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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL A LOGÍSTICA REVERSA DOS RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS NA REGIÃO CENTRAL DO VALE DO TAQUARI RS Chrystian Estêvam Quinot Lajeado, novembro de 2014.

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Page 1: A LOGÍSTICA REVERSA DOS RESÍDUOS … · obtenção de colação de grau de Bacharel em Engenharia Ambiental. Prof. Rafael Rodrigo Eckhardt – orientador Centro Universitário UNIVATES

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

A LOGÍSTICA REVERSA DOS RESÍDUOS

ELETROELETRÔNICOS NA REGIÃO CENTRAL DO VALE DO

TAQUARI – RS

Chrystian Estêvam Quinot

Lajeado, novembro de 2014.

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Chrystian Estêvam Quinot

A LOGÍSTICA REVERSA DOS RESÍDUOS

ELETROELETRÔNICOS NA REGIÃO CENTRAL DO VALE DO

TAQUARI – RS

Trabalho de avaliação da disciplina de Trabalho

de Conclusão de Curso - Etapa II apresentado no

Centro Universitário UNIVATES como requisito

para a aprovação na disciplina.

Área de concentração: Resíduos Eletroeletrônicos

ORIENTADOR: Rafael Rodrigo Eckhardt

Lajeado, novembro de 2014.

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Chrystian Estêvam Quinot

A LOGÍSTICA REVERSA DOS RESÍDUOS

ELETROELETRÔNICOS NA REGIÃO CENTRAL DO VALE DO

TAQUARI – RS

A Banca Examinadora abaixo aprova o trabalho apresentado na disciplina de Trabalho

de Conclusão de Curso – Etapa II, na linha de formação específica em Engenharia

Ambiental, do Centro Universitário UNIVATES, como parte da exigência para

obtenção de colação de grau de Bacharel em Engenharia Ambiental.

Prof. Rafael Rodrigo Eckhardt – orientador

Centro Universitário UNIVATES

Mestre em Sensoriamento Remoto pela UFRGS – Porto Alegre, Brasil.

Prof. Odorico Konrad, UNIVATES,

Doutor em Engenharia Ambiental e Sanitária pela

Montanuniversitad Leoben Austria.

Prof. Filipe Vargas Zerwes, UNIVATES,

Mestre em Tecnologia Ambiental pela UNISC – Santa Cruz do Sul, Brasil.

Lajeado, novembro de 2014.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado saúde e força para superar todas as dificuldades.

Aos meus pais, Vilson e Miria, pelo amor, incentivo e apoio incondicional.

Aos familiares que, com muito carinho, não mediram esforços para que eu vencesse

essa etapa na minha vida.

Ao meu orientador, Rafael Rodrigo Eckhardt, que com sabedoria e dedicação soube

dirigir-me os passos e pensamentos na elaboração deste trabalho.

Ao professor Tiago Panizzon, pelo fornecimento de material para pesquisa do tema e

pelos conselhos e ensinamentos a mim repassados.

A todos os professores do curso, os quais foram muito importantes na minha vida

acadêmica.

A minha namorada Fabiane Taís Telöken, pela paciência, motivação e incentivo

incondicional para que eu obtivesse sucesso na realização do estudo.

Aos amigos e colegas pelo apoio constante.

Enfim, meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma auxiliaram

e doaram um pouco de si para que a conclusão deste trabalho se tornasse possível.

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RESUMO

O problema dos resíduos dos equipamentos elétricos e eletrônicos (REEE) consiste em mais

uma dificuldade que precisa ser tratada e corrigida, com vistas a elevar a condição de

gerenciamento dos referidos resíduos e também elevar a sustentabilidade ambiental. Os danos

ambientais causados pelo lixo eletrônico consistem de contaminação do solo e das águas por

metais pesados, bem como problemas econômicos e tecnológicos. No Brasil, a Lei nº

12.305/2010 instituiu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, dispondo sobre as diretrizes

relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo os perigosos,

bem como às responsabilidades dos geradores e do poder público, através da logística reversa

e da responsabilidade compartilhada. Desse modo, este estudo tem como objetivo avaliar a

compreensão da população, dos gestores públicos e das empresas (varejo) na região central do

Vale do Taquari, a respeito da logística reversa dos REEE. A metodologia utilizada para

obtenção dos resultados se deu através de pesquisa qualitativa e quantitativa nas três esferas

supracitadas, por meio da aplicação de questionários estruturados. Como resultado principal,

percebe-se alto grau de desconhecimento dos consumidores sobre o que são os REEE e dos

componentes perigosos que compõe esse tipo de resíduo, bem como o baixo conhecimento

sobre os principais responsáveis pelo recolhimento, reciclagem e destinação correta dos

mesmos. Na área do varejo, a maioria das empresas que comercializam equipamentos

eletroeletrônicos na cidade de Lajeado/RS está aplicando a logística reversa, mas apontam que

os principais problemas encontrados são a falta de incentivos fiscais e falta políticas públicas

eficazes. Os arranjos físicos e institucionais da logística reversa na região não estão

organizados de forma correta visando a obtenção dos benefícios ambientais, econômicos e

sociais que os mesmos trazem, se corretamente aplicados. No setor público constatou-se que

todos os municípios participantes do estudo possuem conhecimento sobre a Lei nº

12.305/2010, e indicaram que o melhor arranjo físico e institucional para a gestão dos

resíduos eletrônicos é que a fabricante deve definir empresas parceiras terceirizadas,

especializadas em implantar ecopontos, recolher e conduzir a reciclagem dos equipamentos e

componentes descartados, arcando com os custos, uma vez que podem obter renda destes

materiais.

Palavras-chave: Resíduos Eletroeletrônicos. Gestão Ambiental. Logística Reversa.

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ABSTRACT

The problem of electrical and electronic waste (EEW) consists in one more difficulty that

needs to be addressed and corrected, in order to increase the waste management conditions

and environmental sustainability. The environmental damage caused by electronic waste

consists on soil and water heavy metals contamination, as well as economic and technological

problems. In Brazil, Law nº 12.305/2010 established the National Policy of Solid Waste,

providing guidelines relating to the management and integrated management of solid waste,

including hazardous, as well as the responsibilities of generators and of the government,

through logistics reverse and shared responsibility. Thus, this study aims to evaluate the

understanding of population and public and business (retail) managers in the central region of

Vale do Taquari, about the reverse logistics of EEW. The methodology used to obtain the

results was to apply qualitative and quantitative research in the three aforementioned spheres,

through structured questionnaires. Thus, it is notably noticed lack of knowledge by the final

consumers about what really are the EEW and the hazardous components which composes

this kind of waste, as well as the low knowledge about the primary responsible for collection,

recycling and proper disposal of it. In the retail area, most companies that sell electronic

equipment in the city of Lajeado/RS are applying reverse logistics, but point out that the main

problems are the lack of incentives and lack effective public policies. Physical and

institutional arrangements of reverse logistics in the region are not properly arranged in order

to obtain the environmental, economic and social benefits that they bring, if properly applied.

In the public sector it was found that all surveyed municipalities have knowledge of the Law

nº 12.305/2010, and that the best physical and institutional arrangement for the management

of electronic waste is that the manufacturer must define outsourced partner companies,

specialized in deploying eco points, and collect and lead to recycling discarded components

and devices by their own expense, since these materials can earn income.

Keywords: Waste; Environmental management; Reverse Logistics.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Divisão, em percentual, dos resíduos recicláveis coletados no RS ......................... 17

Figura 2 – Níveis de intervenção da PML ................................................................................ 36

Figura 3 – Esquema simplificado da logística reversa ............................................................. 39

Figura 4 – Fluxo logístico pós-venda ....................................................................................... 40

Figura 5 – Fluxo logístico pós-consumo................................................................................... 41

Figura 6 – Área de abrangência do estudo ................................................................................ 49

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Gêneros masculino e feminino da população amostrada ...................................... 52

Gráfico 2 – Níveis de escolaridade da população amostrada .................................................. 52

Gráfico 3 – Faixas etárias da população amostrada ................................................................. 53

Gráfico 4 – Tipos de EEE presentes nas residências ................................................................ 54

Gráfico 5 – Quantidades de EEE presentes nas residências ..................................................... 55

Gráfico 6 – Número de EEE adquiridos anualmente pela população amostrada ..................... 55

Gráfico 7 – Existência de EEE estragados ou sem uso nas residências ................................... 56

Gráfico 8 – Priorização por um produto novo ou conserto do antigo ...................................... 57

Gráfico 9 – Motivo da priorização do conserto do EEE antigo................................................ 57

Gráfico 10 – Principais destinos dos EEE estragados ou sem uso ........................................... 58

Gráfico 11 – Questionamento do destino das peças danificadas .............................................. 58

Gráfico 12 – Conhecimento da população amostrada sobre REEE ......................................... 59

Gráfico 13 – Conhecimento sobre componentes presentes nos REEE .................................... 60

Gráfico 14 – Conhecimento da população amostrada sobre a Lei nº 12.305/2010 .................. 60

Gráfico 15 – Conhecimento da população sobre resíduos alvos da logística reversa .............. 61

Gráfico 16 – Responsáveis pelo recolhimento, reciclagem e descarte correto dos REEE ....... 62

Gráfico 17 – Melhor solução para os REEE pela população amostrada .................................. 63

Gráfico 18 – Conhecimento da população amostrada referente a pontos de coleta de REEE . 64

Gráfico 19 – Estímulos para encaminhamento dos REEE em pontos de coleta ...................... 64

Gráfico 20 – Pagamento ou não de taxa para destinação correta dos REEE............................ 65

Gráfico 21 – Faixa de valores que a população pagaria para destinação correta de REEE ...... 66

Gráfico 22 – Aplicação da logística reversa de REEE no varejo ............................................. 68

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Gráfico 23 – Existência de políticas nas empresas visando incentivar a devolução de REEE. 69

Gráfico 24 – Comportamentos do varejo quando acontece a devolução de um REEE ............ 70

Gráfico 25 – Existência de custos do varejo para destinação correta de REEE ....................... 71

Gráfico 26 – Principais problemas varejo para o correto funcionamento da cadeia reversa .... 72

Gráfico 27 – Visualização do melhor arranjo institucional e físico pelo varejo....................... 75

Gráfico 28 – Realização de coleta seletiva nos município entrevistados ................................. 77

Gráfico 29 – Existência de ecopontos para recolhimento de resíduos nos municípios ............ 77

Gráfico 30 – Tipos de resíduos recebidos pelos ecopontos dos municípios entrevistados ...... 78

Gráfico 31 – Frequência de campanhas de recolhimento de REEE nos municípios ................ 79

Gráfico 32 – Quantidade de REEE coletados por campanha nos municípios amostrados ....... 80

Gráfico 33 – Custos estimados, por tonelada, para a destinação correta de REEE .................. 81

Gráfico 34 – Melhor arranjo físico e institucional pelos municípios amostrados .................... 82

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Estimativa da composição gravimétrica dos RSU coletados no Brasil em 2008 15

Tabela 2 – Composição dos resíduos sólidos em diversas cidades do mundo 16

Tabela 3 – Faturamento do setor eletroeletrônico no ano de 2013 e perspectivas para 2014 20

Tabela 4 – Tempo de vida útil de alguns aparelhos eletroeletrônicos 21

Tabela 5 – Equipamentos de segurança específicos para manuseio de REEE 25

Tabela 6 – Principais metais pesados presentes nos REEE e seus danos à saúde humana 27

Tabela 7 – Benefícios da gestão ambiental 33

Tabela 8 – Família de normas ISO 14.000 34

Tabela 9 – Tipos de fluxos logísticos 39

Tabela 10 – Principais instrumentos legais referentes à gestão e gerenciamento de RS 42

Tabela 11 - Benefícios da implantação de sistemas de logística reversa 45

Tabela 12 – Opinião da população amostrada a respeito das responsabilidades dos REEE 62

Tabela 13 – Diversidade de equipamentos eletrônicos comercializados por cada empresa 67

Tabela 14– Quantidade de EEE comercializados mensalmente 67

Tabela 15 – Comportamentos das empresas quando acontece a devolução de um REEE 69

Tabela 16 – Principais problemas do varejo para implantação da logística reversa 72

Tabela 17 – Visualização do melhor arranjo institucional e físico pelo varejo 74

Tabela 18 – Tipos de resíduos recebidos pelos ecopontos dos municípios entrevistados 78

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BDI – Banco de Desenvolvimento Regional

CMMAD – Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

DVD – Digital Versatile Disc

EEE – Equipamentos elétricos e eletrônicos

EPI – Equipamento de Proteção Individual

EUA – Estados Unidos da América

ISO – International Organization for Standardization

kg – Quilogramas

LCD – Liquid Cristal Display

LED – Light Emitting Diode

ONG – Organização não governamental

PC – Personal Computers

PML – Produção mais Limpa

PNRS – Política Nacional dos Resíduos Sólidos

REEE – Resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos

RSU – Resíduos sólidos urbanos

TV – Televisão

VHS – Vídeo Home System

UE – União Europeia

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 9

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 14

2.1 Cenário da geração de resíduos .................................................................................. 14 2.2 Resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos (REEE) ...................................... 18

2.3 Composição e fatores geradores de problemas associados com os REEE ............. 26 2.4 Reutilização dos componentes de REEE ................................................................... 29

2.5 Gestão Ambiental ........................................................................................................ 31 2.6 Logística Reversa ......................................................................................................... 37

2.7 Logística Reversa pós-consumo no Brasil ................................................................. 39 2.8 Logística Reversa de REEE ........................................................................................ 44

3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 47

3.1 Gestão do REEE no Varejo ........................................................................................ 48 3.2 Gestão do REEE nos Municípios ............................................................................... 48

3.3 Gestão do REEE pela População residente ............................................................... 49

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 51

4.1 População ..................................................................................................................... 51 4.2 Varejo ........................................................................................................................... 66

4.3 Municípios .................................................................................................................... 76

5 CONCLUSÕES ............................................................................................................ 84

APÊNDICES ......................................................................................................................... 100

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO NA ÁREA DO VAREJO .................. 101

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO NOS MUNICÍPIOS ........................... 105

APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO APLICADO NA POPULAÇÃO ............................ 108

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1 INTRODUÇÃO

O crescimento populacional em ritmo acelerado, quando associado às mudanças de

hábitos, resulta em um aumento na produção de materiais e atividades, sendo que, à medida

que estes são produzidos e consumidos, resultam em um acréscimo cada vez maior na geração

de resíduos (MEDEIROS, 2012). Para suprir esse aumento, a demanda de matérias primas

consumidas na fonte é de grande monta, acarretando no comprometimento da qualidade de

vida das gerações futuras, princípio que é conhecido mundialmente como crescimento

sustentável (CMMAD, 1987).

Os resíduos, se coletados ou dispostos de maneira inadequada, acarretam em grandes

impactos ambientais, como por exemplo, a poluição das águas superficiais e subterrâneas,

contaminação do solo e do ar e a proliferação de várias doenças, tornando-se assim, um dos

maiores desafios a serem enfrentados pela população do planeta (MEDEIROS, 2012).

Conforme Monteiro (2001), a composição dos resíduos sólidos de um país ou cidade

depende, dentre outros fatores, do clima, do grau de industrialização, da cultura e da renda per

capita, sendo que a maior parte desses resíduos é de natureza orgânica, ou seja, composto por

sobras de alimentos e podas de árvores.

Considerando a elevada velocidade da inovação tecnológica da atualidade, aliada a um

aumento do poder aquisitivo da população, um dos setores da indústria que mais se

desenvolve é o setor eletroeletrônico (OLIVEIRA; BERNANDES; GERBASE, 2012), sendo

que a tendência é de um crescimento cada vez maior com o passar dos anos, como

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consequência dessas mudanças tecnológicas e da redução nos custos de produção e venda

desses produtos (ONGONDO; WILLIAMS; CHERRETT, 2011).

De acordo com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI (2012),

equipamentos eletroeletrônicos (EEE) são todos os produtos que, de uma forma ou outra,

utilizam corrente elétrica ou campos magnéticos para funcionar.

Segundo Abrantes (2013), os números de geração de resíduos eletroeletrônicos

impressionam, sendo que estes atingiram um patamar de 5% do total de resíduos produzidos

pela população mundial, resultando, desse modo, em 50 milhões de toneladas descartadas

anualmente. Desse total, 40% consistem de eletrodomésticos.

Os equipamentos eletroeletrônicos, em geral, possuem uma vida útil não muito longa,

devido à chamada obsolescência programada1 dos mesmos, ou ainda pelo surgimento

constante de novos modelos ou tecnologias, fazendo com que os consumidores acompanhem

essa evolução, transformando os equipamentos em sucata tecnológica em um curto espaço de

tempo (ANDRADE, 2002).

Dessa forma, esses equipamentos obsoletos necessitam de um descarte efetuado de

maneira correta, o que na maioria dos países não está acontecendo devido ao fato de muitos

eletroeletrônicos serem dispostos junto aos resíduos domésticos, excetuando-se os grandes

aparelhos, como geladeiras, freezers, fogões, entre outros, que muitas vezes são depositados

em garagens ou abandonados em locais incorretos (ANDRADE, 2012).

Para Xavier (2012), o ciclo de vida dos REEE é iniciado com a produção dos

equipamentos e termina com a disposição final dos mesmos, de acordo com o tempo de vida

útil de cada um, devendo somente os rejeitos serem dispostos em aterros. Os componentes

com possibilidade de reciclagem, ou qualquer outra forma de aproveitamento, devem ser

utilizados, sendo que a desmontagem e a separação de partes e peças são consideradas etapas

fundamentais para atingir a posterior valorização financeira desses resíduos.

Para isso, de acordo com Rose (2000), existem cinco estratégias básicas que podem

ser utilizadas para a reutilização dos componentes encontrados em REEE, as quais podem ser

1 Obsolescência programada: Consiste no encurtamento da vida útil de um bem ou de um produto, o qual é

projetado para que sua durabilidade ou funcionamento se dê apenas por um período reduzido, de forma que os

consumidores tenham que realizar outra compra em um espaço menor de tempo, aumentando, assim, a

lucratividade das empresas (ZANATTA, 2013).

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assim dispostas, em ordem da melhor solução para a pior, gradualmente: reúso, conserto,

remanufatura, reciclagem e descarte.

Os equipamentos elétricos e eletrônicos (EEE) são constituídos tanto de componentes

considerados perigosos, quanto de materiais com grande poder de reciclagem, como por

exemplo, o cobre (Cu), o alumínio (Al), a platina (Pt), a prata (Ag), o índio (In) e o ouro (Au),

os quais possuem alto valor agregado. As substâncias perigosas, como retardantes de chama e

metais pesados, devem ser tratados e dispostos de maneira correta, para não haver

contaminações no meio ambiente e também problemas de saúde pública (PORTUGAL;

DANTÉS, 2010).

No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010),

através da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB do ano de 2008, dos 5.564

municípios do país, apenas 2.937 (52,79%) efetuam algum controle sobre o manuseio de

resíduos especiais, tendo destaque o recolhimento de pilhas e baterias (10,99%) e lâmpadas

fluorescentes (9,46%).

Desse modo, as consequências à saúde da população quando a disposição dos REEE’s

é feita de maneira inadequada são graves, causando problemas e danos através da poluição do

solo, percolando para aquíferos, poluindo a água (subterrânea ou superficial), e do ar, através

de processos naturais como a biodigestão de resíduos (LOPES; LEITE; PRASAD, 2000).

A maneira de gerenciar a utilização dos recursos é o fator que pode aumentar ou

diminuir os impactos causados ao ambiente. Disto surge a importância de implantação de

processos de gestão apoiada em algumas variáveis, tais como diversidade de recursos

extraídos, a velocidade de extração dos mesmos, forma de disposição dos resíduos e tipo de

tratamento efetuado e a política de gestão adotada, chamados de sistemas de gestão ambiental

(JR PHILIPPI; ROMÉRO; BRUNA, 2014).

Segundo Barbieri (2007), a gestão ambiental é entendida como as diretrizes e as

atividades administrativas e operacionais, como por exemplo, planejamento, direção, controle,

alocação de recursos, entre outras, aplicadas com o intuito de obter efeitos benéficos para o

meio ambiente, seja reduzindo ou até suprimindo os problemas causados pela população, ou

evitando que os mesmos surjam.

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Em termos de evolução do sistema brasileiro de legislações ambientais e questões de

gestão ambiental nos últimos tempos, verifica-se que as dimensões institucionais e legais

tiveram uma significativa evolução. Já as dimensões técnicas ligadas ao meio ambiente

apenas foram medianamente implementadas, enquanto as dimensões operacionais encontram-

se extremamente fragilizadas. Isto significa que foram criados consideráveis aparatos

institucionais e legais, mas não condições adequadas para que o sistema funcionasse e desse

os resultados necessários (JR PHILIPPI; ROMÉRO; BRUNA, 2014).

No ano de 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, instituída pela Lei

nº 12.305/2010, foi sancionada para atender aos anseios da população no que se refere à

redução dos impactos ambientais oriundos da disposição inadequada de resíduos, como por

exemplo, os eletrônicos, os quais possuem metais pesados altamente tóxicos e lesivos à saúde

humana. Esta Lei permaneceu cerca de 21 anos no Congresso Nacional até ser sancionada,

sendo que a mesma inovou por ser a primeira legislação que discorre sobre os resíduos

eletroeletrônicos, incluindo todos os seus componentes (GUARNIERI, 2013).

A PNRS estipula que somente os rejeitos devem ser dispostos em aterros sanitários,

sendo que devem ser esgotadas todas as possibilidades de reúso ou aproveitamento dos

resíduos descartados, visando o gerenciamento compartilhado das responsabilidades previsto

pela instituição dos mecanismos da logística reversa (BRASIL, 2010a).

Além disso, a PNRS brasileira tem como objetivo principal a chamada

responsabilidade compartilhada, envolvendo a implantação de sistemas de logística reversa,

onde fabricantes, distribuidores, comerciantes, consumidores e demais responsáveis

envolvidos na cadeia produtiva possuem cada qual suas atribuições no que tange a diminuição

do volume e dos impactos dos resíduos gerados (BRASIL, 2010a).

Sendo assim, o objetivo geral deste trabalho é avaliar a logística reversa dos REEE

(mecanismos de coleta e gerenciamento da cadeia reversa) nas principais empresas que atuam

no comércio de equipamentos eletroeletrônicos, bem como a situação atual de alguns

municípios (administrações públicas) inseridos no Vale do Taquari, Rio Grande do Sul.

Também é objetivo deste trabalho a análise do grau de conhecimento por parte da população

residente no Vale do Taquari a respeito da legislação vigente envolvendo os REEE,

principalmente no que rege a responsabilidade compartilhada e a logística reversa, ambas

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implementadas pela Lei 12.305/2010 (Política Nacional dos Resíduos Sólidos), e quais são os

principais hábitos de descarte de REEE por parte dos consumidores finais.

Os objetivos específicos são descritos abaixo:

a) avaliar como as principais empresas que comercializam EEE no Vale do

Taquari estão atendendo a Logística Reversa do REEE, prevista na PNRS;

b) compreender como os municípios se vinculam com o mecanismo da Logística

Reversa dos REEE;

c) identificar os principais hábitos de descarte de EEE por parte dos consumidores

finais em alguns municípios do Vale do Taquari;

d) identificar o grau de conhecimento dos consumidores do Vale do Taquari

referente a legislação vigente envolvendo os REEE.

Ao final do trabalho espera-se atingir resultados relevantes para os objetivos propostos

anteriormente, bem como propor algumas sugestões de ações direcionadas aos consumidores,

objetivando que os mesmos possam descartar de uma forma mais correta o seu lixo eletrônico,

e também, algumas sugestões para os distribuidores a respeito do cumprimento das leis que

tratam sobre o assunto, gerando mais informações que possam auxiliar as empresas para um

incentivo maior na aplicação da logística reversa por parte dos consumidores.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Cenário da geração de resíduos

O crescimento populacional, o consumo elevado e, consequentemente, a enorme

quantidade de resíduos sólidos gerados é um grande desafio defrontado pela sociedade

moderna. O alto índice de urbanização, associado a mudanças de padrão de consumo,

resultam em problemas sérios envolvendo a destinação incorreta desses resíduos,

impulsionando, a cada dia mais, as discussões envolvendo as questões ambientais (SELPIS et.

al., 2012).

Segundo a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - CMMAD

(1987), esses avanços da humanidade ampliaram consideravelmente a qualidade e estimativa

de vida dos seres humanos. No entanto, para suprir esse aumento, a demanda de matérias

primas consumidas foi muito maior, o que acarreta no comprometimento da qualidade de vida

das gerações futuras, princípio este que foi chamado de crescimento sustentável.

A Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, a qual institui a Política Nacional dos

Resíduos Sólidos (PNRS) no Brasil, através do Art. 3º, inciso XVI, define resíduos sólidos:

Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de

atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe

proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem

como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável

seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso

soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia

disponível (BRASIL, 2010a).

Segundo Andrade (2012), independentemente dos vários problemas ambientais

ligados aos resíduos sólidos que aconteceram no decorrer da história, houve uma época que o

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assunto não foi tratado de forma digna, período o qual agravou de forma intensa esses

problemas. No entanto, atualmente, pela alta representatividade de geração, a gestão dos

resíduos sólidos vem conquistando seu espaço no cotidiano das pessoas, principalmente com

relação ao processamento, transporte e disposição final dos mesmos.

Para dispor de uma estimativa de geração dos variados tipos de resíduos produzidos,

sendo estes divididos em orgânicos, vidro, papel e papelão, plástico, aço, entre outros, por

exemplo, no Brasil, foram utilizados dados da composição gravimétrica2 média a partir de

estudos de caracterização física dos resíduos, realizados entre os anos de 1995 e 2008,

conforme Tabela 1 (BRASIL, 2011).

Tabela 1 – Estimativa da composição gravimétrica dos RSU coletados no Brasil em 2008

Resíduos Participação (%) Quantidade (t/dia)

Material Reciclável 31,9 58.527,40

Metais 2,9 5.293,50

Aço 2,3 4.213,70

Alumínio 0,6 1.079,90

Papel, papelão e tetrapak 13,1 23.997,40

Plástico total 13,5 24.847,90

Plástico filme 8,9 16.399,60

Plástico rígido 4,6 8.448,30

Vidro 2,4 4.388,60

Matéria Orgânica 51,4 94.335,10

Outros 16,7 30.618,90

Total 100 183.481,50

Fonte: Adaptado pelo autor com base no Plano Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2011).

2 Composição gravimétrica: traduz o percentual de cada componente em relação ao peso total da amostra de

resíduo analisada (MONTEIRO, 2001).

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A composição dos resíduos sólidos de um país ou cidade depende, dentre outros

fatores, do clima, da localização geográfica, da cultura e da renda per capita, sendo que a

maior parte desses resíduos é de natureza orgânica, ou seja, composto por sobras de alimentos

e podas de árvores. Portanto, em países mais desenvolvidos a quantidade de matéria orgânica

é bastante inferior, como por exemplo, em Paris (França), onde a quantidade é de apenas

16,3% do total de resíduos, contra 75,2% em Bangalore (Índia) (MONTEIRO, 2001),

conforme demonstra a Tabela 2.

Tabela 2 – Composição dos resíduos sólidos em diversas cidades do mundo

Local

Org

ân

ico

(%

)

Pa

pel

(%

)

Met

al

(%)

Vid

ro (

%)

Plástico,

borracha

e couro

(%) Têx

til

(%)

Cerâmica,

poeira,

pedra (%)

Massa

resíduo

coletado

hab/dia (g)

Bangalore, Índia 75,2 1,5 0,1 0,2 0,9 3,1 19,0 400

Manila, Filipinas 45,5 14,5 4,9 2,7 8,6 1,3 27,5 400

Assunção, Paraguai 60,8 12,2 2,3 4,6 4,4 2,5 13,2 460

Seul, Correia 22,3 16,2 4,1 10,6 9,6 3,8 33,4 2.000

Viena, Áustria 23,3 33,6 3,7 10,4 7,0 3,1 18,9 1.180

C. do México, México 59,8 11,9 1,1 3,3 3,5 0,4 20 680

Paris, França 16,3 40,9 3,2 9,4 8,4 4,4 17,4 1.430

Austrália 23,6 39,1 6,6 10,2 9,9 - 9,0 1.870

Sunnyvale, Califórnia,

EUA

39,4 40,8 3,5 4,4 9,6 1,0 1,3 2.000

Bexar Country, Texas,

EUA

43,8 34,0 4,3 5,5 7,5 2,0 2,9 1.816

Fonte: Adaptado pelo autor com base Unep (2005).

O estado do Rio Grande do Sul, segundo pesquisa realizada pelo Sistema Nacional de

Informações sobre Saneamento – SNIS realizada em 2009, possui um total de 496

municípios, onde apenas 254 declararam possuir coleta de resíduos urbanos e rurais, sendo

que 181 utilizam serviços de coleta seletiva, o que representa 42% do total. Em termos de

dados da coleta seletiva, foi verificado que 44% do material recuperado consiste em

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papel/papelão, 27% em plásticos, 11% metais, 8% vidros e os 10% restantes divididos em

demais materiais, conforme demonstra a Figura 1 (BRASIL, 2009).

Figura 1 – Divisão, em percentual, dos resíduos recicláveis coletados no RS

Fonte: Autor, baseado em Brasil (2009).

Quanto à destinação dos resíduos sólidos urbanos, dos 70 municípios gaúchos que

responderam a pesquisa supracitada, 54,29% tinham a disposição dos RSU em aterro

sanitário, 31,43% em aterro controlado e 14,29% em lixões. Comparando os valores a nível

nacional, dos 1.006 municípios brasileiros que responderam o questionário enviado pelo SNIS

(2009), 35% tem a disposição dos RSU em aterro sanitário, 27,73% em aterro controlado e

36,88% em lixão (BRASIL, 2009).

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos

Especiais – ABRELPE (2010), no Rio Grande do Sul aproximadamente 30% dos RSU

coletados ainda apresentam destinações inadequadas.

Apesar de o estado apresentar um retrato mais favorável de coleta seletiva, abrangendo

um maior número de municípios que utilizam esse serviço em relação à média do país, essas

destinações inadequadas de disposição indicam a necessidade de uma atuação mais presente

do Poder Público para o atendimento e cumprimento à Lei 12.305/2010 (Política Nacional dos

Resíduos Sólidos), a qual determina a extinção dos lixões no Brasil até o ano de 2014

(GODECKE; CHAVES e NAIME, 2012).

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Em geral, quanto maior o poder aquisitivo de uma sociedade, maior será a quantidade

de resíduos gerados e maior também será a proporção de materiais recicláveis oriundos de

embalagens (JR PHILIPPI; ROMÉRO; BRUNA, 2014).

Conforme Monteiro et. al. (2001), infelizmente a gestão de resíduos sólidos, em

muitos países, não tem conseguido a atenção que merece por parte dos órgãos públicos,

comprometendo a cada dia que passa a saúde da população, juntamente com a degradação

intensa dos recursos naturais, em especial, o solo e os recursos hídricos.

Para Andrade (2012), o nível de periculosidade de qualquer resíduo depende de suas

propriedades químicas, físicas ou infectocontagiosas, resultando como principais riscos à

saúde pública, a mortalidade ou a incidência de doenças, adquiridas pela falta de adequação

no manuseio e destinação dos resíduos.

2.2 Resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE)

Segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI (2012),

equipamentos eletroeletrônicos (EEE) são todos os produtos que, de uma forma ou outra,

utilizam corrente elétrica ou campos magnéticos para funcionar, sendo os mesmos divididos

em quatro amplas e diferentes categorias:

a) linha branca: fogões, secadoras, congeladores, refrigeradores, condicionadores

de ar;

b) linha marrom: monitores e televisores de tubo, Liquid Cristal Display (LCD),

Light Emitting Diode (LED), plasma, equipamentos de áudio, aparelhos de DVD

e VHS, filmadoras;

c) linha azul: liquidificadores, ferros elétricos, aspiradores de pó, batedeiras,

espremedores de frutas, cafeteiras, furadeiras, secadores de cabelo;

d) linha verde: computadores desktop e laptops, acessórios de informática,

telefones móveis e tablets.

Já a Diretiva 2012/19/UE, relativa aos REEE na Europa, formulada pelo Parlamento

Europeu e Conselho da União Europeia, criou dez diferentes categorias abrangendo os

resíduos eletroeletrônicos (UNIÃO EUROPEIA, 2012), conforme segue:

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a) grandes eletrodomésticos: frigoríficos, congeladores, aparelhos de

arrefecimento, máquinas de lavar roupa, secadores de roupa, máquinas de lavar louça,

fogões, fornos elétricos, micro-ondas, radiadores elétricos, ventoinhas elétricas, entre

outros;

b) pequenos eletrodomésticos: aspiradores, aparelhos utilizados na costura, tricô,

tecelagem, ferros de engomar, torradeiras, fritadeiras, moinhos, máquinas de café,

facas elétricas, secadores de cabelo, escovas de dente elétricas, aparelhos de barbear,

relógios de sala, relógios de pulso, balanças, entre outros;

c) equipamentos informáticos e de telecomunicação: macrocomputadores,

minicomputadores, computadores pessoais, notebook, laptop, notepad, impressoras,

copiadoras, máquinas de escrever elétricas ou eletrônicas, calculadoras, telefones

fixos, telefones sem fios, celulares e outros produtos ou equipamentos para transmitir

sons, imagens ou outras informações por telecomunicação;

d) equipamentos de consumo e painéis fotovoltaicos: aparelhos de rádio, de

televisão, câmeras de vídeo, gravadores de vídeo, amplificadores de áudio,

instrumentos musicais, e outros equipamentos utilizados para gravar ou reproduzir

som ou imagem, e painéis fotovoltaicos;

e) equipamentos de iluminação: aparelhos de iluminação para lâmpadas

fluorescentes, lâmpadas fluorescentes clássicas, compactas, lâmpadas de descarga de

alta intensidade, lâmpadas de sódio de baixa pressão, entre outros;

f) ferramentas elétricas e eletrônicas: barbequins, serras, máquinas de costura,

equipamentos para tornear, fresar, lixar, triturar, serrar, cortar, tosar, brocar,

ferramentas para rebitar, pregar ou aparafusar, ferramentas para soldar, entre outros;

g) brinquedos e equipamentos de desporto e lazer: conjunto de comboios elétricos

ou pistas de corrida, consoles de jogos de vídeo portáteis, jogos de vídeo,

computadores para ciclismo, mergulho, corrida, etc., caça níqueis, entre outros;

h) aparelhos médicos (com exceção dos produtos implantados e infectados):

equipamentos de radioterapia, cardiologia, diálise, de medicina nuclear, analisadores,

congeladores, testes de fertilização e outros aparelhos para detectar, evitar, controlar e

tratar doenças, lesões ou deficiências;

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i) instrumentos de monitoramento e controle: detectores de fumo, reguladores de

aquecimento, termostatos, aparelhos de medição, pesagem ou regulação, painéis de

comando, entre outros;

j) distribuidores automáticos: distribuidores automáticos de bebidas quentes,

garrafas ou latas frias, produtos sólidos, dinheiro ou qualquer aparelho que forneça

automaticamente qualquer tipo de produto.

A indústria produtora de eletroeletrônicos, de uma forma geral, tem o hábito de inovar

frequentemente as tecnologias de seus produtos para manter-se forte no mercado, o qual, por

sinal, é muito competitivo. Sendo assim, é comum um consumidor comprar, por exemplo, um

novo aparelho de telefone celular mesmo que o seu usado esteja em pleno funcionamento,

gerando equipamentos obsoletos que acabam em um mercado de segunda mão (vendidos ou

doados para reúso) ou até mesmo descartados (ABDI, 2012).

De acordo com a Associação Brasileira de Indústria Eletro e Eletrônica – ABINEE

(2012), as perspectivas para o ano de 2014 referentes ao faturamento do setor eletroeletrônico

são de crescimento de 5% em comparação com o ano de 2013, conforme demonstrado na

Tabela 3.

Tabela 3 – Faturamento do setor eletroeletrônico no ano de 2013 e perspectivas para 2014

Projeções dos principais indicadores do setor 2013 2014 2013 x 2014

Faturamento (R$ milhões) 156.565 165.132 5%

Faturamento (US$ milhões) 72.150 70.269 -3%

Exportações (US$ milhões) 7.364 7.400 0%

Importações (US$ milhões) 43.407 45.100 4%

Saldo (US$ milhões) -36.043 -37.700 5%

Número de empregados 178.000 180.000 1%

Fonte: Adaptado pelo autor com base no site da ABINEE, 2012.

O ciclo de vida dos REEE é iniciado com a produção dos equipamentos e termina com

a disposição final dos mesmos, de acordo com o tempo de vida útil de cada um (TABELA 4),

devendo somente os rejeitos serem dispostos em aterros. Os componentes com possibilidade

de reciclagem ou qualquer outra forma de aproveitamento devem ser utilizados, sendo que a

desmontagem e a separação de partes e peças são consideradas etapas fundamentais para

atingir a valorização desses resíduos (XAVIER, 2012).

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Tabela 4 – Tempo de vida útil de alguns aparelhos eletroeletrônicos

Aparelho Tempo de vida esperado (em anos)

TV 3D, LCD ou LED 20

TV de alta definição (HD) 10

TV normal 10 ou +

Tablet, Personal Computers (PC) 4

Notebook 2 a 10

Câmera de video portátil 3 a 5

GPS 10

Smartphone 2 a 5

Console de video game 10

Tocador musical portátil (Ipod) 2 a 3

Tocador de DVD 4 a 5

Câmera fotográfica digital 3 a 5

Celular 4

Computador 3 a 5

Impressora 5 ou +

Microondas 10

Geladeira 14 a 19

Lava roupa 11 a 14

Secadora 13

Lava louça 10

Condicionador de ar 10

Fonte: Adaptado pelo autor com base em Silva, 2011.

Segundo Abrantes (2013), os números de geração de resíduos eletroeletrônicos nos

dias atuais impressionam, sendo que estes atingiram um patamar de 5% do total de resíduos

produzidos pela população mundial, resultando, desse modo, em 50 milhões de toneladas

jogadas fora anualmente. Desse total, 40% se encontram na condição de eletrodomésticos.

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Dalrymple et. al. (2007) citam que os países da União Europeia (UE) dispõe de um

número estimado de aproximadamente 6,5 milhões de toneladas de REEE todo ano, com

estimativa de crescimento de 16% a 28% em 5 anos.

A quantidade anual de REEE na Alemanha é estimada entre 1 e 1,4 milhão de

toneladas, e apesar do sistema formal de coleta que os alemães possuem, alguns consumidores

ainda dispõe seus resíduos eletroeletrônicos junto com o lixo doméstico regular

(DIMITRAKAKIS et. al.,2009).

No Reino Unido, os REEE são considerados os que mais crescem no fluxo de resíduos

do país (POST, 2007). Segundo Beer (2008), estima-se que anualmente são descartados cerca

de 1 milhão de toneladas desses resíduos, incluindo computadores, geladeiras, secadores de

cabelo, televisões, entre outros.

Na Suíça, no ano de 2003, os eletroeletrônicos descartados foram responsáveis por

aproximadamente 2,6% do fluxo total de RSU. O volume é considerado abaixo da média pelo

motivo de que os suíços possuem um sistema de gestão de REEE bem definido, com clareza

dos papéis a serem desenvolvidos por cada habitante e também ótimo entendimento das

responsabilidades entre todas as partes envolvidas no sistema (KHETRIWAL; KRAEUCHI;

WIDMER, 2009).

De acordo com Terazono (2006), os países Asiáticos, atualmente, são os maiores

destinatários da maior parte dos REEE produzidos globalmente, com cerca de 80% da

quantidade total descartada em todo planeta, sendo que a China recebe 90% dessa parcela.

Li et. al. (2006) relatam que os custos trabalhistas relativamente baixos e as leis

ambientais pouco eficientes tornam a China um excelente destino para a exportação de REEE

por países desenvolvidos, o que é considerado ilegal. Os mesmos autores estimaram que até o

ano de 2010, o número de equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos obsoletos no país

seria o seguinte:

a) televisões: 58 milhões de unidades;

b) frigoríficos: 9 milhões de unidades;

c) máquinas de lavar roupa: 11 milhões de unidades;

d) condicionadores de ar: 12 milhões de unidades;

e) personal computers (PC): 70 milhões de unidades.

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Segundo Ketai (2008), a China possui um aumento na geração de REEE estimado em

13% a 15% por ano. Manomaivibool (2009) cita que na Índia não há lei específica para

regulamentar a reciclagem dos REEE nos municípios, como também não existem serviços

dedicados a coleta seletiva, tratamento ou descarte dos mesmos. O país, como vários outros,

sofre com a exportação de resíduos dos países desenvolvidos, sendo que no ano de 2007, os

REEE gerados per capita na Índia eram de 0,4 kg.

O Japão possui muitas empresas de reciclagem de equipamentos eletroeletrônicos, os

quais recuperam e recolocam no mercado componentes como ferro, alumínio, cobre, plástico

e vidro (KETAI, 2008). Segundo Meti (2010), no ano de 2009, foram coletadas 18,8 milhões

de unidades de REEE, compreendendo aparelhos de ar condicionado (12%), TV (55%),

monitores de computador de LCD e TV de plasma (1%), frigoríficos e freezers (16%) e

máquinas de lavar e secar roupas (16%), sendo que, desse total, 98% foram enviados para

usinas de reciclagem.

Para o bom funcionamento desse sistema no Japão foi implantada uma lei para a

reciclagem de eletrodomésticos, a qual tem foco principal voltado ao armazenamento dos

produtos por parte dos varejistas em pontos designados e a posterior recolha dos mesmos por

parte dos fabricantes. Ainda, a Lei exige o uso de um sistema de vale de eletrodomésticos, o

qual possibilita ao consumidor acompanhar o andamento e a fase em que o produto

descartado se encontra na cadeia de recolhimento e tratamento (HORNE e GERTSAKIS,

2006).

Nos países Africanos, exceto para a África do Sul, onde um aumento de atividades de

recuperação foi levantado, os dados sobre reciclagem e gestão de REEE são escassos. Na

Nigéria, por exemplo, não há instalações de reciclagem para estes resíduos, e para piorar,

estimou-se que em 2007 cerca de 8 milhões de telefones celulares e acessórios foram

descartados, com destinação provável em lixões a céu aberto ou aterros (OSIBANJO e

NNOROM, 2007).

Segundo Schluep et. al. (2009), estima-se que o Quênia colocou no mercado 5,4

milhões de toneladas de EEE no ano de 2007, e gerou aproximadamente 7,4 milhões de

toneladas de REEE. Mureithi e Waema (2008) relatam um crescimento de 200% na

importação de equipamentos de informática no mesmo ano, aumentando o mercado informal

do país, sendo que a principal fonte de compra de peças são os recondicionadores, seguidos

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das empresas de reciclagem, dos colecionadores e algumas empresas informais estabelecidas

em torno de operações recicladoras.

Na América do Norte, especificamente nos Estados Unidos (EUA), estima-se que 75%

dos REEE obsoletos são armazenados em sótãos, garagens, porões, armários, entre outros.

Em números, estimou-se no ano de 2002, que a cada ano, entre 20 a 24 milhões de

computadores e televisões foram armazenados ao invés de serem descartados ou reciclados

(WAGNER, 2009).

De acordo com a National Center for Electronics Recycling – NCER (2009), em 2007

foram geradas 2,25 milhões de toneladas de REEE nos EUA, sendo que cerca de 18% do que

foi coletado teve como destinação a reciclagem, e 82%, disposição em aterros. No ano de

2008, as taxas de reciclagem elevaram em 7%, com expectativas de subir ainda mais nos

próximos anos, resultado do conhecimento mais aprofundado dos programas e necessidades

de reciclagem de eletrônicos por parte dos consumidores norte americanos.

Conforme Wagner (2009), Maine foi o primeiro estado dos EUA que impôs

responsabilidade de reciclagem de REEE para os fabricantes, o que foi nomeado de

responsabilidade compartilhada. Esse projeto envolveu diretamente os produtores,

consumidores e os municípios, o que resultou em uma redução considerável na eliminação de

resíduos eletrônicos e, consequentemente, grande aumento na reciclagem desses materiais.

Na América do Sul, apesar de existirem empresas de reciclagem de REEE (mais

restritas apenas a desmontagem), as quantidades recuperadas assumem um nível muito

modesto, já que o quadro político e a infraestrutura logística não permitem grandes números a

serem reciclados (SILVA; OTT; BOENI, 2008).

No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010),

através da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB do ano de 2008, dos 5.564

municípios do país, apenas 2.937 (52,79%) efetuam algum controle sobre o manuseio de

resíduos especiais, tendo destaque o recolhimento de pilhas e baterias (10,99%) e lâmpadas

fluorescentes (9,46%).

Um estudo realizado pela Fundação Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais –

FEAM (2009) apontou que o Brasil produz cerca de 2,6 kg por habitante de resíduos

eletrônicos anualmente.

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Segundo Andrade; Fonseca; Matos (2010), em uma pesquisa feita através de

questionários, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, 36% dos entrevistados possuíam

desconhecimento total sobre o problema do lixo eletrônico. Da porcentagem das pessoas que

estavam informadas sobre o assunto, ou seja, 64%, uma quantidade considerável de 83% não

conhecia nenhum ponto de recolhimento de lixo eletrônico na cidade. Quando indagados

sobre o destino dos REEE, 36% acharam melhor doar, 34% preferiam manter em casa e 29%

destinavam para o lixo comum.

Não contemplando uma estruturação que receba todo este descarte, a maior parte dos

REEE no Brasil acaba sendo destinado ao mercado informal, onde o processamento dos

resíduos, na maioria das vezes, é feito sem o devido treinamento ou uso de equipamentos de

segurança adequados (TABELA 5), gerando vários tipos de contaminação ambiental e de

saúde pública. Parte dos equipamentos é utilizada para reúso por pequenas empresas que

comercializam equipamentos usados ou partes ainda em funcionamento ou passíveis de

conserto. Outra parcela é lançada junto ao lixo comum ou incinerada sem nenhum controle

das emissões atmosféricas, e para agravar a situação, uma fração dos REEE é triturada e

exportada de maneira ilegal para países com leis ambientais menos severas e desprovidas de

fiscalização (ABDI, 2012).

Tabela 5 – Equipamentos de segurança específicos para manuseio de REEE

Equipamento Código

Respirador purificador de ar tipo facial inteira CA 5758

Respirador purificador de ar tipo semi facial filtrante PFF2 com FBC1 CA 10579

Vestimenta de segurança tipo macacão CA 9571

Óculos de segurança CA 14290

Luvas de segurança contra agentes químicos e mecânicos CA 17306 ou 12767

Creme protetor de segurança CA 9611

Calçado de segurança com biqueira de aço CA 13217

Capacete de segurança para uso na indústria CA 12482

Fonte: Adaptado pelo autor com base em Silva, 2007.

No estado do Rio Grande do Sul, a Lei Estadual nº 11.187, de 07 de julho de 1998, é a

única legislação que dispõe sobre o descarte e destinação final de pilhas que contenham

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mercúrio metálico, lâmpadas fluorescentes, baterias de telefone celular e demais artefatos que

contenham metais pesados (RIO GRANDE DO SUL, 1998).

Para Donaire (2012), a gestão ambiental no Brasil caracteriza-se pela desarticulação

dos diferentes setores contidos no sistema, pela falta de coordenação e pela carência de

recursos financeiros e humanos com objetivo de gerenciamento das questões ligadas ao meio

ambiente.

Em termos de evolução do sistema brasileiro de legislações ambientais e questões de

gestão ambiental nos últimos tempos, verifica-se que as dimensões institucionais e legais

tiveram uma significativa evolução. Já as dimensões técnicas ligadas ao meio ambiente

apenas foram medianamente implementadas, enquanto as dimensões operacionais encontram-

se extremamente fragilizadas. Isto significa que foram criados consideráveis aparatos

institucionais e legais, mas não condições adequadas para que o sistema funcionasse e desse

os resultados necessários (JR PHILIPPI; ROMÉRO; BRUNA, 2014).

2.3 Composição e fatores geradores de problemas associados com os REEE

De acordo com a ABDI (2012), os REEE são constituídos por variados componentes,

entre eles plástico, componentes eletrônicos, vidro e mais de vinte tipos de metais pesados, os

quais estão ordenados em camadas e subcomponentes firmados com solda ou cola. Muitos

desses materiais ainda recebem esguichos com substâncias químicas, tendo a finalidade de

combater à corrosão ou retardar possíveis chamas. Na Tabela 6 são apresentados os principais

metais pesados encontrados nos resíduos eletroeletrônicos, juntamente com seus maiores

danos causados à saúde humana (DA SILVA; MARTINS; DE OLIVEIRA, 2007).

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Tabela 6 – Principais metais pesados presentes nos REEE e seus danos à saúde humana

Elemento Principais danos causados à saúde dos seres humanos

Alumínio Solos ricos em alumínio são ácidos e as plantas adaptadas nestes solos

armazenam uma devida quantidade deste metal (problemas com as funções

vitais). Alguns autores sugerem existir relação da contaminação crônica do

alumínio como um dos fatores ambientais da ocorrência do mal de Alzheimer.

Arsênio Pode ser acumulado no fígado, rins, baço, pulmões, ossos e unhas, causando

efeitos crônicos, tais como: câncer de pele e dos pulmões, anormalidades

cromossômicas e efeitos teratogênicos.

Bário Provoca efeitos no coração, constrição dos vasos sanguíneos, elevação da

pressão arterial e efeitos no sistema nervoso central, não possuindo efeitos

cumulativos.

Cádmio Acumula-se nos rins, fígado, pulmões, pâncreas, testículos e coração; possui

meia vida de 30 anos nos rins; em intoxicação crônica pode gerar

descalcificação óssea, lesão renal, enfisema pulmonar, além de efeitos

teratogênicos (deformação fetal) e carcinogênicos (câncer).

Chumbo É o mais tóxico dos elementos, acumulando-se nos ossos, cabelos, unhas,

cérebro, fígado e rins; em baixas concentrações causa dores de cabeça e anemia.

Exerce também ação tóxica na biossíntese do sangue, sistema nervoso, no

sistema renal e no fígado; constitui cumulativo de intoxicações crônicas que

provocam alterações gastrintestinais, neuromusculares e hematológicas,

podendo levar à morte.

Cobre Intoxicações como lesões no fígado

Cromo Armazena-se nos pulmões, pele, músculos e sistema adiposo, podendo provocar

anemia, alterações hepáticas e renais, além de câncer no pulmão.

Mercúrio Atravessa facilmente as paredes celulares, sendo rapidamente absorvido pelos

pulmões. Possui propriedades de precipitação de proteínas (modifica as

configurações das proteínas), sendo suficientemente grave para causar um

colapso circulatório no paciente, levando o mesmo à morte. É altamente tóxico

aos seres humanos, sendo que doses de 3g a 30g são fatais, apresentando efeito

acumulativo e provocando lesões cerebrais, além de efeitos de envenenamento

no sistema nervoso central e teratogênicos.

Níquel Carcinogênico (atua diretamente na mutação genética)

Prata 10g de Nitrato de Prata são fatais aos seres humanos.

Zinco Efeito mais tóxico sobre peixes e algas, sendo que experiências com outras

espécies são escassas.

Fonte: Adaptado de: da Silva; Martins; de Oliveira (2007).

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Desse modo, as consequências à saúde da população quando a disposição dos REEE é

feita de maneira inadequada são graves, causando problemas e danos através da poluição do

solo, percolando para aquíferos, poluindo a água (subterrânea ou superficial), e do ar, através

de processos naturais como a biodigestão de resíduos (LOPES; LEITE; PRASAD, 2000).

Por esse motivo, os resíduos provindos de EEE são considerados um dos maiores

problemas ambientais e sociais de várias cidades, sendo que as populações mais expostas aos

riscos de contaminação e possíveis portadoras de doenças são, principalmente, as que não

possuem coleta domiciliar em seu município, aonde acabam descartando os resíduos nos

arredores de casa, tornando o ambiente propício para a criação de vetores transmissores de

doenças e outros elementos que acabam degradando o meio ambiente (DA SILVA;

MARTINS; DE OLIVEIRA, 2007).

Segundo Silva (2011), os REEE, quando não esquecidos em garagens, fundo de

gavetas e armários, têm como principais destinos:

a) aterro sanitário: onde os componentes químicos existentes nos resíduos podem

escoar para o solo, promovendo danos ambientais;

b) incineração: processo que libera metais pesados no ar e na foligem, com destaque

para o mercúrio, o qual pode aglomerar-se junto à cadeia alimentar, principalmente

de peixes;

c) reúso: apesar de parecer uma boa alternativa, os eletroeletrônicos doados logo

serão descartados novamente e provavelmente serão destinados aos aterros

sanitários;

d) reciclagem: se a mesma for feita em países que não tenham legislações ambientais

rigorosas que regulem o gerenciamento dos resíduos, pode ser perigosa, pois a

mesma é feita à mão, sem uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s);

e) exportação: países desenvolvidos costumam exportar seus resíduos para os em

desenvolvimento, fazendo uso de práticas ilegais.

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2.4 Reutilização dos componentes de REEE

Os equipamentos elétricos e eletrônicos (EEE) são constituídos tanto de componentes

considerados perigosos, quanto de materiais com grande poder de reciclagem, como por

exemplo, o cobre (Cu), o alumínio (Al), a platina (Pt), a prata (Ag), o índio (In) e o ouro (Au),

os quais possuem alto valor agregado. As substâncias perigosas, como retardantes de chama e

metais pesados, devem ser tratados e dispostos de maneira correta, para não haver

contaminações no meio ambiente e problemas com saúde pública (PORTUGAL; DANTÉS,

2010).

Quando os componentes dos REEE não são recuperados, ou seja, reaproveitadas as

matérias primas já existentes, as mesmas precisam ser extraídas da fonte e transformadas em

novos produtos, resultando, desse modo, em perda significativa de recursos naturais e danos

ambientais provenientes da mineração, fabricação, transporte e uso de energia. Sendo assim, a

reutilização dos componentes dos REEE, quando possível, torna-se uma importante

ferramenta no gerenciamento desses resíduos (CUI E FORSSBERG, 2003; BAINS et. al.,

2006; BOHR, 2007).

Para isso, de acordo com Rose (2000), existem cinco estratégias básicas que podem

ser utilizadas para a reutilização dos componentes encontrados em REEE, as quais podem ser

assim dispostas, em ordem da melhor solução para a pior, gradualmente: reuso, conserto,

remanufatura, reciclagem e descarte.

O reúso é definido como a reutilização do equipamento obsoleto completo ou de

alguns componentes para o mesmo propósito em que foi projetado, sem a necessidade de

aquisição de peças de reposição (JEFF, 2009).

O conserto é considerado outra maneira de prolongar a vida útil do EEE, onde é

realizado o conserto ou reconstrução com aplicação de peças de reposição, sem alterar a

finalidade de uso em que o mesmo foi projetado (ROSE, 2000).

Segundo Miguez (2007), a remanufatura é aplicada para o reaproveitamento dos

componentes removidos das sucatas, sendo que este processo tem como objetivo a produção

de novos produtos ou fornecimento de peças usadas. Contudo, a qualidade do produto final

gerado tem que ser assegurada, o que limita a quantidade de peças reaproveitadas.

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A reciclagem, por sua vez, permite a recuperação das matérias primas que estão

inseridas nos aparelhos para serem reutilizadas na fabricação de novos produtos (HESTER,

2009). Varin e Roinat (2008) complementam que, para um bom funcionamento de processos

de reciclagem, os mesmos necessitam de procedimentos, na maioria das vezes, sofisticados e

caros.

E por fim, a pior solução, que é o descarte dos REEE, o qual compreende o processo

de incineração ou depósito destes em lixões ou aterros sanitários (JOFRE E MARIOCA,

2005).

Segundo Andrade et. al. (2013), esforços têm sido realizados em todo o mundo para o

desenvolvimento de novas tecnologias que poluam em menor escala, que sejam

energeticamente mais eficientes e com custo mais acessível, objetivando a mitigação dos

impactos ambientais causado pelos REEE, recuperando e reinserindo os elementos contidos

nos mesmos no ciclo produtivo, favorecendo o reúso e diminuindo a exploração de recursos

naturais.

O estado de São Paulo, através da Lei Estadual nº 13.576, de 06 de julho de 2009, no

seu Art. 3º, rege que a destinação ambientalmente correta do lixo eletrônico se dá por meio de

processos de reciclagem e reaproveitamento do produto ou componentes para a finalidade

original ou diversa; por práticas de reutilização total ou parcial de produtos e componentes

tecnológicos e através da neutralização e disposição final apropriada dos componentes

tecnológicos equiparados a lixo químico (SÃO PAULO, 2009).

A Universidade de São Paulo – USP, no Campus situado em São Carlos/SP, realiza a

verificação completa de todo equipamento eletroeletrônico que é encaminhado ao setor

responsável como inservível, com o objetivo de, se possível, remontá-los e encaminha-los a

instituições sem fins lucrativos, na forma de empréstimo, para que retornem novamente

somente no final de sua vida útil, sendo que os materiais não perigosos são encaminhados aos

recicladores, e os que contêm substâncias nocivas ao meio ambiente e saúde pública, que

exigem tratamento especial, devolvidos aos fabricantes (LEME; MARTINS e BRANDÃO,

2012).

Andrade et. al. (2013) cita que usualmente o lixo eletrônico possui componentes

considerados em bom estado de funcionamento, como por exemplo, os circuitos integrados

(CI), capacitores, foto acopladores, transistores, resistores, transformadores, diodos, cabos,

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molas, correias, sensores, relés, motores, polias, entre outros, os quais são capazes de

continuar em operação, podendo ser utilizados na produção de novos produtos, prolongando

vida útil do componente.

Uma alternativa de reutilização de REEE é a confecção de kits didáticos para

treinamento dos acadêmicos, como por exemplo, nas universidades, auxiliando na formação

de estudantes em diferentes áreas de conhecimento, tais como: robótica, física, matemática,

eletrônica, dentre outras. No experimento realizado por Andrade et. al., foi desenvolvido um

kit básico composto por circuito de acionamento, motor e código implementado em

linguagem de programação C padrão, produzido apenas com peças de sucatas de impressora e

microcomputador, com objetivo simples de acionamento de um motor (ANDRADE et. al.,

2013).

Desse modo, para se alcançar uma gestão correta dos resíduos sólidos, uma opção,

principalmente para empresas, que na maioria das vezes são consideradas as maiores

poluidoras, é a utilização de conceitos e abordagens descritas em sistemas de gestão

ambiental, as quais objetivam a redução dos impactos ambientais, assim como, melhorar a

eficiência operacional, identificando oportunidades de redução de custos e de riscos

ambientais (MAZER; CAVALCANTI, 2004).

2.5 Gestão Ambiental

Segundo Barbieri (2007), a gestão ambiental é entendida como as diretrizes e as

atividades administrativas e operacionais, como por exemplo, planejamento, direção, controle,

alocação de recursos, entre outras, aplicadas com o intuito de obter efeitos benéficos para o

meio ambiente, seja reduzindo ou até suprimindo os problemas causados pela população, ou

evitando que os mesmos surjam.

Desse modo, a maneira de gerenciar a utilização dos recursos é o fator que pode

aumentar ou diminuir os impactos causados ao ambiente. Disto surge a importância de

implantação de processos de gestão apoiada em algumas variáveis, tais como diversidade de

recursos extraídos, a velocidade de extração dos mesmos, forma de disposição dos resíduos e

tipo de tratamento efetuado e a política de gestão adotada (JR PHILIPPI; ROMÉRO;

BRUNA, 2014).

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Até meados dos anos 60, as organizações ou empresas necessitavam apenas

preocupar-se com a eficiência dos sistemas produtivos, o que refletia, nas práticas de

administração da época, a ideia de que os mercados e recursos eram inacabáveis. Com o

passar dos anos, esse pensamento revelou-se equivocado, onde se deu início a um enorme

crescimento da consciência ecológica, tanto por parte das empresas, da própria sociedade e do

governo (DONAIRE, 2012).

Dessa forma surgem os sistemas ou modelos de gestão ambiental, os quais são

entendidos por Barbieri (2007) como a construção de conceitos que visam guiar as atividades

administrativas e operacionais, orientadas por concepções mentais, explícitas ou não, visando

alcançar objetivos definidos. A adoção de um modelo é de extrema importância, sendo que

essas atividades serão desenvolvidas e praticadas por diversas pessoas, em diferentes locais e

momentos, sabendo que cada um possui diferentes modos de enxergar as mesmas questões.

Em termos de evolução dos sistemas de gestão ambiental em torno do planeta,

merecem ser destacados alguns países pioneiros, como os EUA, que com visão

preservacionista incentivou o incremento de parques nacionais, o Canadá, que em 1972 criou

o Environment Canadá – EC, órgão que regula as políticas de meio ambiente do país, a

Alemanha, que criou a sua Agência de Proteção Ambiental, no ano de 1994, a Suécia, a qual

formou a primeira Agência de Controle Ambiental do mundo, a Swedish Environmental

Protections Agency, em 1967, dentre outros, que começaram a desenvolver seus próprios

sistemas de meio ambiente (JR PHILIPPI; ROMÉRO; BRUNA, 2014).

De acordo com Andrade, Carvalho e Tachizawa (2000), para implementar sistemas de

gestão ambiental, os quais geram muitos benefícios, conforme demonstra a Tabela 7, é

preciso se guiar de alguns princípios, como por exemplo: prioridade na organização, tendo a

gestão do ambiente como fator determinante no desenvolvimento sustentável e aplicação de

gestão integrada, a qual visa estabelecer políticas e procedimentos de gestão ambiental em

todos os domínios da empresa.

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Tabela 7 – Benefícios da gestão ambiental

BENEFÍCIOS ECONÔMICOS

Economia de custos

- Redução do consumo de água, energia e outros insumos.

- Reciclagem, venda e aproveitamento e resíduos, e diminuição de efluentes.

- Redução de multas e penalidades por poluição.

Incremento de Receita

- Aumento da contribuição marginal de “produtos verdes”, que podem ser vendidos a preços mais

altos.

- Aumento da participação no mercado, devido à inovação dos produtos e à menor concorrência.

- Linhas de novos produtos para novos mercados.

- Aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da poluição

BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS

- Melhoria da imagem institucional.

- Renovação da carteira de produtos.

- Aumento da produtividade.

- Alto comprometimento do pessoal.

- Melhoria nas relações de trabalho.

- Melhoria da criatividade para novos desafios.

- Melhoria das relações com os órgãos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas.

- Acesso assegurado ao mercado externo.

- Melhor adequação aos padrões ambientais.

Fonte: Adaptado de North (1997)

A International Organization for Standardization – ISO é uma organização não

governamental, com fundação no ano de 1947 e com sede em Genebra, na Suíça, que busca

criar normas para homogeneização de procedimentos, materiais, medidas e/ou de uso que

reflitam o consenso internacional em todos os domínios de atividades. Sendo assim, a ISO

elaborou um sistema de normas ambientais a nível mundial, a chamada série ISO 14.000, a

qual constitui a conclusão de uma extensa jornada em favor da conservação e proteção do

meio ambiente e desenvolvimento de práticas sustentáveis (MAIMON, 1999).

Almeida e Real (2011) citam que a família da ISO 14.000 (TABELA 8) abrange as

seguintes áreas: sistemas de gestão ambiental, rotulagem ecológica, análise do ciclo de vida,

auditorias ambientais, avaliação de desempenho ambiental, aspectos ambientais de normas de

produtos e, por fim, termos e definições.

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Tabela 8 – Família de normas ISO 14.000

Nº DA ISO ASSUNTO

ISO 14.001 Sistema de Gestão Ambiental – especificações para implantação e guia

ISO 14.004 Sistema de Gestão Ambiental – diretrizes gerais

ISO 14.010 Guias para auditorias ambientais – diretrizes gerais

ISO 14.011 Diretrizes para auditorias ambientais e procedimentos para auditoria

ISO 14.012 Diretrizes para auditorias ambientais – critérios de qualificação

ISO 14.020 Rotulagem ambiental – princípios básicos

ISO 14.021 Rotulagem ambiental – termos e definições

ISO 14.022 Rotulagem ambiental – simbologia para rótulos

ISO 14.023 Rotulagem ambiental – testes de metodologias para verificação

ISO 14.024 Rotulagem ambiental – guia para certificação com base em análise multicriterial

ISO 14.031 Avaliação da performance ambiental

ISO 14.032 Avaliação da performance ambiental dos sistemas de operadores

ISO 14.040 Análise do ciclo de vida – princípios gerais

ISO 14.041 Análise do ciclo de vida – inventário

ISO 14.042 Análise do ciclo de vida – análise dos impactos

ISO 14.043 Análise do ciclo de vida – migração dos impactos

Fonte: Adaptado de Dias (2009).

Desse modo, para a sociedade, a adesão de entidades ou empresas à ISO 14.001

importa em uma grande melhoria da qualidade do meio ambiente, resultado do decrescimento

dos impactos ambientais e diminuição de custos referentes a fiscalização e controle adequados

(CAGNIN, 2000).

Segundo a Universidade Luterana do Brasil – ULBRA (2010), as empresas podem

elaborar seus próprios modelos de gestão ambiental ou utilizar-se de algum já existente, como

por exemplo:

a) Atuação Responsável (AR): é um programa adotado pela Associação Brasileira de

Indústria Química – ABIQUIM, baseado no programa da American Chemistry

Council – ACC, a qual o desenvolveu por motivo da desconfiança por parte das

pessoas em relação a sua situação ambiental. Após alguns anos, mais de 50 países

adotaram o mesmo modelo de gestão, que é baseado em seis componentes:

princípios diretivos, códigos e práticas gerenciais, comissões de lideranças

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empresariais, conselhos comunitários consultivos, avaliação de progresso e difusão

da cadeia produtiva (ULBRA, 2010);

b) Administração da Qualidade Ambiental Total (TQEM): foi criado por uma

organização não governamental – ONG composta por 21 empresas, dentre elas,

Kodac, Coca-Cola, entre outras, no ano de 1990 (ULBRA, 2010). Barbieri (2007)

cita que os elementos básicos deste sistema são o foco no cliente, a qualidade

como dimensão estratégica, os processos como unidade de análise, a participação

de todos, com trabalho em equipe, a parceria com os clientes e os fornecedores e

melhoria contínua;

c) Produção mais Limpa (PML): Segundo Pacheco (2009), a PML é definida como a

aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva agregada aos processos,

produtos e serviços, com objetivo de crescimento da ecoeficiência e redução de

riscos aos seres humanos e meio ambiente. Barbieri (2007) cita que a PML é

dividida em três níveis de intervenção, conforme indica a Figura 2, e envolve

produtos e processos, e estabelece uma hierarquia de prioridades baseadas na

seguinte sequência: prevenção, redução, reúso e reciclagem, tratamento com

recuperação de materiais e energia, tratamento e disposição final de resíduos;

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Figura 2 – Níveis de intervenção da PML

Fonte: Centro Nacional de Tecnologias Limpas, SENAI (2009).

d) Ecoeficiência: foi desenvolvido em 1992 e tem como princípio a redução de

materiais e energia por unidade de produto ou serviço, resultando em um aumento

da competitividade da empresa e diminuição das pressões sobre o meio ambiente,

reduzindo a extração de recursos naturais e disposição de resíduos em locais

inadequados (ULBRA, 2010);

e) Projeto para o Meio Ambiente: desenvolvido também no ano de 1992, como

resposta às preocupações de empresas de eletrônicos em adicionar questões

ambientais aos seus produtos (ULBRA, 2010). Conforme Barbieri (2007), seu foco

é centralizado no desenvolvimento sustentável e integração empresarial no

desenvolvimento de produtos e processos de produção dos mesmos.

Sendo assim, percebe-se que a abordagem estratégica da gestão ambiental oportuniza

tratar de maneira sistêmica as questões ambientais em empresas ou organizações,

diferenciando-as da concorrência, gerando, com isso, uma vantagem competitiva, sendo que

cada modelo de gestão pode ser implementado conforme as políticas públicas, exigências

atuais do mercado e tecnologia disponível na empresa (ULBRA, 2010).

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Conforme Chopra e Meindl (2003), a cadeia de suprimentos é composta de diversas

fases atuando direta ou indiretamente no mercado, com vistas a atender as solicitações

efetuadas pelo cliente. Nesta cadeia logística estão inclusos todos os agentes do processo, tais

como fornecedores, fabricantes, transportadoras, depósitos, clientes, entre outros.

Dessa forma, o comércio eletrônico é um meio de venda cada vez mais utilizado pelos

fabricantes/fornecedores e um meio de compra muito aproveitado pelos consumidores. As

vantagens na utilização desses serviços, para os fornecedores, são a diminuição dos custos

comparados a uma loja física, sendo que, na internet, não é necessário ter espaço físico,

prateleiras, gôndolas, balcões, entre outros. Outro ponto positivo para o e-commerce, como

também é chamado esse tipo de comércio, é o funcionamento da loja 24 horas por dia. Para os

consumidores, a agilidade e a comodidade de se comprar pela internet, a qualquer hora e em

qualquer lugar, associado a um amplo mecanismo de busca para comparação de preços é um

diferencial positivo (BAPTISTA; BOTELHO, 2007).

Apesar das vantagens citadas acima, Nagle e Holdam (2002) citam algumas

desvantagens na utilização do comércio eletrônico, como por exemplo, a incerteza sobre a

caracterização exata do produto, o possível descumprimento do prazo de entrega, através de

falhas na logística, e a principal, a desconfiança da legitimidade dos fornecedores.

Outro problema enfrentado pelos consumidores é em caso do produto comprado

apresentar defeitos após a entrega, ou acontecerem erros comerciais ou expiração do prazo de

validade dos mesmos, entre outros, sendo que, para isso, os fornecedores necessitam se apoiar

em uma estrutura de logística reversa pós-venda da empresa vendedora, com a finalidade de

recolher este produto e providenciar o envio de outro, para atender as expectativas do cliente

(GUARNIERI, 2006).

2.6 Logística Reversa

Segundo Kobayashi (2000), a logística é um processo dirigido estrategicamente para

transferência e armazenagem de materiais, componentes e produtos acabados, tendo o início

do ciclo nos fornecedores, passando pelas empresas e terminando nos consumidores.

Já Ballou (2001) conceitua a logística como sendo um processo de planejamento,

implementação e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de matérias-primas,

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estoque em processo, produtos acabados e informações relativas, desde o ponto de origem até

o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências da clientela.

Christhofer (2002) cita as influências positivas de operações logísticas associadas às

relações de um mercado cada vez mais globalizado, competitivo e exigente. Essas operações

são consideradas um dos principais apetrechos para satisfazerem as demandas e necessidades

dos clientes, distribuidores e empresas.

Para Ballou (2007), a logística empresarial tem como objetivo principal um bom

planejamento, boa organização e ótimo desempenho de atividades de controle e

monitoramento das operações de movimentação, depósito e fluxo dos produtos, resultando

assim em alta rentabilidade nos serviços de entrega, com satisfação total dos clientes e

consumidores.

Sendo assim, as atividades de logística tornam-se funções essenciais e estratégicas no

fluxo de distribuição de produtos (NORO; BIACHI; SILVA, 2009). Devido à utilização por

inúmeros setores da economia, a logística é considerada um instrumento vital para a

sobrevivência de uma organização (BALLOU, 2007).

Noro, Bianchi e Silva (2009) ainda citam que após a incorporação de legislações

ambientais em torno do mundo, muitos consumidores começaram a perceber e valorizar

empresas comprometidas com o meio ambiente, assim como as possibilidades econômicas da

reciclagem, necessitando as mesmas gerir os “restos” provenientes do consumo de seus

produtos, surgindo assim a logística reversa, a qual começou a ser analisada como ferramenta

técnica para tratar da versão oposta ao processo logístico direto.

A logística reversa é o estudo dos canais de distribuição reversos. A mesma faz parte

de uma área inovadora da logística empresarial, concentrando-se basicamente nos fluxos no

sentido inverso ao da cadeia direta de distribuição, os chamados fluxos reversos (TABELA 9),

a partir dos produtos descartáveis de pós-consumo. Esse sistema visa agregar valores através

da reintegração dos resíduos ao ciclo produtivo, tentando recolocar os componentes

novamente no mercado. Sendo assim, são ditos como principais motivadores para a

implantação da logística reversa em uma empresa ou organização, o aprimoramento dos

fatores econômicos, ecológicos e legais da mesma (LEITE, 2003).

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Tabela 9 – Tipos de fluxos logísticos

Logística

Fluxos diretos - Com fornecedores: fornecimento de materiais e componentes

- Com clientes: peças de reposição, produtos, propaganda e materiais

promocionais

Fluxos reversos - Com fornecedores: embalagens, reparos

- Com fabricantes: descarte, reciclagem

- Com clientes: reparos, excesso de estoques

Fonte: Adaptado de Leite (2003).

A Figura 3 ilustra os sistemas de logística reversa aplicado entre fornecedores,

fabricantes e consumidores, indicando as vias de retorno dos materiais às indústrias e, na

sequencia, sua disponibilização para o mercado (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada –

IPEA, 2012).

Figura 3 – Esquema simplificado da logística reversa

Fonte: http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/0E732C8D/Apres_SRHU-MMA_MarcosBandini_27jan

10.pdf

2.7 Logística Reversa pós-consumo no Brasil

Para fins de comparação e diferenciação ao pós-consumo, entende-se que a logística

reversa pós-venda se emprega do equacionamento e operacionalização do fluxo físico e de

informações logísticas correspondentes de bens adquiridos pelo consumidor, sem uso ou com

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pouco uso, que tiveram, por diversos motivos, que retornar aos diferentes elos da cadeia de

distribuição. Os motivos que resultam na devolução desse produto podem ser diversos, como

por exemplo, por meio de razões comerciais, erros no processamento dos pedidos, garantia

dada pelo fabricante, defeitos ou falhas de funcionamento, avarias no transporte, entre outros

(LELIS e FORTES, 2007). A Figura 4 demonstra o fluxo reverso de pós-venda.

Figura 4 – Fluxo logístico pós-venda

Fonte: Leite (2003)

A palavra pós-consumo faz referência aos produtos adquiridos e descartados pelo

consumidor, sendo que sua vida útil chegou ao final ou que foram eliminados por motivos de

defeitos ocorridos ao longo do tempo, onde o conserto do mesmo se torna inviável ou por não

atenderem aos padrões de exigências do consumidor. Os canais de distribuição reversos de

pós-consumo constituem-se pelo fluxo reverso de produtos ou materiais constituintes que

surgem no descarte de produtos depois de encerrada a sua vida útil e que retornam ao ciclo

produtivo, podendo ser através da reciclagem ou do reúso, conforme demonstra a Figura 5

(LEITE, 2003).

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Figura 5 – Fluxo logístico pós-consumo

Fonte: Leite (2003)

Segundo Lelis e Fortes (2007), as ferramentas de gestão da logística reversa de pós-

consumo dos produtos tem ligação direta na gestão ambiental das empresas, sendo que as

principais questões que abrangem essa área se voltam a preocupação com o rastreamento do

produto após o término da sua vida útil e a uma definição concreta de uma estrutura adequada

para o recebimento e encaminhamento dos produtos que podem retornar a um ciclo de

negócios.

Segundo a ABDI (2012), a legislação ambiental brasileira pode ser considerada, em

muitos aspectos, como uma das mais avançadas do mundo. Em 1981, a Política Nacional de

Meio Ambiente, instituída pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, criou instrumentos para

o planejamento, a gestão e a fiscalização ambiental. No ano de 1998, prevendo a

responsabilização de pessoas físicas e jurídicas por infrações ambientais e padronizando o

formato das punições, foi criada a Lei de Crimes Ambientais, instituída pela Lei nº 9.605, de

12 de fevereiro de 1998.

Sendo assim, conforme a Tabela 10, pode-se destacar os instrumentos legais mais

recentes criados no Brasil, em esfera nacional, que tenham alguma relação com a gestão e o

gerenciamento de resíduos (IPEA, 2012).

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Tabela 10 – Principais instrumentos legais referentes à gestão e gerenciamento de RS

Documento Descrição

Decreto nº

7.404/2010

Regulamenta a Lei no 12.305/2010, institui a Política Nacional de Resíduos

Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o

Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá

outras providências.

Lei Federal nº

12.305/2010

Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, altera a Lei no 9.605, de 12 de

fevereiro de 1998, e dá outras providências.

Resolução do

CONAMA nº

416/2009

Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e

sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras providências.

Resolução da

ANP nº

20/2009

Estabelece os requisitos necessários à autorização para o exercício da atividade de

coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado, e a sua regulação.

Resolução da

ANP no

19/2009

Estabelece os requisitos necessários à autorização para o exercício da atividade de

rerrefino de óleo lubrificante usado ou contaminado, e a sua regulação.

Portaria do

Inmetro no

101/2009

Aprova a nova Lista de Grupos de Produtos Perigosos e o novo Anexo E.

Resolução do

CONAMA no

401/2008

Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias

comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu

gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras providências.

Revoga a Resolução do CONAMA no 257/1999.

Portaria

interministerial

MME/MMA

nº 464/2007

Dispõe que os produtores e os importadores de óleo lubrificante acabado são

responsáveis pela coleta de todo óleo lubrificante usado ou contaminado, ou

alternativamente, pelo correspondente custeio da coleta efetivamente realizada, bem

como sua destinação final de forma adequada.

Portaria do

MMA no

31/2007

Institui Grupo de Monitoramento Permanente para o acompanhamento da

Resolução do CONAMA nº 362, de 23 de junho de 2005, que dispõe sobre o

recolhimento, a coleta e a destinação final de óleo lubrificante usado ou

contaminado.

Fonte: Adaptado de IPEA (2012).

No entanto, apesar de muitos avanços nessa área, os REEE, em particular, só eram

contemplados por legislação específica no que tange o gerenciamento pós-uso de pilhas e

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baterias, tratado na Resolução nº 257 do CONAMA, de 1999, posteriormente substituída pela

Resolução nº 401, do mesmo órgão, em 2008 (ABDI, 2012).

É nesse contexto que se insere a aprovação, em 2010, da Lei nº 12.305, a qual institui

a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS. A mesma integrou várias legislações

ambientais, entre elas, a Política Nacional do Meio Ambiente, articulando-a com as diretrizes

nacionais para o saneamento básico e com a Política Federal de Saneamento Básico, nos

termos da Lei no 11.445, de 5 de janeiro de 2007, com a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005,

e com a Política Nacional de Educação Ambiental, regulada pela Lei no 9.795, de 27 de abril

de 1999 (ABDI, 2012).

Em dezembro de 2010 a PNRS foi regulamentada pelo Decreto nº 7.404, e entre os

diversos assuntos tratados, destacam-se alguns pontos interessantes abordados sobre o

trabalho em estudo (BRASIL, 2010b):

a) a gestão dos resíduos sólidos deve objetivar a não geração, redução, reutilização,

reciclagem, tratamento de resíduos sólidos e disposição final ambientalmente

adequada de rejeitos, conforme Art. 35;

b) implementação da responsabilidade compartilhada, realizada de forma

individualizada e encadeada entre fabricantes, importadores, distribuidores,

comerciantes, consumidores e titulares de serviços públicos (Art. 5);

c) o sistema de logística reversa de REEE deverá ser estruturado e mantido pelos

fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes e deve também estabelecer

metas progressivas, intermediárias e finais para a realização da logística reversa na

proporção dos produtos colocados no mercado (Art. 18);

d) obrigação dos consumidores em acondicionar adequadamente seus resíduos sólidos

para coleta e devolução, sempre que houver sistema de coleta seletiva municipal ou

sistema de logística reversa (Art. 6).

Segundo Brasil (2010a), no artigo 3º, inciso XVII, a PNRS apresenta a definição de

responsabilidade compartilhada em seu capítulo II:

Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de

atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores,

distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços

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públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o

volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos

causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos

produtos, nos termos desta Lei (BRASIL, 2010a).

Brasil (2010a), no Artigo 33, também define os atores responsáveis pela cadeia do

ciclo de vida dos produtos e a implementação da logística reversa, conforme estipulado na

seção II, que determina:

São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante

retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço

público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes,

importadores, distribuidores e comerciantes de:

I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja

embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de

gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas

estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas

técnicas;

II - pilhas e baterias;

III - pneus;

IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;

V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;

VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

§ 1º Na forma do disposto em regulamento ou em acordos setoriais e termos de

compromisso firmados entre o poder público e o setor empresarial, os sistemas

previstos no caput serão estendidos a produtos comercializados em embalagens

plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e embalagens, considerando,

prioritariamente, o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente

dos resíduos gerados.

§ 2º A definição dos produtos e embalagens a que se refere o § 1º considerará a

viabilidade técnica e econômica da logística reversa, bem como o grau e a extensão

do impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados (BRASIL,

2010a).

2.8 Logística Reversa de REEE

O fluxo dos EEE pós-consumo atualmente envolve direta e indiretamente variados

setores, como os fabricantes e importadores de produtos, consumidores, oficinas de

assistência técnica e manutenção, sucateiros, catadores, indústrias de reciclagem, governantes,

organização não governamentais - ONG, universidades, entre outros, sendo que cada um

desses setores possuem interesses próprios, tais como: econômicos, políticos e os sociais, os

quais conduzem de forma diferenciada suas ações referentes aos descartes dos produtos

(RODRIGUES, 2007).

Para Leite (2003), o aumento acelerado e cada vez mais precoce do descarte dos

produtos pelos consumidores, onde na maioria das vezes inexistem canais de distribuição

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reversos de pós-consumo organizados e corretamente estruturados pelos fabricantes e

distribuidores, resulta em um desequilíbrio entre as quantidades descartadas e as com

possibilidade de serem reaproveitadas.

De acordo com a ABDI (2012), a implantação de sistemas de logística reversa de REEE

visa o fortalecimento do mercado de reciclagem, podendo acarretar em muitos benefícios,

tanto sociais e econômicos, quanto ambientais, os quais vão além da diminuição do impacto

ambiental a ser alcançado, conforme demonstra a Tabela 11.

Tabela 11 - Benefícios da implantação de sistemas de logística reversa

Sociais Econômicos Ambientais

Geração de empregos formais Maior retorno ao mercado de

matérias primas advindas da

reciclagem de REEE

Diminuição de casos de

descarte incorreto de REEE

Fortalecimento das associações

de catadores com geração de

oportunidades de prestação de

serviços ao sistema

Fortalecimento da indústria da

reciclagem pelo

consequentemente aumento da

demanda

Melhoria da qualidade dos

serviços de reciclagem e

consequente menor nível de

rejeitos nos aterros

Promoção de uma maior

conscientização da população

quanto às questões ambientais

relacionadas aos equipamentos

eletroeletrônicos

Desenvolvimento de

conhecimento e tecnologias

relacionada a reciclagem de

REEE

Redução do gasto energético

por conta do uso de reciclados

(exemplo: o gasto de energia

para reciclagem de alumínio é

95% menor do que para sua

produção primária)

Minimização de problemas de

saúde causados pelo manuseio

incorreto de REEE

Fonte: Adaptado de ABDI (2012).

Segundo a PNRS (Lei 12.305/2010), os produtores (ou fabricantes) tem

responsabilidade pelo produto eletroeletrônico mesmo após o fim da sua vida útil, obrigando-

se a promover a logística reversa, atendendo ao que diz o artigo 33 da lei supracitada, como

também deverão promover uma correta rotulagem ambiental nos seus produtos, estimulando

um consumo ambientalmente sustentável, possibilitando assim uma melhor efetividade na

aplicação dessa logística, de acordo com o que rege o artigo 7º, inciso XV da PNRS

(BRASIL, 2010a).

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Em termos de projetos e investimentos no Brasil referente ao correto recolhimento de

REEE, visando a otimização da logística reversa, tem-se encontrado poucos resultados. Uma

ideia para um melhor funcionamento desse sistema seria a implantação, por parte de empresas

licenciadas para descaracterização e reciclagem de REEE, de “ecopontos”, sendo esses

instalados em redes de revendedores e distribuidores de eletroeletrônicos, em diversos

municípios espalhados pelo Brasil, oferecendo comodidade e praticidade no descarte desses

resíduos por parte dos consumidores (PEREIRA; WELZEL; SANTANA, 2011).

Para Barbieri e Dias (2002), a implementação da logística reversa contribui para o

desenvolvimento sustentável, ao envolver todos os elos da cadeia de suprimentos de forma a

maximizar o aproveitamento dos componentes dos REEE e destinar adequadamente os

rejeitos associados.

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3 METODOLOGIA

Esta pesquisa, a qual se caracteriza como de natureza qualitativa e quantitativa, tem

como método o estudo de múltiplos casos, conforme proposto por Yin (2001). Esta estratégia

foi adotada em função do trabalho ter como objetivo abordar um tema amplo, que é a gestão

dos REEE e as consequências geradas por essa em termos ambientais, sociais e econômicos,

apontando as principais dificuldades e perspectivas visando a ampliação e aperfeiçoamento da

logística reversa dos REEE em empresas (varejo), municípios e população residente no Vale

do Taquari.

Sendo assim, a pesquisa qualitativa proporciona melhorar a visão e a compreensão do

contexto do problema e tem como objetivo principal alcançar uma compreensão qualitativa

das razões e motivações do contexto do problema, sendo que a mesma é utilizada em

pequenas amostras. Já a pesquisa quantitativa procura quantificar os dados e, normalmente,

adota alguma forma de estatística, utilizando instrumentos estruturados como, por exemplo,

questionários, onde se apuram opiniões conscientes dos entrevistados, tendo como objetivo

generalizar os resultados da amostra para a população alvo. A amostra é para grandes

números de casos representativos e sua coleta é estruturada (MALHOTRA, 2006).

A pesquisa a ser utilizada neste estudo é considerada de cunho exploratório, pois tem

como finalidade a elaboração de uma visão geral acerca de um fato. Este tipo de pesquisa é

realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil

formular hipóteses precisas e operacionalizáveis sobre o mesmo (GIL, 1994).

Neste trabalho a pesquisa exploratória foi utilizada para aumentar o conhecimento

sobre o tema desenvolvido, como também para gerar atributos para serem utilizados na

elaboração dos instrumentos de coleta de dados e informações.

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A avaliação sobre a logística reserva dos REEE na região do Vale do Taquari será

realizada com base na aplicação de questionários estruturados e entrevistas focadas em três

segmentos institucionais, a saber: varejo, municípios e população residente.

3.1 Gestão do REEE no Varejo

Na área do varejo, foram contatadas as principais empresas que comercializam EEE

no Vale do Taquari, utilizando como critério de seleção as lojas que possuem pontos de venda

em no mínimo 5 municípios, evidenciando assim a sua abrangência regional. Entrou-se em

contato com as gerências das empresas e disponibilizado um questionário estruturado visando

conhecer como está organizada a gestão e a logística reversa dos REEE nas mesmas, quais os

responsáveis pelo arranjo físico, quais os entraves e quais são as ações futuras pretendidas de

serem desenvolvidas pela empresa para viabilizar a logística reversa, em caso de não operação

atual.

O modelo de questionário aplicado nas principais empresas comerciantes de EEE no

Vale do Taquari se encontra no Apêndice A.

3.2 Gestão do REEE nos Municípios

Nos municípios, foram contatadas as Secretarias Municipais de Meio Ambiente ou

respectivos responsáveis pelos Departamentos de Meio Ambiente, e aplicado um questionário

estruturado sobre como o município está atuando com a logística reversa dos REEE. Nesse

questionário foi avaliado se existem campanhas de recolhimento deste tipo de REEE, se há

ecopontos instalados, se são efetuadas campanhas de conscientização dos munícipes sobre o

perigo dos REEE, entre outras.

A escolha dos municípios que participaram da pesquisa se deu levando em

consideração sua localização, ou seja, a distância do maior centro urbano do Vale do Taquari,

sendo esse a cidade de Lajeado/RS, onde se encontram um maior número de varejistas de

EEE e consequentemente, maiores concentrações de consumidores. Sendo assim, os

municípios abrangidos no estudo foram: Lajeado (71.745 hab. – Censo 2010), Arroio do Meio

(18.783 hab. – Censo 2010), Travesseiro (2.314 hab. – Censo 2010), Marques de Souza

(4.068 hab. – Censo 2010), Forquetinha (2.479 hab. – Censo 2010), Capitão (2.636 hab. –

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Censo 2010), Estrela (30.619 hab. – Censo 2010), Cruzeiro do Sul (12.320 hab. – Censo

2010) e Santa Clara do Sul (5.697 hab. – Censo 2010), conforme demonstra a Figura 6.

O modelo de questionário aplicado nos municípios segue no Apêndice B.

Figura 6 – Área de abrangência do estudo

Fonte: Do autor

3.3 Gestão do REEE pela População residente

Para a população foram aplicados questionários estruturados, sendo definido pelo

autor um ponto único de coleta das informações. O local escolhido foi em frente ao Hospital

Bruno Born, na Rua Júlio de Castilhos, cidade de Lajeado/RS, onde circula um grande

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número de pessoas diariamente. O questionário aplicado visa adquirir informações sobre o

grau de conhecimento da população sobre a legislação vigente no Brasil, principalmente a

Política Nacional dos Resíduos Sólidos, instituída pela Lei nº 12.305/2010, no que rege a

responsabilidade compartilhada e a logística reversa, bem como buscar compreender quais

são os principais hábitos de descarte de REEE por parte dos consumidores finais.

O questionário foi aplicado em um número de 50 pessoas, não direcionando para

algum gênero específico ou determinada faixa etária, sendo aplicados de forma aleatória. O

modelo de questionário a ser aplicado na população se encontra no Apêndice C.

Após a coleta dos dados através de questionários e entrevistas estruturadas, os dados

foram analisados estatisticamente, organizados, apresentados e assim sintetizadas as

informações coletadas. Após, foram utilizadas ferramentas como gráficos, tabelas e descrições

qualitativas a fim de demonstrar os resultados obtidos através do estudo, objetivando

compreender como está o funcionamento da logística reversa dos REEE na região do Vale do

Taquari.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo serão apresentados os resultados e as análises adquiridas ao longo da

pesquisa sobre a situação da logística reversa dos resíduos eletroeletrônicos (REEE) no Vale

do Taquari. Na primeira parte da análise serão expostos os resultados referentes aos perfis das

pessoas entrevistadas, tais como gênero, nível de escolaridade e faixa etária. Na sequência,

buscou-se avaliar e analisar o grau de conhecimento por parte da população a respeito da

legislação vigente envolvendo os REEE, principalmente no que rege a responsabilidade

compartilhada e a logística reversa, ambas implementadas pela Lei 12.305/2010 (Política

Nacional dos Resíduos Sólidos), bem como quais são os principais hábitos de descarte de

REEE por parte dos consumidores finais.

Além disso, buscou-se também analisar o atual funcionamento da logística reversa dos

REEE, como por exemplo, os mecanismos de coleta e o gerenciamento da cadeia reversa nas

principais empresas que atuam no comércio de equipamentos eletroeletrônicos na cidade de

Lajeado/RS, bem como o conhecimento da real situação envolvendo o setor público

municipal de cidades da região.

4.1 População

O Gráfico 1 apresenta a classificação dos gêneros masculino e feminino da população

amostrada.

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Gráfico 1 – Gêneros masculino e feminino da população amostrada

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

Em relação aos aspectos sociodemográficos, dos 50 entrevistados, os resultados

permitiram a identificação de que 58% destes são do sexo feminino e 42% do sexo masculino.

A amostra definida no presente estudo é compatível com o perfil do Vale do Taquari,

conforme dados disponibilizados pelo Banco de Dados Regional (BDR) no mês de setembro

de 2011, onde a maioria da população era do sexo feminino, com 165.622 habitantes. O sexo

masculino atingiu um total de 162.200 habitantes, evidenciando a superioridade do gênero

feminino na região.

O Gráfico 2 demonstra os níveis de escolaridade da população amostrada.

Gráfico 2 – Nível de escolaridade da população amostrada

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

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A análise do Gráfico 2 permite constatar a predominância da escolaridade dos

entrevistados como o de ensino médio completo, com um percentual de 24%. Em seguida,

destaca-se o Fundamental Incompleto ou em andamento, com 22%, e Fundamental Completo,

igualado ao Ensino Superior Incompleto ou em andamento, com 20% do total de informantes.

O Gráfico 3 expressa o número de entrevistados de acordo com a faixa etária dos mesmos.

Gráfico 3 – Faixas etárias da população amostrada

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

Conforme pode ser observado no Gráfico 3, 46% dos entrevistados estão na faixa

etária de 18 a 29 anos, enquanto 18% se encontram com idade de 30 a 39 anos, 20% entre 40

a 49 anos e 16% com idade superior a 50 anos. A amostra definida no presente estudo é

compatível com o perfil etário da cidade de Lajeado/RS, local de aplicação dos questionários,

conforme dados do Censo Demográfico 2010 do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia

– IBGE, onde foi apresentado que o maior número de habitantes da população está entre 25 a

29 anos, com 3.637 pessoas, seguido da faixa etária de 20 a 24 anos, com 3.166 moradores.

O Gráfico 4 apresenta o perfil de utilização de EEE nas residências da população da

região central do Vale do Taquari.

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Gráfico 4 – Tipos de EEE presentes nas residências

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 4 representa que os equipamentos eletrônicos mais presentes

nas famílias da região central do Vale do Taquari são geladeira/freezer, televisão,

forno/microondas e celular/tablet/telefone, atingindo um percentual de 100% dos

entrevistados. Em seguida, destacam-se as máquinas de lavar/secar e

liquidificadores/batedeiras, com 98% e 96%, respectivamente. Os equipamentos que menos

foram citados pelos informantes foram os de split/ar condicionado (74%) e aspirador de pó

(66%).

O Gráfico 5 apresenta a quantidade de EEE presentes nas residências da população

da região central do Vale do Taquari.

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Gráfico 5 – Quantidades de EEE presentes nas residências

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 5 revela que grande parte das famílias dos informantes (92%),

possui mais de 10 EEE em suas residências, demonstrando o alto grau de dependência das

pessoas por esses tipos de equipamentos nos dias atuais, visando buscar uma melhor

qualidade de vida.

Desse modo, o significativo aumento da urbanização e da densidade populacional,

juntamente com a diversidade e complexidade dos produtos manufaturados pelo homem vem

agravando consideravelmente os impactos negativos que o meio ambiente vem sofrendo ao

longo do tempo (XAVIER, 2013). O Gráfico 6 apresenta o número de EEE adquiridos

anualmente, em média, pelas famílias da população entrevistada.

Gráfico 6 – Número de EEE adquiridos anualmente pela população amostrada

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

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A análise do Gráfico 6, referente ao número de EEE adquiridos anualmente pelas

famílias da população amostrada, em média, nota-se que o número mais citado pelos

entrevistados foi o de 1 equipamento, com 36%, seguido da opção de 2 equipamentos (30%) e

3, com 26% das respostas. O Gráfico 7 apresenta a existência ou não de algum produto

eletrônico que estragou ou não possui mais utilidade nas residências da população amostrada.

Gráfico 7 – Existência de EEE estragados ou sem uso nas residências

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

No Gráfico 7 pode-se verificar que dos 50 entrevistados, 32 responderam que

possuem algum produto eletrônico que estragou ou não possui mais utilidade em sua

residência, representando 64% do total. Esse é um problema encontrado em vários países,

principalmente nos Estados Unidos (EUA), onde se estima que 75% dos REEE obsoletos são

armazenados em sótãos, garagens, porões, armários, entre outros (WAGNER, 2009).

O Gráfico 8 apresenta a priorização do conserto de EEE estragados ou obsoletos ou

priorização da compra de um equipamento novo por parte da população entrevistada. O

Gráfico 9 demonstra, se priorizado o conserto, o motivo que o informante possui para efetuar

essa escolha.

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Gráfico 8 – Priorização por um produto novo ou conserto do antigo

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

Gráfico 9 – Motivo da priorização do conserto do EEE antigo

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 8 permite a verificação que, do total de informantes, 27

responderam que priorizam o conserto do antigo, somando 54%. Já no Gráfico 9 percebe-se

que dos 27 entrevistados que preferem o conserto, 24 (89%) informaram que a escolha se

deve ao mesmo ser mais barato que a compra de um novo, e outros 3 (11%), para evitar a

geração de resíduos. Nenhum entrevistado citou como motivo a durabilidade do produto

antigo.

O Gráfico 10 apresenta os principais destinos que os equipamentos eletrônicos

obsoletos ou estragados recebem por parte da população amostrada, sendo que esse é

considerado um grande problema a ser solucionado na área de resíduos eletroeletrônicos.

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Gráfico 10– Principais destinos dos EEE estragados ou sem uso

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 10 apresenta que, dos 50 entrevistados, 38% guardam o

equipamento em casa, 26% descartam os mesmos no lixo doméstico e apenas 10%

encaminham os resíduos para campanhas de recolhimento. Ainda, 22% das pessoas

encaminham seu produto danificado para coletores específicos e 4% efetuam a venda,

obtendo um benefício econômico.

Os dados obtidos demonstram o desconhecimento da população a respeito de qual o

destino correto a ser dado aos REEE, onde 64% guardam em casa ou descartam no lixo

comum, alegando não saber o que fazer com os mesmos.

O Gráfico 11 apresenta as respostas dos entrevistados sobre o questionamento do

destino das peças danificadas quando encaminham um EEE estragado para conserto.

Gráfico 11 – Questionamento do destino das peças danificadas

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

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O Gráfico 11 apresenta que 98% dos entrevistados não questionam a assistência

técnica ou a quem efetua o conserto sobre onde esse destinará as peças danificadas,

simplesmente deixando-as no estabelecimento como forma de livrar-se das mesmas. O

Gráfico 12 demonstra como se encontra o conhecimento da população amostrada quando

perguntados sobre o conhecimento sobre REEE.

Gráfico 12 – Conhecimento da população amostrada sobre REEE

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

Na análise do Gráfico 12, o qual envolve um tema de fundamental importância nesse

estudo, percebe-se que 70% dos entrevistados não possui conhecimento algum sobre o termo,

resultado esse que dificulta a implantação de qualquer sistema visando melhorar as

responsabilidades sobre descarte correto e reciclagem desse tipo de resíduo.

Comparando o resultado com o nível de escolaridade de cada participante do estudo,

percebe-se que não há diferenças consideráveis em termos de conhecimento sobre REEE de

pessoas que possuem Ensino Fundamental Incompleto das que tem Ensino Superior

Incompleto ou em andamento. Ambos os níveis apresentaram respostas negativas ao

conhecimento de REEE, contrariando o pensamento de que, comumente, pessoas com maior

escolaridade possuem mais conhecimento sobre o assunto.

O Gráfico 13 representa o grau de conhecimento da população amostrada referente

ao conhecimento dos componentes presentes em um REEE.

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Gráfico 13 – Conhecimento sobre componentes presentes nos REEE

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 13, o qual visou identificar o entendimento dos entrevistados a

respeito do conhecimento de alguns componentes que fazem parte de um equipamento

eletroeletrônico, como por exemplo, carcaças, plásticos e fibras, componentes eletrônicos,

metais pesados e vidros, nota-se que a grande maioria, somando 84%, tem conhecimento

sobre vidros, 74% sobre carcaças, plásticos e fibras, 56% sobre componentes eletrônicos, e

apenas 32% tem conhecimento sobre os metais pesados, componentes estes que são os mais

perigosos para o meio ambiente e saúde pública.

O Gráfico 14 demonstra o nível de conhecimento por parte dos entrevistados

referente ao que trata a Lei nº 12.305/2010 (PNRS), principalmente no que tange a logística

reversa e a responsabilidade compartilhada.

Gráfico 14 – Conhecimento da população amostrada sobre a Lei nº 12.305/2010

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

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A análise do Gráfico 14 permite identificar o elevado grau de desconhecimento da

população no que se refere a assuntos tratados pela legislação brasileira sobre resíduos

sólidos, através da Lei nº 12.305/2010. Nota-se que 80% dos entrevistados nunca ouviram

falar da existência dessa Lei, correspondendo a 40 pessoas. Apenas 10 informantes (20%)

possuíam algum conhecimento do que a mesma trata, principalmente sobre a logística reversa

e responsabilidade compartilhada.

O Gráfico 15 expressa a dimensão do conhecimento da população amostrada sobre

resíduos alvos da logística reversa.

Gráfico 15 – Conhecimento da população amostrada sobre resíduos alvos da logística reversa

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 15 demonstra que os tipos de resíduos mais conhecidos pela

população e que necessitam, obrigatoriamente, participar de um sistema de logística reversa,

de acordo com o Artigo 33 da Lei nº 12.305/2010, são os de pilhas e baterias, com 60% do

total de entrevistados, seguidos das lâmpadas, com 34%.

Os produtos eletrônicos e seus componentes foram os mais desconhecidos, com um

percentual de apenas 8%. Ressalta-se que a maioria dos entrevistados citaram apenas os

resíduos que já haviam visto algum tipo de programa de recolhimento em suas cidades, não

sabendo se os mesmos seriam alvo da logística reversa ou não, tomando como base o baixo

percentual de informantes que possuem algum conhecimento sobre a Política Nacional dos

Resíduos Sólidos, expressos no Gráfico 14.

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A Tabela 12 demonstra a opinião da população referente às responsabilidades pelo

recolhimento, reciclagem e descarte correto dos REEE, expressas em ordem prioritária entre

fabricante, distribuidor, varejo, consumidor final e município. O Gráfico 16 representa os

dados obtidos através da pesquisa como primeira prioridade, ou seja, os principais

responsáveis, pelos entrevistados.

Tabela 12 – Opinião da população amostrada a respeito das responsabilidades de

recolhimento, reciclagem e descarte correto dos REEE

Citações 1ª prior. 2ª prior. 3ª prior. 4ª prior. 5ª prior. 6ª prior. Total

1 - Fabricante 15 14 8 6 7 15 50

2 - Distribuidor 1 9 14 21 5 1 50

3 - Varejo 2 9 19 13 7 2 50

4 - Consumidor final 11 12 5 5 17 11 50

5 - Município 21 6 4 5 14 21 50

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

Gráfico 16 – Responsáveis pelo recolhimento, reciclagem e descarte correto dos REEE

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 16 permite a visualização do perfil de prioridades apontado

pelos entrevistados referente às responsabilidades pelo recolhimento, reciclagem e descarte

correto dos REEE. Nota-se que 21 pessoas (42%) acreditam que o poder público seja o maior

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responsável, seguido do fabricante do produto, com citação de 30% dos entrevistados,

consumidor final (22%), varejo (4%) e distribuidor (2%). Na Tabela 12 são demonstrados os

demais resultados obtidos no estudo, sendo que 14 pessoas acreditam que o fabricante é

segunda prioridade referente as responsabilidades, 8 entrevistados como terceira prioridade, 6

pessoas como quarta prioridade, e assim por diante, para cada elo da cadeia reversa. O

Gráfico 17 representa a opinião da população amostrada referente a qual seria a melhor

solução a ser dada para os REEE.

Gráfico 17 – Melhor solução para os REEE pela população amostrada

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

O Gráfico 17 demonstra que a população acredita que a melhor solução para os

REEE é a de encaminhamento dos mesmos para coletores específicos ou campanhas de

recolhimento, abrangendo 66% do total de informantes. Em seguida, destaca-se o envio

desses resíduos para coleta seletiva municipal, com 30% dos entrevistados e doação, com 4%.

As opções de colocação em lixo comum, venda e guardar em casa não foram citadas por

nenhum entrevistado.

Desse modo, percebe-se que a maioria da população tem consciência do que deveria

ser feito com os REEE, mas muitos não aplicam por vários motivos, como por exemplo, falta

de conhecimento da existência de campanhas de recolhimento na cidade, falta de meios de

transporte para conduzir seus resíduos até um local adequado, entre outros.

O Gráfico 18 representa o conhecimento da população a respeito dos pontos de

coleta de REEE nas cidades onde os mesmos residem, ou até mesmo municípios vizinhos.

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Gráfico 18 – Conhecimento da população amostrada referente a pontos de coleta de

REEE

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 18 permite visualizar que 76% da população amostrada, ou seja,

38 pessoas, não conhece nenhum ponto de coleta de REEE na sua cidade ou cidade vizinha.

Apenas 24% (12 entrevistados) possui algum conhecimento sobre esses pontos de

recolhimento, o que dificulta consideravelmente o sistema de retorno dos materiais para

aplicação de um sistema de logística reversa adequado. O Gráfico 19 demonstra a opinião da

população amostrada referente aos estímulos que os levariam a encaminhar seus REEE para

um ponto de coleta.

Gráfico 19 – Estímulos para encaminhamento dos REEE em pontos de coleta

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

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No Gráfico 19 percebe-se que a maioria da população entrevistada, ou seja, 56%,

encaminharia seu REEE para um ponto de coleta com o objetivo de obter uma destinação

correta do mesmo pelo próprio benefício ambiental que o ato causaria. Já 40% dos

informantes destinariam os resíduos em um ponto de coleta se os mesmos fossem recolhidos

em suas residenciais, evitando gastos com deslocamento e tempo. Apenas 4% destinaria seu

REEE corretamente se obtivesse um benefício econômico. Nenhum entrevistado citou a

opção em que nada lhe estimularia.

O Gráfico 20 apresenta o resultado obtido sobre o possível pagamento de uma taxa

pela população objetivando ter seus REEE destinados de forma correta.

Gráfico 20 – Pagamento ou não de taxa para destinação correta dos REEE

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do gráfico acima demonstra que 68% da população entrevistada não

pagaria nenhum valor para ter uma destinação correta de seus resíduos eletroeletrônicos,

enquanto 32% responderam que pagariam. Desse modo, o Gráfico 21 expressa a comparação

de valores, em reais, que seriam pagos pelos entrevistados para destinação adequada dos

resíduos eletroeletrônicos.

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Gráfico 21 – Faixa de valores que a população amostrada pagaria para destinação correta de

REEE

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

O Gráfico 21 revela que, como apresentado no questionamento anterior, 34 pessoas

não pagariam nenhum valor para ter uma destinação correta de seus REEE. Dos entrevistados

que responderam sim, ou seja, 16 pessoas, 50% (8 pessoas) pagariam um valor que se

encontra na faixa de R$ 0,00 a 10,00, 06 pessoas (37,5%) gastariam um valor entre R$ 20,00

a 30,00, 01 pessoa (6,25%) um valor de R$ 30,00 a 40,00 e 01 informante (6,25%) que

investiria entre R$ 40,00 a 50,00 para enviar seus REEE a um local correto e adequado.

4.2 Varejo

Na área do varejo foram contatadas 07 empresas que comercializam eletroeletrônicos

na cidade de Lajeado/RS, usando como critério de escolha das mesmas as que possuem

pontos de venda em no mínimo 05 municípios, evidenciando assim a sua abrangência

regional. Das 07 empresas, apenas 01 não respondeu o questionário, alegando não ter

permissões para divulgação de informações para acadêmicos que não trabalham na

instituição.

A Tabela 13 demonstra a diversidade de equipamentos eletrônicos comercializados

por cada empresa participante do estudo a fim de obter um perfil de comércio das mesmas.

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Tabela 13 – Diversidade de equipamentos eletrônicos comercializados por cada empresa

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

Em termos de diversidade de EEE comercializados pelo varejo participante do estudo

percebe-se que, na sua maioria (83,33%), as empresas vendem diversificados tipos de

equipamentos eletrônicos, não se abstendo a alguns em específico. Isso demonstra que as

mesmas possuem um perfil de comércio bastante parecido entre si, comercializando vários

produtos do mesmo gênero.

A Tabela 14 apresenta a quantidade de EEE comercializados mensalmente, em media,

por cada empresa que respondeu o questionário.

Tabela 14– Quantidade de EEE comercializados mensalmente

Quantidades

mensais Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3 Empresa 4 Empresa 5 Empresa 6

50

75

100

150 x

200

350

500

Mais de 500 x x x x x

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

EEE Empresa

1

Empresa

2

Empresa

3

Empresa

4

Empresa

5

Empresa

6

Geladeira/freezer x x x - x x

Split/Ar condicionado x x x x x x

Televisão/DVD x x x x x x

Rádio x x x x x x

Ferro de passar x x x - x x

Aspirador de pó x x x - x x

Máquina de lavar e secar x x x - x x

Forno/microondas x x x - x x

Liquidificador/batedeira x x x - x x

Celular/tablet/telefones x x x x x x

Máquina fotográfica/filmadora x x x x x x

Computador/notebook/vídeo game x x x x x x

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A análise da Tabela 14 permite visualizar que 83,33% das empresas responderam que

comercializam, em media, mais de 500 EEE mensalmente, comprovando que a cidade de

Lajeado/RS pode ser considerada um polo regional do varejo de eletroeletrônicos. Apenas a

Empresa 1 comercializa um número menor de produtos, vendendo em media 150 unidades de

EEE por mês.

O Gráfico 22 demonstra a quantidade de empresas na cidade de Lajeado/RS que

aplicam a logística reversa de REEE, de acordo com a Lei 12.305/2010 (Política Nacional dos

Resíduos Sólidos), evidenciando a sua preocupação com a chegada do fim da vida útil desses

equipamentos.

Gráfico 22 – Aplicação da logística reversa de REEE no varejo

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

No Gráfico 22 percebe-se que, do total de empresas entrevistadas, 66,66%

responderam que aplicam a logística reversa dos REEE e que, 33,34% não aplicam. O Gráfico

23 expressa a existência de políticas nas empresas entrevistadas visando incentivar os

consumidores a devolver seus resíduos eletroeletrônicos.

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Gráfico 23 – Existência de políticas nas empresas visando incentivar os consumidores a

devolver os REEE

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 23 demonstra que apenas 50% das empresas participantes do

estudo possuem políticas de incentivo à devolução de REEE visando a aplicação da logística

reversa, procedimento esse de extrema importância para a cadeia reversa funcionar

efetivamente. A Tabela 15 apresenta o comportamento das empresas quando um cliente que

comprou determinado EEE quer devolve-lo já obsoleto ou danificado para encaminhamento à

reciclagem ou destinação adequada e o Gráfico 24 demonstra as devidas porcentagens

referentes aos dados obtidos na questão.

Tabela 15 – Comportamentos das empresas quando acontece a devolução de um REEE

Comportamento Empresa

1

Empresa

2

Empresa

3

Empresa

4

Empresa

5

Empresa

6

Não aceita o resíduo x - - - - -

Aceita o resíduo somente com a NF de

compra - - - - - x

Solicita que o cliente descarte o produto

em campanhas municipais - - - x - -

Solicita que o cliente encaminhe o

descarte na assistência técnica da marca x - - - x -

Verifica com a marca como proceder

com a logística reversa do descarte - x x x x -

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

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Gráfico 24 – Comportamentos do varejo quando acontece a devolução de um REEE

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 24, bem como da Tabela 15, onde as empresas informantes

puderam marcar mais de uma alternativa de resposta no questionário, permite visualizar que

66,68% do varejo de Lajeado/RS verifica com a marca do produto como proceder a logística

reversa do mesmo. Em seguida, como segunda alternativa mais cotada, com um percentual de

33,34%, as empresas solicitam que o cliente encaminhe o descarte na assistência técnica da

marca.

Apenas a Empresa 1 não aceita o REEE, solicitando ao cliente para que encaminhe o

descarte na assistência técnica da marca. A Empresa 6 aceita o resíduo somente com a nota

fiscal de compra, não aceitando equipamentos adquiridos em outros estabelecimentos

comerciais. A Empresa 4 é a única empresa que solicita ao cliente que encaminhe seu resíduo

eletroeletrônico em campanhas de recolhimento municipais. O Gráfico 25 apresenta os dados

obtidos referente a existência de custos para o varejo voltados a destinação correta de REEE.

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Gráfico 25 – Existência de custos do varejo para destinação correta de REEE

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 25 permite identificar que 66,67% das empresas informantes

responderam que há despesas para destinar corretamente os REEE que chegam até o ponto de

venda, e 33,33% informaram que não possuem custo algum.

Quando perguntados sobre a suficiência de informações instituídas pela legislação

brasileira a cerca da logística reversa, visando a implementação da mesma pela área do varejo,

100% das empresas responderam que as informações encontradas são insuficientes,

acarretando na geração de diversas dúvidas sobre o assunto, dificultando assim a implantação

e o funcionamento correto do sistema reverso. Atualmente não existem “modelos” que

poderiam ser seguidos pelas empresas para obter um funcionamento adequado do sistema.

A Tabela 16 apresenta os principais problemas ou pontos críticos encontrados

atualmente pelo varejo da cidade de Lajeado/RS na implantação ou funcionamento da

logística reversa. O Gráfico 26 demonstra os dados obtidos na análise da Tabela 16, em

percentual, para melhor visualização e entendimento. Nesse questionamento as empresas

puderam marcar mais de uma opção de resposta.

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Tabela 16 – Principais problemas encontrados pelo varejo para implantação ou

funcionamento adequado da logística reversa

Problemas encontrados Empresa

1

Empresa

2

Empresa

3

Empresa

4

Empresa

5

Empresa

6

Falta de orientação adequada x - x - x -

Falta de estrutura física ou

institucional adequada - - x - - x

Falta de implantação de planos

integrados de resíduos sólidos (coleta

seletiva) nos municípios

- - - x x -

Falta de incentivos fiscais através, por

exemplo, de isenção de tributos, como

forma de incentivo

x - x x x -

Falta de um política pública eficaz,

entre os entes federativos, a qual

conduza a atuação do setor privado e

dos consumidores

- x x - x x

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

Gráfico 26 – Principais problemas apontados pelo varejo para o correto funcionamento da

cadeia reversa

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A Análise da Tabela 16, conjuntamente com o Gráfico 26, aponta que os principais

problemas ou pontos críticos apontados pelo varejo para a eficiência na implantação ou

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correto funcionamento da logística reversa, em um percentual de 66,67% das empresas

entrevistadas, decai principalmente sobre dois aspectos, que são a falta de uma política

pública eficaz entre os entes federativos, os quais deveriam conduzir de forma mais clara

sobre a atuação do setor privado e dos consumidores, e também na falta de incentivos fiscais

para as empresas através de, por exemplo, isenção de tributos.

Em seguida, com citação de 50% das empresas, a falta de orientação adequada por

parte do poder público é outro grande problema apontado pelo varejo. A falta de implantação

de planos integrados de resíduos sólidos (coleta seletiva) nos municípios, bem como a falta de

estrutura física ou institucional adequada foram respondidos por apenas 33,34% das empresas

participantes do estudo.

A Tabela 17 demonstra as respostas do varejo envolvendo um dos mais importantes

assuntos na área da logística reversa, que é a forma que a empresa visualiza o melhor arranjo

institucional e físico visando viabilizar a eficiência da gestão dos REEE na região central do

Vale do Taquari. O Gráfico 27 demonstra os dados obtidos na análise da Tabela 17, em

percentual, buscando melhor visualização e entendimento. Nesse questionamento as empresas

puderam marcar mais de uma opção de resposta.

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Tabela 17 – Visualização do melhor arranjo institucional e físico pelo varejo visando a

viabilização da eficiência da gestão dos REEE

Arranjo institucional e físico Empresa

1

Empresa

2

Empresa

3

Empresa

4

Empresa

5

Empresa

6

O município deve viabilizar os

ecopontos, mas os custos de

recolhimento, reúso e reciclagem

devem ser da fabricante.

- - - - - -

Os ecopontos, os custos de

recolhimento, reúso e reciclagem

são de responsabilidade da

fabricante.

x - x x - -

Os ecopontos são de

responsabilidade dos distribuidores

e do varejo, os quais devem

também arcar com os custos de

encaminhamento para a fabricante

reciclar os componentes.

- - - - - -

A fabricante deve definir empresas

parceiras terceirizadas,

especializadas em implantar

ecopontos, recolher e conduzir a

reciclagem dos equipamentos e

componentes descartados, arcando

com os custos, uma vez que podem

obter renda destes materiais.

x x x x - x

Os ecopontos são de

responsabilidade dos distribuidores

e varejo, e o recolhimento e

condução dos mesmos até um ponto

de reciclagem é do município.

- - - - x -

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

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Gráfico 27 – Visualização do melhor arranjo institucional e físico pelo varejo, em percentual,

visando a viabilização da eficiência da gestão dos REEE

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise da Tabela 17, juntamente com o Gráfico 27, demonstra que 83,33% das

empresas entrevistadas responderam que o principal arranjo a ser seguido é o de que a

fabricante deve definir empresas terceirizadas, sendo essas especializadas em implementar

ecopontos, a fim de recolher e conduzir a reciclagem dos equipamentos e componentes

descartados, arcando com os custos, uma vez que podem obter renda destes materiais.

Em seguida, destaca-se que 50% do varejo acredita que os ecopontos, os custos de

recolhimento, reúso e reciclagem são de responsabilidade da fabricante, e apenas 16,67%

respondeu que os ecopontos são de responsabilidade dos distribuidores e varejo, e o

recolhimento e a condução dos mesmos até um ponto de reciclagem é do poder público

municipal.

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Segundo o artigo 33 da PNRS, as responsabilidades dos participantes da logística

reversa deveriam ser estabelecidas da seguinte maneira: os consumidores devem retornar os

produtos ou embalagens, perigosos ou não, aos comerciantes e distribuidores. Os

distribuidores/comerciantes devem, além de estruturar e implementar um sistema de logística

reversa, efetuar a devolução dos produtos e embalagens aos fabricantes ou importadores.

Os fabricantes/importadores, por sua vez, devem providenciar a destinação

ambientalmente adequada aos produtos e às embalagens devolvidas, sendo que os rejeitos

devem ser encaminhados à disposição final, conforme determinação do órgão ambiental

competente ou estabelecido no plano de gestão integrada de resíduos. A lei entende como

destinação final ambientalmente adequada as alternativas de reutilização, reciclagem,

compostagem, recuperação e aproveitamento energético, ou outras formas de destinação,

sendo que somente os rejeitos não passíveis de reaproveitamento ou tratamento.

O serviço público de limpeza urbana pode se encarregar das responsabilidades dos

distribuidores, comerciantes, fabricantes e importadores, mediante remuneração acordada

entre as partes. E por fim, as cooperativas, as quais devem estabelecer parcerias com a toda a

cadeia envolvida para o processamento de materiais reutilizáveis e recicláveis.

4.3 Municípios

Nos municípios, foram contatadas as Secretarias Municipais de Meio Ambiente ou

respectivos responsáveis pelos Departamentos de Meio Ambiente, e aplicado um questionário

estruturado sobre como o município está atuando com a logística reversa dos REEE.

A escolha dos municípios que participaram da pesquisa se deu levando em

consideração sua localização, ou seja, a distância do maior centro urbano do Vale do Taquari,

sendo esse a cidade de Lajeado/RS, onde se encontram um maior número de varejistas de

EEE e consequentemente, maiores concentrações de consumidores. Em termos de

conhecimento da Lei nº 12.305/2010, todos os municípios responderam que possuem

conhecimento da mesma, principalmente no que se refere à logística reversa e a

responsabilidade compartilhada. O Gráfico 28 apresenta os dados obtidos sobre a realização

de coleta seletiva nos municípios envolvidos no estudo.

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Gráfico 28 – Realização de coleta seletiva nos município entrevistados

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 28 demonstra que do total de 9 municípios entrevistados, 5 não

realizam coleta seletiva em seu território, representando, em percentual, 55,55%. Dos 4

municípios que realizam coleta seletiva (44,45%), 3 aplicam os serviços tanto na cidade (zona

urbana), quanto no interior (zona rural), representando 33,34%. Apenas 1 município

informante (11,11%) realiza a coleta seletiva somente na cidade. O Gráfico 29 apresenta a as

respostas obtidas quanto à existência de ecopontos para recolhimento de resíduos na cidade.

Gráfico 29 – Existência de ecopontos para recolhimento de resíduos nos municípios

amostrados

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 29 permite a identificação de que em 77,78% dos municípios

amostrados existem ecopontos de recolhimento de resíduos disponíveis para a população, e

que em apenas 2 municípios (22,22%) não há ecopontos distribuídos pela cidade. A Tabela 18

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demonstra os tipos de resíduos que são recebidos pelos ecopontos supracitados, em cada

município participante do estudo. Na tabela, cada município foi nomeado pelo autor por uma

sigla (M1, M2, M3, etc.), significando Município 1, Município 2, Município 3 e assim por

diante. O Gráfico 30 apresenta os dados obtidos na tabela 18, visando um melhor

entendimento o visualização dos mesmos.

Tabela 18 – Tipos de resíduos recebidos pelos ecopontos dos municípios entrevistados

Tipo de resíduo M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9 M10

Qualquer resíduo - - - - - - - - - -

Resíduos e embalagens

de agrotóxicos - - - - - x - x - -

Pilhas e baterias x - x x - x x - x -

Pneus x - - - - - - - - -

Óleos lubrificantes,

seus resíduos e

embalagens

x - - - - x - x - -

Lâmpadas x - x x - - - - - -

Produtos

eletroeletrônicos e seus

componentes

x - - x - x x - x -

Todos - - - - - - - - - -

Nenhum - x - - - - - - - x

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

Gráfico 30 – Tipos de resíduos recebidos pelos ecopontos dos municípios entrevistados

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

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A análise da Tabela 18, juntamente com o Gráfico 30, demonstra que apenas 2

municípios, ou seja, 22,22% do total de entrevistados, não possuem ecopontos de

recolhimento de resíduos. A tabela apresenta também que o tipo de resíduo mais recebido nos

ecopontos são os de pilhas e baterias, citados por 6 municípios (66,67%), seguidos dos

produtos eletrônicos e seus componentes (55,55%). As lâmpadas e óleos lubrificantes, seus

resíduos e embalagens foram citados por 3 municípios, correspondendo a 33,33% do total de

entrevistados. Em termos embalagens de agrotóxicos, 2 municípios (22,22%) responderam

que possuem ecopontos para receber este tipo de resíduo. Destaca-se que apenas 1 município

(11,11%) recebe pneus usados nos ecopontos.

Além das opções dos tipos de resíduos disponibilizadas nos questionários, foram

colocados outros tipos de resíduos que são recebidos nos ecopontos pelos municípios, tais

como óleo de cozinha usado, citado por 3 municípios, e medicamentos vencidos e seringas

usadas, recebidos por somente 1 município.

O Gráfico 31 apresenta os dados obtidos sobre a frequência anual de realização de

campanhas de recolhimento de REEE nos municípios amostrados.

Gráfico 31 – Frequência de realização de campanhas de recolhimento de REEE nos

municípios amostrados

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 31 demonstra que em 33,33% dos municípios entrevistados não

são realizadas campanhas para recolhimento de REEE, estando os munícipes descobertos

desse serviço. Em contrapartida, 44,44% dos informantes citaram que realizam mais de 5

campanhas anuais, destacando a importância do descarte correto desse tipo de resíduo. Ainda,

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1 município respondeu que realiza campanhas 2 vezes ao ano e outro em 3 vezes. As opções

de 1, 4 e 5 vezes anuais não foram citadas por nenhum município informante. O Gráfico 32

apresenta a quantidade de REEE coletados, em média, por campanha de recolhimento nos

municípios amostrados.

Gráfico 32 – Quantidade de REEE coletados, em média, por campanha de recolhimento nos

municípios amostrados

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 32 demonstra que 33,33% dos municípios amostrados recebem

menos de 0,5 ton de REEE, em média, por campanha de recolhimento realizada. Em seguida,

2 municípios (22,22%) responderam que recebem uma quantidade aproximada de 1 ton por

campanha, e apenas 1 município (11,11%) recebe uma quantidade aproximada de 2 ton.

Como visto anteriormente, 33,33% dos municípios não realizam campanhas de recolhimento

de REEE. O Gráfico 33 apresenta os dados obtidos sobre custos estimados, por tonelada, para

a destinação correta dos REEE arrecadados em ecopontos ou campanhas.

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Gráfico 33 – Custos estimados, por tonelada, para a destinação correta de REEE

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 33 permite identificar que 33,33% dos municípios entrevistados

não possuem custo algum para a destinação dos REEE coletados. Dois municípios citaram

que possuem um custo entre R$ 0,01 e R$ 50,00 por tonelada de resíduos encaminhados para

destinação e apenas 1 município possui um custo estimado de R$ 500,00 por tonelada. As

demais opções colocadas no questionário não foram marcadas por nenhum município

informante.

O Gráfico 34 demonstra os resultados obtidos referente as opiniões dos gestores

públicos no que diz a melhor forma que os mesmos visualizam o melhor arranjo físico e

institucional para viabilizar a eficiência na gestão dos REEE por intermédio da logística

reversa.

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Gráfico 34 – Melhor arranjo físico e institucional pelos municípios amostrados

Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa.

A análise do Gráfico 34 apresenta que a maioria dos municípios abrangidos no

estudo, com um percentual de 66,66%, responderam que o melhor arranjo físico e

institucional é de que a fabricante deveria definir empresas parceiras terceirizadas,

especializadas em implantar ecopontos, recolher e conduzir a reciclagem dos equipamentos e

componentes descartados, arcando com os custos, uma vez que podem obter renda destes

materiais.

Sendo assim, a implementação da PNRS estabelece a obrigatoriedade da implantação

de sistemas de logística reversa, e para existir eficácia, considerando os diversos e difusos

interesses dos elos envolvidos na cadeia reversa, a lei estabelece a elaboração de acordos

setoriais como base de implementação. Esses acordos requerem entendimento entre as partes

envolvidas para a definição de metas e prazos para implantar a logística reversa.

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No Brasil, foram lançados editais de Chamamento Público para estabelecimento dos

sistemas de logística reversa, em atendimento a legislação, sendo que o edital referente aos

resíduos eletroeletrônicos, foi lançado em 13 de fevereiro de 2013. Dessa forma, o poder

público e o setor privado encontram-se em estágio de planejamento de estratégias para

consolidação de um acordo.

O edital estipulou que deveria ser recolhido e corretamente destinado 17% de todos

os equipamentos eletroeletrônicos colocados no mercado no ano de 2012, sendo que essa

meta deverá ser atingida dentro do período de 5 anos a partir da instalação do sistema de

logística reversa, ou seja, em 2017. Comparado as metas europeias de recolhimento e

destinação, esse percentual ainda é bastante baixo, mas tornou-se um grande desafio levando

em consideração a atual organização do Brasil referente aos REEE.

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5 CONCLUSÕES

Visto a situação atual das cadeias reversas no Brasil, é notável que o sistema de

logística reversa do REEE ainda ocorre de forma desarticulada e desordenada na região

central do Vale do Taquari, sendo que os custos consistem mais da ausência de integração

entre as partes envolvidas no processo do que no custo do processo em si. Os resultados

obtidos através desse estudo na região central do Vale do Taquari apontaram que a

ineficiência da logística reversa parte da falta de informação dos consumidores finais, os

quais, na sua maioria, não conhecem a legislação brasileira e se quer ouviram falar em termos

voltados ao retorno dos produtos, somado ainda à deficiência nos procedimentos de coleta dos

resíduos, não existindo nenhuma estrutura legal para ser seguida e implantada pelas empresas

(varejo).

Desse modo, percebe-se notadamente que o gerenciamento da cadeia reversa ainda

necessita de uma melhor definição de referências que supram os anseios e dúvidas dos elos

envolvidos na mesma, tais como os fabricantes, comerciantes, consumidores, catadores e

poder público, através da elaboração de instrumentos normativos que apoiem a execução da

PNRS, definindo as responsabilidades de uma maneira organizada. A criação da lei,

isoladamente, não é suficiente para promover a sustentabilidade, sendo necessária a

conscientização da população através da instituição de uma educação ambiental melhor

elaborada e principalmente, mais divulgada, bem como a estimulação da reciclagem dos

materiais, o que poderia ser efetuado pelos municípios através de programas de

conscientização mais eficazes.

Para isso, deveriam ser formalizados, por exemplo, modelos de arranjos físicos e

institucionais para que empresas e distribuidores conseguissem implantar a logística reversa

de uma forma correta, pois atualmente poucos desses sabem verdadeiramente como a mesma

deveria funcionar, não possuindo orientações adequadas sobre o assunto, acarretando na não

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formalização e aplicação do sistema reverso. Na cidade de Lajeado/RS, os arranjos físicos

aplicados pelas empresas revendedoras de eletroeletrônicos estão sendo executados de uma

forma desarticulada, onde cada revendedor, se aplicar a logística reversa, faz da maneira que

acredita ser a melhor, e não a que a lei determina, pois não há suporte e nem ações advindas

das fabricantes dos produtos ou poder público que os instruam a agir da melhor forma.

Além disso, os custos logísticos do retorno dos produtos pós-consumo estão ainda

muito elevados, isso devido aos baixos volumes de REEE arrecadados atualmente, somados

ainda a distância ou localizações dos pontos de descarte e unidades de triagem (essas

encontradas em pouco número), comprometendo a eficiência da coleta e o processamento dos

resíduos.

Um fator importante a ser considerado na elaboração de um sistema de logística

reversa é o segmento de origem do produto pós-consumo a ser processado, bem como os

respectivos tipos de ciclo de vida dos mesmos, sabendo que produtos de grande porte, como

por exemplo, refrigeradores, freezers, geradores, transformadores, etc., possuem um ciclo

mais longo e lento, enquanto os equipamentos de menor porte, tais como, produtos

descartáveis feitos em papel ou plástico, EEE de pequeno porte, pilhas e baterias, entre outros,

tem um ciclo de vida muito mais rápido. Desse modo, cada tipo de resíduo (grande e pequeno

porte) poderia possuir um sistema de logística reversa adaptada de forma individual,

principalmente devido ao tempo de obsolescência de cada um, onde resíduos de menor porte

tem seu descarte efetuado em menos tempo do que os de grande porte.

Outro segmento que poderia ser mais bem aproveitado para os sistemas de logística

reversa funcionar de uma forma melhor na região central do Vale do Taquari são as

associações ou cooperativas de catadores, as quais deveriam ser mais incentivadas e

estruturadas, através de, por exemplo, treinamentos e breves aulas teóricas sobre a legislação

brasileira, bem como estimular as mesmas a praticar corretamente a utilização e

aproveitamento dos REEE. Essas associações e cooperativas poderiam representar grandes

avanços na organização desse trabalho, sendo que a mão de obra dessas se dedica

integralmente a coleta e triagem de resíduos.

Desse modo, pesquisas futuras mais aprofundadas sobre o assunto poderiam apontar

um modelo ideal de arranjo físico e institucional de logística reversa para ser utilizado pelas

empresas revendedoras de eletroeletrônicos e habitantes da região central do Vale do Taquari.

Ainda, esses estudos poderiam levantar dados sobre como as assistências técnicas das marcas

e também lojas de conserto de EEE da cidade de Lajeado/RS se comportam em termos da

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logística reversa desses resíduos, sendo que esses recebem grande parte dos REEE gerados

pela população.

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REFERÊNCIAS

ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Logística Reversa de

Equipamentos Eletroeletrônicos, Análise de Viabilidade Técnica e Econômica, 2012.

Disponível em: <http://www.abdi.com.br/Estudo/Logistica%20reversa%20de%20residuos

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ULBRA – Universidade Luterana do Brasil. Administração e meio ambiente. Curitiba/PR,

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PDF. Acesso em: 12 set. 2014.

VARIN, B. e ROINAT, P. The Entrepreneur’s Guide to Computers Recycling Volume 1:

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WAGNER, T. P.; Shared responsibility for managing electronic waste: a case study of

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XAVIER, Lúcia H.; Sistemas de Logística Reversa: criando cadeias de suprimento

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YIN, Robert K. Estudo de caso – planejamento e métodos, 2ª ed., Porto Alegre, Bookman,

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ZANATTA, Marina; A obsolescência programada sob a ótica do direito ambiental

brasileiro. Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS. Porto Alegre,

2013. Disponível em: http://www3.pucrs.br/pucrs/files/uni/poa/direito/graduacao/tcc/tcc2/

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO NA ÁREA DO VAREJO

Centro Universitário Univates

Rua Avelino Tallini, 171

Bairro Universitário

Lajeado/RS

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Questionário n°_____________

Este questionário faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso do acadêmico

Chrystian Estêvam Quinot, do curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário

UNIVATES, de Lajeado/RS, e tem como objetivo avaliar a logística reversa dos Resíduos de

Equipamentos Eletroeletrônicos – REEE (mecanismos de coleta e gerenciamento da cadeia

reversa) nas principais empresas que atuam no comércio de equipamentos eletroeletrônicos no

Vale do Taquari.

Desse modo, o estudo visa conhecer como está organizada a gestão e a logística

reversa dos REEE na área de varejo, quais os responsáveis pelo arranjo físico, quais os

entraves e quais são as ações futuras pretendidas de ser desenvolvidas pela empresa para

viabilizar a logística reversa, em caso de não operação atual.

As informações prestadas serão utilizadas com total sigilo, sem revelar a identidade

dos informantes.

Desde já agradeço por vossa colaboração, pois a mesma se faz imprescindível para a

qualidade do estudo em questão.

O questionário aplicado nas principais empresas comerciantes de equipamentos

eletroeletrônicos – EEE no Vale do Taquari contará com, no mínimo, as seguintes questões:

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1) Dos equipamentos eletroeletrônicos dispostos abaixo, quais são comercializados pela

empresa?

( ) Geladeira/freezer

( ) Split/Ar condicionado

( ) Televisão/DVD

( ) Rádio

( ) Ferro de passar

( ) Aspirador de pó

( ) Máquina de lavar e secar

( ) Forno/microondas

( ) Liquidificador/batedeira

( ) Celular/tablet/telefones

( ) Máquina fotográfica/filmadora

( ) Computador/notebook/vídeo game

2) Qual a quantidade media de eletroeletrônicos comercializada mensalmente pela

empresa?

( ) 50 unidades ( ) 150 unidades ( ) 500 unidades

( ) 75 unidades ( ) 200 unidades ( ) Mais de 500 unidades

( ) 100 unidades ( ) 350 unidades

3) A empresa aplica o sistema de Logística Reversa do Resíduos Eletroeletrônicos

instituído pela Lei nº 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos)?

( ) Sim ( ) Não

4) Existem políticas na empresa visando incentivar o consumidor a devolver o seu

resíduo de equipamento eletroeletrônico (REEE)?

( ) Sim ( ) Não

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5) Qual o comportamento da empresa quando o cliente que comprou determinado

equipamento eletroeletrônico o devolve já obsoleto ou danificado para reciclagem e/ou

destino adequado?

( ) Não aceita o resíduo

( ) Aceita o resíduo somente com a NF de compra

( ) Solicita que o cliente descarte o produto em campanhas municipais

( ) Solicita que o cliente encaminhe o descarte na assistência técnica da marca

( ) Verifica com a marca como proceder com a logística reversa do descarte

6) Existe algum custo para a empresa no que se refere a destinação correta de REEE?

( ) Sim ( ) Não

7) A legislação vigente no Brasil sobre a logística reversa é suficiente para uma

empresa implementar o sistema reverso e suprir as dúvidas sobre o assunto?

( ) Sim ( ) Não

8) Quais são os problemas (entraves) ou pontos críticos encontrados atualmente pela

empresa na implantação ou funcionamento da logística reversa?

( ) Falta de orientação adequada

( ) Falta de estrutura física ou institucional adequada

( ) Falta de implantação de planos integrados de resíduos sólidos (coleta seletiva) nos

municípios

( ) Falta de incentivos fiscais através, por exemplo, de isenção de tributos, como forma

de incentivo

( ) Falta de um política pública eficaz, entre os entes federativos, a qual conduza a

atuação do setor privado e dos consumidores

9) De que forma a empresa visualiza o melhor arranjo institucional e físico para

viabilizar a eficiência da gestão dos REEE por intermédio da logística reversa?

( ) O município deve viabilizar os ecopontos, mas os custos de recolhimento, reuso e

reciclagem devem ser da fabricante.

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( ) Os ecopontos, os custos de recolhimento, reuso e reciclagem são de

responsabilidade da fabricante.

( ) Os ecopontos são de responsabilidade dos distribuidores e do varejo, os quais

devem também arcar com os custos de encaminhamento para a fabricante reciclar os

componentes.

( ) A fabricante deve definir empresas parceiras terceirizadas, especializadas em

implantar ecopontos, recolher e conduzir a reciclagem dos equipamentos e componentes

descartados, arcando com os custos, uma vez que podem obter renda destes materiais.

( ) Os ecopontos são de responsabilidade dos distribuidores e varejo, e o recolhimento

e condução dos mesmos até um ponto de reciclagem é do município.

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO NOS MUNICÍPIOS

Centro Universitário Univates

Rua Avelino Tallini, 171

Bairro Universitário

Lajeado/RS

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Questionário n°_____________

Este questionário faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso do acadêmico

Chrystian Estêvam Quinot, do curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário

UNIVATES, de Lajeado/RS, e tem como objetivo avaliar como o município está atuando

com a logística reversa dos Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos – REEE em seu

território.

As informações prestadas serão utilizadas com total sigilo, sem revelar a identidade

dos informantes.

Desde já agradeço por vossa colaboração, pois a mesma se faz imprescindível para a

qualidade do estudo em questão.

O questionário aplicado nas principais empresas comerciantes de equipamentos

eletroeletrônicos – EEE no Vale do Taquari contará com, no mínimo, as seguintes questões:

1) O município realiza coleta seletiva?

( ) Somente na cidade

( ) Na cidade e interior

( ) Não realiza coleta seletiva

2) Existem ecopontos de recolhimento de resíduos disponíveis na cidade?

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( ) Sim

( ) Não

( ) Quantos

3) Qual tipo de resíduos recebem os ecopontos?

( ) Qualquer resíduo

( ) Resíduos e embalagens de agrotóxicos

( ) Pilhas e baterias

( ) Pneus

( ) Óleos lubrificantes, seu resíduos e embalagens

( ) Lâmpadas

( ) Produtos eletroeletrônicos e seus componentes

( ) Todos

( ) Nenhum

4) Com qual frequência anual são realizadas campanhas de recolhimento de REEE?

( ) 0 ( ) 3 ( ) Mais de 5

( ) 1 ( ) 4

( ) 2 ( ) 5

5) Quantas toneladas de REEE são coletadas, em média, por campanha?

( ) Menos de 0,5 ton

( ) 0,5 ton

( ) 1 ton

( ) 2 ton

( ) 5 ton

( ) 10 ton

6) Qual é o custo estimado para destinação por tonelada de resíduo nos ecopontos ou

campanhas de recolhimento ao município?

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( ) Menos de R$ 50,00

( ) R$ 50,00

( ) R$ 100,00

( ) R$ 250,00

( ) R$ 500,00

( ) Mais de R$ 500,00

7) O município tem conhecimento do que trata a Política Nacional dos Resíduos

Sólidos, instituída através da Lei nº 12.305/2010, especialmente no que tange a logística

reversa e a responsabilidade compartilhada?

( ) Sim ( ) Não

8) De que forma a gestão pública municipal visualiza o melhor arranjo institucional e

físico para viabilizar eficiência na gestão dos REEE por intermédio da logística reversa?

( ) O município deve viabilizar os ecopontos, mas os custos de recolhimento, reuso e

reciclagem devem ser da fabricante.

( ) Os ecopontos, os custos de recolhimento, reuso e reciclagem são de

responsabilidade da fabricante.

( ) Os ecopontos são de responsabilidade dos distribuidores e do varejo, os quais

devem também arcar com os custos de encaminhamento para a fabricante reciclar os

componentes.

( ) A fabricante deve definir empresas parceiras terceirizadas, especializadas em

implantar ecopontos, recolher e conduzir a reciclagem dos equipamentos e componentes

descartados, arcando com os custos, uma vez que podem obter renda destes materiais.

( ) Os ecopontos são de responsabilidade dos distribuidores e varejo, e o recolhimento

e condução dos mesmos até um ponto de reciclagem é do município.

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APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO APLICADO NA POPULAÇÃO

Centro Universitário Univates

Rua Avelino Tallini, 171

Bairro Universitário

Lajeado/RS

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Questionário n°_____________

Este questionário faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso do acadêmico

Chrystian Estêvam Quinot, do curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário

Univates, de Lajeado/RS, e tem como objetivo adquirir informações sobre o grau de

conhecimento da população residente no Vale de Taquari a respeito da legislação vigente no

Brasil sobre os Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos (REEE), principalmente no que

diz a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, instituída pela Lei nº 12.305/2010, abrangendo

a responsabilidade compartilhada e a logística reversa, bem como buscar compreender quais

são os principais hábitos de descarte deste tipo de resíduos por parte dos consumidores finais.

As informações prestadas serão utilizadas com total sigilo, sem revelar a identidade

dos informantes.

Desde já agradeço por vossa colaboração, pois a mesma se faz imprescindível para a

qualidade do estudo em questão.

O questionário a ser aplicado conterá, no mínimo, com as seguintes questões:

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Perfil do entrevistado:

Sexo Nível de escolaridade Faixa etária em anos

( ) Masculino

( ) Feminino

( ) Fundamental Incompleto ou em andamento

( ) Fundamental Completo

( ) Ens. Médio Incompleto ou em andamento

( ) Ens. Médio Completo

( ) Ens. Superior Incompleto ou em andamento

( ) Ens. Superior Completo

( ) de 18 a 29

( ) de 30 a 39

( ) de 40 a 49

( ) acima de 50

Cidade em que reside

( ) Lajeado ( ) Forquetinha ( ) Santa Clara do Sul

( ) Arroio do Meio ( ) Capitão ( ) Outro _______________

( ) Travesseiro ( ) Estrela

( ) Marques de Souza ( ) Cruzeiro do Sul

1) Dos equipamentos eletroeletrônicos dispostos abaixo, quais e quantos você ou sua

família adquiriram e utilizam?

( ) Geladeira/freezer

( ) Split/Ar condicionado

( ) Televisão/DVD

( ) Rádio

( ) Ferro de passar

( ) Aspirador de pó

( ) Máquina de lavar e secar

( ) Forno/microondas

( ) Liquidificador/batedeira

( ) Celular/tablet/telefones

( ) Máquina fotográfica/filmadora

( ) Computador/notebook/vídeo game

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2) Quantos equipamentos eletroeletrônicos você ou sua família possuem em casa?

( ) 1 ( ) 4 ( ) 7 ( ) 10

( ) 2 ( ) 5 ( ) 8 ( ) Mais de 10

( ) 3 ( ) 6 ( ) 9

3) Quantos eletroeletrônicos sua família adquire em média, anualmente?

( ) 1 ( ) 4

( ) 2 ( ) 5

( ) 3 ( ) mais de 5

4) Você possui em sua residência algum produto eletrônico que estragou ou não possui

mais utilidade?

( ) Sim ( ) Não

5) Se sim, você prioriza o conserto ou a troca por um produto equivalente novo?

( ) Prioriza a compra de um novo ( ) Prioriza o conserto do antigo

6) O que você faz com o produto sem uso ou estragado?

( ) Guarda em casa ( ) Por ser mais barato

( ) Descarto com o lixo doméstico ( ) Pela durabilidade do antigo

( ) Descarto em campanhas ( ) Para evitar geração de resíduos

( ) Encaminho para coletores específicos

( ) Vende

7) Quando você manda consertar os seus equipamentos eletroeletrônicos, você

questiona onde estão indo estas peças danificadas?

( ) Sim ( ) Não

8) Você sabe o que são resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE)?

( ) Sim ( ) Não

9) Quais destes componentes de resíduos eletroeletrônicos você conhece?

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( ) Carcaças, plásticos e fibras

( ) Componentes eletrônicos

( ) Metais pesados

( ) Vidro

10) Você possui algum conhecimento do que trata a Lei 12.305/2010 (Política

Nacional dos Resíduos Sólidos), principalmente no que tange a logística reversa e a

responsabilidade compartilhada?

( ) Sim ( ) Não

11) Quais desses resíduos são alvos da logística reversa?

( ) Resíduos e embalagens de agrotóxicos

( ) Pilhas e baterias

( ) Pneus

( ) Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens

( ) Lâmpadas

( ) Produtos eletroeletrônicos e seus componentes

( ) Todos

12) Ordene de forma prioritária de quem você acha que é a responsabilidade pelo

recolhimento, reciclagem e o descarte correto dos REEE?

( ) Fabricante

( ) Distribuidor

( ) Varejo

( ) Consumidor final

( ) Município

( ) Todos

( ) Nenhum

13) Qual é a melhor solução para os REEE?

( ) Lixo comum

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( ) Coleta seletiva municipal

( ) Guardar em casa

( ) Doação

( ) Venda

( ) Encaminhar para coletores específicos ou campanhas de recolhimento

14) Você conhece algum ponto de coleta de REEE na sua cidade ou em cidades

vizinhas?

( ) Sim ( ) Não

15) O que lhe estimularia a encaminhar os REEE em um ponto de coleta?

( ) Nada

( ) O recolhimento domiciliar

( ) A obtenção de um benefício econômico

( ) O benefício ambiental

16) Você pagaria para ter os seus REEE destinados de forma correta?

( ) Sim ( ) Não

17) Quanto você pagaria por um serviço de recolhimento à domicílio do seu lixo

eletrônico e encaminhamento a um centro de reciclagem?

( ) Nenhum valor

( ) De R$ 0,00 a R$ 10,00

( ) De R$ 20,00 a R$ 30,00

( ) De R$ 30,00 a R$ 40,00

( ) De R$ 40,00 a R$ 50,00