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A PARTIR DE QUAL MÊS A GESTAÇÃO DE UM FETO É CONSIDERADO UM SER HUMANO? Cientistas: ainda não chegaram a uma conclusão. Alguns dizem que é quando desenvolvem o sistema nervoso, outros quando o feto passa a ter condições de sobreviver fora do útero (quando os pulmões já estão formados), ou quando começa a produzir ondas cerebrais, etc. Religião (católica): Hoje ela diz que assim que há a união de espermatozóide e óvulo já é humano, contudo nem sempre foi assim. No século 4 Santo Agostinho dizia que só 40 dias após a fecundação o feto seria uma pessoa de fato. A igreja, inclusive, já tolerou o aborto e só parou de admiti-lo por conveniência política em 1869, devido ao acordo entre o papa Pio 9º e Napoleão 3º. pra igreja o embrião é um ser vivo desde a sua concepção. já para a ciência: Não sabe quando é que um ser vivo passa a ser um ser humano… No plano médico-científico um embrião com duas, três, quatro ou seis semanas já é uma individualidade. A partir das duas semanas já está em diferenciação dos seus órgãos. É tanto ser humano nesta altura como será às oito semanas ou às dez. Nós sabemos, no entanto, que um embrião com duas semanas ainda tem uma probabilidade de vir a sofrer um abortamento espontâneo. O embrião ainda tem cerca de 60 por cento de probabilidades de ter anomalias. A diferenciação do embrião está completa entre as dez e as doze semanas. É o chamado período da embriogénese. A partir daí passa a ser a fetogénese em que o embrião entra num período de crescimento e maturação. Ele está totalmente diferenciado. A interrupção da gravidez, por motivos não médicos, deve ser feita até essa altura. Mas isto é muito discutível. Por motivos médicos a interrupção até às 24 semanas parece-me estar muito bem. Agora vou dizer-lhe uma coisa: eu pessoalmente seria incapaz de fazer um aborto por motivos não médicos. Ficaria perturbado no plano afectivo, emocional e até religioso. Agora, eu não seria capaz de,

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Page 1: A PARTIR DE QUAL MÊS A GESTAÇÃO DE UM FETO É CONSIDERADO UM SER HUMANO

A PARTIR DE QUAL MÊS A GESTAÇÃO DE UM FETO É CONSIDERADO UM SER HUMANO?

Cientistas: ainda não chegaram a uma conclusão. Alguns dizem que é quando desenvolvem o sistema nervoso, outros quando o feto passa a ter condições de sobreviver fora do útero (quando os pulmões já estão formados), ou quando começa a produzir ondas cerebrais, etc. Religião (católica): Hoje ela diz que assim que há a união de espermatozóide e óvulo já é humano, contudo nem sempre foi assim. No século 4 Santo Agostinho dizia que só 40 dias após a fecundação o feto seria uma pessoa de fato. A igreja, inclusive, já tolerou o aborto e só parou de admiti-lo por conveniência política em 1869, devido ao acordo entre o papa Pio 9º e Napoleão 3º.

pra igreja o embrião é um ser vivo desde a sua concepção.já para a ciência: Não sabe quando é que um ser vivo passa a ser um ser humano…No plano médico-científico um embrião com duas, três, quatro ou seis semanas já é uma individualidade. A partir das duas semanas já está em diferenciação dos seus órgãos.É tanto ser humano nesta altura como será às oito semanas ou às dez. Nós sabemos, no entanto, que um embrião com duas semanas ainda tem uma probabilidade de vir a sofrer um abortamento espontâneo. O embrião ainda tem cerca de 60 por cento de probabilidades de ter anomalias. A diferenciação do embrião está completa entre as dez e as doze semanas. É o chamado período da embriogénese. A partir daí passa a ser a fetogénese em que o embrião entra num período de crescimento e maturação. Ele está totalmente diferenciado. A interrupção da gravidez, por motivos não médicos, deve ser feita até essa altura. Mas isto é muito discutível. Por motivos médicos a interrupção até às 24 semanas parece-me estar muito bem. Agora vou dizer-lhe uma coisa: eu pessoalmente seria incapaz de fazer um aborto por motivos não médicos. Ficaria perturbado no plano afectivo, emocional e até religioso. Agora, eu não seria capaz de, sendo juiz de direito ou religioso, condenar alguém que o tenha feito. Deve haver um grande respeito pela decisão que, no plano emocional, pune muito a mulher.

Uma vez que temos meses com 28, 30 e 31 dias, alguns médicos costumam sugerir que

os cálculos relativos ao tempo de gravidez de uma mulher sejam feitos de acordo com o

calendário lunar. Isso significa, basicamente, considerar o seguinte:

- 1 semana lunar = 7 dias

- 1 mês lunar = 4 semanas de 7 dias = 28 dias

Como o período compreendido entre o início da gestação e o dia do parto tem cerca de

280 dias, podemos perceber que esse valor corresponde a 40 semanas. Uma vez que um

mês lunar tem 4 semanas, 40 semanas de gravidez correspondem a 10 meses lunares.

Page 2: A PARTIR DE QUAL MÊS A GESTAÇÃO DE UM FETO É CONSIDERADO UM SER HUMANO

Agora que você já compreendeu essas contas, vamos seguir adiante, falando sobre

o terceiro mês de gestação. Nesse período, compreendido entre a 9ª semana lunar e a

12ª, o embrião já possui aparência tipicamente humana. Inicialmente, ele mede mais ou

menos 28 mm, e tem aproximadamente 3 g de massa. Ao fim da 12ª semana, ele já tem

aproximados 61 mm, e 13 g.

A partir da 10ª semana, ele passará a ser considerado um feto, havendo o crescimento e

a maturação das estruturas formadas durante o período embrionário. É também nessa

fase que se inicia o desenvolvimento de sua genitália, e o processo de ossificação.

Sua cabeça ainda é bem maior que o corpo, assim como os membros superiores em

relação aos inferiores. As pálpebras não são mais transparentes, e passam a cobrir os

olhos completamente. Pescoço, mãos, pés, dedos e orelhas estão bem diferenciados; e

sua “cauda”, ainda presente no início do terceiro mês, diminui bastante, e depois deixa

de estar ali. Os mamilos e folículos pilosos começam a se desenvolver.

O sistema nervoso se aperfeiçoa cada vez mais. O feto ganha um enorme número de

neurônios, a cada minuto; e a cada dia apura mais seus cinco sentidos. O coração está

todo formado. Além disso, ele já se move, mas sutilmente; e seus rins já funcionam.

Quanto à mãe, suas mamas crescem consideravelmente, e se apresentam mais sensíveis.

Os mamilos também podem sofrer modificações, como o aumento do diâmetro e

surgimento de grânulos na aréola. A cintura se torna menos definida e, a partir desse

mês, a gestante tende a engordar cerca de um quilo a cada quatro semanas.

Os enjoos, em muitos casos, ainda se manifestam nessa fase, e as gengivas podem se

apresentar doloridas. As flutuações de humor, assim como as dores de cabeça, tendem a

se acentuar.

Algumas veias, como as da barriga, mamas e pernas; tendem a ficar mais visíveis em

virtude do aumento do volume sanguíneo. Alguns profissionais acreditam que, pelo

mesmo motivo, em algumas mulheres, cabelos e unhas podem crescer/engrossar nessa

época.

Page 3: A PARTIR DE QUAL MÊS A GESTAÇÃO DE UM FETO É CONSIDERADO UM SER HUMANO

O ANENCÉFALO É CONSIDERADO UM SER HUMANO?

a)    O anencéfalo, malgrado a sua condição, é um ser humano vivo; por isso, ele merece todo o respeito devido a qualquer ser humano; ainda mais, por se tratar de um ser humano extremamente fragilizado; a sociedade, por meio de suas Instituições, deve tutelar o respeito pleno à sua frágil vida e à sua dignidade.b)    O sofrimento da mãe é compreensível e deve ser levado plenamente a sério; mas não pode ser argumento suficiente para suprimir a vida de um bebê com anomalia. Se o sofrimento da mãe, ainda que grande, fosse considerado argumento válido para provocar um aborto, estaria sendo aprovado o princípio segundo o qual pode ser tirada a vida de um ser humano que causa sofrimento grave a um outro ser humano. Não só em caso de aborto...c)    O sofrimento da mãe, que é pessoa adulta, pode e deve ser mitigado de muitas maneiras, quer pela medicina, pela psicologia, pela religião e pela solidariedade social; além disso, trata-se de um sofrimento circunscrito no tempo, que pode mesmo dignificar a mulher que o aceita, em vista do filho; mas a vida de um bebê, uma vez suprimida, não pode ser recuperada; e o sofrimento moral decorrente de um aborto provocado pode durar uma vida inteira. Além do mais, o sofrimento da mãe e o respeito à vida e à dignidade do filho são duas realidades de grandezas e pesos muito diversos e não podem ser, simplesmente, colocados no mesmo nível; o benefício do alívio de um sofrimento não pode ser equiparado ao dano de uma vida humana suprimida.d)    É preconceituoso e fora de propósito afirmar que a dignidade da mãe é aviltada pela geração de um filho com anomalia; tal argumentação pode suscitar, ou aprofundar um preconceito cultural contra mulheres que geram um filho com alguma anomalia ou deficiência; isso sim, seria uma verdadeira agressão à dignidade da mulher.e)    O valor da vida humana não decorre da duração dessa mesma vida, ou do grau de satisfação que ela possa trazer aos outros, ou a ela própria. O ser humano é respeitável sempre, por ele mesmo; por isso, sua dignidade e seu direito à vida é intocável.f)    O cerne de toda a questão está nisso: os anencéfalos são “seres humanos”? São “seres humanos vivos”? Apesar dos argumentos contrários, não há como colocar em dúvida a resposta afirmativa às duas perguntas. Portanto, daí decorre, como conseqüência, que ele deve ser tratado como “ser humano vivo”.g)    Permanece, de toda maneira, válido que só Deus é senhor da vida e não cabe ao homem eliminar seu semelhante, dando-lhe a morte; nem mesmo aqueles seres humanos que não satisfazem aos padrões estéticos, culturais, ou de “qualidade de vida” estabelecidos pela sociedade ou pelas ideologias. A vida humana deve ser acolhida, sem pré-condições; não somos nós que damos origem a ela, mas ela é sempre um dom gratuito. Não é belo, não é digno, não é ético, diante da vida humana frágil, fazer recurso à violência, ou valer-se do poder dos fortes e  saudáveis para dar-lhe o fim, negando-lhe aquele pouco de vida que a natureza lhe concedeu. Digno da condição humana, nesses casos, é desdobrar-se em cuidados e dar largas à solidariedade e à compaixão, para acolhê-la e tratá-la com cuidado, até que seu fim natural aconteça.

Page 4: A PARTIR DE QUAL MÊS A GESTAÇÃO DE UM FETO É CONSIDERADO UM SER HUMANO

Interrupção da gravidez

A interrupção da gravidez, também conhecida como aborto terapêutico, é permitida em casos de anencefalia em diversos países.

O Brasil autorizou em 2012 a realização do aborto terapêutico para fetos com anencefalia. Até então, grávidas com fetos com anencefalia precisavam de autorização judicial para realizar o aborto.

Segundo grupos contrários à manutenção da vida do feto com anencefalia, a interrupção da gravidez nestes casos diferiria do aborto por interromper o desenvolvimento de um feto que inevitavelmente morreria durante este processo, ou logo após o parto, enquanto o aborto interromperia o desenvolvimento de um bebê normal.[12] A interrupção da gravidez seria um processo semelhante, neste caso, a tirar a vida de uma pessoa em estado terminal, a qual sabe-se que inevitavelmente irá morrer, mais cedo ou mais tarde - no caso da anencefalia, provavelmente muito cedo.[13]. Essa visão é, entretanto, contestada por grupos contrários ao aborto, que alegam que toda vida tem valor, independente de seu tempo de duração.[12]

Um estudo realizado na Alemanha, onde o aborto terapêutico é permitido, demonstrou que as mães optam menos pela interrupção da gravidez em casos de anencefalia do que em casos de síndrome de Down (trissomia do 21) (5.642 abortos em 6.141 diagnósticos pré-natais de trissomia do 21 = 91,9%; 483 abortos de 628 casos de anencefalia = 76,9%; 358 abortos de 487 casos de espinha bífida = 73,5%).[14]