a typoghaphia · 2018-05-28 · do nas imprensas, de pu nhal em punho, ... boa, pelo anno de 1491,...

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UI ANNO OOIVIIIsTG-O, 6 DE DEZEMBRO DE 1903 M n: 125 SEMANA RJ O NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRICOLA Assignatura ú Anno, iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. para o Brazil, anno, 2$5oo réis Imoeda for.ej. A Avulso, no dia da publicação, 20 réis. * EDITOR — José Augusto Saloio )nr.i)U) a 19, i.° — RUA DIREITA — 19, i.° VLDEftALLEGA Publicações Annuncios— i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, 20 réis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto espscial. Os auto- graphos não se restituem quer sejam ou não publicados. PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio expediente Rogamos aos uossos estimáveis assignantes a fineza de nos participa rem qualquer falta asa re messa do joraal. para de p r o m p to p ro v i d e as c i a r- nios. Aeeeitam-se eosss grati dão quaesquer uotieias q«e sejam de interesse |)Il|> iÍC O . A TYPOGHAPHIA /Continuado do n.° [241 Depois da morte do grande inventor, os typo graphos dispersaram-se por diversas parles da Eu ropa. Na Allemanha, na Suissa, na Hollanda (onde Guilherme Caxton rece beu as primeiras noções da arte sublime que foi in troduzir na Inglaterra), na Fran:a e na ítalia, crea- ram-se logo imprensas mais ou menos importan tes. Em França teve po rém, a nova arte bastan tes e acirrado • detractores; os copistas levantaram-se contra os typographos e pediram providencias ao Parlamento; este tribunal condemnou-os á perda de bens, como convictos de feiticeiros, — e aquella tur ba de ignorantes, entran do nas imprensas, de pu nhal em punho, levou os livros para os deitar na fo gueira; mas Luiz XI, que no fim de contas era um homem de recto juizo, fez com que os novos artistas fossem respeitados como deviam, e concedeu cartas de naturalisação aos typo graphos allemães; outros soberanos mais os prote geram e cobriram coma égide do seu poder, — e o proprio rei Francisco 1 ia visitar o celebre Roberto Estinne á imprensa, espe rando muitas vezes, para lhe ser admittido no gabi nete, que elle acabasse de revèr as provas de qual quer obra. Foi Francisco I quem isentou do serviço militar a nova classe. Nem só a cidade de Har- leim disputou a Mogu-ncia os direitos sobre a inven ção da Typographia. Dizem os habitantes de Strasbur- go que o seu patricio João Mentell ou Mentellin foi o primeiro que fez esse des cobrimento; que se asso ciou com Guttenberg nos trabalhos e que este lhe aproveitou a idéa e foi pa ra Moguncia pôl-a em pra tica. Apoiam as suas pre tenções nas cartas de no breza que Frederico III lhes enviou. E’ natural que pro ceda esta confusão de ter sido João Mentellin o pri meiro impressor que se es tabeleceu em Strasburgo e um dos primeiros que exerceram a arte fóra de Moguncia. Muitas outras cidades da Europa apre sentaram tambem os seus direitos, mas com pouco fundamento. Ha grandes divergencias ácêrca da época em que se introduziu a Typogra phia em Hespanha. Alguns escrip ores dizem que foi Valência a primeira cidade onde se exerceu a arte; outros citam Barcelona; e outros ainda affirmam que foi Salamanca. O nosso doutíssimo Antonio Ribei ro dos Santos hesita em definitivamente pronun ciar-se entre Falência (1470} e Valença (1474). Em Portugal não se po de bem fixar a época exa cta da introducção desta arte; sabe-se só que foi na segunda metade do seculo xV, pouco depois de Gut tenberg a ter inventado. Foi Leiria a primeira cida de do reino onde ella se exerceu, talvez antes de 1470, e com certeza antes de 1474 (em todo o caso, antes de entrar em Hes panha). Seguiram-se Lis boa em 1481, e Braga em 1494, proximadamente. Nesta ultima cidade a Ty pographia constou de li vros latinos para uso do clero. ' Só no seculo xvi é que as outras cidades e villas do reino possuiram offici- nas typographicas. Houve em Portugal qua tro classes de typographia: a portugueza, a hebraica, a latina e a grega. Os primeiros impresso res que tivemos foram tres judeus:— Rabban Eliezer, que imprimiu em Lisboa, pelo anno de 148-), o Pen- tateuco Hebi'aico, com os commentarios de Rabbi Moysés e Rabbi Mosche Nachman, em folio, Rabbi Tzorba, que ajudou Rab ban Eliezer na impressão do supradito livro; e Za- cheu, filho de Rabban Elie zer, que publicou em Lis boa, pelo anno de 1491, o Pentalcuco Hebraico com a paraphrase chaldaica de Onbrelos e commentarios de Rabbi Salomão Jarchi. Segundo affirma João Bernardo de Rossi, a pri meira obra hebraica que se imprimiu no nosso paiz foi o Sepher Orach Chaim, ou «Livro do caminho da vi da», de R. Jacob Ben As- cer (no anno 1481 da era chris1 ã);esta edição em folio é tão rara que antes de Rossi, nenhum bibliophilo judeu ou christão dá noti cia cfella. Outros livros hebrai cos se. imprimiram certa mente nos primeiros tem pos, de que não pode ha ver noticia, porque os ju deus, desterrados e disper sos, levaram comsigo essas obras, e outras foram quei madas por suspeitas de er ros e blasphemias, ou fi caram reduzidas ao esque cimento. A typographia latina te ve entrada em Portugal tambem no seculo xv. Em 1490 dois impressores al lemães Nicolau Saxonia e Valentino de Moravia im primiram em Lisboa o Bre- viarum Eborense, do arce bispo D. João da Costa. A primeira edição por tugueza que ha, com cer teza de anno, no seculo xv, é o livro aDe Vila Chris li », impresso em Lisboa em 1495 por Velentino de Mo ravia e Nicolau de Saxonia; quatro tomos em folio; é edição rarissima. No anno de 1496 imprimiu-se em Lisboa (1 vol. in-4.") a Esta ria Je muy nobre Vespasia- 110 emperador de Roma; existe na Bibliotheca Na cional de Lisboa o unico exemplar conhecido d este livro ultra-rarissimo e pre ciosíssimo. Muitos outros livros se publicaram nos primeiros tempos .em portuguez, ácêrca dos quaes não ha certeza de anno ou de lo- gar. A typographia grega veiu substituir em Portu gal a typographia hebraica. Não se sabe exactamente a época em que se introduziu aqui. E’ certo, porém, que já em 1 53.4 se usava no Real Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Contribuiu mui to para o seu luzimento o sabio Vicente Fabricio. A imprensa da Universi dade, transferida de Lisboa para Coimbra, empregou tambem as letras gregas, apresentando edições mui to notáveis impressas pelos celebres João Barreira e João Alvares até ao anno de i 55o. Eram ainda usa das em 1593, anno em que Antonio Mariz (impressor tambem muito notável) im primiu alli diversas obras. Egualmente se emprega ram em Coimbra, na offi- cina do Collegio dos Jesui- tas. Não deixou Lisboa de adoptar as letras gregas, distinguindo-se muito a of- ficina deSimão Lopes. Pxis- tiam ellas ainda no seculo xvi, conservadas por Pe dro Craesbeeck; mas fo ram cahindo a pouco em pouco em desuso até aca barem de todo nos fins de esse seculo. O typo gothico ou semi- gothico usou-se entre nós até mais do meado do se culo xvi, umas vezes só, ou:ras alternado com o ro mano. Este ultimo typo co meçou a apparecer em Coimbra em 1 536, mas-só nos fins do seculo logrou excluir o gothico- No comeco do seculo xvi > ainda se imprimiram algu mas edições em pergami nho; o papel, porém, co meçou a usar-se mais, por que, apesar de pouco con sistente, era de grande eco nomia para os trabalhos. Foi a arte typographica bem conceituada entre nós, e os typographos tidos por gente muito nobre. Antes que Luiz X II de França concedesse privilégios aos impressores, já D. Manuel os tinha em Portugal em grande consideração e va lia, dando-lhes grandes van tagens e privilégios, como a homens que prestavam relevantes serviços ao paiz. D’isso é testemunho a Car ta Régia de 20 de feverei ro de i 5o 8, pela qual o rei concedeu a Jacob Combre- ger, allemão, e a todos os mais impressores chris- tãos, os privilégios, liber dades e honras que ha viam, e deviam haver, os cavalleiros de sua Casa Real, por elle confirmados, posto que não tivessem ar mas nem cavallos, segundo as ordenações,—- determi nando que por taes fossem tidos e havidos em toda a parte, comtanto que pos suíssem de cabedal duas mil dobras de ouro e fos sem christãòs velhos, sem raça de mouro ou judeu. Hoje em o nosso paiz ha officinas importantes e ty pographos distinctos que, embora não possuam car tas de nobreza, teem lou vavelmente elevado e en grandecido a arte, apresen tando trabalhos notabilis- simos. iConcluel. JOAQUIM DOS ANJOS. Para o afilamento dos instrumentos de pesar e medir, foi decretada a le tra G para servir durante o proximo anno de 1904. ---------------- ------—*»» ----------------------------- Em sessão de 3o de no vembro ultimo, foram no meados pela camara, para serviço da contribuição in dustrial, nos termos do art. 29 do decreto de 3 1 de de zembro de 1897, os seguin tes individuos: Effectivos: Manuel d’ 0 - liveira Lucas, Antonio Jor ge Aranha, Francisco dos Santos Cartaxo, Antonio Luiz Salgado, Joaquim Du arte Pereira Rato e Joa quim Sequeira. Supplentes: Manuel da Costa Rodrigues, José An tonio da Silva, José Fer nandes Repas, Emygdio Pi res, Frederico Ribeiro da Costa e Joaquim de Sousa Ferra.

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Page 1: A TYPOGHAPHIA · 2018-05-28 · do nas imprensas, de pu nhal em punho, ... boa, pelo anno de 1491, o Pentalcuco Hebraico com ... — Pelas 8 horas da noite de 3 do corrente, sUccum-

UI AN N O OOIVIIIsTG-O, 6 DE DEZEMBRO DE 1903

Mn : 125

SEM ANA RJ O N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A G R IC O L A

A ss ig n a tu ra úAnno, iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. para o B ra zil, anno, 2$5oo réis Imoeda fo r.e j. AAvulso, no dia da publicação, 20 réis. *

EDITOR— José Augusto Saloio

)nr.i)U)

a 19, i.° — RUA DIREITA — 19, i.°V L D E f t A L L E G A

P u b licaçõ esA n n u n cio s— i . a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,

20 réis. A nnuncios na 4.“ pagina, contracto espscial. Os auto- graphos não se restituem quer sejam ou não publicados.

PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

e x p e d i e n t e

R ogam os aos uossos estim áveis a s s ig n a n te s a fineza de nos p a r t ic ip a ­r e m q u a lq u e r fa lta asa r e ­messa do jo r a a l . p a ra de p r o m p to p ro v i d e as c i a r- nios.

Aeeeitam -se eosss g r a t i ­dão q u a e s q u e r uo tie ias q«e sejam de in te re s s e| ) I l |> i Í C O .

A T Y P O G H A P H I A/Continuado do n.° [241

Depois da morte do grande inventor, os typo­graphos dispersaram-se por diversas parles da Eu­ropa. Na Allemanha, na Suissa, na Hollanda (onde Guilherme Caxton rece­beu as primeiras noções da arte sublime que foi in­troduzir na Inglaterra), na Fran:a e na ítalia, crea- ram-se logo imprensas mais ou menos importan­tes. Em França teve po­rém, a nova arte bastan­tes e acirrado • detractores; os copistas levantaram-se contra os typographos e pediram providencias ao Parlamento; este tribunal condemnou-os á perda de bens, como convictos de feiticeiros, — e aquella tur­ba de ignorantes, entran­do nas imprensas, de pu­nhal em punho, levou os livros para os deitar na fo­gueira; mas Luiz XI, que no fim de contas era um homem de recto juizo, fez com que os novos artistas fossem respeitados como deviam, e concedeu cartas de naturalisação aos typo­graphos allemães; outros soberanos mais os prote­geram e cobriram coma égide do seu poder, — e o proprio rei Francisco 1 ia visitar o celebre Roberto Estinne á imprensa, espe­rando muitas vezes, para lhe ser admittido no gabi­nete, que elle acabasse de revèr as provas de qual­quer obra. Foi Francisco I quem isentou do serviço militar a nova classe.

Nem só a cidade de Har- leim disputou a Mogu-ncia

os direitos sobre a inven­ção da Typographia. Dizem os habitantes de Strasbur- go que o seu patricio João Mentell ou Mentellin foi o primeiro que fez esse des­cobrimento; que se asso­ciou com Guttenberg nos trabalhos e que este lhe aproveitou a idéa e foi pa­ra Moguncia pôl-a em pra­tica. Apoiam as suas pre­tenções nas cartas de no­breza que Frederico III lhes enviou. E’ natural que pro­ceda esta confusão de ter sido João Mentellin o pri­meiro impressor que se es­tabeleceu em Strasburgo e um dos primeiros que exerceram a arte fóra de Moguncia. Muitas outras cidades da Europa apre­sentaram tambem os seus direitos, mas com pouco fundamento.

Ha grandes divergencias ácêrca da época em que se introduziu a Typogra­phia em Hespanha. Alguns escrip ores dizem que foi Valência a primeira cidade onde se exerceu a arte; outros citam Barcelona; e outros ainda affirmam que foi Salamanca. O nosso doutíssimo Antonio Ribei­ro dos Santos hesita em definitivamente pronun­ciar-se entre Falência (1470} e Valença (1474).

Em Portugal não se po­de bem fixar a época exa­cta da introducção desta arte; sabe-se só que foi na segunda metade do seculo xV, pouco depois de Gut­tenberg a ter inventado. Foi Leiria a primeira cida­de do reino onde ella se exerceu, talvez antes de 1470, e com certeza antes de 1474 (em todo o caso, antes de entrar em Hes­panha). Seguiram-se Lis­boa em 1481, e Braga em 1494, proximadamente. Nesta ultima cidade a Ty­pographia constou de li­vros latinos para uso do clero. '

Só no seculo xvi é que as outras cidades e villas do reino possuiram offici- nas typographicas.

Houve em Portugal qua­tro classes de typographia: a portugueza, a hebraica, a latina e a grega.

Os primeiros impresso­res que tivemos foram tres judeus:— Rabban Eliezer, que imprimiu em Lisboa, pelo anno de 148-), o Pen- tateuco Hebi'aico, com os commentarios de Rabbi Moysés e Rabbi Mosche Nachman, em folio, Rabbi Tzorba, que ajudou Rab­ban Eliezer na impressão do supradito livro; e Za- cheu, filho de Rabban Elie­zer, que publicou em Lis­boa, pelo anno de 1491, o Pentalcuco Hebraico com a paraphrase chaldaica de Onbrelos e commentarios de Rabbi Salomão Jarchi.

Segundo affirma João Bernardo de Rossi, a pri­meira obra hebraica que se imprimiu no nosso paiz foi o Sepher Orach Chaim, ou «Livro do caminho da vi­da», de R. Jacob Ben As- cer (no anno 1481 da era chris1 ã);esta edição em folio é tão rara que antes de Rossi, nenhum bibliophilo judeu ou christão dá noti­cia cfella.

Outros livros hebrai­cos se. imprimiram certa­mente nos primeiros tem­pos, de que não pode ha­ver noticia, porque os ju­deus, desterrados e disper­sos, levaram comsigo essas obras, e outras foram quei­madas por suspeitas de er­ros e blasphemias, ou fi­caram reduzidas ao esque­cimento.

A typographia latina te­ve entrada em Portugal tambem no seculo xv. Em 1490 dois impressores al­lemães Nicolau Saxonia e Valentino de Moravia im­primiram em Lisboa o Bre- viarum Eborense, do arce­bispo D. João da Costa.

A primeira edição por­tugueza que ha, com cer­teza de anno, no seculo xv, é o livro a De Vila Chris li», impresso em Lisboa em 1495 por Velentino de Mo­ravia e Nicolau de Saxonia; quatro tomos em folio; é edição rarissima. No anno de 1496 imprimiu-se em Lisboa (1 vol. in-4.") a Esta­ria Je muy nobre Vespasia- 110 emperador de Roma; existe na Bibliotheca Na­cional de Lisboa o unico exemplar conhecido d este

livro ultra-rarissimo e pre­ciosíssimo.

Muitos outros livros se publicaram nos primeiros tempos .em portuguez, ácêrca dos quaes não ha certeza de anno ou de lo- gar.

A typographia grega veiu substituir em Portu­gal a typographia hebraica. Não se sabe exactamente a época em que se introduziu aqui. E’ certo, porém, que já em 153.4 se usava no Real Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Contribuiu mui­to para o seu luzimento o sabio Vicente Fabricio.

A imprensa da Universi­dade, transferida de Lisboa para Coimbra, empregou tambem as letras gregas, apresentando edições mui­to notáveis impressas pelos celebres João Barreira e João Alvares até ao anno de i 55o. Eram ainda usa­das em 1593, anno em que Antonio Mariz (impressor tambem muito notável) im­primiu alli diversas obras. Egualmente se emprega­ram em Coimbra, na offi- cina do Collegio dos Jesui- tas.

Não deixou Lisboa de adoptar as letras gregas, distinguindo-se muito a of- ficina deSimão Lopes. Pxis- tiam ellas ainda no seculo xvi, conservadas por Pe­dro Craesbeeck; mas fo­ram cahindo a pouco em pouco em desuso até aca­barem de todo nos fins de esse seculo.

O typo gothico ou semi- gothico usou-se entre nós até mais do meado do se­culo xvi, umas vezes só, ou:ras alternado com o ro­mano. Este ultimo typo co­meçou a apparecer em Coimbra em 1536, mas-só nos fins do seculo logrou excluir o gothico-

No comeco do seculo xvi>ainda se imprimiram algu­mas edições em pergami­nho; o papel, porém, co­meçou a usar-se mais, por­que, apesar de pouco con­sistente, era de grande eco­nomia para os trabalhos.

Foi a arte typographica bem conceituada entre nós, e os typographos tidos por gente muito nobre. Antes

que Luiz X II de França concedesse privilégios aos impressores, já D. Manuel os tinha em Portugal em grande consideração e va­lia, dando-lhes grandes van­tagens e privilégios, como a homens que prestavam relevantes serviços ao paiz. D’isso é testemunho a Car­ta Régia de 20 de feverei­ro de i 5o8, pela qual o rei concedeu a Jacob Combre- ger, allemão, e a todos os mais impressores chris- tãos, os privilégios, liber­dades e honras que ha­viam, e deviam haver, os cavalleiros de sua Casa Real, por elle confirmados, posto que não tivessem ar­mas nem cavallos, segundo as ordenações,—- determi­nando que por taes fossem tidos e havidos em toda a parte, comtanto que pos­suíssem de cabedal duas mil dobras de ouro e fos­sem christãòs velhos, sem raça de mouro ou judeu.

Hoje em o nosso paiz ha officinas importantes e ty­pographos distinctos que, embora não possuam car­tas de nobreza, teem lou­vavelmente elevado e en­grandecido a arte, apresen­tando trabalhos notabilis- simos.

iC o n clu e l.JO A Q U IM DOS ANJOS.

Para o afilamento dos instrumentos de pesar e medir, foi decretada a le­tra G para servir durante o proximo anno de 1904.

---------------- ------—*»»-----------------------------

Em sessão de 3o de no­vembro ultimo, foram no­meados pela camara, para serviço da contribuição in­dustrial, nos termos do art.29 do decreto de 3 1 de de­zembro de 1897, os seguin­tes individuos:

Effectivos: Manuel d’0 - liveira Lucas, Antonio Jor­ge Aranha, Francisco dos Santos Cartaxo, Antonio Luiz Salgado, Joaquim Du­arte Pereira Rato e Joa­quim Sequeira.

Supplentes: Manuel da Costa Rodrigues, José An­tonio da Silva, José Fer­nandes Repas, Emygdio Pi­res, Frederico Ribeiro da Costa e Joaquim de Sousa Ferra.

Page 2: A TYPOGHAPHIA · 2018-05-28 · do nas imprensas, de pu nhal em punho, ... boa, pelo anno de 1491, o Pentalcuco Hebraico com ... — Pelas 8 horas da noite de 3 do corrente, sUccum-

O D O M I N G O

O i.° DE DEZEMBRO

A sympathica Socieda­de Phylarmonica i d e De­zembro, commemorou fes­tivamente a data gloriosa do i.° de dezembro, data tambem do 35.° anniversa- rio da sua fundação, percor- rendo as principaes ruas da villa tocando o hymno da Restauração de Portu­gal. Seguida de muito po­vo, foi depois cumprimen­tar o seu presidente, ex.m’ sr. Francisco da Silva, que a convidou a entrar em sua casa, sendo servido por es­sa occasião um lauto copo d'agua, reinando em todos grande animação e alegria. Trocaram-se muitos brin­des dos quaes destacámos o do sr. Balthazar Manuel Valente, mestre da phylar­monica, que poz em rele­vo a muita competencia, zêlo, actividade e intelligen­cia da digna direcção, que não se tem poupado a es­forços e sacrifícios para manter a sociedade na ver­dadeira altura, e o do sr. Francisco da Silva, que co­meçou por agradecer, na qualidade de presidente, o elogio á direcção feito pelo sr. Balthazar, brindando pelas prosperidades da So­ciedade e pelo anniversa-

.rio natalicio do . ex.rno sr. José Maria dos Santos, di­gníssimo par do reino. A phylarmonica retirou para a séde da Sociedade, onde tambem tiveram um deli­cado copo d’agua, corren­do tudo na melhor harmo­nia.

A o n l v e í * i S 5i i i i o s

Completou no dia i do corrente o seu 72.0 anni­versario natalicio, o ex.rno sr. José. Maria dos Santos, digno par do reino.

Daqui lhe enviámos as nossas felicitações.

— Passa ámanhã mais um anniversario natalicio a ex.",a sr.a D. Anna dos An­jos Restolho.

As nossas sinceras feli­citacões.

7 0 d oRecebemos o n.° Passatempo que, como semprê, vem interessante.

Assigna-se nos Grandes Armazéns Grandella, rua Aurea, Lisboa.

Fv. G3.Cada vez que te vejo o

meu gosto é estar ao pé de ti, somente para estar a vêr as horas que tu trazes no seio. Para isso só na Relo­joaria Garantida se ene. n- tra um bom sortimento do que ha de melhor, e mais barato. Rua do Poço, 1, Al­degallega. *

-é-<3S5>€-—

li l S Í f S O S i i

Falleceu na noite de 28 de novembro ultimo pelas11 horas, Domingos de Bastos, de 65 annos de edade, casado, trabalhador, natural desta villa.

— Pelas 8 horas da noite de 3 do corrente, sUccum- biu victima de um typho, José Traquete, de 28 annos de edade, casado, traba­lhador e natural desta vil­la.

Tem decorrido péssimo para a agricultura o tem­po em consequncia de n‘,o ter chovido. Tem cahido muita geada e feito um frio insupportavel.

C i r c o A s h u u I o

Dizem-nos que a compa­nhia do Circo Amado só virá para esta villa no mez de janeiro.

Foram encontrados em Badajoz, os cavailos rouba­dos cia herdade de S. Ben­to, do ex."10 sr. Domingos Ta vares. O roubo foi feito por ciganos, indo estes ven- del-os a Badajoz.

Os ladrões fugiram.

G O F R E B E F E R O L Â S

A F E S T A(Numa associação de operários]

Gaia do céo bemdito orvalho, Chuva de bênçãos e de flores, Sobre esta festa do Trabalho, Cheia de brilhos seduclores.

Que doce enlevo que nos faz Sentir em nosso coração0 novo exercito da paz,Todo elle força e união!

Aqui o improbo labor Vem assentar seus arraiaes. Jámais o odio ou o rancor Podem entrar ri estes humbraes.

Homens d’essencia pura e calma, D envergadura forte, honesta, Deixai que os votos da min/ialma Venha trazer á vossa festa.

JO A Q U IM DOS ANJO S.

P E N S A J V Í E M T Q S

Um favor prestado a tempo, por mais ensignijicante que seja, póde fazer esquecei' uma offensa grave.—Thu- cydides.

— Para executar grandes coifas, é preciso viver co­mo se nunca se devesse morrer. — Vouvenargues.

— Os conselhos severos não produzem effeito; são como os malhos, sempre impellidos pela bigorna. — Helvetius.

— ,-l.v paixões são como as ventanias que enfunam as vélas do navio,. Algumas vezes o submergem, mas sem ellas não se póde navegar. — Voltaire.

A N E C D O T A S

Um ricaço dirigindo-se ao seu creado, diz-lhe:— José, sigo hoje para o Porto, onde tenciono de­

morar-me alguns dias. Se o meu amigo Jorge vier pro­curar-me, diz-lhe que regresso na terça feira.

— E sc elle não vier, sr. conde, o que hei de dizer-lhe?

Dona da casa, á creada:— D sseste a essas senhoras que me procuravam que

eu não eslava em casa?— Sim, senhora.— E que disseram ellas?-— Que fortuna!

---- K & K X !—

Tendo certo sujeito de pagar uns direitos no tribunal de justiça, mandou por um creado satisfazer essa quan­tia; 'este porém, no caminho trocou uma libra boa por uma falsa. Advertido o amo por um empregado do tri­bunal de que havia dado uma moeda falsa, chamou 0 creado e pediu-lhe explicações, ao que elle respondeu: Sabendo eu que aquella libra era falsa, julguei do meu dever enlregal-a nas mãos da justiça.

U T T E R A T O MA coiEseie38í*ia

Cain com os cabellos desgrenhados, acompanha­do de sua esposa e íilhos, cobertos com pelles de animaes, chegou ao cahir da tarde, ao pé de uma montanha. Sua mulher e tilhos disseram-lhe:

— Deitemo-nos no chão, e durmamos.

Cain não podia dormir: permaneceu acordado ao pé do monte. Levantou ca­sualmente a cabeça e na fundo dos negros céos viu um olho enorme, aberto nas trevas, que o fixava.

— Estou muito proximo •de casa, murmurou es­tremecendo. E despertan­do seus filhos e sua fatiga­da mulher, recomeçou a precipitada fuga.

Caminhava com a palii- dez no rosto, estremecen­do ao menor ruído, olhan­do constantemente para traz, sem descançar, sem dormir. Chegou ás mar­gens do mar, ao paiz on­de mais tarde se estabe­leceu Asur.

— Paremos aqui, disse, porque este a-ylo é seguro; chegámos aos coníins do mundo.

Mas quando se assenta­va viu nos sombrios céos o mesmo olho que o con­templava. Então apod> róu-se d’elle a vertingem.

— Escondei-me, gritou.Os íilhos contempla-

1 ram assombrados o pae, que estava fóra de si.

Cain disse a Jabel, pae dos que habitam o deserto sob tendas de pelles:

Muda para este lado a tua tenda.

E depois de mudada, perguntou Tsilla, a loura menina, a filha dos seus filhos, com voz dòce como a aurora:

— Ainda vèdes alguma coisa?

Cain respondeu:— Ainda vejo o mesmo

olho.Jubal, pae dos que atra­

vessam as aldeias tocando

56 FOLHETIM

T ra d u cção de J. D O S A N JO S

D E P O I S Í Í P E C C à D OL iv ro S eg im do

1

O general marquez d’ Anelles não ouviu esta pergunta. Só ouvira a da Magdaiena; approxim ou-se d'ella e disse-lhe a meia voz:

— V enho de Ville-d: A oray e ia a sua casa. Peço-lhe que interrom pa o seu passeio e vá para lá.

Pejo tom d'aauella voz. a Magdaie­na com prehendeu que a situação era grave, e sem procurar fugir ás confi der.cia.; que presentin. respondeu:

— Está bem. obedeço.

O marquez pgradeceu-lhe com uma inclinação de cabeça e afastou se, su­bindo para o seu phaeton, que partiu a trote atraz da carruagem da Mag dalena.

Que fizera a rapariga desde o d!a em que a deixámos fugindo da casa da s r.a H ervey e renunciando a casar com o Adriano, para ir bater á porta do m iserável H eitor de .G uillebois, até ao dia em que a encontram os clas­sificada, marcada, com o uma coisa para vende1', entre os mais bel'os p ro ­duetos da galantaria parisiense ?

Infelizm ente, o que fa.em todas as suas egu; es.

Seduzida, com o vim os, pelo A d ria­no, que, pelo menos, estava resolvido a rem eJiar o seu erro, pervertida de­pois p o r. H eitor de G uillebois, não fizera senão continuar a obra indeco­rosa da s r.a T ekm n.-i',.tinha levado

uma vida desordenada e vergonhosa.Quando fez a tolice de se pôr sob-

a protecção do correta de annuncios. estava este no c m inho da fortuna.

Com o dinheiro de um provinciano seu amigo, seduzido p o r boas pro- mes as, acabou de fundar uma agen cia de publicidade, operação lucrativa que lhe daria bons resultados se elle não quizesse enriquecer depressa. Installou a sua conqui-ta n ’um apo­sento luxuoso, deu lhe cavailos, uma carruagem , tudo o que lisonjeava o seu orgulho ainda mais do que agra­dava á filha do T h iago Malzon.

Com um tal guia e com a sua bel- leza e intelligencia. a Magdaiena e.n breve deu entrada na sociedade onde a gente se diverte. O nome de Ma­gdaiena Dantraigues, que o amante lhe deu. teve logo celebridade. V in.m - n'a ras corridas, nas prim eiras repre­

sentações. nos salões de contrabando; ligou o nome a dois ou tres escanda- los de estrondo, e no fim do inverno depois da sua quéda, estava perdida, tinha descido tão baixo que já não podia ser salva.

A o mesmo tempo começava a en­riquecer. Resolvida desde o prim éiro dia, a não ir ; cabar n u m a cama do hospital, a Magdaiena ia fazen 1o eco- no nras e juntando um pequeno the souro, com p-essa de conquistar a independência e de nãí> ter precisão de reco rrer á cenerosiJade dos seus adm iradores. Docil ás suas exigencias, H eito r de G uillebois a quem ella ameaçava de abandonar se resistisse aos seus caprichos, deu-lhe socieda de em algumas das suas operações. Devido a lie, poude lançar os al cer- ces da sua fortuna. E-peravà ser rica para' aband-uar aquelle homem a

quem desprezava e cujo am or lhe era odioso.

Mas não precisava de o mandar embora para se vêr liv re d’elle. N’uma bella manhã, o brilhante H eitor de G.iillebois foi preso em sua casa, por causa de *úma queixa do seu socio. T re s mezes depois foi condemnado a cinco annos de prisão.

A noticia da condem nação do Hei­tor encontrou a Magdaiena já presa n'outros laços. O seu novo amante era um em preiteiro de obras publi­cas que lhe fez presente de um ter­reno perto do A rc o do Trium pho e n‘esse terreno con struiu um palacio para a sua divindade. M orreu no pro-p iio dia em que os operários acaba­

ram a obra.

(Continuaj.

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Tnjta e tambor, exclamou: "_Eu construirei uma l í jr r ^ ir a ."É construiu um muro de

bronze, detraz do qual col- j0coa a Cain.

£ Cain disse:_ 0 olho ainda me fita!Henoch accrescentou:__E’ necessário cons­

truir um circulo de torres tão formidável que nin- £uern possa approximar-se j ’elle. Edifiquemos uma c id a d e com a sua c.idadel- [a e fechemol-a depois.

Então Tubalcain, pae j 0s ferreiros, construiu uma cidade maravilhosa. Emquanto a edificava, seus irmãos davam caça aos fi­lhos de Enós e de Seth. Se alç.uem passava por alli ti­ravam-lhe os olhos; de noite disparavan) seitas contra as estrellas. .

O granito substituiu as paredes de pelles; as pe­dras estavam unidas umas ás outras com laços de ferro; parecia uma cidade infernal. A sombra das torres escurecia os campos vismhos; os muros tinham a espessura dos montes; sobre a porta gravaram-se as palavras: Nem Deus pas­sa.

Quando tudo estava concluido, collocaram o avô no meio de uma tor­re de pedra; e alli ficou inquieto e lugubre,

— Meu' pae, perguntou Tsilla com voz tremula, o olho desappareceu?

E Cain respondeu :— Não. ainda o vejo!E accrescentou:— Quero viver debaixo

da terra, como um morto sob o sepulchro. Ninguém me verá, nem eu verei cou­sa alguma.

Abriu-se uma cova, e Cain disse :

— Está bem.Depois desceu só ao in­

terior d’aquella sombria abobida. Apenas se assen tou, e cahiu a pedra que fechava o subterrâneo, Cain levantou a cabeça e ficou aterrado: o olho estava dentro do tumulo, e fixa- va-o torvamente.

V. HUGO.

O DOMINGO 3res de môlho de substan­cia, de estufado ou de as­sado, e uma coiher de mô­lho de tomates (se houver; e deixa-se coser; estando tudo cosido, tempera-se de sal, e liga-se-lhe duas co- Iherinhas de mostarda (pa­ra quem gostar) e um ou dois pepinos picados.

conserva

A M N U M C i O S

^ n ^ N u i i s r o i a

d o i n ™(<Ê.a BB3iJ»31cacão)

juizo e pelo ín-1 or este ventario orpiianoiogico, por obito d e Francisco Xa­vier Carapinha e cabeça do casal a viuva deste An­gelina do Carmo, da villa de Alcochete, volta á pra­ça á porta do tribunal de esta comarca no dia i 3 do proximo mez de Dezem­bro, pelo meio dia, para ser vendido peio maior preço que for offerecido e superior ao abaixo decla­rado, e que é metade do da primeira praça, o se­guinte predio: Uma cou- rella de terra de semeadu­ra e vinha no Alto do Cha­fariz, da freguezia cie Al­cochete, foreira em 800 réis e laudemio de qua­rentena a D. Maria Libania Salazar Moscoso d’esta vil­la e é posto em praça o domínio util em 97.P00 réis.

O arrematante,"além das despesas da pi aça, pagará por inteiro a respectiva contribuicão de r

esta arrematação acham-se patentes todos os dias, não santificados, na Secretaria da camara E para cons­tar # se mandou passar o presente e outros de egual theor para serem affixa- dos nos logares do costu­me.

O Secretario da Camara

Antonio Tavares da Silva.

FABRICA DE OLEOS DEP U R G U E IR A

— D E —

JOSE’ MARIA DE YASCOKCELLOS JUNIOR

— E M —

A L D E G A L L E G A

Massa de purgueira pa­ra adubos, 400 réis por i 5 kilos, garantindo-se a se­guinte analyse feita no Ins­tituto Industrial:

egisto.

Aldega!

ARTE CULINARIA

M olho R o b e r t

Mette-se numa caçarola 100 grarn. de manteiga, '̂es ou quatro cebolas pe­

quenas, cortadas em meias rodas delgadas, um dente de alho esmagado, meia fo­lha de louro, uma pitada de pimenta e um golpe de bom vinagre e salsa pica­da: refoga-se muito bem, e em estando assim junta- se-lhe uma ou duas colhe-

ega do Ribatejo, k) de novembro de iqo3

o E S C R IV Ã O

Antonio Julio Pereira Moutinho.V e rifiq u e i a exac tidão.

O JU IZ D E D IR E IT O

i.° Substituto

Antonio Tca vares da Silva

EDITAL- A camara municipal do concelho de Aldegallega do Ribatejo manda annun- ciar novamente, que no dia 6 do corrente mez, pelas- 2 horas da tarde, na sala dos Pacos do concelho ha >de andar em praça para sei arrematado, q, quem maioi lanço offerecer, o rendi mento da limpeza publica durante o futuro anno de 1904.

As condições relativas a

Agua ..Azote..Via teria

(oleo).. . . Substancias

neraescontendo 0,91 de acido phos- phorico,potas­sa, etc..........

Matéria organica

gordá

m i -

fcinza)

10,903,48

9,26

8,3o68,06

100,00

T Y P O G R A P I I OP recisa-se na typogra-

phia deste jornal dum ra­paz para apreder a typo- grapho. Quem pretender póde dirigir-se á rua Direi­ta, 19, i.°.

Uma carroça de caixa com molas muito leve, e um arreio. N’esta redacção se diz.

G R A N D E A R M A Z É M

& Comp.a

Farinha, semea, arroz na­cional, alimpadura, fava, milho, cevada, aveia, sul­phato è enxofre.

Todos estes generos se vendem por preços muito em conta tanto para o con­sumidor como para o re­vendedor. 126

K u a do Caes — ALDEGALLEGA

MERCEARIA RELOGIOS U C C E S 5 0 R E S ; ‘

Franco, Capella & C.A...... ......-<0 0 0 0 0 =------ -------

Os proprietários d’este novo estabelecimento parti­cipam aos seus amigos e ao publico em geral, que teem á venda um bom' e variado sortido de artigos de mer­cearia, especialidade em chá e café, confeitaria, papela­ria, louças pó de pedra. Encarregam-se de mandar vir serviços completos de louça das principaes fabricas do paiz, para o que teem á disposição do publico um bom mostruário. Peroleo, sabão e perfumarias.

Unicos depositários dos afamados Licores da Fabri­ca Seculo X X , variado sortido em vinhos do Porto das melhores marcas, conservas de peixe e de fructas, mas­sas, bacalhau de differentes qualidades, arroz nacional e extrangeiro,'bolachas, chocolates, etc., etc.

* . Z > 2 C I t ..............

P R A C A S E R P A P J N T O — ALDEGALLEGA

I I ’ I)

Camfrtha Figuei-Joséra encarrega-se do forne­cimento de plantas ameri­canas tanto barbados co­mo estacas e bacello, pa­ra 0 que eslá habilitado convenientemente.

A l d e g a l l e g a

âg Commercio do Povostnção é este o mais bem sortido eslabe- o que maiores vantagens offerece devido

C A I 5 V Ã Ó J D | KOIíEDas Companhias Reuni­

das Gaz e Electricidade, de Lisboa, a 50.0 réis ca­da sacca de 45 kilos

— ‘ 46

I>fflí*go da C aldeira— * A L D E G A L L E G A * -

T E I X E I R A DE PA SCO AES

SEMPRE

Um volume de 3s5 pagi­nas, edição luxuosa

5oo réis.

J E S U S E P A N

Preço 400 réis Pedidos á Livraria Editora

de José Figueirinhas Ju­nior— Rua das Olivei­ras, 7 5— Porto.

O produeto deste livro re­vertera a favor duma Assistência a creanças doentes que se vae fun­dar em Amarante.

Sem cont lecimento eás enormes compras que os seus proprietários fazem, pois que para obterem sempre umas differenças em preços de fabrica em muitos artigos, vêem-se na ne­cessidade de comprar sempre em grandes quantidades.

NÃO ES QUECER que este estabelecimento já tão conhecido do publico d esta villa e seus arredores, já recebeu grandes remessas de fazendas para a presente estação, estando desde já habilitado a satisfazer os mais exigentes compradores.

PREÇOS EXCEPCIONAES!Tem este estabelecimento artigos que são vendidos

por preços TÁO BAIXOS que só a visita do compra­dor poderá fazer justiça dizendo: é barato!

Ha sortimento completo de malhas, a saber:Capas de malha com ou sem capiq de seda.

Lenços de malha, variedade grande. Capotas de novidade, gorros, boinas e bonets.

Casaquinhos, bolinhas, echarpes, etc., etc. Cachene\ , sortimento enorne.

C O N T R A 0 F R IO — Grande sortimento de pannos para capas e casacos, mesclas, cheviotes, matellassé, meltons, moscows, etc. — Para vestidos: pannos, ama­zonas, flanellas, sarjas fortes, phantasias fortes, tecidos mixtos em lã, seda e algodão, etc., córtes de alta novi­dade para vestidos de senhora.

A divisa d'esta casa é sempre ganhar pouco em todos os seus arligos para vender muito e a todos pelos mes­mos preços SEM EXCEPÇÕES.

AftTIQOS AQ MCAfíCS TQ»A8 AS SOtSASDão-se amostras com preços e larguras a quem as

pedir. Tudo se manda a casa do freguez para o que tem pessoal habilitado.

E n fe i te s de n o v id ad e eííí to d o s os g en e ro s

JOÃO 5EUT0 & J , DE CAWAittO88, ftUA ®]f£Í3TA, 8 0 -e s q u in a d a r u a d o c o n d e

Aldegallega do l&ibadejo

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OS D R A M A S DA C O R T E

(C hron ica do reinado de L u iz X V )Romance historico por

E . L A D O U C E T T E

Os amores trágicos de Manon Les caut com o celebre cavallèiro de G rie u x , formam o entrecho d'este rom ance, rigorosamente historico, a que Ladoucette im prim iu um cunho de originalidade devéras encantador.

A côrte de L u iz x v , com todos os seus esplendores e misérias, é escri- pta magistralmente pelo auctor d’0 Bastardo da Rainha nas paginas do seu novo liv ro , destinado sem d uvi­da a alcançar entre nós exito egual aquelle com que foi recebido em Pa ris, onde se contaram p o r m ilhares os exem plares vendidos.

A edição portugueza do popular e com m ovente romance, será feita em fasciculos semanaes de 16 paginas, de grande formato, illustrados com soberbas gravuras de pagina, e cons­tará apenas de 2 volumes.

5N» r é i s «^fttscieiel»4© « s*éis o to m o

2 valiosos brindes-a todos os assignantes

P edidos á Bibliotheca Popular. E m ­presa Ed itora. 162. Rua da Rosa, 162— Lisboa.

DE I NSTRUCCÃO P R I M A R I AA L IV R A R IA D E M . GOMES

Livreiro de SS Magestades e Altezas continua forne­cendo aos Srs. Professores

T O D O S ( í S 1 I 0 S L i VROS l 1 P I I E S S 0 Scom o desconto habitual e sem despezas de porteEnvia-se o Catálogo com(o preço de todos os livros

officialmente approvados P A R A IN S T R U C Ç Ã O P R I M A R I A

e de todos os impressos conforme o decreto de 12 de março de igo3 bem como nota detalhada dos

preços de TODO O MATERIAL ESCOLAR a quem o requisitar á

L IV R A R IA E D IT O R A D E M. GOMEISC H IA D O . 61 L IS B O A

AO PROFESSORADO

C O M P A N H I A F A B R I L S I N G E R13o _________

fj P or 500 réis semanaes se adquirem as cele­bres machinas S IN G E R para coser.

Pedidos a AURÉLIO JOÃO DA CRUZ, cobrador da casa % u c o ('K «& €’.il e concessionário em Portu­gal para a venda das ditas machinas.

Envia catalogos a quem os desejar, yo, rua do Rato, yo — Alcochete.

■m-

LOJA DO BARATOD E

MOURA & ERAN

Si

I I I I I I I H I ! l l ! l l ! ! i l l ! ! i l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l ! l i l l l ! i n i l t ! i l i l I l l l i l ! l l l l l l l l l [ | I I I I Í ! l l l l l l ! i i l i l l l l l l ! l i ! I ! l l ! l l l l ! ! l l l ! ! ! ! i ! ! j ! l ! J l l i : i l l l

f, f t U j t | 3 0 C A Í S , 9 — A I J a Í i A I L I S A

Participamos aos nossos estimáveis freguezes que acaba de chegar ao nosso estabelecimento um colossa] sortido de fazendas próprias para a presente estação, de fino gosto, e que vendemos por preços ao alcance de todas as bolsas.

Resolvemos mandar annuneiar, especificando os preços, para assim o publico se ceYtificar que é esta a unica casa que mais vantagens offerece.

Desde 120 réis o metro, casteletas desenfestadas de pura lã.Desde 260 réis o metro, casteletas enfestadas depura la.

Desde 400 réis. o metro, Luzitanas, tecido alta novidade.Desde 480 réis o metros, Amazonas enfestadas de pura lã.

Desde 700 réis o metro, Mélton proprio para capas.Desde 28000 o metro, matelasset proprio para capas.

Desde 5oo réis o metro, flanellas azues e pretas.Desde 240 réis o metro, castorinas e riscadilhas próprias para saias.

Desde 90 réis o metro, flanellas de algodão próprias para camisas.Desde 90 réis o metro, baetilhas de côres próprias para saias.

Desde 60 réis o metro, baetilhas brancas próprias para saias.Desde 800 réis, chailes de pura lã, lindos desenhos.

Desde i$ooo réis, cobertores de Papa, pura lã.Desde i$5oo réis, cobertores matisados, lindos desenhos.

Desde 4$5oo réis, cobertores francezes, pura lã, debruados a seda.A 4 $ 5 o o réis, chailes duble-face, muito fortes.

SALCHICHARIA MERCANTILD E

. l U A O r a i M M ® J £ $ ® £

SS

G R A N D E P E C H I N C H A !

Baetilha de dois pellos com um melro de largo a 200 rêis^propna parasaias.

lU ! l ! i i ! ! i ! I Í i í i i í ! i l l l M l i i ! i l ! l í l l l i i l i l ! I I I ! lU l l l ! i l ) l ! l Í l t I l ! l i l l l l l ! l l ! l I l i l l í l l ! l ! l i ; i l l l i l l l l ! ! ! i l l l l l l l l l l ! ! l l l l l l l l l l i i l ! l l l l ; ! ! ! l l l l

M esfe importante' esíalbetecimento encontrei tambem 0 publico um coíossaí sortido uc la^enòas (te tinlxo, lã, algabão, scíuts, caíçaba e chapéos

que mencionar aqui os preços seria impossiucL

Pedimos que visitem 0 nosso estabeleci­mento para assim se certificarem da nossa excepciona! barateza.P R E Ç O S F I X O S E V E N D A S A D I N H E I R O

Neste estabelecimento encontra o publico, sempre que queira, a excellente carne de porco fresca e salga­da, assim como:

CHISPE, CABEÇA E TOUCINHO

A c c c i o e s m e r a d o ! — ♦— P m-c ç o s l i m i t a d o s !

-&•

57-B, Largo da Praça Serpa Pinto, 57-B

ALDEGALLEGA •fj^

ESTEVÃO JOSE DOS REIS, — * C O M - —

OFFICINA DE CALDEIREIRO D E COBREi c i l l l l l l l l l l t l l l t l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l i l l i

Encarrega-se de todos os trabalhos concernentes á sua arte.

I l l l l l i l l l l l l l l l l l l j i l l l

R U A D E JO S É M A R IA DOS SAN TO S

ALDEGALLEGA

G A f t A N T I l B A— D E —

A * Q U £ S C O f T 1W 5 S T B 6

Vende e concerta toda a qua­lidade de relogios por preços modicos. Tambem concerta cai­xas de musica, objectos de ouro, prata e tudo que pertença d arte de gravador e galvanisador.

G A R A N T E M - S E OS CONCERTOS

1. Sfcssis <lo Poço . :f -129

J O S É DA ROCHA B A R B O S ACoi-i oíís<*iss:t «le C o r re e iro e S e í le iro

18, RUA DO KORNO, 18A 1 , 1 » l i i n A B j I , l i & A

A

EÊA DO D I A R I O D E NOTICIASGUERRA ANGLO-BOER

Imvressões do Transvaal

Interessantíssim a narração das Un tas entre inglezes e boers, «illústrada» com num erosas zinc o-gvavuras de «homens celebres» dò Transvaal e do 0range, incidentes notáveis, «cercos e batalhas mais cruenta? da

G U E R R A A N G LO -BO ERPor um funccionario da Cruz Vermelha ao serviço

do Transvaal.Fasciculos semanaes de 16paginas ......... 3o reisTomo de 5 fasciculos. : ............................... i$oA G U E R R A A N G L O B O E R é a obra de mais palpitante actualidade.

N'ella sáo descriptas, «por uma testemunha presencial», as differents phases c acontecim entos emocionantes da terrivel guerra que tem espanta^o mundo inteiro . ,

A G U E R R A A N G L O -r O E R faz passar ante os olhos do leitor todas* «grandes bat; lhas, combates» e «escaramuças» d'esta prolongada e acerrtn» lueta entre inglezes, tra svaalianos e oranginos, verdadeiros prodígios heroísm o e tenacidade, em que sáo egu; Im ente adm iraveis a coragem e » ’ diçaçáo p; triotica de venc.dos e vencedores. . _

Os incidentes variadíssimos d’esta contenda e tre a poderosa *nSla . ra e as duas pequ nas republicas sul-africanas, decorrem atravez de vero ‘ deiras per pei ias. p o r tal maneira dramaticas e p ito re s c a s , que dáoa uU R A A N G L O -B O E R . conjunctam ente com o irre sistíve l attractivo d uma na r; tiva h storicr. dos nossos d a s , o encanto da leitura romantisada.

A Bibliotheca do DIARIO DE NOTICIASap rese nand ó ao publico e ta obra em «esmerada edição,» e por um p-ey0 m inuto, jtriga prestar um serviço aos num erosos leitores que ao tempo desejam deleitar-se e ad q uirir perfe.to conhecim ento dos succ^- que mais interessrm o m undo culto na actualidade.

Pedidos á Emprega do D IA R IO D E N O TICIA S Rua do Diario de Noticias,. 110 — LISBOA

Agente em Aldegallega — A. Mendes Pinheiro Juuwi