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A PRODUÇÃO EM HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL EM TRÊS PERIÓDICOS: PERSPECTIVAS COMPARADAS Jaime Francisco Parreira Cordeiro Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo [email protected] Palavras-chave: imprensa periódica, história da educação; historiografia Objetivos Desde 2001, a entidade que proclama congregar os historiadores da educação brasileiros, a Sociedade Brasileira de História da Educação, vem editando a Revista Brasileira de História da Educação, que alcançou o seu nº 15 em 2008. Além dela, outras importantes publicações não especializadas na área, como a Revista Brasileira de Educação, da ANPEd, e a Revista Brasileira de História, da ANPUH, têm divulgado artigos que expõem resultados das investigações realizadas no país no âmbito da História da Educação. Esta comunicação tratará de apresentar os resultados preliminares de uma investigação que vem sendo realizada com base nos artigos publicados na Revista, com o objetivo de situar o papel da publicação e da sua entidade mantenedora na estruturação do campo historiográfico brasileiro, tanto nos embates com os historiadores tout court, quanto nas tentativas da Sociedade e da Revista de se firmarem como os principais atores do sub-campo estrito da História da Educação. Procura-se, aqui, entender essa Revista como espaço de veiculação de um discurso, em certa medida, prescritivo, que se ocupa de definir as maneiras mais legítimas e adequadas de se produzir a história da educação no Brasil, com a opção por um conjunto mais ou menos restrito de linhas de pesquisa, temas prediletos, autores, países e teorias de referência, dentre outros aspectos. Esse caráter prescritivo se expressa por meio desse conjunto de opções, que resulta em escolhas do que se diz e do que não se diz, do que se publica e do que não se publica na Revista; escolhas essas que marcam posições e demarcam territórios específicos no campo intelectual mais amplo e no setor mais específico ocupado pelos pesquisadores da História e da História da Educação. O estudo ora apresentado se abre para as perspectivas da história comparada, na medida em que também pretende contemplar, na continuidade da investigação, a circulação na Revista de modelos teóricos importados e os diversos modos como se evidenciam as suas formas de apropriação e adaptação local (Schriewer e Keiner, 1992; Schriewer, 1998; Carvalho e Cordeiro, 2002). Também se vale, em termos gerais, da noção de campo tal como ela é formulada por Bourdieu (1974, 1983a, 1983b).

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A PRODUÇÃO EM HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL EM TRÊS PERIÓDICOS: PERSPECTIVAS COMPARADAS

Jaime Francisco Parreira Cordeiro Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

[email protected]

Palavras-chave: imprensa periódica, história da educação; historiografia

Objetivos

Desde 2001, a entidade que proclama congregar os historiadores da educação brasileiros, a

Sociedade Brasileira de História da Educação, vem editando a Revista Brasileira de História da

Educação, que alcançou o seu nº 15 em 2008. Além dela, outras importantes publicações não

especializadas na área, como a Revista Brasileira de Educação, da ANPEd, e a Revista Brasileira de

História, da ANPUH, têm divulgado artigos que expõem resultados das investigações realizadas no país

no âmbito da História da Educação. Esta comunicação tratará de apresentar os resultados preliminares

de uma investigação que vem sendo realizada com base nos artigos publicados na Revista, com o

objetivo de situar o papel da publicação e da sua entidade mantenedora na estruturação do campo

historiográfico brasileiro, tanto nos embates com os historiadores tout court, quanto nas tentativas da

Sociedade e da Revista de se firmarem como os principais atores do sub-campo estrito da História da

Educação.

Procura-se, aqui, entender essa Revista como espaço de veiculação de um discurso, em certa

medida, prescritivo, que se ocupa de definir as maneiras mais legítimas e adequadas de se produzir a

história da educação no Brasil, com a opção por um conjunto mais ou menos restrito de linhas de

pesquisa, temas prediletos, autores, países e teorias de referência, dentre outros aspectos. Esse caráter

prescritivo se expressa por meio desse conjunto de opções, que resulta em escolhas do que se diz e do

que não se diz, do que se publica e do que não se publica na Revista; escolhas essas que marcam

posições e demarcam territórios específicos no campo intelectual mais amplo e no setor mais específico

ocupado pelos pesquisadores da História e da História da Educação.

O estudo ora apresentado se abre para as perspectivas da história comparada, na medida em

que também pretende contemplar, na continuidade da investigação, a circulação na Revista de modelos

teóricos importados e os diversos modos como se evidenciam as suas formas de apropriação e

adaptação local (Schriewer e Keiner, 1992; Schriewer, 1998; Carvalho e Cordeiro, 2002). Também se

vale, em termos gerais, da noção de campo tal como ela é formulada por Bourdieu (1974, 1983a,

1983b).

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O título da Revista e as outras Revistas Brasileiras

A Revista Brasileira de História da Educação1 é uma publicação mantida pela Sociedade

Brasileira de História da Educação2, entidade que tem o propósito de congregar os investigadores

brasileiros da área. Essa associação foi fundada em 1999, durante a 22ª Reunião Anual da ANPEd,

reunindo, no ato de sua fundação, o total de 153 sócios fundadores.3 Dois anos depois, em 2001, foi

lançado o primeiro número da Revista, que circulou com 8 artigos de autores estrangeiros, além de 2

resenhas e 2 notas de leitura, sendo essas as modalidades de textos até hoje publicadas. Nas palavras

que apresentam a publicação, dizem os organizadores do periódico:

A Revista Brasileira de História da Educação publica artigos, resenhas e notas de

leitura inéditos no Brasil, relacionados à história e historiografia da educação, de

autores brasileiros ou estrangeiros, escritos em português ou espanhol, reservando-se o

direito de encomendar trabalhos e compor dossiês. Os artigos devem apresentar

resultados de trabalhos de investigação e/ou de reflexão teórico-metodológica. As

resenhas devem discorrer sobre o conteúdo da obra e efetuar um estudo crítico,

podendo versar sobre textos recentes ou já reconhecidos academicamente. As notas de

leituras devem trazer uma notícia de publicação recente. (RBHE, n.1, p.225)

No caso brasileiro, a História da Educação surge como uma especialização do setor de estudos

sobre a educação, da Pedagogia, enfim, e não como uma especialidade da História e do trabalho dos

historiadores. No período aqui examinado, por exemplo (2000 a 2005), a mais importante publicação de

História do país, a Revista Brasileira de História, trouxe a público apenas 9 artigos com temáticas

ligadas à educação, dos quais 4 se relacionavam ao ensino de História, tema que vem recebendo atenção

da revista desde os números iniciais, já que se liga diretamente ao campo de trabalho dos formados em

História e dos docentes universitários da especialidade. Os objetos e as temáticas da educação não

parecem despertar interesse muito acentuado entre os historiadores de formação, não parecem ser

suficiente nobres ou capazes de oferecer distinção aos pesquisadores que a eles se dedicam.

Isso pode se dever, pelo menos em parte, à marca definidora da pedagogia como atividade

ligada necessariamente às dimensões práticas, de tal modo que as formulações discursivas em torno da

educação, até mesmo as de caráter histórico, costumam – ou costumavam – vir acompanhadas de juízos

de valor e recomendações sobre as boas e as más práticas. Expressando-se como um saber com

interesses pragmáticos muito evidentes, a pedagogia e as diversas modalidades do discurso pedagógico

quase sempre se puseram a tarefa de resolver problemas advindos da prática educativa e, nessa

perspectiva, oferecendo pouca autonomia para investigações de alcance mais amplo ou para reflexões

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teóricas mais demoradas – o que implica num certo rebaixamento de status, num certo desprestígio

dessa modalidade de pesquisa ou de discurso no campo intelectual.

A constituição de uma associação científica nacional e de um periódico especializado parece

revelar a intenção de emancipar a área dos estudos históricos em educação dessa heteronomia do

discurso pedagógico, expressando sua institucionalização mais efetiva no país. É como se os

pesquisadores da área demarcassem um território específico, particular, recortado na intersecção entre

campos ou subcampos distintos, e que passa a se definir com pretensão de autonomia intelectual,

delineando-se, a partir daí, a possibilidade de determinar, entre os pares, objetos, fontes, problemas e

questões, opções teóricas e metodológicas e formas de avaliação da qualidade das investigações e de

publicação dos seus resultados.

Vidal e Faria Filho (2003), ao descreverem a arqueologia e a genealogia recente do campo da

história da educação no Brasil, caracterizam o surgimento da RBHE como parte de um movimento mais

amplo de vitalização das pesquisas na área e como resultado direto da criação da Sociedade Brasileira

de História da Educação, “fruto de um trabalho de cooperação e articulação dos diversos pesquisadores

e grupos de pesquisas atuantes na área” (p.59). Descrito dessa maneira, o aparecimento da Revista

parece expressar um consenso ou um mínimo equilíbrio de forças entre os diversos grupos em disputa

no campo nesse momento, o que parece não se confirmar pela análise mais detida do que vem sendo

publicado no periódico desde a sua criação.

De qualquer modo, o lançamento da Revista parece indicar uma busca de legitimidade por

parte dos praticantes da história da educação no Brasil, por meio de uma aproximação mais evidente

com o habitus e as práticas dos historiadores em geral.

Hoje pode-se afirmar o contrário, chamando-se a atenção para o alargamento da

interlocução com uma variada gama de disciplinas acadêmicas – sociologia, lingüística,

literatura, política, antropologia, geografia, arquivística – bem como para o fato de a

história da educação ser, ao mesmo tempo, uma subárea da educação e uma

especialização da história. Para os historiadores da educação isto tem significado uma

forma de marcar o seu pertencimento à comunidade dos historiadores, e uma maneira

de reafirmar a identificação de suas pesquisas com procedimentos próprios ao fazer

historiográfico, o que, sem dúvida, vem se afirmando como diferença à prática

enraizada nas Escolas Normais e às preocupações forjadas na aproximação com a

Filosofia (ainda que a separação destes dois campos de conhecimento não se tenha

operado completamente e seja objeto de disputa entre grupos no interior da comunidade

de historiadores da educação). (VIDAL; FARIA FILHO, 2003, p.60)

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Os mesmos autores reconhecem a existência de pelo menos dois grupos bem definidos que

ocupam importante espaço nas pesquisas em História da Educação no país, desde os anos 1980, que

expressam com certa clareza tanto a ampliação da área de estudos nas últimas décadas no país, quanto o

aumento das tensões, lutas e oposições que se expressam na atuação dos agentes do campo. Um desses

grupos se articula em torno do GT História da Educação, da ANPEd, criado em 1984. Outro, criado em

1986, com o nome de Grupo de Estudos e Pesquisas História, Sociedade e Educação no Brasil, mais

conhecido pela sigla HISTEDBR, sob a influência de Dermeval Saviani e da Universidade Estadual de

Campinas (SP), põe-se desde a sua fundação, como uma espécie de contraponto à produção do GT da

ANPEd.

Segundo o coordenador geral do HISTEDBR, Dermeval Saviani, em conferência

pronunciada no IV Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas História, Sociedade e

Educação no Brasil, ocorrido em 1997, o grupo “surgiu, como sugere o seu nome, com

a preocupação de investigar a História da Educação pela mediação da Sociedade, o

que indica a busca de uma compreensão global da educação e seu desenvolvimento.

Contrapunha-se, pois, à tendência que começava a invadir o campo da historiografia

educacional”. Tal “tendência” acima referida é, nas produções do grupo,

constantemente associada ao “paradigma pós-moderno” e à história cultural, e sua

recusa afirma um viés marxista de análise histórica. (VIDAL; FARIA FILHO, 2003,

p.59)

Apesar dessas tensões que marcam internamente a área ou subcampo de pesquisas em História

da Educação no Brasil – ou talvez exatamente por causa delas –, a SBHE passa a editar o seu periódico,

em 2001, com o título de Revista Brasileira de História da Educação. Cabe destacar o termo

“brasileira” dessa denominação. A simples enunciação do nome denota a pretensão dos editores da

publicação de afirmá-la como nacional, como expressão ampla da produção brasileira de mais alta

qualidade. Ou pelo menos, como o lugar mais legítimo da veiculação dos resultados das pesquisas

especializadas na área no país.

As outras revistas aqui tomadas como contraponto também se valem desse termo no título.

Tanto a Revista Brasileira de História quanto Revista Brasileira de Educação são editadas por

entidades nacionais muito amplas e já mais antigas, que congregam um grande número de

pesquisadores das suas especialidades e que têm conseguido, já há algum tempo, se afirmar como

representativas tanto dos historiadores quanto dos pesquisadores da educação, em termos muito amplos.

Trata-se, no entanto, de entidades de caráter bastante distinto: enquanto a ANPEd congrega dentro de si

diversas especialidades, diversos setores de pesquisa e mesmo diversas associações científicas da área, a

ANPUH (já há algum tempo denominada Associação Nacional de História), desde suas origens, no

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início dos anos 1960, tem procurado se firmar como uma entidade única, como expressão unitária de

todos os historiadores e de todos os pesquisadores e professores de História do país. Embora

recentemente a estrutura dos seus encontros nacionais se venha aproximando dos moldes desenvolvidos

na ANPEd ou em outras associações similares, com a estruturação de GTs ou simpósios especializados,

a ANPUH ainda se põe esse desafio de lidar com a especialização do campo científico sem que se

chegue à pulverização de múltiplas entidades representativas (ANPUH, 1994; Capelato, Glezer e

Ferlini, 1994).

Os autores, o campo e as filiações

Neste trabalho, foram examinados os 10 primeiros números da RBHE, publicados entre os anos

de 2001 e 2005. Tendo em vista a preocupação de compreender as articulações entre o periódico e a

organização do campo educacional brasileiro, decidiu-se não incluir na recolha de dados o n.1, em que

só foram publicados artigos de autores estrangeiros. Assim, foram coletadas informações de um total de

60 artigos, tendo sido também excluídas as resenhas e as notas de leitura, bem como alguns poucos

artigos que são republicações de textos mais antigos e que foram considerados pelos editores como

clássicos na historiografia brasileira da educação. Na análise dos dados obtidos, em algumas situações

particulares da análise a seguir, considerou-se importante separar os autores brasileiros dos estrangeiros,

registrando-se, no caso, 45 artigos escritos por autores brasileiros, 1 em parceria entre Brasil e Portugal

e outros 14 por autores estrangeiros.

No desenvolvimento da pesquisa, vem sendo constituído um banco de dados que reúne as mais

diversas informações presentes nos artigos estudados. Para o atual estudo, foram utilizados os dados

presentes nas referências bibliográficas dos artigos, registrando-se os livros, os artigos de revista, as

teses e dissertações, bem como outras diversas fontes impressas ali mencionas.

Quanto aos livros, notou-se que eles são as principais referências mobilizadas nos 60 artigos

estudados, registrando-se um total de 1002 menções, sendo 459 de autores brasileiros, seguidos por

autores franceses (215 menções), norte-americanos (76 menções), portugueses (46), do Reino Unido

(41), espanhóis (36), italianos (29), mexicanos (28), alemães (23) e argentinos (15) – além de outras

nacionalidades, com menos de 10 menções.

Quando se examinam apenas os artigos escritos por autores brasileiros (que mencionam um

total de 722 livros), esses números se alteram um pouco: Brasil – 60%; França – 17,9%; EUA – 7,9%;

Reino Unido – 2,9%; Itália – 2,2%; Espanha – 2,1%; Alemanha – 1,9%; Portugal – 1,5%. Há

nitidamente uma concentração maior dos autores brasileiros na bibliografia nacional, enquanto a

menção da bibliografia escrita por autores brasileiros é pouco presente nos autores estrangeiros que

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publicam na Revista (apenas 9,3% de 280 menções a livros). Nesses últimos, predominam França

(30,8% das menções) e Portugal (12,5%).

Isso se deve, dentre outras razões, à preferência dos artigos por temas ligados à história do

Brasil. Além disso, nota-se pouca abertura a perspectivas comparadas e isso também ajuda a entender a

predominância da bibliografia produzida localmente. Embora seja preciso assinalar que, em vários

casos, os livros citados, embora publicados no Brasil, correspondem a traduções de obras estrangeiras:

entram nesse caso 144 menções a livros, em que predominam autores franceses (69 casos), norte-

americanos (25), do Reino Unido (13) e da Alemanha (12), além de outros com menos de 10 citações.

Embora predomine largamente a leitura e o consumo das obras de autores nacionais, também se lê, em

alguma medida, a produção internacional, em tradução brasileira. Para tanto também contribuem as

editoras portuguesas, de que se puderam localizar 18 menções a obras traduzidas, além de 39 de autores

portugueses.

Quanto às referências que mobilizam artigos de periódicos, contabilizaram-se, no total, 243

menções. No total dos 60 artigos, os periódicos brasileiros superam largamente os demais, com cerca de

68% das menções, sendo que os demais países, individualmente, contam com muito poucas referências.

Os periódicos franceses totalizam 8,6%, sendo que italianos, norte-americanos, espanhóis, belgas,

portugueses, mexicanos e argentinos são os únicos que contabilizam mais de 1 referência.

Nos 45 artigos da RBHE escritos exclusivamente por autores brasileiros, foram referidos 47

autores estrangeiros, sendo mais da metade deles autores franceses (53,2% das referências a

estrangeiros, 14,4% das referências totais). Em seguida, bem atrás, com apenas 9 menções, vêm autores

dos EUA. Já entre os artigos de autores estrangeiros, 37,1% das referências vão para autores franceses,

vindo os italianos (12,8%), espanhóis (10%), argentinos (8,6%) e norte-americanos (7,1%) a seguir.

Nos artigos examinados, foram mencionadas na bibliografia 99 teses, dissertações ou outros

materiais produzidos no âmbito de projetos de investigação tipicamente associados a programas de pós-

graduação. Destas, 91 se referem a trabalhos produzidos no Brasil e 8 a trabalhos estrangeiros. No caso

brasileiro, devido à tradição federativa e regional, é importante agrupar esses trabalhos não apenas pela

instituição de origem, mas também pelo Estado em que ela se localiza.

Nesse caso, pode-se constatar, pela quantidade muito expressiva, o peso nacional dos

programas de pós-graduação do Estado de São Paulo (61,6%) – em especial, os da USP e PUC-SP que

totalizam, somados, 51,5% das menções e, secundariamente, os do Rio de Janeiro, com 19,2%. Isso se

relaciona tanto à história quanto à estrutura atual da pós-graduação em educação no país, que confirma

em termos gerais as grandes desigualdades regionais do país. Quando se implantou a estrutura moderna

da pós-graduação, nos anos 1970, apenas as universidades mais bem aparelhadas e com pessoal docente

mais capacitado é que se habilitaram a implantar programas de Doutorado, que se encarregariam da

formação dos docentes e pesquisadores das demais universidades do país. No caso da área de educação,

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esses programas de Doutorado se concentraram majoritariamente na região Sudeste e no Sul do país.

Pouco mais tarde, foram se estruturando outros programas, chegando ao Nordeste e ao Centro-Oeste do

país, que, no entanto, continuam se valendo de pessoal formado nos programas mais antigos e

consolidados.4

Tabela 1 – Teses e Dissertações por instituição

Instituição País Total %

USP Brasil 38 38,4

Unicamp Brasil 5 5,1

UNESP Brasil 2 2,0

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras

Brasil 2 2,0

Universidade Federal de São Carlos Brasil 1 1,0

PUC-SP Brasil 13 13,1

Estado de São Paulo 61 61,6

UFRJ Brasil 4 4,0

UFF Brasil 6 6,1

UERJ Brasil 3 3,0

PUC-RJ Brasil 6 6,1

Estado do Rio de Janeiro 19 19,2

UFMG Brasil 6 6,1

Estado de Minas Gerais 6 6,1

UFRGS Brasil 1 1,0

Instituição País Total % PUC-RS Brasil 1 1,0

Estado do Rio Grande do Sul 2 2,0

UFBA Brasil 1 1,0

Universidade Federal de Sergipe Brasil 1 1,0

UFPE Brasil 1 1,0

Outros Estados 3 3,0

Columbia University EUA 2 2,0

Brown University EUA 1 1,0

Universidade do Texas EUA 1 1,0

Estados Unidos 4 4,0

Universidade da Extremadura Espanha 1 1,0

Université de Genève Suíça 1 1,0

Université Laval Canadá 1 1,0

Université Louis Pasteur França 1 1,0

Outros países 4 4,0

A menção a teses e dissertações nos artigos pode indicar uma circulação de trabalhos no

interior de determinados grupos de investigadores, que acabam entrando em contato com a produção

dos programas de pós-graduação a que estão vinculados. Essa hipótese encontra alguma sustentação,

como se pode ver na Tabela a seguir, mas a sua confirmação ainda depende de um trabalho mais

refinado de cruzamento de informações.

Tabela 2 – Teses e dissertações X Instituição de origem do autor e do trabalho citado

Instituição de Origem do Autor

Programa de pós citado Total

UFMG 5 UFMG

Unicamp 1 USP 8 Université de Genève 1 UFMG 1 PUC-SP 1

USP

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras 1 PUC-SP 7 USP 5 Columbia University 2 UNICAMP 1

PUC-SP

Brown University 1

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USP 1 PUC-RJ

PUC-RJ 1 USP 3 UFF 3 UFRJ 2 UERJ 2

UERJ

Universidade do Texas 1

Para melhor entender a constituição do campo educacional brasileiro, tal como ela pode ser

percebida por meio da RBHE, é importante tentar aprofundar a resposta para algumas questões, tais

como: quem são os autores (brasileiros) que escrevem na Revista? Que espaço se abre efetivamente para

os autores estrangeiros, como são selecionados esses artigos, são convidados ou apresentam textos para

avaliação como os autores nacionais precisam fazer? Que vínculos se estabelecem entre os autores que

publicam no periódico, seus organizadores e a própria Diretoria da SBHE?

Diversas dessas questões ainda não puderam ser respondidas com o material até aqui

levantado, mas já se encontram alguns indícios que começam a ajudar no delineamento de algumas

linhas de força presentes no campo. Isso pode ser percebido, por exemplo, quando se examinam as

vinculações institucionais e com os programas de pós-graduação na área educacional que são mantidas

pelos autores publicados na Revista. Dos 46 autores brasileiros que publicaram artigos no período, 17

realizaram sua pós-graduação, seja no Mestrado seja no Doutorado, no Programa de Pós-Graduação em

Educação da FEUSP, orientados pelas seguintes docentes: Marta Carvalho (4); Denice Catani (5); Marli

André (2); Maria Cecília Sanches Teixeira (1); Diana Vidal (5) e Maria Lúcia Hilsdorf (1).

Já na PUC–SP se formaram 4 dos autores dos artigos selecionados, enquanto 5 deles

freqüentaram o programa de pós-graduação da UFMG. Desse modo, constata-se que mais da metade

(26) dos 46 autores brasileiros que tiveram artigos publicados no periódico da SBHE fizeram pós-

graduação em apenas 3 programas de Mestrado ou Doutorado, todos situados na região Sudeste do país.

Os quadros a seguir permitem visualizar a rede de filiações desse grupo de 26 autores, de acordo com os

Programas de Pós-Graduação que freqüentaram e com os seus respectivos orientadores.

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Quadro 1 – Autores que cursaram o Programa de Pós-Graduação da FEUSP

(Em azul docentes do Programa; em laranja, autor que se tornou orientador no Programa da UFMG)

Quadro 2 – Autores que cursaram o Programa de Pós-Graduação da PUC-SP

(Em verde, docentes do Programa)

Quadro 3 – Autores que cursaram o Programa de Pós-Graduação da UFMG

(Em laranja, docentes do Programa)

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É possível perceber, assim, que esse grupo majoritário dos autores que publicam na RBHE

estão ligados por meio de uma rede de relações e filiações pessoais e acadêmicas que talvez permita,

depois de uma análise mais acurada, com o uso de outro tipo de fontes (como, p.ex., o Currículo Lattes,

a participação como expositor de trabalhos no GT da ANPEd, a sua inserção e participação nos

Congressos Luso-Brasileiros e Brasileiro de História da Educação), melhor compreender a sua

constituição como grupo e a sua atuação nas várias instâncias do campo educacional e da área

específica da História da Educação.

Também o local de publicação dos livros mencionados nos artigos pode oferecer informações

importantes sobre a circulação desse tipo de impresso nos meios especializados na história da educação

no Brasil e os modos de apropriação e de mobilização dessas referências pelos investigadores dessa área

de estudos. No caso do mercado editorial local, ele se encontra concentrado em poucos lugares do país,

contando com um número mais ou menos restrito de editoras, sendo que mais da metade das referências

citadas nos artigos estudados provêm de publicações de editoras situadas nos Estados de São Paulo e do

Rio de Janeiro.

No caso da bibliografia editada fora do país, nota-se a influência das publicações espanholas e

portuguesas, que fazem circular não apenas o material produzido nesses países, mas também um grande

número de traduções de livros escritos originalmente em inglês, francês ou alemão. Para o caso

espanhol, já se havia assinalado essa importância editorial para o campo educacional brasileiro nos anos

1920-1930 (Carvalho e Cordeiro, 2002). Tal importância parece reiterar-se nos tempos atuais, tanto pela

similaridade lingüística, quanto pelas recentes aproximações, em termos institucionais, das

universidades brasileiras e dos seus investigadores com os centros de pesquisa espanhóis e portugueses

na última década.

Tabela 3 – Livros(com mais de 5 menções) por local de publicação

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Local de Publicação Total Brasil

São Paulo 247

Campinas 36

Bragança Paulista 23

SP 306

Rio de Janeiro 148

Petrópolis 20

RJ 168

Porto Alegre 12

Passo Fundo 10

RS 22

Belo Horizonte 46

Brasília 16

Cuiabá 7

Local de Publicação Total Estrangeiro

Madri 37

Barcelona 21

Valência 7

Espanha 65

Lisboa 41

Porto 13

Portugal 54

Paris 98

México 41

Nova York 27

Buenos Aires 19

Londres 8

Cambridge 7

No caso específico do mercado editorial brasileiro, é notável a menção, nos artigos estudados,

de livros publicados por algumas editoras comerciais e universitárias que se vêm constituindo em

importantes veículos de divulgação da produção acadêmica da área educacional. Em certos casos, é

possível notar como determinadas editoras acabam criando vínculos com determinados centros de

pesquisa e veiculando a produção de determinados grupos de investigadores.

Tabela 4 – Livros por Editora – Artigos de autores brasileiros, com pelo menos10 menções

Editora Local de Publicação Menções Editoras Comerciais 260

Autêntica Belo Horizonte 34

Vozes Petrópolis 20

Autores Associados Campinas 18

Melhoramentos São Paulo 17

Companhia das Letras São Paulo 17

Paz e Terra Rio de Janeiro 14

Brasiliense São Paulo 11

Contexto São Paulo 11

Ed. Nacional São Paulo 11

Martins Fontes São Paulo 10

Cortez São Paulo 10

Difel São Paulo 5

Editoras universitárias 80

Edusf Bragança Paulista 20

Ed. da Unesp São Paulo 15

Edusp São Paulo 11

Ed. da FGV Rio de Janeiro 10

Editoras estrangeiras 14

Didier Paris 9

Difel Lisboa 5

Nesse caso, é importante destacar a EDITORA AUTÊNTICA, de Belo Horizonte, que acabou

totalizando 34 menções de livros nesta investigação. Alguns desses livros contaram com a autoria ou

organização de pesquisadores da UFMG, mas também da USP e de outros centros de pesquisa do país.

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Tabela 5 – Livros da Editora Autêntica

Organizador ou Autor Título Total Lopes, Eliana Marta Teixeira; Faria Filho, Luciano Mendes de; Veiga, Cynthia Greive

500 anos de educação no Brasil 12

Vidal, Diana; Souza, Maria Cecília C. C. de A memória e a sombra: a escola brasileira entre o império e a república

5

Faria Filho, Luciano Mendes de Modos de ler, formas de escrever: estudos de história da leitura e da escrita no Brasil

4

Faria Filho, Luciano Mendes de Educação, modernidade e civilização: fontes e perspectivas de análise para a história da educação oitocentista

3

Faria Filho, Luciano Mendes de A infância e sua educação: materiais, práticas e representações (Portugal e Brasil)

2

Fonseca, Thaís; Veiga, Cynthia Greive História e historiografia da educação no Brasil 1

Evangelista, Aracy Alves Martins A escolarização da leitura literária: o jogo do livro infantil e juvenil

1

Kohan, Walter Infância: entre a educação e a filosofia 1

Silva, Tomaz Tadeu da Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo

1

Galvão, Ana Maria de Oliveira Cordel – leitores e ouvintes 1

Vidal, Diana; Carvalho, Marta Biblioteca e formação docente 1

Cunha, Maria Teresa Santos Armadilhas da sedução: os romances de M. Delly 1

Lopes, Eliane Marta Teixeira A psicanálise escuta a educação 1

34

O mesmo acontece com a EDITORA AUTORES ASSOCIADOS, de Campinas, no Estado de São

Paulo, que contabilizou 18 menções no total. É importante assinalar que essa casa publicadora é

responsável pela edição da própria RBHE, notando-se, assim, a criação de vínculos entre a produção

acadêmica e a indústria editorial, por meio de diversas estratégias empreendidas pelos vários atores

envolvidos – editores, pesquisadores, diretores da SBHE etc.

Tabela 6 – Livros da Editora Autores Associados

Organizador ou Autor Título Total SBHE Educação no Brasil: história e historiografia 5

Faria Filho, Luciano Mendes de Arquivos, fontes e novas tecnologias: questões para a história da educação

3

Saviani, Dermeval História e história da educação: o debate teórico metodológicos atual

2

Monarcha, Carlos Educação da infância brasileira - 1875-1983 1

Machado, Lucília Politecnia, escola unitária e trabalho 1

Rodrigues, José O moderno príncipe industrial: o pensamento pedagógico na Confederação Nacional da Indústria

1

Sá, Nicanor Palhares de; Siqueira, Elizabeth Madureira Leis e regulamentos da Instrução Pública do Império em Mato Grosso

1

Valdemarin, Vera T. Estudando as lições de coisas 1

Saviani, Dermeval Escola e democracia 1

Machado, Lucília Educação e divisão social do trabalho: contribuição para o estudo do ensino técnico industrial brasileiro

1

Reis Filho, Casemiro dos A educação e a ilusão liberal 1

18

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13

Trata-se de uma dimensão da organização do campo intelectual que ainda não foi

suficientemente examinada nos estudos que se ocupam desse tema. Na continuidade da investigação,

imagina-se ser possível explorar mais detalhadamente essas relações entre pesquisa, divulgação e

mercado editorial, para poder pensar nas suas implicações sobre a orientação e os resultados da pesquisa

acadêmica brasileira na área.

Circulação de idéias, modelos e correntes teóricas

Outro aspecto da estruturação do campo educacional brasileiro que ainda não foi

suficientemente explorado, pelo menos para o caso da produção mais recente, é o da circulação de

idéias, modelos e correntes teóricas.

Durante a investigação que aqui se descreve , procedeu-se a um levantamento dos autores mais

referidos na bibliografia dos artigos estudados, assinalando-se a presença mais ou menos reiterada de

alguns autores estrangeiros, mas também de alguns nacionais – nesse caso, pesquisadores brasileiros

com atuação na diretoria da SBHE, na edição da RBHE e também nos programas de pós-graduação

responsáveis pela formação acadêmica de grande parte dos autores dos artigos selecionados. Por meio

da categoria do “estrangeiro indígena”, criada por Popkewitz (2002), imagina-se ser possível

aprofundar a análise dessa circulação de pessoas que é, ao mesmo tempo, expressão de uma circulação

de idéia e modelos teóricos, bem como de programas de ação e intervenção nas lutas do campo.

Dos autores estrangeiros situados nesse plano, podem-se citar: Roger Chartier, Michel

Foucault, António Nóvoa e Michel De Certeau. Nota-se aqui a presença de um conjunto de autores que

é, em parte, semelhante ao encontrado por Catani e Faria Filho (2002) na produção divulgada no GT

História da Educação da ANPEd entre 1985 e 2000. Naquele trabalho os autores identificaram uma lista

de 10 autores mais citados como referência teórica: Bourdieu, Chartier, Foucault, Le Goff, Certeau,

Chervel, Marx, Burke, Ariès, Scott. Da lista dos autores citados na RBHE apenas António Nóvoa não

consta da relação estabelecida por Catani e Faria Filho.

Chartier, influência muito presente nos trabalhos da história cultural, encontra significativa

repercussão entre os pesquisadores brasileiros que publicam na Revista da SBHE, tendo sido feitas 35

menções a livros de sua autoria ou por ele organizados, sejam eles nas versões originais, sejam nas

traduções em português. Deles, podem ser destacados A história cultural: entre práticas e

representações e Práticas da leitura, com respectivamente 8 e 5 menções.

Michel Foucault e António Nóvoa totalizam, cada um, 16 menções, enquanto Michel De

Certeau contabiliza 10 referências, destacando-se os livros A escrita da história, com 5 e A invenção do

cotidiano, v.1: Artes de fazer, com 4 menções.

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Entre os autores brasileiros, Diana Vidal totaliza 13 menções a livros ou capítulos, Marta

Carvalho, 10 e Luciano Mendes de Faria Filho 9. Cabe destacar que esses 3 autores estiveram

envolvidos diretamente na criação da SBHE e da RBHE, seja participando da diretoria da Associação,

seja assumindo diretamente os trabalhos de direção editorial da publicação. Carvalho e Faria Filho

ocuparam, em diferentes momentos, a coordenação do Grupo de Trabalho “História da Educação”, da

ANPEd, a principal associação nacional de educadores e pesquisadores da área, da qual hoje a SBHE é

sócia. Além disso, como já se ressaltou neste trabalho, Vidal, Carvalho e Faria Filho foram orientadores

de trabalhos de Mestrado ou Doutorado de diversos dos autores de artigos publicados na Revista no

período examinado.5

Considerações finais

Os elementos aqui apontados ainda estão pouco articulados e correspondem a um esforço

inicial das informações até aqui coligidas na investigação. Julga-se, no entanto, que já é possível

delinear alguns aspectos significativos da constituição de um setor do campo educacional brasileiro

envolvido com as pesquisas na área da história da educação. Certamente, não se trata do único grupo

presente nesse nicho, mas ele vem encontrando modos eficientes de dar visibilidade a si próprio e à sua

produção científica, ganhando prestígio e ocupando posições importantes nas estruturas e instituições do

campo. A publicação da RBHE é um dos instrumentos utilizados nessas lutas no campo e pretende-se

continuar a investigação, tanto pelo aprofundamento do estudo da própria publicação, quanto pelo

exame das relações que esse grupo vem mantendo com outras instâncias envolvidas nessa disputa –

outras publicações, outros grupos de pesquisa, outras associações acadêmicas, no país e no exterior etc.

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1 Daqui em diante, mencionada como RBHE. 2 Doravante, mencionada como SBHE. 3 http://www.sbhe.org.br/novo/index.php?arq=arq_historico&titulo=Hist%F3rico 4 Em 1976, implantaram-se os primeiros programas de Doutorado em educação (PUC-RJ e UFRGS); em 1977, surgiu o programa da PUC-SP e, no ano seguinte, o da USP. Já em 1980, foram criados os programas da Unicamp e da UFRJ (Cf. Saviani, 2008). 5 Acrescente-se o fato de que Marta Carvalho foi orientadora dos outros dois autores, Diana Vidal e Luciano Mendes Faria Filho, no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo.