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Resenha de Estatísticas Vitais do Estado de São Paulo Ano 17 – n o 1 Março 2017 A POPULAÇÃO REGIONAL PAULISTA EM PERSPECTIVA HISTÓRICA: PROJEÇÕES DEMOGRÁFICAS ATÉ 2050 RESUMO: As projeções da população paulista e de suas regiões, realizadas pela Fundação Seade, sinalizam para o futuro importantes mudanças no volume, no ritmo de crescimento e na composição etária. Os resultados basearam-se no método dos componentes demográficos, que analisa a inter-relação entre fecundidade, mortalidade e migração, simulando o mecanismo real de reprodução da população. Nos próximos anos, as tendências esperadas para os componentes demográficos indicam expressiva modificação no perfil populacional do Estado de São Paulo, cuja população em 2050 estará marcadamente adulta, em pleno processo de envelhecimento. Os resultados encontrados representam subsídio fundamental na orientação de políticas públicas e do planejamento regional. PALAVRAS-CHAVE: projeção populacional; envelhecimento; composição etária, distribuição regional. Bernadette Cunha Waldvogel ([email protected]) Gerente de Indicadores e Estudos Populacionais da Fundação Seade Carlos Eugenio de Carvalho Ferreira ([email protected]) Chefe de Divisão de Projeções Populacionais da Fundação Seade Lúcia Mayumi Yazaki ([email protected]) Analista de Projetos da Fundação Seade Valmir José Aranha ([email protected]) Analista de Projetos da Fundação Seade Rosana Capassi ([email protected]) Analista de Projetos da Fundação Seade Luciane Lestido Castiñeiras ([email protected]) Analista de Projetos da Fundação Seade Monica La Porte Teixeira ([email protected]) Analista de Projetos da Fundação Seade Sonia Regina Perillo Ex-Analista de Projetos da Fundação Seade ISSN 2446-7537

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Page 1: A PoPulAção RegionAl PAulistA em PeRsPectivA HistóRicA€¦ · Resenha de Estatísticas Vitais do Estado de São Paulo Ano 17 – no 1 Março 2017 A PoPulAção RegionAl PAulistA

Re s e n h a d e E s t a t í s t i c a s V i t a i s d o E s t a d o d e S ã o Pa u l o

Ano 17 – no 1 Março 2017

A PoPulAção RegionAl PAulistA em PeRsPectivA HistóRicA:PRojeções demogRáficAs Até 2050

Resumo: As projeções da população paulista e de suas regiões, realizadas pela Fundação Seade, sinalizam para o futuro importantes mudanças no volume, no ritmo de crescimento e na composição etária. Os resultados basearam-se no método dos componentes demográficos, que analisa a inter-relação entre fecundidade, mortalidade e migração, simulando o mecanismo real de reprodução da população.

Nos próximos anos, as tendências esperadas para os componentes demográficos indicam expressiva modificação no perfil populacional do Estado de São Paulo, cuja população em 2050 estará marcadamente adulta, em pleno processo de envelhecimento. Os resultados encontrados representam subsídio fundamental na orientação de políticas públicas e do planejamento regional.

PalavRas-chave: projeção populacional; envelhecimento; composição etária, distribuição regional.

Bernadette Cunha Waldvogel ([email protected])Gerente de Indicadores e Estudos Populacionais da Fundação Seade Carlos Eugenio de Carvalho Ferreira ([email protected])Chefe de Divisão de Projeções Populacionais da Fundação SeadeLúcia Mayumi Yazaki ([email protected])Analista de Projetos da Fundação SeadeValmir José Aranha ([email protected])Analista de Projetos da Fundação SeadeRosana Capassi ([email protected])Analista de Projetos da Fundação SeadeLuciane Lestido Castiñeiras ([email protected])Analista de Projetos da Fundação SeadeMonica La Porte Teixeira ([email protected])Analista de Projetos da Fundação SeadeSonia Regina PerilloEx-Analista de Projetos da Fundação Seade

ISSN 2446-7537

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ano 17, n. 1 março 2017

introdução

Cada vez mais, amplia-se o debate sobre a questão demográfica no Bra-sil, estimulado pelas profundas transformações relativas à redução do crescimento populacional e às alterações na distribuição etária de seus habitantes. Por isso, é de suma pertinência a análise da projeção da po-pulação regional do Estado de São Paulo, cujos resultados certamente agregarão importantes subsídios a esta discussão. A orientação de ações no planejamento regional depende muito do conhecimento sobre volume e composição da população, por sexo e idade, que constituem elemen-to fundamental para a previsão de demandas de necessidades básicas como saúde, educação, habitação, emprego, previdência, transporte, en-tre outras dimensões.

O presente estudo apresenta o modelo adotado pela Fundação Seade na projeção da população do Estado de São Paulo e suas regiões adminis-trativas e os principais resultados esperados até 2050. Para tanto, foram consideradas duas fontes clássicas utilizadas pela demografia: o Censo Demográfico e o Registro Civil. Se por um lado, a realização de recensea-mentos gerais sucessivos revelou a imagem detalhada da população em vários momentos, por outro, o privilégio de se contar com um sistema de estatísticas do registro civil, que em São Paulo funciona sem interrupção desde o final do século XIX, permitiu acompanhar a evolução dos fatores constitutivos da dinâmica demográfica regional e construir cenários futu-ros para a população.

tendência histórica

Pode-se concluir, pelos dados populacionais recenseados, que claramen-te existe uma tendência de rápida desaceleração no ritmo de crescimento da população paulista que, apesar de não ter ocorrido de maneira unifor-me em todo o Estado, acabou desencadeando um processo de reorgani-zação espacial da população paulista.

As regiões administrativas com crescimento mais dinâmico até a década de 1970, localizadas no centro e a leste do Estado, apresentaram desa-celeração nas décadas seguintes, enquanto aquelas que exibiam taxas de crescimento inferiores, ou mesmo negativas, registraram aumento no ritmo de incremento populacional. Houve, de certa forma, certo processo de homogeneização dos ritmos de crescimento populacional entre as dife-rentes regiões paulistas, que se prolonga até mais recentemente.

O Mapa 1 ilustra a evolução temporal e regional do crescimento populacio-nal no território paulista, desde 1970 até a primeira década do século XXI.

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mapa 1Taxa anual de crescimento populacional (%)

Regiões Administrativas do Estado de São Paulo – 1970-2010

Fonte: Fundação Seade; IBGE.

Para compreender o padrão demográfico que se instalou no Estado de São Paulo, é fundamental entendê-lo como resultante de um jogo de fa-tores que compõem a dinâmica populacional. Desse modo, vale citar a expressiva queda dos níveis da fecundidade feminina, que desempenhou papel decisivo na desaceleração do ritmo de crescimento do conjunto da população paulista. Também se observou claramente uma tendência his-tórica de melhoria da sobrevivência de sua população, com sucessivos au-mentos de anos de vida. E, por último, cabe mencionar a forte redução do papel do componente migratório no crescimento populacional recente, ao contrário do comportamento observado no passado, quando esteve muito associado ao processo de interiorização do desenvolvimento paulista.

modelo de projeção da população

A Fundação Seade realiza mensalmente uma pesquisa nos Cartórios de Registro Civil de todos os municípios do Estado de São Paulo, coletando informações detalhadas sobre o registro legal dos eventos vitais: casa-mentos, nascimentos e óbitos, que compõem a base de dados das estatís-ticas vitais paulistas. A série histórica montada a partir dessas informações possui grande abrangência temporal, o que possibilita o acompanhamento contínuo da dinâmica demográfica do Estado de forma desagregada por regiões e municípios.

Registro

São José dosCampos

São José doRio Preto

Sorocaba

Santos

Ribeirão Preto

PresidentePrudente

Marília

Franca

Central

Campinas

Bauru

BarretosAraçatuba

RM de São Paulo

Taxa anual (%)

5

2.5

1.25

1970-1980

1980-1991

1991-2000

2000-2010

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Esse conjunto detalhado de informações habilita a Fundação Seade a ado-tar uma metodologia de projeção que, reconhecidamente, soma uma série de vantagens em relação a outros métodos. Trata-se do “método dos com-ponentes demográficos”, cujo processo analítico, que destaca o papel da fecundidade, da mortalidade e da migração no crescimento populacional, possibilita não só a construção de hipóteses de projeção mais seguras e eficazes, para áreas de diferentes características e dimensões, como também simula o mecanismo real de reprodução da população. Além dis-so, permite certo controle sobre o resultado final, no qual efeitos e conse-quências na composição e no volume da população podem ser explicados demograficamente.

O modelo analítico representa também importante instrumento de moni-toramento das tendências esperadas, pois possibilita a elaboração/exe-cução de medidas que possam interferir no volume e/ou na distribuição da população, no horizonte de projeção. Isto pode resultar inclusive em modificações no dimensionamento populacional previsto originalmente pe-las projeções.

No que se refere à projeção da população residente nas diversas áreas geográficas do Estado, considerou-se a tendência passada e presente dos componentes demográficos, assim como a formulação de diferentes hipó-teses para o comportamento futuro, de modo a refletir situações possíveis de ocorrer.

O método dos componentes demográficos parte da divisão da população de base em grupos de gerações, ou coortes, sendo que para cada coorte são aplicados os correspondentes indicadores de fecundidade, mortalida-de e migração. Assim, torna-se possível calcular a população do próximo período de projeção, que será a base da população para o período seguin-te e, assim, sucessivamente, até a extensão final a ser projetada.

A aplicação de tal modelo de projeção exige estimativas das funções de fecundidade, mortalidade e migração, por idade e sexo, para cada área a ser projetada. Elaboradas a partir das estatísticas vitais processadas na Fundação Seade, essas estimativas procuram refletir a real dinâmica de-mográfica de cada região do Estado de São Paulo.

A Figura 1 descreve o mecanismo do modelo dos componentes demográ-ficos adotado pela Fundação Seade para projetar a população por idade e sexo.

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O procedimento utilizado considera uma hierarquia que parte da projeção populacional do total do Estado e se desagrega em regiões administrativas e municípios. A população de cada área é projetada separadamente, por sexo e grupos de idade, assegurando-se que a cada período de projeção os resultados obtidos para as populações regionais somem o total do Es-tado, assim como as projeções municipais totalizem a região específica. Dado o peso relativo da população do município de São Paulo no conjunto da Região Metropolitana de São Paulo, considerou-se uma divisão que contemplava, de forma isolada, a capital e os demais municípios dessa região.

No que se refere à elaboração das hipóteses de comportamento futuro para os componentes demográficos de cada área a ser projetada, foram

figura 1Método dos Componentes Demográficos

Fonte: Fundação Seade.

P 0 - 4 P 0 - 4

P 5 - 9 P 5 - 9

P 10 - 14 P 10 - 14

P 30 - 34 P 30 - 34

P 39 - 39 P 35 - 39

P 40 - 44 P 40 - 44

P 65 - 69 P 65 - 69

P 70 - 74 P 70 - 74

P 75 e + P 75 e +

Nascimentosentre t e t+5

População projetadapara o ano t+5

Populaçãono ano base t

Probabilidades de sobrevivênciae taxas de migração

- -- -

- -- -

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consideradas a evolução observada ao longo das últimas décadas e as conjunturas locais específicas. Este procedimento baseou-se na série de informações sobre nascidos vivos e óbitos registrados e processados na Fundação Seade e nos dados levantados nos Censos Demográficos do IBGE.

Para o futuro, a expectativa é de redução lenta dos níveis de fecundidade, uma vez que hoje já se registram valores bastante baixos. Espera-se, em 2050, que as mulheres residentes no Estado de São Paulo tenham, em média, 1,5 filho, lembrando que em 2010 tinham 1,7 filho. Para as regiões, considerou-se maior homogeneização de seus níveis, como já tem sido observado ao longo de períodos anteriores, alcançando patamares cada vez menores. Em todos os cenários formulados, a tendência futura seria de queda ou de estabilização, mas não de aumento, pois ao longo da evolução da fecundidade paulista poucas vezes esse comportamento foi observado.

O cenário prospectivo para a mortalidade no Estado pressupôs avanço em direção a patamares mais elevados de esperança de vida, devendo atin-gir, em 2050, 79,07 anos para a população masculina e 84,20 anos para a feminina. Esse horizonte expressa importante acréscimo, uma vez que em 2010 a vida média era de 71,44 para homens e de 78,60 anos para mulheres.

Já na desagregação da análise no Interior do Estado, encontram-se gran-des disparidades, com variações de vida média de 3,39 anos entre os homens e de 2,20 anos entre as mulheres, no ano-base de 2010. Para o futuro, espera-se maior homogeneização desses níveis, com redução dos diferenciais entre o maior e o menor nível regional, que deverão situar-se entre 1 e 0,91 ano na população masculina e a feminina, respectivamente.

A análise da tendência do componente migratório no Estado de São Paulo revela que seu volume vem se reduzindo e, portanto, sua contribuição para o crescimento populacional tem sido cada vez menor. De fato, o saldo mi-gratório anual e a taxa anual de migração, correspondentes ao período de 2000 a 2010, foram os menores já registrados na história recente: 47.265 pessoas e 1,21 migrante por mil habitantes, respectivamente.

As perspectivas futuras apontam para a continuidade no arrefecimento das tendências migratórias, aproximando os níveis regionais à média estadual e em patamares quase nulos. Este processo deverá resultar em maior con-vergência das tendências regionais, em que áreas com migração positiva registrariam taxas cada vez menores, ao passo que aquelas com tendên-cias negativas apresentariam taxas maiores, praticamente nulas.

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cenários futuros da população paulista

As projeções da população paulista realizadas pela Fundação Seade in-dicam mudanças importantes na dinâmica demográfica, em especial a di-minuição gradativa no ritmo de crescimento e a alteração expressiva no padrão etário da população.

Considerando a expectativa de redução da taxa de crescimento popula-cional nos próximos anos, que deverá inclusive tornar-se negativa no final do período projetado, os resultados apontam que, em 2050, 47,2 milhões de pessoas residirão no Estado de São Paulo. Esse volume corresponde praticamente ao dobro do total de residentes recenseados no Estado em 1980 e é 14,5% superior ao total de 2010.

Os dados da Tabela 1, que mostram a população contada pelos Censos Demográficos de 1980 a 2010 e as projeções até 2050, evidenciam a re-dução das taxas de crescimento populacional e a inversão no sentido de crescimento esperado para a última década projetada.

O indicador razão de sexo é utilizado para avaliar quantos homens exis-tem para cada cem mulheres. Para o total de residentes no Estado de São Paulo, ele quase não deverá se modificar no período de projeção, mantendo uma relação de 95 homens para cada 100 mulheres.

Entretanto, avaliando-se esse indicador segundo grupos de idade, são observadas razões de sexo mais equilibradas e maiores quando com-parados os valores do ano-base e de 2050. No horizonte da projeção,

tabela 1População total residente e taxa anual de crescimento Estado de São Paulo – 1980-2050

Anos População total Taxa anual de crescimento (%)

1980 24.953.2382,12

1990 30.783.1081,85

2000 36.974.3781,09

2010 41.223.6830,80

2020 44.639.8980,48

2030 46.825.4490,17

2040 47.629.260-0,09

2050 47.203.417Fonte: Fundação Seade; IBGE.

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as razões de sexo aproximam-se da unidade até a idade de 59 anos. Na terceira idade é esperada queda gradativa à medida que a idade avança, com crescente supremacia da população feminina, até atingir o patamar de 65 homens para cada cem mulheres na população com 75 anos e mais. Isso deverá ocorrer, principalmente, pelo diferencial existente na es-perança de vida ao nascer entre os sexos, que registra margem de cerca de cinco anos a favor das mulheres.

A evolução da razão de sexo da população paulista por idade, nos anos de 2010 e 2050, é apresentada no Gráfico 1.

Gráfico 1Razão de sexo da população paulista, segundo idade

2010 e 2050

Fonte: Fundação Seade.

A menor intensidade de crescimento demográfico esperado no horizonte da projeção vem acompanhada de alterações importantes no perfil e na composição da população residente. A tendência de diminuição da fe-cundidade desencadeia estreitamento na base da pirâmide populacional e envelhecimento das gerações nascidas até então, em especial devido à redução da mortalidade e aumento da sobrevida de toda a população. Como consequência a estrutura etária, que apresentava formato pirami-dal no passado, altera-se para forma semelhante a um barril, até configu-rar uma pirâmide invertida. Verifica-se decréscimo do contingente mais jovem e contínuo processo de envelhecimento.

Até 2050, o contingente de pessoas com 65 anos e mais deverá crescer em ritmo mais intenso, triplicando sua participação de 7,8% em 2010, para 22,7%. Comportamento inverso será verificado no grupo de meno-res de 15 anos, que reduzirá a concentração de 21,5%, para 14,0%, nos próximos 40 anos.

2010 2050

103,5 100,7 95,0 89,4 81,9

62,2

104,8 105,4 104,8 99,4 86,8

64,7

00-14 anos 15-29 anos 30-44 anos 45-59 anos 60-74 anos 75 anos e +

Em %

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ano 17, n. 1 março 2017

Em termos absolutos, a população com mais de 65 anos aumentará 3,3 vezes e passará de praticamente 3,2 milhões de pessoas, em 2010, para 10,7 milhões, no final da projeção. Em contrapartida, o grupo com menos de 15 anos terá redução de 8,9 milhões, para 6,6 milhões nesse período.

A população adulta e potencialmente ativa, entre 15 e 64 anos, está em processo de estabilização no Estado, permanecendo entre 29,1 milhões verificados em 2010 e 29,9 milhões em 2050. Esses adultos, que repre-sentavam 70,7% da população no ano-base das projeções, reduzirão sua participação para 63,3%, mas em termos absolutos apresentarão acrésci-mo de 0,8 milhão de pessoas nesse período.

O Gráfico 2 ilustra as transformações esperadas na composição por idade e sexo para a população residente projetada no Estado de São Paulo, em 2030 e 2050, comparando-as com o último recenseamento demográfico.

Gráfico 2Pirâmide etária da população paulista

2010, 2030 e 2050

Fonte: Fundação Seade.

01234560 a 45 a 9

10 a 1415 a 1920 a 2425 a 2930 a 3435 a 3940 a 4445 a 4950 a 5455 a 5960 a 6465 a 6970 a 7475 a 7980 a 8485 a 8990 a 9495 a 99100 e +2010

%0 1 2 3 4 5 6

%

2030

01234560 a 45 a 9

10 a 1415 a 1920 a 2425 a 2930 a 3435 a 3940 a 4445 a 4950 a 5455 a 5960 a 6465 a 6970 a 7475 a 7980 a 8485 a 8990 a 9495 a 99100 e +

%0 1 2 3 4 5 6

%

01234560 a 45 a 9

10 a 1415 a 1920 a 2425 a 2930 a 3435 a 3940 a 4445 a 4950 a 5455 a 5960 a 6465 a 6970 a 7475 a 7980 a 8485 a 8990 a 9495 a 99100 e +

%0 1 2 3 4 5 6

%

2050

Homens Mulheres

Por outro lado, o Gráfico 3 apresenta a evolução do volume da população, entre 2000 e 2050, nos três grupos etários analisados, e revela que em meados de 2034 a população com 65 anos e mais deverá igualar-se ao contingente com menos de 15 anos, superando-o a partir deste momento.

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10ano 15, n. 2, abr. 2015

ano 17, n. 1 março 2017

Gráfico 3População segundo três grandes grupos de idade

Estado de São Paulo – 2000 a 2050

Fonte: Fundação Seade.

Outra maneira de acompanhar as transformações em curso na estrutura etária é por meio da idade média da população residente no Estado de São Paulo. Sua evolução indica que a população deixará de apresentar perfil mais jovem como tinha em 2000, cuja idade média era de 30,15 anos, e passará a registrar perfil mais adulto em 2050, quando a população atingi-rá idade média de 44,10 anos, com acréscimo de 14 anos neste período.

O Gráfico 4 ilustra a evolução esperada para a idade média da população paulista entre 2000 e 2050.

Indicador relevante para avaliar a relação entre o contingente com idades mais dependentes (menores de 15 anos e com 65 anos e mais) e as po-tencialmente ativas (entre 15 e 64 anos) é a razão de dependência, que enfatiza as distintas tendências de crescimento observadas nesses três diferentes grupos etários e explicita a relação entre eles.

-

5

10

15

20

25

30

35

2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050

0 a 14 anos 15 a 64 anos 65 anos ou mais

População (em milhões)

Gráfico 4Idade média da população

Estado de São Paulo – 2000 a 2050

Fonte: Fundação Seade.

30,1533,51

36,2639,25

41,96 44,10

2000 2010 2020 2030 2040 2050

Em anos

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11ano 15, n. 2, abr. 2015

ano 17, n. 1 março 2017

O Gráfico 5 mostra que a razão de dependência da população paulista decresceu até 2015, quando atingiu o menor valor (39,8 pessoas com menos de 15 anos e com mais de 65 anos para cada 100 indivíduos entre 15 e 64 anos). Interessante observar que apenas entre 2035 e 2040 esse indicador deverá voltar ao patamar registrado no ano 2000.

Gráfico 5Razão de dependência da população residente

Estado de São Paulo – 2000 a 2050

Fonte: Fundação Seade.

0,010,020,030,040,050,060,070,0

2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050

Jovem < 15 anos Idoso > 65 anos Total

Em %

As demandas por políticas públicas, em uma sociedade que envelhece rapidamente, serão bastante distintas das atuais. A pressão para a presta-ção de serviços ao idoso será crescente, acompanhada de uma redução gradativa da exigência para o atendimento das necessidades relaciona-das à infância e à adolescência, o que vai alterar o foco das diversas políticas sociais.

Entretanto, apesar da diminuição progressiva esperada para a população com menos de 15 anos de idade, ela ainda será maioria até 2035. Con-siderando que este contingente é formado por crianças que dependem integralmente da atenção familiar e do Estado, os atuais recursos volta-dos para a educação, se bem alocados, poderão tornar mais próximo da realidade uma atenção escolar de melhor qualidade, como também uma assistência mais adequada na área da saúde infantil e na adolescência. Paralelamente, iniciativas direcionadas à população com mais de 65 anos serão cada vez mais importantes no âmbito das políticas públicas.

transformações esperadas para a população das regiões administrativas

Acompanhando a tendência de desaceleração do crescimento popula-cional esperada para o Estado de São Paulo, as regiões administrativas também deverão registrar esse comportamento e as diferenças entre os ritmos de crescimento serão menores ao longo do período projetado.

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12ano 15, n. 2, abr. 2015

ano 17, n. 1 março 2017

Entre 2000-2010, todas as regiões paulistas apresentavam taxas anuais de crescimento populacional positivas variando entre 0,15%, na RA de Registro, e 1,64%, na RA de Ribeirão Preto.

No período de projeção, espera-se que as populações regionais tendam a apresentar maior homogeneidade nos ritmos de crescimento. Até 2030, o crescimento ainda será positivo em todas as regiões, apesar de redução na intensidade, com exceção das RAs de Registro e Itapeva que terão incremento em suas taxas. Já no período 2040-2050, quase todas apre-sentarão taxas de crescimento negativas próximas de zero, sendo o me-nor ritmo esperado para a RA de Barretos (-0,42%). Apenas duas regiões deverão ainda manter crescimento positivo e quase nulo: RA de Registro (0,04%) e RA de Santos (0,07%).

O Gráfico 6 apresenta as taxas anuais de crescimento esperadas para a população das regiões do Estado, no período de projeção, assinalando as diferenças regionais e indicando certa convergência no futuro. As popula-ções regionais projetadas encontram-se no Anexo.

Gráfico 6Taxas anuais de crescimento da população

Regiões Administrativas do Estado de São Paulo – 2000-2050

Fonte: Fundação Seade.

-1,00

-0,50

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00Em %

Ribe

irão

Pret

o

Soro

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2000-2010 2010-2020 2020-2030 2030-2040 2040-2050

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ano 17, n. 1 março 2017

Também para a população residente nas 16 regiões administrativas do Estado é possível visualizar transformações importantes na estrutura etá-ria. O envelhecimento populacional é uma tendência geral, mas impactará de forma mais intensa em determinadas regiões.

A RA de São José do Rio Preto, por exemplo, em 2010 já aparecia como a mais envelhecida do Estado. Nesse ano, o contingente de 65 anos e mais concentrava 10,4% dos residentes dessa região, enquanto no con-junto do Estado tal concentração era de 7,8%. Em 2050, a expectativa é de que esta RA contará com participação de 26,4% desse grupo etário, mantendo-se como a região mais envelhecida e com participação acima da média estadual (22,7%).

Em 2050, as RAs Barretos, Central e Araçatuba também apresentarão participações da população com 65 anos e mais (25%) bem acima da média estadual. Em contrapartida, as RAs de Registro, Itapeva e Santos contarão com as menores participações de idosos: 20%.

O grupo de menores de 15 anos, por sua vez, como já mencionado an-teriormente, reduzirá sua participação na população total em todas as re-giões do Estado. Registro lidera: 26,5% em 2010 e 16,0% em 2050, bem acima da média estadual (21,5% e 14,0%, respectivamente). Neste último ano, também poderão ser observadas participações próximas a 15% na RMSP e nas RAs de Santos e Itapeva.

As regiões de São José do Rio Preto e Barretos seguirão apresentando as menores participações da população de menores de 15 anos, em torno de 12%, em 2050.

Nos Mapas 2 e 3, é possível observar a intensa alteração nas participa-ções do grupo de menores de 15 anos e daqueles com 65 anos e mais, que deverá ocorrer em todas as regiões administrativas, entre 2010 e 2050. Cabe destacar as áreas localizadas mais ao norte do Estado, com as maiores concentrações, e no litoral sul, com as menores.

cenários esperados para as regiões metropolitanas

Também no âmbito das regiões metropolitanas deverão ocorrer impor-tantes alterações na dinâmica de crescimento e na composição etária da população.

As projeções apontam que, semelhante ao esperado para o total do Es-tado, haverá redução nas taxas de crescimento populacional em todas as regiões metropolitanas, que deverão registrar crescimento negativo na década de 2040. A única exceção deverá ser a RM da Baixada Santista, cuja taxa anual de crescimento populacional ainda será positiva, mas mui-to próxima de zero. Espera-se que o maior crescimento negativo ocorra na RM de Ribeirão Preto, com taxa de -0,17%.

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ano 17, n. 1 março 2017

mapa 2Participação da população com menos de 15 anos

Regiões Administrativas do Estado de São Paulo – 2010 e 2050

Menor de 15 anos (%) De 10 a 12 De 12 a 14 De 14 a 16 De 16 a 18 De 18 a 20 De 20 a 22 De 22 a 24 De 24 a 28

2010: 21,5%

Registro

São José dosCampos

São José doRio Preto

Sorocaba

Santos

Ribeirão Preto

RegiãoMetropolitana

PresidentePrudente

Marília

Itapeva

Franca

Central

Campinas

Bauru

Barretos

Araçatuba

de São Paulo

Menor de 15 anos (%) De 10 a 12 De 12 a 14 De 14 a 16 De 16 a 18 De 18 a 20 De 20 a 22 De 22 a 24 De 24 a 28

2050: 14,0%

Registro

São José dosCampos

São José doRio Preto

Sorocaba

Santos

Ribeirão Preto

PresidentePrudente

Marília

Itapeva

Franca

Central

Campinas

Bauru

Barretos

Araçatuba

RegiãoMetropolitanade São Paulo

Fonte: Fundação Seade.

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ano 17, n. 1 março 2017

Mapa 3Participação da população com 65 anos e mais

Regiões Administrativas do Estado de São Paulo – 2010 e 2050

Fonte: Fundação Seade.

Registro

São José dosCampos

São José doRio Preto

Sorocaba

Santos

Ribeirão Preto

PresidentePrudente

Marília

Itapeva

Franca

Central

Campinas

Bauru

Barretos

Araçatuba

Maior de 65 anos (%) De 6 a 10 De 10 a 14 De 14 a 18 De 18 a 20 De 20 a 22 De 22 a 24 De 24 a 26 De 26 a 28

2010: 7,8%

RegiãoMetropolitanade São Paulo

Maior de 65 anos (%)

De 6 a 10 De 10 a 14 De 14 a 18 De 18 a 20 De 20 a 22 De 22 a 24 De 24 a 26 De 26 a 28

Registro

São José dosCampos

São José doRio Preto

Sorocaba

Santos

Ribeirão Preto

PresidentePrudente

Marília

Itapeva

Franca

Central

Campinas

Bauru

Barretos

Araçatuba

2050: 22,7%

RegiãoMetropolitanade São Paulo

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No Gráfico 7 é possível acompanhar o comportamento esperado para o crescimento populacional das seis regiões metropolitanas e os diferen-ciais existentes entre elas. Ressalte-se que, para efeito de comparação, a composição por RM utilizada nesse estudo corresponde à estrutura de-finida em 2016.

A tendência de redução no ritmo de crescimento populacional associa--se a certa estabilidade resultante na participação da população residente em cada uma das regiões metropolitanas. No conjunto das seis regiões existentes hoje no Estado de São Paulo, a concentração populacional passará de 72,2%, em 2010, para 73,7%, em 2050. Todas elas apresenta-rão reduzidíssimo aumento na participação da população paulista, sendo o maior acréscimo esperado na RM de Campinas, que deverá passar de 6,8%, para 7,4%, nesse período.

A Tabela 2 apresenta a população observada em 2010 e a projetada para 2050, com as respectivas participações na população total do Estado, apontando tendência descrita anteriormente.

Gráfico 7Taxa anual de crescimento populacional

Regiões Metropolitanas do Estado de São Paulo – 2000 a 2050

Fonte: Fundação Seade.

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2000-2010 2010-2020 2020-2030 2030-2040 2040-2050

1,82

1,571,46

1,30 1,21

0,97

1,31

1,07 1,01 0,96 0,98

0,720,71 0,650,52 0,56

0,670,47

0,25 0,260,13 0,21

0,320,21

-0,10 -0,03-0,17

-0,08

0,07

-0,01

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ano 17, n. 1 março 2017

A análise da idade média esperada no período de projeção indica que o processo de envelhecimento incidirá em todas as regiões metropolitanas do Estado de São Paulo. A RM da Baixada Santista, que em 2010 desta-cava-se com a maior idade média (34,14 anos), perderá esse posto em 2050 para a RM de Ribeirão Preto, que deverá atingir 45,60 anos.

tabela 2População total e participação (%)Regiões Metropolitanas do Estado de São Paulo – 2010 e 2050

Regiões MetropolitanasPopulação total Participação (%)

2010 2050 2010 2050

Estado de São Paulo 41.223.683 47.203.417 100,0 100,0

RM da Baixada Santista 1.662.392 2.035.090 4,0 4,3

RM de Campinas 2.804.607 3.477.707 6,8 7,4

RM de Ribeirão Preto 1.509.287 1.752.262 3,7 3,7

RM de Sorocaba 1.868.711 2.267.967 4,5 4,8

RM de São Paulo 19.667.558 22.588.519 47,7 47,9

RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte 2.262.135 2.667.394 5,5 5,7

Demais municípios 11.448.993 12.414.478 27,8 26,3

Fonte: Fundação Seade.

Interessante observar que o intervalo de variação das idades médias re-gionais, que era de 1,18 anos no início do período analisado, será amplia-do para 2,84 anos no final, sinalizando que o processo de envelhecimento acontecerá de maneira distinta nas várias regiões metropolitanas. Esse diferencial é resultante da interação de níveis e padrões distintos espe-rados para os componentes demográficos em cada uma dessas regiões.

O Gráfico 8 mostra o ganho nas idades médias entre 2010 e 2050, nas seis regiões metropolitanas.

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ano 17, n. 1 março 2017

Gráfico 8Idade média da população

Regiões Metropolitanas do Estado de São Paulo – 2010 e 2050

Fonte: Fundação Seade.

considerações finais

Os resultados das projeções demográficas elaboradas pela Fundação Seade confirmam que a grande diversidade existente no passado entre as regiões administrativas e metropolitanas, no quesito relacionado ao crescimento populacional, será gradativamente reduzida no futuro. A ex-pectativa é as taxas anuais de crescimento de cada região paulista des-creverem tendência convergente, de modo a que tanto as taxas positi-vas quanto as negativas estejam muito próximas de zero no horizonte da projeção.

O envelhecimento populacional é um processo progressivo em todo o Estado, apesar de ocorrer com intensidades distintas em cada região. Interessante observar que, enquanto em 2010 todas as regiões apresen-tavam concentrações de pessoas com menos de 15 anos superiores às do contingente de 65 anos e mais, em 2050 o panorama será totalmente inverso e a participação da população com idades mais avançadas será maior que aquela entre os mais jovens.

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2010 2050

RM d

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Par

aíba

e L

itora

l Nor

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RM d

a Ba

ixada

San

tista

34,14 33,78 33,58 33,03 32,97 32,96

42,7645,60 45,35 44,27 43,12 44,14

Em anos

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ano 17, n. 1 março 2017

Nesse cenário é preciso dedicar atenção especial na formulação atual e futura das políticas públicas, que garanta melhores condições de vida para a população paulista no futuro. O contingente de menores de 10 anos representa a parcela mais dependente da população, exigindo cui-dado contínuo para garantir a sua sobrevivência. Por outro lado, aqueles com idades superiores a 75 anos estão entrando também em uma fase potencialmente mais dependente, demandando ações e medidas especí-ficas que proporcionem vida saudável e de qualidade.

A Fundação Seade disponibiliza, em seu sítio (www.seade.gov.br), o Sis-tema Seade de Projeções Populacionais – SSPP, para o período de 2011 a 2030, para todos os municípios paulistas e distritos da Capital, com diversas possibilidades de regionalização. Tais informações estão desa-gregadas por sexo, grupos quinquenais de idade e idades escolares. Em breve serão disponibilizadas também as projeções até 2050, para esse conjunto de localidades.

Anexo

População residente projetadaRegiões Administrativas do Estado de São Paulo – 2010-2050 (1o de julho)

Regiões AdministrativasPopulação residente projetada

2010 2020 2030 2040 2050

Estado de São Paulo 41.223.683 44.639.899 46.825.450 47.629.261 47.203.417

RM de São Paulo 19.667.558 21.138.247 22.143.440 22.622.218 22.588.519

Registro 269.233 274.347 283.684 290.333 291.513

Santos 1.662.392 1.831.884 1.957.612 2.020.259 2.035.090

São José dos Campos 2.262.135 2.489.629 2.632.763 2.687.562 2.667.394

Sorocaba 2.286.775 2.533.804 2.696.890 2.763.500 2.751.628

Campinas 6.241.314 6.945.124 7.365.992 7.494.395 7.382.087

Ribeirão Preto 1.246.046 1.393.674 1.476.897 1.502.200 1.480.606

Bauru 1.052.395 1.124.232 1.164.537 1.166.990 1.137.434

São José do Rio Preto 1.436.302 1.534.351 1.576.022 1.558.787 1.496.515

Araçatuba 735.401 781.307 803.071 799.054 772.392

Presidente Prudente 833.120 863.552 878.335 870.298 839.658

Marília 940.347 981.704 1.003.843 1.000.033 971.425

Central 951.408 1.023.392 1.061.096 1.062.227 1.031.337

Barretos 419.372 435.571 440.909 434.132 416.200

Franca 705.707 756.558 788.066 795.453 781.286

Itapeva 514.178 532.523 552.293 561.820 560.333

Fonte: Fundação Seade.

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20ano 15, n. 2, abr. 2015

ano 17, n. 1 março 2017

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NOTA AOS COLABORADORES

Os artigos publicados pelo SP Demográfico devem ser relacionados a pesquisas da Fundação Seade. As colaborações podem ser tanto de integrantes da Fun-dação como de analistas externos. A publicação não remunera os autores por trabalhos publicados.

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O artigo deverá ser digitado em Word (fonte TIMES NEW ROMAN, corpo 12), con-tendo no máximo 20 páginas, em espaço duplo, numeradas consecutivamente.

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Não colar gráficos, tabelas, mapas, quadros e figuras no texto (apenas indicar onde poderão ser colocados). Eles deverão ser enviados no formato original (Excel, Word, Corel, Maptitude, Illustrator) separadamente do arquivo de texto para posterior edição nos padrões do boletim.

A série SP Demográfico, iniciada em 1998, procura veicular os principais indicadores demo-gráficos do Estado de São Paulo, de suas regiões, municípios e distritos da capital, com ênfase na análise das projeções populacionais e das Estatísticas do Registro Civil, produzidas pela Fundação Seade.

Coordenação e edição: Bernadette Cunha Waldvogel

Corpo editorial: Bernadette Cunha Waldvogel; Carlos Eugenio de Carvalho Ferreira; Rovena Negreiros; Margareth Izumi Watanabe; Osvaldo Guizzardi Filho.

Autores deste número: Bernadette Cunha Waldvogel; Carlos Eugenio de Carvalho Ferreira; Lúcia Mayumi Yazaki; Valmir José Aranha, Rosana Capassi; Luciane Lestido Castiñeiras; Monica La Porte Teixeira; Sonia Regina Perillo.

Edição: Assessoria de Editoração e Arte (Aedar)

Endereço para correspondência:Av. Professor Lineu Prestes, 913 – Cidade Universitária05508-000 – São Paulo – SPFone (11) 3324.7200www.seade.gov.br / [email protected] / [email protected]

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Diretora-adjunta de Análise e Disseminação de InformaçõesRovena Negreiros

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