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UNIDADE 6 História Trágico-Marítima (ppt adaptado)

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Page 1: A Poesia Trovadoresca - magistranablog.files.wordpress.com · Interesse histórico-literário Popularidade Sucesso editorial História Trágico-Marítima Nau portuguesa da «carreira

UNIDADE 6

História Trágico-Marítima(ppt adaptado)

Page 2: A Poesia Trovadoresca - magistranablog.files.wordpress.com · Interesse histórico-literário Popularidade Sucesso editorial História Trágico-Marítima Nau portuguesa da «carreira

Interesse

histórico-literárioPopularidade Sucesso

editorial

História Trágico-Marítima

Nau portuguesa

da «carreira da Índia».

• Vivacidade nos diálogos

• Dramatismo na narração

• Realismo das descrições

• Reflexão sobre a fragilidade da vida

• Religiosidade

Cariz testemunhal

Características dos relatos

Autor desconhecido, Naus Portuguesas do Século XVI,

pintura exposta no Museu Marítimo de Greenwich, Londres (s. d.).

Page 3: A Poesia Trovadoresca - magistranablog.files.wordpress.com · Interesse histórico-literário Popularidade Sucesso editorial História Trágico-Marítima Nau portuguesa da «carreira

• Largada fora da época regulada pelas normas

• Excessivas dimensões e má construção das embarcações

• Cargas excessivas e má distribuição nas embarcações

• Tempestades

• Equipamentos deficientes (bombas de água ou velas)

• Inexperiência dos pilotos

• Falta de cooperação entre os navios

• Os ataques de piratas, corsários ou navios estrangeiros

Causas dos naufrágios apontadas nos relatos

Imagem que ilustra o naufrágio de uma nau da armada

de 1549 capitaneada por Diogo Botelho Pereira,

in Livro de Lisuarte de Abreu (1565).«Encalhe da nau São Paulo na ilha de Sumatra», in Livro de Lisuarte de Abreu (1565).«Viagem e naufrágio da nau São Paulo, em 1560»,

in Bernardo Gomes de Brito, História Trágico-Marítima (1735).

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Publicação em formato avulso

ou em livros de cordel

Na «carreira da Índia»

ou nas travessias atlânticas

Naufrágios e desastres ocorridos

durante os séculos XVI e XVII

Frontispício da primeira edição

da História Trágico-Marítima (vol. II, 1736).

1. História Trágico-Marítima, 1735/6

Coletânea de relatos de naufrágios

e desastres marítimos de naus portuguesas

compilados por Bernardo Gomes de Brito.

Copiar azul

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Durante o reinado de D. João V

Em 1735 e 1736

Organizados em dois volumes

Publicou doze relatos

Bernardo Gomes de Brito compilou

uma antologia de naufrágios

Busto de D. João V por Alessandro Giusti,

Palácio Nacional de Mafra.

Page 6: A Poesia Trovadoresca - magistranablog.files.wordpress.com · Interesse histórico-literário Popularidade Sucesso editorial História Trágico-Marítima Nau portuguesa da «carreira

Interesse

histórico-literárioPopularidade Sucesso

editorial

História Trágico-Marítima

Nau portuguesa

da «carreira da Índia».

• Vivacidade nos diálogos

• Dramatismo na narração

• Realismo das descrições

• Reflexão sobre a fragilidade da vida

• Religiosidade

Cariz testemunhal

Características dos relatos

Embarcações Portuguesas Partem de Lisboa, gravura a partir da obra

Americae Tertia Pars, de Theodore de Bry, 1562.

Page 7: A Poesia Trovadoresca - magistranablog.files.wordpress.com · Interesse histórico-literário Popularidade Sucesso editorial História Trágico-Marítima Nau portuguesa da «carreira

Interesse

histórico-literárioPopularidade Sucesso

editorial

História Trágico-Marítima

Nau portuguesa

da «carreira da Índia».

• Vivacidade nos diálogos

• Dramatismo na narração

• Realismo das descrições

• Reflexão sobre a fragilidade da vida

• Religiosidade

Cariz testemunhal

Características dos relatos

Copiar azul

Page 8: A Poesia Trovadoresca - magistranablog.files.wordpress.com · Interesse histórico-literário Popularidade Sucesso editorial História Trágico-Marítima Nau portuguesa da «carreira

Interesse

histórico-literárioPopularidade Sucesso

editorial

Nau portuguesa

da «carreira da Índia».

Características dos relatos

William Turner,

O Naufrágio (1805).

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Topos do homo viator:

o Homem enquanto ser que

se encontra numa permanente

viagem, ser que peregrina pelo

mundo

Topos do temor da morte:

o Homem como mortal

temente a Deus

e consciente da sua

fragilidade

Visão barroca da vida humana

Metáfora

Simbolismo do naufrágio

Da efemeridade da vida

humana

Das dificuldades da vida

humana

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Causas dos naufrágios apontadas nos relatos

Imagem que ilustra o naufrágio de uma nau da armada

de 1549 capitaneada por Diogo Botelho Pereira,

in Livro de Lisuarte de Abreu (1565).

Page 11: A Poesia Trovadoresca - magistranablog.files.wordpress.com · Interesse histórico-literário Popularidade Sucesso editorial História Trágico-Marítima Nau portuguesa da «carreira

• Largada fora da época regulada pelas normas

• Excessivas dimensões e má construção das embarcações

• Cargas excessivas e má distribuição nas embarcações

• Tempestades

• Equipamentos deficientes (bombas de água ou velas)

• Inexperiência dos pilotos

• Falta de cooperação entre os navios

• Os ataques de piratas, corsários ou navios estrangeiros

Causas dos naufrágios apontadas nos relatos

(p.235)

Copiar azul

Page 12: A Poesia Trovadoresca - magistranablog.files.wordpress.com · Interesse histórico-literário Popularidade Sucesso editorial História Trágico-Marítima Nau portuguesa da «carreira

• Largada fora da época regulada pelas normas

• Excessivas dimensões e má construção das embarcações

• Cargas excessivas e má distribuição nas embarcações

• Tempestades

• Equipamentos deficientes (bombas de água ou velas)

• Inexperiência dos pilotos

• Falta de cooperação entre os navios

• Os ataques de piratas, corsários ou navios estrangeiros

Causas dos naufrágios apontadas nos relatos

Imagem que ilustra o naufrágio de uma nau da armada

de 1549 capitaneada por Diogo Botelho Pereira,

in Livro de Lisuarte de Abreu (1565).«Encalhe da nau São Paulo na ilha de Sumatra», in Livro de Lisuarte de Abreu (1565).

Page 13: A Poesia Trovadoresca - magistranablog.files.wordpress.com · Interesse histórico-literário Popularidade Sucesso editorial História Trágico-Marítima Nau portuguesa da «carreira

• Condição psicológica dos tripulantes e dos passageiros

• Desorientação e desespero na situação de naufrágio

• Momentos de agonia

• Reação à morte iminente (aspeto religioso)

• Apelos à divindade nos momentos-limite

• Atitudes individuais (os heróis dos relatos)

• Atitudes de grupos de personagens

Descrição das atitudes humanas nos relatos

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2. «As terríveis aventuras

de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)»

Pormenor da capa do tomo segundo da História Trágico-Marítima,

Naufrágio que passou Jorge de Albuquerque Coelho (1736).

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Os temas

e a ideologiaAção

A partir de Giulia Lanciani, Maria Alzira Seixo e Alberto Carvalho.

Personagens

Espaço

e tempo

Narrador

Linguagem

e estilo

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Jorge de Albuquerque Coelho como

modelo de dedicação à pátria,

de retidão de carácter, de bom português

Mentalidade barroca: imagem da vida como

uma passagem (a viagem da alma pelo mundo,

exposta às adversidades e perigos)

Jorge de Albuquerque Coelho como modelo

de postura cristã perante a adversidade

(fé, esperança e caridade — serviço aos outros)

Lado negro, desastroso

da expansão (a ganância)

Defesa dos valores da doutrina cristã

A fé e a mensagem

cristã

Os temas e a ideologia

Portugal e a decadência

do Império

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Chegada de auxílio

e desembarque

em Lisboa

Dificuldades da partida

e impossibilidade de aportar

em outros territórios de

domínio português (ilhas)

Tempestades e confrontos

com um corsário francês

Pilhagens e abandono

da nau Santo António

Os ascendentes

de Jorge de Albuquerque Coelho

Situação inicial Desenvolvimento

Ação

Desenlace

A excelência militar

de Jorge de Albuquerque Coelho

Antecedentes da partida

da nau Santo António

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Duarte Coelho (pai) e Duarte de Albuquerque Coelho (irmão)

• Fidalgos de carácter que se devotam à pátria

Jorge de Albuquerque Coelho

• Protagonista: herói religioso, militar e cívico

• Reúne qualidades de cristão virtuoso, de patriota honrado e de bom cidadão

• Encarado como um líder de princípios firmes

• Toda a sua vida está ao serviço da pátria, da salvação da nau que comanda

e dos seus companheiros

Personagens

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Os corsários franceses

• São os antagonistas da nau portuguesa (violência)

• Assumem-se como inimigos dos portugueses em termos religiosos (luteranos)

• O capitão do corsário francês mostra-se impressionado com a coragem

de Jorge de Albuquerque

Os tripulantes e passageiros

da nau Santo António

• Contrastam com o seu líder

• Revelam-se desorganizados e indisciplinados

• Mostram o seu oscilante estado de espírito

• Centram-se no materialismo (criam discussões)

• Falham enquanto cristãos (perdem a fé)

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Narrador subjetivo

(há indícios de crítica à

ganância dos responsáveis

pelos carregamentos)

Omnisciente

(o leitor fica a conhecer

a complexidade que se revela

na situação trágica do

naufrágio)

Heterodiegético

(não participante;

narração na 3.ª pessoa)

Quanto à

presença

Quanto à

focalização

Narrador

Quanto à

posição

Valoriza o protagonista

de forma acentuada

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Simbologia da travessia

do Oceano

• Colónia do Brasil: Pernambuco, Olinda

• Territórios portugueses no oceano Atlântico:

ilhas de Cabo Verde e dos Açores

• Portugal Continental: Cascais e Lisboa

Espaço

A viagem é arriscada,

cheia de perigos naturais

(as tempestades) e obstáculos

causados pelo Homem (saques)

A vida humana é arriscada

(uma provação a que Deus

submete os fiéis para testar

a sua fé)

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A localização temporal dos eventos

tem a intenção de conferir

veracidade ao relato (semelhança

com a escrita dos diários de bordo)

A perigosa viagem entre Pernambuco

(Olinda) e Lisboa ocorre em 1565

e demora quatro meses e meio

(de 16 de maio a 3 de outubro)

Atribuição da capitania de

Pernambuco a Duarte Coelho

e pacificação da região através

da ação militar

Durante os reinados de D. João III e de D. Sebastião

(regência de D. Catarina, avó de D. Sebastião)

Tempo

1.º momento 2.º momento

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Linguagem e estilo

• Tom arcaizante:

— Escolha de vocábulos caídos em desuso

— Aproximação ao relato original publicado em 1736

• Marcas de oralidade:

— Introdução de falas de personagens

— Recurso a interjeições

• Campos lexicais da área da ciência náutica:

— Cuidado em reportar os acontecimentos com precisão técnica, referindo os instrumentos utilizados

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Jorge de Albuquerque Coelho como

modelo de dedicação à pátria,

de retidão de carácter, de bom português

Mentalidade barroca: imagem da vida como

uma passagem (a viagem da alma pelo mundo,

exposta às adversidades e perigos)

Jorge de Albuquerque Coelho como modelo

de postura cristã perante a adversidade

(fé, esperança e caridade — serviço aos outros)

Lado negro, desastroso

da expansão (a ganância)

Defesa dos valores da doutrina cristã

A fé e a mensagem

cristã

Portugal e a decadência

do Império

Pormenor da nau de Vasco de Ataíde, que naufragou devido a uma

tempestade, em Memória das Armadas que de Portugal passaram

à Índia, Lisboa, Academia das Ciências, 1979.

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Bibliografia

História Trágico-Marítima: Narrativas de Naufrágios da Época das Conquistas (adaptação de António

Sérgio) (1962). Lisboa: Livraria Sá da Costa.

CARRIÇO, Lilaz (1990) – Literatura Prática. Porto: Porto Editora, pp. 336-340.

LANCIANI, Giulia (1979) – Os relatos de naufrágios na literatura portuguesa dos séculos XVI e XVII.

Instituto de Alta Cultura: Amadora, pp. 43-60.

― (1997) – Sucessos e Naufrágios das Naus Portuguesas. Caminho: Lisboa.

KOISO, Kioko – http://cvc.instituto-camoes.pt/navegaport/f04.html [último acesso: 2 de junho de 2015].

NUNES, Patrícia et alii (2008) – Enciclopédia do Estudante, vol. 10. Carnaxide: Santillana-Constância,

pp. 86-87; 90-91.

SARAIVA, António José (1979) – História da Literatura Portuguesa — das origens a 1970. Amadora:

Livraria Bertrand; pp. 69-73.

SARAIVA, António José; LOPES, Óscar (s. d.) – História da Literatura Portuguesa, 16.ª ed. Porto:

Porto Editora.

SEIXO, Mariz Alzira; CARVALHO, Alberto (1996) – A História Trágico-Marítima: Análises

e Perspectivas. Lisboa: Edições Cosmos.