a institucionalização de crianças no brasil

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A Institucionalização de Crianças no Brasil Autoras: Irene Rizzini & Irma Rizzini Percurso histórico e desafios do presente

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A Institucionalização de Crianças no Brasil. Percurso histórico e desafios do presente. Autoras: Irene Rizzini & Irma Rizzini. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: A Institucionalização de Crianças no Brasil

A Institucionalização de Crianças no Brasil

Autoras: Irene Rizzini & Irma Rizzini

Percurso histórico e

desafios do presente

Page 2: A Institucionalização de Crianças no Brasil

INTRODUÇÃO:

As crianças pobres e/ ou em famílias com dificuldades de criarem seus filhos tinham um destino quase certo ao buscarem apoio do estado: o de serem encaminhadas como órfãs ou abandonadas;

Page 3: A Institucionalização de Crianças no Brasil

Cultura da “Institucionalização”; Estatuto da Criança e do Adolescente

(ECA); De acordo com a lei, muda-se o conceito

de internação para abrigamento; Somente adolescentes, a partir dos 12

anos, podem ser privados de liberdade, e em casos de flagrante delito;

Crianças e adolescentes que por algum motivo precisam ser afastados da família só podem ser abrigados pelo período de no máximo 03 meses.

Page 4: A Institucionalização de Crianças no Brasil

Parte I- A Proteção da Infância e da Sociedade: Percurso histórico dos internatos para crianças pobres do Brasil

A cultura institucional As instituições femininas e masculinas para

órfãos, desvalidos e bebês abandonados no Brasil Colônia e no Império

A especialização dos serviços: - Justiça e assistência no período Republicano - Famílias e menores

Page 5: A Institucionalização de Crianças no Brasil

Parte I- A Proteção da Infância e da Sociedade: Percurso histórico dos internatos para crianças pobres do Brasil

O malfadado SAM – Serviço de Assistência a Menores

O Anti-SAM: Fundação Nacional de Bem-Estar do Menor

As famílias dos menores internados: o mito da desorganização familiar

Page 6: A Institucionalização de Crianças no Brasil

A cultura institucional

O Brasil possui uma longa tradição de internação de crianças e jovens em instituições asilares.;

União entre iniciativas educacionais com os objetivos de assistência e controle social de uma população: “os menores”;

O recolhimento de crianças às instituições de reclusão foi o principal instrumento de assistência à infância no País.

Page 7: A Institucionalização de Crianças no Brasil

As instituições femininas e masculinas para órfãos, desvalidos e bebês abandonados no

Brasil Colônia e no Império

As primeiras instituições para educação e órfãos e órfãs datam do século XVIII;

O regime de funcionamento seguia o modelo do claustro e da vida religiosa;

No século XIX, o chamado “Século das Luzes”, vai nortear os programas educacionais – questiona-se o domínio do ensino religioso e detrimento do ensino “útil a si e a pátria”.

Page 8: A Institucionalização de Crianças no Brasil

A especialização dos serviços:

Justiça e assistência no período Republicano Ao mudar o regime político, o Brasil já possuía

uma vasta experiência na assistência a infância desvalida, intimamente relacionada à educação e a instrução populares;

Período de forte presença do Estado no planejamento e implementação das políticas de atendimento ao menor;

Tentativa de “salvar” a infância brasileira;

Page 9: A Institucionalização de Crianças no Brasil

A especialização dos serviços:

Justiça e assistência no período Republicano Criação do 1° Juízo de Menores do País e

aprovação do Código de Menores em 1927; O Juízo de Menores centraliza o atendimento

oficial ao menor; Funções: - Vigilância, regulamentação, intervenção direta

e o poder de internação de menores abandonados e adolescentes.

Page 10: A Institucionalização de Crianças no Brasil

A especialização dos serviços:

Famílias e menores Famílias populares e seus filhos eram rotulados

de incapazes e insensíveis; Os desvalidos em boa parte, eram internados

por solicitação da família e até por iniciativa própria; Os delinqüentes eram apreendidos, contra a sua vontade;

As famílias buscavam a instituição pelo desejo de ver seus filhos educados e pela necessidade de alimentá-los.

Page 11: A Institucionalização de Crianças no Brasil

O malfadado SAM – Serviço de Assistência a Menores

O SAM foi instalado pelo governo ditatorial de Getúlio Vargas. Intervir junto a infância torna-se uma questão de Defesa Nacional;

No processo de “expansão nacional” a finalidade de assistir aos “autênticos desvalidos” foi desvirtuada, sendo o Órgão tomado pelas relações clientelistas. “Falsos desvalidos”, cujas famílias tinham recursos, eram internados nos melhores educandários mantidos pelo SAM;

O SAM fez fama de fabricar criminosos. Acaba por se transformar em uma instituição de menores transviados em uma escola do crime;

Page 12: A Institucionalização de Crianças no Brasil

O malfadado SAM – Serviço de Assistência a Menores

Autoridades públicas, políticos e diretores do SAM condenavam o Órgão e propunham a criação de um novo Instituto; Em 1964 surge a FUNABEM, instalada pela Ditadura Militar no Brasil.

Page 13: A Institucionalização de Crianças no Brasil

O Anti-SAM: Fundação Nacional de Bem-Estar do Menor

A segurança nacional tornou-se a ideologia do novo Órgão de proteção aos menores;

A tônica da FUNABEM era a da valorização da vida familiar e da integração do menor na comunidade;

O lema “Internar em último caso” figuraria com insistência na produção discursiva da Instituição;

Apesar da política explicita da não-internação, o grande modelo difundido no período foi o do internato de menores ou os internatos-prisão;

Page 14: A Institucionalização de Crianças no Brasil

O Anti-SAM: Fundação Nacional de Bem-Estar do Menor

Crianças na rua em tempos de “segurança nacional” constituíam fato politicamente incomodo.

Page 15: A Institucionalização de Crianças no Brasil

Fotos – Rebelião na Febem de São Paulo (Franco da Rocha- 2001)

Page 16: A Institucionalização de Crianças no Brasil

       

                                

Perfil do Adolescente internado na Febem de São Paulo

Fonte: Febem de SP/ OESP- 03/11/99

       

                                

                                    

                         

                                   

 

                     

                                          

Page 17: A Institucionalização de Crianças no Brasil

As famílias dos menores internados: O mito da desorganização familiar

A idéia de proteção à infância era antes de tudo proteção contra a família;

O reconhecimento de que “a falta de recursos é um dos determinantes das internações” não impediu a disseminação da concepção de que os pais queriam se ver livres dos filhos.

Page 18: A Institucionalização de Crianças no Brasil

Parte II

Focalizando a história recente:

Panoramas e desafios

Page 19: A Institucionalização de Crianças no Brasil

Questionamento sobre as práticas de internação de crianças nos anos 1980 (redemocratização)

Busca de alternativas à Internação; Movimentos sociais organizados; Estudos; Interesse dos profissionais; Protesto de internados; Art.227 da CF (Direitos da Criança); Amplo processo de discussão que

culmina com o ECA.

Page 20: A Institucionalização de Crianças no Brasil

Foco nas causas; Movimento internacional de revisão das

políticas de atendimento; Reações de dentro dos internatos, da

sociedade civil e da esfera governamental; 1987: Projeto Diagnóstico Integrado para

uma nova política do bem-estar do menor; Centralização política/descentralização da

execução; FUNABEM – CBIA; ONGs

Page 21: A Institucionalização de Crianças no Brasil

Os anos 1990: o abrigamento e a internação frente ao ECA

Abrigamento Excepcional e

temporário; Proteção; Nomenclaturas; Convivência

familiar e comunitária.

Internação Brevidade e

excepcionalidade; Flagrante delito; Atendimento

inadequado;

Page 22: A Institucionalização de Crianças no Brasil

Momento de transição

Resistência na passagem das idéias às práticas;

Esforços contrários: garantia de direitos/atendimento inadequado/redução da idade penal;

Page 23: A Institucionalização de Crianças no Brasil

Instituições de abrigamento após o ECA

Crianças e adolescentes órfãos ou em situação de abandono;

Em situação de risco; Em situação de

pobreza; Descontinuidade e

rompimento de vínculos

Famílias JIJ Eles mesmos Outros agentes DPCA DECA Conselho Tutelar Forma não articulada

de ação: repetição quanto ao rompimento de vínculos

Page 24: A Institucionalização de Crianças no Brasil

Tipos de instituições que abrigam crianças e adolescentes

Não há um sistema nacional integrado (apesar de metade da população ter

menos de 20 anos) 1. Curto prazo: caráter provisório (máximo

de 3 meses), situações de risco; 2. Longo prazo: perspectiva de

continuidade (casas de acolhida)As intervenções que mais beneficiam são as

que cortam o processo de instabilidade e insegurança. Preferência à casa da família

de origem ou futura.

Page 25: A Institucionalização de Crianças no Brasil

Instituições de abrigamento do passado e do presente

Casos complexos e problemas das entidades;

Confusão com o internato; Necessidade de rompimento com traços

assistencialistas e autoritários; Política deve ser entendida como um

empreendimento essencial para o desenvolvimento humano, social e econômico do país.

Page 26: A Institucionalização de Crianças no Brasil

Marcos referentes à prática de institucionalização de crianças

e adolescentes ao longo da história: permanências e mudanças

Sistemas centralizados/regimes autoritários; Ideologias justificadoras da internação; Construção social da categoria de menor; Poder tutelar do Estado sobre os filhos dos pobres; Culpabilização da família e desautorização do papel parental; Relações clientelistas; Circulação dos menores (causas e formas de atendimento); Tensão entre educação e repressão; Indefinição do período de internação; Política de assistência em detrimento de políticas públicas

integradas;

Page 27: A Institucionalização de Crianças no Brasil

“Sem os direitos garantidos, como cobrar o cumprimento de deveres?”

Principais atores envolvidos – comunidades, famílias e filhos – passam a ser vistos como importantes na busca de alternativas aos problemas identificados como prioritários

Page 28: A Institucionalização de Crianças no Brasil

Apontando caminhos

Colocar a institucionalização em seu devido lugar;

Sistemas alternativos; Privilegiar a convivência familiar e

comunitária; Regularizar e supervisionar

instituições.

Page 29: A Institucionalização de Crianças no Brasil

Enfrentando o problema

Pauta de prioridades da agenda política nacional;

Pesquisa e experiência acumulada; Participação na busca de soluções; Políticas e práticas;