a queda dum anjo - 2ª a - 2011

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Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco (Lisboa, 16 de Março de 1825 — São Miguel de Seide, 1 de Junho de 1890) foi um escritor português. Camilo foi romancista português, além de cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor.

Teve uma vida atribulada que lhe serviu muitas vezes de inspiração para as suas novelas. Foi o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente dos seus escritos literários. Apesar de ter de escrever para um público, sujeitando-se assim aos ditames da moda, conseguiu ter uma escrita muito original.

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Na trama são envolvidos dezoito personagens que giram ao redor de Calisto que é o principal. Os personagens secundários são superficialmente descritos de maneira que o leitor possa imaginá-los fielmente, cada um a seu tipo.

Teodora: recatada e atrelada aos costumes da vida no campo, ignorante mais que o necessário para ter juízo.

Adelaide: nova, que despertou o amor em Calisto e o despertou para a realidade.

Ifigênia: brasileira, bela e que roubou o coração de Calisto.

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O boticário: o farmacêutico. Lopo: o professor que tinham interesses

financeiros. O velho Sarmento: outro português que valoriza o

bom português dos velhos tempos e o abade (uma espécie de padre) de Estevães, que esteve ao lado de Calisto na Câmara.

Os destaques ficam por conta de Adelaide, Ifigênia, Teodora e Libório de Meireles, além do próprio Calisto. Dois personagens são descritos pelo autor.

Um deles é Calisto e o autor fez uma descrição fiel do morgado (filho único ou filho mais velho), para mostrar como sua educação, por meio das obras clássicas e quais eram os seus valores, mostrando como isso foi evoluindo com o tempo.

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O outro é Libório que representa o oposto de Calisto. Era burguês, e defendia o luxo e os costumes franceses requintados, que acompanhavam a industrialização, necessária para o desenvolvimento de uma nação. Aos poucos Calisto foi adquirindo essa opinião.

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Calisto Elói, morava na Vila de Miranda e tinha uma formação literária muito boa, estudando latim e grego.

Era conservador e defensor dos costumes portugueses e sua veste características do interior denunciava isso. Mas sua vocação para orador o levou para a Câmara dos Deputados de Lisboa, depois de uma esmagadora eleição em Miranda.

Ao chegar em Lisboa, parecia que estava em outra terra, bem diferente daquela descrita nos seus livros. Lisboa estava em decadência (em ruínas) e até a água era insalubre (era prejudicial a saúde).

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Na hora de fazer o juramento Calisto já criou confusão e isso se repetiu durante os discursos, contra o dinheiro desperdiçado no teatro, que só atendia os ricos.

Seus discursos sempre estavam acompanhados pelo riso dos deputados, frente aquele homem franzino (fino, delicado), com sua casaca, barriga e corcunda causada pela leitura exagerada.

Calisto tinha gênio forte e aliado a seu espírito nacionalista logo arrumou um rival: Libório, um doutor do Porto e um amigo, o abade (sacerdote) de Estevães.

Discursou contra o luxo, que corrompia as nações, contra a opinião de Libório. Durante uma visita a um amigo presenciou uma cena de adultério e graças a sua ajuda a paz foi restaurada.

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Mas essa paz veio junto com uma amizade e logo depois o amor por Adelaide. Lembrando que Calisto tinha seus 44 anos e era casado com Teodora, que tinha ficado em Miranda.

Isso causou um rebuliço (agitação) nas idéias e na forma de agir de Calisto e a única solução encontrada pelo pai da garota foi impedir que eles se vissem. Funcionou!

Na Câmara, seu discurso contra a rigidez e desumanidade no trato de mulheres e presos, novamente contra Libório estremeceram a Câmara.

Parecia que Calisto já havia esquecido Adelaide e voltado a lembrar de seu dever como esposo.

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Depois de jantar na casa de uma vizinha, Calisto ficou conhecendo um nome, Ifigênia e esta apareceria alguns dias depois, uma prima, vinda do Brasil.

O amor despontou mais uma vez em seu coração e desta vez Calisto cobriu sua amada de luxo e riqueza, que a condição de fidalgo (que tem título de nobreza) lhe dava.

Mudou seus costumes e passou a fumar charuto e vestir-se com elegância, cuidar da aparência.

Em três meses de Legislatura mudou tanto em forma e ação, que Brás, vindo de Miranda não lhe reconheceu, mas o viu com Ifigênia e levou a notícia a Miranda.

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Ao saber disso, Teodora ficou possessa, mas Calisto foi a Miranda e depois de causar terror por sua aparência acalmou os ânimos.

Mas a saudade de Ifigênia era tanta que Calisto voltou a Lisboa três dias depois, deixando Teodora entregue a febre e a Lopo, um primo que só queria saber da fortuna da fidalga.

Calisto tentou esquecer Teodora definitivamente e quando ficou sabendo que ela viria a Lisboa lhe procurar ele foi para a França com Ifigênia.

Teodora chegou a Lisboa e ao ver todo o luxo que Calisto dava a Ifigênia, decidiu se separar e ficar com Lopo.

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Calisto volta da França e ele que abismava a idéia da invasão do luxo francês se viu imerso (mergulhado) nele.

Casou-se com Ifigênia e teve dois filhos.Ironia do destino, mas esse português

que odiava a corrupção deu dois cargos eclesiásticos (cargos pertencidos a igreja) a conhecidos de Miranda para se reeleger deputado.

O anjo despencou e o simples mortal viveu.

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A história de "A queda dum Anjo", começa com a valorização dos costumes e valores de um autêntico português e termina tragicamente com a desfiguração desse homem perante aos costumes de Lisboa.

O principal conflito é entre o velho e o novo, o nacionalismo e a dominação estrangeira.

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A história se passa perto da metade do século XIX e, durante alguns fatos, o narrador cita exatamente o ano em que se sucede o acontecimento. Sendo assim, o tempo é cronológico, e a história inteira dura aproximadamente cinco anos.

A mensagem é clara: mesmo uma pessoa conservadora, culta e nacionalista deixa-se levar pelo seu ambiente, se adequando ao novo lugar e mudando sua maneira de pensar e agir, mesmo que para pior.

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Quanto ao espaço, a história se passa em seu início na cidade natal de Calisto Elói, Miranda, porém se desenvolve principalmente em Lisboa, nos lugares onde Calisto transitava, como a Câmara de deputados, sua casa, etc.

Há também pequenas citações a alguns países da Europa, como a França. As ambientações são na maioria internas, porém também há muitas externas.

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A narração é majoritariamente (a maioria) em terceira pessoa, com apenas alguns pequenos trechos em primeira pessoa, mas que não são relevantes na história.

Há na trama, uma grande participação do narrador, o próprio autor, que conta a história. Ele é onisciente, ou seja, sabe praticamente tudo sobre todos os personagens (que, afinal, ele próprio criou) e além disso conta a história depois que os fatos se sucederam.

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Há uma predominância do discurso direto, com muitos diálogos, discursos e cartas. A narração é predominante e quase não há descrição. O narrador emite opiniões, principalmente através dos personagens, e algumas vezes diretamente, através de seus comentários e narração.

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Camilo prima pela economia da narração, sendo as poucas descrições presentes um complemento das situações narradas. Camilo utiliza vários níveis de língua, de acordo com as personagens e contextos em que se inserem: nível cuidadoso, ligado a Calisto, no Parlamento, quando se utilizava todos os artifícios da retórica; nível normal, ligado ao narrador, espaço e personagens lisboetas; nível popular, discurso de Teodora, retratando a sua vulgaridade; nível familiar, nas cartas de Calisto e Teodora. Assim, Camilo imprime o ritmo conveniente à ação. É trabalhando sabiamente a Língua que confere um notável dinamismo à sua novela.

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A obra pode ser fictícia, mas a coerência dos fatos é tão grande que a trama adquire um caráter real. Um livro que mostrou toda sua habilidade de apresentar temas reais e românticos em uma sátira a sociedade do século XIX.

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