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Prof. Alexandre Amorim
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Victor Meireles: Primeira missa no
Brasil. 1860, óleo, 268 × 356 cm
Prevalecendo-se de uma concessão regulamentar, obteve mais dois anos de prorrogação para compor a
sua Primeira Missa, cujo esboço submeteu à apreciação do pintor histórico Roberto Fleury que, depois
de ter feito algumas observações quanto à composição do quadro, o achou bom. Esse quadro foi aceito
pelo júri francês, composto de notabilidades, o que, sem dúvida, constituiu uma bela conquista do
estudante brasileiro.
Depois de exposto o trabalho, voltou ao Brasil, sendo nomeado professor de pintura da Academia,
em cujo exercício entrou em 1862. Nesse mesmo ano pintou Moema e vários retratos.
Em 1868, por encomenda do então ministro da Marinha, Dr. Afonso Celso, e mediante o ajuste de
16:000$000, foi encarregado de pintar o Combate Naval do Riachuelo e a Passagem de Humaitá, que os
executou no próprio teatro da guerra. Esses quadros foram concluídos e expostos em 1872, ano em que
também fora exposto A Batalha de Campo Grande, de Pedro Américo.
O então ministro do Império, conselheiro João Alfredo, tendo em consideração o valor dos dois
artistas, incumbiu Pedro Américo a pintar a Batalha dos Guararapes. Firmado o contrato, ficou
estabelecido que o artista seguiria para a Europa, a fim de dar começo ao seu trabalho.
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Rodolfo Amoedo: Marabá, 1882. óleo
sobre tela, 151,5x200,5cm
(...)
Percorrendo vários estilos
Foi romântico em Marabá ou em
Desdêmona, realista ou naturalista
em Último Tamoio, herdeiro doacademicismo francês à la Cabanel
em A Partida de Jacó ou em Jesusem Cafarnaum, aproximando-se do
Simbolismo em A Narração deFiletas.
Amoedo era muito mais sensível e
pessoal nas aquarelas, por exemplo,quando se despejava de sua crosta
acadêmica e se voltava para uma
expressão mais direta e sincera.
Quase toda a sua obra versa
sobre a figura humana, sendo de
realçar a importância que nela
assumem os nus femininos. Também
executou retratos, cenas de gênero,
paisagens, interiores e decorações.
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Rodolfo Amoedo: O último tamoio. 1883, Oil, 180,3 x 261,3 cm
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Pedro Américo: Batalha do Avaí,
1872/77, óleo, 600 × 1100 cm
Américo, Pedro (1843-1905), pintor, desenhista e escritor brasileiro. Pedro Américo de Figueiredo e
Melo nasceu no estado da Paraíba e faleceu em Florença (Itália). Iniciou sua vida artística aos 11 anos
de idade, contratado para trabalhar como desenhista pelo naturalista francês Louis Jacques, que
viajou pelo sertão brasileiro, desenhando e documentando a fauna e a flora locais. No Rio de Janeiro,
estudou no Colégio Pedro II e, em 1856, entrou para a Academia Imperial de Belas Artes. Em 1859,
recebeu do imperador D. Pedro II uma bolsa de estudos para se aperfeiçoar em desenho e pintura na
França. Em Paris, estudou na Escola de Belas Artes, no Instituto de Física Ganot e na Sorbonne,
dedicando-se também à literatura e à pesquisa científica. Recebeu grande influência dos pintoresneoclássicos franceses. Entre suas obras literárias e filosóficas, destacam-se A reforma da Academiade Belas Artes de Paris; Discursos sobre a Estética e Ciência e os sistemas. Viajou para a Itália e voltou
ao Brasil em 1864, para lecionar desenho na Academia Imperial de Belas Artes. Em Florença, realizou
suas mais famosas pinturas. Celebrizou-se pelas telas Batalha do Avaí e O Grito do Ipiranga. Dedicou-
se também à política, sendo eleito deputado em 1891. Em 1900, em Florença, pintou Paz e Cncórdia.Foi considerado um dois mais famosos artistas de sua época.
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Pedro Américo: Independência ou morte. 1888, óleo,
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Pedro Américo: A Noite e os
Gênios do Estudo e do Amor.1886, óleo, 260 × 195 cm
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No panorama da pintura nacional, Almeida Júnior aparece como autêntico
precursor. Em sua obra, que abrange pinturas históricas, religiosas e de gênero,
retratos e paisagens, repercute uma personalidade que nunca se afastou um
milímetro de suas idéias e convicções. Sua produção, não muito extensa, é
valiosa do ponto de vista estético, histórico e social, nela se misturando
influências românticas, realistas e até mesmo pré-irnpressionistas: como não
ver, nesse artista probo e sincero, um êmulo de Courbet e de Millet, ou deBastien-Lepage e Lhermitte, com os quais possui afinidades técnicas e
temáticas?
Realista, os personagens do pintor são gente de carne e osso, que conheceu
pessoalmente, gente que tinha nome, comia, vivia, amava. Assim, o modelo para
Picando Fumo era um tipo popular de Itu, Quatro Paus; e a mulher que aparece
escutando O Violeiro era figura notória da cidade, misto de enfermeira e
dançarina num cabaré local. De inspiração outra são, evidentemente, as várias
figurações de Maria Laura que perpassam por sua produção: porque MariaLaura é A Noiva (1886), ela é quem simboliza A Pintura, no quadro, de 1892,
hoje na Pinacoteca de São Paulo surge na Leitura, também de 1892, quem sabe
se também em O Importuno, de 1898, ou em Saudades, de 1899, quando não
em Repouso, sensual figura de uma jovem adormecida, em meio à leitura,
vendo-se o alvo seio que escapa dos rendilhados da camisola entreaberta. No
que respeita aliás aos aspectos psicológicos da arte de Almeida Júnior, homem
tímido e retraído mas paradoxalmente ousado, afrontando a tudo e a todos, em
se tratando de seu amor por Maria Laura, quanta matéria de estudo em pinturas
como as já mencionadas O Importuno, Leitura ou Repouso!
Tecnicamente, pode-se dividir sua carreira em duas fases, antes e depois de
1882. Na inicial a palheta é sóbria e o modelado de extrema simplicidade, com
apelo a recursos de luminosidade que de longe evocam os pré-impressionistas e
a uma fatura gorda, empastada; na segunda fase a palheta se aclara e enriquece
de novos matizes, a pasta pictórica é utilizada com maior parcimônia, enquanto,
tematicamente, o assunto brasileiro faz sua aparição, externado numa
linguagem plástica das mais pessoais e mais bem articuladas surgidas entre nós.
Almeida Junior:
O derrubador brasileiro. 1875,óleo, 227 × 182 cm
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Almeida Junior:Descanso do modelo, 1882, óleo, 98 × 131 cm
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Almeida Junior: Moça com o livro. Sec XIX, óleo, 50 × 61 cm
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Nicolau Antonio Facchinetti: Lagoa
Rodrigo de Freitas. 1884, óleo, 23 × 65 cm
Sempre que o contratavam para executar determinada obra, desse ou daquele sítio, montava seu ateliê no lugar,e ali permanecia até concluí-la.
Em 1871, para atender a uma encomenda de um certo Sr. Harrah, passou alguns meses junto à Fortaleza de São
João, de onde podia descortinar o panorama das praias da Saudade e de Botafogo: o resultado foram as duas
paisagens expostas no Salão de 1872, de extrema fidelidade e não menor força poética.
Na soberba vista de São Tomé das Letras, do Museu Nacional de Belas-Artes, pode-se até ver, no primeiro plano,
ao centro da composição, uma tosca cobertura, de dentro da qual podia com vagar contemplar o imenso panorama
de toda aquela esplêndida região, cobertura que lhe servia de abrigo, dormitório, mirante e ateliê.Esse mesmo amor à natureza transpira também das longas inscrições que, em letra firme de espessos contornos,
costumava apor ao dorso de seus quadros, geralmente contendo indicações precisas sobre o sítio retratado, a época
da execução e o autor da encomenda, além das invariáveis notas Pintado fielmente do natural, Efeito da manhã,Efeito da tarde, etc.
Essa meticulosidade levou alguns críticos do século passado, como Félix Ferreira, em 1884, a considerá-lo "um
paisagista de largos traços, febril e impressionista", embora o que menos se possa ver, nessas obras topográficas,
seja exatamente a largueza de traços, a execução febril, o Impressionismo.