ac. glicolico em estrias

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O EFEITO DO PEELING DE ÁCIDO GLICÓLICO À 70 % SOBRE AS ESTRIAS Cláudia C. Santi Hajjar¹ Gabriela Gonçalves de Oliveira² INTRODUÇÃO Estrias são cicatrizes atróficas adquiridas na pele causando danos estéticos e psicológicos. O ácido glicólico é extraído da cana-de-açúcar e possui várias ações benéficas quando aplicado na pele. O peeling com ácido glicólico é um procedimento indicado para este tratamento. O trabalho apresentado tem a finalidade de apresentar um procedimento estético, menos invasivo e não doloroso para os que procuram este tipo de tratamento. REVISÃO DE LITERATURA A estria é uma atrofia tegumentar adquirida, apresentando um aspecto linear, com um ou mais centímetros de largura, a princípio avermelhada e depois esbranquiçada. Quando em grande quantidade dispõem-se paralelamente umas as outras e perpendicularmente às linhas de fendas da pele, indicando um desequilíbrio elástico localizado, caracterizando, portanto, uma lesão da pele. Apresentam um caráter de bilateralidade, ou seja, existe uma tendência da estria se distribuir-se simetricamente em ambos os lados. Acometem principalmente indivíduos obesos, durante a gravidez, síndrome de Cushing e de Marfan, com uso tópico ou sistêmico de esteróides (cortisona ou ACTH), nos tumores de supra-renal, infecções agudas e debilitantes (febre tifóide, intertrígo inguinal, febre reumática, tuberculose, AIDS, lúpus), atividade física vigorosa (musculação), estresse, ou outras condições. Os primeiros estudos sobre as estrias apontavam o problema como decorrente do estiramento cutâneo, mas há evidências de que seu aparecimento na pele seja multifatorial e além de fatores endócrinos e

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Page 1: Ac. Glicolico Em Estrias

O EFEITO DO PEELING DE ÁCIDO GLICÓLICO À 70 % SOBRE AS ESTRIAS

Cláudia C. Santi Hajjar¹

Gabriela Gonçalves de Oliveira²

INTRODUÇÃO

Estrias são cicatrizes atróficas adquiridas na pele causando danos estéticos e

psicológicos. O ácido glicólico é extraído da cana-de-açúcar e possui várias ações

benéficas quando aplicado na pele. O peeling com ácido glicólico é um procedimento

indicado para este tratamento. O trabalho apresentado tem a finalidade de apresentar um

procedimento estético, menos invasivo e não doloroso para os que procuram este tipo de

tratamento.

REVISÃO DE LITERATURA

A estria é uma atrofia tegumentar adquirida, apresentando um aspecto linear,

com um ou mais centímetros de largura, a princípio avermelhada e depois

esbranquiçada. Quando em grande quantidade dispõem-se paralelamente umas as outras

e perpendicularmente às linhas de fendas da pele, indicando um desequilíbrio elástico

localizado, caracterizando, portanto, uma lesão da pele. Apresentam um caráter de

bilateralidade, ou seja, existe uma tendência da estria se distribuir-se simetricamente em

ambos os lados. Acometem principalmente indivíduos obesos, durante a gravidez,

síndrome de Cushing e de Marfan, com uso tópico ou sistêmico de esteróides (cortisona

ou ACTH), nos tumores de supra-renal, infecções agudas e debilitantes (febre tifóide,

intertrígo inguinal, febre reumática, tuberculose, AIDS, lúpus), atividade física vigorosa

(musculação), estresse, ou outras condições. Os primeiros estudos sobre as estrias

apontavam o problema como decorrente do estiramento cutâneo, mas há evidências de

que seu aparecimento na pele seja multifatorial e além de fatores endócrinos e

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mecânicos, existe predisposição genética e familiar. As estrias acometem ambos os

sexos, com predominância no feminino, principalmente a partir da adolescência. Na

mulher adulta saudável, a incidência de estrias é 2,5 vezes maior que em homens nas

mesmas condições (GUIRRO et al., 2002). É um problema estético, onde há

rompimento das fibras elásticas e colágenas, provocando lesões na pele devido ao

estiramento. O sucesso do tratamento vai depender da coloração da estria, pois nas

lesões violáceas o resultado do tratamento é mais satisfatório, devido a presença de

circulação sanguínea local (GOMES, ROSALINE KELLY, 2009). O ácido glicólico é

um agente cáustico que provoca a destruição controlada de partes da epiderme e/ou

derme, seguida pela regeneração dos tecidos. Representa uma forma acelerada de

esfoliação. (ROTTA, 2008). Segundo BORGES (2006) ácidos são substâncias que

apresentam pH menor que o pH da pele, fazendo uma esfoliação química, resultando na

destruição da epiderme e/ou parte da derme, para o surgimento de um novo tecido

epidérmico mais normalizado. O ácido glicólico é um ácido de caráter natural, extraído

da cana-de-açúcar. É uma molécula pequena com alto poder de penetração, em relação

aos outro AHAS. Em elevada concentração como de 50-70% age diminuindo a força de

coesão dos queratinócitos, produção de epidermólise total e alteração dérmica, como

formação de colágenos. (RIGON,2009).É um agente hidrofílico, que aumenta a

hidratação e a elasticidade da pele, devido à alta capacidade de penetração, agindo na

estimulação direta na produção de colágeno, elastina e mucopolissacarídeos

(HENRIQUE et al., 2007). É o ácido mais comumente utilizado como peeling químico

em consultórios de dermatologistas e por esteticistas, devido sua eficácia e facilidade de

uso. O peeling de ácido glicólico foi um dos primeiros peelings químicos superficiais a

se tornar popular. Em 1996, Ditre mostrou que a aplicação do ácido glicólico, resultou

histologicamente em um aumento de 25% na espessura da pele, aumentou

mucopolissacarídeos ácidos na derme, melhorou a qualidade das fibras elásticas e

aumentou a densidade do colágeno (BAUMANN, 2004).

CONCLUSÃO

O estudo sobre o ácido glicólico é necessário para tratar as estrias, pois o mesmo

apresenta propriedade eficaz para a reparação tecidual, visto que é seguro, de caráter

natural e com muitos benefícios obtendo-se um resultado satisfatório no procedimento.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GUIRRO, E. ; GUIRRO. R. fisioterapia dermato-funcional. São Paulo. Manole. 3ª ed.

2002.

DEPREZ, F. Peeling químico: superficial, médio e profundo. Rio de janeiro. Revinter.

2009.

ROTTA, OSMAR. Guia de dermatologia: clínica, cirúrgica e cosmiátrica. Barueri- São

Paulo. Manole. 2008.

KEDE, MARIA. ; SABATOVICH. OLEG. Dermatologia estética. São Paulo.

Atheneu. 2ª Ed. 2009.

BAUMANN, LESLIE. Dermatologia cosmética. Rio de Janeiro. Revinte. 2004.

LEONARDI, GISLEINE RICCI. Cosmetologia Aplicada. São Paulo. Santa Isabel. 2ª

Ed. 2008.

BORGES, Fabio. Dermato-funcional, modalidades terapêuticas nas disfunções

estéticas.São Paulo. Phorte. 2006.

HENRIQUE, B. G; SOUSA,V.P.de; VOLPATO,N.M.; GARCIA,S. Desenvolvimeto

e validação de metodologia analítica para a determinação do teor de ácido glicólico na

matéria –prima e em formulações dermocosméticas. Brazilian Journal of Phamaceutical

Sciences, vol. 43,n. 1,jan/ mar. 2007.

RIGON, Roberta Balansin. Desenvolvimento de diferentes formulações acrescido de

ácido glicólico. 17° amostra acadêmica UNIMEP. Piracicaba. 2009. http//

www.unimep.br/phpg/mostraacademicaanais/7mostra/1/222.pdf. Acesso em

19/06/2011.

¹ aluna do curso de estética e cosmética da UNIFIL

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² Doutora docente da