a intel/gencla emocional e a teoria das mul tiplas … · (goleman, 1996) e as multiplas...

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SILVANA ZUCK SALDANHA A INTEL/GENClA EMOCIONAL EA TEORIA DAS MUL TIPLAS INTEL/GENCIAS Monografla apresenlada ao Curso de Especializa~iio em li:dllcal;ao Infantil: Pn!-Escola e Alfabetizal;ao, do Curso de P6s-Gradu:u;:io Pesquisa e Extensao da UlIivcrsidade Tuiuti do Pal'ana, sob orientavao da Professora: Marli Dockhom Lemke. Curitiba 2001

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Page 1: A INTEL/GENClA EMOCIONAL E A TEORIA DAS MUL TIPLAS … · (GOLeMAN, 1996) e as Multiplas lnteligencias (GARDNER, 1994), as quais 1recisam ser enfocadas pela escola, pelos pais e pelos

SILVANA ZUCK SALDANHA

A INTEL/GENClA EMOCIONAL E A

TEORIA DAS MUL TIPLAS INTEL/GENCIAS

Monografla apresenlada ao Curso deEspecializa~iio em li:dllcal;ao Infantil:Pn!-Escola e Alfabetizal;ao, do Curso deP6s-Gradu:u;:io Pesquisa e Extensao daUlIivcrsidade Tuiuti do Pal'ana, soborientavao da Professora: Marli DockhomLemke.

Curitiba

2001

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SUMARIO

I.INTRODU(:AO.

2. I'ASSOS FUNDAMENTAlS DA PREI'ARA(:AO EMOClONAL .

2! Passo nO 1 - Percebendo a Emo<;ao da Crianya .

2.2 Passo nO 2 - Reconhecendo a Emoya.o como lima Oponunidade de

Intimidade e Orientac;ao ...

2.3 Passo nO 3 - Ouvindo com Empatia e Legilimidade as Sentimentos da

Crianc;a L3

II

12

2.4. Passo nO 4 - Nomear e Verbalizar as Emo90es 13

2.5. Passo nO 5 - Impondo Limiles e Ajudando a Crianya a Encontrar Soluyoes . 14

2.5. J. Impor Limites . . 15

:::!.5.2.[dentiticar Objetos .. 162.5.3. Procurar Possiveis Soluyoes 16

2.5.4. Avaliar ProPOSI3S de Soluyoes Baseadas em seus Valores Familiares 16

]:.5.5. Ajudar sell Filho a Escolher uma Soiuya.o . 17

25.6.0 Que Sao Emoyoes? 18

J. INTELlGENClA EMOCIONAL E 0 SUCESSO NOS ESTUDOS. 19

Os ('inco Aspectos da lnteligencia Emocional 21

4. OS DOIS T1POS DE INTELIGENClA.. Z3

:-. A '1 EORIA DAS MULTll'LAS INTELIGENCIAS . 27

5.1. A Inteligencia do Q[ e a Inteligencia Emocional . 28

5.2. Inteligencia Linguistica . 29

5.3. Intcligencia L6gico~Matematica 30

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<;;,3.1.As Multiplas Inteligencias na Escola . 30

"3.2. A Modema Escola Secular. 32

';;.3.3, 0 Educador na Busca da Imeligencia . 33

';;.3.4. As Escolas de Amanha: Novas Exigencias, Novas Oportunidades .. 34

5.4. Inteligencia Espacial 35

5.:" Inteligencia Musical... 35

5.6. Inteligencia Corporal-Cinestesica . 36

5.7. Inteligencia Interpessoal . 36

5,8. Inteligencia Intrapessoal . 37

':;.9 Inteligencia Naturalistica 37

5 iO Inteligencia Existencial . 37

to. AS MULTIPLAS INTELIGENCIAS NA PERSPECTIVA DO 40

TR·\BALHO.

7. VISOES CONCLUSIVAS ..

IlEFERENCIAS B1BLlOGRAFICAS ....

45

46

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I.INTRODU<;:AO

o presenle estudo tern como objetivo aprofundar conhecimentos

·Iaciollados a lnteligencia Emocional, pesquisando como ela pade ser desenvolvida e

\ npliada para que possa contribuir com 0 crescimento do ser humano, pois hoje nao

lasta que as pais eduquem bern seus filhos, dando-Ihes uma boa formac;ao escolar, mas

\,: necessaria tambem, preocupar-se com algumas questoes bitsicas de sobrevivencia

~omo prevenir as crianQas contra a vioit!llcia, aeliar 0 inicio da atividade sexual e incutir

IespeilO proprio para nao caif nas drogas e no alcool.

A pesquisa e procedida por varias vis5es uma delas e que a escola nao e

o a inslituiC;;ii.o que cuida do ensino. A vida e uma escola e 0 muncio e uma sala de aula

,(ue :-e renova a cada dia. Enfatizamos lambem alguns passos para estimular a

nteJi!.!cncia emocional,

Pretende-se tambem verificar porque inteligencia, como

tradiclonalmente concebida e a inteligencia emocional se completam e que os sujeitos

posslIcm muitas aptid6es e habilidades que precisam ser despertadas.

o tema foi uma escolha decorrente da problemiHica de compol1amentos

hUTll<l!1oSnesta ultima decada, quando as escolas estao tendo que prestar um numero

cad a vez maior de servi90s sociais as crian9as emocionalmente carellles e ocupam-se de

atividades outras que nao a Inera instrll(;ao. Nesse sentido, surgem as competencias da

Intcligencia Emocional e das Multiplas Inteligencias para que 0 processo formativo das

crian9as seja completo.

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o presen!e es!udo pretende !ralar da quest.ao cia inteligencia emocional da

,,-'lanc;a derenninada ate certo ponto pelo temperamento, as trac;os de personalidade

~ '11ll os quais se nasce, mas e moldada pelas interac;oes sociais. As crianc;as capazes de

,,,-"lIir (l aillor e 0 apoio das familias, amigos e comunidade estao mais protegidas contra

~ alllea~as da violencia, As crianyas, tanto na escola como em casa, precisam ser mais

~'l')giad:ls do que criticadas, recompensadas do que punidas e encorajadas do que

·~·senc{)rajadas.

Sabe-se que a escoia, privilegia os aspectos cognitivos e 16gico-

natematicos, fragmentando e ressaltando apenas alguns dos aspectos do

kscl1\oivimenw humano. Sao cada vez mais evidentes os sinais e a percepyao de que

'11 oulros aspectos no desenvolvimento da psi que Ilumana, que nao os meres aspectos

lciollais

Nesse senti do surgem teorias sobre a Inteligencia Emocional

(GOLeMAN, 1996) e as Multiplas lnteligencias (GARDNER, 1994), as quais

1recisam ser enfocadas pel a escola, pel os pais e pelos eclucadores, como possibilidades

itcrn,lIivas de analise do desenvolvimento das crianc;as.

Estudar esse aspecto e importame como uma possihilidade para

descl1\'olver novas ac;oes no processo educativo escolar e familiar, cujas repercuss6es

linda necessitam scr melhor contextualizadas.

Mediante 0 exposto, questiona-se:

• l\o que consiste a inteligencia emocionai ?

• Ouais as caracteristicas da Teoria clas Miiltiplas Inteligencias ?

Quais as implicac;6es das mesmas na escola e no trabalho?

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Constituem-se em objetivos na pesquisa:

Idcll!lficar os passos fundamentais da preparay30 emocional.

• Res:-.a1tar a imponancia da Jmeligencia Emocional na vida do educando.

Pesquisar os pressupostos basicos da Teoria das Multiplas Inteligencias e suas

impiicavoes no desenvolvimento dos sujeitos que se educam.

Esta pesquisa se caracteriza como qualitativa e explorat6ria, com base em

!'l,..,quisa bibliografica.

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PASSOS FUNDAMENTAlS DA PREPARA<;:AO EMOCIONAL

o objetivo da 1. M. I. (Teoria das Multiplas Inteligencias) e dcmonstrar

'.Ie 0 homcm nao e somente avaliado pelas inteligencias que a escola considera vaiidas,

~·1.1 sua visao cientifica e quantitativa, mas considera as Il1tIltiplas possibilidades da

1l1tcligcncia humana e suas implicayoes no desenvolvimento dos sujeitos.

No atual momento historico, e preciso considerar que todas as

I'lplic<lyoes do conhecer e de seu processo, implica na necessidade de serem trazidas

'Ira ,\ discussao, hip6teses novas sabre 0 ser humane e seus processos de

cl~sell\olvimento, sendo a Teoria da lnteligencia Emocional, de D. GOLEMAN (1996)

\: a Teoria das Multiplas Il1leligencias, de H. GARDNER (1994), algumas dessas novas

icilurCls. as quais merecem sel" consideradas.

De acordo com GOLEMAN (1996) a prepara~ao emocional consegue

~Iue a:-.criall~as se lornem 0 que chama de pessoas "emocionahnente inteligentes"

Os pais que adotam 0 estilo de preparador emocional contribuem

~norl1lelllenle para 0 desenvolvimento emocional da CriaJl~a. Quando 0 pai leva em

:onta os sentimentos dos filhos e tenta ajuda-Ios a resolver seus problemas, os filhos

5aCIll-se melhor na escola e nas rela~5es pessoais. Em compensacao, ° pai

clllocionalmente dislante - aquele que e rude, critica au que faz pouco das emoc6es dos

tilhos - pode prejudica-lo, fazendo com que tenha baixo rendimento escoiar, brigue

mais com os calegas e seja menos saudavel.

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Hoje mio basta as pais educarem bem as tithes, dando-Illes uma boa

k la~an cscolar e incutindo-Ihes s6lidos principios elicos. As familias de hoje tambem

pi ~',isam preocupar-se com algumas questoes mais basicas de sobrevivencia.

Questiona-se. como podemos imunizar nossos tithes contra a epidemia

ck . iolencia que vern grassando entre a juventude? Como podemos convence-los a adiar

(1 Inicio da atividade sexual ate lerem mat uridade suficiente para fazer escolhas

r<..-..ponsavcis e seguras? Como incutir-Ihes uma dose suficiente de respeito proprio para

"I I"': !laO abusem de drogas nem de alcoal?

Conscqi.ientemente escolas vem acusando lim aumento dramatico de

nblcmas de comportamento nesta ultima decada. As escolas publicas eSlao tendo que

~star Ulll nllmero cad a vez maior de servi«os sociais as crian«as emocionalmenle

l,lrenIC" As escolas estao sendo, essencialmente, uma zona de protecyao para uma

:,Iantidade cad a vez maior de crianc;as machucadas por div6rcio dos pais, pobreza e

L'scas\) social

Herdamos uma tradi«ao de Fazer pouco dos sentimentos das crianc;as

~1J1lplc~mente porque ela e menor, menos racional, menos experiente e mais Fraca que

IS aduhos em volta dela.

Neill todo tipo de comportamento e aceitavel, ao passo que lodos os

elllilllcntos e desejos 0 sao; os pais devem reprimir 8c;oes, porem nao emo«oes e

Jesejo~

Os cinco passos para estimular a inteligencia emocional sao, segundo

GOLEMAN (1996):

1) Pcrceber a emoc;ao da criancya.

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II

: I Reconhecer a emo~ao como uma oportunidade de intimidade e transmissao de

experiencias.

Escular com empatia, iegilimando os sentimentos da crianr;a .

..j Ajudar a crianr;a a nom ear e verbalizar as emoc;:6es.

"I Impor limites e aDmesmo tempo, ajudar a crianr;a a resolver seus problemas

Pa~so n° 1 - Percebendo a Emor;ao da Crianya

De acordo com AVELINE (\999, p. 26 ~ 30) as pessoas podern ser

LrJocionaimcnte conscientes, sem serem muito expansivas, sem lef a sensayao de estar

,c dcscontrolando", Ser emocionalmcnte consciente simplesmente significa a

dpacidade de reconhecer e identificar as proprias emoyoes e os pr6prios sentimentos e

:I(!fcebc:r as emot;6es dos oulros.

o fato de nao demonstrarem afeiyao, raiva au tristeza nao significa que

,h pe~soas nao tenham esses semimenlos. Nem signi.fica que sejam incapazes de

'~conhecer as emooyoes do outro e reagir a elas. Pessoas de todos os meios culturais tern

.1 capacidade de perceber os sentimentos dos filhos

Em vez de bater nos filhos ou Ihes dizer coisas que os magoem, os pais

lcvem pedir tempo, prometendo retomar a discussao quando estiverem mais calmos.

A questao e que a crianoya - como todo mundo - se emociona por algulll

moti\ 0 Quando vemos nossos filhos irritados ou nervosos POf alguma coisa

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., 'drentcmente scm impol1iincia, as vezes e bom tol11ar distflllcia e alhar de uma

i'l."fspectiva mais ampla para 0 que esta acontecendo com eles.

Quando se comove por causa de seu filho, quando sabe que estit scmindo

~ILleric esta sentindo, voce eSla tendo empalia, que e a base do trabalho de preparavao

( mocional. Se e capaz de se emocionar junto com seu filho - mesma que as vezes isso

!.:ja dilleil au inc6modo, voce pode dar 0 proximo passo, que e aproveitar as momentos

.Irregados de emoc;:aopara ganhar a confiam;a de seu filho e orienta-lo.

~ 2 Passo n° 2 - Reconhecendo a Emoyao como ullla Oportunidade de Intimidade

e Orientayao

AVELINE (1999) entende que as experiencias negativas podem ser

,'\cckmes oponunidades para demonstrar empatia, para ganhar intimidade com nossos

lilhos c ensinar~lhes maneiras de lidar com as sentimentos

Alguns pais tentam ignorar os senlimentos negativos da criany3

cspel,lIldo que eles passem, mas nao e assim que as emoyoes funcion3111. 0 que

lconh:ce e que os sentimentos negativos se dissipam quando a crianya pade falar sobre

,uas cmoyoes, nomea~las e sentir-se compreendida. Se seu filho de cinco anos esta

nervoso parque precisa if ao dentista, e melhor explorar este medo Ila vespera da

consulta do que esperar ate 0 garoto ficar csperneando na cadeira do dentista.

Falar dos sentimentos antes que eles se exacerbem proporciona as

f~1l11diasa oportunidade de exercitar tecnicas de ouvir e soJucionar problemas quando 0

que ;,:~taem jogo nao sao coisas pequenas.

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Pas .•.o nO 3 - Ouvindo com Empatia e Legitimando os Sentimentos da Crian~a

Ouvir significa muite mais do que reunir dades atraves da audicao, diz

\\'ELI'\E (\999), Ouvidos dotados de empatia usam as olhos para detectar sinais

.ICOSlias cmo90es de sells filhos. Usaf a imagina<;ao para ver a situcu;ao da perspectiva

(i I crian9a. Usaf as palavras para traduzir, de forma tranquilizadora e acritica, 0 que

l-.:ao ouvindo e para ajudar a crianca a nomear as emocoes. Mas 0 que e mais

poname usam 0 caravao para senlir verdadeiramente 0 que a criat1ca esta sentindo.

Para cntrar em sintonia com as express6es faciais e aos gestos dele,

:'.lluralmente voce ja conhece aquela testa franzida, aqueJa boca contraida, aque\e

"pa(c:ldo. 0 que isso Ihe diz sobre 0 que ele esta sentindo? Preste atenyao para que seu

iho tambem possa ler sua linguagem corporal. Se 0 seu objetivo e falar de uma

naneira descontraida e atenciosa, assuma uma postura que traduza isso. Sente-se no

CSl1l0 nivel que ele, respire fun do, relaxe e concentre-se. Sua atenyao ll10strani it sell

"Iho que voce 0 leva a serio e esta disposto a perder algum tempo com os problemas

dele

..4. Passo nO4 - Nomear e Verbalizar as Emoc;oes

Uma etapa facil e extrema mente importante no trabalho de preparayao

<:moclonal e ajudar a criancya a ir nomeando as emocyoes que vai sent indo, confomle

\vEUNE (1999).

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Estudos indicam que 0 alo de rotular as elllo~oes pode ter urn efeilo

",i!lI1anle sobre 0 sistema nervoso, ajudando a crian~a a se recuperar mais ni.pido de

Ilcidemes desagradaveis. Embora !laO saibamos ao ceno como se da este efeito

,al111flllle, tenho a teoria de que falar sobre uma emo<;:ao na hora em que a estamos

.cntindo ocupa 0 hemisferio esquerdo do cerebro, que e 0 centro da linguagem e da

)gica Isso, por sua vez, pede ajudar a crian<;:a a se concentrar ease acalmar. Como ja

liscullmos, ensinar a crianQa a se acalmar traz enonnes mudanc;as. A crian<;:a capaz de

...e acaimar sozinha desde cedo revela varios sinais de inleligencia emocional: tern mais

..:apacidade de concentrac;ao, relaciona-se melhor com os colegas, tern melhor

Icsempenho academico e c mais saudaveL

Os pais devem ajudar seus filhos a verbalizar 0 que eles estao sentindo.

<\5 pessoas as vezes tern emoc;oes misturadas, 0 que, para algumas crianc;as, pode ser,

por 5; so, uma coisa perturbadora.

:::5. Passo nO5 -Impondo Limites e Ajudando a Crian~a a Encontrar Soluc;oes

Depois de ter perdido tempo ouvindo sua filha e ajudando-a a rotular e

compreender 0 que sente, provavelmente voce entrara natural mente no processo de

solul.:ionar os problemas. Este processo pode tel' tambem cinco etapas: I) impor limites;

2) identificar objetivos; 3) procurar possiveis solu«oes; 4) avaliar proposlas de soiu<;:oes

bas-:adas nos valores de sua familia e 5) ajudar a crian«a a escolher uma solu«ao

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Voce pode orientar seu tilho nas elapas do processo. Mas nao se

:lreenda se, com a experiencia, ele tomar a iniciativa e a come~ar a resolver

p: ,blemas dificeis sozinho, diz AVELINE (1999)

I impor Limites

Especialmellle para uma crian~a pequena, a procura de soiw;;6es para os

!' ,)blemas muitas vezes come~a com 0 pai ou a mae reprimindo atitudes

;\.ol1\'t'nicntes. COIllO ensina GOTTMAN (1997, p. 10): E importante a crioJ1(;a

• !.rem/('/' qlle selfS seu,;melllos ,uio SliD 0 problema. sell mall comportamelllO Ii qlle e.dos /J\ sel/limel/IOS e lodos as desejos s{io aceilaveis, ellsil1Cl ele, mas nelll todos os

II1II'OrlWl1eIlfOS 0 SliD. Portan/o. os pais liJm qlle ;mpor limiles aos alas. ncio aos

IS50 faz senlido quando voce considera que !laO e faci! para a crianya

1Uda, como ela se sente diante de determinada situacao. Sua tristeza, seu medo ou sua

'liva anos desaparecem apenas porque a mae diz "Pare de chorar", ou "Voce nao

il~\"erinestar se sentindo assim". Dizer a uma crianc;a como e1a deve sentir-se s6 a faz

,('scollliar do que ela senIe, 0 que a deixa insegura e a faz perder a auto-estima.

Os pais devem estabelecer regras para os filhos baseadas em seus

·oprins valores e aceitar que a crianca seja crianca. Excesso de permissividade, por

dlra lado, e aceitar alCs indesejilveis, lais como comportamento destrutivo, diz Ginott.

)eve- ...e evitar 0 excesso de pennissividade por ser algo que "causa ansiedade e faz com

ue. cada vez mais, a crianca exija privilegios que nao podem ser concedidos"

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icklllificar Objetivos

Oepois de ter Quvido seu filho com empatia, rotular sentimentos e

{k (Illido () que de naD pode fazer, procure fazer perguntas C01110:"Par que voce esta

tL'>lC assim?" ou "Foi alguma coisa que acontcceu hoje?" Voce pade dar sugestoes para

<I]. lar seu lilho a nom ear as causas. COIll 0 tempo, ele pode chegar ao ponto de

I~' guntar "Agora eu sci por que estoll chateado e sci 0 que me deixoLi assim. 0 que vou

" "er par;! resolver 0 problema?"

: .~ 3. Pl'ocurar Possiveis So\uQoes

Atue junto com seu filho para faze-Io cncontrar uma soluyao para 0

)'f'Jblcma As ideias dos pais podem ser uma benyao - sobretudo para uma crianya

"l'quena que costuma penar para imaginal' soluyoes alternativas. Mas e importante se

I'Imolar para nao assllmir 0 camanda.

:'-1 .\valiar Propostas de Solu<toes Baseadas em seus Val ores familiares

Analisar cada ideia apresemada, decidindo as que devem ser postas em

pralica e as que devem ser descartadas. Sugira que seu filho considere separadamente

,:-lda sulu¥ao, fazendo as perguntas abaixo·

• A solu<tao e justa?

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• Vai dar certa?

• F segura?

•• ('OIllO vou me sentir? Como os outros vao se sentir?

Este exercicio Ille da mais uma oportunidade de explorar com seu filho a

~cssicJade de imper limites a certos comportamentos, comenta AVELINE (1999).

_ '5 Ajudar seu Filho a Escolher lima Solw;ao

Depois que explorou com eJe as ramificac;6es de diversas opr;6es, sugira

ue sell tilho escolha uma au mais e as experimente.

Quando estiver querendo ajudar seus filhos a tomar decisoes adequadas,

lha em mente que a CrianfY3tambem aprende com as erms. Se seu filho the pareeer

<ttl-aida por uma ideia que voce sabe que nao vai dar cena, mas !laO vai prejudicar

IllguCIlI, talvez voce qucira deixar que cle fa~a a experiencia assim meslllo. Ai, se def

~·Irado. estimule-a a lemar outra coisa.

Quando seu filho escolher uma solUl;ao ajude-o a pensar num plano

..,HlcrclO para acompanhar.

Quando a crian~a escolher uma solu~ao que nao de ceno, ajude-o a

clilalisar 0 que esta faltando. Depois podem comec;ar tudo de novo. Isso ens ina a crianya

LIe abandonar lima id6ia nao significa que 0 csforyo tcnha sido um rracasso total.

I :nfatize que isso faz parte do processo de aprendizado e os ajustes vuo nos fazendo

~hegar mais perlo de lllll result ado satisfat6rio, con forme AVELINE (1999).

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"; 6. 0 que sao Emov6es?

GOLEMAN (J996) afirma que a palavra "emoc;ao" vem do latim

novel!.!" (mover-se) l11ai50 prefixo "ex" (para fora) , e e frequcntemente usada como

1Il0nilllO de "sentimento" A enumcra9ao dos scntimentos e ilimitada: alegria, simpatia,

't io, s<llisfac;ao, vergonha, preocupac;i1o, desilusao, panico, furia ..

\ psiculogia, a ncuropsicologia, a psiquiatria, socio-biologia - as qualro areas de

'~'squi"a da Inleiigencia Emocional - pensam entretanlO que sO exiSle alguns POllCOS

['ll1i111I..'I1\o5basicos, a partir dos quais se forma teda diversidade de sentimentos. Daniel

(.·J]emall (com base no trabalho do pesquisador none-americana Paul Ekman) indica

,'I[ll sClltimentos basicos.

Estes correspondem em grande parte aos sentimentos basicos listados

'cia p\lcoterapeuta alemao Harlich H" Stavelmann em seu importante livro Emotionale

, Irbulcnze. de 1995 (Apud Goleman, 1996)"

o autor, apcs estudos e consideravoes, nos inronna a relavao dos

".ntimt.:lllos basicos, selldo

'~1I1itllentos basicos de Goleman Sentimentos basicos de Stavemanll

II raiva

tristeza

felicidade

simpatia

<.."mor

I nor

"'llrprc"a

'>1jO

~rgol1ha!culpa depressao

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J. INTEI.IGENCIA EMOCIONAL E 0 SUCESSO NOS ESTUDO

Dc acordo com GOLEMAN (1996), para 0 sucesso na vida, par exemplo, a

!, . .:Iigencia Emocional e mais imponante do que tude 0 que aprelldemos na escola e na

\ ersldade.

A l'conomia nao precisa de genios, mas de pessoas dotadas de Inteligencia

Enh)cionaL

COll\wio familiar (veja Classes) e social pode apresentar melhora significativa da

Inkhgencia EmocionaL As separa~6es e a maiaria dos atos agressivQs poderiam ser

evitaclos pela Inlcligencia Emocional.

A malaria dos pais nao sabe que e muito poueD util exercitar a crianya

dies da idade escolar, pois nao e 0 QI que decide 0 sucesso na escola e na vida, mas IE

I ) e'\pr~"sivo jogo de pa1avras e siglas do Dr. Daniel Goleman fica comprovado com urn

.1:->0 pi mica de comportamelllo em rela~iio a educa~ao. A revista Child (mar~o de 1996)

:l·scrc\1.! como as crian~as podem obler harmonia socio-emocional na escola. As

I ianC<lsdevem:

sc "emir autoconfiantes e interessadas;

saher que comportamentos se espera delas na escola e ate que ponto podem

exprcssar seus impulsos;

espcrar para poder pedir auxilio e seguir inslrucoes;

e'primir as suas necessidades e ao meslllO tempo harmoniza-las com as

llecessidades das outras criancas

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o sucesso na esco[a pode ser bem previsto a partir dos testes emocionais

de intcgracao social do que pelos testes de inteligeneia. Da mesma forma, 0 clima

mocional da familia pareee, de acordo com as pesquisas do professor norte-americana

I lim (iottman, mais significativo que 0 QI das crianeas. As crianeas oriundas de

;dn;lins em que os pais nao brigam sao mais bem vistas pelos colegas, tern melhor

I :cila.;ao e respeilo entre as professores, menos problemas de relaeionamento e

;lprendem com rnais facilidade.

E fac;] compreender, a panir das observaeoes acima, que os

pesquisadores da intejigencia Emocional faeam duras criticas ao sistema educaeional

.lge11le (critieas, por sinal, que nao sao dirigidas aas professores, mas aos circulos que

:letcrminam os eontelldos do aprendizado para as novas geracoes).

Segundo eles, desperdica-se muiw capital nas escolas. Ah~m disso, os

pais e as professores devem parar de entupir as eriancas com materia escolar. Mais

imponame que a inteligeneia escolar e a Illteligencia Emocional. Hi pessoas com QI

extr ..:mameme alto (de 160, por exemplo, situado acima de 99% da humanidade) que

pre( isam ganhar 0 seu dinheiro trabalhando para empregadores que tem lim Ql media

de 100. Porque? Porque falta a Inteligencia Emocional.

Portanto:

• lipo de inteligencia exigido peJa escola e pelas demais instituic6es de formacao nao

c garantia de SLicesso.

a garantia de uma vida bem-sucedida esta na 1E e nao no Ql.

• teste de inteligencia nao mostra como a crianca progredira na vida - isso e feito

pelos testes de Inteligencia Emoeional

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• Illcsrno para 0 sucessQ na escola a Inteligencia Emocional e mais imponame que 0

01

Mas em que consiste a Inteligencia Emocional?

( Cinco Aspectos da Inteligencia Emocional

De acordo com GOLEMAN (1996), falando-se de Inteligencia

nocional, pode-se falar tambem de criatividade - urn conceito que em seu significado

al daw dos uhimos anos da decada de 1950.

o paraielo nao e ocasional

Foi nessa epoca que a Uniao Sovietica coloeou no espayo 0 sell primeiro

ilelite. 0 Sputnik, roubando assim aos Estados Unidos 0 scnho de serern a nayao mais

,J e dl.! maior sucesso do planeta em todos as sentidos (Goleman, 1996).

o "choque Sputnik" suscitou criticas ao sistema educacional nos Estados

"idos Verificou-se que as alunDs davam J11uito valor ao conhecimento avaliavel

. aYCS de questiomlrios e valor reduzido it "inteligencia criativa" ou it criatividade.

'mo pode uma economia ser inovadora, se as novas gera~6es s6 souberem "ruminar"

lvamente 0 que os professores the oferecem Portanto, Goleman (1997) prop6e que se

1 ,Ibalhclll questoes como

AUloconhecimento: ter consciencia de si mesmo, conhecer a si meSIllO, conhecer a

pr6pria vida, principalrnente a vida afetiva. Isso da a base para a

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Autt1gen'!ncia: tel' 0 controle das proprias decisoes e dos proprios sentimcntos. E

nt::ce,sarios conquistar suficiente serenidade para cam baler todas as situa<;5cs de

estrl:~:-;.e. Dai vcm a

Allt(llllotiva~ao: sel" eSfOfyado e tcnaz, nao desistir de uma tarefa se alguma caisa

nao del' certo, nao eSl11orecer. Essas Ires primeiras dimcnsoes da Inteligencia

Emocional depcndem !TIuito da propria pessoa e da sua relaQ30 consigo mesma: ter

COlhcicncia de si I11csrna, controlar as pr6prias decisoes e conseguir ll1otivar-se. As

outl<lS duas dimcnsoes se referem a rclayao com outras pessoas:

Empatia: enlender 0 que os Qutros sentem. A empatia lembra a solidariedade.

Solidariedade signifiea sentir com os outros, IeI' compaixao e compreender 0

sell1imcnto alheio. Empatia significa a possihilidade de ir para dentro dos outros -

inclusive de pessoas com as quais nao temos qualquer simpatia. VOl psic610go

poll1.:ial, por exemplo, ao interrogar lim sequestrador, deve tel' muita empatia com

cle. embora para isso nao precise de qualquer solidariedade ou simpatia pelo sujeito.

cngnjarnento: atllar entre as pessoas, nao vel' a vida apenas como urn observador,

nao se limitar a observar as pessoas, mas fazer alguma coisa com elas; entender-se

com as outras pessoas e encontrar aJegria no convivio.

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4. OS DOIS TWOS DE INTELlGENCIA

Con forme GOLEMAN (1996) gostariamos de insistir na nossa defini~ao

g,-' ,erica de inteJigencia, como a capacidade de corresponder da melhar maneira

'-.sivc\ as exigencias do mundo exterior. Tais exigencias sao, entretanto, tao diversas

~i L para isso necessita-se de dais tipos de inteligencia a inteligencia racional e a

·digcllcla emocional

o pnmciro tipo de inteligencia, a raeional, e 0 propiciado pela escola e pela ciencia.

de 51..'apJicam palavras DU expressoes, como retletir, processar, constalar, verificar,

l H.:tar fa lOS, buscar 0 senti do, decidir de acordo com a 16gica. A utilizac;ao deste

imeirlllipo de intcligencia exige tempo e calma.

Mas nem sempre podemos contar com tempo e calma suficientes diante

I' toda ..•as exigencias do mundo. E as 50.000 gera~oes que vieram antes de nos em

\e:t Ull milhao de anos, desenvolvendo 0 espirito humane ate 0 ponto em que nos

laIllO~. tinham ainda menos tempo e calma do que temos hoje para pensar. Quando 0

'mem das cavernas via uma sombra com a canto do olho, sabia que tinha milesimo de

:.!undo para perceber se a sobra era uma cac;a au se era ele cac;a da sombra.

• inteilgcncia Emocional, que damos 0 nome para atender a essas outras exigencias, a

twreza nos deu esta outra faculdade, au seja, conforme GOLEMAN (1996 P 46), 0

:~ulldn lipo de inteligencia, menos explorado ate aqui pela escola e pela ciencia. ela se

(.ll"acteliza por'

e. pO/' isso mesmo. deci.wies Hem sempre cOI-relas qlle, enrreICllllo;

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!){/I"c'("Cf1I-IIOS ahSO!UWlllell/e cone/as.

Voltemos ao nosso homem das cavernas. Quem perde muito tempo

nsanJo se tem diante de si uma ca\=a au urn predador esla em perigo de vida. Por isso,

mas vezes e mais inteligente tomar uma decisao errada e rapida do que ficar

Iminanrlo a decisao correta.

itlteiecluaimente, ainda nos componamos muilas vezes como as homens

s c,nt.:'rnas, diz GOLEMAN (1996), temos 0 hftbito de agir incotlscientemcnte:

verilicando se 0 local em que estamos e ameayador ou nao;

\,criticando se as pessoas it nossa volta sao amigos ou se represenram amea\=a;

avallllndo as pessoas pela primeira impressao e;

Illuilas vezes tomando decis6es sem ter analisado lodos as dados e sem ter

nsirll..'rarlo lodas as conseqOencias

Achamos portanta que as vezes e melhor "ser nipido" do que fazer algo

em pm cento ceno"

E sentimo-nos seguros em nossas decis6es, ainda que uma reflexao

I .lsierior, pudesse nos apontar outro caminho, au ainda que saibamos que precisariamos

v maj" dados para decidir.

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:\0 tratar das qucstoes, devera opor-se 0 significado de"

,lEI IGENCIA QI

'(EFLL I.rn.. CONSIDERAR

OLET AR DADOS

)IoS(OBRlR 0 SENTIDO

,)[(II)IR PELA LOGICA

[\11'0 E CALMA

ERr8RAL

)ADOS PRECISOS

\ 'iAI !TICO

)RJEYIADA PELO ATENDIMENTO

IEMISFERIO ESQUERDO

,10 E()lJANDO

IONIlFRAR

'[I'S \R

\ ERIIICAR E CONFERIR

I'ALA VRAS E NUMEROS

'ill. 'iDER 0 PASSADO

OGle".

RIA E CLARA

!lIST \NCIADA

INTELIGENCIA EMOCIONAL

ASSOCIAR

ENCONTRAR NOVAS IDEIAS

DAR SENTIDO

DECIDIR pOR TENTATIVA E

ERRO

VELOCIDADE. lMPACIENCIA

VISCERAL

INFORMACAO DIFUSA

TOTALIZADOR

ORIENT ADA PELO SENTIMENT

HEMISFERlO DIRE ITO

AQUJ E AGORA

DECIDIR ESPONTANEAMENTE

SENTlR

ACREDITAR NO ACERTO DAS

PROPRlAS DEClSOES

PESSOAS E SITUACOES

INFLUlR NO FUTURO

PSICOLOGICA

QUENTE INFLAMADA

ASSOCIADA

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1 I ;OCr'iTRlCA

[";OLi\DA

\ 1 \SCI 'UNO

1 ,TEl\DIMENTO

I'REl\DIZADO

lIltc .\NTUNES, (1996).

ORIENTADA PELO GRUPO

L1GADA

FEMINfNO

SENTIMENTO

APRENDIZADO DO CORACAO

Esta lista mostra que a inteligencia, como tradicionalmente concebida, e

Intciigcncia Emocional se cornpiernentarn. A partir da nossa definic;:ao inicial de

I; leligencia, como a capacidade de corresponder da melhor maneira passive! as

,igencias do mundo exterior, podemos verificar que ambas sao importantes para i550

I 11\relanlo. a escola a escola atual so exige e valoriza a inteligencia do QI, em seus

,peelOS logico-matematicos e linguistico, mensuraveis

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, \ TEO RIA DAS MULTIPLAS INTELIGENCIAS

Em seu livro, Frames of Milici, HOWARD GARDNER (1994) psic61ogo

I..:rica:10, define inteligencia como a capacidade de resolver problemas ou criar

ilduto:-. que sao valorizados em um ou mais ambientes culturais e prop6e que todas as

:-.oa5humanas normais possuem, pelo menos, sete inteligencias.

Este modelo permite, ao mesmo tempo obler uma compreensao global

pes ....oa complcla) e uma compreensao parcial (de seus talentos e fraquezas), 0 que

~sibilt1ara aDs educadores ressaltar as areas de maior compcH!ncia (em que 0

I..Llcan<io se sobressai) e trahalha as areas de mellor competencia (em que 0 educando

1 n difkuldade).

ESPECTRO DE INTELIGENCIA

L6gico - Linguistico

xx

Musical

ell :\dral

rill, eS;C(l

la

e, ponllInter

Corporal

+ 2 existencialnaturalislica

Espacial

L6gico - Matematico

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() Br"asil defende: USP - inteligcllcia Pictorica

(lulros raises defendcm: Gardner - intcligencia Espiritual

- intcligcllcia Naturalistica

- inteligencia Existenci:}1

Fonle: MACHADO, (1996, p. 28).

Cada uma dessas inteligencias passu! caracteristicas especificas, senda

s. conforme GARDNER (1994).

A Inteligencia do QI e a Inteligencia Emocional

o pesquisador .da inteligencia e critico do conceito do QI, HOWARD

\RO'\ER (1994), da Universidade de Harvard,. eriau um sistema da inteligencia que

'dcria revolucionar 0 nosso sistema escolar. Gardner ve oito dimensoes da

Icligencia:

lntcligencia verbal - falar e explicar de forma intetigivel e convincente, capacidade

para cantar hist6rias originais;

Intl'l1gencia musical - lembrar-se de musicas, i"azer mllsicas, compor;

Inteligencia 16gico-matemittica;

Illkligencia espacial - orientayao nos quebra-cabe~as e mapas;

Intl'ligencia corporal e cinesu!sica - dan~a, esporte, rnovimentar-se, usaf bern

fenamenIas;

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lnlehgencia intrapessoal - estar em conlatc C0111as pr6prios sentimentos. cmo90es e

C0111os conteudos espirituais nao-racionais, os feelings;

Inteligencia interpessoal - sensibilidade as opinioes, motivos e intenyoes dos mltros,

lntcligencia volt ada para a natureza - dela faz pane a capacidade de dar nomes a

plantas e animais e a alegria de faze-Io.

lTlteligencia existencial - scnsibilidade para uma vida concreta e existencialmente

silu<lda.

A Lnteligencia Emocional esta ligada as dimensoes 6 e 7. A diferenya

Ire: Inleligencia Intrapessoal e lnteligencia Interpessoal, esta nos prefixos latinos'

fa. para dentro, e inter, entrc.

A "inteligencia interpessoal" pode scr chamada tambem de "lnteligencia

ciaI'" com a ressalva de que "social" deve ser entendido sem 0 contcudo de

~'ngajllmellio social" ou de qualquer coisa que caracterize "boas pessoas"

A Inteligencia Emocional nao tern sinal etico; uma pessoa pode ter boa

ll!l1UIlICa9ao social e ser pouco social e ate desumana

Inteligencia LingOislica

E a habilidade de usaf a linguagem para convencer, agradaf, estimular au

:ansl1l11ir ideias. Seus componentes centrais sao uma sensibilidade para os sons, ritmos

signllicados das palavras, e uma especial percep9ao das diferentes fun~oes da

19uagem.

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Os alunos com talento neste tipo de inteligencia gostam de envolver-se

III O~ sons da lingua: seja lendo, escrevendo ou falando. Eles podem pretender tornar-

.\.:t.:scntores, professores de humanidades, cientislas sociais au politicos.

In!cligencia L6gico-Matematica

E a habilidade para explorar rela~6es, categorias e padroes. atraves da

anipuiacao de objetos ou simbolos, e para experimentar de fonna controlada; e a

.Ibilicladc para lidar com series de raciocinio, para reconheccr problemas e resolve-los.

o componente central desta inteligencia e uma sensibilidade para padroes, ordem e

'ls[cl1l<ltizacao

Os estudantes com talenlo neste tipo de inteligencia desenvolvem formas

dlanll'llte abstratas de pensamento 16gico e constantemente estao questionando e

u.peculando sobre eventos naturais. Eles pod em querer vir a ser cientistas, engenheiros,

prograllladores de computadores, contadores e ate fil6sofos

:'] ! As Mltltiplas lnteligencias na Escola

A caracteristica definidora da escola de hoje e a transmissao de

labilidades em areas basicas de conhecimento - leitura, escrita, calculo e 0 dominio de

..,islClllaS similares. Grande Illlll1ero de alunos seguem 0 rilmo, de maneira mais ou

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II

nos -..Imultanea, e, quando 0 processo chega ao tim, espera-se que lodos saibam ler,

~ ["eve; e calcular competentemente.

As escolas evoluiram gradual mente em areas diferentes do mundo. 0

11 fll1lcionamento da sociedade requer diferentes com habilidades especificas de

nheClmento, especial mente habilidades relacionadas ao comercio. Para que uma

,cicdade floresya, comercie com outras, au mente seus recursos, esteja numa posiyao de

\' Ivar !-!uerra com sucesso, e necessaria que tenhamos individuos capazes de ler e

~'"crcver bern, de realizar ca.lculos envolvendo bens e dinheiro. As escolas realizam a

era de dar as crianyas as ferramentas para viver numa sociedade rica.

Segundo GARDNER, KORNHABER e WAKE (1998),56 recenlemenle

I 1 secul0 passado e que as sociedades perceberam que todos os individuos da

lll1llnidade devem ser educados. No passado suponha-se que as escolas eram apenas

lIra Ullla minoria da popuJa.;ao: rnais provavelmente meninos do que meninas.

A educa.;ao era vista como um recurso precioso, que nao poderia ser

)anjado com todas as pessoas. Durante muito tempo a educar;ao era propiciada a

\."ssoa~ que iriam beneficiar-se del a rnais facilmente, e aquelas que a utilizariam de

ordo com os valores da sociedade.

Quando uma sociedade decide abrir a educar;ao para aqueles que nao

!tem parte de uma popuiaryao pre-selecionada, surge a pergunta: quem eSlaria

dbilit<1do para tal educayao?

Uma maneira de distribuir e oferecer as oportunidades educacionais de

cio aos individuos que mais provavelmente vao beneficiar-se deJas, as crianyas mais

1l1-cducadas e respeitosas teriam permissao para frequentar a escola.

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; 2. t\ \IIodcrna Escola Secular

Parece curiosa que as membros da nossa especie devam as primeiros

os dt: vida, passar tanto tempo na escola. Os seres humallos evoluiram ao lango dos

Icnl()s buscando alimentos, criando famiJias. Nos agora valorizamos tremendamente

nontoar 20 - 50 alunas numa sala de aula durante 6 - 8 haras por dia ao 10ngo de

lit05 <Ill0S, impedindo alguns tipos e atividades au contata fisico, desencorajando a

ciali;:wao, e recompensando aqueles que se absorvem em livros all cadernos, repetem

,uilo que lites foi dito e, em testes "decisivos", apresentam formas precisas das

t'orm.t(,:oes exigidas.

Os individuos que se saem bern na escola sao aqueJes que conseguem

tar !lilO "penas com fen6menos au ideias em 5i mesmas, Illas tambem com as notac;6es

Ie os "cres humanos criaram para simbolizar aquelas entidades de maneira economica

,to e suficientc ser capaz de pensar sobre zero no abstrato, a pessoa precisa se capaz de

;/,cr (d1cuios uliiizando zeros. E nao e suficiente ser capaz de debater a Primeira

I lcrra \I1undiai; e preciso ser capaz de ler textos cruciais, anaiisa-Ios e compor os

oprio" pcnsamentos em linguagcm cult a (GOODMAN, 1976; GOODY, 1977;

.SO\;, 1977, 1994; .pud GARDNER, 1994)

Segundo GARDNER (1994, p. 38), "Nos fazemos des/a maneira hd

'1'/0 1L'lIIpO que sabemos que eslo ceria.•' Precisamus (;ollsiderar a possibilidade de

.l~III11U" prolieas escolares serem mamidas apenDS pOI" hdbi/(), e HelO par serem

(.·"ssul"iamellie ollie/hoI' mClJlcira de ins/rllir as alllllos hOjeem dia.

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~ : 3 0 I':ducador na Busea da Intcligencia

Em Oleio a crise de valores e para metros que se instalou no mundo da

llllca9~o. correntes pedag6gicas surgiram, outras aprofundaram caminhos e uma

,11<tnche de novas e rcnovados. Conceitos tomaram lugar no horizonte do educador:

IL'rdiscipiinaridade, aprendizagem significativa, construyao do conhecimento entre

~) 'fOS

Essa busca de um novo olhar para 0 conhecimento !laO aconteceu s6 na

iago)!ia. Tomaram impulso novas concep~6es da intcligencia humana, a panir dos

t: 'udos de psic6logos, neurocientistas, pesquisadores de diversas areas do saber.

Nao podemos incorrer erro de substituir mit os. Tais toorias sao dinamicas

,: 'ia Olllras visoes sabre esse lema. 0 que importa e incorporar conceitos mais abertos

intellgencia, e utilizar esse conhecimento para entao chegar ao fundo da questao:

~ , ICal' para a compreensao. Por outros call1inhos, esses pesquisadores direcionam suas

..:rgias para buscar a resposta que todos procuram: 0 que e educar de fato?

A compreensao nao c de um modelo mental estatico; implica em

i.lisi~ilO do conhecimento interioriza9ao e aplica9ao em novas situa90es.

Essa ideia soa familiar. Mas par que e Hi.o dificil fazer com que nossos

'1IlOS ~(Jl11preendam aquila que pensamos ensinar? Par que a escola esta tao lange

,'ises d)jetivos? Para as pensadores, a resposta e que esta tern sido uma entre tantas

reocupal;oes da escola, quando deveria ser a tmica.

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No momento em que a escola se organiza para educar para a

Illpr(:~nsao, sedio neccssarias mudan~as inevitaveis, as vezes radicais. Os educadores

11 quo..:levar a ferro e fogo, cotidianamente a pergunta: 0 que sonhamos para nossas

lan~a·;J

; -to .'\s Escolas de Amanha: Novas Exigencias, Novas Oponunidades

No mundo todo, os educadores passaram a defender escolas que sejam

;tcrentes em dois sentidos, afirma GARDNER, KORNH.ABER, WAKE (1998):

prill1ciro, ha 0 descjo de mais democracia, de maior equidade. As escolas precisam

ter ....ucesso mio apenas com a elite, nao 56 com uma minoria, mas com toelas as

crian9as, esse sucesso universal e necessario para a sobrevivencia da sociedade.

a so..:gundadiferen9a refere~se it profundidade. Atualmente se reconhece que, embora

as ..:scolas len ham feite um trabalho razoavel na transmissao de conteudos aos

alullos, fazendo-os memorizar, as escolas nao produziram uma popu\a9ao capaz de

pcnsar bem e profundamente.

A inteligencia e uma coisa unica, inata, nao sujeita a mudan9as, diz

ARD,\ER, KORNHABER, WAKE, (1998)

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-l imdigencia Espadal

E: a habilidade para manipular formas ou objelOs menial mente e, a panir

.IS PCfCCpcoes iniciais, criar tensao, equilibrio e composic;ao, numa representac;ao

ISIH!.I ou espaciaL E: a capacidade para perceber a munda espaciai e visual de forma

ICCiSCl

Os educando com talento neste tipa de inteligencia pensam em imagens e

lladros e preferencialmente eslao rabiscando, desenhando, ou construindo coisas. Eles

ldcm dcsejar ser arquitetos, anistas, mecanicos, engenheiros au planejadores urbanos.

In:cligencia Musical

E a habilidade para produzir au reproduzir uma peca musical, para

-;criml1lar sons, perceber temas musicais, ritmos, lexturas e timbres. 0 componente

,ntral e a sensibilidade para sons, ritmos e timbres

Os alullos com talenlo neste tipo de inteligencia frequentemente cantam,

man,lam, assobiam baixillho para eles mesmos, movimcntando partes do carpo it

edida que fazem isto. Eles padem desejar ser cantores, musicos, maestros, dirigentes

'.' corais au criticos de musica.

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~ (), Intcligencia Corporal-Cinestesica

E a habilidade para resolver problemas au criar produtos atraves do usa

l- pane Oll de todo 0 corpo. E a habilidade para usaf a coordena~ao fina ou ampJa em

,~pOI1C:" artes cenicas eu pJasticas, no contrale dos movimentos do carpo e na

, mipuJa'j:ao de objetos com destreza.

Os estudantes com talento neste tipo de inteligencia se comunicam

ll'aves de gestos e Dutfas formas de linguagem corporal, engajando-se ativamente em

llvidades ath~ticas, de danc;a, de teatro au mimica, au ainda em datilografia, desenho,

('nsena de objetos, costura au artesanato_ Eles padem sonhar em ser atores, mimicos,

.Itlyannos, artesoes, desportistas au atletas.

7, Illteligencia Interpessoal

E a habilidade para entender humores, temperamentos e motivayoes de

Itras pcssoas, para perceber intent;:6es e desejos e reagir apropriadamcnte a partir dessa

~·rccp.;ijo

Os educandos com talento neste tipo de inreligencia compreendem

<:ssoa". estando constantemente envolvidos em relacionamentos humanos com colegas

amigos, seja liderando atividades organizando festas, fazendo comunicat;:oes ou

lcdiando contlitos. Eles podem querer tornar-se conselheiros, homens e mulheres de

.:gOCi0S. empresarios, organizadores e lideres comunitarios

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" S. 111Ieiigencia Inlrapessoal

E a habilidade para ler acesso aos pr6prios sentimentos, sonhos e ideias,

<!fa discrimina-los e lanyar maDS deles na soluyao de problemas pessoais. E 0

cconht.:cimento de habilidades, necessidades, desejos e inteligencias pr6prios, a

. Ipac.dade para formular uma imagem precisa de si mesmo e a habilidade de usaf essa

lIlagcm para funcionar de forma efetiva.

Os alunos com talento neste lipo de inteligencia possuem personalidades

drIes. tern uma profunda percepyao de si mesmos (de sellS senlimentos interiores,

mho •.e ideias, 0 que os coloea em urn mundo a parte) e objetivos pessoais. Eles podem

.ksejar ser escritores, homcns e mulheres de micro e pequenas empresas, dirigindo

.:goc1os criativos, ou entrar para 0 trabalho religioso.

'> Imdigencia Naturalistica

E a capacidade para entender 0 meio, interagir com a natureza e entender-se

Ine (\)Ilstituinte dela sobrevivencia.

10 Inteligencia Existencial

E a faculdade de interrelacionar-se agir com alteridade I equidade em

\,.'h"ICat1 ao outro. Eo mundo concreto / existencial

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GARDNER (J 994) afirma que se acreditannos que a inteligencia e

llultifacetada e as pertis cognitivos difercm de uma pessoa para a Dutra, a educaltao !laO

)de mais ser concebida como igual para lOdos: nossa fun~ao. como educadores, passa

-cr a descoberta da melhor malleira de atender cada educador de forma a propicia 0 seu

:csempcnho nul.ximo.

Segundo GARDNER (1994), lodos as individuos tern, como parte

Jgagc1ll gCllctica, habilidades basicas nas sele inteiigencias, com potenciais diversos

n cada uma delas e varia~oes nos sellS desempenhos. Enfatiza ele a importancia da

dati\,l independencia de cada inteligencia e a necessidade de desenvolver meies de

,I' 'alial cada lima delas de forma justa, Ievando em conta l1ao somente 0 seu conteudo,

1<15 tarnbem a idade da criam;a sendo avaliada. pois cada inteligencia dispoe de estagios

~ dcsenvolvimento pr6prios. De acordo com este psic6logo, 0 curso de

ksemolvimento de cada inteligencia e deterlllinado, em linhas gerais, pOl' fatores

..::neticos e neurobiol6gicos e par condir;:6es ambientais.

Exatamente neste ultimo ponto, na influencia das condic;oes externas para

ksell\ olvimenlo das multiplas inteligencias, e que a Escola de Qualidade pode e deve

zer difcrcnr;:a. comeyando com:

a concepyao de um curricula centrado no aluno, em funr;:ao de suas

capacidades e necessidades;

continuando com a promoyao de atividades variadas e ricas para a sua

aprendizagem;

culminando com estratcgias de avaliac;ao adequadas a cada

inteligencia (GARDNER, KORNHABER, WAKE, 1998)

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Nesse topico e necessaria fazer uma imponante oonsiderac:;ao: para que

'l! po~:-.a veneer 0 desafio numero dais, e essencial que em sua concepc:;ao, esse novo

, urriculo para a Era da Qualidade favorcC:;3 0 desenvolvimento cquilibrado das

'Hlltiplas intcligcncias do Scr Humano.

MACHADO (1996, p. 26) propoe em seus estudos sobre TIliU, que se

"lclua a perspectiva da IntcJigencia Pict6rica. Entcnde 0 autor ser cia uma forma de agir,

illcndcr e estabelecer reJac:;5es com expressoes de arte, de pintura, de express6es

lasticas esteticas, atraves das quais a sensibilidade humana se expressa. GARDNER

99 ...•\ HaO se manifesla quanto a essa possibilidade.

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t.. AS M UL TrPLAS INTELIGENCIAS NA PERSPECTIVA DO TRABALHO

Segundo Hendrie Weisincer, a inteligencia emocional no trabalho e fator

nmordial para 0 progresso e 0 Sllcesso do individuo no trabalho. 0 usa da inteligencia

mocional leva a resultados positivQs, tanto no que diz respeilO ao individuo quanta a

rgam/ac;1i.o. Apcs allOS de pesquisas, 0 autor constatou que quando os empregados

'lam :.ua inteligencia emocional, ajudam a construir uma organizac;ao emocionalmente

I1lelj~cnte, na qual cada um se responsabiliza peln crescimento da sua propria

I\clig0ncia, emocional pela aplicac;ao de sua inteligencia emocional 110 relacionamento

,~!l1a-; outras pessoas e pela aplicayao das aptidoes da sua inteligencia emocional na

rgani/ay30 como lim todo (WEISINCER, 1997).

GARDNER, KORNHABER, WAKE (1998) emendem que. quando nos

.;feril1los it pessoas inteligentes, geralmente nos vcm em mente a ideia de pessoas

lladas de aho grau de desenvolvimento cerebral, capazes de executar tarefas

\llllple'i:as, nao acessiveis a maioria dos individuos, entretanto, todas as pessoas sao

Ieligt'ntes e a mesma se manifesta toda vez que interagimos num ambiente cultural, a

)ssa maneira de interpretar, analisar e executar delerminadas tarefas caracteriza nossa

!cligencia ou a nossa capacidade de adaptacao ao meio em que vivemos.

Essas habilidades podem ser adquiridas atraves do aprendizado informal,

1I1de a pailir da observacao e execuyao de tareras executadas por individuos mais

.perit.:l1lcs as pessoas «adquirem" e incorporam metodos e lecnicas que as permitiram

ccutar por si s6 as mesmas tarefas no futuro. A outra forma de aprendizado ocorre no

icio a(ademico ondc ocorre 0 "treinamento" a nivel teorico.

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A execllyao dos trabalhos podem ser levados a um alto grau de

<!spenalizayao, formando peritos, que possuem uma visao mais complex:a e mais

lprorundada, com maior flexibilidade de raciocinio, encaram as tarefas de maneiras

,-iifen:nciadas ados principiantes, que geralmente sao meros executores, quase nao

nlc"'gindo no processo, diz GARDNER, KORNHABER, WAKE, (1998)

Seriam entao os peritos mais "inteligentes" que os principiantes. Nao

lccc:-,-,ariarnente, os peritos possuern maior conhecimento e ex:periencia sobre uma

lctcnninada materia, eJes teriam uma memoria mais "alimentada" que os principiantes,

!111 problema que fuja tOlalmente as caractcristicas norma is do trabalho as vantagens

los p.:ritos tendem a desaparecer.

Ale recentemenle, a organizayao do trabalho se dava de forma que os

peritos racionalizassem sobre a melhor maneira de maxi mizar os resultados do trabalho,

:nslruindo aos iniciantes, que seriam os operarios, os executores do trabalho, sobre a

melll(lI· maneira de executar as tarefas, de maneira a aumentar a produtividade deu-se

,ssim a segmentayao e especializa.;:ao do trabalho, onde os trabalhadores ex:eculavam

,lrda-, distintas, repetitivas e mecanizadas, visando produzir 0 maximo no menor tempo

)ossi\ el, desta forma, apenas os executivos, au administradores, eram capazes de ter

uma \isao geral do pracesso pradutivo, possibilitando 0 gerenciamento de diversas

Mes ou setores que 0 envolviam impossibilitando aos openl.rios que pudessem

"presl'nrar respostas a problemas que nao fossem pcrtinentes a sua restrita area de

;ltuac;ao. ou seja, na~ podiam interagir no desenvolvimcnto da empresa.

o desenvolvimento cientifico e a informatiza9ao computadorizada

lCr<llll a alterar drasticamente este quadro, com a informatizayao, os funciomirios

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)rccbam interagir canstantemente em diversos niveis no ambiente de trabalho e as

lIodificayoes tecnol6gicas exigem adapta~ao constante, nao permit indo que 0 modelo

,~st~ti(:O de produyao permaneya em voga. Agora e necessaria inferir, analisar,

merl'retar constantemente, tanto as informayoes processadas quanto as a1terayoes no

ncrcildo, que agora globalizado interfere constantemente no processo prodlltivo. E 0

mere ado e nao necessariamente os perilos OU administradores que ira determinar 0 que

dcvc c como deve ser produzido, afirma GARDNER, KORNHABER, WAKE, (1998).

Acredita-se que as caracteristicas necessarias para um born desempenho

prolissional foram alteradas na mesilla proporyao das mudanyas tecno16gicas, onde se

e::,pCldva um funcionario disciplinado e esforyado, se exige inicialiva, dinamismo e

partit.:ipayao, lllais do que nunca, precisa-se estar integrado nao 56 ao ambiente de

Irah<llho, mais ao mundo como urn todo, pais 0 que acontece na sociedade em qualquer

csfcI;\. afela lambem 0 trabalho, as tendencias, as ideologias, as mudanyas s6cio-

culturais iraQ refletir seguramente afetera a maneira pel a qual trabalhalllos.

o conceito de inteligencia OU 0 que e ser inteligente no trahalho nao

depcnde exclusivamente do grau de desenvolvimento intelectual do individuo, depende

lambc1ll do ambiente no trabalho, das condiyoes oferecidas para que possamos

desL'!lvolver nossas habilidades e da maneira como interagimos neste ambiente. Por

cxcl1lplo: Uma pessoa com alto grau de desenvolvimenlO intelectual com QI elevado

pOdl· nao se sair muito bem em um trabalho em que necessite se relacionar com as

pess\)as, pais pode ser institvel emocionalmeme, insegura, timida, etc ... e sua can!llcia

na circa da inteligencia emocional certamente ira prejlldicar seu desempenho.

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E por isso que os testes para admissao nas cmpresas nao se baseiam mais

";,clu,,ivamente no QI das pessoas, procura-se as caracteristicas dos individuos para 0

Jeseillpenho da fun~iio, conforme diz GARDNER, KORNI-IABER, WAKE, (1998).

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-, \ Isors CONCLVS1VAS

Podemos concluir que a inteligencia e um capital e uns 0 possuem rnais

iI ~lue outros. Mas 0 areta, 0 apoio, 0 estimulo e a compreensao que damas no processo

•...dCal(\o. sao fundamentais para determinar ser a crian<;;a podenl esgotar seu potencial

( Intehgencia ou nao. 0 conhecimento e a memoria nao dependem da inteligencia e

,JCIll "cr adquiridos e enriquecidos com a educayao, atraves de tccnicas pedag6gicas

,,:quadas.

A inteligencia natural da crian<;;a desenvolve-se quando reconhecemos

.15C0lllpetencias, confiamos neia, apoiamos suas iniciativas, admitimos sua liberdade.

Verificamos entao, que as crianyas que sao incentivadas e que aprendem

conll\)lar sua emoyoes tem mais potencial de inLeiigencia e mais possibilidade de exito

I vida afetiva e profissional.

Tudo isto pode-se afirmar it partir das inova~6es propostas pel a Teoria

·dS '\!ultiplas Inteligencias de 1-1. GARDNER (1994) e pela Teoria da Inteligencia

I moclonal de GOLEMAN (1996) e das contribui~5es trazidas por ambas na atualidade

:0 pn1cesso de desenvolvimento e educa~ao da crian~a.

Resta, portanto, aos educadores rever suas bases te6rico-conceituais e

L'llcaLIl"as possibilidades educativas que lais perspectivas te6ricas trazcm ao processo

~·duc;l\;ional.

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