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A TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA E A SUA
IMPORTÂNCIA PARA O REFORÇO AO INSTITUTO DA PESSOA JURÍDICA
Gustavo Gomes Coelho
Camilla Munich da Silva
RESUMO: A relevância deste artigo esta em conhecer de forma mais ampla a Teoria da
Desconsideração da Personalidade Jurídica, pois é um tema pouco abordado
atualmente e de grande importância para áreas de Civil, Empresarial, Processual Civil e
Constitucional, permitindo que o leitor tenha uma visão global da matéria e possa
debruçar-se sobre a doutrina da Disregard (Desconsideração) e encontrar elementos
para a solução e compreensão de problemas do dia-a-dia forense, nos termos da
legislação vigente. Com o objetivo de trazer um panorama bem claro do que venha a
ser “Desconsideração da Pessoa Jurídica,” colocando em pauta todas as suas
peculiaridades como instituto no ordenamento jurídico brasileiro.
PALAVRAS-CHAVE: Desconsideração; Pessoa Jurídica; Personalidade; Fraude;
Abuso de Direito; Sociedade Anônima, Sociedade Limitada; Sócios; Patrimônio.
I- INTRODUÇÃO
O direito surge e se inova de acordo com a evolução da sociedade, que dele
depende para uma convivência harmônica, com o fim do direito de cada um, limitado ao
começo do direito de outrem.
Antes do Código Civil de 2002, toda a matéria referente ao direito comercial
era disciplina pelo Código Comercial de 1850, bem como, através de leis
extravagantes. Ocorre que, inovando o ordenamento jurídico até então existente, foi
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inserido no Código Civil de 2002, dispositivos relativos ao direito comercial, extinguindo
parte do Código Comercial de 1850.
Encontra-se, também, disciplinado pelo do Código Civil de 2002, mais
precisamente em seu artigo 50 - sem artigo corresponde no Código Civil de 1916 - a
questão da possibilidade da desconsideração da personalidade jurídica. Tal disciplina é
necessária para coibir práticas abusivas estampadas por trás de empresas, que deixam
um clima de completa insegurança nas relações comerciais, com prejuízo de uns em
detrimento do crescente crescimento de outros.
Dessa forma, a mutação e complexidade crescente das relações comerciais,
e com elas o surgimento de diversos institutos como o da falência, estado de
insolvência, encerramento ou inatividade das pessoas jurídica provocados pela má-
administração, exigiram o surgimento de uma norma que coibisse que tais ocorrências
servissem de base para que sócios fraudassem seus credores.
O artigo 50 do Código Civil trata das hipóteses da desconsideração da
personalidade jurídica, tendo a doutrina estendido tal conceito ao abuso de direito,
excesso de poder, violação da lei, do contrato social ou do estatuto, ao ato ilícito,
impondo a responsabilidade pessoal dos sócios sempre que, em decorrência de tais
atos, haja prejuízo a outrem.
Portanto, o presente artigo faz-se fundamental, visto que pretende
demonstrar a importância do instituto abordado em decorrência da complexidade das
relações comerciais desenvolvidas, visando coibir que atos atentatórios contra a
honestidade e boa-fé nas relações comerciais restem impunes.
1) A DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA:
1.1) PESSOA JURÍDICA:
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Antes de adentrarmos no tema propriamente dito, qual seja, a análise da
desconsideração da pessoa jurídica e suas conseqüências, será necessário
anteciparmos alguns comentários a respeito do que vem a ser considerado pessoa
jurídica.
Assim, é de fundamental interesse o estudo deste instituto para entendermos
a teoria da desconsideração da personalidade jurídica. Obviamente não se pretende
discorrer profundamente sobre o assunto. Limitando-se, pois, a extrair noções básicas
que podem ser consideradas essenciais para o entendimento da matéria.
O entendimento do que vem a ser considerado pessoa jurídica, depende,
necessariamente, de uma análise a respeito da pessoa natural.
Relevante, para a matéria por nós estudada, é o entendimento de que toda
pessoa natural, como diz o primeiro artigo do Código Civil, é capaz de direitos e
deveres. Para ter essa capacidade, a pessoa precisa ter personalidade. Segundo os
dizeres de Silvio Rodrigues (2002, p. 35), a personalidade é a
Aptidão reconhecida pela ordem jurídica a alguém, para exercer direitos e obrigações. Essa é adquirida somente com o nascimento com vida. Aí começa a vida civil das pessoas naturais. Da mesma forma, ela termina juntamente com a personalidade e capacidade na morte do indivíduo.
Nesse diapasão, pode-se concluir que a pessoa natural é todo ser humano
apto a adquirir direitos e a contrair obrigações. A personalidade como mencionado, nos
dizeres de Silvio Rodrigues, é a aptidão para desempenhar na sociedade um papel
jurídico como sujeito de direitos e obrigações.
Muitas vezes, as pessoas naturais veem seus projetos e negócios, fruto do
seu trabalho alcançar grandes dimensões e seu controle se torna de difícil
administração por uma só pessoa, surgindo assim as pessoas jurídicas.
Pode-se dizer então que as pessoas jurídicas são entidades, para as quais a
lei empresta personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direito e obrigações. A
sua principal característica é a de que possuem personalidades próprias, diversas da
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dos indivíduos que as compõem. Assim, percebe-se que um dos princípios que
fundamenta o conceito da personalidade jurídica é o universitas distat a singulis
(sociedade distinta de seus membros), segundo o qual ela tem existência distinta de
seus membros como uma consequência imediata da personificação da sociedade.
Feitas estas considerações a respeito da pessoa jurídica, é preciso entender
um pouco sobre a constituição da Pessoa Jurídica. Para que a pessoa jurídica seja
constituída, são necessários alguns requisitos, quais sejam:
• Vontade humana criadora: intenção de criar uma entidade distinta da de
seus membros;
• Observância das condições legais: instrumento particular ou público,
registro ou autorização ou aprovação do governo;
• Liceidade de seus objetivos: objetivos ilícitos ou nocivos constituem causa
de extinção da pessoa jurídica.
A vontade humana se materializa no ato de constituição, através do que se
denomina estatuto, em se tratando de associações (sem fins lucrativos); contrato social,
em se tratando de sociedades, simples ou empresárias (antigamente denominadas civis
ou comerciais); e escritura pública ou testamento em se tratando de fundações –
segundo consta no art. 62 do Código Civil. É no estatuto ou o contrato que os
indivíduos manifestam a intenção em constituir a pessoa jurídica.
O estatuto ou o contrato deve ser registrado, para que assim, comece a
existência legal da pessoa jurídica de direito privado – segundo o art. 45 do Código
Civil. Na realidade, pode-se afirmar que a pessoa jurídica só passa a existir após o
registro feito no órgão competente, qual seja, a Junta Comercial, conforme abaixo
mencionado. O registro é ato constitutivo, assim antes da efetivação do registro, não
passará de mera sociedade de fato1.
Quando a pessoa jurídica registra o ato constitutivo que lhe deu origem na
repartição competente, adquire a capacidade jurídica juntamente com sua
personalidade, o que a torna capaz de exercer os direitos que lhes são compatíveis. 1 A sociedade sem registro é chamada, na doutrina, de sociedade irregular, ou "de fato".
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O registro do contrato social de uma sociedade empresária faz-se na junta
comercial. Os estatutos e os atos constitutivos das demais pessoas jurídicas de direito
privado são registrados no cartório de registro civil das pessoas jurídicas.
Vejamos o que prescreve o artigo 1150 do Código Civil:
Art. 1150 - O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao registro público de empresas mercantis a cargo das juntas comercias, e a sociedade simples ao registro civil das pessoas jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária.
Há que ressaltar, também, que algumas pessoas jurídicas precisam, ainda,
de autorização ou aprovação do Poder Executivo pra que possam funcionar, conforme
consta da regra do artigo 45 do Código Civil, como é o caso das seguradoras, as
instituições financeiras, as administradoras de consórcio, etc.
Adquirindo personalidade jurídica, adquire-se autonomia patrimonial, que
nada mais é do que a separação dos patrimônios dos sócios e das sociedades.
Desta forma, ficam as sociedades e os sócios protegidos, pois sendo
pessoas diferentes, com personalidades diferentes, terão também patrimônios
diferentes. Assim, para saldar suas respectivas dívidas, uma não interfere no patrimônio
da outra, a não ser nos casos de desconsideração da pessoa jurídica previstos em lei
que é o ponto crucial do presente artigo.
Feitas estas breves considerações a respeito da pessoa jurídica, passa-se a
analisar a fraude e o abuso de direito da pessoa jurídica.
1.2) FRAUDE E ABUSO DE DIREITO DA PESSOA JURÍCA
Antes de qualquer coisa é preciso frisar que os princípios fundamentais da
desconsideração da personalidade jurídica são a fraude e o abuso do direito.
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A liberdade de associação para fins lícitos é garantida pela Constituição
Federal e 1988, mais precisamente no art. 5º, XVII, entretanto, veda os interesses que
afrontem a ordem jurídica e os bons costumes.
No mesmo sentido, temos o disposto na Lei de Registros Públicos que
declara em seu art. 115 que:
Art. 115. Não poderão ser registrados os atos constitutivos de pessoas jurídicas, quando seu objetivo ou circunstâncias relevantes indiquem destino ou atividades ilícitos ou contrários, nocivos ou perigosos a bem público, a segurança do Estado e a coletividade, a ordem pública ou social, a moral e aos bons costumes
Não obstante o rigorismo legal, os sócios utilizam a autonomia
patrimonial da pessoa jurídica, com certa freqüência para acobertar fins ilícitos,
abusivos ou fraudulentos, buscando proveito próprio em detrimento de direito de
terceiros que podem ser prejudicados.
A fraude é justamente um meio pelo qual se tenta ludibriar, iludir,
enganar, com a finalidade de prejudicar terceiro.
O civilista Caio Mário da Silva Pereira (1991, p. 371), explica que:
Fraude é a manobra engendrada com o fito de prejudicar terceiro; e tanto se insere no ato unilateral (caso em que macula o negócio ainda que dela não participe outra pessoa), como se imiscui no ato bilateral (caso em que a maquinação é concertada entre as partes). Na fraude, o que está presente é o propósito de levar aos credores um prejuízo, em benefício próprio ou alheio, furtando-lhes a garantia geral que devem encontrar no patrimônio do devedor, e a intenção de impor um prejuízo a terceiro. Mais modernamente, digamos, com mais acuidade científica, não se exige que o devedor traga a intenção deliberada de causar prejuízo (animus nocendi); basta que tenha a consciência de que produz dano.
Conforme melhor se verá, existem hipóteses de fraude que justificam a
aplicação da desconsideração da pessoa jurídica, por operarem com uso do expediente
da autonomia patrimonial da pessoa jurídica, englobando a fraude à lei, aos credores e
até mesmo aos membros da pessoa jurídica.
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Porém, a desconsideração só pode ser aplicada na fraude contra credores
quando houver relação jurídica que implique em débito e alienação que implique em
insolvência, de forma que, traga algum tipo de prejuízo para o terceiro.
Os ensinamentos de Fábio Ulhoa Coelho (2003, p.127) merecem ser
expostos, dada à precisão:
A desconsideração é instrumento de coibição do mau uso da pessoa jurídica; pressupõe, portanto o mau uso. O credor da sociedade que pretende a sua desconsideração deverá fazer prova da fraude perpetrada, caso contrário suportará o dano da insolvência da devedora. Se a autonomia patrimonial não foi utilizada indevidamente, não há fundamento para a sua desconsideração.
O abuso de direito, é mais bem entendido, se analisarmos que a sociedade
garante a certas pessoas algumas prerrogativas. O abuso dessas prerrogativas, ou
seja, o uso de determinado instituto de forma excessiva e injustificada caracteriza o
abuso de direito.
Como preceitua o Código Civil, em seu artigo 187: também comete ato ilícito
o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestadamente os limites impostos
pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
No abuso de direito não existe, propriamente, trama, ou seja, intenção de
fraudar o direito do credor, mas surge do inadequado uso do direito por parte da
empresa. O ato praticado, em princípio, é lícito, mas o seu mau uso causa um resultado
considerado ilícito.
Ao tratar da teoria do abuso de direito, o professor Caio Mário da Silva
Pereira (1991, p. 466-467) afirma que:
(....) O seu germe prende-se à noção do exercício dos direitos, que em verdade só se constituem para proporcionar benefícios, vantagens ou utilidades ao respectivo sujeito. Conseguintemente à idéia do direito está imediatamente vinculado o co-respectivo desfrute, situado na sua utilização, e, como esta é uma faculdade ou um poder do titular, admitir-se-ia em princípio que pode ser levada a último extremo, ainda que tal programa viesse causar a ruína, a desgraça, a humilhação alheia. Abusa, pois, de seu direito o titular que dele se utiliza, levando malefício a outrem, inspirado na intenção de fazer mal, sem proveito próprio. O fundamento ético da teoria pode, pois, assentar em que a lei não deve permitir que alguém se sirva de seu direito exclusivamente para causar dano a outrem.
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Conclusivamente, Mônica Gusmão (2011, p. 161-162) assevera que:
Não se pode confundir a teoria da desconsideração da personalidade jurídica com o ato ultra vires, o abuso de direito e a responsabilidade decorrente da própria lei. O Código Civil considera abuso da personalidade jurídica o desvio de finalidade e a confusão patrimonial. Por desvio de finalidade, entenda-se a utilização da sociedade, pelo sócio, ainda que dentro do seu objeto social, mas com a intenção de auferir vantagens indevidas. O ato praticado pelo sócio, apesar da fraude, é lícito. No abuso do direito, tem-se o ato como ilícito. Comete ato ilícito todo aquele que, a pretexto de exercer um direito, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa fé ou pelos costumes.
Não há dúvidas que a fraude e abuso de direito são hipóteses de
desconsideração da pessoa jurídica. Porém, há que se ressaltar que o excesso de
poder, infração à lei, fato ou ato ilícito, violação dos estatutos ou contrato social não
constituem casos de aplicação da teoria mencionada, estas hipóteses são constantes
na doutrina como atos da teoria ultra vires.
A teoria ultra vires funda-se no objeto social (especificado no contrato ou nos
estatutos sociais), englobando a atividade e o fim, que é sempre lucro. Os atos serão
ultra vires quando estiverem em desacordo com a atividade ou finalidade da empresa,
quando incorrerem em violação aos estatutos ou contrato sociais, ou quando não forem
expressamente autorizados pelos estatutos por serem dispensáveis à realização do
objeto social.
No caso dos atos ultra vires, aqueles que de boa fé contratarem e sofrerem
prejuízos terão como válidos estes atos, respondendo a sociedade perante terceiro de
boa fé e o administrador perante a sociedade, lembrando que, o terceiro de boa fé é
quase sempre protegido pelas normas do direito brasileiro.
1.3) DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA:
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Como vimos a pessoa jurídica, após ser constituída, pode sofrer a
desconsideração. Neste momento, passaremos a analisar a teoria da desconsideração
da pessoa jurídica.
A Teoria da Desconsideração da Pessoa Jurídica surgiu na Inglaterra. A
primeira aplicação de que se tem registro foi, ainda no século XIX (1897), pela justiça
inglesa, quando um empresário constituiu uma limited company (similar a uma
sociedade anônima fechada brasileira), atendendo aos requisitos para estar legalmente
constituída com sete sócios, sendo todos de sua família, ficando ele com vinte mil
ações e os demais seis, cada qual com uma única ação. (REQUIÃO, p. 408, Vol.1;
2009).
A sociedade logo em seguida se revelou insolvente, com um ativo
insuficiente para satisfazer as obrigações por ela contraídas, nada sobrando para os
credores. O liquidante afirmou que a atividade da limited company era, na verdade, do
empresário, que usara daquele artifício para limitar sua responsabilidade pessoal
(REQUIÃO, p. 409, Vol.1; 2009)
De lá, A Teoria chegou aos Estados Unidos, tendo se desenvolvido e se
espalhado para outras partes do mundo, inclusive no Brasil. No direito alemão, tem o
sentido de penetração; na Itália, de superação (superamento); em inglês, também é dito
levantamento (lifting), embora a expressão inglesa mais comum seja disregard, ou seja,
desconsideração (REQUIÃO, p. 409, Vol.1; 2009)
A teoria da despersonalização da pessoa jurídica, em verdade, surgiu como
uma solução a ser utilizada, quando for empregado o instituto da personalidade jurídica
visando à fins condenáveis pelo direito e pela moral, ou seja, fins incompatíveis com os
de sua própria criação, causando prejuízos ao direito de terceiros.
Afasta-se, assim, por meio da teoria da desconsideração, a personalidade
autônoma da pessoa jurídica, da personalidade dos indivíduos que a compõem. Na
verdade busca-se por intermédio da teoria da desconsideração, uma solução justa,
para os problemas decorrentes do uso abusivo do instituto da pessoa jurídica,
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problemática comum aos países nos quais vigora o princípio básico da distinção entre
pessoa jurídica e seus componentes, bem como, da separação patrimonial entre estes.
A desconsideração é um conceito ligado ao funcionamento da pessoa
jurídica, tal fato deixa pouca margem para definições apriorísticas de caso. Nada
correspondendo aos assuntos da validade da constituição, estrutura, legalidade dos
atos. Para estes atos associados a defeitos tais como simulação, fraude, nulidade; o
direito oferece remédios análogos à desconsideração; mas que não devem ser
confundidos com a mesma.
Cabe falar da desconsideração quando não haja uma solução legislativa
específica para os eventuais desvios de função da pessoa jurídica.
Para que se possa aplicar a teoria da desconsideração da personalidade
jurídica é necessário que o ordenamento jurídico considere a personalidade jurídica da
sociedade como distinta da personalidade de seus membros o que em regra ocorre.
Outro requisito importante para viabilizar a aplicação da teoria da
desconsideração é a existência de responsabilidade limitada, isto porque esta limitação
é que foi utilizada como instrumento para a perpetração do abuso cometido. É
importante salientar que a responsabilidade do sócio varia de acordo com o tipo de
sociedade ao qual pertence.
Diante de tais fatos pode-se restringir a aplicação da teoria a dois tipos
societários, que são as sociedades anônimas e as sociedades por quota de
responsabilidade limitada. Nas sociedades onde os sócios têm responsabilidade
limitada e ilimitada, os sócios dirigentes sempre serão responsabilizados ilimitadamente
o que inviabiliza a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica.
Quanto às pessoas jurídicas de direito público, são elas responsabilizadas
civilmente por atos de seus representantes que se beneficiem desta qualidade
utilizando a pessoa jurídica para prejudicar terceiros, ressalvado o direito de regresso
contra os causadores.
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A disregard doctrine não visa à desconstituição da personalidade jurídica, ou
seja, a despersonificação. Desconsideração e despersonificação são diferentes. E esta
diferenciação precisa ficar clara.
A despersonificação tem por finalidade a anulação da personalidade jurídica,
por lhe faltar condições de existência, como nos casos de invalidade do contrato social
ou dissolução de sociedades. Já a desconsideração visa à desconsiderar, apenas no
caso concreto, o instituto da pessoa jurídica.
A doutrina da desconsideração nega precisamente o absolutismo do direito
da personalidade jurídica, superando-se a existência de personalidades distintas entre
a sociedade e os sócios, e atingindo-se a personalidade de seus membros, para
questionar certos atos dos sócios. A personalidade jurídica passa a ser
desconsiderada, doutrinariamente, um direito relativo, que permite ao juiz deixá-la de
lado para atingir a personalidade de seus sócios e coibir os abusos ou condenar a
fraude por meio de seu uso.
A teoria da desconsideração não visa a destruir ou questionar o princípio da
separação da personalidade jurídica da sociedade da dos sócios, mas, simplesmente,
funciona como mais um reforço ao instituto da pessoa jurídica, adequando-o a novas
realidades econômicas e sociais, evitando que seja utilizado pelos sócios como forma
de encobrir distorções em seu uso.
O objetivo da teoria é desconsiderar, momentaneamente, a personalidade
jurídica da sociedade para atingir os bens particulares dos sócios na hipótese de
comprovação da prática de atos fraudulentos, preservando-se desse modo, os
interesses e direitos dos credores prejudicados pelo mau uso da sociedade. (MÔNICA
GUSMÃO, 2011, p.159).
O que se pretende com a doutrina da desconsideração não é a anulação da
personalidade jurídica em toda sua extensão, mas apenas a declaração de sua
ineficácia para determinado efeito em virtude de seu uso ter sido desviado da sua
legítima finalidade (abuso de direito), ou para prejudicar credores ou terceiros, ou ainda
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para frustrar a lei (fraude), mas a teoria tem sobretudo o objetivo precípuo de combater
a injustiça.
2) O ARTIGO 50 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002
Apesar de o instituto ser de construção pretoriana, ou seja, criada pela
jurisdição, e teorizada pelos doutrinadores, não afasta a possibilidade, nem mesmo a
necessidade, de previsão legal, ao menos no que tange ao reconhecimento da
possibilidade da desconsideração e de sua aplicabilidade, por isto foi edificada pelos
legisladores, dentro do nosso ordenamento jurídico.
Devemos citar o artigo 50 do Código Civil, já que neste encontra-se prevista
a desconsideração da personalidade jurídica.
Vejamos o que prescreve o artigo 50 do Código Civil de 2002:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Este artigo estatui que, em caso de abuso da personalidade jurídica
(desvio de finalidade ou confusão patrimonial), o juiz pode determinar (a pedido da
parte ou do Ministério Público) que os efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações sejam estendidas aos bens particulares dos administradores ou sócios da
empresa jurídica. Há confusão patrimonial quando os ativos e passivos entre sócio e
sociedade se confundem.
Portanto, abre-se aqui mais uma porta à esfera de legit imação
ativa do Ministério Público, quer dizer, o mesmo, também, está apto a
requerer do órgão judiciário a decisão de desconsideração da
personalidade jurídica da sociedade empresária.
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O que os juizes devem ter em mente, quando se depararem com o
requerimento ou pedido de desconsideração efetuado pela parte ou pelo Ministério
Público, é o fato de que devem aplicar a teoria da desconsideração onde estiverem
presentes os requisitos, quais sejam, a fraude ou abuso de direito, pois esta formulação
doutrinária corresponde a uma aplicação mais justa da teoria, pois se assim não fosse,
estaria comprometido o próprio instituto da pessoa jurídica, que traz enorme impulso ao
desenvolvimento da economia.
Demais disso, o texto não é um primor de clareza, pois fica obscuro o fato de
que a desconsideração da personalidade jurídica visa apenas à efetivar a
responsabilidade do sócio sobre aqueles bens incorporados à sociedade, e que a
pessoa jurídica poderá continuar no mais em sua atividade normal.
Principalmente porque tal artigo não é dos mais elucidativos é que pesquisas
e estudos sobre o tema merecem atenção e cuidado.
3) O SÓCIO DIANTE DA DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
Como visto, a desconsideração da pessoa jurídica pode acarretar
responsabilidades para o sócio podendo, inclusive, afetar o seu próprio patrimônio.
Desta forma, a análise do sócio é de fundamental importância, no presente momento.
3.1) QUEM É O SÓCIO
Sócio é a pessoa que reciprocamente se obriga a contribuir, com bens ou
serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
Conforme Rubens Requião (2003, p. 424):
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Conforme o tipo de sociedade, o sócio pode ter uma denominação especial. Assim, diz-se sócio solidário ao da sociedade em nome coletivo; sócio comanditado ou sócio solidário e sócio comanditário, na sociedade em comandita simples; sócio de indústria ou da sociedade que participa com seu trabalho; sócio ostensivo ou sócio oculto ao que integra a sociedade em conta de participação; sócio cotista na sociedade por cotas de responsabilidade limitada; sócio acionista, ou simplesmente acionista, ao da sociedade anônima”.
3.2) RESPONSABILIDADE DO SÓCIO
No estudo da responsabilidade do sócio devemos considerar a espécie de
sociedade a qual o sócio pertence. Isto porque, a natureza de cada tipo societário
determina a extensão de sua responsabilidade. A responsabilidade do sócio poderá ser
limitada ou ilimitada.
É importante ressaltar que toda sociedade empresária responde
ilimitadamente por suas dívidas, não existindo nenhuma regra que permita que ela
deixe de honrar com seus compromissos se ultrapassado algum limite. Quando se fala
em limitação da responsabilidade faz-se referência à possibilidade ou não de os sócios
responderem com seus próprios bens pela dívida da sociedade
Fábio Ulhoa Coelho (2004, p. 117-118) preleciona com brilhantismo sobre a
responsabilidade dos sócios nas sociedades ilimitadas, mista e limitadas:
A) Sociedade Ilimitada- em que todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais. O direito contempla um só tipo de sociedade desta categoria, que é a sociedade em nome coletivo (N/C); B) Sociedade mista- em que uma parte dos sócios tem responsabilidade limitada e outra parte tem responsabilidade ilimitada, são desta categoria as seguintes sociedades: em comandita simples (C/S), cujo sócio comanditado responde ilimitadamente pelas obrigações sociais, enquanto o sócio comanditário responde limitadamente; e a sociedade em comandita por ações (C/A), em que o sócios diretores tem responsabilidade ilimitada pelas obrigações sociais e os demais acionistas respondem limitadamente;
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C) Sociedade limitada- em que todos os sócios respondem de forma limitada pelas obrigações sociais. São desta categoria a sociedade limitada (LTDA.) e a anônima (S/A)
É preciso, ainda, sabermos que na sociedade em nome coletivo, conforme
preceitua o art. 1039 CC:
Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais.
Já nas sociedades em comandita simples, prescreve o art. 1045 CC que:
Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota.
O art. 1052 CC, prescrevendo a respeito da sociedade limitada afirma que:
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
Já o artigo art. 1088 CC, referindo-se à sociedade anônima prescreve que:
Art. 1.088. Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir.
Por fim, é preciso mencionar que a respeito da sociedade em comandita por
ações prescreve o art. 1090 que:
Art. 1.090. A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, sem prejuízo das modificações constantes deste Capítulo, e opera sob firma ou denominação.
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3.3) A RESPONSABILIDADE DO SÓCIO NA DESCONSIDERAÇÃO
Como dito anteriormente, a aplicação da teoria da desconsideração se
restringe a dois tipos societários, que são as sociedades anônimas e as sociedades por
quota de responsabilidade limitada.
No caso das sociedades anônimas a desconsideração se justifica no fato de
inexistir qualquer acionista que responda por dívidas da pessoa jurídica, e nos casos
das sociedades por quota de responsabilidade limitada, por inexistir responsabilidade
dos sócios por dívida da sociedade, desde que o capital tenha sido totalmente
integralizado.
Para que o tema fique mais claro, vejamos a responsabilidade dos sócios
nos tipos societários supracitados, nas sociedades anônimas e nas sociedades
limitadas.
• Sociedade anônima: A lei das Sociedades Anônimas (lei 6.404/76) veio
tratar das sociedades coligadas, controladoras e controladas, empresas que, durante
muito tempo, prejudicavam os acionistas minoritários, os credores comerciais,
trabalhistas e o próprio Fisco, além de praticar abuso do poder econômico nos
mercados.
O objetivo desta lei é evitar prejuízos para o sócio minoritário ou para
terceiros, credores da companhia, ela contempla situações de responsabilidade
pessoal, subsidiária ou solidária de terceiros, a fim de evitar abusos que pudessem ser
praticados com a utilização da pessoa jurídica.
Na sociedade anônima, o capital social é dividido em ações, é sociedade de
capital e não de pessoas, a responsabilidade dos sócios é limitada ao preço de emissão
das ações subscritas ou adquiridas, é sempre empresarial independentemente de seu
objeto social.
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A existência de sociedades coligadas manifesta-se quando uma participa
com 10% ou mais do capital de outra, sem controlá-la (art. 243, § 1º da lei de nº
6.404/76), o controle ocorrera quando uma sociedade tiver sobre a outra
preponderância nas liberações sociais e poder para eleger maioria dos administradores
(art. 243, § 2º da lei de nº 6.404/76).
As sociedades coligadas, controladoras e controladas que mantém entre si
relações societárias segundo o regime legal de sociedades isoladas constituem grupos
de fato. As sociedades controladas e controladoras constituídas através de convenção
arquivada no registro do comércio da sede da sociedade de comando denominam-se
grupo de direito.
O legislador, nos grupos de direito, não assegurou a devida proteção nem
aos não controladores nem aos terceiros. Aos não controladores é garantido o direito
de retirada no momento da constituição do grupo (art. 270, p.u), e o grupo, quando já
constituído, terá ação somente contra a sociedade controladora e contra os
administradores da controlada quando houver violação da lei ou violação do grupo
(art.276).
Contra terceiros credores, exclui toda e qualquer responsabilidade legal de
uma sociedade por débito da outra.
Os credores do grupo não são protegidos diretamente pelo legislador, os
terceiros que se sentirem prejudicados por atos praticados com fundamento na
existência do grupo podem recorrer somente a uma interpretação ampliativa dos artigos
116 e 117.
Os artigos 116, 117 e 246 da Lei das Sociedades Anônimas versam sobre o
problema da responsabilidade civil do acionista controlador e da sociedade controlada,
porém não se pode afirmar que tais dispositivos possuem qualquer relação com a teoria
da desconsideração da personalidade jurídica, pois responderá pelo dano aquele que o
causar.
As deficiências e omissões da legislação acionária brasileira demonstram a
necessidade de aplicação de soluções na linha da Disregard Doctrine.
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• Sociedade por quotas de responsabilidade limitada ou sociedade limitada:
Instituída pelo Dec. nº 3.708, de 10 de janeiro de 1919.
Limitada é a responsabilidade do cotista, não da sociedade, é claro. Na
verdade, trata-se de uma sociedade empresária com a totalidade dos sócios de
responsabilidade limitada. A responsabilidade da sociedade perante terceiros é plena,
tendo em vista que esta é dotada de autonomia jurídica.
Observa-se que na sociedade por quota de responsabilidade limitada, os
sócios gerentes ou que derem nome à firma não respondem pessoalmente pelas
obrigações contraídas em nome da sociedade, mas respondem para com esta e para
com terceiro, solidária, ilimitadamente pelo excesso de mandato e pelos atos praticados
com violação de contrato social ou lei.
O sócio gerente que praticar atos lesivos aos interesses sociais respondera
perante terceiros, perante a própria sociedade ou perante os outros sócios. Não se
pode, dessa forma, afirmar que na lei de sociedades por ações exista dispositivo que
consagre a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica.
Nesse sentido, vários estudiosos da teoria da desconsideração
consideravam as hipóteses de responsabilidade dos sócios, gerente ou administradores
como de desconsideração. É possível que alguns desses estudiosos seduzidos pela
novidade da matéria tenham sido tentados a adequar os dispositivos legais que versam
sobre responsabilidade civil por atos próprios aos princípios fundamentais da teoria da
desconsideração.
Tal posicionamento só veio a dificultar a aplicação da teoria da
desconsideração no direito brasileiro. A aplicação da desconsideração exige não só a
prova do dano, como também a existência da fraude ou do abuso, enquanto na
responsabilização, o responsável não se oculta atrás da personalidade da sociedade;
ele responde por atos próprios, como na prática de ilícito, aplicando-se para sua
responsabilização o art. 159 do Código Civil, conjugado com os dispositivos da
legislação societária.
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4) O CREDOR EM FACE DA DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
Caso seja aplicada a teoria da desconsideração da pessoa jurídica, os sócios
poderão responder com o patrimônio próprio perante as obrigações contraídas em
beneficio de terceiros que são denominados de credores.
Apesar de não ser o objeto principal do presente trabalho, algumas
considerações a respeito dos terceiros credores devem ser feitas, para elucidar a
questão.
Por credor devemos entender como sendo aquela pessoa que possui um
crédito a receber de uma pessoa que é denominada de devedor.
O objeto do crédito irá variar de acordo com o tipo de obrigação contraída,
podendo este ser oriundo de uma obrigação de fazer, não fazer, entrega de coisa certa
ou incerta, ou obrigação consistente em pagar certa quantia em dinheiro.
Conforme se viu anteriormente, ao aplicar-se a desconsideração da pessoa
jurídica deixa de existir a autonomia do patrimônio da empresa, deixando de haver, na
realidade, a separação entre o patrimônio dos sócios e o patrimônio da empresa.
Há que se ressaltar que, a autonomia do patrimônio da empresa é
justamente uma das características mais importantes da constituição da pessoa
jurídica, conforme foi exaustivamente trabalho no momento oportuno.
Desta forma, pode-se concluir que se for aplicada a desconsideração da
pessoa jurídica, o credor poderá buscar satisfação de seu crédito, não só no patrimônio
da empresa, mas, também, no patrimônio individual de cada sócio. Isto porque, é
justamente esta a possibilidade de maior importância quando se aplica a
desconsideração da pessoa jurídica.
Em relação à situação do credor em face da desconsideração da pessoa
jurídica, propriamente dita, a doutrina é silente, não existindo comentários específicos a
respeito. Assim, tal conclusão ficou a cargo do pesquisador, que diante da análise
realizada pode afirmar que os credores poderão sim, caso a personalidade jurídica seja
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desconsiderada, buscar satisfação do crédito no patrimônio particular de cada sócio,
sempre visando à plena satisfação do crédito.
Ao que parece é justamente esta a intenção da lei, haja vista que, a pessoa
jurídica será desconsiderada quando existir fraude ou abuso de direito.
REFERÊNCIAS
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Brasília: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Código Civil (2002). Brasília. LEI n. 6.404-15 dez. 1976. Dispõe sobre
sociedades por ações. Diário oficial da União. Brasília, 17 de dez. 1976. Suplemento.
LEI n. 6.015-31 dez. 1973. Dispõe sobre os registros públicos.
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Revista dos Tribunais, 1989.
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GUSMÃO, Mônica. Lições de Direito Empresarial. 10ª Ed. Rio de Janeiro Lúmen
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PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. v.I, Rio de janeiro:
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REQUIÃO, Rubens. Abuso de direito e fraude através da personalidade jurídica.
São Paulo: in Revista dos Tribunais, 410: 12-24, dez.1969.
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial, São Paulo, Vol. 1; 28 ed. Saraiva,
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RODRIGUES, SILVIO. Direito Civil, Parte Geral. São Paulo: Saraiva, 2002.