Ao de nunciao de obra nova

ADVOCACIA DECOTTIGNIES

Jos Henrique Decottignies

Antonio Rubens Decottignies Av. Champagnat, 1.073 - Ed. Atlntico Sul, salas 203/211

Jos Geraldo N. Jnior Centro - Vila Velha - ES - Telefax (027) 3329-1344

Clio de Carvalho C. Neto E-mail: advdecot@escelsa.com.brMarcelo de Arajo Neri

Ejandir Elias Martins

Renato Antunes

Luciana Decottignies

Maria Bajanne Neri Jnia

Giulliani Rigamont Gomes

Vitor Barbosa de Oliveira

=================================================================================================EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CVEL DE VILA VELHA ES. HLIO VICENTE GARIBALDI, brasileiro, casado contador, residente e domiciliado na Rua Incio Higino, n 196, Praia da Costa, Vila Velha/ES, inscrito no CPF/MF sob o n. 853.894.127-53, por seus advogados in fine assinados, instrumento procuratrio em anexo, com escritrio Av. Champagnat, n. 1.073 - Ed. Atlntico Sul, conj. 203/211 - Centro - Vila Velha, E. Santo, onde devero ser remetidas as intimaes de estilo, vem respeitosamente a elevada e nclita presena de Vossa Excelncia, propor a presente

AO DE NUNCIAO DE OBRA NOVA

em face de PAULO ROBERTO ROCHA, brasileiro, casado, residente e domiciliado Rua Incio Higino, 198, Apt 101, Ed. Mont Blanc, Praia da Costa, Vila Velha ES, CEP 29.101-430, podendo ainda ser localizado pelo telefone 3229-5332, pelos fatos e fundamentos jurdicos que a seguir passa a expor:

I - DOS FATOS

O nunciante proprietrio de um imvel situado a Rua Incio Higino, n 196, nesta cidade, conforme se sustncia do contrato por instrumento particular de abertura de crdito para construo e do habite -se anexo presente.

O imvel do nunciante faz vizinhana com o edifcio Ed. Mont Blanc, n198, no qual o nunciado proprietrio do apartamento 101.

Acontece MM.Juiz, que o nunciado iniciou empreendimento em seu imvel, dando inicio, na construo de meia parede com o imvel do nunciante, construo de um telhado para cobrir a rea ampliada de seu imvel, conforme demonstra as fotos em anexo.

Porm, a construo, apenas iniciada, na fase de madeiramento, deita beiral sobre o imvel do nunciante, de forma que a escoao das guas proveniente do telhado em construo cair diretamente no imvel do nunciante, o que sem sobra de dvidas causar danos ao seu imvel (vide fotografias anexas).

cedio, que para construo de imveis, deve - se ter certos cuidados para que no se prejudique e no coloque em risco a tranqilidade da vizinhana, o que notrio nos aparamentos legais, e o que no vem acontecendo neste caso, pois o nunciado no presta o mnimo de cuidado necessrio pra que no perturbe a vizinhana, especialmente o nunciante e sua famlia.

Ressalta-se que tal obra coloca em risco toda a famlia do nunciante, devido forma como a mesma esta sendo realizada, ou8 seja, com total inclinao do telhado para o imvel do nunciante.

Conforme pode-se ver das fotos anexas a presente, face ao descuido do nunciado, o telhado da obra iniciada esta sendo construdo com inclinao para o imvel do nunciante, de forma que toda a gua que cair neste telhado ter como nico meio de escoao o imvel do nunciante.

Procurado o nunciado por parte do nunciante, para tentar reparar o dano e reformular a obra de forma a no mais prejudicar o imvel do nunciante, no recebeu este a mesma ateno necessria dada a gravidade do assunto, limitando-se, o nunciado, em afirmar que a obra era legal.

Mas, se da forma como estiver sendo construda a obra esta vier a ser concluda, restara prejudico o imvel do nunciante, tendo em vista que restara abalada toda a estrutura do imvel do nunciante, pelos os motivos expostos acima, o que por certo merece um embargo de imediato e liminar, colocando em risco a vida do nunciante e de sua famlia.

Ainda mais, conforme se evidencia das fotos em anexo, e constante pedras e pedaos da obra carem sob o telhado do nunciante, o que poder causar tambm risco de vida. Tal acontecimento se deve ao fato de que o nunciado no providenciou a necessria tela de proteo, para que no possam ser jogados destroos da obra na vinhaa.

Por causa desta situao de perigo e apreenso a quase uma semana a sade do nunciante esta abalada, tendo em vista a situao de risco que o mesmo se encontra, bem como toda a sua famlia e demais habitantes do imvel em tela.

Assim, ao nunciante outra alternativa no sobrou, seno buscar a tutela jurisdicional, atravs do ajuizamento da presente ao de nunciao de obra nova, temendo inclusive que toda a estrutura de sua casa possa desabar devido ao escoamento das guas em sue telhado, pois da forma como esta sendo realizada a construo e o que fato ocorrer.

II - DO DIREITO

A pretenso ora aduzida pelo nunciante tambm encontra amplo respaldo legal no novo Cdigo Civil, vejamos:

Art. 1229- o proprietrio pode levantar em seu terreno as construes que aprover, salvo direito dos vizinhos e os regimentos administrativos.

Art.1.300 O PROPRIETRIO CONSTRUIR DE MANEIRA QUE SEU PRDIO NO DESPEJE GUAS DIRETAMENTE , SOB O PRDIO VIZINHO.O nunciante sendo proprietrio do imvel vizinho ao do denunciado, que encontra-se em construo, tem o direito de ao, consubstanciado na nunciao de obra nova a fim de impedir que a edificao em imvel vizinho lhe prejudique a propriedade, vejamos:

Art. 934 CPC

Compete esta ao:

I - o proprietrio ou possuidor, a fim de impedir que a edificao de obra nova em imvel vizinho lhe prejudique o prdio, suas servides ou fins a que destinado;

II - ....

As normas inerentes ao direito de construir, constantes no Novo Cdigo Civil, tem por objetivo no s impedir danos e prejuzos a propriedade, bem como evitas choques e animozidades entre vizinhos. A jurisprudncia a unanimidade vem mantendo este pensamento.

No outro tem sido o entendimento do nosso egrecio Tribunal, em ao que transito enjulgado nesta inclita comarca, in verbis:

TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESPIRITO SANTO

PROCESSO N 035939001489 DATA 20/12/94

DES. ARIONE VASCONCELOS RIBEIRO APELAO CIVIL ORIGEM : COMARCA DA CAPITAL - JUIZO DE VILA VELHA - AUTORES: JOO CORREIA HOMSTENREITEE, E OUTROS, AUTORES LITISCONSORTE: PARTE INTERESSADA JOO CORREIA HOMSTENREITEE EOUTROS, RESU: CASA ESPIRITA CRIST REUS LITISCONSORTES: PARTE INTERSSADA RU:

EMENTA

APELAO CIVIL CIVIL, DIREITO DE VIZINHANA E PROCESSUAL CIVIL AO DE NUNCAIAO DE OBRA NOVA INVASO DO DIREITO DE PROPRIEDADE- CONSTRUO IRREGULAR PARTE DA CONSTRUO COM MAIS DE UM ANO E DIA- IMPOSSIBILIDADE DE REFAZIMENTO- COSNTRUO EMBARGADA E DESASTENDIA CONDENAO DA DEMOLI- APELAES CONHECIDAS E DESPROVIDAS. 1- AS OBRAS FEITTAS SEM APREVIA AUTORIZAO DO VIZINHO PODEM SER IMPEDIDAS ATRAVES DE AO DE NUNCIAO DE OBRA NOVA, DESDE QUE NO ESTAJA CONCLUIDA 2- NO ATENDIDO O EMBARGO E CONCLUIDA A OBRA, O REU SER OBRIFGADO A DEMOLILA EM PRACO ASSINADO PELO JUIZ NA AEXECUO.

3 APELAES CONHECIDAS E DESPROVIDAS.

Assim, dvidas no restam sobre o direito do nunciante, bem como restaram demonstradas as arbitrariedades cometidas pelo nunciado ma construo de sua obra.

IV - DOS PEDIDOS

Diante a todo exposto, requer a V.Exa o seguinte:

a) o Embargo Liminar da obra em andamento ( art.937 do CPC ), vez que presentes os requisitos necessrios a tal concesso, com expedio do competente mandado, at o comparecimento de um perito indicado por este Juzo para a avaliao dos danos e da obra;

b) a citao do nunciado para todos os termos da ao, com as advertncias da lei;

c) a PROCEDNCIA do pedido, com o embargo da obra, determinando a demolio ou a reconstruo ou modificao do que j estiver sido feito;

d) a cominao de pena diria a ser arbitrada por Este Magistrado, para o caso de inobservncia do preceito ( art.936, II CPC );

e) a condenao em perdas e danos cujo valor devem ser apurado em liquidao de sentena ( art.20, pargrafo 4 do CPC );

f) requer, ainda, a demolio da obra no caso desta houver sido concluda com as ilegalidades levantas na presente;

g) por derradeiro, requer a produo de todos os meios de provas em direito admitidas, mormente documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal do nunciado, condenando-se o nunciado nas custas e despejas processuais e nos honorrios advocatcios em 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa. D a causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), valor este corresponde ao estimado para a obra

Nestes Termos

Pede Deferimento

Vila Velha, 06 de maio de 2003

CLIO DE CARVALHO CAVALCANTI NETO

ADVOGADO OAB-ES 9.100

GIULLIANI RIGAMONT GOMES

ADVOGADA OAB-ES 10.384