a orientaÇÃo educacional em face À orientaÇÃo...

Download A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL EM FACE À ORIENTAÇÃO …dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/2015/1/PDF - Romana... · 2.1.9 2.2.1.8 Sondagem das necessidades de Orientação

If you can't read please download the document

Upload: vanthuy

Post on 30-Nov-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAIBA

    CENTRO DE HUMANIDADES

    DEPARTAMENTO DE EDUCAO

    CURSO DE PEDAGOGIA

    ROMANA RONIGRECI DIAS DA SILVA

    A ORIENTAO EDUCACIONAL EM FACE ORIENTAO

    PROFISSIONAL: UMA EXPERINCIA NO ENSINO MDIO NUMA

    ESCOLA PBLICA DE CAMPINA GRANDE

    CAMPINA GRANDE-PB 2011

  • ROMANA RONIGRECI DIAS DA SILVA

    A ORIENTAO EDUCACIONAL EM FACE ORIENTAO

    PROFISSIONAL: UMA EXPERINCIA NO ENSINO MDIO NUMA

    ESCOLA PBLICA DE CAMPINA GRANDE

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado no curso de Pedagogia da Universidade Estadual da Paraba-Departamento de Educao, para obteno do titulo de graduado.

    Orientadora: Ma. Antnia de Arajo Farias

    CAMPINA GRANDE-PB 2011

  • FICHA CATALOGRFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UEPB

    S586o Silva, Romana Ronigreci Dias da. A Orientao Educacional em face Orientao Profissional [manuscrito]: uma experincia no ensino mdio numa escola pblica de Campina Grande. / Romana Ronigreci Dias da Silva . 2011.

    68f.

    Digitado. Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em

    Pedagogia) Universidade Estadual da Paraba, Centro de Educao, 2011.

    Orientao: Profa. Ma. Antnia de Arajo Farias, Departamento de Educao.

    1. Orientao educacional. 2. Cotidiano escolar. 3. Estagio. I. Ttulo.

    21. CDD 344.810 7

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Universidade Estadual da Paraba por ter me aberto as portas

    para o ingresso no Ensino Superior, em especial ao departamento de educao e a

    coordenao do curso de Pedagogia.

    A todos os professores do curso de Pedagogia, pela pacincia, dedicao e

    ensinamentos disponibilizados nas aulas. Em especial a minha Orientadora Antnia

    de Arajo Farias, pelo ensinamento e dedicao dispensados no auxilio e na

    concretizao desse Trabalho de Concluso de Curso (TCC).

    Agradeo tambm as escolas que me abriram as portas para realizao das

    prticas pedaggicas I, II, III e IV.

    Aos meus avs maternos (in memoriam), por ter sido minha estrutura familiar

    por muitos anos, me incentivando sempre a lutar pelos meus objetivos.

    A minha me Maria e a minha irm Rosenilda, por serem to dedicadas e

    amigas, por me apoiarem e acreditarem na minha capacidade, meu agradecimento

    pelas horas em que ficaram ao meu lado no me deixando desistir e me mostrando

    que sou capaz de chegar onde desejo.

    Aos meus irmos pelo carinho e ateno que sempre tiveram comigo, me

    dando apoio, tanto emocional quanto financeiro.

    As amigas que fiz durante o curso, pela verdadeira amizade que construmos

    em particular aqueles que estavam sempre ao meu lado (Ivanice, Karla, Cladia,

    Natali, Juliana) por todos os momentos que passamos durante os quatro anos de

    curso. Sem vocs essa trajetria no seria to prazerosa.

    Por fim, gostaria de agradecer aos meus amigos e amigas pelo carinho e pela

    compreenso nos momentos em que a dedicao aos estudos foi exclusiva, a todos

    que contriburam direta ou indiretamente para que esse trabalho fosse realizado meu

    eterno AGRADECIMENTO.

  • O tempo da escola se insere no tempo do tempo da vida. No podemos separ-los, mas podemos perceber os seus significados de forma diferente. Mas o sujeito da histria ser sempre o mesmo. Ajudar a compreend-lo tarefa da escola.

    Mrian Paura S. Zippin Grinspun.

  • Resumo

    O presente trabalho tem como objetivo apresentar a descrio das atividades de estgio em Orientao Educacional na Escola Estadual Dr. Elpdio de Almeida realizada no perodo de 2010 a 2011. As atividades de estagio foram organizadas em duas etapas: inicialmente observamos o cotidiano escolar e coletamos dados referentes caracterizao da escola, seus recursos materiais e humanos. Neste momento buscamos conhecer a escola em seus aspectos fsicos, administrativos e pedaggicos, visando conhecer suas condies em geral, seus projetos pedaggicos, e especificamente o trabalho da Orientao Educacional. Para conhecermos melhor o pblico discente que iramos trabalhar, aplicamos um questionrio nas turmas de primeiro, segundo e terceiro ano do turno manh do Ensino Mdio. A partir dos resultados obtidos na anlise dos questionrios elaboramos um plano de interveno em Orientao Educacional junto aos alunos, que foi direcionado para as turmas de 3 ano do turno manh. Nossa prtica esteve embasada no referencial terico que norteou o histrico de surgimento da Orientao Educacional nos Estados Unidos e no Brasil e o respaldo legal que autorizou o funcionamento da OE no Brasil.

    Palavras chave: Estgio - Orientao Educacional - cotidiano escolar.

    Abstract

    This work of Course Completion aimed to present a description of the internship activities in Educational Guidance in State School Dr. Elpidio de Almeida held in the period 2010 to 2011. The stage activities were organized in two steps: first look at the school routine and collect data on the characterization of the school, its material and human resources. At this moment we know the school in terms of physical, administrative and teaching in order to assess their condition in general, their pedagogical projects, and specifically the work of the Educational Guidance. To learn more about the audience that students would work, we applied a questionnaire in groups of first, second and third year of high school morning shift. From the results obtained from analysis of questionnaires drawn up a contingency plan in Educational Guidance to the students, which was diverted to the third grade classes from the morning shift. Our practice was grounded in the theoretical framework that guided the historical emergence of Educational Guidance in the United States and Brazil.

    Keywords: Training - Educational Guidance - school life.

  • SUMRIO

    INTRODUO ....................................................................................................... 7

    1. ORIGENS HISTORICAS DA ORIENTAO EDUCACIONAL: ESTADOS UNIDOS E NO BRASIL .................................................................................... 9

    1.1O SURGIMENTO DA ORIENTAO EDUCACIONAL NOS ESTADOS UNIDOS NO INCIO DO SCULO XX .............................................................. 9

    1.2A ORIENTAO EDUCACIONAL NO BRASIL .............................................. 12

    1.2.1 PERCURSO HISTRICO ............................................................................ 12

    1.2.2 A ORIENTAO EDUCACIONAL NO MOMENTO ATUAL ......................... 16

    2. A PRTICA EM ORIENTAO EDUCACIONAL NUMA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MDIO EM CAMPINA GRANDE-PB ......................................... 17

    2.1BASE TEORICA DA AO PROFISSIONAL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL .............................................................................................. 18

    2.2 LEVANTAMENTO DE DADOS GERAIS DA ESCOLA E DO SEU FUNCIONAMENTO ............................................................................................... 22

    2.1.2 2.2.1.1 Histria da Escola .................................................................... 23

    2.1.3 2.2.1.2 Estrutura Fsica da Escola ....................................................... 24

    2.1.4 2.2.1.3 Caracterizao da Populao Escolar ..................................... 25

    2.1.5 2.2.1.4 Aes Educativas Desenvolvidas Na Escola ........................... 26

    2.1.6 2.2.1.5 Organizao Pedaggica da Escola ........................................ 28

    2.1.7 2.2.1.6 Atuao do Servio de Orientao Educacional (SOE) na Escola .................................................................................................. 28

    2.1.8 2.2.1.7 Perfil Social e Pedaggico dos alunos do turno manh ........... 29

    2.1.9 2.2.1.8 Sondagem das necessidades de Orientao Educacional dos Alunos .................................................................................................. 33

    2.1.10 2.2.2 .......................Elaborao de um Projeto de interveno: Projeto de Orientao/Informao Profissional ..................................................... 34

    2.3DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE INTERVEO ............................. 35

    2.3.1 APRESENTAO DO PROJETO DE ORIENTAO/INTERVENO PROFISSIONAL AOS PROFESSORES................................................................ 35

    2.3.2 REALIZAO DAS SESSES DE GRUPO ................................................ 36

    2.1.11 2.3.2.1 Sesso de grupo I .................................................................... 37

    2.1.12 2.3.2.3 Sesso de grupo III .................................................................. 38

    2.1.13 2.3.2.4 Sesso de grupo IV ................................................................ 38

    2.1.14 2.3.2.5 Sesso de grupo V ................................................................. 39

    2.1.15 2.3.2.6 Sesso de grupo VI ................................................................ 39

    CONSIDERAES FINAIS ................................................................................. 41

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................... 43

    APENDICES ........................................................................................................ 45

    APENDICE A: Questionrio de sondagem do perfil dos alunos ............................ 46

    APENDICE B: Projeto de Orientao/Informao Profissional .............................. 48

    APENDICE D: Questionrio de sondagem de perfil profissional ........................... 51

    APENDICE E: A importncia da escolha profissional ............................................ 52

    APENDICE F: Fatores que interferem na escolha profissional .............................. 53

    ANEXOS .............................................................................................................. 54

    ANEXO 1: Perfil dos cursos das Universidades pblicas da Paraba .................... 55

    ANEXO 2: Teste de interesse profissional ............................................................. 62

  • 7

    INTRODUO

    Na sociedade atual visvel a importncia que a escola exerce para o

    desenvolvimento do educando no que diz respeito habilidades e competncias que

    iro nortear o exerccio de sua cidadania. Entre os responsveis para que isso

    acontea encontra-se o Orientador Educacional, responsvel pela insero social e

    pedaggica do educando na sociedade e na escola respectivamente.

    So varias as atribuies referidas ao Orientador Educacional. No Brasil o

    primeiro documento legal a fazer meno o decreto 72.846/73, que regulamentou

    a lei 5.564/68. Este documento alm de prev o exerccio da profisso tambm

    caracteriza a atuao do orientador sob uma abordagem psicolgica. O que se

    observa frequentemente na prtica, pelo menos foi isso que observamos na escola

    campo de nosso estgio, que a atuao do Orientador Educacional segue

    caminhos diferentes dos estabelecidos por lei. O que torna o trabalho do OE

    indefinido e com descredito perante a comunidade escolar.

    O presente trabalho tem como objetivo apresentar os resultados de uma

    prtica desenvolvida durante as atividades de estgio, na referida habilitao

    oferecida na Universidade Estadual da Paraba, no curso de Pedagogia, realizado

    durante o perodo de 2009 a 2010 na Escola Estadual de Ensino Mdio e

    Profissionalizante Dr. Elpdio de Almeida, no municpio de Campina Grande-PB.

    As atividades de estgio foram desenvolvidas em duas etapas e esteve sob a

    orientao da professora Maria de Lourdes Nascimento Vieira, professora do

    Departamento de Educao da Universidade Estadual da Paraba e Orientadora

    Educacional. Inicialmente observamos o cotidiano escolar e coletamos dados

    referentes caracterizao da escola, seus recursos materiais e humanos. Neste

    momento buscamos conhecer a escola em seus aspectos fsicos, administrativos e

    pedaggicos, visando conhecer suas condies em geral, seus projetos

    pedaggicos, e especificamente o trabalho da Orientao Educacional.

    Para conhecermos melhor o pblico discente que iramos trabalhar, aplicamos

    um questionrio nas turmas de primeiro, segundo e terceiro ano do turno manh do

    Ensino Mdio. A partir dos resultados obtidos na anlise dos questionrios

    elaboramos um plano de interveno em Orientao Educacional junto aos alunos,

    que foi direcionado para as turmas de 3 ano do turno manh e executado pelo

  • 8

    grupo formado por cinco estagirias, ficando cada uma responsvel pela execuo

    do projeto em uma turma. O relato da prtica objeto deste trabalho se refere aos

    alunos do 3 ano B.

    O referencial terico que utilizamos para a realizao da prtica do estgio e

    para as reflexes nesse trabalho, como um todo, est interligado com a prpria

    histria da origem da Orientao Educacional nos Estados Unidos e no Brasil. Por

    isso inicialmente apresentamos um pouco do contexto histrico da Orientao

    Educacional nos Estados Unidos, e como surgiu legalmente no Brasil para em

    seguida mostrarmos a situao que a Orientao Educacional se encontra no

    contexto atual em nosso pas. Em seguida abordamos algumas teorias que

    embasam o trabalho da Orientao Educacional e nos atemos quela que trata mais

    especificamente da Orientao Profissional pelo fato de ter sido o tema que guiou

    nossa prtica pedaggica em Orientao Educacional durante o estgio.

    O trabalho est dividido da seguinte forma: na primeira parte abordamos as

    Origens Histricas da orientao Educacional nos Estados unidos e no Brasil, no

    qual enfatizamos o Surgimento da Orientao Educacional dos estados Unidos no

    inicio do sculo XX para em seguida abordarmos a Orientao Educacional no Brasil

    o seu percurso histrico e a OE no contexto atual.

    Na segunda parte relatamos a prtica em Orientao Educacional numa

    Escola Estadual de Ensino Mdio em Campina Grande, mostrando inicialmente a

    base terica da ao profissional do orientador educacional e o Planejamento para

    uma interveno, neste momento levantamos dados gerais e do funcionamento da

    escola (historia da escola, estrutura fsica, caracterizao da populao, aes

    educativas e administrativas desenvolvidas, atuao do OE, perfil social e

    pedaggico dos alunos do turno manh e sondamos necessidades de OE para

    elaborao de um projeto de interveno. Finalizamos o trabalho mostrando o

    desenvolvimento das sesses de grupo realizadas nas turmas de 3 ano B.

  • 9

    1. ORIGENS HISTORICAS DA ORIENTAO EDUCACIONAL: ESTADOS UNIDOS E NO BRASIL

    1.1 O SURGIMENTO DA ORIENTAO EDUCACIONAL NOS ESTADOS UNIDOS NO INCIO DO SCULO XX

    A Orientao Educacional, como conhecemos hoje, teve suas origens na

    primeira dcada do sculo XX nos Estados Unidos da Amrica. A Orientao

    Educacional na esfera profissional surgiu em 1895, em So Francisco, e em 1909,

    em Boston, com Frank Parsons. Ele foi responsvel por introduzir a orientao nas

    escolas pblicas de Boston e por apresentar ao mundo a Orientao Educacional,

    alm de organizar o Bureau of Vocatcnal Guindance e escrever o Choosing a

    Vocation (NRICE 1983).

    Parsons foi um educador e reformador americano cuja compreenso dos

    problemas da propriedade pblica e dos assuntos municipais fez influente entre os

    reformadores e administradores, nasceu em 14 de novembro de 1854, um estudante

    brilhante, que entrou para a Universidade de Cornell com 15 anos de idade,

    formando-se em engenharia civil. Depois de trabalhar com uma estrada de ferro que

    foi falncia, ele ensinou na escola Southbridge, Massachusetts. Decidido de que

    precisava de um diploma de Direito completou 3 anos de estudo.

    Em 1892 ele assumiu uma cadeira na Universidade de Boston, que ocupou at

    1905. Com o objetivo inicial de orientar os estudantes para uma adequada escolha

    de trabalho. O contato direto com o educando foi revelando outras demandas e

    ampliando seu campo de atuao para uma assistncia mais ampla e completa,

    orientando para a vida pessoal e social.

    O mtodo proposto por Parsons, para orientar os jovens na escolha vocacional,

    contava com trs passos: conhecer o estudante, conhecer o mundo do trabalho e

    ajustar o homem ao emprego. O Orientador devia conhecer os gostos e as

    averses, as capacidades, as experincias e as limitaes dos jovens. Assim como

    est familiarizado com o mundo das ocupaes, com os pr-requisitos para obter e

    conservar empregos de diversos tipos. Devia tambm est habituado a fazer a

    relao da tarefa com cada individuo (BECK, 1977).

    Segundo Williamson e Hahn Apud Schmidt (1942. P. (12)

  • 10

    a orientao educacional fruto de numerosos movimentos sociais, educacionais e psicolgicos, entre os quais so de salientar a mensurao cientifica dos fatos pedaggicos iniciada com Wundt, Binet, Rice, Galton e outros, a individualizao da educao da massa em funo das diferenas individuais e por fim o movimento j iniciado por Rousseau e retomado com vigor pelo grande filosofo americano John Dewey, movimento este chamado motivao resultando na mxima firmada por Dewey O interesse deve preceder ou resultar do esforo.

    Desta forma percebemos que a Orientao Educacional caminhou lado a lado

    com as transformaes sociais ocorridas durante o perodo de surgimento nos

    Estados Unidos . A atuao do Orientador Educacional seguiu um enfoque muito

    amplo, cabendo-lhe acompanhar o aluno atravs de estudo detalhado da

    personalidade, e fazendo aconselhamentos e encaminhamentos para outros

    especialistas.

    Outro fator que influiu bastante na expanso da OE nos estados Unidos foi o

    estabelecimento em 1918, pela comisso organizadora do Ensino Secundrio, dos

    sete princpios cardeais da Educao, tais como: a sade do aluno, a integrao

    satisfatria na vida familiar, a cidadania, a vocao, o uso adequado das horas de

    lazer e a formao do carter, alm da aquisio das tcnicas fundamentais

    (SCHMIDT, 1942. P. 12). Diante disso tornou-se necessrio criar um rgo

    especializado, que tomasse a si a responsabilidade pela orientao dos alunos nas

    atividades sociais e pedaggicas. Mas para isso era necessrio que estes

    profissionais tivessem um embasamento terico para afirmar sua prtica, foi

    atendendo a esta demanda que os cursos universitrios dos Estados Unidos

    incluram em seus programas seces especiais para a formao de orientadores,

    uma vez que todos os graus de ensino do pas contavam com um rgo

    especializado em Orientao.

    Em 1940 com o crescimento das cincias e das relaes humanas a

    Orientao Profissional passou a ser considerada como uma das habilitaes da

    Orientao Educacional. O processo de escolha profissional tornou-se o principal

    foco de trabalho dos Orientadores Educacionais, os quais aplicavam testes

    oscilomtricos e psicomtricos com o objetivo de traar o perfil profissional dos

    alunos.

    Yerkes e Scott desenvolveram o primeiro sistema de classificao de pessoal, em grande escala, para o exerccio dos Estados Unidos. O sistema baseava-se em cartes de

  • 11

    classificao nos quais se registravam muitos dados. Este trabalho foi realizado essencialmente com base no modelo de Parsons [...] Um dos instrumentos bsicos para coleta dos dados era o teste de inteligncia. As formas usadas foram os testes Alfa e Beta [...] Posteriormente os livros sobre a escolha de uma ocupao tornaram-se mais comuns (BECK, 1977. P. 30).

    Portanto a principal vertente da Orientao Educacional era a Orientao

    Profissional, a qual no cabia apenas ajudar o aluno na escolha de uma profisso,

    mas ajud-lo na descoberta das aptides necessrias para exerc-la com eficincia.

    A Orientao Educacional se originou das prprias necessidades humanas e isto

    est associado ao fato da educao ter deixado de ser uma exclusividade de poucos

    se estendendo para todos.

    A funo principal da Orientao Educacional, assim como da Educao

    adaptar a criana ao meio social a que est inserido. Esta se dar inicialmente na

    famlia e depois tambm atribuda escola e especificamente ao Orientador

    Educacional. A obra educativa, seja qual for o prisma por que seja encarada,

    forosamente uma ao que deve ir do maior para o menor, do mais adestrado para

    o menos preparado (SCHMIDT, 1942. P. 19).

    Na fase da adolescncia o aluno est vivenciando outra fase de sua vida, que

    segundo Vermeylen (Apud Schmidt, 1942) se distingue em trs etapas principais

    a fase de preparao, a fase de conflito e a fase de equilbrio psico-social por isso

    requer do educador uma atuao apropriada para esta fase de sua vida. Da a

    oportunidade da Orientao educacional conhecer e compreender os conflitos que

    envolvem esta fase e procurar utilizar estratgias de trabalho apropriadas.

  • 12

    1.2 A ORIENTAO EDUCACIONAL NO BRASIL

    1.2.1 PERCURSO HISTRICO

    No Brasil o sistema escolar no ficou insensvel ao movimento da orientao

    Educacional. A Orientao Educacional teve inicio no Brasil, assim como nos

    Estados Unidos, no campo especifico da Orientao Profissional. Os trabalhos

    tiveram incio em 1924, no Liceu de Artes e Ofcios de So Paulo, com o Prof.

    Roberto Mange, engenheiro Suo, que foi contratado pelo governo brasileiro para

    lecionar na Escola Politcnica de So Paulo.

    A primeira tentativa de criao do Servio de Orientao Educacional deve-se ao

    notvel educador Loureno Filho, que em 1931, diretor do departamento de

    Educao do estado de So Paulo, criou o Servio de Orientao Profissional e

    Educacional. Uma segunda tentativa de implantao foi liderada pelas educadoras

    Aracy Muniz Freire e Maria Junqueira Schmidt que em 1934, implantaram o servio

    de orientao na Escola do Comrcio Amaro Cavalcante na Prefeitura do Rio de

    Janeiro (NRECI, 1983).

    Mas ser apenas na dcada de 1940 que a expresso Orientao Educacional

    aparecer pela primeira vez na legislao brasileira, no Decreto-lei n4.073 de 30 de

    janeiro de 1942 (Lei orgnica do Ensino Industrial), seguido do n 4.424 de 9 de abril

    de 1942 (Lei Orgnica do Ensino Secundrio) e depois o n 6.141 de 28 de

    dezembro de 1943. A formulao mais precisa apareceu na lei Orgnica do Ensino

    secundrio, quando diz:

    Art. 80. Far-se-, nos estabelecimentos de ensino secundrio, Orientao Educacional. Art. 81. funo da Orientao Educacional, mediante a necessria observao, cooperar, no sentido de que cada aluno se encaminhe convenientemente nos estilos e na escolha de sua profisso, ministrando-lhe esclarecimentos e conselhos, sempre em entendimento com sua famlia. Art. 82. Cabe ainda a Orientao Educacional cooperar com os professores no sentido da boa execuo, por parte dos alunos, dos trabalhos escolares, buscar imprimir segurana e atividade aos trabalhos complementares e velar para que o estudo, a recreao e o descanso dos alunos decorram em condies de maior convenincia pedaggica.

    Em 1947, foi criado, no Rio de Janeiro, o Instituto de seleo e de Orientao

    Profissional (ISOP), pertencente Fundao Getlio Vargas, cuja direo foi

    entregue ao psiclogo Emilio Mira Y. Lopes. Esta instituio estava encarregada de

  • 13

    fazer estudos e padronizaes de testes, instrumentos de medida e preparao de

    pessoal qualificado para orientao (NRECI, 1983).

    O primeiro Manual de Trabalho dos orientadores Educacionais publicado em

    1952 conceituava as vrias modalidades de orientao, as funes do orientador e o

    regime tcnico-administrativo dos cargos de orientador educacional. Ele inspirava-se

    em parte na educational guindace (concepo americana), e em parte, na psicologia

    scolare (concepo francesa). No havendo uma concepo concreta de orientao

    educacional de acordo com a realidade brasileira (Idem).

    A Orientao Educacional no Brasil se expandiu a partir do momento em que

    passou a tambm desenvolver servios de Orientao Profissional. Segundo Bock

    (2002) os autores brasileiros que se propuseram a fazer a discusso em torno da

    orientao profissional utilizaram a classificao elaborada por Crites, que agrupa as

    teorias de orientao profissional em trs blocos: teorias no psicolgicas, teorias

    psicolgicas e teorias gerais.

    De acordo com as teorias no psicolgicas a escolha profissional resultante de

    elementos externos. Para as teorias psicolgicas so os determinantes internos do

    individuo que explicariam seus movimentos de escolha, isto , o individuo teria papel

    ativo enquanto que as condies scio-econmica-culturais teriam uma funo

    secundria. J nas teorias gerais a escolha profissional determinada ora por

    aspectos psicolgicos, ora por aspectos socioeconmicos (BOCK, 2002).

    A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) n 4.024/61 alm de reafirmar a necessidade

    da orientao Educacional estabeleceu normas para formao do Orientador

    educacional. No ttulo VIII, a legislao da educao brasileira sugere que a

    formao do Orientador Educacional seja oferecida de acordo com as necessidades

    do grau de ensino onde v atuar (Art.62). Sugere tambm que essa formao seja

    oferecida como um curso especial pela Faculdade de Filosofia (Art.63) quando se

    tratar de orientao para o nvel mdio. Portanto, mesmo com leis que a antecedem,

    ser apenas nesta legislao que se dar uma nfase maior a formao deste

    profissional

    Em 1968 o ensino superior passa por reformulao com a Lei n 5.564/68.

    Essa lei faz meno a Orientao Educacional, definindo com mais clareza a funo

    que deve ser desempenhada pelo orientador, porm no traz nenhuma modificao

    quanto formao.

  • 14

    Art. 1 A orientao educacional se destina a assistir ao educando, individualmente ou em grupo, no mbito das escolas e sistemas escolares de nvel mdio e primrio visando ao desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influncia em sua formao e preparando-o para o exerccio das opes bsicas.Art. 2 A orientao educacional ser atribuio exclusiva dos profissionais de que trata a presente Lei.

    A Lei n 4.024/61 instituiu nas escolas de Ensino Mdio e Ensino Primrio a

    Orientao tendo uma ao educativa voltada para a Orientao Educacional e

    Vocacional em cooperao com a famlia, j a legislao posterior (Lei 5.564/68)

    prev o exerccio da profisso do Orientador em que foi confirmada a linha

    psicolgizante e a funo de preveno.

    Na dcada de 1970 sob a vigncia do Regime Militar nortear a ao do

    Congresso Nacional a apreciao do projeto de Lei n 5.692/71 de Reforma do

    Ensino de 1 e 2 graus. Com sua promulgao reforou-se ainda mais a importncia

    do Orientador na escola, pois foi instituda a obrigatoriedade da Orientao

    Educacional nos Estabelecimento de 1 e 2 Graus.

    Em 1973 com a promulgao do Decreto Lei n 72.846 /73 que regulamentou

    a profisso do orientador educacional foi reforado ainda mais a presena deste

    profissional nas escolas. Segundo este Decreto so atribuies do Orientador

    Educacional (art.8): planejar e coordenar o funcionamento do servio de Orientao

    Educacional em nvel de escola e comunidade, dos rgos do Servio Pblico

    Federal, Estadual e Autrquico; coordenar a orientao vocacional, a informao

    educacional e profissional, o processo de sondagem de interesses aptides e

    habilidades do educando; sistematizar o processo de intercambio das informaes

    necessrias ao conhecimento global do educando; fazer o acompanhamento dos

    alunos e encaminhar para especialistas.

    Tambm so atribuies do Orientador Educacional participar do processo de

    identificao das caractersticas bsicas da comunidade, do processo de

    identificao da clientela escolar, elaborao do currculo pleno da escola, do

    processo de recuperao e avaliao dos alunos, do processo de integrao escola-

    famlia-comunidade.

    O Decreto Lei n 72.846/73 foi uma grande marco par a profisso do

    Orientador Educacional, pois alm de mencionar sobre a formao do Orientador

  • 15

    Educacional, tambm estabeleceu algumas atribuies para este especialista. Para

    reforar ainda mais as atribuies expressas em lei, o Ministrio da educao e

    Cultura, por meio do Departamento do Ensino Mdio fez algumas publicaes que

    seriam utilizadas para orientar o trabalho do Orientador Educacional.

    Na dcada de 1980 com o fim do Regime Militar no campo educacional

    tivemos muitos dissabores, a crise social abalada pela recesso econmica trouxe

    serias consequncias para o pas. O modelo econmico comea a enfraquecer e

    com o aumento da inflao seus reflexos so sentidos em todos os mbitos da

    sociedade, principalmente na educao, que tem neste perodo altas taxas de

    evaso e repetncia (Muribeca, 1999). Para tentar sanar esta crise educacional o

    governo passa a oferecer os mais variados cursos para todos os envolvidos

    diretamente com a educao (orientadores, supervisores, professores,

    administradores) como tentativa de reverter o quadro.

    A partir da dcada de 1980 percebe-se que h uma verdadeira unio por

    parte dos Orientadores que por meio dos congressos vo em busca de seu

    verdadeiro papel. Tentando desenvolver uma orientao voltada para o coletivo. A

    prtica educacional passou a ser comprometida com a formao poltica e social do

    aluno, e a Orientao Educacional voltou-se para reflexo de uma sociedade mais

    justa e igualitria. O seu objetivo passou a ser a escola como um todo, buscando a

    construo social, histrica, poltica de todos os envolvidos no mbito escolar. O

    orientador passa a ser considerado um agente de transformao que contribuir

    para o desenvolvimento do pensamento critico-reflexivo dos indivduos (Muribeca,

    1999).

    A dcada de 1990 foi de grandes conquistas para o nosso pas, pois a

    populao pde exercer sua cidadania por meio do voto. Devido s mudanas

    sentidas na sociedade durante este perodo a Orientao Educacional ser exercida

    com base nessas transformaes. Porm estas mudanas no sero muito

    positivas. A prpria legislao educacional deste perodo (LDB, Lei n 9394/96)

    demonstra a pouca importncia dada a este profissional, quando menciona apenas

    sobre a formao deste profissional que dever ser em nvel de ps-graduao

    (Art.64). A nova LDB Mesmo com as necessidades de traar novas atribuies para

    este profissional, no faz meno alguma, o que faz com que muitos ainda

    desempenhem funes que eram atribudas na legislao de 1973.

  • 16

    1.2.2 A ORIENTAO EDUCACIONAL NO MOMENTO ATUAL

    Atualmente devido s mudanas socioeconmicas e culturais ocorridas em

    nossa sociedade so vrios os desafios a serem enfrentados pela escola, eles esto

    ligados tanto democratizao da superao de questes de excluso, como

    tambm da efetivao de um processo de ensino aprendizagem de qualidade para

    todos. Diante desta realidade o campo de atuao da orientao se redimensionou

    para uma abrangncia muito mais ampla, hoje envolvendo questes

    epistemolgicas, filosficas, antropolgicas e sociais (GRINSPUN, 2008).

    Porm observa-se que grande parte destes profissionais permanecem

    estagnados. O que contribui para que se reforce uma imagem negativa da

    Orientao Educacional, sendo taxado como uma especialidade incapaz de

    contribuir para o desenvolvimento do projeto educacional da escola. O que refora a

    imagem negativa da orientao educacional e ocasionado algumas problemticas:

    no criao de vagas para Orientadores Educacionais no Sistema de Ensino

    Municipal e Estadual, permanecia descontinua e trabalho assistemtico do

    Orientador Educacional, solicitao do orientador nas escolas para realizao de

    mltiplas tarefas que no dizem respeito ao trabalho do Orientador, comunidade

    escolar que desconhecem o significado da Orientao Educacional e as

    perspectivas de sua atuao (Lck: 1995).

    Grinspun (2002) ao tratar da situao em que se encontra a Orientao

    Educacional nos dias de hoje defende a posio de que a orientao possui papel

    mediador junto aos demais educadores da escola, devendo buscar o resgate de

    uma educao de qualidade. Da nfase ao individual de antes, passa-se, agora, a

    reforar o aspecto coletivo, sem deixar de levar em conta que este formado por

    pessoas com particularidades nicas, ou seja, maneiras de ser e viver diferentes.

    Essas novas mudanas comeam a surgir no incio da dcada de 1990,

    quando muitos acontecimentos permitem tal processo, passando a educao e a

    orientao a andarem juntas. Mas para que a Orientao Educacional obtenha

    sucesso preciso que exista interdisciplinaridade dentro da escola, em que o

    trabalho de todos seja realizado em conjunto, conectado, no qual todos buscam os

    melhores processos e resultados (ibid, 2002). A Orientao tem que servir para esse

    novo tempo, em que O principal papel da Orientao ser ajudar o aluno na

  • 17

    formao de uma cidadania crtica, e a escola, na organizao e realizao de seu

    projeto pedaggico. (GRINSPUN, 2002, p. 29). A Orientao faz parte da educao

    e por esse motivo deve pensar, hoje, nas dimenses sociais, culturais, polticas e

    econmicas na qual ela acontece. Por esse motivo, devem-se definir as tarefas de

    um orientador engajado com as transformaes sociais, com a o momento histrico

    em que est inserido.

    2. A PRTICA EM ORIENTAO EDUCACIONAL NUMA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MDIO EM CAMPINA GRANDE-PB

  • 18

    2.1 BASE TEORICA DA AO PROFISSIONAL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

    A Orientao Educacional formal desenvolveu-se no Inicio do sculo XX,

    entretanto sua prtica to antiga quanto a historia da humanidade. Os

    pressupostos que norteavam a Orientao na Amrica do Norte era a adeso

    democrtica de sociedade, assim como a importncia dada as descries da

    personalidade sadia, que inclua traos considerados desejveis em uma

    democracia: produtividade, sade, autodomnio, esprito de cooperao, eficincia

    social e tica. Desta forma o trabalho de orientao foi considerado como um passo

    importante para aliviar os conflitos interpessoais, intergrupais e interculturais. A

    orientao na sociedade moderna pode ser considerada uma tentativa do homem

    para descobrir as verdades preexistentes a cerca de si mesmo, do seu mundo e do

    mundo dos valores para ajudar os outros a atingir determinados objetivos que no

    conseguiram obter sozinhos (BECK, 1977).

    Por isso ao Orientador Educacional cabe o papel de reconhecimento da

    realidade do educando como ser portador de algumas dificuldades que precisam ser

    superadas. Visando no apenas resultados positivos nos estudos como tambm a

    adequada integrao do educando na escola, na famlia, na sociedade e no trabalho

    (NRECI, 1983). A insero da Orientao Educacional no sistema escolar

    proporcionou um atendimento da realidade social, psicolgica e vocacional do

    educando, ou seja, a Orientao Educacional possibilitou a integrao entre

    educando e as instituies na qual est inserido.

    Portanto ao Orientador Educacional cabe o papel de manter o bom

    funcionamento do SOE atravs da coordenao e unicidade dos trabalhos na

    escola, socializar com a comunidade escolar os dados levantados, elaborar planos

    de trabalho e acompanh-los de perto, atender todos os aspectos da escola com

    intuito de propor solues para as falhas identificadas. Segundo Saltiel (Apud

    Nreci, 1983. P. 95) O Orientador um educador tendo a responsabilidade de

    estar preparado tecnicamente para conhecer e estudar o seu objeto de trabalho,

    conhecer os fatores que influem no comportamento do educando.

  • 19

    Segundo Lck (1991) existem alguns princpios que devem guiar o trabalho do

    Orientador Educacional, tais como: a Orientao educacional deve ser um processo

    dinmico, continuo cooperativo, sistemtico e integrado com o currculo da escola; a

    Orientao Educacional cabe o papel de v o aluno com um ser global que deve

    desenvolver-se em todos os seus aspectos fsicos, mental, emocional, social,

    poltico, educacional e vocacional; a Orientao educacional deve oferecer um

    servio de assistncia direta e indireta independente de etnia, classe social ou

    qualquer outro tipo de discriminao social; obrigatrio que a Orientao

    Educacional promova situaes e condies que favoream o desenvolvimento do

    educando e a preveno de possveis dificuldades.

    J para Super (Apud CRESTANI, 2000. P. 52).

    [] o papel do orientador consiste em auxiliar o indivduo no s a desenvolver uma imagem verdadeira de si mesmo e do mundo do trabalho, mas em auxili-lo, tambm, a verificar essa imagem em contato com a realidade e atualiz-la de modo satisfatrio. Ajuda-o, em particular, a compreender para onde vai, isto , as etapas pelas quais deve passar os fatores capazes de influenciar suas decises quanto carreira, a natureza das tarefas de que deve desincumbir-se para conseguir uma adaptao vocacional satisfatria, a maneira de cumprir essas tarefas e as condies que facilitem ou dificultam o seu cumprimento.

    So varias as atribuies para o Orientador Educacional, porm devido ao

    contexto de surgimento da profisso no mundo, os trabalhos foram mais

    direcionados para Orientao Profissional. Inclusive as principais teorias de

    orientao estavam voltadas para a Orientao Profissional. preciso esclarecer

    que alguns autores denominam este ramo da Orientao como Orientao

    Profissional, enquanto que outros denominam de Orientao Vocacional, porm os

    dois termos tm o mesmo significado, ou seja, a Orientao Profissional ou

    Vocacional uma tentativa de estabelecimento de sntese entre as aspiraes do

    educando, suas potencialidades e suas oportunidades (SCHMIDT Apud NRECI,

    1983).

    So vrios os fatores que direcionam o individuo a fazer uma escolha

    profissional, eles vo desde fatores econmicos, sociais at psicolgicos. Desta

    forma surgiram algumas teorias que se espelharam nestes fatores para explicar e

    justificar as razes pelas quais so determinadas a escolha profissional, tais como:

    Teorias no psicolgicas, Teorias psicolgicas e Teorias gerais.

  • 20

    As teorias no psicolgicas entendem que a escolha profissional ocorre

    devido elementos externos ao individuo, neste grupo enquadra-se a Teoria do

    Acidente, Teoria Econmica, Teoria Cultural e Sociolgica. So teorias que

    descrevem o processo de insero das pessoas no trabalho, mas no acreditam que

    o individuo tenha nenhum papel ativo quanto escolha profissional (BOCK, 2002).

    Segundo Pimenta (Apud BOCK, 2002) as Teorias no psicolgicas direcionam para

    um sociologismo ou economicismo na orientao profissional, uma vez que

    tenderiam a opor o fenmeno da escolha ao esquema cientifico da Economia e da

    Sociologia, no dando chances do individuo que decide de lidar com estes

    esquemas.

    As Teorias psicolgicas foram as que tiveram melhores repercusses no

    Brasil, quase todas as prticas desenvolvidas em nosso pas se baseiam em seus

    pressupostos. Ela analisa os determinantes internos do individuo como justificativa

    para escolha profissional, ou seja, o individuo teria papel ativo ou primrio e as

    condies socioeconmicas e culturais teriam funo secundria.

    Segundo Crites (Idem) h pelo menos quatro explicaes de Teorias

    psicolgicas: a de trao e fator, a psicodinmica e a desenvolvimentistas e as teorias

    de deciso. A teoria trao e fator foi a que deu inicio a orientao profissional, a

    mesma baseia-se na psicologia diferencial, supondo que cada indivduo tem suas

    caractersticas prprias quanto a aptides, interesses, caractersticas fsicas e traos

    de personalidade (NRECI, 1983). Pauta sua ao e fundamenta sua prtica nos

    testes vocacionais. Segundo Bock (2002. P. 29)

    A concepo de escolha aproxima-se do modelo mdico, que radiografia o sujeito, analisa os dados coletados e os sintomas, realiza um diagnstico e por fim, prope um prognstico. Na realidade, o interessado no decide, mas aceita ou no o conselho do profissional. Os instrumentos utilizados em geral mensuram as aptides, inventariam ou testam os interesses e descrevem a personalidade do individuo.

    A Teoria psicodinmica explica como as pessoas constituem sua

    personalidade e consecutivamente como se aproximam das profisses.

    Fundamentam-se na psicanlise, principalmente no desenvolvimento afetivo sexual

    para entender o desenvolvimento das aptides, interesses e caractersticas da

    personalidade (BOCK, 2002). Desta forma a escolha profissional seria resultante da

    mera curiosidade pessoal do individuo de conhecer mais sobre algo para satisfazer

  • 21

    suas necessidades. Assim, o ginecologista procuraria, de forma sublimada e

    socialmente aceita, satisfazer seus impulsos de curiosidade sexual (NRECI, 1983.

    P. 132). Outras vertentes surgiram posteriormente: a de Roe que defende a idia de

    que o individuo escolhe uma profisso visando satisfao de necessidades

    fisiolgicas, segurana, aceitao e amor, autoestima, independncia, informao,

    compreenso. J Holland acredita que quando um indivduo opta por uma

    determinada atividade profissional faz para atender o seu tipo de personalidade

    motora, intelectual, adaptativa, persuasiva, esttica. No Brasil esta teoria no

    alcanou grande xito (BOCK, 2002).

    A Teoria desenvolvimentista surgiu a partir de 1950, como contestao da

    abordagem trao e fator, criticando a idia do momento de escolha. O fato do

    individuo possuir um ciclo de vida influencia na escolha profissional, ou seja, os

    indivduos desenvolvem-se vocacionalmente, e este processo dura a vida toda. Para

    Ginzberg (Apud BOCK, 2002) o introdutor desta viso o desenvolvimento vocacional

    divide-se em trs estgios: escolha fantasia (fase que vai da infncia at os 11

    anos), tentativas de escolha (dos 12 aos 17 anos) e por fim o realista estagio que

    apresenta as fases sucessivas de explorao, cristalizao e especificao. Super

    foi o mais representativo e influente autor dessa teoria. Ele acreditava que par o

    exerccio de uma profisso necessrio que o indivduo possua caractersticas

    compatveis com a profisso. Para ele o desenvolvimento vocacional acontece

    devido a estgios denominados de crescimento, explorao, estabelecimento,

    manuteno e declnio (BOCK, 2002).

    As Teorias decisionais direcionam seus pressupostos para a administrao de

    empresas e da economia visando racionalidade das escolhas. A escolha

    resultante da analise minuciosa dos elementos que intervm no processo. Este

    modelo prope que o orientador deve ajudar o individuo a analisar os dados capazes

    de constiturem bases adequadas para o estabelecimento das decises, a coligir

    informaes que possam direcionar alternativas, e a determinar empiricamente a

    utilidade de cada escolha. De acordo com Pelletier Apud Bock (2002) esta viso no

    formula exatamente uma teoria de escolha profissional.

    As Teorias gerais explicam a escolha profissional como resultante ora por

    fatores psicolgicos, ora por fatores socioeconmicos. No entanto no formulam

    novas teorias, apenas justapem as anteriores. Blau, principal representante desta

  • 22

    linha, elabora um esquema conceitual com fundamentos da psicologia, da economia

    e da sociologia.

    A escolha profissional um processo de desenvolvimento que se estende por muitos anos, [] no h uma carreira nica em que os jovens se decidam por uma dentre todas as carreiras possveis, mas h muitas encruzilhadas em que suas vidas do passos decisivos que vo tornando limitado o rol de futuras alternativas e que, conseqentemente, influem sobre a escolha final de uma ocupao (Blau et al Apud Bock, 2002. P. 38).

    Analisar todas estas teorias importante, mas o fundamental de tudo

    entender que a determinao quanto ao exerccio profissional exige certa

    maturidade por parte de quem escolhe, requer tambm discernimento da realidade,

    como tambm reconhecimento de suas prprias possibilidades pessoais, de suas

    prprias preferncias, considerao da realidade de formao profissional e das

    oportunidades de exercer com eficincia a profisso escolhida.

    2.2 LEVANTAMENTO DE DADOS GERAIS DA ESCOLA E DO SEU FUNCIONAMENTO

    O trabalho do orientador Educacional se constitui numa atividade bastante

    ampla, pois seu campo de atuao perpassa os limites de sua formao. Para que

    seu trabalho no se torne um mero tapa buracos preciso que o mesmo tenha em

    mente de que planejar a melhor forma de organizao do trabalho. Para tanto seu

    plano deve pauta-se em algumas diretrizes: a promoo do bem-estar do educando,

    do seu desenvolvimento e de sua auto direo; levar em considerao a realidade

    socioeconmica e cultural do educando; o seu planejamento deve ser feito de forma

    que englobe todos os seguimentos da comunidade escolar; assim como todos

    tambm devem participao desta fase de planejamento (LCK, 1991).

    O plano anual de ao em orientao educacional caracteriza-se por apresentar

    metas e aes a serem desenvolvidas durante o ano. Em linhas gerais ele

    corresponde ao posicionamento, s diretrizes, a identificao, as proposies do

    orientador educacional para a escola durante o ano em curso. Sendo que ele

    apresenta algumas especificaes que o tornam dinmico e acessvel, como por

    exemplo: sua flexibilidade e sua viabilidade.

    Um plano anual dever ter uma serie de componentes, sendo que o

    descompromisso com estes componentes poder travar o desenvolver dos outros.

  • 23

    Inicialmente deve ser feita uma descrio da realidade educacional, a mesma

    envolve caracterizao geral do corpo discente (sexo faixa etria); caracterizao

    scio-econmica-cultural; caracterizao das necessidades; levantamento dos

    recursos humanos, fsicos e matrias da escola; levantamento do clima educacional,

    ou seja, identificao de normas, atitudes, entre outros na promoo do

    desenvolvimento integral do educando (LCK, 1991).

    2.2.1.1 Histria da Escola

    A Escola Estadual Dr. Elpdio de Almeida est localizada na Rua Duque de

    Caxias n 235, no bairro da Prata, Municpio de Campina Grande. Ela tem um

    histrico de surgimento bem relacionado com o contexto da cidade em que est

    localizada.

    No final da dcada de 1940, a cidade de Campina Grande contava com

    apenas trs estabelecimentos de ensino secundrio, considerados de grande porte a

    poca (Ginsio Alfredo Dantas, Pio I e Imaculada Conceio). Como a cada dia

    crescia o nmero de jovens oriundos dos diversos cursos primrios, que se

    proliferavam pela cidade e partiam em busca de um educandrio para que

    pudessem dar prosseguimento aos seus estudos, e como tais estabelecimentos de

    ensino gratuitos no atendiam a demanda, criou-se em Campina Grande um

  • 24

    movimentou de cunho cultural com o objetivo de sensibilizar o Governo do Estado,

    no sentido de que ele construsse um educandrio de grande porte que atendesse

    as necessidades da poca.

    O ento Governador Dr. Oswaldo Trigueiro ouvindo a suplica dos

    campinenses comprometeu-se na construo do estabelecimento de ensino. Porm

    um impasse surgiu, onde se construiria uma obra de tal porte? O que foi solucionado

    de pronto pelo Sr. Raimundo Viana, que doou o terreno onde hoje est edificado o

    Estadual da Prata. De imediato o Governo do Estado deu incio s obras, que em

    virtude do tamanho fsico da construo, no foi possvel conclu-la dentro do

    cronograma pr-estabelecido, s sendo inaugurados vrios anos depois. Em 31 de

    janeiro de 1953 no governo do Dr. Jos Amrico de Almeida foi inaugurado o que

    viria a ser o maior estabelecimento de ensino do Estado da Paraba (Azevedo

    Filho)1.

    Com o Decreto N 456 DE 18 de julho de 1952 lhe foi autorizado o

    funcionamento, porm foi apenas com a Resoluo N 145 de 1997 do Conselho

    Estadual de Educao que a referida escola foi reconhecida oficialmente.

    2.2.1.2 Estrutura Fsica da Escola

    A Escola Estadual Elpdio de Almeida uma unidade de ensino que j nasceu

    grande. Localizada numa rua que pode ser considerada nobre e que na sua

    circunvizinhana oferece os mais variados servios na rea clinica e diagnstica. H

    tambm prximo a escola um mercado livre (feirinha da Prata), em que so vendidos

    os mais diversos produtos. Nas proximidades tambm existe Instituies de

    Educao Infantil, Ensino Fundamental, como tambm de Ensino Superior,

    ofertadas tanto por instncias pblicas como privadas.

    1 O Professor Fernando Mrio Edson Ferreira de Azevedo Filho, tambm conhecido por Bad, nasceu em 1950 na cidade de Santana do Ipanema, Alagoas, e descendente dos Fundadores da Cidade. filho de Jos Francisco de Azevedo Filho (j falecido), Ex-combatente na 2 Guerra Mundial, e da Professora Wanda Elizabeth, que foi uma das fundadoras do Colgio Estadual da Prata. Formado em Educao Fsica, lecionou mais de 36 anos no Estado, destes, 25 na Prata, onde tambm estudou na dcada de 60. Atualmente est aposentado, mas se dedica ao resgate histrico do "Giganto da Prata".

  • 25

    A escola possui duas entradas, com escadarias e rampas que do acesso ao

    prdio principal. Logo na entrada do prdio principal existe uma sala para

    administrao, tratando-se de um espao bem amplo, porm mal distribudo, o que

    torna o espao apertado e desorganizado. Prximo a este ambiente encontra-se a

    sala dos professores, onde a m distribuio do espao torna-o tambm pequeno.

    Neste local os professores se renem sempre no intervalo (para tomar um

    cafezinho). Neste ambiente existem duas mesas bem grandes, um banheiro

    masculino e um feminino, e uma sala pequena que serve apenas de ambiente de

    espera para pais que vo procura dos professores para resolver questes

    pendentes.

    Quanto s salas de aula, a escola possui 33 salas, sendo que nem todas se

    encontram em bom estado de conservao, principalmente no andar trreo, onde

    esto localizadas as turmas de 1 ano, em que se percebe que algumas apresentam

    tetos e paredes danificadas. Possui uma biblioteca com um acervo bibliogrfico

    razovel, porm o espao muito apertado, o que dificulta a circulao dos alunos.

    Prximo biblioteca temos o laboratrio de informtica, que embora oferea aula de

    informtica ainda deixa muito a desejar, pois a sala tem apenas 13 computadores,

    porm apenas nove esto em perfeito estado de uso, fato que complica a situao,

    pois no mundo em que estamos hoje, em que o uso do computador est presente

    nos mais variados espaos, no saber utilizar esta maquina traz como consequncia

    a excluso das mais variadas instancias sociais.

    No 1 andar existe uma sala para a equipe pedaggica. Trata-se de um

    espao bem amplo, ele ocupado pela superviso, orientao e assistncia social.

    Prximo a esta sala encontra-se a secretaria, um espao muito pequeno e que para

    piorar a situao ocupado por muitos funcionrios. A escola possui tambm seis

    ambientes de laboratrios, uma sala de vdeo, um ginsio poliesportivo e um campo

    de futebol que ocupam um bom espao da rea exterior total do terreno, porm o

    estado de conservao no se encontra em boas condies, principalmente o

    campo de futebol, que se encontra mal conservado.

    2.2.1.3 Caracterizao da Populao Escolar

  • 26

    A escola ministra o Ensino Mdio e Educao Profissionalizante, sendo essa

    modalidade de ensino fixada a partir de 1974. No Ensino Mdio a escola tinha no

    ano de 2010 2.879 alunos matriculados, sendo que a maior parte deste total

    encontra-se no turno da manh. Temos 1.070 no turno da manh, 659 no turno da

    tarde e 520 no turno noturno2.

    Foto: alunos da escola Dr. Elpido de Almeida

    Ao longo de 26 anos de trabalho a escola formou 6.760 tcnicos. A

    experincia profissionalizante da escola hoje, se constitui com a oferta de cursos

    tcnicos de secretariado e gesto comercial.

    O quadro de funcionrios da escola conta com uma gestora administrativa, a

    professora Ftima Lucia C. Lacerda e os diretores adjuntos Dario Douglas da Silva e

    Ana Rejane R. Nogueira. No que se refere ao seu corpo docente escola conta com

    152 professores. A equipe de apoio conta com 96 funcionrios. J a equipe que d

    suporte pedaggico formada por uma supervisora, dois Orientadores Educacionais

    e uma assistente social.

    2.2.1.4 Aes Educativas Desenvolvidas Na Escola

    2 Dados obtidos por meio das fichas de matriculas dos alunos do ano letivo de 2010.

  • 27

    Os Conselhos Escolares so importantes meios de participao social e

    instrumento de gesto da escola, ele permite a integrao e envolvimento de todos

    os interessados por uma escola democrtica. Suas atribuies vo desde

    elaborao, aprovao, acompanhamento e avaliao da proposta ou do Projeto

    Poltico Pedaggico da escola. O Conselho da Escola Dr. Elpdio de Almeida

    procura se reunir mensalmente, porm devido implantao do Projeto Ensino

    Mdio Inovador3 isso no vem ocorrendo.

    A escola tambm tem Conselho de classe sendo que a atuao deste muito

    deficitria, pois serve apenas para salvar os alunos que no conseguem

    aprovao. Fato que pode ser considerado lamentvel, pois os mesmos podem ser

    importantes estratgias na busca de alternativas para a superao dos problemas

    pedaggicos, comunitrios e administrativos da escola (VASCONCELOS, 2000. p.

    77). Uma caracterstica que faz com que tenhamos a certeza de que o conselho de

    classe no alcance o seu objetivo primordial o fato dele tentar se organizar e se

    constituir apenas no final do ano letivo, perodo em que sabemos que a escola

    encontrasse tumultuada pelo nmero expressivo de alunos em exames finais ou at

    mesmo reprovados nestes exames.

    J no que se refere s reunies de pais, a escola devido amplitude de seu

    pblico de atendimento, procura realizar dois encontros para prestao de servios,

    na ocasio participam todos os especialistas da escola (Orientadores Educacionais,

    Supervisores Pedaggicos, psiclogo, e assistentes Sociais) e professores, que

    fazem um planto pedaggico, isto , se renem por disciplina para atender aos

    pais e prestam informaes sobre as condies de aprendizagem em que se

    encontram os alunos.

    A escola procura desenvolver aes educativas como palestras, amostras

    culturais, jogos internos (realizados aos sbados para no atrapalhar o horrio das

    aulas).

    No perodo de observao do cotidiano escolar tive a oportunidade de

    presenciar uma destas aes. Uma gincana denominada Aquecimento global, a

    mesma foi bastante privilegiada, porm no contou com a efetiva participao de

    3 Programa que pretende dar apoio tcnico e financeiro ao desenvolvimento de projetos que visem o aprimoramento de propostas curriculares para o Ensino Mdio, para que a escola tente disseminar a cultura de um currculo dinmico, flexvel e compatvel com as exigncias da sociedade contempornea.

  • 28

    toda a comunidade escolar, no conseguindo atingir todos os objetivos desejados de

    um evento deste porte.

    2.2.1.5 Organizao Pedaggica da Escola

    O Projeto Poltico Pedaggico o melhor instrumento para que a escola

    organize todo o seu trabalho pedaggico, como ressalta Veiga (1995. P. 12) Ao

    construirmos os projetos de nossas escolas, planejamos o que temos inteno de

    fazer, de realizar. Lanamo-nos para diante, com base no que temos, buscando o

    possvel.

    A escola possui sua proposta pedaggica. Em que a equipe formada pelos

    supervisores procura fazer as reformulaes e complementaes para que ele se

    adque a realidade educacional da instituio e do pblico alvo do ano vigente.

    A gesto Democrtica se constitui de muita importncia para a efetivao de

    uma escola que esteja comprometida com a formao de cidados conscientes e

    atuantes na realidade em que esto inseridos. justamente este tipo de gesto que

    percebemos que existe na Escola Dr. Elpdio de Almeida.

    No que se refere organizao dos planejamentos, a escola adota o

    planejamento bimestral como forma de sistematizar as atividades e o contedo que

    ser desenvolvido. Sendo que cada coordenador de rea se responsabiliza pela

    organizao, junto com os demais, do planejamento das atividades a serem

    desenvolvidas durante o bimestre pela disciplina.

    2.2.1.6 Atuao do Servio de Orientao Educacional (SOE) na Escola

    Diante do contexto social que estamos vivenciando o papel do Orientador

    Educacional tambm requer mudanas. O orientador deve estar comprometido no

    apenas com o Projeto Poltico Pedaggico da escola, mas tambm com o processo

    de ensino-aprendizagem, e com a formao do sujeito enquanto cidado (Grinspun

    2003). Porm isto ainda uma realidade muito distante. A prtica do Orientador

    Educacional no Brasil ainda est muito pautada pelos moldes das dcadas

  • 29

    anteriores, em que era desenvolvido um trabalho individual ou em grupos e os

    resultados no eram sentidos pela totalidade.

    Durante os meses que observamos o trabalho da Orientadora Educacional

    percebemos que a mesma ainda se sente perdida. uma faz tudo que ao mesmo

    tempo no faz nada. O lamentvel que ela tem conscincia de que deve assumir

    uma mudana de postura dentro de sua profisso, porm se sente vencida diante do

    sistema e como falta pouco tempo para se afastar das suas atividades de

    Orientao Educacional da Escola no se move para uma nova prtica

    contextualizada com a realidade escolar atual.

    Um trabalho que era para ser desenvolvido de forma articulada com os

    demais seguimentos da comunidade escolar est sendo exercido de forma

    fragmentada. A sua prtica ainda est permeada por aquele atendimento individual

    de cunho mais psicolgico do que pedaggico. Desenvolvendo um trabalho de

    secretaria, professora substituta, entre outros, a orientadora se sente til na escola.

    Embora alguns alunos se mostrem indiferentes para a importncia da atuao deste

    profissional visvel lacuna que a atuao descontextualizada que este

    profissional deixa. Os alunos podem at no ter definido exatamente qual o papel

    que deve ser exercido pelo Orientador Educacional, mas tem em mente a falta que

    faz um verdadeiro trabalho de Orientao Educacional para o processo de ensino-

    aprendizagem.

    Com uma viso romntica e maternalista assim que a orientadora do turno

    manh desenvolve suas atividades. Durante o tempo que acompanhamos sua

    atuao a mesma estava dividida entre o trabalho de dar avisos de eventos que iam

    ser desenvolvido na escola ou estava restrito ao trabalho de aconselhamento aos

    alunos que eram encaminhados para o SOE.

    2.2.1.7 Perfil Social e Pedaggico dos alunos do turno manh

    Durante nosso trabalho de observao e coleta de dados tambm

    adentramos para um melhor conhecimento do corpo discente da escola. Por meio da

    aplicao de um questionrio4 obtemos informaes a cerca da vida familiar e

    4 Consta em apndice

  • 30

    educacional dos mesmos, como tambm procuramos identificar a percepo

    mantida a cerca da escola que estudam. Estes dados foram coletados por srie,

    porm apresento aqui apenas a somatria do perfil geral dos alunos do turno

    manh.

    Uma primeira informao coletada ainda no momento de observao do

    cotidiano escolar foi a faixa etria dos alunos. O publico atendido bastante jovem

    mesmo existindo alguns alunos em idade avanada para sua srie a incidncia

    bastante baixa se considerada aos demais. Na tabela a baixo estes dados so

    melhor visualizados:

    Grfico 1

    Faixa etria 1 ano 13-20 anos 2 ano 14-27 anos 3 ano 16-23 anos

    Fonte: fichas de matriculas dos alunos do turno manh do ano de 2009

    A escola Dr. Elpdio de Almeida foi durante um bom tempo conhecida pela

    sua fama em cursos de qualificao profissional, este fator ajudou para que alunos

    de cidades circo-vizinhas procurassem este estabelecimento de ensino. Atualmente

    esta realidade ainda permanece, porm baixa a procedncia. Visualize melhor

    esta informao no grfico abaixo.

    Quanto a composio das famlias, estas geralmente so compostas por mais

    de 3 pessoas, e apesar das modificaes que vem ocorrendo na constituio desta

    instituio detectamos que em sua maioria os alunos residem com os pais.

    No que se refere a renda familiar: 2,63% responderam que a famlia sobrevive

    com menos de um salrio mnimo, 51,31% de 1 a 2 salrios, 43,42% de 3 a 4

    salrios e 1,97% no declararam. Estes dados demonstram que boas partes das

    famlias dos alunos possuem um salrio razovel.

    Diagnosticar o grau de escolaridade dos pais se constitui numa informao

    bastante til. A escolaridade dos pais dos alunos bastante diversificada,

    percebemos que entre os pais ela mais elevada que entre as mes, os dados

    entre os pais indicam que: 3,2% no estudaram 23,4% estudou apenas as sries

    iniciais do Ensino Fundamental, 15,6% estudou at a segunda fase do Ensino

  • 31

    Fundamental, 17,9% tem o Ensino Mdio Incompleto, 22,5% Ensino Mdio

    Completo, 0,9% Ensino Superior Incompleto, 12,4% Ensino Superior Completo,

    1,8% Possui Ps-graduao e 2,3% no declararam.

    J entre as mes os dados so os seguintes: 2,3 % no estudaram 14,2%

    estudou apenas as series iniciais do Ensino Fundamental, 15,1% estudou at a

    segunda fase do Ensino Fundamental, 13,3% tem o Ensino Mdio Incompleto,

    31,7% Ensino Mdio Completo, 2,8%Ensino Superior Incompleto, 7,8% Ensino

    Superior Completo e 5% Possuem Ps-graduao e 7,8% no declararam.

    Investigamos tambm sobre as profisses dos pais dos alunos e tivemos

    uma diversidade de resposta, para uma melhor apreenso dos dados agrpamo-nos

    por setor da economia. Os diagramas abaixo expressam melhor estes dados.

    Grafico 4

    Fonte: questionrio aplicado aos alunos do turno manh em 2009

    Fonte: questionrio aplicado aos alunos do turno manh em 2009

    !

    "#$$

    %

    &

    '

    (

    )

    "*

    !

    +(%

    (

  • 32

    Como a escola oferece apenas a modalidade de ensino Mdio interessante

    saber a procedncia de ensino anterior a este nvel de ensino. Constatamos que

    44,07% dos alunos estudaram apenas em escola publica, 55,26% estudaram tanto

    na pblica como na particular e 0,65% dos alunos no declararam.

    Portanto os dados mostram-nos que mais da metade dos alunos tambm

    estudaram em escola particular, geralmente os motivo que levam estes alunos a

    migrarem para a escola pblica est relacionada ao fator econmico, alunos que

    muitas vezes recebem bolsas de estudo mais que devido a uma baixa no

    desempenho escolar perdem o beneficio. Esse fator poder ser desencadeador de

    repetncia e evaso, pois o fato de estarem acostumados com uma determinada

    escola (amizades, metodologia, professores) faz com que os mesmos no se sintam

    estimulados a se dedicar aos estudos na nova escola.

    Foi nesta perspectiva que tentamos na questo seguinte sondar os motivos

    que os levaram a escolher a escola em questo. Estes motivos esto relacionados

    qualidade do ensino, a estrutura fsica da escola e a falta de condies financeiras

    dos pais para pagar uma escola particular.

    A 14 questo tentava justamente sondar a satisfao dos alunos com a

    escola tanto nos aspectos fsicos como nos aspectos pedaggicos. No que se refere

    aos aspectos fsicos 71,71% mostraram-se satisfeitos, 26,31% insatisfeitos e 1,97%

    no declararam. Quanto ao aspecto pedaggico 55,92% mostraram-se satisfeitos,

    42,76% insatisfeitos e 0,65% no declararam. Portanto, percebemos que o grau de

    satisfao com os aspectos fsicos melhor do que com os aspectos pedaggicos.

    A partir dos dados oferecidos na questo seguinte podemos perceber o quanto de

    verdadeiro permeia esta situao. No diagrama abaixo expresso de forma clara o

    desejo de mudana almejado pelos alunos.

  • 33

    Fonte: questionrio aplicado aos alunos do turno manh em 2009

    Este perfil foi apresentado aos professores, para que a partir deste

    diagnstico pudemos construir a idia de um trabalho de orientao educacional. O

    momento foi bastante proveitoso, pois estavamos coletando dados na escola a cerca

    de um uns dois meses mais ainda no tnhamos uma interao com o corpo docente

    da escola. Este entrosamento foi bastante vivel para o desenvolvimento de nossas

    prximas atividades, pois a partir do momento em que apresentamos o perfil dos

    alunos aos professores e que adentramos na discusso de se desenvolver um

    projeto de informao profissional, os mesmos se dispuseram a abrir espao de

    suas atividades para ceder aulas para execuo do projeto.

    2.2.1.8 Sondagem das necessidades de Orientao Educacional dos Alunos

    O planejamento um processo mental de organizao do trabalho extremamente

    necessria para o alcance qualitativo de resultados educacionais. atravs dele que

    traamos um esquema geral do trabalho e de seu significado no contexto escolar,

    ele tambm dimensiona, estrutura e ordena as aes que sero desencadeadas,

    tornando clara e precisa as responsabilidades quanto ao desenvolvimento das

    ,$-

    .%*/

    (0

    1

    (

    2#34

    %5%*

  • 34

    aes, evita o desperdcio de tempo, economiza recursos e esforos e garante a

    unidade ao trabalho como um todo. A partir do momento em que fomos aplicar os

    questionrios para traarmos o perfil dos alunos pudemos nos familiarizar mais com

    as necessidades da escola e do seu pblico discente. Quando nos apresentvamos

    e dizamos qual era o trabalho do Orientador Educacional, os mesmos expunham

    demandas que sentiam que fosse desenvolvida. Principalmente nas turmas de

    3ano, que estavam na tenso devido o curto perodo de tempo que tinham para

    escolha de um curso superior para prestarem o vestibular. Ao tomarem

    conhecimento do verdadeiro trabalho do Orientador Educacional os alunos se

    sentiram instigados a cobrar o desenvolvimento de trabalhos desta natureza.

    Foi na apresentao do perfil dos alunos aos professores que pudemos

    construir a idia de um trabalho de Orientao Educacional. O momento foi bastante

    proveitoso, pois estvamos coletando dados na escola a cerca de um uns dois

    meses mais ainda no tnhamos uma interao mais intensa com o corpo docente.

    Este entrosamento foi bastante vivel para o desenvolvimento de nossas prximas

    atividades, pois a partir do momento em que apresentamos o perfil dos alunos aos

    professores e que adentramos na discusso de se desenvolver um projeto de

    Orientao Profissional, os mesmos se dispuseram a abrir espao de suas

    atividades para ceder aulas para execuo do projeto.

    Portanto foi com base nesta realidade e com a idia que tnhamos a cerca do

    planejamento que nos dispusemos a planejar um projeto de Orientao Profissional

    que seria desenvolvido pelo grupo de estgios nas turmas de 3 ano manh. Para

    tanto voltamos para o espao fsico da Universidade para planejarmos as atividades,

    os procedimentos metodolgicos, os recursos humanos e matrias que iramos

    utilizar acordo com o cronograma de tempo que tnhamos dentro do tempo

    estipulado.

    2.2.2 Elaborao de um Projeto de interveno: Projeto de Orientao/Informao Profissional

    Depois de feito este levantamento e descrio da realidade, deve-se fazer uma

    analise com o objetivo de estabelecer prioridades com o intuito de identificar

    necessidades urgentes de serem superadas. Para em seguida estabelecer

  • 35

    prioridades e alternativas de ao que possibilitem a proposta de objetivos e de ao

    validos. O plano anual de ao muito importante, porm necessrio que ele seja

    detalhado em nveis de mais especificaes, isso ser feito sob a forma de projetos.

    A aplicao de projetos de pesquisa visa resolver problemas reais, imediatos do

    contexto educacional. Ela envolve a testagem de hipteses plausveis para a

    soluo dos problemas, utilizando um sistema estruturado e organizado de

    observao, registro e analise dos acontecimentos, e envolvendo uma cuidadosa

    ateno com instrumentos e procedimentos (LCK, 1991. P. 81).

    A pesquisa em ao deve ser planejada e implantada no apenas com o intuito

    de facilitar e promover resultados, mas tambm com vistas a obter evidencias

    objetivas e precisas dos resultados obtidos. Para tanto necessrio aplicao de

    mtodos cientficos em relao ao planejamento, a execuo e a avaliao da ao,

    de forma que possa testar as hipteses orientadoras (LCK, 1991). Assim como no

    plano o projeto de pesquisa tambm deve conter alguns componentes: descrio e

    analise do problema, hiptese de soluo do problema, objetivos do projetivos que

    se pretende alcanar coma execuo do projeto, estratgias e atividades que sero

    desenvolvidas, cronograma de execuo e avaliao do projeto de pesquisa5.

    2.3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE INTERVEO

    2.3.1 APRESENTAO DO PROJETO DE ORIENTAO/INTERVENO PROFISSIONAL AOS PROFESSORES

    O projeto de Orientao e Informao profissional foi uma iniciativa do grupo

    de estgio em orientao Educacional formada pelas alunas do curso de pedagogia

    na habilitao em Orientao educacional 2010.1. O mesmo foi desenvolvido pelas

    5 integrantes do grupo, sendo que cada uma ficou responsvel pela execuo das

    sees de grupo em uma turma de 3ano.

    5 O projeto na integra encontra-se em apndice

  • 36

    Antes de iniciarmos a execuo do projeto propriamente dito o apresentamos

    tanto aos professores quanto aos alunos. Por meio de um Folder contendo todas as

    fases do projeto demonstramos rapidamente o que iramos trabalhar durante o

    perodo de tempo estabelecido no cronograma.

    A apresentao aos professores ocorreu na sala dos professores e contou

    com a participao da sua maioria. Esse momento foi importante porque a partir de

    ento j entregamos um cronograma mostrando quantas aulas seriam necessrias

    para execuo do projeto e contamos com a colaborao dos mesmos para

    cederem uma aula por semana para que a execuo das atividades fosse possvel.

    A credibilidade depositada no nosso trabalho foi tamanha que no houve rejeio

    por parte de nenhum.

    2.3.2 REALIZAO DAS SESSES DE GRUPO

    O planejamento das sees foi feito de forma que obedecesse a uma sequncia

    lgica das atividades que iramos desenvolver. Como se tratava de um projeto de

    Orientao e Informao Profissional, teramos que comear justamente pela parte

    da orientao, ou seja, teramos de desenvolver discusses que trabalhassem as

    aptides, o processo de escolha, os fatores que interferem, entre outros. Para s

    depois partimos para a informao e descrio dos cursos existentes a nvel

    Estadual.

    As sees cinco sees de grupo foram desenvolvidas na turma de 3ano B,

    turma que contava com um nmero expressivo de alunos (50) e que durante o

    desenvolvimento das primeiras atividades se mostrou trabalhosa, mas com o

    decorrer da execuo do projeto apresentou mudanas bastante significativas.

  • 37

    Foto: alunos do 3 ano manh da Escola Dr. Elpido de Almeida

    2.3.2.1 Sesso de grupo I

    Na primeira sesso de grupo apresentamos aos alunos do 3 ano B um folder

    contendo as seis sesses de grupo que seriam desenvolvidas. A apresentao ficou

    a cargo de cada integrante responsvel por uma turma. Os alunos se sentiram

    instigados a ver como desenvolveramos nosso trabalho, pois estava prximo de

    fazerem a escolha do curso para prestarem o vestibular nas universidades pblicas

    do Estado.

    No mesmo dia tambm aplicamos um pequeno questionrio contendo algumas

    perguntas sondando sobre os interesses profissionais dos alunos e os cursos e

    profisses que gostariam de obter mais informaes. Este questionrio foi muito til

    para o desenvolvimento das prximas sees, pois foram muitas as opes e

    duvidas profissionais dos alunos e consequentemente o vasto campo de informao

    que teramos de trazer para sala de aula.

    2.3.2.2 Sesso de grupo II

    O tema da segunda sesso foi vocao na sociedade contempornea. Teve por

    objetivo: refletir sobre a importncia que o exerccio de uma profisso tem na

  • 38

    sociedade contempornea e os principais fatores que interferem na escolha

    profissional, ou seja, o exerccio de uma profisso. A partir da leitura em grupo de

    dois textos6 (um que reflete sobre a importncia da escolha profissional e outro

    sobre os principais fatores que interferem na escolha de uma profisso) discutimos a

    problema que envolve o tema. Para isso utilizamos como Recursos materiais textos

    xerocados.

    Esta segunda sesso foi bastante trabalhosa, pois devido ao curto perodo de

    tempo que tnhamos para trabalhar tivemos que fazer as atividades de forma

    aligeirada e o contedo trabalhado nesta seo era algo que tinha de ser mais

    debatido. Mas infelizmente tivemos de ficar apenas na superficialidade.

    2.3.2.3 Sesso de grupo III

    O tema da terceira sesso foi s formas de ingresso nas Universidades e

    cursos de nvel superior existentes na Paraba. O objetivo da atividade foi apresentar

    as formas de ingresso na Universidade; Informar os alunos sobre os cursos de nvel

    superior existentes nas universidades da Paraba (UEPB, UFCG, UFPB, UNESC,

    FACISA); as diferenas entre Licenciatura e Bacharelado; apresentao do perfil dos

    cursos escolhidos pelos alunos. Para isso Realizamos encontros para apresentao

    das formas de ingresso na Universidade (Vestibular e Enem), seguida da

    apresentao das instituies de ensino superior existentes na Paraba e a

    exposio dos cursos pertencentes a cada rea (sade, humana, tecnologia, e

    exatas); apresentao detalhada dos cursos que foram requisitados maiores

    informaes pelos alunos da turma de 3 ano B do turno manh, destacando: perfil

    profissional, tempo de durao do curso, campus de localizao e Instituio de

    ensino que oferece. Os Recursos materiais utilizados foram: relao dos cursos de

    nvel superior existentes na Paraba7, Manuais do Candidato da UEPB, e UFCG, e

    papel. Esta seo foi bem interessante, os alunos bastante participativos

    questionavam, tiravam duvidas. E se sentiram motivados para as outras sees. T

    2.3.2.4 Sesso de grupo IV

    6 Em apndice 7 Consta em anexo

  • 39

    Na Quarta sesso o tema trabalhado foi Concorrncia e aptides, teve por

    Objetivo: discutir a concorrncia a qual esto submetidos os alunos que prestam

    vestibulares e as aptides que devem ser consideradas na hora da escolha da

    profisso. A Metodologia de trabalho empregada foi realizao de uma conversa

    para discutir as questes que envolvem a seleo de ingresso nas universidades

    pblicas: concorrncia; retomada ao quadro dos cursos existentes nas trs

    universidades publicas da Paraba. Seguida da exposio de questes que norteiam

    as aptides pessoais. Os Recursos Materiais utilizados foram: Relao dos cursos

    existentes na Paraba, manuais do vestibular da UEPB E UFCG; tabelas com a

    concorrncia dos cursos das universidades pblicas da Paraba.

    2.3.2.5 Sesso de grupo V

    Na quinta sesso o tema empregado foi interesses profissionais. Teve por

    objetivo sondar os principais interesses dos alunos. Por meio da aplicao de um

    teste de interesses8 e discusso dos resultados debatemos os interesses

    profissionais dos alunos. Os Recursos Materiais utilizados foram textos xerocados.

    Ao aplicarmos este teste no deixamos de ressaltar que ele pode no ser

    considerado como uma verdade absoluta. Pois a inclinao para uma determinada

    rea do conhecimento algo que envolve mltiplos fatores. Mas mesmo assim

    alguns alunos se mostraram satisfeitos, pois diziam realmente se identificar com o

    resultado obtido.

    2.3.2.6 Sesso de grupo VI

    O projeto programava para ultima seo a realizao de um Painel

    profissiogrfico. Em que articularamos com um representante de cada rea do

    conhecimento dos cursos oferecidos em Campina Grande, para que os mesmos

    fizessem a exposio dos cursos existentes no seu Departamento atuao. Tambm

    estava programado para esta ultima seo a avaliao do projeto aplicado pelas

    alunas, porm devido grave dos professores da rede Estadual e

    8 Idem

  • 40

    conseqentemente da paralisao das atividades no foi possvel executarmos esta

    seo.

  • 41

    CONSIDERAES FINAIS

    O estgio supervisionado uma tima oportunidade para o aluno da

    graduao fazer a relao com os conhecimentos tericos apreendidos na

    Universidade. A experincia vivenciada na escola Estadual de Ensino Mdio e

    Profissionalizante Dr. Elpdio de Almeida foi bastante proveitosa para se pensar a

    importncia que a Orientao Educacional deve assumir no ensino mdio. Por ser

    transformadora da realidade, a prtica criadora. A experincia me fez pensar nas

    muitas possibilidades de trabalho que podem ser desenvolvidas no ensino mdio,

    Como tambm perceber que o prprio pblico discente sabe e sente a necessidade

    que a atuao do orientador educacional tem para o processo de ensino

    aprendizagem.

    Ao presenciar o cotidiano da Orientao Educacional de uma escola de grande

    porte como esta em Campina Grande pudemos constatar a importncia de um

    profissional da rea para o bom funcionamento da escola, assim como um melhor

    aprendizado de seus alunos. No caso especfico da Orientadora observada percebemos

    que ela acumulava muitas funes o que fazia com que ela no cumprisse sua funo

    principal. Este fato nos ajudou bastante na hora de pensar numa interveno possvel

    para a escola.

    O trabalho do Orientador Educacional no deveria ser reduzido apenas a

    diagnosticar os alunos com dificuldade de aprendizagem, e sim refletir sobre solues

    que minimizem o fracasso escolar. O papel do Orientador estaria muito mais relacionado

    a promover reflexes na escola a respeito de seus alunos e professores, das suas

    relaes, dos problemas encontrados, do currculo e dos objetivos encontrados no

    Projeto Pedaggico que, muitas vezes, no so nem do conhecimento dos que dela

    participam (Grinspun, 2002).

    Trazer a experincia da prtica vivenciada em forma de Trabalho de

    Concluso de Curso (TCC) e apresentar para uma banca examinadora uma forma

    de divulgarmos o trabalho de Orientao educacional desenvolvido, alm de

    disponibilizarmos para o restante da comunidade acadmica material que servir de

    suporte para o desenvolvimento de futuros projetos de Orientao Educacional

    nesta mesma temtica. Portanto relatar um trabalho como este uma tarefa muito

    gratificante, pois faz com que o trabalho em si transpasse os muros da sala de aula

  • 42

    onde se originou e da prpria escola que teve o privilegio de ser implementado e

    executado. Alm de ser instrumento de reflexo para prpria Orientadora da escola

    campo do estgio, que passar a pensar sobre sua atuao enquanto orientadora.

  • 43

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ASSUNAO, Maria madalena Silva de. Magistrio primrio e cotidiano escolar. Campinas, SP: Autores Associados, 1996.

    BECK, Carlton E. Fundamentos da orientao educacional. So Paulo, EPU, Ed. da Universidade de So Paulo, 1977.

    BOCK, Silvio Duarte. As teorias em Orientao Profissional. In: Orientao Profissional: a abordagem scio histrica. So Paulo; Cortez, 2002. P. 27-39.

    CRESTANI, Regina Anzolch. Orientao Vocacional, Ocupacional e Profissional numa Escola de Ensino Fundamental e Mdio. In: Orientao Profissional em ao: formao e prtica de orientadores. So Paulo: Summus, 2000. P. 48-66.

    FRISON, Lourdes Maria Bragagnolo. Competncias esperadas do Orientador educacional em diferentes espaos escolares e no escolares. Revista Prospectiva, Porto Alegre: n 27. 2002/2003. p. 65-72.

    GANDIN, Danilo; GEMERASCA, Maristela P. Planejamento Participativo na escola: O que e como se faz. 3 ed. So Paulo: LOYOLA, 2002. p.37-51.

    GRECA, Selena Maria Garcia. A importncia da informao na Orientao profissional: uma experincia com alunos do ensino mdio. In: Orientao Profissional em ao: formao e prtica de orientadores. So Paulo: Summus, 2000.

    GRINSPUN, Mrian Paura S. Zippin. O papel da Orientao Educacional diante das perspectivas atuais da escola In: Superviso e Orientao Educacional: perspectivas de integrao na escola. So Paulo: Cortez, 2004.

    LUCAS, Valria M. Borges. O orientador educacional: do discurso aos discursos. 2003.192f (Mestrado em cincias da Sociedade) Universidade Estadual da Paraba, Campina Grande: 2003, 201p.

    LCK, Heloisa. Planejamento em Orientao Educacional. 7 ed. Petrpolis: Vozes, 1991.

  • 44

    MURIBECA, Maria Lucia Maia. Contextualizando a Orientao Educacional. In: Orientao Educacional: A contextualizao de um Caminhar. Joo Pessoa: UFPB/Editora Universitria, 1999.

    NRECI, Imdio Giuseppe. Introduo Orientao Educacional. 3 ed. So Paulo: Atlas, 1983.

    SCHMIDT, Isabel Junqueira. Orientao Educacional. Porto Alegre: Livraria Globo, 1942.

    VASCONCELOS, Celso dos S. Concepo dialtico-libertadora do processo de avaliao escolar: 3 parte em busca de algumas alternativas. 11ed. So Paulo: Libertad, 2000. (Cadernos Pedaggicos do Libertad; v.3). P. 53-85.

    VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Construindo o Projeto Poltico-Pedaggico. In: Projeto Poltico-Pedaggico da escola: uma construo possvel. Campinas, SP: Papirus, 1995.

    XIMENES, Aline Novaes. Atribuies do Orientador Educacional: uma analise do real e do ideal na prtica do Orientador Educacional. 2008. 65f. 30cm. Dissertao (Mestrado). Universidade Catlica de Braslia.

    Secretaria de Educao bsica. Diretoria de concepes e Orientao Curriculares para a Educao Bsica. Coordenao Geral de Ensino Mdio. Programa: Ensino Mdio Inovador, Documento Orientador. Setembro, 2009.

    Colgio Estadual Dr. Elpdio de Almeida - Prata: Um pouco de Historia Disponvel em: < http://www.colegiodaprata.xpg.com.br/> Acesso em 10 outubro de 2009.

    http://www.comprov.ufcg.edu.br/

    http://www.coperve.ufpb.br/

    http://comvest.uepb.edu.br/

  • 45

    APENDICES

  • 46

    Universidade Estadual da Paraba Centro de Educao

    Curso: Pedagogia/Orientao Educacional Componente Curricular: Prtica pedaggica V

    Professora: Maria de Lourdes Vieira Alunas: Romana Ronigreci

    Ivanice Vieira Magna Karla

    Rosana Figueiredo

    Ns, alunas do curso de Pedagogia/Orientao Educacional da UEPB, vimos

    solicitar atravs deste questionrio a sua cooperao e empenho em responder as

    questes abaixo relacionadas. As informaes prestadas por vocs sero de grande

    importncia para a realizao da nossa prtica. Agradecemos a sua participao

    Alunas de Orientao Educacional da universidade estadual da Paraba.

    Questionrio de sondagem: perfil dos alunos

    1. Qual seu estado civil? ( ) Solteiro ( ) Casado- Tm filhos, quantos?............................... ( ) Outro

    2. Onde reside? ( ) Campina grande, Endereo:........................................... ( ) Outras cidades...............................................................

    3. Ocupao.............................................................................. 4. Voc exerce alguma atividade remunerada?

    ( ) Sim, qual o valor da remunerao.................................... ( ) no

    5. Qual o meio de transporte utilizado para vir a escola?.................................. 6. Voc reside com?

    ( ) pais ( ) me ( ) pai ( ) outros...................................... 7. Quantas pessoas residem em sua casa?..................... 8. Quantas trabalham?.................................... 9. Qual a renda familiar?

    ( )menos de um salrio mnimo ( ) De 1 a 2 salrios mnimos ( ) De 3 a 4 salrios mnimos ( ) Outros

    10. Nvel de escolaridade dos pais 10.1- pai 10.2- ( ) Ensino Fundamental incompleto ( ) Ensino Fundamental incompleto ( ) Ensino Fundamental completo ( ) Ensino Fundamental completo ( ) Ensino Mdio incompleto ( ) Ensino Mdio incompleto ( ) Ensino Mdio completo ( ) Ensino Mdio completo

  • 47

    ( ) Ensino Superior ( ) Ensino Superior 11. Profisso dos pais

    11.1- Pai..................................... 11.2- Me............................................ 12. Voc sempre estudou em: ( ) somente em Escola Pblica ( ) Escola pblica e particular 13. Por que optou em estudar nesta escola?.......................................................................... ........................................................................................................................................... 14. H quanto tempo voc estuda nesta escola?................................. 15. Voc est satisfeito com a escola nos seus aspectos: 15.1- Fsicos (sala de aula, biblioteca, quadra de esporte, tec.) ( ) Sim ( ) No 15.2- pedaggicos (ensino, metodologia, recursos didticos, tec.) ( ) Sim ( ) No 16. O que voc gostaria que melhorasse nesta escola?

  • 48

    APENDICE B: Projeto de Orientao/Informao Profissional

    JUSTIFICATIVA

    Atualmente, com a globalizao da economia, h exigncias crescentes no

    mundo profissional, frente s quais so necessrias posturas flexveis que

    respondam s demandas do mercado de trabalho. O ritmo das mudanas pede ao

    indivduo uma postura ativa, de participante da realidade, capaz de se posicionar e

    de exercer escolhas constantemente.

    Dessa forma, parece no serem teis processos de Orientao Profissional que

    reforcem uma postura passiva do sujeito e que partam do pressuposto de que este

    no tem capacidade de auferir conhecimento sobre si mesmo e sobre suas

    possibilidades. Pro