a ressureição dos mortos

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http://livrosgospel.net http://livrosevangelicos.org Nestes 02 sites, dezenas de livros grátis, vídeos musicais gospel, filmes evangélicos, vídeos infantis, e vários outros produtos grátis Sermão em memoria de Marcos Mozart Amado irmão em CRISTO JESUS a quem agora o editor desse Projeto aguarda para abraçar no dia da Ressurreição e adorar juntos aos pés do Cordeiro que nos lavou com Seu Sangue. WWW.PROJETOSPURGEON.COM.BR A Ressurreição dos Mortos Nº 66-67 Sermão pregado na manhã de Domingo, 17 de Fevereiro, 1856 Por Charles Haddon Spurgeon Na Capela de New Park Street, Southwark, Londres.

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    Nestes 02 sites, dezenas de livros grtis, vdeos musicais gospel, filmes evanglicos,vdeos infantis, e vrios outros produtos grtis

    Sermo em memoria deMarcos Mozart

    Amado irmo em CRISTO JESUSa quem agora o editor desse Projeto

    aguarda para abraar no dia da Ressurreioe adorar juntos aos ps do Cordeiro que nos lavou

    com Seu Sangue.

    WWW.PROJETOSPURGEON.COM.BR

    A Ressurreio dosMortos

    N 66-67Sermo pregado na manh de Domingo, 17 de Fevereiro, 1856

    Por Charles Haddon SpurgeonNa Capela de New Park Street, Southwark, Londres.

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    H de haver ressurreio dos mortos, tanto dos justos como dosinjustos Atos 24:15.

    Meditando outro dia sobre o triste estado das igrejas em nosso tempo,fui conduzido a observar em retrospectiva aos tempos apostlicos, e a

    considerar em qu difere a pregao destes dias da pregao dosapstolos. Notei a vasta diferena em seu estilo em relao oratria

    formal e determinada da poca presente. Observei que os apstolos notomavam um texto quando pregavam, nem se reduziam a somente umtema, e muito menos a algum lugar de adorao, e tambm descobroque paravam em qualquer lugar e declaravam desde a plenitude de seucorao o que sabiam de Jesus Cristo. Mas a principal diferena queobservei radicava nos temas de sua pregao. Me surpreendi quandodescobri que o elemento principal da pregao dos apstolos era aressurreio dos mortos. Percebi que eu estava pregando sobre a

    doutrina da graa de Deus, que havia sustentado a livre eleio, queestava conduzindo ao povo de Deus da melhor maneira que podia sprofundas coisas de Sua palavra; mas me surpreendi ao descobrir queno estava copiando a maneira apostlica, nem sequer a metade do que

    eu poderia ter feito.Os apstolos, quando pregavam, sempre davam testemunho da

    ressurreio de Jesus, e a consequente ressurreio dos mortos. Pareceque o Alfa e o mega de seu evangelho foi o testemunho de que Jesus

    Cristo morreu e ressuscitou outra vez dos mortos de acordo asEscrituras. Quando escolheram a outro apstolo no lugar de Judas, quese converteu em um apstata, disseram: Algum seja feito testemunhaconosco, de sua ressurreio, de tal forma que a essncia do ofcio de

    um apstolo era ser uma testemunha da ressurreio.E cumpriram muito bem o seu ofcio. Quando Pedro se apresentoudiante da multido, declarou que: Davi falou da ressurreio de

    Cristo. Quando Pedro e Joo foram levados ante o conclio, a maiorcausa de sua priso foi que os governantes estavam ressentidos de que

    ensinassem ao povo, e anunciassem em Jesus a ressurreio dentre osmortos. Quando foram postos em liberdade depois de terem sidoexaminados, nos dito que: Com grande poder os apstolos davamtestemunho da ressurreio do Senhor Jesus, e abundante graa era

    sobre eles. Foi isto que motivou a curiosidade dos atenienses quandoPaulo pregou no meio deles: Parece que s pregador de novos deuses;porque lhes pregava o evangelho de Jesus e da ressurreio. E isto

    provocou as risadas dos areopagitas, pois quando falou da ressurreiodos mortos, Uns zombavam, e outros diziam: acerca disto te ouviremosainda outra vez. Em verdade Paulo disse, quando compareceu ante o

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    conclio dos fariseus e dos saduceus: Acerca da ressurreio dos mortossou julgado hoje por vs. E igualmente verdadeiro que

    constantemente asseverava: Se Cristo no ressuscitou, ento nossapregao v, v tambm a vossa f ainda estais em vossos

    pecados.A ressurreio de Jesus e a ressurreio dos justos so doutrinas na

    qual ns cremos, mas que raramente pregamos ou nos interessamos emler. Ainda que eu tenha procurado em vrias livrarias um livro

    especialmente relacionado com o tema da ressurreio, todavia noconsegui comprar nenhum livro de nenhum tipo relacionado com otema; e quando procurei nas obras do doutor Jonh Owen, que

    constituem uma mina inestimvel do conhecimento divino, e quecontm muito do que valioso sobre quase qualquer tema,

    escassamente pude encontrar, inclusive ali, mais que uma rpidameno da ressurreio. Foi classificada como uma verdade bemconhecida, e portanto, nunca foi discutida. No surgiram heresiasrelacionadas com ela; teria sido quase uma misericrdia se tivessemsurgido, poi sempre que uma verdade disputada pelos hereges, osortodoxos lutam impetuosamente por ela, e o plpito ressoa com ela

    cada dia.Contudo, estou persuadido de que h muito poder nesta doutrina; e sea prego esta manh, observaro que Deus reconhecer a pregao

    apostlica, e haver converses. Pretendo coloc-la prova, agora, paraver se no h algo que no podemos perceber no presente na

    ressurreio dos mortos, que seja capaz de mover os coraes doshomens e lev-los a sujeitarem-se ao Evangelho de nosso Senhor e

    Salvador Jesus Cristo.H pouqussimos cristos que crem na ressurreio dos mortos.

    Poderiam assombrar-se ao escutar isso, mas no me surpreenderia sedescobrisse que voc mesmo abriga dvidas com respeito a esse tema.Pela ressurreio dos mortos se quer expressar algo muito diferente daimortalidade da alma que cada cristo cr, e nisso est no mesmo nveldo pago, que tambm cr nela. A luz da natureza suficiente para nosdizer que a alma imortal, assim que o infiel que duvida um nsciopior que um pago, pois este, antes que a revelao fosse dada, o tinhadescoberto: h dbeis vislumbres nos homens de razo que ensinamque a alma uma coisa to maravilhosa que h de perdurar para

    sempre.Mas a ressurreio dos mortos uma doutrina bastante diferente, quetrata, no com a alma, seno com o corpo. A doutrina consiste em queeste corpo material no qual existo agora h de viver com minha alma;

    que no somente a fasca vital da chama celestial, a que h de arderno cu, seno o prprio incensrio no qual o incenso de minha vidafumega, santo para o Senhor e h de ser preservado para sempre.O esprito, todo o mundo o confessa, eterno; mas quantos h que

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    negam que os corpos dos homens se levantaro efetivamente de suassepulturas no grande dia! Muitos de vocs crem que tero um corpo nocu, mas creem que ser um fantasmagrico corpo etreo, no lugar decrer que ser um corpo semelhante a este: carne e sangue ainda queno o mesmo tipo de carne, pois no toda carne a mesma carne um

    corpo substancial, slido, tal como o que temos aqui.E h um grupo, todavia menor, de pessoas entre vocs que creem queos mpios tero corpos no inferno; pois est ganhando terreno por toda

    a parte a convico de que no haver tormentos reais para oscondenados que afetem seus corpos, seno que haver de ser um fogometafrico, um enxofre metafrico, cadeias metafricas e uma tortura

    metafrica.Mas se fossem cristos como professam ser, creriam que cada homemmortal que haja existido, no somente viver pela imortalidade de suaalma, seno que seu corpo viver outra vez, que a prpria carne na qual

    caminha agora na terra to eterna como a alma, e existireternamente. Essa a peculiar doutrina do cristianismo.

    Os pagos no adivinharam nem imaginaram nunca tal coisa, e porisso, quando Paulo falou da ressurreio dos mortos, uns zombavam,o que demonstra que entendiam que falava da ressurreio do corpo,pois no teriam zombado se somente houvesse falado da imortalidadeda alma, pois isso j havia sido proclamado por Plato e Scrates, e

    havia sido recebido com reverncia.Agora estamos a ponto de pregar que haver uma ressurreio dos

    mortos, tanto dos justos como dos injustos. Vamos considerar primeiroa ressurreio dos justos; e em segundo lugar, a ressurreio dos

    injustos.

    I. UMA RESSURREIO DOS JUSTOS.

    A primeira prova que oferecerei disto, que h sido a constante einvarivel verdade dos santos desde os primeiros perodos de tempo.Abrao cria na ressurreio dos mortos, pois se diz na Epstola aosHebreus, no captulo 11, e no versculo 19, que pensava que Deus

    poderoso para levantar, ainda dentre os mortos, de onde, em sentidofigurado, tambm o recobrou. No guardo nenhuma dvida de que Joscria na ressurreio, pois deu instrues concernentes a seus ossos; eseguramente no haveria sido to cuidadoso de seu corpo, se no

    houvesse crido que haveria de ser ressuscitado dos mortos. O patriarcaJ era um firme crente na ressurreio, pois comentou no texto que

    citado repetidamente: Eu sei que o meu Redentor vive, e ao fim selevantar sobre a terra; e depois de consumida esta minha pele, ainda

    em minha carne verei a Deus. Davi cria na ressurreio mais alm dequalquer sombra de dvida, pois cantou sobre Cristo: Porque no

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    deixars minha alma no Hades, nem permitirs que teu Santo vejacorrupo. Daniel creu nela, pois disse: Muitos dos que dormem no p

    da terra sero despertados, uns para a vida eterna, e outros paravergonha e confuso perptua. As almas no dormem no p, os corpos

    sim.Lhes far bem atentar a uma ou duas passagens para ver o qu estessantos homens pensavam. Por exemplo, em Isaas, em 26:19, se l:Teus mortos vivero; seus cadveres ressuscitaro. Despertai e cantai,os que habitais no p! Porque seu orvalho como orvalho das ervas, e a

    terra lanar de si os mortos. No ofereceremos nenhuma explicao. Otexto positivo e seguro.

    Deixemos que fale outro profeta: Osias, no captulo 6 e versculos 1 e2: Vinde e tornemos a Jeov; porque ele arrebatou, e nos curar; fez aferida, e no-la atar. Nos dar vida depois de dois dias; no terceiro dia

    nos ressuscitar, e viveremos diante dele. Ainda que isto no declare aressurreio, a usa como uma figura que no seria til se no fosse

    considerada como uma verdade estabelecida. Paulo tambm declara emHebreus 11:35, que essa foi a f constante dos mrtires, pois diz:Outros foram atormentados, no aceitando o resgate, a fim de obter

    melhor ressurreio.Todos esses homens e mulheres santos que, durante o tempo dos

    Macabeus1, se mantiveram firmes por sua f, e suportaram o fogo e aespada e inarrveis torturas, creram na ressurreio, e essa

    ressurreio os estimulava para entregar seus corpos s chamas, semque lhes importasse nem sequer a morte, seno que criam que depois

    alcanariam uma bendita ressurreio.Mas nosso Senhor trouxe a ressurreio luz da maneira maisexcelente, pois explicita e frequentemente a declarou. No vos

    maravilheis disto, disse, porque vir a hora quando todos os que estonos sepulcros ouviro sua voz. Vem a hora quando chamar aos mortos

    a juzo, e estaro diante de seu trono. Em verdade, em toda Suapregao houve um fluxo contnuo de uma crena firme, e de uma

    1Tempo dos Macabeus: Perodo inter-bblico quando, depois da morte de Alexandre o Grande, oImprio

    que ele governara oi dividido em 3 partes, e na parte onde estava a Siria e Israel, Antoco IV promoveuuma poltica de helenizao em Israel, quando o Templo foi profanado e muitos judeus resistiram a

    profanao da religio judaica. Essa histria contada no livro apcrifo de I e II Macabeus (N.Revisor)positiva declarao pblica da ressurreio dos mortos. No os

    aborrecerei com passagens dos escritos dos apstolos: eles abundam notema. De fato, a Santa Escritura est to cheia desta doutrina que mesurpreende, irmos, que nos tenhamos apartado to rapidamente dafirmeza de nossa f, e que se chegasse a crer em muitas igrejas que oscorpos materiais dos santos no vivero outra vez, e especialmente queos corpos dos mpios no tero existncia futura. Ns sustentamossegundo nosso texto, que H de haver ressurreio dos mortos, tanto

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    dos justos como dos injustos.Uma segunda prova, pensamos, a encontramos na transposio deEnoque e Elias ao cu. Lemos de dois homens que foram ao cu emseus corpos. Caminhou, pois, Enoque com Deus, e desapareceu, porque

    Deus o tomou para si (Gnesis 5:24), e Elias foi transportado ao cu emum carro de fogo (2 Reis 2:11). Nenhum destes dois homens deixousuas cinzas no sepulcro: nenhum deixou seu corpo para que fosse

    consumido pelos vermes, e ambos ascenderam ao alto em seus corposmortais sem dvida transformados e glorificados. Agora, esses doisindivduos foram a garantia de que todos iremos ressuscitar da mesmamaneira. Seria provvel que dois espritos resplandecentes estivessem

    no cu vestidos de carne, enquanto o resto de ns estivssemosdesnudos? Seria algo razovel que Enoque e Elias foram os nicossantos que tiveram seus corpos no cu, e que ns estivssemos ali

    unicamente em nossas almas, pobres almas! Desejando contar outravez com nossos corpos?

    No, nossa f nos diz que havendo estes dois homens ido ao cu comsegurana, como o expressa John Bunyan2, por uma ponte que ningummais pisou, graas ao qual no se viram na necessidade de atravessar orio, ns seremos alados das guas, e nossa carne no habitar para

    sempre na corrupo.H uma notvel passagem em Judas, na qual se diz de que quando oarcanjo Miguel contendia com o diabo pelo corpo de Moiss, no se

    atreveu a proferir juzo de maldio (Judas 9). Agora, isto se refere grande doutrina de que os anjos vigiam os ossos dos santos.

    Certamente nos informa que o corpo de Moiss era vigiado por umgrandioso arcanjo; o diabo pensava perturbar esse corpo, mas Miguelcontendia com ele por essa causa. Agora, haveria uma contenda acercadesse corpo se no fosse de nenhum valor? Contenderia Miguel poraquilo que haveria de servir unicamente de alimento dos vermes?Lutaria com o inimigo por aquele que haveria de ser espargido aosquatro ventos do cu, para no ser reunido nunca em um esqueleto

    melhor e novo? No, seguramente que no.2Na Alegoria o Peregrino, no rio perto da Cidade Celestial que no livro tem um significado relativo a

    morte (N.R)Disto aprendemos que um anjo vigia sobre cada tumba. No umafico quando esculpimos sobre o mrmore os querubins com suas

    asas. H querubins com asas estendidas sobre as lpides sepulcrais detodos os justos; e onde h os rsticos antepassados da aldeia

    dormem, em algum canto recoberto de urtigas, ali est um anjo noite edia para vigiar cada osso e proteger cada tomo, para que na

    ressurreio esses corpos, com mais glria do que a que tiveram naterra, possam levantar-se para morar para sempre com o Senhor. Acustdia dos corpos dos santos, por parte dos anjos, demonstra que

    ressuscitaro outra vez dos mortos.

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    Mas, ademais, as ressurreies que j aconteceram nos do esperana econfiana de que haver uma ressurreio de todos os santos. No

    recordam que est escrito que quando Jesus ressuscitou dos mortos,muitos dos santos que estavam em seus sepulcros ressuscitaram, evieram cidade, e apareceram a muitos? No ouviram que Lzaro,

    ainda que esteve morto trs dias, saiu do sepulcro palavra de Jesus?No leram nunca como a filha de Jairo despertou do sonho da mortequando Ele disse: Talita cumi? No O viram s portas de Naim,

    ordenando que o filho da viva se levante do caixo? Esqueceram-seque Dorcas, que fazia vestidos para os pobres, se sentou e viu a Pedrodepois de ter estado morta? E no se lembram de Eutico que caiu do

    terceiro piso abaixo, e foi levantado morto, mas, ante a orao de Paulo,foi ressuscitado de novo? Ou no voa sua imaginao ao tempo quando

    o envelhecido Elias se deitou sobre o menino morto, e a crianarespirou, e espirrou sete vezes, e sua alma voltou a ele? Ou no leramque quando enterraram a um homem, to rapidamente como tocou osossos do profeta, reviveu, e se levantou sobre seus ps? Estes so

    presentes da ressurreio; uns quantos espcimes, umas quantas joiasocasionais que so lanadas no mundo para nos dizer quo cheia dejoias da ressurreio est a mo de Deus. Ele nos tem dado provas deque capaz de ressuscitar aos mortos pela ressurreio de uns quantos

    que depois foram vistos na terra por testemunhas infalveis.Mas agora devemos deixar estas coisas e devemos referi-los ao EspritoSanto a modo de confirmao da doutrina de que os corpos dos santosressuscitaro de novo. O captulo no qual encontraro uma grande

    prova est na Primeira Epstola aos Corntios, 6:13: Mas o corpo no para a fornicao, seno para o Senhor, e o Senhor para o corpo. Ocorpo, ento, do Senhor. Cristo morreu, no somente para salvarminha alma, seno para salvar meu corpo. Se afirma que Ele veio

    buscar e salvar o que se havia perdido.Quando Ado pecou perdeu seu corpo, e perdeu tambm sua alma; eraum homem perdido, perdido por completo. E quando Cristo veio parasalvar a Seu povo, veio para salvar seus corpos e suas almas. Mas ocorpo no para a fornicao, seno para o Senhor. Acaso este corpo

    para o Senhor, e contudo, ser devorado pela morte? Acaso este corpopara o Senhor, e os ventos espalharo para bem longe suas partculasde onde nunca encontraro a seus congneres? No! O corpo para oSenhor, e o Senhor o ter. E Deus, que levantou ao Senhor, tambm a

    ns levantar com seu poder.Agora vejam o verso seguinte: No sabeis que vossos corpos so

    membros de Cristo? No unicamente a alma uma parte de Cristo,unida a Cristo, seno o corpo tambm o . Estas mos, estes ps, estesolhos, so membros de Cristo, se sou um filho de Deus. Sou um comEle, no unicamente enquanto minha mente, seno um com Ele

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    enquanto este corpo fsico. O prprio corpo tomado em unio. Acadeia de ouro que ata a Cristo a Seu povo se estende ao redor do corpoe da alma tambm. Acaso no disse o apstolo: Os dois sero uma scarne. Grande este mistrio; mas eu digo isto com respeito de Cristo e

    da igreja? (Efsios 5:31,32). Os dois sero uma s carne, e o povo deCristo no somente um com Ele em esprito seno que so uma s

    carne tambm. A carne do homem est unida com a carne doDeushomem;

    e nossos corpos so membros de Jesus Cristo. Bem, enquantoviva a cabea, o corpo no pode morrer; e enquanto Jesus viva, os

    membros no podem perecer.Ademais, o apstolo disse, no versculo 19: Ou ignorais que vosso corpo templo do Esprito Santo, o qual est em vs, o qual possus da partede Deus, e que no sois vossos? Porque foram comprados por preo.Diz que este corpo o templo do Esprito Santo; e quando o EspritoSanto mora em um corpo, no somente o santifica, seno que o tornaeterno. O templo do Esprito Santo to eterno como o Esprito Santo.Pode-se demolir outros templos e seus deuses tambm, mas o EspritoSanto no pode morrer, nem pode perecer Seu templo. Acaso este

    corpo conteve uma vez ao Esprito Santo ser pasto de vermes sempre?No ser visto mais, seno que ser como os ossos secos do vale? No,os ossos secos vivero, e o templo do Esprito Santo ser edificado outravez. Ainda que as pernas os pilares desse templo caiam, ainda queos olhos suas janelas se escuream, e aqueles que veem atravs

    deles no vejam mais, contudo, Deus reconstruir este tecido,iluminar outra vez os olhos, e restaurar seus pilares e renovar suabeleza, sim, quando isto que corruptvel for revestido de incorrupo, e

    isto que mortal for revestido de imortalidade(1 Corntios 15:53).Mas o argumento fundamental com o que conclumos nossa prova que

    Cristo ressuscitou dos mortos, e, em verdade, Seu povo tambmressuscitar. O captulo que lemos ao comeo da reunio prova deuma demostrao de que se Cristo ressuscitou dos mortos, todo Seupovo h de ressuscitar; que se no h ressurreio, ento Cristo noressuscitou. Mas no considerarei esta prova por muito tempo, pois eusei que todos vocs sentem seu poder, e no h necessidade de que eu a

    exponha claramente.Como Cristo ressuscitou, em realidade, dos mortos: carne e sangue,

    assim ser para ns. Cristo no era um esprito quando ressuscitou dosmortos; Seu corpo podia ser tocado. Acaso Tom no colocou sua moem Seu flanco? E no lhe disse Cristo: Apalpai-me, e vede; porque umesprito no tem carne e nem ossos, como veem que eu tenho. E se

    ressuscitaremos como ressuscitou Cristo e isso no o que se nosensina ento ressuscitaremos em nossos corpos, no como espritos,no como excelentes coisas etreas, feitos de no sei o qu, de alguma

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    substncia sumamente elstica e refinada, seno que como o Senhornosso salvador ressuscitou, assim todos os seus seguidores

    ressuscitaro.Ressuscitaremos em nossa carne, ainda que no toda carne a mesmacarne, ressuscitaremos em nossos corpos, ainda que no todos oscorpos so os mesmos corpos; e ressuscitaremos em glria, ainda queno todas as glrias so as mesmas glrias. Uma carne a dos homens,outra carne a das bestas, e h uma carne deste corpo, e outra carnedo corpo celestial. H aqui um corpo para a alma, e outro corpo para oesprito do alm; e contudo, ser o mesmo corpo que ressuscitar denovo do sepulcro: o mesmo, digo, em identidade, ainda que no em

    glria ou em adaptao.Chego agora a alguns pensamentos prticos derivados desta doutrina,

    antes de passar a outras consideraes.Irmos meus, que pensamentos de consolo h nesta doutrina, que afirmaque os mortos ressuscitaro de novo. Alguns de ns estivemos paradosjunto sepultura esta semana; e um de nossos irmos, que serviu

    amplamente a seu Senhor em nosso meio, foi colocado no sepulcro. Elefoi um homem valente pela verdade, incansvel nos trabalhos,

    abnegado no dever, e sempre preparado a seguir a seu Senhor se tratado senhor Turner, da escola Lamb & Flag3 e na mxima medida desua capacidade, foi servial para a igreja. Agora, ali se viram algumaslgrimas derramadas: sabem a qu se deviam? No houve uma s

    lgrima solitria que tenha sido derramada por sua alma. No tivemosque recorrer doutrina da imortalidade da alma para que nos desse

    consolo, pois a conhecamos bem, estvamos perfeitamente seguros deque havia ascendido ao cu. O Servio Funerrio utilizado na Igreja daInglaterra no nos oferece nenhum consolo relativo alma do crente

    que partiu, e isso sbio de sua parte4, posto que est nabemaventurana,

    seno que nos alenta recordando-nos a ressurreio3Lamb and Flag School: aparentemente se tratava de uma casa de caridade inglesa do sculo

    XIX (Wikipdia e Google)4No Livro de Orao Comum da Igreja da Inglaterra de 1662, no seu Servio funerrio, dentreoutras oraes, consta essa citao: Tendo sido do agrado do Onipotente Deus por sua grande

    misericrdia tomar para si a alma deste nosso amado irmo defunto, ns, portanto,encomendamos seu corpo terra... em esperana segura e certa da ressurreio a vida eterna,

    mediante nosso Senhor Jesus Cristo; o qual transformar nosso vil corpo, para que sejasemelhante Teu glorioso corpo, segundo a obra poderosa pela qual pode sujeitar a si mesmo

    todas as coisas. (traduo do espanhol)prometida para o corpo; e quando falo em relao aos mortos, no para dar consolo enquanto alma, seno enquanto ao corpo. E estadoutrina da ressurreio tem consolo para os duvidosos em relao mortalidade enterrada. Vocs no choram porque seu pai, irmo,

    esposa, esposo, tenha ascendido ao cu: seriam cruis se chorassempor isso. Nenhum de vocs chora porque sua amada me est diante do

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    trono, seno choram porque seu corpo est na sepultura, porque essesolhos j no podem sorrir-lhes, porque essas mos no podemacariciar-lhes, porque esses doces lbios no podem pronunciar

    melodiosas notas de afeto. Choram porque o corpo est frio, e morto,semelhante ao barro. Vocs no choram pela alma.

    Mas eu tenho um consolo para vocs. Esse mesmo corpo ressuscitarde novo; esse olho cintilar com fora de novo; essa mo ser estendidacom afeto mais uma vez. Creiam-me, no estou dizendo-lhes nenhumafico. Essa mesma mo, essa mo real, esses braos frios, semelhantes

    ao barro, que penduram pelo lado e se caem ao ser levantados porvocs, sustentaro uma harpa um dia; e esses pobres dedos, agora

    gelados e duros, sero agitados ao longo das cordas vivas das harpas deouro no cu. Sim, vocs vero esse corpo uma vez mais.

    Seus pecados inatos requeremQue sua carne veja o p,

    Mas assim como o Senhor seu Salvador ressuscitou,Assim ho de faz-lo Seus seguidores.

    Isso no secar suas lgrimas? No est morto, seno que dorme. Noest perdido, seno que semente semeada para que amadurea paraa colheita. Seu corpo est descansando por pouco tempo, banhando-seem especiarias, para que seja apto para os abraos de seu Senhor.E aqui h consolo para vocs tambm, para vocs, pobres sofredores,que sofrem em seus corpos. Alguns de vocs so quase mrtires queexperimentam dores de um tipo ou de outro: dores lombares, gota,reumatismos, e todo tipo de tristes situaes das que a carne herdeira. Escassamente transcorre um dia sem que sejam

    atormentados com um sofrimento de algum tipo ou outro; e se nofossem o suficientemente nscios para estar auto receitando-se sempre,

    poderiam ter a cada momento ao doutor de visita na sua casa.Aqui h consolo para vocs. Esse seu pobre corpo em runas viveroutra vez sem suas dores, sem suas agonias; esse pobre andaimetrmulo receber o reembolso de tudo o que tem sofrido. Ah! Pobre

    escravo negro, cada cicatriz sobre suas costas ter uma franja de honrano cu. Ah! Pobre mrtir, a crepitao de teus ossos no fogo lhe

    recompensar alguns sonetos na glria; todos os teus sofrimentos serobem pagos pela felicidade que experimentars alm. No tema sofrer no

    corpo, porque seu corpo participar um dia de seus deleites. Cadanervo se estremecer de gozo, cada msculo se mover pela bemaventurana; seus olhos brilharo com o fogo da eternidade; seucorao palpitar e pulsar com bem-aventurana imortal; sua

    estrutura ser o canal de beatitude; o corpo que agora com frequnciaum copo de absinto, ser um recipiente de mel, esse corpo que porvezes um favo do qual se destila fel, ser um favo de bem-aventurana

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    para voc. Recebam consolo, ento, vocs que sofrem, que definhamdesfalecidos no leito: no tenham medo, pois seus corpos vivero.Mas quero extrair do texto uma palavra de instruo em relao doutrina do reconhecimento. Muitos se perguntam perplexos sereconhecero a seus amigos no cu. Bem, agora, se os corpos

    ressuscitaro dos mortos, no vejo razo alguma para que no osreconheamos. Creio que conhecerei a alguns de meus irmos, inclusopor seus espritos, pois conheo muito bem seu carter, tendo faladocom eles das coisas de Jesus, e conhecendo muito bem as partes mais

    proeminentes de seu carter.Mas tambm verei seus corpos. Sempre considerarei como um golpecontundente, a resposta pergunta da Sr. Ryland do velho John

    Ryland. Pensas que me conhecers no cu? Vamos lhe respondeu te conheo aqui; e crs que serei mais insensato no cu do que sou naterra? A pergunta est fora de toda disputa. Viveremos no cu com

    corpos, e isso decide o assunto. Iremos nos reconhecer uns aos outrosno cu; podem tomar isso como um fato real, e no como uma simples

    fantasia.Mas agora teremos uma palavra de advertncia, e ento haverei

    concludo com esta parte do meu tema. Se seus corpos habitaro nocu, lhes suplico que cuidem deles. No me refiro a que tenham

    cuidado com o que comem e bebem, e com o que se vestiro, seno querefiro a que tenham cuidado de que seus corpos no sejam

    contaminados pelo pecado. Se essa garganta cantar para sempre oscnticos de glria, no permitam que palavras de impudncia a sujem.Se esses olhos vero ao Rei em Sua formosura, ento essa ser suaorao: Aparta meus olhos, que no vejam a vaidade. Se essas mos

    sustentaro uma rama de palma, oh, ento nunca recebero o suborno,nunca buscaro o mal. Se esses ps caminharo pelas ruas de ouro,ento no devero ser ligeiros para a maldade. Se essa lngua falar

    para sempre de tudo o que Ele disse e fez, ento no expressar coisassuperficiais e frvolas. E se esse corao palpitar para sempre combem-aventurana, lhes suplico que no o entreguem a estranhos;

    tampouco lhe permitam extraviar-se para o mal. Se este corpo viverpara sempre, que cuidado temos que lhe dar, pois nossos corpos so

    templos do Esprito Santo, e so membros do Senhor Jesus.Agora, crero nesta doutrina ou no? Se no creem, esto

    excomungados da f. Essa a f do Evangelho; e se no creem nela,todavia no receberam o Evangelho. Se Cristo no ressuscitou, vossa f

    v; ainda estais em vossos pecados. Os mortos em Cristo voressuscitar, e ressuscitaro primeiro.

    II.Mas agora chegamos RESSURREIO DOS MPIOS. Ressuscitaroos mpios tambm? Aqui temos um ponto de controvrsia. Agora tereique dizer coisas duras: poderia det-los um pouco, mas lhe peo que

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    me escutem com ateno. Sim, os mpios ressuscitaro.A primeira prova nos proporcionada na segunda Epstola aosCorntios, 5:10: necessrio que todos ns compareamos ante otribunal de Cristo, para que cada um receba seguindo o que tenha feito

    enquanto estava no corpo, seja bom ou seja mal. Agora, posto que todostemos que comparecer, os mpios comparecero, e recebero segundo oque tenham feito no corpo. Como o corpo peca, natural que o corposeja castigado. Seria injusto castigar a alma e no o corpo, pois o corpo

    esteve to envolvido com o pecado como esteve a alma em todomomento.

    Mas em qualquer lugar que vou agora ouo que se afirma: Os ministrosem tempos antigos eram propensos a dizer que havia fogo no infernopara nossos corpos, mas no assim; um fogo metafrico, um fogo

    imaginrio. Ah! No assim. Recebero as coisas feitas em seu corpo.Ainda que suas almas tenham de ser castigadas, seus corpos tambm

    sero castigados. Vocs que so sensuais e diablicos, no sepreocupam de que suas almas sejam castigadas, porque nunca pensamacerca de suas almas, mas se eu lhes falo de um castigo para o corpo,pensaro muito mais nele. Cristo disse que a alma ser castigada, masdescreveu com maior frequncia ao corpo em aflio para impressionaraos Seus ouvintes, pois sabia que eram sensuais e diablicos, e quenada que no afetasse o corpo os tocaria no mnimo detalhe. necessrio que todos ns compareamos ante o tribunal de Cristo, paraque cada um receba segundo o que tenha feito enquanto estava no corpo,

    seja bom ou seja mal.Mas este no o nico texto que demonstra a doutrina, e lhes darei umque melhor: Mateus 5:29: Se teu olho direito te faz tropear, arranca-oe lana-o fora de ti; pois te melhor que se perca um dos teus membros, eno que todo o teu corpo seja lanado ao inferno. No diz: que toda a

    tua alma, seno todo o teu corpo. Amigo, isto no diz que sua almaestar no inferno isso afirmado muitas vezes seno que declaraafirmativamente que seu corpo estar. Esse mesmo corpo que agora

    est parado no corredor, ou sentado no banco, se chegar a morrer semCristo, arder para sempre nas chamas do inferno. No uma fantasiado homem, seno uma verdade que sua carne material e seu sangue, eesses prprios ossos sofrero: todo o teu corpo seja lanado no inferno.Mas se uma prova no te satisfaz, escute outra extrada do mesmoEvangelho, captulo 10:28: No temais aos que matam o corpo, mas a

    alma no podem matar; temei antes ao que pode destruir a alma e ocorpo no inferno. O inferno ser um lugar para corpos assim como paraalmas. Tal como observei, sempre que Cristo fala do inferno e do estado

    perdido dos mpios, fala em todo momento de seus corpos;escassamente o encontram dizendo algo acerca de suas almas. Eledisse: Onde o verme deles no morre, que uma figura de um

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    sofrimento fsico: o verme que tortura para sempre o ntimo do corao,como um cncer dentro da prpria alma.

    Ele fala do fogo que no pode ser apagado. Agora, no comecem adizer-me que se trata de um fogo metafrico: a quem lhe importa isso?

    Se um homem me ameaasse em dar-me um golpe metafrico nacabea, pouco me preocuparia a respeito; seria bem-vindo para que medesse os golpes que quisesse. E que dizem os mpios? A ns no nosimportam os fogos metafricos. Mas, amigo, so reais, sim, to reaiscomo voc mesmo. H um fogo real no inferno, to certo como agora

    tens um corpo real, h um fogo exatamente igual em tudo ao que temosna terra, exceto nisso: que no se consumir, ainda que lhe torturar.Voc j viu ao amianto quando est vermelho vivo dentro do fogo, masquando o tiras, no se consumiu. De igual maneira seu corpo serpreparado por Deus de tal maneira que arder para sempre sem serconsumido; estar metido, no como voc considera, em um fogo

    metafrico, seno em uma chama real. Tinha em mente nosso Salvadoruma fico quando disse que lanaria corpo e alma no inferno? Paraque haveria um abismo se no houvesse corpos? Por qu o fogo, porqu as cadeias, se os corpos no fossem estar ali? Pode tocar o fogo alma? Pode o abismo encerrar aos espritos? Podem as cadeias atar salmas? No, o abismo, o fogo e as cadeias so para os corpos, e os

    corpos estaro ali. Voc dormir no p por pouco tempo.Quando morra, sua alma ser atormentada sozinha, isso ser um

    inferno para ela, mas no dia do juzo seu corpo se unir sua alma, eento ter infernos gmeos, corpo e alma estaro juntas, ambos

    repletos de dor, tua alma suando gostas de sangue pelos poros maisntimos e teu corpo coberto de agonia da cabea aos ps, conscincia,juzo, memria, todos sendo torturados, ainda mais: sua cabea sendo

    atormentada por dores dilacerantes, seus olhos saltando de suasrbitas com sangue e dor, seus ouvidos sendo atormentados com:

    Melanclicos gemidos e lamentos profundos.E alaridos de torturados espritos.

    Seu corao palpitar precipitadamente pela febre; seu pulso se agitarem agonia uma enorme velocidade, seus membros crepitaro no fogocomo o dos mrtires, mas no ardero; voc mesmo, colocado em umrecipiente de azeite fervente, estar dolorido, mas permanecers sendoindestrutvel, todas as suas veias se convertero em uma senda queser recorrida pelos ps ardentes da dor, cada nervo ser uma cordasobre a qual o diabo tocar para sempre sua diablica melodia doLamento Inarrvel do Inferno, tua alma doer eternamente e para

    sempre, e seu corpo palpitar ao unssono com sua alma.Fices, senhor! De novo o digo: no so fices, e vive Deus que se

    trata de uma verdade slida e severa. Se Deus veraz, e esta Bblia

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    verdadeira, o que tenho dito a verdade, e descobriro algum dia queassim .

    Mas agora devo ter um pequeno raciocnio com os mpios sobre um oudois pontos. Primeiro, argumentarei com aqueles de vocs que estomuito orgulhosos de seus atrativos corpos, e que se arrumam comexcelentes ornamentos, e se tornam gloriosos em suas roupas. Halguns de vocs que no tm tempo para a orao, mas tm tempo

    suficiente para escovar seus cabelos por toda uma eternidade; no tmtempo para dobrar seus joelhos, mas tm tempo abundante para tratarde parecer prontos e grandiosos. Ah, fina dama, tu que cuidas teu rosto

    muito bem maquiado! Lembra-te que do que algum disse naantiguidade quando alou uma caveira para contempla-la:

    Digam a ela, que ainda que se cubracom uma polegada de pintura,

    A esta pele h de chegar ao fim.

    E algo pior que isso: esse belo rosto ser marcado com as garras dosdemnios, e esse formoso corpo ser unicamente o instrumento de

    tormento. Ah! Veste-se para o verme, altivo cavalheiro; se unja para asrasteiras criaturas do sepulcro; e ainda pior, venha ao inferno com seucabelo empavonado: Um cavalheiro no inferno, descende ao abismocom teus preciosos vestidos, senhor meu, v alm, para encontrar-seno mais alto que os demais, exceto talvez por uma tortura maior, e

    submergido mais profundamente nas chamas.Ai, J no nos convm desperdiar aqui tanto tempo nas coisas

    menores, quando h tanto por fazer, e to pouco tempo para faz-lo, noque est relacionado salvao das almas dos homens. Oh Deus, nossoDeus, livra aos homens de celebrar e de dar prazer aos seus corpos,

    quando somente esto engordando-os para o matadouro, ealimentando-os para que sejam devorados nas chamas.

    Ademais, ouam-me quando digo que esto gratificando s suasconcupiscncias: sabem que esses corpos cujas lascvias gratificamosaqui, estaro no inferno, e que tero as mesmas concupiscncias no

    inferno que as que tm aqui? O libertino se apressa em dar prazer a seucorpo no que deseja, poder fazer isso no inferno? Poder encontrar umlugar ali no qual gratifique sua concupiscncia e encontre indulgnciapara seu sujo desejo? Aqui, o bbado pode despejar em sua garganta ataa intoxicante e mortal; mas, onde encontrar o licor para beber noinferno, quando a embriaguez ser to ardente sobre ele como o aqui?

    Onde encontrar sequer uma gota de gua para refrescar a lnguaardente? O homem que ama aqui a glutonaria, ser um gluto alm,

    mas onde estar a comida que lhe satisfaa, quando ainda quesustentasse seu dedo no alto veria que os pes se distanciam, e no lhe

    ser permitido que tome nenhum fruto? Oh, ter suas paixes, e

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    contudo, no poder satisfaz-las! Encerrar um bbado um sua cela eno dar-lhe nada de beber! Se lanaria contra a parede para conseguiro licor, mas no h licor para ele. O que fars no inferno, oh bbado,com essa sede na garganta, e no podendo tragar nada seno chamas

    flamejantes que incrementam seu suplcio?E o que voc far, oh pessoa dissoluta, quando todavia quiser estarseduzindo a outros, mas no h nada com quem possa pecar? Falo

    claramente? Se os homens querem pecar, encontrar homens que nose envergonhem para reprov-los. Ah, ter um corpo no inferno, com

    todas as suas concupiscncias, mas sem o poder de satisfaz-las! Quohorrvel ser esse inferno!

    Mas escutem-me, todavia uma vez mais. Oh, pobre pecador, se visseque vais ao esconderijo do inquisidor para ser atormentado, no te

    pediria que te detivesses antes que atravessasses o umbral? E agora lheestou falando de coisas que so reais. Se estivesse esta manh sobre

    um cenrio, e estivesse atuando estas coisas como se fossem fantasias,lhes faria chorar: faria chorar aos piedosos ao pensar quantos sero

    condenados, e faria chorar aos mpios ao pensarem que serocondenados. Mas quando falo de realidades, no se comovem nem ametade do que o fariam as fices, e esto assentados como o estavam

    antes que a reunio comeasse.Mas ouam-me, enquanto afirmo de novo a verdade de Deis. Eu lhe digopecador, que esses olhos que agora veem luxria, vero s afliesque lhe humilharo e atormentaro. Esses ouvidos que prestas agorapara ouvir cano da blasfmia, ouviro gemidos, e lamentos, e sonshorrveis, que somente os condenados conhecem. Essa mesma garganta

    pela qual agora derramas bebida, estar cheia de fogo. Esses seusprprios lbios e braos sero torturados ao mesmo tempo. Vamos, sevoc tem uma dor de cabea, correria ao seu mdico; mas o que farsquando sua cabea, corao, e suas mos, e teus ps te doerem todosde uma s vez? Quando somente tens uma dor em teus rins, buscas

    aos remdios que te curam, mas o que fars quando a gota, oreumatismo, a vertigem e tudo o que vil ataquem seu corpo de uma s

    vez? Como te comportars quando for aborrecido com todo tipo deenfermidade, lepra, paralisia, obscuridade, podrido, quando seus

    ossos doerem, seu medula trema, cada membro que tens esteja cheio dedor; teu corpo um templo dos demnios e um canal de aflies? E

    prosseguirs s cegas? Como vai o boi ao matadouro, e como coxeia aovelha faca do carniceiro, o mesmo ocorre com muitos de vocs.

    Senhores, vocs esto vivendo sem Cristo, muitos de vocs, so justoscom justia prpria e mpios. Alguns de vocs sai esta tarde para tomarsua poro de prazer do dia; outro um fornicador em segredo; outropode enganar ao seu vizinho; outro pode maldizer a Deus de vez emquando; outro bem a esta capela mas em segredo um bbado; outro

    fala muito sobre a piedade, e Deus sabe que um hipcrita

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    desventurado. O que fars naquele dia quando estiveres diante do teuCriador? pouco que teu ministro lhe censure agora; pouco ser

    julgado pelo juzo do homem, o que fars quando Deus trovejar, nosua acusao, seno a sua condenao: Apartai-vos de mim, malditos,

    ao fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos?Ah! Vocs que so sensuais, eu sabia que no jamais lhes comoveriaenquanto falasse acerca de tormentos para suas almas. Lhes comovoagora? Ah, no! Muitos de vs se iro e iro rir, e me chamaro, comorecordo que me chamaram uma vez antes, um clrigo do fogo do

    inferno. Bem, vo; mas vero um dia ao pregador do fogo do inferno nocu, talvez, e vocs mesmos sero lanados fora, e olhando para baixocom um olhar reprobatrio, se puder, lhes recordarei que ouviram a

    palavra, e no a escutaram.Ah, homens, algo sem importncia ouvi-la, ser algo duro suport-la!Agora me escutam insensveis, ser trabalho mais duro quando a morte

    se aferre a vocs e estejam queimando no fogo. Agora desprezam aCristo, no lhe desprezaro ento. Agora podem desperdiar seus diasde Domingo; ento, dariam mil mundos por um Domingo se pudessemt-lo no inferno. Agora podem zombar e escarnecer; ento, no haver

    nem zombarias e nem escrnios; estaro gritando, e uivando, echorando e pedindo misericrdia; mas:

    No se permitem atos de perdoNa fria sepultura qual nos apressamos;

    A escurido, a morte e o grande desespero,Reinam no eterno silncio ali.

    Oh, meus queridos leitores! A ira vindoura! A ira vindoura! A iravindoura! Quem de vs habitar em meio ao fogo consumidor? Quem de

    vs habitar com as chamas eternas? Podes faz-lo, meu amigo? Evoc? Podes habitar com a chama eterna? Oh, no, respondes, o que

    devo fazer para ser salvo? Escute o que Cristo tem a dizer: Cr noSenhor Jesus Cristo, e sers salvo; o que cr no ser condenado.Vinde logo, diz Jeov, e arrazoemos: ainda que os vossos pecados sejam

    como a escarlata, eles se tornaro brancos como a neve; se foremvermelhos como o carmesim, tornar-se-o como a l.

    ORE PARA QUE O ESPIRITO SANTO USE ESSE SERMO PARATRAZER UM CONHECIMENTO SALFVICO DE JESUS CRISTO E PARA

    EDIFICAO DA IGREJAFONTE:

    Traduzido de http://www.spurgeon.com.mx/sermon66-67.htmlTraduzido com permisso de Allan Roman

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    Todo direito de traduo protegido por lei internacional de domnio pblicoSermo n 66-67 Volume 2 do The New Park Sreet Pulpit,

    Traduo: Junior RubiraReviso: Armando Marcos Pinto

    Capa: Victor Silva

    Projeto Spurgeon - Proclamando a Cristo crucificado.Projeto de traduo de sermes, devocionais e livros do pregador batistareformado Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) para glria de Deus em

    Cristo Jesus, pelo poder do Esprito Santo, para edificao da Igreja e salvaoe converso de incrdulos de seus pecados.

    Acesse em: www.projetospurgeon.com.brVoc tem permisso de livre uso desse material, e incentivado a distribu-lo, desdeque sem alterao do contedo, em parte ou em todo, em qualquer formato: em blogse sites, ou distribuidores, pede-se somente que cite o site Projeto Spurgeon como

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