abraphe on air ed. 3
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Revista trimestral da Assossiação Brasileira de Pilotos de Helicóptero.TRANSCRIPT
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PILOTOS DE HELICÓPTERO
abraphe.org.br
3ª EDIÇÃO | MARÇO - ABRIL 2012
PERFORMANCE E ESTILO
PINTURAS PERSONALIZADAS
O Helicidade é o primeiro heliporto do Brasil a neutralizar e compensar a emissão de CO2.
Tanto nos pousos e decolagens das aeronaves quanto em suas instalações. Esse é mais um exemplo do respeito da nossa empresa com a naturezae com as pessoas, desde que foi criada há 10 anos. No balanço social do Helicidade, você poderá ver essa e todas as outras ações.
Tratamento VIP para você,sua tripulação e seu helicóptero:Estacionamento coberto com manobristas.Sala VIP e de reuniões.Loja de conveniência, banco 24 horas e revistaria.Restaurante, sala de ginástica e suítes para pernoite.Sala de pilotos com TV, DVD e internet.Hangaragem.Serviços pré e pós-voo.Abastecimento.E muito mais.
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CURSOSTreinamento na Robinson
23
Califórnia, EUA.
03Editorial
06CURTAS
04A PALAVRA DO PRESIDENTE
07HELICÓPTEROS
12PILOTOS
11COMUNICADO
05HOT PRODUCTS
Helimarte
22SEGURANÇAInserção do Indicativo de Localidade nos Helipontos
23CURSOS
25SAÚDE
Nada melhor que um curso de fábrica
A saúde dos ouvidos
21ENTREVISTATarso Marques
15MERCADODesvendando os mistérios da importação de um helicóptero
IMC inadvertido - 178 segundos de vida
17HELICÓPTEROS 2
Acompanhamento automático de voo e suas aplicações
14NO MUNDO
ÍNDICE
©ALEX KESSAR
Editorial
Contato / Assinatura
Capa
03
É com grande alegria que trazemos até você nossa terceira edição. A revista Abraphe
On Air tem se tornado referência na divulgação de informações e leva a toda a
comunidade aeronáutica as últimas novidades do nosso setor e informações úteis
para a Segurança de Voo, que possibilitam uma eficiente operação de helicópteros.
Outro ponto importante na montagem dessa revista é o canal direto que os nossos
Sócios-Empresa tem com os seus clientes. Acreditamos que 100% do seu público alvo
é atingido nas mensagens que aqui são publicadas.
Mais que vender seus serviços, o que procuramos é aumentar a cultura e o conhecimento
de todos os profissionais da aviação para que as reais necessidades dos operadores
sejam plenamente satisfeitas desde o momento da escolha de uma aeronave.
Utilizem as informações contidas nessa revista para incrementar seu trabalho diário
e jamais esqueçam que nossa missão é ser um ferramenta na vida dos operadores de
aeronaves sem jamais se esquecer de sua Segurança.
A função da ABRAPHE é ser um ponto de apoio e referência ao saudável
desenvolvimento da aviação de helicópteros buscando e divulgando sempre as
melhores práticas e inovações tecnológicas.
Boa leitura!
DIRETORIA:
Presidente: Rodrigo Duarte
Vice - Presidente: Hoel Carvalho
Secretária - Geral: Vera Berthault
Diretor Administrativo Financeiro: Luciano de
Oliveira
Diretor de Associados: Eduardo Seehagen
Diretor de Comunicação: Divaldo de Oliveira
Diretor Técnico, Operações e Segurança de
Voo: Isidoro Mekler
Diretor de Instrução e Disciplina: Domingos
de Souza
Diretor de Relações Públicas: Ruy Flemming
1° Suplente: Marcelo Micchi
CONSELHO FISCAL:
Presidente: Geoci Leonar Barbosa
1° Conselheiro: Marco A. A. Infante
2° Conselheiro: André Danita
Suplente: André Barão
EQUIPE:
Rita Santos
Ricardo Martins
Leandro Piccinini
ASSESSORA DE IMPRENSA:
Carolina Denardi
REDAÇÃO E PRODUÇÃO:
Rodrigo Duarte
DESIGN GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:
Lecode Studio - lecode.com.br
IMPRESSÃO:
Gráfica Josemar - graficajosemar.com.br
ABRAPHE - Assossiação Brasileira de Pilotos de Helicóptero
Avenida Olavo Fontoura, 1078 - St. C - Lt. 07
Hangar da Go Air - Santana - São Paulo - SP - CEP 02012-021
Tel.: +55 11 2221-2681 | FAX: +55 11 2221-1348
Fotografia: Divulgação Tarso Marques Concept
abraphe.org.br
RODRIGO DUARTEPRESIDENTE DA ABRAPHE
“Todo acidente pode e deve ser evi-tado, seja ele por falha humana ou de material.”
Esse erro costuma ser fatal e, infelizmente, foi a causa de
muitos acidentes e mortes em 2011.
Incentivamos o treinamento constante dos pilotos de
helicópteros e também o respeito às regras de voo. Elas
não foram feitas para dificultar nossas operações e sim para
que possamos sempre ter um parâmetro para realizá-las de
forma segura e eficaz.
Se respeitarmos esse binômio, as estatísticas “fatalmente”
irão cair!
A PALAVRA DO PRESIDENTE
04
A pergunta que eu mais tenho respondido nesses últimos
tempos é o por que do aumento do número de acidentes
com helicópteros. Ou então, por que nossa média é superior
aos acidentes com aeronaves de asa fixa.
Tudo isso começou após a divulgação dos números do CENIPA
que mostraram (até 06/12/2011) 26 acidentes de helicóptero
em 2011, em uma tendência crescente desde 2006.
Todos são unânimes em perguntar: É perigoso voar de
helicóptero no Brasil?
Acho que quaisquer pilotos, dos novatos aos experientes,
sabem responder essa pergunta: óbvio que não é perigoso!
Os últimos acidentes não fugiram da regra de ouro da
filosofia SIPAER: “Todo acidente pode e deve ser evitado!”,
seja ele por falha humana ou de material.
Nosso posicionamento na ABRAPHE é sempre de não
enxergar os números de maneira fria e absoluta.
O helicóptero é empregado em diversas missões e,
diferentemente dos aviões, está mais exposto ao risco
pois enquanto um só decola e pousa de aeroportos, nós
decolamos e pousamos praticamente de qualquer lugar e, às
vezes, o que é uma grande vantagem também pode ser um
enorme risco.
Aviões não fazem inspeção de linhas de alta tensão, voos
para plataformas de petróleo, nem missões de policiamento
urbano.
Outro ponto que merece nossa atenção é a grande
quantidade de acidentes com aeronaves menos complexas
e de simples operação. Muitas vezes a simplicidade e a
facilidade tendem a nos levar ao limite operacional das
aeronaves ou até mesmo ultrapassá-los, como no caso de
se voar em condições meteorológicas desfavoráveis em
aeronaves estritamente preparadas para voo visual.
NA INTERNET
http://tiny.cc/npuvj
Confira na Internet o programa Globonews Painel
com a presença do Ten. Brig. Ramon Borges Cardoso
– Chefe do DECEA, em conjunto com o presidente da
ABRAPHE aonde foi discutida a segurança de voo no
Brasil. Também presente o Vice Presidente da Gol
Linhas Aérea Cmte. Adalberto Bogsan.
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emergência integrados; GPS, transmissão em 406 MHz e 121,5 MHz;
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o tempo de busca e aumentando
suas chances de sobrevivência em
caso de emergência. Essa tecnologia
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mais de 28.000 vidas desde 1982.
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05
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CURTAS
Brasil, fornecedor mundial de helicópteros?
O jornal Valor Econômico publicou uma entrevista com o presidente mundial da Eurocopter, Lutz Bertling, em que o executivo declara que a marca terá modelos totalmente desenvolvidos no Brasil, desde o design até a fabricação entre 2023 e 2025. Essas aeronaves deverão ser vendidas para o mundo inteiro e integrará o portfólio de produtos da empresa. Em 2011, a Eurocopter obteve um faturamento de 5,4 bilhões de Euros, com crescimento de 12,5% das vendas em relação a 2010.
Sistema de HabilitaçãoA ABRAPHE firmou parceria com a corretora Good Winds
para a contratação de Seguro de Vida e Seguro contra
perda da CCF para pilotos de helicóptero. Com coberturas
de até 350 mil reais, o seguro foi criado com base no seguro
oferecido pela “IFALPA” (International Federation of Airline
Pilots Associations) com sede em Londres. Mais informações
na Sede da ABRAPHE.
CIV EletrônicaApós solicitação da ABRAPHE, a ANAC disponibilizou a
correção para os lançamentos errados efetuados na CIV
Eletrônica. Confira em nosso site na Seção Sala de Pilotos
perguntas e respostas para as principais dúvidas.
EC 175 - Além das expectativasA Eurocopter divulgou uma nota na França sobre seu novo
projeto EC175. Segundo a empresa, a aeronave, quando
configurada para operações de óleo e gás, terá autonomia
de 135 milhas náuticas transportando 16 passageiros ou
em “long range” 190 milhas náuticas com 12 pessoas a
bordo. Esse número representa 30% a mais que o previsto
inicialmente em projeto. A aeronave está prevista para
entrar em operação no final de 2012.
Consulado AmericanoA ABRAPHE firmou parceria com o consulado americano
para realizar o agendamento das entrevistas de nossos
pilotos associados que necessitam dos vistos de negócios
e/ou tripulante para a realização de voos de traslado ou
treinamento em simulador. Esse benefício somente é válido
para pilotos e não é extensivo aos seus familiares. Mais
informações na nossa secretaria.
06
Campanha de Cheques e Re-cheques
Está sendo um sucesso a presença dos checadores na sede
da ABRAPHE para realizar os voos de revalidação. Além de
cuidar da agenda dos checadores, a ABRAPHE disponibiliza
toda a sua estrutura com computadores, internet,
impressora, dando total condição para a realização dos
trabalhos de forma eficaz. Todos os pilotos, associados ou
não, podem realizar seus voos de cheque nessas campanhas
e a ABRAPHE estará sempre pronta para apoiar a todos.
©DIVULGAÇÃO HELIMARTE
HELICÓPTEROS
Com os Novos serviços de hangara-gem e manutenção, Helimarte estima crescimento de até 15% em 2012
O INÍCIOHá 13 anos, o piloto Jorge Bitar Neto investiu em um,
até então, pequeno empreendimento: um helicóptero de
dois lugares utilizado para voos de imprensa, que fazia
coberturas de trânsito e acidentes e começava também a
07
realizar voos executivos. Nascia então a Helimarte, hoje
uma das maiores empresas de Taxi Aéreo do Brasil.
Sob o comando de Jorge e ao contar com mais de 50 co-
laboradores - entre eles 20 pilotos - a Helimarte cresceu,
Helimarte
©DIVULGAÇÃO HELIMARTE
08
DO ROMANTISMO AO PASSEIO EXPERIÊNCIAPara manter todas as aeronaves voando e gerar receita
para a empresa, a Helimarte oferece alguns serviços
diferenciados para o público em geral, mesmo aqueles que
não estão habituados a usar o helicóptero como meio de
transporte rotineiro. São os pacotes promocionais Night
Air e Day Air, o Voo Panorâmico e a Chegada da Noiva.
Todos eles têm receptividade positiva no mercado e
representam um bom percentual na receita da empresa.
adquiriu novas aeronaves, ganhou mais espaço no merca-
do e se especializou em diversos serviços além do trans-
porte executivo, como o de aerofotografia, aeropub-
licidade, aeroreportagem, aeroinspeção entre outros.
Com um hangar próprio no Campo de Marte equipado
por uma incrível Sala Vip, que visa o conforto e elegância
na recepção de seus clientes, a empresa conquistou um
cenário ainda mais promissor durante os anos de 2010
e 2011 quando adquiriu seis novas aeronaves, direto da
fábrica, o que resultou em uma verdadeira renovação da
frota. “A expectativa de crescimento para este ano está
entre 10 e 15%”, diz o Comandante Jorge.
Hoje, a Helimarte possui uma frota de 16 aeronaves,
quatro aviões e 12 helicópteros, todos de propriedade
única da empresa e, ainda, tem o CHETA (Certificado de
Homologação de Empresa de Táxi Aéreo) fornecido pela
ANAC desde 2003, transparecendo a segurança de seus
passageiros e regularidade da profissão.
08
Sala VIP Helimarte
©DIVULGAÇÃO HELIMARTE
©DIVULGAÇÃO HELIMARTE
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HELICÓPTEROSNIGHT AIRO Night Air é o passeio romântico criado pela Helimarte
com procura durante todo o ano, mas tem seu maior
número de vendas no Dia dos Namorados quando o han-
gar se transforma em um verdadeiro salão de festas para
os casais aguardarem sua vez de embarcar. À luz de ve-
las e ao som de uma boa música, eles são recebidos com
champanhe na Sala Vip, sobrevoam a cidade por 20 minu-
tos e pousam em Hotel 5 estrelas onde degustam de um
romântico jantar e pernoitam em suíte nupcial.
O Day Air leva a bordo grupos de dois a cinco passage-
iros para desfrutarem pelo período de um dia ou mesmo
um final de semana, a relaxante estrutura de um Resort
às margens de uma linda represa. Os sobrevoos de ida e
volta contemplam parte da cidade de São Paulo e áreas
de exuberantes belezas naturais da Serra da Cantareira.
O Voo Panorâmico faz sucesso o ano todo, principal-
mente em datas como Dia dos Pais ou das Mães, quando
é oferecido como opção de presente-experiência e marca
a memória de quem ganha. Também está na lista de pre-
sentes de Natal, quando em época de fim de ano, as luzes
da cidade tornam-se os focos do sobrevoo da família e
dos amigos. O voo panorâmico tem duração de 30 minu-
tos ou uma hora e ocorrem durante o dia e à noite.
Com a Chegada da Noiva, elas vão até sua cerimônia de
casamento de helicóptero, impactando a festa e tornando
o evento ainda mais inesquecível. “Esse serviço depende
de onde será realizada a cerimônia, pois o local deve ser
apropriado para o pouso da aeronave”, avisa Jorge.
“(...) À luz de velas e ao som de uma boa música, eles são recebidos com champanhe na Sala Vip (...)”
©DIVULGAÇÃO HELIMARTE
HANGARAGEM E MANUTENÇÃO
Essas são as grandes novidades da Helimarte para 2012.
A empresa acaba de adquirir um novo hangar de cinco mil
metros quadrados – 3.400 de área descoberta e 1.600 de
área coberta. Este espaço, um dos maiores do Campo de
Marte, já está em funcionamento para o serviço de hanga-
ragem.
O aluguel pode ser mensal - incluindo serviços de guarda,
limpeza, comissaria entre outros - e também diário, em
casos de aeronaves que ocasionalmente pousam em São
Paulo. “Quando um helicóptero ou avião pousa em São
Paulo, ele fica sem atendimento, exposto ao sol no pátio
da aviação geral, aguardando instruções para nova deco-
lagem, isso se tiver espaço disponível no pátio geral”, ex-
plica Jorge. “Com o atendimento eventual, essas aeronaves
poderão estacionar em local seguro, coberto e receber o
apoio de nossa equipe para cuidar de todos os detalhes”,
10
completa o Comandante. Para uma estrutura completa,
será construída uma Sala Vip para recepção dos usuários,
nos mesmos padrões da sala do hangar Helimarte.
Com este novo serviço, a Helimarte, mais uma vez, inova e
amplia seu leque de opções para os milhares de usuários do
espaço aéreo de São Paulo, gerando mais receita e cresci-
mento para a empresa.
A manutenção que está em fase final de homologação trará
mais agilidade e qualidade para a frota Helimarte e tam-
bém para aeronaves de terceiros. Contando inicialmente
com homologação para os modelos Robinson 22 e 44, Bell
Jet Ranger e toda linha Esquilo da Helibrás, o serviço será
uma nova opção neste restrito mercado. “O que nos levou a
iniciar este novo segmento foi o pouco número de oficinas
disponíveis e, por conseguinte, a demora na execução dos
serviços e os altos custos praticados. Necessitamos de agili-
dade para deixar nossa frota o menor tempo parada, por
este motivo nossa proposta será trabalhar na manutenção
em horários e dias alternativos como à noite por exemplo.
Vamos levar este benefício para nossos clientes proprietári-
os de helicópteros também. A filosofia já está definida: ofi-
cina à disposição do usuário e não o contrário. Vamos inovar
com certeza!”, estima o empresário.
Uma metrópole como São Paulo, que recebe voos de to-
das as partes do país, não só é o fator promissor para o
empresário que quer evoluir no segmento aeronáutico,
como também é fundamental para o setor desenvolver os
serviços oferecidos a pilotos e aeronaves. “Somos o des-
tino de inúmeros voos diariamente, para reuniões, visitas,
turismo, etc. É fundamental oferecermos cada vez mais
conforto e segurança a todos que cruzam o nosso espaço
aéreo”, finaliza Jorge.
“A empresa acaba de adquirir um novo hangar de cinco mil metros quadrados – 3.400 de área desco-berta e 1.600 de área coberta.”
©DIVULGAÇÃO HELIMARTE
11
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Abraphecom fotosnovas.indd 1 01/07/2011 12:29:40
COMUNICADO
O fabricante de helicopteros AgustaWestland emitiu
um Boletim de Serviço* para inspeção preventiva das
Pás de Rotor de Cauda da frota de helicópteros AW139,
em decorrência das informações atualmente disponíveis
da investigação em andamento sobre a ocorrência no
Brasil. Um número de Pás de Rotor de Cauda foi retirada
de serviço e colocadas em quarentena. Porém todas as
Pás necessárias para reposição já foram providenciadas
pelo fabricante, a fim de possibilitar a continuidade da
operação dos helicópteros.
*BT 139-265 PRECAUTIONARY INSPECTION AND
QUARANTINE OF TAIL ROTOR BLADES
Uma nova Pá de Rotor de Cauda está em desenvolvimento
e testes, a qual incorpora um novo elemento de carga para
as principais cargas estruturais da Pá. Um helicóptero-
protótipo já está utilizando esta nova Pá para voos de
testes e de certificação. O lançamento desta nova Pá
está aguardado para o final do primeiro quadrimestre de
2012.
O fabricante AgustaWestland mantém uma estrutura de
Suporte Pós-Venda no Brasil, e maiores esclarecimentos
podem ser direcionados para a equipe de suporte local.
Através de contato com escritório central, localizado em
Osasco/SP. Ou através do site www.agustawestland.com
12
IMC inadvertido
“Se algum dia você for tentado a decolar com o tempo
duvidoso e não tiver sido treinado ou não possuir uma
máquina habilitada a voar por instrumentos, leia este
artigo antes de ir.
Se apesar de tudo você decidir ir e perder o contato
visual comece a contar regressivamente a partir de 178
segundos.
Quanto tempo um piloto sem treinamento e sem equipamento IFR pode esperar viver depois de entrar em mau tempo e perder o contato visual?
Pesquisadores da Universidade de Illinois encontraram
a resposta a esta pergunta. Vinte estudantes cobaias
simularam um voo em tempo adverso e todos entraram
em atitude anormal. O resultado só era diferente em um
aspecto: o tempo que se passava até a perda de controle.
Esse intervalo se estendia de 20 a 480 segundos. O tempo
médio era de 178 segundos. O céu está muito nublado e
a visibilidade pouca. A visibilidade de 5 quilômetros do
Muitos já conhecem este texto, porém, vale a pena reler e guardar para sempre essa lição. Para quem ainda não leu, encare com uma grande oportunidade...
PILOTOS
boletim meteorológico parecem 2 e você em voo não
consegue avaliar a base da camada.
Seu altímetro acusa 3.500 pés, seu mapa diz que a
topografia local atinge até 2.900 pés. Pode haver linhas
de transmissão por perto, porque você não sabe o quanto
está fora do curso. Mas você já voou em tempo pior que
este, então continua.
Inconscientemente, você começa a diminuir um pouco
a atenção nos instrumentos de controle para conseguir
enxergar mais claramente essas linhas de transmissão
que não são tão imagináveis assim. De repente você está
nas nuvens.
Você se esforça tanto para enxergar na nuvem tão
branca, que seus olhos começam a embaçar, em seguida
você sente uma sensação de frio no estômago.
PILOTOS
Você engole, só para descobrir que sua boca está seca.
Agora você percebe que deveria ter esperado tempo
melhor. Seu compromisso era importante, mas não tanto
como a sua vida. Em algum lugar uma voz fala: É isso aí
- Tudo passou! Agora você tem mais 178 segundos de
vida.
Você comanda levemente o cíclico para cessar o desvio,
mas isso parece ser artificial e assim você volta os
comandos a sua posição anterior. Isso dá uma sensação
melhor, mas sua bússola agora vira mais rapidamente
e a velocidade está aumentando. Você esquadrilha no
seu painel para receber ajuda, mas o que você vê de
uma maneira ou outra não lhe parece familiar. Você tem
certeza que só se trata de uma situação ruim. Em poucos
minutos você sairá dela (Só que você não tem mais
poucos minutos). Agora você tem mais 100 segundos de
vida. Você olha para seu altímetro e se assusta. Você já
está agora a 2.800 pés.
Instintivamente você aciona o cíclico para trás e o coletivo
em cima, mas o altímetro insiste em acusar descida. O
motor trabalha a toda força - e a velocidade já está no
máximo. Você tem 10 segundos de vida. De repente, vê
o chão. As árvores se aproximam rapidamente. Se virar
sua cabeça o suficiente verá o horizonte, mas ele está
incomum. Você está de cabeça para baixo, você abre sua
boca para gritar, mas ..... não sobram mais segundos...”
NO MUNDORUSSIAA turbina RR300 da Rolls-Royce foi homologada pela
autoridade russa abrindo o mercado para o Robinson
66. Essa turbina, lançada em 2008, foi desenvolvida
especificamente para esse modelo de aeronave que já
conta com mais de 40 unidades entregues.
ESTADOS UNIDOSA Milestone Aviation Group, empresa americana
especializada em arrendamento de aeronaves firmou
contrato com a American Eurocopter para a compra
de 05 novos EC130B4 no valor de 17 milhões de
dólares. As entregas iniciarão no segundo semestre de
2012 e a empresa irá disponibilizar as aeronaves para
arrendamento a novos operadores.
ESTADOS UNIDOSO terceiro protótipo do S-76D iníciou seus voos para
continuar o desenvolvimento do projeto. A aeronave
servirá como base de testes para os sistemas elétricos e
14
de aviônicos. O programa já acumula mais de 500 horas
de voos com as outras duas aeronaves existentes.
COREIA DO SULO “Korean Helicopter Program” celebrou um marco
importante para seu projeto com o voo do 4º protótipo
do KUH “Surion”. Para o ano de 2012, uma segunda
avaliação operacional está prevista, mantendo o projeto
dentro do cronograma previsto.
JAPÃOO primeiro AW139 civil no Japão deve entrar em operação
em breve. A empresa All Nippon Helicopter encomendou
02 aeronaves. O modelo já opera no país para missões de
governo, polícia e guarda costeira.
TRÂMITESO alerta é que os novos proprietários precisam definir como
serão feitos os trâmites fiscal e logístico desta compra,
evitando que o novo helicóptero se transforme em uma dor
de cabeça e um tremendo prejuízo.
Para que o novo proprietário tome a melhor decisão,
é indispensável a ajuda profissional especializada e de
confiança. As opções para que se traga a aeronave ao
Brasil variam entre a Admissão Temporária e a Importação
definitiva. Existem ainda operações em que os representantes
das marcas se responsabilizam pela importação e vendem o
produto localmente.
Para helicópteros, a opção mais procurada pelo mercado
nos últimos anos é a de Importação definitiva, onde, na
maioria das vezes, os novos proprietários contam com os
serviços de uma Trading especializada. A participação destas
empresas deve-se a utilização do ATO COTEPE, que reduz a
base de cálculo do ICMS da operação, tornando a importação
significativamente mais barata.
MERCADO
Desvendando os mistérios da importação de um helicóptero
15
Com o aquecimento do mercado de aeronaves executivas, tanto pessoas físicas como empresas que antes se utilizavam de serviços de táxis aéreos para realizar seus voos, estão tendo a oportunidade de adquirir seu próprio helicóptero.
16
TRADINGSAlém do ATO COTEPE, as principais vantagens de utilizar os
serviços de uma Trading são a otimização de tarifas, menores
custos logísticos, redução de despesas operacionais,
aumento na eficiência das entregas e adequação do fluxo
de caixa. Além, é claro, de poder contar com toda a estrutura
e o conhecimento técnico de profissionais dedicados a estas
operações.
“Antes, não existia o volume de importação definitiva de
aeronaves que há hoje” explica Felipe Videira, diretor adjunto
de negócios da Cisa Trading, que é a maior empresa do setor
no Brasil. Segundo ele, o mercado de importação definitiva
de aeronaves é crescente, incentivada pelo aquecimento do
mercado local. Antigamente, a importação definitiva estava
concentrada apenas em operações de aeronaves menores,
Felipe explica que isso mudou a partir de 2006, quando houve
uma mudança na legislação brasileira acerca das modalidades
de importação via Trading.
Hoje é possível importar um helicóptero com muita
segurança e contar com diversas opções de financiamento
(em reais ou moeda estrangeira). O número de bancos que
se interessaram pela aviação executiva também aumentou,
melhorando as opções para os clientes.
“Aqui na Cisa realizamos operações estruturadas para clientes
que prezam pela segurança e bons serviços”, observa Felipe
Videira. Os problemas de uma execução mal feita podem
ser extremamente graves e a segurança de um prestador
de serviços de primeira linha é o fator mais importante na
definição da modalidade em que um helicóptero será trazido
ao Brasil.
De acordo com a legislação aplicável, a Trading, ao ser
contratada, assume a compra da aeronave junto ao fabricante
ou vendedor, e uma vez que a aeronave desembarca no Brasil,
o desembaraço aduaneiro e a documentação que caracteriza
sua nacionalização ficam a cargo da Trading, que, ao finalizar
estes procedimentos, vende o helicóptero ao cliente final.
“Uma vez que o novo proprietário optou por essa modalidade
de importação, devem ser seguidos os trâmites contratuais e
entender cada detalhe da operação, como a origem, o destino,
os meios logísticos mais adequados e, principalmente, qual
é a expectativa do cliente. Tudo isso deve ser avaliado e a
Trading deve participar de todas as contratações, que, aliás,
é quem deve se preocupar com isso.”, explica Felipe.
“Hoje, no Brasil, a importação via Trading é muito
transparente e segura. Para a Trading importar um produto
para um encomendante local, existe todo um trâmite legal de
registros e contratos, de forma que as partes sejam sempre
conhecidas previamente perante a Receita Federal”, garante
Felipe. No processo de desembaraço, toda a documentação
prévia é analisada, são necessárias até fotos das plaquetas de
motores e das hélices da aeronave.
“Hoje, no Brasil, a importação via Trading é muito transparente e segura (...)”
PÓS VENDAApós a venda da aeronave ao cliente final, existem ainda
alguns passos que precisam ser vistos em conjunto com a
Trading, como a VTI (Vistoria Técnica Inicial) e protocolo de
documentos na ANAC. Feito isto, é só aguardar a emissão os
Certificados de Matrícula e Aeronavegabilidade e iniciar os
voos.
Aos que estão pensando em adquirir uma nova aeronave,
uma boa conversa sobre a maneira com que ela virá ao Brasil
é fundamental. “O ideal é que se tenha tudo muito claro e
acertado antes da data de entrega da aeronave. Quando
este dia chegar, é só executar o que já estava planejado. A
Cisa terá grande satisfação em explicar ou orçar operações
aos leitores da ABRAPHE On Air”.
Acompanhamento automático de voo e suas aplicações
HELICÓPTEROS 2
17
Por Tiago Giglio Rodrigues – Blue Sky Network do Brasil
FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE ACOMPANHAMENTO AUTOMÁTICO DE VOOEm setembro de 1999, o Departamento de Serviços
Florestais dos EUA criou um grupo para especificar um
sistema capaz de transmitir a localização de aeronaves
operando fora do alcance de rádios VHF denominado
Acompanhamento Automático de Voo (AFF – Automatic
Flight Following), baseado nas tecnologias de Sistemas
de Informação Geográfica, GPS, satcom e aviônicos.
Em um sistema AFF (figura 1), os dados do GPS são
recebidos pela aeronave (1), transmitidos via satélite
por aviônicos específicos a Estações Terrenas (2) e
direcionados pelas redes públicas de telefonia (3) aos
usuários de software de gerenciamento (4).
O SOFTWARE SKYROUTERO SkyRouter é o software de gerenciamento de aeronaves
da Blue Sky Network baseado em mapas digitais, como
por exemplo o Google Earth, que permite a visualização
de aeródromos, helipontos e referências geográficas de
interesse. Além de apresentar as informações básicas de
posicionamento (latitude, longitude, altitude, velocidade
e proa) e trajetória de voo, o SkyRouter é uma plataforma
de comunicação ar-solo para o envio de mensagens de
texto especificas ou pré-formatadas entre aeronaves
e responsáveis pelas suas operações. Através de um
desktop ou laptop conectado à Internet o usuário poderá
acessar o SkyRouter, sem custos, e as informações
autorizadas pelo Administrador em qualquer local e a
qualquer hora. Voos previamente efetuados podem ser
reproduzidos a partir dos dados armazenados (playback)
para análises e debriefing de missão.
COBERTURA DO SISTEMA
Um dos elementos principais do sistema de AFF da Blue
Sky Network é a rede Iridium, composta por 66 satélites
de órbita baixa, com cobertura global (figura 2) e alta
disponibilidade para os serviços de dados (mensagens
de texto) e voz. A comunicação por voz com aeronave(s)
operando em qualquer parte do mundo, inclusive em
translados sobre oceanos, pode ser estabelecida a partir
de telefone fixo ou celular convencionais; reciprocamente,
através dos aviônicos D1000C+ACH1000 pilotos e
tripulantes podem ligar para telefones em solo ou ainda
para outras aeronaves devidamente equipadas.
Figura 1: Arquitetura de um sistema de AFF
IRIDIUM
IRIDIUMGATEWAY
REDE PÚBLICA(VOZ/DADOS)
PONTO DE ACESSO
SOFTWARE DE INTERFACE COM USUÁRIO BASEADO EM GS
GPS
1
2
3
4
AVIÔNICOS DE AFF
SATCOM
18
Figura 2: A constelação de satélites Iridium a aproximadamente 780 km de altitude cobre todo o globo ter-restre, inclusive as regiões polares; um dos satélites é mostrado em detalhe à esquerda.
Figura 3: Blue Sky Network D1000A
Figura 4: Blue Sky Network D1000C; observe o módulo de controle à esquerda.
Figura 5: Blue Sky Network ACH1000
EQUIPAMENTOSOs equipamentos de AFF são normalmente instalados na
aeronave ou podem ser portáteis como o HawkEye PT
(PT – Personnal Tracker), para comunicação bidirecional
por mensagens de texto, envio de reportes de posição
e alertas de emergência (Quick Position). Os D1000A, C
e ACH1000 são aviônicos certificados pelo FAA, com STC
aprovados para diversas aeronaves (lista disponível em:
www.blueskynetwork.com/Support/ProductSTCs.php) e
incorporam funções para uso aeronáutico como:
D1000A (figura 3): reporte automático de decolagem
e pouso, alerta de altitude mínima em rota, intervalo
entre reportes baseados em altitude, antena única
Iridium / GPS, LEDs indicadores de status, entrada RS232
e compatibilidade com ACH1000;
D1000C (figura 4): similar ao D1000A e adicionalmente
módulo de controle, interno ou instalado no painel da
aeronave, botão Quick Position, botão On/Off, porta Ethernet
para acesso a aplicativo de e-mails e Plano de Voo;
ACH1000 (figura 5): comunicação de voz via satélite
conectado ao D1000A ou C, integrado ao sistema intercom,
opção Speed Dial ou ligação padrão, botão Quick Position,
mensagens pré-formatadas e Plano de Voo.
O D1000A e C são alimentados pelo sistema elétrico da
aeronave e podem disponibilizar ou não interface com o
piloto. Geralmente os equipamentos são configurados para
a transmissão de reportes de posição a cada 2 minutos,
reduzidos automaticamente para 15 segundos quando o
botão Quick Position é pressionado.
“Os sistemas de AFF são capazes de transmitir o posicionamento de uma aeronave em voo, ou em solo, com a acurácia padrão do GPS(...)”
19
HELICÓPTEROS 2
APLICAÇÕES DOS SISTEMAS DE AFF
BUSCA E SALVAMENTO
Os sistemas de AFF são capazes de transmitir o
posicionamento de uma aeronave em voo, ou em solo,
com a acurácia padrão do GPS e de gerar informações
relevantes para operações de Busca e Salvamento em
casos de acidentes. Os sistemas de AFF apresentam
diferenciais quando comparados aos ELT (ELT – Emergency
Locator Transmitter) como:
Sinalização antecipada de emergência (Quick •
Position);
Reconstrução de trajetória de voo;•
Comunicação bidirecional entre aeronave e centros •
de operações e controle.
A utilização de tais características e recursos contribui
para a determinação da LKP (LKP – Last Know Position) de
uma aeronave acidentada e o aumento da probabilidade
de sua localização.
GERENCIAMENTO DE AERONAVES
O gerenciamento de uma ou mais aeronaves pode
depender de variáveis como condições meteorológicas,
panes e emergências.
A comunicação entre tripulação e base em solo,
principalmente em regiões fora de alcance ou desprovidos
de infraestrutura, é fundamental para a constante
atualização do cenário de operações e o embasamento
de tomadas de decisão estratégicas.
Para tanto, através de um laptop conectado via RJ45 ao
módulo de controle do D1000C, ou D1000C+ACH1000,
pilotos podem transmitir aos centros de operações
informações como prefixo da aeronave, número de
passageiros, quantidade de combustível, hora de
decolagem, tempo estimado de voo, aeródromo ou
heliponto de origem e destino, ETA (ETA – Estimated Time
of Arrival), automaticamente atualizado em função do
progresso do voo, e status como: em reabastecimento,
decolagem, em cruzeiro, aproximação para pouso e
solicitar recursos de manutenção.
SEGURANÇA DE VOO
O SkyRouter permite a criação de geo-fences, áreas
restritas, em forma de círculos ou polígonos, definidas
por operadores ou autoridades de Controle de Tráfego
Aéreo.
A cada geo-fence podem ser associadas aeronaves
específicas de uma frota e mensagens de alerta serão
automaticamente geradas pelo software quando entrarem
e saírem de espaços aéreos restritos.
Outra funcionalidade do SkyRouter é a geração automática
de alertas em eventos onde a altitude mínima de uma
região for atingida. O intervalo de transmissão de reportes
de posição também pode ser configurado (aumentado ou
diminuído) dependendo do nível de voo.
TARSOMARQUESENTREVISTA
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Como aconteceu com os carros, que ganharam acessórios modernos
em uma tendência de customização, as aeronaves também estão
sendo incrementadas. O automobilista Tarso Marques, já está a frente
nesse segmento. Com passagens na Fórmula 1, Fórmula Indy e Stock
Car, comanda a Tarso Marques Concept, empresa conceituada na
personalização de carros, motocicletas, aviões, helicópteros, barcos
e tudo mais que tenha motor.... Todos os projetos são exclusivos e
destacam a personalidade de cada cliente. Com linhas e cores que
variam do arrojo ao clássico, essa novo estilo veio para mostrar que
as linhas paralelas e cores chapadas que dominaram o mercado por
muitos anos agora tem uma forte concorrência.
Como surgiu a ideia de customizar aeronaves?
TM: Na realidade começou a pedido de um cliente. Já havíamos
feito sua moto Harley-Davidson e ele encomendou uma minimoto
igual para o filho e também que customizasse seu Learjet 45
exatamente como a moto.
Qual o perfil dos proprietários de aeronaves que o procuram?
TM: Na verdade são pessoas que estão cansadas da mesmice de
aviões brancos com faixinhas, aquela coisa careta que todo mundo
tem. Isso é coisa do passado, no mundo inteiro a tendência é a
customização... Não tem cabimento uma pessoa investir milhões
numa aeronave e ter uma coisa padrão como a de outro, tem que
ter exclusividade. Também temos muita procura de taxi-aéreos e
companhias aéreas pra reestilização de frota.
O que você considera quando está criando um novo projeto
personalizado?
TM: Tudo é muito especifico e seguimos a linha de acordo com
o perfil de cada cliente, se quer uma coisa mais discreta, mais
chamativa, mais exclusiva, mais comercial, enfim tudo varia de
acordo com o interesse do proprietário.
Com sua passagem nas principais categorias de automobilismo
do mundo, você enxerga alguma semelhança entre estilo e
performance? Isso é uma influência nos seus projetos?
TM: Sem dúvida aprendi demais nos anos que corri na Fórmula 1, e
isso me influencia muito em todos os projetos para modernidade,
qualidade nos acabamentos e atenção aos detalhes.
Na sua opinião pessoal, Fosco ou Brilhante?
TM: Depende do caso, até mesmo a mistura dos dois fica
superbacana e fino.
©DIVULGAÇÃO TARSO MARQUES
©DIVULGAÇÃO TARSO MARQUES
0822
Em uma cidade com uma grande quantidade de helipontos con-
centrados próximos uns aos outros como São Paulo, a criação
e o desenvolvimento de métodos para a correta identificação
desses locais de pouso é necessária.
Infelizmente, a norma para a construção e manutenção desses
locais não prevê uma identificação positiva dos helipontos com
a pintura dos respectivos indicativos de localidade.
A título de comparação, o indicativo de localidade é, vulgar-
mente falando, o endereço do heliponto.
Na cidade de São Paulo existem 214 (duzentos e catorze) He-
lipontos registrados, dados de Junho/2011. Com essa quanti-
dade de Helipontos ocorre o favorecimento de riscos de inci-
dentes com aproximações, pousos e decolagens equivocados,
provocando ruídos por manobras desnecessárias e transtornos
para os passageiros que podem desembarcar em locais não
desejados.
Os pilotos são orientados a fazerem manobras de pousos e
decolagens em áreas habitadas de forma precisa e rápida para
que produzam menos incomodo possível.
SEGURANÇA
Inserção do Indicativo de Localidade nos Helipontos
A inserção obrigatória do indicativo nos helipontos, que deverá
ser demarcado pelo grupo de código de quatro letras formula-
do de acordo com as disposições prescritas pela OACI e consig-
nado a uma localidade, facilitará os procedimentos dos pilotos
nas operações com helicópteros.
A ABRAPHE propõe que os indicativos sejam pintados fora do
quadrado do heliponto, quando possível, para evitar poluição
visual. Caso não haja espaço físico disponível, poderá ser usada
a área de pouso dentro do quadrado, fora da área de toque.
A inserção de INDICATIVO DE LOCALIDADE EM HELIPONTOS é
ação necessária na prevenção de incidentes com helicópteros.
A ABRAPHE tem como proposta a inclusão na legislação, em
caráter obrigatório, da inserção da pintura do INDICATIVO nos
Helipontos, oferecendo benefícios que aumentarão a Segu-
rança de Voo.
Essa regulamentação deve estar embasada em estudos e nor-
mas técnicas cabíveis de aplicação em todo o território nacio-
nal. Internacionalmente não há nada a respeito e essa inclusão
na legislação será pioneira.
A opinião dos pilotos e associados que no dia-a-dia vivenciam
a necessidade da Inserção do Indicativo de Localidade nos
Helipontos, facilitando e trazendo mais segurança nas suas
operações, é muito importante para o andamento dessa
iniciativa junto às autoridades nacionais. Acesse o site
www.abraphe.org.br e dê seu voto na enquete.
Você piloto ou associado é a favor da Inserção do indicativo de
localidade nos helipontos para facilitar as operações e auxiliar
na Segurança de Voo? Sim ou Não?
©ARAMIS L. P. DE FARIA
Por Cmte. Alex Kessar
CURSOS
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NADA MELHOR QUE UM CURSO
DE FÁBRICA “Nada melhor do que um curso de fábrica”. Era uma frase que ouvia muito, mas não sabia até que ponto era tão importante assim um curso de fabricante do helicóptero até participar de um.
De tudo que vi e aprendi, tentarei relatar aqui uma coisa que
não há como discutir; quem entende melhor do helicóptero
que as pessoas que o fabricaram, testaram e possuem
informações privilegiadas?
Foi com esse intuito que fomos eu e o também instrutor de
voo Cmte. Tiago Sobral representando a escola de aviação Go
Air para a Robinson Helicopter Company, onde participamos
do famoso “Safety Course”. Situada no aeroporto Zamperini
em Torrance, a Robinson atualmente é a maior fabricante de
helicópteros do mundo, passando a marca de 10.000 unidades
vendidas entre os modelos R22, R44 e agora os R66.
Quando o atual presidente da ABRAPHE, Cmte. Rodrigo
Duarte me convidou para escrever esta matéria, fiquei muito
feliz com a oportunidade de poder divulgar este curso e
sua importância, visto que os acidentes com os modelos da
Robinson são os mais numerosos no Brasil e o intuito da
ABRAPHE é com certeza diminuir este número.
Este curso de segurança de voo é voltado principalmente para
instrutores de voo (o nosso caso), mas há um grande número
de pessoas que realizam o curso sendo pilotos privados ou até
mesmo prestes a se tornarem pilotos comerciais. A segurança
de nossos voos está relacionada a todos os envolvidos,
desde o aluno, instrutores e até mesmo os proprietários das
aeronaves. Numa sala de 50 alunos de diversos lugares do
24
mundo (dentre eles 6 brasileiros), discutimos diversas causas
de acidentes assim como evitá-los e qual o procedimento a
ser tomado. Entre as causas estão colisão com obstáculos em
voo como postes, fios e pássaros; acidentes em função de
meteorologia adversa; voos de instrução; capotagem dinâmica
e manobras de baixo G, onde por conseqüência pode ocorrer o
“mast bumping”.
Dividido em 4 dias, começando com uma visita a empresa,
fomos recepcionados pelo atual presidente Kurt Robinson
que pessoalmente ressalta os valores de segurança de
voo. No mesmo dia, foram abordados índices de acidentes,
porcentagens de causas e são feitos comentários detalhados
com fotos, vídeos e gráficos. Há também uma visita a fábrica,
onde é possível conhecer as diversas etapas para a fabricação
das aeronaves, passando desde a montagem da fuselagem, a
fabricação e pintura das pás e outros itens até os testes não-
destrutivos dos equipamentos.
No segundo dia discute-se muito o manual de operação
para pilotos, abordando principalmente os capítulos sobre
limitações, procedimentos de emergência e performance,
dando uma ênfase maior nos gráficos sempre acompanhados
de fotos e vídeos de acidentes.
Também foram apresentados em vídeo, os testes de
homologação das aeronaves (1979 o R22 e 1992 o R44), onde é
possível ver os mais diversos tipos de autorotações nas diversas
fases do voo, como decolagem, aproximação e voo pairado
sempre associados a “curva do homem-morto”; vídeos muito
interessantes porém com pouca divulgação.
Ao longo do curso, o Brasil e principalmente a cidade de São
Paulo eram sempre exaltados pelo nosso instrutor Cmte. Bob
Muse, utilizando-se de frases como: “se alguém nesta sala gosta
de helicópteros, precisa ir voar em São Paulo!”, comentando
das vezes que esteve aqui em nosso país e voou nos corredores
de São Paulo. Ele citou o Aeroporto Campo de Marte onde
a concentração de helicópteros é muito grande e também
mencionava a elevada quantidade de helipontos elevados.
Outro fato de orgulho para nós brasileiros é que somos a maior
frota de Robinson no mundo, confirmada pela consideração e
alto número de vendas de nossos revendedores.
No terceiro dia, quem ministra a aula é o chefe da manutenção da
Robinson, onde são fornecidas explicações de funcionamento
dos diversos sistemas que a aeronave possui, e também
ouvimos relatos de muitos acidentes causados por falta ou falha
de manutenção. No decorrer da aula são mostradas diversas
peças do helicóptero e distribuídas de mão em mão para os
alunos reconhecerem tais peças, ato importantíssimo para
familiarização dos pilotos com os componentes da aeronave.
Encerrado o conteúdo em sala de aula, partimos para a parte
mais esperada do curso, os voos de emergência. Com duração
de pouco mais de 1 hora, são simuladas diversas situações
como falha de potência até 8ft AGL e acima de 500ft AGL; estol
de potência, pane de governador, pane de sistema hidráulico e
baixa rotação. Acredito que as manobras mais entusiasmantes
foram as autorotações chegando até o chão, que no Brasil
dificilmente são praticadas. Retornando para a sala de aula,
fomos avaliados com uma prova teórica, encerrando o curso com
a entrega dos diplomas e a oportunidade de confraternização e
troca de informações entre todos os presentes.
Uma ideia agora a ser vista, seria a de montar um curso com
conteúdo compatível com esse da Robinson, utilizando-se de
material similar para ajudar a disseminar esses valores que são
de conhecer melhor o equipamento que voamos e de tentar
minimizar os acidentes, que no Brasil ainda são muitos. Porém,
o fator mais importante é a conscientização das próprias escolas
de aviação e dos proprietários de Robinson e outros fabricantes,
da importância que esse e outros cursos de segurança de voo
têm. É sem dúvida um investimento que deve ser feito! Com
certeza terão muitos que dirão que é caro (o que é ao contrário,
o curso inteiro sai aproximadamente mil reais), porém no fim
das contas o ditado prevalece “o barato sai caro”, visto que a
falta de treinamento é causa de muitos acidentes.
Esta matéria é direcionada principalmente às escolas, para que
se mobilizem e vão atrás deste curso, evitando os acidentes
durante a instrução. Para reforçar, o treinamento é um
investimento que melhora a capacitação do piloto, otimizando
a utilização de todos os recursos do equipamento operado.
Por fim, após a conclusão do curso na fábrica, não tenho
dúvidas de que temos uma ótima infraestrutura de ensino aqui
no Brasil, porém ainda não há nada melhor do que um curso
de fábrica.
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SAÚDE
Muitos de nós, quando começamos a realizar o sonho de
ser piloto, nos concentramos nos estudos teóricos, nas
aulas práticas e em toda oportunidade que nos permita
estar mais perto do sonho de voar.
Para todo aspirante a comandante, o prazer de controlar
a máquina com segurança e destreza é tudo o que mais
fascina.
Porém ao longo desse percurso, não nos lembramos da
máquina mais importante que é o corpo HUMANO e sua
saúde.
O corpo composto de matéria e sentidos em harmonia
única são capazes de fazer, ou não, resultar a perfeição
do voo.
Dentre os mais diversos sentidos e percepções que essa
“máquina” é capaz de desenvolver, estão os ouvidos, um
dos meios de ligação do mundo externo ao mundo inter-
no do Homem.
Explicando de forma bem simples, os sons são captados
de forma mecânica pela orelha, fazendo vibrar a mem-
brana timpânica e a cadeia ossicular. Dentro do ouvido
interno ou labirinto; meio líquido; transforma-se o som
mecânico em energia química, que é captada pelo nervo
auditivo, cuja função é levar esses impulsos ao cérebro
para serem decodificados e retornados em forma de
ações ou pensamentos.
Na aviação o ruído dos motores de qualquer helicóptero
ou avião nos fascina, porém ao longo do tempo vai dete-
riorando a qualidade da audição, o que pode nos tolher o
direito de comandar uma aeronave.
O Ouvido Humano suporta de forma saudável cerca de 60
DB. Uma turbina de avião ou helicóptero, principalmente
dos modelos mais antigos, pode gerar cerca de 120 DB.
Cuidar da audição é tão vital quanto respirar.
Fazendo uma retrospectiva, nos primórdios da aviação se
voava com o rosto ao vento, somente com óculos e gor-
rinho. Com a evolução as cabines foram fechadas, mini-
mizando os ruídos, porém muito pouco perante ao que
A SAÚDE DOS OUVIDOSnossos ouvidos podem suportar. A comunicação bilateral
é de extrema importância para segurança de voo, por
isso ouvidos apurados é parte dessa segurança
Com o passar dos anos e a evolução da tecnologia, di-
versos fabricantes desenvolveram fones de ouvidos que
oferecem uma segurança passiva com uma boa vedação
ao redor dos ouvidos e ainda como complemento, out-
ros mais sofisticados ofertam a segurança ativa, que con-
siste no cancelamento dos ruídos ao redor dos ouvidos
emitindo uma onda de freqüência contrária e de mesma
intensidade, anulando cerca de 80% dos ruídos nocivos
a audição. Este dispositivo é conhecido como “canceling
noise”.
Empresas como as americanas Bose e David Clark dentre
varias outras, investem anualmente milhares de horas e
muito dinheiro na pesquisa e desenvolvimento de novas
tecnologias ativas e passivas para proteger e aumentar a
longevidade da audição para profissionais da aviação.
Creio que hoje, com as mais diversas ofertas de produtos
do gênero, devemos nos informar muito bem da quali-
dade desses produtos e ter individualmente um bom
equipamento (fone de ouvido) como material de uso
pessoal, desde o início como estudante até curso de sua
profissão.
Cuidar dos ouvidos é mais um dos itens que pode dar
uma longa vida profissional ao piloto e nisso não se pode
fazer economia.
Portanto pesquise e busque o melhor fone que possa
proteger seus ouvidos dos ruídos nocivos e garantir sua
vida profissional como aviador.
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