a robotização

23

Click here to load reader

Upload: robertinha123

Post on 24-Jun-2015

565 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: A Robotização

A Robotização Existencial

14/10/2008 por Zorze

 

Rate This

“ A maior parte das pessoas morre aos trinta e só é enterrada aos setenta “. Frase

proferida por um filósofo sueco.

Silêncio…

Vivemos cada vez mais numa sociedade desumanizada e alimentada por todos nós.

À pergunta – Então está tudo bem?

Respondemos automatica(mente) – Está tudo bem. E contigo?

Sem olharmos para a cara do nosso interlocutor.

Passados cinco minutos nem nos lembramos da Pessoa com quem interagimos.

Vivemos sob uma dominação mundial promovida por grupos que

neuro/psicologicamente nos manipula e condiciona os passos que fazemos dia-a-dia.

São eles: Grupo Bilderberg, Maçonaria, Opus Dei, Vaticano, Comissão Trilateral, CFR,

Illuminati entre muitos outros. Que lutam entre si e se toleram. Como por exemplo o

Vaticano tolera a Opus Dei, por esta, ter um braço financeiro muito longo.

Escondem-se por detrás de seitas satânicas e compram tudo o que “Money can buy”.

Page 2: A Robotização

Políticos, jornalistas, gestores, psicólogos, sociólogos, matemáticos, médicos etc…

São os grandes accionistas das grandes multinacionais que operam a uma escala global.

São os donos do mundo. Alguns excertos de pensamentos desses senhores:

Excerto de uma carta escrita por Rothschild Brothers de Londres a uma firma de

banqueiros de Nova York em 25 de junho de 1863:

“As poucas pessoas que podem entender o sistema (dinheiro em cheques e créditos) vão

estar tão interessados nos seus benefícios ou vão ser tão dependentes dele, que não

farão a menor oposição. Por outro lado, a maioria das pessoas mentalmente incapaz de

compreender a enorme vantagem que o capital extrai do sistema, carregará a sua

carga sem se queixar e talvez sem suspeitar que o sistema é hostil (inimigo) aos seus

interesses”.

Sr. Phillip A. Benson, presidente da Associação dos Banqueiros Americanos, em 8 de

junho de 1939:

“Não há maneira mais directa de se obter o controle de uma nação do que através do

seu sistema de crédito (dinheiro) “.

Em Junho de 2005, o « The Financial Times » publicou um artigo, em que o antigo

secretário de Estado Henry Kissinger, muito ligado aos negócios do petróleo, declarava:

« A procura e a competição pelo acesso à energia podem passar a ser fonte de vida ou

de morte para muitas sociedades »

e acrescentava:

« Quando as armas nucleares estiverem disseminadas entre trinta ou quarenta países e

cada um agir segundo os seus próprios cálculos , com menos experiência e a partir de

sistemas de valores diferentes, teremos um mundo permanentemente ameaçado por

catástrofes iminentes »

( Caroline Daniel “ Kissinger Warns of Energy Conflict “—The Financial Times , 1 de

Junho de 2005).

Revista do banqueiro dos EUA, de 25 de agosto de 1924:

“O capital deve proteger-se a si mesmo de todas as maneiras possíveis, por

combinação e legislação. As dívidas, os bónus e hipotecas devem ser cobrados o mais

rápido possível. Quando pelos processos da lei, as pessoas perderem os seus lares, elas

tornar-se-ão mais dóceis e governar-se-à mais facilmente sob a influência do braço

Page 3: A Robotização

forte do governo, aplicado por uma potência monetária central sob o controle dos

principais financistas.

Esta verdade é bem conhecida entre os nossos principais homens agora empenhados

em formar um império financeiro para governar o mundo.

Dividindo os votantes através do sistema político partidário, podemos fazer com que

percam a sua energia na luta por questões sem importância real. Assim, por meio de

acções discretas podemos assegurar para nós o que tem sido tão bem planeado e

executado com tanto sucesso”.

É evidente o desprezo e a arrogância.

Diz-se que o Estado, ficcionando a sociedade em classes separadas de privilegiados e

carenciados, criou a Pobreza.

Há hoje 0,5% da população que detém 70% da riqueza, deixando os outros 99,5% da

população competindo violentamente pelo restante.

Grupos que controlam as áreas fundamentais da vida das pessoas.

- Indústria Farmacêutica, Alimentar, Militar, Banca e Média.

Quando se dominava pela força e a injustiça era evidente – como 2+2 – hoje cria-se

uma falsa aparência de decisão democrática. Em todo o mundo ocidental se criou uma

espécie de binómio de direita/esquerda light que vai alternando numa suposta

legitimidade democrática. Quando os políticos já estão “comprados” por estas forças

superiores e transnacionais. A política essencial já está traçada noutros círculos.

Quem saia desta bitola de pensamento dominante logo é apelidado de extremista,

irresponsável e por fim – a técnica preferida – a desacreditação. Em suma,

marginalizado.

Por isso creio que realisticamente não poderá haver um País sozinho que corte

radicalmente com este jogo de forças. Seria o mesmo que um Homem sozinho parasse

com a sua força de braços um comboio em alta velocidade. Acabaria esmagado.

Tal é a complexidade financeira que a maior parte não entende os custos da

contaminação. O dinheiro é a doença. E vale por quem lhe dê valor. A gigantesca

economia norte-americana assente no seu desmesurado consumo é que acaba por dar

valor ao dinheiro. Por exemplo os enormes excedentes monetários chineses e indianos

aplicados em títulos do tesouro americano ficam valorizados em termos quantitativos. O

Page 4: A Robotização

dinheiro vindo do Arábia Saudita e afins de nada valeria sem o brutal consumismo

americano. Isto das finanças e do valor que se dá ao dinheiro tem muito que se lhe diga.

Por exemplo eu, se tivesse 100 mil milhões de euros (o que seria muito bom) não o

poderia aplicar em Portugal, porque, o nosso sistema financeiro não teria capacidade de

absorver esse capital..

O sistema estremeceu e percebeu que se as pessoas não “puderem” pagar e não

“poderem” comprar, o sistema entra em colapso.

Como proposta exequível, nos tempos que correm, será pela informação e desmontagem

de assumpção em bases mentais sólidas e realistas, através do esclarecimento. Como

alguns colegas Revolucionários dizem e muito bem – A Revolução são todos os dias.

Esta crise não está resolvida, mas sim, adiada na manipulação do Homo Sapiens

Endividatus. O robotizado, por parte, da incomensurável crescente oferta da mão-de-

obra que lhe retira A Capacidade de Decisão.

Não se curou as causas da droga, mas, os sintomas.

Page 5: A Robotização

A Robotização Humana

Estive pensando esses dias, como o homem está sendo manipulado e virando uma espécie de "robô" sem perceber. A humanidade está tornando o planeta um lugar muito chato. Faz tempo que não nos encantamos com um "ser diferente". Antigamente as pessoas eram diferentes. Tinham hábitos diferentes umas das outras. Cada uma com uma rotina.

Existiam os grupos que compartilhavam das mesmas idéias, aliás, muitos grupos, uns bem diferentes dos outros, pois haviam vários assuntos interessantes que geravam a criação dos grupos. Para citar alguns - Grupos de pessoas que gostavam de um certo gênero musical - Grupo de amantes da MPB - Grupo de amantes do Rock - Grupo de amantes do Samba e por aí vai...

Além da música, vários outros assuntos eram motivos - Literatura, História, Futebol, Política, etc...Com isso o mundo era bem mais interessante. Sempre tinha algo novo surgindo, pessoas com novas idéias, novos visuais, ideologias, novas maneiras de abordar um assunto que já parecia estagnado. 

Não falo de famosos não. Pessoas comuns eram mais cultas, pois se absorvia cultura na rua, ao contato com pessoas diferentes se aprendia muito.O caso é que hoje as pessoas seguem um "padrão". A internet foi muito responsável por essa "robotização do ser humano". 

Hoje o padrão mais usado são das "redes sociais". Acredito que pelo menos 80% dos humanos hoje fazem parte de redes sociais. Então todos postam fotos no orkut e no facebook, comentam as fotos dos amigos, lêem os comentários que fizeram de suas fotos, tweetam assuntos ordinários do cotidiano. O mundo perde pelo menos 2 horas (sendo bem modesto) de cada pessoa por dia para a atualização destes.

Hoje é um movimento tão forte, que ao contrário de antigamente onde as pessoas se dedicavam ao que gostavam sem se importar com o que os outros iriam achar, não se importavam em ser diferentes, hoje todo mundo corre pra ser igual. A maioria é caminho. Pra que pensar pra onde devo ir? Só preciso seguir o caminho que todos estão indo.

Não só pela internet, o modelo de vida (pelo menos do Brasileiro) é muito igual = Trabalho, estudo, orkut, facebook, twitter, msn, balada (volta) Trabalho, estudo, orkut.............Todos buscam o padrão. Até os desejos materiais são iguais - Carros iguais, Motos iguais, Apartamentos iguais, Roupas. Ninguém quer ficar de fora. Mas a busca de todos é a mesma, parece que rolou uma bifurcação e todos foram alinhados para um só caminho! Estamos parecendo GADO sendo guiado para o pasto.

Page 6: A Robotização

A música se tornando cada dia mais eletrônica, facilitando demais a "falta criatividade" do autor. Gravações manipuladas, corrigindo digitalmente erros humanos. 

O Pink Floyd era uma banda revolucionária porque a cada disco novo, cada música nova, eles apresentavam pro mundo um efeito novo, uma abordagem de gravação jamais imaginada. A Música "Money" mostra uma abertura simplesmente épica. Eles usaram uma caixa registradora como elemento rítmico na gravação, quando isso apareceu pro mundo, foi quase um orgasmo geral da nação!

Hoje ninguém se liga nisso. Pelo menos da minha geração pra cá (1983), nossos ouvidos já foram tão acostumados há "N" tipos de efeitos que um computador pode criar, que não nos causa mais espanto. Aliás, hoje gravação nenhuma causa espanto ou interesse. Só as que conseguem ser ruins mesmo com todos os artifícios tecnológicos.

No Futebol, um horror. TOPA TUDO POR DINHEIRO. Eu sou um dos otários que acompanha. Leio três blogs por dia sobre Futebol, acompanho todos os jogos do Corinthians, programas de comentaristas, mas assino em baixo que sou um trouxa por fazer isso. Com tanto dinheiro envolvido, sumiu o espetáculo. Os jogadores querem mais é que se foda qualquer time, torcida. O Neymar que todo Santista se orgulhava, ta puto com o Santos porque não querem libera-lo para o Chelsea por 35 milhões de Euros. Que identificação esse jogador tem com a torcida ou com o clube?

Na mídia - Estava assistindo o CQC (esse sim um programa diferente, mas sempre "barrado" por essa ditadura por baixo dos panos que estamos vivendo), e vi que a Daniela Mercuri está concorrendo a melhor cantora de Pop/Rock/Hiphop. Ela já cantou um desses gêneros na vida?

Ou seja, o que tem de novo? Será que alguém pode me mostrar algo novo feito pelo homem sem manipulação do CPU ou do Dinheiro? Algo que nos encantem pelo PURO TALENTO e CRIATIVIDADE igual o surgimento dos Beatles, ou o futebol de Garrincha, que jogava 10.000x mais que qualquer moleque bilionário hoje.

A única coisa que nos diferencia dos animais é o pensamento e, a cada dia estamos usando menos esta vantagem. Acho até que é por isso que falta pouco para Homens e Mulheres "se comerem" como cachorros no meio da rua.

Se você discorda de mim, ótimo, pelo menos você usa o pensamento e consegue visualizar uma outra analise! (Se você não for um TROLL, né! pois como expliqueinaquele post sobre os TROLL'S, qualquer coisa que for dita neste blog será atacada pelos meus TROLL'S, mas isso eu já expliquei no outro tópico.rsrs) 

Se concordar, por favor, pense e reflita se concorda mesmo. 

Se sim, estamos juntos nesta desilusão criativa.

Page 7: A Robotização

É um assunto muito complicado, tem muitas "agravantes". Só quero relatar minha indignação por sentir que a sociedade está parecendo um bando de zumbis andando lentamente atrás da carne viva por um só caminho, um atrás do outro.

Pra quem busca criatividade cultural, tá tudo muito chato.

Page 8: A Robotização

Carta da Rede Nacional da Primeira Infância aos CongressistasEnviado por criancanoparlamento, qui, 13/05/2010 - 11:19em

Educação

Excelentíssimas Senhoras Deputadas e Senhores DeputadosA REDE NACIONAL PRIMEIRA INFÂNCIA, formada por 74 organizações da sociedade civil, do governo, do setor privado, de organizações multilaterais e outras redes de organizações, vem solicitar a Vossas Excelências a rejeição do dispositivo constante do PL nº 6755/2010 (original PLS nº 414/2008) que pretende obrigar as crianças de cinco anos a ingressar no ensino fundamental. O Projeto se encontra na Comissão de Educação, em regime de prioridade. Diz o texto:

“Art. 6º. É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos 5 (cinco) anos de idade, no ensino fundamental.

Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 5 (cinco) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante…

Art. 87…………… § 3º ………………………………………………………………….I – matricular todos os educandos a partir dos 5 (cinco) anos de idade no ensino fundamental”.A proposta é um atentado contra a infância e um desserviço à educação básica brasileira. Além disso, muda o processo educacional de 3 milhões de crianças, implica qualificação de 100 mil professores e impõe novas exigências aos sistemas de ensino dos 5.560 municípios, que não foram ouvidos sobre essa matéria. O argumento do Projeto repousa na intenção de estabelecer coerência entre o início do ensino fundamental e o término da educação infantil (“até cinco anos de idade”, segundo o texto constitucional, art. 208, IV). Interpreta que as Leis nº 11.114/2005 e 11.274/2006 estão incorretas ao estabelecer o início do ensino fundamental aos seis anos, como se houvesse um vácuo entre o ”até cinco” e “aos seis”. Ora, a faixa etária da educação infantil foi alterada pela Emenda Constitucional nº 53/2006 precisamente para adequá-la à modificação introduzida pelas leis acima citadas.

Consideremos, preliminarmente, o significado etário da expressão “até cinco anos”. Não nos parece válido interpretar “até cinco” como: “nenhum dia além da data de aniversário do quinto ano”. Se fosse correta essa interpretação, o adolescente com 17 anos e um dia já estaria fora da inimputabilidade penal e desnecessárias seriam as inúmeras e felizmente frustradas tentativas para baixar a idade penal…  Diríamos, também, que um bebê de um dia de vida, com um mês, com dois meses… tem um ano de idade e deve ser cuidado como criança de um ano… Seria um desastre para sua sobrevivência, saúde e educação. Da mesma forma, ninguém diz, no dia seguinte ao aniversário de 50

Page 9: A Robotização

anos, que tem 51… Ora, o argumento do PL 6755/2010 (PLS 414/2008) de que o ensino fundamental começa aos seis anos de idade e, portanto, deve matricular a partir do dia imediatamente posterior à celebração do aniversário de cinco anos comete esse deslize de interpretação.

O que está em jogo, no entanto, não é um número – cinco ou seis – mas a infância, o direito de ser criança e tudo o que este direito implica, inclusive a aprendizagem de acordo com as características da idade. Começar o ensino fundamental aos cinco anos equivale a estar a criança impedida de ser criança, a perder a infância e ser proibida de brincar? Não pelo fato de estar na 1ª série, mas por aquilo a que ela é submetida. Basta ler as freqüentes reportagens sobre as conseqüências perversas do atendimento inadequado: (a) estresse, por ver-se diante de exigências de aprendizagem, de testes de avaliação e ter que corresponder à expectativa da professora e dos pais, (b) problemas de saúde causados pela inadequação dos longos horários estáticos e das cadeiras escolares muito grandes para o tamanho da criança, (c) diminuição radical, quando não a supressão do tempo de brincar, substituição da ludicidade pelo ensino formal e impositivo, a que o próprio professor se vê condicionado, (d) aumento da reprovação e sua repercussão sobre a auto-estima e a expectativa da criança em relação à escola.A antecipação do início do ensino fundamental para cinco anos será, forçosamente, um fracasso pedagógico, aumentando a reprovação e a exclusão escolar, além de uma violência contra a infância.

O que se pretende obter com essa antecipação?Não o desenvolvimento sadio das crianças, por que lhes rouba um ano de infância e da experiência pedagógica da educação infantil. A pedagogia, a psicologia e a própria neurociência atestam que o tipo de vivência educacional que as crianças têm na educação infantil é fator determinante de um amplo desenvolvimento de sua personalidade e das estruturas cognitivas, sociais e afetivas que vão sustentar todo desenvolvimento posterior da pessoa. Processos formais precoces de ensino entram na linha do “treinamento” e da robotização.Não o aumento da escolaridade, porque a maioria das crianças de cinco anos já está na pré-escola. Com a obrigatoriedade estabelecida pela EC 59/2009, brevemente o universo delas estará sendo atendido pela pré-escola. E de forma mais adequada, por ser esta desenhada segundo a pedagogia da primeira infância.Não um benefício às famílias, porque seus filhos têm direito à educação infantil até à entrada no ensino fundamental, cujo início a lei fixa aos seis anos de idade. A Resolução 01/2010 do Conselho Nacional de Educação determina que a criança tenha seis anos completos até 31 de março no ano de matrícula para o ensino fundamental.

Não o ensino fundamental, que, em grande parte, ainda se encontra imerso no desafio de adaptar espaços, mobiliário e material didático para as crianças de seis anos de idade. Empurrar-lhes, por força de uma determinação legal, mais três milhões de crianças de cinco anos, é provocar deliberadamente o caos.Além desses equívocos, o PL 6755/2010 não pode escamotear uma velada submissão aos interesses privatistas na educação, que visam aumento de lucro com o aumento da clientela de ensino fundamental.

Page 10: A Robotização

Confiamos no elevado espírito democrático de Vossas Excelências em permitir o debate da matéria e convocar para discuti-la as organizações que reúnem os gestores da educação, técnicos e especialistas em temas de infância e aprendizagem, uma vez que um dispositivo legal de tanta relevância pedagógica não pode ser decidido à revelia do conhecimento especializado.

Agradecemos a compreensão de Vossas Excelências e colocamo-nos à disposição para quaisquer outros esclarecimentos.Rede Nacional Primeira Infância

Page 11: A Robotização

Introdução

Como primeira tentativa coerente de elaborar uma concepção de mundo cujo centro fosse o próprio homem, pode-se considerar o humanismo como a origem de todo o pensamento moderno. Ao apresentar uma breve viagem pelos períodos da história, demonstrando as mudanças nas concepções pedagógicas ao longo do tempo e enfatizando a abordagem humanista que surgiu na Renascença, em contradição da educação teocêntrica da Idade Média, este texto analisa as contribuições dos ideais humanistas à educação.

1 - Um pouco de História

Costuma-se demarcar a história do Ocidente em quatro grandes períodos, ou eras: A Antiguidade que inicia com a invenção da escrita por volta de 4000 anos (a.C.), e termina com a extinção do Império Romano do Ocidente no Século V (d.C.); A Idade Média tem como marco inicial o mesmo do fim da Idade Antiga e término com o fim do Império Romano do Oriente, mas precisamente com a queda de Constantinopla no Século XV; A Idade Moderna se inicia com o fim da Idade Medieval e termina com a Revolução Francesa no XVIII; e por fim a Idade Contemporânea que é o período atual da história Ocidental, abrange deste a Revolução Francesa até nossos dias.

Todos esses períodos possuem suas características e sua colaboração para o desenvolvimento intelectual, científico e educacional da humanidade.

A Contemporaneidade inspirada pela corrente filosófica Iluminista que valoriza a importância razão, é marcada pela confirmação do capitalismo como regime econômico mundial, e consequentemente pelas disputas por territórios e pelo mercado cada vez mais competitivo. Paralela a esses fatos, a história da educação nesse período se caracteriza por inúmeras correntes pedagógicas, muitas experiências e um avanço moderado, em comparação com o desenvolvimento dos demais seguimentos da sociedade.

A Idade Moderna fundamentada pelos ideais humanistas e posteriormente iluministas, representou a grande migração do regime feudalista para o capitalismo e posteriormente o surgimento das indústrias, o desenvolvimento das cidades e busca por novos territórios. As inúmeras invenções que apareceram nesse período possibilitaram um desenvolvimento social inquestionável. No que diz respeito à educação, um novo tempo surge, deixando para traz a escolástica que até então, influenciava todo o processo pedagógico.

Conhecida como "idade das trevas", a Idade Média é o período que para muitos historiadores menos colaborou para o crescimento intelectual da humanidade. Nessa era o cristianismo se constitui como principal religião da Europa e dominou toda manifestação científica, educacional, filosófica e espiritual, impedindo qualquer movimento oposto. A filosofia passou a receber influencia de pressupostos cristãos, a fé, a salvação, passou a fazer parte do

Page 12: A Robotização

pensamento filosófico. O latim passou a ser a língua utilizada, perdendo-se assim o acesso aos tratados científicos da Grécia Antiga e impedindo o avanço de novas tecnologias e o desenvolvimento científico. A Igreja Católica passa então a comandar o que restou de força intelectual da época. A ideologia teocêntrica imposta pelo Clero influenciou toda a sociedade medieval, a educação não ficou de fora desse contexto. Centrada em conceitos teológicos e na doutrinação católica, suas principais tendências pedagógicas são a Patrística de Santo Agostinho e a Escolástica de Santo Tomás de Aquino.

A Idade Antiga além de apresentar o surgimento da escrita, possibilitou o aparecimento de muitos Estados Nações com organizações sofisticadas, além do surgimento de muitas religiões que existem até hoje, como o cristianismo, o budismo o judaísmo e outras. Na Antiguidade as civilizações existentes apresentavam características muito distintas uma das outras e uma grande separação entre os povos, cada uma desenvolvia sua cultura e seus conhecimentos de maneira individualizada, assim a educação desse período é mais bem compreendida quando analisada cada civilização separadamente e não como educação de um período em geral.

2 - A Educação na Renascença

A partir da segunda metade do Século XIV começa a surgir na Europa, mais precisamente na Itália, uma mudança de atitude dos homens perante o mundo e a vida. Começam a perceber o inicio de uma nova era, implementando o processo de ruptura com a estrutura medieval e surgimento do período moderno. Esse período que perdurou até o século XVII é conhecido como Renascimento ou Renascença. Nele o homem procura explicar a si mesmo o significado dessa mudança, atribuindo ao "renascimento" das idéias que foram utilizadas na época clássica e ficaram de lado durante a Idade Média.

Ao romper com os ideais teocêntricos o Renascimento possibilita um grande número de descobertas, como a descoberta da imprensa por Gutenberg que difundiu o saber a e "revolta" da época, da bússola que possibilitou as grandes navegações, da pólvora que alavancou a arte da guerra, entre outras. O efeito desses acontecimentos fez com que o homem acreditasse em seu poder de superação, favoreceu o individualismo e precedeu uma infinidade de novas aventuras.

A educação do Renascimento é centrada no homem, tornando-a mais prática, com inclusão da cultura do corpo e o começo da substituição de processos mecânicos por métodos mais práticos. Infelizmente a educação da Renascença preparou apenas a formação burguesa não chegando às massas populares.

3 - O Humanismo do Renascimento

Em meio ao grande período considerado negro no mundo das ciências e da filosofia que foi a Idade Média, onde o conhecimento e as descobertas científicas era monitoradas e caçadas pelos poderes eclesiásticos dominantes, os pensadores da época começam a reaver uma concepção de mundo baseado no homem, pensamento que é atribuído à Cícero (106-43 a.C.) e

Page 13: A Robotização

praticado na Grécia antiga, era o humanismo que dava sustentação ideológica ao Renascimento.

Com o humanismo o homem volta a ser centro das coisas depois de grande tempo interpretando tudo através do prisma divino. De modo geral, o humanismo prega que todas as pessoas têm dignidade e valor, e, portanto, devem fazer jus ao respeito dos seus semelhantes. Não separa homem e natureza, mas considera o homem um ser natural diferente dos demais, manifestando essa diferença como ser racional e livre, agente ético, político, técnico e artístico.

O Humanismo é considerado a origem de todo o pensamento moderno ao tentar elaborar uma concepção onde o homem era o centro. Ocorreu nos séculos XIV ao XVI e tem como principal sede a Itália, mas logo se espalhou por grande parte da Europa.

Enquanto reflexão centralizada no homem o humanismo sempre existiu, mas foi nesse período que se estabeleceu um programa humanista o qual podemos sintetizar em três pontos fundamentais: 1) o objetivo básico do conhecimento é o homem e o significado da vida; (2) nenhum filósofo detém o monopólio da verdade; e (3) existe uma afinidade entre a cultura clássica pagã e o cristianismo, já que o ensinamento sobre o homem, a vida e a virtude ministrado pelos autores clássicos pode ser integrado ao cristianismo.

Com o tempo o humanismo influenciado pelas reformas religiosas começa a perder território, mas a noção de racionalidade e a nova visão de mundo difundida por esse ideal sobreviveram nos pensadores racionalistas e empiristas que formaram a base do pensamento iluminista.

4 - A Educação Humanista

Com o avanço da burguesia urbana na Itália nos últimos séculos da Idade Medieval, criou uma nova classe enriquecida que passou a dar destaque à cultura, antes monopolizada pela igreja e os grandes nobres, e buscar uma educação que pudesse colaborar para gestão e manutenção de seus recursos, pois a educação teológica já não atendia as suas necessidades. Assim adaptaram os ensinamentos à nova época, com programa de estudos, orientado para facilitar conhecimentos profissionais e atitudes mundanas, compreendia a leitura de autores antigos e o estudo da gramática, da retórica, da história e da filosofia moral. A partir do século XV deu-se a esses cursos o nome de studia humanitatis ou "humanidades", e os que os ministravam ficaram conhecidos como humanistas.

Essa nova pedagogia tinha como atributo a valorização da infância e da juventude, afirmando sua autonomia e diferença em relação à idade adulta, preservando sua inocência ingenuidade. Mudando a concepção de homem que é formada por essa renovada educação. Um homem que quer ver seu desenvolvimento, mais laico, reflexivo e que usa mais a razão.

Page 14: A Robotização

Em seu livro História das idéias pedagógicas, Moacir Gadotti aponta como principais pensadores da educação humanista no renascimento:

- Vittorino da Feltre (1378-1446), teria criada a primeira "escola nova", com ensino individualizado, com autogoverno dos alunos;

- Erasmo Desidério (1467-1536), exerceu uma grande influencia na literatura européia do século XVI, principalmente com sua obra Elogio da loucura. Defendia que o homem deveria criar seu próprio caminho, enquanto ser inteligente e livre;

- Juan Luís Vives (1492-1540), defendia o método indutivo e se pronunciou a favor dos exercícios corporais. Foi um dos primeiros a reivindicar uma remuneração do Estado aos professores;

- François Rabelais (1483-1553), valorizava a natureza em detrimento dos livros, foi um dos principais críticos da educação escolástica, enaltecendo as ciências naturais e as ciências do homem, mas foi acusado por muitos de enciclopedismo;

- Michel de Montagne (1533-1592), vislumbrava a educação como forma de protesto, não aceitava o trabalho educativo como simples forma de memorização sem considerar a razão e consciência. É considerado o fundador da pedagogia da Idade Moderna.

5 - A Educação Humanista nos Últimos Tempos

Duas Grandes Guerras; diferenças sociais intensificando; discriminação racial separando nações; cenário político-econômico mundial dividido em duas grandes potências disputando entre si toda forma de poder; o capitalismo confirmando sua soberania mundial são fatos que acarretaram uma grande transformação no cenário sócio-econômico mundial no final do século XX. E a educação ao tentar acompanhar essa transformação, passou por inúmeras mudanças de concepções, como a escola nova, o construtivismo, o tecnicismo, e outras.

Talvez não tivesse ocorrido uma corrente pedagógica humanista nos últimos tempos, mas o humanismo, como valorização do homem, busca de métodos práticos e desenvolvimento do raciocínio, esteve inserido em quase todas as concepções pedagógicas do século XX. Mizukami (1986) identifica em sua obra, "Ensino: as abordagens do processo", dois enfoques tipicamente humanista, predominantes principalmente no Brasil, do psicopedagogo estadunidense Carl R. Rogers e do educador escocês Alexandre S. Neill.

O ensino nessa abordagem é totalmente centrado no aluno. Considera o aluno como uma pessoa situada no mundo e em processo constante de descoberta. Conforme a citada autora, nessa abordagem:

O professor em si não transmite conteúdo, dá assistência,sendo facilitador da aprendizagem. O conteúdo advém das próprias experiências

Page 15: A Robotização

dos alunos. A atividade é considerada um processo natural que se realiza através da interação com o meio. (...) O professor não ensina: apenas cria condições para que o os alunos aprendam. (Mizukami 1986, p. 38)

Desse modo, as experiências pessoais e subjetivas são fundamentais para o conhecimento no processo de ensino-aprendizagem. O importante é aprender a aprender. Assim, a educação assume significado lato, sendo "educação do homem e não apenas da pessoa em situação escolar, numa instituição de ensino".

Tanto Rogers quanto Neill consideravam o ser humano essencialmente bom, em cada indivíduo há um núcleo positivo que caracteriza o valor pessoal e que tende a expressar-se. A pessoa é mais que um organismo biológico, é um ser humano que pensa, sente, escolhe, decide, é um ser com capacidade de mudança. Por isso, a educação deve ver tais características e centrar seu processo nas necessidades do aluno.

Rogers propunha uma aprendizagem significativa que ocorre quando o conteúdo é percebido como relevante pelo aluno, que só aprende significativamente os conhecimentos que entende estarem de acordo com seus ideais e propósitos, que favoreçam seu crescimento como pessoa. De acordo com sua motivação para aprender, o aluno irá escolher as experiências nas quais irá agir de forma que melhor convenha ao alcance de seus objetivos.

Ainda como representantes dessa corrente pode-se citar Célestin Freinet, Maria Montessori e Paulo Freire cujas idéias estão integradas ao humanismo.

Ser um educador humanista, na visão de Célestin Freinet, é ter a capacidade de desenvolver plenamente todas as capacidades da criança. Freinet procurou aprimorar todas as atividades infantis, tendo como concepção o bem-estar e a dignidade da criança como ser humano. E ele foi muito além, no que se refere aos valores ideológicos e até mesmo religiosos, levando em conta a "ética humana". Muitas das palavras ditas por Freinet ao longo de sua vida vêm ao encontro da Declaração Universal dos Direitos das Crianças, da ONU.

Montessori tem seu trabalho mais voltado para a infância, mas ao estabelecer um método de ensino centrado em um trabalho educativo que pressupõem a compreensão das coisas a partir delas mesmas, que estimula e desenvolve na criança, um impulso interior que se manifesta no trabalho espontâneo do intelecto, defendia uma educação cuja lógica era a formação integral do jovem, uma educação para a vida, ou seja, uma educação mais humana.

Ao apresentar uma proposta de práticas necessária à educação que desenvolve a autonomia do educando e sua insubmissão, o grande educador brasileiro Paulo Freire enfatiza pontos primordiais do humanismo, que deveriam ser utilizados pelos educadores em busca de um processo de ensino para a liberdade, para a libertação e superação das estruturas impostas e conhecimentos pré-estabelecidos. Ensinar, para o autor, é uma especificidade humana, portanto ao longo de sua obra, Freire apresenta várias formas e enfatiza a importância do humanismo educacional.

Page 16: A Robotização

6 – Por uma Educação Humanista no Terceiro Milênio

O século XXI inicia-se com a necessidade do capitalismo de criar uma ordem mundial que possíbilite realização de transações financeiras, e expanção de seu negócio, até então restrito ao seu mercado de atuação, para mercados distantes e emergentes, tendo como base a comercialização e distribuição de mercadorias, principalmente em benefício dos países centrais, é a chamada globalização.

Esse novo cenário que se consolida com a criação de blocos econômicos, aproximou e ao mesmo tempo distanciou as nações. Aproximou no sentido da interação comerciais entre países, na chegada das tecnologias de ponta em quase toda parte do globo, com a divulgação de fatos ocorridos em uma região para todo o mundo. Mas afastou no sentido dos países ricos estarem cada vez mais distantes dos menos privilegiados, permitiu uma maior exploração de riquezas regionais por grupos multinacionais, além de gerar uma grande manipulação de nações privilegiadas em regiões pobres. Dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) apontam para existência de pelo menos 220 milhões de pobres na América Latina, sendo que mais da metade deles são crianças ou jovens. Dados que confronto com a grande concentração de riqueza em uma minoria avantajada.

Nesse contexto de diferenças onde está situada a educação? A educação como um todo, ao longo do tempo vem perpetuando um sistema dualista, onde a classe operária é educada pra continuar sendo operário e os filhos da classe dominante continuem sendo os opressores, contribuindo para as disparidades sociais e aumentando ainda mais o número de estudantes que afastam da escola por não considerarem importante o estudo em sua vida. E logo a educação que deveria ajudar as classes subalternas na busca de uma sociedade mais justa, onde todos pudessem compartilhar benefícios, que hoje são de poucos.

Não deve ser desconsidera o importante papel da escola quando se trata da preparação das novas gerações para o enfrentamento das exigências do novo milênio, nesse sentido é urgente que se rompa com a concepção dualista da educação para um resgate da educação realmente humanista, onde todos os alunos serão considerados verdadeiramente iguais em todos os sentidos da palavra, que possa desenvolver a aprendizagem significativa de Rogers "que provoque uma modificação, quer seja no comportamento do indivíduo, na orientação futura que escolhe ou nas suas atitudes e personalidade".

Em tempos em que a sociedade se torna cada vez mais robotizada, que o contato interpessoal está perdendo espaço pela interação com máquinas, é imperativo que a educação não entre nesse processo operacional e deixe de valorizar o racional. Assim o sistema educacional ao incorporar as novas tecnologias, que indiscutivelmente precisam fazer parte do universo escolar, deve estabelecer meios que não reafirme nas escolas a robotização dos seres humanos. A escola deve ser lugar de pessoas e não de máquinas.

Page 17: A Robotização

A educação do novo milênio não pode permitir que se privem os direitos de crianças e jovens de lutarem por uma vida mais digna e justa. Como afirma Paulo Freire todo ato educativo é um ato político, por isso o educador consciente de seu papel político-social, precisa permitir em sua prática a liberdade intelectual, promover a autonomia e o pluralismo de pensamentos, e tentar com sua pedagogia, libertar seus alunos da ignorância, do preconceito, do capricho, da alienação e das falsas consciências, buscando desenvolver as potencialidades humanas de cada um. Isso é humanismo e é disso que a sociedade precisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABBAGANANO, Nicola. História da Filosofia – Volume 5. 4ª edição Editorial Presença, Lisboa, 2000;

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação. 11ª Edição. Editora Brasiliense. São Paulo, 1984;

CAMBI, Franco. História da Pedagogia. Editora da Unesp, São Paulo, 1999;

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 26ª Edição. Editora Paz e Terra, São Paulo, 2003;

GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. 4ª Edição: Editora Ática, São Paulo, 1996;

MACLAREN, Peter; FARAHMADPUR, Ramin. Pedagogia Revolucionária na Globalização. Editora Dp&A , Rio de Janeiro, 2002;

MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As Abordagens do Processo. Editora EPU, São Paulo: 1986.

Ao usar este artigo, mantenha os links e faça referência ao autor:O HUMANISMO NA EDUCAÇÃO publicado 3/04/2010 por PETERSON DA PAZ em http://www.webartigos.com

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/35533/1/O-HUMANISMO-NA-EDUCACAO/pagina1.html#ixzz10wEbZ0Go