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7 Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB | IF Sul-rio-grandense Ética e Meio Ambiente | Unidade A A.1 ÉTICA A caracterísca específica do homem em comparação com os outros animais é que somente ele tem o senmento do bem e do mal, do justo e do injusto e de outras qualidades morais. ARISTÓTELES, Políca. Caro aluno(a), Antes de entrarmos no conteúdo sobre ÉTICA PROFISSIONAL, é fundamental aprofundar o entendimento sobre ÉTICA, conceito de grande importância para profissionais competentes e responsáveis, bem como para a parcipação consciente de cada indivíduo em diferentes esferas da vida em sociedade. Ao iniciar a disciplina de ÉTICA E MEIO AMBIENTE, neste curso de TSIaD, pergunto: O que é ÉTICA para você? Leitura: Para começo de conversa “Que devo fazer?” “será que é correto fazer isso?” “ O mundo não deveria ser assim” ou “Por que o mundo é assim?” ... Quem nunca fez este po de pergunta? Constantemente nos vemos diante de situações ou problemas que nos levam a fazê-las. Isso é tão “normal” que nunca, ou dificilmente, nós paramos para pensar sobre o ato mesmo de fazer estas perguntas. Simplesmente perguntamos, sem nos quesonarmos por que as fazemos; elas fazem parte do nosso codiano, da nossa “normalidade”. Uma das coisas importantes na vida em sociedade é exatamente saber responder bem este po de pergunta. Diante de um amigo em perigo devo ajudá-lo, mesmo correndo riscos? Ou então, quando um amigo está se “afundando” em drogas, posso e devo “me intrometer” em sua vida, ou cada um “sabe o que faz”, e devo me manter indiferente? Haveria algum caso em que seria certo atravessar um sinal vermelho? Em que casos isto seria absolutamente incorreto? Frente ao problema dos menores abandonados ou da corrupção no mundo políco e econômico, devo tomar alguma atude ou simplesmente manter-me alheio a estas coisas e cuidar dos meus interesses? Respostas a este po de questões vão determinando o rumo e os passos concretos das nossas vidas. O problema é que não estamos muito acostumados a refler sobre estas questões. Na maioria das vezes respondemos de uma forma quase que insnva, automáca, reproduzindo alguma fórmula ou “receita” presente no nosso meio social. Geralmente seguimos as normas da sociedade ou do nosso grupo social, e, assim, nos senmos dentro da normalidade. E isso nos dá a segurança e o alívio de não termos que nos responsabilizar por alguma atude ou ações diferentes das tomadas por outros. SUNG; SILVA, p. 13, 2004. ÉTICA PROFISSIONAL UNIDADE A

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A.1 ÉTICA

A característica específica do homem em comparação com os outros animais é que somente

ele tem o sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto e de outras qualidades morais.

ARISTÓTELES, Política.

Caro aluno(a),Antes de entrarmos no conteúdo sobre ÉTICA PROFISSIONAL, é fundamental aprofundar o entendimento

sobre ÉTICA, conceito de grande importância para profissionais competentes e responsáveis, bem como para a

participação consciente de cada indivíduo em diferentes esferas da vida em sociedade.

Ao iniciar a disciplina de ÉTICA E MEIO AMBIENTE, neste curso de TSIaD, pergunto: O que é ÉTICA para você?

Leitura:

Para começo de conversa“Que devo fazer?” “será que é correto fazer isso?” “ O mundo não deveria ser assim” ou “Por que o mundo é

assim?” ... Quem nunca fez este tipo de pergunta? Constantemente nos vemos diante de situações ou problemas que nos levam a fazê-las. Isso é tão “normal” que nunca, ou dificilmente, nós paramos para pensar sobre o ato mesmo de fazer estas perguntas. Simplesmente perguntamos, sem nos questionarmos por que as fazemos; elas fazem parte do nosso cotidiano, da nossa “normalidade”. Uma das coisas importantes na vida em sociedade é exatamente saber responder bem este tipo de pergunta. Diante de um amigo em perigo devo ajudá-lo, mesmo correndo riscos? Ou então, quando um amigo está se “afundando” em drogas, posso e devo “me intrometer” em sua vida, ou cada um “sabe o que faz”, e devo me manter indiferente? Haveria algum caso em que seria certo atravessar um sinal vermelho? Em que casos isto seria absolutamente incorreto?

Frente ao problema dos menores abandonados ou da corrupção no mundo político e econômico, devo tomar alguma atitude ou simplesmente manter-me alheio a estas coisas e cuidar dos meus interesses? Respostas a este tipo de questões vão determinando o rumo e os passos concretos das nossas vidas.

O problema é que não estamos muito acostumados a refletir sobre estas questões. Na maioria das vezes respondemos de uma forma quase que instintiva, automática, reproduzindo alguma fórmula ou “receita” presente no nosso meio social. Geralmente seguimos as normas da sociedade ou do nosso grupo social, e, assim, nos sentimos dentro da normalidade. E isso nos dá a segurança e o alívio de não termos que nos responsabilizar por alguma atitude ou ações diferentes das tomadas por outros.

SUNG; SILVA, p. 13, 2004.

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A palavra ÉTICA faz parte do nosso dia-a-dia. Em muitas situações, nossa decisão depende do que entendemos

como sendo certo ou errado, justo ou injusto.

Em muitas situações, nossa decisão depende do que entendemos

como sendo certo ou errado, baseado em um julgamento MORAL,

resultante dos valores que aprendemos a partir da vida em sociedade.

Mas como definimos o que é certo e o que é errado? Com base em um julgamento MORAL, resultante dos

valores que aprendemos a partir da vida em sociedade. Quando educamos uma criança, por exemplo, estamos

passando para ela os valores que nos foram transmitidos e que, através de nossas experiências, julgamos

corretos. Nossa conduta como seres sociais é guiada, orientada pelos valores morais.

Saiba Mais:

Para saber mais sobre ÉTICA, acesse: http://youtu.be/po68cjaQlSw

ÉTICA E MORAL SÃO SINÔNIMOS? ÉTICA é o mesmo que MORAL? Embora muitas vezes ÉTICA e MORAL sejam utilizados como sinônimos,

existem diferenças em seus conceitos. MORAL diz respeito ao conjunto de normas que orientam o comportamento

humano, baseada nos VALORES de uma dada sociedade e cultura.

Podemos definir ÉTICA como o campo da Filosofia que tem por finalidade investigar os diversos sistemas

morais desenvolvidos pelos homens, buscando entender os seus fundamentos e pressupostos.

No entanto, o conceito de ÉTICA que nos interessa, neste momento, se refere à apreciação da conduta humana

susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal1 . Então, ÉTICA é uma forma de unir saber e fazer,

refletindo sobre o que é bom, justo ou moralmente correto. A palavra ÉTICA vem do grego ethos e quer dizer

modo de ser, caráter, comportamento.

Agora podemos compreender os as diferenças entre os conceitos de ÉTICA e MORAL.

Provavelmente você já ouviu falar em ética profissional, ou em código de ética, que na verdade, se resumem

ao conjunto de valores morais destinados a uma determinada profissão, ou até mesmo, para regulamentar a

convivência entre os seres humanos, como por exemplo, o código de convivência de condomínio, ou o código

de ética de diversas profissões que inicia no momento em que se profere o juramento na colação de grau.

MORAL diz respeito ao conjunto de normas e regras que orientam o comportamento humano para a vida em

sociedade. Moral vem do latim mores que significa costumes. Você já deve ter escutado a expressão “bons

costumes”, muitas vezes utilizada como sinônimo de moral ou moralidade (SUNG; SILVA, 2004).

1 Adaptado do dicionário Aurélio.

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Você sabe quais são as diferenças entre NORMAS MORAIS e NORMAS JURÍDICAS?

Há vários aspectos comuns entre NORMAS MORAIS e NORMAS JURÍDICAS, pois:

• São estabelecidas pelos membros de uma dada sociedade;• Designam normas, regras que devem ser respeitadas e seguidas pelos membros de uma sociedade;• Buscam estabelecer uma melhor convivência entre os indivíduos;

• Possuem um caráter histórico, pois resultam de mudanças histórico-sociais.

O casamento é um exemplo do caráter histórico e social das normas morais

e das normas juridicas. A normas morais com relação a união entre duas

pessoas modificou-se conforme os valores da sociedade, influenciando

também, nas normas juridicas que a regulamentam.

No entanto, NORMAS MORAIS e NORMAS JURÍDICAS possuem diferenças:

• O respeito às NORMAS MORAIS resulta da convicção de cada indivíduo. Existe o respeito a uma determina norma, pois existe a aceitação. Já as NORMAS JURÍDICAS são respeitadas pois existe uma punição do Estado em caso de desobediência;

• A punição referente às NORMAS JURÍDICAS está prevista numa legislação. No entanto, as punições com relação às

NORMAS MORAIS dependem da consciência moral do indivíduo que quebra uma determinada norma.

A punição com relaçao as NORMAS MORAIS alcança diversos aspectos da vida humana, como por

exemplo, os relacionamentos familiares, a religião, e os hábitos que interferem nas condutas sociais. Já as

NORMAS JURÍDICAS restringem-se a punir as desobediências previstas em lei, constituindo-se num código

formal, a exemplo dos códigos penais e civis, e está intimamente ligada ao Estado.

Mas de todas as diferenças mencionadas até aqui, a COERCIBILIdAdE da NORMA JURÍDICA é a que merece

maior ênfase, pois conta com o poder de repressão que o Estado possui. São os mecanismos utilizados pela

NORMA JURÍDICA para fazer valer seu potencial repressivo, por meio da ação da justiça e/ou da polícia.

A NORMA MORAL não possui esta estratégia de repressão, pois de certa forma necessita da aceitação de cada

indivíduo para ser respeitada e cumprida. Por isso, a NORMA MORAL costuma ser associada por muitos filósofos,

à ideia de LIBERdAdE.

Saiba Mais:

Assista à cantora Ana Carolina resitando o poema “Só de Sacanagem” de Elisa Lucinda sobre Ética em:

http://youtu.be/03qln0920mk

Síntese:

Nesta primeira parte, foram abordados alguns aspectos essenciais ao entendimento sobre ÉTICA. Embora muitas vezes os termos ÉTICA e MORAL sejam usados como sinônimos, existem diferenças entre os dois conceitos. MORAL refere-se ao conjunto de normas e regras que orientam o comportamento humano para a vida em sociedade

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e ÉTICA diz respeito a como os seres humanos apreciam tais normas e regras, de forma a desenvolver um senso sobre o que é certo ou errado em uma determinada sociedade.

As NORMAS MORAIS e JURÍDICAS possuem alguns aspectos comuns como a de designar normas que servem para estabelecer a boa convivência entre os seres humanos, mas também possuem diferenças, por exemplo, nas NORMAS JURÍDICAS são cumpridas, pois existe uma legislação que determinada a punição em caso de desobediência. As NORMAS MORAIS dependem da aceitação ou da consciência moral de cada indivíduo para ser cumprida. Por isso, muitos filósofos associam as NORMAS MORAIS a ideia de LIBERdAdE.

Referências:

ARISTÓTELES. Política. Brasília: UNB, 1985.

COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2006.

SUNG, Jung Mo & SILVA, Josué Cândido. Conversando sobre ÉTICA e sociedade. Rio de Janeiro: Vozes, 2004.

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A.2 ÉTICA, CONSCIÊNCIA E LIBERDADE

Para aperfeiçoar a compreensão da importância das noções de ética e de moral, no entendimento dos dilemas

que estão subentendidos na experiência humana, precisamos estudar outros componentes que estão presentes

quando refletimos sobre nossas escolhas e ações.

Você sabe o que distingue os seres humanos dos animais? Uma das características que distingue o ser humano

dos animais é a consciência da sua condição, entre as quais se destaca a noção de finitude. A consciência, que

começamos a formar desde os primeiros anos de vida, na sociedade em que estamos inseridos, permite que as

nossas práticas sejam definidas não apenas por nossos instintos – como no caso dos animais – mas, sobretudo,

pelo controle de tais instintos. Tal possibilidade é viabilizada mediante o arcabouço normativo dos padrões

culturais nos quais somos socializados e a partir dos quais construímos nossa consciência.

Assim como temos uma consciência lógica, que permite o desenvolvimento do saber e da racionalidade, temos

uma consciência moral, que possibilita o uso do julgamento e da escolha nas diferentes circunstâncias das

nossas experiências de vida. Considerando as suas experiências e a avaliação que faz delas, o ser humano pode

optar entre as diferentes alternativas que se apresentam no horizonte. A esta possibilidade de escolher o seu

caminho e construir a sua forma de ser, denominamos liberdade. Embora a liberdade seja sempre relativa, ela

pressupõe escolha. Não podemos julgar a conduta de alguém que não tem escolha, ou seja, que é coagido a

agir de determinada forma. Portanto, qualquer ação só pode ser analisada moralmente se foi praticada com

liberdade de escolha.

A indissociabilidade entre a consciência moral e a liberdade de escolha é que permite que um indivíduo seja

responsabilizado pelos seus atos, sendo capaz de justificar e de assumir as suas escolhas. O que podemos

concluir com isso? Podemos assim concluir que para que as ações dos sujeitos possam ser julgadas moralmente

(por ele mesmo e pelo coletivo) liberdade e responsabilidade são dois pré-requisitos indispensáveis.

Leitura:

O comportamento moral é consciente, livre e responsável. É também obrigatório, cria um dever. Mas a natureza da obrigatoriedade moral não reside na exterioridade; é moral justamente porque deriva do próprio sujeito que se impõe a necessidade do cumprimento da norma. Pode parecer paradoxal, mas a obediência à lei livremente escolhida não é prisão; ao contrário, é liberdade.

A consciência moral, como juiz interno, avalia a situação, consulta as normas estabelecidas, as interioriza como suas ou não, toma decisões e julga seus próprios atos. O compromisso humano que daí deriva é a obediência à decisão.

No entanto, o compromisso não exclui a não-obediência, o que determinará justamente o caráter moral ou imoral do nosso ato. Por isso, o filósofo existencialista Gabriel Marcel diz: “O homem livre é o homem que pode prometer e pode trair”. Isso significa que, para sermos realmente livres, devemos ter a possibilidade sempre aberta

da transgressão da norma, mesmo daquela que nós mesmos escolhemos.

ARANHA; MARTINS, p. 277, 1993.

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A.2.1 VIRTUDENo entanto, há outro fator que deve ser considerado no entendimento da nossa consciência moral, da nossa

capacidade de escolher entre o bem e o mal, que é a virtude. No âmbito da moral, a virtude significa qualidade

ou ação que visa ao bem. Em outros termos, é o uso da liberdade com responsabilidade. No sentido oposto, o

vício é a prática do mal, o uso da liberdade sem responsabilidade.

A consciência moral possibilita o uso do julgamento

e da escolha nas diferentes circunstâncias das

nossas experiências de vida. Esta possibilidade de

escolha damos o nome de liberdade, que pressupõe

responsabilidade. A figura A.2 sistematiza alguns

conceitos trabalhados desde o início da unidade A -

ÉTICA PROFISSIONAL.

Uma importante questão se coloca quando analisamos a possibilidade do ser humano se responsabilizar pelas

suas atitudes. Somos realmente livres para tomar nossas decisões?

No espectro das discussões filosóficas, podemos identificar genericamente três visões sobre o tema:

A priorização dos determinismosAs concepções que se enquadram nesta visão entendem que o ser humano está condenado a ser determinado,

seja pela natureza seja pela sociedade. De tal forma, a liberdade seria uma ilusão, já que o comportamento

individual estaria condicionado pelos instintos naturais ou pela coerção social.

A priorização da liberdade Nessa vertente de compreensão da condição humana, o indivíduo é visto como capaz de exercer

a sua liberdade moral, apesar das determinações instintivas ou sociais. Por sua capacidade de escolha, a

autodeterminação prevaleceria sobre os fatores externos e internos no comportamento humano.

A dialética entre liberdade e determinismoPara tal visão, o ser humano não seria nem totalmente livre nem totalmente determinado. Nesse sentido, o

indivíduo teria capacidade de escolha, mas esta estaria configurada pelas condições concretas de vida nas quais

todos estão imersos. Contudo, apesar destas condições objetivas limitarem a liberdade dos indivíduos, estes

podem agir para ampliá-la, desde que tenham consciência dos fatores que a restringem.

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Síntese:

Para conviver harmoniosamente e agir racionalmente, em qualquer grupo ou sociedade, é imprescindível ter consciência das normas morais que orientam as concepções e o comportamento das pessoas. É esta consciência que permite que possamos refletir sobre as escolhas que a vida nos exige. Contudo, para que possamos ser julgados moralmente também é preciso que tenhamos liberdade de escolha e, consequentemente, que sejamos responsáveis por nossas ideias e ações. Há compreensões diferentes sobre a possibilidade e o nível de liberdade na condição humana, as quais foram elaboradas por diferentes escolas de pensamento e que podem ser sintetizadas em três pontos de vista: a priorização dos determinismos, a priorização da liberdade, a dialética entre liberdade e determinismo.

Referências:

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993.

COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2006.

FONTES, Carlos. Navegando na Filosofia. Disponível em: <http://afilosofia.no.sapo.pt/programas.htm.> Acesso em: 7 jun. 2011.

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A.3 MORAL, SOCIEDADE E INDIVÍDUO

Já abordamos o fato de que o sistema moral é uma construção coletiva, elaborada e transformada através do

tempo. Também não podemos esquecer de que qualquer sistema moral, de grupos ou de sociedades, expressa

os valores de determinada coletividade, os quais são assimilados pelos indivíduos no contínuo e interminável

processo educativo que vivenciam na sua existência.

Todavia, o indivíduo não é passivo no processo de assimilação dos padrões culturais de pensamento, sentimento

e comportamento.

Embora inicialmente todos aprendam o que é bom e o que é ruim de acordo com um conjunto de valores

socialmente legítimos, decorrentes da herança cultural que recebem do seu grupo ou sociedade, o indivíduo

será capaz de julgar as suas ações e as dos outros a partir dos seus próprios juízos. Isso significa que assim

como a moral consiste de um sistema coletivo de valores ela também é utilizada pessoalmente, de acordo com

as escolhas de cada indivíduo. Cada sujeito pode refletir sobre as normas sociais e optar por respeitá-las ou

rejeitá-las nos diferentes momentos da sua vida. Apesar das diferentes concepções filosóficas existentes sobre a

liberdade humana, é fato que temos consciência das nossas possibilidades de escolha perante os dilemas que a

existência nos coloca. Portanto, a liberdade de escolha é a base do comportamento moral dos indivíduos.

Os padrões culturais podem ser contestados? Como temos a possibilidade tanto de afirmar como de contestar

os padrões culturais, fica claro que contribuímos para conservá-los ou para transformá-los, conforme conduzimos

a nossa conduta. Entretanto, essa possibilidade que temos de mudar os valores de uma sociedade, mediante

ações individuais, é muito limitada, contudo, nossas ações têm consequências no ambiente em que vivemos,

ainda mais quando articuladas coletivamente num contexto sócio-histórico de contestação de determinados

costumes e normas.

Assim, conscientemente podemos aceitar ou afrontar os costumes e as normas e de alguma forma contribuir

para a manutenção ou a transformação das estruturas de convivência social.

A.3.1 O INDIVÍDUO E AS SUAS ESCOLHASExiste alguma maneira de classificar as diversas possibilidades de atitudes dos indivíduos perante a moral? Com

a intenção de refletir sobre as escolhas morais, Gilberto Cotrim (2006) elaborou um modelo de entendimento

das diferentes posturas que os indivíduos podem ter perante um sistema de valores.

Para analisar estas possibilidades temos que ter claro a diferença que o autor estabelece entre fatores objetivos

e fatores subjetivos. Os objetivos dizem respeito ao sistema moral estabelecido na(s) cultura(s) e processos

educativos dos quais participamos. Os subjetivos são os relacionados com as nossas escolhas, com as nossas

ações livres e responsáveis. Diante destas duas ordens de fatores o indivíduo tem cinco alternativas, conforme o

esquema produzido pelo referido autor.

• Ação moralmente boa ou correta: o sujeito conscientemente segue a norma por considerá-la correta.• Ação moralmente má ou incorreta: é aquela que desrespeita a norma moral. O objetivo do sujeito não é contestar

a validade universal da norma, já que a considera legítima, no entanto, por motivos diversos não a cumpre em determinada situação.

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• Conflito ético: trata-se do caso de uma ação que conscientemente contradiz a norma moral por considerá-la ilegítima ou inadequada. O indivíduo confronta abertamente o sistema moral porque entende que é necessário transformá-lo.

• Niilismo ético: tal postura, presente em algumas formulações filosóficas, desvaloriza a importância das normas morais e entende que o indivíduo deve se conduzir de forma independente.

• Permissivismo moral: constitui uma distorção do niilismo ético, já que o que motiva a ruptura com os valores estabelecidos são inconfessáveis interesses individualistas.

Síntese:

Para refletir sobre as transformações das normas morais é preciso perceber que os sujeitos, embora sejam socializados a partir de padrões culturais que são universais (se aplicam a todos), não agem passivamente diante dos valores que aprenderam como legítimos. Portanto, tanto os fatores objetivos (normas, costumes, educação, cultura) como os fatores subjetivos (a liberdade do sujeito) devem ser considerados na compreensão das escolhas morais e das mudanças históricas que afetam um sistema de valores. A partir desta constatação, temos no esquema acima apresentado, algumas possibilidades de escolhas dos sujeitos na constante e interminável relação destes com os sistemas morais.

Referências:

COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2006.

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A.4 A ÉTICA E O SUJEITO MORAL

O campo ético se constitui pelos valores e pelas respectivas obrigações que orientam a conduta moral, ou seja,

as virtudes. No entanto, conforme já vimos, elas são concretizadas pelo sujeito moral, que é o elemento principal

do campo ético. Este sujeito, se livre e responsável, é que vai fazer uso dos seus juízos de valor para se posicionar

perante o mundo ou para definir as suas ações. É o juízo de valor que permite ao sujeito avaliar se as ações

de alguém ou as suas escolhas são as mais adequadas de acordo com os valores estabelecidos pelos padrões

morais. Por isso, a ética é normativa. O que isso quer dizer? A ética é normativa, pois prevê que as condutas

consideradas corretas são aquelas que buscam o bem e a felicidade e tentam impor limites ao risco da violência.

Contudo, é importante não esquecer de que a ética e a moral são uma construção histórico-cultural, portanto,

localizadas no tempo e no espaço.

A capacidade que temos para fazer juízos de valor é denominada de senso moral. Isso significa que fazemos

juízos sobre o que acontece a nossa volta e nos posicionamos perante os fatos. O juízo de valor é diferente de um

juízo de fato, pois este apenas constata uma situação sem avaliá-la do ponto de vista do correto ou do incorreto,

ou seja, sem referência nos valores e nas virtudes.

Assim, o que estudamos até aqui nos permite concluir que o ser humano tem senso moral. Por exemplo,

quando algo não nos agrada expressamos a nossa indignação ou agimos para resolver a situação, demonstrando

a nossa responsabilidade em relação aos valores nos quais acreditamos. Da mesma forma, quando nossa ação

é motivada por uma emoção que não conseguimos controlar e fazemos algo que depois nos arrependemos,

estamos avaliando a nossa escolha a partir do nosso senso moral. Os sentimentos que temos em relação as

nossas atitudes ou o comportamento dos outros traduzem a consciência que temos da importância dos valores

para limitar a dor e o sofrimento e facilitar a busca da felicidade.

Contudo, sabemos que a complexidade da vida nos coloca em situação nas quais muitas vezes não é tão fácil

decidir qual a ação mais correta. Portanto, a atitude dos sujeitos diante das suas escolhas faz algumas exigências

para que a conduta destes esteja de acordo com os valores e as virtudes.

A.4.1 A DIFERENÇA ENTRE PASSIVIDADE E ATIVIDADEPara que todas estas condições e aspectos que fazem parte do que chamamos de campo da ética sejam

mobilizadas, é necessário que o agente moral além de ter consciência de si e dos outros, de ser livre, de ter

vontade de orientar a sua ação de acordo com a sua consciência e de ser responsável pelas suas ideias e ações,

tenha ainda uma atitude ativa perante o mundo. Esse é um aspecto fundamental para refletirmos sobre as

atitudes das pessoas e a maneira como elas se relacionam com os valores e as virtudes morais. Portanto, a

diferença entre passividade e atividade é indispensável para que se compreenda com profundidade a relação

entre ética e sujeito.

Você sabe qual é a diferença entre a passividade e atividade? O indivíduo passivo se caracteriza por não

conseguir controlar os seus impulsos e inclinações, por se deixar escravizar por suas paixões, por ser conduzido

pelas circunstâncias ou pela opinião alheia, de ser levado pelo medo que tem dos outros, por se justificar pela

boa ou má sorte, não tendo assim autonomia para colocar em prática a sua consciência e exercer a sua vontade,

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a sua liberdade e a sua responsabilidade.

Por outro lado, o sujeito ativo é aquele que consegue sobrepujar os seus impulsos e inclinações ao se utilizar

da sua consciência e da sua liberdade para definir as suas atitudes, considerando os valores que preza. É ativo

o sujeito que reflete individualmente e com os outros os significados dos valores e das finalidades pretendidas,

que se questiona sobre como e por que se respeitar determinados valores e fins e se estes devem ou não

ser transgredidos em nome de outros valores e objetivos mais nobres. O sujeito ativo é aquele que se propõe

a analisar as suas próprias regras de conduta antes de fazer a sua opção de ação, que consulta a sua razão

e a sua vontade, sem desconsiderar os outros, mas também sem se deixar submeter à vontade alheia. Além

disso, quem se comporta ativamente se responsabiliza pelo que faz, avaliando suas próprias pretensões e não

usando a violência contra os outros ou contra si mesmo para conquistar as suas aspirações. Portanto, o sujeito

ativo é autônomo, pois é capaz de se autodeterminar, de normatizar a sua vida se posicionado de forma livre e

responsável perante os sistemas morais e os dilemas da existência.

A.4.2 OS MEIOS E OS FINSA diferenciação entre sujeito ativo e sujeito passivo é fundamental para a discussão sobre a ética e a moral porque

os padrões de comportamento são criações histórico-culturais que tanto estabelecem o que é o bem como o

que é o crime, a violência, o mal, o vício. Contudo, as normatizações precisam ser mediadas pela consciência

dos sujeitos de acordo com as exigências das diferentes situações que vivenciam nas suas trajetórias de vida.

Além disso, apesar de todo sistema moral ter por característica ser universal – pois os seus valores se aplicam

a todos os membros de um grupo ou sociedade – ele não é eterno, já que se transforma para se adequar às

mudanças das relações sociais. Assim, a postura do sujeito diante do sistema moral traduz a sua consciência

sobre a validade dos valores preconizados por sua sociedade e cultura.

No entanto, ainda há outro aspecto que deve ser considerado na análise do campo ético, que é os meios que

utilizamos para concretizar os nossos objetivos. Quando pensamos na relação entre meios e fins do ponto de

vista ético, não cabe a máxima segundo a qual os fins justificam os meios. Certamente você já escutou esta

expressão!

Para melhor entender esta questão, podemos relacionar um valor com os meios que podem ser utilizados para

determinada finalidade. No caso de um grupo no qual a lealdade é um valor, não é uma atitude moralmente

correta se utilizar de meios que não se enquadrem neste pressuposto moral como, por exemplo, a mentira, a

adulação, a má-fé. Da mesma forma, quando alguém é forçado a ser leal pelo medo do castigo ou porque foi

enganado para que não perdesse a confiança nos membros do seu grupo, tais posturas também não se encaixam

no âmbito do comportamento ético, já que os meios acionados desrespeitam a consciência e a liberdade do

sujeito. Em síntese, os meios utilizados devem estar de acordo com a finalidade da ação, ou seja, fins éticos

exigem meios éticos.

Portanto, o objetivo último da ética na vida social é contribuir para que o sujeito seja educado como um ser ativo,

desenvolvido a partir e para a ação livre, consciente e responsável, que tem sempre como referência os valores

e virtudes do meio social no qual está inserido.

Síntese:

Nesta unidade, analisamos a importância do senso moral para os posicionamentos e decisões do indivíduo na sua convivência social, salientando a importância do juízo de valor para a constituição do sujeito moral. Também abordamos a diferença entre passividade e atividade, enfatizando que a existência ética exige uma postura ativa por parte do sujeito. Por fim, estabelecemos a relação entre meios e fins no âmbito da ética, compreendendo que fins éticos exigem meios éticos.

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Referências:

CHAUÍ, Marilena. Filosofia. São Paulo: Ática, 2001.

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A.5 – ÉTICA PROFISSIONAL

E você, futuro Tecnólogo em Sistemas para Internet, já refletiu sobre ética na sua profissão?

Quando escolhemos uma profissão, o seu conjunto de deveres profissionais está agregado às competências

e habilidades referentes aos conhecimentos específicos da área. Podemos entender o conjunto de deveres

profissionais como o código de ética de uma determinada profissão.

Muitas vezes as reflexões sobre nossa profissão iniciam antes mesmo da prática profissional. Enquanto alunos de

um determinado curso superior, ou mesmo, técnico, já somos cotidianamente inseridos no contexto da futura

profissão. Não somente na condição de alunos, mas também, empregados, consumidores, cidadãos. Perguntas

como: Estou sendo um bom profissional? Estou agindo adequadamente?, são fundamentais para um bom

exercício de reflexão sobre nossas atitudes profissionais e que não deixam de ser, atitudes cidadãs.

Tramita no senado brasileiro, o PROJETO DE LEI 607/2007 que versa sobre a regulamentação da profissão de

analista de sistemas e atividades relacionadas com a informática, bem como, propõe a criação do Conselho

Federal e dos Conselhos Regionais de Informática com a função de orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício

da profissão. O projeto também prevê as infrações e penalidades para quem transgredir preceito de ética

profissional.

Como podemos perceber, há uma mobilização para regulamentar a profissão e, consequentemente, estabelecer

os princípios para seu exercício.

Atenção:

“As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os profissionais, a categoria como um todo e as pessoas que dependem daquele profissional, mas há muitos aspectos não previstos especificamente e que fazem parte do comprometimento do profissional em ser eticamente correto, aquele que, independente de receber elogios, faz A COISA CERTA.” (Glock; Goldim, 2003). Disponível em: http://www.ufrgs.br/bioetica/eticprof.htm

O que envolve o conceito de PROFISSÃO? É um conceito de difícil definição dado o amplo sentido adquirido

muitas vezes associada a “ocupação” e “emprego”. PROFISSÃO pressupõe um saber especializado, que envolve

práticas específicas que somente um determinado profissional poderia desenvolver. Tais práticas são oriundas de

uma formação mais aprofundada, normalmente de nível universitário e pressupõe um código deontológico, que

determina e regula o conjunto de deveres, obrigações, práticas e responsabilidades que surgem na medida em

que exercemos a profissão. Esse código deontológico, também pode ser entendido, como um código de ética.

ÉTICA PROFISSIONAL

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A discussão sobre um código de ética para os profissionais da área de informática e computação ainda é recente no

Brasil. No entanto casos que envolvem aspectos éticos que surgem a cada dia em nossa sociedade como pirataria

de software, propagação de vírus, uso da internet para incentivar violência, prestadores de assistência técnica

que não realizam o seu trabalho corretamente, são exemplos de problemas que alavancaram a necessidade de

discutir ética neste meio.

Por isso, é preciso refletir sobre o nosso papel como profissionais e cidadãos. Como desejo atuar? Estou fazendo

o que é certo? Estou prestando um serviço adequado?

Saiba Mais:

Acesso o Projeto de Lei 607/2007: http://legis.senado.gov.br/mate-pdf/11569.pdf

Leitura:

Acesse o artigo “A Ética na Computação: uma análise descritiva justifica sua presença” de Jaime José Rauber e Alexandre Lazaretti Zanatta.

Disponível em: http://www.inf.ufsc.br/~falqueto/aGraduacao/INE5111Est_Aplic1/INE5621_Info_Soc/artigo_Passo_Fundo_Zanatta.pdf

Síntese:

Nesta unidade, apresentamos alguns aspectos importantes para a discussão sobre ÉTICA PROFISSIONAL. Podemos entender ÉTICA PROFISSIONAL como conjunto de deveres profissionais que regula e orienta a prática. Também chamado de código de ética ou código deontológico. A discussão sobre ética para os profissionais da área de informática e computação é recente no Brasil, mas se tornou necessária devido a inúmeros acontecimentos que suscitaram debates sobre o assunto. A ÉTICA PROFISSIONAL pressupõe, então, uma constante reflexão sobre nosso papel enquanto profissionais.

FÓRUM UNIDADE A Acesse http://youtu.be/po68cjaQlSw e assista ao vídeo sobre Ética. Após, exponha no fórum a relação entre

VONTADE e ÉTICA e o que você entendeu sobre TRANSGRESSÃO. Leia as contribuições dos seus colegas e as

mencione.

Referências:

BRASIL. SENADO FEDERAL. Projeto de Lei n°607/2007. Disponível em: <http://legis.senado.gov.br/mate-pdf/11569.pdf> Acesso em: 23 de maio de 2011.

GLOCK, RS, GOLDIM, JR. Ética profissional é compromisso social. Mundo Jovem (PUCRS, Porto Alegre). 2003, XLI(335):2-3.

RAUBER, Jaime José; ZANATTA, Alexandre Lazaretti. A Ética na Computação: uma análise descritiva justifica sua presença. Disponível em: <http://www.inf.ufsc.br/~falqueto/aGraduacao/INE5111Est_Aplic1/INE5621_Info_Soc/artigo_Passo_Fundo_Zanatta.pdf.> Acesso em: 23 de maio de 2011.