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A LITERATURA INFANTO-JUVENIL NA SALA DE AULA: do cl ássico ao

contemporâneo

SILVA, Bernadete Lopes da.1

SILVA, Marcela Verônica da.2 Resumo: O presente artigo foi criado a partir dos resultados da Formação Continuada do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE-2012/2013) e busca divulgar a aplicação do Projeto de Intervenção Pedagógica realizada no Colégio Estadual Profª Alvina Prestes em Figueira-PR, na turma de 6º ano do Ensino Fundamental. Sua abordagem detém-se em uma tentativa de superação do problema da falta de interesse dos alunos pela leitura, causa de muitas dificuldades em interpretação e produção textual. Assim, (re) estabelecendo a motivação pela leitura, haverá melhoria também na escrita. Esse trabalho realizou-se principalmente por meio de leituras de contos clássicos e contemporâneos, discussões, que serviram para captação das inferências, estabelecimento de “pontes” para a aproximação dos textos ao universo de significação do aluno, bem como, o diálogo entre contos clássicos, modernos e contemporâneos. A releitura dos clássicos é importante, pois são obras que permanecem no tempo e possibilitam variadas leituras em variados contextos. Constituem também referências para a literatura contemporânea e suas histórias são adotadas em outros gêneros, como em filmes, quadrinhos, músicas etc. Como suporte metodológico foi utilizado o Método Recepcional, pois ele valoriza o leitor proporcionando uma ampliação do seu conhecimento, um aumento em seu repertório de leitura e desenvolvimento do seu senso crítico. O artigo relata ainda, de forma detalhada, todo o processo de aplicação do método e os benefícios que tais atividades proporcionaram ao aluno, favorecendo sua formação enquanto leitor crítico.

Palavras-chave: Leitura. Contos Clássicos. Contos Contemporâneos. Recepção.

Introdução

O presente artigo é resultado de pesquisas realizadas durante o curso de

formação continuada do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE,

organizado pela Secretaria de Estado da Educação. A atividade constava de quatro

períodos de seis meses cada, havendo, em cada período, uma série de atividades:

desde estudos e pesquisas até a elaboração de um Plano de Trabalho, Material

Didático-Pedagógico e finalmente de um artigo científico a serem utilizados

posteriormente pelo professor cursista, nomeado professor PDE, em sua sala de

aula, na escola de lotação, com seus alunos.

O trabalho foi desenvolvido em uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental

do Colégio Estadual Profª Alvina Prestes em Figueira-PR e buscou, a partir da

escolha prévia do Método Recepcional desenvolvido por Bordini e Aguiar (1993),

1Professora da Rede Estadual de Educação, formada em Letras pela Fundação Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Jandaia do Sul - PR. Participante do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE – 2012. E-mail para contato: [email protected]. 2 Doutora em Literatura Brasileira - Docente do Centro de Letras, Comunicação e Artes da Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP. E-mail para contato: [email protected].

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criar condições para que se desenvolvesse uma sequência de atividades que

estivesse fundamentada na importância da leitura.

Avaliações pelas quais tem passado os alunos de escola pública, mais

precisamente os do Ensino Fundamental, demonstram dados preocupantes

reveladores de desinteresse pela leitura e dificuldades de interpretação, de

inferência e de escrita. Tais deficiências comprometem o bom desempenho em todas

as disciplinas.

Mesmo conscientes da origem do problema, os professores de Língua

Portuguesa, enfrentam dificuldades para conseguir desenvolver atividades que

corrijam esse déficit. Isso ocorre devido a vários fatores, como, por exemplo, a

própria falta de tempo do professor, que não consegue preparar suas aulas

adequadamente, uma vez que as leituras devem ser constantes e ele próprio precisa

ter o hábito da leitura para exigir de seu aluno o mesmo; as salas superlotadas e a

consequente indisciplina constituem entrave ao tratamento adequado e

personalizado que o aluno necessita; e também a precariedade na estrutura, como a

falta, por exemplo, de bibliotecas equipadas com livros variados e com número

suficiente de exemplares e a necessidade de pessoal especializado para orientação

dos alunos, etc.

A escola também deve contar com o apoio da família, pois se entende que ela

tem um papel primordial, pois a valorização do conhecimento e da leitura deve

ocorrer no âmbito familiar antes mesmo da criança aprender a falar. Conversando

com muitos pais, pôde-se perceber que a criança não teve tal preparo, até mesmo

porque esses pais não foram acostumados desde crianças a ter a leitura como parte

do seu mundo. Assim, fica mais claro e evidente que nem sempre se pode dar aquilo

que nunca se teve. Percebe-se ainda que, com o passar do tempo torna-se mais

difícil corrigir esse problema, pois, com a chegada da adolescência outras

preocupações surgem e, porque não dizer, outras prioridades. Já na fase adulta,

eles passarão a dar importância a outras coisas em sua vida e, assim, a leitura não

terá mais espaço em sua rotina. Se a leitura for bem trabalhada na infância e na

adolescência ela servirá como instrumento de crescimento individual.

Hoje, diante da falta de incentivo à leitura por parte da família, a escola

representa o único ambiente de contato com os livros. Sua função é conseguir fazer

com que o aluno, por meio das atividades diárias, da oralidade e das interpretações

textuais, consiga compreender que ler também é um ato social e necessário, e que

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será por meio desse ato que poderá estabelecer as inferências e compreender as

intenções que cada texto traz e, assim, tornar-se um cidadão crítico.

Sob esse olhar, o presente artigo baseia-se na busca de uma alternativa para

contribuir para o processo de ensino-aprendizagem através da leitura e da

compreensão de textos, tendo como base os contos clássicos infantis, pois tal

gênero propicia ao leitor a base necessária para a compreensão de outras obras

literárias e do próprio mundo em que vive, além de possibilitar o desenvolvimento da

criatividade, da compreensão, do belo, da magia, dos sonhos, da imaginação. Além

do mais, pode-se desenvolver a interatividade fazendo inferências, comparações das

histórias vividas nesses contos, pois eles são repletos de temas reais e atuais como

a violência, o preconceito, a pobreza, o trabalho infantil, os costumes, a moral, etc.

Esses assuntos podem contribuir para sua formação, uma vez que suscitam

reflexões sobre os mais variados assuntos e podem ser o caminho pelo qual

desenvolverá conhecimentos, estabelecerá comparações e questionará seu

cotidiano.

É bem verdade que cada aluno apresenta uma dificuldade particular, mas

precisamos estar preparados para essas questões, para que possamos enfrentá-las

com estratégias que propiciem ao aluno uma prática de leitura que faça com que ele

evolua e consequentemente desenvolva sua habilidade em produção textual, na

oralidade, na interpretação e nas demais disciplinas.

Os contos clássicos infantis, ao serem explorados em sala de aula, servem de

base para o estabelecimento de comparação com diversos gêneros, entre os quais

contos modernos e filmes. Os contos literários, ao serem trabalhados juntamente

com outros gêneros artísticos possibilitam a inferência (estabelecimento de pontes),

a catarse3 (identificação visando à purgação das emoções) e a fruição estética

(sensação de prazer vinda da compreensão) dos alunos.

Fundamentação Teórica

Para Candido (CANDIDO, 1972 apud PARANÁ, 2008, p. 57-58), a literatura é

vista como arte que transforma/humaniza o homem e a sociedade. O autor atribui à

3 No aristotelismo, o termo relaciona-se à descarga de desordens emocionais ou afetos desmedidos a partir da experiência estética oferecida pelo teatro, música e poesia. A literatura e as outras artes, nesse sentido, permitem ao ser humano a vivência de outras experiências pela projeção.

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literatura três funções que são: a psicológica, a formadora e a social. A primeira,

função psicológica, permite ao homem a fuga da realidade, mergulhando num

mundo de fantasias, o que lhe possibilita momentos de reflexão, identificação e

catarse. Ainda segundo o autor, sobre a função formadora, a literatura por si só faz

parte da formação do sujeito, atuando como instrumento de educação, ao retratar

realidades não reveladas pela ideologia dominante. A função social, por sua vez, é a

forma como a literatura retrata os diversos segmentos da sociedade, é a

representação social e humana.

A leitura, por si só, é capaz de conferir uma série de benefícios ao leitor uma

vez que, como observou Zilberman (2001), liberta o indivíduo de constrangimentos,

estabelece a distância entre ele e a realidade, faz com que incorpore outras normas,

fundamentais para sua vida e permite a redescoberta de si próprio e do mundo que o

cerca.

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica (2008) sugerem que o ensino

da literatura seja pensado a partir da teoria da Estética da Recepção de Hans Robert

Jauss e da teoria do Efeito Estético proposta por Wolfgang Iser, pois se tratam de

abordagens que procuram formar um leitor capaz de sentir e expressar o que sente,

tendo condições de perceber a subjetividade que se expressa pela tríade

obra/autor/leitor, por meio de uma interação que está presente na prática da

literatura, pois aquele que lê amplia seu universo e amplia também o universo da

obra a partir da sua experiência cultural.

Para a aplicação do método, cinco etapas devem ser respeitadas. Elas

servem como sequência de aprofundamento, partindo de textos “fáceis” para textos

que exigem um maior grau de comprometimento.

A primeira etapa do método é chamada pelas autoras de Determinação do

Horizonte de Expectativas e corresponde a fase de sondagem. Nesse momento é

importante estimular a atenção do leitor para investigar qual o seu nível de leitura e o

seu interesse em relação à temática pretendida. As atividades selecionadas para

esse momento correspondem a uma brincadeira intitulada de “Mímica dos Clássicos”

e a leitura do texto O Conto se apresenta de Moacyr Scliar presente na obra Na

ponta do lápis (2009).

No segundo momento, são apresentados textos que possibilitam experiências

e que atendam suas expectativas, é a etapa chamada de Atendimento do horizonte

de expectativas. As atividades apresentadas nessa etapa correspondem à leitura do

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conto “Chapeuzinho Vermelho” nas versões de Charles Perrault e Irmãos Grimm

sem maiores aprofundamentos da temática abordada.

Continuando, na sequência do método, chegamos à terceira etapa chamada

de Ruptura do horizonte de expectativas. É o momento de apresentar aos alunos

textos que aprofundem seus conhecimentos tendo seu horizonte de expectativa

ampliado. Para atender a essa etapa são apresentadas as obras Chapeuzinho

Amarelo de Chico Buarque de Holanda (1979) e Hoz Malepon Viuh Echer ou o

caçador de Flávio de Souza presente na obra Linguagem: criação e interação

(1995). As atividades desse momento abalam as certezas dos alunos e exigem um

grau maior de compreensão, pois o mesmo tema foi abordado de forma mais

complexa.

Para atender a quarta etapa, chamada pelas autoras de Questionamento do

horizonte de expectativas, são selecionadas atividades que envolvem gêneros

textuais diferentes daqueles vistos até o momento: são inseridos quadrinhos,

propagandas, cartuns e filmes. Sem fugir da temática proposta, o momento avalia e

questiona os textos oferecidos até então. Com essa variedade textual os alunos têm

seus horizontes perturbados, embora com mais dificuldades e, em troca, adquirem

maior conhecimento.

A quinta e última etapa do método, chamada de Ampliação do horizonte de

expectativas corresponde ao momento de partida para a busca de novos textos, é a

ampliação dos conhecimentos, já que as leituras oferecidas nas etapas anteriores

proporcionam tal acontecimento na vida do aluno. Nessa fase do método os alunos

tomam consciência dessas aquisições. Para essa etapa foi recomendada a leitura do

livro Fita verde no cabelo: velha nova estória de João Guimarães Rosa (1992).

O uso do Método Recepcional permite “efetuar leituras compreensivas e

críticas, ser receptivo a novos textos e leituras de outrem, questionar as leituras

efetuadas em relação ao seu próprio horizonte cultural, transformar os seus próprios

horizontes de expectativas, bem como os do professor, da escola, da comunidade

familiar e social. (BORDINI E AGUIAR, 1993 apud PARANÁ, 2008, p.78).

Segundo a Diretriz Curricular do Estado do Paraná (2008 p. 74) o Método

Recepcional é sugerido como encaminhamento metodológico para o trabalho com a

literatura devido ao papel que se atribui ao leitor, uma vez que este é visto como um

sujeito ativo no processo de leitura, tendo voz em seu contexto. Além disso, esse

método proporciona momentos de debate e reflexão sobre a obra lida, possibilitando

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ao aluno a ampliação dos seus horizontes de expectativas. Seu objetivo é efetuar

leituras compreensivas e críticas, ser receptivo a novos textos e leituras de outrem,

questionar as leituras efetuadas em relação ao seu próprio horizonte cultural,

transformar os seus próprios horizontes de expectativas, bem como os do professor,

da escola, da comunidade familiar e social. (BORDINI E AGUIAR, 1993 apud

PARANÁ, 2008, p.78).

Para embasar a escolha dos textos utilizou-se ensaio de Ítalo Calvino

intitulado Por que ler os clássicos (1994) que versa sobre a importância das obras

clássicas para formação do ser humano. Nesse viés, o ensaio Direito a Literatura de

Candido (1972) também trata do clássico e de seu acesso como um direito que

deveria ser conferido a todos. O teórico situa a literatura como um bem

incompreensível a que todos têm direito e que “corresponde a uma necessidade

universal que deve ser satisfeita sob pena de mutilar a personalidade, pois pelo fato

de dar forma aos sentimentos e à visão do mundo ela nos organiza, nos liberta do

caos e, portanto, nos humaniza.” (CANDIDO, 1972 apud PERRONE-MOISÉS, 1996,

p. 29).

Taxar a literatura de elitista e difícil é subestimar a inteligência do aluno e

impedi-lo de ter acesso a esse mundo tão fabuloso, é impedir, por meio da

linguagem literária, que ele alcance a sua liberdade.

A opção pelo trabalho com a leitura levando em conta um contexto de

produção e recepção contou com o suporte dos trabalhos de Lajolo (2009), segundo

a qual, nos textos, inscrevem-se elementos que vem de fora dele e os sujeitos que

se encontram nos textos – autor e leitor – não são pura individualidade, são

atravessados por todos os lados pela história coletiva que cada um vive no momento

respectivo da leitura e da escrita e pela história individual de cada um. Deste modo,

a aplicação em sala de aula pretendeu levar em conta esse contexto de produção e

recepção da obra, com o objetivo de possibilitar a inferência e, consequentemente,

as reflexões que a leitura deve gerar.

Perrone–Moisés (2006, p. 28) explora a questão da democratização do

ensino, como nivelação baseada na realidade dos alunos. A autora afirma que

oferecer aos alunos apenas aquilo que já consta em seu repertório é subestimar sua

capacidade de ampliar o seu repertório. Qualquer que seja a extração social do

aluno, sua inteligência lhe permite a aprendizagem da leitura literária. Ouvir o aluno

não significa oferecer a ele exatamente o que deseja, o que lhe dá prazer imediato,

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mas sim compreender o patamar de conhecimento em que ele se encontra e, a partir

desses dados, estimulá-lo a ascender a um patamar superior, mais amplo, mais

informado.

A leitura, por si só, é capaz de conferir uma série de benefícios ao leitor, uma

vez que, como observou Zilberman (2001), liberta o indivíduo de constrangimentos,

estabelece a distância entre ele e a realidade, faz com que ele incorpore outras

normas, fundamentais para sua vida e permite a redescoberta de si próprio e do

mundo que o cerca.

Da Teoria à Prática

A apresentação do projeto aos alunos do 6º ano B – vespertino deu-se no

início do ano letivo de 2013, mais precisamente no dia 22 de fevereiro. Nessa

primeira aula foi exposto aos alunos o programa PDE, seus objetivos e sua

importância para a capacitação dos professores. Os alunos mostraram-se bem

receptivos e animados.

Tomando como pauta o Método Recepcional, foi realizada em um primeiro

momento a Determinação do Horizonte de Expectativas, a partir de uma sondagem

com o fim de averiguar a relação dos alunos com os contos clássicos ou

maravilhosos da literatura infantil. Essa verificação deu-se por meio da realização de

uma brincadeira que recebeu o nome de “Mímica dos Clássicos” da qual os alunos

participaram ativamente. O jogo tinha como principal objetivo observar o grau de

conhecimento dos contos de fadas ou contos maravilhosos consagrados pela

literatura.

Os alunos foram divididos em grupos e cada qual deveria gesticular e criar

contextos para a adivinhação do conto sorteado. Em uma conversa anterior à

brincadeira notou-se que não havia necessidade de objetos para auxiliar nas

performances, pois os alunos apresentavam certo conhecimento sobre as histórias.

Então, valeram-se somente de mímicas para realizá-las. Em geral, poucas foram as

dificuldades em relação à adivinhação dos contos. O conto O Soldadinho de chumbo

foi o único que representou dificuldades durante a adivinhação, pois os alunos não o

conheciam bem. Porém, manifestaram interesse em conhecê-lo. Na continuação

dessa etapa, os alunos tiveram acesso ao texto de Moacyr Scliar, “O Conto se

apresenta” presente na obra Na ponta do Lápis (2009), texto metalinguístico que

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transforma o gênero em personagem. Eles não apresentaram dificuldades em

associar os contos ao “personagem” apresentado pelo autor. Nessa primeira parte

do método percebeu-se que os alunos estavam um pouco tímidos no momento das

discussões, talvez porque tudo era novo para eles e a atividade exigia exposição. A

brincadeira foi muito divertida e permitiu o entrosamento entre professor e alunos,

possibilitando uma averiguação (por parte do docente) de seus conhecimentos

prévios e interesses.

Feita a sondagem e a contextualização, seguimos para a segunda etapa de

aplicação do Método Recepcional, constituída pelo Atendimento do Horizonte de

Expectativas. Nessa etapa, foram selecionados e lidos alguns contos de fada, uma

vez que, por fazerem parte de uma tradição, tais contos costumam ser conhecidos

mesmo sem terem sido lidos (Op. Cit. Calvino, 1994). Entende-se, assim, que a

leitura, é parte essencial nesta etapa. Assim, com base nas leituras, foram

apresentadas as características do gênero conto, bem como, seu estilo e sua

linguagem em forma de texto explicativo e explanação oral.

Para um melhor entendimento dessas características, foi apresentado aos

alunos o conto “Chapeuzinho Vermelho” na versão de Charles Perrault presente na

obra As melhores histórias de Irmãos Grimm & Perrault (2004), e após a leitura

precedeu-se a uma etapa de compreensão do texto, na qual foram feitas discussões.

Antes do debate, porém, foi realizada uma breve apresentação sobre o autor e

algumas curiosidades em relação ao conto em questão.

Durante o debate foram feitas perguntas em que se buscou contemplar as

características do conto: foi apresentado o perfil dos personagens, a situação inicial

da trama, a complicação (clímax) e a situação final, e foram elaboradas perguntas

que envolviam opiniões e fatos pessoais, como por exemplo: Chapeuzinho Vermelho

desobedeceu a sua mãe e “se deu mal”. Você também já desobedeceu a seus pais?

Em que situação? Você foi prejudicado por isso? Como? Continua desobedecendo

ou aprendeu a lição? Na história, o lobo é visto como uma criatura que faz mal para

as crianças. Nos dias atuais podemos comparar o lobo a que figuras que também

são consideradas más para com elas?

As observações, leituras e discussões sobre os contos clássicos tiveram a

intenção de preparar um terreno sólido para a apresentação de outras versões.

Deste modo, realizou-se a leitura do conto “Chapeuzinho Vermelho”, desta vez, na

versão dos Irmãos Grimm (2004). Tais contos foram coletados pelos autores no

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período do Romantismo, no século XVIII. Tratava-se de histórias da tradição oral,

mas devido às novas concepções sociais, algumas versões foram modificadas e

atenuadas para serem direcionadas a crianças. Após a leitura do conto, iniciou-se

outra roda de discussão, agora com a possibilidade de comparações entre as obras,

no intuito de perceber as interferências sofridas, bem como, a identificação dos

elementos da narrativa.

Na realização dessa etapa, percebemos que a versão mais conhecida era

aquela em que o caçador abria a barriga do lobo com uma tesoura e tirava a

Vovozinha e Chapeuzinho Vermelho de dentro dela. Tratava-se da versão mais

divulgada, que foi modificada pelos irmãos Grimm. Nesse conto, a criança não sente

a violência, pois a atitude do caçador é permeada por uma dose de humor. O lobo

não sente a dor por abrirem sua barriga, pois seu sono era profundo, e no lugar de

Chapeuzinho e sua avó, foram colocadas pedras para que ao se levantar, o lobo

morresse.

Essa descoberta de que a mesma história apresenta dois finais diferentes, fez

surgir indagações acerca de qual seria a história original. Nesse momento, algumas

curiosidades sobre os autores e a obra foram repassadas aos alunos e foi sugerida

uma rápida pesquisa sobre o assunto. Com a realização dessa pesquisa, alguns

alunos apresentaram informações relevantes, como, por exemplo, a de que havia

outra história chamada “Chapeuzinho Amarelo”.

Os alunos demonstraram, a partir dessa pesquisa prévia que haviam

compreendido a proposta do projeto, que era de perceber as interferências sofridas

pelos contos através dos tempos. Desse modo, anteciparam a terceira fase de

aplicação do método, o que pode ser considerado positivo: os contos clássicos

despertaram já neste momento o interesse por leituras diversas relacionadas ao

mesmo assunto.

Assim, aproveitando o interesse pela obra Chapeuzinho Amarelo de Chico

Buarque de Holanda (1979), foi dado início à terceira fase da aplicação do Método

Recepcional: a Ruptura dos Horizontes de Expectativa, momento em que o leitor

percebe que suas certezas abalam-se, dando origem a uma inquietação. No conto

de Chico Buarque, a personagem, marcada pela cor amarela, indicadora de sua

insegurança, supera seus medos, enfrenta seus problemas. Há um trabalho estético

muito apurado e os jovens leitores podem, inclusive, explorar as ilustrações, que

dialogam de um modo divertido com a história.

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Após as leituras, os alunos puderam refletir, a partir da mediação do

professor, sobre a simbologia presente nas cores, principalmente na da cor amarela.

Além disso, puderam pensar a respeito das brincadeiras com as palavras, por

exemplo, em “LOBO BOLO” (momento em que a personagem pensa na palavra lobo

e a desconstrói junto com seus medos, o “lobo”, assim, vira “bolo”) e construíram,

enfim, uma relação entre as histórias clássicas e as modernas, ressaltando as

semelhanças e diferenças entre ambas, no sentido em que as histórias antigas

mantém vivas as tradições culturais de um povo e, ao mesmo tempo, permanecem

por seu caráter universal. Os alunos puderam observar que os contos modernos e

contemporâneos apropriam-se das versões antigas para conferir a elas uma

roupagem nova, esteticamente bem formulada, e que, ao mesmo tempo, permite

amplas leituras acerca de questões históricas, políticas, sociais, psicanalíticas,

filosóficas e até metafísicas.

Assim, continuando com os diálogos entre textos clássicos e modernos, ainda

visando romper/abalar suas certezas, foi realizada a leitura de outro conto: “Hoz

Malepon Viuh Echer ou o caçador” de Flávio de Souza (1995). A história era

totalmente desconhecida pela turma e alguns trechos exigiam um grau maior de

compreensão do aluno para que ele percebesse a interferência ali existente. Na roda

de leitura ocorreu a participação de todos os alunos. Eles demonstraram que a

proposta do projeto estava atingindo a todos, deixando-os mais seguros e mais

preparados para discussões com maior aprofundamento, pois haviam adquirido

maior conhecimento sobre os clássicos que norteavam o projeto, e a proposta

estava cada vez mais clara para eles.

Na continuação dos passos do Método Recepcional, deu-se início ao quarto

momento, denominado por Bordini e Aguiar como Questionamento do Horizonte de

Expectativas. Nesse momento a turma analisou tiras, charges, cartuns, propagandas

e filme. Inicialmente, foi explorada a tira de Fernando Gonsales4 onde havia uma

brincadeira envolvendo os personagens do conto Chapeuzinho Vermelho. Essa

abordagem deu-se por meio da linguagem e das imagens representadas na tira. Os

alunos envolveram-se nessa atividade e logo perceberam as intenções do autor.

4 Tira publicada na Folha de São Paulo em 29/07/2005.

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Em seguida, foi analisado um cartum de Iotti presente na obra Humor Verde:

coletânea de cartuns ecológicos (1990)5, no qual faz uma crítica ao desmatamento

das florestas, em que o personagem Chapeuzinho Vermelho é adotado para criar o

impacto necessário à crítica. Nessa análise, os alunos também não tiveram

dificuldade de compreensão, perceberam claramente as intenções do cartunista.

Passou-se, então, à análise da propaganda publicada no Clube de Criação de São

Paulo (1999, p. 137) onde o autor, para convencer o público a usar o seu produto,

lança mão do recurso da comparação entre as personagens Chapeuzinho Vermelho

e Branca de Neve. Os alunos apresentaram dificuldades em compreender a

mensagem que o autor estava propondo quando resolveu usar o recurso da

comparação em sua obra. Precisaram, assim, de uma intervenção maior do

professor para interpretarem os sentidos do texto.

Dando continuidade, foi apresentada a obra de Ziraldo, O Menino Maluquinho

(1991) em que o autor faz uma paródia de um dos trechos do conto “Chapeuzinho

Vermelho”. Os alunos não apresentaram dificuldades de análise e notaram

rapidamente a presença desse recurso usado por Ziraldo na linguagem e nas

ilustrações.

Em outra ocasião foi apresentado o vídeo da Turma da Mônica em que se faz

uma releitura de “Chapeuzinho Vermelho” de forma bem humorada, deixando uma

marca forte da intertextualidade.

Esses textos de gêneros tão variados exigiram dos alunos uma reflexão

maior. As atividades propostas para essa etapa possibilitaram a verificação do

amadurecimento dos alunos advindo das variadas leituras ocorridas nas etapas

anteriores. A participação dos alunos foi ativa e prazerosa, pois a classe demonstrou,

nas análises feitas, que havia compreendido o que se pedia em cada texto

analisado, reconhecendo a interferência do clássico ali abordado seja através da

linguagem, das figuras, das personagens, de trechos da história ou de trechos de

música. O momento do filme também foi especial. Durante sua exibição, foram

comentadas e discutidas as interferências sofridas pelo clássico “Chapeuzinho

Vermelho” comparando o filme com os contos de Perrault e Grimm, discutindo

características, personagens, espaço e os novos assuntos tratados.

As atividades permitiram uma retomada dos contos lidos, bem como uma

5 Cartum de Iotti - Humor Verde: coletânea de cartuns ecológicos. Porto Alegre: Evolução Produções Culturais, 1990.

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reflexão sobre os variados gêneros. A participação foi ativa e crítica quando alguns

alunos expunham a sua opinião sobre o filme, dizendo que não gostaram de

algumas mudanças realizadas no filme com relação à história original. Outros, pelo

contrário, gostaram das mudanças ocorridas, como por exemplo, do aparecimento

de novos personagens trazidos de outros contos.

Por fim, na quinta e última etapa da aplicação do Método Recepcional, a

Ampliação dos Horizontes de Expectativa, os alunos foram provocados para que

avaliassem o que foi lido, visto e discutido até aquele momento, socializando com a

turma tudo o que foi apreendido desde a primeira etapa, passando do senso comum

para o senso crítico.

Para concretizar esse momento, foi apresentada aos alunos a obra Fita verde

no cabelo: nova velha estória de João Guimarães Rosa (1992). A leitura dessa obra

e as discussões acerca dela, bem como, as interferências com as obras já vistas

anteriormente encaminharam os alunos a uma discussão sobre assuntos mais

complexos e “reais” como a morte, a separação, a perda, as cobranças e as

angústias da adolescência.

Temas de complexidade, encarados inclusive como tabu devem ser

abordados pela escola, uma vez que seu papel é formar os jovens para que se

tornem adultos conscientes. Acredita-se, assim, que os debates ocorridos em cada

fase do método ajudaram a preparar o aluno para transpor certas fases de suas

próprias vidas com mais segurança, responsabilidade e sabedoria, uma vez que a

literatura também possui caráter formador.

Assim a fase da aplicação do projeto PDE, terminou com uma

confraternização da qual participaram a turma e também a bibliotecária da escola.

Na reunião, foi realizada uma “contação de histórias”. Foi confeccionado um painel

que continha o nome do projeto, da professora, da turma e do período de realização

e foi feita uma exposição dos livros das histórias envolvidas no projeto, bem como,

objetos que representassem as obras clássicas, como algumas máscaras

representativas dos diversos personagens dessas histórias. Essa exposição foi

importante, pois contou com a participação de toda a comunidade escolar.

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Considerações Finais

As avaliações pelas quais tem passado os nossos alunos tem deixado bem

claro o déficit em relação à leitura, o que ocasiona dificuldades de compreensão,

interpretação, argumentação e inferência.

Assim, a proposta desse artigo foi a de proporcionar ao professor uma nova

proposta metodológica para tentar amenizar esse problema utilizando os clássicos

infantis como base para o desenvolvimento da proposta em sala de aula, visto que,

os clássicos são obras abertas que permanecem no tempo, possibilitando leituras

diversificadas em diferentes contextos. Como o foco é a leitura, foi necessário

pensar qual método seria mais adequado para desenvolver a proposta metodológica

e, analisando os vários métodos disponíveis, optou-se pelo Método Recepcional.

O desenvolvimento do trabalho fez uso, em sua fundamentação teórica, dos

trabalhos que Hans Robert Jauss desenvolveu sobre a Teoria da Recepção, em

especial, sobre concepção de leitor e os planos de leitura que descreve em sua

obra, a saber, a poesis, da aisthesis e da karthasis. Eles serviram como suporte

metodológico e sustentaram a prática envolvendo a aplicação de contos infantis

clássicos e contemporâneos. Esse método também é sugerido como

encaminhamento metodológico nas Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa

para o trabalho com a literatura por atribuir ao leitor o papel de sujeito ativo no

processo de leitura.

A aplicação do método deu-se respeitando as cinco etapas que o compõe, a

saber: Determinação do horizonte de expectativas; Atendimento ao horizonte de

expectativas; Ruptura do horizonte de expectativas; Questionamento do horizonte de

expectativas e Ampliação do horizonte de expectativas. Para desenvolver as etapas

acima descritas, foram desenvolvidas atividades constituídas pelos clássicos infantis,

a saber, os contos de Charles Perrault, dos Irmãos Grimm e de Hans Christian

Andersen e também por textos que apresentavam a reescrita desses clássicos feita

por autores da literatura moderna e contemporânea como João Guimarães Rosa,

Flávio de Souza, Chico Buarque de Holanda, Ziraldo, além de autores que

abordaram tais contos em suas ilustrações como Fernando Gonsales e Iotti.

O método é eficaz em seu objetivo e pode ser considerado sim, como mais

um apoio eficaz ao professor em sua prática diária. Nesse momento, é possível

responder à indagação feita no projeto: seria possível sanar as dificuldades de

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compreensão, interpretação e inferência por meio do trabalho de leitura e discussão

das obras clássicas e contemporâneas da literatura infanto-juvenil? Depois de todos

esses estudos realizados por meio de leituras, pesquisas, experiências e atividades

desenvolvidas pode se afirmar que sim, uma vez que a aplicação do método

possibilitou aos alunos o entendimento, a participação e a curiosidade por realizar

novas leituras.

A aplicação deu-se por um período de cinco meses e houve preocupação com

as atividades oferecidas para que, além de serem variadas, não fugissem ao tema e

estivessem de acordo com a realidade e vivência dos alunos. O trabalho, porém,

não termina por aqui. Formar leitores críticos é tarefa contínua.

O desenvolvimento desse trabalho foi uma experiência marcante e trouxe

muitos conhecimentos que irão auxiliar em muito a melhoria do trabalho em sala de

aula.

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Filme

Deu a Louca na Chapeuzinho 2 . Direção de Mike Disa. EUA: Imagem Filmes

distribuidora, 2011. 1 DVD (1h 26 min.): sonoro, colorido. Inglês.

Sites

DEU A LOUCA NA CHAPEUZINHO (Sinopse) Disponível em:

<http://www.adorocinema.com/filmes/filme-127677/>. Acesso em: 24 out. 2012.

DEU A LOUCA NA CHAPEUZINHO. (Ficha técnica). Disponível em:

<http://www.cineclick.com.br/filmes/ficha/nomefilme/deu-a-louca-na-chapeuzinho-

2/id/17558>. Acesso em: 24 out. 2012.