aÇÃo previdenciÁria - aposentadoria por invalidez
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7/29/2019 AO PREVIDENCIRIA - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
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EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIALFEDERAL DE PAULO AFONSOSEO JUDICIRIA DA BAHIA
xxxx, solteira, trabalhadora rural, residente e domiciliada na Rua Santa Maria
n 72, Bairro Vila Santo Antnio, nesta cidade de Ibaiti - Paran, CEP: 84900-000,
vem mui respeitosamente, por seu advogado ao final assinado (procurao em
anexo), presena de Vossa Excelncia, com fulcro no Art. 5, XXXV e LXXVIII da
CF; Art. 42 a 47 e Art.59 a63 da Lei 8213/91 , propor a presente
AO PREVIDENCIRIA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
Em face do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) pelos motivos de fato e
de direito a seguir aduzidos,
I DA GRATUIDADE DE JUSTIA DECLARAO DE INSUFICINCIA
ECONMICA
Inicialmente, afirma a Autora que, de acordo com o artigo 4 da Lei n
1.060/50, com redao introduzida pela Lei n 7.510/86, que, temporariamente, no
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tem condies de arcar com eventual nus processual sem prejuzo do sustento
prprio e de sua famlia.
Assim, requer, nesta petio inicial, os benefcios da justia gratuita.
o entendimento jurisprudencial:
JUSTIA GRATUITA - Necessidade de simples afirmao de pobreza da
parte para a obteno do beneficio - Inexistncia de incompatibilidade entre o art. 4
da Lei n. 1.060/50 e o art. 5, LXXIV, da CF.
Ementa Oficial: O artigo 4 da Lei n. 1.060/50 no colide com o art. 5,
LXXIV, da CF, bastando parte, para que obtenha o benefcio da assistncia
judiciria, a simples afirmao da sua pobreza, at a prova em contrrio (STF - 13 T:
RE n. 207.3822/RS; ReI. Min. limar Galvo; j. 22/04/1997; v.u) RT 748/172.
ASSISTNCIA JUDICIRIA - Justia Gratuita - Concesso de beneficiomediante presuno iuris tantum de pobreza decorrente de afirmao da parte de
que no est em condies de pagar as custas do processo e honorrios do
advogado, sem prejuzo prprio ou de sua famlia - Admissibilidade - Inteligncia do
artigo 5, XXXV e LXXIV, da CF.
A CF, em seu artigo 5, LXXIV, inclui entre os direitos e garantias
fundamentais a assistncia jurdica integral e gratuita pelo Estado aos que
comprovarem a insuficincia de recursos; entretanto, visando facilitar o amplo
acesso ao Poder judicirio (artigo 5, XXXV, da CF), pode o ente estatal conceder
assistncia judiciria gratuita mediante a presuno iuris tantum de pobreza
decorrente da afirmao da parte de que no est em condies de pagar as custas
do processo e os honorrios de advogado, sem prejuzo prprio ou de sua famlia
(STF - 13 T.; RE n. 204.305-2 - PR; ReI. Min .. Moreira Alves; j. 05.05.1998; v.u) RT
755/182.
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ACESSO JUSTICA - Assistncia Judiciria - Lei n. 1.060, de 1950 CF, artigo 5,
LXXIV.
A garantia do artigo 5, LXXIV - assistncia jurdica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficincia de recursos - no revogou a assistncia judiciria gratuita
da Lei n. 1.060/1950, aos necessitados, certo que, para a obteno desta, basta a
declarao, feita pelo prprio interessado, de que a sua situao econmica no
permite vir a juzo sem prejuzo da sua manuteno ou de sua famlia. Essa norma
infraconstitucional pe-se, ademais, dentro do esprito da CF, que deseja que seja
facilitado o acesso de todos Justia (CF, artigo 5, XXXV) (STF 2T.; RE n.205.029-6 RS; ReI. Min. Carlos Velloso; DJU 07.03.1997) RT 235/102.
II- SUPORTE FTICO
No ms de junho de 2009, a Autora foi diagnosticada com neoplasia maligna(cncer) no osso da coxa e joelho da perna da esquerda, sendo afastada do trabalho
rural p/ tratamento. Documentos em anexo.
Aps o incio do tratamento quimioterpico, os mdicos concluram que o
osso da coxa e parte do joelho da Autora teriam que ser removidos para controlar a
doena. O que foi feito. Sendo, no local do osso e do joelho, implantado uma prtese
metlica. Atestados em anexo, incluindo o raio X do joelho e parte da coxa.
Por causa da doena a Autora passou a receber o auxlio-doena do ru,
porm, os mdicos peritos, a cada nova percia que a Autora faz, ameaam cortar o
benefcio. Mesmo sabendo que o cncer (neoplasia maligna) tem um tratamento
longo, com quimioterapias e outros procedimentos mdicos, eles insistem nas
ameaas de cortar o benefcio. Inclusive, a Autora tem entregado continuamente os
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atestados exigidos, que demonstram a gravidade do seu caso, mas no tem
adiantado. Basta ver os pedidos reiterados de prorrogao do benefcio em anexo.
Alm disso, os mdicos peritos no consideram, nas percias que fazem, que
a Autora teve um osso da coxa esquerda e parte do joelho removidos, por causa da
doena, e que, por conta disso, ficou com o movimento da perna limitado, tendo que
usar muletas p/ andar. Ver raio x em anexo.
vlido assinalar ainda, que a Autora trabalhadora rural. Trabalhava
cortando cana. Inclusive, sua Carteira de trabalho ainda est registra na empresa naqual fazia esse servio. A Autora est licenciada da empresa. (Cpia da Carteira de
trabalho em anexo).
Esse trabalho, cortar cana, ou quaisquer outros trabalhos rurais exigem fora,
destreza e movimento. Um trabalhador que usa muleta, que tem limitao para
andar, que no consegue ficar em p por muito tempo e no consegue carregar
peso, caso da Autora, se torna completamente invlido, improdutivo, para a funoque a Autora exercia e para outros trabalhos rurais. No possvel cortar cana com
uma mo e com a outra ficar segurando a muleta. No possvel segurar a enxada
ou a foice com uma mo e com a outra segurar a muleta.
vlido assinalar ainda que o trabalho rural, como o da Autora (carteira de
trabalho em anexo) em sua maioria, por produo, o que exige ainda mais do
trabalhador. Quanto mais veloz, mais fora e mais destreza, maior a produo.
Logo, tambm por isso, a Autora considerada invlida para esse tipo de trabalho.
A Autora no consegue andar por muito tempo, nem ficar sentada por um
perodo longo, pois sua perna no dobra completamente, nem fica, por muito tempo,
semidobrada, devido a dor ocasionada pela prtese que est dentro do osso.
Conforme mostra o raio x em anexo.
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Alm disso, a Autora tem que fazer acompanhamento mdico constante para
monitorar a existncia de novos focos da doena. E, caso seja identificado um novo
foco, tem que fazer as quimioterapias. Tem que fazer fisioterapia para tentar
recuperar parte do movimento da perna que est com a prtese. O que inviabiliza o
exerccio de quaisquer outras atividades remuneradas, qual empresa vai contratar
uma pessoa com cncer (neoplasia maligna) e deficiente fsica par causa da
doena?
Segue, em anexo, todos os atestados entregues aos mdicos peritos do INSS
(2009 at 2011) e, mesmo assim, eles insistem em ameaar a Autora com o corte doauxlio-doena, dizendo que ela pode trabalhar, e que o benefcio ser prorrogado
s por mais uma vez.
Alm disso, o ru marca as percias umas prximas da outra, diferena de
meses, mesma sabendo que a casa da Autora de neoplasia maligna (cncer), que
tem tratamento longo, envolve a remoo da assa da perna e de parte do joelho,
que deixou a Autora deficiente, instalao de prtese metlica na perna e tem queusar muletas. Se sabem que essa doena no curvel em meses, por que insistem
em fazer tantas pericias?
Enfim, para o trabalho rural a Autora est invlida e o tratamento da doena, a
deficincia fsica ocasionada inviabilizam o exerccio de quaisquer outras atividades
remuneradas pela Autora, qual empresa vai, contratar uma pessoa com cncer e
deficiente por causa da doena?
Alm disso, os mdicos peritos do ru enquadraram a Autora no item:
"Auxlio-doena par acidente de trabalha (91)" (Documento em anexa). Pela que
sabemos neoplasia maligna (cncer) no uma doena oriunda de acidente de
trabalho. preciso analisar por que razo, causa ou circunstncia isso foi feito. E se
isso ocasiona algum tipo de prejuzo Autora. Se causar algum prejuzo a Autora
deve ser corrigida, desde o incio da concesso do benefcio.
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III- FUNDAMENTO JURDICO
Os atos praticados pelo INSS, ameaas de cortar o benefcio da Autora,
assim como a marcao de percias mdicas umas prximas das outras, violam a
art. 62 da Lei 8213/91 que diz:
"O segurado em gozo de auxlio-doena, insusceptvel de recuperao paraatividade habitual, dever submeter-se a processo de reabilitaoprofissional para o exerccio de outra atividade. No cessar o benefcio atque seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade quelhe garanta a subsistncia ou. quando considerado no-recupervel, foraposentado por invalidez".
A Autora est invlida para a atividade habitual que exercia. Est invlida
para o trabalho rural, uma vez que perdeu a fora, a destreza e os movimentos que
esse tipo de trabalho exige. A Autora teve parte da coxa e do joelho esquerdo
amputados, tem que usar muletas e no consegue carregar peso. No consegueandar por muito tempo ou ficar em p longos perodos, nem consegue ficar muito
tempo sentada ou dobrar completamente a perna, devido a prtese metlica dentro
do osso. Conforme mostra os documentos em anexo.
Portanto, a invalidez da Autora para o trabalho rural evidente. Como o INSS
no promoveu nenhum tipo de capacitao profissional, condizente com a condio
da Autora ou que se enquadre no tratamento contnuo da doena e na fisioterapia, aaposentadoria por invalidez devida a Autora.
Inclusive, a interpretao dada pelos tribunais, para o artigo citado
anteriormente, aparece no Acrdo abaixo, que diz taxativamente:
Origem: TRIBUNAL - SEGUNDA REGIAO; Classe: AC - APELAO CIVEL
- O; Processo: 199451 01 0268505 UF: RJ; rgo Julgador: PRIMEIRA
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TURMA ESPECIALIZADA; Data da deciso: 28/06/2006; Documento:
TRF200155553:
Se o autor ainda se encontra incapacitado para o exerccio de suaatividade habitual, e a autarquia previdenciria no promoveu suareabilitao profissional, est caracterizada a ilegalidade docancelamento do auxlio-doena.
E o caso de apelao interposta pelo Instituto Nacional do Seguro Social -INSS de sentena prolatada pelo MM. Juiz da 39 Vara Federal do Rio deJaneiro - RJ, Dr. Elmo Gomes de Souza, que julgou procedente o pedidopara restabelecer o benefcio de auxlio-doena do autor, condenando o ruao pagamento dos valores devidos desde a suspenso indevida. Foideferida ainda a antecipao dos efeitos da tutela para determinar que aautarquia previdenciria restabelecesse o benefcio no prazo de 30 (trinta)
dias. (...)De outra parte, a r no logrou comprovar um dos requisitos legaisautorizadores da cessao do beneficio, a saber, reabilitao profissional dosegurado. Assim, se o autor ainda se encontrava incapacitado para oexerccio de sua atividade habitual e a apelante no promoveu suareabilitao profissional, afigura-se, ilegal, destarte, o cancelamento doauxlio-doena.
Neste sentido, os julgados que passo a transcrever:
"PREVIDENCIRIO. CANCELAMENTO DE BENEFCIO. AUXLIO-DOENA. INCAPACITAO. ART.62 DA LEI N 8.213/91. - O segurado
em gozo de auxlio-doena, insuscetvel de recuperao para a suaatividade habitual, dever submeter-se a processo de reabilitaoprofissional para o exerccio de outra atividade. Somente ser possvel acassao de seu beneficio quando o segurado for considerado habilitadopara o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistncia.Artigo 62 da lei n. 8.213/91. (TRF 2 Regio - Terceira Turma - AC96.02.05689-4 - ReI. Juiz Luiz Antnio Soares - Deciso 06.05.1999 - DJU06.05.1999 ).
"PREVIDENCIRIO. PERCIA MDICA. DOENA NEUROLGICAINCAPACITANTE; AUXLIO-DOENA. RESTABELECIMENTO.SENTENA CONFIRMADA. - Tendo sido comprovada, por pericia. mdicarealizada em juzo, a incapacidade laborativa do requerente para o
desempenho de sua atividade habitual, sem que tenha sido submetido aprocesso de reabilitao profissional, restabelecido deve ser o auxlio-doena indevidamente cancelado (art. 62, da lei n. 8.213/91 l. Apelao eremessa oficial, tida por interposta, improvidas. (TRF - 5 Regio - PrimeiraTurma - AC 188844 - Proc. 99.05.52252-2 - ReI. Juiz Ubaldo AtadeCavalcante - Deciso 16.03.2000 - DJU 19.06.2000 - p. 2667).
Desta feita, conclui-se que, de acordo com o art. 62 da Lei 8213-91,somente ser possvel a cessao do pagamento do auxlio-doena quandoo segurado for considerado habilitado para o desempenho de novaatividade, o que no ocorreu in casu, devendo ser mantida a sentena.
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Portanto, o excesso de percias mdicas e as ameaas constantes de corte
do benefcio pelos mdicos peritos do ru so ilegais. Inclusive, esses mdicos no
consideram que a Autora teve parte da coxa e do joelho amputados, ficou com
deficincia fsica por causa da doena e est invlida p/ o trabalho rural.
Alm disso, o tratamento constante da doena, a fisioterapia, etc., inviabilizam
o exerccio de outras atividades remuneradas pela Autora, qual empresa vai
contratar uma pessoa com cncer e que ficou deficiente por causa da doena?
Outro ponto importante o art. 45 da Lei 8213/91 que diz:
O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitadaassistncia permanente de outra pessoa ser acrescido de 25% (vinte ecinco por cento).
A Autora perdeu parte dos movimentos da perna esquerda, uma vez que teve
o osso da perna esquerda e parte do joelho removidos, sendo instalada no local uma
prtese metlica, por isso, no consegue andar muito tempo, no consegue ficar
muito tempo sentada ou em p e nem carregar peso. A Autora caminha usando
muletas.
Portanto, a Autora necessita da assistncia permanente de outras pessoas para as
atividades cotidianas, uma vez que a doena causou-lhe deficincia fsica; a doena,
ainda em tratamento, causou sequelas.
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IV- PEDIDOS
Diante do exposto, requer, ao Excelentssimo Juiz, que:
I. Seja deferido o pedido de Justia Gratuita, nos termos da Lei.
II. Determine a citao do ru para, querendo, contestar a presente ao, sob
pena de lhes serem aplicados os efeitos da revelia.
III. Defira a juntada dos documentos que instruem a inicial.
IV. Determine que o ru informe o motivo, causa ou circunstncia que obenefcio da Autora (Neoplasia Maligna - cncer) foi enquadrado como "Auxlio-
doena por acidente de trabalho (91)". E se isso causa algum prejuzo a Autora, uma
vez que essa doena no acidente de trabalho. Caso cause algum prejuzo a
Autora que esse enquadramento seja corrigido desde o incio do pagamento do
benefcio.
V. Determine a transformao do auxlio-doena em aposentadoria por
invalidez, uma vez que a Autora ficou invlida para o trabalho rural, teve parte doosso da coxa e o joelho removidos, ficando com deficincia fsica, tendo que usar
muletas e fazer tratamento mdico constante, assim como fisioterapia, por um longo
perodo.
VI. Determine as devidas correes no valor do benefcio, nos termos do Art.
44 da Lei 8213/91.
VII. Determine o pagamento do acrscimo de 25% (vinte e cinco por cento) no
valor do benefcio, nos termos do Art. 45 da Lei 8213/91, uma vez que a doena
causou, na Autora, deficincia fsica fazendo-a depender da assistncia permanente
de outras pessoas.
VIII. Condene o ru a pagar todas as custas processuais e honorrios
advocatcios, estabelecido pelo Juiz, de acordo com a Tabela da OAB.
IX. Sejam as intimaes deste processo, de acordo com o disposto no Art.39
do CPC, encaminhadas para a Rua Luiz Viana Filho, 10 A, Centro Paulo Afonso
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X. Provar o alegado por todos os meios em direito admitidos especialmente
provas documentais, periciais e todas as demais que se fizerem necessrias.
V - DO VALOR DA CAUSA
D-se causa o valor de R$ 32.700 (Trinta e dois mil e setecentos reais).
Nestes termos Pede deferimento.
Paulo Afonso, 15 de Junho de 2012.
Gilfredo Macrio GuerraOAB/BA 16.681
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