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Page 1: Abrigos - Porto Alegre - Termo de Compromisso de ... · abrigamento (pelas 2ª, 3ª, ou 4ª vezes) tal circunstância, obrigatoriamente, ... das medidas adotadas e, se necessário,

Abrigos - Porto Alegre - Termo de Compromisso de Integração Operacional

TERMO DE COMPROMISSO DE INTEGRAÇÃO OPERACIONAL CONSIDERANDO que o abrigo é medida protetiva excepcional e provisória, visando em um primeiro momento retirar a criança ou adolescente da situação de risco em que se encontra, de regra, decorrente de ações ou omissões dos pais ou responsável, que visa a recuperação posterior do vínculo familiar, ou, não sendo isto possível, a sua colocação em família substituta (artigos 92 e 101, parágrafo único, ambos do Estatuto da Criança e do Adolescente); CONSIDERANDO que se tratando o abrigo determinado pelo Conselho Tutelar, de medida protetiva de natureza administrativa que atinge o pleno exercício do pátrio poder, nos termos do art. 5º, inciso LV da Constituição Federal, obrigatoriamente, deverá a decisão tomada ser fundamentada, bem como deverão os pais ou responsável serem dela cientificados, inclusive de que a Justiça da Infância e da Juventude é o órgão competente para sua revisão (art. 137, ECA), quando houver possibilidade para tal; CONSIDERANDO que a entidade de abrigo, ao receber a criança ou adolescente em situação de risco, é competente para exercer a função de guardião, conforme artigos 33 e 92, parágrafo único, do Estatuto da Criança e do Adolescente, inclusive para requerer a revisão da medida; CONSIDERANDO que para evitar-se a permanência prolongada de criança ou adolescente nas entidades de abrigo e as conseqüências nefastas dela advindas, se faz necessário regulamentar o procedimento de abrigo, a partir de decisão adotada pelo Conselho Tutelar ( artigo 101, VII, do Estatuto da Criança e do Adolescente); estabelecem entre si, a 1ª, 2ª e 7ª Promotorias Especializadas da Infância e da Juventude; o 1º e 2º Juizados da Infância e Juventude; a Coordenação dos Conselhos Tutelares, a Diretoria de Proteção Especial da Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assistência Social- STCAS; Fundação de Assistência Social e Cidadania -FASC, as diretorias das entidades de abrigo não-governamentais, Casa de Passagem ADRA, Lar de São José, Fundação ULNA - Uma Luz No Amanhã, Abrigo Jovem Cidadão, Albergue João Paulo II, Clínica Esperança de Amparo à Criança e SOS - Casa de Acolhida o presente TERMO DE COMPROMISSO DE INTEGRAÇÃO OPERACIONAL, com a finalidade de regulamentar procedimento de abrigo, a partir da medida de proteção de abrigo aplicada pelo Conselho Tutelar (art. 101, VII, ECA) comprometem-se com o que segue: 1. O CONSELHO TUTELAR aplicando medida de proteção de abrigo, fundamentará sua decisão e cientificará os pais ou responsável da medida aplicada e da possibilidade de ingresso de ação de revisão no Juizado da Infância e Juventude, nos termos dos artigos, 5º, inciso LV, da Constituição Federal e 137, do Estatuto da Criança e do Adolescente. Havendo reincidência de abrigamento (pelas 2ª, 3ª, ou 4ª vezes) tal circunstância, obrigatoriamente, deverá constar da guia de abrigamento, quando do conhecimento do membro do Conselho Tutelar.

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2. A ENTIDADE DE ABRIGO comunicará ao Ministério Público e 2º Juizado da Infância e da Juventude o ingresso da criança ou do adolescente no abrigo, em até o segundo dia útil do abrigamento, remetendo cópia da respectiva guia . 3. O CONSELHO TUTELAR e a ENTIDADE DE ABRIGO, respeitada a obrigação prevista no art. 92 do Estatuto a Criança e do Adolescente, estabelecerão um plano de trabalho conjunto, para avaliar a viabilidade ou não da manutenção do vínculo familiar, bem como definir as providências e medidas necessárias a serem tomadas para agilizar os encaminhamentos para definição da situação familiar da criança e/ou adolescente, que deverá estar concluído no prazo de trinta dias do abrigamento. Referido prazo poderá ser prorrogado, por decisão fundamentada, por igual prazo. 4. NO CASO DE EVASÃO, caberá ao dirigente da entidade, na condição de guardião, comunicar de imediato ou no prazo de 24 horas, por escrito, ao Conselho Tutelar, ao Ministério Público, ao Juizado da Infância e da Juventude, dizendo das medidas adotadas e, se necessário, requerendo a expedição de mandado de busca e apreensão. 5. RESULTADO DO PLANO DE TRABALHO: a) Superado o problema dos pais ou responsáveis, sendo restabelecido o vínculo familiar, a criança ou adolescente será desligada através de guia emitida pelo Conselho Tutelar, contanto não haja decisão judicial em contrário, caso em que a entidade de abrigo estará obrigada a comunicar ao Conselho Tutelar. b) O problema persiste, mas com frágil evolução de possibilidades no vínculo parental, o Conselho Tutelar entendendo oferecerá representação, para efeito das ações de perda ou suspensão do Pátrio Poder (art. 136, XI), ou outras medidas jurídicas necessárias. O MINISTÉRIO PÚBLICO, no prazo de 10 dias, em sendo necessário, ingressará com ação de destituição ou suspensão do Pátrio Poder e/ou outras medidas protetivas judiciais. Comunicará o ajuizamento da ação à Entidade de Abrigo e ao Conselho Tutelar. c) O problema persiste sem possibilidades no vínculo familiar, o Conselho Tutelar oferecerá representação ao Ministério Público, para efeito das ações de destituição do pátrio poder (art. 136, inciso XI). O MINISTÉRIO PÚBLICO, no prazo de 10 dias, havendo elementos probatórios suficientes, procederá no ajuizamento da referida ação, requerendo entre outras eventuais diligências, a avaliação social do caso, a transferência da criança ou do adolescente para um abrigo residencial e, julgado procedente o pedido, a posterior inclusão do nome da criança ou adolescente no cadastro de adoção, para fins de colocação junto a casal habilitado para adoção ou junto a interessados com vínculo de parentesco, afinidade e/ou afetividade. Prolatada sentença de destituição, havendo interessados na adoção, a criança será colocada em família substituta e desligada do abrigo. No caso de inexistência de interessados, após consultado o cadastro local, regional e estadual, a colocação em família substituta será buscada através da adoção internacional, observada a competência disposta na Lei Estadual n.º 9.896/93.

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Inexistindo interessados na adoção internacional, guarda ou tutela da criança ou adolescente, sendo caso de abrigo permanente, estes serão abrigados em casas lares ou, havendo programa e cadastro de interessados, colocados sob guarda subsidiária (art. 34, do ECA). 6. Os 1º e 2º Juizados da Infância e da Juventude, por seus atuais titulares, quando dos recebimentos de iniciais em ações nas quais se vislumbre, ainda que mediante cognição sumária, que em sendo o pedido inicial atendido, é significativa a possibilidade da colocação da criança ou adolescente em família substituta, sinalarão a capa do processo de forma igual, e determinarão às respectivas serventias, mediante portaria, que tal qual os processos por ato infracional com adolescentes internados, tenham esses feitos efetiva prioridade de tramitação nos cartórios. 7. O presente compromisso de ajustamento de integração operacional é firmado por prazo indeterminado. Cada compromitente estimulará a tomada de providências necessárias em seus respectivos órgãos para o fiel cumprimento deste compromisso. Este documento será referendado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Porto Alegre, 15 de agosto de 2000.

OBS.: Vide Portaria n.º 02/2001-2º JIJ, que regulamenta o ingresso e a permanência de crianças e adolescentes nas entidades de abrigo da Regional de Porto Alegre.