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A
PUREZA
SEXUAL
A
PUREZA
SEXUAL
Valdiney Campos
www.evangelhodejesuscristo.weebly.com
Sumário
Prefácio - pag. 4
Capítulo 1: As vaidades da aparência - pag. 6
Capítulo 2: Os olhos bons - pag. 14
Capítulo 3: A prisão sexual - pag. 22
Capítulo 4: A espera em Deus - pag. 28
Capítulo 5: A relação santa no casamento - pag. 32
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Prefácio
O legalista (e muitas vezes libertino) sistema religioso que se
formou em torno do evangelho tem feito com que o Espírito Santo se
ausente da igreja, e como consequência os crentes têm se tornado
carnais, e buscam se casar tendo como intenção principal fazer sexo, e
esse é um dos grandes motivos de haver tantos divórcios entre os
crentes.
Outro fato lamentável é que nesses últimos dias os crentes estão
escolhendo para si líderes conforme as suas próprias concupiscências,
e nisso se cumpre o que foi escrito:
“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas,
tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme
as suas próprias concupiscências;” (2 Timóteo 4.3).
Apesar de não escreverem textos muito extensos nas cartas, como
eram alguns dos livros do antigo testamento, os apóstolos não
deixaram de falar sobre a relação santa no casamento e a pureza dos
olhos, mesmo não havendo naquele tempo uma necessidade tão
urgente de se falar sobre tal assunto por cartas.
No entanto, este livro não é um manual de ensino sobre como se
relacionar sexualmente em santidade, pois é o Espírito Santo quem
ensina todas as coisas. O cristão pode falar sobre vários assuntos, mas
quem vai ensinar a efetuar será o Espírito Santo, por exemplo: O
cristão pode ter aprendido muitas coisas com o Espírito Santo a
respeito de humildade, e repassar na igreja o aprendizado. Contudo,
quem vai ensinar os irmãos a procederem em humilde será o Espírito
que habita no interior de cada um deles; sem o Espírito Santo não há
aprendizado. Na realidade o cristão não ensina, mas fala sobre
diversos procedimentos relacionados à vida cristã; quem ensina os
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irmãos a andarem em justiça é o Santo Espírito que habita em cada
cristão. Portanto, o mestre é o Espírito de Deus, é ele quem ajuda no
efetuar.
O ideal seria que não fosse necessário falar sobre o assunto de
sexualidade, pois aqueles que buscam crescer na fé em Jesus já
deveriam saber sobre tal coisa. Os apóstolos falaram pouco sobre esse
assunto, como se vê apenas nas seguintes passagens: 1 Coríntios 7.4,
1, Tessalonicenses 4.4-5, 1 Pedro 3.7. Mas o fato lamentável é que tem
sido necessário falar sobre esse assunto, pois o povo que professa a fé
cristã está sendo levado pelos seus desejos infames, e com isso,
buscando em nome Cristo legalizar o pecado, e esse ato não pode ser
ignorado pelos cristãos sinceros que temem a Deus, mas deve ser
combatido em Cristo.
Portanto, o assunto a ser tratado aqui tem como maior motivação
combater o falso ensino sobre a sexualidade, que é uma influência da
depravação moral do mundo nos últimos dias, a qual tem afetado até
mesmo a igreja, a qual não tem percebido o aumento da corrupção do
mundo nas últimas décadas. A profecia que fala sobre as mulheres
crentes que serão defraudadas por falsos cristãos, por causa dos seus
desejos pecaminosos, está se cumprindo nos dias de hoje:
“Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.
Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem
pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados,
levadas de várias concupiscências;” (2 Timóteo 3.5-6).
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Capítulo 1
As vaidades da aparência
O valor que ofusca a beleza exterior
Ao defenderem as vaidades da aparência, as pessoas utilizam o
argumento de que Deus não atenta para a aparência, mas para o
coração. Ora, se Deus não atenta para o exterior, por que ficar
cuidando da aparência, se o crente foi chamado para ser imitador de
Deus, como diz a escritura em Efésios 5.1?
Portanto, se Deus não atenta para a aparência do homem, o homem
de Deus também não deve atentar para a sua própria aparência; é
necessário que o seu adorno seja interior, como o Espírito Santo
ensinou por meio de Pedro:
“O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no
uso de joias de ouro, na compostura de vestes, mas o homem
encoberto no coração, no incorruptível trajo de um espírito manso e
quieto, que é preciosos diante de Deus.” (1 Pedro 3.3).
Obviamente o homem não deve degradar a sua aparência, mas ele
também não necessita de se dedicar a embelezar o exterior, pois o seu
tempo precisa ser utilizado para embelezar o interior. A beleza exterior
causa competições e invejas, mas a verdadeira beleza interior só faz
bem ao próximo. Na realidade, só vive valorizando a aparência aquele
que não tem um valor maior e eterno dentro de si.
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Ao dizer para limpar o interior para que o exterior ficasse limpo,
Jesus não estava falando de beleza, mas de pureza, isto é, eles
precisavam ser limpos de coração primeiro e não apenas serem limpos
de aparência, como muitos pastores o são nos dias de hoje, os quais
tem aparência de piedade mas negam a eficácia dela, como está escrito
que haveria de se cumprir nos últimos dias (2 Timóteo 3.5).
O fato é que a beleza interior ofusca a feiura exterior, assim como
a beleza exterior não encanta aquele que atenta para o interior
(Provérbios 31.30). Em muitos casos, a beleza exterior torna-se
desprezível quando a pessoa possui uma feiura interior, e em
contrapartida, a beleza interior de um coração alegre ofusca a falta de
beleza exterior de tal forma que a beleza interior reflete no exterior:
"O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o
espírito se abate." (Provérbios 15.13).
Contudo, há um questionamento: se Deus não valoriza a aparência
do homem, mas atenta para o coração (1 Samuel 16.7), e o homem
deve ser imitador de Deus no sentido moral, não valorizando a carne,
mas olhando para o coração (2 Coríntios 5.16), então por que Deus
deu filhas formosas a Jó, como está escrito (Jó 42.15)? Isso aconteceu
porque Jó entendeu que na realidade o valor da beleza é ofuscado pelo
valor do ser-humano. Jó pôde ter filhas belas porque ele não se
ensoberbeceria por futilidades, isto é, por coisas tão pequenas,
comparadas ao que realmente tem valor. Ele demonstrou ser capaz de
sofrer várias perdas e ainda dar graças a Deus. Jó seria capaz de perder
as suas filhas novamente por amor ao seu Criador. Deus deu a Jó filhas
formosas porque ele foi um bom exemplo para o homem de como lidar
com o que Deus dá, ou responsabiliza. Jó teve filhas belas porque o
seu coração pertencia a Deus, ele amou a Deus em verdade (e ele
ainda nem vivia sob o perfeito sacerdócio de Cristo). A beleza das suas
filhas não teve lugar em seu coração. Ele não deixou de amar as suas
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filhas, pois ele as amava por meio do amor de Deus que estava em seu
coração, no entanto, ele não teve apego à beleza delas, como para se
exaltar diante do povo ao seu redor, por causa das suas belas filhas. É
necessário que, assim como Jó, o cristão aprenda a desassociar a
aparência da pessoa.
O homem pode reconhecer a beleza (Jó 42.15, 1 Samuel 9.2), mas
não pode ser atraído por ela, pois a beleza é enganosa (Provérbios
31.30). O homem não pode ser atraído pela beleza, mas precisa de ser
atraído pelo amor. O homem que é atraído pela beleza está sendo
levado pela concupiscência dos olhos, e cairá em um engano, pois a
beleza é enganosa.
O homem que é atraído pela beleza passa a valorizar mais a beleza
da pessoa do que a própria pessoa, e isso faz com que ele fique cego e
encantado, e faça escolhas enganosas que poderão trazer sérias
consequências em sua vida. Para vencer essa concupiscência é
necessário olhar mais para a pessoa do que para a beleza da pessoa.
É necessário que a mente, e também os sentidos, entendam que a
beleza física é secundária. Quando isso for claro para a mente e os
sentidos, então não haverá mais atração pela beleza, mas a beleza será
apenas reconhecida como tal. Muitas vezes a beleza não tem um valor
primário na mente, mas o tem nos sentidos e isso se torna manifesto no
agir e no falar. Portanto, é necessário que a beleza tenha um valor
secundário, não apenas na mente, mas também nos sentidos. Quando
houver no crente uma atração pela beleza, é necessário que ele
reconheça em Cristo que a vida da pessoa é mais valiosa do que a sua
beleza.
O cristão reconhece a beleza exterior, mas não aceita alguém por
causa da sua beleza exterior, pois ele atenta para o coração, assim
como Deus o faz.
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A beleza exterior do ser-humano caído pelo pecado é como uma
embalagem. A embalagem bonita se torna pouco aprazível se o interior
for feio, e a embalagem feia se torna aprazível se o interior for belo.
Assim como valor da mulher virtuosa muito excede o valor dos
rubis (Provérbios 31.10), também a beleza da aparência humana não
pode ser comparada ao seu valor interno. Mas o lamentável é que as
pessoas invertem os valores.
O fato real e lamentável é que a maioria das pessoas são
discriminadoras, e discriminam porque dão à aparência o valor que
deveria ser dado ao ser-humano, e valorizando a aparência dessa
forma, é inevitável não fazer discriminações, ou seja, separações de
classe, sejam elas na mente, inconscientemente, ou na prática. As
pessoas deveriam apenas reconhecer a beleza, mas não serem
encantadas por ela a ponto de valorizá-la mais do que a própria
essência humana. A beleza da aparência não passa de aparência, mas o
caráter define o valor de uma pessoa. A formosura não é uma coisa
ruim, no entanto, alguém que tem falta dela não pode de forma alguma
se sentir inferior, pois a beleza sequer pode ser comparada com o
caráter, isso é uma grande verdade que precisa ser vivida. É óbvio que
há pessoas que tem uma aparência mais feia do que as outras, que tem
o corpo defeituoso; não dá para tentar “tapar o sol com a peneira”,
dizendo que são belezas diferentes, mas o necessário é entender que a
beleza da aparência, ou a falta dela, se torna irrelevante ao ser
colocada ao lado do valor interno do ser-humano. É necessário que as
pessoas deixem de ser hipócritas e aprendam a valorizam o que há de
mais precioso no ser-humano, que é o seu caráter.
Portanto, o que realmente precisa de ser valorizado, moldado e
embelezado é o caráter e não a aparência exterior. É necessário deixar
o egoísmo, é necessário deixar de valorizar a aparência e começar a
atentar para o próprio caráter.
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As pessoas estão comendo a casca e lançando fora o fruto, jogam o
produto fora e ficam com a embalagem. A casca, ou a embalagem, não
precisam de serem descartadas, mas precisam de serem ofuscadas pelo
valor que está contido no interior delas. Tudo que está contido no
interior é mais valioso do que o que está do lado de fora. Quando a
importância é realmente voltada ao produto, já não se atenta para as
embalagens desses produtos, observando se são embalagens bonitas ou
feias. O mesmo acontece com os seres-humanos. Quando a
importância é realmente voltada às pessoas, já não se atenta para a
aparência delas, se são bonitas ou feias. Portanto, a discriminação só
irá deixar de existir quando os valores estiverem em seus devidos
lugares e não quando mentirem para si mesmos, dizendo que todos
possuem uma beleza particular. Não haverá mais discriminação
quando todo o valor do conteúdo for reconhecido, pois assim atentarão
para o conteúdo de tal forma que a embalagem não receberá mais
atenção, seja bonita ou feia.
As pessoas que valorizam a beleza são discriminadoras porque elas
dão mais atenção a uma pessoa bonita do que a uma pessoa feia, não
se contentam em se casar com parceiros fisicamente feios, não se
satisfazem com a própria beleza, ou falta de beleza natural que Deus
lhes deu. É necessário que o cristão seja maior do que a sua beleza, ou
falta de beleza; dessa forma ele não cairá na tolice do orgulho, por
causa da sua beleza, ou na baixa auto-estima, por causa da sua feiura.
O fato é que o valor da pessoa encobre a beleza ou a feiura da
aparência. A aparência tem um valor muito pequeno, que se
ofusca, quando é comparada ao valor do ser-humano. É
necessário olhar além da camada exterior. Quem busca satisfação
momentânea sofrerá privações posteriores.
A maioria das pessoas são racistas; os racistas se orgulham das suas
raças. Se uma pessoa sentir orgulho da sua cor, sexo, prole ou povo,
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ela vai menosprezar as outras que não são iguais a ela. Contudo, diante
do Senhor não existe essa distinção:
"Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos
revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há macho
nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus." (Gálatas
3.28).
Consciência na vestimenta
O cristão deve ter o cuidado de não permitir que o seu corpo seja
um instrumento de cobiça, pois isso seria uma pedra de tropeço para os
pequeninos de Deus. O fato é que não faz sentido fazer exposição de
algo que foi feito para uma só pessoa.
Há crentes que acham que uma simples vestimenta os tornará
santos, e por outro lado, outros acham que não há problema em vestir
roupas curtas desde que “o coração seja bom”. No entanto, mesmo que
o crente tenha “um bom coração”, ele deve considerar que há pessoas
que tem olhos maus, e por isso ele não pode ser um motivo de
escândalo, ou mais uma pedra de tropeço para os pecadores.
A extravagância no vestir é um pecado, não apenas contra si
mesmo, ao desvalorizar o corpo que Deus lhe deu, mas também é um
pecado contra o próximo ao induzi-lo a sentir o desejo de usar e
defraudar esse corpo. As coisas vergonhosas ficam ocultas nos
corações e nos pensamentos, e até entre os descrentes ainda há um
constrangimento ao expor tais imoralidades.
A roupa de Adão e Eva não foram confeccionadas conforme a
vontade deles, mas conforme a vontade de Deus, portanto, é necessário
entender pela consciência no Espírito Santo se tal roupa é conveniente.
No entanto, o homem de Deus respeita e valoriza todas as
mulheres, até mesmo aquelas que desvalorizam a si mesmas, as quais
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atentam para a sua própria carne e não para a sua essência humana. No
entanto, são pouquíssimos os homens que precedem dessa forma.
A maioria dos homens são devassos, e é mais natural que um
homem sinta mais desejo sexual por uma mulher que deixa as partes
íntimas à mostra do que por uma mulher que se cobre. Se há
concupiscência no mundo, é necessário se cobrir, pois todos trancam
as suas casas e os seus carros para evitar roubos.
É necessário entender que aquilo que é visto é mais desejado, por
exemplo: Se alguém tem a opção de escolher entre dois carros, sendo
que um está coberto, mas o outro está à vista. Os dois carros são de
alto valor, mas o que está descoberto é de mais alto valor. Nesse caso,
é mais óbvio que será escolhido o carro que já se sabe que é de alto
valor, mas se o carro que está oculto estivesse coberto por um plástico
de camada fina e justa, mostrando todas as suas curvas, logo se saberia
identificar o que está por debaixo do plástico, e então, ele se tornaria
mais desejado. Assim também acontece com aqueles, ou aquelas, que
andam diante das pessoas com poucas roupas, ou com roupas coladas
no corpo; eles se tornam mais cobiçados sexualmente.
Contudo, é óbvio que o grande responsável por um eventual
estupro é o estuprador, no entanto, um corpo sensual à mostra atrai a
cobiça dos homens, inclusive dos maníacos perversos. Como dizem: o
que não é visto não é lembrado. Uma dona de casa responsável não irá
deixar um pedaço de carne ao ar livre ao saber que há gatos famintos
rondando em volta de sua casa. Quando alguém é assaltado, a culpa do
assalto será sempre do assaltante, é obvio, no entanto, o assalto
poderia ter sido evitado se o assaltado não andasse com dinheiro à
mostra. Contudo, esconder o dinheiro não resolveria o problema de
assaltos, mas diminuiria a possibilidade passar por esse infortúnio. O
ser-humano não muda, ele sempre permanece mal, portanto, é
necessário ser sempre prudente em relação à cobiça.
No entanto, o servo que tem olhos bons não depende da vestimenta
do próximo para se manter santo.
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A realidade é que os pervertidos gostam de estar sempre acessando
sites pornográficos e não em sites jornalísticos, onde não há pessoas
com o corpo descoberto. Portanto, dizer que a abstinência não resolve
os problemas sexuais é um grande engano, pois quanto mais uma
pessoa permanecer no vício, maior será o desejo, até que um dia o
vício a mate.
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Capítulo 2
Olhos bons
A cobiça do coração
A cobiça não está nos olhos, mas no coração. O olho é um
instrumento que leva a cobiça ao coração:
"Se o meu coração se deixou seduzir por uma mulher, ou se eu
armei traições à porta do meu próximo. Então moa minha mulher
para outro..." (Jó 31.9-10).
"Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher
para a cobiçar, já em seu coração já cometeu adultério com ela"
(Mateus 5.28).
A cobiça não está no olhar porque existem olhos bons e olhos
maus:
"A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos
forem bons, todo o teu corpo terá luz; Se, porém, os teus olhos forem
maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que há em ti
são trevas, quão grandes serão tais trevas!" (Mateus 6.22-23).
O pecado não está no que os olhos veem, mas no que o espírito, a
alma e o corpo sentem. Portanto, se o olhar mexer com os sentidos, é
preciso deixar de olhar e se entregar mais em sacrifícios de louvor para
não pecar com o coração.
A santificação não se trata simplesmente da abstinência das práticas
pecaminosas. A santificação leva o crente, não apenas a deixar certa
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prática pecaminosa, mas também a sentir repulsa por tal prática. A
santificação levará o cristão a ter, não apenas o domínio próprio, para
conseguir deixar o contato com práticas pecaminosas, mas também o
conduzirá à purificação da alma e do espírito, para não mais se sentir
atraído na alma por qualquer prática pecaminosa, ou cobiçar no
espírito. Há crentes que têm o domínio próprio, eles podem passar a
vida inteira longe do pecado sexual, no entanto, ao se depararem com
cenas pecaminosas de lascívia e sedução, eles se sentem atraídos por
tal pecado, e por isso precisam tirar logo aquilo de diante de si. Esses
crentes estão livres do vício, mas precisam purificar a alma para
extinguir toda e qualquer atração pelo mal. E com isso, o cristão ficará
longe de cenas pecaminosas (não necessariamente de pessoas), não
porque tal coisa poderia o atrair, mas porque a sua alma em
santificação não sente atração pelo mal. Os apóstolos falaram que na
busca por Deus o cristão purificará o corpo, a alma e o espírito, se
tornando morto para práticas pecaminosas:
“Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra: a
prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a vil concupiscência
e a avareza, que é idolatria;” (Colossenses 3.5).
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso
espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1
Tessalonicenses 5.23).
O Senhor purifica os olhos do cristão, não porque ele pediu para
que os seus olhos fossem purificados, mas porque ele se entregou à
adoração de coração aberto, buscando a presença de Deus. A
motivação para a adoração não pode ser por um ou outro pecado, mas
pelo desejo de honrar o Senhor, buscando sepultar a carne para ser
santo como ele é Santo. O mal não pode ser podado, mas deve ser
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arrancado pela raiz. O servo diz muitas vezes que não consegue
porque está combatendo o pecado da maneira errada, não buscando
trabalhar na raiz do pecado. O dever do servo é confessar a Deus os
seus pecados, e ele o purificará de toda a injustiça. Contudo, ele só
será purificado de toda a injustiça ao abrir o coração em constante
adoração para que a presença purificadora do Senhor seja mais
abundante em sua vida. Portanto, não é só confessando que o servo
será purificado, nem viver pedindo para ser purificado, mas buscando
a presença purificadora do Espírito Santo. O servo não precisa viver
pedindo purificação como se os vícios estivessem no domínio de Deus,
mas ele deve buscar a purificação, pois ela já está disponível. O
Espírito Santo já está disponível, basta buscá-lo mais e mais para ser
purificado, santificando o nome do Senhor para ser santificado.
Portanto, o servo não será purificado pedindo, mas adorando, por
meio de louvores e jejuns. Na adoração o servo deve entregar a Deus
todas as coisas, até os seus pecados, e entregando a Deus os pecados,
eles serão consumidos e reduzidos à cinza. Quando o servo viver o
constante gozo no espírito na hora do sacrifício de louvor a Deus, o
sacrifício já não será mais um incômodo para a carne, pois ela estará
entrando em processo de morte, e na perseverança ela será morta e
sepultada.
O cristão que passa a amar o próximo como a si mesmo sente
compaixão e tristeza por uma pessoa que se entrega à devassidão em
vez de sentir atração pela sua imoralidade. Assim como uma pessoa
normal sente tristeza por um familiar que se entrega à devassidão, o
cristão sente tristeza pelo próximo que se desvaloriza, ou pela irmã de
alguém, ou filha de alguém, que se desvaloriza. É por esse motivo que
Paulo disse que o amor é o vínculo da perfeição.
Os olhos espirituais atentam para as coisas do espírito e não para a
carnalidade pecaminosa.
Jesus disse que se um homem se irar contra o próximo ele já
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cometeu assassinato (Mateus 5.21-22). Também está escrito:
“Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que
nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele.” (1 João
3.15).
Há pessoas que sentem um grande ódio pelo outro e só não
cometem um assassinato porque não tem coragem. No entanto, a falta
de coragem não as torna menos assassinas; da mesma forma acontece
com o pecado da cobiça. A pessoa que cobiça só não materializa o
pecado porque o ato não depende apenas dele, pois, se dependesse, ele
o faria imediatamente. Portanto, isso não o faz menos adúltero do que
os que cometem o ato.
Deus não fica triste apenas no momento em que o pecador
materializa o pecado, mas fica o tempo em que o pecador tem
guardando o pecado dentro de si, seja conscientemente, ou
inconscientemente.
O homem não peca quando o corpo deseja, ou quando é lançado o
mau pensamento na sua mente, mas quando ele permite que a sua
mente alimente o mau pensamento, pois isso faz com que o coração
deseje o pecado. Se o coração desejar, não haverá nada no homem que
o impedirá de praticar o pecado. Porém, quando o servo se intensifica
na santificação, o corpo amortece para o pecado e a mente passa a
pensar apenas nas coisas do Senhor.
O cristão não foge da tentação, quando é tentado, mas foge do
pecado, como Paulo escreveu: “fugi da fornicação” (1 Coríntios
6.18). É obvio que o cristão não busca ser tentado, mas também não
fuge, como se o pecado fosse maior do que a santidade. O Senhor não
permite que o servo seja tentado mais do que ele pode suportar (1
Coríntios 10.13). Portanto, o servo não foge mas vence a tentação ao
combatê-la em adoração a Deus, e com isso, quem irá fugir será o
diabo:
“Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.”
(Tiago 4.7).
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Ao ser tentado por satanás Jesus ensinou que não se foge da
tentação, mas se vence, por meio da palavra de Deus que habita no
interior do servo.
Quando o Senhor purificar o coração, e a carne for mortificada, os
olhos serão bons, a tentação não terá nenhuma força, pois o cristão
estará morto para esse pecado. Os olhos bons enxergam o que é
pecado e o repudia, mas os olhos maus contemplam o pecado e faz
com que o coração e a carne deseje o pecado. No entanto, o corpo de
uma pessoa não é pecado em si mesmo, mas o pecado está na
imaginação da mente e no desejo do coração, os quais farão do corpo
um instrumento de pecado.
Portanto, a santidade do cristão não pode ser condicional. A sua
santidade não pode ser abalada por causa de alguma ou outra
circunstância. O cristão deve caminhar para se manter irrepreensível
de corpo alma e espírito para a vinda do Senhor (1 Tessalonicenses
5.23).
Se existem coisas que o cristão não pode ver, por causa do pecado,
significa que ele ainda não tem um olho tão bom como deveria ter, e o
pecado está vivo nele; se o servo não tiver um olho mal ele poderá
olhar para qualquer coisa. Jesus não deseja que o cristão ‘arranque o
seu olho e jogue fora’, mas ele quer que o seu olho não o faça pecar.
Os olhos do servo que tem Cristo não é atraído pela sensualidade
porque ele sabe que a sensualidade é uma malciosidade. Portanto,
quando ele vê uma mulher se sensualizando na rua, ele não vai se
sentir atraído mas vai reconhecer o mal e se lamentar por ela.
Os olhos bons do cristão não vão sentir atração pela sensualidade
porque ele aprendeu a amar o próximo e com isso ele vai olhar para
uma mulher ou homem sensual considerando que, se naquela situação
estivesse suas irmãs ou irmãos, ou mãe, ou os seus próprios filhos, ele
iria se entristecer em vez de sentir atração. Portanto, se não é
agradável ver a família sendo cobiçada e usada para satisfazer desejos
sexuais dos outros, também não pode ser agradável ver um ser-
humano criado à imagem e semelhança de Deus na mesma situação. O
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cristão precisa de amar o próximo no mínimo como ama a sua própria
família, por isso Paulo disse para Timóteo admoestar os velhos
considerando-os como se fossem seus próprios pais, e os jovens como
se fossem irmãos:
“Não repreenda asperamente os anciãos, mas admoesta-os como
a pais; aos moços como a irmãos; as mulheres idosas como a mães,
às moças virgens como a irmãs, em toda a pureza.” (1 Timóteo 5.1-
2).
É nisso que consiste o termo ‘olhos bons', isto é, olhar para o
próximo respeitando-o como se respeita aqueles que mais se ama.
O significado mais exato da palavra concupiscência é a atração por
qualquer coisa que não seja o amor. A vontade de Deus não é que o
servo viva arrancando os seus olhos, mas que ele seja puro de olhos,
assim como o Senhor é puro:
“Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a vexação
não podes contemplar...” (Habacuque 1.13).
O Senhor enxerga o pecado, mas não o contempla. Quando servo
se encher de Deus ele sentirá tristeza e não atração quando ver uma
mulher sensual na sua frente. Paulo se entristecia até os prantos por
causa daqueles que não se arrependiam dos pecados que cometiam:
“Que quando for outra vez, o meu Deus me humilhe para
convosco, e chore por muitos daqueles que dantes pecaram, e não se
arrependeram da imundícia, e fornicação, e desonestidade que
cometeram.” (2 Coríntios 12.21).
No entanto, se o olhar do cristão fazer despertar nele um desejo
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carnal, ele deve ‘arrancar o seu olho’ imediatamente, ou seja, ele deve
deixar de olhar e se intensificar mais no sacrifício de louvor para
adquirir olhos bons, e em consequência disso, todo o corpo será luz:
“A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos
forem bons, todo o seu corpo terá luz.” (Mateus 6.22).
Portanto, é necessário entender que a santidade não consiste em
‘arrancar os olhos’, mas em ter ‘olhos bons’.
De volta à inocência
Jesus não era tentado sexualmente porque ele não olhava para as
pessoas segundo a carne, isto é, ele não atentava para a aparência das
pessoas. Jesus nada fazia pela aparência, pelo que os olhos veem (João
7.24). Os olhos de Jesus não atentava para a camada exterior das
pessoas, mas ele olhava para o espírito delas. Ele não discriminava os
sexos; quando estava diante de um homem, ou de uma mulher, ele
tratava ambos como seres-humanos. Por esse motivo ele não era
tentado. Os discípulos se admiravam ao ver Jesus conversando com
uma mulher, mas a realidade é que ele estava conversando com uma
pessoa que necessitava de Deus:
“E nisto vieram os seus discípulos, e maravilharam-se de que
estivesse falando com uma mulher; todavia nenhum lhe disse: Que
perguntas? Ou: Por que falas com ela?” (João 4.27).
O cristão, como imitador de Deus deve ter a mesma visão de Deus.
Deus não vê homem ou mulher, mas vê pessoas (Gálatas 3.28).
Quando Jesus olhava para uma pessoa ele não atentava para a
aparência dela, mas para o seu coração; ele não atentava para a sua
camada exterior, mas para o seu espírito, e no espírito não há macho
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nem fêmea. Portanto, é necessário que o cristão não fale com pessoas
atentando para a aparência, mas para o coração, com amor.
Jesus percebia a sensualidade das pessoas mas não enxergava um
corpo sensual, ele enxergava um corpo humano. Portanto, o cristão
não deve ficar atentando para o corpo da pessoa, como se tivesse algo
muito atrativo nesse corpo, mas olhar para a pessoa, e olhar com amor,
pois tudo que Deus criou deve ser realizado em amor.
Se o servo valorizar o corpo, ele vai cobiçar, mas se ele buscar
enxergar além, enxergar o coração, com amor, ele não cairá nesse
pecado.
É necessário que o solteiro que em Cristo nasceu de novo seja casto
até se casar, não apenas de corpo, mas de corpo, alma e espírito.
É necessário que os homens respeitem as mulheres, quando
conversar com elas, e tratá-las como pessoas e não as tratar com
segundas intenções, como para obter ganhos pessoais através delas.
O sexo não pode ser realizado mediante um desejo carnal, mas
deve ser praticado pela motivação do amor, do amor entre duas
pessoas que fizeram um compromisso em amor de viverem juntas.
É necessário alertar que serão condenados aqueles que pecam de
boa vontade, isto é, aqueles que tem o Espírito Santo, tem a
consciência do pecado, e ainda assim pecam de coração. Esse é o
pecado de morte que João falou, o qual ele disse que nem mesmo
adianta orar (1 João 5.16).
É necessário que o cristão ore sempre e incessantemente, por horas
e horas, para que não seja consumado aquilo que está o tentando, pois
a oração tem o poder de o fortalecer em todas as coisas.
Quando o servo entender um pouco mais do amor de Jesus, e viver
esse amor, ele deixará os prazeres do mundo, não porque se sente
obrigado a fazê-lo, mas por amor àquele que o amou até o fim.
22
Capítulo 3
A prisão sexual
O fato de o cristão ser um pecador não significa que ele deve viver
no pecado deliberadamente, sem medir as consequências dos seus atos.
O cristão é pecador porque vive nesta carne corrompida pelo pecado, e
porque não pode ser totalmente limpo diante de Deus. Mas a cada
passo que ele dá através da fé em Cristo, mais ele se santifica em
Deus.
Há diferença entre ser um pecador e viver conscientemente no
pecado. Quem vive conscientemente no pecado ainda não crê no
Senhor que morreu por ele. Muitos estão desviados do caminho porque
na realidade nunca andaram no reto caminho do Senhor, mas serviam
ao sistema religioso, ou estava com a fé apoiada nos homens. Mas o
cristão que já desfrutou da presença de Deus, e recebeu o pleno
conhecimento da verdade, e ainda assim voltar deliberadamente à
pratica do pecado, não voltará a se converter, pois o Filho de Deus não
descerá do céu novamente para o salvar:
"Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos
recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifícios
pelos pecados," (Hebreus 10.26).
Contudo, as pessoas de hoje que aceitam Jesus, e se batizam, não
tem se desviado de Jesus, mas do sistema religioso.
A prática do pecado é como beber água cheia de sal, tendo muita
sede. A pessoa bebe dessa água e sente uma sensação momentânea de
alívio, mas depois de alguns minutos, a sede volta com mais força. No
entanto, no caso do pecado, não vem novamente apenas a sede de
pecar, mas vem junto as angústias e insatisfações.
Contudo, Jesus disse que quem beber da água que ele der nunca
23
terá sede, pois a água que ele dá cria uma fonte que jorra sem cessar
no interior (João 4.13-14).
No caso dos cristãos a abstinência não é difícil, desde que o
seguidor de Cristo seja íntimo do Espírito Santo, pois o Espírito ajuda
nas fraquezas (Romanos 8.26).
A maioria das pessoas são viciadas em sexo, elas não conseguem
viver sem a prática, e essa é a evidência do vício. O vício não permite
que as pessoas se satisfaçam na relação sexual; logo depois do ato a
insatisfação volta, junto com angústias e remorsos, em alguns casos.
No entanto, o casal que faz sexo em amor se satisfaz.
A busca exagerada e distorcida pelo prazer sexual produz a falta de
domínio próprio e o vício sexual, e esse vício está destruindo a
sociedade sem ela perceber, pois está levando as pessoas a buscarem
cada vez mais experiências devastadoras em busca do prazer que
nunca sacia, como o sadomasoquismo, homossexualismo, zoofilia,
estupros, pedofilia, violências sexuais seguidas de morte, e nisso a
sociedade se destrói, pois a sensação de insatisfação aumenta a cada
nova experiência perversa praticada, fazendo com que o juízo divino
caia sobre a terra.
O vício sexual é um dos piores vícios, torna a pessoa insaciável,
angustiada e infeliz; ela busca uma satisfação que nunca terá. O vício
também faz com que a pessoa cobice gente compromissada, e isso é
também uma causa das grandes desgraças que há nesse mundo. O
mundo não entende a gravidade da traição.
O senso de justiça de Deus é diferente do senso de justiça humano.
A traição é uma transgressão pior do que o furto, por exemplo:
“Não se injuria o ladrão, quando furta para saciar-se, tendo
fome; e se for achado pagará o tanto sete vezes; terá de dar todos os
bens da sua casa. Assim, o que adultera com uma mulher é falto de
entendimento; aquele que faz isso destrói a sua alma. Achará castigo
24
e vilipêndio, e o seu opróbio nunca se apagará.” (Provérbios 6.30-
33).
A vulgarização do sexo tem feito com que a sociedade, e também
muitos crentes, se tornem escravos das relações depravadas. O ser-
humano deveria ter domínio sobre todas as coisas, mas o fato é que
muitas coisas tem dominado o homem por causa da sua falta de
comunhão com o criador.
Diferenças entre o homem e a mulher na relação
Nos dias de hoje estão buscando colocar na cabeça da população a
ideia de que o ato de mulheres fazerem sexo sem compromisso com
muitos homens deve ser bem visto diante da sociedade, assim como
'são bem vistos os homens que fazem sexo com muitas mulheres’. Os
homens que fazem sexo com muitas mulheres são bem vistos apenas
por pessoas que vivem sob tais valores. As mulheres que se guardam
de fazer sexo com muitos homens não vêem com bons olhos essa
atitude dos homens, de saírem com várias mulheres.
O homem e a mulher são intrinsecamente iguais, contudo, há
diferenças superficiais. Não dá para equiparar ambos e dizer que são
iguais em todos os aspectos. É obvio que o sexo masculino e o
feminino são diferentes em questões emocionais, psicológica e física.
Contudo, são intrinsecamente iguais, isto é, são propensos a amar,
odiar, rir, chorar, refletir, sonhar. Na relação sexual sem compromisso,
ou depravada, tanto o homem quanto a mulher se prejudicam, no
entanto, o agente passivo é o mais prejudicado. Há homens que, ao
fazerem sexo com mulheres, as humilham, e muitas mulheres se
tornam dependente dessa humilhação e usam o corpo dos homens para
25
receber prazer. Portanto, é obvio que, no que diz respeito a sexo, há
diferenças entre o homem e a mulher, por exemplo: As mulheres não
abusam sexualmente de homens adultos, isso não é possível.
No entanto, não pode haver distinção no tratamento de um
advogado e uma advogada, ou um professor e uma professora, apenas
por causa do sexo, pois, independente do sexo, eles cumprem a mesma
função. Contudo, a relação sexual é diferente. Na relação sexual o
papel do homem e da mulher são distintos. Há homens que buscam
obter vantagens sobre as mulheres na relação, embora ambos sejam
prejudicados espiritualmente.
O processo para a santificação
Os vícios carnais são destruídos pela desintoxicação, e para isso, é
necessário fazer jejuns atrás de jejuns, acompanhados de constante
adoração, se abstendo de todo entretenimento, como internet, TV,
músicas profanas, inclusive muitas músicas gospel egocêntricas. Se o
tempo que é perdido com todas essas coisas for utilizado em
constantes jejuns e orações, buscando o preenchimento do Espírito, os
vícios carnais morrerão.
Os vícios e as atrações carnais não são vencidos apenas com as
orações, mas são vencidos por meio da oração em jejum, e o jejum não
é padronizado, mas há limites específicos para cada tipo de pessoa,
desde Jesus e Moisés, os quais ficaram quarenta dias sem comer (sob
um claro direcionamento de Deus, é obvio), até pessoas que fazem
jejum de janta, ou de café da manhã, dois ou três dias por semana, ou
todos os dias da semana por um determinado período de tempo,
embora o cristão deva fazer jejuns a vida toda, pois ele estará sujeito a
cair nas paixões da carne enquanto estiver revestido da carne
26
corrompida pelo pecado. No entanto, é necessário que cada um
conheça os limites do seu próprio corpo para não agir levianamente.
Também é necessário ressaltar que não adianta jejuar um dia e
depois comer mais do que o necessário no resto da semana. É
necessário que os jejuns surtam efeito em todos os dias. O ato de
comer menos na refeição é uma forma de jejum, uma forma de
compater a gula. Contudo, tudo isso de nada adiantará se não for
realizado em adoração a Deus.
Há pessoas que também querem controlar o pecado, dizendo que
tem domínio sobre certas práticas, mas a realidade é que são servos do
engano. O necessário é buscar encher a mente e o coração das coisas
de Deus:
“Quanto ao mais irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é
honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável,
tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum
louvor, nisso pensai.” (Filipenses 4.8).
“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas
enchei-vos do Espírito Santo; falando entre vós em salmos e hinos, e
cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso
coração;” (Efésios 5.18-19).
Quando o cristão dorme e sonha que está pecando, não é pecado,
contudo, o sonho é muitas vezes o resultado da contaminação na alma,
da natureza pecaminosa. Portanto, é necessário estar sempre com a
mente focada na adoração, para não pecar inconscientemente. A
maioria dos sonhos são coisas da alma e não do espírito.
É necessário entender como que o pecado age no corpo na alma e
no espírito. No corpo há os desejos pecaminosos, e esses desejos
podem ser mortificados ou vivificados, depende do quanto se tem
recebido do Espírito Santo. Na alma há os pensamentos e os sentidos,
como atração ou repulsa, a maquinação do mal e a meditação de Deus,
mas no coração, isto é, no espírito, há os sentimentos, como amor ou
27
ódio, cobiça ou respeito, esperança ou desgosto, alegria ou tristeza.
É do coração (que é o espírito – Romanos 2.29 e 5.5) que procede
as saídas da vida (Provérbios 4.23), mas dos pensamentos (que é a
alma) procede as entradas. É por isso que é necessário pensar apenas
em coisas edificantes, principalmente quando se deparar com as
contaminações do mundo.
As tentações que são colocadas na mente do servo não devem ser
apenas lançadas fora, mas, antes, devem ser combatidas por meio da
espada do cristão, que é a palavra, isto é, a palavra em adoração. O
cristão não deve tentar resistir às más idéias que são lançadas sobre si,
mas contra-atacá-los por meio de palavras de santificação ao Senhor,
ou seja, quando o crente se depara com as contaminações do mundo,
ele exalta a santidade do Senhor, santifica o seu nome continuamente,
dizendo que ele é Santo, Santo, Santo, incessantemente, separando
boas horas, se possível for, o máximo de tempo possível, para que
dessa forma a palavra do Senhor extermine os maus intentos do
sistema social. A adoração tem esse poder.
Muitos líderes querem podar os galhos do pecado. O pecado não
deve ser podado, mas lançado sobre ele a arma que o destruirá pela
raiz, que é a espada do Espírito, que é a palavra de Deus, que é Jesus,
o verbo vivo que se fez carne e habitou entre os homens, o qual faz
morada no interior do servo (Efésios 6.17, João 1.1, 14, Gálatas 2.20).
28
Capítulo 4
A espera em Deus
O noivo a se esperar
O cristão (a) que se entregou a Jesus não busca se envolver com
uma pessoa que espera em Deus por um cônjuge, mas com uma pessoa
que espera em Deus por mais de Jesus, e não apenas espera, mas busca
mais de Jesus.
No entanto, o servo que espera em Cristo, que tem Cristo como a
sua única esperança (pois ele não ama a Deus com o coração dividido,
mas de todo o coração) não espera o cônjuge perfeito, mas uma pessoa
que tem a sua esperança voltada para Cristo e não para uma realização
pessoal como um casamento. No entanto, Deus lhe dará o cônjuge que
o ajudará a cumprir o propósito, e nem tudo acontece como o servo
espera, mas como Deus planeja.
Portanto, a pessoa certa é Jesus, as outras coisas necessárias são
acrescentadas a quem busca fazer a vontade de Deus. É necessário
também que o crente não seja o tipo de pessoa que necessita de alguém
para lhe amar ou lhe completar; é necessário que o cristão busque o
amor de Cristo, se completar através do amor de Cristo, para que, em
vez de necessitar do amor de alguém, ele tenha amor para oferecer.
A pessoa que busca no homem amor e proteção nunca irá se
satisfazer, pois somente o amor de Jesus pode dar a verdadeira
segurança. É no amor de Jesus que o casal consegue se amar
fervorosamente por décadas e mais décadas.
O melhor cônjuge será aquele que não sente a necessidade de se
casar, pois dessa forma ele não vai esperar receber amor, mas vai
oferecer o seu amor. Portanto, o objetivo é buscar ser um bom cônjuge
e não buscar um bom cônjuge.
29
O casamento não é uma necessidade, mas um propósito de Deus na
vida do servo (a), portanto, o servo (a) não pode escolher a primeira
pessoa que aparecer em sua frente, mas é necessário estar em
comunhão com o Espírito Santo para saber qual é a pessoa que o
Senhor está encaminhando.
O servo não deve colocar o seu coração em coisas e pessoas, isso
poderá fazê-lo sofrer muito, ficando sempre com o coração ferido, pois
as coisas e as pessoas são abaláveis e passageiras. O servo deve
colocar o seu coração em Deus, onde o seu coração estará sempre em
paz e bem guardado, pois o seu coração está firmado no que é
inabalável, e através do grande amor que ele recebeu de Deus, ele vai
despejar amor aos outros e não viver dependente do amor dos outros.
Quem realmente ama não é dependente de amor, mas é doador de
amor.
O marido deve amar a sua esposa assim como Cristo a amou, mas o
amor da sua vida é Cristo; da mesma forma procede com a esposa; ela
deve amar o seu esposo como Cristo a amou, mas o amor da sua vida é
Cristo. Quando a esposa coloca o seu coração no marido, em vez de
colocar todo o seu coração em Deus, ela se apega a ele, e se torna
dependente dele, e isso também faz com que às vezes ela atente apenas
para o seu esposo e despreze as pessoas que estão do seu lado. No
entanto o casal deve se unir e atentar para o próximo e não viver
apegado um ao outro, esquece-se do próximo.
O servo de Deus não busca uma parceira para se completar, pois
Espírito Santo é suficiente para enchê-lo e saciá-lo. Na realidade ele
busca uma ajudadora, uma companheira pela qual ele oferece o seu
amor. Da mesma forma acontece com a serva; ambos não irão esperar
serem amados no relacionamento, mas irão amar com o amor que
receberam de Deus, independente da atitude do parceiro ou da
parceira.
30
Da mesma forma que Deus não precisa de coisa alguma para se
completar, quem se enche de Deus não precisa de nada além de Deus.
Portanto, o cristão não quer perder uma pessoa, não porque ele precisa
dessa pessoa para se completar, mas porque ele ama essa pessoa.
É necessário esclarecer também que o ciúme não é indício de amor,
mas de egoísmo. Uma pessoa ciumenta teme perder, não pelo amor,
mas pelo medo de ficar sem a pessoa que se tornou uma coluna em sua
vida. Ela teme, não pela vida do companheiro, mas pela própria vida.
Portanto, é necessário entender que o ciúme é sinal de egoísmo.
Portanto, a mulher não é uma posse do marido, ou vice-versa, mas
uma pessoa que Deus colocou no seu caminho para juntos
caminharem.
O cônjuge confia no outro, não porque estão longe de errar, mas
porque ambos sabem da sinceridade um do outro. Contudo, o ato de
confiar não pode ser confundido com o ato de apoiar a esperança.
Namoro antes do casamento
É necessário entender que Deus não trabalha com namoro, mas
com casamento. Deus aceita os namoros dos crentes, mas o namoro
não é o centro da sua vontade, pois muitas coisas que se faz no namoro
não fazem parte da vontade de Deus. O namoro, na grande maioria dos
casos, fere o coração dos jovens, por causa das separações que são
inevitáveis pelo fato de envolver jovens imaturos, tanto humanamente,
quanto espiritualmente. Os jovens se enlaçam uns nos outros e isso os
fazem sofrer de paixão.
No entanto, o cristão que consulta sempre a consciência no Espírito
Santo, e que passa a entender melhor sobre relacionamentos e
compromissos, sabe que se ele der um beijo em uma mulher, um laço
estará sendo criado entre os dois, e esse laço só pode ser feito
31
mediante um compromisso, e todo compromisso em Deus não pode
ser violado ou desfeito.
O beijo na boca faz parte da relação sexual; o beijo é uma
preliminar da relação, em que os corpos se preparam para se
relacionarem. Portanto, não faz sentido viver fazendo preliminares e
não concluir o que foi começado; se o casal de namorados não fizeram
ainda o pacto da aliança, de viverem juntos, eles não podem ter o
contato íntimo do beijo, pois ainda vivem debaixo do teto dos pais. O
beijo é a preliminar da relação, portanto, mesmo que o casal não
termine o que começou, eles já erraram, pois iniciaram as preliminares
antes do pacto.
32
Capítulo 5
A relação sexual santa no
casamento
A única coisa que os animais buscam no sexo é o prazer; eles só
sabem agir pelo instinto. No entanto, o ser-humano é diferente dos
animais. A sociedade está sendo induzida a dar mais valor no sexo do
que na companhia do casal. A amizade, a comunhão do casal vale
mais do que o sexo, pois em determinado tempo da vida do casal eles
não terão mais vida sexual.
Quando o homem e a mulher fazem sexo pela primeira fez, ambos
estão fazendo um pacto de amor. Deus criou o sexo para que esta
prática seja um pacto de amor verdadeiro. Se o sexo é realmente
praticado em amor, necessariamente haverá o compromisso de
viverem juntos, e o compromisso do homem de Deus não pode ser
quebrado, assim como o Senhor Deus não quebra os seus
compromissos. Quando o homem e a mulher fazem sexo, ambos se
tornam uma só carne, e tornando uma só carne, eles não podem morar
separados, por isso está escrito que o homem deixará pai e mãe e se
unirá a sua mulher, e serão os dois uma só carne (Mateus 19.5).
Em cantares, livro que fala de um amor puro de um casal, o qual
simboliza o amor de Cristo para com a igreja, não há referências de
práticas lascivas e devassas, como no caso das praticas dos devassos
que defraudavam as virgens, as quais simbolizavam a traição da nação
de Israel com deuses falsos:
33
“Estas se prostituíram no Egito; prostituíram-se na sua
mocidade; ali foram apertados os seus seios, e ali foram apalpados
os seios da sua virgindade.” (Ezequiel 23.3).
A relação sexual, em Deus, não é uma relação carnal, de desejo
animal, mas uma relação em santidade, isto é, uma relação em amor. O
sexo não se trata de uma simples busca pelo prazer, e sim de uma
relação de amor que dá prazer. Por isso é necessário entender que a
santidade significa amor e não uma frigidez provocada por homens
religiosos duros de coração. O sexo em si não é pecado, o pecado é
colocar o prazer sexual acima do valor do cônjuge, ou usar o cônjuge
para obter prazer pessoal. O prazer agradável é mútuo, assim como o
amor, ou uma amizade torna-se muito mais agradável quando são
recíprocos, ou seja, beneficiando as duas partes.
O ato de usar o corpo de uma pessoa para obter vantagem sexual é
maldade, e só pode ser melhor compreendido por aquele que busca
receber mais do amor de Deus, e passa a saber mais sobre o
significado de uma relação em amor. Aquele que ama não usaria o
corpo da pessoa amada. Aquele que ama não consegue nem imaginar
atos de vulgaridade com o cônjuge. Aquele que ama faz amor. Além
do prazer carnal há uma malícia no coração das pessoas que se usam
pelo prazer. Contudo, se o casamento esfriar e o conjugê perder o
amor um pelo outro, eles vão passar a se usar pelo prazer.
Uma vez que casal faz sexo em intenso amor, com o amor que
Deus colocou em seus corações, eles não irão querer mais fazer sexo
simplesmente pelo prazer, pelas paixões carnais, antes, farão sexo por
amor.
Paulo recomendou os casais cristãos a ficarem um tempo, não
determinado, sem fazer sexo para se dedicarem à oração, como se vê
no seguinte versículo:
34
“Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo
por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois
ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa
incontinência. Digo, porém, isto como que por permissão e não por
mandamento. Porque queria que todos os homens fossem como eu
mesmo...” (1 Coríntios 7.5-7).
Contudo, nos dias de hoje, de vícios e insatisfações sexuais, é
necessário reforçar bem essa recomendação. Portanto, é muito
recomendável que o casal não faça sexo todos os dias, ou quase todos
os dias, para que a relação do casal não se torne uma necessidade
carnal. Uma boa recomendação (que não se trata de um mandamento,
é óbvio) é que a relação sexual seja feita uma vez por semana, ou uma
vez a cada duas semanas, para que a relação seja saudável e bem mais
prazerosa, pois, a relação que é feita todos os dias se torna viciosa e
insatisfatória, por isso os casais estão sempre buscando ir ‘cada vez
mais longe’ em busca do prazer.
Portanto, é necessário entender que o sexo não é uma necessidade
do casal, e muito menos o que firma um casamento, caso contrário,
deveria existir até à morte. O sexo é sim uma relação prazerosa, mas
não é uma necessidade, não é o ponto fundamental do casamento. Não
se pode inverter os valores. O ponto fundamental é o amor e não o
sexo. O sexo deve ser realizado em amor, mas o amor não necessita de
sexo. Também é necessário ressaltar que, quando o casal encontrar o
gosto espiritual no relacionamento com Deus, ele vai entender que o
sexo não é a maior das satisfações que o ser-humano pode desfrutar.
A relação sexual cheia de paixões e lascívia é uma perversidade
aos olhos de Deus, e daqueles que já receberam o amor de Deus no
coração. Mas a relação sexual realizada em amor produz prazer, tanto
para o homem, quanto para a mulher. A relação sexual realizada em
35
amor, no amor de Deus, produz prazer, porque o amor é o vínculo da
perfeição:
“E sobre tudo isto, revesti-vos do amor, que é o vínculo da
perfeição.” (Colossenses 3.14).
Os valores do homem pecador estão pervertidos, mas ao voltar ao
plano original, ele passa a valorizar as coisas segundo os valores de
Deus. Portanto, o crente não conseguirá olhar para o corpo de uma
mulher, sem sentir um desejo carnal, enquanto não entender no
coração que a pessoa em si é muito mais valorosa do que o seu corpo.
Quando a beleza dos olhos do ser-humano tiver mais valor do que a
sensualidade do corpo, o cristão não vai mais olhar para o corpo de
uma pessoa e se ascender de desejos, mas vai amar e respeitar a
pessoa. Com isso, o apego ao cônjuge vai permanecer até a velhice,
pois os olhos são os únicos membros do corpo que não se envelhecem;
todo o corpo é modificado da infância à adolescência, da adolescência
à fase adulta, e da fase adulta à fase idosa, contudo, os olhos
continuam os mesmos desde a infância.
No casamento não se faz compromisso com o corpo da pessoa, mas
com a vida dela. Se o compromisso estiver apoiado no corpo, o
casamento acabará quando o corpo perder a forma do princípio.
O que faz o cristão se ascender para a relação sexual não é o seu
olhar mau para o corpo da mulher, nem a sensualidade, mas os gestos
de amor para com o cônjuge. A relação sexual que tem como incentivo
apenas a busca pelo prazer é uma relação vazia, e acaba se torando
uma prática abominável, pois a insatisfação faz com que o casal
busque prazer na sensualidade, e com isso, eles passam a usar uns aos
outros. É necessário que o cristão entenda que sensualidade é uma
perversidade, é como uma cobra venenosa que paralisa e mata, e o ato
36
de desonrar os membros é uma atitude animal, é agir como um animal,
o qual só sabe agir por impulsos e desejos.
Existe uma canção que diz que o sexo é ‘pagão’. No entanto, isso
não é verdade, pois a relação sexual foi criada por Deus, e pode ser
realizada em amor, por meio do amor de Deus. Mas o fato é que o
mundo não conhece a Deus e nem o seu amor, por esse motivo a
relação sexual no mundo não pode ser realizada de outra forma que
não seja uma relação pagã. Contudo, o mais lamentável de tudo é que
as profecias sobre a apostasia da igreja estão se cumprindo nesses
últimos dias e vê-se a igreja imitando o paganismo do mundo de várias
formas, inclusiva na relação sexual que busca prazer sem o afeto, ato
que se torna pagão.
O prazer sexual sem o amor produz insatisfação depois do ato, e
também o vício, fazendo com que a pessoa queira que esse prazer seja
constante e pleno em sua vida vazia, e isso a faz buscar o sexo a todo
momento. A única coisa que pode ser plena e constante na vida do ser-
humano é o Espírito de Deus habitando no seu interior.
Muitos buscam saber o que é lícito e o que não é lícito fazer na
relação sexual porque estão insatisfeitos; eles não estão sentindo o
prazer que desejam, e isso acontece porque entendem que a relação
sexual é simplesmente uma relação de prazer e não uma relação de
amor. O problema é que as pessoas veem o sexo como uma
necessidade, e na maioria dos casos, uma necessidade viciosa, e não
como uma relação de amor. A relação sexual realizada em amor, na
forma natural, conforme Deus criou, produzirá muito mais prazer do
que as formas pervertidas daqueles que idolatram a relação sexual.
Portanto, o casal não pode buscar prazer pelo prazer, mas pelo amor. A
expressão: 'fazer amor', pode e precisa ser literal. Contudo, não dá para
ser literal quando há busca pelo prazer em vez de buscar o contato em
amor.
37
O sexo não será um alimento carnal quando a prática não for uma
dependência, ou uma necessidade carnal do casal. O sexo só pode ser
uma relação santa se houver uma disciplina em jejum, para que não
seja feito por necessidade, mas por amor.
Os jejuns (moderados, conforme o limite de cada um) fazem com
que a carne aprenda a degustar e não ser dependente de mais e mais e
nunca se satisfazer como gostaria. O fato é que em Deus o sexo tem
prazer satisfatório, pois o amor é o vínculo da perfeição (Colossenses
3.14).
A desonra dos membros
Em uma relação entre marido e esposa, o marido pertence à esposa,
assim como a esposa pertence ao marido. O marido deve morrer pela
sua esposa, se preciso for, porém, antes disso, eles precisam entender
que ambos são propriedade de Deus, e que os seus corpos são templos
do Espírito Santo, por esse motivo o corpo não pode ser utilizado para
a devassidão.
O fato de não haver uma passagem específica na bíblia que libera
ou restringe uma determinada prática sexual não dá legalidade para se
afirmar que essa prática seja lícita. Nas escrituras não há um versículo
que diz se é ou não lícito fazer sexo em público, no entanto, sabe-se
que tal prática é devassa e doentia. É necessário entender, por meio do
Espírito de Deus, as motivações que estão por de trás das ações para
definir se tal atitude está ou não em concordância com a santidade de
Deus. Os crentes precisam entender que os mandamentos do novo
testamento estão firmados na lei do Espírito Santo (Romanos 8.2,
Hebreus 10.16), o qual ensina todas as coisas.
Paulo fala sobre desonrar os corpos com relações sexuais
pecaminosas:
38
“Pelo que também Deus os entregou às concupiscências do seu
coração, à imundícia, para desonrarem o seus corpos entre si.”
(Romanos 1.24).
Com isso, entende-se que as pessoas desonram os seus corpos
quando entregam os seus membros a luxuria e buscam obter vantagens
sexuais usando o corpo da outra pessoa, portanto, isso não envolve
apenas o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo.
Os crentes que conhecem a Deus não desonram os seus membros,
pois eles se relacionam com os seus vasos, isto é, com as suas esposas,
em santificação e honra:
“Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e
honra; não na concupiscência, como os gentios que não conhecem a
Deus.” (1 Tessalonicenses 4.4-5).
A palavra ‘vaso’ não significa o próprio corpo do cristão, mas o
corpo da sua esposa, que é o seu vaso, como fica evidenciado na carta
de Pedro:
“Igualmente vós, maridos, coabitai com elas com entendimento,
dando honra à mulher como vaso mais fraco; como sendo vós os
seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as
vossas orações.” (1 Pedro 3.7).
Portanto, Pedro deixa claro que o marido deve ter entendimento e
honrar a mulher na relação, que é o vaso mais fraco, pois, se ele
desonrá-la as suas orações serão impedidas, ou seja, eles irão se afastar
de Deus ao se entregarem às relações lascivas, e estando distante de
Deus, as suas orações serão impedidas.
É necessário também entender que a relação sexual realizada em
39
amor não foge da ordem natural, mas a busca pelo prazer sem o amor
faz com que as pessoas desonrem os seus membros, isto é, usando o
corpo do cônjuge para o prazer pessoal. Há práticas na relação sexual
que não se trata de amor, mas de busca por prazer, o qual é
verdadeiramente encontrado abundantemente na relação que se pratica
em amor. O problema é que as pessoas tem buscado prazer na
sensualidade e não no afeto. A sensualidade existe até mesmo no
cônjuge, por esse motivo os apóstolos instruíam os casados, dizendo
que a relação sexual deve ser santa e honrosa, ou seja, em amor.
Quando o crente olha para o corpo nu de uma mulher e sente desejo
carnal por ela, significa que ele tem maus olhos e precisa de se
aprofundar mais na restauração em Cristo que foi perdida em Adão, o
qual não pôde mais ter bons olhos para com o corpo de sua esposa, por
causa do pecado, sendo necessário Deus cobrir os dois. No entanto,
Jesus restaurou o conceito de matrimônio que o homem havia perdido
depois de Adão e Eva. Portanto, se os olhos do cristão forem bons,
todo o seu corpo reagirá em santidade, caso ele veja uma mulher nua
em sua frente. Os olhos bons do cristão fazem com que todo o seu
corpo seja bom (Mateus 6.22-23), e o corpo bom é o corpo que tem os
membros mortificados para praticas sexuais pecaminosas, como a
fornicação ou a vil concupiscência:
“Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra; a
fornicação, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência,
e a avareza, que é idolatria;” (Colossenses 3.5).
O mal não está no que o olho vê mas no que o coração e os
sentidos sentem, por causa da olhada. Se os sentidos se movem
por causa da olhada, não se deve olhar, mas buscar a purificação
em Cristo, por meio dos constantes jejuns em adoração, como já
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foi recomendado no texto que fala sobre a prisão sexual.
No entanto, o cristão não será mortificado para a prática sexual que
é realizada em amor, mas para práticas sexuais fora da ordem natural,
cheias de concupiscências e luxúrias.
Portanto, os membros são mortificados apenas para as relações
pecaminosas, mas vivificados para a justiça, como está escrito:
“Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por
instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos
dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumento de
justiça.” (Romanos 6.13).
A mulher que desperta no seu marido a atração pela lascívia (que é
a sensualidade), vai fazer com que a carne dele seja atraída por
qualquer mulher sensual que passar em sua frente. Essa atitude
alimentará concupiscência da carne e dos olhos, como está escrito:
“Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do
mundo.” (1 João 2.16).
A lascívia, que é a sensualidade e a luxúria, tem sido liberada
dentro do casamento, na relação do casal. No entanto, está escrito que
aquele que comete tais atos não produz os frutos do Espírito, mas os
frutos da carne:
“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são:
adultérios, fornicação, impureza, lascívia.” (Gálatas 5.17).
Há pastores que estão liberando práticas na relação sexual que não
podem ser realizadas em amor, pois a única finalidade em certas
práticas é a busca pelo prazer. Mas o sexo deve ser feito em amor,
como todas as atitudes se toma:
“Todas as vossas coisas sejam feitas com amor.” (1 Coríntios
16.14).
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A relação sexual não é pecado, desde que seja feita em santidade,
isto é, através do amor de Deus. A relação sexual que se faz em amor é
aquela em que o casal pratica o sexo e não teria receio em pensar em
Deus, pois a relação sexual foi criada por Deus, portanto, a relação
sexual não é pecado, pois tudo que Deus criou é bom. Não há o porquê
de ter a consciência pesada para com Deus na hora do sexo, a não ser
que esteja alimentando concupiscências.
No entanto, o fato é que existem religiosos que confundem a
relação sexual em santidade com uma relação retraída e insegura, na
qual o cônjuge sente vergonha do corpo nu do seu parceiro. Esse tipo
de constrangimento que existe em alguns religiosos é consequência
das suas mentes contaminadas, pois eles temem sentir algum desejo
infame ao olhar para a nudez do parceiro. No entanto, o membro não é
pecado em si, mas o pecado está em utilizar o membro como um
instrumento de pecado. Portanto, a relação sexual em Deus é ousada,
embora não fuja do amor.
Quando a relação sexual é feita em amor, com a pessoa amada, o
prazer é muito maior do que quando é feito apenas para satisfazer os
desejos carnais, tanto para o homem quanto para a mulher.
Deus não criou o sexo para que seja simplesmente uma relação de
satisfação carnal, mas uma relação de amor que produz prazer na
carne. O fato é que o amor pelo cônjuge produz mais prazer em uma
relação sexual do que um corpo excitante.
As melhores coisas que existem pertencem a Deus e estão
escondidas nele, no seu amor. Contudo, as coisas de Deus que estão
escondidas não são difíceis de achar:
"... se porventura, tateando, o pudesse achar, ainda que não
esteja longe de cada um de nós" (Atos 17.27).
Na era dos patriarcas, o compromisso do casamento era feito
quando havia o contado sexual do homem com a mulher. Não muito
diferente, a aliança com Deus começa quando o Espírito Santo entra
no espírito do homem. Quando o Espírito Santo entra no espírito do
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homem, o seu eu se esvazia. É por isso que Jesus disse que o reino dos
céus é dos pobres de espírito, pois só os pobres de espírito aceitam se
esvaziar de si mesmos.
Quando o sexo é compreendido como apenas uma relação de
prazer, as pessoas usam as outras para satisfazer o próprio desejo. Mas
quando o sexo é entendido na maneira que Deus criou, isto é, uma
relação de amor, que dá prazer, as pessoas não mais serão usadas, mas
o sexo será utilizado como uma expressão de amor ao cônjuge; e não
somente uma expressão de amor, mas uma aliança, na qual os dois se
tornarão uma só carne e serão unidos por toda a vida.
O casal que se ama, em Deus, não vive uma frigidez sexual, mas se
relacionam livremente, se respeitando mutuamente, conforme o amor
de Deus.
O fato é que, da mesma forma que aquele que é aliançado no
espírito com Deus não se relaciona com ele pelo prazer, mas pelo
amor, onde haverá prazer, também aquele que é aliançado
corporalmente com o cônjuge não se relaciona carnalmente pelo
prazer, mas pelo amor, onde também haverá o prazer, e um prazer
maior do que a relação em que se busca apenas o prazer.
O criador deve ser o centro da criação. Quando o Criador não é o
centro, o homem se torna egoísta, isto é, a relação de amor passa a ser
realizada apenas para o prazer próprio, e não por meio do perfeito
amor de Deus.