a música na cultura brasileira compactado (1)

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De volta ao passado http://www.youtube.com/watch? v=J_2OsmoBFTA

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  • 1. http://www.youtube.com/watch?v=J_2OsmoBFTA

2. MARCAS DA IDEOLOGIA TRABALHISTA DE VARGAS EM CANES DA MPB Fabiana Fernanda Steigenberger, Luiz Carlos Fernandes Resumo No final da dcada de 1930 Getlio Vargas cria o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) rgo responsvel por censurar e orientar toda criao artstica nacional incluindo a msica popular brasileira. Diante disso, os compositores so orientados a enfatizarem, no discurso ltero-musical, temas de incentivo e valorizao do trabalho, evitando referncias a comportamentos associados malandragem. Nessa perspectiva, com base no referencial terico da Anlise do Discurso de linha francesa, temos como propsito analisar as marcas discursivas reveladoras das mudanas ocorridas nesse quadro scio-histrico. Tais marcas so decorrentes da coero ideolgica exercida por essa poltica governamental no que se refere s questes trabalhistas. Dessa forma, compreendemos que os sentidos produzidos no gnero da msica popular, espao de ocorrncia de tantas prticas discursivas cotidianas, a repetio constante, estabelece e determina os limites de cada formao discursiva. Procuramos destacar tambm, no presente estudo, a importncia das marcas de adeso ou distanciamento do sujeito enunciador em relao ao discurso outro. 3. O governo de Getlio Vargas tem grande importncia para a consolidao da msica popular brasileira, especificamente o samba, no cenrio scio-histriconacional. Segundo Luna, na dcada de 30, comeou o processo de inveno social que transformou o Brasil na terra do samba dentro da perspectiva varguista da insero do samba em seus projetos-ideolgicos. (http://www.multirio.rj.gov.br/sec21/chave_artigo.asp?cod_artigo=1951). Dessa forma, o Estado procurou construir uma identidade brasileira condizente com os seus interesses por meio de canes da MPB como o samba. Esse gnero musical at ento se identificava com influncias culturais africanas, com a bomia e a malandragem, conforme nos indica Pereira: 4. As produes dos sambistas se referiam ao amor, ao jogo, a malandragem e criticavam o trabalho. No entanto, com Vargas no poder, em 1939, criado o Departamento de Imprensa e Propaganda o DIP. Esse rgo possua poderes de censura sobre toda a criao artstica nacional, incluindo a msica popular. Portanto, censurava e orientava os compositores a divulgarem os preceitos poltico- ideolgicos varguistas de valorizao do trabalho, da ordem, do civismo e do desenvolvimento, impondo a eles um discurso moralista de elogio s questes trabalhistas. 5. Meu chapu do lado Tamanco arrastando Leno no pescoo Navalha no bolso Eu passo gingando Provoco e desafio Eu tenho orgulho Em ser to vadio Sei que eles falam Deste meu proceder Eu vejo quem trabalha Anda no miser Anda no miser Eu sou vadio Porque tive inclinao Eu me lembro, era criana Tirava samba-cano (Comigo no Eu quero ver quem tem razo) E ele toca E voc canta E eu no t (Pori bor, pori bor) A primeira composio a ser analisada, intitula-se Leno no Pescoo, de Wilson Batista, gravada em 1933 por Slvio Caldas: Essa composio considerada o hino da malandragem. 6. A partir desse contexto histrico-social, com os contedos das canes sendo fiscalizados pelo DIP e censurados para evitar que pudessem influenciar o pblico contrariamente quelas idias impostas pelo Estado Novo, as canes da MPB, que aderiam a formao discursiva da malandragem, passam a assumir um novo carter. Distanciam-se dessa formao discursiva e se aproximam, devido s coeres ideolgicas, de uma formao discursiva que incentiva continuamente o trabalho. o que podemos verificar em uma das msicas disseminadas em 1941, intitulada Eu trabalhei, de Roberto Roberti e Jorge Faraj, gravada por Orlando Silva: 7. Eu hoje tenho tudo, tudo que um homem quer Tenho dinheiro, automvel e uma mulher! Mas pra chegar at o ponto em que cheguei Eu trabalhei, trabalhei, trabalhei. Eu hoje sou feliz E posso aconselhar: Quem faz o que eu j fiz S pode melhorar... E quem diz que o trabalho no d camisa a ningum No tem razo, no tem, no tem. 8. Eu te amo meu Brasil Dom e Ravel As praias do Brasil ensolaradas O cho onde o pas de elevou A mo de Deus abenoou Mulher que nasce aqui Tem muito mais amor O cu do meu Brasil tem mais estrelas O sol do meu pais mais esplendor A mo de Deus abenoou Em terras brasileiras Vou plantar amor Eu te amo meu brasil, eu te amo Meu corao e verde, amarelo e branco, azul anil Eu te amo meu Brasil, eu te amo Ningum segura a juventude do Brasil 9. Pra Frente Brasil (Copa de 1970) Noventa milhes em ao Pra frente Brasil Do meu corao Todos juntos vamos Pra frente Brasil Salve a Seleo De repente aquela corrente pra frente Parece que todo o Brasil deu a mo Todos ligados na mesma emoo Tudo um s corao! Todos juntos vamos Pra frente Brasil, Brasil Salve a Seleo Todos juntos vamos Pra frente Brasil, Brasil Salve a Seleo 10. Brasil abre a cortina do passado Tira a me preta do cerrado Bota o rei congo no congado Brasil! Pra mim! Brasil! Pra mim! Deixa cantar de novo o trovador A merencria luz da lua Toda cano do meu amor Quero ver a s dona caminhando Pelos sales arrastando O seu vestido rendado Brasil! Pra mim, pra mim, pra mim! Aquarela do Brasil 11. http://www.youtube.com/watch?v=8sIBMafJ42s 12. Baseado em um livro polmico que conta que a partir dos anos 40, a msica brasileira comeou a impressionar o mundo pelo seu potencial. Os sucessos de Ari Barroso, Carmem Miranda e Tom Jobim deixaram as corporaes artsticas espantadas e com medo do Brasil dominar o mundo. A partir da, foi criada uma corporao secreta com um nico objetivo: destruir a msica brasileira. 13. http://www.youtube.com/watch?v=QR5uH6mrYmM 14. Falta poesia da MPB. Falta poesia na arte. Alis, hoje em dia falta poesia nas pessoas. No mundo inteiro. Zizi Possi. A cantora declarou que v com certa tristeza a lgica do mercado, sempre vidos por sucessos imediatos. Para Zizi, esse mecanismo empobreceu a msica brasileira e banalizou a produo sonora. H um imediatismo. O mercado lana pessoas ao estrelato e os hits duram um vero. Depois disso, os artistas e seus hits empobrecidos so esquecidos. So substitudos por outros to pobre ou at mais pobres. Jornal correio da Paraba 04 de agosto de 2013. 15. Integrantes do Grupo: - Jos Jandui Costa de Arajo - Kleber Victor do Monte Santos - Lise Maria Torres de Melo - Lindailton Gonalves Trajano Jnior - Josenice Pereira de Lucena Brito - Juclio de Barros Souza