a%20gazeta%2029 agosto 2014

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30ECONOMIA SEXTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2014 A GAZETA FERNANDO MADEIRA Trabalhos prosseguem após desafios como greves, ações judiciais e chuvas APÓS AMEAÇA JURONG ACELERA OBRAS, E ESTALEIRO SAI ESTE ANO Grupo amplia os investimentos para mais de R$ 1,5 bilhão RITA BRIDI [email protected] O Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), que está em fase fi- nal de construção e entrará em operação no final deste ano, em Barra do Sahy, li- toral de Aracruz, deman- dará investimento supe- rior a R$ 1,5 bilhão. A es- trutura já tem encomendas para a montagem e cons- trução de sete navios-son- da e duas FPSO (unidade flutuante de produção, ar- mazenamento e transfe- rência de petróleo e gás). Depois de vencer desa- fios como greve dos traba- lhadoresdaconstruçãocivil, ações judiciais de entidades locais, longos períodos de chuva,queinviabilizaramas obras nos vários canteiros, e ameaças de perda de con- trato, o cronograma de im- plantação segue, agora, em processo acelerado, com 65% das obras concluídas. Mesmo sem a conclusão das obras civis, a produção e montagem das peças que irão para o primeiro na- vio-sonda, chamado Arpoa- dor - que consumirá 15 mil toneladas de aço -, já foram iniciadas. Para ganhar agili- dade, reduzir custos e tem- po na montagem, foi adota- da a estrat égia de juntar as peças em grandes blocos. A ideia é uni-las em cinco blo- cos de 3 mil toneladas cada de aço para o Arpoador, que será entregue em junho de 2015. O EJA, segundo o presi- dente da Jurong no Brasil, Martin Cheah, “será o esta- leiro mais moderno do mundo, com tecnologia de ponta. O cais, com um qui- l ômetro de extensão, está quase pronto. A dragagem, para a obtenção de 15 me- tros de profundidade, está em curso e vai permitir en- trada e saída de plataformas sem a necessidade de retira- da das hélices. “No Brasil não tem nada igual.Vamosganharcompe- titividade com agilidade, re- duç ão dos custos e reduç ão no tempo necessário para o reparo das embarcações , destaca Cheah. Outro desta- que do EJA será o dique seco flutuante, um equipamento onde serão colocadas as em- barcações em construç ão e montagem. O dique terá pe- so de 44 mil toneladas em aç o e capacidade para i ç ar 85 mil toneladas. Segundo o executivo, as sete embarcações já contra- tadas estarão prontas num prazo de quatro anos. O es- taleiro, explicou, quer cons- truir e reparar embarcações usadas no Brasil e em outras partes do mundo. Há 724 pessoas trabalham direta- mente no EJA, e outras 2.200 atuam como subcon- tratadas. EM ARACRUZ Nomesdosnavios são“capixabas” á é ã ã ú ENCOMENDAS “Precisamos de novas encomendas para manter o trabalho” MARTIN CHEAH PRESIDENTE DA JURONG NO BRASIL

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Page 1: A%20gazeta%2029 agosto 2014

30ECONOMIASEXTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2014 A GAZETA

FERNANDO MADEIRA

Trabalhos prosseguem após desafios como greves, ações judiciais e chuvas

APÓS AMEAÇAJURONG ACELERA OBRAS,

E ESTALEIRO SAI ESTE ANOGrupo amplia os investimentos para mais de R$ 1,5 bilhão

RITA [email protected]

OEstaleiroJurongAracruz(EJA), que está em fase fi-naldeconstruçãoeentraráemoperaçãono finaldesteano, em Barra do Sahy, li-toral de Aracruz, deman-dará investimento supe-rior a R$ 1,5 bilhão. A es-truturajátemencomendaspara a montagem e cons-trução de sete navios-son-da e duas FPSO (unidadeflutuante de produção, ar-mazenamento e transfe-rência de petróleo e gás).Depois de vencer desa-

fios como greve dos traba-lhadoresdaconstruçãocivil,ações judiciais de entidadeslocais, longos períodos dechuva,queinviabilizaramasobrasnosvários canteiros, eameaças de perda de con-trato, o cronograma de im-plantação segue, agora, emprocesso acelerado, com65%das obras concluídas.Mesmo sem a conclusão

dasobrascivis,aproduçãoemontagem das peças que

irão para o primeiro na-vio-sonda,chamadoArpoa-dor - que consumirá 15miltoneladas de aço -, já foraminiciadas. Paraganharagili-dade, reduzir custos e tem-ponamontagem, foiadota-da a estratégia de juntar aspeças emgrandes blocos. Aideiaéuni-las emcincoblo-cos de 3mil toneladas cada

deaçoparaoArpoador,queserá entregue em junho de2015.O EJA, segundo o presi-

dente da Jurong no Brasil,Martin Cheah, “será o esta-leiro mais moderno domundo, com tecnologia deponta”.Ocais, comumqui-lômetro de extensão, estáquase pronto. A dragagem,

para a obtenção de 15 me-tros de profundidade, estáem curso e vai permitir en-tradaesaídadeplataformassemanecessidadederetira-da das hélices.“No Brasil não tem nada

igual.Vamosganharcompe-titividadecomagilidade, re-dução dos custos e reduçãono tempo necessário para o

reparo das embarcações”,destacaCheah.Outrodesta-quedoEJAseráodiquesecoflutuante, um equipamentoondeserãocolocadasasem-barcações em construção emontagem.Odiqueterápe-so de 44 mil toneladas emaço e capacidade para içar85mil toneladas.Segundo o executivo, as

sete embarcações já contra-tadas estarão prontas numprazo de quatro anos. O es-taleiro, explicou,quer cons-truir e repararembarcaçõesusadasnoBrasileemoutraspartes do mundo. Há 724pessoas trabalham direta-mente no EJA, e outras2.200 atuamcomo subcon-tratadas.

EM ARACRUZ

Nomesdosnaviossão“capixabas”

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ENCOMENDAS

“Precisamos de novasencomendas paramanter o trabalho”

MARTIN CHEAHPRESIDENTE DA

JURONG NO BRASIL

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ECONOMIA31SEXTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2014 A GAZETA

FERNANDO MADEIRA

Berço onde atracará o Arpoador já está em fase adiantada de construção Já foi iniciada a produção de peças que formarão os blocos no navio-sonda

Estaleiro vai atrair novosinvestimentos a Aracruz

Até 2017, osmunicípiosde Linhares e Aracruz, noNorte do Estado, deverãoreceber investimentos daordemdeR$25,7milhõesemprojetosprivadosepú-blicos. Desse total, um vo-lume ente R$ 8 milhões eR$ 10 milhões irão paraAracruz, avalia o secretá-rio municipal de Desen-volvimento Econômico,Antônio Eugênio Cunha.OEstaleiroJurong,afá-

brica depapel Carta Fabrile o terminal portuário daImetame são os principaisinvestimentos que vãocontribuir para aumentara diversificação da econo-mia municipal. A implan-taçãodoestaleiro, frisouosecretário, vai consolidaro polo naval do Estado.Aracruz, segundo Cu-

nha, está entre os municí-pios capixabas commaiordiversidade econômica.Mas as cadeias naval e depetróleo e gás, reconhece,

terão grande importânciapara o desenvolvimentoeconômico da cidade.Os empreendimentos de

maior porte, os denomina-dos projetos âncoras, alémdoelevadovolumedeinves-timento, vãocontribuirparaatrairparaoseuentornoumgrandenúmerodeempresasmenores,queserãofornece-dorasdebenseserviçosedi-namizarãoaeconomialocal.Para Cunha, o estaleiro é oempreendimento que atrai-rámais oportunidades, peloporte do projeto e tambémpela área de atuação. “O es-taleiro é um projeto muitodesejado pelo município e,certamente,vaimudararea-lidadedeAracruz”, destaca.Ele citou, ainda, a am-

pliação do terminal de Por-tocel, em Barra do Riacho,quealémdecelulose,movi-mentará outras cargas, e oterminal de granéis líqui-dos, que será licitado pelaCodesa embreve.

Jovens repassam treinamento de SingapuraA primeira turma de 23

estudantes egressos do cur-so de Técnico emMecânicadoInstitutoFederaldoEspí-ritoSanto(Ifes),quepassouumanoemSingapuraestu-dando inglês no InstitutoNgeeAnnPolytechinic e fa-zendo treinamento em tec-nologia naval e oceânicanos estaleiros do GrupoSembcorp Marine, já estátrabalhando no EstaleiroJurongAracruz (EJA).Eles, que conheceram e

incorporaram os hábitosdos singapurenses, muitodiferentedoscostumesbra-sileiros,estãocomaincum-bência de, além de traba-lhar no estaleiro, transferiraos demais funcionários oconhecimento e as expe-riências adquiridos no pe-ríodo de treinamento.O respeito à hierarquia,

a dedicação ao trabalho e acomidaforamasdiferençasmais notadas pelos capixa-bas, que conviveram compessoas de diferentes paí-ses. “Eles trabalhammuito.

Lá, a hora extra é interpre-tadacomodedicação”,des-taca LuizGabriel Possatti.Eles constataram uma

prática dos singapuren-ses: acordar antes do solnascer e parar de traba-lhardepoisqueosolsepor.Muito surpresos, ficaramsabendo que eles não gos-tam de férias. “Eles sãomuito educados, respei-tam a hierarquia e não jo-

gam lixo na rua”, observaDavi de Souza Costa.O que mais chamou a

atençãodeGabrielePraze-res da Conceição foi a de-dicação e o foco dos singa-purenses. Crianças de cin-coanos indo sozinhasparaaescola,emabsolutasegu-rança, também impressio-nou Rodrigo Pitol Braga.ParaopresidentedaJu-

rong no Brasil, Martin

Cheah,o investimento fei-to pelo EJA para o treina-mentodos jovens, foi ben-feito. “Estou orgulhosodeles e surpreso. O retor-noépositivoparanósepa-ra eles”, destaca.

FERNANDO MADEIRA

Rodrigo, Davi, Luiz e Gabriele: curso no exterior

FERNANDO MADEIRA

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