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A REPERCUSSÃO DO ALCOOLISMO NA ESTRUTURA FAMILIAR
Anna Gabriella Gomes 1, Jairo César Reis2
RESUMO
Introdução: Este estudo é baseado no acompanhamento de uma família, na qual
possui um alcoólatra de 43 anos, do sexo masculino, casado, pai de quatro crianças
possuindo histórico de episódios de embriaguez. Objetivo: Refletir sobre os efeitos
patogênicos do alcoolismo no contexto familiar e neste sentido explicitar aspectos
inerentes ao sofrimento psíquico de filhos e familiares de alcoolistas. Metodologia:
Trata-se de um estudo qualitativo estruturado nos princípios do Estudo de Caso,
realizado na área de abrangência do PSF Alto do Açude, na cidade de Paracatu Minas
Gerais, durante um período de um ano e seis meses, nos anos de 2006 e 2007. A coleta
de dados foi feita através de visitas domiciliares e informações dadas pela equipe do
PSF através de fichas cadastrais, os quais foram registrados. Resultados: Conseguiu-se
conscientizar a família quanto á importância da comunicação com os filhos, à procura
por ajuda e os malefícios do álcool na vida do alcoólatra e na vida da família.
Conclusão: Através deste estudo, percebe-se a importância do acompanhamento
domiciliar do alcoolista e da sua família, o que possibilita a identificação das
1 Acadêmica do Curso de Medicina da Faculdade Atenas de Paracatu- MG E-mail: [email protected] 2 Coordenador do Curso de Medicina da Faculdade Atenas de Paracatu-MG.
dificuldades enfrentadas no cotidiano e no relacionamento entre os integrantes da
família e, por conseguinte, o estabelecimento de planos de intervenções para a
assistência mais adequada à realidade familiar.
PALAVRAS-CHAVE: Alcoolismo. Família. Comunicação. Filhos.
I. INTRODUÇÃO
I.1 REVISÃO DA LITERATURA
O alcoolismo é um sério problema de saúde pública. Segundo o Ministério da
Saúde, o uso do álcool impõe às sociedades de todos os países uma carga global de
agravos indesejáveis e extremamente dispendiosos, que acometem os indivíduos em
todos os domínios de sua vida.
Atualmente, o termo “alcoolismo” vem sendo substituído por Síndrome de Dependência do Álcool (SDAS), a qual se diferencia por ser entendida como um processo no qual a pessoa ficaria gradualmente dependente do álcool, eliminando a visão dicotômica de “tudo ou nada” implícita no termo alcoolismo (Laranjeira,1998)
Sobre os efeitos do alcoolismo na família, estudos demonstram que viver em um “ambiente alcoolista” afeta negativamente os descendentes de alcoolistas e que, para cada alcoolista, cinco ou seis pessoas da família são afetadas (Hill,1998).
Problemas familiares como desavenças, falta de credibilidade e desconfianças são sentimentos despertados nas pessoas que já passaram pela experiência de ter um dependente e, quando há um dependente na família, todos adoecem (Buchele,2004).
O alcoolismo é portanto, mais que um problema individual, na medida em que
atinge a família no seu conjunto,o espaço doméstico passa a ter em comum as dores
(físicas e emocionais), a angústia, o medo, a raiva e o ressentimento.
Daí, os efeitos do álcool no alcoólatra, no que diz respeito aos distúrbios físicos, psicológicos e sociais, serem ‘socializados’ com os que com ele convivem. Assim como as seqüelas no comportamento, ao longo da vida. Mudança de personalidade, alteração de humor, angústia e depressão (Laranjeira,1998).
Levando-nos a refletir que, sendo o alcoólatra um dependente químico do álcool,
seus familiares, as pessoas de sua convivência, são co-dependentes, sendo esta definida
por Edwards como: “um comportamento problemático, desajustado ou doentio,
associado com a vida, trabalho ou qualquer outra situação de proximidade de uma
pessoa que sofre de alcoolismo".
Tal temática foi enfocada a partir de referencial sistêmico que concebe o alcoolismo
presente em um dos membros como um sintoma denunciador dos desequilíbrios do
sistema familiar, surgindo quando a família apresenta dificuldades no seu processo de
desenvolvimento ao longo do seu ciclo de vida.
De acordo com a psicóloga Eliana Vilar Trindade, as crianças e adolescentes que convivem em um ambiente onde existe o alcoolismo, há um risco de alta transmissibilidade, ou seja, as chances de envolvimento dependente da bebida são quatro vezes maiores, se comparado a adolescentes que não têm contato com a doença. Geralmente, o ambiente onde existe um alcoólatra é cenário de violências físicas e verbais, de pouco contato e convívio familiar.
I.2 CONTEXTUALIZAÇÃO
Sr° S. de 43 anos é casado com I.C. de 32 anoso há 10 anos e mora com ela e
seus quatro filhos, E.S. 8 anos, S.S. 6 anos, S.S. 5 anos e E.S.2 anos, em uma casa
bastante simples de 5 cômodos,sem reboco, inacabada e de fossa na abrangência do PSF
Alto do Açude na cidade de Paracatu-MG. A família vive da renda do pai que é Chapa
quente e da bolsa escola das crianças.
I.C. revelou que o marido faz uso de bebida alcoólica há alguns anos com
bastante freqüência e que o uso do álcool se iniciou por causa dos filhos. A família tem
dificuldade de comunicar e as crianças sofrem muito com o pai que às vezes some por
dias bebendo. O reflexo disso é claro no desempenho das crianças na escola e dentro de
casa. A filha mais velha ainda urina na cama, e não consegue passar de ano alem de ser
agressiva. Os outros filhos têm medo e não dormem bem, quando o pai chega eles
choram a maioria das vezes. A estrutura da família é demonstrada como segue no
genograma abaixo:
M.R.-1923J.S-1939HAS??
W.S-1970EPI
W.S.-1972
J.S.-1928DEPRE
I.S.-1978CA
B.S.-1980ALC
V.S.-1984V.D.
C.S.-1992
I.C.S.-1974 S.S.-1963
ALC.
E.S.-1998 S.S.-2000 S.S.-2001 E.S.-2004
M.S.-1947CA / DM II
Legenda:
Informante chave
Mulher
Homem
Separados? - Não soube informar
DEPRE- Depressão
CA- CâncerDM II –Diabetes tipo II
HAS- HipertensãoALC.- Alcoólatra
V,D- Viciado em drogasEPI - Epilético
Moram na mesma casa
Atualizado em Set/2007
I.3. JUSTIFICATIVA
A oportunidade de acompanhar uma família com um dependente alcoólatra
desenvolveu o interesse pelo tema e a motivação para a elaboração deste estudo, pois
como penso em me especializar em Psiquiatria, acredito que o assunto abordado e
pesquisado possa contribuir de maneira positiva no meu crescimento intelectual e
profissional.
I.4. OBJETIVO GERAL
Este trabalho teve como objetivo refletir sobre os efeitos patogênicos do
alcoolismo no contexto familiar e neste sentido busca explicitar aspectos inerentes ao
sofrimento psíquico de filhos e familiares de alcoolistas.
I.5. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Orientar quanto à importância da comunicação entre pais e filhos.
A percussão do álcool na vida das crianças.
Reintrodução da família no convívio social.
Orientar sobre o tratamento ao alcoólatra.
II. METODOLOGIA
II.1 ÁREA DE ESTUDO
O estudo foi realizado na área de abrangência do PSF Alto do Açude, da cidade
de Paracatu MG, na residência da família selecionada, durante um período de um ano e
seis meses, nos anos de 2006 e 2007. A família foi acompanhada por alunos da
disciplina de Interação Comunitária do Curso de Medicina da Faculdade Atenas
II.2. COLETA DE DADOS
Os dados foram coletados durante visitas domiciliares nos anos de 2006 e 2007 e
informações obtidas pela equipe do PSF através de fichas cadastrais, os quais foram
registrados em um “diário de bordo”, sendo este, apresentado ao professor no fim de
cada semestre para avaliação. Os dados levantados foram utilizados para o
conhecimento da família e seus problemas, a partir dos quais, foram elaboradas
estratégias de intervenção para melhoria na qualidade de vida.
II.3. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS SUJEITOS
A seleção da família foi realizada pelas agentes comunitárias da equipe do PSF,
não havendo critérios de seleção específicos.
II.4. INSTRUMENTOS OU TÉCNICAS UTILIZADAS
A disciplina de Interação Comunitária nos proporciona acompanhar famílias e
desenvolver com elas a Metodologia da Problematização buscando, na realidade um
“problema” e desenvolver em cima deste, propostas para que este possa ser solucionado
ou melhorado. Sendo nós alunos os percussores desta transformação. A proposta foi a
de assistir a família, por meio de visitas domiciliares, sendo realizadas no período de um
ano e seis meses, nos anos de 2006 e 2007, totalizando 15 visitas, nas seguintes datas: 1º
- 17 de março/2006; 2º - 11 de abril/2006; 3º - 05 de maio/2006; 4º - 19 de maio/2006;
5º - 02 de junho/2006; 6º - 23 de junho/2006; 7º - 11 de agosto/2006; 8º - 6 de
outubro/2006; 9º - 10 de novembro/2006; 10º - 24 de novembro/2006; 11º - 1 de
março/2007; 12º - 12 de abril/2007; 13º - 30 de agosto/2007; 14º - 20 de setembro/2007;
15º - 25 de outubro/2007.
Inicialmente, as visitas se destinaram à avaliação estrutural da família e suas
relações internas montando assim o genograma que tem sido amplamente utilizado em
estudos com famílias que enfrentam diferentes problemas.
Onde se buscou conhecer as necessidades e limitações, observando a realidade
da família. No decorrer da disciplina, destinou-se à busca dos pontos chaves para a
melhor compreensão dos principais problemas da família para que fosse possível
elaborar estratégias e soluções para os mesmos e assim prosseguir com a intervenção.
Após observação e levantamento dos principais problemas, foi feita a teorização dos
mesmos para o conhecimento teórico destes problemas, sendo realizado fora da área do
estudo. A partir do conhecimento teórico sobre os problemas, elaboraram-se hipóteses
de solução, para serem aplicados durante a intervenção. A aplicação da intervenção
baseou-se em orientações e informações, destinando-se a melhorar a qualidade de vida
da família. Por fim, fez-se uma análise das melhorias obtidas após a intervenção
comparando-as com o estilo de vida da família antes da intervenção.
III. RESULTADOS
III.1. DESCRIÇÃO
Durante o período de acompanhamento foram levantados problemas, dentre
estes, destacamos a percussão do alcoólatra na vida de toda a família e o
desenvolvimento de problemas comportamentais e dificuldades escolares entre os filhos
de alcoolistas.
A intervenção foi aplicada nesses problemas. Com o propósito de refletir sobre
os principais efeitos do alcoolismo na dinâmica familiar e apontar os aspectos relevantes
referentes à dinâmica interacional da família com membros alcoolistas, bem como
analisar os possíveis efeitos patogênicos do alcoolismo na família.
Conseguiu-se conscientizar a família quanto o fato que o “ambiente alcoolista”
afeta de forma negativa as crianças, pois filhos de alcoolistas experimentam tensão e
competitividade com seus colegas e quanto mais velhas possuem dificuldades em
construir e manter amizades. Pesquisas realizadas comprovaram a hipótese de que toda
a família é afetada pelo alcoolismo.
Segundo a teoria sistêmica, todas as pessoas que compõem a unidade familiar
têm um papel na maneira como funciona a família, como se relacionam os membros
entre si e na forma como finalmente, o sintoma irrompe (Bowen,1974).
Filhos de alcoolistas possuem uma probabilidade maior de desenvolver alcoolismo. Problemas mais severos de caráter anti-social, relacionado com alcoolismo foram encontrados mais freqüentemente, em indivíduos que tinham algum parente alcoolista do que naqueles que não o tinham (Knight,1987).
Também houve mudanças na maneira como se comunicavam com os filhos e
como o casal poderia contribuir para um melhor desenvolvimento dos filhos e da
própria vida conjugal.
Sr° S. e sua esposa passaram a doar mais aos filhos e procuraram ajuda do
medico do PSF, das agentes, de psicólogos, dos professores das crianças e da própria
dupla de alunos. O retorno foi visível em pouco tempo de tratamento, que proporcionou
um melhor desenvolvimento funcional das crianças em sala de aula e ate mesmo em
casa, tornando-os menos depressivos e mais comunicativo, melhorando os seus
relacionamentos com a família, parentes e vizinhos. Sua esposa passou a cuidar mais de
si própria, melhorando sua auto-estima, emagreceu e voltou para a escola enquanto o
esposo ficava com os filhos.
IV. DISCUSSÃO
IV.1.INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Nas primeiras visitas observou-se que o Sr° S. S. sempre saia de casa quando
recebia a nossa visita e não conversava com a gente, as crianças mais novas olhavam
desconfiadas e quase nunca falavam nada as duas mais velhas geralmente estavam em
aula. As orientações realizadas foram quanto à importância do diálogo na vida de todos,
a presença dos pais nas dificuldades da vida dos filhos, bem como os perigos na
ingestão de álcool.
Para verificar o perfil de vida antes e após o uso de álcool pelo progenitor da
família, utilizou-se um instrumento contendo os seguintes componentes: histórico
familiar, hábitos gerais, atividades diárias e comportamento.
Antes do álcool, o progenitor era feliz e comunicativo, achava que poderia ainda
crescer na vida e queria muito terminar os estudos. Sua atividade de trabalho era
variada, ajudante de pedreiro, ajudante de serviços gerais e finalmente descarregador,
sem horário fixo para trabalhar, pois ganhava quando aparecia um descarregamento.
Casado desde cedo não demorou a ter filhos, a primeira foi uma festa o casal não queria,
mas ficaram felizes. A segunda filha veio por falha da tabelinha às coisas a partir daí
começaram a apertar, pois sua esposa não trabalhava e a despesa da casa só crescia. Sr°
S. já não vinha em casa para almoçar com medo de perder algum carregamento e sua
esposa passava o dia só com as crianças. Não existia mais atividade de lazer, não
mantiam nenhum contato familiar, e com a vinda do terceiro filho passou a se sentir
desmotivado e deprimido, foi quando entrou na bebida. Quando conhecemos a família
Sr° S. já estava inserido no alcoolismo há mais de quatro anos com episódios de
embriaguez todos os dias.Com a vinda da quarta filha esses episódios se tornaram tão
freqüentes que o Sr° S. já não voltava mais para a casa e dormia pelas ruas escornado.
Observa-se diante do exposto, traços de personalidade aparecem vinculados ao alcoolista, como por exemplo: regressão emocional, imaturidade, instabilidade, ansiedade, insegurança e fraqueza de ego. Trata-se de sujeitos dependentes e tímidos, com medo de tomar iniciativas e de assumir responsabilidades onde a fantasia pode se apresentar como fonte de satisfação ou como refúgio possível de frustração das aspirações intelectuais. O álcool pode funcionar como um mecanismo de fuga do indivíduo devido ao seu sentimento de inadequação(Miermonte,1994).
Com o passar das visitas, sua esposa nos conta que seu marido esta sentindo
dores intensas na região estomacal. E que ele esta com medo de procurar pelo medico
do PSF. Comunicamos a agente para que ela tentasse convencê-lo já que ele não queria
conversar com nos alunos. Com o tempo a dor acentuou e ele foi obrigado a procurar
socorro medico no hospital municipal de Paracatu. Ele foi medicado e encaminhado
para fazer exames comprovou uma ulcera e esclareceu a ele que se continuasse bebendo
não poderia fazer o tratamento, foi quando ele decidiu a parar de beber. A partir daí
começou as mudanças na vida da família, com o pai em casa a esposa podia sair para
levar os filhos ao medico e interagir mais com a escola já que os mais novos ficavam
com o pai. As crianças foram encaminhadas ao psicólogo e os pais também. O medico
do PSF inseriu caminhadas a D.I. para perda de peso e sedentarismo e ela pode voltar a
estudar a noite para ajudar mais seus filhos na escola. A vida da família melhorou
muito.
IV.2. COMPARAÇÃO COM OUTROS ESTUDOS
Um estudo de Hill e Gauer publicado em 1998 realizou uma análise semiótica
dos relatos de filhos de alcoolistas e concluiu que as seqüelas decorrentes das vivências
familiares perduram durante longos períodos. A baixa auto-estima, a grande dificuldade
de alcançar intimidade nas relações e uma visão de mundo marcada pelo medo
restringem sobre a vida desses indivíduos.Verificou-se que os filhos adultos de
alcoolistas formam conclusões errôneas, como: não falar com pessoas de fora da família
sobre o pai alcoolista,entender que o problema era seu e que ninguém mais se
preocuparia com isso, sentir-se constantemente constrangido com a situação e sentir-se
pouco respeitado pelos professores temendo que sua vida pudesse ser igual à de seus
pais e parentes. Constatou-se que a metamensagem é de desconfiança, assim, se os
filhos de alcoolistas aprenderam a não confiar na mensagem recebida do progenitor,
essa falta de confiança se reflete nos relacionamentos em geral e eles passam a perceber
o público como uma ameaça. Se o filho continua a viver e a lidar com o alcoolista, ele
passa a desconfiar dos seus próprios sentimentos, já que para a família tudo que ele
ouve, vê e acredita não existe. Percebe se que a confiança desses indivíduos em si
mesmos e em sua família foi danificada ou destruída. Esses resultados são elucidativos
da extensão e durabilidade do sofrimento em filhos de alcoolistas.
IV.3. DIFICULDADES E LIMITAÇÕES
Na maioria das visitas foi necessário tocar no assunto que era um tabu para a
casa, pois inicialmente se notava grande resistência da família em relação à esperança
de mudar. O progenitor não conversava com nos alunos e as filhas mais velhas que
falavam mais sobre o problema quase nunca estavam em casa, pois encontravam se em
horário de aula. Foi preciso dar confiança à família que o assunto não seria falado com
as agentes para conseguir ter mais segurança para falar.
CONCLUSÃO
V.1. SÍNTESE DOS PRINCIPAIS RESULTADOS
As principais mudanças observadas no estilo de vida da família foram à
comunicação; o comportamento do pai alcoólatra e da mãe que se sentia diminuída por
não ajudar os filhos; a inserção do tratamento psicológico na vida de todos; o interesse
pela vida escolar dos filhos, aparece como comportamentos importantes para a melhoria
da qualidade de vida, dando-lhe maior disposição e autoconfiança ao alcoólatra. Porém,
deve-se manter um controle para afastar os fatores de risco que possam levar novamente
ao abuso de álcool.
V.2 SUGESTÕES DE NOVAS PESQUISAS
Com o acompanhamento desta família, percebeu-se que existem poucos estudos
específicos para a experiência psicológica prejudicial do lar onde há um alcoolista.
Ressalta-se a importância de examinar a combinação dos diagnósticos de alcoolismo e
depressão em todos os membros da família, incluindo os filhos que potencialmente
carregam uma vulnerabilidade genética e psíquica para o desenvolvimento dessas
patologias.
V.3 PROPOSIÇÕES DE RECOMENDAÇÕES DE INTERVENÇÕES
Através deste estudo, percebe-se a importância do acompanhamento domiciliar
do alcoolista e da sua família, o que possibilita a identificação das dificuldades
enfrentadas no cotidiano e no relacionamento entre os integrantes da família e, por
conseguinte, o estabelecimento de planos de intervenções para a assistência mais
adequada à realidade familiar.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a equipe do PSF Alto do Açude pelo acolhimento e carinho com os
alunos da Faculdade Atenas, pela colaboração em fornecer dados necessários sobre a
família acompanhada.
Em especial, agradeço a confiança e cooperação da família estudada em aceitar o
acompanhamento.
ABSTRACT
Introduction: This study is based on the attendance of a family, in which it has a 43-
year-old alcoholic, of the masculine, married sex, father of four children having
historically of episodes of drunkenness. Objective: To reflect on the effects patogênics
of the alcoholism in the family context and in this sense to set out aspects inherent in the
psychological suffering of children and relatives of alcoolistas. Methodology: It the
question is a qualitative study structured in the beginnings of the Case study, carried out
in the area of range of the PSF of Alto do Açude, in the city of Paracatu Minas Gerais,
during a period of one year and six months, in the years of 2006 and 2007. The
collection of data was done through home visits and informations given by the team of
the PSF through cadastral, what tokens were registered. There were collected data
referring to a historical relative. When they resulted: The family managed to make
aware as for importance of the communication with the children, to the search for help
and the harms of the alcohol in the life of the alcoholic and in the life of the family.
Conclusion: Through this study, there is realized the importance of the home
attendance of the alcoolista and of his family, which makes possible the identification of
the trouble faced in the daily life and in the relationship between the integrants of the
family and, consequently, the establishment of plans of interventions for the presence
most appropriate to the familiar reality.
KEY WORDS: Alcoholism. Family. Comunicacion. Children.
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