RESUMO TEÓRICO

Para que um sistema de abastecimento e distribuição de água resulte com êxito é fundamental que a concepção e dimensionamento se baseiem num conhecimento, tão perfeito quanto possível, das necessidades de água para os diferentes usos até ao horizonte de projecto. Assim, a determinação dos caudais de dimensionamento dos sistemas tem como bases fundamentais de determinação, no caso de abastecimento de água: o número de habitantes a servir no horizonte de projecto) e o consumo de água per capita. Para além do consumo doméstico, é necessário que tenha-se em conta aos caudais públicos e comerciais, e aos industriais e similares.

Previsão de população

Uma das condições de um sistema de abastecimento eficiente é que a água distribuída seja capaz de atender à demanda. Sem dúvida alguma a demanda de água cresce com a população. Um sistema de abastecimento, quando instalado, deve ter condições de fornecer água em quantidade superior ao consumo. Todavia, depois de certo número de anos, a demanda passa a corresponder à capacidade máxima de adução. O comum é planejar-se um sistema para funcionar durante certo número de anos. Isto impõe o conhecimento da população total que deverá ser beneficiada anos depois da elaboração do projecto.

A população futura tem que ser definida por previsão. Como esta é sujeita a falhas, encontram-se sistemas atingindo o seu limite de eficiência antes ou depois de decorridos os anos. O importante é que a previsão seja feita de modo criterioso, com base no desenvolvimento demográfico do passado próximo, a fim de que a margem de erro seja pequena.

Métodos de previsão

Os métodos de previsão são concordes com o facto de que a população P é função da população inicial Po, acrescida do número de nascimentos e de imigrantes e diminuída do número de mortos e de emigrantes, registrados durante o período de tempo T em que a população passou de Po a P. Os principais métodos utilizados para o cálculo da população P são:

Crescimento aritmético; Crescimento geométrico; Regressão multiplicativa; Taxa decrescente de crescimento; Curva logística; Comparação gráfica entre cidades similares.

O processo de comparação gráfica entre cidades similares é empírico e os demais são analíticos, podendo-se determinar a população mediante uma equação matemática.

Método aritmético

Consiste em somar, à população actual, sempre o mesmo número de habitantes em iguais períodos do tempo. Graficamente, o crescimento é representado por uma linha recta, podendo o incremento ser igual ao do último período do censo.

As expressões analíticas que traduzem esta lei são as seguintes:

B=∆ P∆ t

β= BP0

Sendo:

P0- população inicial

B- factor de crescimento

β-taxa de Crescimento

CAUDAL DE DIMENSIONAMENTO É de notar que a capitação fornece unicamente uma característica média do consumo, não dandoqualquer indicação sobre as características mais desfavoráveis (valores extremos - máximos emínimos) ou sobre as características instantâneas dos volumes de água em jogo.

Embora o conceito de capitação pareça à primeira vista extremamente simples, ele apresenta, àpartida, a dificuldade de saber quais os valores numéricos a atribuir-lhe em projecto, já que, nonosso País, não se dispõem de muitos dados estatísticos sobre os consumos, nem os existentesestão devidamente compilados. Haverá, portanto, na maior parte dos casos, que atribuir umdeterminado valor a essa capitação, valor esse um pouco arbitrário e sempre passível dediscussão.

As capitações a atribuir a um dado núcleo urbano são de difícil avaliação, uma vez que são muitovariáveis e dependem de diversos factores, entre os quais o clima, o nível de vida, os hábitos dapopulação, entre outros.

Caudais de projecto 3.2.1 Introdução

A determinação dos caudais de projecto de sistemas de abastecimento e distribuição de águaconstitui uma actividade vital para efeitos do dimensionamento deste tipo de infra-estruturas. Estes caudais destinam-se a satisfazer os consumos domésticos, comerciais e de serviços,industriais e similares, e públicos; há que garantir, ainda, caudais para fazer face a perdas e fugase para combate a incêndios.

3.2.2 Caudais para satisfazer os consumos domésticos

Para a avaliação dos caudais para satisfazer os consumos domésticos, é indispensável conhecer,

por um lado, a situação demográfica actualizada da zona a servir, em termos de populaçãoresidente e flutuante, esta última se aplicável, e avaliar a sua evolução previsível para o anohorizonte de projecto (aspecto discutido no Capítulo anterior), e, por outro, os consumos de águadomésticos. Como se referiu, os consumos de água domésticos devem ser obtidos, preferencialmente, combase em dados existentes que sejam representativos, os quais podem ser obtidos a partir dosregistos dos serviços de exploração dos sistemas existentes.

Quando não se disponha de informação correcta dos consumos, estes devem ser avaliados apartir de valores da capitação estimados, atendendo à dimensão e às características doaglomerado, ao nível de vida da população e seus hábitos higiénicos e às condições climáticaslocais.

Caudais para satisfazer os consumos comerciais e de serviços

No que respeita aos caudais para satisfazer os consumos comerciais e de serviços, podem-severificar, num aglomerado urbano, duas situações distintas: as unidades comerciais e de serviços são de pequena dimensão e encontram-se nele disseminadas; ou as unidades comerciais e de serviços são de apreciável dimensão e concentradas.

No primeiro caso, os caudais para satisfazer os consumos comerciais e de serviços sãonormalmente englobados nos caudais para consumo doméstico. No segundo, torna-seindispensável proceder a uma inventariação e a uma localização das unidades comerciais e deserviços, de modo a serem atribuídos caudais concentrados.

Caudais para fazer face a perdas e fugas

Nos sistemas de abastecimento e distribuição de água entende-se por perdas e fugas todo ovolume de água que não é facturado. O volume de água não facturado pode, em termos gerais,ser dividido nas seguintes parcelas: perdas físicas, que correspondem aos volumes de água não facturados e não consumidos; perdas não físicas, que correspondem aos volumes de água não facturados masconsumidos.

O Decreto Regulamentar nº 23/95, estipula, no seu artigo 17.º , sobre perdas e fugas, o que aseguir se indica:

“As fugas de água nos sistemas devem ser avaliadas, não podendo, em caso algum, admitir-se um valor inferior a 10% do volume de água entrado no sistema.”

Caudais para satisfazer os consumos industriais e similares

À semelhança do caso anterior, nos caudais para satisfazer os consumos industriais e similares,podem-se verificar, num aglomerado urbano, duas situações distintas: as unidades industriais e similares são de pequena dimensão e encontram-se nele disseminadas; ou as unidades industriais e similares são de apreciável dimensão e concentradas.

No primeiro caso, os caudais para satisfazer os consumos industriais e similares são normalmente englobados nos caudais para consumo doméstico. No segundo, torna-se indispensável proceder auma inventariação e a uma localização das unidades industriais e similares, de modo a serematribuídos caudais concentrados.

3.2.8 Factores de ponta

No dimensionamento dos órgãos dos sistemas de abastecimento e distribuição de água, nãointeressa apenas conhecer caudais médios, dadas as suas características não extremas, masimporta conhecer também os caudais máximos (ou de ponta).

Distribuição demográfica

Para o projeto de redes de água, é importante analisar como as futuras populações se distribuirão sobre a área da cidade.

As previsões de densidades demográficas são feitas mediante aplicação dos métodos gerais de previsão populacional, em cada uma das áreas que a cidade se divide. Estas áreas parciais são delimitadas em função dos fatores que governam a intensidade de ocupação da área urbana, tais como: condições topográficas, facilidades de expansão da área urbana, preço de terrenos, planos urbanísticos, zoneamento, facilidade de transportes e comunicações, hábitos e condições sócio-econômicas de população, existência de serviços de água, de esgotos e águas pluviais, etc.

Nesses estudos, são muito úteis os levantamentos cadastrais da cidade, assim como as fichas detalhadas por distritos, obtidas por ocasião dos censos nacionais.

5- Volume de água a ser distribuído numa cidade

A estimativa do volume de água normalmente necessário para distribuição numa cidade, poderá ser feita como o conhecimento dos elementos já apresentados, de população de projeto, consumo per capita e prováveis variações de consumo.

Se a cidade de estudo tiver ou vier a ter indústrias, hospitais, quartéis, ou outras instituições que apresentem elevada demanda de água, será necessário considerá-os a parte, tanto para o cálculo da vazão necessária global como para o dimensionamento de condutos que irão abastecê-los.

Sendo freqüente a existência de estabelecimentos dessa espécie, as inspeções realizadas na cidade, na fase que precede à elaboração do projeto, deverão incluir inquéritos e medições cuidadosas para conhecer e avaliar o consumo dos mesmos.

Ainda que não seja usual, entre nós, o dimensionamento de redes distribuidoras que assegurem vazão suficiente para dar combate a incêndios é possível que em certas áreas de grande atividade industrial ou comercial haja conveniência de serem consideradas as correspondentes demandas para fins de projeto de redes e reservatórios.

Este Documento trata, porém, do caso mais importante e frequente dos reservatórios integradosnas redes gerais de distribuição domiciliária de água, onde podem funcionar como volantes deregularização, como órgãos de equilíbrio de cargas piezómetricas e como órgãos de reservaspara emergências.“Os reservatórios têm principalmente as seguintes finalidades:a) Servir de volante de regularização, compensando as flutuações de consumo faceà adução;b) Constituir reservas de emergência para combate a incêndios ou para assegurara distribuição em casos de interrupção voluntária ou acidental do sistema demontante;c) Equilibrar as pressões na rede de distribuição;d) Regularizar o funcionamento das bombagens.

Na sua maioria, os reservatórios têm funções de volantes de regularização, alimentandodirectamente as redes de distribuição de água e permitindo compensar as flutuações do consumo face a um regime constante ou intermitente do sistema de adução.

CARACTERIZAÇÃO DA LOCALIDADE

Nametil é uma vila localizada a Sul da província de Nampula em Moçambique situa-se a aproximadamente 130 Km da Cidade de Nampula, é sede do distrito de Mogovolas, este distrito tem como limites a Norte os distritos de Meconta e Nampula, a Sul os distritos de Angoche e Moma a Este o distrito de Mogincual e a Oeste os distritos de Murrupula e Gilé, este último da província da Zambézia. O distrito compreende cinco postos administrativos: O posto administrativo de Nametil, sendo este a sede distrital, Calipo, Muatua, Nanhupo-rio e Iuluti.

Figura 1. Localização da Vila

Superfície

10.4 km2

PopulaçãoA partir dos dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística relacionado com a Vila em estudo, os censos só abrangem dois anos de 1997 e 2007, vide a tabela:

Tabela : População da Vila de Nametil

ANO HABITANTES (TOTAL)

1997 76312007 26111

HistorialNametil foi elevada à categoria de vila em 4 de Julho de 1960. É uma vila relativamente desenvolvida e um importante centro de comercialização agrícola na província de Nampula.Esta região apresenta um clima do tipo semi-árido e sub-húmido seco, tem como

actividade principal a agricultura. Em Nametil a temperatura média é 25.9 °C. A pluviosidade média anual é 1167 mm.

A região de Nametil foi antes uma floresta estratégica onde se travaram duras batalhas. Tal facto, levou a que no dia 2 de Julho de 1910, fosse aberto um posto militar português, com um contingente de 600 homens armados, apoiados por 500 sipaios e mil auxiliares, comandados pelo destemido comandante Neutel de Abreu, que localmente foi apelidado por Mahoho. Esta tropa tinha o objectivo de se instalar em Nametil visando expandir a sua ocupação efectiva desde o litoral até às profundezas do interior. Contudo, a resistência de Khupulamuno, Nampuio Macuta, e seus homens evitou que tal ocorresse naquela época, tendo assim sido desencadeada uma sangrenta batalha na floresta de Namphoto, num local que foi designado por “Omalavi”, que literalmente traduzido significa “local misterioso”, que tanto os habitantes de Mogovolas veneram e admiram.

Aspectos Sócio-económicos

Para além do seu valor social e ambiental, a água tem um valor económico. A água é importante para o desenvolvimento económico e redução da pobreza. Para permitir que os serviços se tornem financeiramente viáveis, o preço da água deverá aproximar-se do seu valor económico, alcançando ao longo do tempo a recuperação total dos custos, salvaguardando sempre o acesso das camadas mais pobres aos serviços mínimos. A segurança na disponibilidade de água em termos de quantidade e qualidade é necessária para desenvolver a irrigação, que é fundamental para permitir a intensificação da agricultura – base do desenvolvimento de Moçambique – e para promover o desenvolvimento rural.A vila por localiza-se em um corredor entre a cidade de Nampula e o Porto de Angoche tornou-se em um elemento atractivo para a realização de negócios e investimentos, sendo que esta possui uma escola secundária geral, um instituto de formação profissional, uma agência bancária com um sistema de ATM’s, telefonia móvel e fixa, cinco unidades industriais, sendo uma de castanha de caju e outra de algodão, duas de descasque de arroz e uma serração. Sendo assim esta torna-se um pólo de atracção da população dos diversos pontos do distrito, verificando-se uma tendência para a concentração da população e das

actividades económicas, catalisando assim o desenvolvimento. Segundo a Estratégia Nacional De Desenvolvimento, capitulo IV, ponto 175, durante o período 2015-2035 prevê-se um crescimento médio anual de cerca 7,4%. Os sectores da Indústria Transformadora, Indústria Extractiva, Transportes e Comunicação, Construção, Electricidade e Água serão os que mais contribuirão no crescimento, devido aos elevados investimentos previstos para estes sectores.

Sistema actual de abastecimento de água

O pequeno sistema de abastecimento de água de Nametil foi reabilitado e ampliado em 2007 e entrou em funcionamento em 2008 de forma experimental, como forma de ultrapassar a crise daquele líquido vital na região. É um sistema constituído por uma captação superficial (no rio Meluli), uma estação de tratamento, cerca de 400 ligações domiciliárias e 18 fontanários públicos, a sua complexidade é de alguma forma exigente, necessitando de capacidades técnicas especiais para garantir a operação e a manutenção.

O sistema abastece cerca de 18.800 habitantes, aproximadamente 72% de cobertura, satisfazendo assim as Metas de Desenvolvimento do milénio a médio prazo que é uma cobertura de 70%, sendo a meta a longo prazo a de garantir acesso universal a um abastecimento de água seguro e fiável e aumentar o nível do serviço. A maior parte desta é abastecida por fontanários (cerca de 13.000) e os restantes por ligações ao domicílio. Este sistema faz parte de um conjunto de sistemas intervencionados pela DNA no âmbito das experiências em curso para implementar os modelos de gestão dos pequenos sistemas de abastecimento de água. A gestão do sistema é deficitária, desde o início do processo que se verificaram falhas técnicas nas componentes do sistema, nomeadamente a falta de componentes essenciais na estação de tratamento, o que torna impossível providenciar água de boa qualidade, principalmente na componente de turbidez. A água que o sistema abastece no período chuvoso é turva, o que desencoraja os consumidores que optam por fontes alternativas em detrimento do serviço público.

Possíveis Soluções Melhoria do sistema actual de abastecimento de água em qualidade e no modo de distribuição deste líquido precioso, isto é, melhorar as deficiências em termos de tratamento de água, principalmente na componente de turbidez, e abranger maior parte da população reduzindo as ligações tipo fontanários de modo a acompanhar o desenvolvimento desta vila.

MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA

A elaboração de estudos de sistemas de distribuição de água deve basear-se no conhecimento dos consumos de água constante dos registos da entidade responsável pelo serviço de distribuição pública de água dos sistemas existentes.

Com base nos valores estimados de população presente e futura (estimativa feita com base em dados fornecidos pelo INE), no desenvolvimento socio-economico da vila de Nametil, estimou-se as percentagens de consumos domésticos, comerciais e públicos para uma situação presente e futura

Esta mesma escolha das percentagens de capitação foi feita com base no artigo 14 e 15 do Regulamento dos sistemas públicos de distribuição de água e de drenagem de aguas residuais em Mocambique.

considerou-se também que nesta Vila a ligação domiciliar existe em cerca de 15% da população total, a ligação porta de quintal para 25% e fontanário cerca de 40%, fazendo no entanto, um total de 80% da população abastecida por este sistema de agua no presente.

Para o ano horizonte, considerado 2040, supõe-se que uma evolução socio-economica significativa ocorrera na presente vila, por esta se apresenta “entre corredores “ (aquele way de porto e etc), pelo que propõe-se, no âmbito deste desenvolvimento, a existência de:

15 cervejarias/bares com 41 mesas; 3 hoteis médios com 30 camas; 1 hotel medio com 50 camas; 3 hospitais locais com capacidade media para 150 camas;

2 escolas primarias para 4 mil estudantes 2 escolas secundarias para 4 mil estudantes (industrias neh)

Ainda no âmbito do desenvolvimento da vila de Nametil, pretende-se que o sistema de abastecimento de agua abranja o maior numero de população possível, sendo o objectivo atingir o total de 100% dos habitantes da Vila de Nametil.

Fonte de captaçãoExistindo já um sistema e funcionamento com captação no rio e consegue suprir a necessidade

de agua na vila. Para o novo sistema, far-se-á uso captação no Rio Meluli que se encontra nas

proximidades da vila, Segundo os dados da Direcção Nacional de Água este possui uma vazão

média anual de 110,78 milhões de metros cúbicos e o possui uma barragem para reserva da

agua para as épocas mais secas, quando o rio apresenta caudais afluente baixos.

Caracterização Fisiográfica Da Bacia Do Rio MeluliA caracterização fisiográfica da bacia do rio Meluli foi feita a partir dos dados obtidos no

Sistema de Informação Geográfica (Quantum GIS).

Figura. Bacia Hidrografica do Rio Meluli

Dados

Área de drenagem

Área total da bacia: A=12771.75Km2.

Perímetro

Perímetro da bacia: P=779.19 Km.

Comprimentos

Comprimento total dos cursos de água: ∑ Li=1046.45 Km.

Comprimento do curso principal do rio: L=302.22 Km.

Cotas

Cota máxima do curso principal: Zmax=442 m.

Cota mínima do curso principal: Zmin=0m.

Factor de forma (K f)

K f =lL

; l=AL

K f =AL2=

12771.75 Km2

(302.22 Km)2 =0.14

O valor de K f é relativamente baixo, pelo que é menos provável a ocorrência de chuvas

intensas cobrindo simultaneamente toda a sua extensão.

Inclinação Média do Leito (i)

A inclinação média do leito obtém-se dividindo as cotas máxima (Zmax) e mínima (Zmin) do

leito pelo comprimento do rio (L). (Hipólito e Vaz, 2011).

i=Zmax−Zmin

L

i=(422−0 )

302.22∗103=0.133 %[ m

m ]Com este valor da inclinação média do leito verifica-se que a velocidade com que se processa

o escoamento superficial será reduzida, o que provocará maior tempo para a água atingir o

sistema de drenagem, não permitindo o aparecimento de maiores pontas de cheias assim

como alberga maior infiltração de água no solo e sem possibilidades de gerar erosão pelo

transporte das partículas do solo.

Densidade de drenagem (λ)

λ=∑ li

A

λ= 1046.45 Km

12771.75 Km2=0.08 Km−1

Verifica-se que esta é uma bacia mal drenada devido ao valor de λ obtido (λ baixo), pelo que,

a precipitação vai originar, sobretudo, um escoamento sub-superficial e um escoamento

subterrâneo, que se processa com muita lentidão não originando por isso pontas de cheias

elevadas.

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Cálculo de população presente e futura

Taxa de crescimento

De acordo com os dados obtidos para a vila verificou-se um grande aumento da população

entre os anos de 1997 e 2007, podendo este aumento ter sido dado devido a expansão da rede

eléctrica, surgimento de bancos e industrias na vila, bem como aumento de oportunidades de

negócios.

Tendo somente estes dados da população foi assumida um crescimento aritmético. De onde

obtém-se a seguinte taxa:

População1997=7631

População2007=26111

1996 1998 2000 2002 2004 2006 20080

5000

10000

15000

20000

25000

30000

Vila de Nametil

Anos

Habi

tant

es

P= B.t + Po

Factor de Crescimento:

B=∆ P∆ t

B=26111−76312007−1997

=1848

Taxa de Crescimento:

β= BP0

β=18487631

∗100=24 %

Esta taxa de crescimento na vila é muito elevada quando comparada com a realidade de Moçambique que tem uma taxa de crescimento media anual de 2.8%. Este aumento brusco populacional é verificado quando a população sai das diversas áreas a

Tendo se verificado tal facto, com base nas projecções populacionais distritais fornecidos pelo INE far-se-á o cálculo da taxa de crescimento distrital.

Tabela. Mogovolas

Ano 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014Habitantes 272 763 285 028 298 672 313 863 330 787 349 644 370 604 393 848

B=393848−2727632014−2007

=17297.83

β=17297.83272763

∗100=6.3 %

Apresentando ainda uma taxa muito acima do esperado no País, procede-se ao calculo da taxa de crescimento média entre os distritos circunvizinhos, Mongicual, Meconta, Nampula, Murrupula e Moma.

Anos 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 B β(%) Distrito MOGOVOLAS 272 763 285 028 298 672 313 863 330 787 349 644 370 604 393 848 17 206.0 6.3 Distrito MOGINCUAL 133 120 136 849 140 625 144 433 148 259 152 091 155 886 159 603 6 163.6 4.6 Distrito de MECONTA 158 720 162 450 166 320 170 299 174 358 178 468 182 581 186 647 9 147.0 5.8 Distrito NAMPULA 208 466 216 973 225 729 234 713 243 908 253 294 262 803 272 366 4 007.7 1.9 Distrito MURRUPULA 143 761 147 496 151 272 155 071 158 877 162 673 166 419 170 072 3 771.4 2.6 Distrito MOMA 318 461 324 826 331 187 337 503 343 740 349 864 355 784 361 416 3 795.2 1.2

Média 205 881 212 270 218 967 225 980 233 321 241 005 249 012 257 325 7 348 3.54 Tabela.

Taxa de Crescimento inferida sobre a vila igual a 3.54%.

β= 3.54%

Populacao projectada para 2015:

Pf =p0∗(1+ βt )

P2015=26111∗(1+0.0354∗8 )=33 506hab

Populacao projectada para 2040:

P2040=26111∗(1+0.0354∗33 )=56 614 hab

Cálculo da demanda

Capitações

Tabela: 3- Capitações adoptadas

Caudais

Factores de ponta

Para o cálculo do caudal de dimensionamento considerou-se os seguintes factores de ponta:

fp1=1.1

fp2=1.2

Com base no Regulamento…. Calculou-se o fp3

fp3=2+ 70

√P

fp3=2+ 70

√56614=2,29

QDomestico=População× ¿

QÚtil=Qdomestico+QP /C+QInd

QDim=QÚtil× fp1 ×fp2 × fp3+Perdas

Tipo de ligaçãoCapitacões (l/hab/dia)

Ligação domiciliar 125L. porta de quintal 80L. fontenário 30

Tabela. Percentagem das ligações

Tipo de Ligação 2015 2040Domiciliar 25% 40%Porta do Quintal 30% 35%Fontanário 45% 25%

Caudal doméstico presente e futuro:

Qdoméstico2015 =2001.98 m3 /dia

Qdoméstico2040 =4246 m3/dia

Para o cálculo do caudal útil presente:

Q2015P /C=15 %QDom

Q2015Ind=5 %QDom

QÚtil=Qdom+QP /C+Q Ind

QÚtil=Qdom+0.15∗Qdom+0.05∗Qdom

QÚtil=1.2∗Qdom=2402.38 m3/dia

Para o cálculo do caudal útil e dimensionamento futuro:

Para o cálculo dos caudais público comerciais recorreu-se ao artigo… do regulamento… de onde foi possível estimar-se a existência de várias infra-estruturas:

Artigo 14 ponto 3.

Q2040P /C=70∗15+230∗25+300∗150+10∗4∗0.325∗56614

Q2040P /C=788 m3/dia

Para o cálculo dos caudais Industriais estimou-se uma percentagem de 7 % do caudal domestico tendo:

Q2040Ind=7 %QDom

Q2040Ind=297.22m3/dia

QÚtil=Qdom+QP /C+Q Ind

QÚtil=5331.22m3/dia

Caudal de dimensionamento médio no dia de maior consumo do ano:

Q2040dim=fp1 fp2Qutil+Perdas

Q2040dim=1.1∗1.2∗5331.22+150

Q2040dim=7187.21 m3/dia

Q2040dim=299.47 m3/h

Caudal de dimensionamento na hora de maior consumo no dia de maior consumo do ano:

Q2040dim=fp1 fp2 fp3 Qutil+Perdas

Q2040dim=1.1∗1.2∗2.29∗5331.22+150

Q2040dim=16265.21 m3/dia

Q2040dim=677.72 m3/h

Dimensionamento do reservatórioDeterminação do volume de regularização

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 230

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

Consumo HorarioCurva de aducao acumuladoCurva de consumo acumulado

tempo(h)

Cons

umo(

m3)

Gráfico 1. Padrao de consumo e curva de adução e de consumo acumulado

Tabela. Determinacao do volume de regularização.

Acumulado Situação no reservatórioHora Factor Adução Consumo Adução Consumo + -0_1 0.3 299.47 89.841 299.47 89.841 209.629 1_2 0.35 299.47 104.8145 598.94 194.6555 404.2845 2_3 0.35 299.47 104.8145 898.41 299.47 598.94 3_4 0.4 299.47 119.788 1197.88 419.258 778.622 4_5 0.49 299.47 146.7403 1497.35 565.9983 931.3517 5_6 0.83 299.47 248.5601 1796.82 814.5584 982.2616 6_7 1.1 299.47 329.417 2096.29 1143.975 952.3146 7_8 1.2 299.47 359.364 2395.76 1503.339 892.4206 8_9 1.4 299.47 419.258 2695.23 1922.597 772.6326 9_10 1.6 299.47 479.152 2994.7 2401.749 592.9506 10_11 1.8 299.47 539.046 3294.17 2940.795 353.3746 11_12 2 299.47 598.94 3593.64 3539.735 53.9046 12_13 2 299.47 598.94 3893.11 4138.675 245.565413_14 1.8 299.47 539.046 4192.58 4677.721 485.141414_15 1.6 299.47 479.152 4492.05 5156.873 664.823415_16 1.5 299.47 449.205 4791.52 5606.078 814.558416_17 1.5 299.47 449.205 5090.99 6055.283 964.293417_18 1.2 299.47 359.364 5390.46 6414.647 1024.18718_19 0.8 299.47 239.576 5689.93 6654.223 964.293419_20 0.49 299.47 146.7403 5989.4 6800.964 811.563720_21 0.4 299.47 119.788 6288.87 6920.752 631.881721_22 0.3 299.47 89.841 6588.34 7010.593 422.252722_23 0.3 299.47 89.841 6887.81 7100.434 212.623723_24 0.3 299.47 89.841 7187.28 7190.275 2.9947

Ve= 2007 m3

Segundo o artigo… para vilas de grau A o volume anti-incêndio é igual a 120 m3.

Vi= 120 m3

Segundo o artigo… o volume de emergência pode ser determinado a partir da seguinte fórmula:

V emer=V e+V i

3

V emer=2007+120

3=709 m3

Vt = Ve+ Vi+Vemer

Vt = 2836 m3

Figura. Variação da altitude no distrito de Mogovolas

Area a a abastecer: 10.4 km2

Densidade Populacional na área urbana: 30 casas em 13m2

Densidade populacional na área rural: 9 casas em 13 m2

Densidade Populacional na área peri-urbana: 17 casa em 13 m2

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASHipólito, J. R. e A. Carmo Vaz, Hidrologia e Recursos Hídricos, 2011, IST Press,

Lisboa;

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