a pratica metodologia ativa

Upload: penfo

Post on 04-Feb-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/21/2019 A Pratica Metodologia Ativa

    1/13

    327Com. Cincias Sade. 2012; 23(4):327-339

    ARTIGO ORIGINAL

    327-339

    A prtica da Metodologia Ativaelo BC, SantAna G

    A prtica da Metodologia Ativa: compreenso dosdiscentes enquanto autores do processo ensino-aprendizagemThe practice of Active Methodologies: students comprehension while authorof teaching-learning process

    RESUMO

    Introduo: Metodologias Ativas de Ensino Aprendizagem (MAEA)

    possibilitam de trazer o estudante para o centro da discusso, sendoele o responsvel pela construo do seu conhecimento. H 10 anos aEscola Superior de Cincias da Sade (ESCS) trabalha com uma pro-posta de ensino que utiliza o currculo integrado e flexvel, de modoque facilite a articulao entre teoria e prtica.

    Objetivo:O presente estudo investiga a adaptao do discente do cur-so de Enfermagem em sua formao acadmica na metodologia ativa,analisa as vantagens e fragilidades dessa metodologia e habilidades ad-quiridas para a vida profissional.

    Mtodo:Realizou-se uma pesquisa descritiva do tipo surveyutilizando

    como instrumento da coleta de dados questionrios semiestruturadosespecficos para este estudo, com amostra selecionada de forma ran-domizada, composta por 60 estudantes do curso de Enfermagem daESCS, pertencentes a 2, 3 e 4 sries. Os dados foram analisados peloprograma Epi Info.

    Anlise:Evidenciou-se que 86% dos estudantes esto adaptados a me-todologia ativa, considerando ser crticos-reflexivos e valorizao dotrabalho em equipe como vantagens e, como fragilidades, a maturidadeque exigida do discente e a falta de suporte do docente como facilita-dor do ensino.

    Concluso:O discente se sente cada vez mais autnomo e capaz de de-senvolver raciocnio clnico, com uma viso biopsicossocial do pacientee confiante na tomada de deciso em diversas situaes no servio desade. A formao dos estudantes de enfermagem pela MAEA esto emconsonncia com os princpios do SUS, tornando o futuro profissionalcomprometido, crtico e reflexivo.

    Palavras-chave:Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem; Estu-dantes de Enfermagem; Adaptao.

    Brbara de Caldas Melo1

    Geisa SantAna1

    1Curso de Enfermagem da Escola Superior

    de Cincias da Sade / Fundao de Ensinoe Pesquisa em Cincias da Sade. Braslia-

    DF, Brasil.

    CorrespondnciaGeisa SantAna

    SQN 310 Bloco M apartamento 414, AsaNorte, Braslia-DF. Brasil

    [email protected]

    Recebido em 20/maro/2013

    Aprovado em 07/junho/2013

  • 7/21/2019 A Pratica Metodologia Ativa

    2/13

    328 Com. Cincias Sade. 2012; 23(4):327-339

    Melo BC, SantAna G

    ABSTRACT

    Introduction:Active teaching-learning methodologies make possiblebring the student to the discussion center, being responsible for ourknowledge construction. Ten years ago the Escola Superior de Cinciasda Sadeworks with teaching proposal that uses the integrated andflexible curriculum, facilitates the linkage between theory and practice.

    Objective: The present study investigates the adaptation of the studentnursing course in your academic formation in the active methodology,analyzes the advantages and weaknesses of this methodology and ac-quired skills for professional life.

    Methodology: We conducted a descriptive study at survey type us-ing as an instrument of data collection semi-structured questionnairesspecific to this study, with randomly selected sample composed for 60students to the nursing course of ESCS for the 2, 3 and 4 grade, withanalysis of data with Epi Info program.

    Analysis:It was found that 86% of students are adapted to active meth-odology, considering be-reflective and critical appreciation of teamworkas advantages and weaknesses, the maturity that is required of the stu-dent and the lack of support from the teacher as facilitator of learning.

    Conclusion:The students feels increasingly autonomous and able todevelop clinical reasoning, with a bio psychosocial view of the patientand confident in decision making in various situations in the healthservice. The training of nursing students by active methodologies arein line with the principles of the SUS, making the future professionalcommitted, critical and reflexive.

    Keywords:Active teaching-learning methodologies; Nursing students;Adaptation.

    INTRODUO

    As metodologias de ensino-aprendizagem pro-pem desafios a serem superados pelos estudan-tes, possibilitando-os de ocupar o lugar de sujei-tos na construo do conhecimento, participandoda anlise do processo assistencial, e colocandoo professor como facilitador e orientador desseprocesso. Nos anos 90, a Fundao W. K. Kel-logg, com sede nos EUA, ofereceu apoio tcnicoe financeiro para o desenvolvimento de parceriasentre ensino, servio e comunidade. O projetofoi denominado UNI Uma Nova Iniciativa na

    Educao de Profissionais de Sade: Unio com

    a Comunidade, que possibilitou a diversas facul-dades da Amrica Latina, recursos humanos e de-senvolvimento de parcerias com os servios locaisde sade e a comunidade, dando apoio s revisescurriculares dos cursos da rea de sade, viabili-zando a construo de novos projetos educacio-nais, buscando desenvolver, de maneira integra-da, moldes inovadores para a educao, formaode lideranas e ateno sade, com o objetivode formar profissionais com qualificao tcnicaconsistente e capacidade de atuao profissional

    e social, visando melhorar a sade das pessoas. A

  • 7/21/2019 A Pratica Metodologia Ativa

    3/13

    329Com. Cincias Sade. 2012; 23(4):327-339

    A prtica da Metodologia Ativa

    trutura voltada para o modelo hospitalocntrico,mas, nas ltimas dcadas foram transformados eadaptados de acordo com o contexto da sade p-blica brasileira e os princpios do SUS5, ou seja,um modelo que intervenha sobre os determinan-tes sociais do processo sade-doena em todos osnveis de ateno e preveno de agravos10.

    No curso de Enfermagem da ESCS, as duas frentesdo processo de ensino so: a Aprendizagem Basea-da em Problemas (ABP) utilizada para a DinmicaTutorial (DT) e a Metodologia da Problematizao(MP), para as Habilidades Prticas em Enferma-gem (HPE), propostas distintas que so estrutura-das em uma semana padro com duas prticas deDT, duas de HPE, uma palestra complementar aDT e um perodo para reflexo da prtica5.

    A ABP parte de um problema, que deve ser for-

    mulado em termos concretos, conciso e isento dedistraes, dirigindo a aprendizagem a um nme-ro limitado de itens18, que discutido no grupode tutorial, devendo incentivar o levantamento dehipteses para explic-lo, traando objetivos quedevero ser estudados, para que uma nova discus-so seja realizada para sntese e aplicao do novoconhecimento7.

    Cada grupo da DT composto de um tutor e 8 a10 estudantes. Dentre eles, um ser o coordena-dor, e outro ser o secretrio, variando a cada tuto-rial, para que todo estudante exera essas funes.Essa sistematizao no tutorial guiada pelos setepassos propostos por Schmidt.

    Berbel (1998)18 descreve os passos de Schmidtcomo:

    1. leitura do problema;

    2. identificao e esclarecimento de termosdesconhecidos;

    3. identificao dos problemas propostos

    pelo enunciado;4. formulao de hipteses explicativas

    para os problemas identificados combase no conhecimento prvio do estu-dante com resumo das hipteses;

    5. formulao dos objetivos de aprendiza-gem;

    6. estudo individual dos assuntos levanta-dos nos objetivos de aprendizagem;

    7. retorno ao grupo tutorial para rediscus-

    so do problema.

    comunidade foi considerada importante na for-mulao de polticas locais, aes de sade e naformao de lideranas, j os servios de sade fo-ram encarregados de desenvolver um sistema desade voltado s necessidades da populao.

    Ampliando os rumos dessa nova metodologia,

    as maiores mudanas na educao em sade tmsido observadas na Amrica do Norte, Austrliae Holanda, iniciado em 1969, pela Universidadede McMaster, implantando Aprendizagem Basea-da em Problemas (ABP) na educao mdica3.NoBrasil, universidades utilizam essa metodologiaativa de ensino desde 1997, a comear pela Facul-dade de Medicina de Marlia, Universidade Esta-dual de Londrina, ampliando depois para a Uni-versidade Federal do Cear, Universidade Federalde Alagoas, entre outras4.

    A Escola Superior de Cincias da Sade (ESCS) uma instituio de ensino superior pblica com oscursos de Medicina e Enfermagem, mantida pelaFundao de Ensino e Pesquisa em Cincias daSade (FEPECS), vinculada Secretaria de Estadoda Sade do Governo do Distrito Federal (SES/DF), e com apenas 10 anos de existncia, a pri-meira instituio de ensino superior em Brasliabaseada na Metodologia Ativa de Ensino-Apren-dizagem (MAEA). Esse processo de aprendizagemutiliza o currculo integrado, flexvel, dinmico econtextualizado, centrado no estudante, orienta-do comunidade, tendo como objetivos facilitara articulao dinmica entre teoria/prtica, a in-tegrao ensino/servios/comunidade e a formarprofissionais de sade com perfil desejado paraatendimento s exigncias do mercado de traba-lho, com foco no SUS5,6.

    O uso dessa Metodologia Ativa confronta o ensi-no tradicional das faculdades, caracterizado porreteno de informao, disciplinas fragmentadase avaliaes que exigem memorizao, podendo

    levar os estudantes passividade e aquisio deuma viso estreita e instrumental do aprendizado,promovendo carncias de constante atualizao7.

    O grande desafio da Metodologia Ativa aperfei-oar a autonomia individual e uma educao ca-paz de desenvolver uma viso do todo transdici-plinar4, que possibilite a compreenso de aspectoscognitivos, afetivos, socioeconmicos, polticose culturais, constituindo uma prtica pedaggicasocialmente contextualizada9.

    Os currculos de Enfermagem tinham uma es-

  • 7/21/2019 A Pratica Metodologia Ativa

    4/13

    330 Com. Cincias Sade. 2012; 23(4):327-339

    Melo BC, SantAna G

    para coleta de dados de um grupo alvo12. O ins-trumento para essa pesquisa foi um questionriosemiestruturado, formulado especificamente paraeste estudo, com o total de 14 perguntas, sen-do doze de mltipla escolha que foram analisa-das pelo programa Epi Info 3.5.2/2010, e duasabertas, examinadas com o mtodo de anlise de

    contedo, com categorizao, tabulao e trans-crio completa das respostas, em uma amostrarandomizada estratificada de estudantes da segun-da, terceira e quarta sries do curso de graduaoem Enfermagem, 20 de cada srie, totalizando 60,que corresponde a 42% da amostra total de estu-dantes dessas sries.

    O projeto foi aprovado pelo do Comit de ticaem Pesquisa da Fundao de Ensino e Pesquisaem Cincias da Sade (FEPECS), em novembrode 2011, sob Protocolo n 607/2011. Os questio-

    nrios foram aplicados na ECSC, no campus deSamambaia, do curso de Enfermagem, no perodode Janeiro a Abril de 2012, que esclarecidos dapesquisa e de acordo, assinaram o TCLE da FE-PECS.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    Vantagens e fragilidades do ensino

    Analisando os 60 questionrios aplicados, 20 decada srie, e sem perda de dados, foi possvel ob-servar que 47(78%) assinalaram que a MAEA fa-cilitou muitoo processo educacional, enquantoque apenas 1(0,01%) assinalou que no facilitouem nada, ponderando por este dado que o ensi-no a partir de metodologias ativas tem sido efetivopara a maioria dos estudantes de enfermagem daESCS.

    Em relao s vantagens da Metodologia Ativa(tabela 1), observamos que as principais vanta-gens sobre o aprendizado a partir da MAEA soassociadas aos seus princpios de promover umaaprendizagem ativa, construtiva e cooperativa,acompanhando a adaptao e familiaridade dosestudantes com este mtodo de ensino.

    A MP, que aplicado na HPE, tem como obje-tivo alcanar e motivar o discente, que diantedo problema, detm, examina, reflete e relacionasua histria, passando a ressignificar suas desco-bertas4. A problematizao, proposta por Borde-nave e Pereira18, utiliza o esquema do Mtododo Arco, de Charles Manguerez, que considera

    como pr-requisito da educao a realidade doindivduo, suas vivncias e experincias, seussaberes e conhecimentos prvios10. O Arco deManguerez formado por cinco etapas, de acor-do com a figura 1:

    Fonte: Mitre SM, 2008.

    Figura 1.

    Etapas do Arco de Manguerez

    Este trabalho prope investigar compreenso do

    discente em sua formao acadmica na metodo-logia ativa, com amostras das 2, 3 e 4 sries docurso de Enfermagem da ESCS, sendo excluda aprimeira srie visto que o perodo de adaptaode um novo currculo, uma transio com con-flitos, desconfortos e inseguranas11. Alm disso,analisar vantagens e fragilidades da MAEA aplica-da na ESCS, o entendimento do discente frenteaos papeis assumidos na dinmica tutorial e, dotutor, identificando a percepo do discente comoautor do seu conhecimento cientfico e acadmi-co.

    MTODO

    uma pesquisa descritiva do tipo survey, que uti-liza como instrumento de pesquisa questionrios

  • 7/21/2019 A Pratica Metodologia Ativa

    5/13

    331Com. Cincias Sade. 2012; 23(4):327-339

    A prtica da Metodologia Ativa

    Tabela 1.

    Vantagens da Metodologia Ativa de Ensino-Aprendizagem, retirado dos questionrios aplicados aos estudantes(n total=60) no curso de Enfermagem-ESCS

    2 srie 3 srie 4 srie Total

    n % n % n % n %

    Ser crtico-reflexivo 16 (26) 15 (25) 17 (28) 48 (80)

    Estimula o auto estudo 14 (23) 16 (26) 17 (28) 47 (78)

    Integra dimenses biopsicossociais 10 (16) 13 (21) 13 (21) 36 (60)

    Construo do conhecimento com trabalho em equipe 10 (16) 13 (21) 13 (21) 36 (60)

    Dinamismo do processo educacional 11 (18) 16 (26) 8 (13) 35 (58)

    Viso holstica do contexto 11 (18) 11 (18) 11 (18) 33 (55)

    Contato com a realidade do servio 10 (16) 12 (20) 10 (16) 32 (53)

    Fazer e receber crticas 8 (13) 13 (21) 11 (18) 32 (53)

    Valorizao do estudante 7 (11) 13 (21) 11 (18) 31 (51)

    Tomada de deciso 6 (10) 12 (20) 12 (20) 30 (50)

    Reteno do conhecimento 0 -- 7 (11) 5 (08) 12 (20)

    Segundo os estudantes, as maiores vantagens daMAEA ser critico-reflexivo (80%) e 78% a rele-vncia do autoestudo (tabela 1). Em acordo com

    Mitre (2008)4

    , ser crtico-reflexivo ter a ao deproblematizar a prtica, na qual buscando solu-es para a realidade que vive, torna-se capaz detransform-la pela prpria ao, alm de ter ati-tudes cooperativas e solidrias, estando aberto afazer e receber crticas4,6. Entendemos ento queo discente percebe que a edificao do seu saberdepende, principalmente, do autoestudo, desen-volvido a partir da aprendizagem ativa e a auto--iniciativa, alcanando as dimenses afetivas eintelectuais, tornando o conhecimento mais du-radouro e slido.

    Na anlise (tabela 1) identificou-se que a integra-o das dimenses biopsicossociais aparece comovantagem em 60% dos questionrios, e, de acordocom a literatura, o estudante compreende que aviso biopsicossocial ter um entendimento am-plo do paciente no contexto em que se encontrainserido, que valoriza alm dos cuidados ao pr-prio indivduo, o seu emocional, contato com oambiente e relaes com a comunidade. Autoresconsideram tambm que o estudo baseado emproblemas identificados a partir da vivncia do

    servio de sade, possibilita a integralidade doindivduo nas dimenses biolgica, psicolgica esocial. Quanto ao trabalho em equipe, destaca-

    do por 60% dos entrevistados, acreditamos quequando os estudantes dividem maiores parcelasde responsabilidade e comprometimento com oestudo, tornam a construo do ensino articuladoe possibilitando modificaes na realidade4,6,14.

    Na tabela abaixo (2), 48% dos estudantes indi-caram como fragilidade da MAEA a carncia desuporte dos docentes (tutores). Essa carncia desuporte responsvel pela sua insegurana, prin-cipalmente quando o docente no sinaliza os errosou equvocos, propiciando mais dvidas e incerte-

    zas aos que ainda no confiam em sua capacidadede autoaprendizagem sem a facilitao do tutor6,19. Alm disso, o estudante percebe a necessidadede ter maturidadepara lidar com o processo deensino, apontado por 46% como fragilidade domtodo, isso expe que a abrupta mudana nomtodo de ensino associado a escassez de apoiodos tutores pontuam obstculos para a aprendi-zagem. Morais (2006)6 explica quea imaturidadedo estudante tida como empecilho adaptaopois concentra nele, toda a responsabilidade doprocesso de ensino.

  • 7/21/2019 A Pratica Metodologia Ativa

    6/13

    332 Com. Cincias Sade. 2012; 23(4):327-339

    Melo BC, SantAna G

    Tabela 2.

    Fragilidades da Metodologia Ativa de Ensino Aprendizagem, retirado dos questionrios aplicados aos estudantes (n to-tal=60) no curso de Enfermagem-ESCS

    2 srie 3 srie 4 srie Total

    N % N % n % N %

    Carncia de suporte do docente-tutor 8 (13) 12 (20) 9 (15) 29 (48)

    Imaturidade do discente 9 (15) 12 (20) 7 (11) 28 (46)

    Dficit no conhecimento do discente em matrias bsicas 10 (16) 9 (15) 8 (13) 28 (46)

    Abrupta mudana no mtodo de ensino 9 (15) 10 (16) 9 (15) 27 (45)

    Lacunas no processo de ensino 6 (10) 7 (11) 11 (18) 24 (40)

    Insegurana 8 (13) 4 (06) 7 (11) 19 (31)

    Outro aspecto destacado na tabela 2, como fragi-lidade em 46% dos questionrios, a deficinciano conhecimento de matrias bsicas (anatomia,

    fisiologia, farmacologia), evidenciado pela difi-culdade da exposio na dinmica tutorial. Nestaperspectiva, Costa (2011)16 considera como obs-tculo inicial aprender a estudar sozinhos essescontedos, devendo, assim, encontrar recursosprprios para superar suas dificuldades na autoa-prendizagem. Refere tambm, que os estudantesaprenderiam melhor com um docente transmitin-do os assuntos, e no assumindo uma postura ati-va para aprender. Em contrapartida, devemos ob-servar que acostumados a receber passivamenteas informaes, os estudantes quando colocadosem uma situao que exige maior atividade, traba-lho e esforo mostram-se, inicialmente, resistentesao novo mtodo, que com o tempo superada16.

    A mudana do mtodo de ensino, aps aproxima-damente onze anos de metodologias tradicionaisnos ensinos fundamental e mdio, para uma for-

    ma ativa causa sentimentos de insegurana e nocompreenso de seu papel no processo de ensino,mesmo tendo em vista que a MAEA busca cons-truir um currculo integrado, com uma praticaefetivada pelos sujeitos que o constroem, e ainda,pautada na filosofia de aprender por problemastransdisciplinares e com foco centralizador no es-tudante6.

    Adaptao Metodologia Ativa

    A adaptao MAEA foi relatada por 86% dos es-tudantes. E nessa ordem, os fatores que contribu-ram para adaptao foram o mdulo de Introduoao estudo da Enfermagem(65%) e apoio dos tuto-res (28%).

    Tabela 3.

    Fatores que favoreceram a adaptao a Metodologia Ativa de Ensino-Aprendizagem, retirado dos questionrios aplicadosaos estudantes (n=60) no curso de Enfermagem-ESCS

    2 srie 3 srie 4 srie Total

    N % n % n % n %

    Mdulo de Introduo ao estudo da Enfermagem 14 (23) 14 (23) 11 (18) 39 (65)

    Apoio dos tutores 2 (03) 11 (18) 4 (07) 17 (28)

    Ajuda de outros discentes 3 (05) 2 (03) 2 (03) 7 (11)

    Experincia bem sucedida com outros discentes 2 (03) 2 (03) 1 (02) 5 (08)

    Aula Inaugural 0 -- 0 -- 1 (02) 1 (02)

    Conhecimento prvio sobre a MAEA 1 (02) 0 -- 0 -- 1 (02)

  • 7/21/2019 A Pratica Metodologia Ativa

    7/13

    333Com. Cincias Sade. 2012; 23(4):327-339

    A prtica da Metodologia Ativa

    O objetivo da ABP desafiar a aprendizagem embusca de compreenso e explicao do proble-ma, refletindo o cotidiano da prtica profissional,antecipando situaes comuns para sua atuao,permitindo reflexo contextualizada sobre a te-mtica, busca de informaes e avaliao crtica6.Seu uso na dinmica tutorial vlido como uma

    proposta de reestruturao curricular tendo o focona interao de disciplinas, para encorajar o estu-dante a assumir a responsabilidade pela prpriaaprendizagem7.

    Ao desenvolver trabalhos com essa metodologiaativa, os estudantes so levados a observar a rea-lidade de uma maneira atenta e iro identificaraquilo que na realidade est se mostrando comocarente, inconsistente, preocupante9.

    O comum entre os dois modelos que partem de

    um problema motivador. Na ABP, os problemasso elaborados por um grupo de especialistas econtemplam a expectativa de que os estudantesalcancem objetivos de aprendizagem inseridosem um planejamento educacional, nos mdulospropostos. Na MP, os problemas so identificadospelos estudantes, atravs da observao, da suaconfrontao com a realidade, buscando soluespara por em prtica a soluo do problema, comoagentes transformadores da realidade17.

    Atitudes e habilidades profissionais

    Algumas literaturas constatam que a aprendiza-gem, a partir das metodologias ativas, contribuipara o desenvolvimento de habilidades para a vidaprofissional dos acadmicos. O objetivo geral deformar profissionais de forma ativa, que sejamcapazes de prestar uma ateno integral e huma-nizada aos pacientes, de saber trabalhar em equi-pe e habilidade para tomada de deciso com umaviso clnica e social6. Dos aspectos que foramdestacados pelos estudantes como atitudes queadquiriram para o futuro profissional, os de maiorevidncia foram: autonomia (88%), abordagembiopsicossocial (83%), raciocnio clnico (80%) etrabalho em equipe (76%). De acordo com o apre-sentado na tabela abaixo:

    Os estudantes que se sentiam adaptados MAEA,em seus eixos de MP e ABP, percebiam benefciosno que diz respeito mudana de hbito paraestudar, que Morais (2006)6 citou como modifi-cao na maneira que aprenderam a pesquisar,desenvolvendo autonomia para o ensino e melho-rando sua autoconfiana. O mdulo de Introduo

    ao estudo da Enfermagem prioriza o contato do es-tudante recm-chegado com as bases pedaggicasdo modelo educacional adotado pela instituio,alm da insero no contexto da enfermagem5,sendo esse primeiro contato um modo do discen-te conhecer e se adaptar a metodologia ativa em-pregada. No decorrer da 1 srie, so realizadasatividades de acolhimento ao estudante, palestrasde apresentao sobre a MAEA, sobre o sistemade avaliao na ESCS e suas peculiaridades, quetambm foram associados como formas de favore-cimento e adaptao13.

    O apoio dos tutorestambm foi citado e, de acordocom Silva (2005)17, pode desempenhar um grandepapel na mediao do processo de ensino, orien-tando de forma adequada as etapas de teorizao.Paulo Freire (2004)15tambm defende que o tutorpode instigar uma postura comprometida para de-senvolver um potencial humano no permitindoque eles sejam s treinados para adaptao so-ciedade. Por isso, necessrio questionar o apren-dizado, pois problematizar faz sentido em umaproposta de emancipao do estudante8.

    Conhecimento sobre a Metodologia Ativa deEnsino-Aprendizagem

    Para identificar o nvel de entendimento dos estu-dantes foi questionado Voc sabe a diferena sig-nificativa entre a Metodologia da Problematizaoe a ABP?. Os relatos foram semelhantes na suamaioria (66%) e enfatizaram o conhecimento so-bre a metodologia.

    ABP acontece nos tutoriais, onde os problemas jso prontos para direcionar os conhecimentos quedevemos saber. Na MP, a observao da realidade que nos direciona, utilizando o Arco de Mangue-rez ( Estudante, 2srie).

    ABP utilizada nas instncias do tutorial e par-te de problemas j propostos pelo mdulo. A MP usada no HPE e uma problematizao da reali-dade do servio, seguindo o Arco de Manguerez(Estudante, 4 srie).

  • 7/21/2019 A Pratica Metodologia Ativa

    8/13

    334 Com. Cincias Sade. 2012; 23(4):327-339

    Melo BC, SantAna G

    Tabela 4.

    Habilidades adquiridas a partir da Metodologia Ativa de Ensino-Aprendizagem, retirado dos questionrios aplicados aosestudantes (n=60) no curso de Enfermagem-ESCS

    2 srie 3 srie 4 srie Total

    n % n % n % n %

    Autonomia 17 (28) 20 (33) 16 (27) 53 (88)

    Abordagem biopsicossocial 17 (28) 15 (25) 18 (30) 50 (83)

    Raciocnio Clnico 12 (20) 20 (33) 16 (27) 48 (80)

    Trabalho em equipe 13 (22) 18 (30) 15 (25) 46 (76)

    Responsabilidade 11 (18) 19 (32) 14 (23) 44 (73)

    Contato com a comunidade 11 (18) 15 (25) 16 (27) 42 (70)

    Contato com o servio 11 (18) 14 (23) 15 (25) 40 (67)

    Emponderamento 12 (20) 14 (23) 13 (22) 39 (65)

    Em relao autonomia, acreditamos que os dis-

    centes tendem a desenvolver independncia, li-berdade na atuao e flexibilidade nas opes deescolha. Na abordagem biopsicossocial, a literaturarefere que os estudantes destacam e valorizam acompreenso do paciente como humano, e no desua doena, que requer articulao e integrao dasdimenses biolgicas, sociais e psicolgicas, mu-dando assim, as concepes sobre sade-doena6.

    Quanto ao raciocnio clnico, Cyrino (2004)14emsua discusso, mostra que a abordagem interdis-ciplinar leva o estudante a sua prpria responsa-bilizao pela aprendizagem e pensamento crti-co, trabalhando a construo do conhecimento apartir de vivncias e experincias significativas20.Com o trabalho em equipe, percebe-se, de acordocom Marin (2009)19 possvel desenvolver a capa-

    cidade de expor opinies, receber crticas, com-

    partilhar objetivos, decises e responsabilidades,valorizando as relaes interpessoais, trabalhandocom respeito.

    Papel do tutor na Metodologia

    A viso que o estudante entende do papel do do-cente-tutor em uma metodologia ativa , diferentedo que havamos imaginado, que ele seja capazde fazer questionamentos relevantes, que possaestimular o pensamento crtico, motivando a par-

    ticipao com orientao. Foi perceptvel que oestudante no deseja do tutor respostas aos seusquestionamentos e sim, direcionamento e orien-tao quanto busca e construo do seu prprioconhecimento.

    Tabela 5.

    Compreenso do estudante sobre o papel do tutor na Metodologia Ativa de Ensino Aprendizagem, retirado dos questionri-os aplicados aos estudantes (n total=60) no curso de Enfermagem-ESCS

    2 srie 3 srie 4 srie Total

    N % n % n % n %

    Estimula o pensamento crtico 16 (27) 20 (33) 15 (25) 51 (85)

    Facilitador 13 (22) 18 (30) 11 (18) 42 (70)

    Orientador na busca do conhecimento 10 (16) 13 (22) 10 (16) 33 (55)

    Envolve todo o grupo na discusso 6 (10) 12 (20) 4 (06) 22 (37)

    Promove a aplicao dos 7 passos, assegurando a nonegligncia deles

    5 (08) 7 (11) 8 (13) 20 (33)

    Moderador da discusso 5 (08) 10 (16) 2 (03) 17 (28)

    Prover a cooperao mtua dos discentes 5 (08) 5 (08) 2 (03) 12 (20)

  • 7/21/2019 A Pratica Metodologia Ativa

    9/13

    335Com. Cincias Sade. 2012; 23(4):327-339

    A prtica da Metodologia Ativa

    Semim (2009)20defende que o tutor tem o papelde facilitar o processo de ensino-aprendizagemfazendo com que o estudante tenha articulaoda teoria estudada com a prtica vivenciada pelodocente no servio, com habilidade de articularos conhecimentos prvios do acadmico, com osrecentemente adquiridos, despertando a curiosi-

    dade, questionamentos e dvidas, apontando ocaminho para a sua construo cognitiva.

    Ainda conhecendo o papel do tutor, o Projeto Po-ltico Pedaggico do curso de Enfermagem5 da Es-cola Superior de Cincias da Sade refere que odocente deve ter em mente que a MAEA centra-da no estudante e no no prprio tutor, que deveestimular a participao ativa de todos do grupo,instigando-os a contribuir na discusso com co-nhecimentos prvios, inspirando confiana, facili-tando assim, o relacionamento do grupo. Darfeed-

    backdas discusses e dos potenciais e fragilidadesde cada participante, como as crticas construtivastambm fazem parte do papel do tutor, e tendouma postura igualmente ativa, contribui para oprocesso de ensino-aprendizagem do acadmico3.

    Em consonncia com a proposta de formar enfer-meiros crticos, reflexivos e com os princpios doSUS, a educao dos estudantes de Enfermagempela MAEA tem sido efetivo, formando, assim, fu-turos profissionais com compromisso intelectual,poltico e social. Contudo, sempre deve haver um

    constante empenho na melhoria do modelo deeducao e a constante capacitao e atualizao

    de discentes e docentes para lidar com os avanosde um processo de ensino centrado no estudante.

    CONCLUSO

    Com base nos resultados desta pesquisa, cujo ob-

    jetivo era investigar a adaptao do discente emsua formao acadmica na metodologia ativa, foipossvel identificar que os mesmo se percebemajustados a esse tipo de modelo de ensino, rela-tam ter adquirido habilidades de raciocnio clni-co, tomada de deciso e sentem-se confiantes naautoaprendizagem. Destacaram o desejo de que ostutores no respondam aos seus questionamentos(resposta pronta), mas os auxiliem na construodo conhecimento.

    No desenvolvimento desta pesquisa, as dificulda-des encontradas partiram da coleta e seleo dematerial cientfico para a produo deste artigo,pois a literatura ainda defasada e desatualizada,referente MAEA, faz com que os principais au-tores tenham materiais datados de 1996 2008,alm do obstculo da falta de bibliografia referenteao prprio desenvolvimento dos 10 anos da Es-cola Superior de Cincias da Sade, pioneira nametodologia ativa em Braslia. Tentamos assim,demonstrar que, por maiores que sejam os sinaisde eroso vistos pelo mundo e pelo Brasil sobre aexecuo desse modelo de aprendizagem, ela ain-da deve ser tida como um exemplo de ambiente

    de ensino promissor e ativo.

    REFERNCIAS

    1. Brasil. Ministrio da Sade. Ministrio daEducao. Programa Nacional de Reorienta-o da Formao Profissional em Sade Pr--Sade: objetivos, implementao e desen-volvimento potencial / Ministrio da Sade,Ministrio da Educao. Braslia: Ministrio

    da Sade, 2007. 86 p. il. Srie C. Projetos,Programas e Relatrios.

    2. Famema. Faculdade de Medicina de Marlia.Currculo do curso de enfermagem da facul-dade de medicina de Marlia. Marlia: Facul-dade de Medicina de Marlia, departamentode enfermagem, 1997.

    3. Toledo Jnior AC, Ibiapina CC, Lopes SCF,Rodrigues ACP, Soares SMS. Aprendizagembaseada em problemas: uma nova referncia

    para a construo do currculo mdico. Revis-

    ta Mdica de Minas Gerais; 18(2): 123:131.2008.

    4. Mitre SM, Siqueira-Batista R, Girardi-de--Mendona JM, Morais-Pinto NM, MeirellesCAB, Pinto-Porto C, et al. Metodologias Ati-vas de Ensino-Aprendizagem na formao doprofissional de sade: debates atuais. Cinciae Sade Coletiva, 13(2): 2133-2144, 2008.

    5. Escola Superior de Cincias da Sade. Cursode graduao em Enfermagem/ESCS/FEPE-CS. Braslia. [On line]

    6. Morais MAA, Manzini EJ. Concepes sobrea Aprendizagem Baseada em Problemas: umestudo de caso na FAMEMA. Rev. Bras. deEducao Mdica- 30 (3):125-135; 2006.

  • 7/21/2019 A Pratica Metodologia Ativa

    10/13

    336 Com. Cincias Sade. 2012; 23(4):327-339

    Melo BC, SantAna G

    7. Vignochi C, Benetti CS, Machado CLB, Man-froi WC. Consideraes sobre aprendizagembaseada em problemas na educao em sa-de. Artigo de reviso. Rev HCPA 9;29(1):45-50.

    8. Hamilton D. O revivescimento da aprendiza-

    gem? Educao e sociedade, v.23, n78, p187-198. 2002.

    9. Berbel NAN. A metodologia da problematiza-o e os ensinamentos de Paulo Freire: umarelao mais que perfeita. In: BERBEL, N. A.N. (org.). Metodologia da Problematizao:fundamentos e aplicaes. Londrina: EditoraUEL, 1999.

    10. Schaurich D, Beheregaray FC, Almeida MA.Metodologia da Problematizao no Ensino

    de Enfermagem. Escola Anna Nery. Revistade Enfermagem. 2007. jun; 11 (2): 318 - 24.

    11. Bufrem LS, Sakaima AM. O ensino, a pesqui-sa e a aprendizagem baseada em problemas.Transinformao. Campinas, 15(3):351-361,set/dez, 2003.

    12. Gobbo Jnior JA. O mtodo de Pesquisa Sur-vey. Universidade Estadual Paulista Jlio deMesquita Filho. Disciplina de MetodologiaCientfica. So Paulo, 2011.

    13. Escola Superior de Cincias da Sade. Intro-duo ao estudo da enfermagem: manual doestudante. Mdulo 101. Braslia: Fundaode Ensino e Pesquisa em Cincias da Sade.2009

    14. Cyrino EG, Pereira MLT. Trabalhando comestratgia de ensino-aprendizado por desco-berta na rea da sade: a problematizao ea aprendizagem baseada em problemas. Cad.Sade Pblica, Rio de Janeiro, 20(3):780-788, mai-jun, 2004.

    15. Freire P. Pedagogia do oprimido.38.ed, Rio deJaneiro: Paz e terra. 2004

    16. Costa VC. Aprendizagem baseada em pro-blemas - PBL. Revista Tavola Online. Maro,2011. [on line]

    17. Silva WB, Delizoivoc D. Problemas E Proble-matizaes: Implicaes Para O Ensino DosProfissionais Da Sade. Revista Ensino, SadeE Ambiente, V.1, N.2, P 14-28, Dez.2008.

    18. Berbel NAN. A Problematizao e a Aprendi-zagem Baseada em Problemas: diferentes ter-nos ou diferentes caminhos? Interface Co-municao, Sade, Educao, v.2,n.2, 1998.

    19. Marin MJS, Lima EFG. Aspectos das fortale-zas e fragilidades no uso das Metodologias

    Ativas de aprendizagem. Revista Brasileira deEducao Mdica. 34 (1) : 13 20 ; 2010.

    20. Semim GM, Souza MCBM. Professor como

    facilitador do processo ensino-aprendizagem:viso do estudante de enfermagem. Rev. Ga-cha Enferm, Porto Alegre (RS); 2009.

  • 7/21/2019 A Pratica Metodologia Ativa

    11/13

    337Com. Cincias Sade. 2012; 23(4):327-339

    A prtica da Metodologia Ativa

    ANEXO

    A PRTICA DA METODOLOGIA ATIVA: COMPREESO DOS DISCENTES ENQUANTOAUTORES DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM.

    A Metodologia Ativa de Ensino-Aprendizagem (MAEA) um modelo de ensino dinmico que prev umaformao articulada, rompendo a dicotomia entre a teoria e a prtica, promovendo uma aprendizagem

    significativa, com autonomia e integralidade. A MAEA tem duas frentes de trabalho, a AprendizagemBaseada em Problemas (ABP) e Metodologia da Problematizao. Estas modalidades de ensino podemrepresentar um movimento inovador no contexto da educao na rea da sade, favorecendo as mudan-as necessrias implementao dos princpios do SUS.

    O processo educacional o ato de educar, desenvolvendo capacidades fsicas, intelectuais e morais doser humano, tendo como elementos: o professor, o estudante, o sistema gestor e a famlia, necessitandoconstantes ajustes realidade externa. Na ESCS, esse processo educacional inovador, articulando ABPe Problematizao em cada uma de suas vertentes de ensino, objetivando ao fim do curso, um profissio-nal generalista, humanista e adaptado a realidade oferecida pela SES-DF.

    1. A Metodologia Ativa de Ensino-Aprendizagem (MAEA) facilitou seu processo educacional?

    ( ) Muito ( ) Pouco ( ) Nada

    2. Quais vantagens voc v na MAEA?

    ( ) Dinamismo do processo educacional

    ( ) Valorizao do estudante

    ( ) Ser crtico-reflexivo

    ( ) Integra as dimenses biopsicossocais

    ( ) Construo do conhecimento com traba-lho em equipe

    ( ) Estimula o auto-estudo

    ( ) Viso holstica do contexto

    ( ) Fazer e receber crticas

    ( ) Contato com a realidade do servio

    ( ) Tomada de deciso

    ( ) Reteno do conhecimento

    ( ) Outros:________________________

    3. Quais fragilidades voc v na MAEA?

    ( ) Abrupta mudana do mtodo de ensino

    ( ) Insegurana

    ( ) Exige maturidade do discente( ) Carncia de suporte dos docentes no processo de adaptao metodologia

    ( ) Lacunas no processo de ensino

    ( ) Deficincia de conhecimento em matrias de anatomia, fisiologia, farmacologia, pela dificulda-de da exposio da tutoria

    ( ) Outros:_________________________

  • 7/21/2019 A Pratica Metodologia Ativa

    12/13

    338 Com. Cincias Sade. 2012; 23(4):327-339

    Melo BC, SantAna G

    4. Voc sabe a diferena significativa entre a Metodologia da Problematizao e a ABP?

    ( ) Sim ( ) No Se Sim, Qual :_________________________________________________

    5. A ESCS, na DT e HPE, trabalha com qual modelo: a Problematizao ou ABP?

    ( ) Problematizao ( ) ABP ( ) As duas opes

    6. Voc j se adaptou MAEA? ( ) Sim ( ) No

    7. Se sim, o que favoreceu sua adaptao?

    ( ) Mdulo 101 de apresentao Metodologia

    ( ) Apoio dos tutores

    ( ) Conhecimento prvio sobre a MAEA

    ( ) Ajuda de outros discentes

    ( ) Experincia bem sucedida com outros discentes

    ( ) Aula Inaugural

    8. Quando voc escolheu a ESCS, sabia/conhecia a metodologia adotada? ( ) Sim ( ) No

    9. Voc compreende a importncia da sua insero na prtica em UBS e CS como facilitador no seu apren-dizado? ( ) Sim ( ) No Porque:_________________________________________________

    10. Quais destas atitudes voc entende que a MAEA poder propiciar para sua vida profissional decor-rentes do processo educacional?

    ( ) Autonomia

    ( ) Responsabilidade

    ( ) Trabalho em equipe

    ( ) Contato com a comunidade

    ( ) Contato com o servio

    ( ) Abordagem biopsicossocial

    ( ) Raciocnio Clnico

    ( ) Emponderamento

    11. Quais habilidades voc acredita ter adquirido a partir da Metodologia Ativa (na sua srie atual)?

    ( ) Raciocnio Clnico e habilidades para resolver problemas

    ( ) Busca de informaes em diversas fontes

    ( ) Tomada de decises

    ( ) Motivao para auto-aprendizagem

    ( ) Capacidade de sntese

    ( ) Comunicao verbal melhorada

    ( ) Auto-avaliao e feedback dos pares

  • 7/21/2019 A Pratica Metodologia Ativa

    13/13

    A prtica da Metodologia Ativa

    12. Como voc compreende o papel do tutor dentro da MAEA?

    ( ) Facilitador

    ( ) Moderador da discusso

    ( ) Estimular o pensamento crtico

    ( ) Prover a cooperao mtua dos discentes

    ( ) Envolver todo o grupo na discusso

    ( ) Promover a aplicao dos 7 passos, assegurando a no negligncia deles

    ( ) Orientador na busca do conhecimento

    ( ) Outros:_________________________

    13. O que voc espera do tutor na DT?( ) Intervenes

    ( ) Questionamentos relevantes

    ( ) Respostas

    ( ) Motivar a participao

    ( ) Reflexo

    ( ) Dilogo

    ( ) Orientao

    ( ) Relacionar teoria com a prtica do servio

    ( ) Outros: _________________________

    14. O que voc espera do instrutor na HPE ?

    ( ) Questionamentos relevantes

    ( ) Respostas

    ( ) Segurana nas habilidades tcnicas

    ( ) Orientao

    ( ) Relacionar teoria com a prtica do servio

    ( ) Suporte na construo do conhecimento

    ( ) Iniciativa

    ( ) Auxiliar na insero nos servios

    ( ) Outros:____________________