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A PERCEPO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE PROPOSTAS EDUCATIVAS E DE POLTICAS AMBIENTAIS
Kleber Andolfato de Oliveira 1
Hieda Maria Pagliosa Corona 2
RESUMO: No momento atual, a sociedade se depara com a constatao da sociedade de risco, na qual os indivduos se confrontam com os danos causados pela sociedade industrial. Essa constatao pode
conduzir a reflexo sobre os valores e as aes que os sujeitos possuem frente ao meio ambiente. O estudo
da percepo ambiental, nesse contexto, pode se tornar uma ferramenta importante da educao ambiental
e dos rgos responsveis pela elaborao das polticas ambientais, pois, permite compreender como os
sujeitos dessa sociedade adquirem conhecimento e so sensibilizados sobre as questes ambientais.
Palavras-chave: Percepo Ambiental. Sociedade de Risco. Educao Ambiental.
1 INTRODUO
O presente artigo tem como objetivo refletir sobre percepo ambiental como
ferramenta para a educao ambiental e para as polticas pblicas relacionadas ao meio
ambiente. A relao do homem com o ambiente natural uma preocupao pertinente ao
quadro ambiental e social na atualidade, entretanto existem interesses e tambm
conceitos distintos para o estabelecimento de parmetros mediadores de tais relaes. 1 Acadmico do Curso de Agronomia, Universidade Tecnolgica Federal do Paran. Membro do grupo de pesquisa CEPAD/UTFPR. [email protected] Sociloga, Doutora em Meio Ambiente e Sociedade, professora da Universidade Tecnolgica Federal do Paran, lder do grupo de pesquisa CEPAD/UTFPR. [email protected].
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Os termos sustentabilidade e desenvolvimento sustentvel, por exemplo, esto
associados s dimenses econmicas, ambientais e sociais, sendo a nfase e o
tratamento conceitual dependente da rea de formao dos profissionais envolvidos na
discusso. ALIROL (2001, p.25) refora esta idia ao dizer que diferentes atores no
vem os problemas ambientais e de desenvolvimento da mesma maneira [...]. O
sentimento de responsabilidade, ou a idia que dele se faz, varia enormemente, conforme
a categoria social ou profissional qual se pertence.
Nesse contexto, o estudo da percepo ambiental de fundamental importncia.
Por meio dele possvel conhecer a cada um dos grupos envolvidos, facilitando a
realizao de um trabalho com bases locais, partindo da realidade do pblico alvo, para
conhecer como os indivduos percebem o ambiente em que convivem, suas fontes de
satisfao e insatisfao (FAGGIONATO, 2007).
Atravs destes estudos possvel identificar as formas precisas em que a
educao ambiental poder sensibilizar, conscientizar e trabalhar conjuntamente as
dificuldades ou dvidas que os sujeitos-atores possam vir a ter quando discutidas e
apresentadas s questes ambientais. STRANZ (2002, p.230) enfatiza que a educao
ambiental um processo permanente nos quais os indivduos e as comunidades tomam
conscincia do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades,
experincias e determinao que os tornem aptos a agir e resolver problemas ambientais
presentes e futuro.
Assim, o presente artigo est organizado para no primeiro item elucidar o conceito
de meio ambiente, posteriormente a relao da sociedade com o meio ambiente
debatida, seguindo a idia da existncia da sociedade de risco e do sujeito-ator,
finalizando assim com a construo da percepo ambiental no sujeito-ator.
2 MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
O meio ambiente tem sido a grande preocupao atual de grande maioria da
populao mundial, seja pelas mudanas provocadas pela ao do homem na natureza,
seja pela resposta que a natureza d a essas aes.54
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Vrios so os meios que os especialistas lanam mo para sensibilizar a
populao dos problemas ambientais. Atravs de seminrios, congressos e conferncias
sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentvel, procura-se comprovar que os
recursos naturais so finitos e que a explorao excessiva desses recursos coloca em
risco o futuro das novas geraes.
Uma grande parcela da sociedade mundial, j possui a noo de que uma
quantidade enorme de recursos naturais necessria para manter o estilo de vida de uma
parcela que vive com alto nvel de conforto, o que s pode ser oferecido com o
comprometimento da qualidade ambiental do planeta (MEC, 2000). Seguindo esse
pensamento, conciliar a produo de bens com a preservao ambiental uma atitude
fundamental a ser tomada em benefcio das geraes futuras, que tero que pagar um
alto preo para saldar a dvida ambiental e conseguir uma qualidade de vida aceitvel
(MEC, 2000).
Nesse contexto, fundamental a formao de profissionais que atendam com
eficincia resoluo dos problemas ambientais e que evidenciem esforos no sentido de
promover o desenvolvimento sustentvel. Todos os fatos relacionados com a crise
ambiental atual foram produzindo uma mudana gradativa na sociedade e nas suas
instituies. Mas dependendo de como essas informaes penetram nas percepes dos
indivduos e de como se refletem em suas aes, as mudanas acabam sendo lentas e
incompletas. Assim, em uma mesma organizao social podemos encontrar, convivendo
lado a lado, posturas conservadoras, indiferentes, ou renovadoras.
Essas posturas podem ser resumidas da seguinte maneira (Quadro 01):
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Postura Pensamento Descrio
Ausncia da conscincia em relao s responsabilidades
pela poluio
"Nosso negcio produzir e dar emprego. A poluio no nos diz respeito."
A poluio um mal necessrio, smbolo do progresso tecnolgico e
elemento obrigatrio de suas atividades
Conscincia sem comprometimento
A poluio existe, mas outros devem cuidar dela.
Trata-se de uma atitude reativa: fazer apenas o necessrio, para evitar multas e punies; no destinar
esforos e recursos para atacar as fontes de poluio.
Comprometimento "A poluio um problema que deve ser resolvido por todos ns"
Responsabilidade coletiva gerando ataque diretamente nas fontes geradoras (postura proativa)
Sustentabilidade
"Nosso compromisso tambm se estende s futuras geraes. Os recursos naturais no
foram herdados por ns, de nossos antepassados, mas tomados emprestados
aos nossos descendentes."
Responsabilidade social, ambiental gerando atitudes que promovam
suporte e equilbrio no uso e manuteno dos recursos
Fonte: MEC. Educao Profissional:Refernciais Curriculares da Educao Profissional. 2000. Com adaptaes
QUADRO 01 - POSTURAS E PENSAMENTOS DOS GRUPOS SOCIAIS FRENTE CRISE AMBIENTAL
As diferentes vises e posturas frente problemtica ambiental decorrem das
diferentes maneiras de se compreender a questo ambiental. Diferenas nas posturas
que so reveladoras de diferentes noes e interpretaes cientficas sobre o meio
ambiente. Nesse sentido, diz Raynaut (2004, citado por CORONA, 2006), preciso
reconhecer que o conceito meio ambiente diz respeito, em primeiro lugar, relao
homem e o meio fsico e bitico e, em segundo, que uma noo multicntrica. Isso
porque, ela se aplica aos diferentes olhares dos especialistas, com diferentes escalas de
espao e tempo, com vrios nveis de organizao, entre outros aspectos.
Redclift (1995, citado por HOEFFEL et al., 2008) enfatiza ao analisar a maneira
como a cincia, como uma produo cultural, origina concepes sobre o meio ambiente.
Para o autor, avaliaes ambientais so orientadas por uma srie de compromissos
sociais e estas avaliaes so utilizadas para se alcanar metas sociais especficas.
Desta forma, por exemplo, ao discutirmos os problemas ambientais, no estamos nos
referindo apenas a eles, mas sobre seus papis dentro de um contexto social, muitas
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vezes influenciado por uma concepo econmica, poltica ou ambiental dominante
(HOEFFEL et al., 2008).
O entendimento destas distintas concepes sobre o meio ambiente torna-se,
assim, importantes na resoluo de conflitos que envolvem o planejamento ambiental e a
utilizao de recursos naturais (HOEFFEL et al., 2008). Sendo assim, de grande
importncia a pesquisa e a caracterizao de concepes sobre o meio ambiente
existentes dentro de um mesmo modelo cultural, de forma a auxiliar a elaborao de
propostas educativas e de polticas ambientais que auxiliem na construo de sociedades
sustentveis (HOEFFEL et al., 2008). Para Luciana Jacob que discute sobre a estrutura
curricular do Curso de Agronomia da ESALQ/USP, a necessidade de um processo de
transio para a sustentabilidade, devido complexidade e ao agravamento dos
problemas scio-ambientais, gerados pelo triunfo da racionalidade econmica e da razo
tecnolgica, leva ao debate sobre a reorientao dos processos de produo e aplicao
de conhecimentos que contribuam para a resoluo de problemas socioambientais.
(PADOVEZI, 2004).
Carvalho (2004, pg 37) fala sobre o termo socioambiental dizendo:
A viso socioambiental orienta-se por uma racionalidade complexa e interdisciplinar e pensa o meio ambiente no como um campo de interaes entre a cultura, a sociedade e a base fsica e biolgica dos processos vitais, no qual todos os termos dessa relao se modificam dinmica e mutuamente. Tal perspectiva considera o meio ambiente como espao relacional, em que a presena humana, longe de ser percebida como extempornea, intrusa ou desagregadora ("cncer do planeta"), aparece como um agente que pertence teia de relaes da vida social, natural e cultural e interage com ela. Assim, para o olhar socioambiental, as modificaes resultantes da interao entre os seres humanos e a natureza nem sempre so nefastas; podem muitas vezes ser sustentveis, propiciando, no raro, um aumento da biodiversidade pelo tipo de ao humana ali exercida. (CARVALHO, 2004 P. 37)
Leff (2001, p. 21) diz que na histria humana, todo saber, todo conhecimento
sobre o mundo e sobre as coisas tem estado condicionado pelo contexto geogrfico,
ecolgico e cultural em que produz e se reproduz determinada formao social. Leff
(2001) ainda afirma que a transio para uma sociedade sustentvel ser atravs do
investimento dado educao na interface ambiente/sociedade como forma estratgica
para esse processo.
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A partir dessas as reflexes, possvel questionar as formas de construo do
saber ambiental e das formas como os sujeitos interagem com ela, tornando-se
necessrio entender algumas relaes existentes entre a sociedade e o meio ambiente.
3 SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE
O desenvolvimento da civilizao humana sempre esteve ligado ao ambiente. As
sociedades utilizavam os recursos disponveis na natureza, como a cheia dos rios, os
minrios, a fertilidade do solo, o acesso ao mar, o manejo aprendido da floresta, dentre
outros, at mesmo as vestimentas, as crenas, os medicamentos tambm dependiam da
oferta encontrada no ambiente (RIBEIRO, 2003).
Segundo Carvalho (1991, citado por RIBEIRO, 2003), a relao que o ser
humano estabelecia com a natureza, era de modo to interligado que no se pensava em
um ambiente como algo alm do humano, de modo que as diferenas entre as pessoas
existiam apenas no momento em que dependiam de atributos fsicos para a diviso dos
trabalhos comunitrios.
Aps este perodo a natureza passa a ser vista como algo parte, em que eram
necessrios intermedirios para que fosse possvel a comunicao com ela, como pajs e
sacerdotes. Em meio estas mudanas na organizao social ao longo do tempo a
natureza assumiu diversos papis na sociedade sendo um deles o de fornecedora de
matria-prima, objeto de estudo etc. (RIBEIRO, 2003).
Ribeiro (2003), afirma que as concepes de natureza estabelecidas pela
sociedade foram produtos da cultura humana interagindo com o ambiente em que
coexistiram, e isso varia conforme os valores que se estabelecem em determinado local e
poca.
mile Durkhein, discutido no trabalho de Turene (2006), afirma a importncia das
representaes da sociedade e como elas influem nas decises que cada indivduo toma,
pode-se dizer que mesmo vivendo em grupo, os indivduos percebem e atuam no meio
conforme sua formao cultural, social, intelectual e econmica.
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Frente ao rumo que a sociedade tem tomado Devall (2001) e Novo (2002),
citados por Hoeffel et. al. (2008), afirmam que estes novos rumos tem conduzido ao que
se conhecido como crise ambiental, e segundo os autores isso tem estimulado o
questionamento dos valores da sociedade contempornea, e alm disso, uma
reorientao dos modos da sociedade se relacionar com a natureza.
Segundo Costanza (1997, citado por HOEFFEL et.al., 2008), os problemas
ambientais passaram a ter significncia na Expanso Industrial aps a Segunda Guerra
Mundial, com o aumento da tecnologia sem o cuidado e manuteno dos recursos
naturais, tornando necessrio uma aceitao desse descompasso existente entre a
tecnologia e a manuteno adequada dos recursos naturais.
Com base em discusses essencialmente biolgicas, a discusso sobre a crise
ambiental da atualidade foi se difundindo em diversos setores da sociedade e nas
diversas reas do conhecimento, permitindo a elaborao de propostas que resultem em
aes ambientalmente adequadas e sustentveis para os recursos naturais (HOEFFEL,
et al., 2008 ).
McLaughlin (1993), citado por Hoeffel et. al. (2008), afirma que os seres humanos
durante toda a sua histria interferiram no ambiente natural em que habitaram e
provavelmente sempre ser assim, a questo que preocupa vrios pesquisadores o
grau e a intensidade dessa interferncia.
Hughes (2001), citado por Hoeffel et. al. (2008), confirma que estudos histricos
sobre as relaes da sociedade humana com a natureza possibilita uma maior
compreenso da interdependncia existente entre a sociedade e o ambiente natural.
Segundo Hughes :
A idia de ambiente como algo separado dos seres humanos e que serve apenas como pano de fundo para a histria humana uma viso enganosa. Qualquer coisa que os seres humanos faam para a comunidade ecossistmica os afeta inevitavelmente. A humanidade nunca existiu isolada do resto da vida, e no poderia existir sozinha, pois ela depende das associaes complexas e ntimas que tornam a vida possvel (HOEFFEL et al, 2008).
Os problemas ambientais no so recentes e de acordo com uma perspectiva
histrica percebe-se que a compreenso da crise ambiental possui diversas vises e isso
proporciona medidas de solues tambm diversas (HOEFFEL et al.,2008 ). Novo (2002),
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citado por Hoeffel et. al. (2008),complementa esta idia dizendo que no existe uma nica
frmula para ser aplicada e resolver os problemas ambientais. Milton (1996), tambm
citado por Hoeffel et. al. (2008), diz que diferentes culturas iro desenvolver diferentes
concepes sobre o meio ambiente, e o mesmo ainda observado em estruturas
culturais aparentemente homogneas. Segundo esses autores, a crise ambiental atual
tem causado impactos que so capazes de colocar em risco tanto a diversidade cultural
como a biolgica, ocasionando a extino de etnias e espcies que podem causar uma
perda irreparvel todos.
Boef (2007), relatando sobre as perdas de biodiversidade na agricultura, ressalta
que alm da eroso gentica ocorrida com a perda das espcies crioulas, tambm o
conhecimento tradicional de cultivos e variedades ameaado em um processo de
eroso (BOEF, 2007).
Segundo Corona (2006) a utilizao dos recursos baseada nos valores e
significados que as comunidades em seu entorno do aos mesmos, alm de tambm ser
baseada no entendimento dos conhecimentos cientficos e tcnicos da modernidade.
A partir destes pensamentos podemos ento discutir sobre a modernizao
reflexiva e a construo do sujeito-ator.
4 SOCIEDADE DE RISCO E A CONSTRUO DO SUJEITO-ATOR
A politizao do debate que envolve a interao do homem com a natureza, ou
mais precisamente, a transformao da natureza pela ao humana, constitui um dos
pilares para a formao e consolidao de espaos democrticos, de ampliao da
cidadania, e por conseqncia, do rumo a uma sociedade sustentvel.
O processo educacional no sentido de aprofundar adequadamente as razes
desta problemtica e apontar caminhos para a sua superao deve ser a chave mestra
para o debate sobre as polticas pblicas que influenciam a percepo e conscientizao
dos problemas que preocupam a humanidade, no caso aqui que so diretamente ligados
ao meio ambiente (STRANZ, 2002).
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As reflexes propostas por Anthony Giddens e por Ulrich Beck, parceiros na
publicao de Modernizao Reflexiva: Poltica, Tradio e Esttica na Ordem Social
Moderna, apresentam um questionamento do atual momento histrico e propostas para a
caracterizao de nosso tempo.
Conforme Giddens (1997), o momento atual de desenvolvimento das sociedades,
aponta para uma grande mudana, pois estamos diante de uma modernidade que
tensionada por seus prprios resultados, e que agora precisa se preocupar com suas
realizaes e seus avanos. O conceito de Modernidade Reflexiva, desenvolvida sob os
pontos de vista de Giddens e Beck, oferece uma abordagem que apreende a um dos
pontos da dinmica explicativa das cincias sociais: a interao do homem com a
natureza, ou mais precisamente a transformao da natureza pela ao humana.
Apesar das preocupaes diferenciadas, no que tange aos aspectos sobre a qual
a reflexividade age com mais intensidade, a de Giddens ou a de Beck, o que difere a
reflexo desses dois autores, que Beck enfatiza o plano da autoreflexividade societria
(BECK, 1997).
Para Giddens (1997), a reflexividade provoca mudanas bruscas em prticas
sociais, que so constantemente examinadas luz de estudos e reflexes sobre as
prprias prticas. Porm, os riscos gerados pelo prprio desenvolvimento lanam
problemas antes desconsiderados. Questes, como por exemplo a degradao do meio
ambiente, so capazes de colocar em risco toda a sociedade e afetam a todos
indistintamente. Neste ambiente incerto, cada indivduo do grupo social se v diante da
socializao dos riscos, independente da ao individual. Beck (1997) caracteriza esta
sociedade como sendo uma sociedade de risco, atribuindo-lhe tambm a condio de
autocrtica visto que os riscos geram multiplicidade de opinies sobre os mais variados
assuntos.
Os autores querem dizer que as sociedades modernas chegaram a um ponto em
que so obrigadas a refletir sobre si mesma e, ao mesmo tempo, desenvolvem a
capacidade de refletir retrospectivamente sobre si mesma. O aparecimento da sociedade
de risco estimula uma nova percepo da sociedade moderna, que se sente obrigada a
refletir sua situao e seu desenvolvimento, tendo agora uma misso de formular
questes do presente e do futuro. Com efeito, a sociedade de risco envolve
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decisivamente tambm os riscos provenientes da crise ecolgica, que so claramente
danosos nas suas origens e conseqncias.
Embora visto de diferentes formas Beck e Giddens constroem em suas anlises,
reflexes e propem elementos para a apreenso da crise atual, que tem a marca da
desordem ecolgica apontando para um tensionamento entre o agravamento desse
cenrio perturbador e o desenvolvimento de uma conscincia coletiva e individual, que
poder influir em novos caminhos para a sociedade.
Porm, qual a conseqncia do reconhecimento da sociedade de risco para uma
ao no plano da educao, para a reflexo da questo ambiental no plano da estrutura
social e dos indivduos? A resposta que quanto maior modernizao, maior capacidade
reflexiva dos indivduos para entenderem sua realidade e responderem de forma mais
conseqente. O processo educativo torna-se ento um instrumento valioso para
elaborao de estratgias e iniciativas, tendo em vista uma compreenso adequada dos
problemas e formas de solucion-los.
A idia aqui de uma educao voltada a gesto ambiental, cujos conceitos
podem ajudar na construo de uma slida cidadania, ancorada numa viso crtica e
transformadora, no sentido do desenvolvimento da ao coletiva necessria para o
enfrentamento dos conflitos socioambientais (MELAZO, 2005).
A conscincia dos riscos scio-ambientais derivados da alta modernidade abrem
possibilidades para processos pedaggicos, baseados no entendimento de que os
homens podem optar por comportamentos, atitudes e aes polticas do plano local ao
global, em direo a um projeto de sociedade baseado na eficincia econmica,
prudncia ecolgica e justia social. A sociedade do futuro, sob a perspectiva da
sustentabilidade, ser, portando, uma sociedade cada vez mais reflexiva, mais
dependente do conhecimento gerado e socializado. O investimento na educao na
interface natureza/sociedade ser estratgico na construo desse projeto, ou de outra
forma, a educao ambiental adquire um sentido estratgico na conduo do processo
de transio para uma sociedade sustentvel (LEFF, 2001).
O processo de modernizao reflexiva marca, portanto, um novo modo de
apreender o perigo, doravante conceituado como risco, ou seja, uma combinatria de
probabilidades de ocorrncia de situaes potencialmente perigosas. Esta concepo
somente adquire sentido na medida em que tem como pressuposto um sujeito autnomo 62
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e responsvel, capaz de identificar riscos e, a partir da, orientar suas escolhas e estilos
de vida a fim evit-los. Isto porque, embora os riscos sejam cada vez mais
compreendidos, segundo uma perspectiva globalizada, no localizada, a responsabilidade
pelo saber enfrentar riscos cada vez mais colocada no nvel da conscincia
individual.
A construo do sujeito social passa por um processo que TOURAINE (1999)
denomina subjetivao que entendida como a transformao do indivduo em sujeito.
Ser um sujeito social sentir-se responsvel pelos assuntos do mundo coletivo, impondo
limites ao do poder poltico e reconhecendo que sua emancipao importante para
o governo de sua sociedade. O papel de no conformismo com a dominao social da
racionalidade tcnica cientfica e desejo de participar da construo daquilo que se
concebe como sociedade so marcas das sociedades modernas, onde no existe
modernidade sem racionalizao; mas tambm no sem formao de um sujeito-no-
mundo que se sente responsvel perante si mesmo e perante a sociedade (TOURAINE,
1999, p 214).A modernizao reflexiva implica, assim, em um investimento no processo de individualizao, em que o sujeito pode ser visto como [...] ator, planejador, prestidigitador e diretor de cena de sua prpria biografia, identidade, redes sociais, compromissos e convices (BECK, 1997, p. 207).
Entendida como um programa forte de individualizao, a Sociedade do Risco
mantm o investimento na possibilidade de um sujeito autnomo e livre para estar em
oposio heterodoxa s conseqncias distpicas da modernizao (LASH, 1997). Para
Giddens, a atividade reflexiva implica interao e confiana cada vez maiores em
sistemas abstratos, sendo tal interao decisiva para a domesticao do risco. J Beck
aposta na possibilidade de o sujeito se libertar dos sistemas tecnolgicos e, assim,
habilitar-se a enfrentar os riscos. Ambos, no entanto, mantm a crena na conscincia
reflexiva como atributo decisivo para minimizar a insegurana, que se fundamenta no
pressuposto cognitivo representacional: um modelo de mapeamento e regulao a partir
de clculos probabilsticos, gerando modos de vida centralizados no ego (BECK, 1997,
p. 13).
O ego construdo pela cultura e mata as possibilidades do sujeito, a afirmao
como experincia de massa, refora a inao das diferenas, fica preso ao sistema. Ele
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conserva a modernidade, mas no a transforma. Pensando assim, Touraine tenta explicar
que a forma de se recuperar a ligao entre a razo e o sujeito est na idia de que o
sujeito paira sobre tudo, est suspenso entre o cu e a terra, em constante construo,
recria as suas razes ou ele deixa de ser sujeito, deixa de ser ator da histria e volta a ser
o indivduo, isso porque a idia de sujeito no pode ser separada da idia de ator social.
(TOURAINE, 1999).
nesse debate que o presente projeto de pesquisa se insere. preciso
reconhecer nos sujeitos-atores seus valores, aes e conceitos sobre o meio ambiente,
buscando identificar nas suas relaes com o ambiente cotidiano, como se manifesta a
auto-reflexividade (constatao da sociedade de risco), bem como, quais so as aes e
relaes que estabelece no sentido de ultrapassar tais riscos e ameaas. observar em
que medida a modernizao provoca e permite com que o sujeito-ator construa conceitos
e tenha domnio sobre os efeitos das suas aes sobre o ambiente. Assim, fica evidente a
necessidade de se conhecer os valores que os sujeitos possuem e constroem dentro dos
locais de produo, capacitao e desenvolvimento de conceitos que interferem nado
meio atravs da percepo ambiental.
5 PERCEPO AMBIENTAL
A percepo ocorre no momento em que a atividades dos rgos dos sentidos
esto associados com atividades cerebrais. (MELAZO, 2005). Ela pode, portanto, ser
desenvolvida atravs da funcionalidade dos sentidos, tornando assim diferente em cada
indivduo, pois, o significado que os estmulos sensoriais despertam o que distingue a
forma como cada indivduo compreende a realidade em que est imerso (RIBEIRO,
2003).
Estes significados estimulados nos indivduos representam valores que so
atribudos de acordo com a cultura, histria, idade, sexo, educao, erudio, classe
social, economia, poltica, religio, individualidade, preferncias, atitudes e atribuies do
meio ambiente (MELAZO, 2005; TURENE, 2006; ADDISON, 2003; RIBEIRO, 2003).
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Como dito por Castello (2001), citado por Turene (2006), sabendo que a vivncia
humana no ambiente em que est inserido orientada por sua percepo e pela
atribuio de valores, do sentido ao termo Percepo Ambiental. Segundo o mesmo
autor, percepo ambiental fundamentada pelo entendimento de que a vivncia humana
e seu entorno prximo so orientados por essa percepo.
Addison (2003) cita que na viso de Piaget, o conhecimento adquirido ocorre
atravs do contato direto, ou seja, os indivduos estabelecem um relacionamento com o
meio, e tambm cita que imediata a percepo dos objetos que esto mais prximos
aos seres, tudo se processando no mesmo campo sensorial (ADDISON, 2003, p.63).
Os indivduos percebem, reagem e respondem de maneira diferente frente s
aes sobre o meio. Logo as respostas ou manifestaes resultam das percepes, dos
processos cognitivos, julgamentos e expectativas de cada indivduo, no contexto de suas
relaes com o ambiente e com a sociedade. Embora nem todas as manifestaes
psicolgicas sejam evidentes, elas so constantes e afetam nossa conduta, na maioria
das vezes, inconscientemente (FAGGIONATO, 2007). No entanto, o que importa aqui so
os significados atribudos questo ambiental, porque so relevantes e altamente
expressivos, na medida em que as percepes se tornam a linguagem que o homem
desenvolve para atuar na natureza e construir o seu espao (TURENE, 2006).
Tuan (1982) chega a abordar a questo do indivduo nativo do ambiente e do
indivduo visitante. Segundo Tuan (1982, p. 67), O nativo tem uma complexa e derivada
percepo do meio por estar inserido nele, baseado em mitos e valores locais enquanto
que o indivduo visitante levaria em considerao os critrios estticos, regulados por um
juzo de valor inerente ao visitante.
As sensaes que determinam a qualidade, as impresses, os significados e os
valores atribudos ao meio por cada indivduo e por isso o estudo de percepo se torna
difcil, pois cada indivduo atribui valores distintos ao meio, sejam eles ecolgicos
econmicos ou simplesmente estticos (MELAZO, 2005).
Em sua pesquisa sobre percepo ambiental Melazo (2005) descreve que as
sensaes so estimuladas atravs dos cinco sentidos humanos: viso, olfato, paladar,
audio e tato. Com estes estmulos ocorre a formao das idias e da compreenso do
mundo que nos rodeia, norteados pela inteligncia que possui cada indivduo bem como
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de seus valores ticos, morais, culturais etc., que tornam assim o indivduo capaz de
pensar e agir sobre sua realidade (Figura 01).
REALIDADEREALIDADE
Sensaes
Motivao
Cognio
Avaliao
Conduta
InteressesNecessidades
MemriaImagens
JulgamentoSeleo
ComportamentoAo
FIGURA 01 - ESQUEMA TERICO DO PROCESSO PERCEPTIVO CITADO POR MELAZO
(2005), COM ADAPTAES.
Tuan (1972, p5), em seu livro que estuda e discute a percepo ambiental utiliza
o termo Topofilia para descrever o elo afetivo entre a pessoa e o lugar ou ambiente
fsico. Recentemente o termo Biofilia descrito por Wilson (1984, citado por STRUMINSKI,
2003) expressa a idia da necessidade intrnseca humana do contato com a natureza.
Stephen Kellert (1993, citado por STRUMINSKI, 2003) agrupou em nove tipologias
bioflicas o que demonstra os valores individuais ou coletivos, pois determinadas opinies
e aes podem ser de interesse de apenas um indivduo ou de um grupo.
Estes valores bsicos orientam a relao dos seres humanos com o mundo
natural e que poderiam servir como elementos na compreenso de diferentes concepes
e propostas de interveno sobre o ambiente natural (Quadro 02).
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Termo Definio FunoUtilitarismo Explorao prtica e material da natureza Sustentao fsica e seguranaMoralista Afinidade, espiritualidade, tica autrusmo, proteoNegativista Medo, averso, alienao segurana, proteo, fobiasSimblica Uso da natureza para expresses metafricas desenvolvimento mental, comunicao
Esttica Beleza fsica (ideal) da natureza inspirao, harmnia, paz, segurana, modeloDominionstica Domnio da natureza, conquista, controle fsico coragem, habilidades para subjulgar
Naturalismo satisfao com contatos diretos com a natureza desenvolvimento fsico e mental, curiosidade, atividades na natureza
Humanista sentimentos emocionais profundos a elementos individuais da natureza (rvore, animais)
cooperao, solidariedade, fortalecimento de relaes entre grupos, pessoas e animais
Ecolgico- cientifica estudos sistemticos da natureza busca do conhecimento e compreenso
Fonte: Kellert (1993), citado por Struminski (2003), com adaptaes
QUADRO 02 - TIPOLOGIA DE VALORES BIOFLICOS
Segundo Rapoport (1978), citado por Turene (2006), para analisar as interaes
existentes entre os seres humanos e o meio necessrio que trs reas sejam
conhecidas e so elas: a cognio (processos de perceber, conhecer e pensar);
afetividade (que esta relacionada aos sentimentos, sensaes e emoes) e a conexo
entre a ao humana sobre o meio, como resposta a cognio e afetividade. Para Turene
(2006), existem vrias formas de se apreender o ambiente, e isso cada indivduo o faz de
forma particular e depois ocorre um consenso coletivo sobre a qualidade desse ambiente
relacionado com o meio natural e o espao construdo.
No quadro seguir (Quadro 03) ilustra-se as formas citadas por Ribeiro (2003) de
como ocorre percepo:
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Forma de construo da percepo Descrio
Pelo acesso lento Normalmente pertence culturas que valorizam a meditao, contemplao, desvaneio etc.
Pela Modalidade "D" (ou raciocnio lgico)
Predomina na Cincia, forma mecanizada de pensar, acredita que as coisas so como tal acontecem sem possibilidade de erros e diferentes concepes
Por meio Ultra-rpido (raciocnio rpido tpico das situaes de
risco e perigo)
Ocorre em situaes de intensa presso, quando os pensamentos e atitudes esto sob influncia da adrenalina
Fonte: Ribeiro (2003), com adaptaes
QUADRO 03 - FORMAS DE CONSTRUO DA PERCEPO SEGUNDO RIBEIRO (2003)
O entendimento das formas de construo da percepo de grande importncia
para que medidas como a de projetos para Educao Ambiental tenham eficcia uma vez
que a percepo ocorre de formas variadas. As pessoas que constroem a percepo
atravs do acesso lento, por exemplo, valorizam a contemplao e a meditao o que
pode ser antagnico modalidade D, ou seja, possuem formas distintas de entender o
ambiente que os cercam. A China, por exemplo, desenvolveu sua cultura com base na
venerao da natureza buscando entender a vida atravs da observao atenta e
cuidadosa de sua ao (RIBEIRO, 2003).
STRUMINSKI (2003, p. 121), em seu trabalho A tica no montanhismo,
exemplifica sobre a forma de construo da percepo pelo meio Ultra-rpido. O autor
cita que a prtica apaixonante do alpinismo e a ameaa constante do perigo que nos
revolve as entranhas so a origem de fortes emoes morais e religiosas e talvez de
elevada espiritualidade, isso mostra que estes valores e sensaes vividos em situaes
de exposio ao perigo e de aventuras deixa marcas profundas e permanentes.
Tuan (1974), afirma que a tendncia humana a de responder emocionalmente a
objetos da natureza como o mar, montanhas, vales, desertos, etc., tratando-os como
sublimes, feios, desagradveis, divinos. Para ele a viso moralista nos tempos modernos
perdeu seu valor, porm, o elemento esttico continua sendo um forte elemento que
influncia as concepes.
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As montanhas, por exemplo, eram vistas no incio da histria humana como
remotas perigosas e inassimilveis, ou seja, o oposto ao que era percebido em relao
aos vales. At hoje muitas montanhas possuem em seus picos cruzes que simbolizam
uma religiosidade extrema, pois se acreditava que as montanhas eram ponto de encontro
entre o cu e a terra. Hoje as montanhas ficaram acessveis, e cada vez mais pessoas
baseadas em uma viso utilitarista, de que ar leve e gua pura de montanha fazem bem
sade, construindo hotis, sanatrios e outros perto de ambientes como esse
(STRUMINSKI, 2003).
Puig (1998), citado por RIBEIRO (2003), prope que os valores e condutas
seriam formados no confronto com as condies socioculturais do meio que,
frequentemente, oferecem dilemas de valor. Para ele os seres humanos mudam sua
forma de pensar e comportar-se na medida em que modificam os laos que os ligam a
seu meio (RIBEIRO, 2003).
A construo dos valores estaria sujeita s relaes entre os meios que o
indivduo capaz de receber. Os meios aqui podem ser exemplificados pela famlia, o
trabalho, os meios de comunicao, a escola ou Universidade (RIBEIRO, 2003). Dessa
forma estas informaes acabam justificando a necessidade de uma explorao e anlise
dos valores, que a sociedade passa a construir dentro das instituies de ensino e outras
entidades que atuam e discutem as questes ambientais.
6 CONCLUSO
A relao do homem com o ambiente natural passou por diversas mudanas com
o decorrer do tempo. Com o surgimento da sociedade industrial, o consumo de recursos
naturais aumenta devido ao nvel de conforto e alto consumo que uma parcela da
sociedade mundial passa a ter. Esse aumento de consumo dos recursos se agrava ainda
mais aps a Segunda Guerra Mundial, com a difuso acelerada do modelo de
desenvolvimento industrial.
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Neste contexto, alguns pesquisadores passam a defender a idia de que a
sociedade industrial conduziu a humanidade a uma sociedade de risco, porque ela se
auto-confronta com os danos e riscos que gerou. Esse processo acaba levando a um
questionamento dos valores e conceitos sobre o modelo de desenvolvimento e suas
conseqncias para a sociedade e a natureza. Tal questionamento reflete-se na
possibilidade da construo de sujeitos-atores capazes de atuar e repensar seus valores,
conceitos e aes que visem mudanas.
O estudo sobre a percepo ambiental, neste sentido, um meio de
compreender como os sujeitos dessa sociedade adquirem seus conceitos e valores, bem
como, como compreendem suas aes e se sensibilizam com a crise socioambiental. A
Educao ambiental tendo conhecimento dos valores e aes que os sujeitos possuem
frente ao meio ambiente ser capaz de elaborar propostas que venham a atingir grande
parte da sociedade, visando provocar mudanas mais efetiva que contribuam para a
sustentabilidade socioambiental.
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1 INTRODUO 3 SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE4 SOCIEDADE DE RISCO E A CONSTRUO DO SUJEITO-ATOR
Referncias