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Os Fundadores: Lucien Febvre e Marc Bloch

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Page 1: Aula i ia   os fundadores

Os Fundadores:

Lucien Febvre e Marc Bloch

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• O movimento dos Annales, em sua primeira

geração, contou com dois líderes: Lucien

Febvre, um especialista no século XVI, e o

medievalista Marc Bloch.

Os Fundadores

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• Embora fossem muito parecidos na maneira de

abordar os problemas da história, diferiam

bastante em seu comportamento.

• Febvre, oito anos mais velho, era

expansivo, veemente e combativo, com uma

tendência a zangar-se quando contrariado por

seus colegas; Bloch, ao contrário, era

sereno, irônico e lacônico, demonstrando um

amor quase inglês por qualificações e juízos

reticentes.

Os Fundadores

Page 4: Aula i ia   os fundadores

• Apesar, ou por causa dessas

diferenças, trabalharam juntos durante vinte

anos entre as duas guerras

Os Fundadores

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OS ANOS INICIAIS

Page 6: Aula i ia   os fundadores

• Em 1897, Lucien Febvre foi admitido na Escola

Normal Superior, então separada da

Universidade de Paris.

• Era uma pequena escola superior, mas

altamente qualificada intelectualmente, sendo

conhecida como “o equivalente francês do

Jowett’s Balliol” (Lukes, 1973, p. 45).

Os anos iniciais

Page 7: Aula i ia   os fundadores

• Aceitava pouco menos de quarenta alunos por

ano e era organizada segundo as linhas

tradicionais da escola pública britânica (os

estudantes eram todos internos e a disciplina

rígida) (Peyrefitte, 1946).

Os anos iniciais

Page 8: Aula i ia   os fundadores

• O ensino era ministrado através de seminários

dirigidos por professores altamente

competentes nas diferentes disciplinas, e

através de aulas expositivas.

• Aparentemente, Febvre foi “alérgico” ao filósofo

Henri Bergson, embora muito tenha aprendido

com quatro de seus colegas

Os anos iniciais

Page 9: Aula i ia   os fundadores

Os novos colegas!

Page 10: Aula i ia   os fundadores

• Um deles foi Paul Vidal de la Blache, um

geógrafo interessado em colaborar com

historiadores e sociólogos. Fundou uma nova

revista, os Annales de Géographie (1891),

visando a incentivar essa aproximação . O

segundo desses professores foi o filósofo e

antropólogo Lucien Lévy-Bruhl, criador do

conceito de “pensamento pré-lógico” ou

“mentalidade primitiva”, um tema que surgiria

nos trabalhos de Febvre na década de 30.

Os novos colegas!

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• O terceiro foi o historiador da arte Émile Mâle,

um dos pioneiros a concentrar-se não na

história das formas, mas na das imagens, na

“iconografia”, como dizemos hoje. Seu famoso

estudo sobre a arte religiosa do século XIII foi

publicado em 1898, o mesmo ano em que

Febvre ingressou na Escola.

Os novos colegas!

Page 12: Aula i ia   os fundadores

• Finalmente, havia o linguista Antoine Meillet, um

aluno de Durkheim particularmente interessado

nos aspectos sociais da língua.

• A admiração de Febvre por Meillet e seu

interesse pela história social da língua

evidenciam-se claramente nas inúmeras

resenhas de livros de linguistas que escreveu

entre 1906 e 1926 para a Revue de Syrnthèse

Historique, de Henri Berr

Os novos colegas!

Page 13: Aula i ia   os fundadores

• Febvre reconheceu também seu débito para

com inúmeros historiadores anteriores. Durante

toda a vida expressou sua admiração pela obra

de Michelet. Reconheceu Burckhardt como um

de seus “mestres”, juntamente com o historiador

da arte Louis Courajod.

Os novos colegas!

Page 14: Aula i ia   os fundadores

• Confessa também uma surpreendente

influência, a do político de esquerda Jean

Jaurès, através de sua obra Histoire socialiste

de la révolution française (1901-3), “tão rica em

intuições sociais e econômicas” (Febvre, 1922,

p.vi. Cf. Venturi, 1966, 5-70).

Os novos colegas!

Page 15: Aula i ia   os fundadores

• A influência de Jaurès pode ser constatada na

tese de doutoramento de Febvre – um estudo

sobre sua própria região, a Franche-Comté, a

área em torno de Besançon, no final do século

XVI, quando era governada por Felipe II, da

Espanha.

Os novos colegas!

Page 16: Aula i ia   os fundadores

• O título da tese, Philippe II et la Franche-Comté, mascara o fato de ser uma importante contribuição tanto à história sociocultural quanto à história política.

• Preocupava-se não somente com a revolta dos Países Baixos e a ascensão do absolutismo, mas também com a “feroz luta entre duas classes rivais”, a decadente e endividada nobreza e a ascendente burguesia de advogados e mercadores, que adquiria suas propriedades.

Os novos colegas!

Page 17: Aula i ia   os fundadores

• Esse esquema interpretativo se assemelha ao

marxista; Febvre, porém, difere profundamente

de Marx ao descrever a luta entre os dois

grupos “como um conflito de idéias e

sentimentos tanto quanto um conflito

econômico” (Febvre, 1911, p. 323).

Os novos colegas!

Page 18: Aula i ia   os fundadores

• Sua interpretação desse conflito, e mesmo da

história em geral, não diferia da de Jaurès, que

se dizia “ao mesmo tempo, materialista com

Marx e místico com Michelet”, reconciliando as

forças sociais com as paixões individuais

(Jaurès, 1901, pp. 65 ss).

Os novos colegas!