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Page 1: Abraham Lincoln - Ponte de Lima...Página 2 “Assim como eu não seria escravo, tão-pouco seria senhor.Isso expressa a minha ideia de democracia.”1 Bill O’Reilly; Martin Dugard,

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CINEMA

HISTÓRIA Um mês, um facto,

uma personalidade.

Biblioteca Municipal de Ponte de Lima

Abraham Lincoln

1809 - 1865

Page 2: Abraham Lincoln - Ponte de Lima...Página 2 “Assim como eu não seria escravo, tão-pouco seria senhor.Isso expressa a minha ideia de democracia.”1 Bill O’Reilly; Martin Dugard,

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“Assim como eu não seria escravo, tão-pouco seria senhor. Isso expressa a minha ideia de democracia.”1

Abraham Lincoln – porventura a figura política mais consensual da história dos EUA – transformou o tecido estrutural da sociedade oitocentista norte-americana ao pugnar por ideais de liberdade alicerçados na premissa de igualdade entre brancos e negros. Sustentado na força da Lei, o 16.º presidente de uma jovem nação em dissidência ideológica defendeu a proteção constitucional dos afrodescendentes – e o seu direito inalienável à cidadania – e abraçou uma guerra civil contra o Sul escravista e autoritário. Numa época em que os republicanos se declaravam abolicionistas e os democratas se posicionavam do lado dos confederados segregacionistas, Lincoln logrou restaurar a unidade nacional de um país fragilizado pelas desigualdades e conseguiu aprovar a Proclamação da Emancipação em 1863 – medida cuja promulgação se negociou voto a voto, em hábeis manobras de bastidores, permitindo a abolição da escravatura nos estados revoltosos. Estratégia militar para recrutamento de apoiantes entre os escravos ou defesa desinteressada pela liberdade de mulheres e homens vítimas de décadas de marginalização, exploração, maus-tratos e privações, o advogado autodidata tornado presidente tentou corrigir um modo enraizado de vida contrário aos ideais consagrados na Declaração da Independência dos EUA, que proclamava a equidade de direitos entre cidadãos. A decisão custou-lhe a vida, mas valer-lhe-ia um lugar de primazia – quase mitificada – na galeria das personalidades mais notáveis e inspiradoras de sempre.

(Fonte: http://www.loc.gov/pictures/resource/ppmsca.19305/)

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Referências bibliográficas: 1 Frase de Abraham Lincoln disponível na Internet:< http://photos.state.gov/libraries/america/475/pdf/0812_AbrahamLincoln_A_Legacy_Of_Freedom_Portuguese_digital.pdf> 2 Bill O’Reilly; Martin Dugard, O assassínio de Lincoln: o chocante crime que mudou a América para sempre. Alfragide: Texto, 2013, p.163 3 Abraham Lincoln [em linha]. [Consulta 10 jan. 2017]. Disponível na Internet:< http://www.arqnet.pt/portal/biografias/lincoln.html] 4 Abraham Lincoln: biography [em linha]. (2016). [Consulta 10 jan. 2017]. Disponível na Internet:< http://www.biography.com/people/abraham-lincoln-9382540#related-video-gallery> 5 Idem, ibidem 6 Abraham Lincoln [em linha]. [Consulta 10 jan. 2017]. Disponível na Internet:< https://www.whitehouse.gov/1600/presidents/abrahamlincoln> 7 Abraham Lincoln [em linha]. [Consulta 10 jan. 2017]. Disponível na Internet:< http://www.arqnet.pt/portal/biografias/lincoln.html] 8 Idem, ibidem 9 Abraham Lincoln [em linha]. (2014). [Consulta 10 jan. 2017]. Disponível na Internet:< http://www.civilwar.org/education/history/biographies/abraham-lincoln.html> 10 Abraham Lincoln in Artigos de apoio Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2017. [Consulta 10 jan 2017]. Disponível na Internet:<https://www.infopedia.pt/$abraham-lincoln> 11 Abraham Lincoln: biography [em linha]. (2016). [Consulta 10 jan. 2017]. Disponível na Internet:< http://www.biography.com/people/abraham-lincoln-9382540#related-video-gallery> 12 Abraham Lincoln [em linha]. [Consulta 10 jan. 2017]. Disponível na Internet:< http://www.arqnet.pt/portal/biografias/lincoln.html> 13 Abraham Lincoln: biography [em linha]. (2016). [Consulta 10 jan. 2017]. Disponível na Internet:< http://www.biography.com/people/abraham-lincoln-9382540#related-video-gallery> 14 Idem, ibidem 15 Abraham Lincoln [em linha]. [Consulta 10 jan. 2017]. Disponível na Internet:< http://www.arqnet.pt/portal/biografias/lincoln.html> 16 Idem, ibidem 17 Bill O’Reilly; Martin Dugard, O assassínio de Lincoln: o chocante crime que mudou a América para sempre. Alfragide: Texto, 2013, p.132 18 Abraham Lincoln: biography [em linha]. (2016). [Consulta 10 jan. 2017]. Disponível na Internet:< http://www.biography.com/people/abraham-lincoln-9382540#related-video-gallery> 19 Gautam Mukunda, A liderança indispensável: aprenda com grandes líderes de todos os tempos [em linha]. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. [Consulta 10 jan. 2017]. Disponível na Internet:< https://books.google.pt/books?id=JhhOW2lltpoC&pg=PT70&lpg=PT70&dq=lei+kansas+nebraska&source=bl&ots=R4nA1lqMls&sig=2ukh_DZRVmCznbiQVKeSMB9ZsMg&hl=pt-PT&sa=X&ved=0ahUKEwiDxdKPqrzRAhXEShQKHVvdB5EQ6AEINDAF#v=onepage&q=lei%20kansas%20nebraska&f=false> 20 Abraham Lincoln: biography [em linha]. (2016). [Consulta 10 jan. 2017]. Disponível na Internet:< http://www.biography.com/people/abraham-lincoln-9382540#related-video-gallery> 21 Idem, ibidem 22 Idem, ibidem 23 Idem, ibidem 24 Abraham Lincoln in Artigos de apoio Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2017. [Consulta 10 jan. 2017]. Disponível na Internet:<https://www.infopedia.pt/$abraham-lincoln> 25 Abraham Lincoln: biography [em linha]. (2016). [Consulta 10 jan. 2017]. Disponível na Internet:< http://www.biography.com/people/abraham-lincoln-9382540#related-video-gallery> 26 Guerra Civil Americana in Artigos de apoio Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2017. [Consulta 10 jan. 2017]. Disponível na Internet:<https://www.infopedia.pt/$guerra-civil-americana,2> 27 Idem, ibidem 28 Guerra de Secessão dos Estados Unidos. Britannica Escola Online [em linha]. (2017). [Consulta 12 jan. 2017]. Disponível na Internet:< http://escola.britannica.com.br/article/480589/Guerra-de-Secessao-dos-Estados-Unidos> 29 João Ozorio de Melo, Filme Lincoln faz lembrar compra de votos do mensalão. Revista Consultor Jurídico [em linha]. (2013). Disponível na Internet:< http://www.conjur.com.br/2013-jan-13/compra-votos-retratada-filme-lincoln-traz-lembrancas-mensalao> 30 Bill O’Reilly; Martin Dugard, O assassínio de Lincoln: o chocante crime que mudou a América para sempre. Alfragide: Texto, 2013, p.206 31 Idem, p. 230 32 Idem, p. 231 33 Idem, p. 256 34 Idem, p. 257 35 Idem, p. 289 36 Idem, pp. 289-290 37 Idem, p. 302 Imagem da capa disponível em http://kzarasmith.weebly.com/uploads/2/3/7/6/23766711/370112_orig.jpg Imagem da contracapa disponível em http://a4.files.biography.com/image/upload/c_fit,cs_srgb,dpr_1.0,h_1200,q_80,w_1200/MTIwNjA4NjMzODg2NTc0MDky.jpg

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Onze dias após o trágico assassinato do 16.º presidente dos EUA, John Wilkes Booth é abatido a tiro.37 57 anos depois do desaparecimento de Lincoln, inaugura-se um monumento de tributo ao estadista na cidade política de Washington. Curiosamente, é nesse famoso Memorial que, volvido um século sobre a Declaração da Emancipação dos escravos, Martin Luther King Jr. reivindica em 1963 a consagração dos direitos civis da população afrodescendente e o fim das políticas de segregação racial, mormente no Sul do país. Sinal de que, por vezes, as mudanças na História se processam a um ritmo demasiado lento, mesmo a expensas do sacrifício de alguns notáveis que não se coíbem de lutar por um mundo melhor.

Estátua de Abraham Lincoln no Lincoln Memorial, Washington D.C. (Fonte: http://www.loc.gov/pictures/resource/cph.3c12797/)

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1809 Nove anos após a viragem de século, e a sensivelmente um mês do início de mandato do quarto presidente dos Estados Unidos da

América – James Madison –, nasce a 12 de fevereiro, numa exígua cabana no condado de Hardin County, estado de Kentucky, Abraham Lincoln – nome que a história perpetuará como um dos grandes paladinos da liberdade. Proveniente de uma família cristã, de condição modesta – o pai, Thomas Lincoln, era um agricultor de pequena escala – Abraham recebe uma educação rígida e de influência batista.2 A residir em Indiana desde 1816, no decurso de um “processo judicial de contestação da propriedade”3 que o progenitor possuía, o pequeno começa a frequentar a Igreja de Pigeon Creek. Em contrapartida, a formação escolar é precária e esporádica. O falecimento prematuro da mãe em 1818 – notícia que devasta Abraham, naturalmente apegado à figura materna – e o célere casamento com Sarah Bush Johnston – uma viúva do Kentucky com três filhos – distanciam-no do pai, mas não impedem a sua aproximação à madrasta que se revela afetuosa e preocupada com a instrução do pequeno que, em contraponto com o iletrismo familiar, é estimulado à leitura, prática que cultiva com empenho e dedicação, não se inibindo de calcorrear largas distanciadas para obter o empréstimo de um livro.4 Ao serão, torna-se frequente ouvi-lo reproduzir versículos da Bíblia, não sendo de estranhar que também narrasse alguns dos romances populares da época, caso de Robinson Crusoe, de Daniel Defoe.5 Ainda assim, quando atinge a idade adulta, Abraham pouco mais sabe do que ler, escrever e contar.6 Empenhado e decidido, tratará de autonomamente expandir as parcas competências que possui para um nível superior de conhecimento.

Réplica da cabana onde Abraham Lincoln nasceu (Fonte: http://iht-retrospective.blogs.nytimes.com/2016/09/20/1916-lincolns-log-cabin-now-nations-property/?_r=0)

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1830 Nova mudança de residência da família Lincoln. Illinois é o estado escolhido.

Aqui, por força da vontade de se distanciar da profissão de agricultor, Abraham tenta diferentes trabalhos, acabando por se estabelecer na vila de New Salem, onde desempenha diversas funções, desde empregado de balcão a agente do Correio.7 Em 1832, o jovem Lincoln alista-se como voluntário na Guerra de Black Hawk – conflito que opõe as forças militares norte-americanas à população indígena do território – sendo nomeado capitão da sua companhia.8 Nos três meses de recrutamento, não chega a entrar em combate9, mas consegue granjear uma série de importantes contactos políticos – facto que o impele a dedicar-se ao estudo

intensivo do Direito, de forma autodidata. Nesse período de consagração formativa, Lincoln torna-se deputado estatal pelo partido Whig10 – constituído em oposição ao governo de Andrew Jackson – escolha que decorre da sua probidade, seriedade e eloquência. A primeira experiência partidária colocá-lo-á diante do flagelo da escravatura, que entende como um obstáculo ao desenvolvimento sustentado e equitativo do país.11 Depois de alguns anos embrenhado na leitura e análise de manuais jurídicos, submete-se ao exame da Ordem, em 1836,12 obtendo a exigida aprovação. No ano seguinte, transfere-se para a capital do estado – Springfield – onde passa a exercer advocacia no escritório de John T. Stuart.13

Segue-se uma sociedade com William Herndon, que se revela profícua, a despeito de uma certa dificuldade em angariar novos clientes, constrangimento que leva Lincoln em deambulações pelos vários tribunais do estado de Illinois para aumento da receita.14 Essa sua itinerância confere-lhe notoriedade e dá-lhe a projeção necessária para a prossecução da carreira política. Naturalmente, em 1846 ingressa na Câmara de Representantes e, no ano seguinte, torna-se membro do Congresso, cargo que ocupa até 1849.15 De permeio, conhece Mary Todd – mulher de sólida educação que provém de uma distinta família do Kentucky – com quem casa a 4 de novembro de 1842, após 24 meses de noivado. O casal terá quatro filhos – Robert Todd, William Wallace, Edward Baker e Thomas – mas apenas o primogénito chegará à idade adulta.16 Edward falece aos 3 com tuberculose, William morre aos 11 devido a uma febre e, já depois do assassinato de Lincoln, Thomas sucumbe a uma doença cardíaca com 18 anos.17

Abraham Lincoln e a esposa Mary Todd (Fonte: http://www.dailymail.co.uk/news/article-2119951/Abraham-Lincolns-wife-Mary-Todd-retried-insanity-137-years-declared-lunatic.html)

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Oficialmente encerradas as hostilidades bélicas a 9 de abril, Lincoln prepara-se para a árdua tarefa de reconstrução do país. No entanto, cinco dias após a rendição da Confederação, numa sexta-feira santa, o presidente norte-americano é assassinado no Teatro Ford durante a representação da peça O meu primo americano.30 John Wilkes Booth, conhecido ator e fervoroso adepto da instituição da escravatura, invade à socapa o camarote presidencial da casa de espetáculos e, sem que ninguém se aperceba, dispara um tiro de revólver contra Lincoln,31 fugindo segundos depois. A bala entra “atrás do ouvido esquerdo e [viaja] diagonalmente pelo cérebro, vindo alojar-se atrás do olho direito”.32 Abraham Lincoln é imediatamente socorrido, mas a certeza de que a recuperação é impossível c h e g a n o p r i m e i r o prognóstico. Apesar do fim anunciado, o presidente é levado para uma casa próxima, limpa e quente, onde pode repousar condignamente. No quarto permanecem os médicos e, numa fase inicial, Mary Todd Lincoln, visivelmente consternada. Lincoln luta pela vida durante horas – numa resistência só possível para homens da sua estirpe e bravura – mas acaba por falecer às 07h21 do dia 15 de abril.33 “Ninguém fala durante cinco longos minutos”, aturdidos pela forte emoção.34 O funeral de Estado decorre a 19 de abril na Sala Oeste da Casa Branca. Terminada a cerimónia, o corpo do presidente é “escoltado por uma guarda militar pelas ruas de Washington”35 diante do olhar comovido de cem mil pessoas. Mas o último adeus a uma das figuras mais extraordinárias da história norte-americana não se confina à capital. Num comboio preparado para o efeito, Abraham Lincoln percorre doze cidades, atravessa 444 comunidades e é homenageado por trinta milhões de pessoas.36 O maior cortejo fúnebre de sempre termina em Springfield, no cemitério de Oak Ridge – morada eterna do imortal Lincoln.

Cortejo fúnebre de Abraham Lincoln (Fonte: http://www.old-picture.com/pics/civil-war/001/Abraham-Lincoln-Funeral.htm)

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1861 O primeiro mandato de Lincoln, que se inicia a 4 de março, decorre ao ritmo

das batalhas que fustigam o grande território americano durante quatro longos anos. Até à rendição final, em 1865, o presidente envolve-se diretamente na gestão e sustentação do esforço de guerra, cujas derrotas na fase inicial da campanha beligerante tornam-no suscetível a críticas. A sua intenção em unificar o país parece

comprometida, mas a inequívoca vitória na Batalha de Antietam, a 17 de setembro de 1862, altera o rumo dos acontecimentos a favor dos federalistas do norte.25 A partir daí, a supremacia das forças afetas a Lincoln faz-se sentir, sobretudo pela vantagem populacional do Norte – traduzida em cerca de 22 milhões de habitantes contra 9 do sul, um terço dos quais escravos –, pela agricultura apta a produzir géneros alimentícios em quantidade e variedade capaz de alimentar civis e militares e pela forte capacidade industrial, que inclui a quase totalidade do fabrico de armamento.26 Estes fatores conjugados conferem sucessivas vitórias à União de Lincoln, que num primeiro momento se centra na necessidade de conciliar e de preservar a unidade da nação para depois se focar na questão da escravatura, introduzindo “um novo elemento dinamizador da opinião

pública do Norte, que simultaneamente [funciona] como fator de desencorajamento da opinião pública do Sul”.27 É nesse contexto que se assina, a 1 de janeiro de 1863, a Proclamação da Emancipação, que outorga a libertação dos escravos residentes em território confederado e que incita ao alistamento de afrodescendentes no exército da União.28 A medida abolicionista será procedida de uma adenda constitucional – a 13.ª – que proíbe formalmente a escravatura nos Estados Unidos de Lincoln. A Lei, que se pretende aprovada antes do final do primeiro mandato presidencial e do acordo de paz, exige uma negociação delicada com os democratas que passa pela oferta de cargos no segundo governo de Abraham Lincoln a parlamentares não reeleitos e, por conseguinte, excluídos da carreira política.29 A adenda é votada favoravelmente no congresso a 31 de janeiro de 1865, a pouco menos de dois meses do discurso de mandato do presidente reeleito.

Abraham Lincoln na Batalha de Antietam, Maryland (Fonte: http://www.loc.gov/pictures/resource/cph.3a05990/)

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1850 A chegada da indústria dos caminhos de ferro à região centro-oeste dos

Estados Unidos representa um salto qualitativo na carreira de Lincoln, tornado advogado da Illinois Central Railroad.18 A parceria permite-lhe a estabilidade financeira pretendida, a que Abraham retribui com a resolução eficaz de processos jurídicos. Afastado temporariamente das lides políticas, Lincoln decide regressar ao ativo movido pela indignação decorrente da promulgação da Lei Kansas-Nebraska, em 1854, que consentia que o escravismo em territórios federais fosse decidido pela “soberania popular, pelo voto da população residente no território”.19 A repulsa moral de Lincoln leva-o a eloquentes e responsáveis campanhas em torno de delicado tema e à consequente filiação no recém-criado Partido Republicano, à época abolicionista. A alavanca para a candidatura ao Senado surge com a decisão de o Supremo Tribunal dos Estados Unidos negar a cidadania aos milhões de afrodescendentes, privados por força da lei de um conjunto de direitos inalienáveis.20 Apesar de Abraham Lincoln considerar algumas diferenças entre brancos e negros, desejava honrar os pais fundadores da nação e respeitar a convicção de que “todos os homens são criados iguais”,21 enfrentando por isso as restrições às liberdades civis dos cidadãos. Lincoln não é eleito, mas granjeia popularidade à escala nacional, tornando-se naturalmente uma figura a considerar para a Presidência dos EUA contra o democrata e segregacionista, Stephen Douglas.22 A eleição é ganha a 6 de novembro de 1860 pelos republicanos, que conquistam apenas 40% do voto popular, mas alcançam uma confortável maioria no Colégio Eleitoral (180 lugares em 303).23 No entanto, a forte oposição às linhas de orientação de Lincoln dita a secessão de “onze dos estados sulistas que viriam a formar a Confederação dos Estados da América”,24 precipitando o início de uma guerra civil – conflito profusamente sangrento e mortal, que separa o Norte industrializado do Sul latifundiário e o abolicionismo do escravismo.

Multidão junto à casa de Lincoln, em Springfield, 1860 (Fonte: http://www.loc.gov/pictures/resource/cph.3a15971/)

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Casa de Verão de Lincoln, em Washington D.C. (Fonte: http://www.loc.gov/pictures/resource/highsm.04297/)

Carta de condolências de Abraham Lincoln a Lydia Parker Bixby, que perdera cinco filhos em combate (Fonte: http://www.loc.gov/pictures/resource/ppmsca.19242/)

A Proclamação de Emancipação de Lincoln (Fonte: http://www.loc.gov/pictures/resource/pga.02797/)

(Fonte: http://www.loc.gov/pictures/resource/cph.3a15585/)

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Lincoln com o filho Tad (Thomas) (Fonte: http://www.loc.gov/pictures/resource/cph.3a52058/)

Robert Todd, primogénito do presidente Lincoln (Fonte: http://www.loc.gov/pictures/resource/ppmsca.19229/)

(Fonte: http://www.loc.gov/pictures/resource/cph.3a10371/)

Mary Todd Lincoln (Fonte: http://www.dailymail.co.uk/news/article-2119951/Abraham-Lincolns-wife-Mary-Todd-retried-insanity-137-years-declared-lunatic.html)