a legislação urbanística enquanto ferramenta para a gestão do patrimônio arqueológico – o...

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  • 8/14/2019 A Legislao Urbanstica Enquanto Ferramenta para a Gesto do Patrimnio Arqueolgico O Estudo de Caso par

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    A LEGISLAO URBANSTICA ENQUANTO FERRAMENTA PARA A GESTO

    DO PATRIMNIO ARQUEOLGICO O ESTUDO DE CASO PARA A CIDADE DE

    GOIS/GO

    Autora: Renata de Godoy arquiteta e urbanista, mestre em gesto do

    patrimnio cultural pela UCG. Bolsista do CNPq, doutorado pleno no exterior,

    Departamento de Antropologia da Universidade da Florida/EUA.

    Endereo eletrnico: [email protected], [email protected]

    Endereo para correspondncia: Rua R-15, n 86, apto 903, setor Oeste. CEP:74140-090, Goinia/GO. Ou 3611SW, 34th street, 39. Gainesville, FL 32608, EUA.

    RESUMO: Usando como exemplo o estudo de caso na cidade de Gois,

    pretende-se comprovar a eficiente atuao que as leis de uso do solo urbanas,

    planejadas especialmente visando a preservao do patrimnio arqueolgico, podem

    representar para a gesto deste bem cultural.

    PALAVRAS-CHAVE: gesto do patrimnio cultural, arqueologia pblica,

    arqueologia histrica, planejamento urbano, zoneamento arqueolgico.

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    INTRODUO

    s vezes preciso ter coragem de dizer que construir no implica

    necessariamente em fazer, que progresso no pressupe sempre

    mudar, mas, muitas vezes, apenas conscientizar e conservar

    Alosio Magalhes 1997, p. 218

    sabido que a intensidade de uso dos espaos urbanos determina uma

    constante transformao de sua paisagem. Porm, apesar de todas as construes,demolies, aterros e outras aes antrpicas que normalmente interferem no cotidiano

    urbano, uma parcela considervel do subsolo ainda continua preservada, contendo

    testemunhos materiais de ocupaes passadas, como j assinalou Juliani (1996).

    Falando em restos materiais, estamos nos referindo especificamente aos vestgios

    arqueolgicos, que podem ser encontrados em subsolos urbanos em duas categorias:

    elementos mveis, ou seja, aqueles que foram depositados como refugo no subsolo

    urbano ou que foram soterrados com o passar do tempo; e elementos fixos,

    representados por estruturas que deixaram suas marcas na paisagem cultural domunicpio (TOCCHETTO ET AL., 2000). Preservar estes remanescentes e toda sua

    carga informativa para futuras geraes papel da gesto do patrimnio arqueolgico.

    Uma das maiores preocupaes de um gestor de patrimnio cultural simples: a

    preservao dos dados. Considera-se que preservar evitar a perda, mas no se pode

    congelar uma cidade. Por conseguinte, so necessrias tomadas de deciso muitas

    vezes penosas. Nem todos os remanescentes so dignos de serem preservados ou

    mesmo apresentam interesse na sua preservao, talvez este seja um dos maiores

    dilemas da gesto patrimonial.Atualmente entende-se que o envolvimento do gestor do patrimnio

    arqueolgico no s nos primeiros estgios de grandes obras impactantes, mas

    tambm em questes que fazem parte do cotidiano da vida urbana, pode surtir efeitos

    positivos na diminuio de impactos aos bens arqueolgicos (CLEERE, 1992, p. 12).

    No h dvidas de que projetos de infra-estrutura e desenvolvimentos so inevitveis,

    porm, em contrapartida, despertam preocupao quanto preservao do patrimnio

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    arqueolgico presente em reas urbanizadas. Assim sendo, apresentaremos agora

    uma das estratgias que pode proporcionar a efetiva preservao dos dados: o

    Zoneamento Arqueolgico, que atrelado s leis de uso e ocupao do solo, em

    resumo, significa a possibilidade legal de proteo dos bens culturais materiais, em

    mbito municipal. Trata-se de uma ferramenta de gesto que pode ser aplicada em

    praticamente todas as cidades, no mundo todo, uma verdadeira unanimidade entre

    vrios autores, como Juliani (1996), MacManamon (1992), Schvelzon (2001),

    Simmons (1992), Staski (1982), Tocchetto (1999), entre outros.

    E no Brasil no poderia ser diferente. Aproveitando o estudo de caso realizado

    para a Cidade de Gois, pretende-se evidenciar as vantagens da utilizao das

    legislaes urbansticas, que em favor da preservao do patrimnio arqueolgico,

    podem representar uma excelente estratgia para a gesto destes bens culturais emqualquer cidade, desde que a mesma contenha plano diretor ou leis especficas que

    regulamentem o uso e a ocupao do seu solo urbano.

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    O ESTUDO DE CASO

    No objeto desta proposta, a cidade de Gois, a poltica de preservao a ser

    proposta est direcionada para um patrimnio da humanidade, ttulo que lhe foi

    concedido pela UNESCO em reconhecimento ao alto grau de preservao da

    paisagem urbana desde sua fundao, no sculo XVIII, at os dias atuais. Esta cidade

    foi a primeira capital implantada alm dos limites determinados pelo Tratado de

    Tordesilhas, e a nica que sobreviveu intacta aps a conquista do territrio pertencente

    Espanha (GODOY, 2003, p. 08).

    Alm de ser um importante remanescente dos primeiros ncleos urbanos

    nacionais, ao lado de Ouro Preto e Diamantina, em Minas Gerais, tambm patrimnios

    da humanidade pela UNESCO, representa o exemplar consagrado mundialmente doconvencionado urbanismo minerador brasileiro (COELHO, 2001, p. 134). Para a

    conquista do ttulo, alm desse carter remanescente, ela agrega caractersticas ainda

    mais especiais, visto que, apesar de ser menos original ou menos exuberante que as

    cidades mineiras, permaneceu mais prxima de suas condies de origem e, nesse

    sentido, representa mais exatamente o que eram as cidades brasileiras nos sculos

    XVIII e XIX.(DOSSI, ITEM B: ANLISE COMPARATIVA).

    No caso da antiga Vila Boa podemos afirmar, embasados na cultura material,

    que o passado est em todas as partes, s procurar pelas ruas, pelos becos e largos,os restos materiais remanescentes de tempos pretritos. A arqueologia est em todas

    as partes na cidade de Gois, qualquer alterao no subsolo suficiente para

    comprovar a permanncia de remanescentes materiais preservados. So testemunhos

    do nosso passado, que receberam a nossa marca. So evidncias nicas, peas do

    quebra-cabea que remonta a ocupao humana em um dado tempo e em

    determinado espao fsico. Entendemos que no quebra-cabea da cidade de Gois

    ainda h vrias peas nossa disposio em virtude de seu alto grau de preservao

    patrimonial, na medida que seu desenvolvimento urbano no foi to intenso emdecorrncia da estagnao econmica que se abateu sobre ela.

    Durante praticamente todo o sculo XVIII, a cidade de Gois foi sendo ocupada

    de maneira desordenada, como a maioria dos arraiais brasileiros, com critrios

    espontneos de assentamento, a partir das necessidades imediatas dos seus

    habitantes. S posteriormente que surgiriam as primeiras preocupaes quanto

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    organizao do espao, buscando direcionar ruas e becos e determinando as

    caractersticas arquitetnicas dos edifcios (COELHO, 2001).

    Atualmente, o municpio de Gois pode ser classificado como de mdio porte,

    sendo a dimenso de sua rea tombada bem menor que o permetro total do municpio,

    como pode ser observado na Planta 01. So 33 bairros, e somente sete tm pores

    espaciais que integram a atual zona tombada. Suas edificaes em geral foram

    construdas umas junto s outras, em um estilo colonial simples. Algumas de suas ruas

    de pedras, assentadas por escravos, permanecem at hoje intactas.

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    Foram observadas, durante o ano de 2002, ao longo do desenvolvimento de 10

    etapas de campo na cidade de Gois, situaes distintas que vm determinando

    diferentes tipos de geradores de impacto ao patrimnio arqueolgico existente em seus

    limites urbanos. Constatamos que um elenco de fatores, naturais e antrpicos, vem

    destruindo e descontextualizando esse patrimnio e colocando em risco a sua

    preservao para geraes futuras, o que requer providncias em curto prazo. Tais

    situaes variam desde grandes obras pblicas a pequenas aes cotidianas.

    O fator de maior visibilidade e mais espetacular foi sem dvida a enchente de 31

    de dezembro de 2001, sendo as cheias do rio Vermelho um fenmeno relativamente

    freqente na regio. Foi possvel observar e registrar seu efeito devastador sobre o

    patrimnio vilaboense, tanto o edificado quanto o arqueolgico. Obras pblicas

    tambm se configuram como extremamente agressivas a esse patrimnio, cujaproteo vem sendo equivocadamente vista como um entrave aos grandes

    empreendimentos.

    Da mesma forma, s que com baixssima visibilidade, foi observado outro fator

    gerador de impacto, proveniente das reformas e pequenas intervenes que ocorrem

    diariamente nas residncias e nos pequenos estabelecimentos comerciais, na rotina da

    cidade. E este tipo de causador de impacto que, silenciosamente, pode estar

    causando os maiores prejuzos ao patrimnio arqueolgico na cidade de Gois.

    Procedimentos rotineiros de reformas, restauraes ou demolies podem acarretarprejuzo ao patrimnio arqueolgico, e especialmente se utilizarem recursos de

    escavao e aterramentos. A possibilidade iminente de perda expressiva deste

    patrimnio em tais situaes incentiva a formulao de medidas que possam atenuar

    ou mesmo eliminar tais riscos.

    Assim, a fim de proteger esses vestgios materiais, a estratgia sugerida uma

    legislao municipal complementar aos instrumentos disponveis, que assegure a

    preservao desses remanescentes do passado histrico. Nossa pretenso protege-

    los atravs de um dispositivo legal que assegure o monitoramento arqueolgico emzonas demarcadas pelo seu potencial, estratgia que atuaria como mitigadora para

    previsveis perturbaes da camada arqueolgica, cotidianamente fruto de reformas,

    restauraes, novas construes e demolies, ou seja, de qualquer interveno que

    possa causar prejuzo ao patrimnio arqueolgico. Entendemos que a implementao

    desta proposta cabe ao poder pblico municipal, devendo ento ser inserida como um

    dos componentes primordiais da Lei de Uso e Ocupao do Solo Municipal,

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    caracterizando a gesto cultural como um trabalho de administrao preventivo, que

    deve ser includo no planejamento urbano.

    Obviamente invivel propor monitoramento e pesquisa arqueolgica em cada

    obra, em cada reforma, em cada interveno no subsolo de uma cidade de mdio porte

    como Gois, que conta hoje com aproximadamente 28 mil habitantes. Portanto,

    prope-se a elaborao de um zoneamento urbano especfico que delimite reas com

    diferentes nveis de potencial arqueolgico, estabelecendo regras de uso do solo

    especiais para cada zona de proteo, subdivididas entre alta, mdia e baixa, de

    acordo com seus potenciais de preservao e o carter informativo das camadas

    arqueolgicas. Este um trabalho que deve ser constantemente enriquecido, na

    medida em que os pesquisadores esto sempre gerando novos dados sobre o

    patrimnio arqueolgico da cidade. Enfim, entendemos que atravs do apoio legal proteo possvel a real preservao ao patrimnio arqueolgico, determinando com

    exatido direitos e obrigaes para os cidados.

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    A ARQUEOLOGIA URBANA E SUA PROTEO LEGAL

    Sabe-se que atualmente o conceito de cidade tem sofrido reformulaes. Para a

    arqueologia, segundo Salwen (1982), a cidade tem sido compreendida como uma

    entidade, um sistema nico, como um todo arqueolgico, e no como uma coleo de

    stios menores. Deve-se compreender a cidade como um documento, como o prprio

    testemunho de vidas passadas, exigindo, portanto, anlises que produzam

    conhecimento, e conduzam a novas formas de planejar sua preservao.

    A problemtica arqueolgica no meio urbano complexa, ainda segundo Salwen

    (OP. CIT.), seus praticantes sofrem presses por este ser um trabalho caro, que

    perturba, e que tem alta visibilidade social, tornando difcil o planejamento lgico dos

    estudos arqueolgicos. Estes fatores, aliados falta de visibilidade dos remanescentesarqueolgicos histricos, dificultam ainda mais a negociao e a prpria execuo de

    polticas pblicas de preservao nas reas urbanas.

    Para o exerccio da gesto, em termos do planejamento urbano, o grande

    desafio manter o processo de transformao da cidade sem que ele invalide essa

    herana, e que inclua o novo sempre em relao harmoniosa com o passado. Mesmo

    que edifcios estejam demolidos, e caminhos estejam desfigurados, eles ainda podem

    estar preservados em forma de vestgios materiais no subsolo. Assim, o que se procura

    satisfazer as necessidades das geraes atuais sem comprometer as opes dasgeraes futuras. Isso significa que essas estruturas urbanas podem ser utilizadas e

    transformadas no dia-a-dia da populao vilaboense, desde que no impeam que as

    geraes futuras as conheam tal como foram no passado, e possam receber um

    patrimnio em toda a sua integridade, assegurando sua liberdade de utilizao, sua

    memria e sua identidade.

    A cidade de Gois tem seu patrimnio edificado protegido pelo instrumento do

    tombamento, o que teoricamente tambm assegura, em parte, a preservao do

    patrimnio arqueolgico. Porm, o que foi avaliado como relevante foi o patrimnioedificado, e no necessariamente o stio arqueolgico que a cidade de Gois. O stio

    arqueolgico urbano no est restrito aos limites demarcados para o chamado centro

    histrico vilaboense. Alm disso, devemos reforar que o tombamento no prev

    objetivamente impactos sobre patrimnio arqueolgico em reformas e procedimentos

    cotidianos, procedimentos cabveis em nvel de legislao urbanstica.

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    A Lei de Uso e Ocupao do Solo prev cuidados especiais para bens edificados

    tombados, quase todos inseridos no convencionado centro histrico da cidade, na

    tentativa de coibir qualquer tipo de interveno sem a autorizao prvia do Instituto do

    Patrimnio Histrico e Artstico Nacional, IPHAN. No entanto, observamos que o Plano

    Diretor vigente (GOIS, 1996) no contempla, em nenhuma instncia, a preservao

    do patrimnio arqueolgico, quando seria absolutamente desejvel e necessria a sua

    insero. Afinal, de acordo com Tocchetto (1999, p. 94), o planejamento urbano deve

    submeter-se ao rgo gestor do patrimnio arqueolgico evitando situaes

    conflituosas e possibilitando a preservao e a pesquisa dos vestgios materiais

    pretritos, considerando a rpida transformao da paisagem urbana e salientando o

    carter interdisciplinar que o planejamento urbano deve ter.

    Assim, entendemos que a principal estratgia de proteo do patrimnioarqueolgico deve estar diretamente relacionada ao planejamento urbano e territorial. A

    criao de uma poltica de proteo arqueolgica nesses diferentes nveis

    fundamental. De acordo com a Carta de Lausanne, de 1990, caso a legislao ampare

    somente o patrimnio tombado ou inscrito em inventrio oficial, dever-se- criar

    dispositivos legais que garantam a proteo temporria dos monumentos e dos stios

    no protegidos ou descobertos recentemente, at que uma avaliao arqueolgica

    tenha sido feita (CURY, 2000, p. 304).

    nesta vertente que esta proposta de legislao complementar se apia. Enquantono h risco de destruio, o material arqueolgico deve continuar preservado in situ,

    evitando-se que ele seja exposto desnecessariamente, inclusive por pesquisas, a

    menos que elas sejam plenamente justificveis. Porm, na medida em que h

    destruio de vestgios, o poder pblico municipal deve gerar mecanismos rigorosos

    que possibilitem o salvamento, a guarda e o estudo deste patrimnio, em adio lei

    federal, mitigando o impacto provocado e devolvendo as informaes produzidas para

    a comunidade local e para a comunidade cientfica.

    Em resumo, propomos que um dispositivo legal complementar seja criado, tendoem vista que os dispositivos legais no plano federal, encontram-se defasados em

    relao aos stios arqueolgicos histricos (GODOY, 2003, p. 132), caberia

    legislao complementar municipal dar a esse patrimnio o necessrio e imprescindvel

    amparo legal, em carter complementar Lei Federal n 3.924/61, colocando-o sob a

    proteo direta do poder pblico municipal. Destacamos que a rea de potencial

    arqueolgico, experimentalmente definida atravs desta pesquisa, transcende os atuais

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    limites do centro histrico. Uma proteo advinda por fora da prpria lei e

    independente de processo e ato administrativo de tombamento asseguraria, no caso, a

    preservao do patrimnio arqueolgico de Gois, reservando-se figura do

    tombamento apenas os remanescentes merecedores de destaque pela sua imparidade

    (OP. CIT.). Como afirma Pinheiro da Silva (1996), no caso, ambos os instrumentos

    legais se reforariam mutuamente. E na ocasio de intervenes em sub-solo,

    assegurar o acompanhamento por um profissional competente nas zonas de potencial

    arqueolgico, tanto em reas pblicas quanto privadas, instituindo o monitoramento

    permanente dessas zonas.

    De tal modo, para este caso, foi proposta a delimitao das zonas de interesse

    arqueolgico, ou seja, das reas que apresentam potencial arqueolgico, considerada

    uma tarefa exeqvel e imprescindvel, pois permite trabalhar preditivamente no mbitodo planejamento urbano e evitar a destruio do patrimnio arqueolgico. Seguindo o

    modelo proposto por Juliani (1996), o passo inicial a criao de uma Carta de

    Potencial Arqueolgico, que consiste em definir as zonas de interesse arqueolgico por

    meio de modelos preditivos, ou seja, atravs da sobreposio de informaes de

    potencial com os processos que geraram perturbaes no solo.

    Este modelo o indicado originalmente por Staski (1982), e estabelece critrios

    amplos de uso e ocupao do solo, convencionados de acordo com o grau de

    preservao arqueolgica para cada tipo de ocupao. Estas zonas especiais deproteo do patrimnio arqueolgico, as ZEPs, devem ser inseridas na legislao

    urbana com normas especficas. Sua definio espacial deve obedecer a trs

    caractersticas do patrimnio arqueolgico: significncia, potencial arqueolgico e risco

    arqueolgico. Este ltimo representa a possibilidade de comprometimento e/ou

    destruio do potencial informativo destas reas (JULIANI, 1996, p. 105). Estes trs

    fatores aliados estabelecem as reas que devero ser contempladas pela legislao

    especial. Conforme Juliani (1997, p. 74-75), devem ser considerados:

    a) residncias unifamiliares. Estas so tidas como as categorias de ocupao

    do solo urbano que tm menos probabilidade de apresentar modificaes em

    sua superfcie, visto que a casa a maior estrutura presente no terreno.

    Bairros destinados a este tipo de habitao tendem a apresentar excelente

    conservao de vestgios arqueolgicos. Considerando que este tipo de

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    ocupao majoritria na cidade de Gois, vislumbramos vrias possveis

    reas com potencial arqueolgico;

    b) edifcios multifamiliares. So estruturas mais complexas que as anteriores,

    pois se configuram como edifcios residenciais onde o subsolo pode ter

    sofrido impacto. Em geral o grau de preservao dos vestgios baixo. So

    construes muito raras na realidade vilaboense;

    c) reas de uso comercial. Podem caracterizar-se por edifcios simples ou

    complexos. Em geral o terreno bastante utilizado, o que compromete a

    preservao do subsolo. Considerando o porte deste tipo de edificao na

    cidade de Gois, no entanto, podemos afirmar que o grau de preservao omesmo constatado no item a, visto que a maioria de residncias

    adaptadas, variando de acordo com o aproveitamento do terreno;

    d) reas de uso industrial: no h este tipo de ocupao na rea urbana;

    e) reas de uso pblico: incluem todas as reas s quais a populao tem

    acesso, desde ruas e praas at escolas e hospitais (semi-pblico). So

    especficas, dependem de avaliao individual. Como j foi assinalado,sabemos, de acordo com informao oral de Callef (2002), que a cidade de

    Gois apresenta uma peculiaridade quanto preservao do solo

    arqueolgico em reas pblicas, visto que muitas ruas evidenciam estruturas

    de antigos quintais, e os becos demonstram terem sido depsitos de lixo no

    passado, muitos sem sada, geralmente atendendo parte posterior ou de

    servio das residncias (COELHO, 1996, p. 34). Em geral esta categoria

    apresenta grau de preservao varivel;

    f) vazios urbanos: reas ainda no utilizadas. No caso de Gois, no so

    somente vazios temporrios, localizados em reas de expanso urbana.

    Entendemos que todas as reas delimitadas como zona de interesse

    ambiental tambm se enquadram neste quesito, e representam uma boa

    parcela do territrio municipal. Tendem a apresentar alto grau de

    preservao da camada arqueolgica. Ateno especial deve ser dada, pois

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    so reas de ocupao iminente, e devem ser tratadas de maneira especial

    quando forem loteadas ou utilizadas para qualquer outro fim;

    Ressaltamos que as reas rurais no esto contempladas, visto que o estudo

    realizado em 2002 foi proposto visando proteger somente o patrimnio arqueolgico

    existente dentro dos limites urbanos. Nesse sentido, foi indicada a elaborao do

    Zoneamento Arqueolgico Urbano da cidade de Gois, que, como j foi reforado

    anteriormente, pode se tornar uma estratgia bastante eficaz na gesto arqueolgica,

    reforada pelo fato de que instrumentos legais podem introduzir o conceito de

    significncia a fim de selecionar o que merece proteo.

    Na atualidade, a gesto atrelada ao conceito de significncia cultural, que

    expressa o valor histrico, social e cientfico de um determinado remanescentearqueolgico. Na classificao de significncia, o pesquisador enfrenta um dilema

    moral: sabendo da impossibilidade de salvar todos os recursos ele obrigado a

    estabelecer qual stio/vestgio o mais relevante e significativo e como deve ser salvo

    para as futuras geraes. Decises de significncia em pesquisas acadmicas e em

    projetos pblicos so bastante diferenciadas, visto que as primeiras privilegiam sempre

    os interesses cientficos, que nem sempre dizem respeito a vestgios ameaados de

    extino. Em projetos de gesto, segundo Madden (1983), deve-se considerar um

    planejamento em longo prazo, que assegure a preservao de evidnciasarqueolgicas para futuras geraes.

    As decises de significncia devem ser entendidas como decises de preservao

    de amostras, j que estas representam o que est sendo privilegiado para ser

    conservado para o futuro. Geralmente concorda-se que recursos arqueolgicos

    adquirem maior significado cientfico quando seu estudo sistemtico pretende resolver

    questes comuns da pesquisa cientfica, respeitando o tempo oportuno a tais

    resolues. Na gesto do patrimnio o problema central a combinao entre

    questes e recursos pesquisados, de modo a que estes rendam frutos e retornem paraa comunidade em forma de conhecimento.

    Schiffer & House (1978) explicam detalhadamente quais so os critrios mais

    comuns utilizados para definir a significncia do patrimnio arqueolgico. Eles

    enfatizam que todo stio importante e pode apresentar potencial para ser objeto de

    pesquisa. Se o arquelogo no encontra maneira de definir o potencial em cada caso,

    as decises sero tomadas de maneira no satisfatria. Alm disso, eles afirmam que

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    XIX e o sistema capitalista vigente, definido pelo momento de implantao da

    industrializao de fato no Brasil, vale dizer, na dcada de 1930, quando as relaes

    de produo capitalistas se tornaram de fato dominantes.(OP CIT, p. 07). Ou seja,

    esta definio expande consideravelmente a poro arqueolgica urbana da antiga Vila

    Boa.

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    O ZONEAMENTO ARQUEOLGICO DA CIDADE DE GOIS/GO

    O zoneamento proposto por este estudo contempla categorias diferenciadas de

    uso e ocupao do solo, apresentando diferentes nveis de potencialidade de

    preservao arqueolgica, identificadas como alta, mdia e baixa. Deve-se ressaltar

    que se tratou apenas de um exerccio, de um esboo rudimentar do que dever ser

    realizado posteriormente pelo poder pblico municipal, buscando preservar regies

    com alta probabilidade de apresentar camadas arqueolgicas preservadas. Seu

    aprimoramento depende dos dados ainda no publicados, mas j levantados pelo

    Ncleo de Arqueologia da UEG.

    Para tanto, a princpio, foi delimitada uma grande Zona de Potencial

    Arqueolgico, aonde provvel a ocorrncia de vestgios arqueolgicos do perodohistrico, embasada nas delimitaes espaciais definidas pelo tombamento de 1996 e

    pela proposta apresentada no Dossi (DOSSI GESTO, 1999). Posteriormente

    foram demarcadas algumas vias que j foram estudadas e seu potencial arqueolgico

    divulgado pelo Ncleo de Arqueologia da UEG. At o momento pblico que algumas

    ruas apresentaram ou no remanescentes arqueolgicos, e foram classificadas de

    acordo com o grau de preservao dos vestgios e com a densidade de material

    registrado.

    A Planta 02 apresenta um esboo da delimitao espacial das zonas propostas,embasadas nos poucos dados divulgados at o fim do ano de 2002 sobre a realidade

    arqueolgica da cidade de Gois. Em suma, de acordo com Callef & Carvalho (2000;

    2001a; 2001b; 2002), pudemos esboar a seguinte delimitao:

    Zonas de Alto e Mdio Potencial Arqueolgico: diretamente relacionadas ao

    centro histrico tombado, relativo s ocupaes nos sculos XVIII e XIX. Apresentam

    potencial para anlise cientfica. As reas reconhecidas como de alto potencial so:

    Praa Padre Arnaldo, Beco Vila Rica, Avenida Dom Prudncio, ruas Rui Barbosa, DomJoo e Joaquim Bonifcio. As diagnosticadas como tendo mdio potencial arqueolgico

    at o momento so: Praa Joaquim Paulo, Travessa Marechal Abrantes, ruas Javars,

    Tupy, Coronel Santa Cruz, da Conceio e Santa Brbara;

    Zonas de Baixo Potencial Arqueolgico: em geral, devido a perturbaes da

    camada arqueolgica e ocupaes relativas ao sculo XX. Apresentam poucos

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    elementos para a anlise e interpretao de dados. So: Beco Cachoeira Grande, ruas

    25 de Julho, 03 de Maio, So Pedro;

    Zonas Estreis: no h remanescentes arqueolgicos. Nesta condio foram

    consideradas vrias ruas do setor Rio Vermelho, em amarelo no mapa de zoneamento,

    bem como em bairros fora da Zona de Potencial Arqueolgico.

    O diagnstico e a avaliao destes nveis permite definir o tipo de interveno a

    ser realizada em cada unidade convencionada, desde que esteja em risco o patrimnio

    arqueolgico.

    Esta proposta de insero do patrimnio arqueolgico na poltica de uso do solo

    municipal depende de atualizaes constantes. A reviso permanente dos limitesespaciais da rea sob proteo legal fortemente indicada por Schvelzon (2001), que

    realizou estudo semelhante para a cidade de Buenos Aires. Afinal, essas delimitaes

    espaciais so decises passveis de erros e acertos, e que dependem de novas

    informaes, do aporte e da publicao de novos dados, de novas opinies e pontos de

    vista, que acabam por possibilitar a gerao de novos problemas e novos ideais de

    preservao.

    medida que novos dados relativos ao patrimnio arqueolgico forem sendo

    agregados, ficaro mais visveis e mais claras as reas de maior concentrao deevidncias, permitindo propor, com maior segurana, nveis de preservao para

    determinadas regies dentro da malha urbana, definidas legalmente como Zonas

    Especiais de Proteo (ZEPs). Assim, alm de ao mitigadora, este monitoramento

    constante se transformar em um incentivo para a criao de um banco de dados

    sobre a realidade arqueolgica da antiga Vila Boa, contribuindo progressivamente para

    o melhor conhecimento e preservao deste patrimnio cultural.

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    CONCLUSO

    A proposta aqui encaminhada est largamente amparada pelos critrios

    explicitados na Carta de Lausanne, de 1990, que estabelece recomendaes relativas

    proteo e gesto do patrimnio arqueolgico, e que tambm embasa a atual poltica

    de preservao do patrimnio arqueolgico brasileiro adotada pelo IPHAN. Este

    documento recomenda princpios fundamentais de gerenciamento, de alcance global.

    Devemos ressaltar que esta uma proposta vivel, e que j est sendo

    executada em prefeituras de algumas cidades no Brasil. Um trabalho pioneiro foi

    proposto pela arqueloga Lcia Juliani (1996) para o municpio de So Paulo,

    indicando diretrizes para a gesto de seu patrimnio arqueolgico, considerando que

    esta uma cidade altamente urbanizada. Com esse trabalho, pela primeira vez no pasvislumbrou-se uma possvel soluo para a preservao, tendo como forte aliada

    legislao de Uso e Ocupao do Solo, que dever agregar reas com potencial

    arqueolgico especificadas como zonas de proteo especiais, limitando e impondo

    regras de uso para estes locais pr-estabelecidos (JULIANI OP. CIT.).

    Propostas de estratgias para a gesto do patrimnio arqueolgico do municpio

    de Porto Alegre tambm se destacam no cenrio nacional, desenvolvidas pela

    arqueloga Fernanda Tocchetto, em parceria da prefeitura municipal com o Museu

    Joaquim Felizardo. Na capital gacha, tanto o patrimnio histrico quanto o pr-histrico tm sido alvos dos impactos decorrentes dos processos de ocupao e

    transformao do solo urbano. Assim, foi entendida como necessria a criao de

    estratgias preservacionistas que integrassem informaes provenientes de diferentes

    pesquisas pontuais a fim de estabelecer critrios especiais de proteo e divulgao

    destes bens pblicos, entre elas: a elaborao do mapa de valorizao arqueolgica de

    Porto Alegre, estabelecendo zonas de interesse arqueolgico; a elaborao de uma

    legislao municipal especfica de proteo ao patrimnio arqueolgico; a criao de

    um arquivo arqueolgico municipal; a realizao de pesquisas arqueolgicassistemticas; a implantao de um programa de educao patrimonial

    Alm destes exemplos prticos citados, sabemos da existncia de propostas

    para a gesto do patrimnio arqueolgico em outras cidades brasileiras, como

    Recife/PE, Santos/SP e Joinville/SC, todas contando com o mecanismo da legislao

    urbana como alternativa possvel para a efetiva preservao patrimonial. interessante

    ressaltar que todos os profissionais optaram por estratgias de gesto globais, que

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    podem ser aplicadas em qualquer cidade do mundo, desde que apresente legislao

    de uso e ocupao do solo urbano.

    O que tentamos provar com este estudo que, preciso a mxima cautela com

    o modelo de desenvolvimento vigente, que pode ter um carter predatrio. O

    patrimnio arqueolgico um bem cultural passvel de destruio rotineira em reas

    urbanas, especialmente considerado o caso da antiga Vila Boa de Gois, e deve ter

    sua preservao como meta urgente das futuras polticas pblicas municipais, com

    ateno especial para que a explorao econmica desse patrimnio no se

    transforme em um fator a mais para a sua destruio.

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