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A2 o Estado Mato Grosso do Sul Campo Grande-MS | Quinta-feira, 6 de julho de 2017 O jornal O Estado MS promove um passo importante na qualificação do ciberjornalismo Gerson Luiz Melo Martins, jornalista e pesquisador [email protected] Opinião A PRF (Polícia Rodoviária Federal) decidiu ontem (5) mudar a forma de atuação nas rodo- vias federais. A principal justificativa é a falta de verbas. Entre as medidas tomadas e anunciadas pela corporação estão: a suspensão, a partir de hoje, dos serviços de escolta de cargas superdimensionadas e escoltas em rodovias federais; suspensão imediata das atividades aéreas (policiamento e resgate); redução imediata dos deslocamentos terrestres de viaturas em patrulhamento; desativação de unidades operacionais; e a alteração do horário de funciona- mento das unidades administrativas, com priorização de atendimento ao público entre 9h e 13h. Na prática, estão suspensas as rondas em todas as rodovias. Curiosamente, para Mato Grosso do Sul a notícia é trágica. A medida anunciada acontece um dia depois de a própria PRF anunciar o recorde de apreensões de drogas na história do Estado. Somente no primeiro semestre deste ano foram flagradas, passando pelas rodovias federais que cortam o Estado, cerca de 103 toneladas de drogas. Para atingir o novo patamar válido para o ano inteiro, são necessárias “apenas” mais 16 toneladas. O número é considerado pífio pela própria instituição. Há tempos, os representantes do governo do Estado têm pedido reforço na segurança, principalmente na região de fronteira. Até hoje não houve respaldo. E Mato Grosso do Sul segue se virando para não ser dominado pelos traficantes. A PRF afirma que os cortes de serviços decorrem de um contingenciamento de verbas decretado pelo governo federal em março deste ano, e que buscará diminuir o prejuízo no atendimento de ocorrências emergenciais. O orçamento aprovado para a PRF é 44% menor que o solicitado pela corporação. Esse é o mesmo problema que causou a suspensão da emissão de passaportes pela Polícia Federal no fim de junho. De acordo com a PRF, será estipulado um cronograma para desativar unidades operacionais, conforme pla- nejamento regional. O policiamento dessas áreas que ficarem descobertas será feito por outras unidades operacionais. A instituição comunicou também que, junto com o Ministério da Justiça, negocia com o Ministério do Planejamento. Algo precisa ser feito imediatamente. Sem fiscalização Marcos Borges Gerson Luiz Melo Martins F oi uma grata surpresa quando na última terça- -feira, 4 de julho, ao acessar o cibermeio O Es- tado MS pude me deparar com a reformulação total do portal, que implementa inovações importantes e necessárias que constituem características do ciber- jornalismo ensinadas, orientadas e promovidas nas aulas de Ciberjornalismo do curso de Jornalismo da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Em reflexões anteriores, publicadas neste espaço, foi mencionado como se constitui um cibermeio jornalístico e a possibilidades tecnológicas que, se implementadas, consolidarão o sucesso e a efetiva interação com o leitor, com o consumidor de notícias. O jornalismo, de um modo geral, experimenta, vive uma crise sem precedentes em toda sua história. Grandes empreendimentos como New York Times, The Guardian, El País, The Washington Post, entre outros investem milhares de dólares na busca de uma forma que atraia o leitor e possa fazer com que o “jornal”, neste caso o ciberjornal, tenha um grande número de assinantes, leitores e possa se constituir num empre- endimento –jornalístico, comercial– rentável, eficiente e eficaz. O New York Times, recentemente, promoveu, pela enésima vez, uma discussão interna para quali- ficar seu cibermeio jornalístico e manter a liderança e a referência no jornalismo mundial. As possibilidades em ciberjornalismo são muitas e a cada dia novas perspectivas surgem com o desenvolvi- mento de software e de hardware, ou seja, de programas e equipamentos. O tema da vez trata de jornalismo de imersão e jornalismo cidadão baseado em dispositivos móveis, principalmente nos celulares. O grande desafio agora é fornecer informação jornalística que seja atra- ente, tecnologicamente eficiente nos celulares, onde as pessoas passam dezenas de horas por dia. Essa pers- pectiva não diz respeito somente às possibilidades de recursos, mas fundamentalmente no que se constitui a “narrativa em ciberjornalismo”. Como resolver isso? Há várias possibilidades, que devem ser eficientes. O jornal O Estado MS deu um passo significativo nesse sentido. As inovações implementadas na nova versão digital do jornal adotaram características im- portantes do ciberjornalismo, como por exemplo a geolocalização, a partir dos sensores instalados em todos os celulares. E ainda a convergência jornalística, no caso específico de O Estado MS, se pode dizer a transmidialidade, ou seja, publicar informação jor- nalística em diferentes suportes –vídeo, áudio, texto, imagem– sobre o mesmo tema. É importante ressalvar a diferença entre multimedialidade e transmidialidade e ainda convergência. Os cibermeios jornalísticos podem, e devem ter, no âmbito de suas notícias, convergência de suportes, multimedialidade. E podem também oferecer ao leitor transmidialidade, que favorece a compreensão da informação. A informação jornalística precisa estar contextualizada. Quanto mais contextualizada for, me- lhor será a compreensão e a imersão do leitor nessa informação, nessa notícia. O jornal O Estado MS promove um passo importante na qualificação do ciberjornalismo no Estado. As ino- vações implantadas o colocam na vanguarda do jorna- lismo. Há muito mais que fazer e há muito que avaliar e corrigir, mas o caminho é esse. As possibilidades, se reafirma, são muitas e o Grupo de Pesquisa em Ciber- jornalismo da UFMS aponta diversas formas. Os erros, neste primeiro momento, se constituem na normalidade do processo. Afinal se trata de tecnologia. O retorno, a resposta do leitor, a interatividade são importantes para qualificar o projeto. Heitor Freire N a primeira metade do século passado os acon- tecimentos que se sucederam na nossa cidade constituíram-se em momentos memoráveis pela natureza de que foram revestidos e pelas consequências trazidas para o engrandecimento da nossa cidade e da nossa gente. Entre esses acontecimentos, há um que se destaca por revelar com muita clareza o caráter, o idealismo, o compromisso e a responsabilidade dos líderes da nossa cidade, e que marcou, por muito tempo, a formação de nossos políticos: a Revolução Constitucionalista de 32. Que neste 9 de julho completa 85 anos. Naquele ano, os paulistas, inconformados com os rumos pelos quais o presidente Getulio Vargas vinha con- duzindo o país, começaram um movimento de oposição ao governo central. Vargas, comandante vitorioso da Revolução de 30, que derrubou o presidente Washington Luís –carioca, mas que se notabilizou como político paulista–, quase ao fim do seu mandato gerou uma insatisfação muito grande. O governo dito provisório de Vargas, que havia se com- prometido a realizar eleições, concentrou poder e nomeou interventores em todos os Estados. Os paulistas exigiam a elaboração de uma nova constituição, a convocação de novas eleições e a saída do interventor no Estado, o pernambucano João Alberto. Não aceitavam a forma autoritária de governo de Getulio. Naquela oportunidade, os políticos do sul de Mato Grosso se identificaram com os revolucionários de São Paulo e aderiram ao levante insurrecional, deflagrado no dia 9 de julho daquele ano, 1932. O então comandante da 9ª Região Militar, com sede em Campo Grande, general Bertholdo Klinger, foi convocado para assumir o comando das tropas revolucionárias em São Paulo, e contando desde o princípio com a simpatia dos políticos do sul do nosso Estado, decidiu criar um ponto de apoio em Campo Grande. E assim, por um ato revolucionário, o general Klinger, antes de seguir para São Paulo de trem, transferiu a sede do Estado de Cuiabá para Campo Grande, nomeando Vespasiano Barbosa Martins para o cargo de governador do Estado. Este acontecimento se deu principalmente porque o norte de Mato Grosso permaneceu legalista e leal ao governo federal. Os acontecimentos despertaram o espírito cívico da nossa população e, sob a liderança de Vespasiano, organizou-se a força expedicionária. A contribuição do nosso Estado foi significativa, com pessoal, material bé- lico, alimentos, doação de cavalos, bovinos e arrecadação de recursos. Apesar disso, a comemoração anual da revo- lução em São Paulo raramente menciona a participação do nosso Estado. Todos os atos que o “Diário Oficial” publicou durante o governo de Vespasiano referem-se ao Estado de Mato Grosso. Ou seja, o nome do Estado permaneceu o mesmo, só houve a mudança da capital e do governador. O ideal revolucionário consubstanciado na legalidade e na edição de uma nova constituinte foi a grande moti- vação de nossa gente, que se mobilizou de forma muito consciente e unida. A semente que estimulou e norteou as lideranças em nosso Estado produziu frutos que geraram novos políticos imbuídos do ideal da legalidade. E também ajudou a formar o caráter que moldou várias gerações de líderes que se destacariam depois, tais como Demóstenes Mar- tins, Etalívio Pereira Martins, Athamaril Saldanha, Fer- nando Corrêa da Costa, Arnaldo Estevão de Figueiredo, Dolor de Andrade e Arlindo Gomes de Andrade. O movimento inspirou também a mobilização da classe estudantil daquela época, a exemplo de Oclécio Barbosa Martins, Paulo Coelho Machado, Ruben Castro Pinto (presidente da Liga Sul-Mato-Grossense de Estudantes, criada em 1932 no Rio de Janeiro), Wilson Barbosa Mar- tins (ainda vivo, completou 100 anos no dia 21 de junho), e muitos outros, que agiram sempre inspirados por esse mesmo ideal. Esse movimento que agora completa 85 anos foi crucial para a ideia da criação do nosso Estado. Uma semente fértil de frutos abundantes. O jornal O Estado MS inova em ciberjornalismo 85 anos Jornalista e pesquisador do Ciberjor e PPGCOM/UFMS [email protected] Corretor de imóveis e advogado Editorial OPINIãO DO LEITOR A RESPEITO DA EDIçãO DE ONTEM 1 Coletivamente, a manchete de ontem: Foi: 70% muito importante | 0% pouco importante 30% importante | 0% sem importância 2 Os textos da primeira página continham algum exagero em relação às páginas internas? 0% SIM 100% NãO 3 A charge da edição de ontem foi: 55% interessante | 10% indiferente 25% pouco interessante | 10% não viu 4 Qual foi a notícia mais importante? 5 Dê a sua avaliação à edição de ontem: 70% ótimo | 30% bom | 0% regular | 0% ruim “Freiras são mantidas reféns, em roubo de carro no interior” “Freiras são mantidas reféns, em roubo de carro no interior” Rua 14 de Julho, 204-Vila Santa Dorothéia Campo Grande-MS-CEP 79004-392-PABX: (67) 3345-9000 Comercial | (67) [email protected]@[email protected] | Circulação | Atendimento ao assinante: (67) 3345-9050 [email protected] Representantes | Brasília-DF - LC Comunicação e Marketing-SEPS 709/909 lote D sala 215 edifício Fape-CEP 70390-095 Asa Sul-Tel.: (61) 3711-8712/3443 0462-e-mail: [email protected] | Rio de Janeiro-RJ-Planejamento Negócios de Mídia Ltda. Avenida Rio Branco, 45, sala 11/15- Tel.: (21) 2263-6468 | São Paulo-SP-Planejamento Negócios de Mídia Ltda.-Avenida Jandira, 667–Bairro Moema-CEP 04080-004-Tel.: (11) 2985-9444 Fundado em 2 de dezembro de 2002 “Somos o que fazemos. No dia em que fazemos, realmente existimos; nos outros, apenas duramos.” Padre Antônio Vieira Diretor Rafael Vallér Editor-Executivo Gabriel Neris [email protected] Opinião [email protected] Política [email protected] Cidades Daiany Albuquerque [email protected] Esportes Leandro Abreu [email protected] Economia e Agronegócios [email protected] Artes e Lazer Thaís Pimenta [email protected] Fotografia Saul Schramm fotografi[email protected] Arte [email protected] Coordenação de pauta Súzan Benites ATENDIMENTO AO ASSINANTE: (67) 3345-9050 A CIDADE é SUA, O PROBLEMA é NOSSO: [email protected] Os artigos assinados publicados neste espaço são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do jornal O Estado de Mato Grosso do Sul

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A2 o Estado Mato Grosso do Sul Campo Grande-MS | Quinta-feira, 6 de julho de 2017

O jornal O Estado MS promove um passo importante na qualificação do ciberjornalismoGerson Luiz Melo Martins, jornalista e pesquisador

[email protected]ão

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) decidiu ontem (5) mudar a forma de atuação nas rodo-vias federais. A principal justificativa é a falta

de verbas. Entre as medidas tomadas e anunciadas pela corporação estão: a suspensão, a partir de hoje, dos serviços de escolta de cargas superdimensionadas e escoltas em rodovias federais; suspensão imediata das atividades aéreas (policiamento e resgate); redução imediata dos deslocamentos terrestres de viaturas em patrulhamento; desativação de unidades operacionais; e a alteração do horário de funciona-mento das unidades administrativas, com priorização de atendimento ao público entre 9h e 13h. Na prática, estão suspensas as rondas em todas as rodovias.

Curiosamente, para Mato Grosso do Sul a notícia é trágica. A medida anunciada acontece um dia depois de a própria PRF anunciar o recorde de apreensões de drogas na história do Estado. Somente no primeiro semestre deste ano foram flagradas, passando pelas rodovias federais que cortam o Estado, cerca de 103 toneladas de drogas. Para atingir o novo patamar válido para o ano inteiro, são necessárias “apenas”

mais 16 toneladas. O número é considerado pífio pela própria instituição. Há tempos, os representantes do governo do Estado têm pedido reforço na segurança, principalmente na região de fronteira. Até hoje não houve respaldo. E Mato Grosso do Sul segue se virando para não ser dominado pelos traficantes.

A PRF afirma que os cortes de serviços decorrem de um contingenciamento de verbas decretado pelo governo federal em março deste ano, e que buscará diminuir o prejuízo no atendimento de ocorrências emergenciais. O orçamento aprovado para a PRF é 44% menor que o solicitado pela corporação. Esse é o mesmo problema que causou a suspensão da emissão de passaportes pela Polícia Federal no fim de junho. De acordo com a PRF, será estipulado um cronograma para desativar unidades operacionais, conforme pla-nejamento regional. O policiamento dessas áreas que ficarem descobertas será feito por outras unidades operacionais. A instituição comunicou também que, junto com o Ministério da Justiça, negocia com o Ministério do Planejamento. Algo precisa ser feito imediatamente.

Sem fiscalização Marcos Borges

Gerson Luiz Melo Martins

Foi uma grata surpresa quando na última terça--feira, 4 de julho, ao acessar o cibermeio O Es-tado MS pude me deparar com a reformulação

total do portal, que implementa inovações importantes e necessárias que constituem características do ciber-jornalismo ensinadas, orientadas e promovidas nas aulas de Ciberjornalismo do curso de Jornalismo da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Em reflexões anteriores, publicadas neste espaço, foi mencionado como se constitui um cibermeio jornalístico e a possibilidades tecnológicas que, se implementadas, consolidarão o sucesso e a efetiva interação com o leitor, com o consumidor de notícias.

O jornalismo, de um modo geral, experimenta, vive uma crise sem precedentes em toda sua história. Grandes empreendimentos como New York Times, The Guardian, El País, The Washington Post, entre outros investem milhares de dólares na busca de uma forma que atraia o leitor e possa fazer com que o “jornal”, neste caso o ciberjornal, tenha um grande número de assinantes, leitores e possa se constituir num empre-endimento –jornalístico, comercial– rentável, eficiente e eficaz. O New York Times, recentemente, promoveu,

pela enésima vez, uma discussão interna para quali-ficar seu cibermeio jornalístico e manter a liderança e a referência no jornalismo mundial.

As possibilidades em ciberjornalismo são muitas e a cada dia novas perspectivas surgem com o desenvolvi-mento de software e de hardware, ou seja, de programas e equipamentos. O tema da vez trata de jornalismo de imersão e jornalismo cidadão baseado em dispositivos móveis, principalmente nos celulares. O grande desafio agora é fornecer informação jornalística que seja atra-ente, tecnologicamente eficiente nos celulares, onde as pessoas passam dezenas de horas por dia. Essa pers-pectiva não diz respeito somente às possibilidades de recursos, mas fundamentalmente no que se constitui a “narrativa em ciberjornalismo”. Como resolver isso? Há várias possibilidades, que devem ser eficientes.

O jornal O Estado MS deu um passo significativo nesse sentido. As inovações implementadas na nova versão digital do jornal adotaram características im-portantes do ciberjornalismo, como por exemplo a geolocalização, a partir dos sensores instalados em todos os celulares. E ainda a convergência jornalística, no caso específico de O Estado MS, se pode dizer a transmidialidade, ou seja, publicar informação jor-nalística em diferentes suportes –vídeo, áudio, texto,

imagem– sobre o mesmo tema. É importante ressalvar a diferença entre multimedialidade e transmidialidade e ainda convergência. Os cibermeios jornalísticos podem, e devem ter, no âmbito de suas notícias, convergência de suportes, multimedialidade. E podem também oferecer ao leitor transmidialidade, que favorece a compreensão da informação. A informação jornalística precisa estar contextualizada. Quanto mais contextualizada for, me-lhor será a compreensão e a imersão do leitor nessa informação, nessa notícia.

O jornal O Estado MS promove um passo importante na qualificação do ciberjornalismo no Estado. As ino-vações implantadas o colocam na vanguarda do jorna-lismo. Há muito mais que fazer e há muito que avaliar e corrigir, mas o caminho é esse. As possibilidades, se reafirma, são muitas e o Grupo de Pesquisa em Ciber-jornalismo da UFMS aponta diversas formas. Os erros, neste primeiro momento, se constituem na normalidade do processo. Afinal se trata de tecnologia. O retorno, a resposta do leitor, a interatividade são importantes para qualificar o projeto.

Heitor Freire

Na primeira metade do século passado os acon-tecimentos que se sucederam na nossa cidade constituíram-se em momentos memoráveis pela

natureza de que foram revestidos e pelas consequências trazidas para o engrandecimento da nossa cidade e da nossa gente.

Entre esses acontecimentos, há um que se destaca por revelar com muita clareza o caráter, o idealismo, o compromisso e a responsabilidade dos líderes da nossa cidade, e que marcou, por muito tempo, a formação de nossos políticos: a Revolução Constitucionalista de 32. Que neste 9 de julho completa 85 anos.

Naquele ano, os paulistas, inconformados com os rumos pelos quais o presidente Getulio Vargas vinha con-duzindo o país, começaram um movimento de oposição ao governo central.

Vargas, comandante vitorioso da Revolução de 30, que derrubou o presidente Washington Luís –carioca, mas que se notabilizou como político paulista–, quase ao fim do seu mandato gerou uma insatisfação muito grande.

O governo dito provisório de Vargas, que havia se com-prometido a realizar eleições, concentrou poder e nomeou interventores em todos os Estados. Os paulistas exigiam a elaboração de uma nova constituição, a convocação de novas eleições e a saída do interventor no Estado, o pernambucano João Alberto. Não aceitavam a forma

autoritária de governo de Getulio. Naquela oportunidade, os políticos do sul de Mato

Grosso se identificaram com os revolucionários de São Paulo e aderiram ao levante insurrecional, deflagrado no dia 9 de julho daquele ano, 1932.

O então comandante da 9ª Região Militar, com sede em Campo Grande, general Bertholdo Klinger, foi convocado para assumir o comando das tropas revolucionárias em São Paulo, e contando desde o princípio com a simpatia dos políticos do sul do nosso Estado, decidiu criar um ponto de apoio em Campo Grande.

E assim, por um ato revolucionário, o general Klinger, antes de seguir para São Paulo de trem, transferiu a sede do Estado de Cuiabá para Campo Grande, nomeando Vespasiano Barbosa Martins para o cargo de governador do Estado. Este acontecimento se deu principalmente porque o norte de Mato Grosso permaneceu legalista e leal ao governo federal.

Os acontecimentos despertaram o espírito cívico da nossa população e, sob a liderança de Vespasiano, organizou-se a força expedicionária. A contribuição do nosso Estado foi significativa, com pessoal, material bé-lico, alimentos, doação de cavalos, bovinos e arrecadação de recursos. Apesar disso, a comemoração anual da revo-lução em São Paulo raramente menciona a participação do nosso Estado.

Todos os atos que o “Diário Oficial” publicou durante o governo de Vespasiano referem-se ao Estado de Mato

Grosso. Ou seja, o nome do Estado permaneceu o mesmo, só houve a mudança da capital e do governador.

O ideal revolucionário consubstanciado na legalidade e na edição de uma nova constituinte foi a grande moti-vação de nossa gente, que se mobilizou de forma muito consciente e unida.

A semente que estimulou e norteou as lideranças em nosso Estado produziu frutos que geraram novos políticos imbuídos do ideal da legalidade. E também ajudou a formar o caráter que moldou várias gerações de líderes que se destacariam depois, tais como Demóstenes Mar-tins, Etalívio Pereira Martins, Athamaril Saldanha, Fer-nando Corrêa da Costa, Arnaldo Estevão de Figueiredo, Dolor de Andrade e Arlindo Gomes de Andrade.

O movimento inspirou também a mobilização da classe estudantil daquela época, a exemplo de Oclécio Barbosa Martins, Paulo Coelho Machado, Ruben Castro Pinto (presidente da Liga Sul-Mato-Grossense de Estudantes, criada em 1932 no Rio de Janeiro), Wilson Barbosa Mar-tins (ainda vivo, completou 100 anos no dia 21 de junho), e muitos outros, que agiram sempre inspirados por esse mesmo ideal.

Esse movimento que agora completa 85 anos foi crucial para a ideia da criação do nosso Estado. Uma semente fértil de frutos abundantes.

O jornal O Estado MS inova em ciberjornalismo

85 anos

Jornalista e pesquisador do Ciberjor e PPGCOM/[email protected]

Corretor de imóveis e advogado

Editorial

OpiniãO dO LeitOr a respeitO da ediçãO de OnteM

1 Co le ti va men te, a man che te de ontem:

Foi: 70% mui to im por tan te | 0% pouco im por tan te 30% im por tan te | 0% sem im por tân cia

2 Os tex tos da pri mei ra pá gi na con ti nham algum exa ge ro em re la ção às pá gi nas in ter nas? 0% siM 100% nãO

3 A charge da edição de ontem foi: 55% interessante | 10% indiferente 25% pouco interessante | 10% não viu

4 Qual foi a notícia mais importante?

5 dê a sua avaliação à edição de ontem: 70% ótimo | 30% bom | 0% regular | 0% ruim

“Freiras são mantidas reféns,em roubo de carro no interior”

“Freiras são mantidas reféns,em roubo de carro no interior”

Rua 14 de Ju lho, 204-Vi la San ta Do ro théiaCam po Gran de-MS-CEP 79004-392-PABX: (67) 3345-9000

Comercial | (67) 3345-9030-co mer cial@oes ta doms. com.br-co mer cial01@oes ta doms. com.br-ge ren te co mer cial@oes ta doms. com.br | Circulação | Aten di men to ao as si nan te: (67) 3345-9050 cir cu la cao@oes ta doms. com.brrepresentantes | Bra sí lia-dF - LC Comunicação e Marketing-SEPS 709/909 lote d sala 215 edifício Fape-CEP 70390-095 Asa Sul-Tel.: (61) 3711-8712/3443 0462-e-mail: [email protected] | rio de Ja nei ro-rJ-Planejamento Negócios de Mídia Ltda. Avenida Rio Branco, 45, sala 11/15-Tel.: (21) 2263-6468 | são pau lo-sp-Planejamento Negócios de Mídia Ltda.-Avenida Jandira, 667–Bairro Moema-CEP 04080-004-Tel.: (11) 2985-9444

Fundado em 2 de dezembro de 2002

“somos o que fazemos. no dia em que fazemos, realmente existimos; nos outros, apenas duramos.”

Padre Antônio Vieira

diretorRafael Vallér editor-executivo Gabriel [email protected]

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Coordenação de pautaSúzan Benites

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