2011 90 p il Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto ndash USP Aacuterea de concentraccedilatildeo Enfermagem

Orientadora Andrade Denise de

1antissepsia 2lavagem de matildeos 3equipe de enfermagem 4infecccedilatildeo hospitalar 5comportamento

FOLHA DE APROVACcedilAtildeO SALOMAtildeO Caacutetia Helena Damando Tiacutetulo Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo

do Tiacutetulo de Mestre em Enfermagem

Aacuterea de Concentraccedilatildeo Enfermagem

Fundamental

Aprovado em _______________

Banca Examinadora

ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________

Julgamento________________________ Assinatura _______________________

ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________

Julgamento________________________ Assinatura _______________________

ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________

Julgamento________________________ Assinatura _______________________

DEDICATOacuteRIA

A minha querida matildee Iracema

Responsaacutevel por todas as minhas conquistas um exemplo de

carinho amor e compreensatildeo

Ao meu esposo Rogeacuterio

Com amor admiraccedilatildeo e gratidatildeo pela compreensatildeo carinho e

apoio de minha ausecircncia ao longo deste trabalho

A minha filha Thamires

Que traz tanta luz e gosto para minha vida um amor especial e

incondicional

Ao meu irmatildeo Wanderlei

Que sempre me falou com seu ldquosaber da sabedoriardquo que a ldquoroda do

tempo natildeo volta para trazrdquo ensinando-me a coragem de

prosseguir

AGRADECIMENTO ESPECIAL

ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos

de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que

parecia impossiacutevelrdquo

Charles Chaplin

Agrave Profa Dra Denise de Andrade

Na qualidade de amiga e orientadora os inesqueciacuteveis diaacutelogos

sou inteiramente grata por essa orientaccedilatildeo que ultrapassa essa

dissertaccedilatildeo bem como o carinho em todos os momentos

AGRADECIMENTOS

A Deus por sempre guiar e iluminar meus caminhos

Aos meus irmatildeos por suas mensagens de amor e confianccedila

Aos colegas PrDr Evandro Watanabe Camila Megumi Naka

Shimura Gustavo Faria de Oliveira pelo apoio na elaboraccedilatildeo do

banco de dados

Ao Prof Dr Vanderlei Joseacute Haas que contribuiu imensamente na

anaacutelise estatiacutestica

A Profa Dra Helena Megumi Sonobe agradeccedilo as ricas sugestotildees

desde o iniacutecio desta caminhada

A querida ProfaDra Izabel Yoko Ito saudosa memoacuteria os mais

profundos agradecimentos por suas saacutebias liccedilotildees

A minha amiga Fabiana Murad Rossin Molina pelo seu carinho e

presenccedila em todos os momentos dividindo as anguacutestias e

alegrias

A coordenadora de enfermagem Leila Aparecida de Castro

Pereira pelo carinho e reconhecimento e em especial pelo seu

companheirismo

A todos os colegas do Centro de Sauacutede Escola da Faculdade de

Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash USP pela colaboraccedilatildeo nas vaacuterias

etapas deste trabalho

A todos aqueles que de alguma forma contribuiacuteram para a

realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo

Muito obrigada

ldquoA percepccedilatildeo do desconhecido eacute a mais fascinante das

experiecircncias O homem que natildeo tem os olhos abertos para o

misterioso passaraacute pela vida sem ver nadardquo

Albert Einstein

RESUMO

SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-

estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento

ABSTRACT

SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo

Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation

in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior

RESUMEN

SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar

CDC

Center for Disease Control

CIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo

HM

Higiene das Matildeos

IH

Infecccedilatildeo Hospitalar

IRAS

Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede

MRSA

Methicillin resistant Staphylococcus aureus

OMS

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

RDC

Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado

SPSS

Statistical Package of Social Science

TCLE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFC

Unidade Formadora de Colocircnia

UTI

Unidade de Tratamento Intensivo

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo

40

Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede

41

Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas

42

Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas

42

Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada

42

Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada

43

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa

43

Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa

44

Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios

44

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios

45

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)

45

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)

46

Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo

46

Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos

47

Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS

47

Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem

48

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede

48

Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem

49

Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)

50

Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)

52

Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede

53

Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede

54

Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos

55

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21

2 OBJETIVOS 29

21 Geral 29

22 Especiacuteficos 29

3 MATERIAL E MEacuteTODO 30

31 Delineamento metodoloacutegico 30

32 Local e populaccedilatildeo 30

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30

322 Variaacuteveis do estudo 31

33 Fase Conceitual 31

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36

35 Instrumento de coleta dos dados 37

36 Procedimento de coleta dos dados 37

37 Anaacutelise dos dados 38

38 Aspectos eacuteticos 38

4 RESULTADOS 39

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41

43 Treinamento de HM 46

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54

5 DISCUSSAtildeO 56

6 CONCLUSOtildeES 68

REFEREcircNCIAS 71

APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83

ANEXOS 85

ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85

ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88

ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89

ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90

Introduccedilatildeo | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os

avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm

uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de

assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o

deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores

externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo

Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila

especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de

morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento

da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de

se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros

para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001

HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000

OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)

No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela

adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou

apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos

hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)

A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da

relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do

hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de

pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos

invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido

Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente

procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida

pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das

IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir

da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas

as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o

paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena

Introduccedilatildeo | 17

durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas

IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode

interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia

eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das

matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos

equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de

assepsia

O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe

de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de

prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos

fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas

assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo

Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes

precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo

de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores

epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees

sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus

membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)

Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade

sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de

fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da

comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar

juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade

de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da

equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede

A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS

torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade

Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009

MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)

Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma

especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON

Introduccedilatildeo | 18

2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009

THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)

Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico

nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o

comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo

e controle da infecccedilatildeo

Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o

marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de

atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de

monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que

liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos

esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em

maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma

alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial

Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes

do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede

ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas

seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em

Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a

Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)

O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da

Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento

de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das

injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O

toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a

infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das

principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados

Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na

assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia

Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e

autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e

recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave

Introduccedilatildeo | 19

assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das

Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede

Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais

Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em

decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios

enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar

tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias

comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes

cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves

mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores

em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no

controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar

os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de

comportamento

Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a

base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido

uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada

realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de

desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional

aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo

aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades

soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas

quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira

populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da

incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem

de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os

hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam

o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da

recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a

inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)

Introduccedilatildeo | 20

O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura

nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez

a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas

infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a

higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX

MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET

2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)

Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor

adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem

como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009

ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os

estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante

com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al

2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso

de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et

al 2009 TENIacuteAS et al 2009)

Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema

que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional

Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas

devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de

prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados

estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a

dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa

urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001

FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al

2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999

OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005

ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)

Introduccedilatildeo | 21

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias

cientiacuteficas

A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser

delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na

historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)

Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-

1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros

Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no

percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da

penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em

consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na

utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas

onerando inclusive os custos da assistecircncia

Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip

Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a

compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as

parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e

epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos

meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia

para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas

infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando

obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes

de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no

reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo

da febre puerperal (CELINE 1998)

A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das

IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-

los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por

meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota

normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial

para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota

residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo

Introduccedilatildeo | 22

frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando

colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as

defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os

Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de

Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias

possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes

quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor

alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e

eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas

podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis

A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na

superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os

extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram

negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de

esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de

accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo

eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que

compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais

prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O

meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota

temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE

2001)

Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores

que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os

microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites

infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER

1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de

transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes

tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do

processo infeccioso

Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais

importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute

mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade

Introduccedilatildeo | 23

constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de

questionamentos em acircmbito mundial

Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da

metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e

109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi

detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na

deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado

Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das

indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas

Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias

acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos

nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de

controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM

foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees

Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON

1999)

A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo

governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da

Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle

de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes

(BRASIL 1998)

Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a

principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede

Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o

ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos

autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET

BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante

da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em

se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos

de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida

importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada

(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)

A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem

etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma

Introduccedilatildeo | 24

combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como

agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde

1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo

predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas

bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no

metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da

interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo

geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida

entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre

60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as

proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002

LARSON 2004)

Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo

tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele

ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo

de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em

atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)

As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem

visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais

Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente

publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente

pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol

reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou

associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)

Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a

necessidade de lavar as matildeos

Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo

(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de

microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o

descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta

ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como

lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e

suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees

Introduccedilatildeo | 25

alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de

objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos

Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da

higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio

Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute

concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de

higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees

bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM

preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de

implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais

modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em

vilas com escassos recursos

Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica

nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de

sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de

higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)

Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para

a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do

Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de

Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional

de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee

sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo

alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)

Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto

deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo

recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento

dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento

unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades

de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de

atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos

invasivos (BRASIL 2010)

Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser

disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os

Introduccedilatildeo | 26

profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento

para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso

Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for

Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de

Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995

(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos

protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas

disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes

esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais

raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter

sustentado a atividade sobre a pele

A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos

como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou

recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)

Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por

profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de

infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda

muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)

O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo

satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS

WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )

Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50

Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em

aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva

(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)

Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras

et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o

exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como

Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)

Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis

Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de

determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes

e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de

Introduccedilatildeo | 27

infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e

opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso

contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio

onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que

as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a

natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos

adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos

programas educativos e motivacionais

Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na

modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso

de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas

consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de

diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o

qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica

Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico

pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica

Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e

Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada

As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico

condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a

importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM

Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o

comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal

num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um

questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento

evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais

forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de

integrar uma abordagem psicoeducacional

Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na

promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo

comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio

Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas

fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica

com alta resolutividade

Introduccedilatildeo | 28

Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns

questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas

Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-

reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos

organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do

conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de

atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis

Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM

com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A

perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de

cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a

mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo

microbiana da infecccedilatildeo cruzada

Objetivos | 29

2 OBJETIVOS

21 Geral

Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica

na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades

eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as

funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A

Bandura

22 Especiacuteficos

Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo

acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM

Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel

bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem

de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede

Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em

fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo

alcooacutelica

Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a

praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica

Material e Meacutetodo | 30

3 MATERIAL E MEacuteTODO

31 Delineamento metodoloacutegico

Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas

em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL

et al 2002)

32 Local e populaccedilatildeo

Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se

por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica

do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede

Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais

de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas

instituiccedilotildees

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes

Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades

Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja

aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da

pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho

Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que

aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no

periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os

Material e Meacutetodo | 31

profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como

natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a

participar do estudo

322 Variaacuteveis do estudo

Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo

local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do

conhecimento e treinamento

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo

33 Fase Conceitual

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo

gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os

microrganismos

- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida

preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave

aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se

que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e

outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com

Material e Meacutetodo | 32

atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de

suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos

Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o

ressecamento da pele

Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local

onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou

tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a

preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente

acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se

os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar

acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento

Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para

a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)

Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas

para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou

preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou

perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma

bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade

tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)

Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao

desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime

de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios

(BRASIL 2010)

Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute

sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam

assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou

diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de

assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a

disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado

de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a

Material e Meacutetodo | 33

execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na

habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM

Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as

accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais

e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo

que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo

domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em

suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos

Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa

faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera

mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA

1977 1981 1997 2008)

Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para

a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas

tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que

frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da

infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada

neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do

desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior

do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo

convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos

estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos

ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos

assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de

Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas

realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)

Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que

levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer

as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos

Material e Meacutetodo | 34

cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os

processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-

eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento

O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de

atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de

comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas

habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam

poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a

seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o

desempenho pessoal

Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de

auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees

afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA

1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir

situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS

1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados

essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo

(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a

intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no

enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa

de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho

A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento

resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de

domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos

sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)

A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como

a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar

na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do

desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo

pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo

para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo

de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se

esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)

Material e Meacutetodo | 35

As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e

modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar

em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o

sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se

concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram

sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem

aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias

potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se

reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no

desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que

fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)

A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros

sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas

persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade

proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais

sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito

principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido

(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o

julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor

depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e

fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)

A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e

generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade

ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com

sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando

seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo

quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado

A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o

comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham

certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos

adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis

A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e

ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras

situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel

Material e Meacutetodo | 36

que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou

no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando

mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido

Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida

diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis

relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo

deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o

comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-

reguladoras

A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas

como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que

contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos

serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar

os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo

envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-

regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias

autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias

internas que governam a conduta

O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras

O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de

padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios

internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por

preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos

e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas

(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de

comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas

extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo

exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos

em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as

Material e Meacutetodo | 37

pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais

contra os quais possam avaliar o seu comportamento

35 Instrumento de coleta dos dados

Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na

experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA

Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com

preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e

internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura

A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo

com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As

sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta

de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais

e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca

da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento

estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)

36 Procedimento de coleta dos dados

A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de

entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam

devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de

2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o

enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e

convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-

preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os

profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das

informaccedilotildees recebidas

Material e Meacutetodo | 38

37 Anaacutelise dos dados

Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante

dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia

absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS

(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas

dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em

ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os

valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma

amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares

38 Aspectos eacuteticos

O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres

humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)

Resultados | 39

4 RESULTADOS

A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a

acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede

seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

43 Treinamento em HM (HM)

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Assim segue-se

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318

participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo

de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho

Resultados | 40

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011

Variaacuteveis n ()

Sexo

Masculino 72 (226)

Feminino 246 (774)

Idade

18 a 25 anos 61 (192)

26 a 35 anos 127 (399)

36 a 45 anos 64 (201)

46 a 60 anos ou mais 66 (208)

Profissional

Auxiliar de enfermagem 118 (371)

Teacutecnico de enfermagem 34 (107)

Enfermeiro 99 (311)

Meacutedico 55 (172)

Odontoacutelogo 08 (26)

Fisioterapeuta 04 (13)

Tempo de formaccedilatildeo

Menos de 2 anos 55 (173)

3 a 10 anos 132 (415)

11 a 20 anos 63 (198)

21 a 26 anos ou mais 68 (214)

Tempo de atuaccedilatildeo

Menos de 2 anos 51 (16)

3 a 10 anos 124 (39)

11 a 20 anos 62 (195)

20 a 26 anos ou mais 81(255)

Turno de trabalho

Manhatilde 60 (189)

Tarde 33 (104)

Vespertino 09 (27)

Noturno 18 (57)

Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)

Resultados | 41

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do

conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes

Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Atualizaccedilatildeo n()

Jornais e Revistas

Sim 93 (292)

Natildeo 225 (708)

Pesquisa informatizada

Nunca 09 (28)

Agraves vezes 142 (447)

Sempre 167 (525)

Grupos e pesquisa

Sim 126 (396)

Natildeo 192 (604)

CursoCongressoSimpoacutesio

Sim 246 (774)

Natildeo 72 (226)

Treinamento HM

Uacuteltimos 6 meses 138 (434)

Ultimo ano 69 (217)

Uacuteltimos 2 anos 57 (179)

Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)

Realizado pela instituiccedilatildeo

Sim 193 (607)

Natildeo 125 (393)

No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os

entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo

do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)

receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem

Resultados | 42

Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)

Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)

Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos

referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede

Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)

TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)

E 34 (343) 65 (657) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este

conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento

Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)

Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)

Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)

Resultados | 43

A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza

pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763

Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)

TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)

E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)

Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada

458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de

consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes

as realizam

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

Categoria Profissional

Sim Natildeo Total n () n () n ()

Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)

Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)

Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo

ou pesquisa

Resultados | 44

Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)

TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)

E 64 (646) 35 (354) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se

envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa

participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de

enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para

refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o

conhecimento produzido

Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)

Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)

Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)

Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos

profissionais meacutedicos

Resultados | 45

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)

TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)

E 87 (879) 12 (121) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=

Enfermeiro

A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios

estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem

(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Categoria

Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)

Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)

Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo

recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes

informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em

que atuam sendo que 74(233) negaram

Resultados | 46

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento de HM nos uacuteltimos

PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)

TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)

E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem

receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses

43 Treinamento de HM

Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do

treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela

OMS

Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Cinco

momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu

n () n () n () n ()

Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)

Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)

Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)

Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)

Resultados | 47

Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede

foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Cinco momentos para HM

Treinamento HM

uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)

Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)

Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)

Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA

525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz

Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria

profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM

Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Abordagem cinco momentos HM

Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)

Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)

Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da

equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela

OMS

Resultados | 48

Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Abordagem cinco momentos HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)

TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)

E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre

o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que

o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes

realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)

Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)

Resultados | 49

Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)

TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)

E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi

baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de

sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a

disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM

Resultados | 50

Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Infra-estrutura HM n ()

Disponibilidade de aacutelcool

Nunca 12 (38)

Raramente 18 (57)

Agraves vezes 43 (135)

Frequentemente 56 (176)

Sempre 189 (594)

Tipo de dispensadores

Individual 19 (60)

Coletivo 193 (607)

Ambos 102 (321)

Natildeo tem 04 (12)

Acessibilidade

Sim 271(852)

Natildeo 47 (148)

Reabastecimento

Sim 231 (726)

Natildeo 68 (214)

Desconheccedilo 19 (60)

Limpeza

Sim 167(525)

Natildeo 136(428)

Desconheccedilo 15(47)

Cartazes

Sim 133 (418)

Natildeo 185 (582)

Recomendaccedilotildees

Sim 156 (491)

Natildeo 120 (377)

Desconheccedilo 42 (132)

Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do

produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores

Resultados | 51

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees

envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21

Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)

Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)

Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)

Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees

dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)

Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)

TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)

E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529

Resultados | 52

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22

Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total

n () n () n () n ()

Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)

Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)

Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)

Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)

Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)

PE= Profissional de enfermagem

A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou

de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo

apresentadas na Tabela 23

Resultados | 53

Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Queixas Enfermagem Meacutedico Outros

n () n() n () p

Ressecamento

Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506

Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)

Viscosidade

Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638

Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)

Odor

Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044

Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)

Velocidade de secagem

Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001

Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)

Teacutecnica de aplicaccedilatildeo

Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467

Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)

Textura

Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930

Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)

Ausecircncia

Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009

Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)

Tempo

Sim 03 (12) 0 0 0668

Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)

Sem queixas

Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418

Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)

Outras queixas

Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109

Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)

Test t student independente (plt005)

Resultados | 54

Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso

da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como

principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem

(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos

entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)

Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Sim Natildeo

Valor p

Postura 374 374 00998

Vigilacircncia 374 417 0260

Treinamento 41 421 0788

Conhecimento 42 367 0135

Qualidade 445 388 0008

Cartazes 445 452 0847

Disponibilidade 533 538 0890

Legislaccedilatildeo 632 688 0114

Test t student independente (plt005)

De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior

representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute

mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo

considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a

meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida

Resultados | 55

Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros

Postura 362 392 448

Vigilacircncia 383 408 336

Treinamento 405 457 380

Conhecimento 417 389 408

Qualidade 439 416 432

Cartazes 437 432 528

Disponibilidade 547 514 464

Legislaccedilatildeo 639 657 633

Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para

promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de

profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)

meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)

Discussatildeo | 56

5 DISCUSSAtildeO

O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede

quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem

como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o

perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os

aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

para HM

Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no

sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a

predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe

de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de

enfermagem (107) e enfermeiro (311)

De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo

(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria

profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de

enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na

cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no

cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o

investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo

Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por

trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao

trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo

(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o

trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e

todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir

do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de

trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os

moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998

PITTA 1991)

Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da

praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e

supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua

Discussatildeo | 57

vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O

ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva

carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e

os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno

que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de

duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da

sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de

uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute

danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006

MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)

Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um

viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses

trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a

caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego

sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram

para outros empregos

E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio

nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees

durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades

de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de

enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras

atividades

Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos

enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante

no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na

inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de

cursos de niacutevel superior no paiacutes

A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas

informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram

itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas

informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro

Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no

mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A

incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da

Discussatildeo | 58

roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais

modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na

organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito

mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a

pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e

eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as

pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um

grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero

cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas

em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave

disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias

estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de

censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados

prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo

de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia

do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com

selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr

disserta99kellercap3htm)

O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e

humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados

para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional

recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas

para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia

Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos

dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco

momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos

entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras

palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco

momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar

mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente

acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)

Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para

HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando

Discussatildeo | 59

questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e

apenas 283 concordaram com o referido monitoramento

Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento

claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente

direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos

de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e

higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)

Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente

(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados

Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as

ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na

(ANVISA 2010)

A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e

aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de

infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates

treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de

dados de vigilancia

Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas

para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-

nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso

a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns

apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo

estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham

diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados

por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento

passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem

padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e

ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes

atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)

Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num

momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo

habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional

Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem

conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se

Discussatildeo | 60

que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos

auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se

verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de

promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas

curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de

higiene

O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as

praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em

alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta

abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas

algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em

relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas

quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute

maior risco de transmissatildeo de microrganismos

Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual

demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro

de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a

disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos

(BRASIL 2010)

Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na

presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou

tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio

de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de

insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de

lavatoacuteriospias

Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos

dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do

produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores

devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No

caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-

se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e

secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por

semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado

Discussatildeo | 61

antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos

natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos

responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da

soluccedilatildeo (BRASIL 2007)

Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo

e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta

perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados

coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas

governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e

intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos

(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a

resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com

enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de

controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional

destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de

prevenccedilatildeo e controle)

Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios

e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das

infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores

impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na

perspectiva do controle das infecccedilotildees

Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos

humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle

de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto

requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento

O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos

buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais

proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura

organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima

competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo

Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional

de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade

Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e

reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto

Discussatildeo | 62

mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em

assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da

infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e

controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem

como envolver aspectos culturais

Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e

controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo

integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos

diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo

Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer

organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um

programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave

promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas

consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres

para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo

explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover

informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas

No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a

existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais

profissionais de sauacutede

Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo

mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de

antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor

acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho

de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)

No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo

aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada

para a melhoria da adesatildeo

O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os

dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o

acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou

dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou

direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da

viscosidade do produto

Discussatildeo | 63

A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido

documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou

ressecamento como principal queixa

No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees

alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos

profissionais de sauacutede WIDMER (2007)

Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia

a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco

de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de

microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na

microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia

e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988

LARSON et al 2000)

Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais

da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o

risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos

profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e

loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA

ARMOND 2005)

Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns

na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo

conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e

categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um

grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se

correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi

correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p

lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)

(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)

Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos

adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os

profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da

higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos

produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites

Discussatildeo | 64

por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de

produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos

riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a

exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo

aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete

imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites

Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o

ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de

produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas

A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de

sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia

entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura

positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a

qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os

aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado

obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura

positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na

promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia

a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)

Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos

tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional

qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os

participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o

conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e

legislaccedilatildeo

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso

mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a

motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de

modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas

administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede

tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de

seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila

Discussatildeo | 65

niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem

reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas

Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de

motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da

transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees

cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem

como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a

ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias

dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo

sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado

para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)

Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de

prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-

se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia

do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico

Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de

algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de

comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas

de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a

higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo

Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os

iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma

mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo

depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional

Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a

seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo

continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua

interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede

com modelos de cuidados mais seguros

O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando

como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem

a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH

transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees

complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante

Discussatildeo | 66

transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico

requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo

de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado

prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)

Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram

fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao

desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e

indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania

O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia

multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta

estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o

gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e

pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico

Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave

higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto

no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo

Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos

em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um

questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre

as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a

consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os

colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e

a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e

facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM

O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o

suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM

aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos

torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET

MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)

A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al

(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo

diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo

mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A

praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes

Discussatildeo | 67

Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de

higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo

nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem

relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico

apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais

O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente

incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002

Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a

introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais

Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal

entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo

pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino

Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias

incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback

de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)

Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou

sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para

higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para

cada 1000 pacientes-dia

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico

preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-

estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um

processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas

em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de

educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo

mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do

ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais

Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute

influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas

experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de

desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo

relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a

praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento

da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)

Conclusotildees | 68

6 CONCLUSOtildeES

O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede

Perfil dos profissionais de sauacutede

bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e

a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida

(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais

bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram

compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema

rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)

Atualizaccedilatildeo do conhecimento

bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada

foram os recursos mais utilizados

bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis

meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem

sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os

meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela

OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em

suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos

seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos

profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a

importacircncia da HM

Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Conclusotildees | 69

bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em

meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais

evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)

bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a

existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve

meacutedia de (525)

bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM

estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)

Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das

medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM

bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as

menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do

produto (p=0009) e odor (p= 0044)

bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos

quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia

(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o

enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)

bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave

postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)

representou o conhecimento do profissional e outros profissionais

(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes

Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas

especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM

considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute

uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes

Conclusotildees | 70

Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo

dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual

coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante

papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia

criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um

trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de

vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos

(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de

infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias

cientificas

No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-

ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos

com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que

foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de

caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo

as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de

auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo

apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez

que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem

passivos diante do problema

Referecircncias | 71

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Apecircndice | 83

APEcircNDICE

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta dos dados

N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo

Apecircndice | 84

16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo

17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre

18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras

Anexos | 85

ANEXOS

ANEXO A

CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo

Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt

Anexos | 86

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 87

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 88

ANEXO B

Handwashing Assessment Inventory O`Boyle

Anexos | 89

ANEXO C

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP

Anexos | 90

ANEXO D

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D

Autorizo a reproduccedilatildeo e divulgaccedilatildeo total ou parcial deste trabalho por qualquer meio convencional ou eletrocircnico para fins de estudo e pesquisa desde que citada agrave fonte

Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo Serviccedilo de documentaccedilatildeo de Enfermagem Escola de Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo

FICHA CATALOGRAacuteFICA

Salomatildeo Caacutetia Helena Damando Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das

matildeos um desafio institucional Ribeiratildeo Preto 2011 90 p il Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto ndash USP Aacuterea de concentraccedilatildeo Enfermagem

Orientadora Andrade Denise de

1antissepsia 2lavagem de matildeos 3equipe de enfermagem 4infecccedilatildeo hospitalar 5comportamento

FOLHA DE APROVACcedilAtildeO SALOMAtildeO Caacutetia Helena Damando Tiacutetulo Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo

do Tiacutetulo de Mestre em Enfermagem

Aacuterea de Concentraccedilatildeo Enfermagem

Fundamental

Aprovado em _______________

Banca Examinadora

ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________

Julgamento________________________ Assinatura _______________________

ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________

Julgamento________________________ Assinatura _______________________

ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________

Julgamento________________________ Assinatura _______________________

DEDICATOacuteRIA

A minha querida matildee Iracema

Responsaacutevel por todas as minhas conquistas um exemplo de

carinho amor e compreensatildeo

Ao meu esposo Rogeacuterio

Com amor admiraccedilatildeo e gratidatildeo pela compreensatildeo carinho e

apoio de minha ausecircncia ao longo deste trabalho

A minha filha Thamires

Que traz tanta luz e gosto para minha vida um amor especial e

incondicional

Ao meu irmatildeo Wanderlei

Que sempre me falou com seu ldquosaber da sabedoriardquo que a ldquoroda do

tempo natildeo volta para trazrdquo ensinando-me a coragem de

prosseguir

AGRADECIMENTO ESPECIAL

ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos

de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que

parecia impossiacutevelrdquo

Charles Chaplin

Agrave Profa Dra Denise de Andrade

Na qualidade de amiga e orientadora os inesqueciacuteveis diaacutelogos

sou inteiramente grata por essa orientaccedilatildeo que ultrapassa essa

dissertaccedilatildeo bem como o carinho em todos os momentos

AGRADECIMENTOS

A Deus por sempre guiar e iluminar meus caminhos

Aos meus irmatildeos por suas mensagens de amor e confianccedila

Aos colegas PrDr Evandro Watanabe Camila Megumi Naka

Shimura Gustavo Faria de Oliveira pelo apoio na elaboraccedilatildeo do

banco de dados

Ao Prof Dr Vanderlei Joseacute Haas que contribuiu imensamente na

anaacutelise estatiacutestica

A Profa Dra Helena Megumi Sonobe agradeccedilo as ricas sugestotildees

desde o iniacutecio desta caminhada

A querida ProfaDra Izabel Yoko Ito saudosa memoacuteria os mais

profundos agradecimentos por suas saacutebias liccedilotildees

A minha amiga Fabiana Murad Rossin Molina pelo seu carinho e

presenccedila em todos os momentos dividindo as anguacutestias e

alegrias

A coordenadora de enfermagem Leila Aparecida de Castro

Pereira pelo carinho e reconhecimento e em especial pelo seu

companheirismo

A todos os colegas do Centro de Sauacutede Escola da Faculdade de

Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash USP pela colaboraccedilatildeo nas vaacuterias

etapas deste trabalho

A todos aqueles que de alguma forma contribuiacuteram para a

realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo

Muito obrigada

ldquoA percepccedilatildeo do desconhecido eacute a mais fascinante das

experiecircncias O homem que natildeo tem os olhos abertos para o

misterioso passaraacute pela vida sem ver nadardquo

Albert Einstein

RESUMO

SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-

estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento

ABSTRACT

SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo

Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation

in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior

RESUMEN

SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar

CDC

Center for Disease Control

CIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo

HM

Higiene das Matildeos

IH

Infecccedilatildeo Hospitalar

IRAS

Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede

MRSA

Methicillin resistant Staphylococcus aureus

OMS

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

RDC

Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado

SPSS

Statistical Package of Social Science

TCLE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFC

Unidade Formadora de Colocircnia

UTI

Unidade de Tratamento Intensivo

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo

40

Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede

41

Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas

42

Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas

42

Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada

42

Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada

43

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa

43

Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa

44

Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios

44

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios

45

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)

45

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)

46

Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo

46

Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos

47

Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS

47

Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem

48

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede

48

Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem

49

Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)

50

Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)

52

Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede

53

Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede

54

Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos

55

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21

2 OBJETIVOS 29

21 Geral 29

22 Especiacuteficos 29

3 MATERIAL E MEacuteTODO 30

31 Delineamento metodoloacutegico 30

32 Local e populaccedilatildeo 30

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30

322 Variaacuteveis do estudo 31

33 Fase Conceitual 31

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36

35 Instrumento de coleta dos dados 37

36 Procedimento de coleta dos dados 37

37 Anaacutelise dos dados 38

38 Aspectos eacuteticos 38

4 RESULTADOS 39

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41

43 Treinamento de HM 46

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54

5 DISCUSSAtildeO 56

6 CONCLUSOtildeES 68

REFEREcircNCIAS 71

APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83

ANEXOS 85

ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85

ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88

ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89

ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90

Introduccedilatildeo | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os

avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm

uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de

assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o

deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores

externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo

Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila

especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de

morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento

da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de

se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros

para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001

HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000

OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)

No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela

adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou

apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos

hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)

A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da

relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do

hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de

pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos

invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido

Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente

procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida

pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das

IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir

da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas

as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o

paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena

Introduccedilatildeo | 17

durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas

IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode

interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia

eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das

matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos

equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de

assepsia

O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe

de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de

prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos

fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas

assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo

Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes

precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo

de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores

epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees

sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus

membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)

Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade

sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de

fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da

comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar

juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade

de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da

equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede

A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS

torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade

Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009

MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)

Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma

especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON

Introduccedilatildeo | 18

2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009

THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)

Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico

nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o

comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo

e controle da infecccedilatildeo

Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o

marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de

atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de

monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que

liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos

esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em

maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma

alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial

Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes

do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede

ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas

seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em

Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a

Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)

O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da

Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento

de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das

injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O

toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a

infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das

principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados

Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na

assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia

Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e

autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e

recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave

Introduccedilatildeo | 19

assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das

Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede

Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais

Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em

decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios

enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar

tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias

comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes

cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves

mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores

em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no

controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar

os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de

comportamento

Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a

base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido

uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada

realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de

desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional

aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo

aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades

soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas

quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira

populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da

incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem

de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os

hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam

o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da

recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a

inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)

Introduccedilatildeo | 20

O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura

nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez

a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas

infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a

higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX

MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET

2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)

Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor

adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem

como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009

ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os

estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante

com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al

2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso

de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et

al 2009 TENIacuteAS et al 2009)

Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema

que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional

Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas

devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de

prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados

estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a

dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa

urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001

FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al

2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999

OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005

ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)

Introduccedilatildeo | 21

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias

cientiacuteficas

A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser

delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na

historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)

Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-

1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros

Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no

percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da

penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em

consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na

utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas

onerando inclusive os custos da assistecircncia

Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip

Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a

compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as

parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e

epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos

meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia

para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas

infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando

obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes

de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no

reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo

da febre puerperal (CELINE 1998)

A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das

IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-

los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por

meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota

normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial

para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota

residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo

Introduccedilatildeo | 22

frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando

colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as

defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os

Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de

Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias

possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes

quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor

alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e

eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas

podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis

A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na

superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os

extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram

negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de

esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de

accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo

eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que

compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais

prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O

meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota

temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE

2001)

Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores

que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os

microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites

infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER

1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de

transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes

tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do

processo infeccioso

Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais

importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute

mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade

Introduccedilatildeo | 23

constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de

questionamentos em acircmbito mundial

Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da

metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e

109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi

detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na

deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado

Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das

indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas

Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias

acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos

nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de

controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM

foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees

Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON

1999)

A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo

governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da

Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle

de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes

(BRASIL 1998)

Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a

principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede

Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o

ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos

autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET

BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante

da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em

se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos

de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida

importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada

(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)

A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem

etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma

Introduccedilatildeo | 24

combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como

agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde

1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo

predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas

bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no

metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da

interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo

geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida

entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre

60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as

proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002

LARSON 2004)

Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo

tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele

ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo

de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em

atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)

As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem

visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais

Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente

publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente

pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol

reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou

associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)

Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a

necessidade de lavar as matildeos

Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo

(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de

microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o

descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta

ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como

lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e

suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees

Introduccedilatildeo | 25

alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de

objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos

Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da

higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio

Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute

concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de

higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees

bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM

preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de

implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais

modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em

vilas com escassos recursos

Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica

nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de

sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de

higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)

Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para

a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do

Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de

Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional

de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee

sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo

alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)

Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto

deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo

recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento

dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento

unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades

de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de

atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos

invasivos (BRASIL 2010)

Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser

disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os

Introduccedilatildeo | 26

profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento

para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso

Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for

Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de

Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995

(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos

protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas

disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes

esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais

raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter

sustentado a atividade sobre a pele

A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos

como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou

recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)

Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por

profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de

infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda

muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)

O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo

satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS

WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )

Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50

Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em

aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva

(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)

Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras

et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o

exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como

Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)

Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis

Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de

determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes

e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de

Introduccedilatildeo | 27

infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e

opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso

contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio

onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que

as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a

natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos

adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos

programas educativos e motivacionais

Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na

modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso

de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas

consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de

diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o

qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica

Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico

pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica

Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e

Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada

As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico

condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a

importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM

Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o

comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal

num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um

questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento

evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais

forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de

integrar uma abordagem psicoeducacional

Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na

promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo

comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio

Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas

fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica

com alta resolutividade

Introduccedilatildeo | 28

Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns

questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas

Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-

reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos

organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do

conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de

atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis

Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM

com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A

perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de

cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a

mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo

microbiana da infecccedilatildeo cruzada

Objetivos | 29

2 OBJETIVOS

21 Geral

Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica

na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades

eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as

funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A

Bandura

22 Especiacuteficos

Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo

acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM

Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel

bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem

de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede

Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em

fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo

alcooacutelica

Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a

praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica

Material e Meacutetodo | 30

3 MATERIAL E MEacuteTODO

31 Delineamento metodoloacutegico

Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas

em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL

et al 2002)

32 Local e populaccedilatildeo

Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se

por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica

do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede

Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais

de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas

instituiccedilotildees

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes

Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades

Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja

aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da

pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho

Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que

aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no

periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os

Material e Meacutetodo | 31

profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como

natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a

participar do estudo

322 Variaacuteveis do estudo

Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo

local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do

conhecimento e treinamento

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo

33 Fase Conceitual

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo

gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os

microrganismos

- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida

preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave

aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se

que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e

outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com

Material e Meacutetodo | 32

atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de

suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos

Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o

ressecamento da pele

Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local

onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou

tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a

preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente

acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se

os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar

acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento

Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para

a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)

Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas

para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou

preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou

perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma

bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade

tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)

Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao

desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime

de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios

(BRASIL 2010)

Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute

sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam

assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou

diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de

assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a

disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado

de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a

Material e Meacutetodo | 33

execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na

habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM

Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as

accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais

e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo

que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo

domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em

suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos

Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa

faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera

mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA

1977 1981 1997 2008)

Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para

a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas

tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que

frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da

infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada

neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do

desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior

do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo

convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos

estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos

ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos

assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de

Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas

realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)

Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que

levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer

as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos

Material e Meacutetodo | 34

cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os

processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-

eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento

O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de

atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de

comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas

habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam

poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a

seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o

desempenho pessoal

Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de

auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees

afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA

1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir

situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS

1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados

essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo

(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a

intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no

enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa

de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho

A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento

resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de

domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos

sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)

A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como

a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar

na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do

desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo

pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo

para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo

de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se

esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)

Material e Meacutetodo | 35

As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e

modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar

em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o

sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se

concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram

sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem

aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias

potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se

reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no

desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que

fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)

A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros

sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas

persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade

proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais

sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito

principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido

(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o

julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor

depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e

fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)

A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e

generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade

ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com

sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando

seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo

quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado

A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o

comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham

certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos

adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis

A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e

ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras

situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel

Material e Meacutetodo | 36

que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou

no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando

mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido

Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida

diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis

relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo

deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o

comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-

reguladoras

A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas

como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que

contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos

serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar

os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo

envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-

regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias

autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias

internas que governam a conduta

O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras

O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de

padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios

internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por

preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos

e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas

(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de

comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas

extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo

exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos

em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as

Material e Meacutetodo | 37

pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais

contra os quais possam avaliar o seu comportamento

35 Instrumento de coleta dos dados

Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na

experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA

Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com

preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e

internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura

A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo

com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As

sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta

de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais

e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca

da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento

estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)

36 Procedimento de coleta dos dados

A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de

entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam

devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de

2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o

enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e

convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-

preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os

profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das

informaccedilotildees recebidas

Material e Meacutetodo | 38

37 Anaacutelise dos dados

Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante

dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia

absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS

(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas

dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em

ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os

valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma

amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares

38 Aspectos eacuteticos

O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres

humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)

Resultados | 39

4 RESULTADOS

A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a

acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede

seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

43 Treinamento em HM (HM)

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Assim segue-se

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318

participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo

de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho

Resultados | 40

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011

Variaacuteveis n ()

Sexo

Masculino 72 (226)

Feminino 246 (774)

Idade

18 a 25 anos 61 (192)

26 a 35 anos 127 (399)

36 a 45 anos 64 (201)

46 a 60 anos ou mais 66 (208)

Profissional

Auxiliar de enfermagem 118 (371)

Teacutecnico de enfermagem 34 (107)

Enfermeiro 99 (311)

Meacutedico 55 (172)

Odontoacutelogo 08 (26)

Fisioterapeuta 04 (13)

Tempo de formaccedilatildeo

Menos de 2 anos 55 (173)

3 a 10 anos 132 (415)

11 a 20 anos 63 (198)

21 a 26 anos ou mais 68 (214)

Tempo de atuaccedilatildeo

Menos de 2 anos 51 (16)

3 a 10 anos 124 (39)

11 a 20 anos 62 (195)

20 a 26 anos ou mais 81(255)

Turno de trabalho

Manhatilde 60 (189)

Tarde 33 (104)

Vespertino 09 (27)

Noturno 18 (57)

Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)

Resultados | 41

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do

conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes

Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Atualizaccedilatildeo n()

Jornais e Revistas

Sim 93 (292)

Natildeo 225 (708)

Pesquisa informatizada

Nunca 09 (28)

Agraves vezes 142 (447)

Sempre 167 (525)

Grupos e pesquisa

Sim 126 (396)

Natildeo 192 (604)

CursoCongressoSimpoacutesio

Sim 246 (774)

Natildeo 72 (226)

Treinamento HM

Uacuteltimos 6 meses 138 (434)

Ultimo ano 69 (217)

Uacuteltimos 2 anos 57 (179)

Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)

Realizado pela instituiccedilatildeo

Sim 193 (607)

Natildeo 125 (393)

No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os

entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo

do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)

receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem

Resultados | 42

Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)

Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)

Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos

referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede

Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)

TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)

E 34 (343) 65 (657) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este

conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento

Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)

Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)

Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)

Resultados | 43

A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza

pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763

Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)

TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)

E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)

Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada

458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de

consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes

as realizam

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

Categoria Profissional

Sim Natildeo Total n () n () n ()

Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)

Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)

Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo

ou pesquisa

Resultados | 44

Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)

TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)

E 64 (646) 35 (354) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se

envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa

participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de

enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para

refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o

conhecimento produzido

Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)

Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)

Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)

Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos

profissionais meacutedicos

Resultados | 45

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)

TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)

E 87 (879) 12 (121) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=

Enfermeiro

A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios

estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem

(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Categoria

Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)

Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)

Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo

recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes

informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em

que atuam sendo que 74(233) negaram

Resultados | 46

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento de HM nos uacuteltimos

PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)

TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)

E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem

receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses

43 Treinamento de HM

Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do

treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela

OMS

Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Cinco

momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu

n () n () n () n ()

Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)

Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)

Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)

Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)

Resultados | 47

Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede

foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Cinco momentos para HM

Treinamento HM

uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)

Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)

Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)

Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA

525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz

Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria

profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM

Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Abordagem cinco momentos HM

Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)

Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)

Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da

equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela

OMS

Resultados | 48

Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Abordagem cinco momentos HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)

TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)

E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre

o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que

o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes

realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)

Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)

Resultados | 49

Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)

TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)

E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi

baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de

sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a

disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM

Resultados | 50

Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Infra-estrutura HM n ()

Disponibilidade de aacutelcool

Nunca 12 (38)

Raramente 18 (57)

Agraves vezes 43 (135)

Frequentemente 56 (176)

Sempre 189 (594)

Tipo de dispensadores

Individual 19 (60)

Coletivo 193 (607)

Ambos 102 (321)

Natildeo tem 04 (12)

Acessibilidade

Sim 271(852)

Natildeo 47 (148)

Reabastecimento

Sim 231 (726)

Natildeo 68 (214)

Desconheccedilo 19 (60)

Limpeza

Sim 167(525)

Natildeo 136(428)

Desconheccedilo 15(47)

Cartazes

Sim 133 (418)

Natildeo 185 (582)

Recomendaccedilotildees

Sim 156 (491)

Natildeo 120 (377)

Desconheccedilo 42 (132)

Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do

produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores

Resultados | 51

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees

envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21

Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)

Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)

Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)

Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees

dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)

Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)

TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)

E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529

Resultados | 52

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22

Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total

n () n () n () n ()

Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)

Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)

Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)

Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)

Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)

PE= Profissional de enfermagem

A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou

de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo

apresentadas na Tabela 23

Resultados | 53

Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Queixas Enfermagem Meacutedico Outros

n () n() n () p

Ressecamento

Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506

Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)

Viscosidade

Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638

Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)

Odor

Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044

Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)

Velocidade de secagem

Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001

Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)

Teacutecnica de aplicaccedilatildeo

Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467

Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)

Textura

Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930

Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)

Ausecircncia

Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009

Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)

Tempo

Sim 03 (12) 0 0 0668

Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)

Sem queixas

Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418

Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)

Outras queixas

Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109

Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)

Test t student independente (plt005)

Resultados | 54

Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso

da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como

principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem

(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos

entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)

Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Sim Natildeo

Valor p

Postura 374 374 00998

Vigilacircncia 374 417 0260

Treinamento 41 421 0788

Conhecimento 42 367 0135

Qualidade 445 388 0008

Cartazes 445 452 0847

Disponibilidade 533 538 0890

Legislaccedilatildeo 632 688 0114

Test t student independente (plt005)

De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior

representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute

mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo

considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a

meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida

Resultados | 55

Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros

Postura 362 392 448

Vigilacircncia 383 408 336

Treinamento 405 457 380

Conhecimento 417 389 408

Qualidade 439 416 432

Cartazes 437 432 528

Disponibilidade 547 514 464

Legislaccedilatildeo 639 657 633

Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para

promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de

profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)

meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)

Discussatildeo | 56

5 DISCUSSAtildeO

O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede

quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem

como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o

perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os

aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

para HM

Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no

sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a

predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe

de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de

enfermagem (107) e enfermeiro (311)

De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo

(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria

profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de

enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na

cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no

cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o

investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo

Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por

trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao

trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo

(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o

trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e

todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir

do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de

trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os

moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998

PITTA 1991)

Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da

praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e

supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua

Discussatildeo | 57

vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O

ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva

carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e

os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno

que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de

duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da

sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de

uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute

danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006

MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)

Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um

viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses

trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a

caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego

sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram

para outros empregos

E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio

nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees

durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades

de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de

enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras

atividades

Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos

enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante

no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na

inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de

cursos de niacutevel superior no paiacutes

A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas

informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram

itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas

informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro

Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no

mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A

incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da

Discussatildeo | 58

roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais

modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na

organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito

mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a

pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e

eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as

pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um

grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero

cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas

em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave

disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias

estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de

censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados

prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo

de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia

do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com

selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr

disserta99kellercap3htm)

O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e

humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados

para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional

recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas

para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia

Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos

dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco

momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos

entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras

palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco

momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar

mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente

acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)

Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para

HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando

Discussatildeo | 59

questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e

apenas 283 concordaram com o referido monitoramento

Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento

claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente

direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos

de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e

higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)

Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente

(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados

Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as

ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na

(ANVISA 2010)

A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e

aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de

infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates

treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de

dados de vigilancia

Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas

para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-

nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso

a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns

apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo

estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham

diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados

por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento

passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem

padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e

ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes

atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)

Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num

momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo

habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional

Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem

conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se

Discussatildeo | 60

que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos

auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se

verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de

promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas

curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de

higiene

O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as

praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em

alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta

abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas

algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em

relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas

quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute

maior risco de transmissatildeo de microrganismos

Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual

demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro

de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a

disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos

(BRASIL 2010)

Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na

presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou

tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio

de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de

insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de

lavatoacuteriospias

Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos

dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do

produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores

devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No

caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-

se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e

secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por

semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado

Discussatildeo | 61

antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos

natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos

responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da

soluccedilatildeo (BRASIL 2007)

Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo

e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta

perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados

coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas

governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e

intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos

(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a

resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com

enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de

controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional

destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de

prevenccedilatildeo e controle)

Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios

e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das

infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores

impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na

perspectiva do controle das infecccedilotildees

Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos

humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle

de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto

requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento

O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos

buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais

proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura

organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima

competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo

Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional

de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade

Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e

reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto

Discussatildeo | 62

mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em

assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da

infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e

controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem

como envolver aspectos culturais

Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e

controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo

integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos

diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo

Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer

organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um

programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave

promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas

consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres

para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo

explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover

informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas

No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a

existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais

profissionais de sauacutede

Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo

mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de

antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor

acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho

de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)

No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo

aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada

para a melhoria da adesatildeo

O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os

dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o

acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou

dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou

direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da

viscosidade do produto

Discussatildeo | 63

A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido

documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou

ressecamento como principal queixa

No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees

alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos

profissionais de sauacutede WIDMER (2007)

Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia

a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco

de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de

microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na

microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia

e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988

LARSON et al 2000)

Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais

da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o

risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos

profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e

loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA

ARMOND 2005)

Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns

na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo

conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e

categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um

grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se

correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi

correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p

lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)

(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)

Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos

adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os

profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da

higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos

produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites

Discussatildeo | 64

por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de

produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos

riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a

exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo

aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete

imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites

Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o

ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de

produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas

A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de

sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia

entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura

positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a

qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os

aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado

obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura

positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na

promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia

a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)

Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos

tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional

qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os

participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o

conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e

legislaccedilatildeo

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso

mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a

motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de

modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas

administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede

tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de

seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila

Discussatildeo | 65

niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem

reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas

Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de

motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da

transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees

cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem

como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a

ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias

dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo

sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado

para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)

Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de

prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-

se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia

do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico

Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de

algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de

comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas

de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a

higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo

Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os

iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma

mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo

depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional

Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a

seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo

continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua

interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede

com modelos de cuidados mais seguros

O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando

como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem

a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH

transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees

complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante

Discussatildeo | 66

transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico

requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo

de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado

prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)

Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram

fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao

desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e

indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania

O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia

multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta

estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o

gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e

pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico

Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave

higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto

no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo

Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos

em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um

questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre

as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a

consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os

colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e

a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e

facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM

O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o

suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM

aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos

torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET

MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)

A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al

(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo

diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo

mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A

praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes

Discussatildeo | 67

Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de

higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo

nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem

relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico

apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais

O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente

incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002

Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a

introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais

Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal

entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo

pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino

Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias

incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback

de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)

Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou

sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para

higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para

cada 1000 pacientes-dia

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico

preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-

estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um

processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas

em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de

educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo

mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do

ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais

Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute

influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas

experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de

desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo

relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a

praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento

da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)

Conclusotildees | 68

6 CONCLUSOtildeES

O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede

Perfil dos profissionais de sauacutede

bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e

a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida

(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais

bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram

compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema

rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)

Atualizaccedilatildeo do conhecimento

bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada

foram os recursos mais utilizados

bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis

meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem

sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os

meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela

OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em

suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos

seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos

profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a

importacircncia da HM

Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Conclusotildees | 69

bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em

meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais

evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)

bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a

existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve

meacutedia de (525)

bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM

estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)

Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das

medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM

bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as

menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do

produto (p=0009) e odor (p= 0044)

bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos

quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia

(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o

enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)

bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave

postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)

representou o conhecimento do profissional e outros profissionais

(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes

Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas

especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM

considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute

uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes

Conclusotildees | 70

Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo

dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual

coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante

papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia

criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um

trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de

vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos

(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de

infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias

cientificas

No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-

ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos

com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que

foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de

caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo

as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de

auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo

apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez

que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem

passivos diante do problema

Referecircncias | 71

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Apecircndice | 83

APEcircNDICE

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta dos dados

N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo

Apecircndice | 84

16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo

17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre

18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras

Anexos | 85

ANEXOS

ANEXO A

CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo

Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt

Anexos | 86

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 87

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 88

ANEXO B

Handwashing Assessment Inventory O`Boyle

Anexos | 89

ANEXO C

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP

Anexos | 90

ANEXO D

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D

FOLHA DE APROVACcedilAtildeO SALOMAtildeO Caacutetia Helena Damando Tiacutetulo Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo

do Tiacutetulo de Mestre em Enfermagem

Aacuterea de Concentraccedilatildeo Enfermagem

Fundamental

Aprovado em _______________

Banca Examinadora

ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________

Julgamento________________________ Assinatura _______________________

ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________

Julgamento________________________ Assinatura _______________________

ProfDr____________________________ Instituiccedilatildeo _______________________

Julgamento________________________ Assinatura _______________________

DEDICATOacuteRIA

A minha querida matildee Iracema

Responsaacutevel por todas as minhas conquistas um exemplo de

carinho amor e compreensatildeo

Ao meu esposo Rogeacuterio

Com amor admiraccedilatildeo e gratidatildeo pela compreensatildeo carinho e

apoio de minha ausecircncia ao longo deste trabalho

A minha filha Thamires

Que traz tanta luz e gosto para minha vida um amor especial e

incondicional

Ao meu irmatildeo Wanderlei

Que sempre me falou com seu ldquosaber da sabedoriardquo que a ldquoroda do

tempo natildeo volta para trazrdquo ensinando-me a coragem de

prosseguir

AGRADECIMENTO ESPECIAL

ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos

de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que

parecia impossiacutevelrdquo

Charles Chaplin

Agrave Profa Dra Denise de Andrade

Na qualidade de amiga e orientadora os inesqueciacuteveis diaacutelogos

sou inteiramente grata por essa orientaccedilatildeo que ultrapassa essa

dissertaccedilatildeo bem como o carinho em todos os momentos

AGRADECIMENTOS

A Deus por sempre guiar e iluminar meus caminhos

Aos meus irmatildeos por suas mensagens de amor e confianccedila

Aos colegas PrDr Evandro Watanabe Camila Megumi Naka

Shimura Gustavo Faria de Oliveira pelo apoio na elaboraccedilatildeo do

banco de dados

Ao Prof Dr Vanderlei Joseacute Haas que contribuiu imensamente na

anaacutelise estatiacutestica

A Profa Dra Helena Megumi Sonobe agradeccedilo as ricas sugestotildees

desde o iniacutecio desta caminhada

A querida ProfaDra Izabel Yoko Ito saudosa memoacuteria os mais

profundos agradecimentos por suas saacutebias liccedilotildees

A minha amiga Fabiana Murad Rossin Molina pelo seu carinho e

presenccedila em todos os momentos dividindo as anguacutestias e

alegrias

A coordenadora de enfermagem Leila Aparecida de Castro

Pereira pelo carinho e reconhecimento e em especial pelo seu

companheirismo

A todos os colegas do Centro de Sauacutede Escola da Faculdade de

Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash USP pela colaboraccedilatildeo nas vaacuterias

etapas deste trabalho

A todos aqueles que de alguma forma contribuiacuteram para a

realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo

Muito obrigada

ldquoA percepccedilatildeo do desconhecido eacute a mais fascinante das

experiecircncias O homem que natildeo tem os olhos abertos para o

misterioso passaraacute pela vida sem ver nadardquo

Albert Einstein

RESUMO

SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-

estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento

ABSTRACT

SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo

Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation

in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior

RESUMEN

SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar

CDC

Center for Disease Control

CIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo

HM

Higiene das Matildeos

IH

Infecccedilatildeo Hospitalar

IRAS

Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede

MRSA

Methicillin resistant Staphylococcus aureus

OMS

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

RDC

Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado

SPSS

Statistical Package of Social Science

TCLE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFC

Unidade Formadora de Colocircnia

UTI

Unidade de Tratamento Intensivo

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo

40

Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede

41

Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas

42

Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas

42

Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada

42

Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada

43

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa

43

Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa

44

Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios

44

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios

45

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)

45

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)

46

Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo

46

Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos

47

Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS

47

Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem

48

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede

48

Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem

49

Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)

50

Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)

52

Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede

53

Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede

54

Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos

55

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21

2 OBJETIVOS 29

21 Geral 29

22 Especiacuteficos 29

3 MATERIAL E MEacuteTODO 30

31 Delineamento metodoloacutegico 30

32 Local e populaccedilatildeo 30

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30

322 Variaacuteveis do estudo 31

33 Fase Conceitual 31

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36

35 Instrumento de coleta dos dados 37

36 Procedimento de coleta dos dados 37

37 Anaacutelise dos dados 38

38 Aspectos eacuteticos 38

4 RESULTADOS 39

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41

43 Treinamento de HM 46

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54

5 DISCUSSAtildeO 56

6 CONCLUSOtildeES 68

REFEREcircNCIAS 71

APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83

ANEXOS 85

ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85

ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88

ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89

ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90

Introduccedilatildeo | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os

avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm

uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de

assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o

deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores

externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo

Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila

especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de

morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento

da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de

se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros

para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001

HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000

OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)

No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela

adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou

apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos

hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)

A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da

relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do

hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de

pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos

invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido

Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente

procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida

pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das

IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir

da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas

as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o

paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena

Introduccedilatildeo | 17

durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas

IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode

interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia

eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das

matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos

equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de

assepsia

O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe

de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de

prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos

fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas

assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo

Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes

precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo

de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores

epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees

sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus

membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)

Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade

sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de

fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da

comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar

juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade

de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da

equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede

A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS

torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade

Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009

MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)

Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma

especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON

Introduccedilatildeo | 18

2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009

THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)

Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico

nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o

comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo

e controle da infecccedilatildeo

Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o

marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de

atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de

monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que

liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos

esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em

maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma

alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial

Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes

do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede

ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas

seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em

Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a

Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)

O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da

Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento

de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das

injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O

toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a

infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das

principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados

Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na

assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia

Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e

autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e

recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave

Introduccedilatildeo | 19

assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das

Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede

Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais

Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em

decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios

enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar

tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias

comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes

cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves

mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores

em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no

controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar

os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de

comportamento

Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a

base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido

uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada

realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de

desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional

aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo

aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades

soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas

quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira

populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da

incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem

de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os

hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam

o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da

recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a

inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)

Introduccedilatildeo | 20

O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura

nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez

a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas

infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a

higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX

MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET

2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)

Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor

adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem

como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009

ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os

estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante

com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al

2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso

de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et

al 2009 TENIacuteAS et al 2009)

Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema

que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional

Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas

devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de

prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados

estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a

dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa

urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001

FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al

2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999

OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005

ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)

Introduccedilatildeo | 21

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias

cientiacuteficas

A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser

delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na

historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)

Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-

1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros

Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no

percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da

penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em

consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na

utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas

onerando inclusive os custos da assistecircncia

Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip

Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a

compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as

parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e

epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos

meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia

para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas

infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando

obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes

de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no

reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo

da febre puerperal (CELINE 1998)

A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das

IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-

los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por

meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota

normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial

para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota

residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo

Introduccedilatildeo | 22

frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando

colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as

defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os

Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de

Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias

possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes

quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor

alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e

eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas

podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis

A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na

superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os

extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram

negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de

esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de

accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo

eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que

compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais

prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O

meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota

temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE

2001)

Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores

que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os

microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites

infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER

1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de

transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes

tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do

processo infeccioso

Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais

importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute

mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade

Introduccedilatildeo | 23

constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de

questionamentos em acircmbito mundial

Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da

metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e

109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi

detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na

deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado

Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das

indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas

Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias

acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos

nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de

controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM

foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees

Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON

1999)

A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo

governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da

Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle

de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes

(BRASIL 1998)

Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a

principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede

Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o

ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos

autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET

BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante

da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em

se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos

de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida

importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada

(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)

A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem

etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma

Introduccedilatildeo | 24

combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como

agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde

1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo

predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas

bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no

metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da

interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo

geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida

entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre

60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as

proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002

LARSON 2004)

Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo

tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele

ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo

de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em

atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)

As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem

visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais

Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente

publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente

pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol

reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou

associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)

Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a

necessidade de lavar as matildeos

Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo

(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de

microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o

descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta

ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como

lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e

suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees

Introduccedilatildeo | 25

alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de

objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos

Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da

higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio

Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute

concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de

higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees

bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM

preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de

implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais

modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em

vilas com escassos recursos

Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica

nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de

sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de

higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)

Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para

a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do

Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de

Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional

de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee

sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo

alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)

Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto

deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo

recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento

dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento

unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades

de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de

atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos

invasivos (BRASIL 2010)

Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser

disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os

Introduccedilatildeo | 26

profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento

para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso

Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for

Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de

Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995

(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos

protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas

disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes

esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais

raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter

sustentado a atividade sobre a pele

A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos

como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou

recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)

Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por

profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de

infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda

muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)

O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo

satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS

WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )

Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50

Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em

aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva

(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)

Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras

et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o

exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como

Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)

Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis

Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de

determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes

e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de

Introduccedilatildeo | 27

infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e

opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso

contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio

onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que

as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a

natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos

adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos

programas educativos e motivacionais

Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na

modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso

de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas

consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de

diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o

qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica

Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico

pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica

Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e

Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada

As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico

condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a

importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM

Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o

comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal

num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um

questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento

evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais

forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de

integrar uma abordagem psicoeducacional

Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na

promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo

comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio

Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas

fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica

com alta resolutividade

Introduccedilatildeo | 28

Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns

questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas

Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-

reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos

organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do

conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de

atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis

Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM

com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A

perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de

cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a

mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo

microbiana da infecccedilatildeo cruzada

Objetivos | 29

2 OBJETIVOS

21 Geral

Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica

na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades

eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as

funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A

Bandura

22 Especiacuteficos

Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo

acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM

Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel

bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem

de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede

Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em

fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo

alcooacutelica

Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a

praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica

Material e Meacutetodo | 30

3 MATERIAL E MEacuteTODO

31 Delineamento metodoloacutegico

Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas

em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL

et al 2002)

32 Local e populaccedilatildeo

Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se

por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica

do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede

Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais

de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas

instituiccedilotildees

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes

Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades

Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja

aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da

pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho

Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que

aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no

periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os

Material e Meacutetodo | 31

profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como

natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a

participar do estudo

322 Variaacuteveis do estudo

Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo

local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do

conhecimento e treinamento

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo

33 Fase Conceitual

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo

gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os

microrganismos

- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida

preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave

aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se

que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e

outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com

Material e Meacutetodo | 32

atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de

suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos

Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o

ressecamento da pele

Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local

onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou

tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a

preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente

acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se

os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar

acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento

Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para

a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)

Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas

para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou

preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou

perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma

bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade

tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)

Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao

desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime

de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios

(BRASIL 2010)

Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute

sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam

assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou

diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de

assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a

disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado

de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a

Material e Meacutetodo | 33

execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na

habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM

Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as

accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais

e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo

que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo

domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em

suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos

Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa

faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera

mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA

1977 1981 1997 2008)

Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para

a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas

tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que

frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da

infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada

neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do

desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior

do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo

convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos

estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos

ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos

assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de

Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas

realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)

Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que

levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer

as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos

Material e Meacutetodo | 34

cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os

processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-

eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento

O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de

atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de

comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas

habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam

poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a

seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o

desempenho pessoal

Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de

auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees

afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA

1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir

situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS

1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados

essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo

(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a

intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no

enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa

de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho

A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento

resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de

domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos

sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)

A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como

a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar

na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do

desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo

pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo

para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo

de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se

esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)

Material e Meacutetodo | 35

As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e

modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar

em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o

sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se

concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram

sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem

aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias

potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se

reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no

desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que

fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)

A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros

sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas

persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade

proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais

sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito

principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido

(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o

julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor

depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e

fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)

A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e

generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade

ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com

sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando

seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo

quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado

A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o

comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham

certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos

adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis

A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e

ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras

situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel

Material e Meacutetodo | 36

que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou

no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando

mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido

Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida

diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis

relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo

deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o

comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-

reguladoras

A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas

como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que

contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos

serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar

os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo

envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-

regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias

autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias

internas que governam a conduta

O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras

O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de

padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios

internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por

preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos

e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas

(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de

comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas

extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo

exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos

em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as

Material e Meacutetodo | 37

pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais

contra os quais possam avaliar o seu comportamento

35 Instrumento de coleta dos dados

Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na

experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA

Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com

preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e

internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura

A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo

com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As

sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta

de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais

e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca

da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento

estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)

36 Procedimento de coleta dos dados

A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de

entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam

devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de

2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o

enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e

convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-

preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os

profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das

informaccedilotildees recebidas

Material e Meacutetodo | 38

37 Anaacutelise dos dados

Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante

dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia

absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS

(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas

dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em

ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os

valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma

amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares

38 Aspectos eacuteticos

O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres

humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)

Resultados | 39

4 RESULTADOS

A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a

acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede

seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

43 Treinamento em HM (HM)

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Assim segue-se

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318

participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo

de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho

Resultados | 40

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011

Variaacuteveis n ()

Sexo

Masculino 72 (226)

Feminino 246 (774)

Idade

18 a 25 anos 61 (192)

26 a 35 anos 127 (399)

36 a 45 anos 64 (201)

46 a 60 anos ou mais 66 (208)

Profissional

Auxiliar de enfermagem 118 (371)

Teacutecnico de enfermagem 34 (107)

Enfermeiro 99 (311)

Meacutedico 55 (172)

Odontoacutelogo 08 (26)

Fisioterapeuta 04 (13)

Tempo de formaccedilatildeo

Menos de 2 anos 55 (173)

3 a 10 anos 132 (415)

11 a 20 anos 63 (198)

21 a 26 anos ou mais 68 (214)

Tempo de atuaccedilatildeo

Menos de 2 anos 51 (16)

3 a 10 anos 124 (39)

11 a 20 anos 62 (195)

20 a 26 anos ou mais 81(255)

Turno de trabalho

Manhatilde 60 (189)

Tarde 33 (104)

Vespertino 09 (27)

Noturno 18 (57)

Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)

Resultados | 41

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do

conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes

Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Atualizaccedilatildeo n()

Jornais e Revistas

Sim 93 (292)

Natildeo 225 (708)

Pesquisa informatizada

Nunca 09 (28)

Agraves vezes 142 (447)

Sempre 167 (525)

Grupos e pesquisa

Sim 126 (396)

Natildeo 192 (604)

CursoCongressoSimpoacutesio

Sim 246 (774)

Natildeo 72 (226)

Treinamento HM

Uacuteltimos 6 meses 138 (434)

Ultimo ano 69 (217)

Uacuteltimos 2 anos 57 (179)

Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)

Realizado pela instituiccedilatildeo

Sim 193 (607)

Natildeo 125 (393)

No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os

entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo

do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)

receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem

Resultados | 42

Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)

Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)

Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos

referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede

Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)

TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)

E 34 (343) 65 (657) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este

conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento

Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)

Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)

Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)

Resultados | 43

A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza

pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763

Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)

TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)

E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)

Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada

458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de

consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes

as realizam

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

Categoria Profissional

Sim Natildeo Total n () n () n ()

Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)

Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)

Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo

ou pesquisa

Resultados | 44

Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)

TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)

E 64 (646) 35 (354) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se

envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa

participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de

enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para

refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o

conhecimento produzido

Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)

Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)

Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)

Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos

profissionais meacutedicos

Resultados | 45

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)

TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)

E 87 (879) 12 (121) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=

Enfermeiro

A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios

estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem

(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Categoria

Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)

Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)

Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo

recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes

informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em

que atuam sendo que 74(233) negaram

Resultados | 46

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento de HM nos uacuteltimos

PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)

TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)

E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem

receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses

43 Treinamento de HM

Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do

treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela

OMS

Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Cinco

momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu

n () n () n () n ()

Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)

Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)

Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)

Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)

Resultados | 47

Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede

foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Cinco momentos para HM

Treinamento HM

uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)

Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)

Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)

Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA

525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz

Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria

profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM

Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Abordagem cinco momentos HM

Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)

Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)

Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da

equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela

OMS

Resultados | 48

Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Abordagem cinco momentos HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)

TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)

E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre

o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que

o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes

realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)

Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)

Resultados | 49

Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)

TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)

E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi

baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de

sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a

disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM

Resultados | 50

Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Infra-estrutura HM n ()

Disponibilidade de aacutelcool

Nunca 12 (38)

Raramente 18 (57)

Agraves vezes 43 (135)

Frequentemente 56 (176)

Sempre 189 (594)

Tipo de dispensadores

Individual 19 (60)

Coletivo 193 (607)

Ambos 102 (321)

Natildeo tem 04 (12)

Acessibilidade

Sim 271(852)

Natildeo 47 (148)

Reabastecimento

Sim 231 (726)

Natildeo 68 (214)

Desconheccedilo 19 (60)

Limpeza

Sim 167(525)

Natildeo 136(428)

Desconheccedilo 15(47)

Cartazes

Sim 133 (418)

Natildeo 185 (582)

Recomendaccedilotildees

Sim 156 (491)

Natildeo 120 (377)

Desconheccedilo 42 (132)

Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do

produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores

Resultados | 51

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees

envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21

Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)

Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)

Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)

Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees

dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)

Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)

TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)

E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529

Resultados | 52

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22

Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total

n () n () n () n ()

Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)

Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)

Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)

Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)

Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)

PE= Profissional de enfermagem

A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou

de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo

apresentadas na Tabela 23

Resultados | 53

Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Queixas Enfermagem Meacutedico Outros

n () n() n () p

Ressecamento

Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506

Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)

Viscosidade

Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638

Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)

Odor

Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044

Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)

Velocidade de secagem

Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001

Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)

Teacutecnica de aplicaccedilatildeo

Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467

Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)

Textura

Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930

Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)

Ausecircncia

Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009

Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)

Tempo

Sim 03 (12) 0 0 0668

Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)

Sem queixas

Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418

Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)

Outras queixas

Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109

Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)

Test t student independente (plt005)

Resultados | 54

Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso

da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como

principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem

(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos

entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)

Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Sim Natildeo

Valor p

Postura 374 374 00998

Vigilacircncia 374 417 0260

Treinamento 41 421 0788

Conhecimento 42 367 0135

Qualidade 445 388 0008

Cartazes 445 452 0847

Disponibilidade 533 538 0890

Legislaccedilatildeo 632 688 0114

Test t student independente (plt005)

De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior

representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute

mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo

considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a

meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida

Resultados | 55

Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros

Postura 362 392 448

Vigilacircncia 383 408 336

Treinamento 405 457 380

Conhecimento 417 389 408

Qualidade 439 416 432

Cartazes 437 432 528

Disponibilidade 547 514 464

Legislaccedilatildeo 639 657 633

Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para

promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de

profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)

meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)

Discussatildeo | 56

5 DISCUSSAtildeO

O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede

quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem

como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o

perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os

aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

para HM

Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no

sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a

predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe

de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de

enfermagem (107) e enfermeiro (311)

De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo

(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria

profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de

enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na

cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no

cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o

investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo

Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por

trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao

trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo

(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o

trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e

todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir

do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de

trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os

moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998

PITTA 1991)

Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da

praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e

supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua

Discussatildeo | 57

vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O

ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva

carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e

os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno

que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de

duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da

sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de

uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute

danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006

MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)

Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um

viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses

trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a

caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego

sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram

para outros empregos

E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio

nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees

durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades

de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de

enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras

atividades

Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos

enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante

no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na

inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de

cursos de niacutevel superior no paiacutes

A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas

informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram

itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas

informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro

Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no

mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A

incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da

Discussatildeo | 58

roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais

modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na

organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito

mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a

pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e

eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as

pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um

grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero

cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas

em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave

disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias

estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de

censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados

prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo

de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia

do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com

selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr

disserta99kellercap3htm)

O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e

humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados

para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional

recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas

para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia

Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos

dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco

momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos

entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras

palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco

momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar

mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente

acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)

Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para

HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando

Discussatildeo | 59

questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e

apenas 283 concordaram com o referido monitoramento

Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento

claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente

direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos

de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e

higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)

Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente

(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados

Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as

ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na

(ANVISA 2010)

A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e

aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de

infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates

treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de

dados de vigilancia

Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas

para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-

nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso

a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns

apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo

estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham

diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados

por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento

passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem

padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e

ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes

atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)

Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num

momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo

habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional

Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem

conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se

Discussatildeo | 60

que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos

auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se

verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de

promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas

curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de

higiene

O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as

praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em

alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta

abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas

algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em

relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas

quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute

maior risco de transmissatildeo de microrganismos

Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual

demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro

de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a

disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos

(BRASIL 2010)

Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na

presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou

tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio

de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de

insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de

lavatoacuteriospias

Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos

dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do

produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores

devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No

caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-

se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e

secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por

semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado

Discussatildeo | 61

antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos

natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos

responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da

soluccedilatildeo (BRASIL 2007)

Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo

e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta

perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados

coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas

governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e

intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos

(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a

resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com

enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de

controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional

destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de

prevenccedilatildeo e controle)

Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios

e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das

infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores

impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na

perspectiva do controle das infecccedilotildees

Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos

humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle

de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto

requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento

O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos

buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais

proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura

organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima

competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo

Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional

de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade

Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e

reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto

Discussatildeo | 62

mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em

assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da

infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e

controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem

como envolver aspectos culturais

Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e

controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo

integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos

diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo

Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer

organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um

programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave

promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas

consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres

para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo

explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover

informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas

No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a

existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais

profissionais de sauacutede

Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo

mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de

antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor

acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho

de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)

No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo

aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada

para a melhoria da adesatildeo

O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os

dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o

acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou

dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou

direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da

viscosidade do produto

Discussatildeo | 63

A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido

documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou

ressecamento como principal queixa

No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees

alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos

profissionais de sauacutede WIDMER (2007)

Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia

a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco

de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de

microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na

microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia

e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988

LARSON et al 2000)

Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais

da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o

risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos

profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e

loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA

ARMOND 2005)

Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns

na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo

conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e

categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um

grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se

correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi

correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p

lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)

(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)

Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos

adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os

profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da

higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos

produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites

Discussatildeo | 64

por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de

produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos

riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a

exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo

aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete

imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites

Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o

ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de

produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas

A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de

sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia

entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura

positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a

qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os

aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado

obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura

positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na

promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia

a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)

Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos

tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional

qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os

participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o

conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e

legislaccedilatildeo

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso

mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a

motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de

modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas

administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede

tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de

seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila

Discussatildeo | 65

niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem

reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas

Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de

motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da

transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees

cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem

como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a

ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias

dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo

sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado

para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)

Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de

prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-

se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia

do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico

Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de

algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de

comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas

de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a

higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo

Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os

iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma

mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo

depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional

Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a

seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo

continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua

interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede

com modelos de cuidados mais seguros

O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando

como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem

a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH

transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees

complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante

Discussatildeo | 66

transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico

requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo

de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado

prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)

Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram

fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao

desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e

indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania

O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia

multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta

estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o

gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e

pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico

Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave

higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto

no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo

Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos

em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um

questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre

as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a

consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os

colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e

a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e

facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM

O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o

suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM

aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos

torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET

MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)

A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al

(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo

diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo

mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A

praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes

Discussatildeo | 67

Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de

higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo

nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem

relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico

apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais

O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente

incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002

Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a

introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais

Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal

entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo

pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino

Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias

incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback

de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)

Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou

sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para

higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para

cada 1000 pacientes-dia

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico

preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-

estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um

processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas

em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de

educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo

mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do

ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais

Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute

influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas

experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de

desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo

relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a

praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento

da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)

Conclusotildees | 68

6 CONCLUSOtildeES

O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede

Perfil dos profissionais de sauacutede

bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e

a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida

(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais

bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram

compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema

rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)

Atualizaccedilatildeo do conhecimento

bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada

foram os recursos mais utilizados

bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis

meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem

sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os

meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela

OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em

suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos

seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos

profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a

importacircncia da HM

Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Conclusotildees | 69

bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em

meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais

evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)

bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a

existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve

meacutedia de (525)

bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM

estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)

Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das

medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM

bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as

menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do

produto (p=0009) e odor (p= 0044)

bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos

quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia

(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o

enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)

bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave

postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)

representou o conhecimento do profissional e outros profissionais

(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes

Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas

especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM

considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute

uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes

Conclusotildees | 70

Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo

dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual

coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante

papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia

criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um

trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de

vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos

(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de

infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias

cientificas

No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-

ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos

com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que

foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de

caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo

as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de

auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo

apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez

que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem

passivos diante do problema

Referecircncias | 71

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Apecircndice | 83

APEcircNDICE

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta dos dados

N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo

Apecircndice | 84

16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo

17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre

18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras

Anexos | 85

ANEXOS

ANEXO A

CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo

Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt

Anexos | 86

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 87

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 88

ANEXO B

Handwashing Assessment Inventory O`Boyle

Anexos | 89

ANEXO C

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP

Anexos | 90

ANEXO D

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D

DEDICATOacuteRIA

A minha querida matildee Iracema

Responsaacutevel por todas as minhas conquistas um exemplo de

carinho amor e compreensatildeo

Ao meu esposo Rogeacuterio

Com amor admiraccedilatildeo e gratidatildeo pela compreensatildeo carinho e

apoio de minha ausecircncia ao longo deste trabalho

A minha filha Thamires

Que traz tanta luz e gosto para minha vida um amor especial e

incondicional

Ao meu irmatildeo Wanderlei

Que sempre me falou com seu ldquosaber da sabedoriardquo que a ldquoroda do

tempo natildeo volta para trazrdquo ensinando-me a coragem de

prosseguir

AGRADECIMENTO ESPECIAL

ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos

de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que

parecia impossiacutevelrdquo

Charles Chaplin

Agrave Profa Dra Denise de Andrade

Na qualidade de amiga e orientadora os inesqueciacuteveis diaacutelogos

sou inteiramente grata por essa orientaccedilatildeo que ultrapassa essa

dissertaccedilatildeo bem como o carinho em todos os momentos

AGRADECIMENTOS

A Deus por sempre guiar e iluminar meus caminhos

Aos meus irmatildeos por suas mensagens de amor e confianccedila

Aos colegas PrDr Evandro Watanabe Camila Megumi Naka

Shimura Gustavo Faria de Oliveira pelo apoio na elaboraccedilatildeo do

banco de dados

Ao Prof Dr Vanderlei Joseacute Haas que contribuiu imensamente na

anaacutelise estatiacutestica

A Profa Dra Helena Megumi Sonobe agradeccedilo as ricas sugestotildees

desde o iniacutecio desta caminhada

A querida ProfaDra Izabel Yoko Ito saudosa memoacuteria os mais

profundos agradecimentos por suas saacutebias liccedilotildees

A minha amiga Fabiana Murad Rossin Molina pelo seu carinho e

presenccedila em todos os momentos dividindo as anguacutestias e

alegrias

A coordenadora de enfermagem Leila Aparecida de Castro

Pereira pelo carinho e reconhecimento e em especial pelo seu

companheirismo

A todos os colegas do Centro de Sauacutede Escola da Faculdade de

Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash USP pela colaboraccedilatildeo nas vaacuterias

etapas deste trabalho

A todos aqueles que de alguma forma contribuiacuteram para a

realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo

Muito obrigada

ldquoA percepccedilatildeo do desconhecido eacute a mais fascinante das

experiecircncias O homem que natildeo tem os olhos abertos para o

misterioso passaraacute pela vida sem ver nadardquo

Albert Einstein

RESUMO

SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-

estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento

ABSTRACT

SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo

Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation

in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior

RESUMEN

SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar

CDC

Center for Disease Control

CIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo

HM

Higiene das Matildeos

IH

Infecccedilatildeo Hospitalar

IRAS

Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede

MRSA

Methicillin resistant Staphylococcus aureus

OMS

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

RDC

Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado

SPSS

Statistical Package of Social Science

TCLE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFC

Unidade Formadora de Colocircnia

UTI

Unidade de Tratamento Intensivo

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo

40

Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede

41

Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas

42

Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas

42

Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada

42

Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada

43

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa

43

Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa

44

Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios

44

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios

45

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)

45

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)

46

Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo

46

Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos

47

Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS

47

Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem

48

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede

48

Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem

49

Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)

50

Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)

52

Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede

53

Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede

54

Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos

55

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21

2 OBJETIVOS 29

21 Geral 29

22 Especiacuteficos 29

3 MATERIAL E MEacuteTODO 30

31 Delineamento metodoloacutegico 30

32 Local e populaccedilatildeo 30

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30

322 Variaacuteveis do estudo 31

33 Fase Conceitual 31

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36

35 Instrumento de coleta dos dados 37

36 Procedimento de coleta dos dados 37

37 Anaacutelise dos dados 38

38 Aspectos eacuteticos 38

4 RESULTADOS 39

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41

43 Treinamento de HM 46

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54

5 DISCUSSAtildeO 56

6 CONCLUSOtildeES 68

REFEREcircNCIAS 71

APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83

ANEXOS 85

ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85

ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88

ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89

ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90

Introduccedilatildeo | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os

avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm

uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de

assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o

deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores

externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo

Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila

especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de

morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento

da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de

se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros

para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001

HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000

OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)

No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela

adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou

apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos

hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)

A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da

relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do

hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de

pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos

invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido

Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente

procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida

pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das

IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir

da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas

as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o

paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena

Introduccedilatildeo | 17

durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas

IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode

interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia

eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das

matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos

equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de

assepsia

O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe

de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de

prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos

fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas

assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo

Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes

precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo

de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores

epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees

sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus

membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)

Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade

sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de

fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da

comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar

juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade

de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da

equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede

A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS

torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade

Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009

MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)

Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma

especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON

Introduccedilatildeo | 18

2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009

THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)

Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico

nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o

comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo

e controle da infecccedilatildeo

Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o

marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de

atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de

monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que

liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos

esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em

maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma

alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial

Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes

do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede

ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas

seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em

Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a

Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)

O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da

Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento

de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das

injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O

toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a

infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das

principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados

Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na

assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia

Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e

autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e

recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave

Introduccedilatildeo | 19

assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das

Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede

Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais

Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em

decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios

enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar

tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias

comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes

cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves

mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores

em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no

controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar

os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de

comportamento

Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a

base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido

uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada

realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de

desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional

aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo

aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades

soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas

quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira

populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da

incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem

de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os

hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam

o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da

recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a

inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)

Introduccedilatildeo | 20

O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura

nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez

a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas

infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a

higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX

MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET

2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)

Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor

adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem

como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009

ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os

estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante

com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al

2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso

de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et

al 2009 TENIacuteAS et al 2009)

Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema

que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional

Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas

devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de

prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados

estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a

dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa

urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001

FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al

2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999

OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005

ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)

Introduccedilatildeo | 21

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias

cientiacuteficas

A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser

delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na

historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)

Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-

1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros

Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no

percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da

penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em

consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na

utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas

onerando inclusive os custos da assistecircncia

Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip

Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a

compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as

parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e

epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos

meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia

para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas

infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando

obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes

de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no

reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo

da febre puerperal (CELINE 1998)

A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das

IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-

los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por

meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota

normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial

para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota

residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo

Introduccedilatildeo | 22

frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando

colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as

defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os

Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de

Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias

possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes

quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor

alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e

eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas

podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis

A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na

superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os

extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram

negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de

esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de

accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo

eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que

compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais

prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O

meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota

temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE

2001)

Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores

que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os

microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites

infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER

1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de

transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes

tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do

processo infeccioso

Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais

importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute

mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade

Introduccedilatildeo | 23

constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de

questionamentos em acircmbito mundial

Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da

metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e

109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi

detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na

deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado

Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das

indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas

Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias

acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos

nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de

controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM

foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees

Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON

1999)

A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo

governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da

Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle

de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes

(BRASIL 1998)

Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a

principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede

Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o

ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos

autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET

BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante

da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em

se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos

de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida

importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada

(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)

A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem

etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma

Introduccedilatildeo | 24

combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como

agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde

1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo

predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas

bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no

metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da

interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo

geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida

entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre

60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as

proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002

LARSON 2004)

Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo

tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele

ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo

de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em

atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)

As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem

visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais

Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente

publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente

pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol

reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou

associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)

Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a

necessidade de lavar as matildeos

Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo

(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de

microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o

descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta

ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como

lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e

suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees

Introduccedilatildeo | 25

alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de

objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos

Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da

higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio

Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute

concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de

higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees

bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM

preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de

implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais

modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em

vilas com escassos recursos

Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica

nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de

sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de

higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)

Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para

a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do

Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de

Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional

de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee

sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo

alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)

Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto

deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo

recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento

dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento

unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades

de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de

atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos

invasivos (BRASIL 2010)

Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser

disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os

Introduccedilatildeo | 26

profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento

para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso

Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for

Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de

Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995

(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos

protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas

disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes

esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais

raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter

sustentado a atividade sobre a pele

A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos

como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou

recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)

Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por

profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de

infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda

muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)

O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo

satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS

WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )

Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50

Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em

aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva

(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)

Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras

et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o

exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como

Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)

Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis

Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de

determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes

e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de

Introduccedilatildeo | 27

infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e

opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso

contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio

onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que

as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a

natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos

adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos

programas educativos e motivacionais

Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na

modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso

de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas

consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de

diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o

qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica

Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico

pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica

Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e

Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada

As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico

condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a

importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM

Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o

comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal

num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um

questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento

evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais

forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de

integrar uma abordagem psicoeducacional

Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na

promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo

comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio

Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas

fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica

com alta resolutividade

Introduccedilatildeo | 28

Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns

questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas

Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-

reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos

organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do

conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de

atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis

Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM

com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A

perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de

cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a

mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo

microbiana da infecccedilatildeo cruzada

Objetivos | 29

2 OBJETIVOS

21 Geral

Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica

na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades

eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as

funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A

Bandura

22 Especiacuteficos

Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo

acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM

Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel

bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem

de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede

Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em

fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo

alcooacutelica

Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a

praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica

Material e Meacutetodo | 30

3 MATERIAL E MEacuteTODO

31 Delineamento metodoloacutegico

Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas

em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL

et al 2002)

32 Local e populaccedilatildeo

Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se

por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica

do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede

Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais

de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas

instituiccedilotildees

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes

Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades

Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja

aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da

pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho

Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que

aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no

periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os

Material e Meacutetodo | 31

profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como

natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a

participar do estudo

322 Variaacuteveis do estudo

Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo

local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do

conhecimento e treinamento

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo

33 Fase Conceitual

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo

gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os

microrganismos

- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida

preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave

aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se

que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e

outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com

Material e Meacutetodo | 32

atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de

suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos

Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o

ressecamento da pele

Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local

onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou

tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a

preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente

acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se

os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar

acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento

Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para

a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)

Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas

para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou

preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou

perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma

bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade

tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)

Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao

desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime

de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios

(BRASIL 2010)

Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute

sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam

assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou

diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de

assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a

disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado

de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a

Material e Meacutetodo | 33

execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na

habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM

Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as

accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais

e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo

que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo

domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em

suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos

Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa

faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera

mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA

1977 1981 1997 2008)

Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para

a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas

tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que

frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da

infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada

neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do

desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior

do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo

convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos

estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos

ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos

assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de

Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas

realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)

Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que

levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer

as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos

Material e Meacutetodo | 34

cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os

processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-

eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento

O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de

atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de

comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas

habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam

poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a

seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o

desempenho pessoal

Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de

auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees

afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA

1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir

situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS

1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados

essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo

(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a

intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no

enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa

de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho

A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento

resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de

domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos

sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)

A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como

a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar

na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do

desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo

pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo

para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo

de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se

esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)

Material e Meacutetodo | 35

As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e

modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar

em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o

sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se

concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram

sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem

aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias

potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se

reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no

desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que

fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)

A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros

sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas

persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade

proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais

sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito

principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido

(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o

julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor

depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e

fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)

A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e

generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade

ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com

sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando

seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo

quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado

A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o

comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham

certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos

adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis

A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e

ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras

situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel

Material e Meacutetodo | 36

que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou

no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando

mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido

Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida

diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis

relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo

deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o

comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-

reguladoras

A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas

como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que

contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos

serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar

os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo

envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-

regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias

autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias

internas que governam a conduta

O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras

O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de

padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios

internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por

preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos

e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas

(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de

comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas

extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo

exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos

em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as

Material e Meacutetodo | 37

pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais

contra os quais possam avaliar o seu comportamento

35 Instrumento de coleta dos dados

Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na

experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA

Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com

preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e

internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura

A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo

com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As

sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta

de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais

e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca

da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento

estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)

36 Procedimento de coleta dos dados

A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de

entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam

devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de

2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o

enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e

convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-

preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os

profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das

informaccedilotildees recebidas

Material e Meacutetodo | 38

37 Anaacutelise dos dados

Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante

dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia

absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS

(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas

dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em

ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os

valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma

amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares

38 Aspectos eacuteticos

O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres

humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)

Resultados | 39

4 RESULTADOS

A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a

acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede

seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

43 Treinamento em HM (HM)

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Assim segue-se

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318

participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo

de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho

Resultados | 40

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011

Variaacuteveis n ()

Sexo

Masculino 72 (226)

Feminino 246 (774)

Idade

18 a 25 anos 61 (192)

26 a 35 anos 127 (399)

36 a 45 anos 64 (201)

46 a 60 anos ou mais 66 (208)

Profissional

Auxiliar de enfermagem 118 (371)

Teacutecnico de enfermagem 34 (107)

Enfermeiro 99 (311)

Meacutedico 55 (172)

Odontoacutelogo 08 (26)

Fisioterapeuta 04 (13)

Tempo de formaccedilatildeo

Menos de 2 anos 55 (173)

3 a 10 anos 132 (415)

11 a 20 anos 63 (198)

21 a 26 anos ou mais 68 (214)

Tempo de atuaccedilatildeo

Menos de 2 anos 51 (16)

3 a 10 anos 124 (39)

11 a 20 anos 62 (195)

20 a 26 anos ou mais 81(255)

Turno de trabalho

Manhatilde 60 (189)

Tarde 33 (104)

Vespertino 09 (27)

Noturno 18 (57)

Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)

Resultados | 41

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do

conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes

Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Atualizaccedilatildeo n()

Jornais e Revistas

Sim 93 (292)

Natildeo 225 (708)

Pesquisa informatizada

Nunca 09 (28)

Agraves vezes 142 (447)

Sempre 167 (525)

Grupos e pesquisa

Sim 126 (396)

Natildeo 192 (604)

CursoCongressoSimpoacutesio

Sim 246 (774)

Natildeo 72 (226)

Treinamento HM

Uacuteltimos 6 meses 138 (434)

Ultimo ano 69 (217)

Uacuteltimos 2 anos 57 (179)

Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)

Realizado pela instituiccedilatildeo

Sim 193 (607)

Natildeo 125 (393)

No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os

entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo

do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)

receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem

Resultados | 42

Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)

Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)

Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos

referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede

Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)

TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)

E 34 (343) 65 (657) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este

conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento

Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)

Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)

Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)

Resultados | 43

A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza

pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763

Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)

TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)

E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)

Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada

458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de

consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes

as realizam

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

Categoria Profissional

Sim Natildeo Total n () n () n ()

Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)

Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)

Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo

ou pesquisa

Resultados | 44

Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)

TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)

E 64 (646) 35 (354) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se

envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa

participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de

enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para

refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o

conhecimento produzido

Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)

Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)

Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)

Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos

profissionais meacutedicos

Resultados | 45

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)

TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)

E 87 (879) 12 (121) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=

Enfermeiro

A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios

estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem

(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Categoria

Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)

Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)

Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo

recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes

informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em

que atuam sendo que 74(233) negaram

Resultados | 46

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento de HM nos uacuteltimos

PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)

TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)

E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem

receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses

43 Treinamento de HM

Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do

treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela

OMS

Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Cinco

momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu

n () n () n () n ()

Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)

Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)

Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)

Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)

Resultados | 47

Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede

foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Cinco momentos para HM

Treinamento HM

uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)

Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)

Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)

Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA

525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz

Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria

profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM

Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Abordagem cinco momentos HM

Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)

Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)

Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da

equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela

OMS

Resultados | 48

Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Abordagem cinco momentos HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)

TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)

E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre

o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que

o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes

realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)

Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)

Resultados | 49

Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)

TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)

E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi

baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de

sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a

disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM

Resultados | 50

Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Infra-estrutura HM n ()

Disponibilidade de aacutelcool

Nunca 12 (38)

Raramente 18 (57)

Agraves vezes 43 (135)

Frequentemente 56 (176)

Sempre 189 (594)

Tipo de dispensadores

Individual 19 (60)

Coletivo 193 (607)

Ambos 102 (321)

Natildeo tem 04 (12)

Acessibilidade

Sim 271(852)

Natildeo 47 (148)

Reabastecimento

Sim 231 (726)

Natildeo 68 (214)

Desconheccedilo 19 (60)

Limpeza

Sim 167(525)

Natildeo 136(428)

Desconheccedilo 15(47)

Cartazes

Sim 133 (418)

Natildeo 185 (582)

Recomendaccedilotildees

Sim 156 (491)

Natildeo 120 (377)

Desconheccedilo 42 (132)

Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do

produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores

Resultados | 51

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees

envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21

Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)

Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)

Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)

Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees

dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)

Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)

TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)

E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529

Resultados | 52

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22

Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total

n () n () n () n ()

Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)

Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)

Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)

Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)

Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)

PE= Profissional de enfermagem

A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou

de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo

apresentadas na Tabela 23

Resultados | 53

Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Queixas Enfermagem Meacutedico Outros

n () n() n () p

Ressecamento

Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506

Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)

Viscosidade

Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638

Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)

Odor

Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044

Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)

Velocidade de secagem

Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001

Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)

Teacutecnica de aplicaccedilatildeo

Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467

Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)

Textura

Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930

Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)

Ausecircncia

Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009

Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)

Tempo

Sim 03 (12) 0 0 0668

Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)

Sem queixas

Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418

Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)

Outras queixas

Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109

Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)

Test t student independente (plt005)

Resultados | 54

Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso

da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como

principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem

(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos

entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)

Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Sim Natildeo

Valor p

Postura 374 374 00998

Vigilacircncia 374 417 0260

Treinamento 41 421 0788

Conhecimento 42 367 0135

Qualidade 445 388 0008

Cartazes 445 452 0847

Disponibilidade 533 538 0890

Legislaccedilatildeo 632 688 0114

Test t student independente (plt005)

De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior

representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute

mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo

considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a

meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida

Resultados | 55

Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros

Postura 362 392 448

Vigilacircncia 383 408 336

Treinamento 405 457 380

Conhecimento 417 389 408

Qualidade 439 416 432

Cartazes 437 432 528

Disponibilidade 547 514 464

Legislaccedilatildeo 639 657 633

Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para

promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de

profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)

meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)

Discussatildeo | 56

5 DISCUSSAtildeO

O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede

quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem

como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o

perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os

aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

para HM

Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no

sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a

predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe

de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de

enfermagem (107) e enfermeiro (311)

De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo

(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria

profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de

enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na

cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no

cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o

investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo

Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por

trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao

trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo

(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o

trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e

todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir

do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de

trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os

moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998

PITTA 1991)

Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da

praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e

supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua

Discussatildeo | 57

vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O

ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva

carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e

os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno

que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de

duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da

sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de

uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute

danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006

MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)

Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um

viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses

trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a

caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego

sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram

para outros empregos

E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio

nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees

durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades

de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de

enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras

atividades

Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos

enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante

no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na

inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de

cursos de niacutevel superior no paiacutes

A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas

informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram

itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas

informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro

Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no

mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A

incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da

Discussatildeo | 58

roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais

modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na

organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito

mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a

pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e

eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as

pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um

grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero

cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas

em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave

disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias

estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de

censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados

prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo

de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia

do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com

selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr

disserta99kellercap3htm)

O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e

humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados

para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional

recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas

para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia

Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos

dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco

momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos

entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras

palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco

momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar

mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente

acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)

Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para

HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando

Discussatildeo | 59

questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e

apenas 283 concordaram com o referido monitoramento

Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento

claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente

direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos

de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e

higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)

Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente

(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados

Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as

ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na

(ANVISA 2010)

A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e

aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de

infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates

treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de

dados de vigilancia

Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas

para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-

nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso

a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns

apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo

estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham

diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados

por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento

passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem

padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e

ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes

atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)

Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num

momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo

habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional

Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem

conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se

Discussatildeo | 60

que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos

auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se

verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de

promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas

curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de

higiene

O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as

praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em

alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta

abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas

algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em

relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas

quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute

maior risco de transmissatildeo de microrganismos

Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual

demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro

de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a

disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos

(BRASIL 2010)

Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na

presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou

tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio

de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de

insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de

lavatoacuteriospias

Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos

dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do

produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores

devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No

caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-

se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e

secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por

semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado

Discussatildeo | 61

antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos

natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos

responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da

soluccedilatildeo (BRASIL 2007)

Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo

e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta

perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados

coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas

governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e

intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos

(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a

resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com

enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de

controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional

destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de

prevenccedilatildeo e controle)

Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios

e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das

infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores

impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na

perspectiva do controle das infecccedilotildees

Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos

humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle

de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto

requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento

O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos

buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais

proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura

organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima

competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo

Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional

de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade

Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e

reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto

Discussatildeo | 62

mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em

assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da

infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e

controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem

como envolver aspectos culturais

Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e

controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo

integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos

diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo

Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer

organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um

programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave

promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas

consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres

para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo

explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover

informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas

No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a

existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais

profissionais de sauacutede

Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo

mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de

antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor

acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho

de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)

No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo

aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada

para a melhoria da adesatildeo

O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os

dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o

acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou

dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou

direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da

viscosidade do produto

Discussatildeo | 63

A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido

documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou

ressecamento como principal queixa

No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees

alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos

profissionais de sauacutede WIDMER (2007)

Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia

a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco

de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de

microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na

microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia

e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988

LARSON et al 2000)

Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais

da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o

risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos

profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e

loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA

ARMOND 2005)

Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns

na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo

conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e

categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um

grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se

correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi

correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p

lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)

(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)

Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos

adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os

profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da

higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos

produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites

Discussatildeo | 64

por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de

produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos

riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a

exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo

aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete

imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites

Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o

ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de

produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas

A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de

sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia

entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura

positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a

qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os

aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado

obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura

positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na

promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia

a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)

Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos

tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional

qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os

participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o

conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e

legislaccedilatildeo

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso

mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a

motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de

modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas

administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede

tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de

seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila

Discussatildeo | 65

niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem

reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas

Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de

motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da

transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees

cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem

como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a

ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias

dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo

sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado

para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)

Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de

prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-

se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia

do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico

Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de

algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de

comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas

de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a

higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo

Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os

iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma

mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo

depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional

Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a

seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo

continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua

interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede

com modelos de cuidados mais seguros

O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando

como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem

a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH

transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees

complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante

Discussatildeo | 66

transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico

requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo

de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado

prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)

Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram

fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao

desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e

indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania

O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia

multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta

estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o

gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e

pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico

Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave

higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto

no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo

Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos

em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um

questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre

as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a

consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os

colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e

a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e

facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM

O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o

suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM

aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos

torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET

MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)

A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al

(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo

diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo

mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A

praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes

Discussatildeo | 67

Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de

higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo

nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem

relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico

apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais

O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente

incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002

Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a

introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais

Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal

entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo

pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino

Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias

incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback

de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)

Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou

sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para

higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para

cada 1000 pacientes-dia

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico

preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-

estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um

processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas

em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de

educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo

mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do

ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais

Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute

influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas

experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de

desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo

relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a

praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento

da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)

Conclusotildees | 68

6 CONCLUSOtildeES

O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede

Perfil dos profissionais de sauacutede

bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e

a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida

(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais

bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram

compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema

rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)

Atualizaccedilatildeo do conhecimento

bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada

foram os recursos mais utilizados

bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis

meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem

sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os

meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela

OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em

suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos

seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos

profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a

importacircncia da HM

Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Conclusotildees | 69

bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em

meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais

evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)

bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a

existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve

meacutedia de (525)

bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM

estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)

Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das

medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM

bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as

menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do

produto (p=0009) e odor (p= 0044)

bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos

quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia

(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o

enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)

bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave

postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)

representou o conhecimento do profissional e outros profissionais

(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes

Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas

especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM

considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute

uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes

Conclusotildees | 70

Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo

dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual

coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante

papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia

criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um

trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de

vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos

(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de

infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias

cientificas

No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-

ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos

com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que

foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de

caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo

as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de

auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo

apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez

que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem

passivos diante do problema

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Apecircndice | 83

APEcircNDICE

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta dos dados

N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo

Apecircndice | 84

16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo

17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre

18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras

Anexos | 85

ANEXOS

ANEXO A

CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo

Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt

Anexos | 86

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 87

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 88

ANEXO B

Handwashing Assessment Inventory O`Boyle

Anexos | 89

ANEXO C

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP

Anexos | 90

ANEXO D

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D

AGRADECIMENTO ESPECIAL

ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos

de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que

parecia impossiacutevelrdquo

Charles Chaplin

Agrave Profa Dra Denise de Andrade

Na qualidade de amiga e orientadora os inesqueciacuteveis diaacutelogos

sou inteiramente grata por essa orientaccedilatildeo que ultrapassa essa

dissertaccedilatildeo bem como o carinho em todos os momentos

AGRADECIMENTOS

A Deus por sempre guiar e iluminar meus caminhos

Aos meus irmatildeos por suas mensagens de amor e confianccedila

Aos colegas PrDr Evandro Watanabe Camila Megumi Naka

Shimura Gustavo Faria de Oliveira pelo apoio na elaboraccedilatildeo do

banco de dados

Ao Prof Dr Vanderlei Joseacute Haas que contribuiu imensamente na

anaacutelise estatiacutestica

A Profa Dra Helena Megumi Sonobe agradeccedilo as ricas sugestotildees

desde o iniacutecio desta caminhada

A querida ProfaDra Izabel Yoko Ito saudosa memoacuteria os mais

profundos agradecimentos por suas saacutebias liccedilotildees

A minha amiga Fabiana Murad Rossin Molina pelo seu carinho e

presenccedila em todos os momentos dividindo as anguacutestias e

alegrias

A coordenadora de enfermagem Leila Aparecida de Castro

Pereira pelo carinho e reconhecimento e em especial pelo seu

companheirismo

A todos os colegas do Centro de Sauacutede Escola da Faculdade de

Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash USP pela colaboraccedilatildeo nas vaacuterias

etapas deste trabalho

A todos aqueles que de alguma forma contribuiacuteram para a

realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo

Muito obrigada

ldquoA percepccedilatildeo do desconhecido eacute a mais fascinante das

experiecircncias O homem que natildeo tem os olhos abertos para o

misterioso passaraacute pela vida sem ver nadardquo

Albert Einstein

RESUMO

SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-

estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento

ABSTRACT

SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo

Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation

in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior

RESUMEN

SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar

CDC

Center for Disease Control

CIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo

HM

Higiene das Matildeos

IH

Infecccedilatildeo Hospitalar

IRAS

Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede

MRSA

Methicillin resistant Staphylococcus aureus

OMS

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

RDC

Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado

SPSS

Statistical Package of Social Science

TCLE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFC

Unidade Formadora de Colocircnia

UTI

Unidade de Tratamento Intensivo

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo

40

Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede

41

Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas

42

Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas

42

Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada

42

Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada

43

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa

43

Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa

44

Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios

44

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios

45

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)

45

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)

46

Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo

46

Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos

47

Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS

47

Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem

48

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede

48

Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem

49

Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)

50

Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)

52

Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede

53

Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede

54

Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos

55

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21

2 OBJETIVOS 29

21 Geral 29

22 Especiacuteficos 29

3 MATERIAL E MEacuteTODO 30

31 Delineamento metodoloacutegico 30

32 Local e populaccedilatildeo 30

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30

322 Variaacuteveis do estudo 31

33 Fase Conceitual 31

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36

35 Instrumento de coleta dos dados 37

36 Procedimento de coleta dos dados 37

37 Anaacutelise dos dados 38

38 Aspectos eacuteticos 38

4 RESULTADOS 39

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41

43 Treinamento de HM 46

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54

5 DISCUSSAtildeO 56

6 CONCLUSOtildeES 68

REFEREcircNCIAS 71

APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83

ANEXOS 85

ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85

ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88

ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89

ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90

Introduccedilatildeo | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os

avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm

uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de

assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o

deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores

externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo

Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila

especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de

morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento

da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de

se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros

para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001

HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000

OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)

No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela

adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou

apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos

hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)

A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da

relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do

hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de

pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos

invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido

Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente

procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida

pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das

IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir

da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas

as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o

paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena

Introduccedilatildeo | 17

durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas

IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode

interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia

eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das

matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos

equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de

assepsia

O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe

de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de

prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos

fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas

assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo

Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes

precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo

de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores

epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees

sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus

membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)

Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade

sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de

fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da

comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar

juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade

de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da

equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede

A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS

torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade

Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009

MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)

Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma

especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON

Introduccedilatildeo | 18

2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009

THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)

Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico

nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o

comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo

e controle da infecccedilatildeo

Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o

marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de

atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de

monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que

liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos

esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em

maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma

alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial

Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes

do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede

ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas

seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em

Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a

Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)

O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da

Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento

de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das

injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O

toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a

infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das

principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados

Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na

assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia

Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e

autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e

recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave

Introduccedilatildeo | 19

assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das

Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede

Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais

Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em

decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios

enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar

tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias

comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes

cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves

mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores

em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no

controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar

os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de

comportamento

Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a

base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido

uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada

realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de

desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional

aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo

aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades

soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas

quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira

populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da

incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem

de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os

hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam

o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da

recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a

inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)

Introduccedilatildeo | 20

O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura

nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez

a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas

infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a

higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX

MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET

2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)

Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor

adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem

como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009

ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os

estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante

com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al

2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso

de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et

al 2009 TENIacuteAS et al 2009)

Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema

que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional

Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas

devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de

prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados

estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a

dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa

urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001

FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al

2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999

OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005

ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)

Introduccedilatildeo | 21

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias

cientiacuteficas

A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser

delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na

historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)

Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-

1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros

Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no

percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da

penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em

consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na

utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas

onerando inclusive os custos da assistecircncia

Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip

Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a

compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as

parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e

epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos

meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia

para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas

infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando

obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes

de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no

reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo

da febre puerperal (CELINE 1998)

A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das

IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-

los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por

meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota

normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial

para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota

residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo

Introduccedilatildeo | 22

frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando

colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as

defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os

Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de

Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias

possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes

quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor

alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e

eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas

podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis

A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na

superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os

extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram

negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de

esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de

accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo

eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que

compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais

prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O

meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota

temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE

2001)

Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores

que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os

microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites

infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER

1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de

transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes

tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do

processo infeccioso

Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais

importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute

mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade

Introduccedilatildeo | 23

constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de

questionamentos em acircmbito mundial

Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da

metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e

109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi

detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na

deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado

Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das

indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas

Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias

acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos

nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de

controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM

foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees

Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON

1999)

A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo

governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da

Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle

de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes

(BRASIL 1998)

Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a

principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede

Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o

ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos

autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET

BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante

da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em

se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos

de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida

importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada

(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)

A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem

etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma

Introduccedilatildeo | 24

combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como

agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde

1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo

predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas

bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no

metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da

interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo

geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida

entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre

60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as

proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002

LARSON 2004)

Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo

tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele

ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo

de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em

atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)

As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem

visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais

Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente

publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente

pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol

reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou

associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)

Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a

necessidade de lavar as matildeos

Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo

(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de

microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o

descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta

ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como

lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e

suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees

Introduccedilatildeo | 25

alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de

objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos

Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da

higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio

Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute

concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de

higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees

bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM

preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de

implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais

modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em

vilas com escassos recursos

Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica

nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de

sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de

higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)

Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para

a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do

Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de

Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional

de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee

sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo

alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)

Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto

deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo

recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento

dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento

unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades

de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de

atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos

invasivos (BRASIL 2010)

Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser

disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os

Introduccedilatildeo | 26

profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento

para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso

Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for

Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de

Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995

(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos

protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas

disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes

esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais

raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter

sustentado a atividade sobre a pele

A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos

como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou

recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)

Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por

profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de

infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda

muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)

O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo

satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS

WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )

Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50

Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em

aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva

(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)

Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras

et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o

exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como

Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)

Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis

Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de

determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes

e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de

Introduccedilatildeo | 27

infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e

opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso

contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio

onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que

as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a

natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos

adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos

programas educativos e motivacionais

Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na

modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso

de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas

consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de

diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o

qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica

Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico

pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica

Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e

Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada

As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico

condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a

importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM

Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o

comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal

num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um

questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento

evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais

forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de

integrar uma abordagem psicoeducacional

Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na

promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo

comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio

Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas

fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica

com alta resolutividade

Introduccedilatildeo | 28

Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns

questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas

Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-

reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos

organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do

conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de

atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis

Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM

com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A

perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de

cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a

mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo

microbiana da infecccedilatildeo cruzada

Objetivos | 29

2 OBJETIVOS

21 Geral

Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica

na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades

eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as

funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A

Bandura

22 Especiacuteficos

Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo

acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM

Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel

bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem

de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede

Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em

fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo

alcooacutelica

Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a

praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica

Material e Meacutetodo | 30

3 MATERIAL E MEacuteTODO

31 Delineamento metodoloacutegico

Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas

em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL

et al 2002)

32 Local e populaccedilatildeo

Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se

por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica

do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede

Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais

de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas

instituiccedilotildees

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes

Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades

Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja

aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da

pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho

Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que

aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no

periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os

Material e Meacutetodo | 31

profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como

natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a

participar do estudo

322 Variaacuteveis do estudo

Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo

local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do

conhecimento e treinamento

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo

33 Fase Conceitual

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo

gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os

microrganismos

- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida

preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave

aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se

que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e

outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com

Material e Meacutetodo | 32

atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de

suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos

Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o

ressecamento da pele

Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local

onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou

tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a

preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente

acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se

os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar

acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento

Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para

a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)

Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas

para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou

preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou

perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma

bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade

tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)

Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao

desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime

de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios

(BRASIL 2010)

Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute

sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam

assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou

diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de

assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a

disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado

de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a

Material e Meacutetodo | 33

execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na

habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM

Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as

accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais

e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo

que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo

domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em

suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos

Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa

faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera

mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA

1977 1981 1997 2008)

Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para

a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas

tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que

frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da

infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada

neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do

desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior

do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo

convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos

estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos

ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos

assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de

Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas

realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)

Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que

levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer

as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos

Material e Meacutetodo | 34

cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os

processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-

eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento

O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de

atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de

comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas

habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam

poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a

seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o

desempenho pessoal

Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de

auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees

afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA

1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir

situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS

1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados

essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo

(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a

intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no

enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa

de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho

A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento

resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de

domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos

sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)

A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como

a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar

na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do

desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo

pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo

para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo

de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se

esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)

Material e Meacutetodo | 35

As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e

modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar

em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o

sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se

concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram

sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem

aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias

potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se

reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no

desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que

fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)

A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros

sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas

persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade

proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais

sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito

principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido

(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o

julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor

depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e

fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)

A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e

generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade

ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com

sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando

seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo

quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado

A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o

comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham

certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos

adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis

A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e

ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras

situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel

Material e Meacutetodo | 36

que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou

no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando

mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido

Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida

diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis

relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo

deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o

comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-

reguladoras

A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas

como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que

contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos

serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar

os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo

envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-

regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias

autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias

internas que governam a conduta

O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras

O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de

padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios

internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por

preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos

e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas

(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de

comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas

extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo

exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos

em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as

Material e Meacutetodo | 37

pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais

contra os quais possam avaliar o seu comportamento

35 Instrumento de coleta dos dados

Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na

experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA

Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com

preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e

internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura

A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo

com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As

sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta

de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais

e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca

da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento

estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)

36 Procedimento de coleta dos dados

A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de

entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam

devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de

2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o

enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e

convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-

preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os

profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das

informaccedilotildees recebidas

Material e Meacutetodo | 38

37 Anaacutelise dos dados

Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante

dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia

absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS

(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas

dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em

ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os

valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma

amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares

38 Aspectos eacuteticos

O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres

humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)

Resultados | 39

4 RESULTADOS

A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a

acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede

seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

43 Treinamento em HM (HM)

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Assim segue-se

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318

participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo

de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho

Resultados | 40

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011

Variaacuteveis n ()

Sexo

Masculino 72 (226)

Feminino 246 (774)

Idade

18 a 25 anos 61 (192)

26 a 35 anos 127 (399)

36 a 45 anos 64 (201)

46 a 60 anos ou mais 66 (208)

Profissional

Auxiliar de enfermagem 118 (371)

Teacutecnico de enfermagem 34 (107)

Enfermeiro 99 (311)

Meacutedico 55 (172)

Odontoacutelogo 08 (26)

Fisioterapeuta 04 (13)

Tempo de formaccedilatildeo

Menos de 2 anos 55 (173)

3 a 10 anos 132 (415)

11 a 20 anos 63 (198)

21 a 26 anos ou mais 68 (214)

Tempo de atuaccedilatildeo

Menos de 2 anos 51 (16)

3 a 10 anos 124 (39)

11 a 20 anos 62 (195)

20 a 26 anos ou mais 81(255)

Turno de trabalho

Manhatilde 60 (189)

Tarde 33 (104)

Vespertino 09 (27)

Noturno 18 (57)

Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)

Resultados | 41

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do

conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes

Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Atualizaccedilatildeo n()

Jornais e Revistas

Sim 93 (292)

Natildeo 225 (708)

Pesquisa informatizada

Nunca 09 (28)

Agraves vezes 142 (447)

Sempre 167 (525)

Grupos e pesquisa

Sim 126 (396)

Natildeo 192 (604)

CursoCongressoSimpoacutesio

Sim 246 (774)

Natildeo 72 (226)

Treinamento HM

Uacuteltimos 6 meses 138 (434)

Ultimo ano 69 (217)

Uacuteltimos 2 anos 57 (179)

Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)

Realizado pela instituiccedilatildeo

Sim 193 (607)

Natildeo 125 (393)

No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os

entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo

do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)

receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem

Resultados | 42

Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)

Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)

Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos

referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede

Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)

TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)

E 34 (343) 65 (657) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este

conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento

Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)

Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)

Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)

Resultados | 43

A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza

pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763

Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)

TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)

E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)

Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada

458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de

consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes

as realizam

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

Categoria Profissional

Sim Natildeo Total n () n () n ()

Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)

Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)

Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo

ou pesquisa

Resultados | 44

Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)

TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)

E 64 (646) 35 (354) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se

envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa

participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de

enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para

refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o

conhecimento produzido

Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)

Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)

Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)

Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos

profissionais meacutedicos

Resultados | 45

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)

TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)

E 87 (879) 12 (121) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=

Enfermeiro

A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios

estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem

(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Categoria

Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)

Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)

Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo

recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes

informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em

que atuam sendo que 74(233) negaram

Resultados | 46

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento de HM nos uacuteltimos

PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)

TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)

E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem

receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses

43 Treinamento de HM

Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do

treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela

OMS

Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Cinco

momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu

n () n () n () n ()

Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)

Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)

Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)

Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)

Resultados | 47

Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede

foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Cinco momentos para HM

Treinamento HM

uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)

Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)

Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)

Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA

525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz

Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria

profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM

Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Abordagem cinco momentos HM

Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)

Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)

Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da

equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela

OMS

Resultados | 48

Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Abordagem cinco momentos HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)

TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)

E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre

o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que

o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes

realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)

Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)

Resultados | 49

Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)

TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)

E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi

baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de

sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a

disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM

Resultados | 50

Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Infra-estrutura HM n ()

Disponibilidade de aacutelcool

Nunca 12 (38)

Raramente 18 (57)

Agraves vezes 43 (135)

Frequentemente 56 (176)

Sempre 189 (594)

Tipo de dispensadores

Individual 19 (60)

Coletivo 193 (607)

Ambos 102 (321)

Natildeo tem 04 (12)

Acessibilidade

Sim 271(852)

Natildeo 47 (148)

Reabastecimento

Sim 231 (726)

Natildeo 68 (214)

Desconheccedilo 19 (60)

Limpeza

Sim 167(525)

Natildeo 136(428)

Desconheccedilo 15(47)

Cartazes

Sim 133 (418)

Natildeo 185 (582)

Recomendaccedilotildees

Sim 156 (491)

Natildeo 120 (377)

Desconheccedilo 42 (132)

Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do

produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores

Resultados | 51

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees

envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21

Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)

Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)

Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)

Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees

dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)

Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)

TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)

E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529

Resultados | 52

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22

Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total

n () n () n () n ()

Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)

Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)

Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)

Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)

Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)

PE= Profissional de enfermagem

A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou

de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo

apresentadas na Tabela 23

Resultados | 53

Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Queixas Enfermagem Meacutedico Outros

n () n() n () p

Ressecamento

Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506

Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)

Viscosidade

Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638

Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)

Odor

Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044

Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)

Velocidade de secagem

Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001

Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)

Teacutecnica de aplicaccedilatildeo

Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467

Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)

Textura

Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930

Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)

Ausecircncia

Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009

Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)

Tempo

Sim 03 (12) 0 0 0668

Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)

Sem queixas

Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418

Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)

Outras queixas

Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109

Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)

Test t student independente (plt005)

Resultados | 54

Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso

da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como

principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem

(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos

entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)

Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Sim Natildeo

Valor p

Postura 374 374 00998

Vigilacircncia 374 417 0260

Treinamento 41 421 0788

Conhecimento 42 367 0135

Qualidade 445 388 0008

Cartazes 445 452 0847

Disponibilidade 533 538 0890

Legislaccedilatildeo 632 688 0114

Test t student independente (plt005)

De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior

representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute

mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo

considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a

meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida

Resultados | 55

Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros

Postura 362 392 448

Vigilacircncia 383 408 336

Treinamento 405 457 380

Conhecimento 417 389 408

Qualidade 439 416 432

Cartazes 437 432 528

Disponibilidade 547 514 464

Legislaccedilatildeo 639 657 633

Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para

promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de

profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)

meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)

Discussatildeo | 56

5 DISCUSSAtildeO

O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede

quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem

como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o

perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os

aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

para HM

Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no

sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a

predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe

de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de

enfermagem (107) e enfermeiro (311)

De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo

(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria

profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de

enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na

cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no

cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o

investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo

Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por

trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao

trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo

(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o

trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e

todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir

do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de

trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os

moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998

PITTA 1991)

Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da

praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e

supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua

Discussatildeo | 57

vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O

ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva

carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e

os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno

que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de

duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da

sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de

uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute

danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006

MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)

Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um

viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses

trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a

caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego

sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram

para outros empregos

E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio

nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees

durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades

de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de

enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras

atividades

Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos

enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante

no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na

inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de

cursos de niacutevel superior no paiacutes

A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas

informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram

itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas

informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro

Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no

mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A

incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da

Discussatildeo | 58

roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais

modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na

organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito

mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a

pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e

eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as

pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um

grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero

cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas

em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave

disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias

estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de

censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados

prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo

de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia

do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com

selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr

disserta99kellercap3htm)

O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e

humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados

para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional

recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas

para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia

Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos

dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco

momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos

entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras

palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco

momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar

mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente

acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)

Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para

HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando

Discussatildeo | 59

questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e

apenas 283 concordaram com o referido monitoramento

Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento

claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente

direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos

de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e

higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)

Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente

(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados

Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as

ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na

(ANVISA 2010)

A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e

aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de

infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates

treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de

dados de vigilancia

Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas

para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-

nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso

a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns

apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo

estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham

diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados

por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento

passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem

padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e

ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes

atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)

Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num

momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo

habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional

Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem

conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se

Discussatildeo | 60

que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos

auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se

verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de

promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas

curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de

higiene

O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as

praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em

alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta

abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas

algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em

relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas

quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute

maior risco de transmissatildeo de microrganismos

Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual

demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro

de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a

disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos

(BRASIL 2010)

Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na

presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou

tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio

de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de

insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de

lavatoacuteriospias

Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos

dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do

produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores

devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No

caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-

se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e

secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por

semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado

Discussatildeo | 61

antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos

natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos

responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da

soluccedilatildeo (BRASIL 2007)

Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo

e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta

perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados

coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas

governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e

intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos

(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a

resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com

enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de

controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional

destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de

prevenccedilatildeo e controle)

Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios

e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das

infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores

impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na

perspectiva do controle das infecccedilotildees

Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos

humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle

de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto

requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento

O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos

buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais

proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura

organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima

competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo

Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional

de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade

Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e

reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto

Discussatildeo | 62

mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em

assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da

infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e

controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem

como envolver aspectos culturais

Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e

controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo

integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos

diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo

Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer

organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um

programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave

promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas

consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres

para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo

explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover

informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas

No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a

existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais

profissionais de sauacutede

Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo

mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de

antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor

acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho

de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)

No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo

aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada

para a melhoria da adesatildeo

O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os

dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o

acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou

dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou

direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da

viscosidade do produto

Discussatildeo | 63

A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido

documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou

ressecamento como principal queixa

No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees

alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos

profissionais de sauacutede WIDMER (2007)

Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia

a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco

de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de

microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na

microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia

e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988

LARSON et al 2000)

Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais

da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o

risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos

profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e

loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA

ARMOND 2005)

Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns

na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo

conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e

categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um

grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se

correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi

correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p

lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)

(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)

Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos

adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os

profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da

higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos

produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites

Discussatildeo | 64

por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de

produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos

riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a

exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo

aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete

imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites

Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o

ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de

produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas

A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de

sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia

entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura

positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a

qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os

aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado

obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura

positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na

promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia

a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)

Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos

tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional

qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os

participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o

conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e

legislaccedilatildeo

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso

mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a

motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de

modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas

administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede

tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de

seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila

Discussatildeo | 65

niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem

reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas

Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de

motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da

transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees

cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem

como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a

ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias

dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo

sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado

para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)

Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de

prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-

se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia

do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico

Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de

algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de

comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas

de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a

higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo

Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os

iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma

mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo

depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional

Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a

seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo

continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua

interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede

com modelos de cuidados mais seguros

O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando

como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem

a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH

transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees

complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante

Discussatildeo | 66

transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico

requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo

de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado

prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)

Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram

fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao

desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e

indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania

O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia

multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta

estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o

gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e

pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico

Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave

higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto

no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo

Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos

em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um

questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre

as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a

consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os

colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e

a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e

facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM

O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o

suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM

aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos

torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET

MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)

A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al

(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo

diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo

mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A

praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes

Discussatildeo | 67

Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de

higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo

nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem

relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico

apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais

O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente

incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002

Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a

introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais

Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal

entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo

pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino

Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias

incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback

de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)

Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou

sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para

higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para

cada 1000 pacientes-dia

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico

preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-

estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um

processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas

em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de

educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo

mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do

ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais

Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute

influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas

experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de

desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo

relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a

praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento

da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)

Conclusotildees | 68

6 CONCLUSOtildeES

O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede

Perfil dos profissionais de sauacutede

bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e

a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida

(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais

bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram

compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema

rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)

Atualizaccedilatildeo do conhecimento

bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada

foram os recursos mais utilizados

bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis

meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem

sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os

meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela

OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em

suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos

seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos

profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a

importacircncia da HM

Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Conclusotildees | 69

bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em

meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais

evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)

bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a

existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve

meacutedia de (525)

bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM

estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)

Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das

medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM

bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as

menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do

produto (p=0009) e odor (p= 0044)

bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos

quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia

(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o

enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)

bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave

postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)

representou o conhecimento do profissional e outros profissionais

(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes

Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas

especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM

considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute

uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes

Conclusotildees | 70

Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo

dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual

coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante

papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia

criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um

trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de

vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos

(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de

infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias

cientificas

No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-

ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos

com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que

foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de

caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo

as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de

auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo

apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez

que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem

passivos diante do problema

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Apecircndice | 83

APEcircNDICE

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta dos dados

N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo

Apecircndice | 84

16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo

17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre

18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras

Anexos | 85

ANEXOS

ANEXO A

CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo

Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt

Anexos | 86

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 87

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 88

ANEXO B

Handwashing Assessment Inventory O`Boyle

Anexos | 89

ANEXO C

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP

Anexos | 90

ANEXO D

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D

AGRADECIMENTOS

A Deus por sempre guiar e iluminar meus caminhos

Aos meus irmatildeos por suas mensagens de amor e confianccedila

Aos colegas PrDr Evandro Watanabe Camila Megumi Naka

Shimura Gustavo Faria de Oliveira pelo apoio na elaboraccedilatildeo do

banco de dados

Ao Prof Dr Vanderlei Joseacute Haas que contribuiu imensamente na

anaacutelise estatiacutestica

A Profa Dra Helena Megumi Sonobe agradeccedilo as ricas sugestotildees

desde o iniacutecio desta caminhada

A querida ProfaDra Izabel Yoko Ito saudosa memoacuteria os mais

profundos agradecimentos por suas saacutebias liccedilotildees

A minha amiga Fabiana Murad Rossin Molina pelo seu carinho e

presenccedila em todos os momentos dividindo as anguacutestias e

alegrias

A coordenadora de enfermagem Leila Aparecida de Castro

Pereira pelo carinho e reconhecimento e em especial pelo seu

companheirismo

A todos os colegas do Centro de Sauacutede Escola da Faculdade de

Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash USP pela colaboraccedilatildeo nas vaacuterias

etapas deste trabalho

A todos aqueles que de alguma forma contribuiacuteram para a

realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo

Muito obrigada

ldquoA percepccedilatildeo do desconhecido eacute a mais fascinante das

experiecircncias O homem que natildeo tem os olhos abertos para o

misterioso passaraacute pela vida sem ver nadardquo

Albert Einstein

RESUMO

SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-

estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento

ABSTRACT

SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo

Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation

in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior

RESUMEN

SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar

CDC

Center for Disease Control

CIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo

HM

Higiene das Matildeos

IH

Infecccedilatildeo Hospitalar

IRAS

Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede

MRSA

Methicillin resistant Staphylococcus aureus

OMS

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

RDC

Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado

SPSS

Statistical Package of Social Science

TCLE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFC

Unidade Formadora de Colocircnia

UTI

Unidade de Tratamento Intensivo

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo

40

Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede

41

Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas

42

Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas

42

Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada

42

Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada

43

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa

43

Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa

44

Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios

44

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios

45

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)

45

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)

46

Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo

46

Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos

47

Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS

47

Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem

48

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede

48

Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem

49

Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)

50

Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)

52

Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede

53

Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede

54

Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos

55

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21

2 OBJETIVOS 29

21 Geral 29

22 Especiacuteficos 29

3 MATERIAL E MEacuteTODO 30

31 Delineamento metodoloacutegico 30

32 Local e populaccedilatildeo 30

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30

322 Variaacuteveis do estudo 31

33 Fase Conceitual 31

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36

35 Instrumento de coleta dos dados 37

36 Procedimento de coleta dos dados 37

37 Anaacutelise dos dados 38

38 Aspectos eacuteticos 38

4 RESULTADOS 39

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41

43 Treinamento de HM 46

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54

5 DISCUSSAtildeO 56

6 CONCLUSOtildeES 68

REFEREcircNCIAS 71

APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83

ANEXOS 85

ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85

ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88

ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89

ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90

Introduccedilatildeo | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os

avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm

uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de

assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o

deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores

externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo

Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila

especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de

morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento

da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de

se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros

para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001

HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000

OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)

No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela

adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou

apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos

hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)

A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da

relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do

hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de

pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos

invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido

Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente

procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida

pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das

IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir

da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas

as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o

paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena

Introduccedilatildeo | 17

durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas

IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode

interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia

eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das

matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos

equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de

assepsia

O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe

de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de

prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos

fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas

assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo

Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes

precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo

de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores

epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees

sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus

membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)

Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade

sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de

fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da

comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar

juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade

de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da

equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede

A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS

torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade

Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009

MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)

Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma

especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON

Introduccedilatildeo | 18

2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009

THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)

Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico

nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o

comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo

e controle da infecccedilatildeo

Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o

marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de

atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de

monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que

liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos

esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em

maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma

alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial

Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes

do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede

ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas

seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em

Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a

Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)

O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da

Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento

de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das

injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O

toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a

infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das

principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados

Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na

assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia

Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e

autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e

recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave

Introduccedilatildeo | 19

assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das

Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede

Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais

Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em

decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios

enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar

tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias

comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes

cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves

mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores

em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no

controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar

os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de

comportamento

Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a

base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido

uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada

realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de

desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional

aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo

aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades

soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas

quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira

populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da

incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem

de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os

hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam

o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da

recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a

inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)

Introduccedilatildeo | 20

O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura

nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez

a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas

infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a

higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX

MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET

2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)

Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor

adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem

como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009

ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os

estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante

com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al

2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso

de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et

al 2009 TENIacuteAS et al 2009)

Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema

que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional

Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas

devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de

prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados

estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a

dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa

urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001

FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al

2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999

OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005

ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)

Introduccedilatildeo | 21

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias

cientiacuteficas

A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser

delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na

historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)

Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-

1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros

Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no

percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da

penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em

consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na

utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas

onerando inclusive os custos da assistecircncia

Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip

Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a

compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as

parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e

epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos

meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia

para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas

infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando

obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes

de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no

reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo

da febre puerperal (CELINE 1998)

A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das

IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-

los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por

meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota

normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial

para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota

residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo

Introduccedilatildeo | 22

frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando

colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as

defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os

Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de

Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias

possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes

quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor

alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e

eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas

podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis

A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na

superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os

extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram

negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de

esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de

accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo

eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que

compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais

prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O

meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota

temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE

2001)

Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores

que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os

microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites

infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER

1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de

transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes

tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do

processo infeccioso

Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais

importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute

mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade

Introduccedilatildeo | 23

constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de

questionamentos em acircmbito mundial

Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da

metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e

109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi

detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na

deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado

Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das

indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas

Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias

acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos

nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de

controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM

foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees

Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON

1999)

A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo

governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da

Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle

de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes

(BRASIL 1998)

Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a

principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede

Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o

ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos

autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET

BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante

da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em

se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos

de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida

importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada

(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)

A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem

etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma

Introduccedilatildeo | 24

combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como

agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde

1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo

predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas

bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no

metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da

interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo

geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida

entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre

60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as

proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002

LARSON 2004)

Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo

tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele

ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo

de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em

atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)

As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem

visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais

Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente

publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente

pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol

reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou

associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)

Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a

necessidade de lavar as matildeos

Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo

(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de

microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o

descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta

ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como

lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e

suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees

Introduccedilatildeo | 25

alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de

objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos

Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da

higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio

Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute

concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de

higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees

bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM

preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de

implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais

modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em

vilas com escassos recursos

Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica

nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de

sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de

higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)

Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para

a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do

Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de

Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional

de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee

sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo

alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)

Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto

deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo

recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento

dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento

unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades

de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de

atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos

invasivos (BRASIL 2010)

Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser

disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os

Introduccedilatildeo | 26

profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento

para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso

Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for

Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de

Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995

(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos

protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas

disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes

esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais

raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter

sustentado a atividade sobre a pele

A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos

como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou

recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)

Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por

profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de

infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda

muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)

O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo

satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS

WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )

Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50

Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em

aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva

(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)

Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras

et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o

exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como

Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)

Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis

Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de

determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes

e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de

Introduccedilatildeo | 27

infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e

opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso

contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio

onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que

as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a

natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos

adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos

programas educativos e motivacionais

Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na

modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso

de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas

consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de

diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o

qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica

Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico

pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica

Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e

Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada

As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico

condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a

importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM

Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o

comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal

num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um

questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento

evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais

forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de

integrar uma abordagem psicoeducacional

Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na

promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo

comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio

Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas

fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica

com alta resolutividade

Introduccedilatildeo | 28

Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns

questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas

Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-

reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos

organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do

conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de

atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis

Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM

com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A

perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de

cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a

mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo

microbiana da infecccedilatildeo cruzada

Objetivos | 29

2 OBJETIVOS

21 Geral

Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica

na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades

eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as

funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A

Bandura

22 Especiacuteficos

Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo

acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM

Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel

bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem

de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede

Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em

fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo

alcooacutelica

Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a

praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica

Material e Meacutetodo | 30

3 MATERIAL E MEacuteTODO

31 Delineamento metodoloacutegico

Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas

em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL

et al 2002)

32 Local e populaccedilatildeo

Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se

por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica

do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede

Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais

de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas

instituiccedilotildees

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes

Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades

Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja

aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da

pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho

Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que

aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no

periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os

Material e Meacutetodo | 31

profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como

natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a

participar do estudo

322 Variaacuteveis do estudo

Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo

local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do

conhecimento e treinamento

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo

33 Fase Conceitual

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo

gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os

microrganismos

- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida

preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave

aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se

que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e

outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com

Material e Meacutetodo | 32

atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de

suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos

Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o

ressecamento da pele

Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local

onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou

tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a

preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente

acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se

os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar

acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento

Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para

a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)

Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas

para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou

preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou

perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma

bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade

tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)

Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao

desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime

de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios

(BRASIL 2010)

Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute

sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam

assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou

diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de

assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a

disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado

de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a

Material e Meacutetodo | 33

execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na

habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM

Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as

accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais

e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo

que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo

domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em

suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos

Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa

faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera

mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA

1977 1981 1997 2008)

Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para

a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas

tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que

frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da

infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada

neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do

desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior

do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo

convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos

estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos

ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos

assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de

Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas

realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)

Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que

levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer

as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos

Material e Meacutetodo | 34

cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os

processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-

eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento

O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de

atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de

comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas

habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam

poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a

seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o

desempenho pessoal

Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de

auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees

afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA

1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir

situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS

1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados

essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo

(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a

intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no

enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa

de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho

A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento

resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de

domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos

sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)

A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como

a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar

na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do

desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo

pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo

para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo

de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se

esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)

Material e Meacutetodo | 35

As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e

modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar

em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o

sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se

concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram

sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem

aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias

potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se

reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no

desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que

fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)

A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros

sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas

persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade

proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais

sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito

principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido

(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o

julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor

depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e

fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)

A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e

generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade

ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com

sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando

seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo

quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado

A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o

comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham

certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos

adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis

A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e

ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras

situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel

Material e Meacutetodo | 36

que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou

no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando

mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido

Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida

diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis

relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo

deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o

comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-

reguladoras

A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas

como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que

contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos

serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar

os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo

envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-

regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias

autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias

internas que governam a conduta

O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras

O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de

padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios

internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por

preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos

e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas

(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de

comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas

extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo

exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos

em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as

Material e Meacutetodo | 37

pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais

contra os quais possam avaliar o seu comportamento

35 Instrumento de coleta dos dados

Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na

experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA

Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com

preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e

internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura

A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo

com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As

sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta

de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais

e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca

da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento

estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)

36 Procedimento de coleta dos dados

A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de

entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam

devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de

2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o

enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e

convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-

preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os

profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das

informaccedilotildees recebidas

Material e Meacutetodo | 38

37 Anaacutelise dos dados

Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante

dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia

absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS

(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas

dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em

ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os

valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma

amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares

38 Aspectos eacuteticos

O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres

humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)

Resultados | 39

4 RESULTADOS

A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a

acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede

seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

43 Treinamento em HM (HM)

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Assim segue-se

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318

participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo

de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho

Resultados | 40

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011

Variaacuteveis n ()

Sexo

Masculino 72 (226)

Feminino 246 (774)

Idade

18 a 25 anos 61 (192)

26 a 35 anos 127 (399)

36 a 45 anos 64 (201)

46 a 60 anos ou mais 66 (208)

Profissional

Auxiliar de enfermagem 118 (371)

Teacutecnico de enfermagem 34 (107)

Enfermeiro 99 (311)

Meacutedico 55 (172)

Odontoacutelogo 08 (26)

Fisioterapeuta 04 (13)

Tempo de formaccedilatildeo

Menos de 2 anos 55 (173)

3 a 10 anos 132 (415)

11 a 20 anos 63 (198)

21 a 26 anos ou mais 68 (214)

Tempo de atuaccedilatildeo

Menos de 2 anos 51 (16)

3 a 10 anos 124 (39)

11 a 20 anos 62 (195)

20 a 26 anos ou mais 81(255)

Turno de trabalho

Manhatilde 60 (189)

Tarde 33 (104)

Vespertino 09 (27)

Noturno 18 (57)

Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)

Resultados | 41

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do

conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes

Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Atualizaccedilatildeo n()

Jornais e Revistas

Sim 93 (292)

Natildeo 225 (708)

Pesquisa informatizada

Nunca 09 (28)

Agraves vezes 142 (447)

Sempre 167 (525)

Grupos e pesquisa

Sim 126 (396)

Natildeo 192 (604)

CursoCongressoSimpoacutesio

Sim 246 (774)

Natildeo 72 (226)

Treinamento HM

Uacuteltimos 6 meses 138 (434)

Ultimo ano 69 (217)

Uacuteltimos 2 anos 57 (179)

Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)

Realizado pela instituiccedilatildeo

Sim 193 (607)

Natildeo 125 (393)

No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os

entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo

do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)

receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem

Resultados | 42

Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)

Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)

Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos

referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede

Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)

TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)

E 34 (343) 65 (657) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este

conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento

Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)

Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)

Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)

Resultados | 43

A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza

pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763

Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)

TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)

E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)

Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada

458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de

consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes

as realizam

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

Categoria Profissional

Sim Natildeo Total n () n () n ()

Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)

Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)

Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo

ou pesquisa

Resultados | 44

Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)

TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)

E 64 (646) 35 (354) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se

envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa

participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de

enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para

refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o

conhecimento produzido

Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)

Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)

Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)

Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos

profissionais meacutedicos

Resultados | 45

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)

TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)

E 87 (879) 12 (121) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=

Enfermeiro

A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios

estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem

(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Categoria

Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)

Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)

Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo

recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes

informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em

que atuam sendo que 74(233) negaram

Resultados | 46

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento de HM nos uacuteltimos

PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)

TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)

E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem

receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses

43 Treinamento de HM

Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do

treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela

OMS

Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Cinco

momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu

n () n () n () n ()

Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)

Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)

Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)

Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)

Resultados | 47

Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede

foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Cinco momentos para HM

Treinamento HM

uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)

Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)

Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)

Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA

525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz

Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria

profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM

Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Abordagem cinco momentos HM

Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)

Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)

Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da

equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela

OMS

Resultados | 48

Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Abordagem cinco momentos HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)

TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)

E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre

o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que

o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes

realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)

Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)

Resultados | 49

Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)

TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)

E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi

baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de

sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a

disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM

Resultados | 50

Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Infra-estrutura HM n ()

Disponibilidade de aacutelcool

Nunca 12 (38)

Raramente 18 (57)

Agraves vezes 43 (135)

Frequentemente 56 (176)

Sempre 189 (594)

Tipo de dispensadores

Individual 19 (60)

Coletivo 193 (607)

Ambos 102 (321)

Natildeo tem 04 (12)

Acessibilidade

Sim 271(852)

Natildeo 47 (148)

Reabastecimento

Sim 231 (726)

Natildeo 68 (214)

Desconheccedilo 19 (60)

Limpeza

Sim 167(525)

Natildeo 136(428)

Desconheccedilo 15(47)

Cartazes

Sim 133 (418)

Natildeo 185 (582)

Recomendaccedilotildees

Sim 156 (491)

Natildeo 120 (377)

Desconheccedilo 42 (132)

Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do

produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores

Resultados | 51

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees

envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21

Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)

Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)

Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)

Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees

dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)

Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)

TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)

E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529

Resultados | 52

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22

Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total

n () n () n () n ()

Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)

Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)

Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)

Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)

Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)

PE= Profissional de enfermagem

A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou

de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo

apresentadas na Tabela 23

Resultados | 53

Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Queixas Enfermagem Meacutedico Outros

n () n() n () p

Ressecamento

Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506

Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)

Viscosidade

Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638

Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)

Odor

Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044

Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)

Velocidade de secagem

Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001

Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)

Teacutecnica de aplicaccedilatildeo

Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467

Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)

Textura

Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930

Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)

Ausecircncia

Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009

Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)

Tempo

Sim 03 (12) 0 0 0668

Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)

Sem queixas

Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418

Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)

Outras queixas

Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109

Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)

Test t student independente (plt005)

Resultados | 54

Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso

da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como

principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem

(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos

entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)

Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Sim Natildeo

Valor p

Postura 374 374 00998

Vigilacircncia 374 417 0260

Treinamento 41 421 0788

Conhecimento 42 367 0135

Qualidade 445 388 0008

Cartazes 445 452 0847

Disponibilidade 533 538 0890

Legislaccedilatildeo 632 688 0114

Test t student independente (plt005)

De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior

representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute

mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo

considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a

meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida

Resultados | 55

Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros

Postura 362 392 448

Vigilacircncia 383 408 336

Treinamento 405 457 380

Conhecimento 417 389 408

Qualidade 439 416 432

Cartazes 437 432 528

Disponibilidade 547 514 464

Legislaccedilatildeo 639 657 633

Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para

promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de

profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)

meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)

Discussatildeo | 56

5 DISCUSSAtildeO

O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede

quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem

como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o

perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os

aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

para HM

Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no

sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a

predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe

de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de

enfermagem (107) e enfermeiro (311)

De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo

(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria

profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de

enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na

cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no

cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o

investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo

Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por

trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao

trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo

(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o

trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e

todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir

do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de

trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os

moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998

PITTA 1991)

Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da

praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e

supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua

Discussatildeo | 57

vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O

ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva

carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e

os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno

que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de

duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da

sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de

uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute

danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006

MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)

Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um

viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses

trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a

caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego

sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram

para outros empregos

E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio

nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees

durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades

de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de

enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras

atividades

Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos

enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante

no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na

inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de

cursos de niacutevel superior no paiacutes

A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas

informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram

itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas

informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro

Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no

mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A

incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da

Discussatildeo | 58

roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais

modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na

organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito

mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a

pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e

eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as

pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um

grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero

cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas

em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave

disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias

estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de

censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados

prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo

de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia

do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com

selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr

disserta99kellercap3htm)

O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e

humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados

para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional

recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas

para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia

Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos

dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco

momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos

entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras

palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco

momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar

mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente

acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)

Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para

HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando

Discussatildeo | 59

questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e

apenas 283 concordaram com o referido monitoramento

Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento

claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente

direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos

de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e

higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)

Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente

(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados

Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as

ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na

(ANVISA 2010)

A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e

aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de

infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates

treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de

dados de vigilancia

Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas

para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-

nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso

a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns

apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo

estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham

diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados

por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento

passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem

padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e

ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes

atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)

Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num

momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo

habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional

Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem

conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se

Discussatildeo | 60

que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos

auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se

verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de

promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas

curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de

higiene

O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as

praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em

alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta

abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas

algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em

relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas

quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute

maior risco de transmissatildeo de microrganismos

Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual

demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro

de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a

disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos

(BRASIL 2010)

Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na

presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou

tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio

de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de

insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de

lavatoacuteriospias

Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos

dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do

produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores

devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No

caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-

se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e

secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por

semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado

Discussatildeo | 61

antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos

natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos

responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da

soluccedilatildeo (BRASIL 2007)

Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo

e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta

perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados

coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas

governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e

intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos

(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a

resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com

enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de

controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional

destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de

prevenccedilatildeo e controle)

Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios

e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das

infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores

impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na

perspectiva do controle das infecccedilotildees

Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos

humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle

de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto

requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento

O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos

buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais

proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura

organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima

competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo

Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional

de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade

Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e

reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto

Discussatildeo | 62

mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em

assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da

infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e

controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem

como envolver aspectos culturais

Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e

controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo

integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos

diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo

Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer

organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um

programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave

promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas

consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres

para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo

explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover

informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas

No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a

existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais

profissionais de sauacutede

Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo

mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de

antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor

acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho

de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)

No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo

aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada

para a melhoria da adesatildeo

O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os

dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o

acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou

dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou

direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da

viscosidade do produto

Discussatildeo | 63

A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido

documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou

ressecamento como principal queixa

No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees

alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos

profissionais de sauacutede WIDMER (2007)

Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia

a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco

de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de

microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na

microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia

e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988

LARSON et al 2000)

Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais

da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o

risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos

profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e

loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA

ARMOND 2005)

Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns

na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo

conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e

categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um

grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se

correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi

correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p

lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)

(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)

Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos

adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os

profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da

higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos

produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites

Discussatildeo | 64

por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de

produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos

riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a

exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo

aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete

imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites

Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o

ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de

produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas

A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de

sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia

entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura

positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a

qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os

aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado

obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura

positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na

promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia

a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)

Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos

tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional

qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os

participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o

conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e

legislaccedilatildeo

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso

mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a

motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de

modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas

administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede

tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de

seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila

Discussatildeo | 65

niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem

reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas

Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de

motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da

transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees

cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem

como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a

ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias

dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo

sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado

para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)

Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de

prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-

se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia

do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico

Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de

algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de

comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas

de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a

higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo

Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os

iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma

mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo

depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional

Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a

seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo

continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua

interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede

com modelos de cuidados mais seguros

O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando

como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem

a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH

transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees

complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante

Discussatildeo | 66

transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico

requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo

de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado

prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)

Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram

fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao

desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e

indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania

O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia

multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta

estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o

gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e

pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico

Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave

higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto

no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo

Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos

em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um

questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre

as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a

consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os

colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e

a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e

facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM

O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o

suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM

aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos

torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET

MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)

A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al

(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo

diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo

mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A

praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes

Discussatildeo | 67

Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de

higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo

nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem

relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico

apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais

O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente

incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002

Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a

introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais

Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal

entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo

pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino

Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias

incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback

de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)

Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou

sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para

higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para

cada 1000 pacientes-dia

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico

preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-

estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um

processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas

em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de

educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo

mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do

ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais

Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute

influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas

experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de

desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo

relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a

praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento

da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)

Conclusotildees | 68

6 CONCLUSOtildeES

O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede

Perfil dos profissionais de sauacutede

bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e

a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida

(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais

bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram

compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema

rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)

Atualizaccedilatildeo do conhecimento

bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada

foram os recursos mais utilizados

bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis

meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem

sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os

meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela

OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em

suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos

seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos

profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a

importacircncia da HM

Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Conclusotildees | 69

bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em

meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais

evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)

bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a

existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve

meacutedia de (525)

bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM

estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)

Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das

medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM

bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as

menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do

produto (p=0009) e odor (p= 0044)

bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos

quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia

(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o

enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)

bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave

postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)

representou o conhecimento do profissional e outros profissionais

(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes

Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas

especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM

considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute

uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes

Conclusotildees | 70

Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo

dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual

coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante

papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia

criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um

trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de

vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos

(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de

infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias

cientificas

No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-

ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos

com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que

foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de

caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo

as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de

auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo

apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez

que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem

passivos diante do problema

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APEcircNDICE A

Instrumento de coleta dos dados

N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo

Apecircndice | 84

16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo

17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre

18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras

Anexos | 85

ANEXOS

ANEXO A

CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo

Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt

Anexos | 86

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 87

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 88

ANEXO B

Handwashing Assessment Inventory O`Boyle

Anexos | 89

ANEXO C

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP

Anexos | 90

ANEXO D

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D

ldquoA percepccedilatildeo do desconhecido eacute a mais fascinante das

experiecircncias O homem que natildeo tem os olhos abertos para o

misterioso passaraacute pela vida sem ver nadardquo

Albert Einstein

RESUMO

SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-

estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento

ABSTRACT

SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo

Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation

in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior

RESUMEN

SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar

CDC

Center for Disease Control

CIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo

HM

Higiene das Matildeos

IH

Infecccedilatildeo Hospitalar

IRAS

Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede

MRSA

Methicillin resistant Staphylococcus aureus

OMS

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

RDC

Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado

SPSS

Statistical Package of Social Science

TCLE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFC

Unidade Formadora de Colocircnia

UTI

Unidade de Tratamento Intensivo

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo

40

Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede

41

Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas

42

Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas

42

Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada

42

Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada

43

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa

43

Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa

44

Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios

44

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios

45

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)

45

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)

46

Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo

46

Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos

47

Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS

47

Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem

48

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede

48

Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem

49

Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)

50

Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)

52

Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede

53

Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede

54

Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos

55

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21

2 OBJETIVOS 29

21 Geral 29

22 Especiacuteficos 29

3 MATERIAL E MEacuteTODO 30

31 Delineamento metodoloacutegico 30

32 Local e populaccedilatildeo 30

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30

322 Variaacuteveis do estudo 31

33 Fase Conceitual 31

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36

35 Instrumento de coleta dos dados 37

36 Procedimento de coleta dos dados 37

37 Anaacutelise dos dados 38

38 Aspectos eacuteticos 38

4 RESULTADOS 39

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41

43 Treinamento de HM 46

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54

5 DISCUSSAtildeO 56

6 CONCLUSOtildeES 68

REFEREcircNCIAS 71

APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83

ANEXOS 85

ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85

ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88

ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89

ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90

Introduccedilatildeo | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os

avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm

uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de

assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o

deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores

externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo

Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila

especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de

morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento

da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de

se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros

para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001

HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000

OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)

No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela

adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou

apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos

hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)

A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da

relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do

hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de

pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos

invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido

Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente

procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida

pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das

IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir

da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas

as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o

paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena

Introduccedilatildeo | 17

durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas

IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode

interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia

eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das

matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos

equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de

assepsia

O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe

de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de

prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos

fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas

assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo

Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes

precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo

de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores

epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees

sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus

membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)

Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade

sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de

fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da

comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar

juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade

de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da

equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede

A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS

torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade

Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009

MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)

Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma

especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON

Introduccedilatildeo | 18

2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009

THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)

Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico

nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o

comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo

e controle da infecccedilatildeo

Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o

marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de

atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de

monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que

liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos

esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em

maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma

alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial

Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes

do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede

ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas

seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em

Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a

Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)

O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da

Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento

de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das

injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O

toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a

infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das

principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados

Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na

assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia

Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e

autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e

recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave

Introduccedilatildeo | 19

assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das

Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede

Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais

Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em

decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios

enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar

tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias

comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes

cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves

mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores

em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no

controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar

os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de

comportamento

Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a

base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido

uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada

realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de

desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional

aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo

aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades

soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas

quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira

populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da

incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem

de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os

hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam

o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da

recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a

inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)

Introduccedilatildeo | 20

O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura

nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez

a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas

infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a

higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX

MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET

2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)

Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor

adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem

como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009

ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os

estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante

com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al

2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso

de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et

al 2009 TENIacuteAS et al 2009)

Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema

que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional

Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas

devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de

prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados

estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a

dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa

urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001

FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al

2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999

OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005

ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)

Introduccedilatildeo | 21

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias

cientiacuteficas

A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser

delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na

historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)

Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-

1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros

Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no

percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da

penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em

consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na

utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas

onerando inclusive os custos da assistecircncia

Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip

Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a

compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as

parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e

epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos

meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia

para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas

infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando

obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes

de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no

reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo

da febre puerperal (CELINE 1998)

A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das

IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-

los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por

meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota

normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial

para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota

residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo

Introduccedilatildeo | 22

frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando

colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as

defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os

Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de

Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias

possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes

quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor

alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e

eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas

podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis

A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na

superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os

extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram

negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de

esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de

accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo

eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que

compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais

prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O

meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota

temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE

2001)

Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores

que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os

microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites

infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER

1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de

transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes

tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do

processo infeccioso

Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais

importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute

mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade

Introduccedilatildeo | 23

constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de

questionamentos em acircmbito mundial

Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da

metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e

109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi

detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na

deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado

Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das

indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas

Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias

acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos

nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de

controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM

foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees

Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON

1999)

A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo

governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da

Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle

de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes

(BRASIL 1998)

Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a

principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede

Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o

ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos

autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET

BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante

da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em

se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos

de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida

importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada

(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)

A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem

etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma

Introduccedilatildeo | 24

combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como

agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde

1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo

predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas

bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no

metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da

interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo

geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida

entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre

60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as

proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002

LARSON 2004)

Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo

tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele

ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo

de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em

atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)

As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem

visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais

Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente

publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente

pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol

reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou

associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)

Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a

necessidade de lavar as matildeos

Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo

(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de

microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o

descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta

ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como

lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e

suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees

Introduccedilatildeo | 25

alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de

objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos

Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da

higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio

Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute

concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de

higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees

bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM

preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de

implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais

modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em

vilas com escassos recursos

Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica

nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de

sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de

higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)

Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para

a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do

Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de

Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional

de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee

sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo

alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)

Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto

deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo

recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento

dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento

unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades

de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de

atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos

invasivos (BRASIL 2010)

Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser

disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os

Introduccedilatildeo | 26

profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento

para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso

Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for

Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de

Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995

(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos

protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas

disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes

esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais

raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter

sustentado a atividade sobre a pele

A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos

como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou

recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)

Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por

profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de

infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda

muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)

O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo

satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS

WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )

Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50

Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em

aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva

(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)

Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras

et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o

exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como

Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)

Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis

Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de

determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes

e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de

Introduccedilatildeo | 27

infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e

opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso

contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio

onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que

as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a

natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos

adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos

programas educativos e motivacionais

Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na

modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso

de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas

consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de

diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o

qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica

Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico

pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica

Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e

Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada

As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico

condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a

importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM

Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o

comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal

num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um

questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento

evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais

forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de

integrar uma abordagem psicoeducacional

Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na

promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo

comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio

Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas

fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica

com alta resolutividade

Introduccedilatildeo | 28

Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns

questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas

Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-

reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos

organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do

conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de

atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis

Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM

com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A

perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de

cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a

mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo

microbiana da infecccedilatildeo cruzada

Objetivos | 29

2 OBJETIVOS

21 Geral

Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica

na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades

eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as

funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A

Bandura

22 Especiacuteficos

Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo

acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM

Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel

bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem

de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede

Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em

fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo

alcooacutelica

Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a

praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica

Material e Meacutetodo | 30

3 MATERIAL E MEacuteTODO

31 Delineamento metodoloacutegico

Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas

em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL

et al 2002)

32 Local e populaccedilatildeo

Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se

por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica

do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede

Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais

de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas

instituiccedilotildees

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes

Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades

Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja

aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da

pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho

Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que

aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no

periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os

Material e Meacutetodo | 31

profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como

natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a

participar do estudo

322 Variaacuteveis do estudo

Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo

local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do

conhecimento e treinamento

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo

33 Fase Conceitual

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo

gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os

microrganismos

- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida

preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave

aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se

que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e

outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com

Material e Meacutetodo | 32

atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de

suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos

Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o

ressecamento da pele

Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local

onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou

tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a

preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente

acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se

os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar

acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento

Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para

a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)

Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas

para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou

preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou

perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma

bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade

tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)

Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao

desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime

de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios

(BRASIL 2010)

Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute

sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam

assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou

diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de

assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a

disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado

de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a

Material e Meacutetodo | 33

execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na

habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM

Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as

accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais

e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo

que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo

domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em

suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos

Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa

faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera

mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA

1977 1981 1997 2008)

Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para

a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas

tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que

frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da

infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada

neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do

desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior

do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo

convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos

estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos

ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos

assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de

Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas

realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)

Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que

levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer

as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos

Material e Meacutetodo | 34

cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os

processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-

eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento

O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de

atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de

comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas

habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam

poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a

seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o

desempenho pessoal

Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de

auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees

afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA

1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir

situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS

1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados

essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo

(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a

intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no

enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa

de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho

A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento

resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de

domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos

sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)

A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como

a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar

na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do

desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo

pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo

para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo

de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se

esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)

Material e Meacutetodo | 35

As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e

modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar

em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o

sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se

concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram

sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem

aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias

potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se

reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no

desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que

fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)

A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros

sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas

persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade

proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais

sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito

principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido

(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o

julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor

depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e

fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)

A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e

generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade

ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com

sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando

seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo

quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado

A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o

comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham

certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos

adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis

A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e

ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras

situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel

Material e Meacutetodo | 36

que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou

no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando

mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido

Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida

diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis

relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo

deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o

comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-

reguladoras

A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas

como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que

contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos

serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar

os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo

envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-

regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias

autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias

internas que governam a conduta

O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras

O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de

padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios

internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por

preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos

e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas

(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de

comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas

extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo

exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos

em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as

Material e Meacutetodo | 37

pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais

contra os quais possam avaliar o seu comportamento

35 Instrumento de coleta dos dados

Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na

experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA

Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com

preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e

internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura

A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo

com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As

sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta

de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais

e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca

da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento

estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)

36 Procedimento de coleta dos dados

A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de

entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam

devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de

2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o

enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e

convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-

preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os

profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das

informaccedilotildees recebidas

Material e Meacutetodo | 38

37 Anaacutelise dos dados

Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante

dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia

absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS

(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas

dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em

ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os

valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma

amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares

38 Aspectos eacuteticos

O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres

humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)

Resultados | 39

4 RESULTADOS

A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a

acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede

seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

43 Treinamento em HM (HM)

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Assim segue-se

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318

participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo

de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho

Resultados | 40

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011

Variaacuteveis n ()

Sexo

Masculino 72 (226)

Feminino 246 (774)

Idade

18 a 25 anos 61 (192)

26 a 35 anos 127 (399)

36 a 45 anos 64 (201)

46 a 60 anos ou mais 66 (208)

Profissional

Auxiliar de enfermagem 118 (371)

Teacutecnico de enfermagem 34 (107)

Enfermeiro 99 (311)

Meacutedico 55 (172)

Odontoacutelogo 08 (26)

Fisioterapeuta 04 (13)

Tempo de formaccedilatildeo

Menos de 2 anos 55 (173)

3 a 10 anos 132 (415)

11 a 20 anos 63 (198)

21 a 26 anos ou mais 68 (214)

Tempo de atuaccedilatildeo

Menos de 2 anos 51 (16)

3 a 10 anos 124 (39)

11 a 20 anos 62 (195)

20 a 26 anos ou mais 81(255)

Turno de trabalho

Manhatilde 60 (189)

Tarde 33 (104)

Vespertino 09 (27)

Noturno 18 (57)

Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)

Resultados | 41

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do

conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes

Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Atualizaccedilatildeo n()

Jornais e Revistas

Sim 93 (292)

Natildeo 225 (708)

Pesquisa informatizada

Nunca 09 (28)

Agraves vezes 142 (447)

Sempre 167 (525)

Grupos e pesquisa

Sim 126 (396)

Natildeo 192 (604)

CursoCongressoSimpoacutesio

Sim 246 (774)

Natildeo 72 (226)

Treinamento HM

Uacuteltimos 6 meses 138 (434)

Ultimo ano 69 (217)

Uacuteltimos 2 anos 57 (179)

Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)

Realizado pela instituiccedilatildeo

Sim 193 (607)

Natildeo 125 (393)

No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os

entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo

do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)

receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem

Resultados | 42

Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)

Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)

Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos

referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede

Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)

TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)

E 34 (343) 65 (657) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este

conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento

Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)

Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)

Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)

Resultados | 43

A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza

pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763

Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)

TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)

E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)

Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada

458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de

consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes

as realizam

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

Categoria Profissional

Sim Natildeo Total n () n () n ()

Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)

Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)

Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo

ou pesquisa

Resultados | 44

Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)

TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)

E 64 (646) 35 (354) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se

envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa

participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de

enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para

refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o

conhecimento produzido

Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)

Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)

Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)

Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos

profissionais meacutedicos

Resultados | 45

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)

TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)

E 87 (879) 12 (121) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=

Enfermeiro

A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios

estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem

(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Categoria

Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)

Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)

Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo

recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes

informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em

que atuam sendo que 74(233) negaram

Resultados | 46

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento de HM nos uacuteltimos

PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)

TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)

E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem

receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses

43 Treinamento de HM

Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do

treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela

OMS

Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Cinco

momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu

n () n () n () n ()

Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)

Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)

Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)

Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)

Resultados | 47

Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede

foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Cinco momentos para HM

Treinamento HM

uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)

Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)

Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)

Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA

525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz

Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria

profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM

Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Abordagem cinco momentos HM

Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)

Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)

Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da

equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela

OMS

Resultados | 48

Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Abordagem cinco momentos HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)

TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)

E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre

o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que

o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes

realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)

Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)

Resultados | 49

Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)

TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)

E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi

baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de

sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a

disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM

Resultados | 50

Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Infra-estrutura HM n ()

Disponibilidade de aacutelcool

Nunca 12 (38)

Raramente 18 (57)

Agraves vezes 43 (135)

Frequentemente 56 (176)

Sempre 189 (594)

Tipo de dispensadores

Individual 19 (60)

Coletivo 193 (607)

Ambos 102 (321)

Natildeo tem 04 (12)

Acessibilidade

Sim 271(852)

Natildeo 47 (148)

Reabastecimento

Sim 231 (726)

Natildeo 68 (214)

Desconheccedilo 19 (60)

Limpeza

Sim 167(525)

Natildeo 136(428)

Desconheccedilo 15(47)

Cartazes

Sim 133 (418)

Natildeo 185 (582)

Recomendaccedilotildees

Sim 156 (491)

Natildeo 120 (377)

Desconheccedilo 42 (132)

Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do

produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores

Resultados | 51

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees

envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21

Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)

Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)

Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)

Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees

dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)

Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)

TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)

E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529

Resultados | 52

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22

Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total

n () n () n () n ()

Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)

Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)

Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)

Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)

Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)

PE= Profissional de enfermagem

A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou

de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo

apresentadas na Tabela 23

Resultados | 53

Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Queixas Enfermagem Meacutedico Outros

n () n() n () p

Ressecamento

Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506

Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)

Viscosidade

Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638

Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)

Odor

Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044

Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)

Velocidade de secagem

Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001

Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)

Teacutecnica de aplicaccedilatildeo

Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467

Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)

Textura

Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930

Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)

Ausecircncia

Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009

Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)

Tempo

Sim 03 (12) 0 0 0668

Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)

Sem queixas

Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418

Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)

Outras queixas

Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109

Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)

Test t student independente (plt005)

Resultados | 54

Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso

da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como

principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem

(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos

entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)

Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Sim Natildeo

Valor p

Postura 374 374 00998

Vigilacircncia 374 417 0260

Treinamento 41 421 0788

Conhecimento 42 367 0135

Qualidade 445 388 0008

Cartazes 445 452 0847

Disponibilidade 533 538 0890

Legislaccedilatildeo 632 688 0114

Test t student independente (plt005)

De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior

representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute

mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo

considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a

meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida

Resultados | 55

Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros

Postura 362 392 448

Vigilacircncia 383 408 336

Treinamento 405 457 380

Conhecimento 417 389 408

Qualidade 439 416 432

Cartazes 437 432 528

Disponibilidade 547 514 464

Legislaccedilatildeo 639 657 633

Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para

promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de

profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)

meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)

Discussatildeo | 56

5 DISCUSSAtildeO

O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede

quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem

como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o

perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os

aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

para HM

Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no

sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a

predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe

de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de

enfermagem (107) e enfermeiro (311)

De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo

(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria

profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de

enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na

cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no

cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o

investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo

Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por

trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao

trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo

(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o

trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e

todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir

do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de

trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os

moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998

PITTA 1991)

Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da

praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e

supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua

Discussatildeo | 57

vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O

ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva

carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e

os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno

que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de

duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da

sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de

uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute

danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006

MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)

Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um

viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses

trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a

caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego

sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram

para outros empregos

E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio

nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees

durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades

de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de

enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras

atividades

Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos

enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante

no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na

inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de

cursos de niacutevel superior no paiacutes

A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas

informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram

itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas

informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro

Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no

mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A

incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da

Discussatildeo | 58

roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais

modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na

organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito

mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a

pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e

eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as

pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um

grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero

cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas

em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave

disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias

estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de

censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados

prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo

de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia

do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com

selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr

disserta99kellercap3htm)

O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e

humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados

para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional

recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas

para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia

Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos

dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco

momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos

entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras

palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco

momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar

mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente

acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)

Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para

HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando

Discussatildeo | 59

questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e

apenas 283 concordaram com o referido monitoramento

Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento

claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente

direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos

de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e

higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)

Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente

(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados

Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as

ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na

(ANVISA 2010)

A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e

aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de

infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates

treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de

dados de vigilancia

Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas

para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-

nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso

a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns

apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo

estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham

diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados

por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento

passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem

padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e

ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes

atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)

Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num

momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo

habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional

Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem

conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se

Discussatildeo | 60

que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos

auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se

verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de

promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas

curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de

higiene

O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as

praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em

alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta

abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas

algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em

relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas

quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute

maior risco de transmissatildeo de microrganismos

Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual

demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro

de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a

disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos

(BRASIL 2010)

Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na

presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou

tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio

de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de

insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de

lavatoacuteriospias

Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos

dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do

produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores

devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No

caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-

se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e

secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por

semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado

Discussatildeo | 61

antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos

natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos

responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da

soluccedilatildeo (BRASIL 2007)

Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo

e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta

perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados

coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas

governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e

intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos

(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a

resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com

enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de

controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional

destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de

prevenccedilatildeo e controle)

Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios

e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das

infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores

impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na

perspectiva do controle das infecccedilotildees

Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos

humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle

de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto

requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento

O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos

buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais

proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura

organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima

competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo

Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional

de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade

Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e

reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto

Discussatildeo | 62

mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em

assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da

infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e

controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem

como envolver aspectos culturais

Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e

controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo

integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos

diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo

Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer

organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um

programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave

promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas

consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres

para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo

explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover

informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas

No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a

existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais

profissionais de sauacutede

Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo

mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de

antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor

acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho

de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)

No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo

aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada

para a melhoria da adesatildeo

O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os

dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o

acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou

dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou

direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da

viscosidade do produto

Discussatildeo | 63

A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido

documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou

ressecamento como principal queixa

No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees

alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos

profissionais de sauacutede WIDMER (2007)

Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia

a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco

de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de

microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na

microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia

e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988

LARSON et al 2000)

Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais

da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o

risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos

profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e

loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA

ARMOND 2005)

Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns

na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo

conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e

categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um

grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se

correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi

correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p

lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)

(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)

Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos

adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os

profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da

higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos

produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites

Discussatildeo | 64

por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de

produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos

riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a

exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo

aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete

imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites

Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o

ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de

produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas

A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de

sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia

entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura

positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a

qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os

aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado

obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura

positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na

promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia

a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)

Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos

tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional

qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os

participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o

conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e

legislaccedilatildeo

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso

mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a

motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de

modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas

administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede

tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de

seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila

Discussatildeo | 65

niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem

reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas

Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de

motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da

transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees

cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem

como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a

ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias

dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo

sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado

para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)

Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de

prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-

se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia

do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico

Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de

algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de

comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas

de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a

higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo

Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os

iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma

mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo

depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional

Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a

seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo

continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua

interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede

com modelos de cuidados mais seguros

O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando

como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem

a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH

transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees

complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante

Discussatildeo | 66

transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico

requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo

de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado

prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)

Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram

fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao

desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e

indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania

O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia

multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta

estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o

gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e

pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico

Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave

higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto

no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo

Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos

em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um

questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre

as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a

consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os

colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e

a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e

facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM

O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o

suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM

aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos

torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET

MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)

A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al

(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo

diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo

mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A

praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes

Discussatildeo | 67

Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de

higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo

nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem

relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico

apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais

O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente

incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002

Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a

introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais

Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal

entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo

pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino

Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias

incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback

de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)

Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou

sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para

higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para

cada 1000 pacientes-dia

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico

preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-

estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um

processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas

em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de

educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo

mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do

ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais

Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute

influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas

experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de

desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo

relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a

praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento

da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)

Conclusotildees | 68

6 CONCLUSOtildeES

O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede

Perfil dos profissionais de sauacutede

bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e

a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida

(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais

bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram

compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema

rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)

Atualizaccedilatildeo do conhecimento

bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada

foram os recursos mais utilizados

bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis

meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem

sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os

meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela

OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em

suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos

seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos

profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a

importacircncia da HM

Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Conclusotildees | 69

bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em

meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais

evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)

bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a

existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve

meacutedia de (525)

bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM

estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)

Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das

medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM

bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as

menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do

produto (p=0009) e odor (p= 0044)

bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos

quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia

(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o

enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)

bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave

postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)

representou o conhecimento do profissional e outros profissionais

(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes

Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas

especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM

considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute

uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes

Conclusotildees | 70

Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo

dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual

coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante

papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia

criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um

trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de

vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos

(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de

infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias

cientificas

No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-

ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos

com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que

foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de

caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo

as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de

auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo

apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez

que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem

passivos diante do problema

Referecircncias | 71

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Apecircndice | 83

APEcircNDICE

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta dos dados

N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo

Apecircndice | 84

16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo

17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre

18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras

Anexos | 85

ANEXOS

ANEXO A

CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo

Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt

Anexos | 86

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 87

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 88

ANEXO B

Handwashing Assessment Inventory O`Boyle

Anexos | 89

ANEXO C

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP

Anexos | 90

ANEXO D

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D

RESUMO

SALOMAtildeO C H D Acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos um desafio institucional 2011 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 O reconhecimento da importacircncia da higiene das matildeos (HM) e a baixa adesatildeo satildeo aspectos amplamente documentados e ainda natildeo resolvidos Nesse sentido um dos desafios que merece ser analisado se reporta ao apoio organizacional para antissepsia alcooacutelica das matildeos Objetivo Analisar aspectos associados agrave infra-

estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo o referencial teoacuterico de A Bandura Trata-se de um estudo seccional realizado com profissionais da sauacutede por meio de entrevistas individuais O instrumento foi submetido agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo com especialistas da aacuterea Utilizou-se a dupla digitaccedilatildeo no Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) na anaacutelise estatiacutestica descritiva e inferencial (com niacutevel de significacircncia de plt005) Totalizou-se 318 profissionais de sauacutede com predominacircncia das mulheres faixa etaacuteria entre 26 a 35 anos dos quais os auxiliares de enfermagem foram os mais frequumlentes seguidos dos enfermeiros meacutedicos entre outros Na atualizaccedilatildeo do conhecimento a pesquisa informatizada foi a mais utilizada e (767) referiram que o treinamento sobre HM foi realizado na instituiccedilatildeo em que atuam E com relaccedilatildeo ao conteuacutedo apenas (136) dos auxiliares (147) dos teacutecnicos de enfermagem (81) dos enfermeiros e (54) dos meacutedicos entrevistados conhecem a diretriz atual de HM preconizada pela OMS e ANVISA Outro resultado se reportou as queixas sendo o ressecamento o mais mencionado (498) seguida da viscosidade da velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do produto e odor A postura das chefias na oacutetica dos entrevistados representou a principal estrateacutegia para promover a higiene das matildeos seguida do conhecimento e da vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes No computo geral os profissionais estatildeo satisfeitos (478) quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica contudo 406 referem ausecircncia do produto nas unidades em estudo Diante dos resultados eacute possiacutevel inferir que a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual coletivo e institucional Descritores Antissepsia Lavagem de matildeos Equipe de enfermagem Infecccedilatildeo hospitalar Comportamento

ABSTRACT

SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo

Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation

in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior

RESUMEN

SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar

CDC

Center for Disease Control

CIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo

HM

Higiene das Matildeos

IH

Infecccedilatildeo Hospitalar

IRAS

Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede

MRSA

Methicillin resistant Staphylococcus aureus

OMS

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

RDC

Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado

SPSS

Statistical Package of Social Science

TCLE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFC

Unidade Formadora de Colocircnia

UTI

Unidade de Tratamento Intensivo

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo

40

Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede

41

Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas

42

Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas

42

Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada

42

Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada

43

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa

43

Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa

44

Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios

44

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios

45

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)

45

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)

46

Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo

46

Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos

47

Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS

47

Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem

48

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede

48

Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem

49

Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)

50

Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)

52

Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede

53

Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede

54

Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos

55

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21

2 OBJETIVOS 29

21 Geral 29

22 Especiacuteficos 29

3 MATERIAL E MEacuteTODO 30

31 Delineamento metodoloacutegico 30

32 Local e populaccedilatildeo 30

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30

322 Variaacuteveis do estudo 31

33 Fase Conceitual 31

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36

35 Instrumento de coleta dos dados 37

36 Procedimento de coleta dos dados 37

37 Anaacutelise dos dados 38

38 Aspectos eacuteticos 38

4 RESULTADOS 39

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41

43 Treinamento de HM 46

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54

5 DISCUSSAtildeO 56

6 CONCLUSOtildeES 68

REFEREcircNCIAS 71

APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83

ANEXOS 85

ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85

ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88

ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89

ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90

Introduccedilatildeo | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os

avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm

uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de

assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o

deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores

externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo

Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila

especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de

morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento

da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de

se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros

para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001

HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000

OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)

No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela

adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou

apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos

hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)

A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da

relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do

hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de

pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos

invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido

Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente

procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida

pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das

IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir

da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas

as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o

paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena

Introduccedilatildeo | 17

durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas

IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode

interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia

eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das

matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos

equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de

assepsia

O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe

de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de

prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos

fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas

assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo

Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes

precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo

de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores

epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees

sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus

membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)

Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade

sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de

fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da

comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar

juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade

de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da

equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede

A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS

torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade

Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009

MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)

Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma

especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON

Introduccedilatildeo | 18

2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009

THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)

Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico

nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o

comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo

e controle da infecccedilatildeo

Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o

marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de

atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de

monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que

liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos

esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em

maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma

alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial

Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes

do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede

ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas

seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em

Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a

Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)

O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da

Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento

de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das

injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O

toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a

infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das

principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados

Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na

assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia

Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e

autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e

recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave

Introduccedilatildeo | 19

assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das

Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede

Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais

Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em

decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios

enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar

tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias

comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes

cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves

mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores

em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no

controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar

os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de

comportamento

Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a

base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido

uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada

realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de

desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional

aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo

aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades

soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas

quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira

populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da

incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem

de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os

hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam

o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da

recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a

inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)

Introduccedilatildeo | 20

O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura

nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez

a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas

infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a

higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX

MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET

2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)

Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor

adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem

como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009

ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os

estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante

com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al

2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso

de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et

al 2009 TENIacuteAS et al 2009)

Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema

que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional

Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas

devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de

prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados

estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a

dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa

urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001

FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al

2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999

OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005

ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)

Introduccedilatildeo | 21

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias

cientiacuteficas

A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser

delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na

historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)

Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-

1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros

Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no

percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da

penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em

consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na

utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas

onerando inclusive os custos da assistecircncia

Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip

Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a

compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as

parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e

epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos

meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia

para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas

infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando

obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes

de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no

reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo

da febre puerperal (CELINE 1998)

A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das

IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-

los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por

meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota

normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial

para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota

residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo

Introduccedilatildeo | 22

frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando

colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as

defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os

Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de

Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias

possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes

quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor

alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e

eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas

podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis

A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na

superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os

extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram

negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de

esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de

accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo

eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que

compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais

prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O

meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota

temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE

2001)

Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores

que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os

microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites

infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER

1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de

transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes

tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do

processo infeccioso

Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais

importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute

mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade

Introduccedilatildeo | 23

constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de

questionamentos em acircmbito mundial

Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da

metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e

109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi

detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na

deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado

Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das

indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas

Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias

acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos

nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de

controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM

foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees

Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON

1999)

A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo

governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da

Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle

de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes

(BRASIL 1998)

Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a

principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede

Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o

ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos

autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET

BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante

da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em

se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos

de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida

importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada

(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)

A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem

etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma

Introduccedilatildeo | 24

combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como

agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde

1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo

predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas

bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no

metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da

interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo

geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida

entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre

60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as

proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002

LARSON 2004)

Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo

tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele

ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo

de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em

atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)

As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem

visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais

Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente

publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente

pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol

reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou

associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)

Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a

necessidade de lavar as matildeos

Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo

(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de

microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o

descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta

ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como

lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e

suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees

Introduccedilatildeo | 25

alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de

objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos

Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da

higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio

Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute

concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de

higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees

bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM

preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de

implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais

modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em

vilas com escassos recursos

Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica

nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de

sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de

higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)

Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para

a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do

Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de

Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional

de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee

sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo

alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)

Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto

deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo

recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento

dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento

unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades

de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de

atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos

invasivos (BRASIL 2010)

Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser

disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os

Introduccedilatildeo | 26

profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento

para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso

Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for

Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de

Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995

(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos

protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas

disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes

esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais

raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter

sustentado a atividade sobre a pele

A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos

como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou

recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)

Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por

profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de

infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda

muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)

O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo

satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS

WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )

Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50

Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em

aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva

(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)

Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras

et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o

exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como

Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)

Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis

Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de

determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes

e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de

Introduccedilatildeo | 27

infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e

opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso

contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio

onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que

as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a

natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos

adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos

programas educativos e motivacionais

Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na

modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso

de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas

consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de

diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o

qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica

Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico

pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica

Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e

Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada

As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico

condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a

importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM

Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o

comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal

num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um

questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento

evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais

forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de

integrar uma abordagem psicoeducacional

Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na

promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo

comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio

Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas

fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica

com alta resolutividade

Introduccedilatildeo | 28

Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns

questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas

Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-

reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos

organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do

conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de

atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis

Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM

com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A

perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de

cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a

mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo

microbiana da infecccedilatildeo cruzada

Objetivos | 29

2 OBJETIVOS

21 Geral

Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica

na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades

eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as

funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A

Bandura

22 Especiacuteficos

Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo

acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM

Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel

bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem

de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede

Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em

fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo

alcooacutelica

Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a

praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica

Material e Meacutetodo | 30

3 MATERIAL E MEacuteTODO

31 Delineamento metodoloacutegico

Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas

em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL

et al 2002)

32 Local e populaccedilatildeo

Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se

por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica

do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede

Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais

de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas

instituiccedilotildees

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes

Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades

Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja

aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da

pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho

Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que

aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no

periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os

Material e Meacutetodo | 31

profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como

natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a

participar do estudo

322 Variaacuteveis do estudo

Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo

local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do

conhecimento e treinamento

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo

33 Fase Conceitual

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo

gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os

microrganismos

- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida

preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave

aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se

que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e

outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com

Material e Meacutetodo | 32

atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de

suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos

Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o

ressecamento da pele

Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local

onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou

tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a

preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente

acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se

os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar

acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento

Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para

a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)

Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas

para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou

preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou

perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma

bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade

tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)

Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao

desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime

de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios

(BRASIL 2010)

Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute

sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam

assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou

diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de

assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a

disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado

de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a

Material e Meacutetodo | 33

execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na

habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM

Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as

accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais

e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo

que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo

domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em

suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos

Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa

faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera

mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA

1977 1981 1997 2008)

Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para

a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas

tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que

frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da

infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada

neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do

desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior

do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo

convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos

estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos

ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos

assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de

Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas

realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)

Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que

levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer

as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos

Material e Meacutetodo | 34

cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os

processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-

eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento

O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de

atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de

comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas

habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam

poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a

seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o

desempenho pessoal

Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de

auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees

afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA

1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir

situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS

1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados

essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo

(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a

intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no

enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa

de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho

A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento

resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de

domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos

sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)

A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como

a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar

na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do

desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo

pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo

para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo

de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se

esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)

Material e Meacutetodo | 35

As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e

modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar

em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o

sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se

concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram

sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem

aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias

potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se

reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no

desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que

fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)

A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros

sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas

persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade

proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais

sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito

principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido

(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o

julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor

depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e

fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)

A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e

generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade

ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com

sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando

seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo

quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado

A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o

comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham

certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos

adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis

A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e

ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras

situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel

Material e Meacutetodo | 36

que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou

no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando

mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido

Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida

diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis

relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo

deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o

comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-

reguladoras

A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas

como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que

contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos

serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar

os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo

envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-

regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias

autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias

internas que governam a conduta

O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras

O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de

padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios

internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por

preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos

e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas

(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de

comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas

extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo

exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos

em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as

Material e Meacutetodo | 37

pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais

contra os quais possam avaliar o seu comportamento

35 Instrumento de coleta dos dados

Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na

experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA

Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com

preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e

internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura

A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo

com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As

sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta

de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais

e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca

da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento

estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)

36 Procedimento de coleta dos dados

A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de

entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam

devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de

2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o

enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e

convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-

preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os

profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das

informaccedilotildees recebidas

Material e Meacutetodo | 38

37 Anaacutelise dos dados

Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante

dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia

absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS

(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas

dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em

ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os

valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma

amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares

38 Aspectos eacuteticos

O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres

humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)

Resultados | 39

4 RESULTADOS

A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a

acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede

seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

43 Treinamento em HM (HM)

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Assim segue-se

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318

participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo

de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho

Resultados | 40

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011

Variaacuteveis n ()

Sexo

Masculino 72 (226)

Feminino 246 (774)

Idade

18 a 25 anos 61 (192)

26 a 35 anos 127 (399)

36 a 45 anos 64 (201)

46 a 60 anos ou mais 66 (208)

Profissional

Auxiliar de enfermagem 118 (371)

Teacutecnico de enfermagem 34 (107)

Enfermeiro 99 (311)

Meacutedico 55 (172)

Odontoacutelogo 08 (26)

Fisioterapeuta 04 (13)

Tempo de formaccedilatildeo

Menos de 2 anos 55 (173)

3 a 10 anos 132 (415)

11 a 20 anos 63 (198)

21 a 26 anos ou mais 68 (214)

Tempo de atuaccedilatildeo

Menos de 2 anos 51 (16)

3 a 10 anos 124 (39)

11 a 20 anos 62 (195)

20 a 26 anos ou mais 81(255)

Turno de trabalho

Manhatilde 60 (189)

Tarde 33 (104)

Vespertino 09 (27)

Noturno 18 (57)

Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)

Resultados | 41

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do

conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes

Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Atualizaccedilatildeo n()

Jornais e Revistas

Sim 93 (292)

Natildeo 225 (708)

Pesquisa informatizada

Nunca 09 (28)

Agraves vezes 142 (447)

Sempre 167 (525)

Grupos e pesquisa

Sim 126 (396)

Natildeo 192 (604)

CursoCongressoSimpoacutesio

Sim 246 (774)

Natildeo 72 (226)

Treinamento HM

Uacuteltimos 6 meses 138 (434)

Ultimo ano 69 (217)

Uacuteltimos 2 anos 57 (179)

Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)

Realizado pela instituiccedilatildeo

Sim 193 (607)

Natildeo 125 (393)

No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os

entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo

do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)

receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem

Resultados | 42

Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)

Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)

Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos

referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede

Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)

TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)

E 34 (343) 65 (657) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este

conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento

Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)

Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)

Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)

Resultados | 43

A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza

pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763

Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)

TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)

E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)

Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada

458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de

consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes

as realizam

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

Categoria Profissional

Sim Natildeo Total n () n () n ()

Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)

Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)

Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo

ou pesquisa

Resultados | 44

Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)

TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)

E 64 (646) 35 (354) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se

envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa

participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de

enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para

refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o

conhecimento produzido

Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)

Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)

Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)

Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos

profissionais meacutedicos

Resultados | 45

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)

TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)

E 87 (879) 12 (121) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=

Enfermeiro

A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios

estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem

(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Categoria

Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)

Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)

Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo

recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes

informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em

que atuam sendo que 74(233) negaram

Resultados | 46

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento de HM nos uacuteltimos

PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)

TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)

E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem

receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses

43 Treinamento de HM

Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do

treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela

OMS

Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Cinco

momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu

n () n () n () n ()

Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)

Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)

Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)

Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)

Resultados | 47

Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede

foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Cinco momentos para HM

Treinamento HM

uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)

Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)

Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)

Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA

525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz

Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria

profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM

Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Abordagem cinco momentos HM

Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)

Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)

Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da

equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela

OMS

Resultados | 48

Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Abordagem cinco momentos HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)

TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)

E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre

o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que

o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes

realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)

Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)

Resultados | 49

Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)

TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)

E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi

baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de

sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a

disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM

Resultados | 50

Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Infra-estrutura HM n ()

Disponibilidade de aacutelcool

Nunca 12 (38)

Raramente 18 (57)

Agraves vezes 43 (135)

Frequentemente 56 (176)

Sempre 189 (594)

Tipo de dispensadores

Individual 19 (60)

Coletivo 193 (607)

Ambos 102 (321)

Natildeo tem 04 (12)

Acessibilidade

Sim 271(852)

Natildeo 47 (148)

Reabastecimento

Sim 231 (726)

Natildeo 68 (214)

Desconheccedilo 19 (60)

Limpeza

Sim 167(525)

Natildeo 136(428)

Desconheccedilo 15(47)

Cartazes

Sim 133 (418)

Natildeo 185 (582)

Recomendaccedilotildees

Sim 156 (491)

Natildeo 120 (377)

Desconheccedilo 42 (132)

Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do

produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores

Resultados | 51

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees

envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21

Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)

Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)

Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)

Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees

dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)

Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)

TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)

E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529

Resultados | 52

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22

Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total

n () n () n () n ()

Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)

Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)

Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)

Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)

Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)

PE= Profissional de enfermagem

A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou

de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo

apresentadas na Tabela 23

Resultados | 53

Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Queixas Enfermagem Meacutedico Outros

n () n() n () p

Ressecamento

Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506

Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)

Viscosidade

Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638

Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)

Odor

Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044

Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)

Velocidade de secagem

Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001

Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)

Teacutecnica de aplicaccedilatildeo

Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467

Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)

Textura

Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930

Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)

Ausecircncia

Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009

Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)

Tempo

Sim 03 (12) 0 0 0668

Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)

Sem queixas

Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418

Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)

Outras queixas

Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109

Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)

Test t student independente (plt005)

Resultados | 54

Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso

da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como

principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem

(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos

entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)

Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Sim Natildeo

Valor p

Postura 374 374 00998

Vigilacircncia 374 417 0260

Treinamento 41 421 0788

Conhecimento 42 367 0135

Qualidade 445 388 0008

Cartazes 445 452 0847

Disponibilidade 533 538 0890

Legislaccedilatildeo 632 688 0114

Test t student independente (plt005)

De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior

representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute

mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo

considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a

meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida

Resultados | 55

Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros

Postura 362 392 448

Vigilacircncia 383 408 336

Treinamento 405 457 380

Conhecimento 417 389 408

Qualidade 439 416 432

Cartazes 437 432 528

Disponibilidade 547 514 464

Legislaccedilatildeo 639 657 633

Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para

promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de

profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)

meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)

Discussatildeo | 56

5 DISCUSSAtildeO

O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede

quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem

como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o

perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os

aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

para HM

Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no

sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a

predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe

de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de

enfermagem (107) e enfermeiro (311)

De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo

(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria

profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de

enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na

cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no

cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o

investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo

Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por

trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao

trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo

(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o

trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e

todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir

do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de

trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os

moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998

PITTA 1991)

Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da

praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e

supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua

Discussatildeo | 57

vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O

ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva

carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e

os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno

que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de

duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da

sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de

uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute

danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006

MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)

Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um

viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses

trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a

caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego

sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram

para outros empregos

E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio

nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees

durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades

de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de

enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras

atividades

Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos

enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante

no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na

inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de

cursos de niacutevel superior no paiacutes

A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas

informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram

itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas

informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro

Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no

mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A

incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da

Discussatildeo | 58

roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais

modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na

organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito

mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a

pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e

eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as

pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um

grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero

cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas

em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave

disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias

estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de

censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados

prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo

de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia

do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com

selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr

disserta99kellercap3htm)

O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e

humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados

para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional

recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas

para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia

Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos

dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco

momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos

entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras

palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco

momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar

mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente

acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)

Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para

HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando

Discussatildeo | 59

questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e

apenas 283 concordaram com o referido monitoramento

Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento

claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente

direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos

de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e

higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)

Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente

(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados

Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as

ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na

(ANVISA 2010)

A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e

aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de

infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates

treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de

dados de vigilancia

Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas

para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-

nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso

a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns

apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo

estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham

diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados

por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento

passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem

padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e

ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes

atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)

Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num

momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo

habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional

Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem

conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se

Discussatildeo | 60

que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos

auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se

verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de

promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas

curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de

higiene

O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as

praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em

alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta

abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas

algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em

relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas

quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute

maior risco de transmissatildeo de microrganismos

Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual

demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro

de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a

disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos

(BRASIL 2010)

Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na

presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou

tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio

de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de

insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de

lavatoacuteriospias

Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos

dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do

produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores

devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No

caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-

se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e

secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por

semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado

Discussatildeo | 61

antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos

natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos

responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da

soluccedilatildeo (BRASIL 2007)

Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo

e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta

perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados

coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas

governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e

intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos

(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a

resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com

enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de

controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional

destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de

prevenccedilatildeo e controle)

Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios

e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das

infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores

impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na

perspectiva do controle das infecccedilotildees

Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos

humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle

de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto

requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento

O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos

buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais

proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura

organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima

competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo

Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional

de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade

Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e

reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto

Discussatildeo | 62

mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em

assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da

infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e

controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem

como envolver aspectos culturais

Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e

controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo

integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos

diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo

Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer

organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um

programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave

promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas

consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres

para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo

explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover

informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas

No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a

existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais

profissionais de sauacutede

Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo

mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de

antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor

acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho

de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)

No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo

aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada

para a melhoria da adesatildeo

O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os

dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o

acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou

dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou

direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da

viscosidade do produto

Discussatildeo | 63

A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido

documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou

ressecamento como principal queixa

No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees

alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos

profissionais de sauacutede WIDMER (2007)

Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia

a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco

de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de

microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na

microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia

e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988

LARSON et al 2000)

Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais

da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o

risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos

profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e

loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA

ARMOND 2005)

Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns

na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo

conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e

categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um

grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se

correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi

correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p

lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)

(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)

Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos

adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os

profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da

higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos

produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites

Discussatildeo | 64

por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de

produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos

riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a

exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo

aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete

imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites

Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o

ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de

produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas

A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de

sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia

entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura

positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a

qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os

aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado

obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura

positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na

promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia

a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)

Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos

tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional

qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os

participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o

conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e

legislaccedilatildeo

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso

mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a

motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de

modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas

administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede

tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de

seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila

Discussatildeo | 65

niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem

reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas

Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de

motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da

transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees

cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem

como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a

ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias

dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo

sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado

para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)

Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de

prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-

se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia

do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico

Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de

algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de

comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas

de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a

higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo

Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os

iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma

mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo

depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional

Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a

seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo

continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua

interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede

com modelos de cuidados mais seguros

O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando

como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem

a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH

transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees

complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante

Discussatildeo | 66

transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico

requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo

de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado

prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)

Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram

fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao

desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e

indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania

O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia

multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta

estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o

gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e

pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico

Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave

higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto

no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo

Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos

em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um

questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre

as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a

consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os

colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e

a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e

facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM

O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o

suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM

aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos

torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET

MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)

A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al

(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo

diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo

mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A

praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes

Discussatildeo | 67

Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de

higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo

nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem

relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico

apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais

O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente

incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002

Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a

introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais

Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal

entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo

pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino

Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias

incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback

de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)

Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou

sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para

higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para

cada 1000 pacientes-dia

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico

preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-

estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um

processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas

em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de

educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo

mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do

ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais

Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute

influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas

experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de

desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo

relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a

praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento

da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)

Conclusotildees | 68

6 CONCLUSOtildeES

O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede

Perfil dos profissionais de sauacutede

bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e

a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida

(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais

bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram

compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema

rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)

Atualizaccedilatildeo do conhecimento

bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada

foram os recursos mais utilizados

bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis

meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem

sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os

meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela

OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em

suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos

seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos

profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a

importacircncia da HM

Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Conclusotildees | 69

bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em

meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais

evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)

bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a

existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve

meacutedia de (525)

bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM

estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)

Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das

medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM

bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as

menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do

produto (p=0009) e odor (p= 0044)

bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos

quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia

(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o

enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)

bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave

postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)

representou o conhecimento do profissional e outros profissionais

(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes

Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas

especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM

considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute

uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes

Conclusotildees | 70

Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo

dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual

coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante

papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia

criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um

trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de

vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos

(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de

infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias

cientificas

No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-

ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos

com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que

foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de

caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo

as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de

auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo

apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez

que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem

passivos diante do problema

Referecircncias | 71

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Apecircndice | 83

APEcircNDICE

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta dos dados

N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo

Apecircndice | 84

16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo

17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre

18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras

Anexos | 85

ANEXOS

ANEXO A

CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo

Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt

Anexos | 86

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 87

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 88

ANEXO B

Handwashing Assessment Inventory O`Boyle

Anexos | 89

ANEXO C

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP

Anexos | 90

ANEXO D

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D

ABSTRACT

SALOMAtildeO C H D Accessibility of alcohol-based preparation for hand hygiene an institutional challenge 201190 f Masteracutes Thesis ndash University of Satildeo

Paulo at Ribeiratildeo Preto College of Nursing Ribeiratildeo Preto 2011 Recognition of the importance of hand hygiene (HH) and low compliance aspects are well documented yet unresolved In that sense one of the challenges that should be considered analyzed reports to organizational support for alcohol hand antisepsis Objective To analyze aspects related to infrastructure of alcohol-based preparation

in health-care workers (HCWs) hand hygiene in order to identify the difficulties and or facilities considering the importance of external factors on self-regulatory functions of self-efficacy according to the theoretical Bandura A It is a cross-sectional study conducted with health-care workers (HCWs) through individual interviews The instrument was submitted to content validation with experts in the field We used a duplicate entry in Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) in descriptive and inferential statistical analysis (significance level p lt005) Obtained a total of 318 health professionals with a predominance of women aged 26 to 35 years of which auxiliary nurses were the most frequent followed by nurses doctors among others Knowledge update with on line research was the most used and (767) reported that training on HH was performed at the institution where they work And regards to its content only (136) of auxiliary nurses (147) of technicians (81) and nurses (54) of doctors interviewed which has known the current policy of HH recommended by WHO and ANVISA Another result is reported of complains being the most mentioned dryness (498) followed by viscosity drying speed (p = 0001) absence of product and odor The attitude of managers in the view of the participants interviewed was the main strategy to promote hand hygiene then knowledge and surveillance of appropriate agencies Overall the professionals are satisfied (478) using of alcohol-based preparations however 406 report absence of product in units under study Considering the results we can infer that the system has to change however the maintenance of these changes is even more important and is based on continued support individual collective and institutional Descriptors Antisepsis Handwashing Nursing team Cross infection Behavior

RESUMEN

SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar

CDC

Center for Disease Control

CIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo

HM

Higiene das Matildeos

IH

Infecccedilatildeo Hospitalar

IRAS

Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede

MRSA

Methicillin resistant Staphylococcus aureus

OMS

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

RDC

Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado

SPSS

Statistical Package of Social Science

TCLE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFC

Unidade Formadora de Colocircnia

UTI

Unidade de Tratamento Intensivo

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo

40

Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede

41

Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas

42

Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas

42

Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada

42

Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada

43

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa

43

Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa

44

Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios

44

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios

45

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)

45

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)

46

Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo

46

Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos

47

Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS

47

Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem

48

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede

48

Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem

49

Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)

50

Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)

52

Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede

53

Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede

54

Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos

55

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21

2 OBJETIVOS 29

21 Geral 29

22 Especiacuteficos 29

3 MATERIAL E MEacuteTODO 30

31 Delineamento metodoloacutegico 30

32 Local e populaccedilatildeo 30

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30

322 Variaacuteveis do estudo 31

33 Fase Conceitual 31

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36

35 Instrumento de coleta dos dados 37

36 Procedimento de coleta dos dados 37

37 Anaacutelise dos dados 38

38 Aspectos eacuteticos 38

4 RESULTADOS 39

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41

43 Treinamento de HM 46

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54

5 DISCUSSAtildeO 56

6 CONCLUSOtildeES 68

REFEREcircNCIAS 71

APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83

ANEXOS 85

ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85

ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88

ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89

ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90

Introduccedilatildeo | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os

avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm

uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de

assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o

deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores

externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo

Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila

especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de

morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento

da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de

se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros

para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001

HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000

OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)

No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela

adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou

apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos

hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)

A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da

relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do

hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de

pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos

invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido

Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente

procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida

pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das

IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir

da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas

as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o

paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena

Introduccedilatildeo | 17

durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas

IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode

interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia

eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das

matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos

equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de

assepsia

O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe

de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de

prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos

fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas

assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo

Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes

precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo

de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores

epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees

sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus

membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)

Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade

sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de

fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da

comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar

juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade

de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da

equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede

A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS

torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade

Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009

MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)

Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma

especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON

Introduccedilatildeo | 18

2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009

THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)

Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico

nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o

comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo

e controle da infecccedilatildeo

Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o

marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de

atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de

monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que

liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos

esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em

maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma

alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial

Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes

do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede

ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas

seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em

Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a

Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)

O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da

Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento

de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das

injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O

toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a

infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das

principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados

Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na

assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia

Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e

autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e

recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave

Introduccedilatildeo | 19

assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das

Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede

Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais

Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em

decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios

enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar

tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias

comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes

cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves

mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores

em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no

controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar

os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de

comportamento

Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a

base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido

uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada

realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de

desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional

aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo

aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades

soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas

quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira

populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da

incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem

de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os

hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam

o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da

recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a

inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)

Introduccedilatildeo | 20

O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura

nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez

a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas

infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a

higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX

MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET

2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)

Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor

adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem

como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009

ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os

estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante

com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al

2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso

de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et

al 2009 TENIacuteAS et al 2009)

Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema

que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional

Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas

devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de

prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados

estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a

dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa

urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001

FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al

2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999

OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005

ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)

Introduccedilatildeo | 21

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias

cientiacuteficas

A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser

delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na

historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)

Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-

1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros

Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no

percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da

penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em

consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na

utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas

onerando inclusive os custos da assistecircncia

Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip

Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a

compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as

parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e

epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos

meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia

para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas

infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando

obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes

de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no

reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo

da febre puerperal (CELINE 1998)

A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das

IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-

los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por

meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota

normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial

para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota

residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo

Introduccedilatildeo | 22

frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando

colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as

defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os

Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de

Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias

possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes

quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor

alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e

eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas

podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis

A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na

superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os

extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram

negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de

esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de

accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo

eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que

compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais

prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O

meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota

temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE

2001)

Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores

que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os

microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites

infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER

1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de

transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes

tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do

processo infeccioso

Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais

importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute

mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade

Introduccedilatildeo | 23

constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de

questionamentos em acircmbito mundial

Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da

metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e

109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi

detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na

deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado

Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das

indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas

Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias

acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos

nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de

controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM

foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees

Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON

1999)

A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo

governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da

Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle

de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes

(BRASIL 1998)

Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a

principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede

Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o

ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos

autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET

BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante

da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em

se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos

de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida

importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada

(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)

A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem

etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma

Introduccedilatildeo | 24

combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como

agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde

1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo

predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas

bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no

metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da

interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo

geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida

entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre

60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as

proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002

LARSON 2004)

Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo

tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele

ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo

de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em

atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)

As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem

visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais

Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente

publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente

pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol

reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou

associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)

Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a

necessidade de lavar as matildeos

Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo

(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de

microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o

descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta

ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como

lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e

suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees

Introduccedilatildeo | 25

alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de

objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos

Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da

higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio

Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute

concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de

higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees

bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM

preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de

implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais

modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em

vilas com escassos recursos

Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica

nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de

sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de

higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)

Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para

a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do

Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de

Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional

de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee

sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo

alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)

Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto

deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo

recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento

dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento

unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades

de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de

atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos

invasivos (BRASIL 2010)

Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser

disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os

Introduccedilatildeo | 26

profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento

para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso

Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for

Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de

Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995

(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos

protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas

disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes

esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais

raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter

sustentado a atividade sobre a pele

A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos

como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou

recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)

Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por

profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de

infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda

muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)

O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo

satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS

WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )

Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50

Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em

aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva

(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)

Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras

et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o

exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como

Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)

Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis

Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de

determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes

e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de

Introduccedilatildeo | 27

infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e

opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso

contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio

onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que

as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a

natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos

adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos

programas educativos e motivacionais

Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na

modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso

de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas

consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de

diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o

qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica

Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico

pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica

Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e

Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada

As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico

condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a

importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM

Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o

comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal

num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um

questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento

evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais

forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de

integrar uma abordagem psicoeducacional

Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na

promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo

comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio

Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas

fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica

com alta resolutividade

Introduccedilatildeo | 28

Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns

questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas

Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-

reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos

organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do

conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de

atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis

Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM

com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A

perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de

cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a

mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo

microbiana da infecccedilatildeo cruzada

Objetivos | 29

2 OBJETIVOS

21 Geral

Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica

na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades

eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as

funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A

Bandura

22 Especiacuteficos

Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo

acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM

Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel

bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem

de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede

Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em

fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo

alcooacutelica

Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a

praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica

Material e Meacutetodo | 30

3 MATERIAL E MEacuteTODO

31 Delineamento metodoloacutegico

Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas

em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL

et al 2002)

32 Local e populaccedilatildeo

Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se

por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica

do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede

Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais

de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas

instituiccedilotildees

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes

Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades

Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja

aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da

pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho

Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que

aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no

periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os

Material e Meacutetodo | 31

profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como

natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a

participar do estudo

322 Variaacuteveis do estudo

Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo

local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do

conhecimento e treinamento

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo

33 Fase Conceitual

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo

gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os

microrganismos

- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida

preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave

aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se

que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e

outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com

Material e Meacutetodo | 32

atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de

suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos

Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o

ressecamento da pele

Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local

onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou

tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a

preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente

acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se

os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar

acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento

Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para

a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)

Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas

para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou

preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou

perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma

bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade

tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)

Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao

desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime

de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios

(BRASIL 2010)

Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute

sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam

assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou

diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de

assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a

disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado

de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a

Material e Meacutetodo | 33

execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na

habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM

Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as

accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais

e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo

que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo

domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em

suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos

Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa

faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera

mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA

1977 1981 1997 2008)

Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para

a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas

tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que

frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da

infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada

neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do

desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior

do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo

convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos

estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos

ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos

assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de

Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas

realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)

Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que

levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer

as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos

Material e Meacutetodo | 34

cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os

processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-

eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento

O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de

atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de

comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas

habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam

poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a

seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o

desempenho pessoal

Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de

auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees

afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA

1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir

situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS

1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados

essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo

(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a

intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no

enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa

de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho

A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento

resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de

domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos

sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)

A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como

a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar

na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do

desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo

pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo

para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo

de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se

esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)

Material e Meacutetodo | 35

As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e

modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar

em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o

sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se

concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram

sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem

aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias

potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se

reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no

desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que

fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)

A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros

sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas

persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade

proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais

sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito

principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido

(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o

julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor

depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e

fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)

A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e

generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade

ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com

sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando

seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo

quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado

A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o

comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham

certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos

adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis

A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e

ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras

situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel

Material e Meacutetodo | 36

que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou

no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando

mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido

Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida

diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis

relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo

deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o

comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-

reguladoras

A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas

como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que

contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos

serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar

os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo

envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-

regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias

autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias

internas que governam a conduta

O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras

O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de

padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios

internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por

preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos

e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas

(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de

comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas

extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo

exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos

em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as

Material e Meacutetodo | 37

pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais

contra os quais possam avaliar o seu comportamento

35 Instrumento de coleta dos dados

Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na

experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA

Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com

preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e

internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura

A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo

com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As

sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta

de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais

e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca

da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento

estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)

36 Procedimento de coleta dos dados

A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de

entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam

devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de

2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o

enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e

convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-

preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os

profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das

informaccedilotildees recebidas

Material e Meacutetodo | 38

37 Anaacutelise dos dados

Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante

dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia

absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS

(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas

dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em

ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os

valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma

amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares

38 Aspectos eacuteticos

O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres

humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)

Resultados | 39

4 RESULTADOS

A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a

acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede

seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

43 Treinamento em HM (HM)

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Assim segue-se

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318

participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo

de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho

Resultados | 40

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011

Variaacuteveis n ()

Sexo

Masculino 72 (226)

Feminino 246 (774)

Idade

18 a 25 anos 61 (192)

26 a 35 anos 127 (399)

36 a 45 anos 64 (201)

46 a 60 anos ou mais 66 (208)

Profissional

Auxiliar de enfermagem 118 (371)

Teacutecnico de enfermagem 34 (107)

Enfermeiro 99 (311)

Meacutedico 55 (172)

Odontoacutelogo 08 (26)

Fisioterapeuta 04 (13)

Tempo de formaccedilatildeo

Menos de 2 anos 55 (173)

3 a 10 anos 132 (415)

11 a 20 anos 63 (198)

21 a 26 anos ou mais 68 (214)

Tempo de atuaccedilatildeo

Menos de 2 anos 51 (16)

3 a 10 anos 124 (39)

11 a 20 anos 62 (195)

20 a 26 anos ou mais 81(255)

Turno de trabalho

Manhatilde 60 (189)

Tarde 33 (104)

Vespertino 09 (27)

Noturno 18 (57)

Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)

Resultados | 41

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do

conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes

Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Atualizaccedilatildeo n()

Jornais e Revistas

Sim 93 (292)

Natildeo 225 (708)

Pesquisa informatizada

Nunca 09 (28)

Agraves vezes 142 (447)

Sempre 167 (525)

Grupos e pesquisa

Sim 126 (396)

Natildeo 192 (604)

CursoCongressoSimpoacutesio

Sim 246 (774)

Natildeo 72 (226)

Treinamento HM

Uacuteltimos 6 meses 138 (434)

Ultimo ano 69 (217)

Uacuteltimos 2 anos 57 (179)

Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)

Realizado pela instituiccedilatildeo

Sim 193 (607)

Natildeo 125 (393)

No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os

entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo

do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)

receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem

Resultados | 42

Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)

Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)

Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos

referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede

Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)

TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)

E 34 (343) 65 (657) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este

conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento

Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)

Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)

Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)

Resultados | 43

A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza

pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763

Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)

TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)

E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)

Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada

458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de

consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes

as realizam

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

Categoria Profissional

Sim Natildeo Total n () n () n ()

Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)

Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)

Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo

ou pesquisa

Resultados | 44

Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)

TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)

E 64 (646) 35 (354) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se

envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa

participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de

enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para

refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o

conhecimento produzido

Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)

Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)

Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)

Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos

profissionais meacutedicos

Resultados | 45

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)

TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)

E 87 (879) 12 (121) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=

Enfermeiro

A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios

estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem

(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Categoria

Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)

Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)

Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo

recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes

informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em

que atuam sendo que 74(233) negaram

Resultados | 46

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento de HM nos uacuteltimos

PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)

TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)

E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem

receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses

43 Treinamento de HM

Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do

treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela

OMS

Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Cinco

momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu

n () n () n () n ()

Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)

Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)

Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)

Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)

Resultados | 47

Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede

foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Cinco momentos para HM

Treinamento HM

uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)

Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)

Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)

Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA

525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz

Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria

profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM

Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Abordagem cinco momentos HM

Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)

Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)

Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da

equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela

OMS

Resultados | 48

Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Abordagem cinco momentos HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)

TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)

E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre

o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que

o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes

realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)

Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)

Resultados | 49

Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)

TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)

E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi

baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de

sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a

disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM

Resultados | 50

Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Infra-estrutura HM n ()

Disponibilidade de aacutelcool

Nunca 12 (38)

Raramente 18 (57)

Agraves vezes 43 (135)

Frequentemente 56 (176)

Sempre 189 (594)

Tipo de dispensadores

Individual 19 (60)

Coletivo 193 (607)

Ambos 102 (321)

Natildeo tem 04 (12)

Acessibilidade

Sim 271(852)

Natildeo 47 (148)

Reabastecimento

Sim 231 (726)

Natildeo 68 (214)

Desconheccedilo 19 (60)

Limpeza

Sim 167(525)

Natildeo 136(428)

Desconheccedilo 15(47)

Cartazes

Sim 133 (418)

Natildeo 185 (582)

Recomendaccedilotildees

Sim 156 (491)

Natildeo 120 (377)

Desconheccedilo 42 (132)

Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do

produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores

Resultados | 51

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees

envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21

Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)

Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)

Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)

Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees

dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)

Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)

TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)

E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529

Resultados | 52

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22

Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total

n () n () n () n ()

Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)

Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)

Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)

Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)

Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)

PE= Profissional de enfermagem

A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou

de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo

apresentadas na Tabela 23

Resultados | 53

Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Queixas Enfermagem Meacutedico Outros

n () n() n () p

Ressecamento

Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506

Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)

Viscosidade

Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638

Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)

Odor

Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044

Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)

Velocidade de secagem

Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001

Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)

Teacutecnica de aplicaccedilatildeo

Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467

Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)

Textura

Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930

Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)

Ausecircncia

Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009

Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)

Tempo

Sim 03 (12) 0 0 0668

Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)

Sem queixas

Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418

Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)

Outras queixas

Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109

Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)

Test t student independente (plt005)

Resultados | 54

Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso

da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como

principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem

(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos

entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)

Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Sim Natildeo

Valor p

Postura 374 374 00998

Vigilacircncia 374 417 0260

Treinamento 41 421 0788

Conhecimento 42 367 0135

Qualidade 445 388 0008

Cartazes 445 452 0847

Disponibilidade 533 538 0890

Legislaccedilatildeo 632 688 0114

Test t student independente (plt005)

De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior

representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute

mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo

considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a

meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida

Resultados | 55

Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros

Postura 362 392 448

Vigilacircncia 383 408 336

Treinamento 405 457 380

Conhecimento 417 389 408

Qualidade 439 416 432

Cartazes 437 432 528

Disponibilidade 547 514 464

Legislaccedilatildeo 639 657 633

Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para

promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de

profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)

meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)

Discussatildeo | 56

5 DISCUSSAtildeO

O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede

quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem

como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o

perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os

aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

para HM

Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no

sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a

predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe

de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de

enfermagem (107) e enfermeiro (311)

De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo

(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria

profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de

enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na

cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no

cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o

investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo

Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por

trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao

trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo

(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o

trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e

todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir

do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de

trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os

moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998

PITTA 1991)

Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da

praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e

supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua

Discussatildeo | 57

vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O

ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva

carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e

os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno

que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de

duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da

sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de

uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute

danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006

MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)

Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um

viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses

trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a

caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego

sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram

para outros empregos

E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio

nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees

durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades

de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de

enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras

atividades

Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos

enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante

no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na

inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de

cursos de niacutevel superior no paiacutes

A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas

informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram

itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas

informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro

Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no

mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A

incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da

Discussatildeo | 58

roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais

modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na

organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito

mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a

pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e

eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as

pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um

grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero

cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas

em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave

disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias

estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de

censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados

prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo

de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia

do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com

selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr

disserta99kellercap3htm)

O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e

humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados

para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional

recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas

para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia

Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos

dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco

momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos

entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras

palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco

momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar

mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente

acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)

Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para

HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando

Discussatildeo | 59

questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e

apenas 283 concordaram com o referido monitoramento

Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento

claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente

direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos

de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e

higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)

Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente

(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados

Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as

ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na

(ANVISA 2010)

A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e

aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de

infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates

treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de

dados de vigilancia

Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas

para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-

nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso

a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns

apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo

estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham

diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados

por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento

passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem

padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e

ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes

atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)

Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num

momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo

habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional

Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem

conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se

Discussatildeo | 60

que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos

auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se

verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de

promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas

curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de

higiene

O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as

praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em

alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta

abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas

algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em

relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas

quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute

maior risco de transmissatildeo de microrganismos

Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual

demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro

de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a

disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos

(BRASIL 2010)

Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na

presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou

tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio

de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de

insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de

lavatoacuteriospias

Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos

dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do

produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores

devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No

caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-

se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e

secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por

semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado

Discussatildeo | 61

antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos

natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos

responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da

soluccedilatildeo (BRASIL 2007)

Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo

e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta

perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados

coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas

governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e

intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos

(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a

resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com

enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de

controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional

destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de

prevenccedilatildeo e controle)

Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios

e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das

infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores

impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na

perspectiva do controle das infecccedilotildees

Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos

humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle

de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto

requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento

O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos

buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais

proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura

organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima

competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo

Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional

de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade

Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e

reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto

Discussatildeo | 62

mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em

assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da

infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e

controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem

como envolver aspectos culturais

Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e

controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo

integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos

diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo

Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer

organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um

programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave

promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas

consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres

para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo

explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover

informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas

No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a

existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais

profissionais de sauacutede

Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo

mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de

antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor

acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho

de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)

No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo

aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada

para a melhoria da adesatildeo

O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os

dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o

acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou

dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou

direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da

viscosidade do produto

Discussatildeo | 63

A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido

documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou

ressecamento como principal queixa

No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees

alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos

profissionais de sauacutede WIDMER (2007)

Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia

a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco

de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de

microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na

microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia

e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988

LARSON et al 2000)

Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais

da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o

risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos

profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e

loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA

ARMOND 2005)

Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns

na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo

conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e

categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um

grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se

correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi

correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p

lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)

(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)

Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos

adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os

profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da

higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos

produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites

Discussatildeo | 64

por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de

produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos

riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a

exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo

aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete

imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites

Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o

ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de

produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas

A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de

sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia

entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura

positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a

qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os

aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado

obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura

positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na

promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia

a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)

Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos

tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional

qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os

participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o

conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e

legislaccedilatildeo

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso

mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a

motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de

modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas

administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede

tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de

seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila

Discussatildeo | 65

niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem

reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas

Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de

motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da

transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees

cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem

como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a

ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias

dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo

sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado

para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)

Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de

prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-

se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia

do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico

Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de

algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de

comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas

de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a

higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo

Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os

iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma

mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo

depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional

Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a

seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo

continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua

interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede

com modelos de cuidados mais seguros

O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando

como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem

a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH

transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees

complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante

Discussatildeo | 66

transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico

requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo

de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado

prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)

Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram

fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao

desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e

indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania

O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia

multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta

estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o

gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e

pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico

Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave

higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto

no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo

Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos

em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um

questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre

as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a

consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os

colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e

a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e

facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM

O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o

suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM

aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos

torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET

MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)

A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al

(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo

diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo

mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A

praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes

Discussatildeo | 67

Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de

higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo

nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem

relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico

apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais

O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente

incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002

Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a

introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais

Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal

entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo

pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino

Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias

incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback

de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)

Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou

sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para

higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para

cada 1000 pacientes-dia

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico

preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-

estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um

processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas

em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de

educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo

mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do

ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais

Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute

influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas

experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de

desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo

relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a

praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento

da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)

Conclusotildees | 68

6 CONCLUSOtildeES

O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede

Perfil dos profissionais de sauacutede

bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e

a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida

(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais

bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram

compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema

rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)

Atualizaccedilatildeo do conhecimento

bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada

foram os recursos mais utilizados

bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis

meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem

sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os

meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela

OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em

suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos

seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos

profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a

importacircncia da HM

Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Conclusotildees | 69

bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em

meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais

evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)

bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a

existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve

meacutedia de (525)

bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM

estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)

Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das

medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM

bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as

menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do

produto (p=0009) e odor (p= 0044)

bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos

quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia

(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o

enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)

bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave

postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)

representou o conhecimento do profissional e outros profissionais

(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes

Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas

especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM

considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute

uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes

Conclusotildees | 70

Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo

dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual

coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante

papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia

criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um

trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de

vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos

(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de

infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias

cientificas

No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-

ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos

com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que

foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de

caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo

as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de

auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo

apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez

que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem

passivos diante do problema

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Apecircndice | 83

APEcircNDICE

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta dos dados

N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo

Apecircndice | 84

16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo

17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre

18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras

Anexos | 85

ANEXOS

ANEXO A

CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo

Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt

Anexos | 86

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 87

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 88

ANEXO B

Handwashing Assessment Inventory O`Boyle

Anexos | 89

ANEXO C

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP

Anexos | 90

ANEXO D

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D

RESUMEN

SALOMAtildeO C H D Accesibilidad de preparado de base alcohoacutelica para higiene de manos un desafiacuteo institucional 90 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Escola de

Enfermagem de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011 El reconocimiento de la importancia de higiene de manos (HM) y baja aceptacion de esse comportamiento son aspectos que estaacuten ampliamente documentados pero aun no resueltos En este sentido uno de los desafiacuteos que vale la pena ser objeto de anaacutelise se refiere al soporte organizacional para antisepsia alcohoacutelica de manos Objetivo Analizar aspectos relacionados com la infraestructura para el uso del preparado alcohoacutelico para higiene de manos en profesionales de salud con la finalidad de identificar dificultades y u facilidades considerandose la importacircncia de los factores externos con respecto a las funciones auto-reguladoras de la auto-eficacia de acuerdo com la referecircncia teoacuterica de A Bandura Tratase de un estudio transversal realizado con profesionales de salud teniendo como base entrevistas individuales Ell instrumento haacute sido sometido a evaluacion (validez) de contenido por especialistas del ramo Se haacute utilizado la doble digitalizacion en Microsoft Excel SPSS (Statistical Package of Social Science 170) en anaacutelisis de estadiacutestica descritiba y inferencial (con nivel de significancia de plt005) Haacute sido aplicado a 318 profesionales de salud con predominio de mujeres entre la edad de 26 y 35 antildeos siendo los mas frecuentes los auxiliares de enfermeriacutea y luego los enfermeros meacutedicos y otros Para actualizar el conocimiento lo mas utilizado haacute sido la investigacion electroacutenica y (767) reportaron que el entrenamiento de HM haacute sido utilizado em las mismas instituciones en donde actuan En cuanto al contenido tan solo el (136) de los auxiliares de enfermeriacutea (147) del teacutecnicos de enfermeriacutea (81) de los enfermeros y (54) de los meacutedicos que respondieron conocer la diretriz actual de OMS y ANVISA com respecto a HM Una otra investigaciacuteon estaacute relacionada con la queja mas reportada haacute sido (498) la sequedad ademas de la viscosidad el tiempo para secar (p=0001) la falta del producto y el odor Segun la vision de los entrevistados el cargo de dirigiente favorece la estrateacutegia para promover higiene de manos ademas del conocimiento y la vigilacircncia de los organos de compentes Como resultado general los profesionales estaacuten satisfechos (478) com respecto al uso del preparado alcohoacutelico sinimbargo el 406 reportan la falta del producto em los puestos investigados Teniendo en cuenta los resultados se puede deducir que el cambio de sistema es necesario sin imbargo el mantenimiento de tal mudanza eacutes aun mas importante y tiene como base el soporte continuo individual colectivo e institucional Descriptores Antisepsia Lavado de manos Grupo de enfermeria Infeccioacuten hospitalaria Conducta

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar

CDC

Center for Disease Control

CIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo

HM

Higiene das Matildeos

IH

Infecccedilatildeo Hospitalar

IRAS

Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede

MRSA

Methicillin resistant Staphylococcus aureus

OMS

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

RDC

Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado

SPSS

Statistical Package of Social Science

TCLE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFC

Unidade Formadora de Colocircnia

UTI

Unidade de Tratamento Intensivo

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo

40

Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede

41

Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas

42

Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas

42

Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada

42

Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada

43

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa

43

Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa

44

Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios

44

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios

45

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)

45

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)

46

Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo

46

Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos

47

Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS

47

Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem

48

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede

48

Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem

49

Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)

50

Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)

52

Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede

53

Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede

54

Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos

55

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21

2 OBJETIVOS 29

21 Geral 29

22 Especiacuteficos 29

3 MATERIAL E MEacuteTODO 30

31 Delineamento metodoloacutegico 30

32 Local e populaccedilatildeo 30

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30

322 Variaacuteveis do estudo 31

33 Fase Conceitual 31

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36

35 Instrumento de coleta dos dados 37

36 Procedimento de coleta dos dados 37

37 Anaacutelise dos dados 38

38 Aspectos eacuteticos 38

4 RESULTADOS 39

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41

43 Treinamento de HM 46

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54

5 DISCUSSAtildeO 56

6 CONCLUSOtildeES 68

REFEREcircNCIAS 71

APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83

ANEXOS 85

ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85

ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88

ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89

ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90

Introduccedilatildeo | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os

avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm

uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de

assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o

deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores

externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo

Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila

especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de

morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento

da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de

se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros

para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001

HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000

OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)

No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela

adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou

apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos

hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)

A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da

relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do

hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de

pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos

invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido

Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente

procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida

pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das

IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir

da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas

as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o

paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena

Introduccedilatildeo | 17

durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas

IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode

interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia

eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das

matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos

equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de

assepsia

O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe

de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de

prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos

fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas

assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo

Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes

precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo

de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores

epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees

sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus

membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)

Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade

sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de

fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da

comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar

juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade

de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da

equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede

A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS

torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade

Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009

MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)

Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma

especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON

Introduccedilatildeo | 18

2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009

THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)

Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico

nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o

comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo

e controle da infecccedilatildeo

Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o

marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de

atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de

monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que

liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos

esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em

maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma

alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial

Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes

do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede

ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas

seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em

Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a

Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)

O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da

Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento

de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das

injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O

toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a

infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das

principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados

Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na

assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia

Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e

autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e

recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave

Introduccedilatildeo | 19

assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das

Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede

Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais

Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em

decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios

enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar

tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias

comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes

cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves

mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores

em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no

controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar

os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de

comportamento

Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a

base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido

uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada

realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de

desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional

aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo

aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades

soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas

quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira

populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da

incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem

de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os

hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam

o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da

recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a

inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)

Introduccedilatildeo | 20

O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura

nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez

a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas

infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a

higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX

MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET

2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)

Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor

adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem

como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009

ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os

estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante

com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al

2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso

de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et

al 2009 TENIacuteAS et al 2009)

Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema

que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional

Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas

devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de

prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados

estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a

dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa

urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001

FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al

2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999

OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005

ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)

Introduccedilatildeo | 21

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias

cientiacuteficas

A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser

delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na

historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)

Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-

1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros

Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no

percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da

penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em

consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na

utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas

onerando inclusive os custos da assistecircncia

Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip

Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a

compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as

parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e

epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos

meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia

para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas

infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando

obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes

de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no

reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo

da febre puerperal (CELINE 1998)

A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das

IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-

los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por

meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota

normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial

para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota

residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo

Introduccedilatildeo | 22

frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando

colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as

defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os

Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de

Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias

possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes

quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor

alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e

eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas

podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis

A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na

superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os

extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram

negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de

esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de

accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo

eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que

compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais

prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O

meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota

temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE

2001)

Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores

que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os

microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites

infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER

1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de

transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes

tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do

processo infeccioso

Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais

importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute

mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade

Introduccedilatildeo | 23

constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de

questionamentos em acircmbito mundial

Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da

metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e

109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi

detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na

deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado

Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das

indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas

Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias

acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos

nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de

controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM

foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees

Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON

1999)

A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo

governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da

Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle

de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes

(BRASIL 1998)

Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a

principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede

Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o

ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos

autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET

BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante

da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em

se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos

de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida

importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada

(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)

A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem

etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma

Introduccedilatildeo | 24

combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como

agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde

1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo

predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas

bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no

metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da

interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo

geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida

entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre

60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as

proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002

LARSON 2004)

Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo

tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele

ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo

de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em

atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)

As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem

visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais

Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente

publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente

pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol

reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou

associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)

Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a

necessidade de lavar as matildeos

Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo

(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de

microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o

descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta

ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como

lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e

suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees

Introduccedilatildeo | 25

alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de

objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos

Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da

higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio

Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute

concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de

higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees

bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM

preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de

implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais

modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em

vilas com escassos recursos

Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica

nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de

sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de

higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)

Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para

a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do

Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de

Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional

de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee

sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo

alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)

Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto

deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo

recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento

dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento

unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades

de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de

atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos

invasivos (BRASIL 2010)

Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser

disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os

Introduccedilatildeo | 26

profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento

para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso

Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for

Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de

Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995

(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos

protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas

disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes

esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais

raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter

sustentado a atividade sobre a pele

A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos

como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou

recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)

Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por

profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de

infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda

muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)

O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo

satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS

WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )

Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50

Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em

aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva

(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)

Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras

et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o

exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como

Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)

Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis

Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de

determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes

e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de

Introduccedilatildeo | 27

infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e

opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso

contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio

onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que

as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a

natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos

adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos

programas educativos e motivacionais

Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na

modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso

de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas

consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de

diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o

qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica

Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico

pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica

Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e

Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada

As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico

condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a

importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM

Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o

comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal

num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um

questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento

evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais

forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de

integrar uma abordagem psicoeducacional

Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na

promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo

comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio

Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas

fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica

com alta resolutividade

Introduccedilatildeo | 28

Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns

questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas

Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-

reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos

organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do

conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de

atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis

Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM

com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A

perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de

cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a

mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo

microbiana da infecccedilatildeo cruzada

Objetivos | 29

2 OBJETIVOS

21 Geral

Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica

na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades

eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as

funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A

Bandura

22 Especiacuteficos

Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo

acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM

Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel

bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem

de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede

Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em

fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo

alcooacutelica

Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a

praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica

Material e Meacutetodo | 30

3 MATERIAL E MEacuteTODO

31 Delineamento metodoloacutegico

Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas

em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL

et al 2002)

32 Local e populaccedilatildeo

Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se

por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica

do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede

Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais

de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas

instituiccedilotildees

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes

Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades

Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja

aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da

pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho

Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que

aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no

periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os

Material e Meacutetodo | 31

profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como

natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a

participar do estudo

322 Variaacuteveis do estudo

Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo

local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do

conhecimento e treinamento

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo

33 Fase Conceitual

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo

gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os

microrganismos

- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida

preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave

aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se

que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e

outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com

Material e Meacutetodo | 32

atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de

suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos

Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o

ressecamento da pele

Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local

onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou

tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a

preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente

acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se

os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar

acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento

Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para

a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)

Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas

para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou

preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou

perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma

bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade

tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)

Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao

desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime

de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios

(BRASIL 2010)

Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute

sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam

assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou

diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de

assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a

disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado

de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a

Material e Meacutetodo | 33

execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na

habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM

Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as

accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais

e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo

que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo

domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em

suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos

Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa

faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera

mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA

1977 1981 1997 2008)

Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para

a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas

tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que

frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da

infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada

neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do

desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior

do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo

convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos

estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos

ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos

assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de

Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas

realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)

Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que

levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer

as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos

Material e Meacutetodo | 34

cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os

processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-

eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento

O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de

atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de

comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas

habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam

poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a

seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o

desempenho pessoal

Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de

auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees

afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA

1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir

situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS

1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados

essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo

(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a

intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no

enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa

de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho

A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento

resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de

domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos

sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)

A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como

a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar

na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do

desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo

pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo

para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo

de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se

esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)

Material e Meacutetodo | 35

As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e

modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar

em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o

sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se

concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram

sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem

aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias

potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se

reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no

desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que

fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)

A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros

sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas

persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade

proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais

sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito

principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido

(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o

julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor

depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e

fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)

A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e

generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade

ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com

sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando

seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo

quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado

A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o

comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham

certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos

adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis

A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e

ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras

situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel

Material e Meacutetodo | 36

que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou

no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando

mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido

Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida

diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis

relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo

deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o

comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-

reguladoras

A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas

como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que

contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos

serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar

os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo

envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-

regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias

autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias

internas que governam a conduta

O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras

O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de

padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios

internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por

preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos

e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas

(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de

comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas

extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo

exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos

em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as

Material e Meacutetodo | 37

pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais

contra os quais possam avaliar o seu comportamento

35 Instrumento de coleta dos dados

Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na

experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA

Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com

preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e

internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura

A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo

com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As

sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta

de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais

e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca

da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento

estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)

36 Procedimento de coleta dos dados

A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de

entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam

devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de

2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o

enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e

convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-

preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os

profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das

informaccedilotildees recebidas

Material e Meacutetodo | 38

37 Anaacutelise dos dados

Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante

dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia

absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS

(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas

dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em

ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os

valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma

amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares

38 Aspectos eacuteticos

O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres

humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)

Resultados | 39

4 RESULTADOS

A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a

acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede

seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

43 Treinamento em HM (HM)

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Assim segue-se

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318

participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo

de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho

Resultados | 40

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011

Variaacuteveis n ()

Sexo

Masculino 72 (226)

Feminino 246 (774)

Idade

18 a 25 anos 61 (192)

26 a 35 anos 127 (399)

36 a 45 anos 64 (201)

46 a 60 anos ou mais 66 (208)

Profissional

Auxiliar de enfermagem 118 (371)

Teacutecnico de enfermagem 34 (107)

Enfermeiro 99 (311)

Meacutedico 55 (172)

Odontoacutelogo 08 (26)

Fisioterapeuta 04 (13)

Tempo de formaccedilatildeo

Menos de 2 anos 55 (173)

3 a 10 anos 132 (415)

11 a 20 anos 63 (198)

21 a 26 anos ou mais 68 (214)

Tempo de atuaccedilatildeo

Menos de 2 anos 51 (16)

3 a 10 anos 124 (39)

11 a 20 anos 62 (195)

20 a 26 anos ou mais 81(255)

Turno de trabalho

Manhatilde 60 (189)

Tarde 33 (104)

Vespertino 09 (27)

Noturno 18 (57)

Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)

Resultados | 41

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do

conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes

Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Atualizaccedilatildeo n()

Jornais e Revistas

Sim 93 (292)

Natildeo 225 (708)

Pesquisa informatizada

Nunca 09 (28)

Agraves vezes 142 (447)

Sempre 167 (525)

Grupos e pesquisa

Sim 126 (396)

Natildeo 192 (604)

CursoCongressoSimpoacutesio

Sim 246 (774)

Natildeo 72 (226)

Treinamento HM

Uacuteltimos 6 meses 138 (434)

Ultimo ano 69 (217)

Uacuteltimos 2 anos 57 (179)

Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)

Realizado pela instituiccedilatildeo

Sim 193 (607)

Natildeo 125 (393)

No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os

entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo

do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)

receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem

Resultados | 42

Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)

Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)

Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos

referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede

Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)

TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)

E 34 (343) 65 (657) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este

conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento

Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)

Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)

Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)

Resultados | 43

A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza

pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763

Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)

TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)

E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)

Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada

458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de

consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes

as realizam

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

Categoria Profissional

Sim Natildeo Total n () n () n ()

Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)

Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)

Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo

ou pesquisa

Resultados | 44

Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)

TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)

E 64 (646) 35 (354) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se

envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa

participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de

enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para

refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o

conhecimento produzido

Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)

Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)

Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)

Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos

profissionais meacutedicos

Resultados | 45

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)

TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)

E 87 (879) 12 (121) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=

Enfermeiro

A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios

estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem

(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Categoria

Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)

Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)

Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo

recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes

informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em

que atuam sendo que 74(233) negaram

Resultados | 46

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento de HM nos uacuteltimos

PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)

TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)

E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem

receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses

43 Treinamento de HM

Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do

treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela

OMS

Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Cinco

momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu

n () n () n () n ()

Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)

Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)

Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)

Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)

Resultados | 47

Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede

foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Cinco momentos para HM

Treinamento HM

uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)

Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)

Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)

Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA

525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz

Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria

profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM

Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Abordagem cinco momentos HM

Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)

Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)

Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da

equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela

OMS

Resultados | 48

Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Abordagem cinco momentos HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)

TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)

E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre

o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que

o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes

realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)

Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)

Resultados | 49

Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)

TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)

E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi

baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de

sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a

disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM

Resultados | 50

Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Infra-estrutura HM n ()

Disponibilidade de aacutelcool

Nunca 12 (38)

Raramente 18 (57)

Agraves vezes 43 (135)

Frequentemente 56 (176)

Sempre 189 (594)

Tipo de dispensadores

Individual 19 (60)

Coletivo 193 (607)

Ambos 102 (321)

Natildeo tem 04 (12)

Acessibilidade

Sim 271(852)

Natildeo 47 (148)

Reabastecimento

Sim 231 (726)

Natildeo 68 (214)

Desconheccedilo 19 (60)

Limpeza

Sim 167(525)

Natildeo 136(428)

Desconheccedilo 15(47)

Cartazes

Sim 133 (418)

Natildeo 185 (582)

Recomendaccedilotildees

Sim 156 (491)

Natildeo 120 (377)

Desconheccedilo 42 (132)

Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do

produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores

Resultados | 51

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees

envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21

Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)

Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)

Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)

Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees

dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)

Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)

TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)

E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529

Resultados | 52

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22

Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total

n () n () n () n ()

Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)

Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)

Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)

Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)

Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)

PE= Profissional de enfermagem

A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou

de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo

apresentadas na Tabela 23

Resultados | 53

Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Queixas Enfermagem Meacutedico Outros

n () n() n () p

Ressecamento

Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506

Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)

Viscosidade

Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638

Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)

Odor

Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044

Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)

Velocidade de secagem

Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001

Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)

Teacutecnica de aplicaccedilatildeo

Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467

Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)

Textura

Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930

Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)

Ausecircncia

Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009

Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)

Tempo

Sim 03 (12) 0 0 0668

Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)

Sem queixas

Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418

Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)

Outras queixas

Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109

Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)

Test t student independente (plt005)

Resultados | 54

Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso

da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como

principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem

(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos

entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)

Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Sim Natildeo

Valor p

Postura 374 374 00998

Vigilacircncia 374 417 0260

Treinamento 41 421 0788

Conhecimento 42 367 0135

Qualidade 445 388 0008

Cartazes 445 452 0847

Disponibilidade 533 538 0890

Legislaccedilatildeo 632 688 0114

Test t student independente (plt005)

De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior

representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute

mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo

considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a

meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida

Resultados | 55

Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros

Postura 362 392 448

Vigilacircncia 383 408 336

Treinamento 405 457 380

Conhecimento 417 389 408

Qualidade 439 416 432

Cartazes 437 432 528

Disponibilidade 547 514 464

Legislaccedilatildeo 639 657 633

Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para

promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de

profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)

meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)

Discussatildeo | 56

5 DISCUSSAtildeO

O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede

quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem

como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o

perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os

aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

para HM

Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no

sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a

predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe

de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de

enfermagem (107) e enfermeiro (311)

De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo

(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria

profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de

enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na

cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no

cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o

investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo

Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por

trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao

trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo

(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o

trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e

todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir

do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de

trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os

moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998

PITTA 1991)

Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da

praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e

supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua

Discussatildeo | 57

vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O

ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva

carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e

os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno

que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de

duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da

sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de

uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute

danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006

MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)

Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um

viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses

trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a

caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego

sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram

para outros empregos

E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio

nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees

durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades

de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de

enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras

atividades

Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos

enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante

no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na

inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de

cursos de niacutevel superior no paiacutes

A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas

informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram

itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas

informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro

Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no

mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A

incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da

Discussatildeo | 58

roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais

modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na

organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito

mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a

pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e

eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as

pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um

grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero

cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas

em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave

disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias

estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de

censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados

prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo

de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia

do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com

selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr

disserta99kellercap3htm)

O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e

humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados

para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional

recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas

para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia

Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos

dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco

momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos

entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras

palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco

momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar

mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente

acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)

Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para

HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando

Discussatildeo | 59

questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e

apenas 283 concordaram com o referido monitoramento

Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento

claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente

direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos

de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e

higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)

Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente

(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados

Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as

ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na

(ANVISA 2010)

A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e

aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de

infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates

treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de

dados de vigilancia

Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas

para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-

nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso

a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns

apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo

estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham

diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados

por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento

passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem

padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e

ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes

atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)

Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num

momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo

habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional

Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem

conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se

Discussatildeo | 60

que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos

auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se

verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de

promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas

curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de

higiene

O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as

praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em

alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta

abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas

algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em

relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas

quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute

maior risco de transmissatildeo de microrganismos

Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual

demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro

de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a

disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos

(BRASIL 2010)

Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na

presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou

tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio

de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de

insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de

lavatoacuteriospias

Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos

dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do

produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores

devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No

caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-

se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e

secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por

semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado

Discussatildeo | 61

antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos

natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos

responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da

soluccedilatildeo (BRASIL 2007)

Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo

e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta

perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados

coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas

governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e

intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos

(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a

resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com

enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de

controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional

destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de

prevenccedilatildeo e controle)

Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios

e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das

infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores

impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na

perspectiva do controle das infecccedilotildees

Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos

humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle

de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto

requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento

O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos

buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais

proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura

organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima

competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo

Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional

de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade

Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e

reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto

Discussatildeo | 62

mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em

assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da

infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e

controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem

como envolver aspectos culturais

Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e

controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo

integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos

diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo

Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer

organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um

programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave

promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas

consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres

para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo

explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover

informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas

No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a

existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais

profissionais de sauacutede

Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo

mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de

antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor

acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho

de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)

No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo

aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada

para a melhoria da adesatildeo

O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os

dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o

acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou

dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou

direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da

viscosidade do produto

Discussatildeo | 63

A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido

documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou

ressecamento como principal queixa

No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees

alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos

profissionais de sauacutede WIDMER (2007)

Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia

a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco

de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de

microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na

microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia

e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988

LARSON et al 2000)

Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais

da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o

risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos

profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e

loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA

ARMOND 2005)

Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns

na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo

conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e

categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um

grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se

correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi

correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p

lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)

(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)

Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos

adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os

profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da

higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos

produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites

Discussatildeo | 64

por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de

produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos

riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a

exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo

aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete

imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites

Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o

ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de

produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas

A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de

sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia

entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura

positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a

qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os

aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado

obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura

positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na

promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia

a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)

Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos

tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional

qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os

participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o

conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e

legislaccedilatildeo

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso

mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a

motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de

modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas

administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede

tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de

seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila

Discussatildeo | 65

niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem

reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas

Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de

motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da

transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees

cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem

como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a

ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias

dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo

sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado

para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)

Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de

prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-

se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia

do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico

Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de

algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de

comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas

de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a

higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo

Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os

iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma

mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo

depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional

Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a

seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo

continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua

interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede

com modelos de cuidados mais seguros

O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando

como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem

a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH

transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees

complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante

Discussatildeo | 66

transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico

requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo

de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado

prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)

Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram

fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao

desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e

indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania

O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia

multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta

estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o

gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e

pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico

Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave

higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto

no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo

Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos

em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um

questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre

as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a

consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os

colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e

a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e

facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM

O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o

suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM

aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos

torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET

MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)

A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al

(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo

diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo

mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A

praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes

Discussatildeo | 67

Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de

higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo

nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem

relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico

apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais

O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente

incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002

Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a

introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais

Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal

entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo

pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino

Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias

incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback

de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)

Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou

sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para

higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para

cada 1000 pacientes-dia

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico

preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-

estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um

processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas

em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de

educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo

mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do

ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais

Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute

influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas

experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de

desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo

relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a

praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento

da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)

Conclusotildees | 68

6 CONCLUSOtildeES

O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede

Perfil dos profissionais de sauacutede

bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e

a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida

(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais

bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram

compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema

rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)

Atualizaccedilatildeo do conhecimento

bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada

foram os recursos mais utilizados

bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis

meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem

sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os

meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela

OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em

suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos

seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos

profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a

importacircncia da HM

Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Conclusotildees | 69

bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em

meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais

evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)

bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a

existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve

meacutedia de (525)

bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM

estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)

Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das

medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM

bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as

menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do

produto (p=0009) e odor (p= 0044)

bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos

quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia

(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o

enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)

bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave

postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)

representou o conhecimento do profissional e outros profissionais

(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes

Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas

especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM

considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute

uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes

Conclusotildees | 70

Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo

dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual

coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante

papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia

criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um

trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de

vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos

(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de

infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias

cientificas

No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-

ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos

com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que

foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de

caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo

as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de

auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo

apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez

que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem

passivos diante do problema

Referecircncias | 71

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Apecircndice | 83

APEcircNDICE

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta dos dados

N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo

Apecircndice | 84

16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo

17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre

18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras

Anexos | 85

ANEXOS

ANEXO A

CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo

Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt

Anexos | 86

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 87

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 88

ANEXO B

Handwashing Assessment Inventory O`Boyle

Anexos | 89

ANEXO C

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP

Anexos | 90

ANEXO D

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agencia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria CCIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar

CDC

Center for Disease Control

CIH

Comissatildeo de Controle de Infecccedilatildeo

HM

Higiene das Matildeos

IH

Infecccedilatildeo Hospitalar

IRAS

Infecccedilatildeo Relacionada agrave Assistecircncia a Sauacutede

MRSA

Methicillin resistant Staphylococcus aureus

OMS

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

RDC

Resoluccedilatildeo da Diretoria do Colegiado

SPSS

Statistical Package of Social Science

TCLE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFC

Unidade Formadora de Colocircnia

UTI

Unidade de Tratamento Intensivo

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo

40

Tabela 2- Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede

41

Tabela 3- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas

42

Tabela 4- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas

42

Tabela 5- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada

42

Tabela 6- Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada

43

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa

43

Tabela 8- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa

44

Tabela 9- Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios

44

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios

45

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para higiene das matildeos (HM)

45

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento para higiene das matildeos (HM)

46

Tabela 13- Treinamento dos profissionais de sauacutede em higiene das matildeos (HM) subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo

46

Tabela 14- Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de higiene das matildeos (HM) nos uacuteltimos dois anos

47

Tabela 15- Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS

47

Tabela 16- Conhecimento sobre os cinco momentos para higiene das matildeos (HM) preconizados pela OMS segundo profissionais de Enfermagem

48

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede

48

Tabela 18- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre higiene das matildeos (HM) nas diferentes categorias de enfermagem

49

Tabela 19- Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos (HM)

50

Tabela 20- Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 21- Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de higiene das matildeos (HM)

51

Tabela 22- Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM)

52

Tabela 23- Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para higiene das matildeos relatadas pelos profissionais de sauacutede

53

Tabela 24- Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas pelos profissionais de sauacutede

54

Tabela 25- Associaccedilatildeo entre as prioridades no uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica para higiene das matildeos (HM) relatadas por profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos

55

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias cientiacuteficas 21

2 OBJETIVOS 29

21 Geral 29

22 Especiacuteficos 29

3 MATERIAL E MEacuteTODO 30

31 Delineamento metodoloacutegico 30

32 Local e populaccedilatildeo 30

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes 30

322 Variaacuteveis do estudo 31

33 Fase Conceitual 31

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM 33

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-reguladoras 36

35 Instrumento de coleta dos dados 37

36 Procedimento de coleta dos dados 37

37 Anaacutelise dos dados 38

38 Aspectos eacuteticos 38

4 RESULTADOS 39

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados 39

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo 41

43 Treinamento de HM 46

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM 48

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra-estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM 49

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM 51

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM 52

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de prioridade 54

5 DISCUSSAtildeO 56

6 CONCLUSOtildeES 68

REFEREcircNCIAS 71

APEcircNDICE - Instrumento de coleta dos dados 83

ANEXOS 85

ANEXO A - Cartaz ldquoos cinco momentos para higienizaccedilatildeo das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo simples das matildeosrdquo Cartaz ldquohigienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilotildees alcooacutelicasrdquo 85

ANEXO B - Handwashing Assessment Inventory O`Boyle 88

ANEXO C - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP 89

ANEXO D - Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP 90

Introduccedilatildeo | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ao longo da histoacuteria do processo sauacutede-doenccedila as infecccedilotildees desafiam os

avanccedilos cientiacutefico-tecnoloacutegicos mobilizando a atenccedilatildeo dos profissionais de sauacutede

pesquisadores e de organizaccedilotildees em acircmbito mundial Em geral as infecccedilotildees tecircm

uma etiologia complexa relacionada a fatores endoacutegenos eou a processos de

assistecircncia sendo que as limitaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas dos sistemas de sauacutede o

deacuteficit de conhecimento os desvios de comportamento humano entre outros fatores

externos agravam ainda mais a situaccedilatildeo

Assim a infecccedilatildeo continua a se constituir em uma seacuteria ameaccedila agrave seguranccedila

especialmente dos pacientes hospitalizados contribuindo para elevar as taxas de

morbimortalidade aumentar os custos de hospitalizaccedilatildeo mediante o prolongamento

da sua permanecircncia e gastos com procedimentos diagnoacutesticos e terapecircuticos Haacute de

se considerar que o controle da Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) constitui um dos paracircmetros

para garantir a qualidade do cuidado prestado (ATIF 2009 CURRY COLE 2001

HENLY LARSON 2001 HOMSTED 2009 LACERDA 2003 LARSON et al 2000

OBOYLE PITTET 2005 WHITBY et al 2007)

No Brasil eacute difundida a definiccedilatildeo de Infecccedilatildeo Hospitalar (IH) como ldquoaquela

adquirida apoacutes a admissatildeo do paciente e que se manifeste durante a internaccedilatildeo ou

apoacutes a alta quando puder ser relacionada com a internaccedilatildeo ou procedimentos

hospitalaresrdquo (BRASIL 1998)

A maioria das infecccedilotildees hospitalares (IH) eacute causada por um desequiliacutebrio da

relaccedilatildeo existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do

hospedeiro Nesse sentido a maioria das IH manifesta-se como complicaccedilotildees de

pacientes em consequumlecircncia da hospitalizaccedilatildeo e da realizaccedilatildeo de procedimentos

invasivos ou imunossupressores a que foi correta ou incorretamente foi submetido

Isto pode ocorrer devido agrave proacutepria patologia de base do paciente

procedimentos invasivos e alteraccedilotildees da microbiota endoacutegena geralmente induzida

pelo uso de antibioacuteticos (KARABEY et al 2002) Aproximadamente dois terccedilos das

IH satildeo de origem endoacutegena ou seja o desenvolvimento da infecccedilatildeo ocorre a partir

da microbiota do paciente ou microbiota comunitaacuteria ou intra-hospitalar Em ambas

as situaccedilotildees a colonizaccedilatildeo precede a infecccedilatildeo sendo difiacutecil determinar se o

paciente trouxe o microrganismo da comunidade ou adquiriu de fonte exoacutegena

Introduccedilatildeo | 17

durante a internaccedilatildeo (ROBERTS BOLTON ASMAN 1998) Nesse sentido algumas

IH satildeo evitaacuteveis e outras natildeo As infecccedilotildees preveniacuteveis satildeo aquelas em que se pode

interferir na cadeia de transmissatildeo microbiana Em geral a interrupccedilatildeo dessa cadeia

eacute possiacutevel por meio de medidas reconhecidamente eficazes como a higiene das

matildeos (HM) o processamento adequado de artigos e superfiacutecies a utilizaccedilatildeo dos

equipamentos de proteccedilatildeo individual e o cumprimento criterioso dos princiacutepios de

assepsia

O fato de existir infecccedilotildees evitaacuteveis aproximadamente 30 exige da equipe

de sauacutede e das instituiccedilotildees responsabilidade eacutetica teacutecnica e social no sentido de

prover os serviccedilos de condiccedilotildees para prevenccedilatildeo revelando-se em um dos pontos

fundamentais em todo o processo (VOSS WIDMER 1997) Boas praacuteticas

assistenciais decorrem da integraccedilatildeo de todos os setores e o controle de infecccedilatildeo

Essa interaccedilatildeo envolve sauacutede ocupacional imunizaccedilotildees prevenccedilatildeo de acidentes

precauccedilotildees padratildeo detecccedilatildeo de casos de IH e seus fatores de risco padronizaccedilatildeo

de materiais insumos e de antimicrobianos controle de qualidade indicadores

epidemioloacutegicos e por fim a integraccedilatildeo agrave administraccedilatildeo auxiliando nas decisotildees

sobre no investimento em tecnologia Aleacutem disso assessora a instituiccedilatildeo e seus

membros em processos (KAPLAN MCGUCKIN 1986)

Outro aspecto sinalizado eacute a necessidade de ampliar a responsabilidade

sobre o controle da infecccedilatildeo para aleacutem das comissotildees (CCIH) lembramos que de

fato isoladamente pouco faz Por outro lado esta visatildeo confere aos integrantes da

comissatildeo uma condiccedilatildeo de fiscalizadores do que parceiros que devem caminhar

juntos nesta construccedilatildeo de uma nova praacutexis no controle de IH A responsabilidade

de prevenir e controlar a IH eacute individual e coletiva Sem a assimilaccedilatildeo e

implementaccedilatildeo dos procedimentos corretos por quem executa com a integraccedilatildeo da

equipe da CCIH o problema da IH sempre seraacute um entrave nos de serviccedilos agrave sauacutede

A dimensatildeo do problema das medidas de prevenccedilatildeo e controle das IRAS

torna-se mais seacuteria ao nos deparamos com a realidade

Dicotomia entre a teoria e as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

(BRAUN KUSEK LARSON 2009 LOPEZ-QUINTERO et al 2009

MALHOTRA et al 2008 TENIacuteAS et al 2009)

Variabilidade de condutas (numa mesma instituiccedilatildeo em uma mesma

especialidade e ateacute mesmo na equipe) (AIELLO et al 2009 CREEDON

Introduccedilatildeo | 18

2008 FOSTER CLARK 2008 GOOS 2007 HOWARD et al 2009

THOMAS et al 2009 VAN DE MORTEL et al 2000)

Escassez de estudos que nos permita o estabelecimento do diagnoacutestico

nacional acerca dos processos sociais-cognitivos que justifica o

comportamento dos profissionais de sauacutede diante das praacuteticas de prevenccedilatildeo

e controle da infecccedilatildeo

Acresce-se que na 55ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede ocorrida em 2002 o

marco na adoccedilatildeo da resoluccedilatildeo encorajando os paiacuteses a prestar o maacuteximo de

atenccedilatildeo possiacutevel a este problema e a reforccedilar a seguranccedila e os sistemas de

monitoramento A resoluccedilatildeo solicitou agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) que

liderasse a elaboraccedilatildeo de normas e padrotildees mundiais e apoiasse os paiacuteses nos

esforccedilos de desenvolvimento de poliacuteticas e praacuteticas de seguranccedila do Paciente Em

maio de 2004 a 57ordf Assembleacuteia Mundial de Sauacutede aprovou a criaccedilatildeo de uma

alianccedila internacional para tornar a seguranccedila do Paciente uma iniciativa mundial

Pela primeira vez gestores autoridades e grupos de pacientes de todas as partes

do mundo reuniram-se para promover agrave seguranccedila da assistecircncia aacute sauacutede

ldquoPrimeiramente natildeo provocar danosrdquo A Alianccedila estaacute concentrando suas accedilotildees nas

seguintes aacutereas Desafio global para a Seguranccedila do Paciente Pacientes em

Defesa de sua Proacutepria Seguranccedila Taxonomia Investigaccedilatildeo Soluccedilotildees para a

Seguranccedila do Paciente e Notificaccedilatildeo e Aprendizagem (OMS 2010)

O Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente um elemento essencial da

Alianccedila cria um ambiente em que a seguranccedila da assistecircncia reuacutene o conhecimento

de especialistas liacutederes nas aacutereas de higienizaccedilatildeo das matildeos (HM) seguranccedila das

injeccedilotildees procedimentos ciruacutergicos uso do sangue e cuidado com o ambiente O

toacutepico escolhido para o primeiro Desafio Global para a Seguranccedila do Paciente eacute a

infecccedilatildeo associada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) considerada como uma das

principais causas de morte e aumento da morbidez dos doentes hospitalizados

Uma accedilatildeo-chave dentro do Desafio eacute promover a higiene das matildeos (HM) na

assistecircncia agrave sauacutede com a campanha ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia

Mais Segurardquo A fim de suprir os profissionais de sauacutede gestores de hospitais e

autoridades da aacuterea de sauacutede com as melhores evidecircncias cientiacuteficas e

recomendaccedilotildees para aperfeiccediloar as praacuteticas e reduzir as infecccedilotildees associadas agrave

Introduccedilatildeo | 19

assistecircncia agrave sauacutede a OMS desenvolveu as Diretrizes sobre a Higienizaccedilatildeo das

Matildeos na Prestaccedilatildeo de Cuidados de Sauacutede

Diante da perspectiva de controle da infecccedilatildeo nas ciecircncias comportamentais

Pittet (2004) em um dos seus estudos expotildee que a maioria das infecccedilotildees ocorre em

decorrecircncia de praacuteticas inadequadas Entretanto um dos principais desafios

enfrentados atualmente eacute a modificaccedilatildeo de comportamentos na tentativa de adequar

tais praacuteticas Sugere que os controladores de infecccedilotildees devem utilizar as ciecircncias

comportamentais como uma ferramenta de compreensatildeo Os determinantes

cognitivos satildeo adquiridos por meio do processo de socializaccedilatildeo e satildeo suscetiacuteveis agraves

mudanccedilas Refere que alguns modelos foram aplicados na avaliaccedilatildeo de indicadores

em sauacutede contudo natildeo obtiveram sucesso na explicaccedilatildeo do comportamento no

controle das infecccedilotildees O autor concluiu que estudos satildeo necessaacuterios para avaliar

os principais determinantes no controle da infecccedilatildeo e promover a mudanccedila de

comportamento

Adicionalmente avaliar a repercussatildeo dos problemas de infecccedilotildees e criar a

base para monitorar a eficaacutecia das accedilotildees preventivas e de controle ainda tem sido

uma meta nos sistemas de atenccedilatildeo a sauacutede As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

satildeo muitas e disponiacuteveis mas para atender com as especificidades de cada

realidade deve devem ser testadas e adaptadas Nesse sentido o niacutevel de

desenvolvimento os recursos disponiacuteveis o desempenho consciente do profissional

aliado ao seu conhecimento quanto ao mecanismo de transmissatildeo das doenccedilas satildeo

aspectos decisivos as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo

Em termos de Brasil paiacutes marcado pela diversidade cultural desigualdades

soacutecio-econocircmicas as instituiccedilotildees hospitalares tambeacutem se revelam heterogecircneas

quando a padrotildees de atendimento estrutura fiacutesica organizaccedilatildeo financeira

populaccedilatildeo atendida e ocorrecircncia de infecccedilatildeo A realidade brasileira acerca da

incidecircncia de infecccedilatildeo associada ao cuidado agrave sauacutede eacute obscura isto eacute natildeo se tem

de dados nacionais Por outro lado natildeo se deve ficar alheio a realidade de que os

hospitais brasileiros centralizam a prestaccedilatildeo de cuidado agrave sauacutede e estes enfrentam

o grave problema da ampliaccedilatildeo da demanda social aliadas agrave magnitude da

recessatildeo econocircmica a carecircncia quantitativa e qualitativa de recursos humanos e a

inapropriada obtenccedilatildeo de tecnologia Sem duacutevida estas satildeo condiccedilotildees feacuterteis para

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infecccedilatildeo (ANDRADE 2007)

Introduccedilatildeo | 20

O reconhecimento dessa problemaacutetica estaacute documentado na vasta literatura

nacional e internacional que destaca a variabilidade de condutas o descaso talvez

a incompreensatildeo quanto aos mecanismos baacutesicos da prevenccedilatildeo das doenccedilas

infecciosas entre outros aspectos Cabe destacar as dificuldades da adesatildeo a

higienizaccedilatildeo das matildeos (ANDRADE ANGERAMI 1999 APECIH 2003 FELIX

MIYADAHIRA 2009 HESELTINE 2001 MARTINI DALLacuteAGNOL 2005 PITTET

2000 PITTET 1999 WHITBY MACLAWS ROSS 2006)

Nesse sentido as evidecircncias mais contundentes eram associadas agrave menor

adesatildeo agrave HM durante as atividades de maior risco de transmissatildeo de infecccedilotildees bem

como a natildeo troca de luvas apoacutes procedimentos invasivos (BRAUN et al 2009

ROCHA BORGES FILHO 2009 TENIacuteAS et al 2009) Acresce-se que os

estudiosos alertam que o comportamento de risco para com as luvas eacute semelhante

com o descaso ao procedimento da HM (FERREIRA et al 2009 GODIN et al

2000 LEVIN 1999 SETO et al 1995) Vaacuterias pesquisas mostraram que o mau uso

de luvas compromete inquestionavelmente a HM (GIROU et al 2008 HOWARD et

al 2009 TENIacuteAS et al 2009)

Por isso a HM em estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede eacute um problema

que merece ser analisado do ponto de vista individual coletivo e organizacional

Ainda em um sentido mais amplo eacute vital modificar muito mais do que as estruturas

devem-se alterar os modelos epistemoloacutegicos que natildeo privilegiam as medidas de

prevenccedilatildeo Eacute necessaacuterio destruir o nuacutecleo duro de comportamentos estereotipados

estruturados em experiecircncias subjetivas mitos ou em rituais Romper com a

dificuldade de adesatildeo eacute sem duacutevida um desafio que emerge e precisa

urgentemente avanccedilar (ATIF 2009 BRAUN et al 2009 CURRY COLE 2001

FERREIRA et al 2009 GIROU et al 2008 GODIN et al 2000 GOPAL-RAO et al

2002 HOMSTED 2009 HOWARD et al 2009 LARSON et al 2000 LEVIN 1999

OBOYLE HENLY LARSON 2001 PESSOA-SILVA et al 2005 PITTET 2005

ROCHA et al 2009 SETO 1995 TENIacuteAS et al 2009 WHITBY et al 2007)

Introduccedilatildeo | 21

11 Controle da infecccedilatildeo e a higiene das matildeos baseados nas evidecircncias

cientiacuteficas

A correlaccedilatildeo entre a hospitalizaccedilatildeo e o risco de infecccedilatildeo comeccedilou a ser

delineada apenas na deacutecada de 1830 com as observaccedilotildees de James Simpson Na

historicidade outras contribuiccedilotildees merecem destaque Oliver Holmes (1809-1894)

Florence Nightingale (1820-1910) Joseph Lister (1827-1912) Louis Pasteur (1822-

1895) e William Halstedt (1852-1922) Alexander Fleming (1881-1955) entre outros

Algumas contribuiccedilotildees tiveram suas vantagens e desvantagens sinalizadas no

percurso a exemplo do uso de antibioacuteticos Cabe mencionar que a descoberta da

penicilina contribuiu para o desenvolvimento da resistecircncia microbiana em

consequumlecircncia de seu uso indiscriminado Por outro lado tambeacutem o exagero na

utilizaccedilatildeo de luvas maacutescaras gorros e propeacutes ampliaram as controveacutersias e lacunas

onerando inclusive os custos da assistecircncia

Entretanto foram Oliver Wendell Holmes nos Estados Unidos e Ignaz Philip

Semmelweis na Europa aqueles que finalmente estabeleceram as bases para a

compreensatildeo da aquisiccedilatildeo da febre puerperal e dos riscos da hospitalizaccedilatildeo para as

parturientes Mais que isto Semmelveis com base em suas observaccedilotildees cliacutenicas e

epidemioloacutegicas desenvolveu a hipoacutetese da transmissatildeo da febre pelas matildeos dos

meacutedicos e estudantes que carreariam partiacuteculas cadaveacutericas das salas de autoacutepsia

para as pacientes A hipoacutetese foi substanciada pela reduccedilatildeo na ocorrecircncia dessas

infecccedilotildees no Hospital Geral de Viena de 183 para 12 em 1847 quando

obstetras e estudantes foram obrigados a lavar as matildeos com soluccedilatildeo clorada antes

de atenderem as gestantes Assim Semmelweis (1818ndash1865) foi o pioneiro no

reconhecimento da primeira evidecircncia cientiacutefica da relaccedilatildeo de HM e a transmissatildeo

da febre puerperal (CELINE 1998)

A importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos na prevenccedilatildeo da transmissatildeo das

IRAS estaacute pautada na capacidade da pele para abrigar microrganismos e transferi-

los de uma superfiacutecie para a outra por contato direto pele com pele ou indireto por

meio de objetos (LARSON 1988 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997) A microbiota

normal da pele eacute dividida em residente e transitoacuteria sendo classificaccedilatildeo essencial

para o entendimento da cadeia de transmissatildeo dos microrganismos A microbiota

residente (ROTTER 1997 VOSS 1997) eacute composta por elementos que estatildeo

Introduccedilatildeo | 22

frequumlentemente aderidos nos estratos mais profundos da camada coacuternea formando

colocircnias de microrganismos que se multiplicam e se mantecircm em equiliacutebrio com as

defesas do hospedeiro Os componentes mais comuns desta microbiota satildeo os

Staphylococcus coagulase negativo Micrococos e certas espeacutecies de

Corinebacteacuterias Estes microrganismos satildeo de difiacutecil remoccedilatildeo e as suas colocircnias

possuem mecanismos de defesa contra a remoccedilatildeo mecacircnica ou por agentes

quiacutemicos Entretanto com a descamaccedilatildeo natural da pele e a produccedilatildeo de suor

alguns destes microrganismos satildeo movidos para camadas mais superficiais e

eliminados no ambiente Muitos deles apresentam baixa patogenicidade mas

podem se tornar invasivos e causar infecccedilotildees em pessoas suscetiacuteveis

A microbiota transitoacuteria eacute composta por microrganismos que se depositam na

superfiacutecie da pele provenientes de fontes externas colonizando temporariamente os

extratos coacuterneos mais superficiais Normalmente eacute formada por bacteacuterias gram

negativas como enterobacteacuterias Pseudomonas bacteacuterias aeroacutebicas formadoras de

esporos fungos e viacuterus Por serem mais facilmente removidos da pele por meio de

accedilatildeo mecacircnica tambeacutem se espalham com mais facilidade pelo contato e satildeo

eliminados pela degermaccedilatildeo com agentes antisseacutepticos Alguns microrganismos que

compotildeem a microbiota transitoacuteria satildeo detectados na pele por periacuteodos mais

prolongados e conseguem se multiplicar e formar colocircnias sem causar infecccedilatildeo O

meio termo entre residente e temporaacuterio eacute um novo conceito de microbiota

temporariamente residente (LARSON 1999 ROTTER 1997 VOSS 1997 BOYCE

2001)

Outros estudos ainda se fazem necessaacuterios para a compreensatildeo dos fatores

que contribuem para a persistecircncia da colonizaccedilatildeo das matildeos (BOYCE 2001) Os

microrganismos presentes em infecccedilotildees da pele como abscessos dermatites

infectadas e paroniacutequia satildeo classificados como microbiota infectante (ROTTER

1997) Estas situaccedilotildees desempenham um importante papel na cadeia de

transmissatildeo de infecccedilotildees e por isto os profissionais de sauacutede portadores destes

tipos de infecccedilatildeo soacute devem retomar suas atividades assistenciais apoacutes a cura do

processo infeccioso

Diante do exposto a praacutetica de HM eacute considerada a evidencia isolada mais

importante no controle de infecccedilotildees em serviccedilos de sauacutede Poreacutem como jaacute

mencionado a falta de adesatildeo dos profissionais de sauacutede eacute uma realidade

Introduccedilatildeo | 23

constatada ao longo dos anos e tem sido objeto de estudos e pauta de

questionamentos em acircmbito mundial

Em 1988 Larson revisou 423 artigos publicados entre 1879 a 1986 Mais da

metade destes trabalhos (508) avaliava produtos para a higienizaccedilatildeo da pele e

109 apresentavam estudos sobre comportamento Nesta revisatildeo tambeacutem foi

detectado um aumento acentuado no nuacutemero de artigos publicados sobre HM na

deacutecada de 80 sendo quase o dobro do nuacutemero de qualquer outro periacuteodo analisado

Os estudos de revisatildeo satildeo ferramentas importantes para mostrar a consistecircncia das

indicaccedilotildees cientiacuteficas sobre grandes temas

Posteriormente em outra revisatildeo a autora reconhece que as evidecircncias

acumuladas correlacionando a HM a reduccedilatildeo do risco de transmissatildeo de patoacutegenos

nosocomiais satildeo mais fortes que as que embasam qualquer outra praacutetica de

controle conhecida Estudos experimentais e natildeo experimentais relacionados agrave HM

foram revisados para verificar evidecircncias de associaccedilatildeo com reduccedilatildeo de infecccedilotildees

Foi concluiacutedo que a ecircnfase na HM era pertinente e deveria ser mantida (LARSON

1999)

A necessidade da higienizaccedilatildeo das matildeos eacute reconhecida tambeacutem pelo

governo brasileiro quando inclui recomendaccedilotildees para esta praacutetica no Anexo IV da

Portaria 261698 do Ministeacuterio da Sauacutede que instrui sobre o Programa de Controle

de Infecccedilotildees Hospitalares nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede no Paiacutes

(BRASIL 1998)

Por geraccedilotildees a lavagem das matildeos com aacutegua e sabatildeo foi considerada a

principal medida de higiene pessoal em ambientes de cuidados com a sauacutede

Todavia o efeito nocivo de sabonetes antisseacutepticos que provocavam o

ressecamento e irritaccedilotildees na pele aleacutem de ser amplamente discutido por diversos

autores contribui para diminuir a adesatildeo dos profissionais a praacutetica de HM (PITTET

BOYCE 2005 PESSOA 2005) O problema da adesatildeo agrave HM persiste mesmo diante

da recomendaccedilatildeo oficial do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) em

se utilizar o aacutelcool como antisseacuteptico Essa recomendaccedilatildeo eacute introduzida nos serviccedilos

de sauacutede de todo o mundo a higienizaccedilatildeo das matildeos apesar da reconhecida

importacircncia eacute uma das praacuteticas mais difiacuteceis de conseguir uma adesatildeo desejada

(PITTET BOYCE 2005 CDC 2002 OLIVEIRA 2005)

A maioria das soluccedilotildees para a antissepsia de matildeos a base de aacutelcool conteacutem

etanol (aacutelcooletiacutelico) ou isopropanol (aacutelcool isopropilico) ou n-propanol ou ainda uma

Introduccedilatildeo | 24

combinaccedilatildeo de dois destes produtos Por sua vez o etanol eacute reconhecido como

agente antimicrobiano sendo recomendado para o ldquotratamentordquo das matildeos desde

1888 Ressalta-se que no Brasil eacute o mais utilizado O mecanismo de accedilatildeo

predominante dos alcooacuteis consiste na desnaturaccedilatildeo e coagulaccedilatildeo das proteiacutenas

bem como a ruptura da integridade citoplasmaacutetica a lise celular e a interferecircncia no

metabolismo Essa interaccedilatildeo do aacutelcool com as proteiacutenas levantou a hipoacutetese da

interferecircncia de sujidade contendo proteiacutenas na antissepsia e desinfecccedilatildeo De modo

geral os alcooacuteis apresentam raacutepida accedilatildeo excelente atividade bactericida e fungicida

entre todos agentes utilizados na higienizaccedilatildeo das matildeos Soluccedilotildees alcooacutelicas entre

60 a 80 satildeo mais efetivas e concentraccedilotildees mais altas satildeo menos potentes pois as

proteiacutenas natildeo se desnaturam com facilidade na ausecircncia de aacutegua (CDC 2002

LARSON 2004)

Os alcooacuteis tecircm raacutepida accedilatildeo microbicida quando aplicados agrave pele mas natildeo

tem atividade residual apreciaacutevel Entretanto a re-colonizaccedilatildeo bacteriana na pele

ocorre lentamente apoacutes o uso de anti-seacuteptico agrave base de aacutelcool nas matildeos A adiccedilatildeo

de clorexidina octenidina ou triclosan agrave soluccedilatildeo alcooacutelica pode resultar em

atividade residual (ROTTER 2004 LARSON 1996 1999)

As preparaccedilotildees alcooacutelicas natildeo satildeo apropriadas quando as matildeos estiverem

visivelmente sujas ou contaminadas com material proteacuteico segundo os manuais

Americano (CDC 2002) Britacircnico (PRATT 2007) (OMS 2007) e recente

publicaccedilatildeo da (ANVISAMS 2007) Entretanto quando quantidades relativamente

pequenas de material proteacuteico (ex sangue) estiverem presentes etanol e propanol

reduzem a contagem microbiana das matildeos mais do que sabonetes comuns ou

associados a antisseacutepticos conforme os trabalhos realizados por Larson (1993)

Renner (1993) e Kawago (2004) mas com a ressalva que natildeo eliminam a

necessidade de lavar as matildeos

Portanto estudos adicionais satildeo necessaacuterios para se definir qual formulaccedilatildeo

(soluccedilatildeo gel ou espuma) eacute mais efetiva na reduccedilatildeo da transmissatildeo de

microrganismos nos serviccedilos de sauacutede Algumas das razotildees apontadas para o

descumprimento desta praacutetica nos serviccedilos de sauacutede incluem dentre outros a falta

ou localizaccedilatildeo natildeo acessiacutevel de equipamentos necessaacuterios para a HM como

lavatoacuteriospias e a natildeo disponibilizaccedilatildeo pelos serviccedilos de sauacutede de produtos e

suprimentos para a higienizaccedilatildeo das matildeos envolvendo sabonetes preparaccedilotildees

Introduccedilatildeo | 25

alcooacutelicas e papel toalha Os lavatoacuteriospias devem estar sempre limpos e livres de

objetos que possam dificultar o ato de lavar as matildeos

Seguindo recentes recomendaccedilotildees da OMS sobre a observacircncia da

higienizaccedilatildeo das matildeos novas abordagens tecircm demonstrado sua eficaacutecia O Desafio

Global para a Seguranccedila do Paciente 2005ndash2006 como mencionado estaacute

concentrando parte de sua atenccedilatildeo na melhoria dos padrotildees e praacuteticas de

higienizaccedilatildeo das matildeos na assistecircncia a sauacutede ajudando a implantar intervenccedilotildees

bem sucedidas Como parte desta abordagem As Diretrizes da OMS sobre a HM

preparadas com a ajuda de mais de 100 especialistas internacionais estaacute na fase de

implantaccedilatildeo em diferentes partes do mundo Os locais-pilotos variam de hospitais

modernos com alta tecnologia em paiacuteses desenvolvidos a consultoacuterios remotos em

vilas com escassos recursos

Este desafio eacute uma realidade mundial ldquonenhum hospital nenhuma cliacutenica

nenhum sistema de assistecircncia agrave sauacutede nenhum consultoacuterio e nenhum posto de

sauacutede pode afirmar atualmente que a observacircncia das recomendaccedilotildees de

higienizaccedilatildeo das matildeos natildeo eacute um problemardquo (OMS 2010)

Assim a praacutetica da HM eacute a mais tradicional e importante praacutetica voltada para

a prevenccedilatildeo das infecccedilotildees nos estabelecimentos de assistecircncia agrave sauacutede O

Ministeacuterio da Sauacutede brasileiro reconhece a importacircncia desta medida por meio do

Anexo IV da Portaria 2616 de 12 de maio de 1998 o qual institui o Programa de

Controle de Infecccedilatildeo (BRASIL 1998) Acresce-se a Resoluccedilatildeo da Agecircncia Nacional

de Vigilacircncia Sanitaacuteria (RDC No 42) publicada em 25 de outubro de 2010 que dispotildee

sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo

alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos (BRASIL 2010)

Cabe acrescentar que essa resoluccedilatildeo segue as diretrizes da OMS e portanto

deve ser aplicada em todo o territoacuterio nacional Nesse sentido uma legislaccedilatildeo

recente obriga a disponibilizar aacutelcool gel todos os pontos de assistecircncia e tratamento

dos serviccedilos de sauacutede do Paiacutes as salas de triagem de pronto atendimento

unidades de urgecircncia e emergecircncia ambulatoacuterios unidades de internaccedilatildeo unidades

de terapia intensiva cliacutenicas e consultoacuterios de serviccedilos de sauacutede os serviccedilos de

atendimento moacutevel e locais em que satildeo realizados quaisquer procedimentos

invasivos (BRASIL 2010)

Segundo as recomendaccedilotildees os dispensadores contendo aacutelcool gel devem ser

disponibilizados segundo a ANVISA agrave beira do leito do paciente de forma que os

Introduccedilatildeo | 26

profissionais de sauacutede natildeo necessitem deixar o local de assistecircncia e tratamento

para higienizar as matildeos e em lugar visiacutevel e de faacutecil acesso

Diretrizes para a HM foram publicadas pela primeira vez pelo Centers for

Disease Control and Prevention (CDC) em 1981 e atualizadas pela Associaccedilatildeo de

Profissionais em Controle de Infecccedilatildeo e Epidemiologia Aplicada em 1988 e 1995

(LARSON 1988 1995) As inovaccedilotildees constantes acarretam alteraccedilotildees nos

protocolos de HM Haacute de se considerar o amplo arsenal de produtos germicidas

disponiacuteveis no mercado Entre os vaacuterios produtos disponiacuteveis (sabonetes

esfoliantes foacutermulas antibacterianas) e preparaccedilatildeo alcoolica tem a accedilatildeo mais

raacutepida bactericida e quando combinado com outros ingredientes pode ter

sustentado a atividade sobre a pele

A adesatildeo ao uso de gel agrave base de aacutelcool tem sido atribuiacuteda a fatores praacuteticos

como a disponibilidade imediata e colocaccedilatildeo de dispensadores de produto ou

recipientes eo tempo miacutenimo exigido para uso (VOSS WIDMER 1997)

Doebelling et al (1992) demonstraram que a melhoria nas praacuteticas de HM por

profissionais de sauacutede eacute significativamente relacionados com a reduccedilatildeo nas taxas de

infecccedilatildeo nosocomial Infelizmente a conformidade com a lavagem das matildeos eacute ainda

muito baixa na maioria das instituiccedilotildees (KARABEY 2002 VOSS WIDMER 1997)

O risco de irritar as matildeos distacircncia de instalaccedilotildees sanitaacuterias e uma falta de tempo

satildeo as razotildees geralmente apresentadas para explicar a fraca adesatildeo (VOSS

WIDMER 1997 MCCORMICK et al2000 )

Pittet (2001) observaram que a adesatildeo global de HM foi abaixo de 50

Recentemente a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel para as matildeos tem sido eficaz em

aumentar o cumprimento de HM especialmente em unidades de terapia intensiva

(BISCHOFF et al 2000 MAURY et al 2000)

Haacute poucos estudos sobre a lavagem das matildeos na Ameacuterica Latina Nogueras

et al (2001) evidenciaram significativa diferenccedila entre o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia (UFC) nas matildeos dos trabalhadores da sauacutede antes e apoacutes o

exame fiacutesico dos pacientes Eles tambeacutem identificaram potenciais agentes como

Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente agrave meticilina (MRSA)

Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis

Banfield e Keer (2005) realizaram uma revisatildeo da literatura com o objetivo de

determinar se haacute relaccedilatildeo epidemioloacutegica da contaminaccedilatildeo das matildeos dos pacientes

e a ocorrecircncia de infecccedilotildees ainda representa potencial ligaccedilatildeo na cadeia de

Introduccedilatildeo | 27

infecccedilatildeo Seguindo a temaacutetica de HM Akyol (2007) objetivou identificar as praacuteticas e

opiniotildees decorrentes deste tema na prestaccedilatildeo de cuidados agrave sauacutede Para isso

contou com a participaccedilatildeo de 129 enfermeiros que responderam um questionaacuterio

onde observou baixo niacutevel de conhecimento sobre o procedimento Verificou-se que

as inadequadas condiccedilotildees de trabalho (falta de materiais e insumos) facilitaram a

natildeo adesatildeo agrave praacutetica Conclui que para melhorar os iacutendices de adesatildeo aspectos

adicionais satildeo necessaacuterios como melhores condiccedilotildees fiacutesicas treinamentos

programas educativos e motivacionais

Tousman et al (2007) determinaram se um programa de HM era eficaz na

modificaccedilatildeo comportamental de alunos de uma escola puacuteblica nos EUA com o uso

de atividades interativas Os pesquisadores atuaram durante quatro semanas

consecutivas e identificaram uma diferenccedila estatisticamente significativa de 34 de

diminuiccedilatildeo da taxa de absenteiacutesmo na praacutetica de HM para o grupo de intervenccedilatildeo o

qual trabalhou com o uso de placas de agar antes e apoacutes a realizaccedilatildeo de tal praacutetica

Os resultados indicaram que a aprendizagem centrada num modelo mais dinacircmico

pode melhorar o comportamento frente agrave praacutetica

Na anaacutelise das percepccedilotildees dos alunos de enfermagem frente agrave HM Barret e

Randle (2008) investigaram os fatores que afetam a percepccedilatildeo da teacutecnica efetuada

As barreiras identificadas na HM incluiacuteram tempo e ocupaccedilatildeo procedimento cliacutenico

condiccedilatildeo da pele falta de conhecimento e uso de luvas Os resultados mostraram a

importacircncia de ldquomodelosrdquo para moldar o conhecimento frente agrave HM

Kagan et al (2009) analisaram a relaccedilatildeo entre o conhecimento e o

comportamento dos enfermeiros frente agrave HM Tratou-se de um estudo transversal

num centro meacutedico regional de Israel Os dados foram coletados por meio de um

questionaacuterio estruturado Os resultados indicam baixo niacutevel de conhecimento

evidenciando que outros estudos satildeo necessaacuterios para a compreensatildeo de quais

forccedilas atuam no comportamento dos profissionais indicando a necessidade de

integrar uma abordagem psicoeducacional

Ainda a OMS destaca que minimizar a vulnerabilidade ou as ameaccedilas na

promoccedilatildeo e seguranccedila da sauacutede exige uma accedilatildeo coletiva e uma modificaccedilatildeo

comportamental Isso foi reforccedilado a partir da revisatildeo do Regulamento Sanitaacuterio

Internacional (OMS 2008) Essas observaccedilotildees representam ferramentas

fundamentais para direcionar o processo de intervenccedilatildeo na busca da melhor praacutetica

com alta resolutividade

Introduccedilatildeo | 28

Frente agrave importacircncia e a complexidade da temaacutetica seguem alguns

questionamentos que suscita a realizaccedilatildeo de pesquisas

Como os profissionais de sauacutede vecircem os fatores externos sobre as funccedilotildees auto-

reguladoras da autoeficaacutecia para HM Especificamente como os aspectos

organizacionais contribuem na promoccedilatildeo da HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Quais estrateacutegias os profissionais de sauacutede tem utilizado na atualizaccedilatildeo do

conhecimento e as mesmas diferem entre as categorias faixas etaacuterias aacuterea de

atuaccedilatildeo tempo de experiecircncia entre outras variaacuteveis

Quais queixas e sugestotildees tecircm-se entre os profissionais de sauacutede acerca da HM

com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Estas e outras duacutevidas estatildeo nos estimulando a busca de respostas A

perspectiva de novas descobertas e trabalhos cientiacuteficos direcionados agrave realidade de

cada serviccedilo com colaboraccedilatildeo entre equipes multiprofissionais pode levar a

mudanccedilas no perfil de higienizaccedilatildeo das matildeos e consequentemente na transmissatildeo

microbiana da infecccedilatildeo cruzada

Objetivos | 29

2 OBJETIVOS

21 Geral

Analisar aspectos associados agrave infra-estrutura para o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica

na HM dos profissionais de sauacutede com a finalidade de identificar as dificuldades

eou facilidades considerando a importacircncia dos fatores externos sobre as

funccedilotildees auto-reguladoras da autoeficaacutecia segundo referencial teoacuterico de A

Bandura

22 Especiacuteficos

Caracterizar os profissionais de sauacutede segundo dados pessoais formaccedilatildeo

acadecircmica atualizaccedilatildeo do conhecimento e participaccedilatildeo em treinamento de HM

Descrever as principais queixas quantificar a satisfaccedilatildeo ao uso do aacutelcool gel

bem como determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem

de prioridade na oacutetica dos profissionais de sauacutede

Determinar entre os profissionais de sauacutede quem mais se responsabiliza em

fornecer informaccedilotildees ao paciente quanto agrave importacircncia da HM com preparaccedilatildeo

alcooacutelica

Investigar as inter-relaccedilotildees pessoais profissionais e institucionais para com a

praacutetica de HM com soluccedilatildeo alcooacutelica

Material e Meacutetodo | 30

3 MATERIAL E MEacuteTODO

31 Delineamento metodoloacutegico

Trata-se de um estudo seccional considerando que as mediccedilotildees foram feitas

em um uacutenico momento natildeo havendo portanto seguimento dos participantes (JEKEL

et al 2002)

32 Local e populaccedilatildeo

Considerando que o objetivo do estudo foi mapear a situaccedilatildeo do uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas HM segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede optou-se

por dois locais de assistecircncia distintos ou seja as unidades de internaccedilatildeo ciruacutergica

do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da

Universidade de Satildeo Paulo e a Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede (Centro de Sauacutede

Escola da FMRP-USP) Assim a populaccedilatildeo correspondeu a todos os profissionais

de sauacutede que prestavam assistecircncia direta aos pacientes nas respectivas

instituiccedilotildees

321 Criteacuterios de inclusatildeo dos participantes

Realizar atividades de assistecircncia direta ao paciente nas referidas unidades

Estar em exerciacutecio de suas funccedilotildees no periacuteodo da coleta de dados ou seja

aqueles trabalhadores no gozo de licenccedilas feacuterias ou afastados natildeo participaram da

pesquisa uma vez que a mesma fora realizada no local de trabalho

Nesse sentido a populaccedilatildeo foi constituiacuteda pelos profissionais de sauacutede que

aceitaram espontaneamente a responder o questionaacuterio e participar do estudo no

periacuteodo estabelecido para coleta oficial dos dados Cabe explicar que excluiacuteram os

Material e Meacutetodo | 31

profissionais que desenvolviam atividades administrativas ou de gestatildeo bem como

natildeo houve perdas por erros de preenchimento dos questionaacuterios nem recusa a

participar do estudo

322 Variaacuteveis do estudo

Perfil dos participantes sexo idade categoria profissional anos formaccedilatildeo

local e turno de trabalho nuacutemero de viacutenculo anos de experiecircncia atualizaccedilatildeo do

conhecimento e treinamento

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica

Infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas accedilotildees para a promoccedilatildeo

33 Fase Conceitual

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica (BRASIL 2010 OMS 2010)

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica uma preparaccedilatildeo contendo aacutelcool (nas formas de soluccedilatildeo

gel ou espuma) destinadas agrave fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos para destruir os

microrganismos

- Fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica aplicaccedilatildeo de

preparaccedilatildeo alcooacutelica nas matildeos para reduzir a carga de microrganismos

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob a forma liacutequida

preparaccedilatildeo contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final entre 60 a 80 destinadas agrave

aplicaccedilatildeo nas matildeos para reduzir o nuacutemero de microrganismos Recomenda-se

que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o ressecamento da pele

- Preparaccedilatildeo alcooacutelica para higienizaccedilatildeo das matildeos sob as formas gel espuma e

outras preparaccedilotildees contendo aacutelcool na concentraccedilatildeo final miacutenima de 70 com

Material e Meacutetodo | 32

atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratoacuterio in vitro (teste de

suspensatildeo) ou in vivo destinados a reduzir o nuacutemero de microrganismos

Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulaccedilatildeo para evitar o

ressecamento da pele

Ponto de assistecircnciatratamento (Local de higienizaccedilatildeo) refere-se ao local

onde ocorrem trecircs elementos o paciente o profissional de sauacutede e a assistecircncia ou

tratamento envolvendo o contato com o paciente O conceito refere-se a

preparaccedilotildees alcooacutelicas para a higienizaccedilatildeo das matildeos que devem estar facilmente

acessiacutevel para a equipe por estar o mais proacuteximo possiacutevel ao alcance das matildeos (se

os recursos permitirem) Os produtos do ponto de assistecircncia devem estar

acessiacuteveis sem haver a necessidade de deixar o local de assistecircnciatratamento

Isso permite que a equipe cumpra de forma raacutepida e faacutecil os cinco momentos para

a higienizaccedilatildeo das matildeos descritos no Guia de Implantaccedilatildeo (ANEXO A)

Normalmente o ponto de assistecircncia eacute atingido por meio de preparaccedilotildees alcooacutelicas

para a higienizaccedilatildeo das matildeos portadas pela equipe (frascos de bolso) ou

preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas proacuteximas ao leito ou agrave cabeceira do paciente (ou

perto da aacuterea) As preparaccedilotildees alcooacutelicas afixadas a carrinhos ou colocadas em uma

bandeja de curativo ou medicamentos que eacute levada para o local da atividade

tambeacutem preenchem os requisitos (ANVISA 2010)

Serviccedilos de Sauacutede qualquer estabelecimento destinado ao

desenvolvimento de accedilotildees relacionadas agrave promoccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e

recuperaccedilatildeo da sauacutede qualquer que seja o seu niacutevel de complexidade em regime

de internaccedilatildeo ou natildeo incluindo a atenccedilatildeo realizada em consultoacuterios e domiciacutelios

(BRASIL 2010)

Praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia aacute

sauacutede (IRAS) conjunto de operaccedilotildees e teacutecnicas padronizadas que proporcionam

assistecircncia agrave sauacutede isenta de risco bioloacutegico garantindo a finalidade terapecircutica eou

diagnoacutestica com seguranccedila eficaacutecia e qualidade Nos estabelecimentos de

assistecircncia agrave sauacutede estas accedilotildees satildeo projetadas para prevenir e controlar a

disseminaccedilatildeo de microrganismos o que inclui aleacutem da HM o manuseio adequado

de insumos e equipamentos o uso de Equipamento de Proteccedilatildeo Individual (EPI) e a

Material e Meacutetodo | 33

execuccedilatildeo dos procedimentos embasados no conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e na

habilidade entre outros atributos (BRASIL 2009)

34 Referencial Teoacuterico Auto-eficaacutecia de Albert Bandura na perspectiva da HM

Pesquisador e teoacuterico na aacuterea da psicologia Albert Bandura enfatiza que as

accedilotildees e o comportamento humano satildeo determinadas pelas caracteriacutesticas pessoais

e fatores ambientais De acordo com o teoacuterico a auto-eficaacutecia refere-se agrave avaliaccedilatildeo

que um indiviacuteduo faz de sua habilidade de realizar uma tarefa dentro de certo

domiacutenio A teoria da auto-eficaacutecia prevecirc que o niacutevel de confianccedila do indiviacuteduo em

suas habilidades eacute um forte motivador e regulador de seus comportamentos

Defende que o indiviacuteduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa

faz maior esforccedilo para realizaacute-la tem maior motivaccedilatildeo para concluiacute-la e persevera

mais tempo na sua realizaccedilatildeo que o indiviacuteduo com baixa auto-eficaacutecia (BANDURA

1977 1981 1997 2008)

Ainda propotildee tambeacutem que existam pelo menos quatro fontes possiacuteveis para

a auto-eficaacutecia A fonte mais importante seria o proacuteprio desempenho da pessoa nas

tarefas em um determinado domiacutenio Por exemplo um profissional que

frequumlentemente tem bom desempenho nas praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da

infecccedilatildeo em sua auto-avaliaccedilatildeo provavelmente teraacute uma auto-eficaacutecia elevada

neste domiacutenio A auto-eficaacutecia tambeacutem pode ser influenciada pela observaccedilatildeo do

desempenho de outras pessoas que nos leva a concluir que fariacuteamos melhor ou pior

do que os outros fazem A outra fonte eacute a persuasatildeo verbal que pode ou natildeo

convencer sobre capacidade de realizar algo Finalmente a percepccedilatildeo de nossos

estados fisioloacutegicos tambeacutem pode afetar nossa auto-eficaacutecia pois se nos sentimos

ansiosos amedrontados frente a certas tarefas podemos inferir que nos sentimos

assim porque natildeo somos capazes de realizaacute-las Na perspectiva social cognitiva de

Bandura a expectativa de auto-eficaacutecia eacute o mecanismo central das accedilotildees humanas

realizadas intencionalmente (BANDURA 2008)

Assim a expectativa de auto-eficaacutecia influencia processos cognitivos que

levam ao desenvolvimento de regras para predizer e influenciar eventos estabelecer

as metas as estrateacutegias antecipar possibilidades de sucesso e afetar processos

Material e Meacutetodo | 34

cognitivos que determinam a eficiecircncia na soluccedilatildeo de problemas Em siacutentese os

processos cognitivos satildeo o primeiro tipo de mediadores da expectativa de auto-

eficaacutecia no desempenho de um padratildeo de comportamento

O segundo processo mediador da expectativa de auto-eficaacutecia eacute a seleccedilatildeo de

atividades e ambientes Na tentativa de desempenhar com sucesso um padratildeo de

comportamento os indiviacuteduos tendem a evitar situaccedilotildees que excedam suas

habilidades e procuram participar de atividades e de ambientes em que acreditam

poder desempenhar com sucesso o comportamento de interesse Ao afetar a

seleccedilatildeo de atividades e de ambientes a expectativa de auto-eficaacutecia influencia o

desempenho pessoal

Os processos afetivos satildeo o terceiro tipo de mediadores da expectativa de

auto-eficaacutecia A crenccedila na auto-eficaacutecia determina o tipo e a intensidade de reaccedilotildees

afetivas a eventos vitais podendo assim influenciar cogniccedilotildees e accedilotildees (BANDURA

1997) Por exemplo estudos sugerem que a baixa auto-eficaacutecia para prevenir

situaccedilotildees estressantes tende a produzir ansiedade ou agitaccedilatildeo (MADDUX LEWIS

1995) a baixa auto-eficaacutecia para desempenhar comportamentos considerados

essenciais ao alcance de metas tende a levar agrave depressatildeo e a desmotivaccedilatildeo

(MADDUX MEIER 1995) E os processos motivacionais que determinam a

intenccedilatildeo de desempenhar o comportamento proposto o esforccedilo e a persistecircncia no

enfrentamento de dificuldades constituem o quarto tipo de mediador da expectativa

de auto-eficaacutecia na regulaccedilatildeo do desempenho

A convicccedilatildeo de eficaacutecia pessoal para desempenhar um comportamento

resulta de processos cognitivos provenientes de quatro fontes experiecircncias de

domiacutenio pessoal do desempenho (conhecimento) experiecircncias por meio de modelos

sociais persuasatildeo social e estados emocionais e fisioloacutegicos (BANDURA 1997)

A experiecircncia de ter domiacutenio sobre o desempenho proposto eacute entendida como

a percepccedilatildeo de ter obtido sucesso nesse desempenho por ser capaz de perseverar

na criaccedilatildeo e na execuccedilatildeo das accedilotildees necessaacuterias para superar os obstaacuteculos do

desempenho Essa percepccedilatildeo de sucesso por superar obstaacuteculos pelo esforccedilo

pessoal perseverante tem sido considerada a mais efetiva das fontes de informaccedilatildeo

para o desenvolvimento de um forte senso de eficaacutecia Por outro lado a percepccedilatildeo

de ter fracassado tende a prejudicar a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se

esta ainda natildeo estiver fortemente desenvolvida (BANDURA 2008)

Material e Meacutetodo | 35

As experiecircncias por observaccedilatildeo de modelos sociais desenvolvem e

modificam a convicccedilatildeo de auto-eficaacutecia principalmente se o indiviacuteduo se considerar

em condiccedilotildees semelhantes agrave dos modelos Ao observar o desempenho de outros o

sujeito julga suas proacuteprias competecircncias Sua auto-eficaacutecia tende a aumentar se

concluir que por esforccedilo proacuteprio pessoas em situaccedilotildees semelhantes agrave sua tiveram

sucesso no desempenho proposto A observaccedilatildeo de modelos de sucesso tambeacutem

aumenta a auto-eficaacutecia porque provecirc conhecimentos habilidades e estrateacutegias

potencialmente uacuteteis para melhorar o desempenho pessoal Outro aspecto se

reporta a ineficiecircncia da convicccedilatildeo de que a capacidade de ter sucesso no

desempenho proposto tende a diminuir pela observaccedilatildeo de modelos sociais que

fracassam em situaccedilotildees semelhantes agrave sua (BANDURA 1997)

A persuasatildeo social eacute exercida por meio de avaliaccedilotildees recebidas de outros

sobre a capacidade pessoal para o desempenho de uma atividade Pessoas

persuadidas de que satildeo capazes de desempenhar com sucesso a atividade

proposta tendem a ter maior auto-eficaacutecia e a mobilizar esforccedilo maior e mais

sustentado Avaliaccedilotildees negativas tendem a prejudicar a auto-eficaacutecia do sujeito

principalmente se um forte senso de auto-eficaacutecia natildeo foi previamente desenvolvido

(BANDURA 1997) Os estados emocionais e os fisioloacutegicos podem afetar o

julgamento sobre a capacidade pessoal Stress tensatildeo e estados de humor

depressivo podem ser interpretados como indicadores de vulnerabilidade cansaccedilo e

fadiga podem ser percebidos como sinais de debilidade fiacutesica (BANDURA 1997)

A expectativa de auto-eficaacutecia varia em trecircs dimensotildees magnitude forccedila e

generalizaccedilatildeo (BANDURA 1997) A magnitude refere-se aos niacuteveis de dificuldade

ou de ameaccedila que a pessoa acredita ser capaz de superar para desempenhar com

sucesso o comportamento proposto No caso de um profissional que estaacute tentando

seguir o protocolo de HM eacute possiacutevel que seja mais difiacutecil seguir esse protocolo

quando estiver sentindo efeitos adversos do tipo de antisseacuteptico utilizado

A forccedila refere-se ao grau de determinaccedilatildeo do indiviacuteduo para desempenhar o

comportamento proposto Nesse sentido espera-se que alguns indiviacuteduos tenham

certeza de que seratildeo capazes de realizar a HM quando estiverem sentindo efeitos

adversos do produto usado ou em situaccedilotildees natildeo favoraacuteveis

A generalizaccedilatildeo refere-se agrave transferecircncia de auto-eficaacutecia entre habilidades e

ambientes Assim a auto-eficaacutecia em uma situaccedilatildeo afeta a auto-eficaacutecia em outras

situaccedilotildees inclusive naquelas ainda natildeo vividas pelo sujeito Por exemplo eacute possiacutevel

Material e Meacutetodo | 36

que o niacutevel de auto-eficaacutecia para seguir o protocolo em situaccedilotildees fora da rotina ou

no atendimento domiciliar afete a auto-eficaacutecia para esse comportamento quando

mesmo que esta situaccedilatildeo ainda natildeo tenha ocorrido

Ainda esclarece que a expectativa de auto-eficaacutecia natildeo pode ser medida

diretamente sendo idealmente medida por um conjunto de variaacuteveis observaacuteveis

relacionadas a ela isto eacute os itens de um instrumento O instrumento de avaliaccedilatildeo

deve incluir impedimentos de diferentes magnitudes para adotar e manter o

comportamento proposto no contexto social onde seraacute aplicado

341 A influecircncia reciacuteproca de fatores externos sobre funccedilotildees auto-

reguladoras

A teoria da aprendizagem social natildeo considera as influecircncias autoproduzidas

como reguladores autocircnomos do comportamento mas como influecircncias que

contribuem para um sistema de interaccedilatildeo reciacuteproca A variedade de fatores externos

serve como influecircncia reciacuteproca na operaccedilatildeo do sistema do self Eles podem afetar

os processos de auto-regulaccedilatildeo de pelo menos trecircs modos principais estatildeo

envolvidos no desenvolvimento das funccedilotildees que compotildeem os sistemas de auto-

regulaccedilatildeo proporcionam amparo parcial para a adesatildeo a contingecircncias

autoprescritas e facilitam a ativaccedilatildeo e desativaccedilatildeo seletivas de contingecircncias

internas que governam a conduta

O desenvolvimento de funccedilotildees auto-reguladoras

O desenvolvimento de capacidades de auto-reaccedilatildeo exige a adoccedilatildeo de

padrotildees contra os quais o comportamento possa ser avaliado Esses criteacuterios

internos natildeo ocorrem no vaacutecuo Os padrotildees comportamentais satildeo estabelecidos por

preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham diferentes desempenhos

e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados por outras pessoas

(BANDURA 1976 1977b) As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de

comportamento passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas

extraem padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo

exemplificadas e ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos

em diferentes atividades e diferentes cenaacuterios (BANDURA 1976) Portanto as

Material e Meacutetodo | 37

pessoas devem processar as informaccedilotildees divergentes e chegar a padrotildees pessoais

contra os quais possam avaliar o seu comportamento

35 Instrumento de coleta dos dados

Para coleta dos dados foi elaborado um questionaacuterio subsidiado na

experiecircncia do pesquisador no ldquoHandwashing Assessment Inventory OacuteBoyle CA

Henly SJ Duckett LJrdquo (ANEXO B) na literatura sobre fricccedilatildeo das matildeos com

preparaccedilatildeo alcooacutelica nos protocolos estabelecidos pelos oacutergatildeos oficiais nacional e

internacional (ANVISAOMS) bem como nos princiacutepios teoacutericos de A Bandura

A versatildeo preliminar do instrumento foi submetida agrave validaccedilatildeo de conteuacutedo

com cinco profissionais atuantes em Comissatildeo de Controle de infecccedilatildeo As

sugestotildees foram plenamente acolhidas Assim a versatildeo final do instrumento consta

de duas partes sendo a primeira sobre o perfil dos participantes (aspectos pessoais

e profissionais) e a segunda envolveu a infra-estrutura satisfaccedilatildeo queixas acerca

da fricccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica Trata-se de um instrumento

estruturado com questotildees fechadas (APENDICE A)

36 Procedimento de coleta dos dados

A aplicaccedilatildeo do questionaacuterio foi realizada nos referidos locais por meio de

entrevistas individuais Os pesquisadores responsaacuteveis pela coleta estavam

devidamente treinados O periacuteodo de coleta ocorreu de outubro a dezembro de

2011 nos plantotildees manhatilde tarde e noite Primeiramente iniciava-se o contato com o

enfermeiro do plantatildeo a fim de solicitar anuecircncia Os profissionais eram contatados e

convidados a participar por meio do termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE) Diante da aceitaccedilatildeo era solicitado agrave assinatura do TCLE bem como o auto-

preenchimento do questionaacuterio Acresce-se que os pesquisadores esclareciam os

profissionais quanto aos objetivos da pesquisa e agrave manutenccedilatildeo do anonimato das

informaccedilotildees recebidas

Material e Meacutetodo | 38

37 Anaacutelise dos dados

Utilizou-se na elaboraccedilatildeo do banco de dados o Microsoft Excel mediante

dupla entrada ou digitaccedilatildeo Anaacutelise descritiva foi feita por meio de frequumlecircncia

absoluta e relativa meacutedia desvio padratildeo e mediana Utilizou-se o programa SPSS

(Statistical Package of Social Science 170) O teste t student variaacuteveis qualitativas

dicotocircmicas e o teste de Wilcoxon para as variaacuteveis ordinais considerando em

ambos os casos um niacutevel de significacircncia de α = 005 Eacute importante salientar que os

valores de p devem ser interpretados na hipoacutetese em que a casuiacutestica constitui uma

amostra aleatoacuteria simples de uma populaccedilatildeo com caracteriacutesticas similares

38 Aspectos eacuteticos

O estudo teve aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres

humanos do HCFMRP-USP (ANEXO C) e Unidade Baacutesica de Sauacutede (ANEXO D)

Resultados | 39

4 RESULTADOS

A exposiccedilatildeo dos resultados visando atender ao propoacutesito de avaliar a

acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM na oacutetica dos profissionais de sauacutede

seraacute na descrita sequumlecircncia dos objetivos propostos a saber

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

43 Treinamento em HM (HM)

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Assim segue-se

41 Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos entrevistados

A tabela 1 apresenta a caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos 318

participantes do estudo segundo gecircnero faixa etaacuteria categoria profissional tempo

de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo e turno de trabalho

Resultados | 40

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo pessoal e profissional dos participantes do estudo Ribeiratildeo Preto 2011

Variaacuteveis n ()

Sexo

Masculino 72 (226)

Feminino 246 (774)

Idade

18 a 25 anos 61 (192)

26 a 35 anos 127 (399)

36 a 45 anos 64 (201)

46 a 60 anos ou mais 66 (208)

Profissional

Auxiliar de enfermagem 118 (371)

Teacutecnico de enfermagem 34 (107)

Enfermeiro 99 (311)

Meacutedico 55 (172)

Odontoacutelogo 08 (26)

Fisioterapeuta 04 (13)

Tempo de formaccedilatildeo

Menos de 2 anos 55 (173)

3 a 10 anos 132 (415)

11 a 20 anos 63 (198)

21 a 26 anos ou mais 68 (214)

Tempo de atuaccedilatildeo

Menos de 2 anos 51 (16)

3 a 10 anos 124 (39)

11 a 20 anos 62 (195)

20 a 26 anos ou mais 81(255)

Turno de trabalho

Manhatilde 60 (189)

Tarde 33 (104)

Vespertino 09 (27)

Noturno 18 (57)

Rodiacutezio (manhatilde e tarde) 198 (623)

Resultados | 41

42 Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos participantes do estudo

As Tabelas de 2 a 12 descrevem os recursos utilizados para atualizaccedilatildeo do

conhecimento segundo a opiniatildeo dos participantes

Tabela 2 - Estrateacutegias para atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Atualizaccedilatildeo n()

Jornais e Revistas

Sim 93 (292)

Natildeo 225 (708)

Pesquisa informatizada

Nunca 09 (28)

Agraves vezes 142 (447)

Sempre 167 (525)

Grupos e pesquisa

Sim 126 (396)

Natildeo 192 (604)

CursoCongressoSimpoacutesio

Sim 246 (774)

Natildeo 72 (226)

Treinamento HM

Uacuteltimos 6 meses 138 (434)

Ultimo ano 69 (217)

Uacuteltimos 2 anos 57 (179)

Natildeo recebeu uacuteltimos 2 anos 54 (17)

Realizado pela instituiccedilatildeo

Sim 193 (607)

Natildeo 125 (393)

No geral a participaccedilatildeo em eventos cientiacuteficos se destacou (774) entre os

entrevistados seguidos de 165(525) da pesquisa informatizada para atualizaccedilatildeo

do conhecimento Com relaccedilatildeo a treinamento observou-se que 138 (434)

receberam nos uacuteltimos seis meses sendo 607 oferecido pela instituiccedilatildeo de origem

Resultados | 42

Tabela 3 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 64 (255) 184 (745) 251 (100)

Meacutedico 21 (382) 34 (618) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (750) 03 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 01(250) 03 (750) 04 (100)

Apenas 255 dos profissionais de enfermagem e 382 dos meacutedicos

referiram consultas em jornais e revistas relacionados agrave aacuterea da sauacutede

Tabela 4 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de jornais e revistas Ribeiratildeo Preto 2011

Jornal ou revista

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 22 (186) 96 (814) 118 (100)

TE 08 (235) 26 (765) 34 (100)

E 34 (343) 65 (657) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

A maioria dos auxiliares de enfermagem (814) demonstra natildeo utilizar este

conteuacutedo para atualizaccedilatildeo do conhecimento

Tabela 5 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de sauacutede por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

Categoria Profissional Nunca Agraves vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 09 (36) 127 (506) 115(458) 251 (100)

Meacutedico 0 13 (237) 42 (763) 55 (100)

Odontoacutelogo 0 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 0 0 04 (100) 04 (100)

Resultados | 43

A categoria profissional que mais se destacou referindo que sempre realiza

pesquisa informatizada foram os meacutedicos 763

Tabela 6 - Atualizaccedilatildeo do conhecimento dos profissionais de enfermagem por meio de pesquisa informatizada Ribeiratildeo Preto 2011

Pesquisa informatizada

PE Nunca Aacutes Vezes Sempre Total

n () n () n () n ()

AE 07 (59) 79 (669) 32 (271) 118 (100)

TE 02 (59) 17 (500) 15 (441) 34 (100)

E 0 31 (313) 68 (687) 99 (100)

Total 09 (36) 127 (506) 115 (458) 251 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Quanto agrave atualizaccedilatildeo do conhecimento relacionado agrave pesquisa informatizada

458 dos profissionais de enfermagem referiram sempre realizar este tipo de

consulta em contra partida 506 destes profissionais reconheceram que agraves vezes

as realizam

Tabela 7- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

Categoria Profissional

Sim Natildeo Total n () n () n ()

Enfermagem 94 (375) 157 (626) 251(100)

Meacutedico 24 (436) 31 (564) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 06 (750) 08 (100)

Fisioterapeuta 03 (750) 01 (250) 04 (100)

Observa-se menor participaccedilatildeo do fisioterapeuta (25) em grupos de estudo

ou pesquisa

Resultados | 44

Tabela 8 - Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em grupo de estudo ou pesquisa Ribeiratildeo Preto 2011

Grupos de estudo ou pesquisa

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 25 (212) 93 (788) 118 (100)

TE 05 (147) 29 (853) 34 (100)

E 64 (646) 35 (354) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Embora o enfermeiro tenha se destacado como a categoria que mais se

envolve com grupos de estudo e pesquisa (646) seria desejaacutevel que essa

participaccedilatildeo envolvesse na sua totalidade todos os integrantes da equipe de

enfermagem Sem duacutevida essa participaccedilatildeo representa um dos caminhos para

refletir solucionar os problemas vivenciados na praacutetica assim como socializar o

conhecimento produzido

Tabela 9 ndash Participaccedilatildeo dos profissionais da sauacutede em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

Categoria Profissional Sim Natildeo Total

n () n () n ()

Enfermagem 186 (741) 65 (259) 251 (100)

Meacutedico 50 (909) 05 (91) 55 (100)

Odontoacutelogo 06 (750) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 04 (100) 0 04 (100)

Observa-se participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios em 909 dos

profissionais meacutedicos

Resultados | 45

Tabela 10- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em cursos congressos e simpoacutesios Ribeiratildeo Preto 2011

Cursos congressos ou simpoacutesios

PE Sim Natildeo Total

n () n () n ()

AE 81 (686) 37 (314) 118 (100)

TE 18 (529) 16 (471) 34 (100)

E 87 (879) 12 (121) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E=

Enfermeiro

A participaccedilatildeo do enfermeiro (879) em cursos congressos e simpoacutesios

estaacute em destaque Cabe destacar a participaccedilatildeo dos auxiliares de enfermagem

(686) por representarem 371 da populaccedilatildeo em estudo

Tabela 11- Participaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede em treinamento para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Categoria

Profissional 6 meses Ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

Enfermagem 125 (498) 55 (219) 41 (163) 30 (120) 251 (100)

Meacutedico 10 (182) 11 (200) 13 (236) 21 (382) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 02 (250) 02 (250) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (250) 01 (250) 01 (250) 04 (100)

Quanto agrave participaccedilatildeo em treinamento sobre HM 382 dos meacutedicos natildeo

recebeu treinamento nos uacuteltimos dois anos Adicionalmente os participantes

informaram que 244 (767) deste treinamento foram ministrados pela instituiccedilatildeo em

que atuam sendo que 74(233) negaram

Resultados | 46

Tabela 12- Participaccedilatildeo dos profissionais de enfermagem em treinamento paraHM Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento de HM nos uacuteltimos

PE 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu Total

n () n () n () n () n ()

AE 58 (492) 25 (212) 17 (144) 18 (152) 118(100)

TE 10 (294) 09 (265) 09 (265) 06 (176) 3 4(100)

E 57 (576) 21 (212) 15 (151) 06 (610) 9 9(100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Segundo resultados da tabela 12 apenas 294 dos teacutecnicos de enfermagem

receberam treinamento nos uacuteltimos seis meses

43 Treinamento de HM

Observa-se nas Tabelas 13 e 14 as respostas dos entrevistados acerca do

treinamento sobre HM das matildeos subsidiado nos cinco momentos preconizados pela

OMS

Tabela 13 - Treinamento dos profissionais de sauacutede em HM subsidiado nos cinco momentos preconizados pela OMS segundo o periacuteodo Ribeiratildeo Preto 2011

Treinamento HM nos uacuteltimos

Cinco

momentos HM 6 meses 1 ano 2 anos Natildeo recebeu

n () n () n () n ()

Sim 21 (152) 07 (101) 04 (70) 03 (59)

Natildeo 48 (348) 28 (405) 20 (351) 17 (333)

Desconheccedilo 69 (500) 34 (490) 33 (579) 31 (608)

Total 138 (100) 70 (100) 57 (100) 53 (100)

Resultados | 47

Observa-se na Tabela 13 que apenas 152 dos profissionais de sauacutede

foram treinados nos uacuteltimos seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Tabela 14 - Presenccedila ou natildeo dos cinco momentos preconizados pela OMS no treinamento de HM nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Cinco momentos para HM

Treinamento HM

uacuteltimos 2 anos Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Sim 32 (119) 101 (375) 136 (506) 269 (100)

Natildeo 03 (61) 15 (306) 31 (633) 49 (100)

Total 35 (110) 116 (365) 167 (525) 318 (100)

Considerando os cinco momentos para HM preconizados pela OMSANVISA

525 dos profissionais de sauacutede verbalizaram desconhecimento dessa diretriz

Nas tabelas 15 e 16 estatildeo apresentados os dados relacionados agrave categoria

profissional e o conhecimento acerca dos cinco momentos para HM

Tabela 15 - Conhecimento dos profissionais de sauacutede sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Abordagem cinco momentos HM

Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 29 (116) 92 (366) 130 (518) 251 (100)

Meacutedico 03 (54) 20 (364) 32 (582) 55 (100)

Odontoacutelogo 02 (250) 02 (250) 04 (500) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 01 (500) 01 (250) 04 (100)

Observa-se na Tabela 15 que 582 dos profissionais meacutedicos e 518 da

equipe de enfermagem desconhecem os cinco momentos para HM preconizado pela

OMS

Resultados | 48

Tabela 16 - Conhecimento sobre os cinco momentos para HM preconizados pela OMS segundo profissionais de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Abordagem cinco momentos HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 16 (136) 41 (347) 61 (517) 118 (100)

TE 05 (147) 17 (500) 12 (353) 34 (100)

E 08 (81) 34 (343) 57 (576) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Eacute alarmante o resultado verbalizado pelos profissionais de enfermagem sobre

o conhecimento dos cinco momentos que fornece a diretriz para HM Acresce-se que

o percentual de conhecimento nas categorias foi abaixo de 15

44 Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre a importacircncia da HM

Considerando a importacircncia da divulgaccedilatildeo da temaacutetica HM entre os pacientes

realizou-se o questionamento em pauta apresentados nas tabelas 17 e 18

Tabela 17- Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de profissionais da sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 95 (378) 150 (598) 06 (24) 251 (100)

Meacutedico 17 (309) 36 (654) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 03 (375) 04 (500) 01 (125) 08 (100)

Fisioterapeuta 01 (250) 02 (500) 01 (250) 04 (100)

Resultados | 49

Tabela 18 - Divulgaccedilatildeo ao paciente sobre HM nas diferentes categorias de enfermagem Ribeiratildeo Preto 2011

Divulgaccedilatildeo HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 51 (432) 66 (559) 01 (08) 118 (100)

TE 08 (235) 24 (706) 02 (59) 34 (100)

E 36 (364) 60 (606) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

O investimento em atividades educativas sobre HM aos pacientes tambeacutem foi

baixo e oscilou de 25 a 378 Em outras palavras 150 (598) dos profissionais de

sauacutede relataram natildeo divulgar ao paciente informaccedilotildees sobre as praacuteticas de HM

45 Descrever agraves condiccedilotildees de infra- estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo

alcooacutelica antisseacuteptica para HM

Os resultados da tabela 19 representam a auto-declaraccedilatildeo sobre a

disponibilidade e acessibilidade da preparaccedilatildeo alcoolica para HM

Resultados | 50

Tabela 19 - Respostas dos participantes as condiccedilotildees de infra- estrutura preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Infra-estrutura HM n ()

Disponibilidade de aacutelcool

Nunca 12 (38)

Raramente 18 (57)

Agraves vezes 43 (135)

Frequentemente 56 (176)

Sempre 189 (594)

Tipo de dispensadores

Individual 19 (60)

Coletivo 193 (607)

Ambos 102 (321)

Natildeo tem 04 (12)

Acessibilidade

Sim 271(852)

Natildeo 47 (148)

Reabastecimento

Sim 231 (726)

Natildeo 68 (214)

Desconheccedilo 19 (60)

Limpeza

Sim 167(525)

Natildeo 136(428)

Desconheccedilo 15(47)

Cartazes

Sim 133 (418)

Natildeo 185 (582)

Recomendaccedilotildees

Sim 156 (491)

Natildeo 120 (377)

Desconheccedilo 42 (132)

Segundo resultados da (Tabela 19) 594 mencionaram disponibilidade do

produto e 525 existecircncia de rotina de limpeza dos dispensadores

Resultados | 51

46 Evidenciar a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM

A presenccedila de accedilotildees para melhoria da HM promovidas pelas instituiccedilotildees

envolvidas no estudo estatildeo apresentadas nas tabelas 20 e 21

Tabela 20 - Respostas dos entrevistados quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

Categoria Profissional Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

Enfermagem 157 (625) 94 (359) 04 (16) 251 (100)

Meacutedico 29 (527) 24 (436) 02 (37) 55 (100)

Odontoacutelogo 04 (500) 04 (500) 0 08 (100)

Fisioterapeuta 02 (500) 02 (500) 0 04 (100)

Accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM natildeo foram observadas nas opiniotildees

dos odontoacutelogos e fisioterapeutas (50)

Tabela 21 - Respostas dos profissionais de enfermagem quanto agrave presenccedila ou natildeo de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM Ribeiratildeo Preto 2011

Accedilotildees para HM

PE Sim Natildeo Desconheccedilo Total

n () n () n () n ()

AE 76 (644) 04 (347) 01 (08) 118 (100)

TE 15 (441) 18 (529) 01 (29) 34 (100)

E 66 (667) 31 (313) 02 (20) 99 (100)

PE= Profissional de enfermagem AE= Auxiliar de enfermagem TE= Teacutecnico de enfermagem E= Enfermeiro

Os teacutecnicos de enfermagem evidenciaram desconhecer tais accedilotildees em 529

Resultados | 52

47 Satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM

As respostas dos profissionais de sauacutede quanta a satisfaccedilatildeo no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo apresentadas na Tabela 22

Tabela 22 - Respostas dos profissionais de sauacutede quanto agrave satisfaccedilatildeo ou natildeo ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Satisfaccedilatildeo PE Meacutedico Outros Total

n () n () n () n ()

Muito 35 (139) 05 (122) 03 (115) 43 (135)

Satisfeito 120 (478) 23 (561) 10 (385) 153(481)

Neutro 40 (159) 06 (146) 05 (192) 51 (160)

Parcial 43 (171) 05(122) 08(308) 56(167)

Insatisfeito 13 (53) 02 (49) 0 15 (48)

PE= Profissional de enfermagem

A satisfaccedilatildeo dos profissionais quanto agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica na HM oscilou

de 478 a 561 entre enfermeiros e meacutedicos respectivamente

48 Descrever as principais queixas dos profissionais de sauacutede no uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Os relatos quanto agraves queixas no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM estatildeo

apresentadas na Tabela 23

Resultados | 53

Tabela 23 - Principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Categoria Profissional

Queixas Enfermagem Meacutedico Outros

n () n() n () p

Ressecamento

Sim 125 (498) 24 (437) 04 (333) 0506

Natildeo 126 (502) 31 (563) 08 (667)

Viscosidade

Sim 61 (243) 13 (236) 04 (333) 0638

Natildeo 190 (757) 42 (764) 08 (667)

Odor

Sim 18 (72) 11 (200) 0 (0) 0044

Natildeo 233 (928) 44 (800) 12 (100)

Velocidade de secagem

Sim 33 (131) 08 (145) 01 (84) 0001

Natildeo 218 (869) 47(855) 11 (916)

Teacutecnica de aplicaccedilatildeo

Sim 04 (16) 0 0 (0) 0467

Natildeo 247 (984) 55 (100) 12 (100)

Textura

Sim 28 (112) 0 0 (0) 0930

Natildeo 223 (888) 55 (100) 12 (100)

Ausecircncia

Sim 25 (10) 13 (236) 02 (167) 0009

Natildeo 226 (90) 42 (764) 10 (833)

Tempo

Sim 03 (12) 0 0 0668

Natildeo 248 (988) 55 (100) 12 (100)

Sem queixas

Sim 55 (219) 11 (200) 4 (333) 0418

Natildeo 196 (781) 44 (800) 8 (667)

Outras queixas

Sim 03 (12) 01 (19) 0 0109

Natildeo 248 (988) 54 (981) 12 (100)

Test t student independente (plt005)

Resultados | 54

Outro aspecto analisado no estudo reporta as queixas dos participantes no uso

da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica para HM destacando o ressecamento como

principal queixa 498 seguido da viscosidade (243) velocidade de secagem

(131) textura (112) odor (72) teacutecnica de aplicaccedilatildeo (16) entre outras queixas

49 Determinar as medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM por ordem de

prioridade

Observa-se nas Tabelas 24 e 25 as principais medidas elencadas pelos

entrevistados por ordem de prioridade no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM (HM)

Tabela 24 - Distribuiccedilatildeo das prioridades na utilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM relatadas pelos profissionais de sauacutede Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Sim Natildeo

Valor p

Postura 374 374 00998

Vigilacircncia 374 417 0260

Treinamento 41 421 0788

Conhecimento 42 367 0135

Qualidade 445 388 0008

Cartazes 445 452 0847

Disponibilidade 533 538 0890

Legislaccedilatildeo 632 688 0114

Test t student independente (plt005)

De acordo com as prioridades apresentadas na Tabela 24 obtivemos maior

representatividade (meacutedia=374) a postura positiva das chefias Como jaacute

mencionado as prioridades variaram de 1 a 8 sendo a primeira indicaccedilatildeo

considerada maior prioridade e 8 a menor prioridade Nesse sentido quanto menor a

meacutedia maior atribuiccedilatildeo para a prioridade escolhida

Resultados | 55

Tabela 25 - Prioridades de accedilotildees para promover a adesatildeo a HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo opiniatildeo dos profissionais de sauacutede que receberam treinamento nos uacuteltimos dois anos Ribeiratildeo Preto 2011

Meacutedia

Treinamento HM uacuteltimos 2 anos

Prioridades Enfermagem Meacutedico Outros

Postura 362 392 448

Vigilacircncia 383 408 336

Treinamento 405 457 380

Conhecimento 417 389 408

Qualidade 439 416 432

Cartazes 437 432 528

Disponibilidade 547 514 464

Legislaccedilatildeo 639 657 633

Na Tabela 25 observaram-se diferenccedilas ao elencar as estrateacutegias para

promover a adesatildeo a HM por ordem de prioridade entre as categorias de

profissionais enfermagem referiu a postura positiva das chefias (media=362)

meacutedicos o conhecimento do profissional (media=389) outros profissionais referiram

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes (media= 336)

Discussatildeo | 56

5 DISCUSSAtildeO

O estudo em pauta permitiu analisar as repostas dos profissionais de sauacutede

quanto agraves facilidades e dificuldades na HM com ecircnfase no suporte institucional bem

como expressar queixas eou satisfaccedilatildeo Nesse sentido foi possiacutevel estabelecer o

perfil da situaccedilatildeo bem como elaborar hipoacuteteses que extrapolam a atenccedilatildeo para os

aspectos macro contextuais em termos de acessibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

para HM

Inicialmente com relaccedilatildeo agrave caracterizaccedilatildeo dos profissionais que atuam no

sistema de sauacutede merece destaque a categoria de enfermagem e portanto a

predominacircncia de mulheres Neste estudo a distribuiccedilatildeo dos integrantes da equipe

de enfermagem correspondeu a auxiliares de enfermagem (371) teacutecnico de

enfermagem (107) e enfermeiro (311)

De acordo com Conselho Regional de Enfermagem do Estado de Satildeo Paulo

(COREN-SP 2009) o nuacutemero de inscritos ateacute maio de 2009 segundo a categoria

profissional foi de 23612 (2075) enfermeiros 19884 (1747) teacutecnicos de

enfermagem e 70305 (6178) auxiliares totalizando 113801 profissionais na

cidade de Satildeo Paulo A diferenccedila na composiccedilatildeo da equipe de enfermagem no

cenaacuterio se comparada agraves proporccedilotildees do municiacutepio de Satildeo Paulo mostra o

investimento na qualificaccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem na instituiccedilatildeo em estudo

Historicamente a enfermagem no Brasil eacute exercida predominantemente por

trabalhadores do sexo feminino O fato de o cuidado ter sido sempre associado ao

trabalho das mulheres justifica historicamente a inserccedilatildeo deste gecircnero na profissatildeo

(SOUZA et al 2005) A enfermeira como grande parte das mulheres ao buscar o

trabalho fora de casa leva consigo como referecircncia identificadora a maternidade e

todos os signos que lhe designam o que eacute ser mulher tentando realizaacute-los a partir

do modelo tradicional que lhe foi ensinado A convivecircncia da necessidade de

trabalhar fora de casa e do desejo de cuidar dos filhos e da casa segundo os

moldes tradicionais traz para as mulheres contradiccedilotildees e conflitos (MOLIN 1998

PITTA 1991)

Assim os atos mais teacutecnicos e socialmente mais qualificados herdados da

praacutetica meacutedica satildeo realizados pelas enfermeiras responsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo e

supervisatildeo do trabalho dos teacutecnicos e dos auxiliares de enfermagem que por sua

Discussatildeo | 57

vez executam o trabalho menos qualificado dedicando mais tempo aos enfermos O

ambiente hospitalar per se apresenta aspectos muito especiacuteficos como a excessiva

carga de trabalho o contato direto com situaccedilotildees limite o elevado niacutevel de tensatildeo e

os altos riscos para si e para os outros A necessidade de funcionamento diuturno

que implica na existecircncia de regime de turnos e plantotildees permite a ocorrecircncia de

duplos empregos e longas jornadas de trabalho comuns entre os trabalhadores da

sauacutede especialmente quando os salaacuterios satildeo insuficientes para a manutenccedilatildeo de

uma vida digna Tal praacutetica potencializa a accedilatildeo daqueles fatores que por si soacute

danificam suas integridades fiacutesica e psiacutequica (ELIAS NAVARRO 2006

MARZIALLE 1999 MOLIN 1998 PITTA 1991)

Em relaccedilatildeo ao viacutenculo empregatiacutecio a maioria 723 referiu ter apenas um

viacutenculo e 39 estatildeo na instituiccedilatildeo haacute pelo menos 10 anos A permanecircncia desses

trabalhadores por longo tempo na instituiccedilatildeo provavelmente deve-se a

caracteriacutestica do serviccedilo puacuteblico onde eacute contemplada a estabilidade no emprego

sendo assim os trabalhadores entre 10 e 15 anos de profissatildeo dificilmente migram

para outros empregos

E quanto ao turno de trabalho 623 trabalhavam em esquema de rodiacutezio

nos periacuteodos de manhatilde e tarde constata-se que a maioria exerce suas funccedilotildees

durante o dia Esses dados satildeo explicados pelo fato do maior volume de atividades

de cuidado ao paciente estar concentrado durante o dia a saber procedimentos de

enfermagem exames meacutedicos cirurgias previamente agendados e dentre outras

atividades

Dos entrevistados 513 dos profissionais tecircm niacutevel superior (meacutedicos

enfermeiros odontoacutelogos e fisioterapeutas) Esses dados representam fato marcante

no desenvolvimento na uacuteltima deacutecada que tem se observado um aumento na

inserccedilatildeo dos jovens na universidade aliado ao aumento expressivo no nuacutemero de

cursos de niacutevel superior no paiacutes

A atualizaccedilatildeo do conhecimento por meio de jornais revistas pesquisas

informatizadas participaccedilatildeo em grupos de estudo e em eventos cientiacuteficos foram

itens relatados pelos participantes do estudo sendo que os eventos e as consultas

informatizadas foram as mais representativas (687) o enfermeiro

Numa anaacutelise global as transformaccedilotildees ocorridas nas uacuteltimas deacutecadas no

mundo do trabalho tecircm repercutido intensamente nos sistemas de sauacutede A

incorporaccedilatildeo crescente da microeletrocircnica da informaacutetica da telemaacutetica e da

Discussatildeo | 58

roboacutetica somadas a um novo e complexo conjunto de inovaccedilotildees organizacionais

modificou profundamente a estrutura produtiva provocando mudanccedilas profundas na

organizaccedilatildeo nas condiccedilotildees e nas relaccedilotildees de trabalho em sauacutede em acircmbito

mundial Haacute de se considerar que inicialmente o uso da Internet era apoiar a

pesquisa e a educaccedilatildeo proporcionando a seus usuaacuterios comunicaccedilatildeo raacutepida e

eficaz aleacutem de transformaacute-la em um manancial de informaccedilotildees que mantivesse as

pessoas instruiacutedas e atualizadas a qualquer momento Essa proposta tornou-se um

grande sucesso alavancada por uma crescente aceitaccedilatildeo e conta com um nuacutemero

cada vez maior de adeptos que buscam as mais diversas informaccedilotildees veiculadas

em suas paacuteginas A Internet trouxe consigo natildeo soacute uma enorme facilidade quanto agrave

disseminaccedilatildeo do conhecimento mas tambeacutem com relaccedilatildeo agrave expressatildeo de ideacuteias

estudos e opiniotildees Entretanto por ser um meio aberto descentralizado e livre de

censura essa rede acaba tendo por vezes a credibilidade de seus dados

prejudicada o que eacute causado pela falta de controle e de verificaccedilatildeo na publicaccedilatildeo

de suas informaccedilotildees Nesse contexto surge a necessidade de uma avaliaccedilatildeo preacutevia

do material que estaacute sendo disponibilizado Afinal as informaccedilotildees natildeo vecircm com

selos que garantem a sua procedecircncia e autenticidade (httpwwwepsufscbr

disserta99kellercap3htm)

O cuidado agrave sauacutede deve prever a ldquovalorizaccedilatildeo das dimensotildees eacuteticas e

humaniacutesticasrdquo permitindo ao profissional desenvolver atitudes e valores orientados

para a cidadania e solidariedade A formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo profissional

recomendada baseia-se no desenvolvimento de competecircncias gerais e especiacuteficas

para a compreensatildeo do trabalho em sauacutede e da atitude humanizada na assistecircncia

Neste estudo quando questionado acerca do treinamento de HM nos uacuteltimos

dois anos observou-se que apenas (119) recebeu o conteuacutedo dos cinco

momentos entretanto este percentual eacute ainda maior (506) quando somados aos

entrevistados que natildeo tiveram treinamento e desconhecem esta diretriz Em outras

palavras com ou sem treinamento o guia mais importante o protocolo de HM (cinco

momentos) natildeo tem sido divulgado entre os profissionais de sauacutede Cabe explicar

mais uma vez que trata-se de uma orientaccedilatildeo preconizada pela OMS e plenamente

acolhida pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BRASILANVISA)

Se quantificarmos os profissionais que desconhecem os cinco momentos para

HM tendo ou natildeo recebido treinamento este nuacutemero representa 525 E quando

Discussatildeo | 59

questionado se havia monitoramento anual das praacuteticas de HM 689 negaram e

apenas 283 concordaram com o referido monitoramento

Cabe ressaltar que os profissionais de sauacutede necessitam de um treinamento

claro e sucinto sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos especialmente

direcionado para ldquoOs Cinco Momentos para HMrdquo e para os procedimentos corretos

de higienizaccedilatildeo antisseacutepticas com preparaccedilotildees alcooacutelicas (gel ou soluccedilatildeo) e

higienizaccedilatildeo simples das matildeos (aacutegua e sabonete associado ou natildeo a anti-seacuteptico)

Desta forma os profissionais de sauacutede deveratildeo receber treinamento regularmente

(pelo menos anualmente) incluindo tambeacutem os novos profissionais contratados

Ainda informaccedilotildees complementares estatildeo disponibilizadas como usar as

ferramentas e facilitar a compreensatildeo dos componentes baacutesicos do treinamento na

(ANVISA 2010)

A mudanccedila de comportamento no sentido de racionalizar procedimentos e

aprimorar normas e rotinas expressa condiccedilatildeo indispensaacutevel ao controle de

infecccedilatildeo sendo necessaacuteria a motivaccedilatildeo dos profissionais promovendo debates

treinamentos e divulgaccedilotildees de informaccedilotildees acerca das experiecircncias vividas e de

dados de vigilancia

Entretanto nossa experiecircncia corrobora com as dificuldades encontradas

para a mudanccedila de comportamento dos profissionais da aacuterea de sauacutede indicando-

nos que eacute necessaacuterio um maciccedilo investimento na formaccedilatildeo profissional e para isso

a parcela de contribuiccedilatildeo institucional eacute decisiva Nesse sentido cabe lembrar alguns

apontamentos de Bandura com relaccedilatildeo aos padrotildees comportamentais os quais satildeo

estabelecidos por preceito por consequumlecircncias avaliativas que acompanham

diferentes desempenhos e pela exposiccedilatildeo aos padrotildees auto-avaliativos modelados

por outras pessoas As pessoas natildeo absorvem seus padrotildees de comportamento

passivamente dos estiacutemulos ambientais que atuam sobre elas mas extraem

padrotildees geneacutericos da variedade de reaccedilotildees avaliativas que satildeo exemplificadas e

ensinadas por diferentes indiviacuteduos ou pelos mesmos indiviacuteduos em diferentes

atividades e cenaacuterios (BANDURA 1976)

Entendemos que atuar na formaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede eacute intervir num

momento no qual estes estatildeo construindo seus conhecimentos e desenvolvendo

habilidades teacutecnicas para o exerciacutecio profissional

Acerca das praacuteticas de orientaccedilatildeo de HM dos usuaacuterios ou tambeacutem

conhecida como educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na promoccedilatildeo da HM observou-se

Discussatildeo | 60

que 706 dos teacutecnicos de enfermagem 606 dos enfermeiros e 559 dos

auxiliares negaram essa atividade para com os pacientes No computo geral se

verifica no cenaacuterio de assistecircncia a sauacutede que os profissionais natildeo tecircm a tradiccedilatildeo de

promover accedilotildees educativas para coma agrave comunidade prevalecendo as praacuteticas

curativas Em siacutentese natildeo haacute investimentos educativos em prol dos princiacutepios de

higiene

O envolvimento dos pacientes em programas para elevar a adesatildeo as

praacuteticas de HM entre profissionais de sauacutede tem sido demonstrado ser efetivo em

alguns estudos e paiacuteses Mas ainda satildeo necessaacuterios outros estudos com esta

abordagem para uma recomendaccedilatildeo mais ampla pois devem ser consideradas

algumas restriccedilotildees culturais assim como a barreira da dependecircncia do paciente em

relaccedilatildeo ao cuidador e a falta de aplicabilidade desta estrateacutegia em situaccedilotildees nas

quais o paciente esta sob ventilaccedilatildeo mecacircnica inconsciente e onde geralmente haacute

maior risco de transmissatildeo de microrganismos

Outra preocupaccedilatildeo envolveu a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica

antisseacuteptica para HM que resultou em 594 dos locais Todavia esse percentual

demonstra o natildeo cumprimento da RDC No42 ANVISA publicada em 25 de outubro

de 2010 que dispotildee sobre a obrigatoriedade nos serviccedilos de sauacutede a

disponibilizaccedilatildeo de preparaccedilatildeo alcooacutelica para fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos

(BRASIL 2010)

Cabe relembrar que jaacute em 2002 a RDCANVISA ndeg50 destacava que na

presenccedila paciente (acamado ou natildeo) examinado manuseado tocado medicado ou

tratado eacute obrigatoacuteria a provisatildeo de recursos para a higienizaccedilatildeo das matildeos por meio

de lavatoacuterios ou pias para uso da equipe de assistecircncia Nos locais de manuseio de

insumos amostras medicamentos alimentos tambeacutem eacute obrigatoacuteria a instalaccedilatildeo de

lavatoacuteriospias

Ainda eacute oportuno mencionar que as condiccedilotildees inadequadas dos

dispensadores em termos de limpeza facilitam a contaminaccedilatildeo do sabatildeo liacutequido e do

produto antisseacuteptico deve-se entatildeo manter as recomendaccedilotildees os dispensadores

devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento No

caso dos recipientes de sabatildeo liacutequido e anti-seacuteptico natildeo serem descartaacuteveis deve-

se proceder agrave limpeza destes com aacutegua e sabatildeo desprezando o produto residual e

secagem seguida de desinfecccedilatildeo com aacutelcool etiacutelico a 70 no miacutenimo uma vez por

semana conforme estabelecido O conteuacutedo do recipiente natildeo deve ser completado

Discussatildeo | 61

antes do teacutermino do produto devido ao risco de contaminaccedilatildeo Para os produtos

natildeo utilizados em recipientes descartaacuteveis devem-se manter os registros dos

responsaacuteveis pela execuccedilatildeo e a data de manipulaccedilatildeo envase e de validade da

soluccedilatildeo (BRASIL 2007)

Embora recaia sobre os enfermeiros a maior responsabilidade na prevenccedilatildeo

e controle das infecccedilotildees suas accedilotildees satildeo dependentes e relacionadas Nesta

perspectiva os desafios para o controle de infecccedilatildeo podem ser considerados

coletivos e agrupados em estrutura organizacional (que envolve poliacuteticas

governamentais institucionais e administrativas) relaccedilotildees interpessoais e

intersetorias no trabalho e normatizaccedilatildeo do serviccedilo aspectos microbioloacutegicos

(identificaccedilatildeo de novos microrganismos e a ressurgecircncia de outros bem como a

resistecircncia aos antimicrobianos) sauacutede ocupacional (envolvimento profissional com

enfoque para a falta de conscientizaccedilatildeo do profissional adesatildeo agraves medidas de

controle e o comprometimento com o serviccedilo e o paciente capacitaccedilatildeo profissional

destacando-se a educaccedilatildeo continuada epidemiologia das infecccedilotildees e medidas de

prevenccedilatildeo e controle)

Na praacutetica o que se observa que os enfermeiros reconhecem esses desafios

e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das

infecccedilotildees Entretanto essas dificuldades natildeo devem constituir-se em fatores

impeditivos mas sim disparar a busca de caminhos alternativos que avancem na

perspectiva do controle das infecccedilotildees

Concordamos que o maior avanccedilo nesta aacuterea eacute o investimento nos recursos

humanos uma vez que estes estatildeo envolvidos nas diferentes interfaces do controle

de infecccedilatildeo Tais recursos satildeo imprescindiacuteveis nesse processo e deve-se portanto

requerer esforccedilos para o seu constante aprimoramento

O hospital que tem filosofia voltada para a valorizaccedilatildeo dos recursos humanos

buscando introduzir alterar e aprimorar comportamentos e atitudes estaacute mais

proacuteximo de atingir o grau de excelecircncia de seu atendimento Dentro da estrutura

organizacional cada trabalhador deve ter papel definido e cumpri-lo com a maacutexima

competecircncia procurando agir de acordo com os princiacutepios baacutesicos de sua profissatildeo

Uma das preocupaccedilotildees crescentes refere-se a como preparar o profissional

de sauacutede para o desempenho adequado considerando a sua interdisciplinaridade

Viabilizar o contato do profissional com todas as normas e legislaccedilatildeo orientadora e

reguladora da prevenccedilatildeo e controle de infecccedilatildeo eacute um importante caminho e quanto

Discussatildeo | 62

mais precoce isso for feito na graduaccedilatildeo maior a chance do futuro profissional em

assimilar estes ensinamentos Entretanto dada a complexidade e abrangecircncia da

infecccedilatildeo seu controle e suas implicaccedilotildees nas accedilotildees assistenciais a prevenccedilatildeo e

controle devem compor as poliacuteticas da instituiccedilatildeo e da formaccedilatildeo profissional bem

como envolver aspectos culturais

Assim sendo os princiacutepios normas e postulados relacionados agrave prevenccedilatildeo e

controle da IH devem compor o curriacuteculo dos profissionais da sauacutede de modo

integrado onde as disciplinas especiacuteficas para a formaccedilatildeo profissional dos

diferentes cursos possam carregar a filosofia e a praacutetica da prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo

Todas as formas possiacuteveis para mudar comportamento dentro de qualquer

organizaccedilatildeo requerem a escolha de estrateacutegia educacional conjugada a um

programa com objetivos bem definidos A prevenccedilatildeo e o CIH estatildeo relacionados agrave

promoccedilatildeo agrave sauacutede e devem refletir preocupaccedilatildeo no sentido de que as pessoas

consigam livrar-se de fatores que as predispotildeem para comportamentos insalubres

para si proacuteprias e para os pacientes A educaccedilatildeo em sauacutede tem como objetivo

explicitar valores aumentar a autopercepccedilatildeo acerca do problema promover

informaccedilotildees e habilidades necessaacuterias tomando-se decisotildees acertadas

No estudo verificou-se que (625) dos profissionais de enfermagem relata a

existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica de HM quando comparada aos demais

profissionais de sauacutede

Diversos estudos evidenciam a preocupaccedilatildeo com o aumento da adesatildeo

mediante intervenccedilotildees similares como campanhas educacionais implantaccedilatildeo de

antisseacutepticos agrave base de aacutelcool ou com emolientes melhores produtos melhor

acesso aos produtos e pelo retorno de informaccedilatildeo (feedback) de seu desempenho

de HM ao profissional da sauacutede (BISCHOFF et al 2000 PITTET et al 2000)

No entanto eacute importante investigar previamente as razotildees para a natildeo

aderecircncia agraves recomendaccedilotildees da HM antes de escolher a estrateacutegia a ser utilizada

para a melhoria da adesatildeo

O sistema de dispensaccedilatildeo do produto tambeacutem precisa ser avaliado Os

dispensadores podem desencorajar o uso pelos profissionais de sauacutede quando o

acesso estiver parcialmente ou totalmente bloqueado quando natildeo dispensam ou

dispensam inadequadamente o produto nas matildeos (volume insuficiente ou

direcionado agrave parede e natildeo agraves matildeos) e nos casos de obstruccedilatildeo por aumento da

viscosidade do produto

Discussatildeo | 63

A satisfaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para

HM eacute verificada em muitos estudos inclusive algumas queixas tecircm sido

documentadas em funccedilatildeo de vaacuterios aspectos No estudo em questatildeo 498 relatou

ressecamento como principal queixa

No entanto vaacuterios estudos recentes tecircm demonstrado que preparaccedilotildees

alcooacutelicas contendo emolientes tecircm aumentado a adesatildeo agrave esta praacutetica pelos

profissionais de sauacutede WIDMER (2007)

Aleacutem disso ironicamente os profissionais que realizam com maior frequumlecircncia

a HM eficaz conforme teacutecnicas recomendadas geralmente se expotildeem a maior risco

de dano agrave pele com consequumlente aumento da dispersatildeo do nuacutemero de

microrganismos no ambiente em razatildeo do desequiliacutebrio qualitativo e quantitativo na

microbiota residente da pele Uma pele normal dissemina 107 partiacuteculas no ar por dia

e 10 dessa descamaccedilatildeo da pele contecircm bacteacuterias viaacuteveis (LARSON 1988

LARSON et al 2000)

Quando ocorrem eczemas dermatites e rachaduras na pele dos profissionais

da sauacutede decorrentes dos efeitos dos produtos utilizados na HM pode aumentar o

risco de IRAS em virtude do nuacutemero de microrganismos nas lesotildees da pele dos

profissionais sendo nesse caso recomendada a utilizaccedilatildeo de cremes hidratantes e

loccedilotildees entre uma lavagem e outra (BLOM LIMA 1999 CDC 2002 OLIVEIRA

ARMOND 2005)

Ainda a dermatite das matildeos eacute considerada um dos transtornos mais comuns

na categoria de profissionais de enfermagem Vaacuterios fatores de risco satildeo

conhecidos incluindo o tipo de sabatildeo o nuacutemero de lavagens da matildeo por turno e

categoria profissional de enfermagem entre outros Um estudo realizado em um

grupo de 158 enfermeiros 475 tinha dermatite de matildeo O dano natildeo se

correlacionou com a idade ou o tipo de sabatildeo usado no trabalho mas foi

correlacionado significativamente com a unidade hospitalar nuacutemero de HM (p

lt005) histoacuteria de alergia (p lt001) e tipo de proteccedilatildeo das matildeos (p lt 0 001)

(OZYAZICIOGLU SURENLER TANRIVERDI 2010)

Dentre as estrateacutegias que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos

adversos provocados pelos produtos utilizados para higienizaccedilatildeo das matildeos entre os

profissionais de sauacutede destacam- se racionalizaccedilatildeo das indicaccedilotildees da praacutetica da

higienizaccedilatildeo das matildeos por meio da reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo desnecessaacuteria aos

produtos Substituiccedilatildeo de produtos que causam ressecamento irritaccedilatildeo e dermatites

Discussatildeo | 64

por aqueles que causem menos danos agrave pele ou seja a disponibilizaccedilatildeo de

produtos contendo emolientes educaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede quanto aos

riscos de ressecamento e dermatites de contato irritativa e medidas de prevenccedilatildeo a

exemplo do uso diaacuterio de cremes hidratantes para a pele das matildeos Recomendaccedilatildeo

aos profissionais de sauacutede para natildeo lavar as matildeos com aacutegua e sabonete

imediatamente apoacutes o uso de preparaccedilotildees alcooacutelicas a fim de evitar dermatites

Evitar aacutegua muito quente ou muito fria na higienizaccedilatildeo das matildeos a fim de prevenir o

ressecamento da pele Enxaguar bem as matildeos para remover todo o resiacuteduo de

produtos quiacutemicos Secar bem as matildeos antes de calccedilar as luvas

A despeito das estrateacutegias para promover a HM na oacutetica dos profissionais de

sauacutede verificou-se um resultado bastante interessante na distribuiccedilatildeo da importacircncia

entre os diferentes aspectos inerentes ou natildeo a instituiccedilatildeo O treinamento a postura

positiva das chefias a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes o conhecimento a

qualidade e disponibilidade do produto uso de cartazes e a legislaccedilatildeo foram os

aspectos priorizados de 1 a 8 pelos entrevistados Para nossa surpresa o resultado

obtido contrariou a vasta literatura que tem demonstrado outros fatores A postura

positiva das chefias foi significativamente mencionada como primeira prioridade na

promoccedilatildeo de HM seguida do conhecimento Obtivemos como resultado uma meacutedia

a postura positiva das chefias com maior representatividade (meacutedia=374)

Os participantes deste estudo que tiveram treinamento nos uacuteltimos dois anos

tambeacutem elencaram como primeira prioridade a postura positiva das chefias seguida da

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento conhecimento do profissional

qualidade do produto cartazes disponibilidade do produto e legislaccedilatildeo Os

participantes que natildeo receberam o treinamento elencaram como primeira prioridade o

conhecimento do profissional postura positiva das chefias qualidade do produto

vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes treinamento cartazes disponibilidade do produto e

legislaccedilatildeo

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnostico preciso

mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees de assistecircncia Nesse particular a

motivaccedilatildeo para exercer as praacuteticas adequadas de higienizaccedilatildeo das matildeos por meio de

modelos de comportamento entre os seus colegas superiores ou lideranccedilas

administrativas Isso requer o suporte contiacutenuo da administraccedilatildeo do serviccedilo de sauacutede

tendo a higienizaccedilatildeo das matildeos como prioridade institucional Deve haver um clima de

seguranccedila dirigido pelo alto comando da instituiccedilatildeo com programas de seguranccedila

Discussatildeo | 65

niacuteveis aceitaacuteveis de stress no trabalho atitudes tolerantes e de auxiacutelio ao serem

reportados problemas e ter crenccedila na eficaacutecia das estrateacutegias preventivas

Estudos mostram diversas justificativas para a baixa adesatildeo como falta de

motivaccedilatildeo irresponsabilidade falta de consciecircncia pouca importacircncia ao fato da

transmissatildeo cruzada de microrganismos ausecircncia de pias proacuteximas aos leitos reaccedilotildees

cutacircneas nas matildeos falta de tempo dentre outros Outros fatores tambeacutem contribuem

como o tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo do procedimento considerando-se a

ocupaccedilatildeo excessiva e o nuacutemero insuficiente de profissionais o acesso agraves pias

dispostas em locais inconvenientes ou natildeo proacuteximos de onde os procedimentos estatildeo

sendo realizados aleacutem do esquecimento da aceitabilidade do produto disponibilizado

para a higienizaccedilatildeo das matildeos ou ainda da falta dele (PITTET et al 2000)

Entretanto consideraccedilotildees acerca da educaccedilatildeo no sucesso das atividades de

prevenccedilatildeo da infecccedilatildeo e na promoccedilatildeo da adesatildeo a HM eacute inquestionaacutevel Menciona-

se que o mesmo deve ser um processo permanente para que a haja permanecircncia

do comportamento adquirido pois a accedilatildeo educativa eacute um processo dinacircmico

Pesquisadores sobre a temaacutetica em pauta demonstraram a maior eficaacutecia de

algumas estrateacutegias de educaccedilatildeo para se obter a desejada mudanccedila de

comportamento Programas educacionais continuados como campanhas perioacutedicas

de incentivo agrave higienizaccedilatildeo das matildeos motivam os trabalhadores da sauacutede a

higienizar as matildeos e consequumlentemente reduzem os iacutendices meacutedios de infecccedilatildeo

Mas a manutenccedilatildeo da adesatildeo se mostra um desafio pois apoacutes algum periacuteodo os

iacutendices retornam aos patamares anteriores Vale ressaltar novamente que uma

mesma estrateacutegia pode produzir impactos diferentes uma vez que a adesatildeo

depende fatores externos e internos ligados a individualidade do profissional

Especialmente no momento em que as poliacuteticas puacuteblicas estatildeo voltadas a

seguranccedila do paciente focadas na vigilacircncia das IRAS a formaccedilatildeo e a educaccedilatildeo

continuada representam os esforccedilos que alavancaratildeo o controle de infecccedilatildeo na sua

interdisciplinaridade e intersetorialidade Caminha-se para um novo fazer na sauacutede

com modelos de cuidados mais seguros

O controle da infecccedilatildeo foi ao longo dos anos evoluindo e se evidenciando

como um fenocircmeno que natildeo se restringe apenas ao meio hospitalar mas tambeacutem

a todos os locais nos quais se desenvolvem accedilotildees de cuidado a sauacutede A IH

transcende seus aspectos perceptiacuteveis e conhecidos situando-se em dimensotildees

complexas do cuidado agrave sauacutede na sociedade moderna ambas em constante

Discussatildeo | 66

transformaccedilatildeo Assim a IRAS eacute um evento histoacuterico social e natildeo apenas bioloacutegico

requerendo investimentos cientiacuteficos tecnoloacutegicos e humanos para a incorporaccedilatildeo

de medidas de prevenccedilatildeo e controle sem perder de vista a qualidade do cuidado

prestado pela enfermagem (PITTET 2009 LARSON et al 2000)

Eacute preciso que as pessoas conheccedilam o que fazem saibam como e queiram

fazecirc-lo Assim as praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle da infecccedilatildeo estatildeo articuladas ao

desempenho correto a competecircncia profissional a capacidade de autocriacutetica e

indiscutivelmente no exerciacutecio de cidadania

O estudo publicado por Trick et al (2007) enfatiza a importacircncia de estrateacutegia

multifacetada ou multimodal na elevaccedilatildeo da adesatildeo por meio da comparaccedilatildeo desta

estrateacutegia em trecircs hospitais americanos sendo que em dois destes foi introduzido o

gel alcooacutelico para higienizaccedilatildeo das matildeos associado a um programa educacional e

pocircsteres e no outro hospital (controle) houve apenas a introduccedilatildeo do gel alcooacutelico

Durante os quatro anos de estudo houve um aumento significativo da adesatildeo agrave

higienizaccedilatildeo das matildeos nos dois hospitais com um pacote de intervenccedilotildees enquanto

no hospital controle natildeo houve alteraccedilatildeo

Em outro trabalho Pittet et al (2004) observaram 163 profissionais meacutedicos

em situaccedilatildeo real de assistecircncia e avaliou crenccedilas e percepccedilotildees por meio de um

questionaacuterio A adesatildeo meacutedia correspondeu a 57 e variou significativamente entre

as especialidades Numa anaacutelise multivariada a adesatildeo foi associada com a

consciecircncia de estar sendo observado e com a crenccedila de ser um modelo para os

colegas mediante a observaccedilatildeo Propotildee que mais estudos devem ser explorados e

a premissa de que cada indiviacuteduo pode influenciar o comportamento do grupo e

facilitar a adesatildeo de todos na correta praacutetica de HM

O tempo gasto com a HM em hospitais meacutedias 8-20 segundos o que natildeo eacute o

suficiente para ser totalmente efetivo uma 10 ou 40 oportunidades para a HM

aparecem por hora de atendimento o tempo total gasto com a lavagem das matildeos

torna-se proibitivo uma soluccedilatildeo eacute usar antissepsia matildeo-de-cabeceira (PITTET

MOUROUGA PERNEGER 1999 ROTTER et al1996)

A HM como demonstrado por Van de Mortel et al (2001) e por Sharir et al

(2001) entre os fisioterapeutas tem grande importacircncia porque eles estatildeo

diretamente em contato com secreccedilotildees respiratoacuterias em pacientes sob ventilaccedilatildeo

mecacircnica que satildeo frequumlentemente colonizados com patoacutegenos multirresistentes A

praacutetica de HM nesse grupo pode reduzir a transmissatildeo cruzada entre os pacientes

Discussatildeo | 67

Pittet et al (2000) observaram uma melhoria significativa no cumprimento de

higienizaccedilatildeo das matildeos apoacutes um programa educacional Houve tambeacutem uma diminuiccedilatildeo

nas taxas de infecccedilatildeo nosocomial e transmissatildeo de MRSA Harbarth (2002) tambeacutem

relataram um aumento na adesatildeo a higienizaccedilatildeo das matildeos em um hospital pediaacutetrico

apoacutes a introduccedilatildeo da base de aacutelcool gel matildeo e esforccedilos educacionais

O uso da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel nas matildeos tem sido progressivamente

incorporado nos hospitais brasileiros especialmente apoacutes a publicaccedilatildeo em 2002

Todavia mais estudos satildeo necessaacuterios para avaliar o cumprimento da HM apoacutes a

introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel para as matildeos em nossos hospitais

Os pesquisadores sobre a temaacutetica natildeo evidenciaram uma relaccedilatildeo causal

entre a carga de trabalho e HM insuficiente o que sugere que a falta de educaccedilatildeo

pode ser um fator importante especialmente nos hospitais de ensino

Implementaccedilatildeo de medidas para melhorar a conformidade na HM satildeo necessaacuterias

incluindo novas praacuteticas como introduccedilatildeo da preparaccedilatildeo de aacutelcool gel e feedback

de desempenho (OMSANVISA 2010 SETO 2009 1998)

Monitoramento do volume de preparaccedilatildeo alcooacutelica para as matildeos (ou

sabonete associado ou natildeo a anti-seacutepticos usados respectivamente para

higienizaccedilatildeo anti-seacuteptica das matildeos e higienizaccedilatildeo simples das matildeos usada para

cada 1000 pacientes-dia

O ecircxito da luta contra a infecccedilatildeo natildeo depende somente do diagnoacutestico

preciso mas na mesma proporccedilatildeo da melhoria das condiccedilotildees em termos de infra-

estrutura e de recursos humanos Haacute necessidade de sinalizar a construccedilatildeo de um

processo educativo que promova o conhecimento habilidades e atitudes convertidas

em uma praacutetica criacutetica reflexiva criativa legitimada por meio do sistema de

educaccedilatildeo permanente para o exerciacutecio profissional Algumas destas questotildees satildeo

mais agudas em paiacuteses que enfrentam crise no sistema de assistecircncia a sauacutede do

ponto de vista de infra-estrutura o que inclui recursos humanos e materiais

Como jaacute mencionado haacute de se considerar que a realizaccedilatildeo ou natildeo da HM eacute

influenciada por diversos fatores o que inclui o conhecimento a culturacrenccedilas

experiecircncia e preferecircncias pessoais ldquoNesse sentido vale refletir o conceito de

desempenho correto ldquo eacute aquele que se ajusta a normas impessoais que natildeo estatildeo

relacionadas com os desejos preferecircncias ou intenccedilotildees do sujeito que realiza a

praacutetica mas sim com as caracteriacutesticas do objeto sobre o qual a realiza afastamento

da subjetividade para se aproximar da objetividade da situaccedilatildeordquo (TESTA 1992)

Conclusotildees | 68

6 CONCLUSOtildeES

O estudo permitiu apresentar as seguintes conclusotildees acerca da praacutetica de

HM com preparaccedilatildeo alcooacutelica segundo a oacutetica dos profissionais de sauacutede

Perfil dos profissionais de sauacutede

bull predomiacutenio das mulheres (774) faixa etaacuteria entre 26 a 45 anos (399) e

a categoria profissional (789) eram profissionais de enfermagem seguida

(173) pelos meacutedicos e (38) outros profissionais

bull tempo meacutedio de formaccedilatildeo (415) e de atuaccedilatildeo profissional (39) Foram

compatiacuteveis de 3 a 10 anos turno de trabalho mais evidenciado foi o sistema

rodiacutezio (623) seguido pelo turno da manhatilde (189)

Atualizaccedilatildeo do conhecimento

bull participaccedilatildeo em cursos congressos e simpoacutesios e a pesquisa informatizada

foram os recursos mais utilizados

bull e verificou-se em torno de 436 receberam treinamento nos uacuteltimos seis

meses destacando-se o enfermeiro (576) Ainda (767) relataram terem

sido treinados na instituiccedilatildeo em que atuam Em termos de conteuacutedo os

meacutedicos (582) desconhecem os cinco momentos da HM (preconizado pela

OMS e ANVISA) seguidos dos profissionais de enfermagem (518) Em

suma apenas 152 dos profissionais de sauacutede foram treinados nos uacuteltimos

seis meses e conhecem os cinco momentos da HM

Educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na HM dos usuaacuterios apenas 25 a 378 dos

profissionais de sauacutede relataram divulgar aos pacientes informaccedilotildees sobre a

importacircncia da HM

Condiccedilotildees de infra - estrutura e acessibilidade agrave preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

Conclusotildees | 69

bull a disponibilidade da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM esteve disponiacutevel em

meacutedia (594) das situaccedilotildees e os dispensadores coletivos foram os mais

evidenciados (607) sendo a acessibilidade relatada em (852)

bull o reabastecimento dos dispensadores foi referido em meacutedia (726) e a

existecircncia de profissional responsaacutevel pela limpeza dos dispensadores obteve

meacutedia de (525)

bull os cartazes indicando a importacircncia das praacuteticas adequadas de HM

estiveram presentes em meacutedia (418) e as recomendaccedilotildees quanto ao uso da

preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM em (491)

Principais queixas satisfaccedilatildeo a preparaccedilatildeo alcooacutelica bem como prioridade das

medidas que auxiliam na promoccedilatildeo da HM

bull a queixa mais referida pelos profissionais foi ressecamento (498) e as

menos referidas foram velocidade de secagem (p=0001) ausecircncia do

produto (p=0009) e odor (p= 0044)

bull os profissionais de sauacutede em meacutedia (481) relataram estar satisfeitos

quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica para HM

bull a existecircncia de accedilotildees para melhoria da praacutetica da HM foi relatada em meacutedia

(604) pelos profissionais de sauacutede Na categoria de enfermagem o

enfermeiro foi agrave meacutedia que mais relatou esta existecircncia (667)

bull a prioridade na promoccedilatildeo da HM destacada pela equipe de enfermagem foi agrave

postura positiva das chefias (media=362) e para os meacutedicos (media=383)

representou o conhecimento do profissional e outros profissionais

(media=336) a vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes

Mesmo diante das limitaccedilotildees do estudo eacute possiacutevel realizar algumas

especulaccedilotildees e inferecircncias acerca dos fatores externos na promoccedilatildeo da HM

considerando que ldquoUma Assistecircncia Limpa eacute Uma Assistecircncia Mais Segurardquo e natildeo eacute

uma escolha mas um direito baacutesico de cuidado dos pacientes

Conclusotildees | 70

Em geral a mudanccedila do sistema eacute necessaacuteria entretanto a manutenccedilatildeo

dessa mudanccedila eacute ainda mais importante e baseia-se em apoio contiacutenuo individual

coletivo e institucional Todas as consideraccedilotildees a nosso ver ressaltam o importante

papel institucional no sentido de desenvolver os profissionais a uma consciecircncia

criacutetica em relaccedilatildeo aacute pratica de HM e de proporcionarem meios e condiccedilotildees para um

trabalho de assistecircncia a sauacutede isento de riscos As praacuteticas de prevenccedilatildeo e controle

podem ser favorecidas por meio de accedilotildees conjuntas no acircmbito das poliacuteticas de

vigilacircncialegislaccedilatildeo da Instituiccedilatildeo da disponibilidade de recursos

(humanoscomportamento individual e coletivo insumos) condiccedilotildees em termos de

infra-estrutura haja vista o diferencial da assistecircncia apoiada nas evidencias

cientificas

No estudo ao focar uma possiacutevel relaccedilatildeo entre a teoria da crenccedila de auto-

ficaacutecia de A Bandura buscou-se nesse momento compreender os fatores externos

com a praacutetica de HM do ponto de vista institucional Nesse sentido entendemos que

foi possiacutevel aprofundar o conhecimento que se tem a cerca da influecircncia de

caracteriacutesticas cognitivas psicoloacutegicas e sociais sobre o comportamento de adesatildeo

as praacuteticas de HM Individualmente cada profissional de sauacutede tem o seu niacutevel de

auto-eficaacutecia compatiacutevel com o resultado de seu desempenho Todavia o estudo

apontou para a conduccedilatildeo de outras investigaccedilotildees em diferentes realidades uma vez

que nos parece que os profissionais e administradores hospitalares permanecem

passivos diante do problema

Referecircncias | 71

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Apecircndice | 83

APEcircNDICE

APEcircNDICE A

Instrumento de coleta dos dados

N____ 1 F ( ) M ( ) 2 Idade_____ anos 3 Vocecirc atua profissionalmente ( ) Enfermeiro ( ) Teacutecnico de Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem ( ) Meacutedico ( ) Odontoacutelogo ( )Fisioterapeuta 4 Haacute quantos anos tem essa formaccedilatildeo profissional______ 5Qual eacute seu niacutevel mais elevado de formaccedilatildeo ( ) Meacutedio ( ) Bacharelgraduado ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Aprimoramento ( ) Residente ( ) Outros especificar__________ 6 Em quantas instituiccedilotildees trabalha ( ) Uma ( ) Duas ( ) Acima de trecircs 7 Em qual especialidade ( )Cliacutenica Ciruacutergica ( ) Unidade Baacutesica Distrital de Sauacutede 8 Haacute quanto tempo trabalha na aacuterea da sauacutede_______ 9 Qual seu turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Vespertino ( ) Noturno ( ) Rodiacutezio (MT) 10 Assina algum jornal ou revista da aacuterea de sauacutede ( ) sim ( ) natildeo 11 Faz consultas no computador sobre temas da sauacutede ( ) nunca ( ) agraves vezes ( ) sempre 12 Participa de grupos de estudo ou de pesquisa ( ) Sim ( ) Natildeo 13 Participou de cursos congressos ou simpoacutesios nos uacuteltimos dois anos ( ) Sim ( ) Natildeo 14 Vocecirc recebeu algum treinamento sobre praacutetica de higiene das matildeos ( )Nos uacuteltimos 6 meses ( ) no uacuteltimo ano ( ) nos uacuteltimos dois anos ( ) natildeo recebe treinamento haacute mais de 2 anos Em caso positivo esse treinamento foi promovido pela instituiccedilatildeo que atua ( ) Sim ( ) Natildeo 15 O conhecimento dos profissionais de sauacutede eacute avaliado pelo menos uma vez ao ano em relaccedilatildeo agraves indicaccedilotildees para higiene das matildeos ( )Sim ( )Natildeo

Apecircndice | 84

16 Haacute monitoramento de adesatildeo segundo os cinco momentos para higiene das matildeos estabelecido pela OMS ( )Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo

17Existe preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica disponiacutevel para higienizaccedilatildeo das matildeos ( ) Nunca ( )Raramente) ( ) Aacutes Vezes ( ) Frequumlentemente ( ) Sempre

18 Que tipos de dispensadores de preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica vocecirc faz uso no ambiente de trabalho ( ) Individual ( ) Coletivo ( ) Ambos 19 O Frasco eacute ( ) Descartaacutevel ( )Almotolia ( )Frasco de carrinho ou bandeja ( ) individual por leito ( ) Dispensador de parede 20Os dispensadores estatildeo colocados ao alcance das matildeos no ponto de assistecircncia ( ) Sim ( )Natildeo 21Haacute um responsaacutevel por reabastecer ou trocar os dispensadoresfrascos vazios ( ) Sim ( )Natildeo 22Haacute rotina de limpeza dos dispensadores ( ) Sim ( ) Natildeo 23Haacute uma praacutetica para informar os pacientes sobre a importacircncia da higienizaccedilatildeo das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica ( ) sim ( ) natildeo 24 Os cartazes ilustrativos da teacutecnica de fricccedilatildeo antisseacuteptica das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica estatildeo expostos no ponto de assistecircncia ao paciente ( ) Sim ( )Natildeo 25 As recomendaccedilotildees sobre o uso de preparaccedilatildeo alcooacutelica (fricccedilatildeo antisseacuteptica) das matildeos estatildeo acessiacuteveis na unidade ( ) Sim ( )Natildeo ( ) Desconheccedilo 26 Haacute na instituiccedilatildeo accedilotildees para melhoraria da praacutetica de higienizaccedilatildeo das matildeos ( )Sim ( )Natildeo 27Sinalize as principais queixas quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica na higiene das matildeos ( ) Produto ( ) Viscosidade ( ) Odor ( ) Textura ( ) Velocidade de Secagem ( ) RessecamentoIrritaccedilatildeo ( )Teacutecnica de aplicaccedilatildeo ( ) Tempo ( ) Ausecircncia ou insuficiecircncia de recursos ( ) Sem queixa Outras queixas ---------------------- 28Sua satisfaccedilatildeo quanto ao uso da preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica na higiene das matildeos eacute ( )Muito satisfeito( )Satisfeito( )Neutro( )Satisfeito parcialmente ( ) Insatisfeito 29Por ordem de prioridade enumere de 1 agrave 8 quais medidas auxiliam na promoccedilatildeo da Higiene das matildeos com preparaccedilatildeo alcooacutelica antisseacuteptica ( ) Treinamento ( ) Postura positiva das chefias ( ) Vigilacircncia dos oacutergatildeos competentes ( ) Conhecimento do profissional ( ) Qualidade do produto ( ) Cartazes ( )Disponibilidade do produto( )Legislaccedilatildeo( )Outras

Anexos | 85

ANEXOS

ANEXO A

CARTAZ ldquoOS CINCO MOMENTOS PARA HIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOSrdquo

Fonte lthttpnewpahoorgbraindex2phpoption=com_docmanamptask=doc_viewampgid=462ampItemid=423gt

Anexos | 86

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO SIMPLES DAS MAtildeOSrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 87

CARTAZ ldquoHIGIENIZACcedilAtildeO DAS MAtildeOS COM PREPARACcedilOtildeES ALCOOacuteLICASrdquo Fonte lthttpwwwanvisagovbrservicosaudemanuaisindexhtmgt

Anexos | 88

ANEXO B

Handwashing Assessment Inventory O`Boyle

Anexos | 89

ANEXO C

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa do Centro de Sauacutede Escola da FMRP- USP

Anexos | 90

ANEXO D

Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de eacutetica em pesquisa da FMRP- USP ANEXO D