a poesia da esquizofrenia choro de verão -...

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2011 12 - VOZES u LOUCARTE A poesia da esquizofrenia Acróstico: E nquanto tu pensas q sabes d’alguma coisa, eu sei um tanto de mim... S uando pelos poros q ainda se acham abertos, livres de desodorante, Q uerendo morder os dedos daqueles q escrevem receitas de remédios. U rge então q peças licença e conheça-me de perto, ainda q tenha medo ! I nvente assim, um modo menos científico, sem fórmulas, de lidar comigo. Z arparei com a “Nau dos Insensatos” se pensares em deter-me no porto, O nde estão ancorados os navios dos patrulheiros da sociedade dita sadia. F aço fogo no meio d’agua e nada pode polir as arestas da minha imaginação. R egulo-me em meus próprios limites, quando toco nas sobras da tua coragem. E vitas desse modo, cuidar de mim, pois sou tudo q temes encontrar sozinho... N ada pode prever o momento no qual me acharás no espelho, “nu”, a rir de ti. I nclusive, sem os dentes, nem as unhas, com os olhos acusadores do teu pai. A li, enfim, poderás entender algo do q sinto e, rasgar esse rótulo infame. Sérgio Pinho Choro de verão Deixei o meu canto... Um cantinho lá em Bernô, E cá vim para Araras onde As araras com saya Não cantam nem ouvem! Saí de lá e,... já que estou Aqui nesta gaiola... Eu vou cagar no poder Não tão mais legislativo Onde todas as aves e,... Todo mundo faz cagada! Se, todos podem atrever-se... Por que, também não dar Uma cagadinha ouvindo O canto da andorinha E seu choro de verão?! Ah, As araras com saya Não cantam porque são Urubus com disfarce, Mesmo Sem voz, sem ouvir Seu Próprio canto de Merda! Mas, como fede! Ivan Ribeiro (06/08/11) Daniel na cova dos leões, autor Edson Lacerda Davi Lopes de Melo Autor do desenho

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2011 12 - vozes

u loucarte

A poesia da esquizofrenia Acróstico:

E nquanto tu pensas q sabes d’alguma coisa, eu sei um tanto de mim...S uando pelos poros q ainda se acham abertos, livres de desodorante,Q uerendo morder os dedos daqueles q escrevem receitas de remédios.U rge então q peças licença e conheça-me de perto, ainda q tenha medo !I nvente assim, um modo menos científico, sem fórmulas, de lidar comigo.Z arparei com a “Nau dos Insensatos” se pensares em deter-me no porto,O nde estão ancorados os navios dos patrulheiros da sociedade dita sadia.F aço fogo no meio d’agua e nada pode polir as arestas da minha imaginação.R egulo-me em meus próprios limites, quando toco nas sobras da tua coragem.E vitas desse modo, cuidar de mim, pois sou tudo q temes encontrar sozinho...N ada pode prever o momento no qual me acharás no espelho, “nu”, a rir de ti.I nclusive, sem os dentes, nem as unhas, com os olhos acusadores do teu pai.A li, enfim, poderás entender algo do q sinto e, rasgar esse rótulo infame.

Sérgio Pinho

Choro de verãoDeixei o meu canto...Um cantinho lá em Bernô,E cá vim para Araras ondeAs araras com sayaNão cantam nem ouvem!Saí de lá e,... já que estouAqui nesta gaiola...Eu vou cagar no poderNão tão mais legislativoOnde todas as aves e,...Todo mundo faz cagada!Se, todos podem atrever-se...Por que, também não darUma cagadinha ouvindoO canto da andorinhaE seu choro de verão?!Ah, As araras com sayaNão cantam porque sãoUrubus com disfarce,Mesmo Sem voz, sem ouvirSeu Próprio canto de Merda! Mas, como fede!

Ivan Ribeiro (06/08/11)

Daniel na cova dos leões, autor

Edson LacerdaDavi Lopes de Melo Autor do desenho