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EM 2ª série | Volume 1 | História Manual do Professor Autores: Edriano Abreu e Regiani Mouton.

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Page 1: Manual do Professor · istria anual do Proessor ernoulli Sistea de nsino 3 Apresentação Caro professor, Ninguém ignora a impossibilidade do estudo completo de todo o passado da

EM 2ª série | Volume 1 | História

Manual do Professor

Autores: Edriano Abreu e Regiani Mouton.

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2 Coleção EM2Coleção EM2

C689 Coleção Ensino Médio 2ª série: - Belo Horizonte: Bernoulli Sistema de Ensino, 2018. 158 p.: il.

Ensino para ingresso ao Nível Superior. Grupo Bernoulli.

1. História

I - Título II - Bernoulli Sistema de Ensino III - V. 1CDU - 37CDD - 370

Centro de Distribuição:

Rua José Maria de Lacerda, 1 900 Cidade Industrial Galpão 01 - Armazém 05 Contagem - MGCEP: 32.210-120

Endereço para correspondência:

Rua Diorita, 43, PradoBelo Horizonte - MGCEP: 30.411-084www.bernoulli.com.br/sistema 31.3029.4949

Fotografias, gráficos, mapas e outros tipos de ilustrações presentes em exercícios de vestibulares e Enem podem ter sido adaptados por questões estéticas ou para melhor visualização.

Coleção Ensino Médio 2ª série – Volume 1 é uma publicação da Editora DRP Ltda. Todos os direitos reservados. Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

SAC: [email protected]

AutorESHistória: Edriano Abreu, Regiani Mouton

ADminiStrAtivoGerente Administrativo: Vítor LealCoordenadora técnico-Administrativa: Thamirys Alcântara Coordenadora de Projetos: Juliene SouzaAnalistas técnico-Administrativas: Ana Clara Pereira, Bárbara Câmara, Lorena KnuppAssistentes técnico-Administrativos: Danielle Nunes, David Duarte, Fernanda de Souza,

Priscila Cabral, Raphaella HamziAuxiliares de Escritório: Ana da Silva, Sandra Maria MoreiraEncarregado de Serviços Gerais e manutenção: Rogério Brito

ComErCiAlGerente Comercial: Carlos Augusto AbreuCoordenador Comercial: Rafael CurySupervisora Administrativo-Comercial: Mariana GonçalvesConsultores Comerciais: Adalberto de Oliveira, Carlos Eduardo Oliveira, Cláudia Amoedo,

Eduardo Medeiros, Guilherme Ferreira, Luiz Felipe Godoy, Ricardo Ricato, Robson Correia, Rossano Rodrigues, Simone Costa

Analistas Comerciais: Alan Charles Gonçalves, Cecília Paranhos, Rafaela RibeiroAssistentes Comerciais: Laura Caroline Tomé, Melissa Turci

oPErAçõESGerente de operações: Bárbara AndradeCoordenadora de operações: Karine ArcanjoSupervisora de Atendimento: Vanessa VianaAnalista de Controle e Planejamento: Vinícius AmaralAnalistas de operações: Adriana Martins, Ludymilla BarrosoAssistentes de operações: Amanda Aurélio, Amanda Ragonezi, Ana Maciel, Ariane Simim,

Elizabeth Lima, Eysla Marques, Flora Freitas, Iara Ferreira, Luiza Ribeiro, Mariana Girardi, Renata Magalhães, Viviane Rosa

Coordenadora de Expedição: Janaína CostaSupervisor de Expedição: Bruno Oliveiralíder de Expedição: Ângelo Everton PereiraAnalista de Expedição: Luís XavierAnalista de Estoque: Felipe LagesAssistentes de Expedição: Eliseu Silveira, Helen Leon, João Ricardo dos Santos,

Pedro Henrique Braga, Sandro Luiz QueirogaAuxiliares de Expedição: Admilson Ferreira, Marcos Dionísio, Ricardo Pereira, Samuel PenaSeparador: Vander Soares

SuPortE PEDAGóGiCoGerente de Suporte Pedagógico: Renata GazzinelliAssessoras Pedagógicas Estratégicas: Madresilva Magalhães, Priscila BoyGestores de Conteúdo: Luciano Carielo, Marinette FreitasConsultores Pedagógicos: Adriene Domingues, Camila Ramos, Claudete Marcellino,

Daniella Lopes, Denise Almeida, Eugênia Alves, Francisco Foureaux, Heloísa Baldo, Leonardo Ferreira, Paulo Rogedo, Soraya Oliveira

Analista de Conteúdo Pedagógico: Paula VilelaAnalista de Suporte Pedagógico: Caio PontesAnalista técnico-Pedagógica: Graziene de AraújoAssistente técnico-Pedagógica: Werlayne BastosAssistentes técnico-Administrativas: Aline Freitas, Lívia Espírito Santo

tECnoloGiA EDuCACionAlGerente de tecnologia Educacional: Alex Rosalíder de Desenvolvimento de novas tecnologias: Carlos Augusto PinheiroCoordenadora Pedagógica de tecnologia Educacional: Luiza WinterCoordenador de tecnologia Educacional: Eric LongoCoordenadora de Atendimento de tecnologia Educacional: Rebeca MayrinkAnalista de Suporte de tecnologia Educacional: Alexandre PaivaAssistentes de tecnologia Educacional: Augusto Alvarenga, Naiara MonteiroDesigner de interação: Marcelo CostaDesigners instrucionais: David Luiz Prado, Diego Dias, Fernando Paim, Ludilan Marzano,

Mariana Oliveira, Marianna DrumondDesigner de vídeo: Thais MeloEditora Audiovisual: Marina Ansalonirevisor: Josélio VerteloDiagramadores: Izabela Brant, Raony Abade

ProDuçãoGerente de Produção: Luciene FernandesAnalista de Processos Editoriais: Letícia OliveiraAssistente de Produção Editorial: Thais Melgaço

núcleo PedagógicoGestores Pedagógicos: Amanda Zanetti, Vicente Omar TorresCoordenadora Geral de Produção: Juliana RibasCoordenadoras de Produção Pedagógica: Drielen dos Santos, Isabela Lélis, Lílian Sabino,

Marilene Fernanda Guerra, Thaísa Lagoeiro, Vanessa Santos, Wanelza Teixeira

Analistas Pedagógicos: Amanda Birindiba, Átila Camargos, Bruno Amorim, Bruno Constâncio, Daniel Menezes, Daniel Pragana, Daniel Pretti, Dário Mendes, Deborah Carvalho, Joana Leite, Joyce Martins, Juliana Fonseca, Luana Vieira, Lucas Maranhão, Mariana Campos, Mariana Cruz, Marina Rodrigues, Paulo Caminha, Paulo Vaz, Raquel Raad, Stênio Vinícios de Medeiros, Taciana Macêdo, Tatiana Bacelar, Thalassa Kalil, Thamires Rodrigues, Vladimir Avelar

Assistente de tecnologia Educacional: Numiá GomesAssistentes de Produção Editorial: Carolina Silva, Suzelainne de Souza

Produção EditorialGestora de Produção Editorial: Thalita NigriCoordenadores de núcleo: Étore Moreira, Gabriela Garzon, Isabela DutraCoordenadora de iconografia: Viviane FonsecaPesquisadores iconográficos: Camila Gonçalves, Débora Nigri, Eloine Reis, Fabíola Paiva,

Guilherme Rodrigues, Núbia Santiagorevisores: Ana Maria Oliveira, Gabrielle Ruas, Lucas Santiago, Luciana Lopes, Natália Lima,

Tathiana OliveiraArte-Finalistas: Cleber Monteiro, Gabriel Alves, Kátia SilvaDiagramadores: Camila Meireles, Isabela Diniz, Kênia Sandy Ferreira, Lorrane Amorim,

Naianne Rabelo, Webster Pereirailustradores: Rodrigo Almeida, Rubens Lima

Produção GráficaGestor de Produção Gráfica: Wellington SeabraAnalista de Produção Gráfica: Marcelo CorreaAssistente de Produção Gráfica: Patrícia ÁureaAnalistas de Editoração: Gleiton Bastos, Karla Cunha, Pablo Assunção, Taiana Amorimrevisora de Produção Gráfica: Lorena Coelho

Coordenador do PSm: Wilson BittencourtAnalistas de Processos Editoriais: Augusto Figueiredo, Izabela Lopes, Lucas RoqueArte-Finalista: Larissa AssisDiagramadores: Anna Carolina Moreira, Maycon Portugal, Rafael Guisoli, Raquel Lopes,

Wallace Weberilustradores: Carina Queiroga, Hector Ivo Oliveirarevisores: João Miranda, Luísa Guerra, Marina Oliveira

ConSElHo DirEtorDiretor Administrativo-Financeiro: Rodrigo Fernandes DomingosDiretor de Ensino: Rommel Fernandes DomingosDiretor Pedagógico: Paulo RibeiroDiretor Pedagógico Executivo: Marcos Raggazzi

DirEçãoDiretor Executivo: Tiago Bossi

Expediente

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3Bernoulli Sistema de Ensino

ApresentaçãoCaro professor,

Ninguém ignora a impossibilidade do estudo completo de todo o passado da humanidade. Essa pretensão não faz parte do material de História proposto por essa Coleção. O que se pretende é uma análise das estruturas políticas, sociais e econômicas que foram impactantes para a constituição do mundo ocidental, sem abandonar a integração aos mais variados espaços geográficos do planeta.

Apesar da influência do mundo europeu na construção de nossa identidade, desde a Antiguidade até a crise atual, sabe-se que outros elementos históricos foram também significativos para a formação do que hoje somos. Assim, o material do Bernoulli ressalta as contribuições de regiões como os continentes africano e americano, no contexto pré-colonial, para a formação da sociedade contemporânea.

Desse modo, esta Coleção firma nossos pés em um solo seguro diante das propostas curriculares que servem de orientação para processos seletivos como o Enem e os vestibulares tradicionais em todo o país. Porém, cabe ressaltar que nossa proposta de aprendizagem não se limita a habilitar alunos a um bom desempenho em provas de seleção, mas sim assegurar a compreensão do conhecimento da História nacional e mundial em quaisquer circunstâncias, contribuindo para uma percepção crítica da sociedade.

Apoiando-se nessas coordenadas, o texto elaborado busca conversar de modo claro e objetivo com o aluno, sem se afastar da necessidade de aprofundar temas relevantes. Assim, a leitura do texto principal é atravessada por propostas de reflexão, de relações com o cotidiano e de análises historiográficas, quando relevantes. Em linguagem clara, fundamental para todos os alunos, se mistura uma abordagem comprometida com o inovador, seja no tempo passado ou no presente.

Cabe ressaltar que todo conteúdo é acompanhado de exercícios de aprendizagem e propostos, com o intuito de solidificar o ensino apresentado, além de verificar a compreensão do aluno em relação aos temas abordados em cada capítulo.

Esperamos que o material seja útil para que a experiência em sala se transforme em momentos ricos na construção da memória daqueles a quem confiamos o futuro.

Atenciosamente,

Os autores

Novidades 2018O Bernoulli Sistema de Ensino tem sua atividade pautada na busca constante da excelência. Por isso,

trabalhamos sempre atentos à evolução do mercado e com empenho para oferecer as melhores soluções educacionais aos nossos parceiros. Em 2017, iniciamos o nosso atendimento ao segmento da Educação Infantil com o material didático para 4 e 5 anos, que já é sucesso nas escolas, trazendo ainda mais inovação e qualidade para as práticas escolares. Em 2018, é hora de estendermos nossa atuação às outras crianças desse segmento: as de 2 e 3 anos, que poderão vivenciar práticas lúdicas e pedagogicamente ricas.

Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a novidade é a parceria firmada para oferta de uma coleção de livros literários totalmente alinhada aos temas trabalhados nos livros do 1º ao 5º ano. As obras são voltadas para o desenvolvimento de temas transversais, como respeito a diferenças, sustentabilidade, cidadania e manifestações culturais. Além disso, atendendo aos pedidos de nossos parceiros, passamos a oferecer o livro de Língua Inglesa para o 1º ano, que foi construído com o mesmo rigor de qualidade e com mais ludicidade ainda, em consonância com a proposta pedagógica da Educação Infantil e com a dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, a grande novidade fica a cargo da Coleção de Arte para o 6º até o 9º ano, que apresenta uma abordagem integrada das quatro linguagens artísticas (artes visuais, música, teatro e dança), de forma a desenvolver a sensibilidade, criticidade, criatividade, bem como a fruição estética, entrelaçando a esses aspectos práticas de criação e produção artísticas, incitando nos alunos e nos professores um olhar reflexivo e curioso. Contamos também com um novo livro de Biologia para atender às escolas que trabalham separadamente esse componente curricular no 9º ano do Ensino Fundamental, uma solução totalmente integrada às temáticas e ao projeto editorial da Coleção Ensino Fundamental Anos Finais.

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4 Coleção EM2

Temas como a Bioquímica, a Biotecnologia, a Ecologia, a Evolução são destaques no conteúdo programático dessa obra, que tem como objetivo a retomada de assuntos trabalhados ao longo do Ensino Fundamental e a introdução de tópicos relevantes para a preparação dos alunos que em breve ingressarão no Ensino Médio.

No Ensino Médio, as novidades estão no campo da tecnologia, com a disponibilização do Meu Bernoulli também para a 1ª e a 2ª série. Além disso, será disponibilizado um novo formato de e-book, mais leve, com novas funcionalidades e recursos de acessibilidade. Quem já conhece sabe que o Meu Bernoulli é uma plataforma digital de aprendizagem inovadora capaz de trazer grandes benefícios para a comunidade escolar. Além de todas as funcionalidades que o Meu Bernoulli já apresenta, os parceiros que adquirirem os Simulados Enem terão, a partir deste ano, acesso a todas as provas comentadas.

A inovação também está presente no Bernoulli TV! A partir de agora, os vídeos estarão disponíveis no app e em maior variedade, de modo a apresentar a resolução de questões para novas disciplinas das Coleções 6V, 4V e 2V, Ensino Médio (1ª e 2ª séries) e também para a Coleção do 9º ano do Ensino Fundamental. Além disso, estarão disponíveis a resolução de todos os Simulados Enem e Ensino Médio (1ª e 2ª séries) logo após a aplicação das provas e os áudios para as disciplinas de Língua Inglesa e Língua Espanhola.

E ainda tem mais: alinhado com um mundo cada vez mais digital, o Bernoulli Sistema de Ensino passa a integrar os seus objetos de aprendizagem (games, animações, simuladores e vídeos) às Coleções, de modo que eles possam ser acessados através de QR codes e códigos impressos nos materiais físicos. Com isso, o conteúdo estará sempre à mão, podendo ser acessado por meio de smartphones e tablets, onde o aluno estiver, tornando a aprendizagem ainda mais interativa e instigante!

Como você poderá comprovar, o Bernoulli Sistema de Ensino não para! Estamos sempre à frente a fim de trazer o que há de melhor para que sua escola continue sempre conosco.

Fundamentação teóricaDesde o século XIX, quando a História foi introduzida no currículo escolar brasileiro, diversas abordagens

e interpretações vêm se sucedendo, sendo algumas pertinentes e outras rapidamente descartadas. Os professores, por sua vez, sempre se questionaram sobre o que e como ensinar História.

Na década de 1980, teve início uma discussão que resultou em uma nova proposta em relação ao ensino da História, abandonando de vez a preocupação de fazer com que o aluno simplesmente decorasse fatos e datas.

A própria transformação do perfil do aluno, habituado agora com novas tecnologias de comunicação que se tornaram importantes canais de informação e de formação cultural, provocou essa necessidade de discussão e desenvolvimento de novas possibilidades de ensino, permitindo a constituição do que chamamos “saber escolar”.

Diversas tendências historiográficas passaram a influenciar as propostas curriculares que refletiram a preocupação dos estudiosos em apresentar novas problemáticas e temas de estudo voltados para a História social, cultural e do cotidiano, que substituíram as abordagens baseadas nos eventos políticos ou nas análises econômicas estruturais. Essa nova postura evidenciou a possibilidade de múltiplas abordagens históricas.

As décadas de 1980 e 1990 foram ricas em novas propostas e questionamentos. Alguns consideraram a impossibilidade de ensinar toda a História da humanidade em todos os tempos, havendo a necessidade de uma seleção de temas. Outros questionaram como se deveria começar o ensino: pela História do Brasil ou pela História Geral? Optou-se, nesse caso, por uma ordenação sequencial e processual que permitisse intercalar os conteúdos em um processo contínuo da Antiguidade até os nossos dias. A abordagem eurocêntrica passou a ser muito contestada e, por isso, surgiu a opção de se iniciar o estudo da História pelos povos da América. Outra possibilidade foi introduzir conteúdos relacionados à História local ou regional. Houve quem preferisse trabalhar o conteúdo histórico por temas, com o desenvolvimento das propostas curriculares por eixos temáticos.

O que percebemos é que esse debate é permanente e está longe de chegar a um consenso, já que acreditamos na necessidade de adaptar a teoria à prática da sala de aula e que existem muitas maneiras de se estudar o passado, conforme o que está explicitado nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Por isso, procuramos conciliar as diversas tendências, tanto no aspecto de seleção e abordagem dos conteúdos quanto na elaboração das baterias de exercícios que, dada a importância de considerar o aluno como participante ativo do processo de construção do conhecimento, apresentam, inicialmente, questões que exigem menos habilidade (identificar, citar, caracterizar, conceituar, etc.) e, posteriormente, aquelas que solicitam atitudes intelectuais mais complexas (comparar, analisar, relacionar, criticar, concluir, etc.).

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Manual do Professor

5Bernoulli Sistema de Ensino

O conteúdo abordado ao longo do ano letivo foi selecionado levando-se em consideração a sua relevância para a formação do aluno como cidadão, mas, também, de acordo com as necessidades práticas para a sua formação acadêmica. Esse conteúdo foi desenvolvido respeitando-se o processo histórico temporal, o que não nos impede de analisar a realidade atual por meio de documentos escritos, figurados e de outras fontes documentais. Procuramos inserir recortes e abordagens diferenciadas da História, voltadas para a história das mentalidades, a história do cotidiano, a história cultural e outras, não privilegiando nenhuma.

Compreendemos a necessidade de se estabelecer uma interação entre a teoria (saber acadêmico) e a prática pedagógica (saber escolar), evitando o distanciamento entre o currículo formal – elaborado por especialistas e instituições – e o currículo real, que efetivamente se concretiza na escola e na sala de aula, a partir de uma realidade que, muitas vezes, dificulta o desenvolvimento de estratégias mais elaboradas. Por isso, procuramos apresentar um material didático que permite ao docente utilizar-se da estratégia mais adequada para a sua realidade.

O que consideramos de real importância é desenvolver no aluno habilidades que lhe permitam ler, analisar, contextualizar e interpretar as diversas fontes e testemunhos do passado, capacitando-o a compreender o universo de informações que se processam no cotidiano, permitindo que ele se situe na sociedade contemporânea para melhor compreendê-la.

Nessa perspectiva, cabe ao docente também fazer suas escolhas pedagógicas.

Estrutura da ColeçãoOs conteúdos da Coleção são apresentados por frentes, sendo cada frente dividida em capítulos.

O fato de a Coleção ser dividida em frentes não significa que os conteúdos devem ser trabalhados de forma fragmentada, ao contrário, deve-se buscar constante articulação entre eles.

Igualmente, é importante atentar para o fato de que não se pretende esgotar os conteúdos a cada volume da Coleção. Assim, em muitos casos, os conteúdos são retomados de forma mais aprofundada em volumes seguintes.

Essa estrutura da Coleção pretende garantir que os alunos tenham contato com vários assuntos ao mesmo tempo no decorrer do ano, em um movimento espiralado de aprendizagem.

Estrutura do livroCada capítulo é permeado por seções que visam fornecer outras abordagens sobre o assunto / conteúdo.

A seguir, são apresentadas as seções que compõem os capítulos para que você, professor, entenda de que forma pode trabalhá-las para obter o melhor rendimento em sala de aula e também como pode orientar os alunos para o estudo autônomo.

1) Texto introdutório

O texto introdutório tem uma temática que estimula os alunos a se envolverem com a situação- -problema que serve como ponto de partida para o conteúdo. No momento da leitura desse texto, aproveite para ativar o conhecimento prévio dos alunos acerca do assunto, o que pode ocorrer em uma pequena discussão, com uma troca de ideias entre todos, inclusive você, professor.

Esse texto pode ser lido coletivamente, em sala, no dia do início do trabalho com o capítulo, ou pode-se solicitar aos alunos que o leiam previamente em casa para que possam trazer para a sala de aula informações sobre o assunto pesquisadas em outras fontes.

2) Exercícios de aprendizagem

Esses exercícios foram distribuídos ao longo do capítulo para que você, professor, possa fazer a fixação do conteúdo por item. Devem ser resolvidos em sala de aula, pois dessa forma você poderá verificar o grau de assimilação do conteúdo trabalhado, podendo retomá-lo, caso seja necessário, a fim de obter um bom resultado. Desse modo, você evita a surpresa de só descobrir as lacunas de aprendizagem no final do capítulo, quando vários itens de naturezas diferentes e também com graus de dificuldade diferentes já tiverem sido abordados.

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3) Exercícios propostos

Essa seção, que reúne um grande número de exercícios de múltipla escolha e questões discursivas, foi planejada para que o aluno trabalhe de forma autônoma, resgatando todo o conteúdo estudado ao longo do capítulo. Incentive os alunos a fazerem os exercícios em casa e trazerem para a sala de aula as dúvidas surgidas durante a resolução.

4) Cotidiano

Essa seção procura levar o aluno a perceber a relação existente entre o conteúdo estudado e o cotidiano no qual ele está inserido ou ainda a relação que tal conteúdo mantém com a realidade. É importante que você, professor, encontre um momento para apresentar essa seção aos alunos, instigando-os a falar sobre outras situações vivenciadas que sirvam de exemplo a ser compartilhado em sala de aula.

5) Para refletir

Essa seção oferece uma oportunidade para você, professor, promover um momento de reflexão e um espaço para exposição de pontos de vista sobre determinado questionamento. Pode-se, em algumas ocasiões, propor a formação de duplas ou grupos para que os alunos troquem opiniões entre si. Assim, você pode variar as formas de trabalhar a seção, numa atividade individual, em duplas, em grupos, ou coletivamente, envolvendo a turma e você, professor.

6) Leitura complementar

Os capítulos oferecem leituras complementares ao conteúdo, que podem despertar a curiosidade do aluno para pesquisar em outras fontes. Cabe a você, professor, promover um espaço de leitura em sala de aula ou convidar o aluno a realizar essas leituras em casa. É fundamental chamar a atenção do aluno para esses textos, pois, além de conscientizá-lo de que a leitura, de forma geral, é uma fonte inesgotável de informação, é bom que ele saiba que a familiaridade com textos como os disponibilizados pode ser de grande valia em processos seletivos e avaliações.

7) Seção Enem

As questões que compõem a seção são criteriosamente selecionadas das provas do Enem ou dos Simulados elaborados pelo Bernoulli Sistema de Ensino. Explique para os alunos as habilidades cobradas em cada uma das questões. Isso é importante para que eles se familiarizem com a forma como os conteúdos são avaliados no exame nacional.

8) Tá na mídia

Essa seção oferece sugestões de filmes, livros, sites, músicas, entre outras mídias que abordem o tema de forma diferente daquela tratada no material didático, mas com uma relação estreita com ele. Incentive o aluno a ler as sinopses a fim de entender o porquê da sugestão. Aproveite as sugestões da seção para planejar atividades em sala de aula, como uma “sessão de cinema” com o filme indicado ou a audição de uma música.

9) QR Code – Como acessar

O QR Code é um código de acesso aos objetos de aprendizagem do Bernoulli Digital. Para baixar o conteúdo, é necessário que você tenha disponível no seu dispositivo um leitor de QR Codes, que você pode encontrar nas stores (Google Play e App Store). Baixe o app, escaneie o código com a câmera e tenha acesso ao nosso conteúdo.

10) Bernoulli TV

Essa seção disponibiliza resoluções das questões em vídeo. Baixe o app do Bernoulli TV ou acesse tv.bernoulli.com.br e digite o código alfanumérico da questão para assistir à resolução. Estão disponíveis também vídeos que abordam o conteúdo trabalhado nos módulos (que antes constavam no Bernoulli Digital). Além disso, o Bernoulli TV agora conta com os vídeos das línguas estrangeiras.

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Manual do Professor

7Bernoulli Sistema de Ensino

Matriz de referência EnemCiências Humanas e suas tecnologias

Eixos cognitivos (comuns a todas as áreas de conhecimento)I. Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens

matemática, artística e científica e das Línguas Espanhola e Inglesa.

II. Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.

III. Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.

IV. Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.

V. Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

Habilidades e competências

Competência de área 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades.

H1 – Interpretar historicamente e / ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.

H2 – Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.

H3 – Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.

H4 – Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.

H5 – Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.

Competência de área 2 – Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder.

H6 – Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.

H7 – Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.

H8 – Analisar a ação dos Estados Nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e ao enfrentamento de problemas de ordem econômico-social.

H9 – Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial.

H10 – Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade histórico-geográfica.

Competência de área 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais.

H11 – Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.

H12 – Analisar o papel da Justiça como instituição na organização das sociedades.

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8 Coleção EM2

H13 – Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em

processos de disputa pelo poder.

H14 – Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação

ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca das instituições sociais, políticas e econômicas.

H15 – Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.

Competência de área 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos

de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social.

H16 – Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e / ou da

vida social.

H17 – Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da

produção.

H18 – Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações

socioespaciais.

H19 – Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e

apropriação dos espaços rural e urbano.

H20 – Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias

à vida social e ao mundo do trabalho.

Competência de área 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos

da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.

H21 – Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social.

H22 – Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas

políticas públicas.

H23 – Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades.

H24 – Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.

H25 – Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.

Competência de área 6 – Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço

em diferentes contextos históricos e geográficos.

H26 – Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida

humana com a paisagem.

H27 – Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração

aspectos históricos e / ou geográficos.

H28 – Relacionar o uso das tecnologias com os impactos socioambientais em diferentes contextos histórico-

-geográficos.

H29 – Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com

as mudanças provocadas pelas ações humanas.

H30 – Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.

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Manual do Professor

9Bernoulli Sistema de Ensino

Planejamento anual*Disciplina: história

sÉRiE: 2ª

sEGMEnTO: EM

FRENTE CAPÍTulo VoluME TÍTulo

A

1 1 • Ideias sociais e políticas do século XIX – Unificação italiana,alemãeComunadeParis

2 1 •Estados Unidos no século XIX

3 1 • Imperialismo

4 2 • PrimeiraGuerraMundial

5 2 •RevoluçãoRussa

6 2 •Crisede1929

7 3 •NazifascismoeSegundaGuerraMundial

8 3 •GuerraFria

9 3 •Estados Unidos no século XX

10 4 •Descolonizaçãoafro-asiática

11 4 •AméricaLatinanoséculoXX

12 4 •NovaOrdemMundial

B

1 1 •BrasilImpério:PrimeiroReinadoePeríodoRegencial

2 1 •BrasilImpério:SegundoReinado

3 2 •República da Espada

4 2 •RepúblicaOligárquica

5 3 • EraVargas

6 3 • PeríodoDemocráticoLiberal

7 4 •RegimeMilitar:democraciasitiadaelutapelosdireitos

8 4 •Nova República

* Conteúdo programático sujeito a alteração. / O conteúdo completo de História do EM 1ª e 2ª série está disponível no final do Manual do Professor.

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10 Coleção EM2

Planejamento do volumeDISCIPLINA: HISTÓRIA

SÉRIE: 2ª

SEGMENTO: EM

VOLUME: 1

FRENTE CAPÍTULO TÍTULO SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS

A

1 • Ideias sociais e políticas do século XIX – Unificação italiana, alemã e Comuna de Paris • Aula expositiva

• Aplicação de exercícios

• Resolução de exercícios

• Aula prática

• Debate

• Aula multimídia

• Discussão em grupos

• Filmes

2 • Estados Unidos no século XIX

3 • Imperialismo

B

1 • Brasil Império: Primeiro Reinado e Período Regencial

2 • Brasil Império: Segundo Reinado

Orientações para composição de carga horária

Para otimizar o uso do material, sugerimos uma composição de carga horária em que se deve observar

o seguinte:

Considere que o ano letivo tenha, em média, 36 semanas letivas. Como na Coleção EM2 o conteúdo de

cada disciplina é apresentado em 4 volumes, recomendamos dedicar 9 semanas letivas ao estudo de cada

volume.

O conteúdo de História está distribuído em duas frentes (A e B). A frente A possui 3 capítulos por volume

e a frente B, 2 capítulos.

Sugerimos, então, a seguinte carga horária semanal por frente:

Frente A: 2 aulas por semana.

Frente B: 1 aula por semana.

Carga total semanal da disciplina: 3 aulas por semana.

Para calcular o número médio de aulas por capítulo, basta considerar a carga horária de 9 semanas

(no caso da frente A, 18 aulas – 9x2 –; no caso da frente B, 9 aulas – 9x1) e dividi-la pelo número de

capítulos (no caso da frente A, 3 capítulos por volume e no da frente B, 2 capítulos).

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Manual do Professor

11Bernoulli Sistema de Ensino

Sugestão de distribuição de conteúdo

Trimestral

TRIMESTRE CAPÍTULO

1º trimestre

1º mês• A1 – Ideias sociais e políticas do século XIX – Unificação italiana, alemã e

Comuna de Paris• B1 – Brasil Império: Primeiro Reinado e Período Regencial

2º mês

• A2 – Estados Unidos no século XIX• A3 – Imperialismo• B2 – Brasil Império: Segundo Reinado• B3 – República da Espada

3º mês• A4 – Primeira Guerra Mundial• B4 – República Oligárquica

2º trimestre

1º mês

• A5 – Revolução Russa• A6 – Crise de 1929• B5 – Era Vargas• B6 – Período Democrático Liberal

2º mês• A7 – Nazifascismo e Segunda Guerra Mundial• B7 – Regime Militar: democracia sitiada e luta pelos direitos

3º mês• A8 – Guerra Fria• B8 – Nova República

3º trimestre

1º mês• A9 – Estados Unidos no século XX• A10 – Descolonização afro-asiática

2º mês • A11 – América Latina no século XX

3º mês • A12 – Nova Ordem Mundial

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12 Coleção EM2

Bimestral

BIMESTRE CAPÍTULO

1º bimestre

1º mês

• A1 – Ideias sociais e políticas do século XIX – Unificação italiana, alemã e Comuna de Paris

• B1 – Brasil Império: Primeiro Reinado e Período Regencial• A2 – Estados Unidos no século XIX• B2 – Brasil Império: Segundo Reinado

2º mês

• A2 – Estados Unidos no século XIX• A3 – Imperialismo• B2 – Brasil Império: Segundo Reinado• B3 – República da Espada

2º bimestre

1º mês

• A4 – Primeira Guerra Mundial• B4 – República Oligárquica• A5 – Revolução Russa• A6 – Crise de 1929

2º mês

• A5 – Revolução Russa• A6 – Crise de 1929• B5 – Era Vargas• B6 – Período Democrático Liberal

3º bimestre

1º mês

• A7 – Nazifascismo e Segunda Guerra Mundial• B7 – Regime Militar: democracia sitiada e luta pelos direitos• A8 – Guerra Fria• B8 – Nova República

2º mês• A8 – Guerra Fria• A9 – Estados Unidos no século XX• B8 – Nova República

4º bimestre

1º mês• A10 – Descolonização afro-asiática• A11 – América Latina no século XX

2º mês• A11 – América Latina no século XX• A12 – Nova Ordem Mundial

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13Bernoulli Sistema de Ensino

Orientações e sugestõesCapítulo A1: Ideias sociais e políticas do século XIX – Unificação italiana, alemã e Comuna de Paris

O estudo desse capítulo tem como objetivo principal registrar o triunfo absoluto da burguesia, decorrente da superação irreversível da sociedade feudal pela sociedade capitalista. É importante fazer o aluno refletir sobre o tipo de sociedade que emergiu da nova realidade, suas características e contradições.

A introdução ao estudo sobre as doutrinas sociais pode ser feita com uma problematização, partindo do seguinte questionamento:

Os progressos da ciência e da técnica produziram riquezas e melhoraram consideravelmente a vida de muita gente, mas

• populações inteiras ainda vivem em pobreza absoluta;

• desigualdades profundas continuam dividindo povos e pessoas;

• continuam as violações dos direitos humanos.

Esses aspectos negativos permanecem, ainda que, desde o século XIX, o proletariado tenha iniciado uma movimentação, buscando modificar tal situação, teóricos revolucionários tenham proposto novas formas de organização social, o Estado tenha legislado a fim de minimizar o sofrimento e a miséria da classe proletária e até a Igreja Católica tenha se manifestado por meio das Encíclicas Papais.

Conhecer essas propostas e seus resultados é o principal objetivo desse estudo.

A doutrina do socialismo científico requer maior cuidado em sua abordagem. Deve-se evitar que o aluno compreenda apenas parcialmente ou erroneamente os conceitos propostos, em função das ideias pré-concebidas que ele traz. A doutrina social da Igreja deve ser trabalhada também sob a ótica da atualidade, ficando claro que as encíclicas sociais apontam sempre para a necessidade de uma maior igualdade.

O estudo da política das nacionalidades deve ser introduzido com a retomada da realidade europeia que emergiu do Congresso de Viena e que se caracterizou pelas reações à proposta conservadora liderada pela Áustria. Além da eclosão dos movimentos de cunho liberal ocorridos nas décadas de 1820, 1830 e em 1848, também o nacionalismo tomou corpo e influenciou movimentos de emancipação e, ao mesmo tempo, de unificação, no continente. Daí a ênfase aos movimentos de Unificação da Itália e da Alemanha.

Ao estudar esses dois movimentos, o aluno deverá ser capaz de:

• conceituar nacionalismo como resultado da divisão do movimento geral a favor da Revolução depois de 1830;

• identificarossegmentossociaisadeptosdonacionalismo;

• explicitarasjustificativasdonacionalismonoséculoXIX;

• inferir que o processo de Unificação da Itália se verificou anulando osmovimentos populares,estabelecendo a monarquia, sob a hegemonia do Reino de Sardenha-Piemonte;

• concluirqueaUnificaçãodaAlemanha,lideradapelaPrússia,significouofimdahegemoniaaustríacasobre os demais Estados alemães;

• relacionaraUnificaçãodaAlemanhaàslutascontraaFrança;

• concluir que, na década de 1870, a burguesia e o capitalismo haviam triunfado na Europa.

Sobre a Comuna de Paris, peça a seus alunos que assistam a videoaula sobre o tema. Apresente junto aelesasrazõeseasconsequênciasdessegrandemomentodeebuliçãosocialnaFrança.

É importante que o aluno perceba que as transformações da segunda metade do século XIX provocaram novas rivalidades que estiveram na origem da Primeira Guerra Mundial, que abriu o século XX.

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14 Coleção EM2

Capítulo A2: Estados Unidos no século XIXInicie o capítulo com a leitura dos trechos apresentados na introdução, levando o aluno a refletir a respeito

de cada posicionamento e de seu significado no contexto histórico dos Estados Unidos no século XIX.

Analise a organização política e econômica dos Estados Unidos após a sua independência e o processo de expansão territorial que se sucedeu. A conquista do Oeste pelos Estados Unidos reconfigurou completamente as ex-colônias inglesas. Explore o mapa relativo à expansão dos Estados Unidos e analise com os estudantes as causas que levaram a mesma, com o auxílio da videoaula apresentada no material. Apresente as investidas e negociatas realizadas para promover esse processo.

É importante que o aluno compreenda o significado do Destino Manifesto na história estadunidense, crença que levou e leva esse país a exercer atitudes francamente imperialistas no continente americano e em todas as regiões do globo desde o século XIX.

Sobre a Guerra de Secessão, é importante destacar o período pós-guerra que, apesar da abolição da escravidão, conheceu uma reconstrução segregacionista que reforçou uma ideologia racista, especialmente nos estados do Sul. Por outro lado, o aluno deve compreender que o poder político da burguesia empresarial e comercial dos estados do Norte alavancou a industrialização dos Estados Unidos, que se transformaram em uma nação capitalista, assumindo, como consequência, uma posição hegemônica na economia internacional no início do século XX.

Conclua o estudo desse capítulo enfatizando os conceitos de Doutrina Monroe, do pan-americanismo e da política do Big Stick, que fundamentam a ação imperialista estadunidense em relação à América Latina.

Para concluir, faça a seguinte reflexão: A ideia de independência pode ser relativa? O que é necessário para que um país possa ser considerado, de fato, independente? Podemos considerar que os países latino--americanos ficaram, de fato, independentes, após completarem os seus movimentos emancipacionistas?

Capítulo A3: ImperialismoSe quiser, faça a introdução do capítulo com a leitura de uma notícia atual sobre a realidade de algum

país da África ou da Ásia, cujo conteúdo possa ser analisado como resultado do processo de dominação europeia nessas regiões no século XIX.

No estudo desse capítulo, é importante que o aluno compreenda o processo de transformação do capitalismo, a partir da Revolução Industrial, e o surgimento do capitalismo monopolista, que resultou no apogeu da hegemonia europeia.

Enfatize o caráter universal que fundamenta a formação capitalista. Nesse sentido, o capital não tem fronteira e nem pátria. As ações imperialistas que caracterizaram a superação do capitalismo concorrencial e a constituição do capitalismo monopolista atingiram e dominaram pelas armas, pelo suborno e pelo capital, praticamente todo o mundo. Isso aprofundou historicamente o abismo que separa os países capitalistas, que se industrializaram primeiro, daqueles que tiveram uma industrialização tardia e que foram dominados pela ação imperialista, tornando-se dependentes e periféricos. Tudo isso se justifica por uma ideologia sustentada na missão civilizadora do homem branco. Sob esse olhar, o conteúdo deve ser desenvolvido, levando a aluno a compreender o processo de abertura, partilha e dominação dos continentes africano e asiático. Peça a seus alunos que assistam à videoaula sobre a partilha da África e da Ásia, para que compreendam os artifícios e motivações que proporcionaram às potências do final do século XIX a buscarem novos mercados em outras partes do globo.

Não deixe de ressaltar que todo esse processo de dominação não aconteceu sem resistência da população nativa que, no entanto, foi impotente para suportar tanta força.

Após o estudo desse capítulo, o aluno deverá ser capaz de:

• analisar o papel que as concentrações industriais desempenharam na formação do capitalismo monopolista;

• estabelecer a relação entre imperialismo e capitalismo monopolista;

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15Bernoulli Sistema de Ensino

• explicitar e analisar o processo de partilha do mundo como decorrência da corrida imperialista.

• explicitarosargumentosusadospelaspotênciasocidentaisparajustificarsuaaçãoimperialista;

• explicarosignificadoqueadominaçãodaÍndiatevenaexpansãodocolonialismoinglês;

• destacarosmovimentosderesistênciaaocolonialismoocidental.

Capítulo B1: Brasil Império: Primeiro Reinado e Período RegencialNessecapítulo,busca-sedefinirosprimeirosanosdoBrasilImperial.Naprimeiraparte,sãoapresentados

osanosdoreinadodeD.PedroI.Comoobjetivodeestimularoalunoparaoestudodocapítulo,você,professor,deveseconcentraremduasideiascentraisnaintroduçãodotema:independênciaemonarquia.Trateoqueéindependênciadeumpaísnavisãodoaluno.Relativizeoconceitodeindependênciaquandoforemabordadosassuntoscomopolíticaexternaeeconomia.Expliqueaoalunosobreamonarquiaesobrea importância dessa fase para aHistória doBrasil, ressaltando como funciona um regimemonárquico eexemplificandocomospaísesquehojeadotamessemodelopolítico.Comentecomosalunossobreoplebiscitode1993,quandooBrasilpôdeopinararespeitodeumapossívelrestauraçãodoregimemonárquico.

VocêpoderáexplicarafasedetransiçãodaIndependênciaeoselementospolíticosresponsáveispeloprocessocentralizadordopoder,pormeiodaConstituiçãode1824.OsefeitosdacentralizaçãoeosconflitospolíticosdevemmarcaraanálisedoPrimeiroReinado.Emseguida,professor,esclareçaatransiçãopara oPeríodoRegencial.

AsegundapartedocapítulobuscaanalisarosconturbadosanosdetransiçãoentreosdoisReinados.Apresenteasprincipaismudançasdessafase,destacandooesforçodescentralizadordosprimeirosanosdaRegência.Osconflitosregenciaisdevemsertratadoscomoresultadodeumademandasociopolítica,eanecessidadedecentralizaçãodopoderpeloGolpedaMaioridadedevesercompreendidacomoumademandaporumaordempolíticaemmeioaosdifíceisanosdaRegência.UtilizeavideoaulaapresentadanomaterialparacontextualizaromomentodaorganizaçãopartidáriadopaísnoPeríodoRegencialeestabeleçarelaçõescomaconfiguraçãoatualdaorganizaçãopartidáriabrasileira.Citeasprincipaiscaracterísticasdasrevoltasregenciaisparaosalunose,sequiser,poderápedirumapequenaapresentaçãoemgrupoarespeitodasrevoltasecompará-las,oqueumaboaestratégiaparatratarotema.

Capítulo B2: Brasil Império: Segundo ReinadoNesse capítulo, são destacados os anos do Segundo Reinado (1840-1889). Na fase inicial, explique

atransiçãopolíticadaRegênciaparaoSegundoReinado,enfatizandoaanálisedaRevoltadaPraieira.

VocêdeverálembraroalunodaimportânciadoreinadodeD.PedroII,ressaltandoalongevidadedeseugovernoeopapelcontroversodomonarcanahistoriografia.Incentiveosalunosapesquisarumpoucoarespeitodapersonalidadedoimperador;issopodeserestimulanteparaoestudodocapítulo.AproveiteparaquestionarsealgumalunojávisitouoMuseuImperialemPetrópolise,searespostaforpositiva,peçaumdepoimentodaexperiênciaparaasala.Emseguida,professor,abordeosaspectoseconômicos,sociaiseexternosdoperíododoSegundoReinado.Arespeitodaescravidão,emboapartedoSegundoReinadoasdiscussõessobreaaboliçãodefinitivadaescravaturamarcaramopanoramasocioeconômicodoBrasil.Analiseavideoaulaparaapresentaraosalunosasnuancesdomovimentoabolicionistanacional.Seriadegrandevaliadestacara importânciadaintroduçãodaculturacafeeiraea importânciaqueocaféaindapossui nos dias atuais.

Trabalhe a entrada dos imigrantes no Brasil. Questione os alunos sobre como se deu a constituição de suas famílias. Observe se eles têm contato ou são descendentes de pessoas quemigraram paraopaísno finaldoséculoXIXe iníciodoséculoXX.Estimuleosalunosa trazerem fotografiasdeseusascendentese/oucurtoscomentáriosarespeitodesuasorigens.Porfim,vocêpoderáabordarosúltimosanosdoSegundoReinado,apresentandoosfatoresquecontribuíramparaasuaquedaeparaoadvento daRepública.

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16 Coleção EM2

Comentário e resolução de questõesMarx e Engels construíram uma nova teoria do funcionamento da História – o materialismo histórico –, em que as condições materiais são determinantes na vida dos homens e das sociedades.

• A teoria da evolução socialista, segundo a qual o processo dinâmico e dialético da evolução histórica prosseguiria ao longo do tempo, mesmo após a implementação da sociedade socialista. Essa evolução se daria a partir de constantes revo luções, que representariam a vitória da nova ordem sobre a antiga, até que fosse atingida a meta perfeita do comu nismo. Esse sistema só seria implantado quando a sociedade socialista atingisse o estágio de uma sociedade sem classes, o que significaria o estabelecimento de uma igualdade plena e o apogeu da justiça. Nesse estágio, ninguém viveria da propriedade, mas unicamente do trabalho, e o Estado esta ria fadado a desaparecer. O controle da sociedade seria, então, substituído por associações voluntárias para geren ciar os meios de produção e suprir as necessidades sociais. A essência do comunismo seria o pagamento segundo as necessidades, assim o sistema de salários seria completa mente abolido e cada cidadão trabalharia de acordo com as suas capacidades e receberia segundo as suas necessidades.

• O movimento de luta de classes, ou seja, o conflito que desencadearia a evolução dialética da História, seria sempre o confronto entre opressor e oprimido. Na Idade Antiga, havia uma luta entre nobres e escravos, entre patrícios e plebeus; na Idade Média, existia o conflito entre os senhores feudais e os servos; no século XIX, o confronto se traduzia na luta entre aqueles que possuíam os meios de produção industriais (capitalistas) e o proletariado, que precisava vender a sua força de trabalho para conseguir um salário. De acordo com o pensamento de Marx, o proletariado era a classe verdadeiramente revolucionária, pois encarnaria as contradições do sistema e suas lutas seriam o próprio processo de transformação do capitalismo.

B) A doutrina da mais-valia consiste no cálculo da medida exata da exploração dos trabalhadores no sistema capitalista. Para Marx, toda riqueza é criada pelo trabalha dor, pois o capital nada cria, sendo ele próprio criado pelo trabalho. O valor de toda mercadoria seria determinado pela quantidade de trabalho necessária para produzi-la. Contudo, o trabalhador não receberia o valor total do que o seu trabalho produzisse; ao invés disso, receberia um salário que, em geral, seria insuficiente para lhe dar uma vida digna. A diferença entre o que o trabalhador produz e o que ele recebe é denominada mais-valia e vai para as mãos do capitalista, constituindo parte significativa do seu lucro.

C) A organização econômica do Estado, ou seja, a maneira como a riqueza é produzida e distribuída, é o motor da História. Para os socialistas marxistas, o devir histórico obedecia ao materialismo dialético, um sistema cujas bases se encontravam no pensamento do filósofo alemão Hegel.

CAPÍTULO – A1Ideias sociais e políticas do século XIX – Unificação italiana, alemã e Comuna de Paris

Exercícios de aprendizagem

Questão 01Comentário:

A) O socialismo utópico propunha o estabelecimento de uma sociedade ideal, em que todos trabalhariam e compartilhariam dos lucros do trabalho, sem, no entanto, apresentar propostas práticas para torná-la real.

B) O aluno poderá escolher um dos teóricos do socialismo utópico (Saint-Simon, Fourier, Robert Owen e Louis Blanc) para, em seguida, apresentar a sua proposta. Por exemplo:

• Saint-Simon (1760-1825): almejava uma modificação social por meio da colaboração dos burgueses, de forma que o seu lucro pudesse beneficiar os trabalhadores. Além disso, defendia que o poder deveria ficar nas mãos de uma elite de escritores, artistas, cientistas, industriais, banqueiros e comerciantes, responsáveis por criar condições humanitárias para o bem-estar e o desenvolvimento social.

• François Marie Charles Fourier (1772-1837): propunha a criação de falanstérios, livres associações de capitalistas, operários e administradores que se organizariam dentro de normas cooperativistas, destinadas a substituir a livre-concorrência. Seriam pequenas comunidades com menos de duas mil pessoas, onde cada indivíduo escolheria livremente um trabalho para realizar. Nos falanstérios, que possuiriam instalações industriais e áreas de cultivo agrícola, as pessoas teriam uma existência coletiva, de modo a garantir a sua subsistência. Por outro lado, essas comunidades não seriam totalmente autônomas, já que, para construir seus falanstérios, Fourier recorreria a empresários ricos que financiariam seus empreendimentos.

Questão 02Comentário:

A) Podem ser citadas várias características do marxismo, tais como:

• A interpretação econômica da História, segundo a qual o sistema econômico, e não a estrutura política, é o fator determinante da forma como as pessoas vivem em uma sociedade. Nessa interpretação, todos os movimentos políticos, sociais e intelectuais da História foram determinados, em grande parte, pelo ambiente econômico em que surgiram.

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Manual do Professor

17Bernoulli Sistema de Ensino

A partir da filosofia hegeliana, Marx postulou que o movimento da História não seria apenas dialético como Hegel já apontara, mas também materialista, diferenciando-se nesse ponto do sistema proposto por esse filósofo. Para Marx, cada sistema econômico cresceria até alcançar um ponto de máxima eficiência; após isso, suas con tradições e fraquezas internas, até então latentes, começariam a despontar. Nesse sentido, as contradições internas trariam consigo a rápida decadência e a transformação do sistema. Em outras palavras, a partir do antigo sistema, devido a suas contradições, começam a se estabelecer, pouco a pouco, os fundamentos de um sistema oposto, o qual acaba por substituir o antigo ao mesmo tempo que absorve os seus elementos mais significativos. Assim, enquanto a riqueza for injustamente distribuída, haverá sempre o choque entre aqueles que se beneficiam com a concentração da riqueza e os outros que pouco recebem. No capitalismo, essa situação se traduz na luta entre os que possuem os meios de produção e os que têm o trabalho explorado, ou seja, a luta entre o capitalista e o proletariado.

Questão 03Comentário:

• Capitalismo: desigualdade social, concentração de renda, exploração e opressão do proletariado, condições precárias de trabalho, controle dos meios de produção pela burguesia, concentração do poder político nas mãos da burguesia.

• Socialismo utópico: propostas de reforma do capitalismo, ênfase na solidariedade humana, combate ao individualismo, defesa da aliança entre burguesia e proletariado, propostas de fundação de comunidades-modelo.

• Socialismo científico: proposta revolucionária, análise racional da realidade capitalista, materialismo histórico e dialético, luta de classes, revolução realizada pelo proletariado a nível internacional, proposta de uma etapa intermediária de transição do capitalismo para o comunismo.

• Anarquismo: oposição a toda forma de dominação (Estado, propriedade privada, instituições religiosas, família), defesa da coletividade, revolução para destruição do capitalismo e implantação do comunismo, defesa de sociedade sem classes, defesa da igualdade absoluta.

• Catolicismo social: proposta reformista do capitalismo, defesa da justiça social, ensinamentos cristãos como forma de combate aos problemas do capitalismo, crítica a propostas revolucionárias, defesa da intervenção do Estado e de leis trabalhistas.

Questão 04Comentário:

A) Entre 1815 e 1848, houve uma afirmação do liberalismo, a ideologia da burguesia que, ao defender os direitos ou liberdades do indivíduo, consagrados como naturais pelas revoluções oitocentistas, justificava a ascensão política dessa classe, paralela à ascensão socioeconômica. Essa nova posição da burguesia prenunciou o aparecimento de uma outra visão de mundo, conhecida como Romantismo, que se fundamentava na valorização da natureza, da liberdade, da igualdade e da justiça. O Romantismo apresentava

a ideia do indivíduo detentor de direitos próprios. Se havia direitos individuais, também existiriam direitos específicos para cada um dos grupos “diferentes” de pessoas, que poderiam se autodeterminar. Essa postura resultou no desenvolvimento do nacionalismo. Desse modo, o Romantismo fundamentou os diversos nacionalismos, pois estabeleceu a existência, como se fosse natural, de entidades coletivas nacionais semelhantes aos indivíduos, introduzindo no cenário político europeu a figura da nação, representada como pátria da população, que, assim, se apegava aos valores e projetos da burguesia.

B) No século XIX, a burguesia e o proletariado urbano alteraram suas posições relativas em meio ao processo de transformação capitalista das sociedades europeias. Até 1848, durante as lutas para consolidação da sociedade capitalista liberal, a burguesia agiu como uma força de transformação, procurando desmontar as estruturas do Antigo Regime na Europa. Nisso, teve o apoio do proletariado urbano, também insatisfeito com o domínio da nobreza, mas ainda sem uma consciência de classe e de luta própria e consolidada. A sucessão de lutas revolucionárias pela afirmação da sociedade liberal resultou, por um lado, na vitória da burguesia, que conseguiu estabelecer sua hegemonia político-econômica e, por outro lado, no surgimento de uma consciência de classe sólida no proletariado urbano. Esse grupo passou a ter uma ideologia própria – o socialismo – e deixou de ser massa de manobra da burguesia. Dessa forma, o proletariado, a partir da revolução de 1848, se afirmou como a principal força de transformação da sociedade. Diante disso, a burguesia associou-se à nobreza decadente para assegurar suas conquistas, ameaçadas pelo movimento proletário, tornando-se, a partir da segunda metade do século XIX, uma força de conservação da sociedade. A ameaça de eclosão de movimentos revolucionários do proletariado levou a burguesia a valorizar o nacionalismo como forma de manter sua hegemonia política e socioeconômica, procurando angariar o apoio de grande parte da população por meio da exacerbação dos sentimentos nacionalistas, enfraquecendo também o movimento operário.

Questão 05Comentário:

A) A Revolução Industrial resultou na formação de uma nova força de transformação da sociedade ocidental, com o surgimento do proletariado, que encontrou nos movimentos nacionalistas uma ideologia que lhe forneceu uma identidade coletiva. Ao mesmo tempo, os nacionalismos conseguiram atrair vastas camadas da população para os movimentos burgueses que defendiam a glória e o desenvolvimento da nação.

B) De início, o panorama político europeu passou a ser caracterizado pela chamada “Política das Nacionalidades”, concretizada a partir de movimentos nacionalistas conscientes representados pelos chamados “movimentos jovens”. Na segunda metade do século XIX, os movimentos nacionalistas tornaram-se grandes forças transformadoras do cenário político internacional, forçando mudanças nas fronteiras europeias, por meio de movimentos de independência ou de unificação. À medida que se fortaleciam, os movimentos nacionalistas se voltavam ora para propostas identificadas com os interesses do proletariado, ora para as propostas mais ligadas à burguesia.

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18 Coleção EM2

C) A política das nacionalidades, identificada com os interesses do proletariado, deu origem a movimentos de caráter republicano. Na política internacional, influenciou o crescimento do militarismo e a rejeição ao estrangeiro (xenofobismo), provocando nas nações a ambição de conquista e dominação. Esse fato contribuiu para a eclosão de guerras e genocídios, transformando-se em uma das causas da Primeira Guerra Mundial.

Questão 06Comentário:

A) Desde a Idade Média, a Itália permaneceu dividida em várias unidades políticas independentes entre si. A presença do papado, do Sacro Império Romano Germânico e das cidades comerciais autônomas impediu que a Itália se transformasse em um Estado Nacional, na Baixa Idade Média. Com a derrota de Napoleão Bonaparte em 1815, o Congresso de Viena provocou alterações importantes no mapa político da Península Italiana, que ficou dividida em sete Estados distintos, ficando quase 50% da península sob domínio da Áustria, que se tornou o maior de todos os impérios territoriais da Europa centro-oriental.

B) A Sardenha-Piemonte deu início ao movimento de unificação da Itália promovendo a expulsão e a eliminação da supremacia austríaca nos seus territórios setentrionais. Em 1859, obteve o apoio da França, em troca de recompensas territoriais. A aliança franco-piemontesa provocou a reação diplomática da Áustria-Hungria que resultou em uma declaração de guerra.

C) Em 1859, os nacionalistas italianos, aliados a tropas francesas, deram início à guerra contra o Império Austro-húngaro, que resultou na anexação da Lombardia, Toscana, Parma, Modena e parte dos Estados Pontifícios. Dessa forma, grande parte da Itália central passou ao domínio do Piemonte. Giuseppe Garibaldi anexou o reino das Duas Sicílias e, em 1860, conquistou Nápoles. Em seguida, foram realizados plebiscitos nas regiões da Úmbria, Marca e das Duas Sicílias. Em 17 de maio de 1861, o rei Vítor Emanuel II recebeu do governo da Itália Meridional o título de rei da Itália.

Questão 07Comentário: Durante a Guerra Franco-Prussiana, Roma foi ocupada e declarada capital da Itália. O Papa Pio IX negou-se a reconhecer a autoridade do rei Vítor Emanuel II, confinando-se no Vaticano e recusando-se a aceitar qualquer proposta de entendimento. Essa situação ficou conhecida como Questão Romana e somente foi resolvida em 1929, com a assinatura do Tratado de Latrão entre Mussolini e o Papa Pio XI, concedendo soberania ao Estado do Vaticano.

Questão 08Comentário:

A) Desde a Idade Média, existia na região da Alemanha uma série de Estados independentes unidos nominalmente sob o título de Sacro Império Romano Germânico, uma entidade política cujo poder era limitado pelas tendências feudais de seus soberanos. A expansão napoleônica eliminou os restos do antigo império medieval com a organização da Confederação do Reno. Após a queda de Napoleão, o Congresso de Viena reorganizou o mapa político da Europa, criando a Confederação Germânica, que reuniu 39 Estados independentes. Somente no século XIX teve início o processo de unificação da Alemanha.

B) Quando a Confederação Germânica foi criada, o Império Austro--Húngaro e a Prússia passaram a disputar a sua liderança, que acabou nas mãos dos austríacos, já que possuíam maior influência no Congresso de Viena. Apesar de ser uma grande potência militar e territorial na Europa, o Império Austro-húngaro mantinha estruturas econômicas tradicionais e decadentes. A Prússia, por sua vez, era mais desenvolvida comercial e industrialmente, e somente ela poderia ser considerada essencialmente germânica, pois o Império Austro-Húngaro era um Estado multinacional e católico, enquanto a maior parte dos alemães era protestante. Dessa forma, sob a liderança da Prússia, desenvolveu-se o processo de unificação alemã.

C) Bismarck era defensor de uma atuação política pragmática para o desenvolvimento da nação. Essa posição política, que ficou conhecida como Realpolitik, defendia que os fins da nação sempre justificam os meios. Isso significou que, para Bismarck, a unidade alemã só poderia ser alcançada por meio de guerras e pelo desenvolvimento industrial forte.

Questão 09Comentário: Com a derrota na Guerra Franco-Prussiana, a França foi obrigada a ceder para a Alemanha o território da Alsácia-Lorena, além de pagar uma pesada indenização. Esse fato provocou o desenvolvimento de um nacionalismo francês mais agressivo, ganhando aspecto de revanche em relação à Alemanha. Como resultado dessa guerra, a Alemanha concluiu seu processo de unificação nacional e pôde assumir uma posição dianteira na corrida pelo crescimento econômico e industrial na Europa. Os anos que se sucederam resultaram em um clima de grande rivalidade entre os dois países e em um equilíbrio bastante tenso e frágil entre as potências europeias (agravado também pela competição por colônias na África e na Ásia), contribuindo para o início da Primeira Guerra Mundial.

Questão 10Comentário: A Comuna de Paris representou uma tentativa de organização do poder operário em oposição ao governo burguês da Terceira República francesa. Com o início da sublevação, foi constituído um poder central, que criou um órgão de governo revolucionário (Comuna), o qual administrou Paris por cerca de dois meses. Todos aqueles que participaram do movimento identificavam-se com a luta pelo socialismo.

Questão 11Comentário: A Comuna determinou a separação entre a Igreja e o Estado, a substituição dos exércitos permanentes por milícias populares, a supressão do trabalho noturno nas padarias, o congelamento dos preços dos alimentos e aluguéis, a criação de creches e escolas para os filhos dos trabalhadores e a reabertura das fábricas, cuja direção foi entregue a corporações operárias.

Questão 12Comentário:1811: Início do movimento ludita1830: Revoluções liberais na Europa1836: Início do movimento cartista1848: Publicação do Manifesto Comunista1848: Primavera dos Povos1864: Primeira Associação Internacional dos Trabalhadores1871: Comuna de Paris1891: Encíclica papal Rerum Novarum

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19Bernoulli Sistema de Ensino

Exercícios propostos

Questão 01 – Letra BComentário: Todos os conceitos estão relacionados a formas de resistência e / ou alternativas ao capitalismo no século XIX, exceto o humanismo, movimento cultural que esteve ligado à Baixa Idade Média e ao Renascimento Cultural.

Questão 02 – Letra AComentário: Baseando-se na análise crítica da estrutura capitalista, Marx e Engels concluíram que a sociedade de cada época é determinada pelas condições econômicas, ou seja, é o sistema econômico, e não a estrutura política, que determina como as pessoas vivem em sociedade. A maneira como os homens se organizam para produzir os bens necessários à sua própria sobrevivência, isto é, as relações sociais de produção, determinam como a sociedade se organiza em seus vários níveis (político, jurídico, institucional, ideológico). Ao afirmarem isso, Marx e Engels construíram uma nova teoria da História, o materialismo histórico, segundo a qual as condições materiais de vida são determinantes na vida dos homens e das sociedades.

Questão 03 – Letra BComentário: Entre as vertentes socialistas, destaca-se o marxismo, que combateu veementemente o sistema capitalista. De acordo com a análise marxista, por meio da revolução proletária, a burguesia seria derrubada do poder e os meios de produção passariam para o Estado, que seria responsável por promover a coletivização da propriedade e dos meios de produção. Segundo ainda essa vertente, quando as riquezas estivessem distribuídas de forma igualitária, a sociedade passaria a vivenciar o regime comunista.

Questão 04 – Letra AComentário: A Revolução Industrial provocou uma série de transformações no mundo contemporâneo, alterando de forma significativa o modo de vida do homem e as relações de trabalho. Desemprego, trabalho infantil, exploração do trabalho feminino, grande concentração populacional e ausência de infraestrutura nos bairros das áreas industriais e nos próprios locais de trabalho, entre outros aspectos, fazem parte da chamada questão social, que foi reflexo desse processo de industrialização iniciado na segunda metade do século XVIII e da consequente consolidação do sistema capitalista. Essa realidade impulsionou a formação de diversos movimentos de reação do operariado e de ideologias que questionavam esse sistema. Portanto, a alternativa que apresenta essa relação corretamente é a letra A.

Questão 05 – V F V VComentário: Com exceção da segunda afirmativa, todas apresentam informações corretas a respeito do liberalismo, imperialismo, socialismo e processo de unificação alemã. A segunda afirmativa apresenta um dado falso ao associar o liberalismo à defesa do intervencionismo estatal na economia, o que na verdade seria o contrário: os defensores do liberalismo acreditavam que não eram necessárias intervenções na economia. Segundo eles, o próprio mercado dispunha de mecanismos próprios de regulação do setor econômico.

Questão 06 – Letra BComentário: A corrente ideológica anarquista se caracterizou pela oposição a qualquer forma de autoridade, visto como incompatível com a liberdade humana.

Segundo seus defensores, todo Estado é opressor, posicionando-se contra até mesmo a ideologia marxista, que defendia o socialismo, uma fase em que a sociedade contaria com o Estado proletário. Desse modo, o texto, que afirma “para nós, a autoridade não é necessária à organização social”, está de acordo com o pensamento anarquista.

Questão 07 – Letra DComentário: A unificação italiana foi liderada pelo reino da Sardenha-Piemonte que, na época, conhecia um grande processo de industrialização. Essa liderança atendia aos anseios de expansão dos negócios da burguesia desse reino, que desejava obter um mercado nacional mais amplo e uma oferta maior e mais barata de mão de obra e de matérias- -primas. Esse processo foi permeado pela chamada “Política das Nacionalidades”.

Questão 08 – Letra BComentário: Os graves problemas sociais provocados pelo processo da Revolução Industrial impulsionaram a articulação dos movimentos operários e a formação de ideologias socialistas e anarquistas. Diante dessa realidade, a Igreja, que inclusive foi alvo de críticas desses movimentos, manifestou-se oficialmente sobre o tema. Assim, em 1891, o papa Leão XIII editou a encíclica Rerum Novarum, que defendia a colaboração das forças do capital e do trabalho sob a égide dos valores cristãos. Essa medida deu origem ao chamado catolicismo social, que também se caracterizou pela crítica às desigualdades sociais, mas rejeitou as ideologias da esquerda. Portanto, a alternativa que dialoga com essa ação da Igreja Católica no final do século XIX é a letra B.

Questão 09 – Letra EComentário: Tanto a Itália quanto a Alemanha adotaram o regime monárquico de governo após as suas unificações, tendo de enfrentar a Áustria durante o processo unificador. Por sua vez, a Inglaterra, que estava envolvida na expansão imperialista sobre a África e a Ásia, não participou dos processos de unificações. Assim, a alternativa E deve ser assumida como correta por explicitar o caráter elitista e conservador das unificações e demonstrar como as regiões mais industrializadas da Alemanha e da Itália, da Prússia e de Piemonte, respectivamente, ocuparam um papel de vanguarda no movimento de unificação.

Questão 10 – Letra DComentário: O processo de unificação italiana havia desagradado ao papa Pio IX, que se declarou um prisioneiro dos italianos e negou o reconhecimento da autoridade da monarquia italiana. Esse conflito entre o poder temporal e o espiritual ficou conhecido como a Questão Romana.O atrito só foi solucionado em 1929, com o Tratado de Latrão, pelo qual Mussolini, o então primeiro-ministro da Itália fascista, desejando o apoio da Igreja, criou o Estado do Vaticano, indenizou a Igreja pelos territórios perdidos e instituiu o Ensino Religioso nas escolas italianas.

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Questão 11 – Letra EComentário: Karl Marx e Friedrich Engels, a partir de uma análise crítica do sistema capitalista no século XIX, que se consolidava com a Revolução Industrial, desenvolveram a teoria socialista, idealizando uma sociedade sem desigualdades. De acordo com o pensamento marxista, a transformação da sociedade se daria pela via revolucionária, com a derrubada do capitalismo pelo operariado e a tomada do poder e dos meios de produção por essa classe. Desse modo, a única alternativa que apresenta uma relação coerente entre os pensadores e suas teorias é a letra E.

Questão 12 – Letra DComentário: A unificação da Itália contou com o apoio do republicano Garibaldi, mas o regime adotado foi a monarquia constitucional, o que beneficiou os setores dominantes da sociedade italiana, em especial piemontesa, o que torna a alternativa A incorreta. A alternativa B apresenta-se incorreta, já que a unificação italiana, ao incorporar os Estados papais (da Igreja), entrou em conflito com os interesses clericais. A alternativa E incorre em dados falsos por defender que as unificações representaram uma derrota dos nacionalismos frente ao conservadorismo do Congresso de Viena. A alternativa correta é a D, pois afirma que, antes mesmo da unificação alemã, já existia uma união alfandegária entre os Estados Germânicos e a Prússia.

Questão 13 – Letra DComentário: A Comuna de Paris foi um movimento revolucionário em que as massas de Paris, lideradas sobretudo por socialistas, revoltaram-se e tomaram o controle da cidade. Milícias populares formaram-se e foi implantada a gestão operária em várias fábricas. Apesar da derrota do movimento, a Comuna de Paris foi a primeira experiência de governo operário e socialista da História, chegando a inspirar Lênin, revolucionário russo de 1917.

Questão 14 – Letra CComentário: A Prússia precisava desenvolver o seu militarismo, uma vez que um leque considerável de nações se opunha a uma possível unificação alemã, em especial a Áustria, que controlava algumas regiões da Alemanha. Os junkers, nacionalistas que compunham a aristocracia rural alemã, foram a base social de apoio a Bismarck, arquiteto da unificação e responsável pela concepção de uma unificação conservadora. Assim, a alternativa que melhor completa as lacunas do texto é a C.

Questão 15 – Letra DComentário: Os chamados socialistas utópicos criticavam o sistema capitalista sem, no entanto, propor uma alternativa concreta para a construção de outra sociedade. Por esse motivo, os marxistas passaram a chamá-los de socialistas românticos. Nas alternativas apresentadas, Rosa Luxemburgo é a única que não se enquadra nessa corrente socialista, já que ela foi uma forte defensora do marxismo. A revolucionária chegou a participar ativamente de insurreições na Alemanha, como o Movimento Espartaquista, e ser uma das fundadoras do Partido Comunista da Alemanha (KPD).

Questão 16 Comentário: Tanto o anarquismo quanto o socialismo científico pretendiam superar o capitalismo e alcançar uma sociedade com plena igualdade, sem Estado, sem propriedade privada e sem classes sociais. No entanto, marxistas e anarquistas discordavam quanto ao processo para cumprir seus objetivos: enquanto os primeiros salientavam a importância da ditadura do proletariado como fase de transição para o comunismo, os anarquistas afirmavam que mesmo este Estado, sob o poder dos trabalhadores, é opressor, pois a opressão é inerente a todo e qualquer tipo de poder. Dessa forma, para os anarquistas, a máquina do Estado não deveria ser tomada, mas definitivamente abolida, sem passar pela fase socialista.

Questão 17 Comentário:

A) A encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII deu início à discussão sobre a questão social na Igreja Católica e resultou no que chamamos de catolicismo social. Nessa encíclica, Leão XIII criticou severamente a desigualdade imposta pelo capitalismo, mas, ao mesmo tempo, rejeitou o socialismo marxista. O Papa defendeu a colaboração das forças do capital e do trabalho sob a égide dos valores cristãos. Também, alertou os proletários e os capitalistas de seus deveres mútuos e defendeu a intervenção do Estado no sentido de impedir a exploração dos trabalhadores por meio de leis que regulamentassem as relações trabalhistas.

B) O capitalismo industrial acentuou as desigualdades sociais pela concentração dos meios de produção nas mãos de uma minoria (a burguesia industrial), que explorava uma massa trabalhadora (o proletariado), submetida a condições desumanas de vida e de trabalho. Essa nova realidade é conhecida como “questão social” e está na origem de diversos movimentos de reação do proletariado, assim como se tornou tema de discussão de outros segmentos, como o Estado e a própria Igreja Católica. Esse quadro fez surgir também os movimentos socialistas que pregavam a criação de uma nova sociedade, livre da miséria e da exploração reinante.

Questão 18 Comentário:

A) Os anarquistas defendiam a ideia de que a educação deve ser um agente revolucionário e ter como objetivo destruir tudo que oprime e explora o ser humano. Outra ideia central do movimento anarquista é a primazia do indivíduo sobre a sociedade, da qual decorre a noção de que o indivíduo é único e possui, por sua natureza, direitos que não podem ser discutidos por nenhuma forma de organização social.

B) Os anarquistas defendem que, em lugar de se apoderarem do Estado, os trabalhadores devem lutar pela sua abolição radical e imediata. Da mesma forma, acreditam que deve ser abolido todo tipo de autoridade política opressora da liberdade humana.

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Questão 19Comentário:

A) A Guerra Franco-Prussiana faz parte do contexto histórico relacionado à eclosão da Comuna de Paris. Com a derrota da França, o imperador francês Napoleão III foi deposto e a Terceira República francesa, liderada pelos setores conservadores, proclamada. O novo governo comandado por Louis Adolphe Thiers aceitou os termos da rendição imposta pelos prussianos. Desse modo, a Comuna de Paris, que eclodiu no dia 18 de março de 1871, representou uma tentativa de organização do poder operário em oposição à nova República de caráter burguês e conservador.

B) A Comuna de Paris, apesar da forte resistência das massas de Paris, foi violentamente reprimida, com um saldo de cerca de 20 mil pessoas assassinadas pelo governo republicano. Mesmo permanecendo no poder por apenas 72 dias, a Comuna foi considerada a primeira experiência de governo operário e socialista da História. Com a derrota, o movimento operário francês perdeu força, mas passou a ser considerado um exemplo para outras organizações de cunho socialista, inclusive a Revolução Russa de 1917.

Questão 20Comentário: O autor do lema “a propriedade é um roubo” foi Proudhon, um anarquista que defendia uma sociedade fundamentada em grandes federações de comunas e cooperativas, em que os indivíduos e pequenos grupos disporiam de seus próprios meios de produção, mas não os possuiriam. Proudhon defendeu a criação de uma sociedade sem classes, sem exploração, uma sociedade de homens livres e iguais.

O socialismo marxista orientou a organização concreta da classe trabalhadora. Com o objetivo de reforçar, no movimento operário internacional, a consciência de classe, foi organizada a Associação Internacional dos Trabalhadores sob o lema “Proletários de todos os países, uni-vos”.

Seção Enem

Questão 01 – Letra AEixo cognitivo: III

Competência de área: 2

Habilidade: 13

Comentário: A Comuna de Paris foi uma sublevação popular considerada a primeira experiência de governo operário e socialista da História. Uma rebelião de caráter socialista levou à instituição de um governo revolucionário e popular em Paris, que representava o proletariado organizado em associações de bairros e sindicatos. Determinou-se o sufrágio universal como forma de escolha dos representantes da comuna, que guiou inúmeras transformações sociais que destinaram uma maior parcela do poder político para o operariado. As fábricas, por exemplo, passaram a ser dirigidas diretamente pelas corporações operárias. Desse modo, mesmo sendo uma experiência breve e violentamente reprimida por tropas conservadoras, a Comuna transformou-se num símbolo do poder popular, da mobilização contra os efeitos negativos do liberalismo e da possibilidade de participação política direta do proletariado nas decisões políticas do Estado.

Questão 02 – Letra AEixo cognitivo: II

Competência de área: 3

Habilidade: 14

Comentário: O texto I, de John Locke, expressa as principais características do pensamento liberal. De acordo com Locke, para garantir os chamados direitos inalienáveis do homem, que compreendiam a vida, a liberdade e a propriedade, os homens deixaram o estado natural e constituíram uma sociedade civil. Já o texto II, de Engels, apresenta outro ponto de vista sobre o tema. Segundo essa concepção, a forma como os indivíduos se organizam socialmente é conflituosa, o que a corrente do socialismo científico denomina de luta de classes, ou seja, o conflito que desencadearia a evolução dialética da História seria sempre o confronto entre opressor e oprimido. Desse modo, a alternativa que apresenta corretamente essa interpretação é a letra A.

Questão 03 – Letra CEixo cognitivo: III

Competência de área: 4

Habilidade: 16

Comentário: O texto de Marx aponta para uma mudança no cotidiano dos trabalhadores a partir do advento da industrialização e consequente consolidação do sistema capitalista. O trabalhador deixa de estar vinculado à terra e de servir, em regime de trabalho quase compulsório, ao dono desta terra. Embora o trabalhador seja livre e assalariado nas cidades e zonas urbanas, ele ainda não detém o controle sobre as técnicas e tecnologias de produção, que continuam sendo de propriedade da elite.

Questão 04 – Letra C Eixo cognitivo: III

Competência de área: 3

Habilidade: 13

Comentário: A Comuna de Paris é considerada a primeira experiência de caráter socialista após a divulgação das ideias marxistas. Considerada um marco na história francesa e mundial, ela trouxe a tona um Estado de trabalhadores que estabeleceram comunas livres e autônomas, tornando-se, inclusive, uma inspiração para a Revolução Russa posterior, apesar de sua curta duração.

Questão 05 – Letra BEixo cognitivo: III

Competência de área: 4

Habilidade: 18

Comentário: A Revolução Industrial, consolidada entre os séculos XVIII e XIX, exacerbou as desigualdades entre os proprietários dos meios de produção e os operários. A exploração era tanta que, em meio àquele processo, o chamado proletariado procurou se mobilizar, percebendo que seria somente por meio do seu próprio esforço que conseguiria reverter aquela situação desfavorável. É válido considerar, entretanto, como faz a alternativa correta, letra B, que, por vezes, essas lutas extrapolaram o sistema capitalista, considerando que somente a elaboração de um sistema alternativo, como o socialismo, seria a solução para as mazelas dos operários.

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Questão 06 – Letra AEixo cognitivo: II

Competência de área: 2

Habilidade: 7

Comentário: Conforme exposto na alternativa correta,

letra A, o processo de unificação italiana foi liderado pelo

reino de Piemonte-Sardenha, estado mais desenvolvido e

o único independente no norte da Itália, sob o comando do

Primeiro-Ministro, Cavour. Para que tal processo pudesse

ser concretizado, foi necessária, entretanto, a realização

de diversas guerras, entre elas o conflito travado contra os

Estados papais, que até então eram protegidos pela França.

Após a unificação, enfim, a monarquia implementada na

Itália se lançou à industrialização. Mesmo assim, é válido

ressaltar que ainda havia uma desigualdade interna, afinal,

o norte do país, industrializado, se destacava em relação

ao sul agrário.

CAPÍTULO – A2Estados Unidos no século XIXExercícios de aprendizagem

Questão 01Comentário: Sul (republicanos): defendiam a limitação dos

poderes do Governo Federal, opondo-se a qualquer medida de

intervenção nos assuntos internos dos estados, bem como a

preservação dos direitos privados dos cidadãos; representavam

os interesses econômicos dos estados escravistas e defendiam

uma política de baixas tarifas alfandegárias (livre-cambismo).

Essa corrente deu origem ao atual Partido Democrata.

Norte (federalistas): defendiam um governo central forte, capaz

de promover o desenvolvimento geral do país; representavam

os interesses econômicos dos estados industrialistas; defendiam

uma política protecionista (altas taxas alfandegárias);

não valorizavam a escravidão como força de trabalho.

Essa corrente deu origem ao atual Partido Republicano.

Questão 02 Comentário: Diante da divergência de interesses entre federalistas e republicanos, foi necessária a convocação de uma nova Assembleia Geral para a elaboração de uma Constituição que combinasse as duas tendências. Com isso, decidiu-se pela organização de uma República Federativa Presidencialista, que assegurasse a cada estado da Federação o direito de ter a sua própria Constituição. Em 17 de setembro de 1787, foi aprovada a Carta Constitucional, que entrou em vigor em 1789, quando George Washington foi eleito o primeiro presidente dos Estados Unidos da América.

Questão 03 Comentário: República: pressupõe um governo com mandato

definido, escolhido pelos cidadãos de acordo com os princípios

da democracia, ou seja, com o acesso amplo ao poder e

eleições periódicas.

Federativa: a federação é composta de estados que, juntos,

formam a União, sem perderem sua autonomia fora dos

negócios de interesse comum.

Presidencialista: a chefia do governo cabe ao presidente da

República, mantendo-se a independência e a harmonia entre

os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

Prerrogativa do Governo Federal: poder de lançar impostos

livremente e de tomar dinheiro emprestado.

Prerrogativa dos estados: manutenção dos poderes locais,

regulando a maioria dos interesses diários da população.

Questão 04Comentário: A conquista do Oeste, bastante lembrada

em livros e em filmes de Hollywood, representava para os

estadunidenses o avanço da “civilização” contra o wilderness,

ou seja, o lado da “fronteira” em que ficavam aqueles que eram

chamados de selvagens. Além disso, o imaginário da conquista

alimentou a ideologia do Destino Manifesto, cujo princípio era

o de que os Estados Unidos foram escolhidos por Deus para

levar seus valores para outros lugares considerados inferiores

e, portanto, também “selvagens”. Esse imaginário da “fronteira

sempre aberta” contribuiu para a consolidação do nacionalismo

republicano dos Estados Unidos.

Questão 05Comentário: A conquista do Oeste significou a ocupação

gradativa de todo o território além dos montes Apalaches

e foi feita em duas etapas distintas (mas não lineares ou

contínuas): a conquista do Middle West e a conquista do

Far West. Os territórios foram incorporados pela compra

(Louisiana, Flórida e Alasca); pela diplomacia (o Oregon foi

negociado com a Inglaterra); e pela guerra (Texas, Novo

México e Califórnia).

Questão 06Comentário: Após a anexação do Texas, em 1845, os

estadunidenses provocaram uma guerra com o México, que

terminou com a derrota mexicana, cujo governo foi obrigado

a assinar o Tratado de Guadalupe-Hidalgo, pelo qual entregou

aos Estados Unidos os territórios dos atuais estados da

Califórnia, Nevada, Utah, Colorado, Arizona e Novo México.

Porfírio Días, ditador mexicano, referindo-se a esse episódio e

à expressiva perda de territórios, lamentou a proximidade da

fronteira do México com os Estados Unidos com a frase: “Pobre

México, tão longe de Deus, tão perto dos Estados Unidos”.

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23Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 07

Comentário: Após a anexação da Califórnia ao território dos

Estados Unidos, determinada pelo Tratado de Guadalupe-

-Hidalgo, teve início uma corrida do ouro, descoberto na

região de Sacramento. Para a região vieram aventureiros

de todas as partes, em busca de enriquecimento fácil,

contribuindo para um grande aumento da população e o

povoamento do extremo Oeste. Essa ocupação foi favorecida

pela construção de estradas de ferro que atravessaram

os Estados Unidos do Atlântico ao Pacífico, facilitando o

desenvolvimento da criação de gado no Texas, pois se tornou

possível o transporte das reses para o seu abate no Leste,

incentivando o estabelecimento de enormes fazendas e a

formação de grandes fortunas nesse estado.

Questão 08

Comentário: Primeiro argumento: A expansão territorial dos

Estados Unidos baseou-se na ideia de que era o destino dos

estadunidenses submeterem ao seu domínio toda a América

do Norte. O Destino Manifesto pregava a superioridade

moral e política do povo dos Estados Unidos e de sua missão

civilizadora em relação às outras sociedades.

Segundo argumento: O Destino Manifesto, que moveu os

estadunidenses até a costa do Pacífico, deu aos Estados

Unidos acesso direto ao Oriente e aos cobiçados mercados do

Japão e da China. Através da Flórida, foi possível controlar o

Golfo do México e o mar das Antilhas, estendendo o domínio

econômico para toda a América Latina. No final do século

XIX, atingiram o Havaí, onde desenvolveram importante

agroindústria açucareira. Essa ação expansionista e imperialista

evidenciava a necessidade de encontrar e garantir novos

mercados consumidores e fornecedores de matérias-primas

para as indústrias estadunidenses.

Questão 09

Comentário: Lei do Noroeste (1787): baseava-se na

premissa de que, quando um território possuía uma

população maior que 60 000 habitantes “livres”, poderia ser

incorporado à União, nas mesmas condições que os estados

originais. Isso resultou na expulsão violenta dos índios que

habitavam essas regiões.

Homestead Act (Lei de Cessão de Terras – 1862): dava

160 acres de terras a todo cidadão que as ocupasse

efetivamente por cinco anos. As terras que legalmente eram

dos índios foram tomadas e, posteriormente, vendidas a

baixo preço.

Lei Dawes (1887): acabou com a propriedade tribal e deu

um lote individual a cada índio, o que resultou na redução

das reservas indígenas.

Questão 10Comentário:

Norte Sul

• Economia baseada nas

atividades manufatureiras

• Contrário à escravidão,

devido à necessidade de

trabalhadores assalariados.

• Defendia o estabeleci-

mento de uma política

protecionista que limitasse

a importação de manufatu-

rados estrangeiros.

• Economia baseada no

sistema de plantation, com

a existência de grandes

fazendas monocultoras de

algodão.

• Defendia a utilização da

mão de obra escrava.

• Contrário às tarifas prote-

toras, defendendo o livre

comércio.

Questão 11Comentário: Podem ser citados os seguintes fatores:

1. Divergências entre o Norte e o Sul quanto à adoção de tarifas comerciais. O Norte industrialista defendia o estabelecimento de uma política protecionista, com a imposição de tarifas alfandegárias altas, visando proteger a produção industrial da concorrência estrangeira, especialmente da Inglaterra, e garantindo o controle do mercado interno. O Sul monocultor (algodão) defendia o livre-comércio (livre-cambismo), que lhe permitia vender seus produtos agrícolas no exterior com vantagens, obtendo recursos para comprar os manufaturados de que precisava.

2. Diferenças de mentalidade. Os empresários do Norte formavam um grupo dinâmico e empreendedor, preocupado com o desenvolvimento nacional, enquanto no Sul predominava uma mentalidade rural, aristocrática, que dava mais importância à autonomia dos estados do que ao fortalecimento do país.

3. Divergências quanto aos gastos dos recursos federais. O Norte defendia a construção de estradas de ferro e canais que facilitassem o escoamento da produção, especialmente para os estados do Oeste. O Sul era contrário, alegava que as obras beneficiariam apenas os estados do Norte.

4. Divergências quanto à escravidão. A divergência mais grave entre os estados das duas regiões era a questão da escravidão, que está na origem da guerra entre o Norte e o Sul. Entretanto, não devemos supor que isso ocorreu simplesmente porque o Norte desejasse obrigar o Sul a abolir a escravidão. A grande maioria da população nortista não era contra a escravidão. Aceitava-se o escravismo do Sul, desde que ele não se disseminasse pelos estados do Oeste. Por outro lado, para os sulistas, era fundamental que a escravidão fosse permitida no Oeste, porque dessa forma o valor dos escravos seria mantido alto, o que era vital para o mercado interno escravista.

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Exercícios propostos

Questão 01 – Letra BComentário: A assinatura do Compromisso de Missouri está relacionada ao contexto em que o território do Missouri foi elevado à categoria de estado. Diante da elevação da força do Sul no Congresso com esse episódio, os representantes do Norte reagiram e resistiram em reconhecer o novo estado. A solução proposta foi esse compromisso, que propôs medidas que visavam à manutenção do equilíbrio entre as duas forças. Entre elas, a de que a escravidão não seria permitida ao norte do paralelo 36° 30’ (com exceção do Missouri) e de que os estados, a partir de então, seriam criados aos pares, ou seja, um escravista e outro livre. Desse modo, os congressistas abolicionistas deixariam de ficar em desvantagem em relação aos escravistas.

Questão 02 – Letra CComentário: O fato de os empresários do Norte defenderem a adoção de uma política protecionista que limitasse a importação de manufaturados no país relaciona-se ao desejo de proteger suas indústrias da concorrência europeia. Ao se oporem à escravidão, pretendiam também ampliar o mercado interno, com a contratação de trabalhadores assalariados.

O Sul, por sua vez, tinha uma economia baseada na monocultura do algodão, que era exportado para a Inglaterra, além de utilizar a mão de obra escrava. Por isso, os latifundiários sulistas defendiam o livre comércio, colocando-secontrários às tarifas protetoras.

Questão 03 – Letra CComentário: A expansão territorial estadunidense no século XIX em direção às terras mexicanas foi definida por meio da guerra, o que levou, com a vitória dos Estados Unidos a anexação de quase a metade do território mexicano, conforme é afirmado na letra C, constituído pelas regiões do Texas, Novo México e Califórnia. As demais alternativas apresentam informações incoerentes, já que o imperialismo estadunidense nesse contexto não ficou marcado por relações equilibradas entre os Estados americanos, nem pelo apoio às democracias dos Estados antilhanos ou centro-americanos, onde foram instalados regimes ditatoriais apoiados pelos Estados Unidos. O Big Stick também não visava estreitar o diálogo diplomático entre os países americanos; pelo contrário, essa política ficou conhecida justamente pelo caráter agressivo.

Questão 04 – Letra BComentário: A adoção de tarifas protecionistas esteve entre as divergências entre o Norte e o Sul, que desencadearam a Guerra Civil Americana. O Norte industrialista defendia o estabelecimento de uma política protecionista, com a imposição de tarifas alfandegárias altas, visando proteger a produção industrial da concorrência estrangeira.

Já os sulistas proprietários de terras defendiam o livre- -comércio, que lhes permitiam vender seus produtos agrícolas no exterior com vantagens, obtendo recursos para comprar os manufaturados de que precisavam. Diante desse impasse, o grande estopim para o conflito foi a eleição de Abraham Lincoln para a presidência, que representou uma derrota para os sulistas, já que ele estava mais ligado aos interesses do Norte, como a questão da abolição da escravidão – outro motivo de divergência entre o Norte (abolicionista) e o Sul (escravista).

Questão 05 – Letra BComentário: No início do século XX, os fundamentos da Doutrina Monroe foram adaptados pelo presidente Theodore Roosevelt e passaram a ser conhecidos como “Corolário Roosevelt à Doutrina Monroe”. Nele ficou estabelecido que os Estados Unidos garantiam a si o direito de usar a força para intervir nos países do continente, na posição de “salvadores da América”. Dessa forma, foi inaugurada a política do Big Stick (grande porrete). A ideia básica do Big Stick era a de que a América Latina devia ser protegida de qualquer tentativa de intervenção externa – isto é, não americana – e, com isso, os Estados Unidos passaram a policiar o continente.

Questão 06 – Letra DComentário: Após a declaração de independência, as antigas Treze Colônias da América do Norte precisaram se organizar politicamente para construir uma nação forte. Apesar da criação da Confederação dos Estados Unidos e do Congresso Nacional, as limitações do poder central logo se evidenciaram. Essa debilidade ocasionou a divisão política das elites dirigentes, as quais se organizaram em duas correntes: os republicanos e os federalistas.

Os republicanos defendiam a limitação dos poderes do Governo Central, sendo adeptos das ideias liberais, e eram favoráveis à ideia de que o poder deveria se concentrar nas mãos dos estados. Essa corrente, que naquela época representava os interesses econômicos dos estados escravistas do Sul, deu origem ao atual Partido Democrata.

Os federalistas defendiam um Governo Federal forte, capaz de programar e executar com eficiência planos econômicos, financeiros e administrativos que atendessem ao desenvolvimento do país. Essa corrente, a qual representava diretamente os interesses econômicos dos estados burgueses do Norte, deu origem ao atual Partido Republicano.

Questão 07 – Letra CComentário: Após a Guerra de Secessão, que terminou com a vitória nortista, surgiram sociedades secretas de ideologia racista compostas por membros da elite branca, que buscaram combater e impedir a extensão de direitos aos negros. Um dos movimentos mais radicais foi a Ku Klux Klan, uma organização terrorista formada em Tennessee, em 1866, que recorreu a todo tipo de violência contra os negros. Esse tipo de ação contribuiu para o desenvolvimento da segregação racial no país, que separou radicalmente negros e brancos em bairros, escolas e outros estabelecimentos públicos.

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Questão 08 – Letra CComentário: Após a Guerra de Secessão dos Estados Unidos, houve a aprovação da 13ª Emenda, que ratificava a abolição da escravidão no país, e da 14ª Emenda, que concedia alguns direitos civis aos negros. Porém, na prática, a situação dos negros, especialmente nos estados sulistas, era difícil, ocorrendo o fortalecimento da segregação social. Surgiram grupos como a Ku Klux Klan, formados por brancos radicais, que perseguiam os negros e seus aliados, promovendo linchamentos e assassinatos.

Questão 09 – Letra EComentário: A burguesia industrial dos Estados Unidos se opunha ao comportamento aristocrático do Sul, criticando, inclusive, a escravidão dominante entre os sulistas, afirmação que contraria a alternativa A. Por apresentarem um grande potencial industrial, os nortistas eram defensores do protecionismo alfandegário, o que torna a alternativa B incorreta. Os sulistas, por sua vez, se opunham aos estados do Norte, afinal, assim como afirma a alternativa correta, letra E, os sulistas defendiam a manutenção da escravidão. Tal divergência, portanto, acabou por gerar uma guerra civil nos Estados Unidos, conflito que resultou na vitória dos nortistas e na reunificação das federações. Outra modificação importante, gerada pelo conflito, foi a abolição da escravidão, que era um antigo desejo dos Estados vitoriosos. Não se pode afirmar, no entanto (como faz a alternativa D), que houve uma melhora nas condições dos negros, que tiveram de lutar por mais dois séculos em busca da conquista dos seus direitos civis.

Questão 10 – Letra CComentário: Lincoln, quando candidato à Presidência dos EUA, era abertamente favorável ao protecionismo e ao abolicionismo, causas favoráveis aos estados do Norte. Essa posição do presidente republicano, no entanto, chocava-se com a intransigência sulista na manutenção da mão de obra escrava e do livre-comércio liberal. A questão, corretamente representada pela alternativa C, também demonstra o impasse vivido por Lincoln entre a defesa de suas bandeiras e o risco iminente de uma Guerra Civil, o que se concretizaria em seu mandato, opondo Sul e Norte.

Questão 11 – Letra CComentário: Ao contrário do que se afirma na alternativa A, a Doutrina Monroe era uma estratégia dos Estados Unidos no intuito de resguardar a liberdade do continente americano em um contexto em que os colonos lutavam contra o domínio das nações europeias. A alternativa B também está incorreta, pois, apesar da abolição da escravidão – efetivada ao final da Guerra de Secessão –, o governo dos Estados Unidos não se preocupou em criar mecanismos de inserção dos ex-escravos negros à sociedade estadunidense; ao contrário, durante o século XIX, surgiram grupos radicais que perseguiam negros e índios.

Vale ressaltar, ainda, uma outra ideologia adotada pelos EUA durante o século XIX: a Doutrina do Destino Manifesto. Esta defendia que os Estados Unidos haviam recebido a missão de levar o desenvolvimento para toda a América. Entretanto, na realidade, era apenas uma justificativa para a expansão imperialista do país. Dessa forma, pode-se considerar a alternativa C como correta, afinal, ao contrário do que se afirma na alternativa D, os Estados Unidos não tinham a intenção de desenvolver as regiões dominadas; a América Central, por exemplo, foi uma das regiões que mais sofreu com essa política, passando a se endividar e, logo, a depender economicamente, cada vez mais, dos estadunidenses.

Questão 12 – Letra AComentário: A alternativa A apresenta-se como incorreta por cometer o equívoco do anacronismo, já que antecipa um fenômeno do século XX para o movimento de expansão das fronteiras no oeste estadunidense do século XIX. Naquele período histórico, ainda não havia uma indústria estabelecida na costa do Pacífico, por mais que esta vivenciasse um surto de crescimento. As demais alternativas, que atribuem a marcha para o Oeste à expansão das ferrovias, à busca pelo ouro e à dizimação de diversas tribos indígenas, podem ser consideradas corretas.

Questão 13 – E E C CComentário: A primeira afirmativa está incorreta, pois o processo de expansionismo estadunidense não protegeu as populações indígenas; ao contrário, elas foram duramente perseguidas pelos brancos, que as expulsaram de suas terras. A segunda afirmativa também apresenta informações incorretas, já que a conquista de quase metade do território mexicano por parte dos Estados Unidos foi por meio de guerras. Já os demais itens estão corretos. Milhares de imigrantes, especialmente europeus, direcionaram-se às terras do Oeste, desenvolvendo a agricultura familiar e buscando metais preciosos, cuja presença na região estimulou uma verdadeira corrida pelo ouro. Para finalizar, o modelo de identidade estadunidense era o branco com traços europeus, ficando de fora, portanto, os negros, índios e os latino-americanos, como os mexicanos, fato que é citado corretamente no último item.

Questão 14 – Letra AComentário: A questão solicita motivações para a arrancada dos Estados Unidos na segunda metade do século XIX, que se relacionam com a chamada Idade de Ouro vivenciada pelo país. A afirmativa A é a única que não condiz com essa fase, já que o debate entre sulistas e nortistas a respeito da escravidão, que contribuiu com a eclosão da Guerra Civil Americana, fez parte de um episódio anterior a essa fase. Somente após esse conflito, com a consolidação dos interesses econômicos e industrializantes do Norte, essa fase de prosperidade passou a ser efetivamente vivenciada. Além disso, não houve ampliação do trabalho escravo para as áreas do Oeste, como indica a letra A, já que, com o estabelecimento do Compromisso de Missouri, ficou determinado que os estados seriam criados aos pares, ou seja, um escravista e outro livre, e a escravidão não seria permitida ao norte do paralelo 36° 30’.

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Questão 15 Comentário:

A) A exclusão social dos negros no Sul dos Estados Unidos após a Guerra de Secessão está relacionada, segundo o texto, a três fatores: o surgimento de uma organização terrorista, a Ku Klux Klan, que perseguia os negros e seus aliados; a falta de apoio financeiro dos bancos ao projeto dos Republicanos Radicais após a depressão de 1873 e o descrédito desse grupo perante a maior parte da população em função de sua tolerância à corrupção.

B) Podemos mencionar fatores como as diferenças entre os modelos econômicos do Norte (industrial) e do Sul (agrário), além de disputas decorrentes dessas diferenças, como a posição de cada região em relação ao protecionismo econômico e à abolição da escravidão.

Questão 16Comentário:

A) A doutrina derivada da declaração apresentada é a Doutrina Monroe.

B) A doutrina surgiu a partir de uma mensagem do presidente James Monroe ao Congresso estadunidense, em 1823, segunda a qual o governo se opunha a toda e qualquer intervenção europeia nas Américas, em um contexto marcado pelo processo de independência das colônias ibéricas. Sua tese principal baseava-se no lema “América para os americanos”. Desse modo, os estadunidenses defendiam que o continente americano não pode ser objeto de recolonização, não admitindo a intervenção de qualquer país europeu nos negócios internos ou externos de países americanos. Na prática, esse apoio aos latino-americanos tinha como grande objetivo garantir aos Estados Unidos condições favoráveis para exercer o controle hegemônico do continente.

Questão 17 Comentário: Depois de conquistar a independência, em 1776, o novo país iniciou sua expansão territorial tendo como justificativa a ideologia do Destino Manifesto, ou seja, a certeza de que o povo estadunidense fora predestinado por Deus a ocupar e colonizar as terras que se estendiam até o Pacífico, isto é, a levar seus valores a territórios sob o poder de outros Estados ou dos índios.

Questão 18 Comentário:

A) A guerra civil americana foi uma experiência decisiva para o capitalismo americano porque, após a vitória do Norte industrializado, significou o fim do sistema de plantation, a abolição da escravidão, o aumento do mercado consumidor e o incentivo ao desenvolvimento da industrialização em nível nacional.

B) Durante a guerra civil dos EUA, a indústria têxtil da Inglaterra necessitava de matéria-prima, fazendo com que surgisse uma produção de algodão nos países sob sua influência. Daí o surto algodoeiro paulista.

Questão 19 Comentário:

A) Desde o século XVII, com o início do processo de colonização inglesa da América, os povos indígenas sofreram com a ocupação de suas terras por parte dos ingleses. Após a independência das Treze Colônias e com o início do expansionismo estadunidense no século XIX, o movimento de conquista das terras indígenas se intensificou, tornando-se ainda mais violento e aniquilando as comunidades indígenas da região. Essas terras eram ocupadas pelos brancos, que eram impulsionados pela lei governamental Homestead Act, de 1862, que dava 160 acres de terras a todo cidadão ou imigrante europeu que as ocupasse efetivamente por cinco anos, estimulando o desenvolvimento da atividade agrária nessas propriedades.

B) A expansão para o Oeste é um dos temas bastante explorados nas produções cinematográficas, na literatura e em outros meios de comunicação estadunidense. Em grande parte dessas produções, a expansão é retratada de forma romantizada, como uma conquista de “heróis corajosos e desbravadores”. Assim, criou-se a imagem do caubói, homem branco e “virtuoso”, em contraposição com a imagem pejorativa ou de vilão do indígena e do mexicano, considerados povos inimigos a serem combatidos ou “civilizados”.

Questão 20 Comentário:

A) No século XIX, auge da Revolução Industrial na Europa, milhares de europeus ficaram desempregados, seja nas fábricas ou nas áreas agrárias, devido à mecanização crescente dos setores produtivos. Esse problema impulsionou a emigração de grandes contingentes populacionais em busca de terras e de trabalho. Os Estados Unidos tornaram-se um dos principais destinos desses europeus, com a grande oferta de terras em decorrência da expansão para o Oeste. Além disso, os Estados Unidos passaram pelo processo de industrialização e da consequente expansão da sua malha ferroviária, fato que também fomentou a entrada de milhares de imigrantes. Assim, se no contexto da independência das Treze Colônias, contava-se com cerca de três milhões de habitantes, já no início do século XIX, havia mais de 7 milhões de indivíduos no país, como resultado desse desenvolvimento territorial e industrial.

B) O território mexicano foi alvo das pretensões estadunidenses no século XIX, contexto que ficou marcado pelo processo de expansionismo territorial dos Estados Unidos. Por meio de guerras, o país anexou, em 1848, quase a metade do território mexicano constituído pelas regiões do Texas, Novo México e Califórnia.

Seção Enem

Questão 01 – Letra DEixo cognitivo: II

Competência de área: 2

Habilidade: 8

Comentário: No século XIX, os Estados Unidos promoveram uma expansão territorial com o objetivo de ampliar os territórios ocupados na costa do Atlântico pelas antigas treze colônias.

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A política expansionista estimulou a população estadunidense a

migrar e ocupar os novos territórios, além de atrair um grande

número de imigrantes. As alternativas A e C estão incorretas pois

a expansão ocorreu por meio da anexação de territórios até então

controlados por outros países ou ocupados por povos indígenas,

e esses processos envolveram ações violentas dos Estados

Unidos. As alternativas B e E não procedem uma vez que, no

movimento de expansão, a mão de obra escrava continuou a

ser empregada e grande parte dos territórios anexados serviu

à instalação de latifúndios monocultores.

Questão 02 – Letra AEixo cognitivo: III

Competência de área: 2

Habilidade: 8

Comentário: A causa mais óbvia do conflito entre o norte e

o sul dos Estados Unidos foi a escravidão. No entanto, não

devemos supor que isso ocorreu simplesmente porque o norte

desejasse obrigar o sul a abolir a escravidão. Até quase às

vésperas do início do conflito, os nortistas não apresentavam

uma opinião unânime em favor da abolição. O que, na verdade,

mais preocupava os nortistas era a extensão da escravidão aos

novos territórios conquistados. Estavam dispostos a tolerá-la

no sul, mas opunham-se à sua introdução no território

da Louisiana e nas regiões conquistadas ao México,

em 1848. Em 1860, Abraham Lincoln foi eleito presidente pelo

Partido Republicano, fundado seis anos antes com o objetivo

declarado de se opor à extensão da escravidão aos novos

Estados constituídos. Sua eleição representava uma derrota

definitiva para o Sul no que diz respeito à escravidão, pois se

esperava que ele usasse do poder presidencial para impedir

definitivamente o surgimento de Estados escravistas no Oeste.

Questão 03 – Letra CEixo cognitivo: I

Competência de área: 3

Habilidade: 11

Comentário: A Doutrina do Destino Manifesto, identificada no

discurso de George Washington, afirmava que o destino dos

Estados Unidos era submeter ao seu domínio toda a América do

Norte. A conquista da costa oeste até o Oceano Pacífico deu aos

Estados Unidos acesso direto ao Oriente e proporcionou-lhes

o contato com os cobiçados mercados da China e do Japão.

A anexação da Flórida, por sua vez, abriu caminho para o Golfo

do México e para o Mar das Antilhas, meta importante para

alcançar toda a América Latina. Em 1887, os Estados Unidos

obtiveram o direito de usar o porto de Pearl Harbor, no Havaí.

Apoiados pelas ideias do Destino Manifesto, os Estados Unidos

pregariam a crença em sua superioridade moral e política em

missões supostamente civilizadoras em todas as regiões do

globo. Portanto, a alternativa correta é a letra C.

Questão 04 – Letra EEixo cognitivo: I

Competência de área: 3

Habilidade: 11

Comentário: O fim da Guerra de Secessão e a abolição da escravidão, como afirma corretamente a alternativa E, não foram suficientes para que os ressentimentos fossem abolidos, e os brancos sulistas logo procuraram organizar-se para reconstruir o seu poder. Quando a autonomia política foi restituída aos Estados do Sul, a partir de 1870, a população negra ficou entregue à sua própria sorte. Organizaram-se sociedades secretas de combate aos negros e abolicionistas, visando intimidar a população negra e usando de toda sorte de violência. Valendo-se da autonomia conquistada, aprovaram leis que reduziam drasticamente o contingente eleitoral negro, exigindo que os eleitores fossem alfabetizados ou que tivessem pais eleitores, o que não era o caso da maioria esmagadora de ex-escravos. Desenvolveu-se uma rígida segregação racial, visando separar radicalmente negros e brancos em bairros, escolas, empresas ou quaisquer lugares públicos.

CAPÍTULO – A3Imperialismo

Exercícios de aprendizagem

Questão 01Comentário: O capitalismo monopolista-financeiro caracterizou-se pela concorrência que as empresas de maior porte faziam às empresas menores, que acabavam sendo absorvidas pelas primeiras, as quais se caracterizavam por serem grandes organizações industriais e financeiras. Essa concentração permitiu que as empresas maiores exercessem um completo monopólio tanto da produção como do mercado.

São aspectos do capitalismo monopolista:

• fusão do capital bancário com o capital industrial, possibilitando o aparecimento do capitalismo financeiro e a formação de empresas gigantescas;

• grande influência das empresas monopolistas, que tinham facilidade para estabelecer acordos entre si, para elevar o preço das mercadorias e para determinar as condições de comercialização;

• existência de companhias líderes (trustes, cartéis, holdings) formadas por um pequeno grupo de empresas que determinavam a produção e o seu destino.

Questão 02Comentário: Os seguintes fatores possibilitaram o surgimento do capitalismo monopolista:

• o surgimento de grandes empresas que concentravam a maior parte da produção e da mão de obra e que faziam grande concorrência às empresas menores;

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• o desenrolar da Segunda Revolução Industrial, com grandes invenções científicas e sua incorporação ao processo produtivo, como a descoberta da energia elétrica e sua transmissão à distância; os novos métodos de fundição do aço, possibilitando o surgimento de grandes empresas metalúrgicas;

• a revolução dos meios de comunicação. O aperfeiçoamento de elevado número de inventos, como o telégrafo sem fio, o telefone, o linótipo e a fotografia cinematográfica, contri-buiu para encurtar as distâncias e facilitar o comércio. Esse novo quadro da indústria relaciona-se com o que alguns historiadores chamaram de Segunda Revolução Industrial, que ocasionou um significativo avanço no processo de indus trialização, tanto no nível da produção como no da circulação de mercadorias, possibilitando profundas transformações na economia capitalista.

Questão 03Comentário: O Imperialismo correspondeu, no momento de consolidação do capitalismo monopolista-financeiro, à nova etapa do processo de dominação econômica, política e cultural do Ocidente sobre regiões menos desenvolvidas, especialmente a Ásia e a África, como resultado da expansão das forças capitalistas de produção.

Questão 04 Comentário: Cecil Rhodes justifica a corrida imperialista em direção à Ásia e à África com o argumento de que era necessário resolver a questão social da Europa. Para se evitar uma guerra civil ou uma revolução socialista, os excedentes populacionais deveriam ser deslocados para outras regiões, que poderiam se transformar em áreas de inversão de capital excedente e em mercados consumidores dos produtos industrializados europeus.

Questão 05 Comentário: No século XVI, os europeus voltaram-se para a América e ao dominarem a região tinham como objetivo a obtenção de ouro, prata e produtos tropicais para a metrópole. A produção colonial era comercializada na Europa. No século XIX, o imperialismo europeu voltou-se para a Ásia e a África, com o objetivo de obter matérias-primas para suas indústrias e mercados consumidores para a produção excedente, obtendo assim altos lucros.

Questão 06 Comentário:

A) O texto aponta as seguintes incoerências presentes no pensamento racista do século XIX:

• O autor argumenta que tanto os ingleses quanto os indianos são descendentes dos arianos, então não haveria a possibilidade de os ingleses serem superiores aos indianos. Ambos têm a mesma ascendência étnica.

• O argumento para a inferioridade dos indianos seria a miscigenação destes com os nativos, inferiores.

Entretanto, o autor questiona o fato de que, se os indianos são descendentes dos arianos – portanto superiores, como pensavam os ingleses –, por que ao se miscigenarem com a população nativa se inferiorizariam, quando deveria ser o contrário (os arianos da Índia deveriam aperfeiçoar as raças inferiores com as quais se miscigenaram)?

B) Esse processo de dominação foi justificado pelo europeu com o argumento racial, ou seja, o branco superior em uma missão humanitária buscava melhorar as condições de vida das populações dominadas, consideradas inferiores e primitivas.

Questão 07 Comentário: Na segunda metade do século XIX, os principais países europeus lançaram-se numa verdadeira corrida para colonizar a África, ou o que desta ainda restava para ser ocupado. Os interesses que moviam os europeus eram os mais variados: econômicos (obtenção de matérias-primas e comércio); sociais (transferência do excesso da população e esvaziamento das tensões nas metrópoles) e políticos (aumento do poder e riqueza do Estado). Igualmente, foram vários os métodos de ocupação: violência, manipulação e doutrinação religiosa. Os europeus justificavam sua ocupação e expropriação como uma obra ou missão civilizadora, como o “fardo do homem branco”. Dessa maneira, ao mesmo tempo em que ensinavam a religião aos nativos, tiravam-lhes as suas terras. Esse é o sentido da frase de Kenyatta, que revela a tomada de consciência dos africanos diante da situação a que foram submetidos.

Questão 08 Comentário:

A) Desde o século XV, os europeus cobiçavam as riquezas da Índia, vista como a “terra do desejo”. No século XVIII, os ingleses se apossaram de várias regiões no litoral do país e completaram sua dominação no século XIX, interferindo na política interna do país e impedindo o surgimento de um poder político local forte por meio do regime de protetorado. A presença inglesa resultou em uma consequência trágica para a economia da Índia, com a desestruturação da produção, que passou a sofrer a concorrência dos produtos industrializados ingleses, resultando no declínio da produção de tecidos e do artesanato local.

B) O domínio francês na Indochina tinha interesse na extração de matérias-primas, como a borracha, além do interesse comercial, principalmente em relação à China, que podia fornecer seda para a indústria têxtil francesa, a qual estava paralisada, devido a uma doença que afetara o bicho-da- -seda. Para evitar o intermediário inglês, os franceses tiveram de procurar outras fontes produtoras, já que era a Inglaterra, na Europa, que comercializava a seda chinesa. Daí a política expansionista agressiva em direção à Indochina, que serviria de passagem para a China meridional.

C) A penetração dos ocidentais no território chinês sempre foi muito difícil devido à grande resistência do Império Manchu, apesar de os ingleses sempre demonstrarem o desejo de ampliar suas atividades, restritas ao porto de Cantão.

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29Bernoulli Sistema de Ensino

Como as tentativas de negociação pacífica não se concretizaram, no século XIX, o governo inglês procurou um meio de forçar a abertura dos portos chineses utilizando-se do comércio do ópio. A droga, que era produzida em abundância na Índia, foi facilmente introduzida pelos ingleses na China, disseminando o vício no país. Procurando reprimir o consumo de ópio, o imperador determinou a destruição de 20 mil caixas dessa substância. A reação da Inglaterra foi imediata, exigindo dos chineses uma indenização pelas perdas e acusando o governo chinês de desacato à autoridade inglesa. Como a indenização não foi paga, teve início a Guerra do Ópio, que terminou com a derrota chinesa e o início da abertura dos portos chineses ao comércio inglês (break-up da China).

Questão 09 Comentário:

A) A Guerra do ópio (1840-1842), na China, e a Guerra dos Sipaios (1818), na Índia.

B) Um fator que motivou o interesse dos europeus em dominar essas áreas foi a necessidade de obtenção de matérias- -primas e mercados consumidores, como decorrência da expansão industrialista gerada pela Segunda Revolução Industrial. Outros motivos foram a canalização para as colônias dos excedentes demográficos metropolitanos, a conquista de pontos estratégicos e a necessidade de afirmação do poder das grandes potências.

Questão 10 Comentário: Questões relativas ao quadro sobre as potências imperialistas:

A) A maior potência imperialista do século XIX era a Inglaterra. Esse país dominava a maior área dos territórios colonizados: 16 894 500 000 km².

B) O país oriental que despontou como potência imperialista foi o Japão. Os japoneses, ao contrário da China, não se tornaram refratários às influências ocidentais. Procuraram aprender as técnicas e os costumes europeus, o que lhes deu vantagem para enfrentar o desafio dos estrangeiros. Em 1868, teve início o processo de rompimento com o passado feudal e a inauguração da Era Meiji (Era das Luzes), que levou o Japão à modernização, segundo o modelo ocidental. Como resultado, o Japão rapidamente se industrializou e lançou-se ao movimento imperialista em regiões próximas ao seu território.

C) O único país do continente americano que participou da corrida imperialista no século XIX foi os Estados Unidos. Sua área de dominação colonial corresponde a 997 580 000 km².

D) F – F – F – V

Exercícios propostos

Questão 01 – Letra AComentário: A consolidação do capitalismo monopolista- -financeiro e o interesse de garantir lucros cada vez maiores levaram os Estados europeus industrializados a aplicar os capitais excedentes fora das regiões já industrializadas.

Foi nesse contexto que as potências europeias se lançaram em uma corrida pela dominação de novos territórios, o que se convencionou chamar de Imperialismo ou Neocolonialismo, conforme destaca a alternativa A.

Questão 02 – Letra CComentário: O texto apresenta uma crítica ao imperialismo inglês exercido contra a China. Esse fato é evidenciado ao citar o comércio de ópio pelos ingleses, que foi um meio encontrado pelo Império Britânico de forçar a abertura dos portos chineses. A droga era produzida em abundância na Índia pela Companhia das Índias Orientais e comercializada ilegalmente na China, disseminando o vício entre a população. Esse comércio ilícito deu origem à Guerra do Ópio, que terminou com a derrota chinesa e com a assinatura de tratados favoráveis aos interesses imperialistas britânicos.

Questão 03 – Letra CComentário: A política colonialista lançou mão da “diplomacia do canhão e do fuzil” para quebrar a resistência das populações africanas e asiáticas. O final do século XIX e as primeiras décadas do século XX foram marcados por inúmeras guerras e revoltas das populações nativas da África e da Ásia contra a imposição da cultura capitalista. Contudo, a superioridade da tecnologia bélica ocidental triunfou sobre os Exércitos tradicionais africanos e asiáticos, e a dominação imperialista foi imposta.

Questão 04 – Letra DComentário: O crescimento industrial e econômico vivenciado pelos Estados europeus durante o século XIX estimulou a busca por novos mercados consumidores dos seus produtos e por fontes de matéria-prima para as indústrias, que estavam em pleno crescimento. Esse projeto expansionista estava em curso já que a industrialização em larga escala gerava excedentes de produção. Desse modo, os continentes africano e asiático tornaram-se alvo das pretensões imperialistas, atendendo as necessidades econômicas dos europeus.

Questão 05 – Letra BComentário: Ao contrário do que se afirma na alternativa A, os religiosos e cientistas contribuíram para a dominação da África. Além disso, não se pode considerar correta a afirmação de que não existiam lideranças capazes de resistir à dominação europeia, afinal, apesar da divisão do continente africano, os europeus enfrentaram dificuldades na colonização de diversas regiões. A alternativa C também é incorreta, pois Portugal e Espanha, por exemplo, que não eram, no século XIX, grandes potências, também participaram da divisão da África. A alternativa correta, portanto, é a B, que aponta a Argélia e a África do Sul como as regiões que receberam um maior contingente de europeus em todo o continente. Ora, como França e Inglaterra – que, respectivamente, haviam colonizado tais regiões – eram as duas maiores potências europeias, a alternativa torna-se coerente.

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Questão 06 – Letra CComentário: Para legitimar o domínio imperialista, os europeus elaboraram uma justificativa que ficou conhecida como a “missão civilizadora”, que defendia a superioridade do homem branco europeu. Segundo essa ideologia, baseada no chamado darwinismo social, o europeu, quando exercia seu domínio em outras regiões, estava, na verdade, levando o desenvolvimento e a civilização para esses povos supostamente inferiores e bárbaros. Esse tipo de ideologia imperialista pode ser identificado no texto, que apresenta várias concepções preconceituosas a respeito do árabe.

Questão 07 – Letra BComentário: O texto deixa claro as pretensões imperialistas britânicas, desde o final do século XVIII, em relação ao Império Chinês, que era o maior dos impérios asiáticos e contava com uma grande população – representando um atraente mercado consumidor para as manufaturas europeias. Contudo, o Império Chinês optava por um isolamento comercial em relação ao Ocidente, ou seja, havia uma resistência chinesa em relação ao consumo dos produtos ocidentais. Desse modo, as atividades comerciais internacionais eram restritas ao único porto liberado de Cantão, que era utilizado, principalmente, para a exportação das mercadorias chinesas, conforme aponta corretamente a letra B. Essa postura de independência em relação ao comércio com os europeus também pode ser justificada pela produção interna chinesa atender a demanda local. Esse isolamento levou os ingleses a procurarem meios de forçar a abertura econômica da China, resultando no comércio ilegal do ópio e no conflito com esse império.

Questão 08 – Letra D Comentário: A questão, que se refere ao capitalismo monopolista, apresenta três afirmativas incorretas. A terceira afirmativa indica que o cartel se caracteriza por uma concentração vertical, o que na verdade é uma característica que se enquadra no caso dos holdings, já que se trata de uma empresa central que controla as subsidiárias por meio da posse da maioria de suas ações. Esse fato não ocorre com os cartéis, pois sua associação é baseada em um acordo contratual entre as empresas do mesmo ramo, ou seja, trata-se de uma concentração horizontal. Já a quinta afirmativa está incoerente, uma vez que, ao contrário do que é apresentado, o domínio de mercados é uma consequência da concentração de empresas. Por fim, a última afirmativa apresenta um conceito de truste errôneo. O truste constitui o resultado da fusão de várias empresas em uma única, com o objetivo de concentrar todas as fases da produção, desde a obtenção da matéria-prima até a venda do produto.

Questão 09 – Letra CComentário: A segunda metade do século XIX foi marcada por um grande desenvolvimento da indústria (Segunda Revolução Industrial), decorrente da evolução da técnica, o que ocasionou modificações importantes na estrutura da produção capitalista.

Se, por um lado, o desenvolvimento tecnológico resultou no aumento da produção, por outro lado, também fez crescer a tendência à concentração das empresas, já que as maiores faziam concorrência às menores, que não conseguiam se manter e eram absorvidas. Essa aglutinação das empresas menores às maiores gerava um verdadeiro monopólio, tanto da produção como do próprio mercado. As grandes concentrações industriais dominavam cada vez mais os mercados, controlando as fontes de matérias-primas e a distribuição de produtos e, com isso, limitando a concorrência e obtendo maiores lucros, resultando na formação do capitalismo monopolista-financeiro

na Europa e nos Estados Unidos.

Questão 10 – Letra DComentário: Ao contrário do que se afirma na alternativa A, a demarcação territorial da África não respeitou as divisões preexistentes naquele continente, mas foi feita em conformidade com o interesse das grandes potências. Outra alternativa incorreta, a B, afirma, de forma anacrônica, que a ONU – fundada apenas na década de 1940, após a Segunda Guerra Mundial – comandou o processo de independência das ex-colônias alemãs após a Primeira Guerra. Apesar de parecer correta, a alternativa C também apresenta uma informação improcedente, afinal, apesar de toda a exploração realizada nas regiões colonizadas, não houve um decréscimo dos nativos. Tal situação se explica pela introdução da indústria farmacêutica na África e na Ásia, o que fez com que várias doenças fossem erradicadas. A alternativa correta, letra D, aponta para a contradição gerada pelas potências imperialistas. Isso porque, enquanto lutavam a favor do fim da escravidão em todo o mundo, nações como a Inglaterra utilizavam, nas regiões dominadas, o trabalho compulsório, situação que existe ainda hoje.

Questão 11 – Letra AComentário: O porto de Cantão era o único autorizado a comerciar com o exterior desde o século XVII. A Política de Portas Abertas não tinha como objetivo estabelecer a paz. É interessante observar que a Guerra dos Boxers (1898-1899) seguiu-se à tomada do porto de Kiaotcheu, em 1897, pelos alemães.

Questão 12 – Letra BComentário: A política imperialista dos países europeus não forneceu espaços para o funcionamento da democracia durante o processo de dominação das áreas colonizadas.

Questão 13 – Letra AComentário: A visão de que a colonização era uma missão civilizadora de uma raça superior, a branca, é evidente. Essa convicção estava baseada na superioridade que o europeu e o estadunidense viam em suas instituições políticas, na organização da sociedade, no desenvolvimento industrial. Ao mesmo tempo, essa ideia era estimulada por doutrinas marcadamente racistas, como o darwinismo social. Essa posição de superioridade resultou em uma forte discriminação racial, que se tornou traço característico do comportamento das classes dirigentes coloniais e metropolitanas.

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Questão 14 – Letra DComentário: O texto apresenta uma crítica ao Imperialismo, deixando claro que um dos interesses imperialistas europeus e estadunidenses – conquista de novos mercados consumidores – foi concretizado por meio de inúmeros conflitos e mortes da população dominada da África, Ásia ou América Latina. Esse aspecto está explícito no último trecho: “Na Terceira Zelândia, matamos dois terços dos habitantes para obrigar o resto a comprar-nos guarda-chuvas e suspensórios”. Desse modo, a única alternativa que interpreta corretamente esse fato citado na ficção é a letra D.

Questão 15 Comentário:

A) O desenvolvimento da genética no início do século XX inspirou o surgimento de teorias que tentavam explicar a origem das desigualdades sociais com bases pretensamente científicas (o que chamamos de eugenia), estabelecendo um nível de “superioridade” e de “inferioridade” entre seres humanos.

B) Diante da industrialização de países europeus, as grandes potências mundiais passaram a concorrer por fontes de matérias-primas, de energia e de mercados consumidores. Esse fato deu início a uma nova empreitada colonialista sobre os continentes africano e asiático. Entretanto, tal investida foi justificada por teorias inspiradas no “darwinismo social”, que defendiam a “superioridade” dos europeus em relação a esses povos e pregavam uma “missão civilizadora” do homem branco, que era justamente expandir sua cultura para essas regiões supostamente atrasadas.

Questão 16 Comentário:

A) O texto refere-se aos povos dominados pelos imperialistas, como as populações do continente africano e do asiático.

B) A antropologia cultural, que considera os povos africanos e asiáticos, vítimas do domínio imperialista, dotados de cultura, confronta-se com as ideologias racistas do neocolonialismo. De acordo com esse pensamento europeu da época, os povos dominados eram inferiores e bárbaros, portanto precisavam ser civilizados pelos europeus, considerados superiores. Essa ideologia foi utilizada para legitimar a dominação exercida nos continentes africano e asiático.

Questão 17 Comentário:

A) Podemos identificar como características da política imperialista do século XIX:

• Concentração da produção e do capital em um número reduzido de países e indivíduos.

• Vigência do capital financeiro com a fusão entre o capital industrial e o capital bancário, com predomínio desse último.

• Existência de associações monopolistas como os trustes, os cartéis e os holdings, que controlavam a produção e os mercados.

• Exportação de capitais dos núcleos capitalistas desenvolvidos para a periferia, com os investimentos realizados nas colônias ou áreas de influência desenvolvendo a infraestrutura dos transportes, da energia e das comunicações, a fim de agilizar o escoamento das mercadorias e facilitar a dominação.

B) A supremacia econômica e o grande poderio militar permitiram que os europeus subjugassem quase todo o continente africano, sem respeitar a diversidade linguística e cultural de seus povos. A partilha da África teve início na primeira metade do século XIX, com a invasão da Argélia pela França (1830). A entrada da Alemanha na corrida imperialista provocou um conflito com países como a França, na disputa pelo Marrocos. Entre os anos de 1884 e 1885, Bismarck conseguiu reunir, na Conferência de Berlim, os principais países imperialistas, com o objetivo de estabelecer as regras do jogo da dominação colonial, obtendo, depois do acordo, uma “partilha mais amigável” dos patrimônios a serem anexados pelas potências europeias. Daí a afirmação de que o imperialismo atingiu seu pleno ímpeto a partir da década de 1880, mais precisamente, a partir de 1884.

Questão 18Comentário: As declarações apresentadas expressam a ideologia racista desenvolvida na Europa no século XIX, que ficou conhecida como “missão civilizadora”. Esse pensamento tem como premissa a ideia de que o europeu é superior e, por isso, conforme sinaliza o imperialista inglês C. Rhodes: “esses indígenas [africanos e asiáticos] estão destinados a serem dominados por nós.” Para efetivar essa política imperialista, os europeus utilizaram seu poder bélico, buscando, assim, suprimir as culturas, a organização política e a fé dos africanos.

Questão 19 Comentário: Uma das profundas mudanças que a política imperialista provocou nas estruturas internas das áreas dominadas, como no caso do continente africano, é a alteração das fronteiras étnicas. Como a divisão imperialista do território apenas atendeu aos interesses europeus, não respeitando a unidade linguística e cultural de cada dos povos dominados, houve muitos casos de africanos de um mesmo grupo cultural que foram separados pelas demarcações, ao passo que povos distintos, inimigos entre si, ficaram obrigados a conviver em um mesmo território, gerando conflitos civis no contexto pós-descolonização. Além disso, o domínio imperialista promoveu uma desestruturação das relações políticas, econômicas e sociais das áreas dominadas, em benefício dos interesses dos colonizadores europeus. Pode ser apresentada também a imposição cultural, que abarca traços identitários como a língua, a religião, a educação, o modo de se vestir, entre outros padrões europeus.

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Questão 20 Comentário:

A) No primeiro momento do século XVI, a presença europeia na África se dava pela necessidade de manutenção da economia mercantilista, que se pautava, entre outros fatores, na exploração das colônias. No caso das colônias africanas, serviram para o abastecimento do tráfico transatlântico de escravos, bem como para a acumulação de metais preciosos, elementos importantes do mercantilismo.

O segundo momento, o século XIX, é o Neocolonialismo, processo de dominação política que tinha como objetivo a exploração da matéria-prima, mão de obra barata, garantia de mercado consumidor e opções de investimentos para as nações europeias que disputavam intensamente territórios na África e na Ásia.

B) A política europeia de “dividir para dominar” acabou conduzindo diversos territórios coloniais a um longo processo de disputa interna pelo poder entre etnias rivais, bem como à exploração econômica predatória aplicada pelos europeus, que não legaram aos africanos estruturas que lhes permitissem desenvolver a utilização de seus recursos naturais. As guerras civis que se seguiram à saída dos Exércitos metropolitanos deixaram como herança a total desestruturação econômica dos países, bem como abriram feridas profundas que dificultaram a integração cultural e política entre as diversas etnias em disputa pelo poder. Como resultado, o continente africano convive com a miséria, a fome, as doenças e os imensos obstáculos à estabilização econômica e política.

Seção Enem

Questão 01 – Letra DEixo cognitivo: II

Competência de área: 2

Habilidade: 7

Comentário: O texto refere-se ao Imperialismo, contexto em que as potências industrializadas se lançaram a uma partilha territorial. Esse período constituiu uma nova etapa do processo de dominação econômica, política e cultural do Ocidente sobre, especialmente, a Ásia e a África, como resultado da expansão das forças capitalistas de produção. Como exemplo desse processo histórico, o texto aborda a relação de dominação inglesa exercida na China, por meio do comércio ilegal do ópio, produzido na Índia, que desencadeou um conflito entre os dois países.

Questão 02 – Letra AEixo cognitivo: II

Competência de área: 2

Habilidade: 7

Comentário: Conforme é apresentado no texto, os imperialistas europeus justificaram a ação colonizadora usando o argumento racial, entendido, então, como científico, de que o branco, considerado por eles superior, em uma missão “humanitária”, iria levar a “civilização” àquelas populações “inferiores” e “primitivas”.

Os europeus apoiaram-se em uma série de doutrinas científicas, filosóficas e / ou religiosas, que foram forjadas para justificar o neocolonialismo e os atos cometidos em seu nome. Desse modo, os interesses econômicos foram dissimulados mediante a ideia de civilização, como aponta corretamente a letra A.

Questão 03 – Letra DEixo cognitivo: II

Competência de área: 2

Habilidade: 7

Comentário: O crescimento industrial e econômico vivenciado pelos Estados europeus durante o século XIX estimulou a busca por novos mercados consumidores dos seus produtos e por fontes de matéria-prima para as indústrias, que estavam em pleno crescimento, o que era considerado estratégico para o fortalecimento dessas potências. Esse projeto expansionista estava em curso, já que a industrialização em larga escala gerava excedentes de produção. Desse modo, os continentes africano e asiático tornaram-se alvo das pretensões imperialistas, atendendo às necessidades econômicas dos europeus.

Questão 04 – Letra CEixo cognitivo: II

Competência de área: 3

Habilidade: 11

Comentário: Para legitimar o domínio imperialista, os europeus elaboraram uma justificativa que ficou conhecida como a “missão civilizadora”, que defendia a superioridade do homem branco europeu. Segundo essa ideologia, baseada no chamado “darwinismo social”, o europeu, quando exercia seu domínio em outras regiões, estava, na verdade, levando o desenvolvimento e a civilização para esses povos chamados de inferiores e de bárbaros. Esse tipo de ideologia imperialista pode ser identificado no texto, que apresenta várias concepções preconceituosas dos ingleses imperialistas em relação aos povos dominados.

Questão 05 – Letra E Eixo cognitivo: I

Competência de área: 2

Habilidade: 6

Comentário: Os itens II e III, apresentados pela questão, são corretos, afinal, no contexto da divisão do continente africano, houve a imposição dos interesses imperialistas europeus, o que acabou gerando diversos problemas que até hoje são perceptíveis na região. Já o item I apresenta uma afirmativa incorreta, pois a descolonização da África ocorreu no contexto pós-Segunda Guerra, sendo, por vezes, coordenada por um órgão supranacional, a ONU. Além disso, após a independência, várias nações procuraram não se alinhar nem aos Estados Unidos nem à URSS, que, naquele momento, travavam a Guerra Fria. Assim, a alternativa correta é a E, por considerar apenas os itens II e III como verdadeiros.

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Questão 06 – Letra B Eixo cognitivo: II

Competência de área: 2

Habilidade: 7

Comentário: Conforme a alternativa correta, letra B, as demarcações territoriais realizadas na África obedeceram exclusivamente aos interesses econômicos e políticos das grandes potências. Dessa forma, as várias etnias que já estavam organizadas naquele continente, por vezes, foram postas em conflito, fato que, ainda hoje, é um dos principais responsáveis pelos problemas africanos.

CAPÍTULO – B1Brasil Império: Primeiro Reinado e Período Regencial

Exercícios de aprendizagem

Questão 01 Comentário: Algumas das exigências da Inglaterra no reconhecimento da Independência foram a renovação dos Tratados de Comércio de 1810, que lhe davam vantagens alfandegárias, e a extinção do tráfico negreiro. Tais exigências tinham o claro objetivo de assegurar os mercados brasileiros bem como a condição estratégica do Brasil aos negócios ingleses na América do Sul.

Questão 02 Comentário:

A) Podem ser identificados os motivos seguintes:

1. Caráter antiabsolutista: a preocupação de limitar ou reduzir os poderes do imperador, valorizar ou ampliar os poderes legislativos, por exemplo, pela submissão das forças armadas às ordens do Legislativo e não de D. Pedro I. O projeto estabelecia que o imperador não poderia dissolver o parlamento.

2. Sentimento antilusitano: o projeto proibia os estrangeiros de ocupar cargos públicos de representação nacional, além de delegar o direito de voto aos latifundiários detentores de certa quantidade de alqueires de mandioca, prejudicando os comerciantes lusitanos.

B) Criação do Poder Moderador, exclusivo do imperador e definido pela Constituição como a “chave-mestra de toda organização política”. Com relação à capacidade eleitoral, condicionou o direito eleitoral a certos níveis de renda, mas não havia a exigência da renda mínima no valor de 150 alqueires de farinha de mandioca. A renda passava a ser em dinheiro, bens de comércio ou bens de raiz.

Questão 03Comentário:

A) Durante o Período Imperial, como já ocorrera na Colônia, vigorou o sistema do padroado, isto é, de subordinação da Igreja ao Estado. A religião oficial era a Católica Apostólica Romana, com uma série de privilégios, tais como a exclusividade para a construção de templos e pagamento do salário dos padres pelo Estado. Por outro lado, o imperador podia fazer indicações dos bispos – cuja sagração era feita pelo papa – e, por meio do beneplácito, a vigência das bulas papais, no Brasil, dependia da concordância do monarca.

B) Eram permitidas outras religiões de origem europeia, porém restritas ao culto doméstico, sendo vetada a construção de templos. Já as religiões africanas eram perseguidas, e o seu exercício era quase sempre realizado clandestinamente.

Questão 04Comentário:

A) O que provocou o conflito entre a Assembleia Constituinte e D. Pedro I foi a incompatibilidade de interesses entre ambos. Se, de um lado, o imperador, com seu perfil autoritário, pretendia que a Assembleia Constituinte fortalecesse sua autoridade diante dos outros poderes, de outro, os deputados constituintes desejavam uma Constituição que limitasse os poderes do imperador e desse maiores prerrogativas ao Poder Legislativo. Esse embate resultou em uma ação arbitrária de D. Pedro I, que fechou a Assembleia Constituinte e, em seguida, outorgou uma Constituição de conteúdo centralizador e autoritário.

B) Frei Caneca era líder de um movimento ocorrido em Pernambuco, que ficou conhecido como Confederação do Equador. Insatisfeitos com a dissolução da Assembleia Constituinte e com a Constituição outorgada de 1824, os participantes do movimento tinham por objetivo a fundação de uma República de Estados Confederados no Nordeste, contando com a posterior adesão das demais províncias.

C) De acordo com a Constituição outorgada de 1824, haveria quatro poderes, entre eles o Judiciário e o Legislativo, sendo este exercido pela Assembleia Geral, composta por uma Câmara dos Deputados, eleitos por votação indireta, e por um Senado vitalício. Além desses, haveria dois poderes que caberiam ao imperador: o Executivo, juntamente com seu ministério, e o Moderador, juntamente com o Conselho de Estado. O Poder Moderador era definido como o ponto central de toda a composição política do império. Na prática, resultou em grande concentração de poderes nas mãos do imperador.

As eleições seriam indiretas e censitárias. Os cidadãos, que deveriam ter uma renda mínima de 100 mil réis, escolhiam os eleitores, com renda mínima de 200 mil réis, que, por sua vez, elegiam os deputados. Para se candidatar a deputado, era necessária uma renda de 400 mil réis e, para disputar uma vaga no Senado, 800 mil réis. O voto era masculino, aberto e para maiores de 25 anos.

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Com relação à organização do trabalho, subentendia-se a manutenção da escravidão, mas não havia referência explícita a isso no texto constitucional. Vale lembrar que a Constituição não procurou desfazer as relações de produção oriundas do período colonial, o que manteve o modelo escravista em vigor até o fim do século XIX.

Questão 05Comentário: A Guerra da Cisplatina, disputa envolvendo Argentina e Brasil pela região do atual Uruguai, aumentou o desgaste da imagem do imperador Pedro I pela participação numa guerra que, tida como impopular e desnecessária, provocou um derramamento de sangue de milhares de brasileiros e um quadro de crise nas contas públicas em virtude dos gastos com o conflito.

Questão 06Comentário: O “maior obstáculo” citado no discurso era o contestado imperador Pedro I, que, além de ser considerado autoritário pelos setores oposicionistas do parlamento brasileiro, era visto como um empecilho à independência do Brasil, uma vez que era português e mantinha vínculos com o trono de um país que outrora fora nossa metrópole. Assim, a sua saída representava uma ruptura definitiva com Portugal e a oportunidade de o Brasil ser conduzido apenas por brasileiros.

Questão 07Comentário:

A) No início da década de 1830, a continuidade do reinado de D. Pedro I tornou-se insustentável. A crise financeira, desencadeada pelo declínio das exportações, pelo crescente endividamento externo e pelos gastos com a Guerra da Cisplatina, resultou em um aumento da inflação e no agravamento da pobreza. A isso se somou a insatisfação com a centralização do poder e o autoritarismo do imperador, levando a intensos conflitos entre facções favoráveis (em sua maioria ligadas ao Partido Português) e contrárias (em sua maioria ligadas ao Partido Brasileiro) ao imperador. Outro fator importante foi o empenho do imperador na luta a favor de seu irmão, D. Miguel, o qual disputava, com a própria filha, D. Maria II, a sucessão do trono português, após a morte de D. João VI. O fator que serviu como estopim para o movimento que forçou D. Pedro I a abdicar foi a dissolução, pelo imperador, do gabinete de conciliação formado apenas por brasileiros em meio à crise político-econômica. Devido aos atritos com esse gabinete, o imperador convocou um novo, composto apenas por portugueses, que ficou conhecido como Ministério dos Marqueses.

A insatisfação da opinião pública carioca diante desse fato

levou milhares de pessoas às ruas do Rio de Janeiro, em

um movimento que recebeu o apoio do Exército. A junção

desses elementos provocou a renúncia do imperador ao

trono brasileiro em favor de seu filho, o príncipe D. Pedro

de Alcântara.

B) Regências.

C) A menoridade do herdeiro, que tinha, à época da abdicação,

apenas cinco anos de idade, o impossibilitou de governar.

Por esse motivo, foi estabelecido um governo regencial,

que deveria dirigir o império até que o príncipe atingisse

a maioridade.

Questão 08Comentário: O Ato Adicional de 1834 tornou possível a

experiência republicana (dentro do império) porque

• criou as Assembleias Legislativas Provinciais, com amplos

poderes, conquistando liberdade administrativa e fazendo

suas próprias leis;

• substituiu a Regência Trina pela Regência Una, eleita

pelas Assembleias Provinciais de todo o país (medida

descentralizadora), com mandato de 4 anos;

• suspendeu o exercício do Poder Moderador e do conselho

do Estado enquanto durasse a Regência.

Questão 09Comentário:

Avanço Liberal Regresso Conservador

Medidas descentralizadoras.

Criação das assembleias

provinciais.

Redução das atribuições do

imperador.

Medidas centralizadoras.

Retirada de atribuições das

assembleias provinciais.

Antecipação do poder do

imperador e reafirmação de

suas atribuições políticas.

Questão 10Comentário: Entre os vários fatores que contribuíram para

o Golpe da Maioridade, podemos citar a instabilidade política

brasileira e a ameaça de fragmentação territorial em virtude

dos movimentos locais de independência.

Questão 11Comentário:

A) As quatro províncias que sediaram os movimentos

insurrecionais mais importantes do período regencial

foram: Rio Grande do Sul (Farroupilha), Grão-Pará

(Cabanagem), Bahia (Sabinada e Revolta dos Malês)

e Maranhão (Balaiada).

B) A Sabinada (1834-1837) foi um movimento resultante

de tantos outros ocorridos na Bahia, ao longo da história,

e imprimiu uma luta contra as imposições autoritárias do

governo regencial. O nome do movimento adveio de seu

líder, o médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira.

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Foi um movimento que reuniu fazendeiros locais e militares

descontentes com seus salários (soldos), ao mesmo tempo

que temiam serem deslocados para servir no sul do país

devido à intenção do governo central em juntar forças para

combater os Farrapos, que também era um movimento de

cunho separatista.

A Revolta de Malês (1835) foi um movimento realizado

por escravos islâmicos, alfabetizados em árabe e que

buscavam encerrar as ações abusivas empreendidas pelos

seus senhores e as forças públicas que perpetuavam

a escravidão. O movimento foi reprimido.

Questão 12

Comentário: A origem da Revolução Farroupilha (1835-1845)

está relacionada à situação precária da economia gaúcha:

altos impostos cobrados pelos governos do Rio de Janeiro,

concorrência com os produtos platinos, empobrecimento do

setor de subsistência, etc. Havia também o desejo de maior

autonomia local por parte dos rio-grandenses, já que os

presidentes de províncias impostos pela Regência eram ligados

à capital federal.

Com a “participação”, em 1845, a mais importante reivindicação

dos estanceiros gaúchos foi atingida: estabeleceu-se uma

relativa autonomia, isto é, criou-se um mecanismo político

por meio do qual o governo gaúcho seria eleito pelo voto

censitário e administraria junto com uma assembleia, formada

por proprietários locais. Desse modo seria respeitada a

Constituição de 1824, apenas adaptada “pragmaticamente”

aos interesses autonomistas.

Exercícios propostos

Questão 01 – Letra E

Comentário: A questão visa aferir a capacidade do aluno de

interpretar o organograma presente na introdução do item.

A existência de um modelo político monárquico e a presença

do Poder Moderador contribuem para a escolha da resposta

correta, ou seja, a letra E.

Questão 02 – Letra D

Comentário: Conforme apontado na letra D, a charge

apresenta a principal singularidade da Constituição de 1824:

a criação do Poder Moderador. Esse poder, encarnado na

figura de D. Pedro, tinha, em teoria, a função de equilibrar os

outros poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário).

No entanto, na prática, o Poder Moderador colocava o imperador

acima dos outros três poderes, dando-lhe autoridade para

controlá-los e tomar decisões sem prestar contas a eles.

Questão 03 – Letra AComentário: A Constituição de 1824 estabeleceu a criação do Poder Moderador, um poder que estaria acima dos outros três (Executivo, Legislativo e Judiciário). Por meio desse poder, o imperador exercia, de forma discricionária, o controle sobre os outros três. Devido a essa concentração de poderes nas mãos de D. Pedro, muitos historiadores afirmam que sua autoridade se assemelhava a de um rei absolutista.

Questão 04Comentário:

A) Poder Moderador.

B) Os argumentos contrários às prerrogativas políticas do Poder Moderador se apoiavam no liberalismo político e no republicanismo. Acusavam de absolutista esse excesso de poder nas mãos do imperador.

Questão 05 – Letra BComentário: As afirmativas II, III e IV apresentam informações corretas no que se refere à luta do governo pela centralização política e administrativa, aos limites da cidadania no Império e à escravidão no país. A afirmativa I está errada e apresenta uma informação oposta à II, uma vez que poderes locais muitas vezes se posicionaram contra as medidas centralizadoras no Império, a ponto de provocar diversas revoltas.

Questão 06 – Soma = 31Comentário: Todas as afirmativas apresentam informações corretas no que se refere à organização das bases jurídicas do Estado, as rivalidades e os conflitos de interesses que dominaram o cenário político do Primeiro Reinado.

Questão 07 – Letra CComentário: As afirmativas I, II e III estão corretas. Buscando manter a unidade política e territorial do Brasil, os dirigentes políticos buscaram centralizar os processos decisórios no Rio de Janeiro, adotando o unitarismo como forma de Estado. Além disso, a Constituição de 1824 criou o Poder Moderador, que concedia autoridade a D. Pedro para controlar os outros três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Essas propostas centralizadoras provocaram diversas revoltas em várias províncias brasileiras, sendo que algumas exigiam autonomia política (ou seja, a implantação do federalismo) e muitas outras, a emancipação em relação ao Brasil. A solução do governo para manter a integridade territorial foi a repressão a esses levantes. A única afirmativa incorreta é a IV, pois as relações escravistas ficaram praticamente inalteradas após a independência do Brasil.

Questão 08 – Letra BComentário: Os jornais de oposição de Pernambuco foram o principal veículo de informação a incentivar a população a promover um levante contra o governo central. Destacaram-se os periódicos de Guarita de Pernambuco, Sentinela da Liberdade e Tifis Pernambucano, este publicado por Frei Caneca.

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Questão 09Comentário:

A) Segundo o texto, a imagem de D. Pedro II foi construída com o intuito de representar “a segurança e estabilidade do país”, bem como de ”unificar um país muito grande e disperso” em torno da figura do imperador. A construção de sua imagem, portanto, se diferenciava da de seu pai, D. Pedro I, que era retratado como um jovem aventureiro, imagem que pode ser associada à instabilidade de seu governo.

B) Uma característica do período regencial que gerava instabilidade era a ausência de um rei, ou seja, de uma figura que representasse a legitimidade da monarquia. Além disso, a estabilidade e a unidade do Brasil eram ameaçadas pela eclosão de revoltas separatistas nas províncias ou de revoltas escravas – como a que ocorreu em Salvador em 1835, liderada pelos malês.

Questão 10 – Letra AComentário: A Guerra dos Farrapos representa uma das mais importantes revoltas regenciais. Como movimento separatista, a Farroupilha foi estimulada, conforme esclarece a letra A, pelas questões tributárias vinculadas à atividade da pecuária vigente no Brasil. Apesar dos conflitos e da repressão promovida pelo Estado Imperial, a revolta foi encerrada por um acordo que possibilitou um modelo tributário satisfatório aos revoltosos, já que a carne estrangeira passou a ser tributada, reduzindo a concorrência com os fazendeiros do Sul do país.

Questão 11Comentário:

A) Entre as reformas do Ato Adicional, o aluno poderá mencionar suas medidas liberais, como a criação das Assembleias Legislativas e a transformação da Regência Trina em Una.

B) Entre os anos de 1831 a 1840, pode-se falar que o Brasil passou por uma “experiência republicana” por enfrentar a inédita situação política de ser governado por brasileiros, cujo poder era legitimado pelo voto, e não pela hereditariedade, como na monarquia. No entanto, vale ressaltar que ainda não podemos falar de uma República propriamente dita, pois a Regência ainda seguia os princípios jurídicos da Constituição Imperial de 1824, cumprindo apenas a função de administrar o país enquanto D. Pedro II ainda não atingia a maioridade.

Questão 12 – Letra AComentário: Apesar de cada uma possuir suas particularidades, as revoltas que se desencadearam durante o Período Regencial apresentavam uma postura regional de resistência às determinações do governo central. A Constituição de 1824 determinava o unitarismo como forma de Estado, o que deixava os processos decisórios centralizados no Rio de Janeiro. Isso provocou a luta pela emancipação política de algumas regiões, colocando em xeque a unidade territorial do país.

Questão 13 – Letra EComentário: Durante o Período Regencial a unidade territorial brasileira esteve ameaçada pelas várias rebeliões que eclodiram nesse contexto, demonstrando resistência às determinações do governo central e, ao mesmo tempo, a luta por autonomia de algumas regiões, que viviam isoladas politicamente e em condições de miséria. Essas revoltas também se caracterizaram pelas disputas de poder, contando com a presença de grupos sociais diversos, como grandes proprietários e populares, conforme sinaliza corretamente a letra E.

Questão 14 – Letra EComentário: A abdicação de Pedro I levou, conforme previa a Constituição de 1824, à formação do Governo Regencial. A ausência de um poder centralizado capaz de inibir ações regionais pautadas em anseios sociais e políticos contribuiu para a eclosão das revoltas regenciais. A instabilidade do período despertou a necessidade de uma nova centralização, contribuindo para a ascensão de Pedro II. Assim, a opção E responde de modo satisfatório à questão.

Questão 15 – Letra AComentário: Ao contrário do que é afirmado na letra A, o Estado brasileiro buscou a reintegração do Rio Grande do Sul por meio de medidas conciliatórias. Em nome do governo, Duque de Caxias, que após o conflito recebeu o título de “Pacificador do Império”, desarticulou a revolta por meio de negociações que ocorriam concomitantemente ao conflito. Por fim, em 1845, firmou com os farroupilhas um acordo de paz que estabelecia a anistia geral e outras concessões, como o direito de indicar um outro presidente de província. Assim, os gaúchos se incorporaram definitivamente ao Estado brasileiro.

Questão 16 – Letra BComentário: O texto de introdução elaborado por Caio Prado Júnior apresenta as fragilidades das revoltas regenciais. A opção correta, letra B, reafirma a ideia central do texto ao propor a existência de uma disparidade de propostas dos movimentos, já que se vinculavam a anseios sociopolíticos distintos, variando segundo as ansiedades locais dos grupos organizadores dos movimentos.

Questão 17Comentário:

• Garantia da propriedade.

• Monarquia Constitucional.

• Vigência de um modelo representativo com voto censitário.

Questão 18Comentário: Entre as propostas, o aluno pode escolher: defesa do federalismo; possibilidade de separatismo; defesa do regime republicano; revisão da política de impostos sobre o charque sulino.

A Farroupilha despertou a atenção dos dirigentes do império por ameaçar a integridade territorial do país com o seu objetivo de se emancipar do Brasil e formar uma República Rio-grandense.

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Manual do Professor

37Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 19Comentário:A) A permanência de D. Pedro no Brasil atendia à expectativa

da elite “brasileira”, uma vez que ficariam asseguradas as garantias deixadas pelo período joanino, como a abertura dos portos e o Tratado de 1810. Além disso, o “Fico” significava a adesão de um membro da família real à causa da independência, o que enfraquecia as forças recolonizadoras, representadas pelas Cortes de Lisboa. Quando houve o fechamento da Assembleia Constituinte pelo imperador, as expectativas dos “brasileiros” foram frustradas, pois esse ato, que afirmava o caráter arbitrário de D. Pedro, contrariava seus interesses liberais.

B) A postura dos “portugueses”, nos dois casos, era sempre inversa à dos brasileiros. Assim, reagiram negativamente ao “Fico”, pois essa ação era um obstáculo aos seus anseios recolonizadores. No entanto, aceitaram bem o fechamento da Assembleia Constituinte, uma vez que o poder absoluto de D. Pedro, por questão de alinhamento, conferia prestígios políticos ao “partido português”.

Questão 20Comentário:

A) 1831-1836: Avanço Liberal.

1837-1853: Regresso Conservador.

B) Ato Adicional de 1834: modificou a Constituição de 1824, provocando as seguintes mudanças:

• suspensão do Poder Moderador e do Conselho de Estado durante o período regencial;

• criação das Assembleias Provinciais;

• criação da Regência Una.

C) As medidas foram revertidas com o processo centralizador, que objetivava garantir a ordem nacional no contexto de inúmeras revoltas regenciais. Um dos exemplos da centralização foi a Lei Interpretativa do Ato Adicional. O Golpe da Maioridade também pode ser um exemplo de centralização.

Seção Enem

Questão 01 – Letra EEixo cognitivo: II

Competência de área: 3

Habilidade: 12

Comentário: A questão aborda a crise do Primeiro Reinado, contexto brasileiro marcado por uma situação econômica e política conturbada e uma política externa desastrosa. Diante dessa situação, D. Pedro I enfrentava diariamente a oposição do Partido Brasileiro e a crítica de vários jornais adversários contra o autoritarismo do imperador – caracterizado pela forte centralização do poder, garantida na Constituição outorgada de 1824. O episódio destacado no texto trata do retorno de D. Pedro I ao Rio de Janeiro de uma viagem a Minas Gerais. Nessa oportunidade, os portugueses, conscientes das hostilidades sofridas pelo imperador em Minas Gerais, resolveram realizar uma festa quando da sua chegada à capital do império.

Essa festa atraiu os opositores brasileiros, que, dispostos a atrapalhar o encontro, entraram em choque com os portugueses, provocando o conflito conhecido como a Noite das Garrafadas (13 de março de 1831).

Questão 02 – Letra DEixo cognitivo: IV

Competência de área: 5

Habilidade: 24

Comentário: O item apresenta um gráfico com a divisão religiosa brasileira. Nota-se uma considerável concentração de brasileiros na religião católica (73,8%), influência da Igreja na história colonial e imperial do Brasil. A partir desse ponto, o item busca encontrar uma justificativa para essa influência nesses períodos históricos, sendo a resposta correta, letra D, a que apresenta a intensa relação entre Igreja e Estado nos primeiros séculos da história nacional.

Questão 03 – Letra DEixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 22

Comentário: O objetivo central do item é averiguar se o aluno compreende que o modelo eleitoral brasileiro proposto na Constituição de 1824 era responsável por atender aos interesses da elite nacional. Essa percepção fica evidente na leitura do texto de introdução, quando é citado o Artigo 92, que apresenta as restrições ao processo eleitoral brasileiro, com destaque para a exclusão do direito de voto no caso de ausência de renda. Compreende-se, portanto, que o controle do processo político permaneceu nas mãos dos grandes proprietários e comerciantes.

Questão 04 – Letra EEixo cognitivo: V

Competência de área: 3

Habilidade: 15

Comentário: A questão analisa o Período Regencial e suas repercussões. A partir da leitura do texto, pode-se identificar o perfil conturbado do período, no qual o desarranjo e o questionamento das tradicionais estruturas de poder foram acompanhados da expansão de um novo setor da economia brasileira: a cafeicultura. Assim, a resposta que registra o Período Regencial é a E.

Questão 05 – Letra BEixo cognitivo: III

Competência de área: 3

Habilidade: 13

Comentário: A questão visa analisar os grupos sociais que compunham o movimento da Confederação do Equador de 1824. A resposta correta, letra B, é encontrada com relativa facilidade pelo aluno, pois basta apenas uma leitura atenta do texto para a compreensão da variada composição social do movimento, demonstrando a concordância desses setores na recusa à excessiva centralização e a divergência no tocante às questões sociais.

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38 Coleção EM2

Questão 06 – Letra AEixo cognitivo: III

Competência de área: 3

Habilidade: 12

Comentário: De acordo com o esquema proposto no suporte, o poder moderador garantia ao monarca total soberania sobre os outros três poderes, com a possibilidade de intervenção e veto. As alternativas B e E estão incorretas porque o poder central e com maior influência era o poder moderador. As alternativas C e D são improcedentes, pois a existência do poder moderador permitia a interferência direta do monarca nos demais poderes e anulava a independência entre eles.

Questão 07 – Letra CEixo cognitivo: II

Competência de área: 2

Habilidade: 7

Comentário: A questão enfatiza a condição do Brasil como país agroexportador e profundamente dependente das manufaturas e dos produtos industriais vindos do exterior. A opção econômica brasileira de voltar-se para o mercado externo como fornecedor de produtos primários acabou por enfraquecer o país como uma possível nação industrializada. A presença de capital externo no Brasil se limitou aos investimentos em obras de infraestrutura, como as estradas de ferro, ou a empréstimos concedidos ao Estado Imperial.

Questão 08 – Letra CEixo cognitivo: IV

Competência de área: 3

Habilidade: 14

Comentário: A questão aborda os aspectos políticos do Primeiro Reinado. O eixo central é a crítica de Frei Caneca, importante líder da Confederação do Equador, à implantação do Poder Moderador. Os participantes do movimento consideravam o poder do imperador arbitrário, visto que estava acima dos demais poderes estabelecidos pela Constituição de 1824, permitindo, assim, uma prática política autoritária. Justifica-se, portanto, a alternativa C como resposta.

Questão 09 – Letra EEixo cognitivo: III

Competência de área: 3

Habilidade: 18

Comentário: Essa questão analisa as consequências das revoltas regenciais no Brasil. Nesse sentido, um dos reflexos mais imediatos foi a centralização do poder político através do Golpe da Maioridade em 1840, responsável por colocar no poder o jovem Pedro II, com o intuito de restabelecer a ordem política e social do país. Justifica-se, portanto, a alternativa E como resposta.

CAPÍTULO – B2Brasil Império: Segundo Reinado

Exercícios de aprendizagem

Questão 01 Comentário:

A) Comum – os dois partidos apoiavam o regime monárquico brasileiro, a prevalência do voto censitário, a manutenção da escravidão, da concentração fundiária e a garantia da propriedade.

Divergente – o Partido Conservador valorizava o Poder Moderador, profundamente criticado pelo Partido Liberal. Já os liberais eram favoráveis ao sistema federalista, dando maiores atribuições às províncias brasileiras, contrariando a defesa do unitarismo proposto pelos conservadores. Outro ponto divergente foi a valorização pelos liberais de um sistema jurídico marcado pela escolha dos magistrados por eleições, contrariando o sistema de escolha dos juízes pelo poder central, conforme propunham os conservadores.

B) O sistema político parlamentar britânico era conduzido pelo primeiro ministro, sendo o monarca responsável pelas funções de chefe de Estado, não exercendo atividades relevantes na condução do governo. Já no Brasil, as funções do monarca eram ampliadas quando comparadas com o modelo inglês. Essa situação se explica pela existência do Poder Moderador, responsável pelo fortalecimento do rei no sistema político nacional.

C) A instabilidade política originada do período regencial refletiu nos primeiros anos do Segundo Reinado. Assim, movimentos como a Farroupilha e a Revolta da Praieira ainda desafiavam as estruturas do regime imperial brasileiro, sendo eliminados com o decorrer dos anos.

Questão 02Comentário:

Vale do Paraíba Oeste Paulista

Avanço do café na primeira metade do século XIX.

Uso predominante do trabalho escravo.

Sistema agrícola rudimentar semelhante ao do Período

Colonial.

Avanço do café em meados do século XIX.

Uso do trabalho de imigrantes europeus.

Concepções modernas de agricultura.

Questão 03Comentário:

A) Houve, segundo o texto, o calçamento de todas as ruas, o surgimento de prédios lindos e opulentos, em contraposição às antigas casas, quase todas térreas,e dos bondes, que cortavam as ruas onde antes trafegava carros de bois.

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39Bernoulli Sistema de Ensino

B) Com o advento do café, houve a mudança do eixo econômico brasileiro do Nordeste para o Sudeste, em especial, para o estado de São Paulo. No final do século XIX, graças, entre outros fatores, à acumulação de capitais, à dinamização da economia e à expansão do mercado, promovidas pelo café, a cidade de São Paulo iniciou seu processo de industrialização, tornando-se a principal região econômica do estado. Houve um acelerado crescimento urbano e o início de uma nova corrente migratória.

Questão 04Comentário: A Era Mauá foi caracterizada por uma série de iniciativas do Visconde de Mauá com o intuito de promover a modernização do Brasil. Entre as várias medidas, podemos destacar: fundação de bancos, implantação da iluminação a gás no Rio de Janeiro, criação da companhia de bondes e de um estaleiro, conforme indica o texto de introdução.

Questão 05Comentário: Tarifa Alves Branco – maior taxação dos produtos industriais importados. As taxas passaram de 20% para 60%, o que levou ao encarecimento dos produtos estrangeiros, dando espaço para a produção nacional. Esse aumento de taxação significou a imposição de tarifas protecionistas.

Lei Eusébio de Queirós – proibição do tráfico de africanos escravizados, liberação do capital aplicado no tráfico, levando os indivíduos a buscar outras áreas de investimento, o que favoreceu as aplicações no campo das atividades industriais, companhias de navegação e estradas de ferro.

Agricultura Cafeeira – expansão da agricultura cafeeira no vale do Paraíba e no Oeste Paulista. Crescente volume de exportações, sendo o Brasil o maior exportador do produto. Ampliação dos lucros com o comércio externo e de investimentos na área da produção industrial. Os recursos do café financiaram as indústrias.

Questão 06Comentário:

A) As pressões inglesas advindas da proibição internacional do tráfico negreiro, por meio de uma lei estabelecida pelo Parlamento inglês – a Lei Bill Aberdeen. Outro fator foi o advento da Revolução Industrial, também decorrida na Inglaterra, que suscitou a demanda por mercado consumidor, consequentemente por trabalho remunerado, sendo essa uma tendência não só na Europa, mas também na América. Vale salientar ainda a pressão da opinião pública, contrária a essa prática, assim como a classe média urbana, composta de profissionais liberais, intelectuais, universitários e proprietários de pequenos estabelecimentos comerciais e industriais.

B) Extinguir o tráfico negreiro no Brasil conduziu o processo de abolição da escravidão, e paralelamente a imigração europeia, que substituíra o trabalho do escravo africano. Outra consequência foi o desvio do capital antes investido na compra de escravos para outros setores da economia brasileira.

Questão 07Comentário:

A) A política imigratória respondia tanto ao problema da mão

de obra afetada pelo fim do tráfico de escravos como à

questão racial, incorporando imigrantes brancos (europeus)

como forma de modificar o padrão racial do povo brasileiro

(branqueamento). Relacionou-se também com a formação

e ampliação do mercado consumidor interno.

B) A Lei de Terras de 1850 buscou restringir o acesso à

terra no Brasil. Sua principal característica foi reduzir

a conquista de terras por doação, transformando-a em

uma propriedade a ser adquirida pela compra. Um dos

principais objetivos dessa lei seria impedir que o imigrante

que chegasse ao Brasil conseguisse fácil acesso à terra e

não se encaminhasse para as fazendas como mão de obra,

já que a demanda por esse tipo de trabalho era intensa

após o fim do tráfico de escravos estipulado pela Lei Eusébio

de Queirós.

Questão 08Comentário: O processo abolicionista brasileiro foi marcado

por uma série de leis que buscavam reduzir a presença do

trabalho escravo no sistema econômico brasileiro. Como

exemplo, podemos citar a Lei Eusébio de Queirós e a Lei do

Ventre Livre. O objetivo dessas leis era promover o fim da

escravidão sem provocar grandes impasses com os setores da

sociedade que ainda utilizavam essa modalidade de trabalho.

A abolição definitiva ocorreu em 1888, com a Lei Áurea, que,

apesar de libertar os escravos, não garantiu um esforço de

inclusão social do ex-escravo, contribuindo para a manutenção

de um quadro de exclusão e racismo.

Questão 09Comentário:

A) A atuação dos soldados negros e mulatos, livres ou

escravos, na Guerra do Paraguai contribuiu para intensificar

o movimento abolicionista e também garantiu o maior

efetivo militar para o Exército. Os soldados e os oficiais,

ao retornarem da guerra, aderiram à causa abolicionista,

recusando-se a reprimir as fugas de escravos e a

formação de quilombos, por convicção ideológica e por

julgarem tratar-se de ações que denegriam a imagem da

instituição militar.

B) A Guerra do Paraguai contribuiu para fortalecer a atuação

política do Exército brasileiro. Os militares retornaram

influenciados pelo republicanismo de seus aliados,

Argentina e Uruguai, e também mais coesos e corporativos,

exigindo a liberdade de atuação política. Os conflitos com

o império acabaram por conduzir o Exército à defesa

do republicanismo, o que culminou no golpe de 15 de

novembro, que derrubou a monarquia.

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Questão 10Comentário: Vários fatores colaboraram para o fim da monarquia no Brasil. Destacam-se o desejo de maior atuação política do Exército brasileiro após a Guerra do Paraguai, a oposição ao regime monárquico por parte dos fazendeiros não indenizados no processo da abolição da escravidão e o avanço do projeto republicano dos cafeicultores paulistas a partir da década de 1870, que via na centralização do poder da monarquia um obstáculo para os seus interesses políticos locais.

Exercícios propostos

Questão 01 – Letra DComentário: Em 1844, o ministro da Fazenda, Manuel Alves Branco, elevou os impostos de importação a uma taxa de 60% para os produtos semelhantes a outros que já fossem fabricados no Brasil. Já as mercadorias que não fossem produzidas em território nacional pagariam apenas 30% de taxa de importação. Essa elevação dos preços dos produtos estrangeiros, conhecida como Tarifa Alves Branco, contribuiu para incentivar a indústria do Brasil Império.

Questão 02 – Letra AComentário: A concentração de terras do Brasil é reflexo das políticas implementadas no território desde o Período Colonial. A divisão territorial em capitanias hereditárias e o sistema de distribuição de sesmarias garantiram o prevalecimento de latifúndios, ao passo que a maioria da população não tinha acesso à terra. Durante o Império, outra medida reforçou essa característica da estrutura fundiária brasileira, a Lei de Terras, que determinou a aquisição de terras públicas por meio de compra, dificultando o acesso à terra por parte da população menos abastada do país. Desse modo, todo esse processo contribuiu para que a concentração de terras do Brasil fosse a mais acentuada do mundo, conforme indica o enunciado da questão.

Questão 03 – Letra AComentário: A Guerra do Paraguai foi um evento histórico que gerou discussões historiográficas a respeito das possíveis causas do conflito, conforme sinaliza corretamente a letra A. Os fragmentos apresentados demonstram esse embate historiográfico. O primeiro apresenta como causa os interesses imperialistas ingleses contra um “país livre”, tese defendida por Chiavenatto. Já o segundo fragmento apresenta uma versão mais aceita na atualidade que critica a primeira, defendida por Doratioto, de que as principais motivações da guerra foram as disputas por territórios, ligadas ao processo de consolidação dos Estados Nacionais da região.

Questão 04 – Letra DComentário: A expansão da produção cafeeira no Brasil ocorreu principalmente na região Sudeste. Inicialmente ela se deu no Vale do Paraíba, no início do século XIX, por meio do tradicional sistema de plantation. No entanto, devido à ausência de uma racionalidade ecológica, necessária para evitar desgastes do solo, entre outros fatores, a produção do Vale do Paraíba passou a declinar por volta de 1870.

A partir desse contexto, o protagonismo da expansão passou para o Oeste Paulista, que possuía vantagens em relação ao Vale do Paraíba, como a terra roxa – solo bastante fértil –, um clima favorável para o plantio e uma elite cafeeira que cada vez mais se identificava com o capitalismo e a modernização da economia.

Questão 05 – Letra DComentário: A questão tem como objetivo aferir a compreensão dos objetivos da elaboração da Lei de Terras no Brasil em 1850. A resposta correta, letra D, destaca o esforço do governo imperial de impedir, por meio da lei, o fácil acesso dos imigrantes às terras no Brasil. A preocupação das autoridades era garantir que os estrangeiros fossem utilizados como mão de obra nas fazendas focadas na exportação, principalmente do café.

Questão 06 – Letra CComentário: O trecho apresenta uma notícia de cunho abolicionista do final do século XIX, no auge das discussões acerca do tema. A campanha abolicionista foi desenvolvida pela imprensa e por intelectuais em núcleos urbanos. Entre os que discordavam do trabalho cativo no Brasil, nota-se a oposição ao governo de D. Pedro II, por considerá-lo omisso quanto ao trato da questão escravocrata, e a defesa do fim desse sistema sem indenização aos senhores de escravos, conforme sinaliza a letra C.

Questão 07 – Letra DComentário: As relações do governo imperial com as províncias foram fundamentais para a manutenção da unidade territorial do Brasil. O conturbado Período Regencial, marcado por tentativas emancipatórias regionais, foi substituído pelo Segundo Reinado, cujo esforço central do jovem imperador era garantir a unidade da nação, tanto pela negociação quanto pelo ânimo repressor. Sob essa perspectiva, no texto do viajante europeu Martius é possível identificar a defesa pelo regime monárquico como forma de garantir a unidade territorial brasileira. O autor relaciona o desenvolvimento do Brasil à preservação da monarquia, que seria responsável “por uma sábia organização entre todas as províncias, relações recíprocas”.

Questão 08 Comentário:

A) No escravismo, a exploração do trabalho se baseava em recursos como violência física e coerção explícita. O escravo é reconhecido como um bem semovente de propriedade do senhor, uma mera mercadoria. Já sobre o capitalismo, o aluno deve mencionar, dentre outros fatores, que o fundamento da exploração reside em um conjunto de ações coercitivas econômicas, que constrange o trabalhador a vender sua força de trabalho ao proprietário dos meios de produção, em um contexto em que trabalhadores e patrões são juridicamente livres e iguais. Ademais, o pagamento de salários dá ao trabalhador a impressão de que está sendo, de fato, remunerado de forma justa pelo seu trabalho, julgando que esse salário cobre suficientemente suas necessidades.

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41Bernoulli Sistema de Ensino

B) O colonato não era nem um sistema escravista, nem capitalista. Era um modelo econômico em que o colono recebia um pedaço de terra para cuidar e dois tipos de pagamento: um era uma quantia fixa anual e o outro era um valor correspondente ao que fora produzido. Também lhe era permitido plantar suas roças de subsistência, tanto no intervalo entre os cafeeiros quanto em alguma área da fazenda. Devido a isso, o colono tinha a ilusão de que aquilo que recebia ao entregar as sacas de café colhidas ao fazendeiro correspondia, de fato, ao valor de seu trabalho, pois presumia que o trabalho com o cafezal era a condição necessária para ter suas roças (na verdade, eram elas que cobriam as necessidades de subsistência do trabalhador). O café colhido, portanto, não passava de trabalho excedente.

Questão 09Comentário:

A) O primeiro quadro, pintado por um brasileiro, apresenta soldados celebrando uma vitória diante de uma frota inimiga durante a Guerra do Paraguai. Percebe-se, portanto, que a intenção do pintor era, ao exaltar a vitória brasileira, construir uma narrativa que destacasse o heroísmo das tropas brasileiras no conflito.

Já o segundo, ao mostrar a mulher solitária diante de corpos de soldados e resíduos da destruição, corrobora uma visão mais crítica e realista da guerra, uma vez que enfatiza, acima de qualquer heroísmo que se possa enxergar no evento, as consequências trágicas da guerra.

B) O século XIX foi tomado por vários conflitos entre os países da Bacia do Prata. Entre os vários motivos que desencadeavam tais conflitos, estava também em pauta o processo de construção dos estados sul-americanos. Um exemplo foi a “Guerra contra Oribe”, confronto que, após a intervenção do Paraguai e especialmente do Brasil, resultou na queda dos blancos e ascensão dos colorados no Uruguai. Esse conflito desembocou ainda na “Guerra contra Rosas”, contra a Argentina.

Questão 10 – Letra CComentário: O sistema político marcado pelo voto censitário e indireto impedia que setores diversos da sociedade pudessem participar do processo eleitoral brasileiro. Como apenas as elites nacionais atuavam politicamente, as diferenças ideológicas eram reduzidas. Isso, portanto, justifica a frase de introdução da questão, que afirma a inexistência de diferenças entre o Partido Liberal e o Partido Conservador durante o Segundo Reinado.

Questão 11 – Letra DComentário: A questão retrata a crise do Segundo Reinado no Brasil. As imagens apresentadas ressaltam a perspectiva republicana na medida em que denunciam o imobilismo do Estado Imperial e as contradições de um governo que utiliza negros para militarmente vencer os inimigos externos, mas que mantém o trabalho escravo em inúmeras atividades urbanas e rurais.

O objetivo das imagens é sinalizar as contradições do governo imperial e, como consequência, angariar novos adeptos para o projeto republicano. Assim, justifica-se a alternativa D como resposta.

Questão 12 – Letra EComentário: Desenvolvido pelo filósofo francês Auguste Comte (1798-1857), o positivismo criticava os modelos políticos tradicionais vigentes no Antigo Regime e defendia a República. O modelo republicano positivista pode ser caracterizado por seu traço centralizador, chegando a ser chamado de “ditadura republicana”. Essas ideias positivistas serviram como inspiração aos combatentes da monarquia brasileira, que a acusavam de ser responsável pelo atraso do país. Essa ideologia atraiu significativamente alguns grupos sociais brasileiros, entre eles, os militares – que defendiam a necessidade de um poder executivo forte.

Questão 13 – Letra DComentário: A charge de introdução da questão promove uma crítica ao modelo eleitoral brasileiro durante o império. O tema central da análise seria a venda de votos. As narrativas contemporâneas do Brasil também apresentam tais mazelas políticas, não sendo, portanto, exclusividade do período imperial a fragilidade do sistema eleitoral. Porém, as restrições políticas existentes no século XIX eram ainda mais danosas ao sistema eleitoral, já que o voto censitário inviabilizava o livre acesso de todos os setores da sociedade ao poder. Assim, a opção correta é a letra D.

Questão 14 – Letra AComentário: Apesar da estabilidade política presente nos longos anos do Segundo Reinado, o Brasil Imperial vivenciou várias mudanças que marcaram a formação histórica do país. A letra A, opção correta, ressalta as mudanças socioeconômicas que foram impactantes para a dinâmica do Brasil em transformação.

Questão 15Comentário:

1. A) Região Norte

Fator: exploração da borracha.

Após a virada da primeira metade do século XIX, as demandas por matéria-prima pelas potências industrializadas se intensificaram. Nesse sentido, a região amazônica foi determinante como fornecedora de látex, provocando o aumento do fluxo de imigrantes buscando o enriquecimento com essa atividade econômica.

B) Região Sul

Fator: ocupação de fronteiras instáveis do império.

Com o intuito de garantir a conquista dos territórios do Sul do Brasil, o império brasileiro estimulou a ocupação desse território, em especial devido às instabilidades existentes com os vários conflitos ocorridos, como a Guerra do Paraguai.

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2. Norte – Na região, predominou o imigrante dedicado à atividade comercial, com destaque para libaneses e judeus, que viam na borracha a possibilidade de enriquecimento. Essa situação reflete a despreocupação com a ocupação das terras vinculada ao desenvolvimento agrícola no período.

Sul – Na região, predominou o imigrante dedicado ao uso da terra para a agricultura. Imigrantes como os alemães e italianos desenvolveram nessa região práticas agrícolas familiares, que contribuíram para a difusão de novas técnicas de plantio no país, além de introduzirem novas culturas alimentares no Brasil.

Questão 16 Comentário:

1. Conservadores ou regressistas.

2. Mesmo não havendo profundas divergências ideológicas entre liberais e conservadores, uma vez que ambos os grupos eram compostos pela elite latifundiária e escravocrata, podemos salientar algumas diferenças entre suas propostas: enquanto o Partido Liberal, constituído pelas elites regionais, defendia a descentralização do poder e maior autonomia para as províncias, a fim de acentuar seu poder local, o Partido Conservador defendia a centralização do poder, de forma a subordinar significativamente as províncias às decisões do Rio de Janeiro.

Questão 17Comentário: Havia, no Segundo Reinado, especialmente a partir de meados de 1870, uma tensão entre os membros da elite brasileira: de um lado, os defensores de um projeto político centralizador, representado pelo grupo Saquarema; de outro, os cafeicultores do Oeste Paulista. Esse segundo grupo via no poder centralizador da monarquia um empecilho para o aumento de suas riquezas, além de considerar um abuso o poder central nomear os presidentes de província. Portanto, passaram a defender o federalismo, ou seja, uma maior autonomia para as províncias, e consideravam que a monarquia, que sempre tendia à centralização, seria inadequada para implantar esse regime. Assim, os cafeicultores paulistas fundaram, em 1870, o Partido Republicano.

Questão 18 – Letra BComentário: Todas as alternativas apresentam informações corretas sobre a Revolução Praieira, com exceção da letra B, que contém várias informações imprecisas. Na província de Pernambuco, palco de revoltas que contestaram o domínio colonial e o poder centralizador, eclodiu a Praieira, que nasceu da insatisfação das lideranças liberais pernambucanas ao perderem o controle da província para os conservadores, passando a contestar abertamente também o governo central brasileiro. Senhores de engenho, camadas médias urbanas e pessoas das camadas mais baixas chegaram a participar da revolta, com destaque, entre esses últimos, para vaqueiros, escravos, libertos, mascates e arrendatários – ao contrário do que é afirmado na letra B. Os praieiros tentaram ocupar Recife, mas foram derrotados pelas forças imperiais.

Questão 19 – Letra BComentário: A única alternativa que apresenta informações

históricas incorretas é a letra B, já que os movimentos da

Inconfidência Mineira (1789) e da Confederação do Equador

(1824) apresentaram sim o caráter republicano, sem que haja

contestação dessa característica pela historiografia brasileira.

Enquanto o movimento separatista mineiro visava, entre outros

objetivos, à separação da capitania de Minas Gerais, que

formaria uma República firmada nos princípios da Constituição

dos Estados Unidos, os políticos pernambucanos, líderes da

Confederação do Equador, chegaram a criar uma república

independente no Nordeste.

Questão 20 – Letra AComentário: A Escola de Minas de Ouro Preto foi fundada

em 12 de outubro de 1876, pelo cientista francês Claude Henri

Gorceix, idealizada pelo imperador Dom Pedro II. Ela tornou-se

a primeira escola de estudos mineralógicos, geológicos

e metalúrgicos do Brasil. Desse modo, conforme indica

corretamente a letra A, durante o governo de Dom Pedro II,

foram criadas instituições de ensino, impulsionando a produção

do conhecimento científico no período.

Seção Enem

Questão 01 – Letra EEixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 22

Comentário: Os dois trechos abordam ideias semelhantes

quanto à abolição quando assinalam que ela atingiu apenas

uma parcela pouco significativa da população negra, do ponto

de vista numérico. Contudo, o argumento do texto I que

complementa, ou seja, que adiciona um argumento novo ao

trecho II, é o fato de ressaltar a importância histórica da lei:

a necessidade de um ato jurídico-político que legitimasse o fim

da propriedade sobre pessoas. Portanto, a alternativa correta

é a letra E.

Questão 02 – Letra BEixo cognitivo: II

Competência de área: 1

Habilidade: 2

Comentário: As imagens do imperador Dom Pedro II revelam

um governante sóbrio e maduro que se mostrava capaz de

governar o Brasil conforme a Constituição outorgada pelo seu

pai. Imagens como essa eram amplamente divulgadas como

forma de legitimar o poder de um imperador que assumira o

comando do país aos 14 anos.

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Manual do Professor

43Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 03 – Letra DEixo cognitivo: I

Competência de área: 3

Habilidade: 11

Comentário: A questão aborda a composição das forças políticas que atuaram no Segundo Reinado. Os adeptos do Partido Liberal eram favoráveis ao sistema federalista, ou seja, desejavam a ampliação da descentralização do poder, dando maiores atribuições às províncias brasileiras. Essa reivindicação contrariava a defesa do unitarismo proposto pelos conservadores, adeptos da centralização do poder, conforme é destacado na alternativa correta, letra D.

Questão 04 – Letra CEixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 22

Comentário: O texto aponta um atrito entre o interesse dos fazendeiros, que queriam patrocínio (subsídio) do Estado a fim de trazer imigrantes para o Brasil, e o governo brasileiro. Conforme o autor do texto, o governo relutava em atender os fazendeiros, uma vez que acreditava que despesas relativas aos trabalhadores deveriam ser de responsabilidade dos latifundiários.

Questão 05 – Letra CEixo cognitivo: I

Competência de área: 3

Habilidade: 11

Comentário: Novamente o Enem analisa a temática da escravidão, com as suas variadas possibilidades de interpretação. O item foi construído a partir de uma fotografia do século XIX em que dois negros, um homem e uma mulher, se apresentam bem vestidos. O que se exige é uma leitura histórica dessa imagem, sendo todas as opções falsas, com exceção da letra C. Nessa opção, enfatiza-se que o uso de sapatos era uma maneira de diferenciar os escravos libertos e bem colocados na hierarquia social perante a maior parcela da população cativa brasileira, que era desprovida de qualquer tipo de calçado.

Questão 06 – Letra DEixo cognitivo: IV

Competência de área: 3

Habilidade: 14

Comentário: O item foi introduzido com duas versões distintas para justificar a Guerra do Paraguai (1865-1870). O objetivo é apresentar a existência de uma relativa divergência historiográfica para a análise de um tema tão relevante da história imperial brasileira. O objetivo do item, portanto, não é identificar a causa do conflito, mas sim aferir a capacidade do aluno de identificar as divergências existentes a respeito do tema. Assim, a melhor opção é a D, que reafirma a dificuldade de se encontrar um denominador comum que justifique a eclosão da Guerra do Paraguai.

Questão 07 – Letra BEixo cognitivo: V

Competência de área: 3

Habilidade: 15

Comentário: O item analisa a temática do abolicionismo no Brasil. A resposta é obtida a partir de uma boa leitura do texto de introdução, que enfatiza duas questões centrais: as dificuldades vivenciadas pelos negros para conquistarem a alforria e a utilização da prática do Direito para alcançar a liberdade. Essas ideias estão presentes na pequena biografia do negro Luiz Gama, que é apresentada na introdução do item. Assim, a melhor opção de resposta é a alternativa B.

Questão 08 – Letra AEixo cognitivo: V

Competência de área: 3

Habilidade: 15

Comentário: A questão discute os impactos da Guerra do Paraguai na sociedade brasileira, sendo a alternativa A correta ao identificar o processo de ascensão do Exército brasileiro na vida política nacional após a vitoriosa campanha. Dessa forma, a assertiva A apresenta o papel de protagonismo visado e alcançado pelo Exército nacional no caso do império e nas bases do novo regime republicano.

Questão 09 – Letra BEixo cognitivo: II

Competência de área: 1

Habilidade: 2

Comentário: O texto de introdução do item ressalta a libertação dos escravos como um feito do governo imperial, conduzido à época pela princesa Isabel. Essa visão, conforme explicita a própria questão, se apresenta ultrapassada, já que exclui os outros agentes envolvidos no processo abolicionista, como os setores liberais, republicanos e os próprios escravos, que lutaram por sua liberdade, além da relevância da pressão internacional para a extinção do trabalho escravo. Assim, a melhor alternativa para compreender o texto inicial é a B.

Questão 10 – Letra AEixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 22

Comentário: A questão aborda os fatores que contribuíram para o processo abolicionista no Brasil Império. O objetivo central é fazer com que o aluno perceba qual alternativa melhor consegue sintetizar os motivos, apontados pelo estadista Joaquim Nabuco, para o fim da escravidão. A alternativa A apresenta de maneira bastante equilibrada o resumo das ideias do autor, sem colocar outros argumentos que, mesmo sendo coerentes, não integram a compreensão tecida por Joaquim Nabuco.

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44 Coleção EM2

Sugestões de leitura para o professor• A África explicada aos meus filhos. Alberto da Costa e Silva. Agir.

• A Comuna de Paris – os assaltantes do céu. Horácio González. Brasiliense (Coleção Tudo é História).

• A era dos impérios. Eric Hobsbawm. Paz e Terra.

• A guerra civil na França. Karl Marx. Boitempo.

• A hipótese comunista. Alain Badiou. Boitempo (Coleção Estado de Sítio).

• Ascensão e queda das grandes potências. Paul Kennedy. Editora Campus.

• Como mudar o mundo – Marx e o marxismo. Eric Hobsbawm. Companhia das Letras.

• Dicionário do Brasil Colonial. Ronaldo Vaifas. Objetiva.

• Dicionário do Brasil Imperial. Ronaldo Vaifas. Objetiva.

• Dividir para dominar – a partilha da África (1880-1914). H. L. Wesseling. UFRJ – Revan.

• Em busca da China moderna – quatro séculos de história. Jonathan D. Spence. Companhia das Letras.

• História das colonizações. Marc Ferro. Companhia das Letras.

• História dos Estados Unidos – das origens ao século XXI. Leandro Karnal e outros. Contexto.

• O cultivo do ódio – a experiência burguesa da rainha Vitória a Freud. Peter Gay. Companhia das Letras.

• O Brasil Republicano (Coleção Civilização Brasileira).

• O Sul mais distante – os Estados Unidos, o Brasil e o tráfico de escravos africanos. Gerald Horne. Companhia

das Letras.

Site

• <www.operamundi.com.br>. Organizado pelo grupo UOL, o site apresenta vários textos jornalísticos

que tratam de temas contemporâneos do Brasil e do mundo. A qualidade da produção, a elaboração de

reportagens especiais e a reunião dos principais assuntos dos mais destacados jornais do mundo são

algumas de suas qualidades.

• <cafehistoria.com.br>. Plataforma de divulgação de artigos de história para público leigo e especialista.

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tóri

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Manual do Professor

45Bernoulli Sistema de Ensino

Cont

eúdo

de

His

tóri

a 1ª SÉRIE

FRENTE CAPÍTULO VOLUME TÍTULO

A

1 1 • As civilizações clássicas: Grécia e Roma

2 1 • Formação, apogeu e crise do sistema feudal

3 1 • Organização dos Estados Nacionais

4 2 • Absolutismo e mercantilismo

5 2 • Renascimento

6 2 • Reforma e Contrarreforma

7 3 • Revolução Inglesa

8 3 • Iluminismo e Revolução Americana

9 3 • Revolução Francesa

10 4 • Período Napoleônico, Congresso de Viena e Revoluções liberais

11 4 • Revolução Industrial e movimento operário

12 4 • Independência da América Espanhola

B

1 1 • Expansão Marítima e América Espanhola

2 1 • América Inglesa

3 2 • Implantação do sistema colonial no Brasil

4 2 • Povos africanos

5 3 • Brasil Colônia: economia açucareira e atividades econômicas complementares

6 3 • Brasil Colônia: invasões estrangeiras

7 4 • Brasil Colônia: bandeirantismo, mineração e Período Pombalino

8 4 • Rebeliões nativistas, separatistas, Período Joanino e Independência do Brasil

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46 Coleção EM2

2ª SÉRIE

FRENTE CAPÍTULO VOLUME TÍTULO

A

1 1 • Ideias sociais e políticas do século XIX – Unificação italiana, alemã e Comuna de Paris

2 1 • Estados Unidos no século XIX

3 1 • Imperialismo

4 2 • Primeira Guerra Mundial

5 2 • Revolução Russa

6 2 • Crise de 1929

7 3 • Nazifascismo e Segunda Guerra Mundial

8 3 • Guerra Fria

9 3 • Estados Unidos no século XX

10 4 • Descolonização afro-asiática

11 4 • América Latina no século XX

12 4 • Nova Ordem Mundial

B

1 1 • Brasil Império: Primeiro Reinado e Período Regencial

2 1 • Brasil Império: Segundo Reinado

3 2 • República da Espada

4 2 • República Oligárquica

5 3 • Era Vargas

6 3 • Período Democrático Liberal

7 4 • Regime Militar: democracia sitiada e luta pelos direitos

8 4 • Nova República

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