abandonando esse público e vão fazer música...

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Feira Moderna Zine Ano 03 - Outubro de 2004 - Niterói/Rio de Janeiro/Brasil - Latitude Zero Prod. Feira Moderna Zine Distribuição Interna. Preserve o Meio Ambiente, não jogue papel nas ruas. # 11 # 11 NÃO PAGUE POR ESTE FANZINE !!! NÃO PAGUE POR ESTE FANZINE !!! E+: Uzômi - Quaterna Réquiem - RPG Nova Conduta - xAmorx - Nitrominds

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Page 1: abandonando esse público e vão fazer música comercial.docshare02.docshare.tips/files/8211/82118440.pdf · FMZ: “Demonolatria”, dos Zumbis do Espaço, é presença obrigatória

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Postura e coerência diretamente de Porto Alegre

A Real Sociedade é a banda que mais toca nos palcos underground de Porto Alegre e regiãometropolitana. Sempre prontos a denunciar os prejuízos que a política externa norte-americana pode trazer para o Brasil, o quarteto liderado por Alemão (vc/bx), conta ainda comEstevan (gb), Édson (gs) e Kbça (bt). A banda toca um hardcore pesado levando seu protesto apúblicos variados, seja aquele mais abastado que freqüenta o Bar Opinião, em Porto Alegre,seja aquele mais humilde que assiste aos shows da banda na periferia da capital gaúcha. OFeira Moderna Zine trocou uma idéia com Alemão no centro da cidade pra saber um poucomais sobre a banda e seus objetivos.

FMZ: E aí Alemão. Conta pra gente um pouco sobre a formação da Real Sociedade, como os componentes dabanda se conheceram, essas coisas básicas pro leitor que está tendo o primeiro contato com a banda:Alemão: A banda existe há algum tempo, eu levo o projeto nas costas e aos poucos fui convidando os amigos. Oobjetivo sempre foi ter amigos tocando, e não músicos profissionais. O primeiro a entrar foi o Édson (guitarra solo),depois o Kbça (bateria) e por fim o Estevan (guitarra base). Eu toco baixo e faço os vocais.FMZ: A Real Sociedade faz hardcore de protesto em português. Conta pra gente o porquê dessas escolhas já queatualmente a maioria das bandas que surgem no meio hardcore visam apenas ser apenas mais um clone malfeito do CPM22, com instrumental fraquíssimo e letras que retratam pseudo-dramas infanto-juvenis:Alemão: O lance de fazer som de protesto é um lance meio excluído no som hardcore hoje em dia, a galera visa fazer umsom mais comercial, som pras menininhas, dramas... fazer hardcore de protesto em português é uma crítica direta àpolítica externa norte-americana e falar da insatisfação de viver num país que depende dos EUA. Falar contra eles é oobjetivo.FMZ: Um dos maiores hits da banda nos shows é “Morte ao Bush”. Quem são os outros inimigos da banda?Quem faz as letras de protesto das composições?Alemão: As letras são todas eu que faço, a gurizada nem ajuda muito, tudo o que escrevo é o que eu penso e nosso maiorinimigo é toda forma de política capitalista e imperialista. Virão muitas músicas ainda contra os americanos.FMZ: A Real Sociedade é figurinha carimbada no underground de Porto Alegre e região metropolitana. Por quea banda não viaja tanto pra locais mais distantes para espalhar sua mensagem para outras pessoas?Alemão: Tudo gira em função dos custos, contatos nós temos em muitos lugares mas a gente prefere não bancar umaviagem pra muito longe pra tocar aqui em Porto Alegre e região metropolitana que é onde tem uma galera mais fiel e agente não gasta muito. Como a gente não tem CD lançado a gente prefere tocar aqui por enquanto pra deixar pra ir maislonge quando tivermos esse tipo de material pra divulgar e fazer shows de lançamento do CD. Como aqui é nosso lar,Porto Alegre e região metropolitana, o lance é tocar aqui em qualquer bar, em qualquer lugar onde nos derem espaço.FMZ: Hoje em dia muitas bandas do underground local discutem a validade de se gravar uma demo. Umasalegam que é desnecessário pois os shows em sua opinião bastam para passar as mensagens de protesto econscientização, outras alegam que esse material é imprescindível para buscar novos espaços, seja na mídiaalternativa, seja para conseguir shows. Dentro desse contexto, a Real Sociedade, que tem apenas uma faixagravada disponível para download no site da banda, acha possível “espalhar a praga”, como vocês mesmosdizem, apenas com shows?Alemão: Sim, porque o lance de fazer shows é dar a cara a bater, é olho no olho, eu deixo sempre bem nítido tudo o queeu canto pras pessoas entenderem. Eu por mim cantaria mais gritado, mais berrado, mas eu acabo deixando mais claropra galera captar a mensagem, eu quero que as pessoas saibam o que eu tô cantando. E esse lance de espalhar a praga ébem por aí, a gente vai comendo pelas beiradas, e fazer vários shows é bem melhor que gravar, não fossem os custos pormim eu até já teria gravado. A gente visa fazer shows populares e se for de graça pra galera melhor.FMZ: Recentemente a banda dividiu palco com Garotos Podres no Bar Opinião em Porto Alegre e tocou paraum público de aproximadamente 1.600 pessoas. Como foi essa experiência?Alemão: Ah, eu tava nervoso pra caramba, foi praticamente o show da minha vida, não imaginava que iria tanta gente.Tocar com Garotos foi um lance de arrepiar mesmo, é influência da gente, a gente toca som deles, eu tava nervosomesmo, fora de mim, quando vi aquela galera toda. Ainda bem que filmaram tudo, daí eu não passo por mentiroso

(risos), a galera cantava junto nossos sons, coisa que eu nãoesperava no Opinião, lugar de burguês, a galera tava bem unidaali. Na real o Opinião é uma máfia, a gente toca lá por causa deconchavo, essa é a barbada. E Garotos é afudê.FMZ: A banda levanta alguma bandeira política? Temosalguns casos notórios de bandas brasileiras adeptas daesquerda, como os próprios Garotos Podres que gravaramem seu mais recente disco uma versão para “AInternacional”, hino da Internacional Comunista e atémesmo o Dead Fish do início de carreira, quando o Rodrigo,vocalista, declarava em alguns zines da época que a bandaera socialista. A Real Sociedade se encaixa nesse perfil?Alemão: Sim, a Real é totalmente de esquerda mesmo, peloponto de vista da gurizada a gente é pelo social, a gente é

socialista, o lance da banda é ter amizades e trocar idéias sobredivisão social, não ser egoísta, então se enquadra perfeitamente.Comunista ninguém é, temos alguns conceitos que aceitamos comoanarquismo, marxismo, então o lance acaba pendendo pra esquerda.Mas não tem o lance de levantar bandeira, até porque a esquerdaultimamente andou fazendo merda, com essas coligações do Lula etal. Hoje em dia tem bandas que se dizem socialistas mas não são,usam isso como marketing, pra serem melhor aceitas por determinadogrupo, pra ter um público. Depois que conseguem isso acabamabandonando esse público e vão fazer música comercial.FMZ: Atualmente os jovens que começam a escutar música, daífalamos do jovem brasileiro de gosto e escolaridade média, optampor seguir muitas vezes de maneira fervorosa ídolos da músicanorte-americana, que cantam em inglês e na maioria das vezes essa galera nem sabe sobre o que os artistas/bandas estão falando. Qual a tua opinião sobre essa dominação cultural norte-americana? Até nem vamosentrar na questão da dominação político-econômica, senão não terminaremos essa entrevista tão cedo (risos)?Alemão: Virou moda mesmo o som em inglês entre a gurizada. Nos anos 90 o que aconteceu: tivemos o Collor, houveuma abertura de mercado extrema e acabamos aceitando qualquer tipo de banda que vinha dos EUA. Virou modismomesmo. Assim como temos as modas atuais nos anos 90 tínhamos vários tipos de moda. A moda na época era serrebelde e virar seguidor de alguma banda norte-americana. Lá nos EUA sempre foi mais fácil pras bandas gravarem, maistecnologia, então a diferença de som comparando com as bandas nacionais era tremenda em termos de qualidade,masterização, mixagem... Mas daí começaram a vir muitos gringos pra cá modernizando a parada. Já tinham no Brasilbandas muitos boas mesmo sem uma boa divulgação, mas as bandas gringas dominavam por causa dessa abertura demercado mesmo. A música em inglês é até mais fácil de fazer, em português as bandas ficam restritas a um mercado localentão muitas bandas hardcore nacionais começaram a cantar em inglês, o próprio Dead Fish era em inglês. Mas bandasmais antigas mantiveram o som em português, Garotos, Ratos...FMZ: Outra composição de destaque da banda é “Não à ALCA”. Você que fez a letra, conta pra nós por que essaopinião e de que maneira a confirmação da ALCA em 2005 pode nos trazer prejuízos:Alemão: Quem conhece o NAFTA sabe que trata-se de um acordo entre México, Canadá e EUA. Até hoje o México éprejudicado, então, o que seria a ALCA? Pelo fato do Brasil ser um país sul-americano emergente, com várias riquezas,os caras visam explorar o Brasil, a ALCA é uma ferramenta pra abranger outros países e não escancarar que eles só queremo Brasil. Na música tá bem claro que só o que eles querem são as nossas riquezas e que não estão nem aí. O próprioMercosul não deu certo, só bem depois Brasil e depois ainda a Argentina tiveram algumas vantagens porque são paísesaliados dos EUA. O Lula quando assumiu a presidência da República era totalmente contra e por causa de pressões deseus próprios ministros acabou mudando de opinião. Teve há pouco tempo uma reunião no México e muitas pessoasainda são contra. O lance de eu ter feito essa música retrata a minha insatisfação em relação a isso, esse lance do Brasilser parceiro comercial dos EUA, de depender da cultura deles, é foda. A gente precisa valorizar mais o que é nosso, indocontra eles pra não sermos explorados. Eles botam a tecnologia deles aqui pra explorar a nossa mão-de-obra.FMZ: Com as mensagens que a banda passa nos shows através das músicas e dos teus discursos, você percebede alguma forma uma mudança de atitude naqueles que estão expostos às mensagens de vocês?Alemão: Ah, isso sim. Alguns pensam que é papo furado pra conseguir mídia, mas a gente tá falando uma coisa que naverdade mexe com as pessoas. Pra falar de política tem que ter atitude mesmo, a mensagem fica explícita. Se tu é contraalguma coisa, tem que assumir que é contra. Não queremos que as pessoas pensem “ah o cara é contra, eu sou amigodo cara vou ser contra também”, o lance é apresentar argumentos e idéias que foram estudadas e buscadas, se a banda fazesse tipo de som eu assumo tudo o que eu falo, nenhuma das músicas é mentira. Porto Alegre mesmo é tomada pormodismos, a galera quer mais é fazer musiquinha mela-cueca pra tocar na rádio, coisas banais, como se vê no pop, noreggae, não que não tenham bandas boas e verdadeiras desses estilos. O lance de fazer som pesado já não é bem aceito,então tem que ser feito de forma verdadeira mesmo, o que adianta cantar num som hardcore estórias que não existem?É melhor o cara fazer um pagode então, ou qualquer merda do tipo, se vender de uma vez, já que não se ganha nada navida mesmo eu prefiro falar a verdade, doa a quem doer.FMZ: “Demonolatria”, dos Zumbis do Espaço, é presença obrigatória no set list da banda. Por que a escolhadessa música, já que hoje em dia os próprios Zumbis não a tocam mais?Alemão: Ah, Zumbis foi um divisor de águas pra mim. Desde que eu conheci a banda e mostrava pra todo mundo e todomundo curtia, não conheço nenhuma pessoa aqui que não goste da banda. O lance de tocar “Demonolatria” foi umaescolha da banda, por ser uma música obscura e falar do demônio de modo figurado, e tem a mensagem também dos“filhos do lobo”, que é uma arriada da gurizada que anda com nós e sabe qual é que é, ser “filho do lobo” é ser mais oumenos um cara que não tem muita ajuda de ninguém, é ser filho de uma pessoa inexistente que tá aí lutando pelos seusobjetivos. É uma música diferenciada, e se é pra fazer cover eu prefiro fazer de uma música bem obscura, geralmente eugosto mais das músicas que as bandas não tocam ao vivo.FMZ: Pra encerrar, deixa teu recado final pros leitores do FMZ.Alemão: Bom, o recado é pra galera se conscientizar, a gente faz um som que não visa lucro, a gente toca por amormesmo, a amizade prevalece entre nós. Pra galera que quer nos conhecer tem duas formas: o site (www.realsociedade.cjb.net)que está um pouco desatualizado mas é o que rola, e ir aos nossos shows com outras bandas. A gente às vezes sofre comfalta de equipamento, mas tentamos sempre ajudar uns aos outros, a principal força aqui no sul é a união das bandasmesmo, o lance é tocar, se divertir e fazer shows que sejam acessíveis a todo mundo, fazer show barato, essa é a parada.Agradeço também quem curte a banda, o negócio é estar infiltrado e espalhar a praga!

Entrevista e fotos por: Alessandro Ferrony Contatos: www.realsociedade.cjb.net

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NOTAS

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����@����4����� ��������������9��$�#Em 1985, o Brasil comemorava o fim da ditadura militar e o surgimento de uma cena roqueira no país. Era uma

década mágica, com um cheiro de novidade no ar. A Legião Urbana tinha lançado no início do ano seu primeiro disco,o homônimo Legião Urbana e o rock brazuca explodia no Rock in Rio, enquanto Tancredo Neves era eleito presidentepelo colégio eleitoral. É amiguinho, o mundo era outro. Também uma merda, mas era outro. Não existia o pensamentoúnico, essa baboseira de neoliberalismo e mercado. Nem o muro de Berlim havia sido derrubado. Junto com esseprimeiro disco da Legião, cujo carro-chefe era “Será”, que explodiria nas rádios somente em março daquele mesmo ano,o resto do país passaria a conhecer o chamado Rock de Brasília. Um disco fundamental para isso foi Rumores, primeiraprodução independente dos anos 80 na capital federal, bancada pelo Sebo do Disco, loja de discos novos e usados,localizada no subsolo do Venâncio 2.000, de propriedade do empresário Isnaldo Junior. Apenas mil exemplares foramprensados na ocasião, o que torna o disco hoje um item de colecionador. Na praça, uma cópia em vinil não sai por menosque R$100.

O disco pode vir a ser relançado agora, quando completa dezenove anos. Recentemente, o editor da revista on line,Fernando Rosa, encaminhou uma cópia do disco em cd-r, recuperado pela RockBrasília, para Luizinho Calanca, daBaratos Afins. O produtor que relançou por duas vezes os discos dos Mutantes nas décadas de 80 e 90 em vinil e cd,mostrou-se receptivo e está interessado em recuperá-lo. O disco trazia o que havia de mais quente no rock candango forado quadrilátero bastante conhecido Plebe Rude – Legião Urbana – Capital Inicial – Banda 69, que já haviam fechadocontrato com as duas maiores gravadoras comerciais do país: EMI-Odeon e CBS. A Plebe lançaria neste mesmo anoclássico O Concreto já Rachou pela EMI-Odeon, mesma gravadora da Legião e Paralamas, enquanto o CapitalInicial e a Banda 69 conseguiam participações no pau-de-sebo Os Intocáveis, LP produzido pela CBS. Em Rumores estavam as novas sementes do rock brasiliense oitentista: Scola de Scândalos, Finis Africae, EliteSofisticada e Detrito Federal. Gravado em Belo Horizonte, nos estúdios da Bemol, o disco tinha a direção deFernandez, homen-palco das bandas Espaçonave Guerrilha e 5 Generais, além de agitador cultural responsável peloteatro Rolla Pedra, templo do bom Rock brasiliense localizado em Taguatinga. Cada banda apresenta duas canções nacoletânea. O projeto gráfico, simples, mas de extremo bom gosto, é assinado por Rosvaldo Dantas, com foto deReinaldo Freitas. A capa preta, com uma foto em perfil de um típico roqueiro brasiliense meio new-wave / meio punkem frente à uma parede de pastilhas comuns nos blocos residenciais do plano piloto, apostava: rumores. Quem seaventurou, há dezenove anos, a conhecer os rumores que vinham do Planalto Central não se arrependeu. Pelo menos acrítica gostou. O lado A do bolachão abria com “Complexos”, do Scola de Scândalos, formada então por BernardoMuller (voz), Marielle Loyola (voz), Geraldo Ribeiro (baixo), Luis Eduardo ‘Feijão’ (guitarras) e Eduardo ‘Balé’Espinoza (bateria). A canção começa com uma guitarra esquizofrênica, enquanto baixo e bateria praparam a cama para ovocal de Marielle, que anuncia: “Passo horas seguidas, olhando minha imagem no espelho / Vejo um defeito, comoseria bom não tê-lo...”. A Scola de Scândalos dava seu recado, retratando a angustia adolescente e os medos damaturidade, no jogo de vocais divididos por Marielle e Bernardo, responsável pelas letras. Apesar da produção ralinha,as guitarras de Feijão foram gravadas direto na mesa, sem passar por amplificadores, o arranjo agrada e funciona demaneira sublime mesmo hoje. A segunda faixa é “Van Gogh”, do Finis Africae, que abre com um super baixo e uma bateria rufando. As guitarrasbuscam texturas sutis, influência clara do Rock inglês. O vocalista Rodrigo Leitão, responsável pelas letras, mostra umregistro de voz incomum, gritando desesperado: “O Azul marinho compacto / Invadido por nuvens ameaçadoras /refletem um traço de angústia / certamente alguma coisa...”. Surpresa para quem esperava versos politizados. A terceirafaixa é “Fuga”, da Elite Sofisticada, integrada por Luiz Gastão (vocal), Antônio ‘Tonho’ Elias (guitarra), MarceloGomes (baixo) e Rogério Lopes (bateria), é uma música com letras interessantes: “Esse paraíso é só uma ilusão / outrafuga apenas isso...”. O som da Elite Sofisticada, nome que fazia uma troca bem humorada com a Plebe Rude, era maissimples, mas nem por isso menos instigante. “Desempregado”, a quarta faixa do disco, mostra o punk Rock cru doDetrito Federal, com vocais vomitados por Alex Podrão. A banda era integrada ainda por Mila (baixo), Paulo CésarCascão (bateria) e João Bosco (guitarra). “Eu não pago água / Eu não pago luz / Eu não pago telefone / Eu não pagogás”, berra Podrão, na divertida e ingênua letra de Rato Bond, Marcão Adrenalina e Renato Estrela. O resultadodeixou a desejar, já que o som ficou excessivamente clean, mas merece destaque o final mongolóide em que Podrãorepete “nada...nada...nada...” Uma irônica homenagem à Blitz carioca, do sucesso fácil: “Você Não Soube me Amar”. O lado B do disco abre com Finis Africae mandando bem em “Ética”, a melhor música do disco ao lado de“Luzes”, do Scola de Scândalos, que vem em seguida. A primeira trata de um tema não óbvio, pelo menos na época,a ética, com uma letra bem construída: “A vela apagou, a lâmpada queimou, o gás acabou / não vejo mais nada / Deveser a idade média, é a idade da pedra / é a idade da razão e da ética”. “Luzes”, que trata dos temores adolecentes dainiciação sexual, começa com a bateria de Feijão, que se tornou um clássico. “Luzes que piscam / Gritam e avisam? /que chegou a hora que você sonhou / são anos de espera / que chegam ao fim / Um frio desce a espinha apesar docalor”, canta Bernardo Mueller. A música foi resgatada com dignidade pela Plebe Rude no disco ao vivo: Enquantoa Trégua Não Vem. O som continua atual e não deixa nada a dever pra nenhuma banda. É um clássico que continua eterno. Detrito Federal comparece ainda com a penúltima música (?!?!) do disco. A letra é hilária: “Fim de semanaamaldiçoado / Fim de semana sem nenhum trocado”. Elite Sofisticada fecha o LP com “Sozinho”, Rock básico comecos do punk. A letra é bem fraquinha. Mas a performance deixa um sabor de quero mais no ar. Com apenas 25 minutose 50 segundos, o disco ajudou a expor a cena musical brasiliense, desviando ainda mais a atenção da mídia para fora doeixo Rio-São Paulo. O jornalista Alex Antunes, saudou rumores como “a primeira coletânea honesta dos últimostempos”. Em resenha feita para a revista Bizz, de novembro de 1985, Antunes chama a atenção para pelo menos “duasbandas interessantes: Scola de Scândalos e Finis Africae. Na primeira, o destaque é “para o guitarrista heavy metalFeijão temperando o som wave e o correto vocalista Bernardo”, ressalta. Segundo o crítico, o Finis Africae é um casoà parte, “produz um som denso, com belas composições”. Dezenove anos depois de seu lançamento, a coletânea merece ser resgatada para a vida digital. Quem sabe o disco saiagora do fundo do baú e é redescoberto pela geração de roqueiros do ano 2000... tudo depende da Baratos Afins. Quemviver, verá! Por: Tio Satan

do zero, do que talvez lançar uma ‘4ª edição’. Agora há um livrobásico de regras (com regras melhores...), para que não se precisegastar com regras em cada livro básico, que serve para humanos“normais”, e livros de ambientação para cada “monstro” docenário (e, embora tenha nomes bem conhecidos - ou pelo menosparecidos com os antigos - não tem quase nada a ver com o cenárioanterior). Outra surpresa é a quarta edição do GURPS, que eu tambémjá falei por aqui. Agora, nessa febre de reformulações que parecetomar o mundo RPGístico (e tornar o jogo mais “acessível” emelhor), quem entra na onda é o GURPS, agora com capa dura eilustrações (e não aquilo que saía nos livros... argh!), inclusivede um brasileiro (que faz a capa!). E o jogo promete ter umamecânica melhor (e menos regras de cavar buracos... hehe). Mas eu acho que a melhor surpresa são as novas editoras.Principalmente depois da licensa aberta do Dungeons & Drag-ons, a D20, vááárias editoras pipocaram no Brasil. Na resenhado Encontro Internacional, em Sampa, eu falei: nunca tinha vistotantas editoras de RPG na minha vida. Claro que a maioria comum ou dois títulos (e ainda longe da hegemonia da Devir Editora),mas ver que a coisa está crescendo, sem dúvida nenhuma é algoque me emociona, e que faz com que se cresça a cena cada vezmais. E eu nem falei da internet, onde as coisas também semovimentam, sejam sites de editoras, sejam de grupos (um dosmelhores é o RedeRPG - que antes era a Trails, já clássica hoje- que aliás é também responsável agora pela Dragão Brasil;www.rederpg.com.br), na net o RPG se espalha. São literal-mente milhares de suplementos, bônus, e até livros básicosrolando por aí (muitos piratedos também, mas aí é outrahistória...), dando muito mais subsídios para os jogadores, alémde várias modalidades de RPG pela net (seja por e-mail, porjogos, ou outros formatos). Como eu dizia, a cena RPGística brasileiratem tudo pra crescerbastante nesse futuro próximo. Vamos esperar que consiga!

Por: Rodolfo Caravana

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Novidades do Mundo RPGístico E nessa edição do Caravana do RPG, resolvi falar mais doque anda acontecendo por aí no mercado RPGístico brasileiro,que está mudando e se movimentando bastante nos útimosmeses: são lançamentos, mudanças, surgimentos, enfim, ummonte de coisas acontecendo por aí. Uma das coisas mais impressionantes pra mim foi a mudança,que eu diria radical, da revista Dragão Brasil. A revista que jáé referência há muitos anos para todos os jogadores do país(nem que fosse pra falar mal - ainda mais quando começou a sechegar mais com mangá, 3D&T e essas coisas) mudou de editorfaz alguns meses. O novo camarada, que prefere não se identificar(especulações mil!) já assinou algumas matérias e resenhas, e semostra à altura do legado de Marcelo Cassaro (que, críticas àparte, conseguiu tocar 100 edições de uma revista de RPG noBrasil, coisa pra poucos...). Entretanto, as surpresas não pararampor aí: há duas edições, a revista voltou ao seu formatotradicional, abandonado no número 30! Agora, maior, dotamanho de uma revista “normal”, e não mais em formatoamericano, com espaço para jogos de computador (tentativa denovos públicos ou exigência do antigo?), e muitas outrasreformulações. O que esperar agora da Dragão Brasil? Só o fu-turo pode dizer, mas se nos espelharmos no passado, sópodemos esperar coisas boas (e que quem sabe um dia o editorse revele...). Duas novidades que já afetam o mercado nacional, “masnem tanto”, é o lançamento do novo Mundo das Trevas da WhiteWolf, que eu já falei brevemente aqui. O jogo tava tão desgastadopor mais de dez anos de mitologia “entulhada” em cima demitologia (eu mesmo já tinha me enchido um pouco o saco detantas “lendas”), que foi mais fácil “acabar com o mundo”, coisaaliás de que grande parte dessas mitologias falavam, e fazer outro

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Letter Against GloboMeados de 2004, eu não possuo acesso à internet, a não ser eventualmente,

mas foi por coincidência e necessidade de sobrevivência, tentando firmar-me sobreo que vale a ‘pena’ (e outras coisas que já deveriam ter desaparecido da ‘sociedade’,coisas tristes que nos fazem hora outra lamentar e pensar do porquê). Bem, o queeu não lamentarei é a possível, por mim desejável, derrocada final do império global(diga-se do mal no mais das vezes, embora muitas vezes não nos apercebamosdisso, mas quando se abre a porta de casa e sai nas ruas é que vemos a medida doabismo). Li em um jornal, o que já houvera superficialmente noticiado em outra redede TV, que dentre outras coisas e isto sim é preocupante: As TV’s estariam em crisefinanceira mas haveria um empréstimo vultuoso cedido pelo BNDS.

A preocupação primeira desta carta é com o ‘lobo em pele de cordeiro’ (nopior sentido) que é na realidade a Rede Globo de TV, principalmente para ‘o povo’brasileiro, explico meu ponto de vista: Vejam se o mundo não está realmenteconturbadamente é verdade em mudança, mas o que vemos principalmente é obaixo nível ‘intelectual’ das TV’s onde a mais maliciosa (negativamente, lobo empele de cordeiro) é a poderosa Rede Globo de Televisão. Nos programas mais‘sérios’ o que temos é abuso de poder generalizado fazendo os incautos a creremque só existe aquele mundo de Jornal Nacional no Brazil por exemplo, ou seja,a programação da Rede Globo em especial é pautada pela manipulação, culpadapela violência em vários sentidos (inclusive a psicológica), como pauta de sua‘ideologia’. Acho nesse momento sócio-político absurdo manter-se a mentalidadereinante desta empresa, ainda como molde de conteúdo para todas as outrasemissoras, apenas pelo motivo econômico? Será que é isso mesmo, se clamor da

sociedade mais esclarecida há tempos já pede por uma linha de ação mais honestaao menos nas televisões, um veículo tão importante em países como o Brazil.Talvez falte até mesmo seriedade de quem compete ou coragem para encarar a coisacom interesses mais verdadeiros que esta subjulgação irracional ao capital e porque não dizer, estrangeiro?

Estamos com um ano e pouco de novo governo, talvez com seu mandatoter acontecido pouco mais tarde do que deveria, o que peço é que façam um examede consciência (e tome vergonha na cara), pois desde o surgimento desta emissoraque ela sempre serviu a tudo, menos ao povo... e hoje na realidade já não servenem a uma digna sociedade.

Desejo deixar claro que não falo de moralismos, mas sonho com o dia emque exista uma emissora mais honesta e verdadeira para para com sua sociedadee não essa estupradora de pessoas.

Não sou ingênuo em achar que num país como o Brasil, a TV Globo iráacabar ou mesmo falir, mas o que gostaria é que ao menos com esta ‘dita crisefinanceira’ fosse repensada realmente a ideologia desse dito e por mim amaldiçoadopadrão global, superficial e banalizante das questões sérias da vida, devolvendoassim o direito a verdadeira dignidade a imensa parcela do povo e da populaçãobrasileira. É momento de se pensar realmente na real identidade cultural do Brazil,nesta época de intercâmbio cultural, mas não (que termo usar?) com a covardia dopadrão global.

Eu, enquanto indivíduo expresso o meu radical e irrestrito sentimento derepúdio em relação a esta emissora: ‘FORA DA MINHA EXISTÊNCIA REDEGLOBO DE TELEVISÃO’. Por: Wanderlei R.

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Tamanhos / Preços 06 x 08cm.......R$30,00 12,5 x 04........R$30,00 12,5 x 08cm....R$50,00 25 x 08cm.......R$90,00 25 x 16cm.......R$150,00

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Diagramador: Rodolfo CaravanaScanners: Adrian Laubisch

Produtores:Rafael A. ([email protected])Rodolfo Caravana ([email protected])

Colaboradores:Alessandro Ferrony ([email protected])

Alex xCaverax ([email protected])Felipe Salvador ([email protected])

Tio Satan ([email protected])Wanderley R. (Rua Barão do Bom Retiro, 75 - 502,

Engenho Novo / RJ / Brasil - CEP 20715-000)

Foto da Capa:Jozzu (food4life.blogger.com.br)

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exclusão, exploração e até de extermínio que esses grupos (e atéeu mesmo - e talvez você também, leitor) vão contra? Por quê oespanto? O que eu quero dizer é: às vezes, em certos lugares, em certosgrupinhos, a mesquinharia, a luta por “poder” (que é sempreilusório) num lugar, num mundinho fechado, faz com que seesqueça do que acontece fora dos “muros” desse mundo (às vezesmuros metafóricos, às vezes muros literais). Esse episódio me serviu pra lembrar que há coisas contra asquais vale a pena lutar e outras não. Todos os militantes de partidotambém foram contra a atitude do garoto (por motivos diversos),até o pessoal de “direita”. Então eu penso: será que não existemesmo coisas no qual vale a pena todos lutarem? Ou pelo menosuma boa parte, unidos? Isso não é só onde eu estudo, é no underground, é no mundo.Por que às vezes punks, por exemplo, só divulgam shows punkspra punks? Não é pra crescer o movimento, conscientizar o maiornúmero de pessoas? A mesma coisa SxE’s, Vegan’s, caralho aquatro e um monte de rótulos que muitas vezes servem mais praexcluir do que pra incluir. Se você se acha punk, SxE, Vegan ouqualquer outra coisa, tudo bem, mas não se prenda nisso, nãoviva num mundo de paredes altas, não lute apenas para acabarcom a matança de vacas, ou a exploração do FMI. Tem gentepassando mal do seu lado. Tem mendigos nas ruas do Rio, não sóde Bagdá. Comece se unindo e fazendo algo do seu lado, pertode você. Se você não impedir a extinção das borboletas doAfeganistão, pelo menos você ajudou alguém que mora no seubairro (às vezes, na esquina - não se esqueça: aquele mendigo éseu vizinho, ele só não pede uma xícara de açúcar pra fazer bolo). Mexa-se. Faça zines. E faça mais. Porque, se você não fizeralgo de bom, algo em que você acredita (ou ficar brigando pra verquem é mais “vermelho” e esquecer do azul), alguém vai fazeralgo. E nem sempre você vai gostar do resultado. Só espero queisso não o “pegue de surpresa”, porque já será tarde demais. Faça algo antes que alguém o faça! Hitler tá aí, e é mais fácildele voltar do que Jesus. Por: Rodolfo Caravana

“Política” ou como eu lembrei queexistem pessoas de Direita

Esse número resolvi escrever um artigo mais incisivopoliticamente (embora eu ache que tudo o que fazemos épolítica, inclusive aqui no Feira Moderna - quando nosposicionamos em relação à vários assuntos, isso é uma atitudepolítica). Mas antes quero explicar o que me levou à escreveresse texto: Lá onde eu estudo, um garoto “denunciou” uma professoraminha como “doutrinadora política”, porque ela falava mal doBush, deixou os alunos saírem uma vez pra uma passeata e maisalgumas outras coisas. Como a matéria era de História Antiga,ele se sentiu “ultrajado” que ela não falasse sempre de múmiase faraós, que ela “ousasse” falar de algo de mil e quinhentosanos prá cá... E ainda mal do Bush, um presidente tão bom!Depois vim a descobrir que o garoto é de direita ferrenho, daTFP (Tradição, Família e Propriedade - pra quem nunca ouviufala, é um movimento no mínimo interessante - de se estudar...),sinpatizante do nazismo e muitas outras brabeiras. Não vou aqui dizer o nome do rapaz e da professora até parapoupá-los, e nem do site, que eu não sou maluco de divulgarquem eu não concordo. Mas a história me serviu para lembrarque esse tipo de gente existe, coisa que às vezes esquecemos. Lá onde eu estudo, é sempre uma guerra de grupinhos epartidinhos muito louca: tem o PSTU, o PC do B com a UJS, asinúmeras facções do PT, além de outros “sem siglas”, comoanarquistas, comunistas, e muitos “istas” (até gente de“direita”, como simpatizantes de PMDB, PSDB e essas coisas).A briguinha pra ver quem salva o mundo primeiro (e de queforma) é tanta, com tantos joguinhos de poder, que oaparecimento de um indivíduo como o que eu falei causaestranhamento e surpresa. Ora, mas por quê? Não é contra esses tipos de pessoas, nãonecessariamente tão radicais, mas com suas ideologias de

pra fingir macheza, né, radicais?), o Sister nunca se preocupouem ser um grande sucesso. Também prá quê? Uma bebida, umaguitarra, um palco e meia dúzia de gatos pingados era tudo oque bastava pra satisfazer Objeda, French, Pero, Mendoza e,mais tarde, Snider. Os doze compactos que a banda lançou noinício de sua carreira foram mais por questão de oportunidadedo que de opção; e quanto a eles de terem aceitado o conviteda Atlantic, o que para muitos pode ter significado algumtipo de traição, também não tem erro: foi simplesmente omelhor meio que o Sister arrumaram para espalhar sua farrapelo mundo inteiro. Falso metal? Nada disso. Apenas e tão somente diversão.Desde o primeiro compacto até o penúltimo Love Is ForSuckers (porque até então, aqui no Brasil, nem sequer ouvimosfalar do novo albúm do Twisted Sister, apenas um brevecomentário sem muita divulgação em algumas revistasespecializadas do retorno da banda) – que traz Joey “Seven”Franco na bateria substituindo A.J Pero, o Sister teve nazona total sua diretriz básica. Nada é levado a sério, nemmesmo a própria banda. Numa das notinhas de capa do ComeOut Play há a seguinte “classificação” para o disco: “H-Humor. Este disco contém frases que requerem do ouvinte umenorme senso de humor. Se você não tem isso, então nem ouça.” Pois é, radicais. Se vocês não vêem nenhuma alegria na vida,fujam do Sister, mas deixem a banda em paz. Afinal, Snider ecia. Ilimitada estão na deles. E não dão a mínima para vocês.

Por: Tio Satan

TWISTED SISTERVIVENDO DE ROCK N ROLL

Apesar de cruelmente escurraçado pelamassa radical, o Twisted Sister segue firmeem sua missão de espalhar rock n roll pelomundo, como atesta seu penúltimo disco,

“love is for suckeres”. Antes do seudesapercebido retorno aos palcos em 2001.

“Sabem, eu tenho um péssimo hábito.../ É que eu adoro rockn roll!” Isso aí não é somente o refrão de “Bad Habit” - uma dasmelhores faixas do penúltimo álbum do Twisted Sister, Love IsFor Suckers. Mas também a mais perfeita síntese da filosofia devida que Dee Snider & Cia se propuseram a adotar desde quecompraram suas primeiras guitarras. E, convenhamos, viver derock’n’roll vinte e quatro horas por dia é coisa que nem osmais convictos headbangers radicais conseguem... Aliás, foi por culpa desses radicais que o Twisted Sister nuncateve sua proposta totalmente compreendia por aqui. Enquantomuita gente fica se preocupando em conseguir auto-afirmaçãocomo headbanger (o que, vamos encarar a verdade, significaser porra nenhuma da vida na maior parte dos casos), a turmado Sister se liga apenas numa coisinha: tocar e ouvir muitorock. Desde suas primeiras apresentações em Nova Jersey (terra doT.T. Quick, Bon Jovi e outras bandas que vocês desprezam só

Page 3: abandonando esse público e vão fazer música comercial.docshare02.docshare.tips/files/8211/82118440.pdf · FMZ: “Demonolatria”, dos Zumbis do Espaço, é presença obrigatória

Resenhas................................................................................................................AntecedentesMundo Amargo (cd / independente)

Banda de Barra Mansa, cidade bem legal no interiordo Rio de Janeiro, o Antecedentes chega com este que,ao que parece, é o primeiro trabalho dos caras. CD-R,com capinha xerocada mas, nem por isso, desleixado.Pelo contrário. O encarte traz letras e contatos.Começaram bem, vamos adiante.

Os caras praticam um hardcore bem simples e direto.Surgem, ao longo do cd, aqui e ali influências de BadReligion e HC Old School. E mesmo a gravação nãocolaborando muito, o pessoal do Antecedentes se sai muitobem. Pode crer. As músicas não tem firula ou encheçãode lingüiça, vão direto ao ponto e dão o seu recado. EsteMundo Amargo, traz letras do tipo ‘atirando pra todo lado’nada mais lógico em se tratando de uma garotada cheiade disposição. Meus destaques ficam por conta das faixas“Talvez”, que abre o disco, “Ignorância ao Extremo”,“15° Andar” (bem legal), “Dúvidas” e o hardcore bemmaneiro que fecha os trabalhos “Nada se Faz”.

Demo legal. O Antecedentes começa com o pédireito. E com o tempo, a coisa tende a melhorar. Maisuma banda com seu cdzinho circulando por aí. Que

venham muitas outras, sempre. Rafael A.

Contatos:Rua Monsenhor Lustosa, 14 , Centro, Barra

Mansa / RJ - Brasil CEP 27 310 – 120e-mail: [email protected]

DiscloseRaw Brutal Assault Vol.1 - Discography1992-1994 (cd / No Fashion HC Records)

Já é a segunda vez que essa banda japonesa dá ascaras por aqui. A primeira foi com o 7" The Sound ofDisaster. Dessa vez o que nos chega via No Fashion HCrecs. é este Raw Brutal Assault Vol.1. Cd duplo que faz umapanhado geral da carreira do Disclose do ano de 1992até 1994. E como tem som nessas duas bolachinhas! Sãoao todo 75 sons. Isso mesmo!

O cd.1 traz as três primeiras demos. A saber: Crime,de 92, Conquest e Fear of the war de 93 e unreleased doano de 94. Na mesma bolachinha ainda rolam a música“Nightmare”, lançada na coletânea Crust and AnguishedLife de 92 e mais treze sons ao vivo. Incluindo aí umaversão inédita para “Victims”. O cd.2 começa com o epOnce The War Started de 93. Rolam três sons do split como Insane Youth, uma compilação de 93 e mais treze sonsao vivo. O encarte é bacana e traz letras, informações ecapas de splits e demos tudo no capricho e com ótimaqualidade.

Acho que nem precisa dizer que o hardcore doDisclose não decepciona em momento algum, né? Enfim,mais de setenta sons rápidos, sujos e agressivos. Esse é oDisclose. Diretamente da terra do sol nascente via No

Fashion HC Recs. Grande lançamento! Rafael A.

Contatos:K-Club 2-1-26 Homachi Kochi-City

780-0870 Japan A/C: Mr. Kawakami

Evil IdolsDon’t Mess Whith… The Evil Idols(cd / Läja Recs.) Mais uma banda do cenário curitibano em francaascensão. Aliás, cenário que é riquíssimo, diga-se depassagem. Não só em termos de bandas, mas também emselos, zines e festivais bem legais que rolam todo ano porlá. Vale a pena, se você ainda não conhece, descobrí-lo.Vamos então a esse Don’t Mess... do Evil Idols. Os caras se inspiram claramente em gente comoStooges, MC5, Motörhead e muito rock de garagem. Oresultado é um senhor disco de Rock classudo, cheio desolos diretos e eficientes aqui e ali. Letras em inglês edoze motivos pra abrir uma cerveja bem gelada e curtir.Destaque para a ramônica “Get Me Hight I’d Die ForYou”, “Sweet Devil” e “Bad Girl”. Mas o álbum todo ébem bacana. Mais um lançamento legal do selo capixaba Läja Recs.Se tiver um tempo dá uma passada no site dos caras prasaber mais sobre a banda, ok? Anota aí:ww.evilidols.cjb.net. Mas o legal mesmo é correr atrás

deste Don’t Mess Whit... que vale a pena! Rafael A.

Contatos: www.laja.com.br

Forgaröur HelvítisGerningaverdur (cd / independente)

Pois bem. Já disse isso e vou repetir (mais uma vez):Banda boa tem em tudo quanto é canto e lugar, e aparecequando menos se espera. A bola da vez é esteGerningaverdur, álbum de 2002 dos islandeses (issomesmo) do Forgaröur Helvítis (não me perguntem comose fala isso). Aliás, arte, apresentação, gravação, enfim,tudo nota 10. Sem brincadeira, trabalho de primeiramesmo.

Quando se põe o cd pra rolar o que acontece é oseguinte: O que se ouve é um grindcore doentio, arrasador,tipo um rolo compressor passando por seus ouvidos. Riffsmuito bem construídos e que, além de funcionar muitobem, trazem à tona uma influência de death metal sofridapelos caras que acaba se tronando determinante para oresultado final tão positivo do trabalho do ForgaröurHelvítis... nem adianta vir perguntar sobre o conteúdodas letras. Sinceramente, fiquei curioso. De cara, tenteiver o encarte... Impossível, não faço a menor idéia decomo se lê islandês (ou seja lá o que seja aquilo, com todorespeito, escrito lá). O vocal? É berrado de tal forma, quemesmo que fosse em portugês não daria pra entenderabsolutamente nada.

Mas em termos de som, nota 10 como disse. Umasenhora banda que conta com um batera simplesmentemonstruoso. É o seguinte: Tenta arranjar o cd, depoisvocê se preocupa em aprender islandês, ok? Sério

mesmo: bom demais! Rafael A.

Contatos: www.helviti.com/[email protected]

FrontalPela Renovação do Entendimento(cd / Necrose)

Mais uma banda de São Gonçalo a dar as caras poraqui. Trata-se da banda Frontal com seu cd debut PelaRenovação do Entendimento. Cd com apresentação superbacana, capinha de papelão, encarte com letras, contatos,enfim, tudo no capricho. O que só faz aumentar acuriosidade em torno do trabalho dos caras.

Mais uma banda de hardcore? Bem mais que isso,pode apostar. O som do Frontal pisa em diversas praias.Vai desde riffs inspiradíssimos e calcados no metal atévocais ensandecidos e lá grindcore. Rótulo? O talmetalcore talvez se encaixe. Mas prefiro chamar dehardcore simplesmente. Quatro sons, trabalhados namedida correta. Desde o peso de “Caminho do Deserto”,que abre o cd, até os excelentes riffs de “Chrimtokilotio”fechando com chave de ouro o belíssimo trabalho dessagalera de são Gonçalo. Letras fortes, que questionam asociedade com veemência e por vezes carregada de umcerto ar pré-apocalíptico. Sinal dos tempos? Pode ser.Por hora, pode adquirir Pela Renovação do Entendimentosem medo.

Apresentação, gravação, execução, enfim, tudoperfeito. O tempo vai passando e cada vez mais as bandasvão apostando em seus trabalhos. Com resultados dealtíssima qualidade. O mais legal disso tudo? São Gonçalovai dando mostras de que tem, sim, uma cenaunderground capaz de provocar muito estrago por aí.

Rafael A.

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Fungus & BactériasEnsaio Geral (K7 / Latitude Zero Prod.)

Banda formada em 96 (ainda descubrou porque temtanta banda desse ano...), o Fungus & Bactérias tem umsom com um pé na década anterior, bem mais oitentista.

Esse Ensaio Geral é o último trabalho da banda,com sua penúltima formação e, como pode transparecerno título, foi gravado em um ensaio num estúdio em Niterói(RJ) em março desse ano. A fitinha mescla sons‘clássicos’ da banda, como “Eu Não Acredito emDuendes” e “Cogumelos Amarelos”, com sons mais novos,como “Carro Bomba” e “Bruxas no Telhado” (a primeirabalada do Fungus!). O som, como eu dizia, muito anos 80(com suas sempre presentes ‘cavalgadas’), mas comelementos mais novos também; embora seja um ensaio, afita não deixa a desejar na maioria das músicas.

Aliás, ponto pra banda por ainda lançarem K7, coisatão rara hoje em dia, e tão comum outrora (antes dafacilidade de se copiar CDs em casa, praticamente sóhavia esse formato no underground).

Meus destaques vão para “Erva da Loucura”, “ParaTodos os Malucos Que Nos Ouvem”, “Bruxas no Telhado”e “A Vida Não Vale Nada”. Para quem ainda gosta deescutar um bom k7 de uma boa banda de rock (e para osque ainda não fizeram isso), eu realmento recomendo

Fungus & Bactérias. Por: Rodolfo Caravana

Contatos: Latitude Zero Prod. - Caixa Postal105003 - Niterói/RJ/Brasil - CEP 24230-970

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Girls Just Wanna Have Punk(cd / coletânea – F. Records) Lançamento bem legal. Esta coletânea traz apenasbandas formadas por garotas (tá que não é nem tão assim,mas é por aí). E pra aqueles que torceram o nariz: Só rolasom da melhor qualidade. Juntando bandas brazucas enomes gringos. Seis bandas consagradas em seusrespectivos países e até fora deles. Sem enrolar, né? De cara tem o punk/pop do Fabulous Disaster. Bandaque faz parte nada mais, nada menos do cast da Pink &Black (divisão da Fat Wreck Chords voltada pra bandasfemininas). Além de ter sido produzida por Fat Mike eRyan Green. É mole? Numa linha semalhante (mas nemtanto), em seguida, vem as garotas do Killi (resenha emalgum lugar desta página). Diretamente da Espanha, maisprecisamente Madrid, vem a banda Dover. Aliás, gosteibastante do som desta banda. Além do Punk Rock nota-seoutras influências de sons alternativos como REM (dequem o Dover toca um cover em seus shows) e outros.Na segunda parte da coletânea, tem esta que dispensaapresentações: Gee Strings! Punk Rock 77, muitíssimobem feito por sinal. Falar o quê? Seguindo tem as cariocasdo Staples estreando a ex-guitarra Carol no vocal. Efechando tem a holandesa Bambix. Já conhecida delonga data do público brasileiro com quatro sons bemlegais. Pra quem curte bandas com vocal feminino umaexcelente pedida. Pra quem não curte, uma boa

oportunidade pra mudar de idéia. Rafael A.

Contato: [email protected]

GuitarriaA 125 Por Hora (cd / Läja Recs.) Tenta imaginar o seguinte: Três caras afim de fazerbarulho, mas muito barulho mesmo. Gritar feito doidos. Etudo isso com muita distorção e energia transbordandopor tudo quanto é canto. O resultado? Guitarria! Power

trio capixaba que faz sua estréia com este A 125 PorHora, via Läja Recs. O Guitarria segue, sem sombra de dúvidas, a cartilhado quanto mais simples e cru melhor. E é isso o que temosaqui: Rock N’Roll, Prot-o Punk, Punk Rock, tudo no volumemáximo. E a simplicidade não fica só nas músicas dessescapixabas. As letras também seguem a mesma linha. Ouseja, falar só o estritamente necessário. Sério mesmo.Boa parte das letras deste A 125 Por Hora não tem maisque meia dúzia de frases. Só que se levarmos em conta aenergia dos desesseis sons, nem precisava ter muita letramesmo. O negócio dos caras é tocar e pôr o povo praagitar. Em tempo: As tais letras falam sabe do quê? Shows,cerveja, carros e muito Rock N’Roll. Não adianta, é apraia dos caras e pronto. Belo começo do Guitarria. Quando os vi na edição doFestival Ruído deste ano senti que vinha coisa boa aí. EsteA 125 Por Hora é bem legal mesmo. Sujo, distorcido,enfim, diversão do início ao fim. E já ia esquecendo dedar meus destaques, né? Lá vai: “Janete”, “Amo VilaVelha”, e o blues sujaço “Noitada Depois do Caga Sangue”.

Vale a pena. Rafael A.

Contatos: www.laja.com.br

Indexterity/AbravanelO Que Somos é O Que Não Devemos Ser(vinil 7" / Não!Não!Records)

E a galera continua lançando vinil Brasil (e mundo)afora. Pra quem curte (e conseguiu manter a vitrolafuncionando até hoje), uma excelente pedida. Praconhecer coisas novas ou simplesmente pra ter algodaquela banda legal pra caramba em um formatodiferente. E lá vou eu saindo do assunto...

Voltando: O selo/distro. pernambucano Não!Não!põe na rua esse split com duas bandas bem bacanas, sacasó: De um lado tem a banda Abravanel, de Pirituba (SP).Os caras descacetam em nove sons (em se tratando de um7" é bastante coisa) na linha grindcore ensandecido (se éque isso existe). Vez por outra um andamento maiscadenciado remete aos primórdios do hardcore. Mas oque impera mesmo é um grindcore ultraberrado (PowerViolence?). Os títulos são uma parada à parte. Se liga:“Sílvio Santos Não Toca na Nossa Banda”, “Agora Que oCoelho Tá Gego Você Enxerga?” e “Chute na Bunda” sãoalguns. Do outro lado, vindo do Tatuapé (São Paulo) temo Indexterity. Mais ou menos na mesma praia que oAbravanel, só que mesclando o som grind com coisas deBlack, Death e Crossover. Bastante legal mesmo. Os trêssons “Environment’s Disease”, “Hollow” e “Madness”arrebentam.

Belo lançamento da Não!Não! que começa com opé direito. Duas ótimas bandas e um lançamento quemerece figurar em todas as prateleiras de fãs do estilo.

Nota 10! Rafael A.

Contatos: Caixa Postal 12, Olinda/PE/BrasilCEP 53120-970 [email protected]

KilliContando os Dias (cd / F. Records)

Chamar a banda Killi de novata seria deixar pratrás uma história muito bem sucedida no underground.Embora este Contando os Dias tenha sido lançado anopassado o Killi já está na estrada desde 1999. De lá pracá foram participações em coletâneas, demos, showsmemoráveis, músicas tocando na famosa rádio paulistaBrasil 2000 e até participações em compilações gringas.

E você se perguntando: O que é que tem de tãoespecial nessa banda? Respondo: Simplicidade. O punkpop com vocal feminino e letras que abrangem o tal‘universo adolescente’ cativa não só pela voz da vocalistaMariana K. mas também por suas harmonias simples emelodias que ‘grudam’ na cabeça. São dezenove sons. Eo pior (ou melhor) é que você nem sente o tempo (ou oálbum) passar. Ou seja: O som do Killi é extremamenteagradável. Aliás, o vocal de Mariana me agradou mesmo.Seu timbre de voz lembra um pouco (ou mais que isso) oda vocalista da extinta banda baiana Penélope. Tinhavários destaques, mas resumindo: “Contando os Dias”,que abre o cd, “Enquanto isso” e “Nananá” acabaramsendo minhas favoritas.

Bola dentro do Killi e da F. Records! Pode correratrás sem susto, ok? Vale lembrar, inclusive, que a bandapassou a ter uma segunda guitarra faz algum tempo e já

pensam em um segundo álbum. Que venha. Rafael A.

Contatos: www.killi.com.br

Nova Conduta(cd / independente)

Sabe aquelas bandas que você, depois de conferirao vivo, antes mesmo de pôr o cd pra rodar já sabe quetem coisa boa por vir? Pois é. É exatamente esse o casodesta banda da cidade de São Gonçalo (RJ). E o cd nãodecepciona em absolutamente nada. Muito pelo contrário.

Antes de qualquer coisa: É uma pena terem apenasquatro sons nesse primeiro cd. E é como se a cada somvocê levasse um senhor soco na boca do estômago. Simsenhor. Quatro petardos na forma de um hardcoreexecutado com toda fúria que é peculiar ao estilo. Osom, em muito lembra os cabofrienses do Solstício (sópra quem não conhece se situar, ok?). Já viu, né? O quetinha muito pra soar apenas como uma banda com umsom pesado e postura sisuda acaba por render momentosde reflexão. Mídia, sociedade, cidadão perante o mundo...Não, tudo aqui está longe de soar panfletário. Cada frase,verso, refrão, são gritados com a autoridade de quemnão poderia estar cantando outra coisa senão o queacredita. Vale lembrar que o cd é fruto da gravação deum ensaio. Sinceramente, não parece.

Em tempos que o visual e os discursos ‘da boca prafora’ enchem os olhos mas não fazem pensar, ao menos,

no caso do Nova Conduta, tudo isso parece estar bemdistante. Garanta sua cópia, ouça e reflita. Vale muito a

pena. Rafael A.

Contatos: [email protected]

Os PedreroCavera y Macaco (cd / Läja Recs.)

E sr. Fábio Mozine & Cia. aparecem com mais uma.A bola da vez é o mais recente trabalho d’Os Pedrero.A bolachinha intitulada Cavera Y Macaco traz doze sons,caras e bocas e muito Rock N’Roll. É sério. Disquinhobem legal. Tudo bem que nem mesmo os caras se levamtão a sério assim, mas que tem coisa legal aqui, isso tem.Sabe por quê? Sente só:

Em cerca de trinta minutos de som os carasesquartejam praticamente todos os clichês do Rock dehoje em dia (e de tempos atrás também). Tudo isso aosom de punk/pop... E do bom e velho Rock N’Roll, porincrível que pareça. Antes de mais nada vale destacar aparticipação das Pedreiretes na impagável “Eu si Fudi”!Outro destaque? Os comentários após cada letra no encarte(alguns são impublicáveis). Sem contar os caras posandode Rock star nas fotos. Mas vale a pena conferir faixascomo “Ritalina”, “Cuide de Mim”, “Punk Girl” e “Só TeUsei...”. E a balada “My Rich Friends”, a melhordisparada.

É isso, como disse: Nem mesmo os caras se levamtanto a sério assim. Agora, nem dá pra negar que esseCavera Y Macaco é perfeito pra tirar um sarro dos ‘posers’e todos os clichês do Rock que, em parte das vezes, pedemexatamente por isso. Assim como os Pedrero. Dizer o

quê? Rafael A.

Contatos: Caixa Postal: 25 519,Vila velha / ES / Brasil - CEP 29102-973

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RabujosContra Tudo e Contra Todos(cd / independente)

Lá de Recife chega pra nós este que sem dúvida éuma das coisas mais legais que já apareceram por aquinos últimos tempos. Trata-se do cd da banda Rabujos.Intitulado Contra Tudo e Contra Todos este trabalho semostra, simplesmente, incrível. O cd foi gravado emabril do ano passado e traz dez pedradas (aproveitando afoto da capa que mostra uma mão segurando algumaspedras).

Essa galera pratica um hardcore a lá RDP. Rápido,berrado, insano, beirando o thrashcore de um ForçaMacabra e afins. Dez pauladas! O massacre começacom o texto “Réquiem” sendo declamado. Em seguida,pedradas como “Guerra Perdida”, “Fé”, “Sede” ,“Desespero” e “Triunfo da Crueldade” se sucedem emuma seqüência arrasadora. Surge o texto de “Deserto deOrvalho” acompanhado apenas de uma guitarra cleanmaravilhoso. E tome pancada: “Contra Tudo e ContraTodos”, “Morte Social” e “Vírus” preparam para o finalcom “Declaração (Ato I)”, que começa com um textohipnoticamente apocalíptico e termina como umthrashcore furioso. No mínimo fantástico!

Essencial na coleção de fãs de hardcore a lá RDP,este Contra Tudo e Contra Todos foi produzido de maneiraindependente. Mas conta com a distribuição do RecusaColetiv@ e da cooperativa, formada por bandas locais,Elephantiasis Discos. Como disse: Essencial... Escreve

já pra esses caras e garante sua cópia!!! Rafael A.

Contatos: Rua São Vicente, 365, TamarineiraRecife / PE / Brasil - CEP 52051-160

e-mail: [email protected]

Skilo(cd demo – independente)

Cara, e não é que não pára de aparecer banda comgarotas no vocal? Pra quem curte (como eu), é umamaravilha. Pois bem, este também é o caso do Skilo,banda de São Paulo que nos manda este cd demo comcapinha bem bacana em papelão. Não, apesar do nome,não é uma banda de Ska.

A banda iniciou atividades no ano de 2000. E apósmudanças na formação gravaram este registro que datado final do ano passado. O som tem os dois pés nobubbleglum e lembra, claro, Ramones em muitosmomentos. Em termos de underground nacional, lembraas cariocas do Staples e em alguns momentos Pin Up’s,como na bem legal “Uma Tarde Qualquer”. E o timbrede voz de Leide se aproxima bastante do da vocalista datambém paulista Killi. São oito sons. As letras em suamaioria são e português e tratam de questões sentimentaise afins. Destacando “Nada Mudou”, “Não Vai Ser PraSempre” e “Pra Que Chorar”.

Galera começando e, sem dúvida, ainda vãoaprender, incorporar influências, enfim. Coisas que sóvão fazer com que o som do Skilo cresça. E ainda que agravação não tenha sido feita da maneira ideal, podemos

dizer que é um bom começo. Sorte pra eles. Rafael A.

Contatos: [email protected]

Toneful ChaosColecionando Regras(cd / F. Records)

Não adianta, o cenário paulista é extremamentefértil. Vira e mexe surgem bandas às pencas. Sim, oToneful Chaos é mais uma banda paulista. Maisprecisamente da Freguesia do O, zona oeste. ColecionandoRegras é o primeiro álbum dos caras, mas não é o primeiroregistro. Os caras participaram das coletâneas MúsicasBacanas para Pessoas Descoladas (F. Records) eSomething. Nothing. Everything. (Anti-Mídia Records)antes de entrarem no, já famoso, estúdio El Rocha emSão Paulo e sair de lá com este Colecionando Regras.

E o Toneful Chaos se sai bem em seu primeiroálbum. O som dos caras engloba várias vertentes dohardcore, surgidas nas últimas décadas. A coisa vai de osom californiano da virada da década de oitenta prosanos noventa, até o tão badalado emocore. E até umSkacore surge no meio do cd. A galera do Toneful Chaosse sai bem mesclando andamentos mais cadenciados demelodias simples e bem legais com momentos 100%hardcore. Somando-se à isso uma boa dose decriatividade, temos dez sons que tem tudo pra agradarfãs de hardcore, emo & afins. As letras em portuguêsremetem, invariavelmente, a coisas de Garage Fuzz eCPM22. Meus destaques ficam por conta das faixas “Dia-Dia”, “Insônia” e “False”, que fecha o álbum.

Como disse: Altamente indicado para fãs do estilo.Os momentos mais ‘pauleiras’ (não acredito que useiesse termo...) devem agradar também a galera mais‘hardcore’, por assim dizer. Bom lançamento da F.Records, que vem fazendo um trabalho bem legal.

Rafael A. Contatos: Caixa Postal: 20208,São Paulo/SP/Brasil - CEP 04035-990

Us ToskeraArrotai Por Nós Bebedores(cd demo / independente)

Mais uma banda da terra do Iguanas! Isso mesmo.Essa galera também vem de Barra Mansa (assim comoo Antecedentes, em algum lugar desta página). O queprova que o cenário de lá é bastante legal, né? E é issomesmo. Pois bem. Arrotai Por Nós Bebedores é o nomeda demo dos caras. O som?

Punk / Hc, básico, letras bem sacadas. Pelo nomeda banda já dava até pra se ter uma idéia... Só que não vaiachando que a parada é tosca e pronto. Não é bem assimnão. Momentos como a faixa “Fora de Lugar” se mostrammuitíssimo inspirados. Sente só: “É tão fácil julgar / quandose está por cima / é tão fácil julgar / quando não é suavida”... Num falei? A formação, descrita no encarte, éno mínimo curiosa. Paolo (gogó), Fred (4 cordas), Mouro(cavaco), Madão (percussão) e Carrou (líder detorcida)... Vai entender, né?

Fora algumas derrapadas (comuns) em algum lugarda mixagem este Arrotai Por... é bem bacana. Mostrauma banda totalmente solta e desencanada.Comprometidos em agradar a eles mesmos. Se for isso

mesmo, ponto pros caras. Rafael A.

Contatos: www.ustoskera.cjb.net

Temporada Na EstradaHistórias de Uma Banda de RockYves Passarell(Livro / 162 págs. / Editora Gryphus, 1999)

Livro do ex-Viper e atual (por incrível que pareça!)Capital Inicial, Yves Passarell. Curto e de linguagemfácil de digerir. Nele são contadas histórias e curiosidadesdas viagens feitas pela banda entre 1992 e 96. Períodoque compreende as gravações dos álbuns Evolution atéTem Pra Todo Mundo. E não são poucas as histórias queo cara tem pra contar.

Desde uma geral na Alemanha, passando por showsnos lugares mais inacreditáveis do globo terrestre até umencontro no mínimo curioso com um fã que se intitulavao capeta.

Enfim, todas aquelas histórias que todo molequeque monta sua banda sonha vivenciar, não é mesmo? Eesse sentimento fica bem claro ao longo do livro: O desonho realizado, desafio vencido, enfim, o famoso“quando a banda der certo...” acontecendo na vidadaqueles caras.

O curioso é o fato de, em momento algum do livro,ser citado o nome de André Mattos. Primeiro vocalistado Viper, atualmente no Shaman e (também) um dosresponsáveis pelo nome do Viper ganhar peso no exterior.Por ter sido o vocalista, tecladista e (acredito que também)ego inflado-mor nos dois primeiros trabalhos da banda(Soldiers of Sunrise e Theater of Fate) que se tornariamclássicos do heavy metal nacional.

Mas isso nem é com a gente, certo? Pra quem curteo estilo “banda de Rock na estrada” (com tudo que otermo acarreta) de vida, diversão e boa leitura garantida.

Rafael A.

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Corra AtráZ... Pólux In Vino Veritas (cd / independente) Pra quem não sabe, o Pólux hoje se chama Leela (depois de um tempo como Pólen). E este In VinoVeritas é pra mim o registro que captura a banda em sua melhor fase e com a formação mais legal.Bianca Jhordão (guitarra e voz), Rodrigo Brandão (guitarra) e Mariana Eva (baixo e voz) juntocom Pedro Schroeter (bateria) detonam em uma mistura de Weezer, bandas de Seattle e sons alternativosdas mais diversas procedências. “Fim de tudo”, “Quero+” e “Obrigado”, por exemplo, mesclamcom perfeição a delicadeza do vocal de Bianca com o peso da cozinha e a sujeira maravilhosa cheiade efeitos da guitarra de Rodrigo. Sem dúvida um dos trabalhos mais importantes da história recentedo underground carioca (ao menos na minha opinião). Além das cinco faixas ainda rola um bônus euma versão para um som do Portishead. Indispensável. Rafael A.

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xAmorxHardcore Straight Edge da capital gaúcha.

Banda SxE diretamente de Porto Alegre, a bandaxAmorx já soma três anos de estrada e prepara-se

para botar material novo na rua em breve. Mais sobrea banda, sons que os caras andam ouvindo, opinião

deles sobre cena hc e outros assuntos você confere aseguir nessa entrevista que nosso amigo xCaverax(Informative Zine, lembram?) fez com o vocalista

Guga. Se liga aí então:FMZ: Como começou as atividades da banda??Guga: A banda existe desde maio de 2001, nasceu da nossa vontade dedifundir o SxE e o veganismo/vegetarianismo no estado. Lançamosuma demo e participamos de algumas coletâneas, fizemos muitos showslegais aqui no RS e fora do estado também. Tivemos algumas mudançasna formação e hoje em dia a banda é o Bursa (guitarra), Porkão(bateria), Neco (baixo), e eu, Guga (voz).FMZ: Quais as maiores influências musicais da banda???Guga: Cara, a gente escuta muita coisa diferente um do outro. O Bursaescuta uns lances tipo Hopesfall, A Static Lullaby. O Neco gostamuito de Bane, Converge, Poison the Well.. O Porkão é doente porRatos de Porão, Discarga, Spazz e todas essas coisas que bate mais demil vezes por segundo... e eu amo bandas como 7 Seconds, GorillaBiscuits, Chain Of Strength, Youth Of Today... Acho que umabanda que todos gostam é o whn?...FMZ: Dê suas opiniões sobre a desunião dentro da cena punk/HC.Guga: Isso infelizmente sempre vai existir mano, pessoas que queremusar o hc pra se auto promover, ou que se acham bons demais pratocarem com certas bandas. Aqui em PoA temos uma boa relação coma maioria das bandas, algumas que nem tem a ver musicalmente conosco,como a Fresno e a Atrack, mas que são nossos trutas com certeza.FMZ: Os integrantes da banda têm outras atividadedes paralelas,tipo: zines, distros ou outras bandas???Guga: Bom, o Porkão tem a “Vida Vegan”, um coletivo onde eledifunde o veganismo, vende rango nos shows e perde bastante dinheiro,de resto é vagabundo. O Neco tem outras 3 bandas (sério candidato aoposto de mais vagabundo do xAmorx), ele toca no xConvictusx,Coeso e no Days Of Hope. O Bursa toca no Days Of Hope e émetalúrgico... Eu faço o zine “Reforma Interior”, tenho um selo/distro falidos e sou vocal da Days Of Hope, uma banda de oldschoolmelódico que vai gravar um split em agosto com o xMinha Guerraxde blumenau...ahhhh!! Também sou integrante ilustre da torcida “AlmaCastelhana” do Grêmio...FMZ: Vocês estão gravando algum novo trabalho???Guga: No momento a gente tá compondo os sons pra um próximolançamento. Tá ficando mais rápido e brutal que qualquer coisa que jáfizemos! Play fast or die!!!FMZ: Quais os próximos shows que a banda irá realizar??Guga: Demos um tempo nos shows aqui no estado pra nosconcentrarmos nas músicas novas, senão não sobra grana! Hehe! Emsetembro talvez a gente faça alguns shows por Santa Catarina, Paraná eSão Paulo lançando o cd novo.FMZ: A quanto tempo vocês são SxE’s???Guga: Eu sou SxE há 7 anos... Os outros caras creio que na base de 4anos... mas nem pensamos nisso, o que importa é sentir isso realmentee saber que é algo pro resto da vida.FMZ: Bom, agradeso vocês pela entrevista, e o espaço é de vocês:Guga: Valeu ae Cavera, desculpa a imensa demora em lhe responder. OPorkão é um inútil mesmo! Hehe! Força a você e ao seu zine, quemquiser falar sobre algo que foi dito na entrevista, chamar a gente pratocar ou algo do tipo é só entrar em contato. Um forte abraço do pessoaldo xAmorx. Por: Alex xCaveraxContato: A/C Gustavo, Rua Nova, N 142, Bairro Santa Isabel,

CEP 94400-480 Viamão, RS, Brasil

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Muitas bandas são formadas a todos os dias. Por exemplo: Agora, em algum lugar deve ter alguém convidandoalguém pra montar uma banda. A verdade é que de tantas bandas que surgem aqui e ali, a todo instante, poucas acabamtendo muito tempo de vida. Pra falar a verdade, muitas nem chegam a sair do papel. Pois bem, se montar uma banda(leia-se encontrar gente disposta a se dedicar, ensaiar, compor e tudo mais) já é difícil, fazê-la durar é tarefa ainda maiscomplicada. Muitas duram três, quatro, cinco anos. Às vezes conseguem uma determinada projeção. Outras vezes,passam desapercebidas. Do mesmo jeito que vem, vão. Agora, poucas conseguem se manter em atividade. Resistira modismos, tendências de mercado e coisas do tipo. Independentemente do estilo, é complicado se manter a talchama acesa. Se trouxermos essa discussão para o meio independente é bem provável que determinadas circunstânciastornem a coisa até mais complicada. Agora imagine uma banda ultrapassando a barreira dos dez anos, com umadiscografia de respeito, fãs fiéis e mercado dentro e fora do país. Se você pensou em Paralamas, Titãs, ou qualqueroutro medalhão do BRock ou algo do tipo: Enganou-se.

As bandas que, compreensivelmente, vem logo à mente, têm vendagens bem mais altas, clipes em MTV’s emúsicas em tudo quanto é canto. Tipo: Tu abre a geladeira tá tocando, quebra um ovo e lá vem os caras... Não.Passou bem longe da banda em questão por aqui. Tire a figura de uma grande gravadora, exposição na mídia de massae tudo mais que vá por esse caminho. A banda em questão habita o cenário, fértil e disputadíssimo do tal RockProgressivo. Uma variação do Rock surgida em meados dos anos setenta. Filho direto da psicodelia e levado aosouvidos do mundo inteiro por nomes como Pink Floyd, Gênesis, Yes, king Crimson e Foccus entre tantos e tantosoutros menos conhecidos do grande público. O monstrengo chamado progressivo, com suas músicas intermináveis,climas viajantes e shows que mais pareciam aquecimento para o apocalipse ganhou o mundo. Prova disso é o fato deum dos álbuns mais vendidos de todos os tempos ser Dark Side Of The Moon, obra prima do Pink Floyd e maiorpérola do Rock Progressivo que se tem notícia. O tal monstrengo aportou por essas terras através de bandas comoCasa Das Máquinas, O Terço, Azul Limão, Mutantes e outras que, se não faziam exatamente o que era feito lá fora,davam um passo a frente incorporando elementos da música brasileira e criando uma vertente invejadíssima até hojepor fãs de Progressivo em todo o mundo. Isso era por volta dos últimos anos da década de setenta. Alguns anosdepois, em meio a febre do BRock, resquícios da New Wave e o surgimento da geração MTV, mais precisamente em1989, surgia no Rio de Janeiro o Quaterna Réquiem.

A banda surgia pelas mãos de Elisa Wiermann e Claudio Dantas, dois irmãos fãs de música erudita e RockProgressivo. Na verdade, a banda já existia, com outra formação mas já com o nome Quaterna Réquiem, a saber:repouso dos quatro. Mas datam de 1989 as primeiras apresentações do grupo. Lembram do início da matéria em quedisse que é difícil arregimentar ‘cúmplices’ para a empreitada de ter uma banda (no sentido sério da coisa)? Pois bem,ao que consta, o Quaterna Réquiem passou por uma penca de formações até encontrar gente afim de se comprometercom a banda. O que, em se tratando de Rock Progressivo torna-se até mais complicado, visto que estamos falando deBrasil. Mas a banda saiu. O time era o seguinte: Elisa Wiermann (teclados, arranjos e composições) e CláudioDantas (bateria), Kleber Vogel (Kaizen), Marco Lauria (baixo), Jones Júnior (guitarrista e violonista). Doisdetalhes: O baixista Marco já integrava a banda desde seu início. E Kleber é nada mais nada menos que violinistada Orquestra Sinfônica Brasileira. O resultado viria um ano depois. Em 1990 o Quaterna Réquiem estreava como LP Velha Gravura. Álbum que dois anos mais tarde seria relançado em cd (contendo duas músicas inéditas,inclusive). A partir daí a banda partiu para shows por diversas cidades Brasil afora. O segundo ‘ato’ viria dois anosdepois. Em 1994 o Quaterna Réquiem gravava Quasímodo, seu segundo álbum. Já com nova formação. SaíamKleber, Marco e Jones Junior e entravam José Roberto Crivano (guitarra e violino) e Fábio Fernandez (baixo ealaúde). Nesta época a banda começava a ganhar projeção internacional tendo seus dois álbuns distribuídos em lojasnão só do Brasil mas também de Argentina, França, Itália, Estados Unidos, Holanda, Japão, Espanha, Coréia do Sul,Chile, antiga União Soviética, Polônia, entre outros lugares (sendo que nessa época a Internet era apenas umapromessa e não a realidade dos dias de hoje, podemos considerar, este, um feito e tanto).

Entre 94 e os quatro anos subseqüentes não houve registro lançado pela banda. Já em 1999, a banda grava Livre,álbum ao vivo fruto de show na casa de espetáculos carioca Scala. Aliás, show que contou com a participação deKleber Voguel. O violinista retornaria à banda tempos depois. O cd, contudo, Livre só seria lançado em abril de2000. Mais um hiato de três, quatro anos sem lançamentos e eis que o Quaterna Réquiem volta com força total.

O cenário é outro completamente diferente. Entram em cena Internet, informação numa velocidade absurda,bandas e mais bandas. Em 2003 Elisa e Kleber lançam um trabalho solo, intitulado A Mão Livre. O cenárioProgressivo continua a resistir, sem abdicar das armas oferecidas pela modernidade. Só uma coisa parece não termudado: A paixão dos fãs conquistados em todos esses anos de estrada. E, para estes, o ano de 2004 se apresentarecheado. De cara a banda anuncia o lançamento de um novo álbum: O Arquiteto. E como se não bastasse, a gravaçãode um DVD comemorativo pelos quinze anos da banda. DVD cuja gravação, este que vos escreve teve o prazer deassistir. O palco foi o Centro Cultural da Justiça Federal, no centro do Rio de Janeiro. O show? Incrível! Diversasvertentes da música se manifestavam através da música do Quaterna. O erudito, o jazz, a música folclórica brasileirae de diversos cantos do mundo. Tudo com muito peso, sim. Afinal, estamos falando de Rock. Progressivo? Sem

dúvida! Estavam todos lá: Rush, Pink Floyd, e até momentos em que ficavam claras influências de Dream Theather e da turma do novo (mas nem tanto) ProgMetal.Mas o que saltavam aos olhos (ouvidos na verdade) eram as influências de gente como King Crimson e principalmente os holandeses (e geniais) do Foccus. Músicasde todos os trabalhos foram lembradas. E até uma do trabalho paralelo de Kleber e Elisa fez parte dessa noite incrível que se repetiria uma semana depois. Vale lembrarque o show contou com Jorge Mathias no baixo (este até então não aparecera em nenhum registro do grupo), RicardoCrivano (guitarra e violões), Kleber Voguel (violino), Elisa Wiermann (teclados e sintetizadores) e do arrasador bateraCláudio Dantas (o cara deu um show à parte).

Fica a espera por esse DVD. E a certeza de que o rock progressivo vai muito bem, obrigado. Não só no Brasil (e muitono Brasil) mas como no mundo inteiro bandas novas surgem e bandas clássicas continuam a brindar um públicoapaixonado com obras primas através dos anos. Nomes como a holandesa Foccus, Camel e a inglesa Caravan continuamfirmes e fortes. Por essas terras, a semente plantada por Mutantes, Casa Das Máquinas & cia. deu frutos como SagradoCoração da Terra (lindo!) e mais adiante o maravilhoso Violeta de Outono e encontrou eco no trabalho de genteconhecida do grande público como Engenheiros do Hawaii, por exemplo. Hoje, o time brazuca está muitíssimo bemrepresentado por gente como Ashtar e Poços e Nuvens participando dos maiores festivais do estilo ao redor do mundo.Mestres como Sérgio Dias e Arnaldo Batista (ambos ex- Mutantes) continuam a lançar belos trabalhos. Bem aqui aolado, na Argentina, terra da maravilhosa banda La Torre, bandas como Alas (que esteve no Brasil ano passado duranteedição do festival Rio ArtRock, no Canecão e foi responsável por uma apresentação fantástica) continuam em atividade. Epor falar em Rio ArtRock: Pouca gente conhece este que é um dos festivais dedicados a Rock Progressivo mais conceituadosdo mundo e que acontece todo ano na cidade do Rio de Janeiro. E que já trouxe para o Brasil nomes como, os já citados,Camel e Foccus. Aliás, que é promovido pelo selo Rock Symphony, dono de um catálogo fantástico e que tem como berçoadivinhem só... Niterói; pouca gente sabe disso. Bem, só pra variar acabei saindo do assunto, né? Mas vale a pena! Porhora, fica a espera pelo DVD de quinze anos do Quaterna Réquiem, e como disse, a certeza de que o Rock Progressivo,ArtRock, Música Progressiva, Arte Superior (sério, já ouvi chamarem assim), ou o nome que se queira dar não só resiste,mas se renova. Se não conhece, procure dar uma olhadinha. É bem capaz de se apaixonar. Por: Rafael A.

Fotos: Carlos Vaz, Daniel Carneiro (divulgação site Quaterna Requiem)Contatos:Quaterna Réquiem - www.quaternarequiem.com

Festival Rio ArtRock - www.rioartrock.com.br Rock Symphony – Caixa Postal 100367Niterói / RJ – Brasil ou www.rocksymphony.com

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Page 4: abandonando esse público e vão fazer música comercial.docshare02.docshare.tips/files/8211/82118440.pdf · FMZ: “Demonolatria”, dos Zumbis do Espaço, é presença obrigatória

Food4lifeMais uma história pra contarO cenário hardcore brasileiro não pára de crescere revelar um número bastante grande de ótimasbandas. Fato comprovado pelas paradas de sucessoque, hoje, são visitadas constantemente por bandasvindas do underground. Claro que este momentonão está aí hoje meramente por acaso. Foi precisomuito trabalho pra se chegar até aqui. Méritos pralojas, selos e distros. que encararam épocas difíceise hoje vêem seu esforço dando resultado. EmboraCuritiba, Porto Alegre, nordeste e outros locaisestejam com ‘cenas’, por assim dizer, fortes nãoadianta: São Paulo ainda continua com o cenáriomais fértil tanto em termos de hardcore quanto deunderground de uma forma mais ampla. Mas porque falar de Sampa? Porque foi lá que à quatroanos surgia a Estrondo Music (não é propagandanão, calma aí que vocês vão entender), uma loja naGaleria do Rock que, disposta a investir em bandasnovas torna-se um selo (na verdade selo e lojaparecem ter vindo ao mesmo tempo, segundo vocêsverão a seguir). Pois bem. Eis que os primeiroscontratados são uma galera influenciada porHardcore californiano e pasmem, Heavy Metal que,já dois anos antes da fundação da Estrondohabitavam o tal cenário fértil ao qual eu me referiaanteriormente. Claro que estamos falando doFood4life, nossa capa dessa edição. Então, os carasjá tinham uma demo gravada e ao ingressar naEstrondo Music partiram para o primeiro álbumque viria a se chamar Enjoy. Rolaram um split,participações em coletâneas e até uma aparição emum home vídeo voltado para a cena hardcore. Ecom isso o tempo ia passando, e junto com o tempoque passava banda e selo iam crescendo e ganhandomais respeito não só em São Paulo como no restodo Brasil. A Estrondo sefirmaria como uma dasmaiores autoridadesquando o assunto é punkRock e hardcore. E nocomeço desse ano oFood4life brindaria seupúblico com um dosmelhores álbuns dehardcore lançados no paísnos últimos tempos. Comprodução da galera dabanda Korzus, o álbum intitulado Mais UmaHistória. Com letras que vão facilmente de questõessociais a temas de ordem sentimental sem perder a‘classe’ o álbum mostra uma banda com caraprópria, ou simplesmente algo que não se explica,você ouve e identifica algo que acaba por tirar oFood4life de um lugar comum a outras tantasbandas. Criatividade? Sorte? Competência? As taisinfluências de Metal (que estão se tornando cadavez mais comuns e menos mal vistas pela galera do

hardcore)? Vai saber, né? Melhor que tentar acharum motivo para o sucesso dos caras Brasil afora éouvir o novo álbum dos caras, Mais Uma História(que está muito bom, mesmo). Mas antes de sairatrás do disco, que tal tirar uns cinco minutinhospra dar uma conferida na idéia que trocamos como baixista Hélio e o vocalista Gustavo. Aí vai:FMZ: Queria que vocês começassem falando sobre comorolaram as gravações do trabalho mais recente de vocêsMais Uma História:Hélio: Bom nós começamos a gravar o cd em outubro de2003, no Mr. Som Estúdios, onde a gente faz nossas gravaçõesdesde o começo da banda, então a gente já se sentiapraticamente em casa, os produtores do cd, Heros e Pompeu,que tocam no Korzus, nos deixaram bem à vontade paraexperimentar timbres de guitarra, baixo e ainda deram váriostoques legais para gente, e a gente chegou no que a gentequeria, fazer um cd com a cara do Food4life.Gustavo: Realmente foi um clima muito bom, a gente játrabalhou várias vezescom esses caras e cada vez é mais divertido.FMZ: Como foi o lançamento do cd no Hangar?Hélio: Pô, cara, foi perfeito, a gente convidou só banda de

brothers paratocar junto, oAditive, Neitan(SC), Level Nine,foi uma grandefesta, a casa estavalotada e pelo fatode fazer bastantetempo que a gentenão tocava na

cidade a galera tava insana para assistir o show novo e tal.Gustavo: Foi surpreendente, ver a galera cantando as músicasque mal acabavam de sair foi demais. Essa história daexpectativa foi um puta ponto a favor.FMZ: Já rolaram shows de divulgação e até uma turnêno nordeste. Como está sendo a repercussão desse novotrabalho junto ao público de uma forma geral?Hélio: A repercussão tem sido muito boa, tivemos aoportunidade de passar por algumas cidades do sul, litoral,interior de Sampa e fizemos uma tour de seis shows peloNordeste que foi animal, os lugares, a galera muito insana,para ver shows de bandas daqui do sudeste, foi uma grandeexperiência para a gente. Mas ainda faltam muitos lugares

para tocar e pretendemosrodar mais e mais pelo Brasil afora.Gustavo : É, tem sido docaralho, e eu espero que sejasó o começo.FMZ: Mais Uma Históriasaiu pela Estrondo. Contemcomo foi o encontro dabanda com o selo até olançamento do álbum.Hélio: Cara já fazem quatroanos que a gente está com aEstrondo, a gente inaugurou

o selo junto com a loja, mas a amizade minha com o Renato(dono da Estrondo) vem de muito antes, desde a época dademo ele já curtia o som da gente e como ele estava com aidéia de abrir uma loja e um selo, a gente foi a primeira bandaque ele chamou. Depois disso já foram lançados o cd Enjoy,o split Músicas para Dançar, Letras para Pensare o nosso último cd Mais Uma História.FMZ: As letras de Mais Uma História tratam desdequestões sociais até temas de ordem pessoal e sentimental.Boa parte das bandas geralmente opta entre seguir um

tipo de letras. Como é tratar dessas duas vertentes decomposição?Gustavo: Cara, é tranqüilo, na verdade eu nem penso muitonisso. Pra esse cda gente foi passar um tempo no sítio da minha namorada praterminar as músicas e tomar umas e quando a gente terminouque eu pensei: “que mistureba do caralho!!!”. Mas o que asletras dizem é o que eu digo, e como eu não sou assim radicalcom política eu gosto de falar disso pelo aspecto maissociológico, das pessoas e suas vidas. Já as letras maispessoais foram momentos, alguns até bregas mas saiu assim evai ficar assim, não me importo com rótulos e nem pretendo mecensurar por nada.FMZ: Aproveitando, uma curiosidade: De que fala a letrade Paraíso Perdido?Gustavo: Essa letra é mais metafórica, eu tentei fazer umparalelo com a nossa infância e a inocência que envolve todoesse universo. É só pensar que o paraíso perdido são esses anosque não voltam mais, onde tudo era diversão livre da hipocrisiae a corrupção do mundo adulto e real. Espero ter ajudado...FMZ: Vocês tiveram uma troca de integrantes no começodo ano, certo? Como foi que aconteceu a saída da bateraFernanda e a entrada do Roberto?Hélio: Na real tá errado no release!eheheh... A Fernanda deixoua banda em 2002 porque ela já não estava mais se encaixandocom a proposta da banda, então resolvemos chamar o Roberto,que já era um grande fã da banda para tocar com a gente.FMZ: Falem um pouco sobre o começo do Food4life. Asdificuldades de se começar uma banda, lugares pra tocar,divulgação, enfim. Na visão de vocês a coisa melhorou deseis anos atrás pra cá?Hélio: A gente pegou a transição da época de trocar cartas,demos para a época da internet. No começo para gente era bemdifícil, ainda não existia o Hangar e tal, era bem mais difíciltocar fora do eixo Rio-SP-Curitiba, a maioria das revistas nãodavam a mínima para vertentes do Hardcore e do punk, era bemdifícil. Hoje em dia é muito fácil montar uma banda, tem ainternet para divulgar suas músicas, bons programas decomputador que lhe proporcionam uma boa gravação caseira,muitos lugares para tocar, pó já tocamos em vários cantos doBrasil e já existem muitas casas especializadas em Rock cara,isso me deixa muito feliz.Gustavo: Eu percebi que musicalmente a galera tá melhortambém, quando a gente começou tinha muita gente tosca demaistocando e eu valorizo pra caralho um som bem tocado.FMZ: Falem de onde veio o pessoal da banda. Em que outrasbandas vocês tocavam antes de formar o Food4life?Hélio: Eu e o Gustavo nos conhecemos na faculdade, ele tinhauma banda que chamava Meat Balls e tal, eu tocava com oWally do CPM em uma outra banda e uma época paralelo aoFood4life eu tocava no Predial com o Hóspede e o Sonrisal.O Marcelo e o Roberto tem uma banda muito legal que sechama Fólio, que faz um som mais alternativo e tal.Gustavo: Eu toquei em algumas bandas, mas quando entrei noMeat Balls é que eu comecei a me interessar no movimentoindependente, antes disso eu tinha banda de metal o Suicide,depois toquei no Spinnin Jane que era um som mais doidera, oPor Acaso que eu tocava bateria e era mais pra Punk Rock, aíveio o Meat Balls e o Food4life.FMZ: Cara, vocês devem responder isso direto, mas essatem que rolar sempre: O que significa o nome Food4life?Gustavo: A tradução literal é comida para a vida, mas osignificado desse nome que já está cravado no que somos pranós é bem maior. A música é o alimento da nossa alma,impulsiona nossos atos e decisões e é a arte com a qual nós nosexpressamos, dizemos o que sentimos e pelo que passamos. OFood4life é tudo pra nós.

FMZ: Vocês têm, antes do Mais Uma História, uma demotape, um cd de estréia, e participaram do vídeo São PauloHardcore Scene. É fácil pra galera que tá conhecendo abanda agora conseguir esses materiais? Existe apossibilidade de algum relançamento ou algo do tipofuturamente?Hélio: Faltou o split aí também. Em catálogo está disponível osplit e o novo cd Mais uma História, mais para frente a gentequer relançar o primeiro cd com alguns bônus e clipes, mas ohome vídeo eu não sei, acho que não ta mais em catálogo e nãosei se o Cesinha (HighLightSounds) vai relançá-lo, mas achavalegal, tipo relançar em dvd e tal.FMZ: No dia a dia, quais as outras atividades da galera dabanda? De que forma vocês encaram uma possível chancede vir a viver exclusivamente de música umdia?Hélio: Quem realmente trabalha de segunda a sexta na bandasou eu e o Roberto. Eu sou editor da parte música da revistaTribo Skate e o Roberto trampa em uma fábrica. O Gustavo faz

uns trampos com música e o Marcelo só toca guitarra o diainteiro. Pó quem não quer viver de música né? A gente comcerteza está lutando para que isso possa acontecer algum dia,quem sabe? Acho que hoje em dia isso é cada vez mais umacoisa que possa se tornar realidade.FMZ: Nos últimos tempos temos assistido a ascensão debandas do cenário hardcore à grande mídia, quando estasbandas começam a trabalhar com uma maior estrutura eatingem um público diferente. Vocês acreditam que este seja,de alguma forma, o começo de um novo cenário musical noBrasil, com bandas vindo do underground alcançando umnúmero de pessoas bem maior?Hélio: Eu acho que sim, na minha opinião vai acontecer o mesmoboom que aconteceu no começo dos anos oitenta, onde as bandasaté então undergrounds como Ira!, Capital Inicial, Inocentes...assinaram com as grandes gravadoras, e eu acho que isso estáacontecendo de novo. Espero não estar errado! Na verdade euqueria que o circuitoalternativo tivesse amesma estrutura que asgrandes gravadoras têm,como acesso a grandemídia e tal, comoacontecem nos selos láfora, Fat Wreck, Epitaph,Burning Heart, que sãoselos independentes, maspossuem uma grandeestrutura.Gustavo: Eu tambémacredito que grandesnovidades vem por aí, omercado fonográfico estáentrando em crise, e o queé mais importante, com ainternet e os piratas a galera pode selecionar melhor o que ouvee não precisa engolir o que as rádios ficam bombardeando 24horas por dia. A revolução vai vir de quem consome e faz ahistória da música independente no Brasil.FMZ: Lembro de uma entrevista sua, Hélio, no Anti Mídiaem que você se diziapreocupado com a desunião no meio independente. Que aspessoas insistiam emseparar sxe, melódico, metaleiros, enfim. Esse quadro, nasua opinião, vem mudando com o passar do tempo?Hélio:Acho que hoje está tudo mais massificado, continuamseparando e tal, só mudaram os rótulos, hoje é emo, scremo,coisas inventadas pelas grandes mídias, mas de um jeito ou deoutro acho que a galera está mais unida hoje em dia, não temessa de querer tocar com bandas do mesmo estilo, está maisaberto. Nós mesmo já tocamos com bandas como Mukeka diRato, Questions, Ratos... não temos preconceito quanto a isso.Gustavo: Pra mim o melhor de tudo é ter mais brigas. As pessoastem que respeitar a individualidade dos outros, e não ficartentando vencer uma guerra pra ver quem está certo afinal ocerto e o errado não existem, é tudo uma questão de ponto devista.FMZ: Vocês sempre citaram como influência, além de bandascalifornianas, bandasde metal. Essas influências mudaram do início da banda atéaqui, ou outras foram sendo incorporadas ao som doFood4life?Gustavo: Essas influências afetaram principalmente o nosso jeitode tocar, acho que até hoje isso está presente no nosso som. Sevocê prestar atenção, as gravações sempre tem umas guitarrasbem “ardidas” e altas, é como a gente gosta.FMZ: Das novas bandas com as quais vocês tem tocado Brasilafora, quais vocês destacariam como sendo boas promessasno cenário independente?Hélio: Tem muito banda boa por aí, o que eu me lembro decabeça é o Level Nine, Swallow the Waffle de Santa Catarina,Dip Lik de Santos, pô tem muitas bandas, essas são as que eulembro agora.Gustavo: Switch Stance pra mim é o principal, eles estãotrabalhando pra caralho pra atingir seus objetivos e eles merecemcom certeza. Outra banda na qual eu acredito é o Spunkandodaqui de SP mesmo, eles são uns puta brothers e a demo delesficou sensacional.FMZ: Mais uma que não pode faltar: O que o pessoal dabanda anda ouvindo?Hélio: No momento Boys Sets Fire. Tô ouvindo bastante Faithno More, Bad Religion sempre, Strike Anywhere, Metallica,Sick of it All.Gustavo: Eu não tenho ouvido nada em específico, tenho ouvidomuito coletâneas. Encontrei umas perdidas aqui em casa ecomecei a ouvir e tinha coisa muito boa. Pena que pouquíssimagente continua fazendo coletâneas, eu sei que a galera ainda fazmas com a facilidade de gravar deveriam estar saindo mais coisasassim.FMZ: Chegamos ao fim, valeu pela atenção e o espaço é devocês pra algum recado ou mensagem.Hélio: Valeu pelo espaço aê cara! Curti bastante a entrevista,várias perguntas legais! Valeu aê todo mundo que apóia a gente,vai em shows, compra nossos produtos, a gente faz nosso somde coração e para vocês!Gustavo: Continuem indo aos shows e curtam esse movimentoque é nosso!!! Abraços. Por: Rafael A.

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������ - Freak Show made in RJTá certo que esses caras apareceram por aqui não faz muito tempo. Na verdade, foram capa do nosso número

sete, o primeiro número que lançamos em jornal. Pois bem então. O que essas figuras fazem por essas páginas denovo? Calma aí que você já vai entender. Até porque, história pra contar esse povo deve ter de sobra, né? O tempopassa rápido e já são nove anos de Uzômi. Nove anos comemorados em grande estilo com um show arrasador no TáNa Rua, na Lapa. Aliás, como em todo ano acontece. Mas eu falei das histórias que essa galera deve ter, né? História?Tem a de como um dos vocalistas, Heron, entrou na banda, por exemplo. Pra isso temos que voltar ao ano de 1995,quando o Uzômi surgiu. Ao que consta a banda já existia, Heron teve de meio que atormentar o juízo dos caras atéeles deixarem ele fazer ‘backing vocal’. E conseguiu, Heron juntava-se, então, a Salles (vocal), Vitor (bateria),China (guitarra), Jéferson (baixo). O final dessa história? Duvido que alguém hoje consiga imaginar Uzômi sem afigura ‘clássica’ de Heron. Essa é uma... Pra quem tá meio perdido: Estamos falando de uma banda que começouinspirando-se em gente do naipe de Suicidal Tendencies, Slayer, DRI, SOD e Dead Kennedys. Banda que setornou, com méritos, um dos nomes (pra mim o nome) mais importante do cenário underground carioca.

É bem verdade também que a banda lá de 1995, com o tal ‘backing vocal’ de Heron mudou. Um númeroconsiderável de pessoas passou por lá. Nos idos de 98 isso tudo começava a dar frutos. Um primeiro cd, arrasador,servia pra dar ao Uzômi o status de ‘grande’ banda dentro do cenário carioca bem como arregimentar um númeroconsiderável de fãs que passaram a acompanhar a banda em seus shows. Shows que com o passar do tempo iamficando cada vez mais insanos e matadores. E até gente conhecida dentro do underground nacional se rendeu ao pesoe a competências dos caras. Boka do Ratos de Porão parece ser admirador confesso do som desses cariocas. Não épra menos, o citado primeiro cd trouxe à tona sons que viraram clássicos absolutos no underground carioca. “NaRoda”, “For Fun” e a arrasa quarteirão “Califórnia” são cantadas por todos em todos os shows... Acho que saí doassunto de novo.... Mas deu pra quem não conhecia os caras ter uma idéia da parada, né? Então vamos ao ponto: Nofinal das contas, o Uzômi conseguiu criar um estilo bem peculiar, uma cara. Thrash, Grind, Punk, Noise, Metal,enfim, tá tudo ali. Tudo misturado e pronto pra explodir em uma roda insana como tantas e tantas que já presencieiem shows dos caras. Os aniversários iam se sucedendo, sons novos surgindo e um novo cd se fazia cada vez maisnecessário. Pronto, cheguei onde eu queria.

Sim, aqui tem mais história. O tal novo cd, inicialmente, seria lançado em julho de 2003. O selo carioca Ant-Discos havia comprado a briga d’Uzômi e lançaria o tão aguardado segundo trabalho dos caras. A partir daí começouuma novela que, pra quem estava afim de ouvir os sons novos dos caras só fazia aumentar a expectativa. Mas prabanda e para o selo responsável pelo lançamento não deve ter sido nem um pouco agradável. Não bastasse o fato deo batera Vitor ter se mudado para o Sul do país (o que com certeza deve ter complicado as coisas), com o cd no fornoe pronto pra ir pra rua, eis que o congresso nacional aprova a lei que determina a numeração de cd’s. Mais espera. Emseguida é a vez de a própria banda resolver incluir uma faixa multimídia no cd. Já viu né: Nada de cd novo em2003....

Chega 2004 e enfim o tão aguardado novo trabalho d’Uzômi vê a luz do dia. Com faixa multimídia e tudo! Eque álbum! Os caras capricharam. São quinze sons. Sem contar um remix, com participações dos mc’s Iky de Castilhoe Aori do Inumanos, da música “Zombification”. Aliás, “Zombification” é do time dos sons que já rolavam nosshows faz tempo. Assim como “Catalepsias”, “Âmbar” e “Solomataratox” (que letra é aquela?). E os ‘velhostempos’ não foram esquecidos. Rola uma versão em castelhano para o já citado clássico “Califórnia”. O disco é todobom do início ao fim. Chega a soar absurdo! O peso continua a imperar no som d’Uzômi. Logo de cara tem a paulada“Khan, khan, khan”, um thrashcore furioso. A letra é inspiradíssima. Como todas as outras ao longo do cd. Os vocaisde Salles e Heron de tão distintos se encaixam com uma perfeição assustadora. Tem a pancada ‘direta e reta’ “FreakShow” (outra letra incrível) que rendeu um vídeo clipe (a tal faixa multimídia) muito legal, por sinal. E que foiproduzido pela produtora carioca Pepa Filmes.

Segue uma seqüência de riffs e sacadas geniais até o desfecho com o remix de “Zombification”. Belo trabalho!E a condição de figurar entre os nomes mais importantes do underground carioca foi mantida pelo pessoal

d’Uzômi, sem sombra de dúvidas. Sem contar que toda a espera por parte da galera que curte a banda foi saciada comum senhor álbum. E tem a parte gráfica que é um caso a parte. Lançamento em formato digipack, encarte de altíssimaqualidade e ilustrações (excelentes) a cargo de Donida (guitarra do Matanza). Na produção mais Matanza: O vocalJimmy se juntou a Fausto Prochet e Perazzo (que já havia produzido o primeiro dos caras) para dar ao álbum umasonoridade ao mesmo tempo rica em detalhes e com o peso que o som da banda pede. Em tempo, a turma doMatanza não deu as caras por acaso. Só pra refrescar a memória: O guitarra China é baixista da também cariocabanda de Coutrycore. Antes que eu me esqueça: Parabéns Ant-Discos, ótimo trabalho.

Em tempo: A formação atual é mais ou menos a seguinte: Salles e Heron nos vocais, China na guitarra,Vinícios no baixo e um posto meio que móvel de batarista. Tenta imaginar o seguinte: um dos vocais (Salles) tem umquê de Jello Baifra, já Heron parece ter saído de uma banda de grindcore dos confins de sabe-se lá de onde. Aguitarra de China é puro Thrash Metal e a cozinha é uma paulada só com o baixo sempre presente e pulsante deVinícios. É isso. Acho que da outra vez falei isso também. Em todo caso: Se por um acaso você que está lendo essamatéria até agora não conferiu um show desses caras, dá um jeito de fazê-lo. Sem arrependimentos, garanto. Omesmo vale pro cd dos caras: Compra já! Os caras estão pela estrada, devem rolar shows pelo sul do país até o finaldesse ano. Se passarem perto de você, não perde, hein? É, nem só de sonsinho zona sul vive o underground carioca....Que bom! Por: Rafael A. Contatos: [email protected]

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Tio Satan: Numa visão pessoal o que é serpunk hoje em dia?Rodrigo: Na minha visão pessoal o que éser punk hoje em dia é a pessoa que estásempre na cena com show, zine, banda,organizando eventos beneficentes, trocandoidéias com todos sem discriminação e manteruma ideologia formada coerentemente. Opunk hoje continua lutando dia após dia paratransformar o movimento em uma verdadeiraarma contra a sociedade podre movida poródio e interesse próprio resultando em umsistema capitalista.Tio Satan: Como surgiu a idéia de montaruma banda de punk Rock e de onde seoriginou o nome Repressão Social?Rodrigo: A idéia de montar uma banda depunk Rock foi do Juarez, ele sempre quisformar uma banda punk, aí nós juntamos eformamos a banda e o nome RepressãoSocial, veio da violência e da repressão dasociedade que nos oprime, ainda mais nascomunidades carentes.Tio Satan: Sabemos que a cidade do Riode Janeiro vem passando por um momentocrítico com a violência urbana. Como oRepressão Social encara essa condição queo estado se encontra atualmente?Rodrigo:A violência urbana e a condiçãocrítica que o estado se encontra atualmente éculpa do próprio estado, nós encaramos

isso como uma guerrilha urbana.Tio Satan: Qual é a opinião emrelação as grandes gravadoras emquerer manipular bandasundergrounds em modismonacional?Rodrigo: A minha opinião em relaçãoas grandes gravadoras em querermanipular bandas undergrounds em“modismo” nacional é o seguinte: essetipo de gravadora só pega bandas quejá querem se vender e que não temnenhuma ideologia e que nunca fizeramparte do circuito underground. Essasgravadoras dificilmente vão conseguiraliciar e manipular uma bandaunderground que retrata a sociedade eessas tais gravadoras só vão sentirefeito em bandas que querem aparecerfazendo macaquices diante da mídia.Tio Satan: Vocês acham que depoisdo Rock in Rio ou dos grandesfestivais de música que rolam noBrasil, houve algum ponto positivopara o underground nacional?Rodrigo: Não, não houve nenhumponto positivo, só aumentou mais aalienação. É muito fácil você andar comuma camisa de banda e não ternenhuma ideologia, e aí eu te perguntocadê o espírito underground, cadê aatitude? A garotada de hoje precisaurgentemente reavaliar o conceito deatitude e comportamento alternativos.Tio Satan: Como foi o show que oRepressão Social realizou na Casa daZorra comemorando os dezoito anosdo Pacto Social, e abrindo o showpara dois ícones do nosso punknacional: Ratos de Porão e Cólera,juntos no mesmo evento?Rodrigo: O show do RepressãoSocial, se realizou na Casa da Zorracomemorando os dezoito anos do PactoSocial, junto com o Ratos de Porão,que se apresentou com a primeiraformação e o Cólera, foi muito louco.

O público compareceu direitinho e conhecimuita gente nova, revi velhos amigos degigs, enfim foi muito foda. Foi um dosmelhores shows do Repressão Social.Tio Satan: A galera tá comparecendolegal nos eventos realizados pela UPI(União Punk Independente)?Rodrigo: Já estamos chegando a décimasegunda edição do Festival punk contraa fome e a falta de união , a galera tácomparecendo geral nos eventos realizadospela UPI . Lá você encontra zine,informativos, cd’s-demo...Tio Satan: São vocês mesmos doRepressão Social, que realizam essesshows? E como a galera interessada fazpara participar dos festivais punk quea UPI realiza aqui no Rio?Rodrigo: Sim. Somos nós mesmos doRepressão Social e a UPI que realizamosesses shows, e para a galera participar ésó ir aos shows e trocar idéias.Tio Satan: E o underground carioca,quais são suas positividades enegatividades vividas no circuito?Rodrigo: O underground carioca tem seuspontos positivos, é que surgem váriasbandas legais e muitos zines e o pontonegativo do lance é que existe muitopoucos lugares eventos undergrounds, rolamuita ‘panela’ e falta de união.Tio Satan: Agora o espaço é totalmentede vocês, deixem um recado para agalera underground...Rodrigo: Queria agradecer em especial aofanzine Feira Moderna pela entrevista eexpôr as nossas idéias, ao amigo de féWelber e a galera do Fungus & Bactériase a você que está lendo prestigiando estezine e o circuito underground. Nuncacritique algo antes de conhecer. A galerainteressada em participar dos festivaispunk da UPI, aqui no Rio, é só comparecernos eventos ou entrar em contato no tel:(21) 3376-4719 . Um forte abraço paratodos do Rodrigo do Repressão Social –UPI / RJ. Por: Tio Satan

��������� Mais uma edição do projeto SoundAround no Studio Bar, em Niterói. Destavez contando com uma atraçãointernacional: D.Sailors, diretamente daAlemanha, além dos curitibanos do A-OK. E os paulistas do Nitrominds, cujovocalista André entrevistamos assim quedesceu do palco. Na bagagem doNitrominds, turnês com uma penca denomes de respeito no cenário hardcore.Entre os quais estão os holandeses doBambix, inclusive. E um novo discopronto, vindo por aí com produção deRafael Ramos. Esses e outros assuntosfizeram parte do papo que batemos comAndré. Confere aí:FMZ: Qual era a expectativa de voltar atocar em Niterói? Desde a última vez quevocês vieram já devem ter uns cinco anos,né?André: A gente tinha... A última vez que agente tocou aqui foi em 98. A formação eracom quatro pessoas ainda.FMZ: E quanto a lançamentos da banda?O que tá vindo por aí?André: a gente vai gravar agora em julho aquino Rio de Janeiro, na Deckdisc. O Rafael(Rafael Ramos, produtor musical e filho dopresidente da gravadora carioca Deckdisc) sóvai produzir, ele não vai lançar.

FMZ: Como rolou esse contato entre vocêse o Rafael?André: Ele é fã da banda, né cara? Eleconvidou a gente pra gravar lá e o estúdiodele é a melhor opção pra gente no momento.E ele é um amigo mesmo, já de longa data.FMZ: E o selo (Nitroala Records)?André: Eu acabei de lançar o novo doD.Sailors. E nós vamos lançar, talvez emparceria com um outro selo, o novo doNitrominds.FMZ: E como tá sendo essa turnê com oD.Sailors? Vocês já tocam juntos faz umtempo...André: Essa é a terceira turnê que a gentefaz junto. Nós fizemos uma turnê com eles lána Europa, e eles fizeram duas com a genteaqui. Nós somos do mesmo selo que eles naEuropa e os donos do selo pediram pra eudar uma força pra eles aqui. Eu tentei arrumarum selo, não consegui. Aí eu mesmo lanceios caras. E foi assim que começou tudo.FMZ: E tem outra banda pra vir aí? Derepente até trazer o Down by Law pratocar de novo...André: É isso. Geralmente, toda banda quea gente lança é porque tem uma turnê por viraí. Mas o Down by Law é mais complicadoporque envolve muito dinheiro. Precisa rolarmais público no Brasil. O Brasil ainda támuito tosco... FMZ: O que vocês tem escutadoultimamente?

André: Eu tenho escutado muito uma bandaque se chama Marsvolta, que é a banda dovocalista do At The Drive-In que é uma bandaque eu gosto pra caralho. Escuto muito tambémAlcaline Tree, Social Distorntion. E eu gostode anos 70. AC/DC, essas paradas mais rockassim, Stooges, anos 60 e 70 são os meuspreferidos.FMZ: E como você está vendo a cenahardcore aqui no Brasil?André: Ela tem crescido e tem ficado, às vezes,até meio chata. Muita coisa igual e o caralho...Mas eu acho que é cada um fazendo o seu somaí... E às vezes eu sinto um pouco de bairrismoem alguns lugares. Coisas que não podiamacontecer. O país é grande. Por exemplo: Agente veio aqui pro Rio hoje, o custo é alto.Nós dirigimos sete horas e vamos viajar maisquinhentos e setenta quilômetros até vitória enão vamos dormir tá ligado? E a maior parteda galera tá cagando pra isso.FMZ: Até pelo fato de o país ser um país dedimensões bastante grandes, como você senteas diferentes reações da galera com o somde vocês dependendo da região do país emque vocês tocam?André: Aqui no Rio sempre foi legal. Mas omelhor pico pra gente é lá onde a gente mora eo sul do país que é do caralho.FMZ: É isso então, valeu cara.André: Valeu. Por: Rafael A.

Colaborou: Felipe Salvador

Contatos: http://www.nitrominds.cjb.net/

Page 5: abandonando esse público e vão fazer música comercial.docshare02.docshare.tips/files/8211/82118440.pdf · FMZ: “Demonolatria”, dos Zumbis do Espaço, é presença obrigatória

Food4lifeMais uma história pra contarO cenário hardcore brasileiro não pára de crescere revelar um número bastante grande de ótimasbandas. Fato comprovado pelas paradas de sucessoque, hoje, são visitadas constantemente por bandasvindas do underground. Claro que este momentonão está aí hoje meramente por acaso. Foi precisomuito trabalho pra se chegar até aqui. Méritos pralojas, selos e distros. que encararam épocas difíceise hoje vêem seu esforço dando resultado. EmboraCuritiba, Porto Alegre, nordeste e outros locaisestejam com ‘cenas’, por assim dizer, fortes nãoadianta: São Paulo ainda continua com o cenáriomais fértil tanto em termos de hardcore quanto deunderground de uma forma mais ampla. Mas porque falar de Sampa? Porque foi lá que à quatroanos surgia a Estrondo Music (não é propagandanão, calma aí que vocês vão entender), uma loja naGaleria do Rock que, disposta a investir em bandasnovas torna-se um selo (na verdade selo e lojaparecem ter vindo ao mesmo tempo, segundo vocêsverão a seguir). Pois bem. Eis que os primeiroscontratados são uma galera influenciada porHardcore californiano e pasmem, Heavy Metal que,já dois anos antes da fundação da Estrondohabitavam o tal cenário fértil ao qual eu me referiaanteriormente. Claro que estamos falando doFood4life, nossa capa dessa edição. Então, os carasjá tinham uma demo gravada e ao ingressar naEstrondo Music partiram para o primeiro álbumque viria a se chamar Enjoy. Rolaram um split,participações em coletâneas e até uma aparição emum home vídeo voltado para a cena hardcore. Ecom isso o tempo ia passando, e junto com o tempoque passava banda e selo iam crescendo e ganhandomais respeito não só em São Paulo como no restodo Brasil. A Estrondo sefirmaria como uma dasmaiores autoridadesquando o assunto é punkRock e hardcore. E nocomeço desse ano oFood4life brindaria seupúblico com um dosmelhores álbuns dehardcore lançados no paísnos últimos tempos. Comprodução da galera dabanda Korzus, o álbum intitulado Mais UmaHistória. Com letras que vão facilmente de questõessociais a temas de ordem sentimental sem perder a‘classe’ o álbum mostra uma banda com caraprópria, ou simplesmente algo que não se explica,você ouve e identifica algo que acaba por tirar oFood4life de um lugar comum a outras tantasbandas. Criatividade? Sorte? Competência? As taisinfluências de Metal (que estão se tornando cadavez mais comuns e menos mal vistas pela galera do

hardcore)? Vai saber, né? Melhor que tentar acharum motivo para o sucesso dos caras Brasil afora éouvir o novo álbum dos caras, Mais Uma História(que está muito bom, mesmo). Mas antes de sairatrás do disco, que tal tirar uns cinco minutinhospra dar uma conferida na idéia que trocamos como baixista Hélio e o vocalista Gustavo. Aí vai:FMZ: Queria que vocês começassem falando sobre comorolaram as gravações do trabalho mais recente de vocêsMais Uma História:Hélio: Bom nós começamos a gravar o cd em outubro de2003, no Mr. Som Estúdios, onde a gente faz nossas gravaçõesdesde o começo da banda, então a gente já se sentiapraticamente em casa, os produtores do cd, Heros e Pompeu,que tocam no Korzus, nos deixaram bem à vontade paraexperimentar timbres de guitarra, baixo e ainda deram váriostoques legais para gente, e a gente chegou no que a gentequeria, fazer um cd com a cara do Food4life.Gustavo: Realmente foi um clima muito bom, a gente játrabalhou várias vezescom esses caras e cada vez é mais divertido.FMZ: Como foi o lançamento do cd no Hangar?Hélio: Pô, cara, foi perfeito, a gente convidou só banda de

brothers paratocar junto, oAditive, Neitan(SC), Level Nine,foi uma grandefesta, a casa estavalotada e pelo fatode fazer bastantetempo que a gentenão tocava na

cidade a galera tava insana para assistir o show novo e tal.Gustavo: Foi surpreendente, ver a galera cantando as músicasque mal acabavam de sair foi demais. Essa história daexpectativa foi um puta ponto a favor.FMZ: Já rolaram shows de divulgação e até uma turnêno nordeste. Como está sendo a repercussão desse novotrabalho junto ao público de uma forma geral?Hélio: A repercussão tem sido muito boa, tivemos aoportunidade de passar por algumas cidades do sul, litoral,interior de Sampa e fizemos uma tour de seis shows peloNordeste que foi animal, os lugares, a galera muito insana,para ver shows de bandas daqui do sudeste, foi uma grandeexperiência para a gente. Mas ainda faltam muitos lugares

para tocar e pretendemosrodar mais e mais pelo Brasil afora.Gustavo : É, tem sido docaralho, e eu espero que sejasó o começo.FMZ: Mais Uma Históriasaiu pela Estrondo. Contemcomo foi o encontro dabanda com o selo até olançamento do álbum.Hélio: Cara já fazem quatroanos que a gente está com aEstrondo, a gente inaugurou

o selo junto com a loja, mas a amizade minha com o Renato(dono da Estrondo) vem de muito antes, desde a época dademo ele já curtia o som da gente e como ele estava com aidéia de abrir uma loja e um selo, a gente foi a primeira bandaque ele chamou. Depois disso já foram lançados o cd Enjoy,o split Músicas para Dançar, Letras para Pensare o nosso último cd Mais Uma História.FMZ: As letras de Mais Uma História tratam desdequestões sociais até temas de ordem pessoal e sentimental.Boa parte das bandas geralmente opta entre seguir um

tipo de letras. Como é tratar dessas duas vertentes decomposição?Gustavo: Cara, é tranqüilo, na verdade eu nem penso muitonisso. Pra esse cda gente foi passar um tempo no sítio da minha namorada praterminar as músicas e tomar umas e quando a gente terminouque eu pensei: “que mistureba do caralho!!!”. Mas o que asletras dizem é o que eu digo, e como eu não sou assim radicalcom política eu gosto de falar disso pelo aspecto maissociológico, das pessoas e suas vidas. Já as letras maispessoais foram momentos, alguns até bregas mas saiu assim evai ficar assim, não me importo com rótulos e nem pretendo mecensurar por nada.FMZ: Aproveitando, uma curiosidade: De que fala a letrade Paraíso Perdido?Gustavo: Essa letra é mais metafórica, eu tentei fazer umparalelo com a nossa infância e a inocência que envolve todoesse universo. É só pensar que o paraíso perdido são esses anosque não voltam mais, onde tudo era diversão livre da hipocrisiae a corrupção do mundo adulto e real. Espero ter ajudado...FMZ: Vocês tiveram uma troca de integrantes no começodo ano, certo? Como foi que aconteceu a saída da bateraFernanda e a entrada do Roberto?Hélio: Na real tá errado no release!eheheh... A Fernanda deixoua banda em 2002 porque ela já não estava mais se encaixandocom a proposta da banda, então resolvemos chamar o Roberto,que já era um grande fã da banda para tocar com a gente.FMZ: Falem um pouco sobre o começo do Food4life. Asdificuldades de se começar uma banda, lugares pra tocar,divulgação, enfim. Na visão de vocês a coisa melhorou deseis anos atrás pra cá?Hélio: A gente pegou a transição da época de trocar cartas,demos para a época da internet. No começo para gente era bemdifícil, ainda não existia o Hangar e tal, era bem mais difíciltocar fora do eixo Rio-SP-Curitiba, a maioria das revistas nãodavam a mínima para vertentes do Hardcore e do punk, era bemdifícil. Hoje em dia é muito fácil montar uma banda, tem ainternet para divulgar suas músicas, bons programas decomputador que lhe proporcionam uma boa gravação caseira,muitos lugares para tocar, pó já tocamos em vários cantos doBrasil e já existem muitas casas especializadas em Rock cara,isso me deixa muito feliz.Gustavo: Eu percebi que musicalmente a galera tá melhortambém, quando a gente começou tinha muita gente tosca demaistocando e eu valorizo pra caralho um som bem tocado.FMZ: Falem de onde veio o pessoal da banda. Em que outrasbandas vocês tocavam antes de formar o Food4life?Hélio: Eu e o Gustavo nos conhecemos na faculdade, ele tinhauma banda que chamava Meat Balls e tal, eu tocava com oWally do CPM em uma outra banda e uma época paralelo aoFood4life eu tocava no Predial com o Hóspede e o Sonrisal.O Marcelo e o Roberto tem uma banda muito legal que sechama Fólio, que faz um som mais alternativo e tal.Gustavo: Eu toquei em algumas bandas, mas quando entrei noMeat Balls é que eu comecei a me interessar no movimentoindependente, antes disso eu tinha banda de metal o Suicide,depois toquei no Spinnin Jane que era um som mais doidera, oPor Acaso que eu tocava bateria e era mais pra Punk Rock, aíveio o Meat Balls e o Food4life.FMZ: Cara, vocês devem responder isso direto, mas essatem que rolar sempre: O que significa o nome Food4life?Gustavo: A tradução literal é comida para a vida, mas osignificado desse nome que já está cravado no que somos pranós é bem maior. A música é o alimento da nossa alma,impulsiona nossos atos e decisões e é a arte com a qual nós nosexpressamos, dizemos o que sentimos e pelo que passamos. OFood4life é tudo pra nós.

FMZ: Vocês têm, antes do Mais Uma História, uma demotape, um cd de estréia, e participaram do vídeo São PauloHardcore Scene. É fácil pra galera que tá conhecendo abanda agora conseguir esses materiais? Existe apossibilidade de algum relançamento ou algo do tipofuturamente?Hélio: Faltou o split aí também. Em catálogo está disponível osplit e o novo cd Mais uma História, mais para frente a gentequer relançar o primeiro cd com alguns bônus e clipes, mas ohome vídeo eu não sei, acho que não ta mais em catálogo e nãosei se o Cesinha (HighLightSounds) vai relançá-lo, mas achavalegal, tipo relançar em dvd e tal.FMZ: No dia a dia, quais as outras atividades da galera dabanda? De que forma vocês encaram uma possível chancede vir a viver exclusivamente de música umdia?Hélio: Quem realmente trabalha de segunda a sexta na bandasou eu e o Roberto. Eu sou editor da parte música da revistaTribo Skate e o Roberto trampa em uma fábrica. O Gustavo faz

uns trampos com música e o Marcelo só toca guitarra o diainteiro. Pó quem não quer viver de música né? A gente comcerteza está lutando para que isso possa acontecer algum dia,quem sabe? Acho que hoje em dia isso é cada vez mais umacoisa que possa se tornar realidade.FMZ: Nos últimos tempos temos assistido a ascensão debandas do cenário hardcore à grande mídia, quando estasbandas começam a trabalhar com uma maior estrutura eatingem um público diferente. Vocês acreditam que este seja,de alguma forma, o começo de um novo cenário musical noBrasil, com bandas vindo do underground alcançando umnúmero de pessoas bem maior?Hélio: Eu acho que sim, na minha opinião vai acontecer o mesmoboom que aconteceu no começo dos anos oitenta, onde as bandasaté então undergrounds como Ira!, Capital Inicial, Inocentes...assinaram com as grandes gravadoras, e eu acho que isso estáacontecendo de novo. Espero não estar errado! Na verdade euqueria que o circuitoalternativo tivesse amesma estrutura que asgrandes gravadoras têm,como acesso a grandemídia e tal, comoacontecem nos selos láfora, Fat Wreck, Epitaph,Burning Heart, que sãoselos independentes, maspossuem uma grandeestrutura.Gustavo: Eu tambémacredito que grandesnovidades vem por aí, omercado fonográfico estáentrando em crise, e o queé mais importante, com ainternet e os piratas a galera pode selecionar melhor o que ouvee não precisa engolir o que as rádios ficam bombardeando 24horas por dia. A revolução vai vir de quem consome e faz ahistória da música independente no Brasil.FMZ: Lembro de uma entrevista sua, Hélio, no Anti Mídiaem que você se diziapreocupado com a desunião no meio independente. Que aspessoas insistiam emseparar sxe, melódico, metaleiros, enfim. Esse quadro, nasua opinião, vem mudando com o passar do tempo?Hélio:Acho que hoje está tudo mais massificado, continuamseparando e tal, só mudaram os rótulos, hoje é emo, scremo,coisas inventadas pelas grandes mídias, mas de um jeito ou deoutro acho que a galera está mais unida hoje em dia, não temessa de querer tocar com bandas do mesmo estilo, está maisaberto. Nós mesmo já tocamos com bandas como Mukeka diRato, Questions, Ratos... não temos preconceito quanto a isso.Gustavo: Pra mim o melhor de tudo é ter mais brigas. As pessoastem que respeitar a individualidade dos outros, e não ficartentando vencer uma guerra pra ver quem está certo afinal ocerto e o errado não existem, é tudo uma questão de ponto devista.FMZ: Vocês sempre citaram como influência, além de bandascalifornianas, bandasde metal. Essas influências mudaram do início da banda atéaqui, ou outras foram sendo incorporadas ao som doFood4life?Gustavo: Essas influências afetaram principalmente o nosso jeitode tocar, acho que até hoje isso está presente no nosso som. Sevocê prestar atenção, as gravações sempre tem umas guitarrasbem “ardidas” e altas, é como a gente gosta.FMZ: Das novas bandas com as quais vocês tem tocado Brasilafora, quais vocês destacariam como sendo boas promessasno cenário independente?Hélio: Tem muito banda boa por aí, o que eu me lembro decabeça é o Level Nine, Swallow the Waffle de Santa Catarina,Dip Lik de Santos, pô tem muitas bandas, essas são as que eulembro agora.Gustavo: Switch Stance pra mim é o principal, eles estãotrabalhando pra caralho pra atingir seus objetivos e eles merecemcom certeza. Outra banda na qual eu acredito é o Spunkandodaqui de SP mesmo, eles são uns puta brothers e a demo delesficou sensacional.FMZ: Mais uma que não pode faltar: O que o pessoal dabanda anda ouvindo?Hélio: No momento Boys Sets Fire. Tô ouvindo bastante Faithno More, Bad Religion sempre, Strike Anywhere, Metallica,Sick of it All.Gustavo: Eu não tenho ouvido nada em específico, tenho ouvidomuito coletâneas. Encontrei umas perdidas aqui em casa ecomecei a ouvir e tinha coisa muito boa. Pena que pouquíssimagente continua fazendo coletâneas, eu sei que a galera ainda fazmas com a facilidade de gravar deveriam estar saindo mais coisasassim.FMZ: Chegamos ao fim, valeu pela atenção e o espaço é devocês pra algum recado ou mensagem.Hélio: Valeu pelo espaço aê cara! Curti bastante a entrevista,várias perguntas legais! Valeu aê todo mundo que apóia a gente,vai em shows, compra nossos produtos, a gente faz nosso somde coração e para vocês!Gustavo: Continuem indo aos shows e curtam esse movimentoque é nosso!!! Abraços. Por: Rafael A.

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������ - Freak Show made in RJTá certo que esses caras apareceram por aqui não faz muito tempo. Na verdade, foram capa do nosso número

sete, o primeiro número que lançamos em jornal. Pois bem então. O que essas figuras fazem por essas páginas denovo? Calma aí que você já vai entender. Até porque, história pra contar esse povo deve ter de sobra, né? O tempopassa rápido e já são nove anos de Uzômi. Nove anos comemorados em grande estilo com um show arrasador no TáNa Rua, na Lapa. Aliás, como em todo ano acontece. Mas eu falei das histórias que essa galera deve ter, né? História?Tem a de como um dos vocalistas, Heron, entrou na banda, por exemplo. Pra isso temos que voltar ao ano de 1995,quando o Uzômi surgiu. Ao que consta a banda já existia, Heron teve de meio que atormentar o juízo dos caras atéeles deixarem ele fazer ‘backing vocal’. E conseguiu, Heron juntava-se, então, a Salles (vocal), Vitor (bateria),China (guitarra), Jéferson (baixo). O final dessa história? Duvido que alguém hoje consiga imaginar Uzômi sem afigura ‘clássica’ de Heron. Essa é uma... Pra quem tá meio perdido: Estamos falando de uma banda que começouinspirando-se em gente do naipe de Suicidal Tendencies, Slayer, DRI, SOD e Dead Kennedys. Banda que setornou, com méritos, um dos nomes (pra mim o nome) mais importante do cenário underground carioca.

É bem verdade também que a banda lá de 1995, com o tal ‘backing vocal’ de Heron mudou. Um númeroconsiderável de pessoas passou por lá. Nos idos de 98 isso tudo começava a dar frutos. Um primeiro cd, arrasador,servia pra dar ao Uzômi o status de ‘grande’ banda dentro do cenário carioca bem como arregimentar um númeroconsiderável de fãs que passaram a acompanhar a banda em seus shows. Shows que com o passar do tempo iamficando cada vez mais insanos e matadores. E até gente conhecida dentro do underground nacional se rendeu ao pesoe a competências dos caras. Boka do Ratos de Porão parece ser admirador confesso do som desses cariocas. Não épra menos, o citado primeiro cd trouxe à tona sons que viraram clássicos absolutos no underground carioca. “NaRoda”, “For Fun” e a arrasa quarteirão “Califórnia” são cantadas por todos em todos os shows... Acho que saí doassunto de novo.... Mas deu pra quem não conhecia os caras ter uma idéia da parada, né? Então vamos ao ponto: Nofinal das contas, o Uzômi conseguiu criar um estilo bem peculiar, uma cara. Thrash, Grind, Punk, Noise, Metal,enfim, tá tudo ali. Tudo misturado e pronto pra explodir em uma roda insana como tantas e tantas que já presencieiem shows dos caras. Os aniversários iam se sucedendo, sons novos surgindo e um novo cd se fazia cada vez maisnecessário. Pronto, cheguei onde eu queria.

Sim, aqui tem mais história. O tal novo cd, inicialmente, seria lançado em julho de 2003. O selo carioca Ant-Discos havia comprado a briga d’Uzômi e lançaria o tão aguardado segundo trabalho dos caras. A partir daí começouuma novela que, pra quem estava afim de ouvir os sons novos dos caras só fazia aumentar a expectativa. Mas prabanda e para o selo responsável pelo lançamento não deve ter sido nem um pouco agradável. Não bastasse o fato deo batera Vitor ter se mudado para o Sul do país (o que com certeza deve ter complicado as coisas), com o cd no fornoe pronto pra ir pra rua, eis que o congresso nacional aprova a lei que determina a numeração de cd’s. Mais espera. Emseguida é a vez de a própria banda resolver incluir uma faixa multimídia no cd. Já viu né: Nada de cd novo em2003....

Chega 2004 e enfim o tão aguardado novo trabalho d’Uzômi vê a luz do dia. Com faixa multimídia e tudo! Eque álbum! Os caras capricharam. São quinze sons. Sem contar um remix, com participações dos mc’s Iky de Castilhoe Aori do Inumanos, da música “Zombification”. Aliás, “Zombification” é do time dos sons que já rolavam nosshows faz tempo. Assim como “Catalepsias”, “Âmbar” e “Solomataratox” (que letra é aquela?). E os ‘velhostempos’ não foram esquecidos. Rola uma versão em castelhano para o já citado clássico “Califórnia”. O disco é todobom do início ao fim. Chega a soar absurdo! O peso continua a imperar no som d’Uzômi. Logo de cara tem a paulada“Khan, khan, khan”, um thrashcore furioso. A letra é inspiradíssima. Como todas as outras ao longo do cd. Os vocaisde Salles e Heron de tão distintos se encaixam com uma perfeição assustadora. Tem a pancada ‘direta e reta’ “FreakShow” (outra letra incrível) que rendeu um vídeo clipe (a tal faixa multimídia) muito legal, por sinal. E que foiproduzido pela produtora carioca Pepa Filmes.

Segue uma seqüência de riffs e sacadas geniais até o desfecho com o remix de “Zombification”. Belo trabalho!E a condição de figurar entre os nomes mais importantes do underground carioca foi mantida pelo pessoal

d’Uzômi, sem sombra de dúvidas. Sem contar que toda a espera por parte da galera que curte a banda foi saciada comum senhor álbum. E tem a parte gráfica que é um caso a parte. Lançamento em formato digipack, encarte de altíssimaqualidade e ilustrações (excelentes) a cargo de Donida (guitarra do Matanza). Na produção mais Matanza: O vocalJimmy se juntou a Fausto Prochet e Perazzo (que já havia produzido o primeiro dos caras) para dar ao álbum umasonoridade ao mesmo tempo rica em detalhes e com o peso que o som da banda pede. Em tempo, a turma doMatanza não deu as caras por acaso. Só pra refrescar a memória: O guitarra China é baixista da também cariocabanda de Coutrycore. Antes que eu me esqueça: Parabéns Ant-Discos, ótimo trabalho.

Em tempo: A formação atual é mais ou menos a seguinte: Salles e Heron nos vocais, China na guitarra,Vinícios no baixo e um posto meio que móvel de batarista. Tenta imaginar o seguinte: um dos vocais (Salles) tem umquê de Jello Baifra, já Heron parece ter saído de uma banda de grindcore dos confins de sabe-se lá de onde. Aguitarra de China é puro Thrash Metal e a cozinha é uma paulada só com o baixo sempre presente e pulsante deVinícios. É isso. Acho que da outra vez falei isso também. Em todo caso: Se por um acaso você que está lendo essamatéria até agora não conferiu um show desses caras, dá um jeito de fazê-lo. Sem arrependimentos, garanto. Omesmo vale pro cd dos caras: Compra já! Os caras estão pela estrada, devem rolar shows pelo sul do país até o finaldesse ano. Se passarem perto de você, não perde, hein? É, nem só de sonsinho zona sul vive o underground carioca....Que bom! Por: Rafael A. Contatos: [email protected]

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Tio Satan: Numa visão pessoal o que é serpunk hoje em dia?Rodrigo: Na minha visão pessoal o que éser punk hoje em dia é a pessoa que estásempre na cena com show, zine, banda,organizando eventos beneficentes, trocandoidéias com todos sem discriminação e manteruma ideologia formada coerentemente. Opunk hoje continua lutando dia após dia paratransformar o movimento em uma verdadeiraarma contra a sociedade podre movida poródio e interesse próprio resultando em umsistema capitalista.Tio Satan: Como surgiu a idéia de montaruma banda de punk Rock e de onde seoriginou o nome Repressão Social?Rodrigo: A idéia de montar uma banda depunk Rock foi do Juarez, ele sempre quisformar uma banda punk, aí nós juntamos eformamos a banda e o nome RepressãoSocial, veio da violência e da repressão dasociedade que nos oprime, ainda mais nascomunidades carentes.Tio Satan: Sabemos que a cidade do Riode Janeiro vem passando por um momentocrítico com a violência urbana. Como oRepressão Social encara essa condição queo estado se encontra atualmente?Rodrigo:A violência urbana e a condiçãocrítica que o estado se encontra atualmente éculpa do próprio estado, nós encaramos

isso como uma guerrilha urbana.Tio Satan: Qual é a opinião emrelação as grandes gravadoras emquerer manipular bandasundergrounds em modismonacional?Rodrigo: A minha opinião em relaçãoas grandes gravadoras em querermanipular bandas undergrounds em“modismo” nacional é o seguinte: essetipo de gravadora só pega bandas quejá querem se vender e que não temnenhuma ideologia e que nunca fizeramparte do circuito underground. Essasgravadoras dificilmente vão conseguiraliciar e manipular uma bandaunderground que retrata a sociedade eessas tais gravadoras só vão sentirefeito em bandas que querem aparecerfazendo macaquices diante da mídia.Tio Satan: Vocês acham que depoisdo Rock in Rio ou dos grandesfestivais de música que rolam noBrasil, houve algum ponto positivopara o underground nacional?Rodrigo: Não, não houve nenhumponto positivo, só aumentou mais aalienação. É muito fácil você andar comuma camisa de banda e não ternenhuma ideologia, e aí eu te perguntocadê o espírito underground, cadê aatitude? A garotada de hoje precisaurgentemente reavaliar o conceito deatitude e comportamento alternativos.Tio Satan: Como foi o show que oRepressão Social realizou na Casa daZorra comemorando os dezoito anosdo Pacto Social, e abrindo o showpara dois ícones do nosso punknacional: Ratos de Porão e Cólera,juntos no mesmo evento?Rodrigo: O show do RepressãoSocial, se realizou na Casa da Zorracomemorando os dezoito anos do PactoSocial, junto com o Ratos de Porão,que se apresentou com a primeiraformação e o Cólera, foi muito louco.

O público compareceu direitinho e conhecimuita gente nova, revi velhos amigos degigs, enfim foi muito foda. Foi um dosmelhores shows do Repressão Social.Tio Satan: A galera tá comparecendolegal nos eventos realizados pela UPI(União Punk Independente)?Rodrigo: Já estamos chegando a décimasegunda edição do Festival punk contraa fome e a falta de união , a galera tácomparecendo geral nos eventos realizadospela UPI . Lá você encontra zine,informativos, cd’s-demo...Tio Satan: São vocês mesmos doRepressão Social, que realizam essesshows? E como a galera interessada fazpara participar dos festivais punk quea UPI realiza aqui no Rio?Rodrigo: Sim. Somos nós mesmos doRepressão Social e a UPI que realizamosesses shows, e para a galera participar ésó ir aos shows e trocar idéias.Tio Satan: E o underground carioca,quais são suas positividades enegatividades vividas no circuito?Rodrigo: O underground carioca tem seuspontos positivos, é que surgem váriasbandas legais e muitos zines e o pontonegativo do lance é que existe muitopoucos lugares eventos undergrounds, rolamuita ‘panela’ e falta de união.Tio Satan: Agora o espaço é totalmentede vocês, deixem um recado para agalera underground...Rodrigo: Queria agradecer em especial aofanzine Feira Moderna pela entrevista eexpôr as nossas idéias, ao amigo de féWelber e a galera do Fungus & Bactériase a você que está lendo prestigiando estezine e o circuito underground. Nuncacritique algo antes de conhecer. A galerainteressada em participar dos festivaispunk da UPI, aqui no Rio, é só comparecernos eventos ou entrar em contato no tel:(21) 3376-4719 . Um forte abraço paratodos do Rodrigo do Repressão Social –UPI / RJ. Por: Tio Satan

��������� Mais uma edição do projeto SoundAround no Studio Bar, em Niterói. Destavez contando com uma atraçãointernacional: D.Sailors, diretamente daAlemanha, além dos curitibanos do A-OK. E os paulistas do Nitrominds, cujovocalista André entrevistamos assim quedesceu do palco. Na bagagem doNitrominds, turnês com uma penca denomes de respeito no cenário hardcore.Entre os quais estão os holandeses doBambix, inclusive. E um novo discopronto, vindo por aí com produção deRafael Ramos. Esses e outros assuntosfizeram parte do papo que batemos comAndré. Confere aí:FMZ: Qual era a expectativa de voltar atocar em Niterói? Desde a última vez quevocês vieram já devem ter uns cinco anos,né?André: A gente tinha... A última vez que agente tocou aqui foi em 98. A formação eracom quatro pessoas ainda.FMZ: E quanto a lançamentos da banda?O que tá vindo por aí?André: a gente vai gravar agora em julho aquino Rio de Janeiro, na Deckdisc. O Rafael(Rafael Ramos, produtor musical e filho dopresidente da gravadora carioca Deckdisc) sóvai produzir, ele não vai lançar.

FMZ: Como rolou esse contato entre vocêse o Rafael?André: Ele é fã da banda, né cara? Eleconvidou a gente pra gravar lá e o estúdiodele é a melhor opção pra gente no momento.E ele é um amigo mesmo, já de longa data.FMZ: E o selo (Nitroala Records)?André: Eu acabei de lançar o novo doD.Sailors. E nós vamos lançar, talvez emparceria com um outro selo, o novo doNitrominds.FMZ: E como tá sendo essa turnê com oD.Sailors? Vocês já tocam juntos faz umtempo...André: Essa é a terceira turnê que a gentefaz junto. Nós fizemos uma turnê com eles lána Europa, e eles fizeram duas com a genteaqui. Nós somos do mesmo selo que eles naEuropa e os donos do selo pediram pra eudar uma força pra eles aqui. Eu tentei arrumarum selo, não consegui. Aí eu mesmo lanceios caras. E foi assim que começou tudo.FMZ: E tem outra banda pra vir aí? Derepente até trazer o Down by Law pratocar de novo...André: É isso. Geralmente, toda banda quea gente lança é porque tem uma turnê por viraí. Mas o Down by Law é mais complicadoporque envolve muito dinheiro. Precisa rolarmais público no Brasil. O Brasil ainda támuito tosco... FMZ: O que vocês tem escutadoultimamente?

André: Eu tenho escutado muito uma bandaque se chama Marsvolta, que é a banda dovocalista do At The Drive-In que é uma bandaque eu gosto pra caralho. Escuto muito tambémAlcaline Tree, Social Distorntion. E eu gostode anos 70. AC/DC, essas paradas mais rockassim, Stooges, anos 60 e 70 são os meuspreferidos.FMZ: E como você está vendo a cenahardcore aqui no Brasil?André: Ela tem crescido e tem ficado, às vezes,até meio chata. Muita coisa igual e o caralho...Mas eu acho que é cada um fazendo o seu somaí... E às vezes eu sinto um pouco de bairrismoem alguns lugares. Coisas que não podiamacontecer. O país é grande. Por exemplo: Agente veio aqui pro Rio hoje, o custo é alto.Nós dirigimos sete horas e vamos viajar maisquinhentos e setenta quilômetros até vitória enão vamos dormir tá ligado? E a maior parteda galera tá cagando pra isso.FMZ: Até pelo fato de o país ser um país dedimensões bastante grandes, como você senteas diferentes reações da galera com o somde vocês dependendo da região do país emque vocês tocam?André: Aqui no Rio sempre foi legal. Mas omelhor pico pra gente é lá onde a gente mora eo sul do país que é do caralho.FMZ: É isso então, valeu cara.André: Valeu. Por: Rafael A.

Colaborou: Felipe Salvador

Contatos: http://www.nitrominds.cjb.net/

Page 6: abandonando esse público e vão fazer música comercial.docshare02.docshare.tips/files/8211/82118440.pdf · FMZ: “Demonolatria”, dos Zumbis do Espaço, é presença obrigatória

Resenhas................................................................................................................AntecedentesMundo Amargo (cd / independente)

Banda de Barra Mansa, cidade bem legal no interiordo Rio de Janeiro, o Antecedentes chega com este que,ao que parece, é o primeiro trabalho dos caras. CD-R,com capinha xerocada mas, nem por isso, desleixado.Pelo contrário. O encarte traz letras e contatos.Começaram bem, vamos adiante.

Os caras praticam um hardcore bem simples e direto.Surgem, ao longo do cd, aqui e ali influências de BadReligion e HC Old School. E mesmo a gravação nãocolaborando muito, o pessoal do Antecedentes se sai muitobem. Pode crer. As músicas não tem firula ou encheçãode lingüiça, vão direto ao ponto e dão o seu recado. EsteMundo Amargo, traz letras do tipo ‘atirando pra todo lado’nada mais lógico em se tratando de uma garotada cheiade disposição. Meus destaques ficam por conta das faixas“Talvez”, que abre o disco, “Ignorância ao Extremo”,“15° Andar” (bem legal), “Dúvidas” e o hardcore bemmaneiro que fecha os trabalhos “Nada se Faz”.

Demo legal. O Antecedentes começa com o pédireito. E com o tempo, a coisa tende a melhorar. Maisuma banda com seu cdzinho circulando por aí. Que

venham muitas outras, sempre. Rafael A.

Contatos:Rua Monsenhor Lustosa, 14 , Centro, Barra

Mansa / RJ - Brasil CEP 27 310 – 120e-mail: [email protected]

DiscloseRaw Brutal Assault Vol.1 - Discography1992-1994 (cd / No Fashion HC Records)

Já é a segunda vez que essa banda japonesa dá ascaras por aqui. A primeira foi com o 7" The Sound ofDisaster. Dessa vez o que nos chega via No Fashion HCrecs. é este Raw Brutal Assault Vol.1. Cd duplo que faz umapanhado geral da carreira do Disclose do ano de 1992até 1994. E como tem som nessas duas bolachinhas! Sãoao todo 75 sons. Isso mesmo!

O cd.1 traz as três primeiras demos. A saber: Crime,de 92, Conquest e Fear of the war de 93 e unreleased doano de 94. Na mesma bolachinha ainda rolam a música“Nightmare”, lançada na coletânea Crust and AnguishedLife de 92 e mais treze sons ao vivo. Incluindo aí umaversão inédita para “Victims”. O cd.2 começa com o epOnce The War Started de 93. Rolam três sons do split como Insane Youth, uma compilação de 93 e mais treze sonsao vivo. O encarte é bacana e traz letras, informações ecapas de splits e demos tudo no capricho e com ótimaqualidade.

Acho que nem precisa dizer que o hardcore doDisclose não decepciona em momento algum, né? Enfim,mais de setenta sons rápidos, sujos e agressivos. Esse é oDisclose. Diretamente da terra do sol nascente via No

Fashion HC Recs. Grande lançamento! Rafael A.

Contatos:K-Club 2-1-26 Homachi Kochi-City

780-0870 Japan A/C: Mr. Kawakami

Evil IdolsDon’t Mess Whith… The Evil Idols(cd / Läja Recs.) Mais uma banda do cenário curitibano em francaascensão. Aliás, cenário que é riquíssimo, diga-se depassagem. Não só em termos de bandas, mas também emselos, zines e festivais bem legais que rolam todo ano porlá. Vale a pena, se você ainda não conhece, descobrí-lo.Vamos então a esse Don’t Mess... do Evil Idols. Os caras se inspiram claramente em gente comoStooges, MC5, Motörhead e muito rock de garagem. Oresultado é um senhor disco de Rock classudo, cheio desolos diretos e eficientes aqui e ali. Letras em inglês edoze motivos pra abrir uma cerveja bem gelada e curtir.Destaque para a ramônica “Get Me Hight I’d Die ForYou”, “Sweet Devil” e “Bad Girl”. Mas o álbum todo ébem bacana. Mais um lançamento legal do selo capixaba Läja Recs.Se tiver um tempo dá uma passada no site dos caras prasaber mais sobre a banda, ok? Anota aí:ww.evilidols.cjb.net. Mas o legal mesmo é correr atrás

deste Don’t Mess Whit... que vale a pena! Rafael A.

Contatos: www.laja.com.br

Forgaröur HelvítisGerningaverdur (cd / independente)

Pois bem. Já disse isso e vou repetir (mais uma vez):Banda boa tem em tudo quanto é canto e lugar, e aparecequando menos se espera. A bola da vez é esteGerningaverdur, álbum de 2002 dos islandeses (issomesmo) do Forgaröur Helvítis (não me perguntem comose fala isso). Aliás, arte, apresentação, gravação, enfim,tudo nota 10. Sem brincadeira, trabalho de primeiramesmo.

Quando se põe o cd pra rolar o que acontece é oseguinte: O que se ouve é um grindcore doentio, arrasador,tipo um rolo compressor passando por seus ouvidos. Riffsmuito bem construídos e que, além de funcionar muitobem, trazem à tona uma influência de death metal sofridapelos caras que acaba se tronando determinante para oresultado final tão positivo do trabalho do ForgaröurHelvítis... nem adianta vir perguntar sobre o conteúdodas letras. Sinceramente, fiquei curioso. De cara, tenteiver o encarte... Impossível, não faço a menor idéia decomo se lê islandês (ou seja lá o que seja aquilo, com todorespeito, escrito lá). O vocal? É berrado de tal forma, quemesmo que fosse em portugês não daria pra entenderabsolutamente nada.

Mas em termos de som, nota 10 como disse. Umasenhora banda que conta com um batera simplesmentemonstruoso. É o seguinte: Tenta arranjar o cd, depoisvocê se preocupa em aprender islandês, ok? Sério

mesmo: bom demais! Rafael A.

Contatos: www.helviti.com/[email protected]

FrontalPela Renovação do Entendimento(cd / Necrose)

Mais uma banda de São Gonçalo a dar as caras poraqui. Trata-se da banda Frontal com seu cd debut PelaRenovação do Entendimento. Cd com apresentação superbacana, capinha de papelão, encarte com letras, contatos,enfim, tudo no capricho. O que só faz aumentar acuriosidade em torno do trabalho dos caras.

Mais uma banda de hardcore? Bem mais que isso,pode apostar. O som do Frontal pisa em diversas praias.Vai desde riffs inspiradíssimos e calcados no metal atévocais ensandecidos e lá grindcore. Rótulo? O talmetalcore talvez se encaixe. Mas prefiro chamar dehardcore simplesmente. Quatro sons, trabalhados namedida correta. Desde o peso de “Caminho do Deserto”,que abre o cd, até os excelentes riffs de “Chrimtokilotio”fechando com chave de ouro o belíssimo trabalho dessagalera de são Gonçalo. Letras fortes, que questionam asociedade com veemência e por vezes carregada de umcerto ar pré-apocalíptico. Sinal dos tempos? Pode ser.Por hora, pode adquirir Pela Renovação do Entendimentosem medo.

Apresentação, gravação, execução, enfim, tudoperfeito. O tempo vai passando e cada vez mais as bandasvão apostando em seus trabalhos. Com resultados dealtíssima qualidade. O mais legal disso tudo? São Gonçalovai dando mostras de que tem, sim, uma cenaunderground capaz de provocar muito estrago por aí.

Rafael A.

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Fungus & BactériasEnsaio Geral (K7 / Latitude Zero Prod.)

Banda formada em 96 (ainda descubrou porque temtanta banda desse ano...), o Fungus & Bactérias tem umsom com um pé na década anterior, bem mais oitentista.

Esse Ensaio Geral é o último trabalho da banda,com sua penúltima formação e, como pode transparecerno título, foi gravado em um ensaio num estúdio em Niterói(RJ) em março desse ano. A fitinha mescla sons‘clássicos’ da banda, como “Eu Não Acredito emDuendes” e “Cogumelos Amarelos”, com sons mais novos,como “Carro Bomba” e “Bruxas no Telhado” (a primeirabalada do Fungus!). O som, como eu dizia, muito anos 80(com suas sempre presentes ‘cavalgadas’), mas comelementos mais novos também; embora seja um ensaio, afita não deixa a desejar na maioria das músicas.

Aliás, ponto pra banda por ainda lançarem K7, coisatão rara hoje em dia, e tão comum outrora (antes dafacilidade de se copiar CDs em casa, praticamente sóhavia esse formato no underground).

Meus destaques vão para “Erva da Loucura”, “ParaTodos os Malucos Que Nos Ouvem”, “Bruxas no Telhado”e “A Vida Não Vale Nada”. Para quem ainda gosta deescutar um bom k7 de uma boa banda de rock (e para osque ainda não fizeram isso), eu realmento recomendo

Fungus & Bactérias. Por: Rodolfo Caravana

Contatos: Latitude Zero Prod. - Caixa Postal105003 - Niterói/RJ/Brasil - CEP 24230-970

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Girls Just Wanna Have Punk(cd / coletânea – F. Records) Lançamento bem legal. Esta coletânea traz apenasbandas formadas por garotas (tá que não é nem tão assim,mas é por aí). E pra aqueles que torceram o nariz: Só rolasom da melhor qualidade. Juntando bandas brazucas enomes gringos. Seis bandas consagradas em seusrespectivos países e até fora deles. Sem enrolar, né? De cara tem o punk/pop do Fabulous Disaster. Bandaque faz parte nada mais, nada menos do cast da Pink &Black (divisão da Fat Wreck Chords voltada pra bandasfemininas). Além de ter sido produzida por Fat Mike eRyan Green. É mole? Numa linha semalhante (mas nemtanto), em seguida, vem as garotas do Killi (resenha emalgum lugar desta página). Diretamente da Espanha, maisprecisamente Madrid, vem a banda Dover. Aliás, gosteibastante do som desta banda. Além do Punk Rock nota-seoutras influências de sons alternativos como REM (dequem o Dover toca um cover em seus shows) e outros.Na segunda parte da coletânea, tem esta que dispensaapresentações: Gee Strings! Punk Rock 77, muitíssimobem feito por sinal. Falar o quê? Seguindo tem as cariocasdo Staples estreando a ex-guitarra Carol no vocal. Efechando tem a holandesa Bambix. Já conhecida delonga data do público brasileiro com quatro sons bemlegais. Pra quem curte bandas com vocal feminino umaexcelente pedida. Pra quem não curte, uma boa

oportunidade pra mudar de idéia. Rafael A.

Contato: [email protected]

GuitarriaA 125 Por Hora (cd / Läja Recs.) Tenta imaginar o seguinte: Três caras afim de fazerbarulho, mas muito barulho mesmo. Gritar feito doidos. Etudo isso com muita distorção e energia transbordandopor tudo quanto é canto. O resultado? Guitarria! Power

trio capixaba que faz sua estréia com este A 125 PorHora, via Läja Recs. O Guitarria segue, sem sombra de dúvidas, a cartilhado quanto mais simples e cru melhor. E é isso o que temosaqui: Rock N’Roll, Prot-o Punk, Punk Rock, tudo no volumemáximo. E a simplicidade não fica só nas músicas dessescapixabas. As letras também seguem a mesma linha. Ouseja, falar só o estritamente necessário. Sério mesmo.Boa parte das letras deste A 125 Por Hora não tem maisque meia dúzia de frases. Só que se levarmos em conta aenergia dos desesseis sons, nem precisava ter muita letramesmo. O negócio dos caras é tocar e pôr o povo praagitar. Em tempo: As tais letras falam sabe do quê? Shows,cerveja, carros e muito Rock N’Roll. Não adianta, é apraia dos caras e pronto. Belo começo do Guitarria. Quando os vi na edição doFestival Ruído deste ano senti que vinha coisa boa aí. EsteA 125 Por Hora é bem legal mesmo. Sujo, distorcido,enfim, diversão do início ao fim. E já ia esquecendo dedar meus destaques, né? Lá vai: “Janete”, “Amo VilaVelha”, e o blues sujaço “Noitada Depois do Caga Sangue”.

Vale a pena. Rafael A.

Contatos: www.laja.com.br

Indexterity/AbravanelO Que Somos é O Que Não Devemos Ser(vinil 7" / Não!Não!Records)

E a galera continua lançando vinil Brasil (e mundo)afora. Pra quem curte (e conseguiu manter a vitrolafuncionando até hoje), uma excelente pedida. Praconhecer coisas novas ou simplesmente pra ter algodaquela banda legal pra caramba em um formatodiferente. E lá vou eu saindo do assunto...

Voltando: O selo/distro. pernambucano Não!Não!põe na rua esse split com duas bandas bem bacanas, sacasó: De um lado tem a banda Abravanel, de Pirituba (SP).Os caras descacetam em nove sons (em se tratando de um7" é bastante coisa) na linha grindcore ensandecido (se éque isso existe). Vez por outra um andamento maiscadenciado remete aos primórdios do hardcore. Mas oque impera mesmo é um grindcore ultraberrado (PowerViolence?). Os títulos são uma parada à parte. Se liga:“Sílvio Santos Não Toca na Nossa Banda”, “Agora Que oCoelho Tá Gego Você Enxerga?” e “Chute na Bunda” sãoalguns. Do outro lado, vindo do Tatuapé (São Paulo) temo Indexterity. Mais ou menos na mesma praia que oAbravanel, só que mesclando o som grind com coisas deBlack, Death e Crossover. Bastante legal mesmo. Os trêssons “Environment’s Disease”, “Hollow” e “Madness”arrebentam.

Belo lançamento da Não!Não! que começa com opé direito. Duas ótimas bandas e um lançamento quemerece figurar em todas as prateleiras de fãs do estilo.

Nota 10! Rafael A.

Contatos: Caixa Postal 12, Olinda/PE/BrasilCEP 53120-970 [email protected]

KilliContando os Dias (cd / F. Records)

Chamar a banda Killi de novata seria deixar pratrás uma história muito bem sucedida no underground.Embora este Contando os Dias tenha sido lançado anopassado o Killi já está na estrada desde 1999. De lá pracá foram participações em coletâneas, demos, showsmemoráveis, músicas tocando na famosa rádio paulistaBrasil 2000 e até participações em compilações gringas.

E você se perguntando: O que é que tem de tãoespecial nessa banda? Respondo: Simplicidade. O punkpop com vocal feminino e letras que abrangem o tal‘universo adolescente’ cativa não só pela voz da vocalistaMariana K. mas também por suas harmonias simples emelodias que ‘grudam’ na cabeça. São dezenove sons. Eo pior (ou melhor) é que você nem sente o tempo (ou oálbum) passar. Ou seja: O som do Killi é extremamenteagradável. Aliás, o vocal de Mariana me agradou mesmo.Seu timbre de voz lembra um pouco (ou mais que isso) oda vocalista da extinta banda baiana Penélope. Tinhavários destaques, mas resumindo: “Contando os Dias”,que abre o cd, “Enquanto isso” e “Nananá” acabaramsendo minhas favoritas.

Bola dentro do Killi e da F. Records! Pode correratrás sem susto, ok? Vale lembrar, inclusive, que a bandapassou a ter uma segunda guitarra faz algum tempo e já

pensam em um segundo álbum. Que venha. Rafael A.

Contatos: www.killi.com.br

Nova Conduta(cd / independente)

Sabe aquelas bandas que você, depois de conferirao vivo, antes mesmo de pôr o cd pra rodar já sabe quetem coisa boa por vir? Pois é. É exatamente esse o casodesta banda da cidade de São Gonçalo (RJ). E o cd nãodecepciona em absolutamente nada. Muito pelo contrário.

Antes de qualquer coisa: É uma pena terem apenasquatro sons nesse primeiro cd. E é como se a cada somvocê levasse um senhor soco na boca do estômago. Simsenhor. Quatro petardos na forma de um hardcoreexecutado com toda fúria que é peculiar ao estilo. Osom, em muito lembra os cabofrienses do Solstício (sópra quem não conhece se situar, ok?). Já viu, né? O quetinha muito pra soar apenas como uma banda com umsom pesado e postura sisuda acaba por render momentosde reflexão. Mídia, sociedade, cidadão perante o mundo...Não, tudo aqui está longe de soar panfletário. Cada frase,verso, refrão, são gritados com a autoridade de quemnão poderia estar cantando outra coisa senão o queacredita. Vale lembrar que o cd é fruto da gravação deum ensaio. Sinceramente, não parece.

Em tempos que o visual e os discursos ‘da boca prafora’ enchem os olhos mas não fazem pensar, ao menos,

no caso do Nova Conduta, tudo isso parece estar bemdistante. Garanta sua cópia, ouça e reflita. Vale muito a

pena. Rafael A.

Contatos: [email protected]

Os PedreroCavera y Macaco (cd / Läja Recs.)

E sr. Fábio Mozine & Cia. aparecem com mais uma.A bola da vez é o mais recente trabalho d’Os Pedrero.A bolachinha intitulada Cavera Y Macaco traz doze sons,caras e bocas e muito Rock N’Roll. É sério. Disquinhobem legal. Tudo bem que nem mesmo os caras se levamtão a sério assim, mas que tem coisa legal aqui, isso tem.Sabe por quê? Sente só:

Em cerca de trinta minutos de som os carasesquartejam praticamente todos os clichês do Rock dehoje em dia (e de tempos atrás também). Tudo isso aosom de punk/pop... E do bom e velho Rock N’Roll, porincrível que pareça. Antes de mais nada vale destacar aparticipação das Pedreiretes na impagável “Eu si Fudi”!Outro destaque? Os comentários após cada letra no encarte(alguns são impublicáveis). Sem contar os caras posandode Rock star nas fotos. Mas vale a pena conferir faixascomo “Ritalina”, “Cuide de Mim”, “Punk Girl” e “Só TeUsei...”. E a balada “My Rich Friends”, a melhordisparada.

É isso, como disse: Nem mesmo os caras se levamtanto a sério assim. Agora, nem dá pra negar que esseCavera Y Macaco é perfeito pra tirar um sarro dos ‘posers’e todos os clichês do Rock que, em parte das vezes, pedemexatamente por isso. Assim como os Pedrero. Dizer o

quê? Rafael A.

Contatos: Caixa Postal: 25 519,Vila velha / ES / Brasil - CEP 29102-973

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RabujosContra Tudo e Contra Todos(cd / independente)

Lá de Recife chega pra nós este que sem dúvida éuma das coisas mais legais que já apareceram por aquinos últimos tempos. Trata-se do cd da banda Rabujos.Intitulado Contra Tudo e Contra Todos este trabalho semostra, simplesmente, incrível. O cd foi gravado emabril do ano passado e traz dez pedradas (aproveitando afoto da capa que mostra uma mão segurando algumaspedras).

Essa galera pratica um hardcore a lá RDP. Rápido,berrado, insano, beirando o thrashcore de um ForçaMacabra e afins. Dez pauladas! O massacre começacom o texto “Réquiem” sendo declamado. Em seguida,pedradas como “Guerra Perdida”, “Fé”, “Sede” ,“Desespero” e “Triunfo da Crueldade” se sucedem emuma seqüência arrasadora. Surge o texto de “Deserto deOrvalho” acompanhado apenas de uma guitarra cleanmaravilhoso. E tome pancada: “Contra Tudo e ContraTodos”, “Morte Social” e “Vírus” preparam para o finalcom “Declaração (Ato I)”, que começa com um textohipnoticamente apocalíptico e termina como umthrashcore furioso. No mínimo fantástico!

Essencial na coleção de fãs de hardcore a lá RDP,este Contra Tudo e Contra Todos foi produzido de maneiraindependente. Mas conta com a distribuição do RecusaColetiv@ e da cooperativa, formada por bandas locais,Elephantiasis Discos. Como disse: Essencial... Escreve

já pra esses caras e garante sua cópia!!! Rafael A.

Contatos: Rua São Vicente, 365, TamarineiraRecife / PE / Brasil - CEP 52051-160

e-mail: [email protected]

Skilo(cd demo – independente)

Cara, e não é que não pára de aparecer banda comgarotas no vocal? Pra quem curte (como eu), é umamaravilha. Pois bem, este também é o caso do Skilo,banda de São Paulo que nos manda este cd demo comcapinha bem bacana em papelão. Não, apesar do nome,não é uma banda de Ska.

A banda iniciou atividades no ano de 2000. E apósmudanças na formação gravaram este registro que datado final do ano passado. O som tem os dois pés nobubbleglum e lembra, claro, Ramones em muitosmomentos. Em termos de underground nacional, lembraas cariocas do Staples e em alguns momentos Pin Up’s,como na bem legal “Uma Tarde Qualquer”. E o timbrede voz de Leide se aproxima bastante do da vocalista datambém paulista Killi. São oito sons. As letras em suamaioria são e português e tratam de questões sentimentaise afins. Destacando “Nada Mudou”, “Não Vai Ser PraSempre” e “Pra Que Chorar”.

Galera começando e, sem dúvida, ainda vãoaprender, incorporar influências, enfim. Coisas que sóvão fazer com que o som do Skilo cresça. E ainda que agravação não tenha sido feita da maneira ideal, podemos

dizer que é um bom começo. Sorte pra eles. Rafael A.

Contatos: [email protected]

Toneful ChaosColecionando Regras(cd / F. Records)

Não adianta, o cenário paulista é extremamentefértil. Vira e mexe surgem bandas às pencas. Sim, oToneful Chaos é mais uma banda paulista. Maisprecisamente da Freguesia do O, zona oeste. ColecionandoRegras é o primeiro álbum dos caras, mas não é o primeiroregistro. Os caras participaram das coletâneas MúsicasBacanas para Pessoas Descoladas (F. Records) eSomething. Nothing. Everything. (Anti-Mídia Records)antes de entrarem no, já famoso, estúdio El Rocha emSão Paulo e sair de lá com este Colecionando Regras.

E o Toneful Chaos se sai bem em seu primeiroálbum. O som dos caras engloba várias vertentes dohardcore, surgidas nas últimas décadas. A coisa vai de osom californiano da virada da década de oitenta prosanos noventa, até o tão badalado emocore. E até umSkacore surge no meio do cd. A galera do Toneful Chaosse sai bem mesclando andamentos mais cadenciados demelodias simples e bem legais com momentos 100%hardcore. Somando-se à isso uma boa dose decriatividade, temos dez sons que tem tudo pra agradarfãs de hardcore, emo & afins. As letras em portuguêsremetem, invariavelmente, a coisas de Garage Fuzz eCPM22. Meus destaques ficam por conta das faixas “Dia-Dia”, “Insônia” e “False”, que fecha o álbum.

Como disse: Altamente indicado para fãs do estilo.Os momentos mais ‘pauleiras’ (não acredito que useiesse termo...) devem agradar também a galera mais‘hardcore’, por assim dizer. Bom lançamento da F.Records, que vem fazendo um trabalho bem legal.

Rafael A. Contatos: Caixa Postal: 20208,São Paulo/SP/Brasil - CEP 04035-990

Us ToskeraArrotai Por Nós Bebedores(cd demo / independente)

Mais uma banda da terra do Iguanas! Isso mesmo.Essa galera também vem de Barra Mansa (assim comoo Antecedentes, em algum lugar desta página). O queprova que o cenário de lá é bastante legal, né? E é issomesmo. Pois bem. Arrotai Por Nós Bebedores é o nomeda demo dos caras. O som?

Punk / Hc, básico, letras bem sacadas. Pelo nomeda banda já dava até pra se ter uma idéia... Só que não vaiachando que a parada é tosca e pronto. Não é bem assimnão. Momentos como a faixa “Fora de Lugar” se mostrammuitíssimo inspirados. Sente só: “É tão fácil julgar / quandose está por cima / é tão fácil julgar / quando não é suavida”... Num falei? A formação, descrita no encarte, éno mínimo curiosa. Paolo (gogó), Fred (4 cordas), Mouro(cavaco), Madão (percussão) e Carrou (líder detorcida)... Vai entender, né?

Fora algumas derrapadas (comuns) em algum lugarda mixagem este Arrotai Por... é bem bacana. Mostrauma banda totalmente solta e desencanada.Comprometidos em agradar a eles mesmos. Se for isso

mesmo, ponto pros caras. Rafael A.

Contatos: www.ustoskera.cjb.net

Temporada Na EstradaHistórias de Uma Banda de RockYves Passarell(Livro / 162 págs. / Editora Gryphus, 1999)

Livro do ex-Viper e atual (por incrível que pareça!)Capital Inicial, Yves Passarell. Curto e de linguagemfácil de digerir. Nele são contadas histórias e curiosidadesdas viagens feitas pela banda entre 1992 e 96. Períodoque compreende as gravações dos álbuns Evolution atéTem Pra Todo Mundo. E não são poucas as histórias queo cara tem pra contar.

Desde uma geral na Alemanha, passando por showsnos lugares mais inacreditáveis do globo terrestre até umencontro no mínimo curioso com um fã que se intitulavao capeta.

Enfim, todas aquelas histórias que todo molequeque monta sua banda sonha vivenciar, não é mesmo? Eesse sentimento fica bem claro ao longo do livro: O desonho realizado, desafio vencido, enfim, o famoso“quando a banda der certo...” acontecendo na vidadaqueles caras.

O curioso é o fato de, em momento algum do livro,ser citado o nome de André Mattos. Primeiro vocalistado Viper, atualmente no Shaman e (também) um dosresponsáveis pelo nome do Viper ganhar peso no exterior.Por ter sido o vocalista, tecladista e (acredito que também)ego inflado-mor nos dois primeiros trabalhos da banda(Soldiers of Sunrise e Theater of Fate) que se tornariamclássicos do heavy metal nacional.

Mas isso nem é com a gente, certo? Pra quem curteo estilo “banda de Rock na estrada” (com tudo que otermo acarreta) de vida, diversão e boa leitura garantida.

Rafael A.

Contatos: www.gryphus.com.br

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Corra AtráZ... Pólux In Vino Veritas (cd / independente) Pra quem não sabe, o Pólux hoje se chama Leela (depois de um tempo como Pólen). E este In VinoVeritas é pra mim o registro que captura a banda em sua melhor fase e com a formação mais legal.Bianca Jhordão (guitarra e voz), Rodrigo Brandão (guitarra) e Mariana Eva (baixo e voz) juntocom Pedro Schroeter (bateria) detonam em uma mistura de Weezer, bandas de Seattle e sons alternativosdas mais diversas procedências. “Fim de tudo”, “Quero+” e “Obrigado”, por exemplo, mesclamcom perfeição a delicadeza do vocal de Bianca com o peso da cozinha e a sujeira maravilhosa cheiade efeitos da guitarra de Rodrigo. Sem dúvida um dos trabalhos mais importantes da história recentedo underground carioca (ao menos na minha opinião). Além das cinco faixas ainda rola um bônus euma versão para um som do Portishead. Indispensável. Rafael A.

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xAmorxHardcore Straight Edge da capital gaúcha.

Banda SxE diretamente de Porto Alegre, a bandaxAmorx já soma três anos de estrada e prepara-se

para botar material novo na rua em breve. Mais sobrea banda, sons que os caras andam ouvindo, opinião

deles sobre cena hc e outros assuntos você confere aseguir nessa entrevista que nosso amigo xCaverax(Informative Zine, lembram?) fez com o vocalista

Guga. Se liga aí então:FMZ: Como começou as atividades da banda??Guga: A banda existe desde maio de 2001, nasceu da nossa vontade dedifundir o SxE e o veganismo/vegetarianismo no estado. Lançamosuma demo e participamos de algumas coletâneas, fizemos muitos showslegais aqui no RS e fora do estado também. Tivemos algumas mudançasna formação e hoje em dia a banda é o Bursa (guitarra), Porkão(bateria), Neco (baixo), e eu, Guga (voz).FMZ: Quais as maiores influências musicais da banda???Guga: Cara, a gente escuta muita coisa diferente um do outro. O Bursaescuta uns lances tipo Hopesfall, A Static Lullaby. O Neco gostamuito de Bane, Converge, Poison the Well.. O Porkão é doente porRatos de Porão, Discarga, Spazz e todas essas coisas que bate mais demil vezes por segundo... e eu amo bandas como 7 Seconds, GorillaBiscuits, Chain Of Strength, Youth Of Today... Acho que umabanda que todos gostam é o whn?...FMZ: Dê suas opiniões sobre a desunião dentro da cena punk/HC.Guga: Isso infelizmente sempre vai existir mano, pessoas que queremusar o hc pra se auto promover, ou que se acham bons demais pratocarem com certas bandas. Aqui em PoA temos uma boa relação coma maioria das bandas, algumas que nem tem a ver musicalmente conosco,como a Fresno e a Atrack, mas que são nossos trutas com certeza.FMZ: Os integrantes da banda têm outras atividadedes paralelas,tipo: zines, distros ou outras bandas???Guga: Bom, o Porkão tem a “Vida Vegan”, um coletivo onde eledifunde o veganismo, vende rango nos shows e perde bastante dinheiro,de resto é vagabundo. O Neco tem outras 3 bandas (sério candidato aoposto de mais vagabundo do xAmorx), ele toca no xConvictusx,Coeso e no Days Of Hope. O Bursa toca no Days Of Hope e émetalúrgico... Eu faço o zine “Reforma Interior”, tenho um selo/distro falidos e sou vocal da Days Of Hope, uma banda de oldschoolmelódico que vai gravar um split em agosto com o xMinha Guerraxde blumenau...ahhhh!! Também sou integrante ilustre da torcida “AlmaCastelhana” do Grêmio...FMZ: Vocês estão gravando algum novo trabalho???Guga: No momento a gente tá compondo os sons pra um próximolançamento. Tá ficando mais rápido e brutal que qualquer coisa que jáfizemos! Play fast or die!!!FMZ: Quais os próximos shows que a banda irá realizar??Guga: Demos um tempo nos shows aqui no estado pra nosconcentrarmos nas músicas novas, senão não sobra grana! Hehe! Emsetembro talvez a gente faça alguns shows por Santa Catarina, Paraná eSão Paulo lançando o cd novo.FMZ: A quanto tempo vocês são SxE’s???Guga: Eu sou SxE há 7 anos... Os outros caras creio que na base de 4anos... mas nem pensamos nisso, o que importa é sentir isso realmentee saber que é algo pro resto da vida.FMZ: Bom, agradeso vocês pela entrevista, e o espaço é de vocês:Guga: Valeu ae Cavera, desculpa a imensa demora em lhe responder. OPorkão é um inútil mesmo! Hehe! Força a você e ao seu zine, quemquiser falar sobre algo que foi dito na entrevista, chamar a gente pratocar ou algo do tipo é só entrar em contato. Um forte abraço do pessoaldo xAmorx. Por: Alex xCaveraxContato: A/C Gustavo, Rua Nova, N 142, Bairro Santa Isabel,

CEP 94400-480 Viamão, RS, Brasil

������������� 15 Anos de Rock Progressivo Registrados

Muitas bandas são formadas a todos os dias. Por exemplo: Agora, em algum lugar deve ter alguém convidandoalguém pra montar uma banda. A verdade é que de tantas bandas que surgem aqui e ali, a todo instante, poucas acabamtendo muito tempo de vida. Pra falar a verdade, muitas nem chegam a sair do papel. Pois bem, se montar uma banda(leia-se encontrar gente disposta a se dedicar, ensaiar, compor e tudo mais) já é difícil, fazê-la durar é tarefa ainda maiscomplicada. Muitas duram três, quatro, cinco anos. Às vezes conseguem uma determinada projeção. Outras vezes,passam desapercebidas. Do mesmo jeito que vem, vão. Agora, poucas conseguem se manter em atividade. Resistira modismos, tendências de mercado e coisas do tipo. Independentemente do estilo, é complicado se manter a talchama acesa. Se trouxermos essa discussão para o meio independente é bem provável que determinadas circunstânciastornem a coisa até mais complicada. Agora imagine uma banda ultrapassando a barreira dos dez anos, com umadiscografia de respeito, fãs fiéis e mercado dentro e fora do país. Se você pensou em Paralamas, Titãs, ou qualqueroutro medalhão do BRock ou algo do tipo: Enganou-se.

As bandas que, compreensivelmente, vem logo à mente, têm vendagens bem mais altas, clipes em MTV’s emúsicas em tudo quanto é canto. Tipo: Tu abre a geladeira tá tocando, quebra um ovo e lá vem os caras... Não.Passou bem longe da banda em questão por aqui. Tire a figura de uma grande gravadora, exposição na mídia de massae tudo mais que vá por esse caminho. A banda em questão habita o cenário, fértil e disputadíssimo do tal RockProgressivo. Uma variação do Rock surgida em meados dos anos setenta. Filho direto da psicodelia e levado aosouvidos do mundo inteiro por nomes como Pink Floyd, Gênesis, Yes, king Crimson e Foccus entre tantos e tantosoutros menos conhecidos do grande público. O monstrengo chamado progressivo, com suas músicas intermináveis,climas viajantes e shows que mais pareciam aquecimento para o apocalipse ganhou o mundo. Prova disso é o fato deum dos álbuns mais vendidos de todos os tempos ser Dark Side Of The Moon, obra prima do Pink Floyd e maiorpérola do Rock Progressivo que se tem notícia. O tal monstrengo aportou por essas terras através de bandas comoCasa Das Máquinas, O Terço, Azul Limão, Mutantes e outras que, se não faziam exatamente o que era feito lá fora,davam um passo a frente incorporando elementos da música brasileira e criando uma vertente invejadíssima até hojepor fãs de Progressivo em todo o mundo. Isso era por volta dos últimos anos da década de setenta. Alguns anosdepois, em meio a febre do BRock, resquícios da New Wave e o surgimento da geração MTV, mais precisamente em1989, surgia no Rio de Janeiro o Quaterna Réquiem.

A banda surgia pelas mãos de Elisa Wiermann e Claudio Dantas, dois irmãos fãs de música erudita e RockProgressivo. Na verdade, a banda já existia, com outra formação mas já com o nome Quaterna Réquiem, a saber:repouso dos quatro. Mas datam de 1989 as primeiras apresentações do grupo. Lembram do início da matéria em quedisse que é difícil arregimentar ‘cúmplices’ para a empreitada de ter uma banda (no sentido sério da coisa)? Pois bem,ao que consta, o Quaterna Réquiem passou por uma penca de formações até encontrar gente afim de se comprometercom a banda. O que, em se tratando de Rock Progressivo torna-se até mais complicado, visto que estamos falando deBrasil. Mas a banda saiu. O time era o seguinte: Elisa Wiermann (teclados, arranjos e composições) e CláudioDantas (bateria), Kleber Vogel (Kaizen), Marco Lauria (baixo), Jones Júnior (guitarrista e violonista). Doisdetalhes: O baixista Marco já integrava a banda desde seu início. E Kleber é nada mais nada menos que violinistada Orquestra Sinfônica Brasileira. O resultado viria um ano depois. Em 1990 o Quaterna Réquiem estreava como LP Velha Gravura. Álbum que dois anos mais tarde seria relançado em cd (contendo duas músicas inéditas,inclusive). A partir daí a banda partiu para shows por diversas cidades Brasil afora. O segundo ‘ato’ viria dois anosdepois. Em 1994 o Quaterna Réquiem gravava Quasímodo, seu segundo álbum. Já com nova formação. SaíamKleber, Marco e Jones Junior e entravam José Roberto Crivano (guitarra e violino) e Fábio Fernandez (baixo ealaúde). Nesta época a banda começava a ganhar projeção internacional tendo seus dois álbuns distribuídos em lojasnão só do Brasil mas também de Argentina, França, Itália, Estados Unidos, Holanda, Japão, Espanha, Coréia do Sul,Chile, antiga União Soviética, Polônia, entre outros lugares (sendo que nessa época a Internet era apenas umapromessa e não a realidade dos dias de hoje, podemos considerar, este, um feito e tanto).

Entre 94 e os quatro anos subseqüentes não houve registro lançado pela banda. Já em 1999, a banda grava Livre,álbum ao vivo fruto de show na casa de espetáculos carioca Scala. Aliás, show que contou com a participação deKleber Voguel. O violinista retornaria à banda tempos depois. O cd, contudo, Livre só seria lançado em abril de2000. Mais um hiato de três, quatro anos sem lançamentos e eis que o Quaterna Réquiem volta com força total.

O cenário é outro completamente diferente. Entram em cena Internet, informação numa velocidade absurda,bandas e mais bandas. Em 2003 Elisa e Kleber lançam um trabalho solo, intitulado A Mão Livre. O cenárioProgressivo continua a resistir, sem abdicar das armas oferecidas pela modernidade. Só uma coisa parece não termudado: A paixão dos fãs conquistados em todos esses anos de estrada. E, para estes, o ano de 2004 se apresentarecheado. De cara a banda anuncia o lançamento de um novo álbum: O Arquiteto. E como se não bastasse, a gravaçãode um DVD comemorativo pelos quinze anos da banda. DVD cuja gravação, este que vos escreve teve o prazer deassistir. O palco foi o Centro Cultural da Justiça Federal, no centro do Rio de Janeiro. O show? Incrível! Diversasvertentes da música se manifestavam através da música do Quaterna. O erudito, o jazz, a música folclórica brasileirae de diversos cantos do mundo. Tudo com muito peso, sim. Afinal, estamos falando de Rock. Progressivo? Sem

dúvida! Estavam todos lá: Rush, Pink Floyd, e até momentos em que ficavam claras influências de Dream Theather e da turma do novo (mas nem tanto) ProgMetal.Mas o que saltavam aos olhos (ouvidos na verdade) eram as influências de gente como King Crimson e principalmente os holandeses (e geniais) do Foccus. Músicasde todos os trabalhos foram lembradas. E até uma do trabalho paralelo de Kleber e Elisa fez parte dessa noite incrível que se repetiria uma semana depois. Vale lembrarque o show contou com Jorge Mathias no baixo (este até então não aparecera em nenhum registro do grupo), RicardoCrivano (guitarra e violões), Kleber Voguel (violino), Elisa Wiermann (teclados e sintetizadores) e do arrasador bateraCláudio Dantas (o cara deu um show à parte).

Fica a espera por esse DVD. E a certeza de que o rock progressivo vai muito bem, obrigado. Não só no Brasil (e muitono Brasil) mas como no mundo inteiro bandas novas surgem e bandas clássicas continuam a brindar um públicoapaixonado com obras primas através dos anos. Nomes como a holandesa Foccus, Camel e a inglesa Caravan continuamfirmes e fortes. Por essas terras, a semente plantada por Mutantes, Casa Das Máquinas & cia. deu frutos como SagradoCoração da Terra (lindo!) e mais adiante o maravilhoso Violeta de Outono e encontrou eco no trabalho de genteconhecida do grande público como Engenheiros do Hawaii, por exemplo. Hoje, o time brazuca está muitíssimo bemrepresentado por gente como Ashtar e Poços e Nuvens participando dos maiores festivais do estilo ao redor do mundo.Mestres como Sérgio Dias e Arnaldo Batista (ambos ex- Mutantes) continuam a lançar belos trabalhos. Bem aqui aolado, na Argentina, terra da maravilhosa banda La Torre, bandas como Alas (que esteve no Brasil ano passado duranteedição do festival Rio ArtRock, no Canecão e foi responsável por uma apresentação fantástica) continuam em atividade. Epor falar em Rio ArtRock: Pouca gente conhece este que é um dos festivais dedicados a Rock Progressivo mais conceituadosdo mundo e que acontece todo ano na cidade do Rio de Janeiro. E que já trouxe para o Brasil nomes como, os já citados,Camel e Foccus. Aliás, que é promovido pelo selo Rock Symphony, dono de um catálogo fantástico e que tem como berçoadivinhem só... Niterói; pouca gente sabe disso. Bem, só pra variar acabei saindo do assunto, né? Mas vale a pena! Porhora, fica a espera pelo DVD de quinze anos do Quaterna Réquiem, e como disse, a certeza de que o Rock Progressivo,ArtRock, Música Progressiva, Arte Superior (sério, já ouvi chamarem assim), ou o nome que se queira dar não só resiste,mas se renova. Se não conhece, procure dar uma olhadinha. É bem capaz de se apaixonar. Por: Rafael A.

Fotos: Carlos Vaz, Daniel Carneiro (divulgação site Quaterna Requiem)Contatos:Quaterna Réquiem - www.quaternarequiem.com

Festival Rio ArtRock - www.rioartrock.com.br Rock Symphony – Caixa Postal 100367Niterói / RJ – Brasil ou www.rocksymphony.com

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NOTAS

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����@����4����� ��������������9��$�#Em 1985, o Brasil comemorava o fim da ditadura militar e o surgimento de uma cena roqueira no país. Era uma

década mágica, com um cheiro de novidade no ar. A Legião Urbana tinha lançado no início do ano seu primeiro disco,o homônimo Legião Urbana e o rock brazuca explodia no Rock in Rio, enquanto Tancredo Neves era eleito presidentepelo colégio eleitoral. É amiguinho, o mundo era outro. Também uma merda, mas era outro. Não existia o pensamentoúnico, essa baboseira de neoliberalismo e mercado. Nem o muro de Berlim havia sido derrubado. Junto com esseprimeiro disco da Legião, cujo carro-chefe era “Será”, que explodiria nas rádios somente em março daquele mesmo ano,o resto do país passaria a conhecer o chamado Rock de Brasília. Um disco fundamental para isso foi Rumores, primeiraprodução independente dos anos 80 na capital federal, bancada pelo Sebo do Disco, loja de discos novos e usados,localizada no subsolo do Venâncio 2.000, de propriedade do empresário Isnaldo Junior. Apenas mil exemplares foramprensados na ocasião, o que torna o disco hoje um item de colecionador. Na praça, uma cópia em vinil não sai por menosque R$100.

O disco pode vir a ser relançado agora, quando completa dezenove anos. Recentemente, o editor da revista on line,Fernando Rosa, encaminhou uma cópia do disco em cd-r, recuperado pela RockBrasília, para Luizinho Calanca, daBaratos Afins. O produtor que relançou por duas vezes os discos dos Mutantes nas décadas de 80 e 90 em vinil e cd,mostrou-se receptivo e está interessado em recuperá-lo. O disco trazia o que havia de mais quente no rock candango forado quadrilátero bastante conhecido Plebe Rude – Legião Urbana – Capital Inicial – Banda 69, que já haviam fechadocontrato com as duas maiores gravadoras comerciais do país: EMI-Odeon e CBS. A Plebe lançaria neste mesmo anoclássico O Concreto já Rachou pela EMI-Odeon, mesma gravadora da Legião e Paralamas, enquanto o CapitalInicial e a Banda 69 conseguiam participações no pau-de-sebo Os Intocáveis, LP produzido pela CBS. Em Rumores estavam as novas sementes do rock brasiliense oitentista: Scola de Scândalos, Finis Africae, EliteSofisticada e Detrito Federal. Gravado em Belo Horizonte, nos estúdios da Bemol, o disco tinha a direção deFernandez, homen-palco das bandas Espaçonave Guerrilha e 5 Generais, além de agitador cultural responsável peloteatro Rolla Pedra, templo do bom Rock brasiliense localizado em Taguatinga. Cada banda apresenta duas canções nacoletânea. O projeto gráfico, simples, mas de extremo bom gosto, é assinado por Rosvaldo Dantas, com foto deReinaldo Freitas. A capa preta, com uma foto em perfil de um típico roqueiro brasiliense meio new-wave / meio punkem frente à uma parede de pastilhas comuns nos blocos residenciais do plano piloto, apostava: rumores. Quem seaventurou, há dezenove anos, a conhecer os rumores que vinham do Planalto Central não se arrependeu. Pelo menos acrítica gostou. O lado A do bolachão abria com “Complexos”, do Scola de Scândalos, formada então por BernardoMuller (voz), Marielle Loyola (voz), Geraldo Ribeiro (baixo), Luis Eduardo ‘Feijão’ (guitarras) e Eduardo ‘Balé’Espinoza (bateria). A canção começa com uma guitarra esquizofrênica, enquanto baixo e bateria praparam a cama para ovocal de Marielle, que anuncia: “Passo horas seguidas, olhando minha imagem no espelho / Vejo um defeito, comoseria bom não tê-lo...”. A Scola de Scândalos dava seu recado, retratando a angustia adolescente e os medos damaturidade, no jogo de vocais divididos por Marielle e Bernardo, responsável pelas letras. Apesar da produção ralinha,as guitarras de Feijão foram gravadas direto na mesa, sem passar por amplificadores, o arranjo agrada e funciona demaneira sublime mesmo hoje. A segunda faixa é “Van Gogh”, do Finis Africae, que abre com um super baixo e uma bateria rufando. As guitarrasbuscam texturas sutis, influência clara do Rock inglês. O vocalista Rodrigo Leitão, responsável pelas letras, mostra umregistro de voz incomum, gritando desesperado: “O Azul marinho compacto / Invadido por nuvens ameaçadoras /refletem um traço de angústia / certamente alguma coisa...”. Surpresa para quem esperava versos politizados. A terceirafaixa é “Fuga”, da Elite Sofisticada, integrada por Luiz Gastão (vocal), Antônio ‘Tonho’ Elias (guitarra), MarceloGomes (baixo) e Rogério Lopes (bateria), é uma música com letras interessantes: “Esse paraíso é só uma ilusão / outrafuga apenas isso...”. O som da Elite Sofisticada, nome que fazia uma troca bem humorada com a Plebe Rude, era maissimples, mas nem por isso menos instigante. “Desempregado”, a quarta faixa do disco, mostra o punk Rock cru doDetrito Federal, com vocais vomitados por Alex Podrão. A banda era integrada ainda por Mila (baixo), Paulo CésarCascão (bateria) e João Bosco (guitarra). “Eu não pago água / Eu não pago luz / Eu não pago telefone / Eu não pagogás”, berra Podrão, na divertida e ingênua letra de Rato Bond, Marcão Adrenalina e Renato Estrela. O resultadodeixou a desejar, já que o som ficou excessivamente clean, mas merece destaque o final mongolóide em que Podrãorepete “nada...nada...nada...” Uma irônica homenagem à Blitz carioca, do sucesso fácil: “Você Não Soube me Amar”. O lado B do disco abre com Finis Africae mandando bem em “Ética”, a melhor música do disco ao lado de“Luzes”, do Scola de Scândalos, que vem em seguida. A primeira trata de um tema não óbvio, pelo menos na época,a ética, com uma letra bem construída: “A vela apagou, a lâmpada queimou, o gás acabou / não vejo mais nada / Deveser a idade média, é a idade da pedra / é a idade da razão e da ética”. “Luzes”, que trata dos temores adolecentes dainiciação sexual, começa com a bateria de Feijão, que se tornou um clássico. “Luzes que piscam / Gritam e avisam? /que chegou a hora que você sonhou / são anos de espera / que chegam ao fim / Um frio desce a espinha apesar docalor”, canta Bernardo Mueller. A música foi resgatada com dignidade pela Plebe Rude no disco ao vivo: Enquantoa Trégua Não Vem. O som continua atual e não deixa nada a dever pra nenhuma banda. É um clássico que continua eterno. Detrito Federal comparece ainda com a penúltima música (?!?!) do disco. A letra é hilária: “Fim de semanaamaldiçoado / Fim de semana sem nenhum trocado”. Elite Sofisticada fecha o LP com “Sozinho”, Rock básico comecos do punk. A letra é bem fraquinha. Mas a performance deixa um sabor de quero mais no ar. Com apenas 25 minutose 50 segundos, o disco ajudou a expor a cena musical brasiliense, desviando ainda mais a atenção da mídia para fora doeixo Rio-São Paulo. O jornalista Alex Antunes, saudou rumores como “a primeira coletânea honesta dos últimostempos”. Em resenha feita para a revista Bizz, de novembro de 1985, Antunes chama a atenção para pelo menos “duasbandas interessantes: Scola de Scândalos e Finis Africae. Na primeira, o destaque é “para o guitarrista heavy metalFeijão temperando o som wave e o correto vocalista Bernardo”, ressalta. Segundo o crítico, o Finis Africae é um casoà parte, “produz um som denso, com belas composições”. Dezenove anos depois de seu lançamento, a coletânea merece ser resgatada para a vida digital. Quem sabe o disco saiagora do fundo do baú e é redescoberto pela geração de roqueiros do ano 2000... tudo depende da Baratos Afins. Quemviver, verá! Por: Tio Satan

do zero, do que talvez lançar uma ‘4ª edição’. Agora há um livrobásico de regras (com regras melhores...), para que não se precisegastar com regras em cada livro básico, que serve para humanos“normais”, e livros de ambientação para cada “monstro” docenário (e, embora tenha nomes bem conhecidos - ou pelo menosparecidos com os antigos - não tem quase nada a ver com o cenárioanterior). Outra surpresa é a quarta edição do GURPS, que eu tambémjá falei por aqui. Agora, nessa febre de reformulações que parecetomar o mundo RPGístico (e tornar o jogo mais “acessível” emelhor), quem entra na onda é o GURPS, agora com capa dura eilustrações (e não aquilo que saía nos livros... argh!), inclusivede um brasileiro (que faz a capa!). E o jogo promete ter umamecânica melhor (e menos regras de cavar buracos... hehe). Mas eu acho que a melhor surpresa são as novas editoras.Principalmente depois da licensa aberta do Dungeons & Drag-ons, a D20, vááárias editoras pipocaram no Brasil. Na resenhado Encontro Internacional, em Sampa, eu falei: nunca tinha vistotantas editoras de RPG na minha vida. Claro que a maioria comum ou dois títulos (e ainda longe da hegemonia da Devir Editora),mas ver que a coisa está crescendo, sem dúvida nenhuma é algoque me emociona, e que faz com que se cresça a cena cada vezmais. E eu nem falei da internet, onde as coisas também semovimentam, sejam sites de editoras, sejam de grupos (um dosmelhores é o RedeRPG - que antes era a Trails, já clássica hoje- que aliás é também responsável agora pela Dragão Brasil;www.rederpg.com.br), na net o RPG se espalha. São literal-mente milhares de suplementos, bônus, e até livros básicosrolando por aí (muitos piratedos também, mas aí é outrahistória...), dando muito mais subsídios para os jogadores, alémde várias modalidades de RPG pela net (seja por e-mail, porjogos, ou outros formatos). Como eu dizia, a cena RPGística brasileiratem tudo pra crescerbastante nesse futuro próximo. Vamos esperar que consiga!

Por: Rodolfo Caravana

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Novidades do Mundo RPGístico E nessa edição do Caravana do RPG, resolvi falar mais doque anda acontecendo por aí no mercado RPGístico brasileiro,que está mudando e se movimentando bastante nos útimosmeses: são lançamentos, mudanças, surgimentos, enfim, ummonte de coisas acontecendo por aí. Uma das coisas mais impressionantes pra mim foi a mudança,que eu diria radical, da revista Dragão Brasil. A revista que jáé referência há muitos anos para todos os jogadores do país(nem que fosse pra falar mal - ainda mais quando começou a sechegar mais com mangá, 3D&T e essas coisas) mudou de editorfaz alguns meses. O novo camarada, que prefere não se identificar(especulações mil!) já assinou algumas matérias e resenhas, e semostra à altura do legado de Marcelo Cassaro (que, críticas àparte, conseguiu tocar 100 edições de uma revista de RPG noBrasil, coisa pra poucos...). Entretanto, as surpresas não pararampor aí: há duas edições, a revista voltou ao seu formatotradicional, abandonado no número 30! Agora, maior, dotamanho de uma revista “normal”, e não mais em formatoamericano, com espaço para jogos de computador (tentativa denovos públicos ou exigência do antigo?), e muitas outrasreformulações. O que esperar agora da Dragão Brasil? Só o fu-turo pode dizer, mas se nos espelharmos no passado, sópodemos esperar coisas boas (e que quem sabe um dia o editorse revele...). Duas novidades que já afetam o mercado nacional, “masnem tanto”, é o lançamento do novo Mundo das Trevas da WhiteWolf, que eu já falei brevemente aqui. O jogo tava tão desgastadopor mais de dez anos de mitologia “entulhada” em cima demitologia (eu mesmo já tinha me enchido um pouco o saco detantas “lendas”), que foi mais fácil “acabar com o mundo”, coisaaliás de que grande parte dessas mitologias falavam, e fazer outro

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Letter Against GloboMeados de 2004, eu não possuo acesso à internet, a não ser eventualmente,

mas foi por coincidência e necessidade de sobrevivência, tentando firmar-me sobreo que vale a ‘pena’ (e outras coisas que já deveriam ter desaparecido da ‘sociedade’,coisas tristes que nos fazem hora outra lamentar e pensar do porquê). Bem, o queeu não lamentarei é a possível, por mim desejável, derrocada final do império global(diga-se do mal no mais das vezes, embora muitas vezes não nos apercebamosdisso, mas quando se abre a porta de casa e sai nas ruas é que vemos a medida doabismo). Li em um jornal, o que já houvera superficialmente noticiado em outra redede TV, que dentre outras coisas e isto sim é preocupante: As TV’s estariam em crisefinanceira mas haveria um empréstimo vultuoso cedido pelo BNDS.

A preocupação primeira desta carta é com o ‘lobo em pele de cordeiro’ (nopior sentido) que é na realidade a Rede Globo de TV, principalmente para ‘o povo’brasileiro, explico meu ponto de vista: Vejam se o mundo não está realmenteconturbadamente é verdade em mudança, mas o que vemos principalmente é obaixo nível ‘intelectual’ das TV’s onde a mais maliciosa (negativamente, lobo empele de cordeiro) é a poderosa Rede Globo de Televisão. Nos programas mais‘sérios’ o que temos é abuso de poder generalizado fazendo os incautos a creremque só existe aquele mundo de Jornal Nacional no Brazil por exemplo, ou seja,a programação da Rede Globo em especial é pautada pela manipulação, culpadapela violência em vários sentidos (inclusive a psicológica), como pauta de sua‘ideologia’. Acho nesse momento sócio-político absurdo manter-se a mentalidadereinante desta empresa, ainda como molde de conteúdo para todas as outrasemissoras, apenas pelo motivo econômico? Será que é isso mesmo, se clamor da

sociedade mais esclarecida há tempos já pede por uma linha de ação mais honestaao menos nas televisões, um veículo tão importante em países como o Brazil.Talvez falte até mesmo seriedade de quem compete ou coragem para encarar a coisacom interesses mais verdadeiros que esta subjulgação irracional ao capital e porque não dizer, estrangeiro?

Estamos com um ano e pouco de novo governo, talvez com seu mandatoter acontecido pouco mais tarde do que deveria, o que peço é que façam um examede consciência (e tome vergonha na cara), pois desde o surgimento desta emissoraque ela sempre serviu a tudo, menos ao povo... e hoje na realidade já não servenem a uma digna sociedade.

Desejo deixar claro que não falo de moralismos, mas sonho com o dia emque exista uma emissora mais honesta e verdadeira para para com sua sociedadee não essa estupradora de pessoas.

Não sou ingênuo em achar que num país como o Brasil, a TV Globo iráacabar ou mesmo falir, mas o que gostaria é que ao menos com esta ‘dita crisefinanceira’ fosse repensada realmente a ideologia desse dito e por mim amaldiçoadopadrão global, superficial e banalizante das questões sérias da vida, devolvendoassim o direito a verdadeira dignidade a imensa parcela do povo e da populaçãobrasileira. É momento de se pensar realmente na real identidade cultural do Brazil,nesta época de intercâmbio cultural, mas não (que termo usar?) com a covardia dopadrão global.

Eu, enquanto indivíduo expresso o meu radical e irrestrito sentimento derepúdio em relação a esta emissora: ‘FORA DA MINHA EXISTÊNCIA REDEGLOBO DE TELEVISÃO’. Por: Wanderlei R.

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Tamanhos / Preços 06 x 08cm.......R$30,00 12,5 x 04........R$30,00 12,5 x 08cm....R$50,00 25 x 08cm.......R$90,00 25 x 16cm.......R$150,00

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Diagramador: Rodolfo CaravanaScanners: Adrian Laubisch

Produtores:Rafael A. ([email protected])Rodolfo Caravana ([email protected])

Colaboradores:Alessandro Ferrony ([email protected])

Alex xCaverax ([email protected])Felipe Salvador ([email protected])

Tio Satan ([email protected])Wanderley R. (Rua Barão do Bom Retiro, 75 - 502,

Engenho Novo / RJ / Brasil - CEP 20715-000)

Foto da Capa:Jozzu (food4life.blogger.com.br)

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exclusão, exploração e até de extermínio que esses grupos (e atéeu mesmo - e talvez você também, leitor) vão contra? Por quê oespanto? O que eu quero dizer é: às vezes, em certos lugares, em certosgrupinhos, a mesquinharia, a luta por “poder” (que é sempreilusório) num lugar, num mundinho fechado, faz com que seesqueça do que acontece fora dos “muros” desse mundo (às vezesmuros metafóricos, às vezes muros literais). Esse episódio me serviu pra lembrar que há coisas contra asquais vale a pena lutar e outras não. Todos os militantes de partidotambém foram contra a atitude do garoto (por motivos diversos),até o pessoal de “direita”. Então eu penso: será que não existemesmo coisas no qual vale a pena todos lutarem? Ou pelo menosuma boa parte, unidos? Isso não é só onde eu estudo, é no underground, é no mundo.Por que às vezes punks, por exemplo, só divulgam shows punkspra punks? Não é pra crescer o movimento, conscientizar o maiornúmero de pessoas? A mesma coisa SxE’s, Vegan’s, caralho aquatro e um monte de rótulos que muitas vezes servem mais praexcluir do que pra incluir. Se você se acha punk, SxE, Vegan ouqualquer outra coisa, tudo bem, mas não se prenda nisso, nãoviva num mundo de paredes altas, não lute apenas para acabarcom a matança de vacas, ou a exploração do FMI. Tem gentepassando mal do seu lado. Tem mendigos nas ruas do Rio, não sóde Bagdá. Comece se unindo e fazendo algo do seu lado, pertode você. Se você não impedir a extinção das borboletas doAfeganistão, pelo menos você ajudou alguém que mora no seubairro (às vezes, na esquina - não se esqueça: aquele mendigo éseu vizinho, ele só não pede uma xícara de açúcar pra fazer bolo). Mexa-se. Faça zines. E faça mais. Porque, se você não fizeralgo de bom, algo em que você acredita (ou ficar brigando pra verquem é mais “vermelho” e esquecer do azul), alguém vai fazeralgo. E nem sempre você vai gostar do resultado. Só espero queisso não o “pegue de surpresa”, porque já será tarde demais. Faça algo antes que alguém o faça! Hitler tá aí, e é mais fácildele voltar do que Jesus. Por: Rodolfo Caravana

“Política” ou como eu lembrei queexistem pessoas de Direita

Esse número resolvi escrever um artigo mais incisivopoliticamente (embora eu ache que tudo o que fazemos épolítica, inclusive aqui no Feira Moderna - quando nosposicionamos em relação à vários assuntos, isso é uma atitudepolítica). Mas antes quero explicar o que me levou à escreveresse texto: Lá onde eu estudo, um garoto “denunciou” uma professoraminha como “doutrinadora política”, porque ela falava mal doBush, deixou os alunos saírem uma vez pra uma passeata e maisalgumas outras coisas. Como a matéria era de História Antiga,ele se sentiu “ultrajado” que ela não falasse sempre de múmiase faraós, que ela “ousasse” falar de algo de mil e quinhentosanos prá cá... E ainda mal do Bush, um presidente tão bom!Depois vim a descobrir que o garoto é de direita ferrenho, daTFP (Tradição, Família e Propriedade - pra quem nunca ouviufala, é um movimento no mínimo interessante - de se estudar...),sinpatizante do nazismo e muitas outras brabeiras. Não vou aqui dizer o nome do rapaz e da professora até parapoupá-los, e nem do site, que eu não sou maluco de divulgarquem eu não concordo. Mas a história me serviu para lembrarque esse tipo de gente existe, coisa que às vezes esquecemos. Lá onde eu estudo, é sempre uma guerra de grupinhos epartidinhos muito louca: tem o PSTU, o PC do B com a UJS, asinúmeras facções do PT, além de outros “sem siglas”, comoanarquistas, comunistas, e muitos “istas” (até gente de“direita”, como simpatizantes de PMDB, PSDB e essas coisas).A briguinha pra ver quem salva o mundo primeiro (e de queforma) é tanta, com tantos joguinhos de poder, que oaparecimento de um indivíduo como o que eu falei causaestranhamento e surpresa. Ora, mas por quê? Não é contra esses tipos de pessoas, nãonecessariamente tão radicais, mas com suas ideologias de

pra fingir macheza, né, radicais?), o Sister nunca se preocupouem ser um grande sucesso. Também prá quê? Uma bebida, umaguitarra, um palco e meia dúzia de gatos pingados era tudo oque bastava pra satisfazer Objeda, French, Pero, Mendoza e,mais tarde, Snider. Os doze compactos que a banda lançou noinício de sua carreira foram mais por questão de oportunidadedo que de opção; e quanto a eles de terem aceitado o conviteda Atlantic, o que para muitos pode ter significado algumtipo de traição, também não tem erro: foi simplesmente omelhor meio que o Sister arrumaram para espalhar sua farrapelo mundo inteiro. Falso metal? Nada disso. Apenas e tão somente diversão.Desde o primeiro compacto até o penúltimo Love Is ForSuckers (porque até então, aqui no Brasil, nem sequer ouvimosfalar do novo albúm do Twisted Sister, apenas um brevecomentário sem muita divulgação em algumas revistasespecializadas do retorno da banda) – que traz Joey “Seven”Franco na bateria substituindo A.J Pero, o Sister teve nazona total sua diretriz básica. Nada é levado a sério, nemmesmo a própria banda. Numa das notinhas de capa do ComeOut Play há a seguinte “classificação” para o disco: “H-Humor. Este disco contém frases que requerem do ouvinte umenorme senso de humor. Se você não tem isso, então nem ouça.” Pois é, radicais. Se vocês não vêem nenhuma alegria na vida,fujam do Sister, mas deixem a banda em paz. Afinal, Snider ecia. Ilimitada estão na deles. E não dão a mínima para vocês.

Por: Tio Satan

TWISTED SISTERVIVENDO DE ROCK N ROLL

Apesar de cruelmente escurraçado pelamassa radical, o Twisted Sister segue firmeem sua missão de espalhar rock n roll pelomundo, como atesta seu penúltimo disco,

“love is for suckeres”. Antes do seudesapercebido retorno aos palcos em 2001.

“Sabem, eu tenho um péssimo hábito.../ É que eu adoro rockn roll!” Isso aí não é somente o refrão de “Bad Habit” - uma dasmelhores faixas do penúltimo álbum do Twisted Sister, Love IsFor Suckers. Mas também a mais perfeita síntese da filosofia devida que Dee Snider & Cia se propuseram a adotar desde quecompraram suas primeiras guitarras. E, convenhamos, viver derock’n’roll vinte e quatro horas por dia é coisa que nem osmais convictos headbangers radicais conseguem... Aliás, foi por culpa desses radicais que o Twisted Sister nuncateve sua proposta totalmente compreendia por aqui. Enquantomuita gente fica se preocupando em conseguir auto-afirmaçãocomo headbanger (o que, vamos encarar a verdade, significaser porra nenhuma da vida na maior parte dos casos), a turmado Sister se liga apenas numa coisinha: tocar e ouvir muitorock. Desde suas primeiras apresentações em Nova Jersey (terra doT.T. Quick, Bon Jovi e outras bandas que vocês desprezam só

Page 8: abandonando esse público e vão fazer música comercial.docshare02.docshare.tips/files/8211/82118440.pdf · FMZ: “Demonolatria”, dos Zumbis do Espaço, é presença obrigatória

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Postura e coerência diretamente de Porto Alegre

A Real Sociedade é a banda que mais toca nos palcos underground de Porto Alegre e regiãometropolitana. Sempre prontos a denunciar os prejuízos que a política externa norte-americana pode trazer para o Brasil, o quarteto liderado por Alemão (vc/bx), conta ainda comEstevan (gb), Édson (gs) e Kbça (bt). A banda toca um hardcore pesado levando seu protesto apúblicos variados, seja aquele mais abastado que freqüenta o Bar Opinião, em Porto Alegre,seja aquele mais humilde que assiste aos shows da banda na periferia da capital gaúcha. OFeira Moderna Zine trocou uma idéia com Alemão no centro da cidade pra saber um poucomais sobre a banda e seus objetivos.

FMZ: E aí Alemão. Conta pra gente um pouco sobre a formação da Real Sociedade, como os componentes dabanda se conheceram, essas coisas básicas pro leitor que está tendo o primeiro contato com a banda:Alemão: A banda existe há algum tempo, eu levo o projeto nas costas e aos poucos fui convidando os amigos. Oobjetivo sempre foi ter amigos tocando, e não músicos profissionais. O primeiro a entrar foi o Édson (guitarra solo),depois o Kbça (bateria) e por fim o Estevan (guitarra base). Eu toco baixo e faço os vocais.FMZ: A Real Sociedade faz hardcore de protesto em português. Conta pra gente o porquê dessas escolhas já queatualmente a maioria das bandas que surgem no meio hardcore visam apenas ser apenas mais um clone malfeito do CPM22, com instrumental fraquíssimo e letras que retratam pseudo-dramas infanto-juvenis:Alemão: O lance de fazer som de protesto é um lance meio excluído no som hardcore hoje em dia, a galera visa fazer umsom mais comercial, som pras menininhas, dramas... fazer hardcore de protesto em português é uma crítica direta àpolítica externa norte-americana e falar da insatisfação de viver num país que depende dos EUA. Falar contra eles é oobjetivo.FMZ: Um dos maiores hits da banda nos shows é “Morte ao Bush”. Quem são os outros inimigos da banda?Quem faz as letras de protesto das composições?Alemão: As letras são todas eu que faço, a gurizada nem ajuda muito, tudo o que escrevo é o que eu penso e nosso maiorinimigo é toda forma de política capitalista e imperialista. Virão muitas músicas ainda contra os americanos.FMZ: A Real Sociedade é figurinha carimbada no underground de Porto Alegre e região metropolitana. Por quea banda não viaja tanto pra locais mais distantes para espalhar sua mensagem para outras pessoas?Alemão: Tudo gira em função dos custos, contatos nós temos em muitos lugares mas a gente prefere não bancar umaviagem pra muito longe pra tocar aqui em Porto Alegre e região metropolitana que é onde tem uma galera mais fiel e agente não gasta muito. Como a gente não tem CD lançado a gente prefere tocar aqui por enquanto pra deixar pra ir maislonge quando tivermos esse tipo de material pra divulgar e fazer shows de lançamento do CD. Como aqui é nosso lar,Porto Alegre e região metropolitana, o lance é tocar aqui em qualquer bar, em qualquer lugar onde nos derem espaço.FMZ: Hoje em dia muitas bandas do underground local discutem a validade de se gravar uma demo. Umasalegam que é desnecessário pois os shows em sua opinião bastam para passar as mensagens de protesto econscientização, outras alegam que esse material é imprescindível para buscar novos espaços, seja na mídiaalternativa, seja para conseguir shows. Dentro desse contexto, a Real Sociedade, que tem apenas uma faixagravada disponível para download no site da banda, acha possível “espalhar a praga”, como vocês mesmosdizem, apenas com shows?Alemão: Sim, porque o lance de fazer shows é dar a cara a bater, é olho no olho, eu deixo sempre bem nítido tudo o queeu canto pras pessoas entenderem. Eu por mim cantaria mais gritado, mais berrado, mas eu acabo deixando mais claropra galera captar a mensagem, eu quero que as pessoas saibam o que eu tô cantando. E esse lance de espalhar a praga ébem por aí, a gente vai comendo pelas beiradas, e fazer vários shows é bem melhor que gravar, não fossem os custos pormim eu até já teria gravado. A gente visa fazer shows populares e se for de graça pra galera melhor.FMZ: Recentemente a banda dividiu palco com Garotos Podres no Bar Opinião em Porto Alegre e tocou paraum público de aproximadamente 1.600 pessoas. Como foi essa experiência?Alemão: Ah, eu tava nervoso pra caramba, foi praticamente o show da minha vida, não imaginava que iria tanta gente.Tocar com Garotos foi um lance de arrepiar mesmo, é influência da gente, a gente toca som deles, eu tava nervosomesmo, fora de mim, quando vi aquela galera toda. Ainda bem que filmaram tudo, daí eu não passo por mentiroso

(risos), a galera cantava junto nossos sons, coisa que eu nãoesperava no Opinião, lugar de burguês, a galera tava bem unidaali. Na real o Opinião é uma máfia, a gente toca lá por causa deconchavo, essa é a barbada. E Garotos é afudê.FMZ: A banda levanta alguma bandeira política? Temosalguns casos notórios de bandas brasileiras adeptas daesquerda, como os próprios Garotos Podres que gravaramem seu mais recente disco uma versão para “AInternacional”, hino da Internacional Comunista e atémesmo o Dead Fish do início de carreira, quando o Rodrigo,vocalista, declarava em alguns zines da época que a bandaera socialista. A Real Sociedade se encaixa nesse perfil?Alemão: Sim, a Real é totalmente de esquerda mesmo, peloponto de vista da gurizada a gente é pelo social, a gente é

socialista, o lance da banda é ter amizades e trocar idéias sobredivisão social, não ser egoísta, então se enquadra perfeitamente.Comunista ninguém é, temos alguns conceitos que aceitamos comoanarquismo, marxismo, então o lance acaba pendendo pra esquerda.Mas não tem o lance de levantar bandeira, até porque a esquerdaultimamente andou fazendo merda, com essas coligações do Lula etal. Hoje em dia tem bandas que se dizem socialistas mas não são,usam isso como marketing, pra serem melhor aceitas por determinadogrupo, pra ter um público. Depois que conseguem isso acabamabandonando esse público e vão fazer música comercial.FMZ: Atualmente os jovens que começam a escutar música, daífalamos do jovem brasileiro de gosto e escolaridade média, optampor seguir muitas vezes de maneira fervorosa ídolos da músicanorte-americana, que cantam em inglês e na maioria das vezes essa galera nem sabe sobre o que os artistas/bandas estão falando. Qual a tua opinião sobre essa dominação cultural norte-americana? Até nem vamosentrar na questão da dominação político-econômica, senão não terminaremos essa entrevista tão cedo (risos)?Alemão: Virou moda mesmo o som em inglês entre a gurizada. Nos anos 90 o que aconteceu: tivemos o Collor, houveuma abertura de mercado extrema e acabamos aceitando qualquer tipo de banda que vinha dos EUA. Virou modismomesmo. Assim como temos as modas atuais nos anos 90 tínhamos vários tipos de moda. A moda na época era serrebelde e virar seguidor de alguma banda norte-americana. Lá nos EUA sempre foi mais fácil pras bandas gravarem, maistecnologia, então a diferença de som comparando com as bandas nacionais era tremenda em termos de qualidade,masterização, mixagem... Mas daí começaram a vir muitos gringos pra cá modernizando a parada. Já tinham no Brasilbandas muitos boas mesmo sem uma boa divulgação, mas as bandas gringas dominavam por causa dessa abertura demercado mesmo. A música em inglês é até mais fácil de fazer, em português as bandas ficam restritas a um mercado localentão muitas bandas hardcore nacionais começaram a cantar em inglês, o próprio Dead Fish era em inglês. Mas bandasmais antigas mantiveram o som em português, Garotos, Ratos...FMZ: Outra composição de destaque da banda é “Não à ALCA”. Você que fez a letra, conta pra nós por que essaopinião e de que maneira a confirmação da ALCA em 2005 pode nos trazer prejuízos:Alemão: Quem conhece o NAFTA sabe que trata-se de um acordo entre México, Canadá e EUA. Até hoje o México éprejudicado, então, o que seria a ALCA? Pelo fato do Brasil ser um país sul-americano emergente, com várias riquezas,os caras visam explorar o Brasil, a ALCA é uma ferramenta pra abranger outros países e não escancarar que eles só queremo Brasil. Na música tá bem claro que só o que eles querem são as nossas riquezas e que não estão nem aí. O próprioMercosul não deu certo, só bem depois Brasil e depois ainda a Argentina tiveram algumas vantagens porque são paísesaliados dos EUA. O Lula quando assumiu a presidência da República era totalmente contra e por causa de pressões deseus próprios ministros acabou mudando de opinião. Teve há pouco tempo uma reunião no México e muitas pessoasainda são contra. O lance de eu ter feito essa música retrata a minha insatisfação em relação a isso, esse lance do Brasilser parceiro comercial dos EUA, de depender da cultura deles, é foda. A gente precisa valorizar mais o que é nosso, indocontra eles pra não sermos explorados. Eles botam a tecnologia deles aqui pra explorar a nossa mão-de-obra.FMZ: Com as mensagens que a banda passa nos shows através das músicas e dos teus discursos, você percebede alguma forma uma mudança de atitude naqueles que estão expostos às mensagens de vocês?Alemão: Ah, isso sim. Alguns pensam que é papo furado pra conseguir mídia, mas a gente tá falando uma coisa que naverdade mexe com as pessoas. Pra falar de política tem que ter atitude mesmo, a mensagem fica explícita. Se tu é contraalguma coisa, tem que assumir que é contra. Não queremos que as pessoas pensem “ah o cara é contra, eu sou amigodo cara vou ser contra também”, o lance é apresentar argumentos e idéias que foram estudadas e buscadas, se a banda fazesse tipo de som eu assumo tudo o que eu falo, nenhuma das músicas é mentira. Porto Alegre mesmo é tomada pormodismos, a galera quer mais é fazer musiquinha mela-cueca pra tocar na rádio, coisas banais, como se vê no pop, noreggae, não que não tenham bandas boas e verdadeiras desses estilos. O lance de fazer som pesado já não é bem aceito,então tem que ser feito de forma verdadeira mesmo, o que adianta cantar num som hardcore estórias que não existem?É melhor o cara fazer um pagode então, ou qualquer merda do tipo, se vender de uma vez, já que não se ganha nada navida mesmo eu prefiro falar a verdade, doa a quem doer.FMZ: “Demonolatria”, dos Zumbis do Espaço, é presença obrigatória no set list da banda. Por que a escolhadessa música, já que hoje em dia os próprios Zumbis não a tocam mais?Alemão: Ah, Zumbis foi um divisor de águas pra mim. Desde que eu conheci a banda e mostrava pra todo mundo e todomundo curtia, não conheço nenhuma pessoa aqui que não goste da banda. O lance de tocar “Demonolatria” foi umaescolha da banda, por ser uma música obscura e falar do demônio de modo figurado, e tem a mensagem também dos“filhos do lobo”, que é uma arriada da gurizada que anda com nós e sabe qual é que é, ser “filho do lobo” é ser mais oumenos um cara que não tem muita ajuda de ninguém, é ser filho de uma pessoa inexistente que tá aí lutando pelos seusobjetivos. É uma música diferenciada, e se é pra fazer cover eu prefiro fazer de uma música bem obscura, geralmente eugosto mais das músicas que as bandas não tocam ao vivo.FMZ: Pra encerrar, deixa teu recado final pros leitores do FMZ.Alemão: Bom, o recado é pra galera se conscientizar, a gente faz um som que não visa lucro, a gente toca por amormesmo, a amizade prevalece entre nós. Pra galera que quer nos conhecer tem duas formas: o site (www.realsociedade.cjb.net)que está um pouco desatualizado mas é o que rola, e ir aos nossos shows com outras bandas. A gente às vezes sofre comfalta de equipamento, mas tentamos sempre ajudar uns aos outros, a principal força aqui no sul é a união das bandasmesmo, o lance é tocar, se divertir e fazer shows que sejam acessíveis a todo mundo, fazer show barato, essa é a parada.Agradeço também quem curte a banda, o negócio é estar infiltrado e espalhar a praga!

Entrevista e fotos por: Alessandro Ferrony Contatos: www.realsociedade.cjb.net