a trindade na bÍblia e em egw

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IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA ESTUDO BÍBLICO A SANTÍSSIMA TRINDADE NA BÍBLIA E NO ESPIRITO DE PROFECIA Por Edílson Constantino NATAL / RN NOV / 2008.

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Page 1: A TRINDADE NA BÍBLIA E EM EGW

IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA ESTUDO BÍBLICO

A SANTÍSSIMA TRINDADE

NA BÍBLIA E NO ESPIRITO DE PROFECIA

Por Edílson Constantino

NATAL / RN NOV / 2008.

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SUMÁRIO

I. Trindade na Bíblia: 1. Importantes Considerações; 2. Deus é Mistério; 3. A Existência de Deus; 4. Nomes de Deus; 5. Personalidade e Plena Divindade do Pai; 6. Personalidade e Plena Divindade do Filho; 7. Personalidade e Plena Divindade do Espírito Santo; 8. Distinção e Unicidade dos três Membros da Deidade; 9. Objeções Respondidas. II. Trindade no Espírito de Profecia. III. Trindade na História da Igreja Cristã. IV. Trindade na História da Igreja Adventista.

Pesquisa realizada por Edílson Constantino* com o objetivo de selecionar e apresentar textos bíblicos e citações de Ellen White nos quais se exponha, explicitamente, uma concepção Trinitariana da Divindade. O presente Estudo se propõe a tratar essencialmente dos seguintes tópicos: 1) A Plena Divindade e Eternidade de Jesus; 2) Personalidade e Divindade do Espírito Santo; 3) A Distinção dos três Dignitários do “Trio Celestial”; 4) A Natureza Teantrópica e Dúplice do Senhor Jesus Cristo.

“A Trindade na História da Igreja Cristã” e “A Trindade na História da Igreja Adventista”

são apostilas que ainda não foram terminadas, mas se encontram em andamento.

* Edílson Constantino – Teólogo, Historiador, Cientista da Religião e Acadêmico em Ciências Biológicas. Membro ativo da Igreja Adventista do Sétimo Dia (Natal-RN) desde agosto de 1993. O autor coloca-se a disposição de qualquer pessoa, Igreja ou grupo a fim de ensinar, dialogar, ou

esclarecer assuntos doutrinários, principalmente sobre a “Trindade”. Contato: (84) 211-1281 / 8821-2617.

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A TRINDADE NA BÍBLIA

1. IMPORTANTES CONSIDERAÇÕES TEOLÓGICAS:

O Conceito de Trindade na Bíblia envolve, necessariamente, as seguintes declarações:

a) Deus é Três Pessoas; b) Cada Pessoa é Plenamente Deus; c) Há só Um Deus.

Ainda mais: 1. Deus é um único Ser que existe eternamente em três pessoas – o Pai, o Filho e o Espírito Santo; 2. As pessoas da Divindade são distintas em seus modos de ação ou funções, mas a essência ou substância divina é uma só; ou seja: Igualdade Ontológica e Distinção Funcional; 3. Existe uma espécie de Hierarquia entre as pessoas da Divindade. Por exemplo: o Filho é eternamente subordinado ao Pai; mas esta subordinação é voluntária e funcional, ou seja, existe apenas no plano das funções, economia e hierarquia divinas. Tal subordinação não é de natureza ou essência; pois, o Filho é da mesma substância que o Pai, conseqüentemente tudo o que este fizer “o Filho igualmente o faz” (Jo. 5:19); 4. É errado afirmar que cada pessoa representa um terço do Ser divino. O Filho não é parcialmente Deus, ou um terço de Deus; mas Deus em plenitude. A pessoa do Filho possui em si todo o Ser de Deus (Toda a plenitude da Divindade – Col. 2:9); mas não sozinho. O mesmo se dá com as outras duas pessoas da Divindade. Aqui está o mistério da natureza divina. Deus em três pessoas não é maior do que o Filho unicamente. De forma inefável, no Ser único e indiviso subsistem as três pessoas funcionalmente distintas. 5. Não existe nenhuma diferença de atributos essenciais entre as três pessoas. O que um tem, o outro também tem. A diferença está no modo de suas relações. O Pai é singular em sua maneira de agir e relacionar-se com os outros membros da Divindade, etc. 2. DEUS É MISTÉRIO:

É humanamente impossível compreender tudo sobre a Infinita Natureza do Ser Divino. “Verdadeiramente tu és um Deus Misterioso, ó Deus de Israel, o Salvador”. Is. 45: 15 “O Mistério que esteve oculto dos séculos, e das gerações; mas agora foi manifesto aos seus santos, a quem Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste Mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a esperança da glória”. Col. 1:26, 27. “Para que os seus corações sejam animados, estando unidos em amor, e enriquecidos da plenitude do entendimento para o pleno conhecimento do Mistério de Deus - Cristo”. Col. 2: 2. “Poderás descobrir as coisas profundas de Deus, ou descobrir perfeitamente o Todo-Poderoso?” Jó 11:17. “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não o posso atingir”. Sl. 139:6.

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“Grande é o Senhor, e mui digno de ser louvado; e a sua grandeza é insondável”. Sl. 145:3. “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos confins da terra, não se cansa nem se fatiga? E inescrutável o seu entendimento”. Is. 40:28. “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!” Rm. 11:33. 3. A EXISTÊNCIA DE DEUS

1. ARGUMENTO COSMOLÓGICO: Argumento fundamentado na Lei da causa e do efeito. Aristóteles foi o precursor da idéia de uma Primeira Causa não originada. Cada efeito tem uma causa. Este mundo é um efeito, conseqüentemente precisa ter uma causa. Não pode haver uma cadeia ilimitada de efeitos e suas causas que se remontem até o infinito. Deve haver, logicamente, uma primeira causa que não tenha sido originada por nenhuma outra. 2. ARGUMENTO TELEOLÓGICO: O argumento teleológico requer um propósito ou desígnio na formação e conservação do universo. Com isto pretende-se provar que a primeira causa é inteligente, poderosa e perfeita. Todas as coisas criadas têm um telos (alvo, desígnio) e perpetuam este telos. E se existe o telos, então deve existir necessariamente um planejador. Tudo aquilo que telos reflete não se encontra no telos em si, mas no projetista. Por exemplo, a sensibilidade e a inteligência revelada por uma pintura, não se encontra no quadro em si, mas no pintor que o fez. Assim também todas as coisas que existem revelam ordem, inteligência, algum propósito, o que implica na existência de um Ser inteligente. 3. ARGUMENTO ONTOLÓGICO: Argumento criado por Anselmo (1033-1109), bispo de Canterbury. Ele afirmava o seguinte: Se sou capaz de conceber Deus, então Ele deve existir. “A necessária existência da idéia de Deus na nossa mente implica que devemos conceber esta idéia como tendo existência”. Se há o pensamento, há também a realidade. Para ele, nós temos, de forma inata, a idéia de um ser absoluto e perfeito; mas a existência é um atributo da perfeição; logo um ser absolutamente perfeito deve existir. Não se pode pensar em Deus sem imaginar que Ele existe. Assim foi formulado o argumento ontológico de Anselmo: “Por definição, Deus é o mais perfeito dos seres, de tal forma que é impossível conceber outro ser mais perfeito; porém, se supuséssemos que ele existe apenas como uma proposição intelectual, e não na realidade, então seria claro, por essa mesma circunstância, que seria possível imaginarmos um ser mais perfeito do que o nosso suposto ser perfeito, a saber, um que realmente existisse. Portanto, Deus, o ser perfeito deve realmente existir”. 4. ARGUMENTO MORAL: Argumento que deriva da consciência moral do homem ou da intuição do “dever”. Todo ser humano, de qualquer tempo ou lugar, independente da cultura e educação, adquire, subitamente, em algum momento de sua vida, uma certa consciência acerca do bem e do mal. O homem sente-

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se impelido a fazer o que lhe parece “correto”, sendo repentinamente acusado pela consciência, ou seja, por sentimentos de culpa, remorso, ou temores de julgamento, quando faz o contrário. Estas percepções morais são independentes do homem e não estão sob o controle de sua vontade. Logo, deve existir um Deus moral como fonte originadora desta consciência universal. 4. NOMES DE DEUS Para os antigos o nome de uma pessoa possuía um sentido muito profundo. No oriente, ainda nos dias de hoje, em algumas regiões, o nome de um indivíduo é selecionado conforme suas características pessoais, para refletir o caráter do possuidor. O nome de Deus contém uma revelação de Si mesmo. Os diversos nomes de Deus são expressões de alguns aspectos do Seu caráter. Seu nome é grande (Ez 36:23), Santo (Sl 11:9), Terrível (Sl 99:3), Uma Torre Forte (Sl 8:1). NOMES DE DEUS NO VELHO TESTAMENTO Elohîm, Êl Elyôn, Êl Adonai, Êl Shaddai, Êl Olâm, Yahweh (Jeová) e seus compostos: Yahweh Roph’eka, Yahaweh Megaddishken; Yahweh Seba’ôth, Yahaweh Roî, Yahweh Sidegênû. ELOHÎM − (Deus) Esta palavra provem do termo hebraico alah que quer dizer “jurar”, isto é, “fazer um juramento”, “fazer um concerto”. ELOHÎM representa Deus como alguém que faz um concerto, um juramento pondo ênfase em sua fidelidade em o cumprir. ÊL ELYÔN – (Deus Altíssimo - Gn 14:18, 19, 22) ÊL é a palavra comumente usada para referir-se a “Deus”, e é usada também para fazer referência aos deuses pagãos. ÊL é um termo hebraico que significa simplesmente “poder”. ÊLYÔN significa “Altíssimo”, “o mais proeminente” e “exaltado”; “aquele que tem o controle de todas as coisas” e a “quem tudo pertence”. ADONAI – (Senhor) É o plural de Adôn, que significa “Senhor”. Este termo, na Bíblia, é aplicado exclusivamente a Deus. A palavra é derivada do verbo Dûn, que significa “governar”, “administrar”, “dirigir”. A palavra Adôn é sinônimo de Baal, que significa igualmente “senhor” “proprietário”. Baal é um termo que foi muito aplicado a divindades pagãs, principalmente ao deus fenício da tempestade e da colheita. ÊL SHADDAI – (Todo-poderoso) Este nome aponta para Deus como um Ser que faz sentir sua influência “até os confins da terra”, como “Aquele que tem o poder sobre todos os domínios do universo”. ÊL-ÔLAM – (O Eterno Deus – Só aparece nesta forma composta em Gn 21:33 e Is 40:28). Significa infinitude, eternidade e inescrutabilidade, e revela um Deus que vive num presente eterno ou contínuo (Sl 90:2). YAHWEH – (Traduzido geralmente como um nome próprio: Jeová, Javé ou Yahweh) Considerado o mais sagrado de todos os nome de Deus. Provem do tetragrama hebraico YHVH. Apesar das diversas interpretações, seu significado parece encontrar-se em Êx 3:14, onde é traduzido por “Eu sou o que sou”. Sendo assim o nome seria proveniente do verbo ser no hebraico, apontando para a eternidade e imutabilidade de Deus. YAHWEH ROPH’EKA – “Jeová, o Curador”.

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YAHWEH MEGADDISHKEN – “Deus, o santificador”. YAHWEH SEBA’ÔTH – “Yahweh dos Exércitos”. Este nome caracteriza Deus como “o Senhor de todos os exércitos” do céu e da terra, “Aquele que vence todas as batalhas”. YAHWEH RO’Î – “O Senhor é meu Pastor” (Encontra-se em Sl. 23:1). YAHWEH SIDEQÊNO – “Jeová, Justiça Nossa” (Jr. 23:6). 5. PERSONALIDADE E PLENA DIVINDADE DO PAI:

O PAI É UM SER PESSOAL: Deus Pai é apresentado na Bíblia como: Criador (Gn. 1:1; Sal. 24:1 e 2); Sustentador do mundo (Hb. 1:3); Redentor e Salvador (Dt. 5:6; II Cor. 5:19); Alguém que estabelece planos (Is. 46:11); Tem pensamentos e emoções (Is. 55:8; Lm. 3:66; Ez. 8:3, 1 Jo. 4:8; Jo. 3:16); Faz predições (Is. 46:10); Concede promessas (Dt. 15:6; II Pd. 3:9); Perdoa pecados (Êx. 34:7; Lc. 6:35,36); É digno de adoração (Ap. 14:6 e 7); Legislador, “Rei eterno, imortal, invisível, Deus único” (I Tim. 1:17).

♦ Esses textos confirmam a idéia de que Deus, o Pai, é um Ser pessoal. OS ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS DE DEUS

♦ Alguns aspectos da natureza de Deus que não foram concedidos aos seres criados. - Deus possui “vida em Si mesmo” (Jo. 5:26); portanto é Auto-existente; - Possui vontade independente (Ef. 1:5); - Poder próprio (Sl. 115:3); - Ele é Onisciente (Jó 37:16; Sal. 139:1-18; 147:5; I João 3:20); - Alfa e Ômega (Ap. 1:8), Ele conhece o fim desde o princípio (Isa. 46:9-11); - Deus é Onipresente (Sl. 139:7-12; Hb. 4:13), transcende o espaço; logo, Ele Se encontra presente de modo pleno em cada região do Universo; - Ele é Eterno (Sl. 90:2; Ap. 1:8), e assim transcende os limites do tempo; - É Onipotente; nada Lhe é impossível (Dn. 4:17, 25 e 35; Mt. 19:26; Ap. 19:6); - Ele é imutável e Perfeito (Mal. 3:6; cf. Sal. 33:11; Tia. 1:17). Esses atributos não podem ser comunicados. OS ATRIBUTOS COMUNICÁVEIS

♦ Alguns aspectos da natureza divina que podem ser concedidos a seres criados.

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Amor (Rom. 5:8); Graça (Rom. 3:24); Misericórdia (Sl. 145:9); Longanimidade (II Pd. 3:15); Santidade (Sl. 99:9); Justiça (Ed. 9:15; João 17:25); Galardão (Ap. 22:12); Verdade (I João 5:20). O PAI É CHAMADO DE DEUS NA BÍBLIA Gl. 1:1; Ef. 6:23; Fl. 2:11; Cl. 3:17; 1 Ts. 1:1; 2 Ts. 1:2; 1 Tm. 1:2; 2 Tm. 1:2; Ti. 1:4; 1 Pd. 1:2; 2 Pd. 1:17; 2 Jo. 1:3; Jd. 1:1. 6. PERSONALIDADE E PLENA DIVINDADE DO FILHO: JESUS É DEUS: 1. Argumento Explícito; 2. Argumento Comparativo; 3. Argumento Relacional - Atributivo. 1. Argumento Explícito: Textos que afirmam diretamente a Divindade de Jesus. “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. Is. 9:6. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Jo. 1:1. “Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu!” Jo. 20:28. “Ninguém jamais viu a Deus. O Deus unigênito, que está no seio do Pai, foi quem O revelou”. Jo. 1:18. “Deles são os patriarcas; e também deles descende o Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém”. Rom. 9: 5. “Mas do Filho diz: O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos, e cetro de eqüidade é o cetro do teu reino”. Heb. 1: 8. “O qual, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o Ser igual a Deus”. Fil. 2: 6. “Aguardando a bem-aventurada esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”. Tito 2:13. “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”. II Ped. 1:1.

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“Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade”. Col. 2: 9. “Responderam-lhe os judeus: Não é por nenhuma obra boa que vamos apedrejar-te, mas por blasfêmia; e porque, sendo tu homem, te fazes Deus”. Jo. 10: 33. “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco”. Mat. 1:23. “Sabemos que já veio o Filho de Deus, e nos deu entendimento para conhecermos aquele que é verdadeiro; e nós estamos no verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. I Jo. 5:20. 2. Argumento Comparativo: Textos do VT que se referem a Deus são aplicados a Cristo no NT. “Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obras de tuas mãos”. Heb. 1:10 - Sl 102: 24-27. “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, Eu Sou”. Jo. 8:58 - Êx. 3:14; Is. 43:13. “Ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que Eu Sou aquele que esquadrinha as mentes e os corações; e darei a cada um de vós segundo as suas obras”. Ap. 2:23 - Jr.17:10. “Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. Rm. 10: 13 - Jl. 2:32. “Quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último”. Ap.1:17 - Is. 44:6. “Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto; Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”. Mt. 3:3 – Is. 40:3. “Também há outra escritura que diz: Olharão para aquele que traspassaram”. Jo. 19:37 – Zc.12:4. “E assim para vós, os que credes, é a preciosidade; mas para os descrentes, a pedra que os edificadores rejeitaram, esta foi posta como a principal da esquina, e: Como uma pedra de tropeço e rocha de escândalo; porque tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados”. 1 Pd. 2:4-8 – Is. 8:13, 14. “Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”. Fl. 2:10, 11 – Is. 45:23. “Por isso foi dito: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens”. Ef. 4:8 – Sl. 68:18. “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão”. Mt. 24:35 – Is. 40:8. “Que nos tirou do poder das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado; em quem temos a redenção, a saber, a remissão dos pecados”. Cl. 1:14 – Is. 47:4.

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3. Argumento Relacional-Atributivo: Textos que sugerem uma relação de igualdade entre o Pai e o Filho. Há também textos em que Atributos exclusivos de Deus são aplicados a Cristo. “Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto”. Jo. 14: 7. “Respondeu-lhe Jesus: Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Felipe? Quem me viu a mim, viu o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” Jo. 14:9. “Pois, assim como o Pai levanta os mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá vida a quem ele quer”. Jo. 5:21. “Disse-lhes, pois, Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho de si mesmo nada pode fazer, senão o que vir o Pai fazer; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente”. Jo. 5:19. “Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso eu vos disse que ele, recebendo do que é meu, vo-lo anunciará”. Jo. 16:15. “Eu e o Pai somos Um”. Jo. 10:30. “Sendo Ele o resplendor da sua glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo ele mesmo feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas”. Hb. 1:3. “Agora, pois, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse”. Jo. 17:5 (compare com Is. 42:8 e 48:11). “Apedrejavam, pois, a Estevão que orando, dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito”. At. 7:59 (compare com Ec. 12:7). “Por isso não podiam crer, como disse Isaías: Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos e entendam com o coração, e se convertam, e eu os cure. Estas coisas disse Isaías, porque viu a glória de Jesus, e dele falou”. Jo. 12:39-41 (compare com Is. 6). “Ouvi também a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e no mar, e a todas as coisas que neles há, dizerem: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos”. Ap. 5:13. “Ensinando-os a observar todas as coisas que Eu vos tenho mandado; e eis que Eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Mt. 28:20. “Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou Eu no meio deles”. Mt. 18:20. (Jesus é Onipresente). “Perguntou-lhe terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Entristeceu-se Pedro por lhe ter perguntado pela terceira vez: Amas-me? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas; tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas”. Jo. 21:17 (Jesus é Onisciente). “Porque se introduziram furtivamente certos homens, que já desde há muito estavam destinados para este juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de nosso Deus, e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo”. Jd. 4. “Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele, os chamados, e eleitos, e fiéis”. Ap. 17:14 (compare com I Tm. 6:13-16).

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“Então os escribas e os fariseus começaram a arrazoar, dizendo: Quem é este que profere blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão só Deus? Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados (disse ao paralítico), a ti te digo: Levanta- te, toma o teu leito e vai para tua casa”. Lc. 5:21, 24. (Sl. 103: 3). “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem”. Jo. 10:14. (Sl. 23:1). “É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. Lc. 2:11. (Is. 43:11). “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente”. Heb. 13:8. (Ml. 3:6). “E outra vez, ao introduzir no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem”. Hb. 1:6 (Mt. 4:10; Êx. 20:1). “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. Jo. 1:3. (Gn. 14:19). “Porque nEle foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas, e nEle tudo subsiste”. Cl. 1:16, 17. JESUS É ETERNO “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. Is. 9:6. “Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da Eternidade”. Mq. 5:2. “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos Eternos”. II Tm. 1:9. CRISTO RECEBE ADORAÇÃO “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a Ele darás culto”. Mt. 4:10. “Então os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: Verdadeiramente tu és Filho de Deus”. Mt. 14:33. “Então veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me”. Mt. 15: 25. “E eis que Jesus lhes veio ao encontro, dizendo: Salve. E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés, e o adoraram”. Mt. 28: 9. “Quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram”. Mt. 28:17. “Vendo isso Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador”. Lc. 5: 8.

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“Disse o homem: Creio, Senhor! E o adorou”. Jo. 9: 38. “Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Pois do oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo”. Mt. 2: 2. “E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro incenso e mirra”. Mt. 2: 11. “E, depois de o adorarem, voltaram com grande júbilo para Jerusalém”. Lc. 24: 52. “Outra vez, ao introduzir no mundo o primogênito, diz: Todos os anjos de Deus o adorem”. Hb. 1: 6. CRISTO É IGUAL AO PAI 1. Honrar ao Filho é honrar ao Pai. S. João 5:23. 2. Ver a Cristo é ver a Deus. S. João 14:7-9. 3. Conhecer a Cristo é conhecer ao Pai. S. João 14:7. 4. Crer em Cristo é crer em Deus. S. João 12:44. 5. Cristo faz as mesmas coisas que o Pai. S. João 5:19. 6. Cristo ressuscita os mortos como o faz o Pai. S. João 5:21. 7. Cristo tem vida em si mesmo como a tem o Pai. S. João 5:26. 8. "Tudo quanto o Pai tem, é Meu'". S. João 16:15. 9. "Eu e o Pai somos um". S. João 10:30. APENAS PARA REFLETIR: 1. Uma vez que o Senhor Jeová não compartilha a Sua glória com nenhum outro (conforme Isaías 42:8; 48:11), como pôde o Senhor Jesus rogar ao Pai: “Glorifica-Me contigo mesmo com a glória que Eu tive junto de Ti, antes que houvesse mundo”? (Jo. 17:5). Isto mostra que Jesus não é “um outro”, mas “o mesmo” Deus (Não a mesma pessoa, é claro, mas a mesma essência divina). 2. Se tanto o Pai como o Filho são biblicamente chamados de “Primeiro e Último” (Jeová é o primeiro e o último em Is. 41:5; 55:6; 48:12; e Jesus também: Ap. 1:11-17; 2:8; 22:13). Como podem existir dois primeiros e dois últimos? 3. Qual o sentido de João 5:19 em que se diz que Cristo “nada podia fazer de Si mesmo”? Isto indica que Ele é em certo sentido inferior ao Pai? Bem, Ele é inferior funcionalmente, não essencialmente. Jesus nada fazia de Si mesmo, não porque fosse impossível a sua natureza divina, mas porque não devia. Ele é submisso hierarquicamente ao Pai; portanto, para os propósitos do Plano da Redenção, tudo quanto fizesse deveria estar em perfeita harmonia com a vontade de Seu Pai. Ele mesmo declarou que sua comida e bebida era fazer a vontade dAquele que O enviou (João 4:34), embora tivesse todo o poder no Céu e na Terra (Mt. 28:18). A própria passagem de João 5:19 afirma que “tudo” quanto o Pai faz “o Filho igualmente o faz”. E o verso 30 deixa claro que “não fazer nada de Si mesmo” significa “não procurar fazer a própria vontade”. O contexto trata de “Abnegação” e “submissão voluntária” do Filho, não de “inferioridade”, “impotência” ou “fragilidade”.

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EXPRESSÕES QUE OFERECEM DIFICULDADES:

1. SUBORDINAÇÃO E HIERARQUIA NA TRINDADE

A Doutrina da Trindade, conforme exposta na teologia Adventista, apresenta algumas distinções importantes. Tecnicamente, existe a “Trindade Essencial” (Imanente) e a “Trindade Funcional” (Redentora). A “Trindade Essencial” consiste na Divindade em sua forma própria de ser desde a eternidade. Na intimidade do ser divino, Pai, Filho, e Espírito Santo são iguais em Poder, Essência e Atributos. Isto é chamado de “Igualdade Ontológica”. No que diz respeito à Natureza Essencial, os três membros da Divindade são absolutamente iguais, possuindo os mesmos atributos.

A “Trindade Funcional” consiste na forma, ou nos modos de ação, em que a Divindade se manifesta e mantem relação com o Universo, principalmente para levar adiante o plano de redenção. No tocante a estes modos de ação, existe uma hierarquia entre as pessoas divinas. Há uma espécie de subordinação de papéis, de funções ou de operação, mas não uma subordinação de Natureza ou Essência.

Ou seja: Há igualdade de Ser e subordinação nas Funções. Tomemos por exemplo, um gerente e um subordinado no contexto de uma empresa. Quanto às funções exercidas no interior da empresa, é óbvio que o gerente é maior, mais proeminente e ocupa posição superior. Não obstante, quanto à Natureza Essencial, enquanto pessoa ou ser humano, é idêntico a seu subordinado, ocupando posição de igualdade.

Outro exemplo pode ser observado na relação existente entre homem e mulher. Como criaturas de Deus, são iguais perante Ele (Gl 3:28), mas quanto aos papeis exercidos no interior da família, Deus estabeleceu o homem como o cabeça – chefe da casa e protetor da mulher (1 Co.11:3). Portanto, hierarquicamente, a mulher é submissa ao homem, mas não o é essencialmente. São dois níveis distintos, duas dimensões da experiência que não podem ser confundidas – Ser e Função. Infelizmente, os Antitrinitarianos não entendem, ou não querem entender, esta distinção. A diferença nas funções não é inconsistente com a perfeita igualdade de Ser.

Quanto a Substância ou Natureza, Jesus podia afirmar: “Eu e o Pai somos Um” (Jo. 10:30); quanto à função hierárquica, podia legitimamente afirmar: “O Pai é maior do que Eu” (Jo. 14:28). Esta distinção também pode ser explicada levando em consideração o fato de Jesus ter assumido a natureza humana em seu ministério terrestre. Ele cobriu sua natureza divina com a natureza humana. Ele não perdeu sua natureza divina quando veio a este mundo por ocasião da Encarnação. Era Filho do homem, mas também era Filho de Deus. Ou seja, como Filho do homem era homem como nós somos (pois um filho sempre é da mesma substância de seu pai), mas com Filho de Deus, era “Deus Conosco”. Portanto, possuía ambas as naturezas hipostaticamente unidas em sua única pessoa. Uma Natureza Teantrópica (divino-humana) e dúplice – eis um mistério insondável! Como Deus, podia ter afirmado sua igualdade com o Pai; como homem, ressaltou sua diferença.

Esta subordinação do Filho ao Pai, e do Espírito Santo ao Pai e ao Filho, não é inconsistente com a igualdade de natureza presente no “Trio Celestial”. Tal subordinação não diz respeito a relação essencial na Trindade, mas somente ao modo de operação ou divisão de funções executadas pelos membros da Divindade Triúna.

Ao que parece, a distinção de funções no interior da Divindade existe desde que há atividade divina. Como Deus sempre esteve ativo na execução de seus propósitos dinâmicos, sempre houve uma hierarquia entre as pessoas divinas. Isto significa, uma vez que Deus é Imutável, que Pai, Filho e Espírito Santo vivem eternamente com funções distintas. Se Deus

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existe hoje como Pai, Filho e Espírito Santo, então Ele sempre existiu como Pai, Filho e Espírito Santo. Ou seja, a Hierarquia sempre existiu e, provavelmente, sempre existirá entre os membros da Deidade. O Filho sempre foi, é, e sempre será subordinado ao Pai, mas tal subordinação só existe no contexto das funções exercidas, ou na forma de operação divina. (Esta idéia não se confunde com o “Subordinacionismo de Orígenes” que defendia a “eterna subordinação do Filho ao Pai” no tocante a sua Substância e Natureza Essencial. Para Orígenes, o Filho, mesmo sendo Eterno, era inferior ao Pai no seu Ser e nos seus atributos; portanto, essencialmente subordinado a Ele).

Enquanto Deus estiver em plena atividade, o Pai sempre será o Primeiro nas funções, o Filho subordinado ao Pai, e o Espírito Santo subordinado ao Pai e ao Filho. Tais modos de operação e relação hierárquica entre as pessoas da Divindade sempre existiram de uma forma harmônica, em total consenso e profundo Amor, “por algum motivo que se encontra oculto na Mente e no coração do Ser Eterno”. O Filho exulta em servir ao seu Pai, o Pai ama o Filho e o Espírito se regozija em servir ao Pai e ao Filho eternamente “para que Deus seja tudo em todos”. Assim sempre foi e assim sempre será (1 Co. 15: 27-28).

Nunca houve uma época em que o Pai não era Pai. Mas estes títulos (Pai, Filho, etc) são apenas representações simbólicas, metáforas tomados por empréstimo da família humana, para descrever o modo de ação das pessoas divinas. O Pai não gerou o Filho no mesmo sentido em que ocorre tal processo na esfera humana (pois o Filho é Eterno tanto quanto o Pai), mas é chamado de Pai porque a função que exerce é semelhante àquela exercida pelo pai na família humana. Assim, também, o Filho sempre foi filho porque seu modo de ação e de relação com os outros membros da Divindade é de “Filho”. De fato, por ocasião da Encarnação, Jesus tornou-se Filho em um novo sentido. Na Eternidade, Ele era filho devido a sua forma de relacionar-se com os outros representantes da Deidade; agora, em seu ministério terreno, foi “gerado” pela primeira vez, no sentido físico, como são os filhos de pais humanos.

No Plano da redenção, mais uma vez a hierarquia divina tornou-se bastante evidente. Através de um concerto firmado, em uma época mui remota da eternidade, provavelmente antes da criação dos anjos, os três membros da Deidade assumiram posições específicas no plano da redenção: o Pai tornou-se oficialmente o 1º, o Filho o 2º, e o Espírito Santo o 3º. Mas na vida íntima e inerente do Ser divino foi preservada a Igualdade Absoluta entre as Pessoas da Trindade. 2. O SIGNIFICADO DA EXPRESSÃO “FILHO DE DEUS”

A palavra “Filho” quando aplicada a Jesus deve ser compreendida no sentido figurado. Esta palavra, por falta de um termo mais adequado para se referir a economia divina, consiste numa alusão ao modo de relação, operação e função exercidas pela segunda pessoa da Divindade. Sua forma de agir, interagir e se relacionar com os outros membros da Deidade é típica de um filho no seio da família humana. Esta maneira de ser e agir parece ter existido desde sempre – o Filho age eternamente como filho. Isto de modo algum significa que Ele seja inferior ao Pai em essência ou atributos. Ele, simplesmente, adota uma forma de relacionar-se que é típica de um “filho”, subordinado, desejoso de servir e fazer eternamente a vontade da Primeira Pessoa da Divindade que por sua vez age, interage e exerce funções típicas de um pai.

Alguns estudantes apressados, fazendo uma leitura estritamente literal do termo, chegaram à conclusão de que Jesus é Filho de Deus no mesmo sentido em que alguém é filho de um pai humano. Tal idéia afirma que Deus Pai criou ou “gerou” literalmente o Filho em alguma época mui remota da Eternidade. Esta concepção nega a “Divindade Plena e Absoluta de Jesus” ao considerá-lo como tendo princípio no tempo. É impossível conceber, à luz das Escrituras, a idéia biteísta e idolátra de um “Deus Todo-Poderoso” dando origem a um outro ser também

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chamado de Deus. Tal crença incorre necessariamente na idéia de que existem dois Deuses, um “Maior” que origina um “Menor”.

A Bíblia nega completamente a crença de que algum deus tenha se formado antes ou depois do Deus verdadeiro. Isaías 43:10 diz: “Vós sois as minhas testemunhas, do Senhor, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais e entendais que Eu Sou o mesmo; antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá”. E em 44:8: “Não vos assombreis, nem temais; porventura não vo-lo declarei há muito tempo, e não vo-lo anunciei? Vós sois as minhas testemunhas! Acaso há outro Deus além de mim? Não, não há Rocha; não conheço nenhuma”.

Alguns enfatizam a distinção entre os termos “criado” e “gerado”. Se o Filho foi criado, então ele fora “chamado à existência do nada”, assim como todas as outras coisas que foram feitas. Isto implica que Jesus possui natureza e substância diferentes da do Pai. Assim como todas as coisas criadas são distintas do seu Criador em essência, Jesus seria mais uma criatura de Deus. Esta concepção baseia-se numa leitura rápida e superficial de Apocalipse 3:14.

Outros, não menos equivocados, afirmam que Jesus veio à existência por meio de “outro impulso que não o da criação”. Ser gerado, afirmam, é coisa bastante diferente de “criado”. O “Gerado” compartilha da mesma Natureza e Substância do “Gerador”. Segundo esta concepção, Jesus teria literalmente “saído do Pai”, “nascido do seu interior”, como uma parte de sua Substância, separada do todo como que por bipartição amebiana. Esta idéia (baseada em passagens, tais como Hb. 1:5; Jo. 3:16; Cl. 1:15; 1 Jo. 5:1 e Pv. 8:22-24), apesar de sustentar que Jesus é da mesma essência que o Pai, nega sua Deidade Plena, esvaziando o Filho de alguns atributos de Deus, tais como Eternidade, Auto-existência, Auto-suficiência e Onipotência.

É, deveras, muito difícil conceber tal retrato de Jesus quando olhamos para o que diz a Bíblia. Conforme esta concepção, Jesus não poderia ser Onipotente porque sempre existirá algo que o Pai, por ser Maior, Será capaz de fazer e que o Filho não será capaz. Ora, se há alguma coisa que o Filho não pode realizar, então, pelo menos neste aspecto, Ele é impotente. O Filho também teria sua vida derivada da do Pai, portanto não seria Auto-existente, que vive por si mesmo. Isto é um absurdo. A Bíblia afirma que Ele é Deus, e não é possível pensar em Deus separando-o dos atributos da Eternidade e da Auto-Existência. Deus é Eterno e Auto-Existente por definição.

Bem, se a palavra “filho” tomada literalmente não é adequada para representar a “segunda pessoa”, pois necessariamente conduziria a heresia ariana e biteísta, seria possível tomá-la em sentido figurado? A Bíblia afirma que sim.

A seguir, citaremos várias passagens em que aparece a palavra “filho” no sentido figurado. Em nenhuma das passagens citadas, a palavra “filho” envolverá a idéia de “geração” ou “criação” literal. Por exemplo, em um confronto com os Fariseus, Jesus disse: “Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira” (Jo. 8:44). Perceba que nesta passagem tanto a palavra “pai” como a palavra “filho” são usadas num sentido simbólico. Os Fariseus eram verdadeiramente “filhos do Diabo”, não porque foram literalmente “gerados” por ele, nem porque “saíram dele”, nem ao menos foram por ele criados; mas porque compartilhavam de seus propósitos, traços distintivos de caráter, atributos e intenções.

O termos “pai” e “filho”, tomados no sentido ilustrativo, sugerem vários significados, tais como: 1) Semelhança de caráter e intenções; 2) Intimidade de relacionamento; 3) Igualdade. Vejamos:

Filhos de Deus – Gn. 6:2, 4; Mt. 5:9, 45; Lc. 20:36; Jo. 1:12; 11:52. Filhos do Reino – Mt. 8:12; 13:38.

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Filhos do Maligno – Mt. 13:38. Filhos dos Reis da Terra – Mt. 17:25. Filho do Inferno – Mt. 23:15. Filhos do Altíssimo – Lc. 1:32; 6:35; 8:28. Filhos da Sabedoria – Lc. 7:35. Filhos da Paz – Lc. 10:6. Filhos deste Mundo – Lc. 16:8; 20:34. Filhos da Luz – Lc. 16:8; Jo. 12:36; Ef. 5:8. Filhos da Ressurreição – Lc. 20:36. Filhos da Perdição – Jo. 17:12; 2 Ts. 2:3. Filhos do Dia – 1 Ts. 5:5. Filhos da Promessa – Gl. 4:28; Rm. 9:8. Filhos do Diabo – At. 13:10; 1 Jo. 3:10. Filhos da Maldição – 2 Pd. 2:14. Filhos dos Profetas – At. 3:25. Filhos da Consolação – At. 4:36. Filhos da Desobediência – Ef. 2:2; 5:6; Cl. 3:6. Filhos da Ira – Ef. 2:3.

Perceba que nas passagens supracitadas a palavra “filho” não envolve nenhum processo literal de geração. Os filhos da Sabedoria, da Luz, das Trevas, da Desobediência, da Paz ou da Maldição não foram gerados por estes elementos, mas possuem tal caráter. Assim também Jesus, o Filho de Deus, não fora gerado literalmente do Pai, mas possui igualdade de Caráter.

Convém recordar que nós também “somos feitos filhos de Deus”, gerados por ocasião da nossa conversão. A Bíblia afirma que fomos “gerados” na Conversão. Assim diz Tiago 1:18: “Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas”. Tal geração, obviamente, não implica em nascimento literal da parte de Deus, mas refere-se a um nascimento espiritual; portanto a palavra “gerar” também é usada no sentido simbólico.

João usa 17 vezes o verbo “gerar” (Gennaw), em seus escritos, para se referir ao processo divino de regeneração e salvação dos homens. Os homens são “filhos de Deus gerados”. No diálogo com Nicodemos, registrado no capítulo 3 do Evangelho de João, Jesus usou 6 vezes o termo grego Gennaw, gerar, para se referir ao “nascer do Espírito”, à conversão. Ora, se nós somos gerados por Deus em um sentido figurado, porque então insistem os Antitrinitarianos que as palavras “filho” e “gerar” devem ser necessariamente literais quando aplicadas a Cristo? A posição Antitrinitariana carece de fundamento bíblico e lógico para manter-se de pé.

Uma das principais regras de Interpretação (Hermenêutica Bíblica) ensina que, inicialmente, devemos entender as palavras do texto em seu sentido literal e usual, a menos que o contexto, onde se encontra inserida a palavra, exija alguma forma de interpretação simbólica do termo. Os Antitrinitarianos tomam as palavras “filho” e “gerar” em seu sentido literal unicamente, e não levam em conta se o contexto, ou o ensino geral das Escrituras acerca do assunto, requer uma outra forma de leitura. Tal deficiência na interpretação os coloca em contradição com muitas passagens da Bíblia que afirmam claramente a Eternidade e a Divindade Plena e Absoluta de Jesus.

Quando a Bíblia afirma duas coisas que aparenta ser contradição, o bom interprete deve sustentar ambas as coisas como sendo “verdades complementares” e fornecer uma explicação

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que mantenha harmonia entre ambas as verdades. Se a Bíblia diz que Jesus é Deus, “Pai da Eternidade”, e também afirma que Ele é “Filho Gerado” de Deus, devemos necessariamente sustentar ambas as verdades de forma a não se contradizerem. A única forma coerente de sustentar ambas as verdades é admitir, sem reservas, o que está bastante claro nas Escrituras, ou seja, a Doutrina da completa divindade de Jesus; e, logo em seguida, fornecer explicações adicionais acerca das poucas declarações que parece negar tal fato.

Quando estudamos mais profundamente o contexto destas “declarações contrárias” toda dificuldade desaparece. Tais declarações tomadas em seu real sentido, isto é, como símbolos e ilustrações referentes aos modos de ação existentes no interior da divindade, fornecem um quadro perfeitamente harmônico do assunto. Não obstante, os Antitrinitarianos preferem negar uma das verdades a fim de sustentarem a outra. Negam a Eternidade e Plena Divindade de Jesus e aceitam a Filiação e Geração do Filho com sendo literal. Tal concepção unilateral destrói o fundamento da religião cristã em prol de um Biteísmo pagão e idolátra. 3. SIGNIFICADO DA EXPRESSÃO “TU ÉS MEU FILHO, HOJE TE GEREI”. Alguns vêem na expressão bíblica “tu és meu Filho, hoje te gerei” motivos para sustentar uma geração original e literal do Senhor Jesus na Eternidade. Tal compreensão é no mínimo infantil em suas implicações e não passa de uma leitura equivocada das expressões em lide.

Vamos estudar todas as vezes em que aparece esta expressão na Bíblia: At. 13:33; Hb. 1:5; 5:4-5. O autor destas três passagens tomou emprestado a expressão do Salmo 2:7. Uma vez que esta passagem serviu de base para as expressões neotestamentárias, convém começar por ela nosso estudo. O que significa o Salmo 2? Há ali alguma alusão a geração de Jesus na eternidade? Leia, por favor, o Salmo 2.

A quem se refere a expressão “tu és meu filho, hoje te gerei” do verso 7? O Salmo 2 refere-se ao rei Davi, o Ungido do Senhor. O texto fala de uma conspiração contra o reinado de Davi. Povos e tribos estavam revoltados, maquinando uma rebelião contra o rei que o Senhor estabelecera. Os vassalos do rei procuravam livrar-se do seu jugo, mas Deus estava rindo deles. Para mostrar quem estabelecera Davi como rei, Deus iria confundi-los e relembrá-los de seu decreto que fora pronunciado por ocasião da unção e entronização de Davi: “Tu és meu filho, hoje te gerei”. Esta é interpretação local e imediata da passagem, apesar de estarmos conscientes de que a passagem também possui sentido messiânico e secundário.

É obvio que Deus não “gerou” literalmente a Davi no dia em que o fez rei sobre as nações. A palavra gerar, aqui, significa “ungir”, “empossar”, “separar para a realização de uma tarefa especial”, “designar para uma função”, “entronizar”, “coroar”, “tornar-se rei”, etc. Quando Deus disse a Davi, “hoje te gerei”, estava querendo dizer a Davi: “Neste dia, tu nasceste de novo” para a realização de uma tarefa por mim designada”, “hoje tu tens sido ungido rei”. Quando Deus o chama de “filho” está usando tal termo em um sentido figurado visando representar a intimidade do relacionamento existente entre o rei e Deus. Um comentarista judeu escreveu acerca do Salmo 2: "Eu hoje Te gerei deve ser interpretado em sentido figurado. No dia de Sua entronização, o Rei foi gerado por Deus como Seu servo para dirigir os destinos de Seu povo. Quando o trono foi prometido a Salomão, Deus fez a asseveração: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por filho (II Samuel 7:14). – A. Cohen, The Psalms (Londres: Soucino Press, 1945). E F.F. Bruce comentando Atos 13:33 fez esta observação: "O dia da unção do rei no antigo Israel tornava-se o dia em que ele como representante do povo nascia para uma nova filiação com Deus". BRUCE, F.F. The Book of The Acts, p. 276,

Davi foi “gerado” por Deus, entronizado, vocacionado para reinar em Israel. Isto de modo algum significa que fora gerado literalmente. Palavras semelhantes foram ditas com

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relação a Salomão em 2 Sm. 7:14: “Eu lhe serei pai, e ele me será filho. E, se vier a transgredir, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de filhos de homens”. Ao que parece, o rei torna-se “filho de Deus” por ocasião de sua unção ou entronização. As mesmas palavras serão ditas aos fiéis vencedores quando forem entronizados na nova terra (Ap. 21:7).

Em Atos 13:33, as palavras do Salmo 2 atingem seu cumprimento messiânico no momento da Ressurreição de Jesus. Perceba o que diz o contexto da passagem: “E nós vos anunciamos as boas novas da promessa, feita aos pais, a qual Deus nos tem cumprido, a nós, filhos deles, levantando a Jesus, como também está escrito no salmo segundo: Tu és meu Filho, hoje te gerei. E no tocante a que o ressuscitou dentre os mortos para nunca mais tornar à corrupção, falou Deus assim: Dar-vos-ei as santas e fiéis bênçãos de Davi; pelo que ainda em outro salmo diz: Não permitirás que o teu Santo veja a corrupção”. At. 13:32-35. É obvio que o “hoje” do texto refere-se ao momento da Ressurreição. De uma forma muito interessante, Jesus foi “gerado” por ocasião de sua vitória sobre a morte. Aqui a palavra “gerar” não significa nascer literalmente; mas, como no Salmo 2, significa ungir, entronizar, revestir de autoridade. O Filho foi investido de poder por ocasião da Ressurreição.

Há algo parecido em Romanos 1: 1-4: “Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus, que ele antes havia prometido pelos seus profetas nas santas Escrituras, acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, e que com poder foi declarado Filho de Deus segundo o espírito de santidade, pela ressurreição dentre os mortos - Jesus Cristo nosso Senhor”. O texto é muito claro: Cristo foi “concebido como Filho de Deus” por ocasião da Ressurreição. Portanto, “Gerar” significa empossar, ungir.

Em Hebreus 1:5, a expressão “hoje te gerei” não tem nada a ver com um suposto nascimento literal de Cristo na Eternidade. É mais uma forma de dizer “hoje te estabeleci, te entronizei”. O contexto da passagem trata da ascensão de Jesus ocorrida após a sua Ressurreição. A passagem fala de sua entronização entre os anjos de Deus ao chegar no céu após seu ministério terreno (versos 3 e 4). Veja o que diz a passagem: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem também fez o mundo; sendo ele o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo ele mesmo feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas, feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles. Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho?” Hb. 1:1-5. O assunto é entronização. Não há a menor alusão a uma geração original de Jesus nos dias da Eternidade. E, embora alguns eruditos, associando o verso 5 ao verso 6, interpretem esta passagem como uma referência a “Encarnação de Jesus”, ou seja, a sua “Geração Literal” no ventre de Maria (época em que o “Primogênito foi introduzido no mundo”), ainda assim não se trata de uma geração literal na Eternidade.

Em Hebreus 5:4-6, a mesma expressão é utilizada para fazer referência a investidura de Jesus como Sumo Sacerdote no Santuário Celestial. Veja o que diz a passagem: “Ora, ninguém toma para si esta honra [o sacerdócio], senão quando é chamado por Deus, como o foi Arão. Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei; como também em outro lugar diz: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”. Nada mais claro. A palavra “gerar” aqui significa, mais uma vez, investir de autoridade, empossar, ungir, separar para uma função ou tarefa especial.

Perceba que todas as vezes que aparece na Bíblia a expressão “Tu és meu filho, hoje te gerei” (apenas 4 vezes) significa ungir, entronizar, investir de autoridade, designar para uma função especial. Uma vez se refere a Ressurreição (At. 13:33), outra vez, a ascensão (Hb. 1:5) e,

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por ultimo, ao ministério sacerdotal de Jesus no Santuário Celestial (Hb. 5:5). É possível também que este mesmo sentido, de posse e unção, esteja presente nas palavras do Pai proclamada por ocasião do Batismo de Jesus: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt. 3:17). Sendo assim, Jesus foi designado “Filho de Deus” em várias ocasiões de seu ministério, ou seja, Ele foi “gerado”, investido de autoridade, pelo Pai pelo menos 4 vezes: no “Batismo”, na “Ressurreição”, na “Ascensão” e no “Sacerdócio celestial”. Em cada uma destas circunstâncias Jesus estava sendo “gerado” para uma fase importante de seu ministério. Em cada um destes momentos, o Pai ungiu poderosamente o Filho confirmando a validade de sua obra redentora. Portanto, não há lugar para uma geração literal nas passagens então estudadas. Os Antitrinitarianos que as usam devem buscar noutras fontes abrigo para suas idéias... Se forem suficientemente honestos. 4. SIGNIFICADO DE PROVÉRBIOS 8: 22-31. Só existe uma passagem na Bíblia que fala da “geração” do Filho antes de vir a este mundo - na eternidade. Mas como já sabemos (conforme o tópico anterior), a palavra “gerar” na Bíblia nem sempre significa “nascer” literalmente no tempo. “Gerar” quando aplicada a Cristo significa “investir de autoridade, “nascer para a realização de uma obra ou tarefa”, “ungir”, “entronizar”, “tomar posse de uma função”, “ser separado para a execução de um propósito”, etc. Em Provérbios 8, nosso Senhor Jesus Cristo é representado pela figura da Sabedoria. Aqui não se trata meramente de uma personificação da Sabedoria visando um efeito literário; mas há elementos no texto que vão além de uma mera personificação e descrevem a participação de Jesus nas atividades divinas.

Apesar da clareza meridiana da passagem, alguns encontraram dificuldades de aplicar a Cristo as palavras dos versos 22-26, que reza: “O Senhor me criou como a primeira das suas obras, o princípio dos seus feitos mais antigos. Desde a eternidade fui constituída, desde o princípio, antes de existir a terra. Antes de haver abismos, fui gerada, e antes ainda de haver fontes cheias d'água. Antes que os montes fossem firmados, antes dos outeiros eu nasci, quando ele ainda não tinha feito a terra com seus campos, nem sequer o princípio do pó do mundo”. Não significa esta passagem que a Sabedoria de Deus, Jesus (1 Co. 1:24) teve um princípio? A bem da verdade, a resposta é não. Pelo menos por quatro motivos.

Primeiramente, a palavra “Criou” do verso 22 não é boa tradução do termo hebraico QANAH (no texto aparece numa forma imperfeita e pronominal: Qananî). A melhor tradução para este termo é “possuía”. QANAH aparece 84 vezes no AT e geralmente significa “possuir”, “comprar” e “obter” (Ver Ec. 2:7; Is. 1:3; Pv. 4:5, 7). Se o sentido fosse “criou” era de se esperar que aparecesse a conhecida palavra hebraica BARAH, ou seja, “criar”, “fazer”, “chamar a existência”.

Em segundo lugar, as expressões “fui gerada” e “eu nasci” não oferecem nenhuma dificuldade já que a palavra “gerar” na Bíblia também significa “investir de autoridade”. O texto estaria afirmando simplesmente que o Pai convocara o Filho e o investira de autoridade para ser o seu arquiteto na construção do universo (verso 30). Ou seja: Jesus “nasceu”, no sentido de que “foi ungido ou estabelecido” (verso 23), na Eternidade para executar a obra da Criação junto ao Pai. Ser “gerado” ou “nascer” nesta passagem significa ser designado para realizar uma tarefa especial. Embora esta explicação seja suficiente e correta, ainda existe outra forma de ver o texto.

A palavra hebraica traduzida por “gerar” ou “nascer” (CHUL) nos versos 24 e 25 pode significar outras coisas, tais como: agitar, mover, vibrar, tremer, etc. Se substituirmos a expressão “eu nasci” ou “eu fui gerada” por “eu vibrei”, o que é perfeitamente possível do ponto de vista gramatical, ainda assim teríamos um sentido legítimo da passagem em harmonia com os

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versos 30 e 31 que fala da Sabedoria como “vibrando”, “movendo-se de alegria” e “folgando” nas delícias da Criação. CHUL quando significa “mover” também pode transmitir a idéia de “entrar em ação”, “sair da não-ação” e “mover-se em atividade”. Isto é perfeitamente possível uma vez que a Sabedoria teve que dar início ao processo de Criação, entrando em processo de ação.

Em terceiro lugar, devemos nos lembrar que toda a passagem de Provérbios 8 consiste numa descrição metafórica. O texto é uma parábola na qual se faz referência a Jesus, mas Ele é aqui apresentado na figura da sabedoria. O Comentário Bíblico Adventista diz: “A passagem é alegórica, e deve-se exercer muito cuidado em não forçar uma alegoria além daquilo que o escritor do original tinha em mente. As interpretações extraídas dela têm que estar sempre em harmonia com a analogia das Escrituras. Alguns têm buscado aqui apoio para a idéia de que houve um tempo em que Cristo não existia, e que Ele fora criado, ou gerado pelo Pai como o princípio de Sua obra em estabelecer um Universo ordenado e habitado. São incabíveis conclusões dogmáticas extraídas de passagens figurativas e parabólicas. Os resultados desvirtuados desse procedimento podem ser vistos, por exemplo, na interpretação popular da parábola do rico e Lázaro (Lc. 16:19-31). A comprovação de crenças doutrinárias sempre deve ser buscada nas declarações textuais, literais da Bíblia. E declarações explícitas sobre o assunto em causa acham-se em Miquéias 5:2; S. João 1:1; 8:54 e outros lugares. Conquanto haja, sem dúvida, uma referência a Cristo, Ele aí é apresentado na figura da sabedoria”.

E, em quarto lugar, Salomão não queria, de modo algum, ensinar que a Sabedoria de Deus tivera início. Isto seria no mínimo absurdo. É impossível admitir tal concepção. Isto nos levaria a idéia inconcebível de que Deus não possuía sua Sabedoria antes de gerá-la. Deus é eternamente sábio, portanto a sua Sabedoria sempre existiu. 5. SIGNIFICADO DA EXPRESSÃO “PRINCÍPIO DA CRIAÇÃO DE DEUS”. Alguns Antitrinitarianos citam Apocalipse 3:14 com o intuito de afirmar que Jesus teve um princípio. A passagem simplesmente reza: “Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus”. Para os negadores da Plena Divindade de Jesus, a expressão “Princípio da Criação de Deus” significa que Jesus foi o “primeiro ser criado”, o principio de todas as obras da criação de Deus Pai. Ora, tal conclusão é por demais absurda, devido às razões que se seguem: 1) A Bíblia claramente afirma que Jesus é Deus, portanto é Eterno (Jo. 1:1; Fl. 2:6); 2) O próprio Jesus assim se considerou (Jo. 8:58; 10:30); 3) A palavra grega ARCHÊ (princípio) significa “Origem”, “Causa Primeira”, “Princípio Originador”, “Razão de Ser”, etc; 4) A Bíblia nunca representa Jesus como fazendo parte da Criação, mas como Criador (Jo. 1:1-3, 10; Cl. 1:16, 17; Hb. 1:2, etc.). Permita-me fazer algumas observações acerca da palavra “princípio” do texto apocalíptico. A palavra grega - ARQUÊ, aqui traduzida por “Princípio”, ou “Origem”, tanto pode ter um sentido ativo como passivo. Tomada no sentido passivo, Jesus seria considerado o “Primeiro de uma série” ou o “Primeiro Ser Criado”. No sentido ativo, Jesus seria o “Princípio de tudo”, o “Princípio que deu origem a tudo o mais”, o “Criador”, o “Originador da Criação”. O sentido passivo transmite uma noção de tempo, enquanto o sentido passivo ressalta a noção de posição. Qual dos dois sentidos é apoiado, sem reservas, pela Bíblia? Somente para a segunda acepção podemos reunir textos bíblicos explícitos. A Bíblia afirma que Jesus é o Criador de todas as coisas. O próprio João que escreveu o texto apocalíptico foi quem o afirmou: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. (Jo.

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1:3). Portanto, o texto deve ser lido assim: “Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o Originador da criação de Deus”. O contexto da passagem trata da “posição” (sentido ativo) de Jesus, como pode ser facilmente deduzido pelos outros adjetivos que lhe são aplicados no mesmo versículo. Não se trata aqui de nenhuma noção temporal (sentido passivo) aplicada a Jesus.

No Novo Testamento a palavra ARQUÊ aparece em Mt. 24:8 significando “Um princípio”; em Atos 10: 11 (Extremo); em Lc. 20:20 (Autoridade); em Judas 6 (Eminência ou Dignidade) e em Efésios 3:10 (Principado). Em Hb. 12:2 lemos: "Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé". No grego a palavra Autor é "arquegon" uma forma derivada de ARQUÊ. Parece haver uma preferência pelo sentido ativo do termo.

Veja o que dizem os bons dicionários de grego acerca da palavra ARQUÊ: ARQUÊ: Começo, a primeira causa, governador, autoridade, domínio na esfera da

influência – A Greek English Lexicon de Arndt and Gingrich. ARQUÊ: Começo, poder, força, autoridade – Theological Dictionary of the New

Testament. ARQUÊ: Princípio, ordem, fundamento, poder, autoridade, magistratura, império, reino

–Dicionário Grego / Português e Português - Grego de Isidro Pereira. Uma das mais renomadas autoridades em língua grega, A. T. Robertson, falando sobre

Ap. 3:14, escreveu: "Não a primeira das criaturas como afirmavam os arianos, e os unitários defendem no presente, mas a fonte originadora da criação, por meio de quem Deus opera" - Word Pictures in the New Testament, Vol. VI p. 321. (Citado em As Pretensiosas Testemunhas de Jeová – Pedro Apolinário).

ARQUÊ deu origem, em português, as seguintes palavras, todas elas impregnadas da noção de Posição, Primazia e Eminência: Arcebispo, Arquiteto, Anarquia, Monarquia, Arquidiocese, etc.

Perceba como aparece o texto em outras traduções da Bíblia: “O Princípio e o Senhor da Criação de Deus”. (Versão Weymouth); “O iniciador da criação de Deus”. (Fenton); “A origem de tudo o que Deus criou”. (A Bíblia na Linguagem de Hoje); “O dirigente da criação de Deus”. (Siríaca); “A fonte de que se originou a criação de Deus”. (Knoy).

Jesus é, de fato, a Autoridade Máxima da Criação de Deus; a Primeira Causa, o Governante, o Poder Supremo, a Origem essencial, o Fundamento de toda Criação. Amém!

OBS: INADEQUAÇÃO E FRAGILIDADE DO ARGUMENTO ANTITRINITARIANO É interessante perceber que os Antitrinitarianos demonstram-se bastante confusos na elaboração de seus argumentos. Eles citam o texto de Ap. 3:14 que, supostamente, trata da “CRIAÇÃO” de Jesus; e, logo em seguida, citam as expressões “Filho Unigênito” (Jo. 3:16) e “Primogênito da Criação” (Cl. 1:15) que supostamente falam da “GERAÇÃO” de Jesus (Pois o vocábulo “Genos”, presente em ambas as expressões, é geralmente utilizado por eles mesmos com o sentido de “Gerado”). Jesus foi “CRIADO” ou “GERADO”? Como se trata de dois processos diferentes, os Antitrinitarianos precisam, antes de qualquer coisa, decidirem a favor de que devem argumentar. Se afirmam que Jesus fora “criado”, não podem legitimamente fazer uso das expressões “Filho Unigênito” e “Primogênito da Criação”. Se afirmam, por outro lado, que Jesus fora “Gerado”, então logicamente não podem usar a expressão de Ap. 3:14, “Princípio da Criação de Deus”. Mesmo que admitam que Jesus fora GERADO, abrindo mão do texto de Ap. 3:14, ainda assim permanece confuso o argumento. As expressões “UNIGÊNITO” e “PRIMOGÊNITO” se excluem mutuamente. UNIGÊNITO requer o sentido de “Único Gerado” e PRIMOGÊNITO

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significa “Primeiro Gerado”. Então, surge uma indagação: Jesus foi o “Único Gerado” ou apenas o “Primeiro Gerado” por Deus? Os Antitrinitarianos precisam colocar em ordem seus argumentos, pois carecem de plausibilidade e razão. Suponhamos que refinem seu argumento e decidam pela expressão UNIGÊNITO. Cristo, então, seria considerado o “Único Gerado” por Deus. Tal idéia não é Bíblica, por dois motivos: 1) A palavra “Unigênito” é má tradução do temo grego “Monogenos” que significa simplesmente “Único da Espécie”, “Predileto”, “Preferido”, “Mais amado”; sem qualquer idéia de “Geração” vinculada ao termo.

2) As Escrituras afirmam que os Crentes também foram “Gerados” pelo Pai, logo Jesus não pode ter sido o “Único Gerado”. Assim diz Tiago 1:18: “Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas”. Alguém poderia revidar afirmando: Tal texto trata obviamente de uma “Geração Espiritual” e não de uma “Geração Literal” como a de Jesus. Quem disse que a palavra “Gerar” quando aplicada a Cristo possui sentido literal e quando aplicada aos santos possui sentido espiritual e simbólico? Ora, são os Antitrinitarianos que conseguem perceber “tal sentido literal” na expressão “FILHO UNIGÊNITO”. Mas tal sentido literal não está explícito na palavra. Portanto, o argumento é inválido.

Para nós, a expressão “gerar”, quer se aplique a Cristo ou aos crentes, possui sentido figurado, que envolve a noção de “Primazia”, “Superioridade”, “Nomeação”, “Entronização” e “Unção”. Mas é obvio que a “primazia” dos crentes sobre os demais homens difere em muito da “primazia” pertencente a Jesus. Jesus é “Único” quanto ao posto e a função que ocupa sobre todas as coisas; sua proeminência e entronização atingem o máximo grau comparado com a nossa primazia sobre as demais criaturas. Nossa entronização deriva daquela do Senhor Jesus. Tanto Jesus como nós fomos “GERADOS”, no sentido de “nomeados para uma tarefa especial”, “entronizados e ungidos” por Deus Pai. Logo Jesus não pode ser literalmente UNIGÊNITO, ou seja, Único Gerado.

Uma vez que se descarta a possibilidade de que Jesus seja literalmente o UNIGÊNITO, é preferível, pelas considerações anteriores, aplicar a Jesus a expressão “PRIMOGÊNITO DA CRIAÇÃO” (Cl. 1:15). Claro que tal expressão, que geralmente é entendida como “O Primeiro Gerado”, também possui sentido figurado de “Primazia”. Posteriormente apresentaremos um estudo mais aprofundado desta palavra e o seu real significado. Mas, mesmo que se queira insistir neste significado usual e popular (Primeiro Gerado), isto se harmoniza perfeitamente com a idéia por nós já apresentada, ou seja, “gerado” significa nomeado, entronizado, designado a uma função; tanto nós, os crentes, como Jesus, fomos “gerados” neste sentido amplo e simbólico. Mas, ainda assim, o Senhor Jesus foi o “primeiro” e mais proeminente, portanto o “PRIMOGÊNITO”. 6. SIGNIFICADO DA EXPRESSÃO “PRIMOGÊNITO DA CRIAÇÃO”.

Vamos agora compreender o significado bíblico da expressão “Primogênito da Criação”. Vejamos, primeiramente, o que diz o texto: “Este [Jesus] é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a Terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dEle e para Ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste”. Cl. 1:15-17. Ora, concluir, a partir deste texto, que “Jesus teve um princípio”, que foi literalmente o “primeiro ser gerado pelo Pai” é o mesmo que desprezar todo o ensino das Escrituras acerca da Divindade Plena de Jesus. Tal conclusão não pode ser correta pelos motivos que se seguem.

Primeiramente, o contexto da passagem enfatiza a noção de “primazia” e “superioridade” de Jesus (Verso 18). Note bem que o apóstolo não diz que Jesus é a “primeira criação”, mas o

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“primeiro de toda a criação”. Não há indícios de “noção temporal” aplicada a Cristo na passagem.

Em segundo lugar, o texto possui sentido figurado. A expressão “primogênito” é uma metáfora paulina tomada por empréstimo das relações existentes na família hebraica da época do apóstolo. Portanto, com o termo “primogênito”, Paulo queria simplesmente dizer “herdeiro”, “superior”, “Líder”, etc.

Em terceiro lugar, a palavra grega usada por Paulo (PROTOTOKOS), embora possa ser usada no sentido cronológico, geralmente significa “primeiro”, “melhor”, “mais importante” e “mais preeminente”.

E, em quarto lugar, a mesma palavra “primogênito” é usada, de forma bastante evidente, no verso 18, com um sentido figurado – “Primogênito dos Mortos”. É obvio que Cristo não foi o primeiro (no sentido temporal) a morrer, nem ao menos a ressuscitar dentre os mortos. Literalmente, o primogênito dos mortos foi Abel; mas Cristo foi o “principal” de todos os que morreram e ressuscitaram. Permita-me aprofundar o segundo argumento apresentado. Alguém poderia perguntar: É possível entender a palavra “primogênito” em um sentido figurado? Biblicamente, sim. Nas Escrituras, a palavra “primogênito” pode aparecer tanto em sentido literal (primeiro nascido) como em sentido simbólico (mais importante, o primeiro).

No sentido literal, a palavra é usada para se referir a primeira criança que nasce na família – Gn. 25:25; Nm. 18:15; Lc. 2:7; Hb. 11:28. No sentido simbólico, a palavra é aplicada a pessoas que não foram as primeiras a nascer. Isto nos conduz à idéia de que “primogênito” nem sempre significa “primeiro nascido”. Por exemplo: Davi era o mais moço entre sete irmãos (I Sm. 16:10-12), mas a Bíblia o chama de “primogênito” em Sl. 89:20, 27. Isto simplesmente significa que ele recebeu as prerrogativas do primogênito, sua posição, sua preeminência. Este é sem dúvida um sentido figurado da palavra “primogênito”. Davi não foi o “primeiro nascido”, mas o “primeiro em posição”.

Em Êx. 4:22, Deus chama Israel de Primogênito, embora todos saibam que era seu irmão Esaú (Gn. 25:25-26). Esta passagem também se refere à preeminência de Israel. Em Gn. 41:50-52, Manassés, filho de José, é o primogênito; mas, Jr. 31: 9 afirma que era Efraim, o segundo filho de José. Todos os santos inscritos nos livros celestiais são chamados de “primogênitos” em Hb. 12:23: “E a igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados”. Obviamente, esta expressão é simbólica. Deus não ira salvar apenas os primogênitos literais da humanidade. Isto significa que Deus nos considera como “herdeiros” ou “primícias” (Rm. 8:17; Ef. 3:6; Tg. 1:18; Ap. 14:4). Se esta expressão fosse tomada em sentido literal, surgiriam algumas dificuldades. Quantos primogênitos existem? Quem de fato foi o primeiro a nascer? Se cristo foi o “primeiro nascido”, por que os crentes também foram os “primeiros nascidos”?

Portanto, é perfeitamente possível compreender a palavra “primogênito” em sentido simbólico. Tal termo, quando aplicado a Cristo, significa que Ele possui, dentre todos os filhos de Deus, a primazia e as prerrogativas de primogênito. Então, não é o “primeiro nascido”, mas o “primeiro em posição”. Sentido este, aplicado, como vimos, a Davi, Jacó, Efraim e aos crentes em geral que não constituíram primogênito no sentido literal do termo.

No Novo Testamento, Jesus é chamado de “primogênito” sete vezes. Duas vezes em sentido literal, referindo-se ao seu nascimento terrestre (Mt. 1:25; Lc. 2:7), e cinco vezes no sentido figurado, referindo-se a sua preeminência: Rm. 8:29 – “Primogênito entre muitos irmãos”; Cl. 1:15 – “Primogênito de toda a criação”; Cl. 1:18 – “Primogênito dentre os mortos”;

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Hb. 1:6 – “Primogênito no mundo”; Ap. 1:5 – “Primogênito dos mortos”.

O texto de Rm. 8:29 é interessante: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. Concentre sua atenção na frase “a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. O que isto significa? Significa que Jesus será (futuro) o primogênito dentre os seus irmãos (os santos eleitos), quando estes refletirem a sua imagem. Este verso coloca a primogenitura de Jesus para o futuro. Logo, o sentido é figurado, porque Jesus não ira nascer no futuro, e, mesmo que isto acontecesse, não poderia ser o “primogênito”, ou seja, “o primeiro nascido”, no sentido literal do termo, pois outros já teriam vindo antes dele.

O texto de Ap. 1:5 afirma que Jesus é o “primogênito dos mortos”. Isto também não pode ser interpretado no sentido estritamente literal. Tentem se puderem!

Enfim, a passagem de Cl. 1:15, refere-se a posição, e não a uma suposta origem de Jesus. O texto apenas dá ênfase à posição privilegiada de Cristo como o Irmão Mais Velho da família de Deus. Daí não se envergonhar de nos chamar "irmãos". (Hb. 2:11). O Comentário Bíblico Adventista (7:191) explica: “Parece melhor, portanto, considerar PROTOTOKOS como uma expressão figurada descrevendo Jesus Cristo como o primeiro em hierarquia, figura esta que é emprestada da dignidade e posição ocupada pelo primogênito numa família humana, ou, mais precisamente, o primogênito numa família real”.

O texto simplesmente afirma que Ele é o Herdeiro de toda Criação divina, o mais preeminente dos filhos de Deus, porque é único (no sentido de “peculiar”) em dignidade, governo e primazia. Ele é o cabeça da criação; Ele é antes de todas as coisas criadas, portanto não pode fazer parte de nenhuma delas. “Ele estava com Deus no princípio. Todas as coisas forma feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez”. (Jo. 1: 3). Meditem nesta passagem... Quando o evangelista diz “Todas as Coisas”, quer dizer exatamente isto “Tudo”, de modo a incluir “Tudo o que foi trazido a Existência”. Consta ai que NÃO “foi trazido a existência” aquele por quem tudo foi feito. Ora, se o Filho não é Eterno, então “foi trazido a existência”. E se “foi trazido a existência”, então “todas as coisas” NÃO foram feitas por Ele. Mas está escrito: “Todas as coisas foram feitas por Ele”. Se o texto afirma que “NADA do que foi feito” se fez sem Jesus, então não podemos afirmar que Jesus é uma das “coisas que foi feita”, porque sem Ele não poderia ter sido feito. Logo, é Eterno. 7. SIGNIFICADO DA EXPRESSÃO “FILHO UNIGÊNITO”.

A palavra “Unigênito” aparece 9 vezes no NT . Cinco vezes se aplica a Jesus (Jo. 1:14, 18; 3:16, 18; 1 Jo. 4:9) e quatro vezes refere-se a outros personagens (Lc. 7:12; 8:42; 9:38; Hb. 11:17). Em todos os casos, foi traduzida da palavra grega MONOGENOS. Não obstante, esta tradução não é correta, pelas razões que se seguem.

Os mais autorizados dicionários de língua grega, sem exceção, traduzem MONOGENOS (Gr. MONOS – Único; GENOS – espécie, categoria) por "único membro de uma raça ou espécie". No Vocabulário do grego do NT, de Moulton and Milligan (p. 416 e 417), diz: "Monogenes: Um de uma espécie. Único. Singular". Portanto, MONOGENOS indica unicidade, singularidade, especialidade, alguém que é alvo de carinho especial”, como afirmou Arnaldo B. Christianini.

Tanto no grego clássico como no koiné (grego do NT) o termo MONOGENOS significa "único, solitário, só, único membro de uma família particular". Inclusive a Septuaginta traduz MONOGENOS pelo adjetivo hebraico YACHID, que significa "solitário", conforme o Sl. 68:6; (Veja também: Sl. 22:20 – “minha predileta”. Sl. 25:16 – “solitário”. Sl. 35:17 – “predileta”).

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Tanto MONOGENOS como YACHID significam único, solitário, só, predileto. A idéia de “Unigênito”, ou seja, “único gerado” não está em pauta aqui. De fato, o termo grego MONOGENES não possui o mesmo sentido de UNIGENITUS do latim.

Vejamos como foi traduzido MONOGENOS nas quatro passagens em que o termo não se aplica a Jesus. (Lc. 7:12; 8:42; 9:38; Hb. 11:17). Em cada caso, a palavra MONOGENOS foi traduzida por “único”, com exceção de Hb 11:17. Em Lc. 7:12, o filho da viúva de Naim é chamado “único” (monogenes) de sua mãe, não necessariamente o único gerado por ela, mas o único que ela tinha, o único em existência. Em Lc. 8:42, a filha de Jairo é chamada “única” (MONOGENES), não necessariamente “única gerada”. Em Lc. 9:38, a tradução também foi “único”, sem envolver qualquer sentido de “geração”.

Somente Hb. 11:17 traduziu-se “Unigênito”. Leia atentamente o texto: “Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas”. Foi Isaque o unigênito, único gerado, de Abraão? Não. Abraão teve cerca de oito filhos; um de Hagar, outro de Sara, e mais seis de Quetura. Então, por que Isaque é chamado de “unigênito”? “Unigênito” não é boa tradução. Isaque é chamado de MONOGENOS por ser o filho da promessa, predileto e especial, “único” naquele sentido.

Assim, também, o termo quando se aplica a Cristo significa “único da categoria ou espécie”, predileto, especial, mais honrado, mais amado, etc. Nunca “único gerado”. Tal sentido atribuído a MONOGENOS não é tolerado. Basta um simples estudo, em bons dicionários de Grego, para dirimir todas as duvidas quanto ao significado da palavra MONOGENOS. Veja se possível: Liddell e Scott, A Greek-English Lexicon.1940, Vol. II, p. 1144; Moulton e Milligan, The Vocabulary of the Greek Testament. 1932, p. 416; H. Cremer, Biblical Theological Lexicon of the N. T. Greek; Schmidt e Kattembusch, A Dictionary of Christ and the Gospels, (1908), p. 281, V. II.

Historicamente, a tradução equivocada de MONOGENOS como “Unigênito” apareceu pela primeira vez na VULGATA LATINA, versão oficial da Igreja Católica Romana, feita por Jerônimo (347 - 420 a. D) a pedido do Papa Damasco. Nas traduções latinas, anteriores a Jerônimo, não aparecem a palavra UNIGENITUS em Jo. 1:14, 18; 3:16, 18, 1 Jo. 4:9, mas UNICUS. Um exemplo disso é o Codex Vercellensis (365 a. D) que sempre usa UNICUS.

Jerônimo mudou o UNICUS (único, singular) das versões do Latim Antigo para UNIGENITUS (único gerado). Ele fez isto em todos os textos em que a palavra grega MONOGENOS se aplicava a Jesus. Quando MONOGENOS se aplicava a outro personagem ele deixou a tradução usual “único”. Se bem que cometeu o equivoco de traduzir MONOGENOS por Unigênito em Hb. 11:17.

O que levou Jerônimo a traduzir MONOGENOS por “Unigênito” nas passagens em que se faz referência a Cristo? Qual a razão teológica que levou Jerônimo a traduzir MONOGENES como UNIGENITUS? Ele, de modo algum, queria ensinar algo acerca de uma suposta “Origem de Jesus”; estavam simplesmente interessados em refutar a idéia Ariana de seus dias. Tal heresia cristológica negava a idéia de que o Filho era da mesma substância e Essência que o Pai. Daí o termo “Unigênito” para fazer crê que o “Gerador” (Pai) e o “Gerado” (Filho) tinham a mesma Essência, ou possuíam a mesma Natureza. Seu objetivo era enfatizar a Divindade de Jesus, pois o “Gerado” sempre é da mesma Natureza essencial que o seu “gerador”. Nas passagens alheias ao Dogma da igualdade substancial do Pai e do Filho, Jerônimo deixou a tradução correta UNICUS.

Da Vulgata Latina, a tradução “único gerado” (unigênito) passou para a King James Version (1611), a English Revised Version (1881) e outras traduções. Só posteriormente o erro foi removido.

Enfim, Jesus não é o “Filho Único Gerado do Pai”, mas o “Filho Único de uma categoria especial”, “Filho Predileto, mui amado, peculiar, estimado e precioso”. Honras e glórias sejam

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dadas ao “Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”!

7. PERSONALIDADE E PLENA DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO

O termo “espírito” aparece 569 vezes em toda a Bíblia (ARA) espalhados por 206 versículos do AT e 313 do NT. No hebraico, a palavra “Ruach” (espírito) tem vários significados: “vento, sopro, mente, espírito”. O contexto em que se encontra a palavra geralmente especifica o seu sentido. O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA

Todos os textos a seguir apresentam o Espírito Santo como possuindo características pessoais.

Ele Pensa por Si mesmo:

“Porque pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas necessárias”. (Atos 15:28). “Porque Deus no-las revelou pelo seu Espírito; pois o Espírito esquadrinha todas as coisas, mesmos as profundezas de Deus. Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? Assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus”. (I Co. 2:10-11).

Pode ser Entristecido, portanto possui Emoções:

“E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção”. (Efésios 4:30).

Ele Pode ser Contristado:

“Eles, porém, se rebelaram, e contristaram o seu santo [Espírito]; pelo que se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles”. (Isaías 63:10).

Ele Ama:

“Rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do [Espírito], que luteis juntamente comigo nas vossas orações por mim a Deus”. (Romanos 15:30). Ele Exercita Volição (poder de escolha): “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, distribuindo particularmente a cada um como quer”. (1 Co. 12:11).

Ele Inspirou as Escrituras:

“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo”. (2 Pd. 1:21).

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Ele Ensina: “Mas o Consolador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito”. (Jo. 14:26). Ele Guia: “Pois todos os que são [guiados pelo Espírito] de Deus, esses são filhos de Deus”. (Rm. 8:14).

Ele Fala:

“Disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro”. (At. 8:29). “Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado”. (At. 13:2).

Ele Convence:

“E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”. (Jo. 16:8).

Ele Regenera:

“Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do [Espírito], não pode entrar no reino de Deus”. (Jo. 3:5).

Ele Conforta:

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. A saber, o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós”. (Jo. 14:16). Ele Testifica: “Quando vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que do Pai procede, esse dará testemunho de mim”. (Jo. 15:26).

Ele Intercede:

“Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis”. (Rm. 8:26).

Ele Chama para o Ministério:

“Cuidai, pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com o próprio sangue”. (At. 20:28)

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Ele Cria:

“O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida”.(Jó 33:4). AS AÇÕES DO HOMEM PARA COM O ESPÍRITO PROVAM QUE ELE É UMA PESSOA:

O Homem Blasfema contra o Espírito - Mateus 12:31;

“Portanto vos digo: Todo pecado e blasfêmia será perdoado aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada”.

O Homem Mente ao Espírito Santo - Atos 5:3;

“Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno?”

O Homem Tenta o Espírito Santo - Atos 5:9;

“Então Pedro lhe disse: Por que é que combinastes entre vós provar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e te levarão também a ti”.

O Homem Resiste o Espírito Santo - Atos 7:51;

“Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; como o fizeram os vossos pais, assim também vós”.

O Homem Obedece ao Espírito Santo - Atos 13:2, 3.

“Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, depois que jejuaram, oraram e lhes impuseram as mãos, os despediram. Estes, pois, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre”.

OBS: Só é possível mentir a um ser pessoal, não importa o que digam os Antitrinitarianos. Ações tais como obedecer, blasfemar, resistir, tentar só podem existir no âmbito de um relacionamento pessoal.São usados pronomes pessoais em referência ao Espírito Santo. Em Atos 13:2 é usado o pronome ‘me’ e o verbo na primeira pessoa ‘tenho’; em João 15:26 o pronome ‘ele’ é usado; e também em João 16:8, 13.

TEXTOS QUE ATRIBUEM AO ESPÍRITO CARACTERÍSTICAS PESSOAIS: MIQUÉIAS 2:7 –“Tais coisas anunciadas não alcançarão a casa de Jacó. Está irritado o Espírito do SENHOR? São estas as suas obras? Sim, as minhas palavras fazem o bem ao que anda retamente”. EZEQUIEL 8: 2-4 – “Olhei, e eis uma figura como de fogo; desde os seus lombos e daí para baixo, era fogo e, dos seus lombos para cima, como o resplendor de metal brilhante. Estendeu ela

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dali uma semelhança de mão e me tomou pelos cachos da cabeça; o Espírito me levantou entre a terra e o céu e me levou a Jerusalém em visões de Deus, até à entrada da porta do pátio de dentro, que olha para o norte, onde estava colocada a imagem dos ciúmes, que provoca o ciúme de Deus. Eis que a glória do Deus de Israel estava ali, como a glória que eu vira no vale”. EZEQUIEL 11:1-5 – “Então, o Espírito me levantou e me levou à porta oriental da Casa do SENHOR, a qual olha para o oriente. À entrada da porta, estavam vinte e cinco homens; no meio deles, vi a Jazanias, filho de Azur, e a Pelatias, filho de Benaías, príncipes do povo. E disse-me: Filho do homem, são estes os homens que maquinam vilezas e aconselham perversamente nesta cidade, os quais dizem: Não está próximo o tempo de construir casas; esta cidade é a panela, e nós, a carne. Portanto, profetiza contra eles, profetiza, ó filho do homem. Caiu, pois, sobre mim o Espírito do SENHOR e disse-me: Fala: Assim diz o SENHOR: Assim tendes dito, ó casa de Israel; porque, quanto às coisas que vos surgem à mente, eu as conheço”. ISAÍAS 40:13, 14 – “Quem guiou o Espírito do SENHOR? Ou, como seu conselheiro, o ensinou? Com quem tomou ele conselho, para que lhe desse compreensão? Quem o instruiu na vereda do juízo, e lhe ensinou sabedoria, e lhe mostrou o caminho de entendimento?” SALMOS 106:33 – “Pois foram rebeldes ao Espírito de Deus, e Moisés falou irrefletidamente”. NEEMIAS 9:20, 21 – “E lhes concedeste o teu bom Espírito, para os ensinar; não lhes negaste para a boca o teu maná; e água lhes deste na sua sede. Desse modo os sustentaste quarenta anos no deserto, e nada lhes faltou; as suas vestes não envelheceram, e os seus pés não se incharam”. 2 CRÔNICAS 20:14, 15 – “Então, veio o Espírito do SENHOR no meio da congregação, sobre Jaaziel, filho de Zacarias, filho de Benaia, filho de Jeiel, filho de Matanias, levita, dos filhos de Asafe, e disse: Dai ouvidos, todo o Judá e vós, moradores de Jerusalém, e tu, ó rei Josafá, ao que vos diz o SENHOR. Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, pois a peleja não é vossa, mas de Deus”. 2 SAMUEL 23:2-4 – “O Espírito do SENHOR fala por meu intermédio, e a sua palavra está na minha língua. Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Aquele que domina com justiça sobre os homens, que domina no temor de Deus, é como a luz da manhã, quando sai o sol, como manhã sem nuvens, cujo esplendor, depois da chuva, faz brotar da terra a erva”. MATEUS 10:20 – “Visto que não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós”. MATEUS 12:31, 32 – “Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir”. MATEUS 28:19 – “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. MARCOS 1:12 – “E logo o Espírito o impeliu para o deserto”. MARCOS 13:11 – “Quando, pois, vos levarem e vos entregarem, não vos preocupeis com o que haveis de dizer, mas o que vos for concedido naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo”. LUCAS 2:26 – “Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o

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Cristo do Senhor”. LUCAS 12:12 – “Porque o Espírito Santo vos ensinará, naquela mesma hora, as coisas que deveis dizer”. JOÃO 14:17 – “O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós”. JOÃO 14:26 – “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. JOÃO 15:26 – “Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim”. JOÃO 16:13 – “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir”. ATOS 1:16 – “Irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo proferiu anteriormente por boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam Jesus”. ATOS 2:4 – “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem”. ATOS 5:3 – “Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?” ATOS 5:9 – “Tornou-lhe Pedro: Por que entrastes em acordo para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e eles também te levarão”. ATOS 5:32 – “Ora, nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo, que Deus outorgou aos que lhe obedecem”. ATOS 7:51 – “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis”. ATOS 8:29 – “Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro e acompanha-o”. ATOS 10:19 – “Enquanto meditava Pedro acerca da visão, disse-lhe o Espírito: Estão aí dois homens que te procuram”. ATOS 11:12 – “Então, o Espírito me disse que eu fosse com eles, sem hesitar. Foram comigo também estes seis irmãos; e entramos na casa daquele homem”. ATOS 13:2 – “E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado”. ATOS 13:4 – “Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre” ATOS 15:28 – “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais”. ATOS 16:6 – “E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia”.

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ATOS 16:7 – “Defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu”. ATOS 20:23 – “Senão que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações”. ATOS 20:28 – “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue”. ATOS 21:11 – “E, vindo ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele os próprios pés e mãos, declarou: Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios”. ATOS 28:25 – “E, havendo discordância entre eles, despediram-se, dizendo Paulo estas palavras: Bem falou o Espírito Santo a vossos pais, por intermédio do profeta Isaías, quando disse...” ROMANOS 8:14 – “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. ROMANOS 8:16 – “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”. ROMANOS 8:26 – “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis”.

ROMANOS 8:27 – “E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos”.

ROMANOS 15:30 – “Rogo-vos, pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor”. I CORÍNTIOS 2:10 – “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus”. I CORÍNTIOS 2:13 – “Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais”. I CORÍNTIOS 2:14 – “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. I CORÍNTIOS 3:16 – “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”. I CORÍNTIOS 6:19 – “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?”. I CORÍNTIOS 12:11 – “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente”. II CORÍNTIOS 3:17 – “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”. GÁLATAS 4:6 – “E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!”.

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GÁLATAS 5:18 – “M as, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei”. EFÉSIOS 4:30 – “E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção”. I TESSALONICENSES 1:6 – “Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo”. I TIMÓTEO 4:1 – “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios”. HEBREUS 3:7 – “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz”. HEBREUS 9:8 – “Querendo com isto dar a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do Santo Lugar não se manifestou, enquanto o primeiro tabernáculo continua erguido”. HEBREUS 9:14 – “Muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!”. HEBREUS 10:15 – “E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo; porquanto, após ter dito...” HEBREUS 10:29 - “De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça?” TIAGO 4:5 – “Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?” I PEDRO 1:11 – “Investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam”. APOCALIPSE 2:7 – “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus”. APOCALIPSE 14:13 – “Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham”. APOCALIPSE 22:17 – “O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida”. O ESPÍRITO SANTO É DISTINTO DO PODER DE DEUS: MIQUÉIAS 3: 8 - “Eu, porém, estou cheio do poder do Espírito do SENHOR, cheio de juízo e de força, para declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel, o seu pecado”. ZACARIAS 4:6 – “Prosseguiu ele e me disse: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos”. LUCAS 1: 35 – “Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do

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Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus”. LUCAS 4:14 – “Então, Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galiléia, e a sua fama correu por toda a circunvizinhança. E ensinava nas sinagogas, sendo glorificado por todos”. ATOS 1:8 – “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. ATOS 10: 38 - “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”. ROMANOS 15:13 – “E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo”. ROMANOS 15:19 – “Por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo; de maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo”. I CORÍNTIOS 2:4 – “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder”. 2 CORÍNTIOS 6: 4-7 – “Não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado. Pelo contrário, em tudo recomendando-nos a nós mesmos como ministros de Deus: na muita paciência, nas aflições, nas privações, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, no saber, na longanimidade, na bondade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, quer ofensivas, quer defensivas...” I TESSALONICENSES 1:5 – “Porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós”.

Perceba que nos textos, citados logo acima, aparecem tanto o Espírito Santo como o Poder de Deus, como elementos distintos; e, às vezes, é mencionado o “Poder do Espírito”. Ora, se o Espírito fosse o próprio “Poder”, então teríamos “o Poder do Poder”, o que é muito estranho.

O ESPÍRITO SANTO É DISTINTO DA GLÓRIA DE DEUS: ATOS 7: 55 - “Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à sua direita”. I PEDRO 4:14 – “Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus”. EZEQUIEL 43: 2-5 – “E eis que, do caminho do oriente, vinha a glória do Deus de Israel; a sua voz era como o ruído de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória. O aspecto da visão que tive era como o da visão que eu tivera, quando vim destruir a cidade; e eram as visões como a que tive junto ao rio Quebar; e me prostrei, rosto em terra. A glória do SENHOR entrou no templo pela porta que olha para o oriente. O Espírito me levantou e me levou ao átrio interior; e eis que a glória do SENHOR enchia o templo”.

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É DISTINTO DO ANJO GABRIEL OU DE QUALQUER OUTRO ANJO:

É afrontoso tratar o Espírito Santo como uma criatura. Há os que acreditam que Ele é o anjo Gabriel. A Bíblia, porém, faz clara distinção entre ambos no registro das palavras do próprio anjo Gabriel a Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo...” (Lc. 1:35).

Há os que afirmam que o Espírito é algum anjo ou todos eles juntos no ministério angelical. Veja I Pd. 1:12: “A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vós outros, ministravam as coisas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho, coisas essas que anjos anelam perscrutar”. Percebam a clara distinção entre o ministério do Espírito e o dos anjos.

Leiam também Hb. 2: 2-4: “Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo, como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo, segundo a sua vontade”. Há uma clara distinção entre as palavras ditas por anjos aos antigos e as novas verdades do Evangelho divulgadas por Jesus, inicialmente, e logo confirmadas, através de milagres, pelo Espírito Santo. Logo, o ministério do Espírito é superior ao dos anjos. O ESPÍRITO SANTO É TAMBÉM CHAMADO DE ESPÍRITO DE CRISTO: At. 16:7; Gl. 4:6; Rm. 8:9; 1 Pd. 1: 11; Fl. 1: 19. O ESPÍRITO SANTO NÃO É O PRÓPRIO CRISTO: Há várias passagens bíblicas em que se apresenta clara distinção entre os Membros da Deidade. No tópico 8, apresentaremos várias passagens em que se menciona três pessoas distintas. Dentre estas, encontra-se: “Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus”. (1 Coríntios 6:11). É fácil notar que Jesus não é o Espírito Santo. O ESPÍRITO SANTO É DEUS:

♦ Os atributos de Deus são dados ao Espírito: 1. Eternidade e Vida – Hb. 9:14; Rm. 8:2 2. É o Senhor – 2 Co. 3:17. 3. Onipresença – Sl. 139:7-8. 4. Onisciência – 1 Co. 2:10. 5. Onipotência – Gn. 1:1-2; Jo. 3:5 6. Soberania – Jo. 3:8; 1 Co. 12:11. 7. Mentir ao Espírito é mentir a Deus – At. 5: 3-4. 8. Blasfêmia é um pecado cometido unicamente contra Deus - Mt. 12:31. 9. O Santuário é habitação de Deus - 1 Co. 6:19. ♦ As obras de Deus são atribuídas ao Espírito:

1. A Criação - Jó 33:4. 2. A Encarnação - Mateus 1:18.

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3. A Regeneração - João 3:8 (ver I João 4:7). 4. A Ressurreição - Romanos 8:11. 5. A inspiração da Palavra de Deus - II Pedro 1:21 (ver II Reis 21:10).

FIGURAS E SÍMBOLOS APLICADOS AO ESPÍRITO SANTO: A Terceira Pessoa da Divindade é muitas vezes representada por “símbolos impessoais”, e alguns estudantes superficiais das Escrituras têm chegado à conclusão precipitada de que o Espírito Santo não é uma pessoa. Tal interpretação se sustenta em poucas passagens simbólicas da Bíblia enquanto ignora ou despreza muitas passagens das Escrituras, anteriormente citadas, as quais afirmam claramente a personalidade do Espírito Santo. Os símbolos significam que o Espírito Santo não possui personalidade? ALGUNS SÍMBOLOS:

Espírito (Gr. Pneuma = Vento). Jo. 16:26 – Este símbolo também é aplicado a Deus (Jo. 4:24), aos Anjos (Hb. 1:7), a Jesus (1 Co. 15:45) e aos demônios (Mt. 8:16). Perceba que o fato de serem chamados de “Espírito” não significa, de modo algum, que não possuem personalidade. Trata-se apenas de um símbolo para descrever a natureza destes seres como distinta da natureza estrutural dos seres humanos. De fato, embora sendo humano, o corpo de Jesus, por exemplo, encontra-se em estado glorificado, portanto incorruptível.

Chuva - At. 2. O Espírito foi “derramado” no dia de Pentecostes. Isto foi o cumprimento da profecia de Joel 2. O contexto desta profecia menciona a promessa divina de restauração do povo de Israel. Deus alimentaria o seu povo e enviaria, em seu devido tempo, as chuvas temporã e serôdia (Jl.2:23). Logo em seguida a esta promessa, Joel trata de um “derramamento espiritual”, de uma outra chuva, como símbolo da obra do Espírito, portanto a passagem possui sentido figurado. Algo semelhante encontra-se em Is. 44:3: “Porque derramarei água sobre o sedento, e correntes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre a tua descendência”. Deus é representado pela chuva em Os. 6:3, e também o messias (Sl. 72:6).

Fogo – Anjos (Hb. 1:7; Ez. 1:13), Deus (Hb. 12:29; Dt. 4:24).

Luz – Jesus (Jo. 1:4; 8:12), Deus (1 Jo. 1:5), Anjos (2 Co. 11:14), crentes (Mt. 5:14).

Estrela – Anjos (Ap. 1:20), Jesus (Ap. 22:16), Diabo (Is. 14:13) Crentes (Dn. 12:3).

Pomba – Espírito (Lc 3.22), Jesus (Leão - Ap 5:5; Cordeiro – Jo. 1:29; porta – Jo. 10:9; videira - Jo 15:1).

Alguns encrencam com expressões tais como: “Cheios do Espírito”, “o Espírito foi derramado”, etc. Porém, se perguntarmos: É Cristo uma pessoa? Todos admitirão que sim. Então como podemos “revestir-nos” de Cristo, segundo aconselha o apóstolo Paulo? Gl. 3:27. Ora, seria possível revestir-nos de uma pessoa? Aqui também o sentido é figurado.

Efésios 3:19 fala dos cristãos serem cheios com o próprio Deus: “... para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus”. Deus pode encher todas as coisas, e continua sendo um ser Pessoal. Do mesmo modo, o Espírito Santo pode encher muitas pessoas ao mesmo tempo e ainda ser uma Pessoa.

Efésios 4:10 nos diz que Cristo preenche todas as coisas: “Aquele que desceu é também o

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mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as cousas”. Cristo pode encher todas as coisas, e é uma Pessoa.

OBS: Não é legítimo fundamentar doutrinas em expressões simbólicas, fazendo vistas grossas as demais expressões literais acerca do mesmo assunto (A menos que se interprete os símbolos como sendo literais e as expressões literais como sendo simbólicas, porém o contexto em que se encontram inseridas as passagens não permite tal inversão). É lógico que as passagens em que se afirma que o Espírito Santo ensina, pensa por si mesmo, pode ser entristecido, ama, exercita volição, guia, fala, convence, regenera, conforta, testifica, intercede, cria, pode ser blasfemado, tentado, obedecido, possui os mesmos atributos de Deus e é resistido devem ser interpretadas como literais; e expressões, tais como fogo, vento, chuva, devem ser vistas como simbólicas. Seja qual for a noção que se tenha acerca do Espírito Santo ninguém jamais pensou que ele fosse fogo, vento ou chuva no sentido extremamente literal. Portanto, não é difícil entender tais expressões como apenas representações da obra realizada pela Terceira pessoa da Divindade. Não é boa exegese permutar dezenas de passagens que atribuem características pessoais ao Espírito por cinco ou seis expressões figuradas acerca de sua obra. 8. DISTINÇÃO E UNICIDADE DOS TRÊS MEMBROS DA DEIDADE. TRÊS PESSOAS DISTINTAS SÃO MENCIONADAS: “Agora, o Senhor Deus [Deus Pai] Me enviou a Mim [o Filho de Deus] e o Seu Espírito [o Espírito Santo]” (Isa. 48:16); “Pus [Deus Pai] sobre Ele [o Messias] o Meu Espírito [Espírito Santo], e Ele promulgará o direito para os gentios” (Isa. 42:1). “E eu [Jesus] rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador [Espírito], para que fique convosco para sempre”. (Jo. 14:16). “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor [Jesus], uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos”. (Ef. 4:4-6). “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor [Jesus] é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”. (1 Co. 12:4-6). “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. (Mt. 28:19). “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”. (2 Co. 13:13). “Mas quando apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador e o seu amor para com os homens, não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo, que ele derramou abundantemente sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador; para que, sendo justificados pela sua graça, fôssemos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna”. (Ti. 3:4-6). “Mas ele [Estevão], cheio do Espírito Santo, fitando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus em pé à direita de Deus”. (At. 7:55).

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“Testificando, tanto a judeus como a gregos, o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus. Agora, eis que eu, constrangido no meu espírito, vou a Jerusalém, não sabendo o que ali acontecerá, senão o que o Espírito Santo me testifica, de cidade em cidade, dizendo que me esperam prisões e tribulações”. (At. 20:21-23). “[...] mas este (Jesus), havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, assentou-se para sempre à direita de Deus, daí por diante esperando, até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés. Pois com uma só oferta tem aperfeiçoado para sempre os que estão sendo santificados. E o Espírito Santo também no-lo testifica, porque depois de haver dito...” (Hb. 10:12-15). “Por esta razão dobro os meus joelhos perante o Pai, do qual toda família nos céus e na terra toma o nome, para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior; que Cristo habite pela fé nos vossos corações, a fim de que, estando arraigados e fundados em amor”. (Ef. 3: 14-17). “Mas vós, amados, edificando-vos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna”. (Jd. 20, 21). “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas”. (1 Pd. 1:2). “E tais fostes alguns de vós (pecadores); mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus”. (1 Co. 6:11). “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício bem ajustado cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito”. (Ef. 2:20-22). “Porque por ele [Jesus] ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito”. (Ef. 2: 18). “Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne”. (Fl. 3:3). A TRÍPLICE OPERAÇÃO DA DIVINDADE: Criação do Mundo: Pai (Sl. 102:24, 25); Filho (Cl. 1:16); Espírito (Gn. 1:1, Jó 26:13). Criação do homem: Pai (Gn. 2:7); Filho (Cl. 1:16, João 1:3); Espírito Santo (Jó 33:4). A Morte de Cristo: Pai (Jo. 3:16); Filho (Jo. 10:17 e 18); Espírito Santo (Hb. 9:14). Ressurreição: Pai (João 5:21); Filho (João 5:21); Espírito Santo (Rom. 8:11). Concessão de autoridade: Pai (2 Co. 3: 5); Filho (I Tm. 1:12); Espírito Santo (At. 20:28). Habitação Interior: Pai (Ef. 4:6); Filho (Cl.1:27); Espírito Santo (I Co. 6:19). Santificação: Pai (I Ts. 5:23); Filho (Hb. 2:9-11); Espírito Santo (I Co. 6:11). A VISÃO TRIÚNA DE ISAÍAS 6:

Isaías 6:1:1-10 apresenta a visão da “Glória de Deus” na qual se encontra claramente representado a pessoa de Deus Pai Jeová, assentado num alto e sublime trono. João 12:36-41

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aplica a passagem a Jesus. Em At. 28:25-27, o apóstolo Paulo afirma que quem falava era o Espírito Santo. 1. Jeová - Tríplice expressão: “Santo, Santo, Santo” (Isa. 6:1-10). 2. Forma plural: “quem há de ir por nós?” (v. 8). 3. Jeová estava Presente (v. 1). 4. Jesus estava Presente (João 12:36-41: “Isaías disse isto quando viu a glória dEle” - A glória de Jesus, conforme o contexto).

5. O Senhor que falou as palavras dos versos 9 e 10 é o Espírito Santo: Atos 28:25-27. 9. TRÊS OBJEÇÕES RESPONDIDAS: TRINDADE – IRRACIONAL, PAGÃ E CATÓLICA ROMANA?

1. A doutrina da Trindade não tem lógica. Como três “pessoas” podem formar uma?

Quem disse que a lógica humana é o meio a ser usado para compreender a natureza inefável de Deus? “O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente”. I Cor. 2:14.

Em primeiro lugar, a doutrina bíblica da Trindade nunca afirmou a existência de “três pessoas em uma”. Isto seria contradição. Como três pessoas poderiam compor uma única pessoa? Absurdo. O que afirmamos é que “três pessoas” subsistem no interior do “Deus único e indiviso”. Ou seja, uma única substancia divina existe e se manifesta em três pessoas. Esta idéia, apesar de inefável, não é contraditória. Não são três pessoas formando uma única pessoa; mas um só Deus que existe eternamente nas pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Perceba bem, Deus tem um “Algo” e três “Alguéns”. Um “algo” (substância, Natureza); e três “alguéns” (pessoas, personalidades).

As Escrituras Sagradas não procuram explicar tal mistério, apenas o revela como sendo verdade. A mesma Escritura que afirma que só há um Deus (Dt. 6:4), também afirma categoricamente que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. No entanto, não pode haver três deuses – isto seria triteísmo pagão, politeísmo. Então a única solução viável e correta é sustentar ambas as declarações bíblicas como sendo verdades complementares, mas não contraditórias. Ou seja, Deus é um em Essência, Substância ou Natureza; e três em personalidade. Há um único Deus em três pessoas divinas. Portanto, qualquer uma delas pode ser legitimamente chamada de Deus, porque coexistem e compartilham a mesma e única Essência, Natureza e Atributos. Qualquer outra explicação incorrerá em heresias tais como: Triteísmo pagão, Modalismo (Sabelianismo) e Arianismo. 2. A idéia da trindade procede do paganismo de antigas civilizações tais como Egito, Índia e outros?

Qualquer pessoa que tenha inventado tal idéia demonstra ignorância absoluta com relação a história das religiões e acerca da doutrina da Trindade. Em nenhum povo pagão, de qualquer época, existe uma concepção da Divindade como a da Trindade Cristã. Ou seja: três pessoas co-eternas e co-iguais que perfazem uma só Divindade, distinta em funções e unidas pelos mesmos propósitos e substância. O que encontramos entre alguns pagãos é uma tríade, geralmente formada por um deus principal, sua esposa e seu filho, ou seja, três pessoas e três substâncias. Isto é triteísmo, o que rejeitamos. A idéia de um Deus principal e Todo-poderoso que criou (ou gerou) um “deus” secundário e inferior (o Deus Poderoso), se aproxima bastante das concepções pagãs.

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Os Antitrinitarianos apresentam algumas ilustrações em que aparece uma divindade de

cabeça múltipla como representando a Trindade. Tais ilustrações não refletem o pensamento cristão acerca deste assunto. Isto simplesmente demonstra desconhecimento do que significa “Trindade” para os cristãos. É necessário primeiro conhecer para depois criticar. Muitos chamados antitrinitarianos nunca souberam de fato o que estavam combatendo. Nossa experiência tem mostrado que a maioria dos opositores da Trindade desconhece quase que totalmente tal doutrina.

3. É a doutrina Adventista da Trindade igual a doutrina Católica da Trindade?

Não. Quem afirma tal disparate desconhece a doutrina da Trindade e a forma como é sustentada distintamente em ambas as denominações. A Trindade Católica é Filosófica, não bíblica. Na Teologia Católica, Deus é uma substância estritamente simples, portanto sem corpo ou partes. Esta idéia espiritualizadora torna Deus intangível ou disforme. Na Teologia Adventista, Deus é um Ser pessoal, tangível e possuidor de um Corpo glorioso e espiritual.

Há algo muito estranho no conceito de Trindade Católica – a “Eterna Geração do Filho”. O dogma católico afirma que Jesus é Eterno, porém “gerado eternamente do Pai”. Seja o que for que isto signifique é deveras absurdo. Ninguém pode ser “Gerado Eternamente”. O termo “Gerado” pressupõe um início, mas tal idéia não é aceita pelos católicos. Eles, muito a gosto da filosofia, também afirmam a idéia da “Eterna Processão do Espírito Santo”, ou seja, o “Espírito procede Eternamente do Pai e do Filho”, “saindo deles eternamente como que por Expiração”, o que também é muito estranho. Os adventistas sustentam um conceito trinitariano completamente isento de aparatos filosóficos.

Alguns dos nossos pioneiros negaram frontalmente a Trindade Filosófica do Catolicismo Romano. Contudo, no decorrer dos tempos, foram assimilando um conceito trinitariano fundamentado exclusivamente na Bíblia. Sustentaram a idéia de que Deus Pai é um Ser pessoal, corporal e Tangível como Jesus. Este foi um dos primeiros rompimentos com a Trindade Filosófica.

O credo trinitariano dos Metodistas afirmava: “Existe um único Deus vivo e verdadeiro, sempiterno, sem corpo ou partes”. (Doctrines and Discipline of the Methodist Episcopal Church [1856], p. 15). Pioneiros provenientes de igrejas Metodistas, tais como Josias Litch, Levi Stockman e Ellen G. Harmon (mais tarde Ellen G. White), logo abandonaram tal conceito filosófico de Deus. Numa visão, a irmã White disse: “Contemplei o semblante de Jesus e admirei sua adorável pessoa. Não pude contemplar a pessoa do Pai, pois uma nuvem de gloriosa luz o cobria. Perguntei a Jesus se Seu Pai tinha a mesma aparência que Ele. Jesus disse que sim...” tal revelação foi suficiente para negar aquela porção do credo trinitariano que negava a corporeidade do Pai.

Tiago White havia escrito no Day Star, de 24 de janeiro de 1846, um comentário sobre Judas 4; e falando sobre aqueles que “negam o único Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”, escreveu: “Esta classe não pode ser outra senão os que espiritualizam a existência do Pai e do Filho, negando-os como duas pessoas distintas, literais e tangíveis. [...] A forma como os espiritualizadores... têm rejeitado ou negado o único Senhor Deus e nosso Senhor Jesus Cristo é, antes de mais nada, utilizando o velho credo trinitariano não-escriturístico”. Perceba que a questão era o conceito espiritualizante de Deus como “sem corpo ou partes” que estava sendo negado, a princípio.

No decorrer do ministério profético de E.G.W, e com o desenvolvimento doutrinário da Igreja Adventista do Sétimo Dia, outras visões foram dadas a fim de corrigir os demais erros presentes no antigo credo trinitariano filosófico. Deus guiou seu povo, passo a passo, a uma doutrina da Trindade verdadeiramente bíblica, libertando-o das amarras da filosofia pagã que

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inundara a Teologia Católica e o protestantismo do século XIX.

Houve, de fato, uma evolução na concepção Adventista da Divindade. A própria irmã White afirmara: “Não existe justificativa para alguém assumir a posição de que não há mais verdades a serem reveladas, e que nossas exposições das Escrituras, não contém qualquer erro. O fato de que certas doutrinas tem sido aceitas como verdadeiras, durante muitos anos por nosso povo, não constitui uma prova de que nossas idéias são infalíveis”. Conselhos aos Editores e Escritores, pág. 35.

F. M. Wilcox, o editor do periódico mais influente dos Adventistas do Sétimo Dia - Review and Herald - indicado pela própria Ellen G. White para tomar conta dos seus escritos depois de sua morte, por ser uma das cinco pessoas em que ela mais confiava, escreveu na Review and Herald de 9 de Outubro de 1913, “The Message for Today”: “Os Adventistas do Sétimo Dia acreditam... Na divina Trindade. Esta Trindade consiste do eterno Pai... do Senhor Jesus Cristo,... (e) do Espírito Santo, a terceira pessoa da Divindade”. É interessante que esta declaração apareça logo em seguida a um artigo escrito por Ellen G. White, o que nos dá a garantia de que ela tomou conhecimento de tal declaração.

Enfim, a Doutrina Adventista da Trindade é fundamentada exclusivamente na Bíblia, portanto distinta da Doutrina Católica de uma Trindade Filosófica. No entanto, mesmo que ambas as denominações viessem a compartilhar tal doutrina, o que não ocorre de fato, ainda assim, isto não seria suficiente para rejeitá-la. Os católicos também crêem na Inspiração da Bíblia, na Ressurreição dos Mortos, na Segunda Vinda de Jesus, etc mas isto não nos autoriza a abandonar tais verdades fundamentais.

... Que Deus abençoe os que procuram sinceramente a Verdade!

Edílson Constantino

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TRINDADE NO ESPÍRITO DE PROFECIA

ELLEN G. WHITE E A DIVINDADE

DEUS É MISTÉRIO

“A revelação de Si mesmo que Deus concede em Sua Palavra é para o nosso estudo. Isto podemos buscar compreender. Mas além disso não devemos penetrar. O mais elevado intelecto pode empenhar-se até estar exaurido em conjecturas com respeito à natureza de Deus; mas o esforço será infrutífero. Este problema não nos foi dado resolver. Nenhuma mente humana pode compreender a Deus. Que o homem finito não tente interpretá-Lo. Que ninguém se empenhe em especulação concernente a Sua natureza. Aqui o silêncio é eloqüência”. 8T 279.

“No que diz respeito à personalidade e prerrogativas de Deus, onde Ele está, e o que Ele é, este é um assunto no qual não devemos ousar tocar. Sobre este tema o silêncio é eloqüência. São aqueles que nenhum conhecimento experimental têm de Deus, que se aventuram a especular a Seu respeito. Conhecessem mais dEle, teriam eles mesmos o que dizer acerca do que Ele é... É infinito e onipresente... Devemos aferir a nossa fé por um claro "Assim diz o Senhor"... O homem cego espiritualmente é facilmente levado por aqueles que aproveitam toda a oportunidade para desenvolver teorias e conjecturas com respeito a Deus. A pessoa enganada por Satanás comunica ao semelhante a nova luz que supõe ter recebido, da mesma forma que Eva pôs o fruto proibido na mão de Adão... Deus não desculpa homens por ensinarem teorias que Cristo não ensinou. Ele pede ao Seu exército de obreiros que entre em fila, tomando sua posição sob o estandarte da verdade. Ele os adverte a se precaverem de ocupar o tempo na Discussão de assuntos que Deus não autorizou ser humano algum a discutir”. Medicina e Salvação p. 92 e 93.

A DIVINDADE DE CRISTO “Outro erro perigoso é a doutrina que nega a divindade de Cristo, pretendendo que Ele não tivera existência antes de Seu advento a este mundo. Esta teoria é recebida com favor por uma vasta classe que professa crer na Escritura Sagrada; diretamente contradiz, todavia, as mais compreensíveis declarações de nosso Salvador com respeito à Sua relação com o Pai, Seu caráter divino e Sua preexistência. Não pode ser entretida sem a mais injustificada violência às Escrituras. Não somente rebaixa as concepções do homem acerca da obra da redenção, mas solapa a fé na Bíblia como revelação de Deus. Ao mesmo tempo em que isto a torna mais perigosa, torna-a também mais difícil de ser enfrentada. Se os homens rejeitam o testemunho das Escrituras inspiradas concernente à divindade de Cristo, é em vão argüir com eles sobre este ponto; pois nenhum argumento, por mais conclusivo, poderia convencê-los. ‘O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente’. I Cor. 2:14. Pessoa alguma que alimente este erro pode ter exato conceito do caráter ou missão de Cristo, nem do grande plano de Deus para a redenção do homem”. GC, 524. CRISTO É IGUAL AO PAI: “Ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)”. Mat. 1:23. O brilho

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do “conhecimento da glória de Deus” vê-se “na face de Jesus Cristo”. Desde os dias da eternidade o Senhor Jesus Cristo era um com o Pai; era “a imagem de Deus”, a imagem de Sua grandeza e majestade, “o resplendor de Sua glória”. Foi para manifestar essa glória que Ele veio ao mundo. Veio à Terra entenebrecida pelo pecado, para revelar a luz do amor de Deus, para ser “Deus conosco”. Portanto, a Seu respeito foi profetizado: “Será o Seu nome Emanuel”. Isa. 7:14. DTN, 19. “‘Eu e o Pai somos Um’. As palavras de Cristo estavam cheias de profundo significado ao declarar que Ele e o Pai eram um em substância, possuindo os mesmos atributos”. ST, 27 nov. 1893. "As elevadas honras conferidas a Lúcifer não eram apreciadas como um dom de Deus, e não despertavam gratidão para com o Criador. Ele se gloriava em seu resplendor e exaltação, e aspirava a ser igual a Deus. Era amado e reverenciado pela hoste celestial. Anjos deleitavam-se em executar suas ordens, e, mais que todos eles, estava revestido de sabedoria e glória. Todavia, o Filho de Deus era o reconhecido Soberano do Céu, igual ao Pai em poder e autoridade. Em todos os conselhos de Deus, Cristo tomava parte, enquanto a Lúcifer não era assim permitido entrar em conhecimento dos propósitos divinos. ‘Por que’, perguntava o poderoso anjo, ‘deveria Cristo ter a supremacia? Por que é Ele desta maneira mais honrado do que Lúcifer?’” O Grande Conflito, pág. 495.

"Antes da manifestação do mal, havia paz e alegria por todo o Universo. Tudo estava em perfeita harmonia com a vontade do Criador. O amor a Deus era supremo; imparcial, o amor de uns para com outros. Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era um com o eterno Pai - um na natureza, no caráter e no propósito - o único Ser em todo o Universo que poderia entrar nos conselhos e propósitos de Deus. Por Cristo, o Pai efetuou a criação de todos os seres celestiais.’NEle foram criadas todas as coisas que há nos céus ... sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades (Col. 1:16); e tanto para com Cristo, como para com o Pai, todo o Céu mantinha lealdade”. O Grande Conflito, pág. 493.

“O grande Criador convocou os exércitos celestiais para, na presença de todos os anjos, conferir honra especial a Seu Filho. O Filho estava assentado no trono com o Pai, e a multidão celestial de santos anjos reunida ao redor. O Pai então fez saber que, por Sua própria decisão, Cristo, Seu Filho, devia ser considerado igual a Ele, assim que em qualquer lugar que estivesse presente Seu Filho, isto valeria pela Sua própria presença.” História da Redenção, pág. 13.

"Cristo era reconhecido como o soberano do Céu; Seu poder e autoridade eram os mesmos de Deus”. História da Redenção, pág. 14.

“O Rei do Universo convocou os exércitos celestiais perante Ele, para, em sua presença, apresentar a verdadeira posição de Seu Filho, e mostrar a relação que Este mantinha para com todos os seres criados. O Filho de Deus partilhava do trono do Pai, e a glória do Ser eterno, existente por Si mesmo, rodeava a ambos. Em redor do trono reuniam-se os santos anjos, em uma multidão vasta, inumerável – ‘milhões de milhões, e milhares de milhares’ (Apoc. 5:11), estando os mais exaltados anjos, como ministros e súditos, a regozijar-se na luz que, da presença da Divindade, caía sobre eles. Perante os habitantes do Céu, reunidos, o Rei declarou que ninguém, a não ser Cristo, o Unigênito de Deus, poderia penetrar inteiramente em Seus propósitos, e a Ele foi confiado executar os poderosos conselhos de Sua vontade. O Filho de Deus executara a vontade do Pai na criação de todos os exércitos do Céu; e a Ele, bem como a

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Deus, eram devidas as homenagens e fidelidade daqueles”. Patriarcas e Profetas, pág. 36.

“Os anjos estavam cheios de espanto e admiração ao acompanhar os inexprimíveis sofrimentos do Redentor do mundo a fim de obter a redenção do homem. Aquele que era igual a Deus nas cortes reais, estava diante deles enfraquecido pelo jejum de aproximadamente seis semanas. Solitário, foi perseguido pelo chefe rebelde que havia sido expulso do Céu. Suportou a mais severa prova a que alguém já foi submetido”. No Deserto da Tentação, pág. 66.

“Oh! Que amor, que incomparável amor! Cristo, o Filho de Deus, morrendo pelo homem culpado! O pecador discerne a espiritualidade da lei de Deus e suas obrigações eternas. Ele vê o amor de Deus em prover um substituto e fiador para o homem culpado, e esse substituto é Alguém igual a Deus”. Mensagens Escolhidas, Vol. 3, pág. 194

“Jesus, a Majestade do Céu, Aquele que era igual a Deus, esteve no mundo trinta e três anos, e, todavia poucos houve que Lhe reconhecessem o caráter divino”. Mensagens Escolhidas, Vol. 1, pág. 70.

“O Soberano do Universo não estava só em Sua obra de beneficência. Tinha um companheiro – um cooperador que poderia apreciar Seus propósitos, e participar de Sua alegria ao dar felicidade aos seres criados. ‘No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.’ João 1:1 e 2. Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era um com o eterno Pai – um em natureza, caráter, propósito – o único ser que poderia penetrar em todos os conselhos e propósitos de Deus. ‘O Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz.’ Isa. 9:6. Suas ‘saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade’. Miq. 5:2. E o Filho de Deus declara a respeito de Si mesmo: ‘O Senhor Me possuiu no princípio de Seus caminhos, e antes de Suas obras mais antigas… Quando compunha os fundamentos da Terra, então Eu estava com Ele e era Seu aluno; e era cada dia as Suas delícias, folgando perante Ele em todo o tempo’. Prov. 8:22-30”. PP, 34. “Não tinha havido mudança alguma na posição ou autoridade de Cristo. A inveja e falsa representação de Lúcifer, bem como sua pretensão à igualdade com Cristo, tornaram necessária uma declaração a respeito da verdadeira posição do Filho de Deus; mas esta havia sido a mesma desde o princípio”. PP, 38. “É unicamente a Palavra de Deus que nos dá autêntico relato da criação do mundo. Essa Palavra tem de ser o principal estudo em nossas escolas. Nela podemos aprender quanto custou nossa redenção Àquele que, desde o princípio, era igual ao Pai, e que sacrificou a própria vida para que houvesse um povo que, redimido de tudo quanto é terreno, renovado à imagem de Deus, pudesse subsistir em Sua presença”. Cons. Pais, Prof., Estudantes, 13. “Quanto mais pensamos sobre o ato de Cristo tornar-Se um bebê aqui na Terra, tanto mais admirável isso parece ser. Como pode suceder que a indefesa criancinha na manjedoura de Belém ainda é o divino Filho de Deus? Conquanto não possamos compreendê-lo, podemos crer que Aquele que criou os mundos, por nossa causa tornou-Se um indefeso bebê. Embora fosse mais elevado do que qualquer dos anjos, embora fosse tão grande como o Pai sobre o trono do Céu, Ele tornou-Se um conosco. NEle Deus e o homem passaram a ser um, e é neste fato que encontramos a esperança de nossa raça decaída. Olhando para Cristo na carne, olhamos para Deus na humanidade, e vemos nEle o resplendor da glória divina, a expressa imagem de Deus, o Pai. Signs of the Times, 21 de novembro de 1895. 3ME, 128.

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CRISTO É O CRIADOR DO MUNDO: “Foi Cristo que estendeu os céus, e lançou os fundamentos da Terra. Foi Sua mão que suspendeu os mundos no espaço e deu forma às flores do campo. ‘Ele converteu o mar em terra firme.’ Sal. 66:6. ‘Seu é o mar, pois Ele o fez.’ Sal. 95:5. Foi Ele quem encheu a Terra de beleza, e de cânticos o ar. E sobre todas as coisas na terra, no ar e no firmamento, escreveu a mensagem do amor do Pai”. DTN, 20. “Aquele que fora designado nos conselhos do Céu veio a Terra como instrutor. Ele não era nada menos do que o Criador do mundo, o Filho do Deus Infinito. A rica benevolência de Deus deu-O a nosso mundo; e para satisfazer às necessidades da humanidade, Ele assumiu a natureza humana. Para assombro do exército celestial, Ele andou na Terra como a Palavra Eterna. Estando plenamente preparado, deixou as cortes reais para vir a um mundo arruinado e corrompido pelo pecado. Ele uniu-Se misteriosamente à natureza humana. ‘O Verbo Se fez carne e habitou entre nós’. João 1:14”. Fund. Educ. Cristã, 400. “Assim o Filho do homem até do sábado é Senhor”. Estas palavras acham-se repletas de instrução e conforto. Por haver o sábado sido feito para o homem, é o dia do Senhor. Pertence a Cristo. Pois “todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez”. João 1:3. Uma vez que Ele fez todas as coisas, fez também o sábado. Este foi por Ele posto à parte como lembrança da criação. Mostra-O como Criador tanto como Santificador. Declara que Aquele que criou todas as coisas no Céu e na Terra, e por quem todas as coisas se mantêm unidas, é a cabeça da igreja, e que por Seu poder somos reconciliados com Deus. Pois, falando de Israel, disse: “Também lhes dei os Meus sábados, para que servissem de sinal entre Mim e eles, para que soubessem que Eu sou o Senhor que os santifica” (Ezeq. 20:12) – os torna santos. Portanto, o sábado é um sinal do poder de Cristo para nos fazer santos. E é dado a todos quantos Cristo santifica. Como sinal de Seu poder santificador, o sábado é dado a todos quantos, por meio de Cristo, se tornam parte do Israel de Deus”. DTN, 288. "Os anjos prostraram-se aos pés de Seu Comandante, e ofereceram-se para serem sacrifício para o homem. Mas a vida de um anjo não poderia pagar a dívida; apenas Aquele que criara o homem tinha poder para o redimir." Patriarcas e Profetas, p. 64,65

CRISTO É ETERNO:

“Ele era igual a Deus, infinito e onipotente... É o Filho eterno, existente por Si mesmo”. Manuscrito 101, 1897.

“Marta respondeu: ‘Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia.’ João 11:24. Ainda procurando dar a verdadeira direção à sua fé, Jesus declarou: ‘Eu sou a ressurreição e a vida’. Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada. ‘Quem tem o Filho tem a vida’. I João 5:12. A divindade de Cristo é a certeza de vida eterna para o crente. ‘Quem crê em Mim’, disse Jesus, ‘ainda que esteja morto viverá; e todo aquele que vive, e crê em Mim, nunca morrerá”. DTN, 530. “As palavras de Cristo com referência a Abraão não tiveram para Seus ouvintes nenhum significado profundo. Os fariseus não viram nelas senão novo pretexto para seus ardis. Retorquiram zombeteiramente, como se quisessem provar que Jesus era um desequilibrado: ‘Ainda não tens cinqüenta anos, e viste a Abraão?’ Com solene dignidade, respondeu Jesus: ‘Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse Eu Sou.’ João 8:58. Fez-se silêncio

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na vasta assembléia. O nome de Deus, dado a Moisés para exprimir a idéia da presença eterna, fora reclamado como Seu pelo Rabi da Galiléia. Declarara-Se Aquele que tem existência própria, Aquele que fora prometido a Israel, ‘cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade’. Miq. 5:2.” DTN, 469, 470. “Cristo é o Filho de Deus, preexistente, existente por Si mesmo... Falando de Sua preexistência, Cristo conduz a mente através de séculos incontáveis. Afirma-nos que nunca houve tempo em que Ele não estivesse em íntima comunhão com o eterno Deus. Aquele cuja voz os judeus estavam então ouvindo estivera com Deus como Alguém que vivera sempre com Ele”. Signs of the Times, 29 de agosto de 1900. “Nenhum anjo poderia ter se tornado fiador da raça humana: sua vida pertence a Deus; eles não podem depô-la. Todos os anjos encontram-se sob o jugo da obediência. São mensageiros indicados por Aquele que comanda todo Céu. Mas Cristo é igual a Deus, infinito e onipotente. Ele poderia pagar o preço do resgate do homem. Ele é o eterno e auto-existente Filho, que não estava sob nenhum jugo; e quando Deus perguntou ‘A quem enviarei?’, Ele pôde responder: ‘Eis-Me aqui, envia-Me a Mim’. Ele podia oferecer-se como fiador do homem, pois era capaz de dizer aquilo que o mais elevado anjo não podia: ‘Eu tenho poder sobre Minha própria vida, poder para a entregar e... poder para reavê-la’”. Youth’s instructor, 21 jun. 1900. “Cristo lhes mostra que, embora eles considerassem que Sua vida era de menos de cinqüenta anos, todavia Sua existência divina não podia ser contada pelo cômputo humano. A vida de Cristo antes de Sua encarnação não se calcula por algarismos”. Signs of the Times, 3 de maio de 1899. “Ao transpor as portas celestiais, foi Jesus entronizado em meio à adoração dos anjos. Tão logo foi esta cerimônia concluída, o Espírito Santo desceu em ricas torrentes sobre os discípulos, e Cristo foi de fato glorificado com aquela glória que tinha com o Pai desde toda a eternidade”. AA, 38, 39. “Cristo deve ser exaltado como o primeiro grande Mestre, o Filho unigênito de Deus, que estava com o Pai desde os séculos eternos. O Filho de Deus foi o grande Mestre enviado à Terra para ser a luz do mundo. "O Verbo Se fez carne e habitou entre nós”. João 1:14. O Pai estava representado em Cristo, e o cuidado dispensado à educação deve ser de tal natureza que eles contemplem a Cristo e creiam nEle como a semelhança de Deus. Ele tinha a mais admirável missão neste mundo, e Sua obra não consistiu em dar um relato completo de Seus direitos à divindade, mas a Sua humilhação foi o encobrimento desses direitos. Por este motivo a nação judaica não reconheceu a Cristo como o Príncipe da Vida; porque Ele não veio com ostentação e aparência, pois ocultou Seu glorioso caráter sob a vestimenta da humanidade”. Fund. Educação Cristã, 382.

"'NEle estava a vida, e a vida era a luz dos homens.' (João 1:4). Não é a vida física que é aqui especificada, mas a imortalidade, a vida que é exclusivamente propriedade de Deus. O Verbo, que estava com Deus e era Deus, possuía essa vida. A vida física é algo que todo indivíduo recebe. Não é eterna ou imortal; pois Deus, o doador da vida, toma-a outra vez. O homem não tem domínio sobre a vida. A vida de Cristo, porém, não era de empréstimo. Ninguém pode arrebatar-lhe essa vida. 'Eu de Mim mesmo a dou' (João 10:18), disse Ele, NEle havia vida original, não tomada por empréstimo, não derivada. Essa vida não é inerente ao homem. Ele só a pode possuir mediante Cristo”. 1 ME, 296.

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“Desde toda eternidade Cristo esteve unido com o Pai”. ST, 2 de agosto de 1905.

CRISTO E O PAI - PERSONALIDADES DISTINTAS: “As Escrituras indicam claramente a relação entre Deus e Cristo, apresentando com igual clareza a personalidade e individualidade de cada um”. CBV, 421. “A personalidade do Pai e do Filho, bem como a unidade existente entre Eles, é apresentada no capítulo dezessete de João, na oração de Cristo por Seus discípulos: ‘E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela Sua palavra, hão de crer em Mim; para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste.’ João 17:20 e 21. A unidade que existe entre Cristo e Seus discípulos não anula a personalidade de nenhum. São um em desígnio, mente, em caráter, mas não em pessoa. É assim que Deus e Cristo são um”. CBV, 421, 422. “Quando eles [Israel] chegaram ao Sinai, Ele aproveitou a ocasião para refrigerar-lhes o espírito com relação a Suas reivindicações. Cristo e o Pai, lado a lado no monte, proclamaram com solene majestade os Dez Mandamentos”. Historical Sketches, pág. 231. “Cristo não fingiu assumir a natureza humana; Ele de fato a tomou sobre Si. Em realidade possuiu a natureza humana. ‘Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas’. Heb. 2:14. Era Ele o Filho de Maria; era da semente de Davi segundo a descendência humana. É declarado ser Ele homem, o Homem Cristo Jesus. ‘Ele é tido’, escreve Paulo, ‘por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou’. Heb. 3:3. Mas ao mesmo tempo em que a Palavra de Deus fala da humanidade de Cristo quando aqui na Terra, também fala ela positivamente em Sua preexistência. A Palavra existiu como ser divino, a saber, o eterno Filho de Deus, em união e unidade com Seu Pai. Desde a eternidade era Ele o Mediador do concerto, Aquele em quem todas as nações da Terra, tanto judeus como gentios, se O aceitassem, seriam benditos. ‘O Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus’. João 1:1. Antes de serem criados homens ou anjos, a Palavra [ou Verbo] estava com Deus, e era Deus. O mundo foi feito por Ele, ‘e sem Ele nada do que foi feito se fez’. João 1:3. Se Cristo fez todas as coisas, existiu Ele antes de todas as coisas. As palavras faladas com respeito a isso são tão positivas que ninguém precisa deixar-se ficar em dúvida. Cristo era, essencialmente e no mais alto sentido, Deus. Estava Ele com Deus desde toda a eternidade, Deus sobre todos, bendito para todo o sempre. O Senhor Jesus Cristo, o divino Filho de Deus, existiu desde a eternidade, como pessoa distinta, mas um com o Pai. Era Ele a excelente glória do Céu. Era o Comandante dos seres celestes, e a homenagem e adoração dos anjos era por Ele recebida como de direito. Isto não era usurpação em relação a Deus”. 1ME, 247, 248. “Tomando sobre Si a humanidade, Cristo veio ser um com a humanidade, e ao mesmo tempo revelar às pecadoras criaturas humanas o Pai celestial. Aquele que estivera na presença do Pai, desde o princípio, Aquele que era a expressa imagem do invisível Deus, era o único habilitado a revelar à humanidade o caráter divino. Em tudo Ele foi feito semelhante a Seus irmãos. Fez-Se carne, tal qual nós somos. Sentia fome e sede e fadiga. Era sustentado pelo alimento, e refrigerado pelo sono. Partilhou da sorte dos homens; era, todavia, o imaculado Filho de Deus. Era um estrangeiro e peregrino na Terra - estava no mundo, mas não era do mundo; tentado e provado como o são os homens e as mulheres de hoje, e vivendo não obstante uma vida isenta de pecado”. CBV, 422.

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JESUS É PLENAMENTE DEUS: “O Senhor Deus desceu a nosso mundo revestido da humanidade, para que pudesse levar a cabo em Sua própria vida o misterioso conflito entre Cristo e Satanás. Ele desbaratou os poderes das trevas. Toda essa história está dizendo ao homem: Eu, o seu Substituto e Penhor, assumi a sua natureza, mostrando-lhe que todo filho e filha de Adão tem o privilégio de tornar-se participante da natureza divina e, por meio de Jesus Cristo, de apoderar-se da imortalidade”. Fund. Educ. Cristã, 379.

“Ele era igual a Deus, infinito e onipotente”. Ms, 101, 1897.

“Essa doutrina que nega a absoluta Deidade de Jesus Cristo nega também a Deidade do Pai”. ST, June 27, 1895.

“Ao passo que a Palavra de Deus fala da humanidade de Cristo quando na Terra, fala também positivamente de Sua preexistência. A Palavra existia como um ser divino, mesmo como o Eterno Filho de Deus, em união e unidade com Seu Pai. Desde a eternidade fora o Mediador do concerto, Aquele em quem todas as nações da Terra, tanto judeus como gentios, caso O aceitassem, seriam abençoados. ‘O Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus’. João 1:1. Antes que os homens ou os anjos fossem criados, o Verbo estava com Deus e era Deus”. Review and Herald, 5 de abril de 1906. “Não podeis deixar de ficar encantados com os inigualáveis atrativos do Filho de Deus. Cristo era Deus manifestado na carne, o mistério oculto dos séculos, e nossa aceitação ou rejeição do Salvador envolvem interesses eternos. A fim de salvar o transgressor da lei de Deus, Cristo, que é igual com o Pai, veio viver o Céu diante dos homens, para que aprendessem o que significa ter o Céu no coração. Ilustrou o que o homem deve ser para estar à altura da preciosa dádiva da vida que se mede com a vida de Deus”. Fund. Educ. Cristã, 179.

“Cristo foi essencialmente Deus, e no mais elevado sentido. Ele estava com Deus desde toda a eternidade, Deus sobre todos, bendito para todo o sempre”. RH, 5 de abril de 1906. ST, 2 de agosto de 1905.

“Jeová, o Ser Eterno, Existente por Si mesmo, Incriado, sendo o Originador e mantenedor de todas as coisas, é o único que tem direito a reverência e culto supremos”. PP, 305. DTN, 469, 470. “Jeová é o nome dado a Cristo”. ST, 3 de maio de 1899. “Cristo é o Filho de Deus pré-existente, com existência própria”. ST, 29 de agosto de 1900.

A DUPLA NATUREZA DE JESUS: "’Eu sou a ressurreição e a vida’. João 11:25. Aquele que disse: ‘Dou a Minha vida para tornar a tomá-la’ (João 10:17), ressurgiu do túmulo para a vida que estava nEle mesmo. A humanidade morreu; a divindade não morreu. Em Sua divindade, possuía Cristo o poder de romper os laços da morte. Declara Ele que tem vida nEle mesmo, para dar vida a quem quer. Todos os seres criados vivem pela vontade e poder de Deus. São recipientes da vida do Filho de Deus. Por hábeis e talentosos que sejam, e grandes suas capacidades, são providos de vida da Fonte de toda a vida. É Ele a fonte, o manancial da vida. Unicamente Aquele que tem, Ele só, a imortalidade, e habita na luz e vida, poderia dizer: ‘Tenho poder para a dar [a vida], e poder para tornar a tomá-la’”. João 10:18. 1 ME, 301.

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“Foi a natureza do Filho de Maria modificada para tornar-se a divina natureza do Filho de Deus? Não; as duas naturezas fundiram-se misteriosamente em uma pessoa – o homem Cristo Jesus. Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade...Este é um grande mistério, o qual não será plena e completamente compreendido, em toda a sua grandeza, até que ocorra a transladação dos remidos”. Carta 280, 1904. 5 BC,1113. “Em Cristo, divindade e humanidade se combinaram. A divindade não foi rebaixada ao nível da humanidade; ela manteve seu lugar, mas a humanidade, ao unir-se com a divindade, resistiu às mais ferozes tentações no deserto”. RH, 18 Fev. 1890. “Como membro da família humana Ele era mortal, mas como Deus Ele era a fonte de vida do mundo. Ele poderia, em sua divina pessoa, haver até mesmo contido os avanços da morte... O Verbo eterno consentiu em tornar-se carne! Deus tornou-se homem”. RH, 5 Julho 1887. “Ele era Deus enquanto viveu na terra, mas despiu-se da forma divina, e em seu lugar assumiu a forma e feição do homem... Ele era Deus, mas abdicou por um tempo das glórias da forma divina”. RH, 5 Julho 1887.

“Em vista de que a divindade somente não poderia ser eficaz na restauração do homem da venenosa ferida da serpente, o próprio Deus, em Seu Filho unigênito, assumiu a natureza humana, e na fraqueza da natureza humana susteve o caráter de Deus, vindicou a Sua santa lei em todo particular, e aceitou a sentença da ira e morte dos filhos dos homens”. ST, 8 de abril de 1897.

“Ele revestiu Sua divindade com a humanidade. Ele o tempo todo era como Deus, mas não tinha aparência de Deus. Ele velou as demonstrações da Deidade... Ele era Deus enquanto sobre a Terra, mas desvestiu-Se da forma de Deus, e em seu lugar assumiu a forma e modo de um homem”. 5BC, 1126.

“Uma oferta completa fora feita; pois ‘Deus amou ao mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho unigênito’--não um filho por criação, como foram os anjos, nem um filho por adoção, como é o pecador perdoado, mas um Filho gerado na expressa imagem da pessoa do Pai, e em todo o brilho de Sua majestade e glória, um igual a Deus em autoridade, dignidade, e perfeição divina”. ST, 30 de maio de 1895.

“Em Sua encarnação Ele [Jesus] adquiriu num novo sentido o título de Filho de Deus. Disse o anjo a Maria: ‘Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus’. (Lucas 1:35). Conquanto filho de um ser humano, Ele se tornou Filho de Deus num novo sentido”. ST, 2 de agosto de 1905 (1 SM, 226).

O ESPÍRITO SANTO

“Não é essencial que sejamos capazes de definir exatamente o que seja o Espírito Santo. Cristo nos diz que o Espírito é o Consolador, o “Espírito de verdade, que procede do Pai”. João 15:26. Declara-se positivamente, a respeito do Espírito Santo, que, em Sua obra de guiar os homens em toda a verdade “não falará de Si mesmo”. João 16:13. A natureza do Espírito Santo é um mistério. Os homens não a podem explicar, porque o Senhor não lho revelou. Com fantasiosos pontos de vista, podem-se reunir passagens da Escritura e dar-lhes um significado

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humano; mas a aceitação desses pontos de vista não fortalecerá a igreja. Com relação a tais mistérios – demasiado profundos para o entendimento humano – o silêncio é ouro. A função do Espírito Santo é distintamente especificada nas palavras de Cristo: “E, quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo”. João 16:8. É o Espírito Santo que convence do pecado. Se o pecador atende à vivificadora influência do Espírito, será levado ao arrependimento e despertado para a importância de obedecer aos reclamos divinos”. AA, 51, 52.

ATRIBUTOS DE PERSONALIDADE: “Descrevendo aos discípulos a obra oficial do Espírito Santo, Jesus procurou inspirar-lhes a alegria e esperança que Lhe animavam o próprio coração. Regozijava-Se Ele pelas abundantes medidas que providenciara para auxílio de Sua igreja. O Espírito Santo era o mais alto dos dons que Ele podia solicitar do Pai para exaltação de Seu povo. Ia ser dado como agente de regeneração, sem o qual o sacrifício de Cristo de nenhum proveito teria sido. O poder do mal se estivera fortalecendo por séculos, e alarmante era a submissão dos homens a esse cativeiro satânico. Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa operação da terceira pessoa da Divindade, a qual viria, não com energia modificada, mas na plenitude do divino poder. É o Espírito que torna eficaz o que foi realizado pelo Redentor do mundo. É por meio do Espírito que o coração é purificado. Por Ele torna-se o crente participante da natureza divina. Cristo deu Seu Espírito como um poder divino para vencer toda tendência hereditária e cultivada para o mal, e gravar Seu próprio caráter em Sua igreja”. DTN, 671. “[...] Precisamos reconhecer que o Espírito Santo, que é tanto uma pessoa como o próprio Deus, está andando por esses terrenos...” Manuscrito 66, 1899. “O Espírito Santo é uma pessoa, pois dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de Deus. Uma vez dado esse testemunho, traz consigo mesmo sua própria evidência. Em tais ocasiões acreditamos e estamos certos de que somos filhos de Deus... O Espírito Santo tem personalidade, do contrário não poderia testificar ao nosso espírito e com nosso espírito que somos filhos de Deus. Deve ser também uma pessoa divina, do contrário não poderia perscrutar os segredos que jazem ocultos na mente de Deus. ‘Por que qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus’. I Cor. 2:11”. Manuscrito 20, 1906. “O príncipe da potestade do mal só pode ser mantido em sujeição pelo poder de Deus na terceira pessoa da Divindade, o Espírito Santo. Special Testimonies, Série A, nº 10, pág. 37.

“Que dádiva poderia Ele [Cristo] conceder que fosse suficientemente rica para assinalar e agraciar Sua ascensão ao trono mediatório? Deve ser digna de Sua grandeza e realeza. Ele determinou conceder o Seu representante, a terceira pessoa da Divindade. Essa dádiva não podia ser superada. Ele daria todos os dons em um, e, portanto o Espírito Santo, esse poder convertedor, iluminador e santificador, seria a Sua doação”. ST, 1 de dezembro de 1898.

“Quando o povo de Deus buscar nas Escrituras com um desejo de conhecer o que é verdade, Jesus estará presente na pessoa de Seu representante, o Espírito Santo…” 12MR 145. “Ao Espírito Santo pareceu bem não impor aos gentios conversos a lei cerimonial, e o parecer dos apóstolos a este respeito foi como o do Espírito de Deus. Tiago presidiu ao concílio, e sua decisão final foi: ‘Pelo que julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus’. Isto pôs fim à discussão”. AA, 194.

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“O progresso da mensagem evangélica não deve ser detido por preconceitos e preferências de homens, qualquer que seja sua posição na igreja. Paulo dedicara sua pessoa e todas as suas faculdades ao serviço de Deus. Havia recebido as verdades do evangelho diretamente do Céu, e em todo o seu ministério mantivera vital ligação com os instrumentos celestiais. Tinha sido ensinado por Deus com respeito a impor encargos desnecessários aos cristãos gentios; assim, quando crentes judaizantes introduziram na igreja de Antioquia a questão da circuncisão, Paulo conhecia o pensamento do Espírito de Deus com respeito a tal ensino, e tomou decisão firme e inabalável, que libertou as igrejas de ritos e cerimônias judaicos”. AA, 200.

“Tenho me sentido oprimida, temendo que a obra de confissão e arrependimento não ocorra de modo tão profundo e completo como devia, a fim de encontrar a mente do Espírito de Deus”. RH 12 de março de 1889. “O Espírito de Deus tem o alcance ilimitado do universo celestial; e não é do âmbito da mente humana finita limitar o seu poder ou prescrever suas operações. Que ninguém pronuncie julgamento sobre o Espírito Santo, pois ele pronunciará juízo sobre os que fazem isso”. RH, 25 de agosto de 1896.

“Deus pôs na igreja, como Seus auxiliares indicados, homens de talentos diferentes para que, mediante a sabedoria de muitos, seja feita a vontade do Espírito”. AA, 279. “E quando Ele o Espírito de verdade vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.’ João 16:8. A pregação da Palavra não será de nenhum proveito sem a contínua presença e ajuda do Espírito Santo. Este é o único Mestre eficaz da verdade divina. Unicamente quando a verdade chega ao coração acompanhada pelo Espírito, vivificará a consciência e transformará a vida. Uma pessoa pode ser capaz de apresentar a letra da Palavra de Deus, pode estar familiarizada com todos os seus mandamentos e promessas; mas a menos que o Espírito Santo impressione o coração com a verdade, alma alguma cairá sobre a Rocha e se despedaçará. A mais esmerada educação, as maiores vantagens, não podem tornar uma pessoa um veículo de luz sem a cooperação do Espírito de Deus”. DTN, 671, 672. “Pautemos sempre a nossa vida pelos princípios da justiça, a fim de que avancemos de força em força no nome do Senhor. Devemos manter sacratíssima a fé que tem sido comprovada pela instrução e aprovação do Espírito de Deus desde o nosso surgimento até ao presente. Devemos ter por muito preciosa a obra que o Senhor tem feito progredir por meio do Seu povo observador dos mandamentos, e que, pelo poder da Sua graça, se tornará mais forte e mais eficiente à medida que o tempo avança. Busca o inimigo nublar o discernimento do povo de Deus, e reduzir-lhe a eficiência, mas se trabalharmos sob a direção do Espírito de Deus, Ele lhes abrirá portas de oportunidade para o trabalho de edificação dos lugares antigamente assolados. Sua experiência será de crescimento constante, até que, com poder e grande glória, o Senhor desça do Céu para aplicar aos Seus fiéis o selo da vitória final”. A Igreja Remanescente, 80. “Cooranbong, N. S. W., 10 de maio de 1896. Peço aos que estais vivendo no próprio coração da obra que recapituleis as experiências de anos e vejais se o ‘bem está’ (Mat. 25:21) pode com justiça ser dito a vosso respeito. Convido os professores em nossas escolas a considerarem cuidadosamente e com oração: Tenho individualmente vigiado minha própria vida como quem está cooperando com Deus para a purificação de todos os seus pecados e de sua inteira santificação? Podeis por preceito e exemplo ensinar aos jovens santificação, por meio da verdade, para a santidade?Não vos tendes arreceado do Espírito de Deus? Às vezes este Espírito tem vindo com a mais completa e penetrante influência à escola de Battle Creek e de outros lugares. Reconhecestes Sua presença? Atribuístes-Lhe a honra devida a um mensageiro

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celestial? Quando parecia estar o Espírito lutando com os jovens, dissestes: ‘Ponhamos de lado todo estudo, pois é evidente que temos entre nós um Hóspede celestial. Demos glória a Deus’? Com o coração contrito, inclinaste-vos em oração com vossos estudantes, suplicando o poder receber as bênçãos que o Senhor vos estava apresentando? O Grande Mestre em Pessoa estava entre vós. Vós O haveis honrado? Era Ele um estranho para alguns dos educadores? Houve necessidade de mandar buscar alguém supostamente autorizado para saudar ou repelir este mensageiro do Céu? Embora invisível, Sua presença estava entre vós. Mas não foi expresso o pensamento de que na escola o tempo deve ser dedicado ao estudo, e que para tudo havia o momento oportuno, como se as horas dedicadas ao estudo comum fossem demasiado preciosas para serem abandonadas em favor da operação do mensageiro celestial? Se houverdes de algum modo restringido ou repelido o Espírito Santo, eu vos rogo a que vos arrependais tão depressa quanto possível. Se qualquer de nossos professores não abriu a porta do coração para o Espírito de Deus, mas tem-na fechado e trancado, eu lhe suplico que abra a porta e ore com fervor: ‘Fica comigo’. Quando o Espírito Santo revela Sua presença em vossas salas de aula, dizei a vossos estudantes: ‘O Senhor indica que tem para nós hoje uma lição de origem celestial, de mais valor do que nossas lições de ordem comum. Ouçamos: curvemo-nos diante de Deus e busquemo-Lo de todo coração’. Permiti que vos fale do que sei sobre este Visitante celestial. O Espírito Santo pairava sobre os jovens durante as horas escolares; mas alguns corações eram tão frios e entenebrecidos que não tinham qualquer desejo da presença do Espírito, e a luz de Deus foi retirada. O celestial Visitante teria aberto todo entendimento, teria dado sabedoria e conhecimento em todos os aspectos do estudo que pudessem ser empregados para a glória de Deus. O Mensageiro do Senhor veio para convencer do pecado e abrandar os corações endurecidos pelo longo afastamento de Deus. Veio para revelar o grande amor que Deus dispensava àqueles jovens. Eles são a herança de Deus, e os educadores necessitam ‘a mais elevada educação’ antes de estarem qualificados para ser professores e guias da juventude”. CSE, 229, 230. “Desejaria que todos os meus irmãos e irmãs se lembrassem de que é coisa séria entristecer o Espírito Santo, e de que este é entristecido quando o instrumento humano procura dirigir-se a si mesmo, e se recusa a entrar no serviço do Senhor porque a cruz é muito pesada ou muito grande o desprendimento. O Espírito Santo procura habitar em cada alma. Caso seja Ele bem-vindo como hóspede honrado, os que O receberem se tornarão completos em Cristo. A boa obra começada será terminada; os pensamentos santos, as celestiais afeições e os atos semelhantes ao de Cristo tomarão o lugar dos pensamentos impuros, dos sentimentos perversos e dos atos obstinados. O Espírito Santo é um divino professor”. Cons. Sobre Saúde, 561. “O derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes foi a chuva temporã; porém a chuva serôdia será mais copiosa. O Espírito aguarda nosso pedido e recepção. Cristo deve ser revelado novamente em Sua plenitude pelo poder do Espírito Santo”. PJ, 121. “Este é o perigo a que a igreja está agora exposta - o de que as invenções de homens finitos determinem a maneira precisa em que o Espírito Santo deve vir. Embora não queiram reconhecê-lo, alguns já o têm feito. E porque o Espírito deve vir não para louvar o homem ou edificar-lhe as errôneas teorias, mas para convencer o mundo do pecado e da justiça e do juízo, muitos se afastarão dEle. Não desejam ser privados das vestes de sua justiça própria. Não desejam trocar sua própria justiça, que é injustiça, pela justiça de Cristo, que é a verdade pura e não adulterada. O Espírito Santo não lisonjeia o homem, tampouco atua segundo as idéias de qualquer homem. Não devem os homens finitos e pecaminosos manejar o Espírito Santo. Quando Este vier como um reprovador por meio de qualquer instrumento humano que Deus escolher, é o dever do homem ouvir e obedecer-Lhe a voz”. Test. Ministros e Obreiros Evangélicos, 64, 65.

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“O Espírito Santo vem ao mundo como representante de Cristo. Ele não somente diz a verdade, mas é a verdade - a Testemunha fiel e verdadeira. É o grande Esquadrinhador de corações, achando-Se relacionado com o caráter de todos. O Espírito Santo tem vindo muitas vezes a nossas escolas, não sendo reconhecido, mas tratado como estranho, talvez mesmo como intruso. Todo mestre deve reconhecer e dar as boas-vindas a esse Hóspede celestial. Se os professores abrirem o próprio coração para receber o Espírito, estarão aptos a cooperar com Ele na obra em favor de seus alunos. E quando Lhe for franqueada a passagem, Ele efetuará maravilhosas transformações. Trabalhará em cada coração, corrigindo o egoísmo, moldando e apurando o caráter, e pondo até os pensamentos em sujeição a Cristo”. Cons. Aos Prof., Pais e Estudantes, 68. “A recompensa da sincera liberalidade é a mais íntima comunhão do espírito e do coração com o Espírito Santo”. Testemunhos Seletos III, 41. “Fortalecidos pela concessão do Espírito Santo, saíram com zelo para estender os triunfos da cruz. O Espírito animava-os, e falava por intermédio deles. A paz de Cristo brilhava em suas faces. Tinham-Lhe consagrado a vida para serviço, e seu próprio semblante evidenciava a entrega que haviam feito”. AA, 46. “A todos os que aceitam a Cristo como um Salvador pessoal, o Espírito Santo vem como consolador, santificador, guia e testemunha. Quanto mais intimamente os crentes andam com Deus, tanto mais clara e poderosamente testificam do amor do Redentor e da Sua graça salvadora. Os homens e mulheres que através dos longos séculos de perseguição e prova desfrutaram, em larga escala, a presença do Espírito em sua vida, permaneceram como sinais e maravilhas no mundo. Revelaram, diante dos anjos e dos homens, o transformador poder do amor que redime”. AA, 49.

“Todo indivíduo que recebe a Jesus como seu Salvador pessoal, tão certamente recebe o Espírito Santo para ser o seu Consolador, Santificador, Guia e Testemunha”. Ms 1, 5 de janeiro de 1894 (UL 19).

“O Espírito de Deus está apelando aos homens, apresentando-lhes sua obrigação moral de amá-lo e servi-lo...“ RH, 12 de maio de 1896.

“Há os que dizem:‘Alguém manipula seus escritos’. Reconheço a procedência da acusação. É Alguém que é poderoso em conselho, Alguém que me apresenta a condição das coisas”. Carta 52, 1906. 3 ME, 64.

"Essas instituições devem estar sob a direção do Espírito Santo de Deus; em nenhuma instituição deve homem algum ser a única cabeça. A Mente Divina tem homens para cada lugar”. CSS 524.

O ESPÍRITO É UMA PESSOA DISTINTA DIFERENTE DOS ANJOS: “O coração de Deus anseia por Seus filhos terrestres com amor mais forte que a morte. Entregando Seu Filho, nesse único Dom derramou sobre nós todo o Céu. A vida, morte e intercessão do Salvador, o ministério dos anjos, o pleitear do Espírito, o Pai operando acima de tudo e por tudo, o interesse incessante dos seres celestiais - tudo se empenha em favor da redenção do homem”. Caminho a Cristo, 21.

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“Somente enquanto estivessem unidos com Cristo podiam os discípulos esperar possuir o poder acompanhante do Espírito Santo e a cooperação dos anjos do Céu. Com o auxílio desses divinos instrumentos, apresentariam ao mundo uma frente unida, e seriam vencedores no conflito que eram forçados a manter incessantemente contra os poderes das trevas. Enquanto persistissem em trabalhar unidos, mensageiros celestiais iriam adiante deles, abrindo-lhes o caminho; corações seriam preparados para a recepção da verdade, e muitos seriam ganhos para Cristo”. AA, 90,91. “Têm de contender contra forças sobrenaturais, mas é-lhes assegurado sobrenatural auxílio. Todos os espíritos celestes se acham nesse exército. E mais que anjos estão nas fileiras. O Espírito Santo, o representante do Capitão do exército do Senhor, desce para dirigir a batalha. Muitas podem ser nossas fraquezas, pecados e erros graves; mas a graça de Deus é para todos quantos a buscam em contrição. O poder da Onipotência acha-se empenhado em favor dos que confiam em Deus”. DTN, 352. “A Bíblia nos mostra Deus em Seu alto e santo lugar, não em um estado de inatividade, não em silêncio e solidão, mas circundado por miríades de miríades e milhares de milhares de seres santos, todos esperando por fazer a Sua vontade. Por meio desses mensageiros, Ele está em ativa comunicação com todas as partes de Seus domínios. Por Seu Espírito está presente em toda parte. Por meio de Seu Espírito e dos anjos, ministra aos filhos dos homens”. A Ciência do Bom Viver. 4ª ed. 1990. p. 417.

DISTINTO DE JESUS “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê, nem O conhece: mas vós O conheceis, porque habita convosco, e estará em vós”. João 14:16 e 17. O Salvador estava apontando para o futuro, ao tempo em que o Espírito Santo deveria vir para fazer uma poderosa obra como Seu representante. O mal que se vinha acumulando por séculos, devia ser resistido pelo divino poder do Espírito Santo”. AA, 47, 48.

“Jesus disse que iria nos dar o Confortador. O que é o Confortador? É o Espírito Santo de Deus. O que é o Espírito Santo? É o representante de Jesus Cristo, é nosso Advogado que se posta ao nosso lado e apresenta nossas petições perante o Pai com toda fragrância com os Seus méritos [de Cristo]”. Ms 43, 1894 (RC 285).

“O Espírito Santo, enviado em nome de Cristo, devia ensiná-los [os discípulos] todas as coisas, e trazer-lhes todas as coisas à lembrança. O Espírito Santo devia ser o representante de Cristo, o Advogado que está constantemente pleiteando pela raça caída... Ele [Cristo] assegura-vos que o Espírito Santo foi dado para habitar convosco para sempre, ser vosso pleiteador e vosso guia. Ele pede que confieis Nele, e que vos confieis a Sua guarda. O Espírito Santo está constantemente em operação, ensinando, recordando, testificando, vindo à alma como um confortador divino, e convencendo do pecado como um juiz designado e guia”. Ms 44, 1897 (RC 129).

“Do Espírito Santo Jesus disse: ‘Ele Me glorificará’. O Salvador veio para glorificar o Pai pela demonstração de Seu amor; assim o Espírito devia glorificar a Cristo pela revelação de Sua graça ao mundo”. RH, 9 de novembro de 1908.

“O tempo decorrido não operou nenhuma mudança na promessa dada por Cristo ao partir,

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promessa esta de enviar o Espírito Santo como Seu representante. Não é por qualquer restrição da parte de Deus que as riquezas de Sua graça não fluem para a Terra em favor dos homens. Se o cumprimento da promessa não é visto como poderia ser, é porque a promessa não é apreciada como devia ser. Se todos estivessem dispostos, todos seriam cheios do Espírito. Onde quer que a necessidade do Espírito Santo seja um assunto de que pouco se pense, ali se verá sequidão espiritual, escuridão espiritual e espirituais declínio e morte. Quando quer que assuntos de menor importância ocupem a atenção, o divino poder, preciso para o crescimento e prosperidade da igreja, e que haveria de trazer após si todas as demais bênçãos, está faltando, ainda que oferecido em infinita plenitude. Uma vez que este é o meio pelo qual havemos de receber poder, por que não sentimos fome e sede pelo dom do Espírito? Por que não falamos sobre ele, não oramos por ele e não pregamos a seu respeito? O Senhor está mais disposto a dar o Espírito Santo àqueles que O servem do que os pais a dar boas dádivas a seus filhos”. AA, 50. “Antes de Se oferecer a Si mesmo como a vítima sacrifical, Cristo buscou o mais essencial e completo dom para outorgar a Seus seguidores, um dom que lhes poria ao alcance os ilimitados recursos da graça. “Eu rogarei ao Pai”, disse, “e Ele vos dará outro Consolador para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece; mas vós O conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós”. João 14:16-18. Antes disto o Espírito havia estado no mundo; desde o próprio início da obra de redenção Ele estivera atuando no coração dos homens. Mas enquanto Cristo estava na Terra, os discípulos não tinham desejado nenhum outro auxiliador. Não seria senão depois que fossem privados de Sua presença, que experimentariam a necessidade do Espírito, e então Ele havia de vir. O Espírito Santo é o representante de Cristo, mas despojado da personalidade humana, e dela independente. Limitado pela humanidade, Cristo não poderia estar em toda parte em pessoa. Era, portanto, do interesse deles que fosse para o Pai, e enviasse o Espírito como Seu sucessor na Terra. Ninguém poderia ter então vantagem devido a sua situação ou seu contato pessoal com Cristo. Pelo Espírito, o Salvador seria acessível a todos. Nesse sentido, estaria mais perto deles do que se não subisse ao alto.” DTN, 668, 669. “Precisamos não só pedir em nome de Cristo, mas também pela inspiração do Espírito Santo. Isto explica o que significa o dito de que:‘O mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis’. Rom. 8:26. Tais orações Deus Se deleita em atender”. Parábolas de Jesus, 147. “Cristo, nosso Mediador, e o Espírito Santo estão constantemente intercedendo em favor do homem, mas o Espírito não pleiteia por nós como faz Cristo, que apresenta Seu sangue, derramado desde a fundação do mundo; o Espírito opera em nosso coração, extraindo dele orações e penitência, louvor e ações de graças. A gratidão que dimana de nossos lábios é resultado de tocar o Espírito as cordas da alma em santas memórias, despertando a música do coração”. 1 ME, 344.

“Oh, que os débeis homens reconhecessem que é o General dos exércitos celestes que está conduzindo e dirigindo os movimentos de seus aliados sobre a Terra. O próprio Cristo é o poder renovador, operando em e mediante todo soldado pela agência do Espírito Santo”. RH, 16 de julho de 1895.

“O Espírito Santo é o Confortador, em nome de Cristo. Ele personifica a Cristo, contudo é uma personalidade distinta”. 20MR 324.

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OBS: Embora esteja bastante claro que o Espírito Santo é distinto de Jesus, alguns estudantes apressados e superficiais confundem ambas as pessoas divinas. Afirmam que Jesus é o mesmo Espírito Santo, e para isto citam duas passagens de EGW. A primeira diz o seguinte: “Embaraçado com a humanidade, Cristo não poderia estar em todo lugar pessoalmente; portanto... enviaria o Espírito Santo para ser o Seu sucessor sobre a Terra. O Espírito Santo é Ele próprio desvestido da personalidade humana e dela independente. Ele Se representaria como presente em todos os lugares por Seu Santo Espírito, como o Onipresente”. (14 MR 23). E a segunda parece repetir a mesma idéia: “O Espírito Santo [é] o próprio Cristo habitando no interior...” (NL 79). Ora, é obvio que estas duas passagens não podem anular a clara verdade que aparece em dezenas de textos bíblicos e do Espírito de Profecia. Portanto, ambas as passagens devem ser compreendidas à luz de seu contexto imediato e conforme as demais passagens anteriormente citadas que afirmam que Jesus e o Espírito Santo são duas pessoas distintas. Perceba, na primeira citação, que EGW não afirma absolutamente que Jesus e o Espírito Santo são a mesma pessoa. Isto é facilmente percebido quando levamos em conta as seguintes razões presentes no texto: 1) A irmã White diz claramente que Jesus, uma vez limitado pela humanidade, não poderia estar pessoalmente em todo lugar; 2) Ela também afirma, explicitamente, que o Espírito Santo é o sucessor de Jesus, portanto não pode ser Ele mesmo no sentido absoluto do termo; 3) Ela diz que Cristo “se representaria como estando presente em toda parte por seu Santo Espírito”. É óbvio, pelo item 1, que Jesus mesmo não estaria presente pessoalmente; mas, através de seu Sucessor era como se estivesse. Daí quando afirma que “o Espírito é Ele mesmo” tal declaração não pode contradizer as anteriores. Isto simplesmente significa que a pessoa de seu Sucessor é tão semelhante (Daí poder representa-lo), ou igual, que os discípulos não conseguiriam fazer qualquer diferença. Eles receberiam “outro consolador”, tão semelhante ao primeiro que poderiam legitimamente afirmar que Jesus habitava com eles “todos os dias até a consumação dos séculos”. Qualquer trinitariano pode afirmar que o Espírito Santo é Jesus, porque quem vê a Jesus vê o Espírito; e quem vê Jesus também vê o Pai. Tal afirmação jamais significa que não existam três personalidades distintas no “Trio Celestial”, mas que elas são iguais essencialmente. É Cristo quem habita em nosso coração, mas não pessoalmente. Ele faz isso por meio de seu Espírito, seu Sucessor, o “outro” consolador que prometeu. Por isso disse a irmã White: “Enquanto Cristo está habitando no coração pelo Seu Espírito, é impossível que a luz de sua presença seja ocultada ou diminua”. Signs of the Times, 20 de outubro de 1897. e ainda: “O Espírito Santo é o Confortador, como a presença pessoal de Cristo para a alma”. Review and Herald, 29 de novembro de 1892.

DIFERENTE DO PODER DE DEUS: “Passando por alto os ensinadores judaicos cheios de justiça própria, o Mestre por excelência escolheu homens humildes, iletrados, para proclamarem as verdades que deviam abalar o mundo. Ele Se propôs preparar e educar esses homens para dirigentes de Sua igreja. Eles, por sua vez, deviam educar outros e enviá-los com a mensagem evangélica. Para que pudessem ter sucesso em sua obra, deviam eles receber o poder do Espírito Santo. Não pelo poder humano ou humana sabedoria devia o evangelho ser proclamado, mas pelo poder de Deus”. AA,17. “Para que o mundo conheça que Tu Me enviaste a Mim, e que os tens amado a eles como Me tens amado a Mim”. João 17:21 e 23. Sua constante oração por eles era que fossem santificados pela verdade; e Ele orou com segurança, sabendo que um decreto da parte do Todo-poderoso tinha sido feito antes que o mundo tivesse vindo à existência. Sabia que o evangelho do reino devia ser pregado a todas as nações para testemunho; que a verdade armada com a onipotência

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do Santo Espírito seria vitoriosa na batalha contra o mal, e que a bandeira sangrenta um dia haveria de tremular triunfante sobre Seus seguidores”. AA, 21,22.

O ESPÍRITO SANTO É DEUS: “O Espírito veio sobre os discípulos, que expectantes oravam, com uma plenitude que alcançou cada coração. O Ser infinito revelou-Se em poder a Sua igreja. Era como se por séculos esta influência estivesse sendo reprimida, e agora o Céu se regozijasse em poder derramar sobre a igreja as riquezas da graça do Espírito. E sob a influência do Espírito, palavras de penitência e confissão misturavam-se com cânticos de louvor por pecados perdoados. Eram ouvidas palavras de gratidão e de profecia. Todo o Céu se inclinou na contemplação da sabedoria do incomparável e incompreensível amor. Absortos em admiração, os apóstolos exclamaram: ‘Nisto está a caridade!’ I João 4:10. Eles se apossaram do dom que lhes era repartido. E que se seguiu? A espada do Espírito, de novo afiada com poder e banhada nos relâmpagos do Céu, abriu caminho através da incredulidade. Milhares se converteram num dia”. AA, 38. “Os argumentos dos apóstolos somente, conquanto convincentes e claros, não haveriam removido o preconceito que resistira a tanta evidência. Mas o Espírito Santo com divino poder convenceu o coração pelos argumentos. As palavras dos apóstolos eram como afiadas setas do Todo-poderoso, convencendo os homens de sua terrível culpa em haverem rejeitado e crucificado o Senhor da glória. Sob a influência dos ensinos de Cristo, os discípulos tinham sido induzidos a sentir sua necessidade do Espírito. Mediante a instrução do Espírito receberam a habilitação final, saindo no desempenho de sua vocação. Não mais eram ignorantes e iletrados”. AA, 45.

“O Espírito Santo é uma agência livre, operante, independente”. RH, 5 de maio de 1896.

“O Espírito divino que o Redentor do mundo prometeu enviar é a presença e poder de Deus”. ST, 16 de novembro de 1891.

“As complicadas rodas que ao profeta pareciam estar em meio a tanta confusão, achavam-se sobre a direção de u’a mão infinita. O Espírito de Deus, a ele revelado como estando movimentando e dirigindo aquelas rodas, trazia harmonia da confusão; assim o mundo inteiro estava sob Seu controle”. 5T,752.

TRIO CELESTIAL – PESSOAS DISTINTAS “Fui instruída a dizer: Os sentimentos dos que andam em busca de avançadas idéias científicas, não são para confiar. Fazem-se definições como essas: ‘O Pai é como a luz invisível; o Filho é como a luz corporificada; o Espírito é a luz derramada’. ‘O Pai é como o orvalho, vapor invisível; o Filho é como o orvalho condensado em uma bela forma; o Espírito é como o orvalho caído sobre a sede da vida’. Outra apresentação: ‘O Pai é como o vapor invisível; o Filho como a nuvem plúmbea; o Espírito é chuva caída e operando em poder refrigerante’. Todas essas definições espiritualistas são simplesmente nada. São imperfeitas, inverídicas. Enfraquecem e diminuem a Majestade a que não pode ser comparada nenhuma semelhança terrena. Deus não pode ser comparado a coisas feitas por Suas mãos. Estas são meras coisas terrenas, sofrendo sob a maldição de Deus por causa dos pecados do homem. O Pai não pode ser definido por coisas da Terra. O Pai é toda a plenitude da Divindade corporalmente, e invisível aos olhos mortais. O Filho é toda a plenitude da Divindade manifestada. A Palavra de Deus declara que Ele é "a expressa imagem da Sua pessoa". Heb. 1:3. "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu

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Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha vida eterna." João 3:16. Aí se manifesta a personalidade do Pai. O Consolador que Cristo prometeu enviar depois de ascender ao Céu é o Espírito em toda a plenitude da Divindade, tornando manifesto o poder da graça divina a todos quantos recebem e crêem em Cristo como um Salvador pessoal. Há três pessoas vivas pertencentes ao trio celestial; em nome destes três grandes poderes - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - os que recebem a Cristo por fé viva são batizados, e esses poderes cooperarão com os súditos obedientes do Céu em seus esforços para viver a nova vida em Cristo”. Special Testimonies, Série B, Nº 7, págs. 62 e 63. 1905 “Os eternos dignitários celestes - Deus, Cristo e o Espírito Santo - munindo-os [aos discípulos] de energia sobre-humana... avançariam com eles para a obra e convenceriam o mundo do pecado”. Manuscrito 145, 1901. “Em que consistia a força daqueles que no passado sofreram perseguição por amor a Cristo? Era a união com Deus, união com o Espírito Santo, união com Cristo. A acusação e a perseguição têm separado muitos de seus amigos terrestres, mas nunca do amor de Cristo”. AA, 85. “Cumpre-nos cooperar com os três poderes mais altos no Céu - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - e esses poderes atuarão por nosso intermédio, fazendo-nos coobreiros de Deus”. Special Testimonies, Série B, nº 7, pág. 51”. “É a glória do evangelho que está fundamentada sobre o princípio de restaurar na raça caída a imagem divina por meio da constante manifestação de benevolência. Essa obra começou nas cortes celestiais. Aí Deus resolveu dar aos seres humanos inconfundível demonstração do amor com o qual Ele os considerava. Ele "amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna". João 3:16. A Divindade moveu-se de compaixão pela raça, e o Pai, o Filho e o Espírito Santo deram-Se a Si mesmos ao estabelecerem o plano da redenção. A fim de levarem a cabo plenamente esse plano, foi decidido que Cristo, o unigênito Filho de Deus, Se desse a Si mesmo em oferta pelo pecado. Que linha pode medir a profundidade deste amor? Deus tornaria impossível ao homem dizer que Ele poderia ter feito mais. Com Cristo deu Ele todas as riquezas do Céu, para que coisa alguma pudesse faltar no plano de soerguimento do homem”. Cons. Sobre Saúde, 422.

“A Eterna Divindade - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - está envolvida na ação requerida para dar garantia ao agente humano...” Ms 45, 14 de maio de 1904 (UL 148).

“O Pai, o Filho e o Espírito Santo estão comprometidos a cooperar com instrumentalidades humanas santificadas”. RH, 17 de maio de 1906 (6BC 1075).

“O Pai, Cristo, e o Espírito Santo - os três dignitários e poderes do céu - comprometem-se a que toda faculdade nos será dada ao exercermos os nossos votos batismais...” Ms 85, 1901 (6BC 1075).

“Sois nascido para Deus, e permaneceis sob a sanção e poder dos três seres mais santos do céu, que são capazes de guardar-vos de cair”. 7MR 480.

“Os grandes poderes do céu são testemunhas. Eles estão invisíveis, mas presentes”. Ms 57, 1900 (6BC 1074).

“O Pai concedeu o Seu Filho por nós para que mediante o Filho o Espírito Santo pudesse vir a

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nós e conduzir-nos ao Pai”. ST, e de outubro de 1892.

“Se alguém me amar, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos a ele, e faremos nele morada’. (João 14:23). Nós, ou seja, o Pai, Filho e o Espírito Santo, [viremos] para ele e faremos nele morada”. Carta 43, 1893 (8MR 408).

“Após termos formado uma união com o grande poder tríplice, consideraremos nosso dever para com os membros da família de Deus com respeito muito mais sagrado do que jamais fizemos antes”. Ms 11, 1901 (6BC 1102).

“Nossa santificação é obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo. É o cumprimento do concerto que Deus fez com aqueles que se ligam a Ele, para permanecerem em pé com Ele, com o Seu Filho e com o Seu Espírito em comunhão”. Ms 11, 1901 (ST 19 de junho de 1901; 7BC 908).

“O Pai, o Filho e o Espírito Santo, os três santos dignitários do céu, têm declarado que fortalecerão os homens a vencerem os poderes das trevas”. Ms 92, 1901 (5BC 1110).

“Os três grandes poderes da Divindade têm comprometido o seu poder para levar avante o propósito que Deus tinha em mente quando deu ao mundo o inexprimível dom de Seu Filho... O Espírito Santo se une com os poderes de graça que Deus propiciou para conduzir almas a Cristo”. RH, 18 de julho de 1907.

"Portai-vos de tal modo que os três grandes poderes do Céu - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - posam ser vossa competência. Esses poderes trabalham com aquele que se entrega a Deus, sem reserva. A força do Céu está ao dispor dos fiéis de Deus. O homem que faz de Deus sua confiança, está protegido por uma muralha inexpugnável”. Carta 1, 1904.(MM 1968, Nos Lugares Celestiais, pág 176).

"Na conclusão da obra enfrentaremos perigos com os quais não sabemos como lidar; não esqueçamos, porém, que os três grandes poderes do Céu estão operando, que uma mão divina se encontra ao leme, e que Deus levará a cabo os Seus desígnios”. 2ME, pág. 391.

"Os três grandes poderes do Céu Se comprometem a providenciar ao cristão toda a assistência que ele requer. O Espírito transforma o coração de pedra em coração de carne”. Refletindo a Cristo, MM 1986, pág 99.

O BATISMO EM NOME DO TRIO: “Deviam os discípulos levar avante sua obra no nome de Cristo. Cada uma de suas palavras e atos devia atrair a atenção sobre Seu nome como possuindo esse poder vital pelo qual os pecadores podem ser salvos. Sua fé devia centralizar-se nAquele que é a fonte de misericórdia e poder. Em Seu nome deviam apresentar suas petições ao Pai, e receberiam resposta. Deviam batizar no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O nome de Cristo devia ser a senha, a insígnia, o laço de união, a autoridade para sua norma de prosseguimento e a fonte de seu sucesso. Nada devia ser reconhecido em Seu reino que não trouxesse Seu nome e inscrição”. AA, 28. “Aqui é onde a obra do Espírito Santo entra, após o seu batismo. Sois batizados no nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Sois levantados das águas para viverdes daí em diante em

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novidade de vida. Sois nascidos para Deus, e permaneceis sob a sanção e poder dos três santíssimos seres do céu, que são capazes de guardar-vos de cair... Quando me sinto oprimida, e mal sei como me relacionar com a obra que Deus me deu para cumprir, apenas recorro aos três grandes dignitários e digo: Sabeis que eu não posso realizar esta obra por minhas próprias forças. Deveis operar em mim, e por mim, e por meu intermédio, santificando a minha língua, santificando o meu espírito, santificando as minhas palavras”. Ms 95, 1906 (7 MR 267). “Estava a caminho do trono de Deus, para ser honrado pela hoste celestial. Revestido de autoridade ilimitada, deu a Seus discípulos sua comissão:‘Ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que Eu vos tenho mandado; e eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos’. Mat. 28:19 e 20”. AA, 29,30. “Repetiu as palavras da comissão do Salvador aos discípulos: ‘É-Me dado todo o poder no Céu e na Terra. Portanto ide, e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo’. Mat. 28:18 e 19. Falou-lhes também da promessa de Cristo de enviar o Consolador, por cujo poder grandes sinais e maravilhas seriam feitos, e contou-lhes quão gloriosamente havia esta promessa sido cumprida no dia de Pentecoste”. AA, 282,283.

"Ao se submeterem os cristãos ao solene rito do batismo, Ele registra o voto feito por eles de Lhe serem fiéis. Esse voto é seu compromisso de lealdade. Eles são batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Acham-se assim unidos aos três grandes poderes do Céu”. Evangelismo, pág. 307.

"Somos batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e estes três grandes poderes infinitos estão harmoniosamente comprometidos a trabalhar em nosso favor se cooperarmos com Eles”. Med. Matinais 1992. Exaltai-O, pág. 110.

"O batismo significa a maior e mais solene renúncia do mundo. Mediante profissão, o eu é morto com a vida de pecado. As águas cobrem o candidato, e na presença de todo o Universo é feita uma mútua promessa. No nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo o homem é imerso na sepultura líquida, ‘sepultado com Cristo no batismo’, e erguido da água para viver uma nova vida de lealdade a Deus. Os três grandes poderes no Céu são testemunhas, invisíveis, mas presentes”. SDA Bible Commentary, vol. 6, pág. 1.074" (Med. Matinais 1959, A fé pela qual eu vivo, pág 146).

“Os três grandes e gloriosos personagens celestiais estão presente na ocasião do batismo... Todo o céu é representado por esses três em relacionamento de concerto com a nova vida”. Ms 45, 1904 (6MR 389).

“Cristo tornou o batismo a entrada para o Seu reino espiritual. Ele tornou isto uma condição positiva que todos devem acatar se desejam ser reconhecidos como estando sob a autoridade do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. 6BC 1075.

“Após a alma crente ter recebido a ordenança do batismo, deve ter em mente que é dedicado a Deus, a Cristo e ao Espírito Santo. Estes três cooperam todos na grande obra do concerto cumprida pelo batismo à vista do universo celestial. O pai, o Filho, o Espírito Santo recebem a alma crente num relacionamento de concerto com Deus”. Ms 56, 1900 (6MR 163).

“A obra é apresentada perante toda alma que reconhece sua fé em Jesus Cristo pelo batismo e se

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torna um recebedor do compromisso das três pessoas -- o Pai, o Filho e o Espírito Santo”. Ms 57, 1900 (6BC 959).

“Quando vos destes a Cristo, assumistes um compromisso na presença do Pai, do Filho e do Espírito Santo--os três grandes dignitários pessoais do céu”. Ms 92, 1901 (7BC 959).

“Fazendo do batismo o sinal de entrada para o Seu reino espiritual, Cristo o estabeleceu como condição positiva à qual têm de atender os que desejam ser reconhecidos como estando sob a jurisdição do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. II TS, 389. “Simboliza o batismo soleníssima renúncia do mundo. Os que ao iniciar a carreira cristã são batizados em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, declaram publicamente que renunciarem o serviço de Satanás, e se tornaram membros da família real, filhos do celeste Rei”. II TS, 389. “Os compromissos que assumimos no ato do batismo são assaz compreensivos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo fomos sepultados com Cristo na semelhança de Sua morte e com Ele ressuscitamos na de Sua ressurreição, a fim de andarmos em novidade de vida. Nossa vida está vinculada à de Cristo, e o crente deve lembrar-se de que daí por diante está consagrado a Deus, a Cristo e ao Espírito Santo”. II TS, 396. “São recíprocos os compromissos assumidos pela aliança espiritual que celebramos mediante o batismo. O homem, cumprindo sua parte numa obediência tributada de coração, tem o direito de orar: ‘Ó Senhor,... manifeste-se hoje que Tu és Deus em Israel’. O fato de que fomos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo é uma garantia de que essas potências nos assistirão em todos os nossos apertos, quando que os invoquemos”. II TS, 396.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHRISTIANINI, Arnaldo B. Radiografia do Jeovismo. São Paulo: CPB, 1975.

APOLINÁRIO, Pedro. As Pretensiosas Testemunhas de Jeová. São Paulo: IAE, 1981.

GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 2000.

WHIDDEN, Woodrow, et al. A Trindade. São Paulo: CPB, 2000.

... Que Deus abençoe os que procuram sinceramente a Verdade!

Edílson Constantino