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A respeito da origem da vida, entre as teorias (hipóteses) mais conhecidas, temos:- A teoria da abiogênese ou geração espontânea, aceita até meados do século XIX, afirma que a vida pode ser gerada espontaneamente; - A teoria da biogênese, segundo a qual a vida somente pode ser produzida por outra vida pré-existente; - O criacionismo, que explica o surgimento da vida a partir da vontade de um criador divino; -A panspermia cósmica, para a qual a vida na Terra teve origem a partir de seres vivos do espaço sideral.
A Gênese da Vida
Para o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), a vida era gerada espontaneamente por um princípio ativo (um tipo de energia capaz de produzir a vida). Ele defendia, portanto, a teoria denominada abiogênese, cujo nome vem do grego: a (prefixo que significa "sem"); bio (significa "vida") e genese (significa "origem").
Experimentos de Francesco Redi
Em 1668, Francesco Redi investigou a suposta origem
de vermes em corpos em decomposição. Ele observou
que moscas são atraídas pelos corpos em
decomposição e neles colocam seus ovos. Desse ovos surgem as larvas, que se transformam em moscas
adultas. Redi concluiu, então, que
essas larvas são resultantes da eclosão dos ovos postos
por moscas atraídas pelo corpo em decomposição.
Os experimentos de Needham e Spallanzani
Em 1745, o cientista inglês John T. Needham (1713-1781) realizou vários experimentos em que submetia à fervura frascos contendo substâncias nutritivas. Após a fervura,
fechava os frascos com rolhas e deixava-os em repouso por alguns dias. Depois ao examinar essas soluções ao
microscópio, Needham observava a presença de microorganismos.
Ele dizia que a solução nutritiva continha uma “força vital” responsável pelo surgimento da vida.
Posteriormente, o pesquisador italiano Lazzaro Spallanzani (1729-1799)
repetiu os experimentos de Needham, com algumas modificações, e obteve
resultados diferentes.Spallanzani colocou substâncias
nutritivas em balões de vidro, fechando-os hermeticamente. Esses balões assim
preparados eram colocados em calderões com água e submetidos à
fervura durante algum tempo. Deixava resfriar por alguns dias e então ele abria
os frascos e observava o líquido ao microscópio. Nenhum organismo estava
presente.Needham respondeu dizendo que
Spallanzani havia destruído a “força vital” ao ferver por muito tempo, tornado o ar desfavorável ao aparecimento da
vida.
Lazzaro Spallanzani
Os experimentos de Pasteur
Somente por volta de 1860, com os experimentos realizados por Louis Pasteur (1822 – 1895), conseguiu-se comprovar definitivamente que os microorganismos surgem
a partir de outros preexistentes.
Louis Pasteur
A ausência de microrganismos nos frascos do tipo “pescoço de cisne” mantidos intactos e a presença deles nos frascos cujo
“pescoço” havia sido quebrado mostram que o ar contém microorganismos e que estes, ao entrarem em contato com o líquido
nutritivo e estéril do balão, desenvolvem-se.
A hipótese de Oparin e Haldane
Apesar de existirem pequenas diferenças entre as hipóteses desses cientistas, basicamente eles propuseram que os
primeiros seres vivos surgiram a partir de moléculas orgânicas que teriam se formado na atmosfera primitiva e depois nos oceanos, a partir de substâncias inorgânicas.
John Burdon S. Haldane e Aleksander I. Oparin
As condições da Terra antes do surgimento dos primeiros seres vivos eram muito diferentes das atuais. As erupções vulcânicas eram muito freqüentes,
liberando grande quantidade de gases e de partículas para a atmosfera. Esses gases e partículas ficaram retidos por ação da força da gravidade e
passaram a compor a atmosfera primitiva.
Foi proposto no início que, provavelmente, a composição da atmosfera primitiva era formada por metano, amônia, gás hidrogênio e vapor d’água.
Não havia gás oxigênio ou ele estava presente em baixíssima concentração. Nessa época, a Terra estava passando por um processo de
resfriamento, que permitiu o acúmulo de água nas depressões da sua costa, formando os mares primitivos.
As descargas elétricas e as radiações eram intensas e teriam fornecido energia para que algumas moléculas presentes na atmosfera se
unissem, dando origem a moléculas maiores e mais complexas: as primeiras moléculas orgânicas.
É importante lembrar que na atmosfera daquela época, diferentemente do que ocorre hoje, não havia o escudo de ozônio contra as radiações, especialmente a ultravioleta, que, assim, atingiam a Terra com grande
intensidade.
As moléculas orgânicas formadas eram arrastadas pelas águas das chuvas e passavam a se acumular nos mares primitivos, que eram quentes
e rasos. Esse processo, repetindo-se ao longo de muitos anos, teria transformado os mares primitivos em verdadeiras “sopas nutritivas”,
ricas em matéria orgânica. Essas moléculas orgânicas poderia ter-se agregado, formando
coacervados (conjunto de moléculas orgânicas reunidas em grupos envoltos por moléculas de água).
Esses coacervados não eram seres vivos, mas uma primitiva organização das substâncias orgânicas, podendo trocar substâncias com o meio
externo e havendo possibilidade de ocorrerem inúmeras reações químicas em seu interior.
Não se sabe como a primeira célula surgiu, mas pode-se supor que, se foi possível o
surgimento de um sistema organizado como os coacervados, podem ter surgido
sistemas equivalentes, contendo em seu interior a molécula de ácido nucléico.
Com a presença do ácido nucléico, essas formas teriam adquirido a capacidade de
reprodução e regulação das reações internas.
Nesse momento teriam surgido os primeiros seres vivos que, apesar de muito primitivos,
eram capazes de se reproduzir, dando origem a outros seres semelhantes a eles.
Os primeiros seres vivos seriam semelhantes a bactérias: organismos formados por uma única célula (unicelular), sem núcleo definido (procarionte), sem capacidade de produzir
seu próprio alimento (heterótrofos) e desenvolvem-se sem a presença de oxigênio (anaeróbios).
A evolução do metabolismo
Obs.: 1 µm equivale à milésima parte do milímetro
Durante cerca de 2 bilhões de anos, a vida na Terra esteve restrita às bactérias heterotróficas e anaeróbias, até o
surgimento de bactérias capazes de sintetizar fotossíntese e, portanto, produzir seu próprio alimento (seres autótrofos).
Um subproduto da fotossíntese é a liberação do gás oxigênio (O2). O acúmulo desse gás resultou na produção do gás ozônio (O3), que
passou a constituir, na estratosfera, uma camada protetora, impedindo que elevadas doses de raios ultravioleta, prejudiciais aos
seres vivos, atingissem a superfície da Terra.
Obs.: quanto menor o comprimento de onda (nm) maior a energia
produzida (estudaremos ondulatória nos próximos
bimestres)
A vida fora da água
Com a transformação da atmosfera terrestre, agora protegida pela camada de ozônio, tornou-se possível a colonização dos meios
terrestres por várias espécies, surgindo os
primeiros ecossistemas com produtores,
herbívoros, carnívoros e decompositores.
Defende que a vida é fruto da ação consciente de um Criador. Essa corrente de pensamento, que passou a ser denominada
criacionista, baseia-se na fé e nos textos bíblicos – principalmente no livro de Gênesis – que relatam a idéia sobre
a origem da vida do ponto de vista religioso.
Criacionismo: origem da vida por criação especial
Pintura feita por Michelangelo no teto da Capela Sistina, na cidade do Vaticano, representa o momento
em que Deus (à direita) dá alma ao recém-criado Adão (à esquerda) por meio do toque de seus dedos.
Mais recentemente surgiu uma nova concepção, mais próxima do criacionismo e que recebeu o nome design inteligente.
Para os defensores dessa tese, uma mão divina moldou o curso da evolução. Isso porque, dizem, alguns sistemas biológicos são tão complexos e as diferenças entre as espécies são enormes demais
para serem explicadas apenas pelo mecanismo da evolução.